O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares: Metodologias de Operacionalização (parte I) PLANO DE AVALIAÇÃO – Subdomínio A.2 ; Indicadores A.2.1 e A.2.4
“Program evaluation is carefully collecting information about program or some aspects of a program in order to make necessary decisions about program.” Basic Guide to Program Evaluation
I - Introdução O Modelo de Auto-Avaliação das bibliotecas escolares incide no conceito de valor e na avaliação do processo, dos inputs, mas sobretudo dos outcomes / impacto da BE que se traduz “numa mudança de conhecimento, competências, atitudes, valores, níveis de sucesso, bem-estar, inclusão” do utilizador face ao recurso à BE. A avaliação é ponderada com o intuito de demonstrar a “contribuição da BE para o ensino e aprendizagem e a missão e objectivos da escola.”
Um plano de avaliação deve compreender as seguintes fases: Calendarizar as etapas Identificar o objecto de avaliação Identificar a informação a recolher Comunicar os resultados
Lúcia Caldeira
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II – Indicadores seleccionados e Plano de Acção: Indicador de processo: A.2.1. – Organização de actividades de formação de utilizadores Indicador de Impacto: A.2.4. - Impacto da BE nas competências tecnológicas e de informação dos alunos
1. Indicador de processo: A.2.1. - Organização de actividades de formação de utilizadores Avaliar o processo significa saber como se desenvolve o programa em causa, que acções se levam a cabo. ♦ Neste caso, os factores críticos de sucesso são: Incluir no plano de trabalho da BE actividades de formação de utilizadores Produzir materiais informativos e/ou lúdicos de apoio á formação dos utilizadores ♦ As evidências a recolher podem encontrar-se: No plano de actividades Através da observação da utilização da BE Nos materiais de apoio produzidos e editados ♦ A metodologia a usar no caso deste indicador será: Análise documental Observação directa
Lúcia Caldeira
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Indicador de processo
Identificar o que avaliar (o quê?)
Actividades de formação de utilizadores realizadas
A.2.1. Organização de actividades de formação de utilizadores
Objectivos das actividades
Saber que informação recolher Nº de actividades propostas Nº de horas previsto Nº de utilizadores a envolver Adesão dos utilizadores ao longo da actividade (nº de participantes)
Descrever o decorrer das Tipo de actividades propostas actividades em termos da resposta dos utilizadores. Materiais de apoio aos - Nº de materiais utilizadores produzidos pela BE produzidos Nº de utilizadores que os usaram
Lúcia Caldeira
Escolher o método de avaliação adequado Análise do plano de acção da BE Registos da BE / calendarização das actividades - Análise do plano de acção da BE - Estatísticas de uso /adesão às actividades Observação directa da resposta dos utilizadores face às actividades propostas Análise dos materiais; Observação do uso dos mesmos (aspectos a melhorar)
Analisar os dados recolhidos
- Nº de actividades realizadas - Alunos envolvidos
Relatar os resultados
- Registo escrito, fotográfico da realização das actividades
- Recursos utilizados Objectivos enunciados correspondem às necessidades dos utilizadores / escola. Confrontar os objectivos enunciados com a realização das acções e a resposta dos utilizadores Comparação entre materiais
- Estatísticas Mostrar a adequabilidade das actividades face á resposta dos utilizadores ao longo da mesma Reportar como responderam os utilizadores
Concluir da manutenção / alteração dos materiais
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2. Indicador de outcome / impacto: A.2.4. - Impacto da BE nas competências tecnológicas e de informação dos alunos Avaliar o impacto significa tomar conhecimento do que melhorou / mudou na competência / actuação do aluno / utilizador após o “uso” da BE. ♦ Neste caso, os factores críticos de sucesso são: Os alunos usam, de acordo com o seu nível de escolaridade, linguagens, suportes, modalidades de recepção e produção e formas de comunicação variadas entre as quais se destaca o uso de ferramentas e media digitais. Os alunos incorporam no seu trabalho as diferentes fases do processo de pesquisa e tratamento da informação. Os alunos demonstram compreensão sobre os problemas éticos, legais e de responsabilidade social associada ao acesso, avaliação e uso da informação e das novas tecnologias. Os alunos revelam em cada ano progressos nas suas competências tecnológicas e de informação nas diferentes disciplinas e áreas curriculares. ♦ As evidências a recolher: Situações de uso da BE Trabalhos escolares dos alunos Estatísticas de utilização da BE Questionários aos professores e aos alunos Análise diacrónica das avaliações dos alunos
♦ A metodologia a usar no caso deste indicador será: Análise documental; Observação directa; Estatísticas do uso da BE
Lúcia Caldeira
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Indicador de outcome/ impacto
Identificar o que avaliar (o quê?)
