Seminário Teológico Água da Vida
Escola de Liderança do Projeto Água da Vida
A Incompreensibilidade de Deus Nenhum ser humano tem a habilidade de compreender a Deus exaustivamente. Existe uma barreira que impede a compreensão total e abrangente de Deus. Somos criaturas finitas enquanto Deus é um ser infinito. E aqui temos o nosso primeiro e grande problema filosófico: Como pode o finito conter o infinito? Os Teólogos medievais tinham uma frase que se tornou um axioma 1 dominante em todo estudo posterior de teologia: “O finito não pode apreender (conter) o infinito”. Nada é mais óbvio do que isso: um objeto infinito não pode ser comprimido dentro de um espaço finito. Esse axioma comunica uma das doutrinas mais importantes do Cristianismo ortodoxo. É a doutrina da incompreensibilidade de Deus. O termo pode ser mal-interpretado, levando à conclusão errônea de que se o finito não pode apreender o infinito, não podemos aprender nada sobre Deus. A decorrência desse pensamento é bastante lógica e até perturbadora: Se não podemos apreender a Deus, toda essa discussão religiosa não passa de tagarelice teológica, e mais, se ainda continuamos a crer mesmo que não tenhamos subsídios para isso, somos deixados diante de um altar vazio destinado a um Deus desconhecido. Falar da incompreensibilidade de Deus não significa que não possamos saber nada sobre Ele. Antes significa que nosso conhecimento é parcial e limitado, muito além de um conhecimento ou de uma compreensão plena. O conhecimento que Deus nos dá através da revelação é útil. Podemos conhecer a Deus na mesma medida em que Ele escolhe se revelar a nós. Nesse sentido, o finito pode apreender o infinito, mas o finito jamais poderá abarcar completamente o infinito. Sempre haverá mais sobre Deus do que podemos apreender. Deuteronômio 29:29, “As coisas encobertas pertencem ao SENHOR, o nosso Deus, mas as reveladas pertencem a nós e aos nossos filhos para sempre, para que sigamos todas as palavras desta lei”. Martinho Lutero referia-se a dois aspectos de Deus – o oculto e o revelado. Uma porção do conhecimento divino permanece oculta de nossa vista. A teologia sistemática trabalha, portanto, à luz daquilo que Deus nos revelou.
Os Nomes de Deus Para conhecermos a Deus somos inteiramente dependentes da revelação que Ele nos deu de Si mesmo. Deus nos deu a verdade sobre Ele e seus atributos de forma muito especial, aplicando nomes a Si próprio. O propósito desses nomes consiste em focalizar a atenção sobre um aspecto ou outro do Ser de Deus, do caráter de Deus. Segundo o Dr. Martyn-Lloyd Jones, “o nome sempre representa o caráter”. No pensamento oriental, um nome nunca é simplesmente um vocábulo, mas sim, a expressão da natureza da coisa por ele representada. Talvez em nossa cultura tenhamos perdido um pouco dessa perspectiva, mas se pensarmos em expressões como: “Fulano está com o nome limpo - ou sujo - na praça” identificamos uma qualificação imediata da pessoa a qual nos referimos. Sempre que encontramos os nomes de Deus na Bíblia, poderemos perceber que é exatamente isso que eles fazem, nos dão uma qualidade imediata de Deus, uma preciosa referência de Seu ser e caráter. Deus é o Deus incompreensível, infinitamente exaltado acima de tudo o que é temporal, mas em Seus nomes Ele desce a tudo que é finito, e se assemelha ao homem. Logo, os nomes de Deus são descrições de possível compreensão, o método pelo qual o infinito revela-se ao finito. Através de Seus nomes, Deus nos declara grandes verdades de uma forma simples pela qual podemos apreendê-lo. Notemos alguns dos nomes que são atribuídos a Deus nas Escrituras, bem como o significado deles. 1.
El – Ser primeiro, Ser supremo. Contém a idéia de energia e poder – Grandeza.
