Seminário- módulo de agressão e defesa
INTRODUÇÃO É UMA INFECÇÃO DAS MENINGES CAUSADA POR BACTÉRIAS E VÍRUS. DOENÇA GRAVE, COM ALTA TAXA DE MORTALIDADE E SEQUELAS.
Meningites – Introdução
Conceito Infecção das leptomeninges e do espaço contido entre elas – espaço subaracnóideo, no qual está contido o líquido cefalorraquidiano (LCR).
DEFINIÇÃO A meningite é um processo inflamatório do espaço subaracnóide e das membranas leptomeníngeas (piaaracnóide), que envolvem o encéfalo e a medula espinhal, provocando reação purulenta detectada no líquor. Na terminologia médica, as situações de meningomielite, meningoencefalite e meningomieloencafalite são referidas tãosomente pelo termo “meningite”.
Meningites – Introdução Importância: Emergência neurológica Alta morbi-mortalidade rápido diagnóstico e adequada terapêutica Doença de Notificação Compulsória M. Meningocócica no Mundo: > 1 milhão casos/ano com 200 mil óbitos SP: 4,59/100.000, com letalidade de 17-20% (1990-2004) Incidência maior: < 4 anos
ANATOMIA E HISTOLOGIA DAS MENINGES
Irrigação do SNC
SNC- CONCEITOS E FISIOLOGIA
O Líquor ou líquido cérebro-espinhal é um fluido aquoso e incolor que ocupa o espaço subaracnóideo e as cavidades ventriculares. A função principal do líquor é de proteção mecânica do sistema nervoso central. O volume total do líquor é de 100 a 150 cm³. O Líquor é formado pelos plexos corióides. Sua formação envolve transporte ativo de NACL, acompanhado de água necessária ao equilíbrio osmótico.
Aspectos anatômicos e fisiológicos do SNC
Líquor
Características do LCR 100 – 150 ml Veloc. Formação: 500ml/24h Revovação 4 a 5 vezes/dia Transparente Poucos leucócitos(<4μl) Pobre em proteinas Glucose (60% da plasmática)
O LCR forma-se por diálise do sangue dos plexos coroideus em particular ao nível dos ventrículos cerebrais (1º e 2º), circula por todo o SNC e é drenado no topo da cabeça para o sangue venoso, nas vilosidades subaracnoideias Provém do Arco aórtico Pelos ramos vertebro-basilares e carótidas Recebe 15% do Débito cardíaco Importância de um débito constante: Grande actividade Ausência de reservas de energia Baixa capacidade anaeróbica
O débito arterial cerebral é mantido: Baroreceptores carotídeos; Neurónios vasomotores da medula; Autoregulação local Pressão intracraneana (O aumento da PIC compromete a irrigação cerebral) Isquémia para PA 60 mmHg
EPIDEMIOLOGIA
Meningites – Epidemiologia Meningites Infecciosas
Meningites – Epidemiologia
Meningites Infecciosas Agudas
Vírus
Bactérias
Meningites – Epidemiologia Meningites Infecciosas Agudas
Vírus Enterovírus
(80%)
Herpes Simples EBV
Varicela Zoster Vírus da Caxumba Bactérias
Meningites – Epidemiologia Meningites Infecciosas Agudas
Vírus
Bactérias Streptococcus pneumoniae Neisseria meningitidis Haemophilus influenzae
Agentes mais comuns
Haemophilus influenzae - 20,3%
Neisseria meningitidis – 20,2%
Streptococcus pneumoniae -11,6%
AGENTES: BACTERIANA VIRAL TUBERCULOSA FÚNGICA
Bacteremia silenciosa, originada por germes da orofaringe (mais comum) Infecção por extensão de um foco próximo: •Sinusite •Otite •Trauma •Neurocirurgia
História Natural das Infecções de Transmissão Respiratórias
Colonização de nasofaringe (Portador) Infecção localizada: • Otite média aguda e sinusite • Pneumonia • Meningites • Abscesso
Infecção “invasiva” •bacteriemia •sepsis
EPIDEMIOLOGIA • 20 CASOS POR CEM MIL HABITANTES; • 52% SÃO BACTERIANAS; • AS BACTERIANAS OCORREM NO INVERNO E
AS VIRAIS NO VERÃO; • 50% DOS CASOS OCORREM EM MENORES DE CINCO ANOS DE IDADE; • O RISCO DE MENINGITE BACTERIANA É MAIOR NA FAIXA ETÁRIA ABAIXO DE DOIS ANOS.
