DIFERENÇAS ENTRE KARMA E DHARMA O ocidental costuma confundir karma com dharma, no entanto, trata-se de duas categorias de leis completamente diferentes. A própria palavra dharma significa, literalmente, lei. Refere-se a qualquer lei humana: lei jurídica, regulamento de um clube ou condomínio, norma religiosa, etc. Inclusive, o termo dharma também pode ser usado, por extensão, com o significado de religião. Assim, dharma é uma lei humana e karma, uma lei universal. Dharma está sujeito ao tempo e ao espaço, enquanto que karma está além do tempo e do espaço. O karma e o dharma eventualmente podem se contradizer. Numa tribo antropófaga, o dharma é matar e canibalizar os inimigos. Na profissão de policial, o dharma pode ser atirar para matar. Em caso de guerra, o dharma é trucidar o maior número possível de soldados adversários. Porém, o karma, em todos esses casos permanece imutável e universal: determina não matar. E não apenas não matar gente. O próprio dharma shástra de Moisés, declara solenemente em Êxodus, capítulo XX: “Não matarás.” Em parte alguma está escrito “não matarás homens”. Está escrito não matarás. Portanto, ao matar animais para comer, você está contra o karma, que é universal, e contra o dharma, que é a lei religiosa do Cristianismo e do Judaísmo. Comparando a lei do karma com a lei da gravidade, vamos concluir que as duas têm muito em comum. Por exemplo, se você cospe para cima, recebe a cusparada na cara. Não foi castigo. Nenhuma divindade interrompeu seus afazeres macrocósmicos para punir o hominídeo que teria feito algo “errado”. Se você ignora a lei da gravidade e segue caminhando numa trilha em que haja um grande fosso, cairá nele. Machucar-se-á. Sendo ignorante da lei da gravidade, vai ficar se lamentando pelos ferimentos e irá atribuí-los à vontade dos deuses ou dos demônios. Precisará cair outras e outras vezes, até aprender que não está se contundindo pelo desígnio de deuses ou maus espíritos, e sim porque há uma lei natural, a lei da gravidade, que o faz cair no fosso. Aprendida a lição, ao se deparar com o buraco à sua frente, você não continuará caminhando desavisadamente em direção a ele. Vai contorná-lo, saltá-lo, colocar uma ponte ou descer o fosso por um lado e subir pelo outro. Enfim, tomará alguma medida, mas não cairá mais por ignorância da lei. Com o karma, é exatamente da mesma forma. Outra comparação do karma com a gravidade: você monta numa bicicleta e sai andando nela. Gerou o karma potencial de uma queda de bicicleta. No momento em que você pára e desce do veículo, terminou o seu karma
potencial de uma queda de bicicleta. Teve início um outro karma potencial, o de escorregar e cair, o que já é bem mais suave. Tudo o que fazemos, falamos, sentimos ou pensamos gera karma. A questão é saber como ir substituindo um karma que produza resultados inconvenientes por outro que cause conseqüências desejáveis. Extraído do livro Karma e Dharma autor: DeRose www.uni-yoga.org www.casadoyoga.com.br