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Religião A palavra portuguesa “religião” deriva da palavra latina “religio”, mas desconhece-se ao certo que relações estabelece “religio” com outros vocábulos. É um termo que pode ter pelo menos 3 interpretações diferentes: • "relegio" = "re-ler", um significado atribuído por Cícero, 45 a.C., para descrever a repetição da leitura de escrituras religiosas. • "religio" = "re-ligar", que segundo Lactâncio, século III e IV, poderia significar a tentativa humana de "religarse": a suas origens, a seu(s) criador(es), a seu passado, à divindade. • "religio" = "re-atar", (no sentido de "prender", não de "conectar"), significando uma restrição de possibilidades. Independente da origem, o termo é adotado para designar qualquer conjunto de crenças e valores que compõem a fé de determinada pessoa ou conjunto de pessoas. Cada religião inspira certas normas e motiva certas práticas. Conceito de Religião Dentro do que se define como religião pode-se encontrar muitas crenças e filosofias diferentes. As diversas religiões do mundo são de fato muito diferentes entre si. Porém ainda assim é possível estabelecer uma característica em comum entre todas elas. É fato que toda religião possui um sistema de crenças no sobrenatural, geralmente envolvendo divindades ou deuses. As religiões costumam também possuir relatos sobre a origem do Universo, da Terra e do Homem, e o que acontece após a morte. A maior parte crê na vida após a morte. A religião não é apenas um fenômeno individual, mas também um fenômeno social. A igreja, o povo escolhido (o povo judeu), o partido comunista, são exemplos de doutrinas que exigem não só uma fé individual, mas também adesão a um certo grupo social. A idéia de religião com muita freqüência contempla a existência de seres superiores que teriam influência ou poder de determinação no destino humano. Esses seres são principalmente deuses, que ficam no topo de um sistema que pode incluir várias categorias: anjos, demônios, semi-deuses, etc. Outras definições mais amplas de religião dispensam a idéia de divindades e focalizam os papéis de desenvolvimento de valores morais, códigos de conduta e senso cooperativo em uma comunidade. Algumas Definições: Ateísmo é a negação da existência de qualquer tipo de deus e da veracidade de qualquer religião teísta. Agnosticismo é a dúvida sobre a existência de deus e sobre a veracidade de qualquer religião teísta, por falta de provas favoráveis ou contrárias. Deísmo é a crença num deus que só pode ser conhecido através da razão, e não da fé e revelação. As religiões que afirmam a existência de deuses podem ser classificadas em dois tipos: Monoteísmo: admitem somente a existência de um único deus, um ser supremo. Atualmente, as religiões monoteístas são dominantes no mundo: judaísmo, cristianismo e Islam juntos agregam mais da metade dos seres humanos e quase a totalidade do mundo ocidental. Politeísmo: admitem a existência de mais de um deus. A religião politeísta mais importante em número de fiéis hoje é o hinduísmo. A Religião pode ser definida como um conjunto de crenças relacionadas com aquilo que a humanidade considera sobrenatural, divino e sagrado, bem como o conjunto de rituais e códigos morais que derivam dessas crenças.
Origem do termo Teologia Teologia Sistemática – 01______________________________________________________________________________________________Pg1