ETIOLOGIA
As meningites bacterianas (ou purulentas) têm sua etiologia baseada na faixa etária e na provável porta de entrada do agente infeccioso. Didaticamente, verificam-se: A) Em recém-nascidos (RN) e lactentes até 3 meses de vida, predominam em ordem crescente: Streptococcus agalactiae (estreptococo B), Listeria monocytogenes e bacilos Gramnegativos, como Escherichia coli e salmonelas e, por último, Streptococcus pneumoniae (pneumococo).
ETIOLOGIA B) Dos 4 meses até os 5 anos de idade: Haemophilus influenza tipo b, Neisseria meningitidis (meningococo) e, por último, Streptococcus pneumoniae. C) Dos 5 anos até a idade adulta: predominam Streptococcus pneumoniae e Neisseria meningitides, o qual ocupa o primeiro lugar em períodos de epidemia.
Meningites – Agentes Etiológicos
A intensidade do processo inflamatório, a evolução clínica, as complicações e o prognóstico dependerão do agente etiológico, da precocidade da instituição da antibioticoterapia adequada e do grau de comprometimento imunológico do paciente
Mortalidade: N. meningitidis e H. influenzae - 5 a 15% S. pneumoniae - 15-30% Morbidade: N.meningitidis poucos H. influenzae 10% S. pneumoniae 30%
EPIDEMIOLOGIA
*No Brasil, segundo Farhat (1992), as meningites bacterianas agudas de causa determinada têm como agentes mais comuns : - Haemophilus influenza b (20,3% dos casos); este com signifacativa redução devido ao uso da vacina na rede pública, a partir dos 2 meses de vida; - Neisseria meningitidis (20,2%); - Streptococcus pneumoniae (11,6%). * 2/3 dos casos em pacientes menores de 15 anos, sem diferenças de suscetibilidade entre as várias raças.
Meningites – Epidemiologia
Particularidades 100% 15 75%
6 14
50%
8 13 23
Listéria Estrepto B
18
Meningo Pneumo 47
25%
Outros
44
7
0% PréVacinação
PósVacinação
Hemófilos
EPIDEMIOLOGIA *A taxa de letalidade das meningites bacterianas é bastante variável em diferentes partes do mundo. Alguns autores descrevem taxas de 5 a 40%, dependendo do agente etiológico. *Além da mortalidade, podem ocorrer sequelas neurológicas graves e muitas vezes permanentes, como surdez ou hipoacusia, amaurose e/ou retardo neuropsicomotor.
Vigilância Laboratorial do S. pneumoniae Vigilância de Pneumococo no Brasil: 1993-2004 (6.300 cepas)
Material Clínico (%) RR=2 AP=2 MA=3 PA=29
1
AM=18
LCR 66,0
CE=45 RN=29
22,5
PB=4 PE=535 AL=43
AC=4
5,3
ES=46
MS=4
Diagnóstico Clínico (%)
MG=436 RJ=196
PR=553
SP=2905
14
Sangue 24,3
BA=705
57,4
Região Geográfica (%)
outros 1,0
SE=38 GO=318
MT=6
L.pleural 8,7
SC=141 RS=177
Bacteriemia 1,7 Meningite 69,3
Pneumonia 19,0
outros invasivos 10,0 (9% ign.)
