Universidade Nova de Lisboa INSTITUTO DE HIGIENE E MEDICINA TROPICAL I Mestrado em Saúde e Desenvolvimento Neida Neto Vicente
ATITUDES E PRÁTICAS NA PREVENÇÃO DO CANCRO DO COLO DO ÚTERO NAS MULHERES ANGOLANAS
Lisboa, 2006
Universidade Nova de Lisboa INSTITUTO DE HIGIENE E MEDICINA TROPICAL I Mestrado em Saúde e Desenvolvimento Neida Neto Vicente
A CONSTRUÇÃO DE UM OBJECTO DE RECOLHA DE DADOS
Trabalho realizado no âmbito do I Mestrado
em
Saúde
e
Desenvolvimento do Instituto de Higiene e Medicina tropical, na unidade curricular de “Métodos em Ciências Sociais”, sob a orientação da Professora Doutora Margarida Matos. Lisboa, 2006
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 1. O CANCRO EM ANGOLA 2. OBJECTIVO GERAL 2.1. OBJECTIVOS ESPECÍFICOS 3. REVISÃO DA LITERATURA SOBRE O CANCRO DO COLO DO
3 4 5 5 5
ÚTERO 3.1. EPIDEMIOLOGIA 3.2. ETIOLOGIA E FACTORES DE RISCO 3.3. PREVENÇÃO 3.4. RASTREIO 3.5. DETECÇÃO 3.6. CLASSIFICAÇÃO 3.7. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS 3.8. DIAGNÓSTICO E ESTADIAMENTO 3.9. TRATAMENTO 3.10. PROGNÓSTICO 4. A CONSTRUÇÃO DO INSTRUMENTO DE RECOLHA DE DADOS 4.1. APRESENTAÇÃO DOS TRÊS ESBOÇOS DO QUESTIONÁRIO NOTA FINAL REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
5 6 7 7 8 8 8 9 9 10 12 14 20
INTRODUÇÃO No âmbito da unidade curricular de Métodos em Ciências Sociais do Módulo de “Métodos” do Mestrado em Saúde e Desenvolvimento do Instituto de Higiene e Medicina Tropical, foi-nos proposto pela Prof. Doutora Margarida Matos, a realização
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de um trabalho que espelhasse os passos que conduzem a construção de um instrumento de recolha de dados para avaliação de uma problemática à escolha dos discentes. Tendo em conta que a comunidade mundial reconhece o cancro do colo do útero como uma das patologias neoplásicas responsável pela 3ª causa de morte evitável em mulheres de muitos países, principalmente países em desenvolvimento. Considerou-se pertinente a elaboração de um questionário que permitisse a avaliação dos conhecimentos das mulheres angolanas relativamente a prevenção do cancro do colo do útero. Para a construção deste instrumento de avaliação tornou-se necessário a realização de uma revisão bibliográfica acerca da temática em estudo e do método de recolha de dados adequado a problemática, uma análise prévia da população alvo e a validação do instrumento por um painel de dois especialistas na área em estudo. De forma a facilitar a abordagem desta temática, este trabalho será organizado da seguinte forma: definição do objectivo geral que permitirá conhecer a finalidade do estudo em si, a formulação de objectivos específicos que retratam ao pormenor o que se pretende com a realização deste trabalho; a revisão da literatura sobre o cancro do colo do útero, a apresentação do questionário sobre a avaliação dos conhecimentos, atitudes e práticas acerca do exame preventivo do cancro do colo do útero nas mulheres angolanas. Posto isto, efectuar-se-á uma nota final que servirá de análise retrospectiva do que constituiu o processo de construção de um instrumento de recolha de dados.
