2001.11.30 - Acidente Mata Or - Estado De Minas

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PÁGINA 24

ESTADO DE MINAS - SEXTA-FEIRA, 30 DE NOVEMBRO DE 2001

GERAIS

❚ ÁGUA BRANCA

APONTADOS COMO AUTORES DA MORTE DE QUATRO ADOLESCENTES EM CONTAGEM VOLTAM AO BANCO DOS RÉUS E SÃO INOCENTADOS. DEFESA QUESTIONOU A FRAGILIDADE DAS PROVAS PARA DERRUBAR CONDENAÇÃO ANTERIOR

Acusados de chacina absolvidos TELMA GOMES E LANDERCY HEMERSON

Os desempregados Rogério Gomes da Silva, de 29 anos, o “Rogerão”, e Claudinei Paulo Tameirão, de 25, o “Neguinho”, foram absolvidos da acusação de autoria na chacina do bairro Água Branca, que aconteceu no ano passado em Contagem, na Região Metropolitana de BH. Eles voltaram ontem ao banco dos réus, no fórum daquela cidade e, com a tese de negativa de autoria, fundamentada na fragilidade das provas, seus advogados reverteram a condenação do primeiro julgamento, de novembro de 2000. Na época, Rogério foi sentenciado a 76 anos de prisão, e Claudinei, a 72. Ambos cumpriam pena no Centro de Remanejamento da Secretaria de Segurança Pública (Ceresp) de Betim. O terceiro condenado, o pedreiro Valdivino de Oliveira, de 42, mais conhecido como “Zangão”, que cumpre pena de dez anos no mesmo presídio, preferiu não participar do novo julgamento. A chacina do Água Branca aconteceu no dia 26 de maio do ano passado e teve como vítimas os estudantes Bruno Gonçalves de Araújo, de 16, Thiago Bruno Santana, de 15, Fernanda Paiva Miranda e Isabella de Souza Castro Assis, ambas de 16. Os quatro foram enforcados com cintos e cadarços dos próprios tênis, após fazerem uso de maconha, na Mata do Camargos. O novo julgamento teve início às 8h e terminou pouco antes das 23h. O juiz de Direito da 3.ª Vara Criminal, Derneval da Silva, presidiu o júri. A defesa de Rogério e Claudinei ficou a cargo do defensor público Valdir de Oliveira Santos, que teve o advogado Zanone Manoel de Oliveira como auxiliar. Durante o aparte da acusação, o promotor Mário Antônio Conceição utilizou um telão para apresentar as fotos dos corpos dos estudantes, destacando os indícios de requintes de crueldade utilizados na chacina. Como representante do Ministério Público, ele destacou a importância do depoimento do preso

OBITUÁRIO DIVULGAÇÃO GRATUITA ■ EZEQUIAS CLÁUDIO 52 anos natural de Humaitá, filho de Ilzo Cláudio e Maria Martins de Carvalho. Era casado com Maria das Graças da Silva Cláudio e deixa os filhos Liliane, Aline, Andressa , Juliana e Maurício. ■ MARIA DAS NEVES ROLLA DOS REIS 68 anos, natural de Mariana, filha de João Antônio Rodrigues Rolla e Carlinda Moll Rolla. Era viúva de Francisco Martins Reis e deixa os filhos Luis Paulo e Cynthia Beatriz. ■ JUVENTINO PEREIRA 64 anos, natural de Jaboticatubas, filho de Francisco Xavier Pereira e Izabel de Freitas Pereira. Era casado com Leda Rocha Pereira e deixa os filhos Gurgel, Juventino, Izabel, Lilia e Mayron. ■ AUZINETE RAMOS DE ARAÚJO 19 anos, natural de Lucialva, filho de Oliveira Ramos de Araújo e Alveeride Maria de Araújo. Deixa o filho, Lúcio. ■ ORLINDA SARMENTO GUSMÃO 83 anos, natural de Salinas, filha de José Fernandes Sarmento e Maria Joana Sarmento. Era viúva de Geraldino Gusmão e deixa os filhos Júlio, Walderez, Waldette, Maria Neuza, Geralda, Wanda, Tânia, Letice, Maria Pompéia e Áurea. ■ JOSÉ MAURO DA COSTA 51 anos, natural de Dores do Indaiá, filho de Marinho Alves Costa e Maria Mercês da Costa. Era casado com Sônia Aparecida de Sousa Costa.

ENTENDA O CASO 26/05/2000 ● Quatro adolescentes - duas garotas e dois rapazes - são assassinados em circunstâncias misteriosas na noite do domingo. Eles foram enforcados com cintos e cadarços dos próprios tênis.