VIAS DE INFECÇÃO
Meningites Vias de Infecção
Hematogênica Contiguidade (otite, sinusite, mastoidite) Acesso direto (fraturas de crânio, defeitos congênitos, iatrogênicas) Derivações liquóricas
Meningites – Patogenia Capacidade de aderir ao epitélio da mucosa da nasofaringe do hospedeiro e aí proliferar
Meningites – Patogenia
Multiplicar-se levando a bacteremia
Meningites – Patogenia
Atravessar a barreira hemato-encefálica, atingindo as meninges e o LCR
Meningites – Patogenia
Sobreviver e replicar-se no LCR:
PROCESSO INFLAMATÓRIO
Meningites – Patogenia Liberação de mediadores inflamatórios (IL, PG, TNF) Migração e ativação de neutrófilos Aumento da permeabilidade da BHE. Passagem de proteínas, água e eletrólitos
Edema e HIC.
Meningites – Patogenia
DANO NEURONAL
Fisiopatologia A infecção pode atingir a leptomeninge por 3 mecanismos básicos: 1) Via hematogênica: primária ou secundária a foco de infecção à distância (infecção de pele, pulmão, coração, trato intestinal e geniturinário) 2) Infecção adjcente às meninges: faringite, sinusite, otite média. 3) Solução de continuidade: traumatismo craniano, infecção dos ossos, vasos sanguíneos. Fatores de virulência:
Fazem opsonização do patógeno
Pneumococo, Hemofilus e menigococo: proteases (clivam IgA) e capsula (dificultaa ação do complemento). Bacteremia
Invasão do ESA
Fácil colonização
OBS: No SNC, aimunidade humoral é deficiente
Fisiopatologia Recém-nascido: A colonização bacteriana ocorre de início na pele, coto umbilical, nasofaringe e reto promovendo bacteremia e invasão meningea Os prematuros têm niveis diminuidos de IgG e o recém-nascido normal tem baixas concentração de IgM e IgA: isso facilita infecções por germes G- e penetração da bactérias pelo trato respiratório e gastrointestinal (isso explica a maior prevalência de G- em RN).
nfecção Sepse Sepse grave choque séptico DMOS FOCO? ETIOLOGIA? COMPLICAÇÕES? EVOLUÇÃO?
FISIOPATOLOGIA ENTRADA DE BACTÉRIAS NO ESPAÇO SUBARACNÓIDEO LIBERAÇÃO DE LIPO-OLIGOSSACARÍDEOS ATIVAÇÃO DO SISTEMA MONÓCITO-MACRÓFAGO LIBERAÇÃO DOS MEDIADORES INFLAMATÓRIOS (INTERLEUCINA – 1) ATIVAÇÃO DA CASCATA PROSTAGLANDINA – ÁCIDO ARACDÕNICO LIBERAÇÃO DE SUBSTÂNCIAS ATIVAS NO PROCESSO INFLAMATÓRIO (LEUCOTRIENOS, PROSTAGLANDINA, TROMBOXANO) MORTE CELULAR HIPERTENSÃO INTRACRANIANA
FISIOPATOGENIA
INVASÃO DIRETA DE GERMES DEVIDO TCE OU MALFORMAÇÕES VIAS AÉREAS SUPERIORES E POSTERIOR DISSEMINAÇÃO HEMATOGÊNICA MULTIPLICAÇÃO DAS BACTÉRIAS DEVIDO À DEFICIÊNCIA IMUNOLÓGICA LOCAL, LEVAM A LIBERAÇÃO DE SUBST ATIVAS DA PARECE CAPSULAR (ENDOTOXiNA, ÁCIDO TETÓICO)
FISIOPATOGENIA
As substâncias levam as células cerebrais a liberarem mediadores inflamatórios, as citocinas . Estas alteram a premeabilidade da BHE e com isso leva a edema cerebral (vasogênico , citotóxico) e hipertensão intracraniana.