1. O CANCRO EM ANGOLA Nos últimos anos o número de casos de cancro têm vindo a aumentar em Angola, assim como mostra a Figura 1. Segundo especialistas do Centro Nacional de Oncologia de Angola, em 2004 foram registados 770 novos casos de cancro, número 4
que subiu para cerca de 2.500 em 2005. De acordo com a mesma fonte 80 a 90% dos doentes recorre ao hospital quando a doença neoplásica já se encontra em estado avançado, o que compromete a eficácia do tratamento. Relativamente ao cancro do colo do útero, a Maternidade Lucrécia Paim em Luanda, disponibilizou consultas gratuitas para o despiste do cancro do colo do útero. A sensibilização da população e a formação dos profissionais de saúde para permitir o diagnóstico precoce do cancro, fazem parte da estratégia de prevenção da doença e promoção da saúde do Ministério da Saúde de Angola e, será abrangente às 18 províncias angolanas. Uma vez que a falta de conhecimento de todo o processo patológico e as limitações que este acarreta no âmbito biopsicossocial e profissional da pessoa condicionam em larga escala a prevenção, considerou-se pertinente a realização de uma abordagem geral ao cancro do colo do útero. Figura 1 – Taxa de Incidência e Mortalidade por cancro em Angola para ambos os sexos
Fonte: International Agency for Research on Câncer
2. OBJECTIVO GERAL: A construção de um instrumento de recolha de dados que permita obter informações gerais acerca do grau de conhecimento que possuem as mulheres angolanas (alfabetizadas) relativamente ao cancro do colo do útero e a respectiva prevenção.
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2.1. OBJECTIVOS ESPECÍFICOS: •
Efectuar uma revisão da literatura sobre o cancro do colo do útero com enfoque na epidemiologia;
•
Construir um instrumento de recolha de dados adaptado às mulheres angolanas sobre a prevenção do cancro do colo do útero, com a colaboração de um painel de especialistas;
•
Após a escolha do instrumento de recolha de dados aplicá-lo a uma pequena amostra populacional e produzir as alterações necessárias tendo em conta os resultados obtidos no estudo piloto;
•
Validar novamente o instrumento de recolha de dados com o painel de especialistas, produzir as alterações necessárias e elaborar um instrumento de recolha de dados definitivo acerca da problemática em estudo.
3. REVISÃO DA LITERATURA SOBRE O CANCRO DO COLO DO ÚTERO Para a construção de um objecto de recolha de dados eficaz, torna-se essencial um conhecimento exacto da temática em estudo. 3.1. EPIDEMIOLOGIA A incidência do cancro do colo do útero tem registado uma sucessiva diminuição ao longo dos anos. Esta neoplasia atinge as mulheres na faixa etária entre os trinta e cinquenta anos. Contudo, tem-se observado um aumento significativo de cancro do colo nas mulheres mais jovens, pertencentes a um estrato socio-económico pobre, tal como evidencia a Figura 2. A história clínica da mulher portadora de cancro invasivo do colo do útero, tem uma componente significativa de dez a vinte anos de alterações celulares pré-invasivas, que variam desde a displasia leve ao carcinoma in situ. O não tratamento destas alterações, conduz uma pequena parte destas senhoras ao desenvolvimento de uma doença neoplásica invasiva (Otto, 2000). Figura 2 – Taxa de Incidência, Mortalidade e Prevalência do cancro do colo do útero nos países pertencentes à Africa Central
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Africa Central – Cancro do colo do útero Incidence Country/Region
Cases
Mortality
Crude ASR(W) Deaths Rate
Prevalence
Crude ASR(W) 1-year 5-year Rate
Middle Africa
8201
16.1
28.0
6687
13.1
23.0
4725
13958
Angola
1158
16.5
28.6
926
13.2
23.2
668
1992
Cameroon
1759
22.6
35.7
1419
18.2
28.9
1014
3007
374
19.0
28.0
306
15.6
23.0
206
594
Central African Republic
681
16.1
28.0
555
13.1
23.0
378
1088
3709
13.5
25.1
3058
11.1
20.9
2170
6411
Congo Brazzaville
303
18.5
30.5
242
14.8
24.6
173
518
Equatorial Guinea
45
18.4
28.0
37
15.1
23.0
24
70
164
25.2
30.6
135
20.7
24.9
92
278
Chad Congo
Gabon
Crude and Age-Standardised (World) rates, per 100,000 Countries for which no data are available are in italics. GLOBOCAN 2002, IARC