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A palavra teologia deriva-se de duas palavras gregas já conhecidas: Theos - Que significa Deus e Logia – que significa estudo, tratado, dissertação, lógica da palavra de Deus. I - A relação da palavra com outros termos correlatos. A palavra teologia não aparece na Bíblia, não é um termo que podemos dizer testamentário, mas oriundo da filosofia grega. Era utilizada em relação ao exercício daqueles que estudavam os textos da metafísica. No entanto, podemos encontrar nas páginas da Bíblia alguns textos correlatos, que possui a mesma função de teologia no uso grego. Dogma Palavra grega que significa ensinar, determinar e opinar. No uso bíblico é empregada com as seguintes conotações: 1. Decretos Governamentais. No Velho Testamento, versão da septuaginta1, aparece nos seguintes textos: Ester 3: 9; Daniel 2: 13 e 6: 8. E no Novo Testamento aparece em Lucas 2: 1 e Atos 17: 7. 2. Ordenanças. No Novo Testamento refere-se às ordenanças da Lei. Efésios 2:15; Colossenses 2:14. 3. Decisões conciliares - Como a que aparece em Atos 16: 4, fruto da reunião do primeiro concílio da igreja cristã. Existe ainda uma variação dessa palavra e que surge uma única vez no Novo Testamento que é dogmatismo. A idéia é de submeter-se às regras e regulamentos (Cl. 2:20). Didaquê Palavra grega que significa instrução, ensino. E que aparece sendo utilizada em três sentidos: 1. No sentido ativo. Como ato de ensinar (Mc 4: 2; I Co 14: 6; II Tm 4:2). 2. No sentido passivo. O conteúdo do que é ensinado, o ensino propriamente dito, a instrução. Neste caso a doutrina (Mt 16:12; Mc 1:27; Jo 7:16-17; Rm. 16:17; Ap. 2:14-13 e 24). 3. Nos dois sentidos: ativo e passivo ocorrendo juntos. Podemos encontrar em Mateus 7:28 e 29; Marcos 11:18; Colossenses 4:32. Didaskalia Palavra grega que significa o ato de ensinar, o exercício de instruir (Rm. 12:7; 15:4; II Tm 3:16). Mas também ocorre com o sentido passivo: Aquilo que é ensinado, a instrução, a doutrina. Encontramos essa forma em Marcos 7: 7; Colossenses 2: 22; I Timóteo 1: 10 e 4: 6; II Timóteo 3:10 e Tito 1:9. As palavras correlatas ao termo teologia como são utilizadas na Bíblia nos levam para duas direções do que é teologia: O ato de ensinar e o conteúdo do que se ensina. O próprio Jesus aparece no cenário do novo testamento como pregador e mestre (Mt 11:1). Ele ordenou também aos seus discípulos que pregassem (Mc 16:15) e ensinassem (Mt 28:18). Os discípulos se tornaram pregadores e doutrinadores da palavra do Senhor (Atos 4:2; 5: 42; 15: 35; 28:19 e 20). Depois do esforço missionário veio a obra da doutrinação, e essa é a preocupação da teologia e o exercício de fazer teologia no Novo Testamento. Neste sentido, teologia não se trata de ato criativo independente, de se dizer o que quer, mas é, e, antes de tudo, louvor responsivo ao criador na contemplação de sua obra. Então, teologia existe à serviço da “Palavra”, é o esforço e trabalho de fazer mestres na Palavra para que eles a ensinem. Desta forma, vamos entender teologia não mais como Theos + Logia: O estudo de Deus, mas como Theos + Logos: Palavra de Deus. Ela só é teologia cristã de fato quando é exposição da Palavra, do Logos divino. Deus não se revela mudo, o seu agir não é um agir silencioso a favor dos homens, mas é um agir que se expressa com sentido: ação e reverberação. Tem lógica e Logos: Palavra e conteúdo. É um agir que fala por sua própria Septuaginta é a famosa tradução do Velho Testamento para a língua grega feita por 70 eruditos judeus, no séc. III a.C. na Alexandria. 1
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natureza. Só Deus é capaz de realizar o que realiza e só Ele é capaz de dizer no seu agir o que diz. Deus age e agindo fala. Sua palavra acontece. Logo, teologia é falarmos do Deus dos evangelhos, do seu agir e do seu atuar. É falarmos das Escrituras na qual, sua ação é sua linguagem. Onde encontramos o Logos, o verbo, a Palavra eterna de Deus. Na qual a Logia, a lógica, a logística teológica, tem sua fonte criativa, sua vida própria e não pode viver fora disto senão morre. As Escrituras são a fonte de onde jorra e onde vive a teologia.