Meningites – Agentes Etiológicos
Particularidades
Meningococo
Surtos epidêmicos Alt. vasculares (50%)
Streptococo B
70% RN
Stafilococo/bacilos G-
PO neurocirurgia
Listéria
Imunossuprimidos
Meningites – Agentes Etiológicos
Aspectos Clínico-epidemiológicos < 3 meses
Streptococo B Listéria Enterobactérias Pneumococo
Meningites – Agentes Etiológicos
Aspectos Clínico-epidemiológicos 3 meses a 18 anos
Meningococo Pneumococo Hemófilo
Meningites – Agentes Etiológicos
Aspectos Clínico-epidemiológicos 18 anos a 50 anos
Pneumococo Menigococo Hemófilo
Meningites – Agentes Etiológicos
Aspectos Clínico-epidemiológicos > 50 anos
Pneumococo Listéria Bacilos G-
TPS QUADROS CLÍNICOS
QUADRO CLÍNICO
CEFALÉIA FEBRE VÔMITO RIGIDEZ DE NUCA FOTOFOBIA SONOLÊNCIA CONFUSÃO MENTAL SINAL DE KERNIG E BRUDZINSKI
APATIA IRRITABILIDADE ABAULAMENTO DA FONTANELA VÔMITOS RECUSA ALIMENTAR PALIDEZ SEPSIS RN – LACTENTES
Meningites – Quadro Clínico
Bacteriana
Síndrome Clínica Clássica Irritação Meníngea HIC Toxemia
Viral
Síndrome Clínica Clássica Irritação Meníngea HIC Curso benigno e auto limitado
Meningites – Quadro Clínico
Síndrome Toxêmica
Síndrome de Hipertensão Intracraniana
Síndrome de Irritação Meníngea
Meningites – Quadro Clínico Síndrome de Hipertensão Intracraniana Cefaléia intensa Náuseas Vômitos Confusão mental
Meningites – Quadro Clínico Síndrome Toxêmica Febre alta Mal-estar Agitação psico-motora Letargia coma
SÍNDROME INFECCIOSA MENINGITE AGUDA
SIND. HIC
SIND. TOXÊMICA
Cefaléia Vômitos Confusão mental
Febre alta Confusão mental Mal-estar Sinal de Faget
SIND. IRRITAÇÃO MENÍNGEA
Rigidez de nuca Kernig Brudzinski Desconforto lombar
Meningites – Quadro Clínico Síndrome de Irritação Meníngea
Rigidez de nuca
Rigidez na nuca
Sinais de irritação meníngea
Rigidez de nuca
Kernig
Brudzinski
Sinais de irritação meníngea e radicular Sinal de Kernig - paciente em DDH com coxas semi-fletidas, examinador tenta estender as pernas e paciente sente dor.
Meningites – Quadro Clínico Síndrome de Irritação Meníngea
Sinal de Kernig
Sinais de irritação meníngea e radicular Sinal de Brudzinski - flexão passiva do pescoço pelo examinador com leve flexão das coxas e joelhos pelo paciente.
SINAL DE KERNIG
Meningites – Quadro Clínico Síndrome de Irritação Meníngea
Sinal de Brudzinski
SINAL DE BRUDZINSKI
Meningites – Quadro Clínico Outros Convulsões Torpor Coma Exantema maculopapular, petequeial ou purpúrico em tronco e extremidades (N. meningitidis)
Petéquias
Sinais de irritação meníngea e radicular Sinal de Lasègue dor lombar irradiada para região posterior do MI, quando este é elevado passivamente pelo examinador, que com a outra mão impede a flexão do joelho.