3.2. ETIOLOGIA E FACTORES DE RISCO A etiologia do cancro do colo do útero permanece desconhecida. No entanto, vários estudos sugerem uma forte associação entre a história e as práticas sexuais como responsáveis pelo desencadeamento deste processo patológico. Factores como a dieta e o estilo de vida, foram também identificados como importantes para o desenvolvimento da doença. Relativamente as práticas sexuais, acredita-se que o início da prática sexual antes dos 18 anos de idade e os múltiplos parceiros são determinantes. É de salientar também que uma história de infecção por vírus transmitidos sexualmente, como o Herpes simplex-II (HPV-16 e HPV-18) e o vírus do papiloma humano numa primeira gravidez antes dos 18 anos de idade e diversas gravidezes, expõem a mulher a um risco acrescido de cancro cervical intra-epitelial e de cancros invasivos do colo (Pearlman e Tintinalli, 1998). Como cofactores associados a um risco maior temos: baixos níveis de vitaminas A e C e de ácido fólico na dieta, consumo de tabaco e o abuso de álcool. Ultimamente o papel da higiene genital tem sido alvo de investigação por suspeita de constituir um possível cofactor do desenvolvimento do cancro do colo do útero (Otto, 2000). 3.3. PREVENÇÃO
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“Mais vale prevenir do que remediar”, nesta problemática este provérbio encaixa-se na perfeição, porque a prevenção é a estratégia-chave para a erradicação do cancro do colo do útero. Os profissionais de Enfermagem ocupam um lugar de eleição para o desenvolvimento de campanhas de prevenção desta patologia, devido ao carácter de proximidade que estes gozam na sua relação com os utentes. Dentro dos programas de prevenção que podem ser desenvolvidos nesta área é importante incluir estratégias como: o uso de contracepção por métodos de barreira como o diafragma e o preservativo que deverá ser bem utilizado desde o início ao fim do contacto sexual e a limitação quanto possível dos parceiros sexuais. Alterações na dieta podem ser efectuadas com o aumento do consumo de alimentos ricos em vitaminas A e C e ácido fólico. Podemos aproveitar nesta altura para incluir no plano dietético, a prevenção do início ou a moderação do consumo de bebidas alcoólicas e do tabaco. A prevenção do cancro do colo do útero deve incidir preferencialmente sobre os adolescentes. Pontos como as alterações fisiológicas que ocorrem no colo do útero durante a puberdade e a adolescência, a importância do uso de métodos contraceptivos de barreira, a realização da citologia cervicovaginal e exames pélvicos após o início da vida
sexual
devem
ser
impreterivelmente
abordados
(Otto,
2000).
3.4. RASTREIO A citologia cervicovaginal (Papanicolau) é o primeiro teste de rastreio do cancro do colo do útero. O espécimen é obtido através da colheita de uma amostra de células da junção escamosocolunar com um estilete de algodão ou uma espátula de madeira. Actualmente nos EUA, existe a colheita em meio líquido (Phin prep), sendo mais prático e com menos falsos negativos. Como complemento do rastreio, recomenda-se um exame pélvico para avaliar a forma, a consistência do colo do útero e dos tecidos adjacentes. A sociedade Americana do cancro (SAC) nas recomendações que elaborou, prevê para o rastreio do cancro do colo do útero nas mulheres assintomáticas, a realização de uma citologia cervicovaginal anual e o exame pélvico em todas as mulheres que são ou tenham sido sexualmente activas ou com dezoito anos de idade. Após três ou mais citologias cervicovaginais consecutivas consideradas normais,
8
o Papanicolau e o exame pélvico podem realizar-se, com menos frequência, de acordo com a orientação clínica (Otto, 2000). 3.5. DETECÇÃO Para detectar o cancro do colo do útero em mulheres sintomáticas é necessário efectuar uma história clínica detalhada e o exame físico. A realização do exame clínico tem como objectivo a visualização do colo do útero e a posterior obtenção de amostras das células, bem como a orientação de um exame colposcópico, palpando o colo do útero e os tecidos circundantes. A maioria dos carcinomas cervicais invasivos pode ser visualizados durante a inspecção (Otto, 2000). 3.6. CLASSIFICAÇÃO Os carcinomas cervicais são classificados histologicamente pelo tecido que os originou. Sabe-se que, mais de 90% dos cancros do colo do útero são carcinomas de células escamosas. Estes por sua vez, têm sido divididos em queratinizantes e não queratinizantes e, também como de pequenas células, com base em critérios histológicos (Otto, 2000). 3.7. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS A sintomatologia comum da mulher com cancro do colo é hemorragia vaginal anormal, que pode apresentar-se como diminuição do intervalo entre os períodos menstruais, um aumento na duração ou na quantidade do fluxo menstrual. A mulher pode ainda apresentar episódios de hemorragia por contacto após as relações sexuais ou após os cuidados de higiene. O corrimento vaginal pode ocorrer em alguns casos, sendo de consistência espessa, aguado, serohemático e com odor. Num estado mais avançado da doença são comuns os distúrbios urinários, dor ou pressão do recto com obstipação intestinal, envolvimento dos nódulos linfáticos regionais que pode resultar em edema dos membros inferiores e ainda lombalgias baixas e dor nas virilhas (Ottto, 2000). 3.8. DIAGNÓSTICO E ESTADIAMENTO Os diagnósticos e os estádios constituem a base do planeamento no tratamento dos carcinomas do colo do útero. É necessário realizar a biópsia do tecido para o
9
diagnóstico do cancro do colo do útero. O exocervix e o canal endocervical são facilmente acessíveis à punção da biopsia e à respectiva curetagem. O estadiamento do cancro do colo do útero é realizado clinicamente. Os dados recolhidos a partir do exame clínico (inspecção, palpação e colposcopia), exames radiográficos (tórax, rins, cólon sigmoide, recto e esqueleto), a avaliação da biópsia e os materiais da curetagem são utilizados para a determinação da extensão da doença e, contribuem para o planeamento do tratamento (Otto, 2000). 3.9. TRATAMENTO O tratamento do cancro do colo do útero pré-invasivo é baseado na sua extensão. Mulheres com doenças invasivas, podem ser tratadas de um modo conservador com criocirurgia, electrocauterização ou por laser. Cada uma destas técnicas permite destruir superficialmente as células anormais com energia fria, quente ou luminosa (Otto, 2000). Alguns clínicos recomendam a histerectomia após o parto como tratamento definitivo para o caso da mulher não pretender manter a sua fertilidade. O carcinoma cervical localizado pode ser tratado apenas com cirurgia ou terapêutica por radiação ou a combinação de ambas. A escolha do tratamento baseia-se na extensão da doença, no estado geral de saúde da doente, no desejo de manter a fertilidade da mulher e na indicação ou intenção de um seguimento por consulta. Em condições ideais a decisão do tratamento deve ser tomada em simultâneo pela mulher, o oncologista ginecológico e pelo radioterapeuta, após a revisão dos riscos e benefícios das alternativas ao tratamento. A incidência de cancro cervical persistente ou recorrente aproximadamente de 35%. Mulheres em estado avançado da doença no diagnóstico, pertencem ao grupo de maior risco. Para a doença localmente recorrente, as opções de tratamento incluem exentração pélvica, terapêutica por radiação a áreas previamente não irradiadas e terapêutica antineoplásica (Pearlman e Tintinalli, 1998) . 3.10. PROGNÓSTICO No cancro do colo do útero o prognóstico é determinado pelo estádio da doença. A taxa de sobrevida de cinco anos para as mulheres diagnosticadas com carcinoma in situ atinge os 100%; com doença local, 91%; por doença regional, 50% e por metástases à distância, 9%. Constata-se que as tendências da sobrevida aumentaram desde a década 10
de 40 (Pearlman e Tintinalli, 1998). Como podemos observar na Tabela nº1, o cancro do colo do útero representa a doença neoplásica com a segunda maior taxa de incidência bruta, mortalidade e prevalência após cinco anos na mulher angolana. Tabela 1 – Incidência, Mortalidade e Prevalência das doenças neoplásicas na mulher angolana Angola - Mulheres Incidence CANCER SITE Oral cavity Nasopharynx Other pharynx Oesophagus
Cases
Mortality
Crude ASR(W) Deaths Rate
Prevalence
Crude ASR(W) Rate
1year
5year
ICD-10
163
2.3
4.7
97
1.4
2.8
120
413
C00-C08
42
0.6
0.9
33
0.5
0.7
30
107
C11
62
C09182 C10,C12-C14
92
1.3
2.6
72
1.0
2.0
26
0.4
0.8
26
0.4
0.8
13
25
C15
Stomach
344
4.9
9.7
323
4.6
9.1
171
385
C16
Colon and rectum
113
1.6
3.0
106
1.5
2.8
83
196
C18-C21
Liver
135
1.9
3.7
134
1.9
3.6
47
88
C22
Pancreas
8
0.1
0.2
8
0.1
0.2
2
5
C25
Larynx
34
0.5
1.0
29
0.4
0.8
22
74
C32
Lung
59
0.8
1.3
58
0.8
1.3
14
33
C33-C34
Melanoma of skin
117
1.7
3.0
72
1.0
1.8
92
334
C43
Kaposi sarcoma
228
3.2
4.1
208
3.0
3.8
80
159
C46
Breast
905
12.9
23.1
654
9.3
17.1
570 1902
C50
Cervix uteri
1158
16.5
28.6
926
13.2
23.2
668 1992
C53
Corpus uteri
173
2.5
4.4
61
0.9
1.7
152
648
C54
Ovary etc.
