Cultura Francesa A Fran�a � um dos pa�ses mais desenvolvidos da Europa ocidental, mas a distribui��o da riqueza n�o se d� de forma equitativa. Na segunda metade do s�culo XX persistia uma acentuada diferen�a entre os grupos sociais: os agricultores, por exemplo, recebiam remunera��o muito inferior � dos oper�rios de ind�strias. Al�m disso, o desequil�brio econ�mico entre as regi�es era not�vel. Os sindicatos se organizam principalmente de acordo com as tend�ncias pol�ticas e a localiza��o geogr�fica. Os mais importantes s�o a Confedera��o Geral do Trabalho (CGT), de orienta��o comunista, a Confedera��o Francesa Democr�tica do Trabalho, de tend�ncia cat�lica; e a For�a Oper�ria, de ideologia socialista. A previd�ncia social, implantada na d�cada de 1930, s� se tornou eficiente depois da segunda guerra mundial. Cerca de oitenta por cento dos franceses se beneficiam do seguro social, que cobre aposentadoria, gastos com m�dicos e rem�dios, al�m de abono para fam�lias numerosas. Um dos problemas sociais mais s�rios da Fran�a � a escassez de moradias, agravada pelo estado de conserva��o das que existem: um ter�o das resid�ncias francesas tem mais de cem anos. Para solucionar o problema, o estado d� cr�ditos e incentivos para a constru��o de casas. O sistema educativo franc�s caracteriza-se pela centraliza��o, embora os acontecimentos de maio de 1968 tenham garantido maior autonomia aos centros universit�ri a educa��o b�sica � obrigat�ria e gratuita nos centros de ensino p�blico e divide-se em prim�ria e secund�ria, cursada por crian�as na faixa dos 6 aos 11 anos e dos 11 aos 15 anos, respectivamente. A vida cultural francesa � das mais intensas e influentes do mundo. Em todas as manifesta��es culturais e art�sticas a Fran�a prestou contribui��es fundamentais. A partir do s�culo XI, a arquitetura francesa passou a desenvolver um estilo pr�prio, o rom�nico, divulgado pelos monges da abadia de Cluny. Entre os s�culos XII e XIV manifestou-se o estilo g�tico, presente nas catedrais de Chartres, Reims e Notre-Dame em Paris, que alcan�ou a express�o m�xima de seu brilho na Sainte-Chapelle de Paris. Na arte visual, destacam-se os ret�bulos, iluminuras e a tape�aria. A arquitetura do Renascimento seguiu o modelo italiano, embora com caracter�sticas pr�prias. Na pintura do per�odo, os retratos foram � modalidade preferida. No final do Renascimento verificou-se uma retomada das tend�ncias vindas da It�lia, que se manifestaram, no plano pict�rico, na prefer�ncia por cenas mitol�gicas, buc�licas e de paisagens com perspectivas cl�ssicas. Durante o reinado de Lu�s XIV, constru�ram-se muitos pal�cios particulares de estilo barroco e realizaram-se importantes projetos urban�sticos (um exemplo � a pra�a da Vit�ria) e de jardinagem (jardins de Versalhes e Tulherias, em Paris). Seguiu-se o estilo rococ�, no qual se destacaram os pintores Antoine Watteau e Fran�ois Boucher, e o escultor Jean-Baptiste Pigalle. Os m�veis e a tape�aria foram o ponto alto do estilo rococ�. Nos �ltimos trinta anos do s�culo XVIII ocorreu um retorno � antiguidade com o neoclassicismo, cujo principal expoente foi
Jacques-Louis David, pintor da burguesia revolucion�ria e, em seguida, pintor oficial de Napole�o. Na arquitetura recuperou-se a beleza e a eleg�ncia das constru��es romanas em obras como o Panth�on, a igreja da Madalena e o arco do Carrossel, em Paris. Com a chegada do s�culo XIX e o fim do antigo regime, a pintura passou a predominar entre as artes e Paris transformou-se no centro mundial da cultura. Sucederam-se as tend�ncias art�sticas: romantismo, com Eug�ne Delacroix; paisagismo, representado p�odore Rousseau e Jean-Baptiste-Camille Corot; realismo, cujo expoente m�ximo foi Gustave Courbet; e impressionismo, com Pierre-Auguste Renoir, �douard Manet, Claude Monet, Camille Pissarro, Alfred Sisley e outros grandes inovadores como Edgar Degas, Paul C�zanne, Paul Gauguin e Henri de Toulouse-Lautrec. A preocupa��o com a pesquisa permanente levou ao nascimento de novas tend�ncias pict�ricas: o fauvismo, com Henri Matisse e Maurice de Vlaminck, o cubismo, com Georges Braque, e o expressionismo, com Georges Rouault e �douard Goerg. Surgiram posteriormente e a pintura ing�nua e o surrealismo, que levaram a pesquisa pict�rica a outros caminhos. No campo da escultura destaca-se principalmente a figura de Auguste Rodin, que abandonou a tend�ncia realista de Fran�ois Rude e Jules Dalou e espiritualizou a escultura. No s�culo XIX a arquitetura seguiu tend�ncias diferentes, como a cl�ssica, a neog�tica e a ecl�tica. A utiliza��o do ferro conduziu ao funcionalismo, que teve em Alexandre-Gustave Eiffel seu representante m�ximo. No s�culo XX a arquitetura foi influenciada pelo aparecimento de novos materiais - concreto armado, a�o, pl�stico - e destacou-se o nome de �douard Jeanneret, chamado Le Corbusier, que revolucionou a arquitetura mundial com suas id�ias sobre espa�o. Na m�sica, entre as principais contribui��es francesas est�o �s can��es de trovadores da Idade M�dia, as inova��es na polifonia com Jean-Philippe Rameau, a m�sica impressionista de Claude Debussy e Maurice Ravel e a m�sica concreta do s�culo XX. O cinema nasceu na Fran�a, com os irm�os Louis e Auguste Lumi�re, inventores do cinemat�grafo e os primeiros a realizar um filme. Posteriormente surgiu a figura de Georges M�li�s, que foi o primeiro a compreender as possibilidades do cinema no mundo de espet�culo. Na d�cada de 1920 surgiram dois nomes muito importantes para o cinema franc�s: Jean Renoir e Ren� Clair. A partir de 1960, um grupo de diretores novos passou a exercer influ�ncia no panorama mundial, num movimento que se tornou conhecido como nouvelle vague. Entre eles assinalam-se Alain Resnais, Jean-Luc Godard e Fran�ois Truffaut.