Quadro Clínico
Meningites – Quadro Clínico Crianças Sem queixa de cefaléia Ausência dos sinais de irritação meníngea Febre Irritabilidade Prostração Vômitos Convulsão Abaulamento de fontanela
Meningites – Quadro Clínico Crianças Sem queixa de cefaléia Ausência dos sinais de irritação meníngea Febre Irritabilidade Prostração Vômitos Convulsão Abaulamento de fontanela
CEREBRO acometido por meningite
DIAGNÓSTICOS E DIAGNOSTICO DIFERENCIAL
ANAMNESE EXAMES SANGUÍNEOS: ANTICORPOS DAS CLASSES IGG E IGM. LCR (PCR – CMV, HSV-1, HSV-2, HTLV-1, Enterovírus, Herpes vírus-6, Neisseria meningitidis, Haemophius influenzae. Mycobacterium tuberculosis, e outras. EEG TC CRÂNIO RM DIFÍCIL DETERMINAR AGENTE CAUSAL
Diagnósticos
Diagnóstico Bacteriológico das Meningites: 1- Bacterioscópico de LCR (Gram) 2- Cultura de LCR em ágar chocolate 3- Cultura de sangue Diagnóstico Bacteriológico das Pneumonias: 1- Cultura de sangue 2- Cultura de LP ou lavado brônquico 3- Bacterioscópico de aspirado traqueal
Diagnósticos
Secreção do Trato Respiratório Inferior 1- Cultura de líquido pleural
2 - Escarro e aspirado traqueal (?) 3 - Lavado brônquico com proteção Diagnóstico das Infecções das Vias Aéreas Superiores: • Secreções
Diagnóstico Laboratorial
Diagnóstico Clínico Punção liquórica : realizado na região lombar entre L1 – S1, sendo mais indicados os espaços L3 – L4 ; L4 – L5 ou L5 – S1 contra-indicações:
Infecção no local da punção (piodermite)
Meningites – Diagnóstico Líquor
Pressão / Aspecto / Citometria / Citologia / Bioquímica / Gram / Cultura Contra-indicações: papiledema, coma, sinais neurológicos focais (pupilas dilatadas, hemiparesias), infecções de pele no sítio da punção AAM empírico.
LCR
Líquor normal: Aparência (aspecto) Contagem celular Proteínas Glicose Lactato
ALTERAÇÕES DO LÍQUOR 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9.
MENINGITE BACTERIANA ASPECTO TURVO; CELULARIDADE MAIOR QUE 500 CEL/MM3; PREDOMÍNIO MAIOR DE NEUTRÓFILOS; GLICORRAQUIA MENOR QUE 2/3 DA GLICEMIA; PROTEINORRAQUIA MAIOR QUE 40 MG/DL; BACILOSCOPIA: GRAM; CONTRA-IMUNOELETROFORESE (CIE); CULTURA DO LÍQUOR (90%); HEMOGRAMA COM MAIS DE 15.OOO CEL/MM3;
ALTERAÇÕES DO LÍQUOR 1. 2. 3.
4. 5. 6.
7. 8. 9.
MENINGITE VIRAL:
ASPECTO LÍMPIDO; CELULARIDADE MENOR QUE 500 CEL/ MM3; PREDOMÍNIO MAIOR DE LINFÓCITOS; GLICORRAQUIA POUCO ALTERADA; PROTEINORRAQUIA NORMAL OU POUCO ALTERADA; BACILOSCOPIA NEGATIVA; CONTRA-IMUNOELETROFORESE (CIE) SEM AGLUTINAÇÃO; HEMOCULTURA NEGATIVA; HEMOGRAMA MENOR QUE 15.OOO CEL/MM3;
INDICAÇÕES PARA A PUNÇÃO LOMBAR
SUSPEITA CLÍNICA;
PRESENÇA DE FEBRE SEM SINAIS
LOCALIZATÓRIOS; PRIMEIRA CONVULSÃO FEBRIL EM UM LACTENTE; RECÉM- NASCIDOS COM QUADRO MAL DEFINIDO.
