2005.03.17 - Acidente Mata Jornalista - Estado De Minas

  • April 2020
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E STA D O D E M I N A S



Q U I N T A - F E I R A ,

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GERAIS

GIRO

QUADRILHA POLICIAL

MARCELO SANT’ANNA

ASSALTO EM POSTO

Dois sargentos, um cabo e três soldados da PM são presos por força-tarefa, sob acusação de se associar para praticar asssaltos

Gangue de militares presa em Juiz de Fora HENRIQUE VIARD / TRIBUNA DE MINAS

RICARDO BEGHINI

Bala perdida mata rapaz Policiais da Delegacia de Homicídios investigam a morte de Milton Lucas da Conceição Filho, de 24 anos, morto por bala perdida durante assalto ao Posto de Combustível Beira Rio, na avenida Nossa Senhora do Carmo, bairro Boa Esperança, em Santa Luzia, Grande BH (foto), no final da noite de terça-feira. Em companhia do pai e de um primo, Milton parou no posto para pôr óleo no motor do carro, após ter participado de uma missa e de uma confissão comunitária na igreja Nossa Senhora Aparecida. Fabiano José de Oliveira, de 17, que estava com a vítima, contou que o primo foi atingido quando pegava o cartão para fazer o pagamento. Um frentista disse que foi abordado por um homem claro, magro, de aproximadamente 1,70 metro, que anunciou o assalto. O ladrão teria se assustado quando uma cliente soltou a porta do congelador, de onde retirava um refrigerante. “Ele correu atirando a esmo e uma bala atingiu a cabeça do Milton, que caiu morto”, contou o primo. O ladrão fugiu, deixando um carregador de pistola 380 e oito cartuchos intactos. Das 18h de terça-feira até as 22h de ontem, 15 pessoas foram assassinadas na Grande BH

BR-381

Acidente mata jornalista O jornalista Giovani Goularte de Brito, de 32 anos, morreu ontem à tarde, em um acidente de carro no km 545 da BR-381, na cidade de Itaguara, Região Metropolitana de BH. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, o jornalista, que dirigia o Fiat Uno placa GUD 0409, de Três Pontas, perdeu o controle do veículo, que capotou. Giovani Goularte, que morreu no local, trabalhava na Rádio CBN e Rádio Globo.

PELAS COSTAS

Militar ferido em assalto Um cabo reformado da Polícia Militar foi baleado na coluna, ontem à tarde, no Bairro Sarandi, região Norte de BH. Eustáquio Geraldo Maks, de 60 anos, chegava em casa, na rua Beira Mar, quando foi surpreendido por assaltantes. O cabo foi encaminhado ao Hospital João XXIII e continua em observação. Os autores do crime fugiram em um Gol azul.

JUSTIÇA

Vítima de blitz indenizada A 5ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais condenou o Estado a indenizar I.S.R. em R$ 60 mil por danos morais, por ter sido vítima de um tiro de submetralhadora disparado por um PM durante batida policial no aglomerado do Alto Vera Cruz. O poder público deve ainda pagar pensão no valor de um salário mínimo, até que a vítima complete 65 anos. O tiro disparado afundou a parte esquerda do crânio de I.S.R., o que deformou seu rosto e acarretou perda da visão e da audição esquerdas, paralisando também o lado direito de seu corpo, além de ter limitado a fala da vítima. De acordo com o laudo pericial I.S.R. teve seu desenvolvimento prejudicado para o resto da vida.

Seis PMs foram presos ontem em Juiz de Fora, na Zona da Mata, após operação desencadeada por uma força-tarefa especial formada por mais de 40 policiais civis e militares. As buscas resultaram na prisão de dois sargentos, um cabo e três soldados da PM. Eles são suspeitos de integrar uma quadrilha que age há mais de três anos na região, praticando assaltos a ônibus, estabelecimentos comerciais e casas. As investigações foram intensificadas nos últimos seis meses pelas equipes da Delegacia-adjunta de Furtos e Roubos, chefiadas pelos delegados Rodolfo Rolli e Fernando Camarota. A policia identificou pelo menos seis locais onde os PMs praticaram crimines. A quadrilha seria responsável pelo roubo a uma distribuidora de cerveja, em 2002, e por dois assaltos a ônibus na BR-040, em 2003. No ano passado, integrantes do bando invadiram e levaram o dinheiro de um motel, de uma casa de recuperação para dependentes químicos e de uma joalharia no Centro de Juiz de Fora. Todos os envolvidos estão detidos em celas do 2º Batalhão de Polícia Militar de Juiz de Fora. Foram presos os sargentos Luiz Maurício Wischansk e Paulo Henrique Maurício Mariano, o cabo Irlan Moreira Rios e os soldados Galucei Calais Iecker, Evander Araújo Teixeira e Fábio Marcate Rosa. Este último, com a prisão decretada no final da tarde de ontem, foi detido enquanto estava a serviço. O cumprimento dos mandados de prisão preventiva, busca e apreensão, expedidos de juiz da Vara de Execuções Criminais, Amaury de Lima e Souza, teve a participação de cinco delegados e foi acompanhada pelo próprio comandante da Quarta Região de Polícia Militar (4ª RPM), coronel Gilmar Simões de Lima. Os policiais detidos estavam

Grupo formado para investigar o bando apresenta armamento pesado apreendido após as prisões lotados no 2º e no 27º BPM de Juiz de Fora. “Quando há forte indício de que um militar esteja cometendo um delito, há até uma certa revolta por parte dos companheiros. A maioria trabalha de maneira correta”, salientou o coronel Gilmar.

