Nota Tecnica Surto Meningite 2007 Svs

  • June 2020
  • PDF

This document was uploaded by user and they confirmed that they have the permission to share it. If you are author or own the copyright of this book, please report to us by using this DMCA report form. Report DMCA


Overview

Download & View Nota Tecnica Surto Meningite 2007 Svs as PDF for free.

More details

  • Words: 1,182
  • Pages: 5
NOTA TÉCNICA - SURTO DE MENINGITE ASSÉPTICA – SALVADOR/BA Em julho de 2007, foi notificado a Secretaria de Vigilância em Saúde - SVS a ocorrência do aumento do número de casos de meningite asséptica no município de Salvador. Desde então as três esferas de governo estão desenvolvendo ações conjuntas para esclarecimento e controle da situação epidemiológica do surto. A SVS esclarece que a meningite asséptica pode ter diferentes etiologias. Os Enterovírus constituem o grupo usualmente associado a surtos, podendo nestes casos, além dos sintomas comuns as meningites, apresentar outros sinais e sintomas como manifestações gastrintestinais, respiratórias e mialgia. Os casos podem ocorrer isoladamente, embora o aglomerado de casos (clusters) seja comum. Indivíduos de todas as idades são susceptíveis, mas a faixa etária de maior risco é a de menores de 05 anos. A mortalidade costuma ser rara, no entanto, pode ocorrer. Os exames preliminares do líquido cefalorraquidiano dos casos de Salvador indicam a etiologia viral do surto. SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA O aumento do número de casos de meningite viral foi detectado a partir da Semana Epidemiológica - SE 16 de 2007 (22 de abril), quando iniciou uma ocorrência fora do padrão esperado. Figura 1: Diagrama de Controle dos Casos de Meningite Viral do município de Salvador/BA, 2007.

30 25

2007

20

Média 15

Limite superior

10 5 0 1

3

5

7

9

11

Fonte: Sinan/SVS/MS

13 15

17

19

21 23

25

27

29 31

33

Em relação às faixas etárias, destacam-se como grupos de maior risco o grupo de 5 a 9 anos, seguido do grupo de 1 a 4 e 10 a 14 anos. Figura 2: Casos e Coeficiente de Incidência das Meningites Virais de acordo com a faixa etária do município de Salvador/BA, 2007. Fonte: Sinan/SVS/MS

Casos

Incidência/100.000

120 100

n=255

80 60 40 20 0 <1

1-4

5-9

50 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0

10-14 15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 >=50

Faixa Etária

Fonte: Sinan/SVS/MS

Em relação à distribuição do evento por área geográfica, os distritos sanitários que possuem o maior risco de adoecer são Itapagipe seguidos da Boca do Rio e Itapoan.

Figura 3: Coeficiente de Incidência das Meningites Virais de acordo com o distrito sanitário do município de Salvador/BA, 2007.

Nº casos

Incidência/ 100.000hab

45

40

40

35

35

30

30

25

25

20

20

15

15

10

5

5

0

0

Sã o

C en tr oHi

st ór ic o Ita Ca pa et gi an pe o/ Va lé ria Li be rd ad B e ar ra B /R ro io ta s Ve rm e B lh oc o a do R io Ita p C oa ab n ul a/ Be Pa iru u da Su Li b m Fe a rr ov iá rio C aj az ei ra s

10

Fonte: Sinan/SVS/MS

Os principais sinais e sintomas apresentados foram: cefaléia 230 casos (90%), febre 220 (86%), vômito 214 (84%), rigidez de nuca 69 (27%), sinal de Kernig e Brudzinsk 12 (4,7%) e convulsão 9 (3,5%). Em relação a outros sinais e sintomas relatados 13 (5,1%) apresentaram diarréia, 12 (4,7%) sonolência, 10 (3,9%) dor abdominal, 7 (2,7%) mialgia, 4 (1,6%) hipoatividade, 4 (1,6%) tosse, 3 (1,2%) diminuição do nível de consciência e 1 (0,4%) dor na nuca. Em relação à mortalidade e letalidade, há dois óbitos em investigação até o momento, com possível vínculo com o surto. Além disso, o Sistema de Informação de Mortalidade - SIM está sendo analisado no intuito de verificar mudanças no padrão de mortalidade no período do surto. Diante do exposto identifica-se um surto de meningite viral na cidade de Salvador/Bahia que se iniciou na SE 16 e que se mantém com a ocorrência de 19 a 20 casos por semana. Até o momento foi identificado em uma amostra o Enterovirus ECHO 6, sendo que 91 amostras estão em processamento para isolamento. Em 08 dos casos investigados verificou-se sorologia positiva para dengue, situação que também está sendo investigada, objetivando a elucidação diagnóstica.