Meningites – Diagnóstico LCR Pressão Aspecto Citometria Citologia Proteínas Glicose Lactato
Bacteriana N ou Turvo Neutrófilos
Viral N Limpo Linfócitos N N N
Patologia liquórica Aparência
Causa
Significado
Turvo/opaco
Leucócitos, Proteínas*
Meningite, alteração da barreira hematoencefálica
Sanguinolento
Eritrócitos
Hemorragia, acidente de punção
Xantocrômico
Hemoglobina, bilirrubina, proteínas
Hemorragia antiga, Decomposição de hemácias
Coagulado
Proteínas*
Guillain-barre Meningite TB
*alteração da barreira, produção de Ig, redução da depuração e degeneração do SNC
EEG
Lentificação difusa Frequência diminuída no ritmo de base, atividade delta, rítmica e intermitente e na região frontal (FIRDA), ou occipital (OIRDA) Descargas epileptiformes, lateralizadas e peródicas(PLEDS) na região temporal (HERPES) Complexos periódicos generalizados (Doença de Creutzfeldt-Jakob e Panencefalite Esclerosante Subaguda)
Exames de Imagem -
-
TC Cerebral deverá ser feita nas seguintes eventualidades: presença de sinais focais Manutenção de Coma após 72h do tratamento Meningite de repetição Casos de história de otite média crônica Quando houver aumento do Perímetro Cefálico US Cerebral em lactentes com fontanela anterior aberta para acompanhamento
NEUROIMAGEM TC DE CRÂNIO- ALTERAÇÃO DE LOBO TEMPORAL, ÁREAS DE HIPOATENUAÇÃO RM DE CRÂNIO- ÁREAS DE HIPERSINAL NAS ENCEFALITES PÓS-INFECCIOSAS.
Exames complementares TC crânio RNM cerebral
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DAS MENINGITES
BACTERIANA
TUBERCULOSA
VIRAL/ASSÉPTICA
CÉLULAS
Leucócitos elevados (polimorfonucleares)
Leucócitos elevados (mononucleares)
Leucócitos elevados (mononucleares)
PROTEÍNAS
Aumentadas
Aumentadas
Normais
GLICOSE
Diminuída
Diminuída
Normal
Meningites – Diagnóstico Diferencial HSAE Carcinomatose das meninges Meningite serosa - meningismo (reação inflamatória reacional a algum foco séptico contíguo ou quadro tóxico-infeccioso sistêmico). Infecções parameningeas
Líquor
BIOPSIA CEREBRAL ○ Encefalite Hasmunsen
Diagnóstico Diferencial
ABCESSO
Glioblastoma
TRATAMENTO Dexametasona (10 mg) antes do ATB +10 mg 6/6 hs por 4 dias. Antibioticoterapia – dependendo da suscetibilidade • Cefalosporina 3ª • Cefalosporina de 3ª + Vancomicina
1960 sulfonamidas N. meningitidis 1970 ampicilina H. influenzae 1990 penicilina S. pneumoniae
EVOLUÇÃO
PROFILAXIA, PREVENÇÃO E CONTROLE
Tratamento Medidas Gerais: - Evitar hiperidratação; - Elevar a cabeceira da cama; - Diurese osmótica: Manitol 20% na dose 0,25-1g/Kg IV lentamente por 20-30min, ou furosemida na dose de 1-4mg/Kg/dia associada a dexametasona; - Entubação e hiperventilação nos casos de coma e/ou arritmias respiratórias; - Em casos de convulsões contínuas ou prolongadas, administrar benzodiazepínicos (diazepam na dose 0,25-0,5mg/Kg IV lentamente); - Pausa Alimentar e uso de sonda nasogástrica
Tratamento
Meningites – Tratamento
Meningites – Tratamento
Meningites – Tratamento Corticoterapia
Corticóides 15-30min antes da primeira dose do AAM intensidade inflamatória e consequente agressão ao tecido cerebral ao se iniciar o tratamento com AAM.