Os alunos incorporam no seu trabalho as diferentes fases do processo de pesquisa A.2.4. Impacto da BE nas competências tecnológicas e de informação dos alunos
Os alunos revelam compreensão sobre os Procedimentos problemas éticos, legais e dos alunos de responsabilidade social associados ao acesso á informação
Progressos dos alunos no uso de competências tecnológicas
Lúcia Caldeira
Saber que informação recolher Trabalhos dos alunos sobre o processo de realização de tarefas (observação directa)
Trabalhos dos alunos
Escolher o método de avaliação adequado Observação de uso da BE Observação dos trabalhos dos alunos Comparação diacrónica das grelhas de observação Análise diacrónica dos resultados escolares de um grupo de alunos em estudo
Analisar os dados recolhidos
Analisar e retirar conclusões: - Sobre a necessidade de adoptar um modelo de pesquisa para a escola/ agrupamento - Da necessidade de intensificação da articulação curricular - Da necessidade de formação em literacias da informação para os utilizadores
Relatar os resultados
-No relato, apresentar dados concretos sobre a percentagem de alunos que mostraram dificuldades: . Na realização de actividades de pesquisa . No uso de ferramentas tecnológicas -Mencionar a evolução verificada nos alunos observados -Apontar a associação dos alunos ao uso da BE (importante referir as condições dos equipamentos da BE em termos de resposta aos utilizadores)
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III – Conclusão Há um conjunto de aspectos a ter em conta no momento de ponderar um plano de avaliação
(1),
nomeadamente, saber qual é o
propósito da avaliação, isto é, o que pretendemos decidir em resultado da avaliação. No presente caso, seria desenhar um plano de melhoria relativamente à articulação curricular com a BE, no agrupamento. Outros aspectos a considerar na planificação da avaliação são a (i) audiência, a quem se destina o relatório; (ii) o tipo de informação que deve ser recolhida, tendo em conta os propósitos da avaliação e a audiência do relatório; (iii) quais as fontes de informação; (iv) quais os instrumentos de recolha de informação adequados;
(v)
o momento em que essa informação será necessária;
(vi)
quais os recursos de
informação disponíveis. A avaliação poderá ser encarada atendendo a esta fórmula simples (2): ♦ pensar no que é preciso saber para conhecer as decisões a tomar; ♦ pensar sobre como recolher a informação correcta; ♦ interpretar e compreender essa informação. É inquestionável que para a realização de uma avaliação que seja credível na escola e/ou no agrupamento é fundamental obter dos órgãos de gestão o apoio e a colaboração para a realização do processo de avaliação. No contexto da organização escolar, há ainda um conjunto de outras tarefas que devem ser cuidadosamente ponderadas: ♦ definir a atribuição do papel de observação e registo de dados dentro da equipa da BE; ♦ estabelecer uma calendarização; ♦ construir instrumentos de recolha de informação; ♦ definir o grupo de amostra para o estudo.
Lúcia Caldeira
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“A avaliação da biblioteca deve ser incorporada no processo de auto-avaliação da escola e deve articular-se com os objectivos do projecto educativo da escola (3).”
Lúcia Meireles Caldeira
__________________________________________ (1) Basic Guide to Program Evaluatiom (2) Ibidem (3) Bibliotecas Escolares: modelo de auto-avaliação
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