2005.01.23 - Acidente Mata Nove Pessoas - Estado De Minas

  • April 2020
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GERAIS TRAGÉDIA

Kombi despenca no rio Paraopeba, na divisa de Betim e Juatuba, depois de bater em caminhão. Polícia Rodoviária Estadual diz que chovia forte na hora do acidente, à tarde

Acidente mata nove pessoas ANA CAROLINA SELEME E TELMA GOMES Onze pessoas morreram ontem, entre elas dez mulheres, em dois acidentes nas rodovias mineiras. A colisão entre um corsa e uma Scânia, na BR-381, em Três Corações, Sul de Minas, na manhã de ontem, deixou dois mortos. Imprudência de motoristas pode ter sido a causa do segundo acidente, que matou nove pessoas, na MG-050, por voltas das 15h, na divisa entre os municípios de Betim e Juatuba, na Região Metropolitana de Belo Hori-

zonte. Ao tentar atravessar, ao mesmo tempo, a estreita ponte sobre o rio Paraopeba, uma Kombi e um caminhão, que seguiam em sentido contrário, bateram. A Kombi caiu no rio, e foi preciso que mergulhadores do Corpo de Bombeiros resgatassem os corpos dos nove ocupantes do veículo. Segundo a Polícia Rodoviária Estadual, chovia forte na hora do acidente, no km 52 da rodovia. De acordo com o sargento Bauer, a ponte é estreita e só passam dois veículos de passeio ao mes-

mo tempo. “De um lado, há uma curva que impede o motorista de ver a ponte com antecedência. Do outro, uma descida que embala muitos carros que acabam passado em alta velocidade pela ponte”, explica. Testemunhas também confirmaram que os dois veículos seguiam em sentido contrário e passaram juntos pela ponte. Devido à falta de espaço, a Kombi acabou caindo. Morreram o motorista da Kombi, Ronaldo França Salgado, de 38 anos, Meiryane Magno Andrade França Salgado, de 32,

Alígia dos Santos, de 34, Adriana Moreira, de 37, Nídia Gonçalves, de 34, Diviane do Carmo Alves de Souza, de 36, Áurea Rosa de Matos, de 29, Roseli Silva Rodrigues, de 33, e outra mulher não identificada.

TRÊS CORAÇÕES Já o acidente envolvendo um carro de passeio e uma carreta ocorreu no km 740 da BR-381. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, por volta das 7h, o motorista da Scânia placa DAH0434, Agnaldo Scapinello, de 40 anos, teria perdido o controle

e atingiu o Corsa, DKN5680, que vinha em sentido contrário, conduzido por Ana Maria da Silveira, de 52. Ainda de acordo com a PRF, Elisa Maria Silveira, de 48, e Elisabeth Bispo Costa, de 11, morreram na hora. Os corpos foram encaminhados para o Instituto Médico Legal (IML) de Três Corações. A motorista do Corsa e Aurea Ana Vieira Cantuária, de 35, tiveram ferimentos leves. Já as crianças Lucas Alex Alencar, de 9, e Gustavo Vieira Cantuária, de 12, tiveram ferimentos graves e foram encaminhadas ao hospi-

tal do município. O condutor do caminhão, não se feriu. Um acidente com um ônibus feriu 12 pessoas, na madrugada de ontem, na rodovia Régis Bittencourt, que liga São Paulo a Curitiba, feriu 12 pessoas. A Polícia Rodoviária Federal informou que o motorista do ônibus da empresa Itapemirim, que saiu de Florianópolis (SC) e seguia para Juiz de Fora, na Zona da Mata, perdeu o controle do veículo, que virou sobre o canteiro central, altura do km 296, em Itapecerica da Serra.

VIAGEM

REBELIÃO

Saúde alerta para risco de contágio

Polícia procura armas

LUCIANA MELO O desenvolvimento da medicina de viagem, uma área nova de conhecimento médico, permite a prevenção de doenças adquiridas em momentos de lazer. De acordo com o epidemiologista da Coordenadoria de Imunização da Secretaria de Estado da Saúde (SES), José Geraldo Leite, está em fase de negociação, com a Secretaria da Saúde de Belo Horizonte, a criação do ambulatório do viajante, que prestará informações e atenderá pessoas que adquiriram doenças típicas das regiões visitadas. A população de São Paulo e do Rio de Janeiro já conta com esse tipo de serviço nas capitais. Os profissionais que integram o mestrado de medicina tropical já manifestaram interesse em participar do ambulatório. Falta ainda definir o local do atendimento, o custo e como será o financiamento. “Nossa primeira preocupação é contribuir para que o viajante não contraia doenças. Em segundo lugar, queremos garantir que a pessoa não leve doenças para a população de destino e finalmente não transmita nada quando retornar para casa. Há casos de pessoas não imunizadas viajarem para a Alemanha e contraírem o vírus do sarampo. Na volta para o Brasil ocorre transmissão da doença, que já está praticamente erradicada no Brasil”, informa José Geraldo Leite. Para estimular a vacinação nesta época do ano, quando muitas pessoas viajam para aproveitar as férias e o Carnaval, a SES lança a campanha “Antes de viajar, não se esqueça de vacinar”. A campanha publicitária chama a atenção para a vacina contra a febre amarela, e as propagandas veiculadas na TV são dirigidas à população urbana jovem, que gosta de acampar em matas e cachoeiras. Os anúncios divulgados em rádios querem sensibilizar a população rural, que se desloca para matas com a intenção de trabalhar ou passear. Praticantes de ecoturismo também precisam se vacinar e todos precisam lembrar que a imunização deve ser feita dez dias antes da viagem. De acordo com dados do Ministério da Saúde, a população mais atingida pela febre amarela são os turistas, com 46,7%, em 2002, das pessoas contaminadas. Minas Gerais é uma área de risco para a febre amarela porque o vírus causador da doença circula no meio rural do Estado. A doença é transmitida pelo mosquito Haemagogus, que vive em regiões de matas. As pessoas que vão visitar ou moram nessas áreas, inclusive sítios e chácaras na zona rural do Estado, correm risco maior de contrair a febre amarela.