207
2.9
4.5
145
2.1
3.1
127
440 C56,C57.0-4
Kidney etc.
44
0.6
0.6
27
0.4
0.3
17
75 C64-C66,C68
Bladder
56
0.8
1.3
48
0.7
1.1
23
62
C67
Brain, nervous system
13
0.2
0.1
10
0.1
0.1
1
4
C70-C72
Thyroid
111
1.6
2.8
66
0.9
1.6
84
273
C73
Non-Hodgkin lymphoma
203
2.9
4.0
157
2.2
3.1
115
6
0.1
0.1
3
0.0
0.0
3
11
C81
Multiple myeloma
19
0.3
0.5
16
0.2
0.5
10
28
C90
Leukaemia
41
0.6
0.8
35
0.5
0.7
18
55
C91-C95
4935
70.1
117.9
3639
51.7
Hodgkin lymphoma
All sites but nonmelanoma skin
391 C82-C85,C96
88.6 2767 8833 C00-C96/C44
Crude and Age-Standardised (World) rates, per 100,000 - GLOBOCAN 2002, IARC
11
4. A CONSTRUÇÃO DO INSTRUMENTO DE RECOLHA DE DADOS Na escolha do instrumento de colheita de dados devemos considerar os seguintes factores: os objectivos do estudo, o nível dos conhecimentos que o investigador possui sobre as variáveis, a possibilidade de obter medidas apropriadas às medições conceptuais, a fiabilidade e a validade dos instrumentos de medida e a eventual concepção pelo investigador dos seus próprios instrumentos de medida. Estes instrumentos de colheita de dados podem ser variados, entre estes podemos encontrar a observação, entrevista, questionário, escala de medida, avaliação física e psicológica, etc, (Fortin 1996). Para a realização deste estudo, o questionário foi considerado por um painel de especialistas como o meio mais eficaz de recolha de dados, na medida em que, tendo em 12
conta a população alvo, o tema em estudo, o período em que deveria decorrer a investigação e o número de vantagens que oferece o questionário, superou de forma significativa as desvantagens oferecidas pelo método. De acordo com Marconi e Lakatos (1996), o questionário apresenta as seguintes vantagens e desvantagens: Vantagens: 1. Economiza tempo, viagens e obtém grande número de dados. 2. Atinge maior número de pessoas simultaneamente. 3. Abrange uma área geográfica mais ampla. 4. Economiza pessoal, tanto em treino quanto em trabalho de campo. 5. Obtém respostas mais rápidas e mais precisas. 6. Há maior liberdade nas respostas, em razão do anonimato. 7. Há mais segurança, pelo facto de as respostas não serem identificadas. 8. Há menos risco de distorção, pela não influência do pesquisador. 9. Há mais tempo para responder e em hora mais favorável. 10. Há mais uniformidade na avaliação, em virtude da natureza impessoal do instrumento. Desvantagens: 1. A percentagem pequena de questionários que são devolvidos. 2. O grande número de perguntas sem resposta. 3. Não pode ser aplicado a pessoas analfabetas. 4. Impossibilidade de ajudar o informante em questões mal compreendidas. 5. A dificuldade de compreensão, por parte dos informantes, leva a uma uniformidade aparente. 6. Na leitura de todas as perguntas, antes de respondê-las, pode uma questão influenciar outra. 7. A devolução tardia prejudica o calendário ou a sua utilização. 8. O desconhecimento das circunstâncias em que foram preenchidos torna difícil o controlo e a posterior verificação. 9. Nem sempre é o escolhido quem responde ao questionário, invalidando, portanto as questões. 10. Exige um universo mais homogéneo.