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Premissa imediatamente evidente que se admite como universalmente verdadeira sem exigência de demonstração. Máxima, sentença. Teologia Sistemática – 01 – Aula 04______________________________________________________________________________________Pg1
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Elohim – Plural de El, contém a idéia de que Deus é alguém que deve ser temido, bem como alguém que é poderoso. É o nome que Deus geralmente usa quando está falando de Si próprio em termos de criação. __________ Elyon – Aquele que é sublime e exaltado. __________ Adonai – O Senhor Onipotente, o Soberano a Quem tudo está sujeito e a quem o ser humano se relaciona como Servo. Freqüentemente usado por Deus quando se dirigia aos filhos de Israel. __________
Até aqui, todos esse nomes descrevem Deus como um Deus transcendente, imenso, sublime, poderoso e exaltado em Sua glória. 5.
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Shaddai – O possuidor de todo o poder no céu e na terra, mas especialmente Aquele que a tudo subjuga e a tudo faz que seja subserviente à obra de Sua graça. Esse nome descreve Deus em Seu poder sobre os elementos, em Seu poder e controle sobre a natureza e a criação para o propósito de Sua graça e de Sua misericórdia, bem como o Seu procedimento com os homens e as mulheres. Por exemplo, Ele controla o vento e a chuva para que possamos ter alimento para comermos. __________ Jeová – Iavé – De todos é o nome mais excelente. Ele significa Deus se chamando de Eu Sou o que Sou. Ou ainda Eu Serei o que Serei. Ambos são verdadeiros. O nome transmite, portanto, Sua imutabilidade em Sua relação com o Seu povo. Deus é o Auto-existente que se revela ao Seu povo. Podemos descrever esse nome como o grande nome pactual de Deus. Ele fez alianças com Adão, Noé, Abraão. Deus é um Deus que faz alianças, se compromete. O ser onipotente, auto-existente, vincula-se a nós e isso é maravilhoso. Os judeus entendiam o texto de Lv.24:16 literalmente por isso substituíram o nome Jeová – Iavé por Adonai e Elohim quando o lêem nas Escrituras. __________ Jeovah-Sabaoth – Senhor dos exércitos. Há uma discussão sobre o termo sabaoth. Há quem diga que o termo significava as estrelas do céu; outros afirmam que ele significa os exércitos de Israel. Mas a possibilidade mais segura é tomar sabaoth como se referindo aos anjos. Aquele que é o Senhor das hostes angelicais. __________ Jeová-Jireh – O nome com que Deus se apresentou a Abraão quando estava para oferecer seu filho Isaque. A provisão para o sacrifício, “o Senhor proverá” __________ Jeová-Rafá – O Senhor que sara. Foi o nome com que Deus se revelou a Moisés após ter adoçado as águas de Mara. __________ Jeová-Nissi – O Senhor é a minha bandeira. Ele seria a bandeira sobre o qual venceriam e prevaleceriam. Jeovah-Shalom – Foi o nome por meio do qual Deus se revelou a Gideão. Significa o Senhor envia paz, O senhor nossa Paz__________ Jeová-ro´eh – O Senhor é o meu pastor__________ Jeová-tsideknu – O Senhor é a nossa Justiça__________ Jeová-Shammah – O Senhor está ali__________ El Roi - O Forte que Vê__________ El Olam - O Eterno Deus__________ Jeová-Maccadeshkem - O Senhor que te santifica__________ Javé-El Gmolah - O Senhor Deus da recompensa__________ Javé-Nakeh - O Senhor que fere__________
Como o nosso Senhor Jesus Cristo mesmo disse: “Manifestei o teu nome aos homens que do mundo me deste” Jo 17:6. Ele esteve revelando Deus em todas essas características. Esteve ensinando Seus seguidores como pensar em Deus e como conhecê-lo. Mostrou que Deus não deve ser concebido como se fosse alguma vaga energia. Ao contrário, Deus é pessoal e como pessoa Ele age e Se revela. É através dos nomes com que Deus se apresentou que Ele nos diz essas grandiosas verdades sobre si mesmo. E é quando chegamos a conhecer a Deus nos termos desses nomes que encontramos paz, conforto, alegria em crermos nele. Apesar desta lista de nomes não ser exaustiva, devemos lembrar que maravilhosa e graciosamente, aprouve a Deus se revelar de uma maneira única na pessoa de Seu filho, cujo nome é Emmanuel – Deus conosco, o soberano todopoderoso, o eterno Deus que habitou entre nós e no tempo.
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