Outros:
Suporte e Sintomáticos Anti-convulsivantes
Meningite Viral
Microorganismo
1ª escolha
2ª escolha
Neisseria meningitidis
Penicilina G ou ampicilina
Cefalosporinas de 3ª geração
Streptococus pneumoniae
Penicilina G ou ampicilina
Cefalosporinas de 3ª geração
Haemophilus influenzae
Ampicilina ou cloranfenicol
Cefalosporinas de 3ª geração
Enterobacteriaceae
Cefalosporinas de 3ª geração
Pseudomonas aeruginosa
Ceftazidime+aminoglicosídeo
Streptococus agalactiae
Penicilina G ou ampicilina
Cefalosporinas de 3ª geração
Listeria monocytogenes
Penicilina G ou ampicilina
Co-trimoxazol
Staphylococus aureus
Oxalicina
Vancomicina, Co-trimoxazol (em caso de resistência à Vancomicina)
Piperacilina, azlocilina+aminoglicosídeo ou aztreonam ou quinolonas Piperacilina, azlocilina+aminoglicosídeo ou aztreonam ou quinolonas
Meningites – Evolução Clínica
4-6h: melhora da confusão mental 6-12h: febre Dias: melhora dos sinais de irritação meníngea
Líquor
Repetir em 72h para controle: n° de células, assim como dos neutrófilos glicose ou ausência de bactérias ao exame direto
Meningites – Evolução Complicações: Abscessos cerebrais Coleções subdurais Ventriculites
Arterite cerebral Trombose venosa cerebral
Suspeita: Ausência de melhora clínica Neuroimagem Piora do nível de consciência Crises convulsivas Sinais neurológicos focais Líquor exibe resolução lenta ou reagudização do processo
Meningites – Evolução Sequelas: Labirintite Surdez neuro-sensorial Epilepsia Paralisia de nervos cranianos Distúrbios psicomotores Hidrocefalia
Complicações Complicações Iniciais: - Choque; - Miocardite; - Encefalopatia; - Insuficiência Renal Complicações Tardias, 2-3 semanas após início da doença: - Coleções Subdurais; - Empiemas Subdurais; - Ventriculites ? Suspeita: - Persistência ou Reaparecimento da Febre; - Líquor com sinais de dissociação proteico-citológica - TC de Crânio alterado
Seqüelas Surdez ou Hipoacusia em 10% dos casos; Amaurose; Labirintite ossificante com perda auditiva; Retardo Neuropsicomotor
Meningites – Profilaxia Quimioprofilaxia Indicada para os contatos íntimos de casos de doença meningocócica e meningite por hemófilo (rifampicina ou ciprofloxacina). Imunizações Anti-Haemophilus influenzae tipo b (Hib) Vacina anti-meningocócica Vacina anti-Streptococcus pneumoniae (7-valente)
Ações de educação em saúde
Profilaxia As medidas visam a eliminação da Neisseria meningitidis da orofaringe do portador Utilizam-se Antimicrobianos apenas para contatos íntimos e prolongados com o caso inicial: - Rifampicina 10mg/Kg em 2 doses, VO, por 2 dias e 600mg para adultos a cada 12h por 2 dias OBS: Nos pacientes tratados com Ceftriaxona não é necessária a profilaxia, pois ela erradica o Meningococo da orofaringe. A grávida e o RN podem ser submetidos à quimioprofilaxia, que deve ser iniciada nas primeiras 24h mas pode ser realizada até 30 dias após contágio Também se utiliza Ciprofloxacina dose única, VO,
Profilaxia Vacina contra o Hib (2-4-6 meses de idade) No caso do pneumococo não há necessidade de profilaxia.
Meningites – Prevenção e Controle Estratégias:
Orientar a população sobre a importância da higiene corporal e ambiental. Evitar aglomerados em ambientes fechados. Informar os mecanismos de transmissão da doença. Capacitar os profissionais de saúde para o diagnóstico e tratamento precoces. Notificar todos os casos suspeitos às autoridades de saúde. Investigar imediatamente todos os casos notificados como meningite. Manter alta cobertura vacinal, observando sua importância nos surtos. Realizar, de forma adequada e em tempo hábil, a quimioprofilaxia dos contatos íntimos, quando indicada. Detectar precocemente e investigar rapidamente os surtos.
CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA
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OBRIGADA !