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A elaboração do questionário foi baseada no modelo de pergunta multicotômica, ou seja, aquele que engloba a formulação de perguntas de escolha múltipla com várias oportunidades de resposta para o respondente. A técnica da escolha múltipla é facilmente tabulável e proporciona uma exploração em profundidade quase tão boa quanto as perguntas abertas, (Marconi e Lakatos, 1996). Como prevenção das não respostas, o sistema de perguntas adoptado foi simples, tanto em matéria de objectividade como de clareza, utilizando uma linguagem acessível que pudesse ser entendida com facilidade. O período de tempo que decorreu da escolha do tema a elaboração da primeira versão do questionário foi relativamente curto, uma vez que o cancro do colo do útero, constitui um problema de saúde prioritário, pela elevada incidência, mortalidade e prevalência já constatadas neste documento. 4.1. APRESENTAÇÃO DAS TRÊS VERSÕES DO QUESTIONÁRIO O processo de apreciação e validação do questionário pelos dois profissionais de saúde com experiência em Ginecologia oncológica do Instituto Português de Oncologia foi fundamental ao longo de todo o processo. Nas três versões do questionário apresentadas a seguir, é possível constatar as alterações sofridas em cada fase do processo, isto é, na apresentação do questionário, aprimoramento das questões formuladas, acréscimo de mais uma possibilidade de resposta na questão nº 8, introdução da situação conjugal e a simplificação da linguagem utilizada ao longo da 2ª e 3ª versão. O cuidado para evitar a indução da resposta por parte do respondente foi também um factor considerado nas três versões. PRIMEIRA VERSÃO
Questionário Neida Neto Vicente, mestranda em Saúde e desenvolvimento do Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa, vem por este meio solicitar a sua colaboração no preenchimento deste questionário que servirá como instrumento de recolha de dados na elaboração do trabalho do módulo de “Métodos”, subordinado ao tema “Atitudes e práticas acerca do exame preventivo do cancro do colo do útero nas
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mulheres angolanas”. Com este instrumento pretende-se avaliar os conhecimentos acerca da prevenção do cancro do colo do útero nas mulheres angolanas. Solicito que colabore na realização deste estudo de investigação. Garanto a confidencialidade dos dados fornecidos. Este questionário destina-se a ser preenchido unicamente por mulheres angolanas.
Escolaridade_________________ idade______
1. Já ouviu falar em cancro do colo do útero? ( ) Sim. ( ) Não. 2. Os factores de risco para esta doença são: ( ) Múltiplos parceiros sexuais ( ) Ser negra ( ) Falta de exercício físico ( ) Ausência de actividade sexual 3. A partir de que altura deverá iniciar o rastreio do cancro do colo do útero ( ) Antes de iniciar a vida sexual ( ) Após o início da vida sexual ( ) Depois dos 18 anos ( ) Na menopausa 4. Alguma vez realizou o exame preventivo do cancro do colo útero? ( ) Não ( ) Sim 5. Em que país teve a oportunidade de realizar o exame de rastreio do cancro do colo do útero. ( ) No meu país de origem ( ) Fora do meu país de origem
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6. O exame de rastreio do cancro do colo do útero é também conhecido como: ( ) Prova de Mantoux ( ) Cistoscopia ( ) Papanicolau 7. O exame de rastreio do cancro do colo do útero deverá ser realizado: ( ) De 3 em 3 anos ( ) De ano a ano ( ) De 5 à 10 anos ( ) Não necessita de repetição 8. Na sua opinião, é fácil obter informações acerca desta doença? ( ) Sim ( ) Não 9. O cancro do útero quando detectado tardiamente: ( ) É inofensivo ( ) Pode provocar a morte ( ) Pode causar desconforto passageiro 10. Sempre que se apercebe de uma infecção vaginal o que faz: ( ) Procuro resposta na medicina natural ( ) Aguardo que a infecção se resolva espontaneamente ( ) Recorro a um profissional de saúde SEGUNDA VERSÃO
Questionário Neida Neto Vicente, mestranda em Saúde e desenvolvimento do Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa, vem por este meio solicitar a sua colaboração no preenchimento deste questionário que servirá como instrumento de recolha de dados na elaboração do trabalho da unidade curricular de Métodos em Ciências Sociais, subordinado ao tema “Atitudes e práticas acerca do exame preventivo
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do cancro do colo do útero nas mulheres angolanas”. Com este instrumento pretende-se avaliar o grau de conhecimentos acerca da prevenção do cancro do colo do útero nas mulheres angolanas. Este questionário é anónimo. Por favor marque com X a(s) resposta(s) que considerar correcta(s)
