Seminário Teológico Água da Vida
Escola de Liderança do Projeto Água da Vida
Autoridade Bíblica “Cremos na Bíblia por fé”. Quando tentamos provar a autoridade das Escrituras pela lógica caímos em no mínimo dois problemas: 1.
2.
Argumento circular. Ex.: Creio que a Bíblia é a palavra de Deus porque ela alega isso; cremos nessa alegação porque ela é a Palavra de Deus. No entanto, quando sugiro que a coerência lógica é minha autoridade suprema porque é lógico agir assim, estou caindo no mesmo problema: Creio na lógica pelo que a lógica diz de si própria. A questão da autoridade normativa. Quando tentamos provar a bíblia pela ciência, por exemplo, estamos declarando que a mesma é uma autoridade superior à Bíblia. Estamos declarando de fato que a ciência é mais confiável do que a declaração que a Escritura faz de si mesma. 2 Tim 3:16; 1 Cor 2:10-13.
Obs.: Inspiração: “O escritor bíblico foi controlado pelo Espírito Santo de Deus de tal forma que ele não poderia ser culpado de cometer erro nos seus escritos”. Jones, M.L.
Conceito de Inerrância “A inerrância da Escritura significa que a Escritura, nos seus manuscritos originais, não afirma nada que seja contrário ao fato”. O raciocínio é muito simples, se cremos que a Bíblia é a palavra de Deus, por Ele inspirada, devemos crer também que esses escritos são isentos de erros. Uma ação de Deus traz consigo a manifestação coerente de Seus atributos. Deus é simples e o homem complexo. Importante: Essa definição não significa que a Bíblia nos diz cada fato que há para conhecer sobre um assunto, mas afirma que o que ela diz a respeito de um assunto é verdadeiro.
Paradigma, Paradoxo, Contradição e Mistério. Mas o que acontece quando encontramos possíveis “contradições” como a do livro de Gênesis 6:6 e Números 23:19? Contradição: Vem do latim, “falar contra”.Uma contradição nega a lei clássica da não contradição. Esta declara que A não pode ser A e não-A ao mesmo tempo e no mesmo contexto. Quer dizer que algo não pode ser o que é e não é ao mesmo tempo e no mesmo contexto. Ninguém pode compreender uma contradição, porque uma contradição é incompreensível, nem mesmo Deus pode. Só entende contradições de uma forma, a contradição é uma mentira. Contradição é arma do pai da mentira. Se o “problema” de Gênesis e Números geram uma contradição, tudo o que pensamos de Deus cai por terra. Como explicar então o problema do arrependimento de Deus? Paradoxo: “Uma câimbra entre as orelhas”, segundo Gordon G. Clark. A palavra paradoxo vem de uma raiz grega que significa “parecer” ou “aparentar”. Paradoxos são difíceis de entender porque à primeira vista parecem contradições, mas quando são sujeitos a um exame minucioso, freqüentemente pode-se encontrar soluções. Ex.: Mt 10:39. O termo paradoxo é geralmente mal interpretado como sinônimo de contradição, inclusive em alguns dicionários como significado secundário. Mas há uma diferença extrema. Mistérios: Existe um ponto de contato entre o mistério e a contradição, ambos os conceitos tem um caráter ininteligível. Os mistérios podem não ser claros para nós agora simplesmente porque nos falta a informação ou perspectiva para entendê-los. A Bíblia promete que no céu teremos mais luz sobre os mistérios que agora não podemos entender. Mais luz pode resolver os atuais mistérios. Não existe, entretanto, luz suficiente nem no céu nem na Terra para resolver uma óbvia contradição. Teologia Sistemática – 01 – Aula 03______________________________________________________________________________________Pg1
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Paradigma: Os conteúdos de nossa visão de mundo são representados por um paradigma. Isso significa que as pessoas que agem de acordo com os axiomas de um paradigma estão unidas, identificadas ou simplesmente em consenso sobre uma maneira de entender, de perceber, de agir, a respeito do mundo. Os que partilham de um determinado paradigma olham de maneira a perceber só uma determinada gama de fatos e relações entre esses fatos. Qualquer coisa que não seja coerente com tal descrição passa despercebida; é vista como elemento marginal ou sem importância. As pessoas comuns não se dão conta dos paradigmas que orientam suas interpretações bíblicas. Na busca pela objetividade, isto é, a capacidade de observar os acontecimentos sem interferência de nossas próprias perspectivas, o cristão que estuda as Escrituras com seriedade e afinco deve manter claro os pressupostos, os valores, os dogmas, os princípios que estruturam seu olhar sobre o fenômeno que está observando. Ou seja, é indispensável a esses estudiosos das Escrituras, buscar a percepção menos individualizada do que comumente se percebe acerca de “verdades” instituídas, ora pela sociedade, ora pela própria ciência, ora pela própria religião, pela criação familiar, etc. Ainda que essa busca da objetividade não seja nunca alcançada, manterá o pesquisador antenado com o leque de possibilidades que seu paradigma permite perceber e com os limites este lhe impõe impiedosamente.
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