28/05/2000 ● Os corpos são encontrados na Mata do Camargos, divisa entre Contagem e Belo Horizonte. A mata é utilizada com freqüência por usuários de drogas, travestis, prostitutas e casais para relações sexuais. ●Os cadáveres são reconhecidos pelos familiares. São os estudantes Bruno Gonçalves de Araújo, de 16 anos, Thiago Bruno Santana, de 15, Fernanda Paiva Miranda, de 16, e Isabella de Souza Castro Assis, de 16.

MAIO DE 2000

SIDNEY LOPES -13/11/2000

RÉUS

Claudinei e Rogério eram acusados pela morte brutal dos quatro jovens em Contagem, em maio de 2000 Carlos Alberto Giorgino, que declarou ter ouvido do próprio Rogério a confissão do crime. A falta de provas materiais foi tese utilizada pela defesa. O defensor alegou que a declaração de Giorgino não deveria ser considerada suficiente para a condenação dos réus. “Giorgino é um preso condenado por roubo a mão armada e ainda por estelionato, que é um crime baseado na mentira. Trata-se de uma pessoa que não tem qualificação para servir de testemunha em um julgamento”, argumentou Valdir de Oliveira Santos O defensor público destacou ainda que o próprio Valdivino prestou depoimentos contraditórios durante todo o decorrer do inquérito policial, e também na fase do processo na Justiça. “Ele chegou a dizer que não estava no local do crime, e apontou Rogério e Claudinei como cúmplices do crime devido à pressão que sofreu na delegacia.”

Mãe vai ao tribunal e alega perseguição Apenas os familiares dos réus compareceram ao fórum para acompanhar o novo julgamento. Com uma bíblia na mão, Rogério permaneceu de cabeça baixa durante todo o julgamento, ao lado de Claudinei, que manteve a mesma postura. A mãe de Rogério, a roupeira Senhora Gomes da Silva, de 54 anos, estava esperançosa na absolvição do filho. Ela disse que ele era usuário de maconha e tinha sido preso apenas uma vez, acusado de envolvimento em um roubo. “Ele viu seu colega Wellington, que também tinha sido detido, ser assassinado pelos policiais. Desde então, passou a ser perseguido pela polícia, que jogou esta chacina

nas costas dele. Chegamos a pedir garantia de vida para ele na Justiça, mas não tivemos resposta”, desabafou. A cozinheira Maria Aparecida Tameirão, de 49, mãe de Claudinei, disse que o filho também era viciado em maconha e tinha sido preso por participar de um assalto a uma drogaria, no bairro Padre Eustáquio. “Ele me disse que realmente estava entre os assaltantes da drogaria, mas garantiu que não teve nenhuma participação na morte dos quatro garotos do bairro Água Branca. Peço a Deus que hoje a verdade venha à tona. Se ele for inocente, que seja liberado. Mas se for culpado, que pague pelo crime.”

● Após interrogar mais de cinco pessoas, incluindo dois travestis, a polícia de Contagem indicia apenas três pessoas: o pedreiro Valdivino de Oliveira, de 42 anos, o “Zangão”, e os desempregados Rogério Gomes da Silva, de 29, o “Rogerão”, e Claudinei Paulo Tameirão, de 25, o “Neguinho”.

NOVEMBRO DE 2000 ● Os réus são julgados. Valdivino é condenado a 10 anos de prisão, devido à sua menor participação do crime. Rogério recebe sentença de 76 anos, devido aos agravantes da premeditação e requinte de crueldade. Claudinei é condenado a 72 anos. Os três são encaminhados ao Ceresp de Betim. Julgamento é anulado por “erro na votação de quesitos”.

NOVEMBRO DE 2001 ● Rogério Gomes da Silva e Claudinei Paulo Tameirão voltam ao banco dos réus. A defesa de Valdivino preferiu não recorrer da sentença. O novo julgamento durou quase 15 horas e terminou com a absolvição dos réus.

GIRO POLICIAL BR-381

ACIDENTE MATA SUBPROCURADOR O subprocurador-geral do Estado Nelcy Pereira Pena, de 54 anos, teve morte instantânea ao bater com o Santana Quantum, placa GPX 4422, contra a traseira do caminhão Mercedes placa GLK 1232, dirigido por Geraldo Magela da Silva, de 46. O acidente aconteceu por volta das 14h30 de ontem, no km 307 da BR-381, município de Nova Era, Vale do Aço. Nelcy viajava sozinho em direção a Governador Valadares. Acredita-se que ele tenha se sentido mal antes de bater contra a traseira do caminhão, já que o acidente aconteceu numa reta, num trecho em subida, com três faixas. Nelcy Pena ganhou notoriedade no começo do governo Itamar Franco, ao garantir o afastamento dos “sócios estrangeiros” da direção da Cemig, em 1999. Seu corpo está no velório 2 do Cemitério do Bonfim, em Belo Horizonte. Na mesma rodovia, km 234, em Caratinga, Elizabeth Carvalho também morreu, e Geraldo Lourenço ficou gravemente ferido numa batida entre um Opala e uma Kombi. O motorista da perua fugiu.