Escolaridade:
Idade:
Situação conjugal:
1) Já ouviu falar em cancro do colo do útero? 1. Sim
()
2. Não
()
2) Os factores de risco para esta doença são: 1. Múltiplos parceiros sexuais
()
2. Ser negra
()
3. Falta de exercício físico
()
4. Ausência de actividade sexual
()
3) A partir de que altura deverá iniciar o rastreio do cancro do colo do útero 1. Antes de iniciar a vida sexual
()
2. Após o início da vida sexual
()
3. Depois dos 18 anos
()
4. Na menopausa
()
4) Alguma vez realizou o exame preventivo do cancro do colo útero? 1. Não
()
2. Sim
()
5) Em que país teve a oportunidade de realizar o exame de rastreio do cancro do colo do útero: 1. No meu país de origem 2. Fora do meu país de origem
() ()
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6) O exame de rastreio do cancro do colo do útero é também conhecido como: 1. Prova de Mantoux
()
2. Cistoscopia
()
3. Papa Nicolau
()
7) O exame de rastreio do cancro do colo do útero deverá ser realizado: 1. De 3 em 3 anos
()
2. De ano a ano
()
3. De 5 à 10 anos
()
4. Não necessita de repetição
()
8) Na sua opinião, é fácil obter informações acerca desta doença? 1. Sim
()
2. Não
()
3. Nunca procurei
()
9) O cancro do útero quando detectado tardiamente: 1. É inofensivo
()
2. Pode provocar a morte
()
3. Pode causar desconforto passageiro
()
10) Sempre que se apercebe de uma infecção vaginal o que faz: 1. Procuro resposta na medicina natural
()
2. Aguardo que a infecção se resolva espontaneamente 3. Recorro a um profissional de saúde
()
()
TERCEIRA VERSÃO – O QUESTIONÁRIO FINAL Questionário Neida Neto Vicente, mestranda em Saúde e Desenvolvimento do Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa, vem por este meio solicitar a sua colaboração no preenchimento deste questionário que servirá como instrumento de recolha de dados na elaboração do trabalho da unidade curricular de
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Métodos em Ciências Sociais, subordinado ao tema “Atitudes e práticas acerca do exame preventivo do cancro do colo do útero nas mulheres angolanas”. Com questionário pretende-se avaliar o grau de conhecimentos acerca da prevenção do cancro do colo do útero nas mulheres angolanas. Este questionário é Anónimo. Por favor marque com X a(s) resposta(s) que considerar correcta(s) Escolaridade_________________ idade______ Situação conjugal_____________
1) Já ouviu falar em cancro do colo do útero? 1. Sim
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2. Não
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2) Os factores de risco para esta doença são: 1. Vários parceiros sexuais 2. Ser negra
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3. Falta de exercício físico
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4. Ausência de actividade sexual
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3) A partir de que altura deverá iniciar a prevenção do cancro do colo do útero 1. Antes de iniciar a vida sexual
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2. Após o início da vida sexual
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3. Depois dos 18 anos de idade
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4. Na menopausa
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4) Alguma vez realizou o exame de rastreio do cancro do colo útero? 1. Não
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2. Sim
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5) Em que país realizou o exame de rastreio do cancro do colo do útero? 1. Em Angola
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2. Em outro país
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6) O exame de rastreio do cancro do colo do útero é também conhecido como: 1. Prova de Mantoux
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2. Cistoscopia
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3. Papanicolau
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7) O exame preventivo do cancro do colo do útero deverá ser realizado: 1. De 3 em 3 anos
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2. De ano a ano
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3. Não necessita de repetição
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8) Na sua opinião, é fácil obter informações acerca desta doença em Angola? 1. Sim
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2. Não
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3. Nunca procurei
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9) O cancro do útero quando detectado tarde: 1. Não prejudica a saúde