■ DESENTENDIMENTO AJUDA INVESTIGAÇÃO Segundo o delegado Rodolfo Rolli, após um assalto, no final de 2003, houve um racha na quadrilha na hora de dividir o dinheiro. A discórdia entre os integrantes do bando foi fundamental para o sucesso da investigação. Alguns PMs resolveram continuar praticando

assaltos, e acabaram se envolvendo com criminosos da região, que, depois de presos, entregaram os cúmplices. As equipes que trabalharam na prisão dos PMs encontram um arsenal durante a operação. “A maioria das armas estava na casa do sargento Wischansk”, informou o delegado Camarota. Os policiais apreenderam toucas-ninja, luvas, celulares, facas e armas pesadas, entre elas granadas de mão, uma escopeta, além de revólveres e pistolas. Também foram descobertos carregadores de munição para o morteiro de uso exclusivo Exército. Além do arsenal, os acusados contavam com um fator impor-

tante noplanejamento dos assaltos. Eles sabiam como eram os procedimentos de investigação e conheciam a estrutura operacional da segurança pública, como escalas de trabalho e viaturas empregadas. Os policias vão responder formação de quadrilha, roubo qualificado e posse ilegal de armas. “As investigações devem prosseguir por 30 dias, quando fecharemos o cerco a toda essa quadrilha”, disse o delegado regional Antônio de Freitas. Outras pessoas podem estar envolvidas com o bando. A Polícia Militar, por sua vez, vai instaurar um processo administrativo contra os PMs, que podem ser expulsos da corporação.

Cresce o número de denúncias A prisão dos quatro PMs de Juiz de Fora foi precedida pela descoberta e detenção de outros três, de Contagem, na Região Metropolitana, na segunda-feira. O sargento Gleison Pereira da Silva, o cabo João Paulo Carvalho Neves e o soldado Eduardo Rodrigues Costa, do 18º Bata-

lhão, são acusados de integrar outra quadrilha de assaltantes, que agia na Grande BH. Na tarde de ontem, o ouvidor das polícias Civil e Militar, José Francisco da Silva, informou que as denúncias de abuso de poder e outros crimes praticados por policiais aumen-

tou bastant,e desde o dia 1º deste mês, com a implantação da linha 0800 283 9191, do DisqueDenúncia. “Em 15 dias, contabilizamos 93 novos casos por telefone, e outras 43 denúncias foram feitas pessoalmente.” A natureza das queixas variam de relatos de abuso de po-

der até casos tortura e morte de suspeitos, durante abordagens policiais. “Nos últimos seis anos foram contabilizadas 4.941 denúncias pela ouvidoria. A média é de 75% dos casos atribuídos a policiais militares, contra 25% referentes a policiais civis”, destaca José Francisco.

TRANSTORNO NA PEDRO II AGRESSÃO

Trote põe aluno em formigueiro FERNANDA ODILLA

MARCOS VIEIRA

O rompimento de uma rede de esgoto provocou engarrafamentos ao longo da avenida Pedro II, ontem à noite, sentido Centro/bairro, que se estenderam pelo viaduto Castelo Branco e imediações do terminal rodoviário de Belo Horizonte. De acordo com a Copasa, um entupimento na tubulação causou o problema, que resultou num um enorme buraco numa das pistas da avenida, próximo ao cruzamento com rua Itambacuri, no Caiçara, região Noroeste. Ainda à noite foram feitos os reparos na rede e hoje será concluído o revestimento de asfalto.

O primeiro dia de aula de Rodrigo Martins dos Santos, de 19 anos, na Universidade Federal de Uberlândia (UFU), no Triângulo Mineiro, terminou no hospital. Depois de ter sido obrigado a pedir dinheiro no semáforo, nos arredores da universidade, o estudante aprovado no curso de agronomia precisou se deitar sobre um formigueiro, para cumprir todas as etapas do trote. Alérgico a picadas de insetos, teve que ser socorrido às pressas, no hospital da UFU, na noite da última segunda-feira. Há um mês, uma univer-

sitária de Juiz de Fora também foi internada, com intoxicação, depois de ser obrigada por veteranos de seu curso a tomar uma mistura de álcool com água suja. Apesar de o trote ser proibido dentro dos campi de Uberlândia desde 1993, a universidade não parou de colecionar histórias trágicas envolvendo calouros e veteranos. No ano passado, uma aluna foi parar no hospital, porque jogaram pinga na cabeça dela, o que lhe causou irritação aguda nos olhos, conta, com pesar, a pró-reitora de graduação da UFU, Vera Lúcia Puga. “Quando acontece algum problema grave, eles

correm para a universidade para pedir socorro”, observa.

PUNIÇÃO A pró-reitora diz que foi justamente casos absurdos, como obrigar um estudante a beber até entrar em coma alcóolico ou nadar em fezes de animais, que fizeram a UFU baixar portaria que proíbe o trote dentro da universidade. A decisão foi tomada há 12 anos, mas nunca os alunos deixaram de promover brincadeiras, muitas vezes exageradas, nos arredores do campus. No caso do trote de Rodrigo, apesar de ter sido fora da UFU, os alunos envolvidos vão ser punidos. A universidade instaurou sin-

dicância e criou, na tarde de ontem, uma comissão para identificar os responsáveis pelo trote. “Os alunos podem ser punidos com suspensão de uma semana, um mês, um semestre ou até mesmo com a expulsão”, explica Vera Lúcia, frisando que há formas melhores de marcar o ritual de passagem dos novos alunos. “A universidade permite festas, rodízio de pizza, karaoquê entre outras atividades mais divertidas e menos perigosas ”, diz. Para reduzir o número de atos de violência durante trotes, a próreitora vai pedir o apoio da Polícia Militar de Uberlândia.

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