Autoridade Bíblica Confissão de Fé de Westminster CAPÍTULO I - DA ESCRITURA SAGRADA I. Ainda que a luz da natureza e as obras da criação e da providência de tal modo manifestem a bondade, a sabedoria e o poder de Deus, que os homens ficam inescusáveis, contudo não são suficientes para dar aquele conhecimento de Deus e da sua vontade necessário para a salvação; por isso foi o Senhor servido, em diversos tempos e diferentes modos, revelar-se e declarar à sua Igreja aquela sua vontade; e depois, para melhor preservação e propagação da verdade, para o mais seguro estabelecimento e conforto da Igreja contra a corrupção da carne e malícia de Satanás e do mundo, foi igualmente servido fazê-la escrever toda. Isto torna indispensável a Escritura Sagrada, tendo cessado aqueles antigos modos de revelar Deus a sua vontade ao seu povo. Sal. 19: 1-4; Rom. 1: 32, e 2: 1, e 1: 19-20, e 2: 14-15; I Cor. 1:21, e 2:13-14; Heb. 1:1-2; Luc. 1:3-4; Rom. 15:4; Mat. 4:4, 7, 10; Isa. 8: 20; I Tim. 3: I5; II Pedro 1: 19. IV. A autoridade da Escritura Sagrada, razão pela qual deve ser crida e obedecida, não depende do testemunho de qualquer homem ou igreja, mas depende somente de Deus (a mesma verdade) que é o seu autor; tem, portanto, de ser recebida, porque é a palavra de Deus. II Tim. 3:16; I João 5:9, I Tess. 2:13. V. Pelo testemunho da Igreja podemos ser movidos e incitados a um alto e reverente apreço da Escritura Sagrada; a suprema excelência do seu conteúdo, e eficácia da sua doutrina, a majestade do seu estilo, a harmonia de todas as suas partes, o escopo do seu todo (que é dar a Deus toda a glória), a plena revelação que faz do único meio de salvar-se o homem, as suas muitas outras excelências incomparáveis e completa perfeição, são argumentos pelos quais abundantemente se evidencia ser ela a palavra de Deus; contudo, a nossa plena persuasão e certeza da sua infalível verdade e divina autoridade provém da operação interna do Espírito Santo, que pela palavra e com a palavra testifica em nossos corações. I Tim. 3:15; I João 2:20,27; João 16:13-14; I Cor. 2:10-12. VI. Todo o conselho de Deus concernente a todas as coisas necessárias para a glória dele e para a salvação, fé e vida do homem, ou é expressamente declarado na Escritura ou pode ser lógica e claramente deduzido dela. À Escritura nada se acrescentará em tempo algum, nem por novas revelações do Espírito, nem por tradições dos homens; reconhecemos, entretanto, ser necessária a íntima iluminação do Espírito de Deus para a salvadora compreensão das coisas reveladas na palavra, e que há algumas circunstâncias, quanto ao culto de Deus e ao governo da Igreja, comum às ações e sociedades humanas, as quais têm de ser ordenadas pela luz da natureza e pela prudência cristã, segundo as regras gerais da palavra, que sempre devem ser observadas. II Tim. 3:15-17; Gal. 1:8; II Tess. 2:2; João 6:45; I Cor. 2:9, 10, l2; I Cor. 11:13-14.
VII. Na Escritura não são todas as coisas igualmente claras em si, nem do mesmo modo evidentes a todos; contudo, as coisas que precisam ser obedecidas, cridas e observadas para a salvação, em um ou outro passo da Escritura são tão claramente expostas e explicadas, que não só os doutos, mas ainda os indoutos, no devido uso dos meios ordinários, podem alcançar uma suficiente compreensão delas. II Pedro 3:16; Sal. 119:105, 130; Atos 17:11. VIII. O Velho Testamento em Hebraico (língua vulgar do antigo povo de Deus) e o Novo Testamento em Grego (a língua mais geralmente conhecida entre as nações no tempo em que ele foi escrito), sendo inspirados imediatamente por Deus e pelo seu singular cuidado e providência conservados puros em todos os séculos, são por isso autênticos e Teologia Sistemática – 01______________________________________________________________________________________________Pg3
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assim em todas as controvérsias religiosas a Igreja deve apelar para eles como para um supremo tribunal; mas, não sendo essas línguas conhecidas por todo o povo de Deus, que tem direito e interesse nas Escrituras e que deve no temor de Deus lê-las e estudá-las, esses livros têm de ser traduzidos nas línguas vulgares de todas as nações aonde chegarem, a fim de que a palavra de Deus, permanecendo nelas abundantemente, adorem a Deus de modo aceitável e possuam a esperança pela paciência e conforto das escrituras. Mat. 5:18; Isa. 8:20; II Tim. 3:14-15; I Cor. 14; 6, 9, 11, 12, 24, 27-28; Col. 3:16; Rom. 15:4. IX. A regra infalível de interpretação da Escritura é a mesma Escritura; portanto, quando houver questão sobre o verdadeiro e pleno sentido de qualquer texto da Escritura (sentido que não é múltiplo, mas único), esse texto pode ser estudado e compreendido por outros textos que falem mais claramente. At. 15: 15; João 5:46; II Ped. 1:20-21. X. O Juiz Supremo, pelo qual todas as controvérsias religiosas têm de ser determinadas e por quem serão examinados todos os decretos de concílios, todas as opiniões dos antigos escritores, todas as doutrinas de homens e opiniões particulares, o Juiz Supremo em cuja sentença nos devemos firmar não pode ser outro senão o Espírito Santo falando na Escritura. Mat. 22:29, 3 1; At. 28:25; Gal. 1: 10.
Referências: Costa, Daniel – Apostila de Teologia Sistemática – Escola de Pastores. www.wikipédia.com Confissão de Fé de Westminster
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