17 De Novembro De 2009

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1. Avaliação: Papel e importância da auto - avaliação da biblioteca escolar “Measuring success is not an end in itself; it is a tool for improvement. It demonstrates the LRC’s contribution to school learning and teaching and provides evidences to back up your concerns. It gives your proposals and documentation greater authority (…) Self-evaluation is valuable. It may seem initially demanding, perhaps even threatening, but it is also enlightening, invigorating and a very potent catalyst for change and development.”

Elspeth S Scott (2002) Na actualidade, é já inquestionável a importância da avaliação do desempenho, quer das organizações, quer das pessoas que nelas trabalham e das quais fazem parte, na melhoria da eficácia dos serviços. A avaliação, processo que antecede a elaboração de qualquer plano, que o acompanha durante a sua implementação e que o sucede, tem uma importância estratégica na escolha de prioridades e na tomada de decisões de qualquer organização. Encarada como um valor positivo, a avaliação concebe-se como instrumento de melhoria da qualidade e implica o reconhecimento de que a mudança é possível e desejável. A escola, em face da renovação tecnológica, é igual a qualquer organização do nosso tempo. Tal como as pessoas deve “desaprender” certos métodos sem, no entanto, perder o seu manancial de conhecimento. Como qualquer organização moderna tem que saber gerir a informação, rentabilizando recursos, transformando-a em conhecimento. No entanto, não podemos pensar a escola isolada da biblioteca escolar. A ligação entre a escola, biblioteca escolar e sucesso educativo está largamente comprovada e essa relação pode assumir-se como inibidora ou potenciadora do sucesso. Estudos internacionais revelam de forma inequívoca que a biblioteca escolar

contribui

para

o

sucesso

educativo

dos

alunos

e

para

o

desenvolvimento das literacias imprescindíveis na sociedade actual, a designada Sociedade da Informação e do Conhecimento. Esse facto acentuou a necessidade que se fazia sentir de as bibliotecas escolares olharem para a sua performance, pois só dessa forma poderiam demonstrar o seu contributo para a aprendizagem e sucesso dos alunos.

1 Lúcia Caldeira

Actualmente, não podemos aquietar-nos a uma acção sem reflexão e sem uma avaliação inconsequente. Impõe-se uma gestão competente que implique não apenas “o fazer”, mas também saber “o que fazer” e “como fazer” para alcançarmos determinados objectivos. O Modelo de AutoAvaliação da BE reforça esta ideia quando refere que […] “a auto-avaliação deve ser encarada como um processo pedagógico e regulador, inerente à gestão e procura de uma melhoria contínua da biblioteca escolar.” De acordo com Elspeth Scott (2002), a auto-avaliação é parte integrante do ciclo de planeamento, uma vez que ajuda a estabelecer prioridades que podem transformar boas ideias em boas práticas. Três questões essenciais estão na base desse processo que suporta a tomada de decisão:

♦ Como estamos a fazer? – Avalia o estado actual da biblioteca. ♦ Como sabemos? – Identifica a evidência que apoia a primeira questão. ♦ O que vamos fazer a seguir? – Mostra os passos necessários à melhoria A auto-avaliação não é um conceito novo e alheio à biblioteca escolar. No entanto, os modelos tradicionais de avaliação das bibliotecas estavam direccionados

para

dados

tangíveis

como

a

colecção,

número

de

utilizadores, provavelmente na suposição de que seriam as melhores evidências

do

que

acontece

numa

biblioteca

escolar.

Porém,

o

desenvolvimento das novas tecnologias e o acelerado crescimento da informação têm gerado nos utilizadores expectativas quanto ao acesso e à rapidez

na

obtenção

responsabilidades

à

da

informação,

biblioteca

escolar

as como

quais espaço

aportam

novas

pedagógico

de

importância vital para o processo de ensino-aprendizagem, o verdadeiro “hub” da escola. Assim, só através do processo de auto-avaliação poderemos aferir a eficácia dos serviços que a biblioteca presta, através da identificação de pontos fortes e das fragilidades, bem como tomar consciência do impacto que temos nas atitudes, comportamentos e competências dos nossos utilizadores. Em suma, a avaliação da biblioteca escolar constitui-se um dever ético, bem identificado nas palavras de McNicol:

2 Lúcia Caldeira

“There is a clearly need for school libraries to be able to demonstrate the contribution that their services can make to the school curriculum and lifelong learning to teachers, governors, inspectors, parents, funders, pupils and other stakeholders.”