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2. Pode provocar a morte
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3. Pode causar desconforto passageiro
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10) Sempre que nota que tem uma infecção vaginal o que faz: 1. Procuro tratar-me com produtos naturais
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2. Espero que a infecção se resolva espontaneamente ( ) 3. Dirijo-me a um profissional de saúde
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Obrigado pela colaboração! NOTA FINAL Ao longo da elaboração deste trabalho constatou-se a necessidade urgente de transferir a prevenção do cancro do colo do útero do conhecimento técnico para o saber popular no quotidiano das mulheres angolanas e não só. Verificou-se que apesar das mulheres angolanas que integraram o estudo piloto apresentarem mais de 50% das respostas correctas, destacou-se como preocupante o facto das mesmas terem na sua maioria, realizado o exame preventivo do cancro do colo do útero fora de Angola. 20
A experiência conferida por este trabalho mostrou com grande evidência que a construção de um instrumento de recolha de dados como o questionário, oferece grande complexidade, apesar da aparente simplicidade do documento. Embora o questionário reúna imensas vantagens, é de salientar que quando pretendemos recolher dados de uma população com um elevado índice de analfabetismo, somos forçados a limitar consideravelmente a nossa amostra. No caso concreto de Angola a sugestão do painel de especialistas foi a aplicação inicial do questionário (1ª versão) a cinco mulheres não universitárias e cinco mulheres universitárias angolanas, todas residentes em Angola, para a realização do estudo piloto. Posteriormente efectuaram-se novas alterações no questionário (2ª versão) e com a colaboração dos especialistas elaborou-se então a versão final do mesmo. Da análise efectuada, verificou-se uma ligeira diferença no número de respostas correctas do primeiro grupo para o segundo, ou seja, registaram-se basicamente 3/10 respostas incorrectas do grupo pertencente as não universitárias, para 1 /10 respostas incorrectas do grupo pertencente as não universitárias. A necessidade de simplificação da linguagem utilizada no questionário é um facto, nas três versões apresentadas do instrumento de recolha de dados, ao longo da sua construção. Sendo também, uma sugestão por parte dos especialistas e de duas respondentes pertencentes a categoria das mulheres universitárias. Os objectivos propostos no início deste trabalho foram atingidos de forma bastante satisfatórias, embora se tenham registado algumas dificuldades relacionadas com a aquisição de bibliografia sobre a temática, a selecção das questões formuladas, a aplicação, a recepção dos questionários na fase de teste (estudo piloto) e na impossibilidade do cumprimento do limite de páginas preestabelecidas pela docente para a elaboração do trabalho. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS •
FORTIN; Marie- Fabienne- O processo da investigação: da concepção à realização. Loures: Lusociência, 1996. ISBN 972-8383-10-x
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INTERNATIONAL AGENCY FOR RESEARCH
ON
CÂNCER
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http://www-dep.iarc.fr/ - Página consultada no dia 27/11/2006;
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MARCONI, Maria de Andrade e LAKATOS, Eva Maria – “Técnicas de pesquisa: planejamento e execução de pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisas, elaboração e interpretação de dados”; 3ª Edição; São Paulo: Editora Atlas, 1996. ISBN: 85-224-14-19X;
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OTTO; Shirley E – “Enfermagem Oncológica”; 3ª Edição; Loures: Lusociência, 2000. ISBN: 972-8383-12-6;
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PEARLMAN, Mark D. e TINTINALLI; Judith E – “Emergências médicas na mulher”; Rio de Janeiro: McGraw Hill, 1998. ISBN: 0-07-049127-5 ;
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PEREIRA, Alexandre; POUPA, Carlos – “Como escrever uma tese, monografia ou livro científico”; 3ª Edição; Lisboa: Edições Silabo; 2004. ISBN: 972-618-350-2;
•
SANTOS; Renato. Página oficial do “Centro Avançado de Prevenção de Câncer:
Prevenção,
diagnóstico
e
tratamento
de
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–
http://www.prevencaodecancer.com.br/ – Página consultada no dia 9/10/2006; •
SAÚDE NA INTERNET – http://www.mni.pt/destaques/?cod=7887 – Página consultada no dia 20/11/2006.
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