MEDIDAS DE CONTROLE ADOTADAS: A Secretaria de Vigilância em Saúde/MS em conjunto com as Secretarias Estadual e Municipal de Saúde estão operacionalizando a investigação dos casos, seguimento e delineamento das ações de controle. É importante esclarecer que não há vacina para controle de surtos ou epidemias de meningites virais. Seu controle é obtido pela adoção de boas práticas de higiene, tais como: lavagem das mãos, higiene na manipulação de alimentos e limpeza de caixas d’água. AÇÕES DESENVOLVIDAS PARA MONITORAMENTO DO SURTO: - Coleta de soro (isolamento viral e sorologia), fezes (pesquisa enterovírus) e líquor (pesquisa de vírus) - Elaboração e estabelecimento de fluxo de espécimes clínicas entre os hospitais e laboratório de referência, quanto a quantidade, armazenamento e encaminhamento das amostras coletadas, segundo o Protocolo de Implementação das Meningites Virais, do Ministério da Saúde. - Divulgação para os profissionais de saúde dos Distritos Sanitários e região metropolitana de Salvador sobre a ocorrência do aumento do número de casos de meningites no município de Salvador. - Divulgação nos meios de comunicação e através de notas técnicas, sobre as formas de prevenção e controle das meningites. - Busca ativa de casos em todas as instituições hospitalares (públicas e privadas) no município de Salvador região metropolitana seguindo os critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde quanto à definição de caso. - Divulgação alerta para as escolas, creches e orfanatos, esclarecendo sobre a situação epidemiológica das meningites e as principais medidas de controle que podem ser adotadas por essas instituições para prevenção e controle. RECOMENDAÇÕES I - Em relação vigilância epidemiológica: 1. Os casos prospectivos oportunamente;

devem

ser

acompanhados

e

investigados

2. Não há nenhuma indicação de mudança de definição de caso suspeito para notificação e investigação, lembrando que caso suspeito de meningite, independe da etiologia:

“Crianças acima de 1 ano e adultos com febre, cefaléia intensa, vômitos em jato, rigidez da nuca, sinais de irritação meníngea (Kernig, Brudzinski), convulsões e/ou manchas vermelhas no corpo. Em crianças abaixo de um ano de idade, os sintomas clássicos acima referidos podem não ser tão evidentes. É importante considerar para a suspeita diagnóstica sinais de irritabilidade, como choro persistente, e verificar a existência de abaulamento de fontanela.” 3. Boas práticas higiênico-dietéticas também estão recomendadas, especialmente a lavagem correta das mãos e cuidados com a higiene dos alimentos e dos ambientes bem como destino correto dos detritos e o isolamento entérico dos casos por 7 dias após o início dos sintomas; II - Sistema de Informação: 1. Manter atualizado os dados o Sistema de Informação de Agravos de Notificação Sinan e fazer as análises a partir dos mesmos; III - Resultados laboratoriais e fluxo de amostras biológicas para identificação do agente etiológico: 1.

Serão coletadas 03 amostras preferenciais para o diagnóstico laboratorial: líquor cefalorraquidiano (LCR), sangue e fezes quando possível; Nas amostras de LCR e fezes será realizado o isolamento viral (Enterovírus), enquanto que nas amostras de sangue será realizada a avaliação de outros agentes virais, como dengue e/ou rubéola, dependendo da situação epidemiológica.

IV - Informes e divulgação da população: 1. meningites

Divulgar para a população as formas de prevenção e controle das

Related Documents

Nota Tecnica
November 2019 5
Nota Tecnica Tvial
November 2019 4
Nota Tecnica Ideb
October 2019 5