McNicol (2004)

Na

realidade,

é

inquestionável

que

para

demonstrar

a

sua

importância nas aprendizagens, é necessário que a biblioteca investigue os resultados da sua acção, analise o sucesso e impacto dos seus serviços e preste contas à escola e a todos os que estão ligados ao seu funcionamento do impacto das suas acções. A avaliação da biblioteca escolar, etapa fundamental no respectivo processo

de

gestão, deve

providenciar

respostas

para as

questões

pertinentes e actuais que diariamente se nos colocam:  Que biblioteca escolar é necessária à escola do século XXI?  Que uso se faz da informação na Sociedade da Informação?  Que tradições se mantêm?  Que inércia é preciso vencer?  Que identidade para o professor bibliotecário?  Que competências são necessárias num mundo que não é apenas composto

de

mudança,

mas

cuja

responder

melhor

mudança

se

alterou

profundamente? Ninguém

poderia

a

todas

estas

questões

inquietantes do que Ross Todd que, de forma brilhante, nos elucida:

The hallmark of a school library in the 21st century is not its collections, its systems, its technology, its staffing, its buildings, but its actions and evidences that show that it makes a real difference to student learning, that it contributes in tangible and significant ways to the development of human understanding, meaning making and constructing knowledge.

(Ross Todd, 2003)

3 Lúcia Caldeira

Biblioteca Escolar da EB / S de Macedo de Cavaleiros – Pólo 2: uma realidade a manter e consolidar. A EB /S de Macedo de Cavaleiros dispõe de uma biblioteca escolar distribuída por dois espaços, consequência da fusão das duas escolas. O elevado número de alunos e as respectivas faixas etárias justificam a manutenção dos mesmos. Estou pela primeira vez a desempenhar as funções de professora bibliotecária, tendo sido membro activo da equipa da biblioteca escolar que presentemente acompanho e apoio. Embora com uma gestão partilhada e um trabalho em articulação com as outras professoras bibliotecárias do agrupamento, encontro-me mais ligada à organização e gestão da biblioteca escolar do pólo frequentado por alunos do 1º e 2º ciclos. Será sobre esta que recairá a presente análise. Herdei a organização e gestão de uma biblioteca escolar que desenvolvia já um trabalho de excelência na promoção da leitura e no desenvolvimento das competências literácicas dos alunos dos diferentes níveis de ensino. Estas práticas tinham ligação a toda a comunidade educativa e local, sendo, por isso, seleccionada para uma escola aLeR+. A articulação curricular está interiorizada no seio da escola e desenvolve-se de forma planeada e sistemática. A parceria com a BM está formalizada através dos protocolos SABE e PNL, estando os PAA das duas instituições em articulação. O processo de auto-avaliação da BE, baseado em evidências, está já integrado nas práticas de gestão, uma vez que o Modelo de auto-avaliação foi implementado por dois anos consecutivos. Assim, e justamente, não poderei apontar factores inibidores do processo de auto-avaliação da biblioteca escolar. O plano de acção este ano elaborado teve como base os resultados reportados no relatório elaborado no final do ano lectivo transacto, tendo em conta a melhoria dos aspectos menos bons, salvaguardando, porém, a consolidação e manutenção dos pontos fortes identificados, pensando em pontos ainda não identificados e que possam contribuir para uma melhoria do desempenho da BE nos diferentes Domínios.

Lúcia Caldeira Nov. 2009 4 Lúcia Caldeira

Referências Bibliográficas GABINETE da Rede de Bibliotecas Escolares. Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares (2009). Disponível em: http://www.rbe.minedu.pt/np4/?newsId=31&fileName=mod_auto_avaliacao.pdf [consultado em 14.11.2009] JOHNSON, Doug (2005) “Getting the Most from Your School Library Media Program”.

MCNICOL, Sarah (2004) Incorporating library provision in school selfevaluation.

SCOTT, Elspeth (2002) “How good is your school library resource centre? An introduction to performance measurement”.

5 Lúcia Caldeira

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