ÁFRICA Há regiões que demandam outros tipos de vacina antes

do embarque. Quem vai viajar para fora do país, no Norte da África, por exemplo, deve tomar a vacina contra a meningite meningocócica, medicamento que não está disponível ainda na rede pública de saúde. Para Japão, Alemanha e Inglaterra, é preciso tomar a tríplice viral, pois ainda há surtos de sarampo nesses países. Estas vacinas estão disponíveis nos centros de saúde especializados e no Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais, na Santa Casa de Belo Horizonte. No interior é necessário contatar as Secretarias Municipais da Saúde. Uma viagem para a Amazônia requer cuidados quanto à vacinação contra hepatite B, além de medicação preventiva contra malária. “Além da Amazônia Legal, a malária também é comum em muitas regiões de garimpo em Minas Gerais. Por isso indicamos o uso de medicamentos de prevenção para pessoas que vão para esses locais. Queremos que as pessoas viagem com segurança. Apesar dos cuidados com a saúde, ressaltamos sempre que viajar é muito importante e necessário”completa o epidemiologista José Geraldo Leite.

Além da Amazônia Legal, a malária também é comum em muitas regiões de garimpo em Minas Gerais. Por isso, indicamos o uso de medicamentos de prevenção

■ José Geraldo Leite, epidemiologista

MANOEL SERAFIM/JORNAL CORREIO

Policiais militares encontraram uma pistola automática, um celular e um chuço nas celas da Colônia Penal Jacy de Assis, em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, ontem, onde 360 presos ficaram rebelados por 11 horas, mataram dois detentos e feriram nove. Mais de 50 militares participaram da operação pente-fino, à procura de drogas e armas dentro da superlotada colônia penal. Pás, enxadas e facas desapareceram durante o motim. E, por isso, a visita do fim de semana foi suspensa, na manhã de ontem, para desespero dos parentes, que se amontoaram na porta do presídio em busca de informações. Transferências também estão canceladas. Militares continuam reforçando a segurança externa e a diretoria da colônia suspendeu visita, apesar de ter ficado acertado que não haveria retaliação aos presos. Mas os parentes que chegaram com mantimentos e roupas foram barrados na porta. O diretor da prisão, Adanil Firmino, alegou que o abastecimento de água, cortado durante as negociações, ainda não foi restabelecido e materiais de trabalho como enxada e pá desapareceram durante a rebelião. Firmino também garantiu que, por enquanto, nenhum detento será transferido. A PM não descarta também nova vistoria nas celas, em busca de ferramentas que podem ser usadas em novos motins e continuam desaparecidas. “Tínhamos a informação de que havia pelo menos duas armas de fogo dentro das celas, mas fi-

PM fez operação pente-fino no presídio, depois que os presos rebelados desceram do telhado zemos minuciosa procura em cada um dos pavilhões e encontramos apenas o telefone, o chuço e a arma, que era de um dos funcionários”, informou o capitão Aloísio Gouveia, do 17º Batalhão em Uberlândia. Com capacidade para 477 detentos, mais de 650 pessoas ocupavam as celas antes de os rebelados tomarem o pavilhão principal, fazer 12 reféns e subir ao telhado da colônia penal, onde começaram as sessões de espancamento. Para ameaçar os reféns, eles usavam botijão de gás e pedaços de ferro. Além de quebrar paredes das salas de assistência jurídica e médica, os

rebelados também cavaram um túnel para tentar escapar da prisão.

PITANGUI No rastro da rebelião de Uberlândia, os 33 dos 38 presos da cadeia pública de Pitangui, a 153 quilômetros da capital, no Centro-Oeste do Estado, também se amotinaram, com praticamente as mesmas exigências dos internos de Uberlândia, como revisão de pena, transferência e mais tempo de banho de sol. A rebelião em Pitangui durou 12 horas e só terminou na manhã de ontem. A Polícia Militar recolheu uma chave de

fenda e dois celulares dentro das celas, destruídas depois do quebra-quebra. Os presos também danificaram grades e paredes, quebraram lâmpadas e atearam fogo nos colchões da cadeia pública. Seis das dez celas ficaram destruídas e não têm condições de continuar abrigando os internos. A rebelião começou no final da tarde de sexta-feira e, durante toda a madrugada, policiais e um juiz Paulo Ferreira conduziram as negociações. Com o fim do motim, na manhã de ontem, presos foram transferidos para outras cadeias públicas da região.

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