❚ CARTÕES A Polícia Civil prendeu ontem uma quadrilha que atuava nos terminais do Banco 24 Horas no terminal rodoviário de Belo Horizonte. Duas irmãs foram presas em flagrante no local. Simone Benedito Nascimento, de 39 anos, sacou R$ 400 com cartão bancário roubado, antes de ser abordada por policiais. Soraia Andrea do Nascimento a acompanhava e levava na bolsa quatro cartões de terceiros. Segundo a polícia, um dos cartões magnéticos pertence a uma mulher de 73 anos e foi furtado em julho deste ano. A terceira integrante do grupo, Odília Maria de Castro Filho, vai ser indiciada em inquérito. Simone, a mentora do golpe, segundo a polícia, confessou que elas atuavam há três meses em BH. A polícia suspeita que as mulheres façam parte de um braço de uma quadrilha com ramificações no Rio de Janeiro e em outras capitais.

❚ ESCOLA AMEAÇADA A demora da Secretaria de Estado da Educação em pedir reforço no policiamento está deixando professores e funcionários da Escola Estadual Princesa Isabel em clima de terror, desde que o diretor Manuel Morais foi espancado por um ex-aluno, na última terçafeira. A manifestação de apoio a Manuel, que havia sido programada para hoje, foi cancelada porque a equipe recebeu novas ameaças das gangues de invasores da escola. As aulas estão suspensas e as pessoas se recusam a retomar o curso normal até que sejam garantidos o policiamento e sua integridade física. Por um lado, os funcionários estão com receio de sofrer represálias da secretaria e por outro, sentem medo dos invasores.

❚ VALE DO JATOBÁ Cerca de 50 manifestantes impediram o trânsito na avenida Senador Levindo Coelho, número 3.990, no bairro Vale do Jatobá, na região do Barreiro, em Belo Horizonte, por volta das 9h20 da manhã de ontem. Segundo o Corpo de Bombeiros, eles colocaram fogo em pneus e madeira. O protesto exigia a construção de quebra molas no local. A Polícia Militar também foi chamada para controlar o tumulto.

ENTENDA O CASO

ENTENDA O CASO

ENTENDA O CASO

PÁGINA 24

ESTADO DE MINAS - SEXTA-FEIRA, 30 DE NOVEMBRO DE 2001

GERAIS

❚ ÁGUA BRANCA

APONTADOS COMO AUTORES DA MORTE DE QUATRO ADOLESCENTES EM CONTAGEM VOLTAM AO BANCO DOS RÉUS E SÃO INOCENTADOS. DEFESA QUESTIONOU A FRAGILIDADE DAS PROVAS PARA DERRUBAR CONDENAÇÃO ANTERIOR

Acusados de chacina absolvidos TELMA GOMES E LANDERCY HEMERSON

Os desempregados Rogério Gomes da Silva, de 29 anos, o “Rogerão”, e Claudinei Paulo Tameirão, de 25, o “Neguinho”, foram absolvidos da acusação de autoria na chacina do bairro Água Branca, que aconteceu no ano passado em Contagem, na Região Metropolitana de BH. Eles voltaram ontem ao banco dos réus, no fórum daquela cidade e, com a tese de negativa de autoria, fundamentada na fragilidade das provas, seus advogados reverteram a condenação do primeiro julgamento, de novembro de 2000. Na época, Rogério foi sentenciado a 76 anos de prisão, e Claudinei, a 72. Ambos cumpriam pena no Centro de Remanejamento da Secretaria de Segurança Pública (Ceresp) de Betim. O terceiro condenado, o pedreiro Valdivino de Oliveira, de 42, mais conhecido como “Zangão”, que cumpre pena de dez anos no mesmo presídio, preferiu não participar do novo julgamento. A chacina do Água Branca aconteceu no dia 26 de maio do ano passado e teve como vítimas os estudantes Bruno Gonçalves de Araújo, de 16, Thiago Bruno Santana, de 15, Fernanda Paiva Miranda e Isabella de Souza Castro Assis, ambas de 16. Os quatro foram enforcados com cintos e cadarços dos próprios tênis, após fazerem uso de maconha, na Mata do Camargos. O novo julgamento teve início às 8h e terminou pouco antes das 23h. O juiz de Direito da 3.ª Vara Criminal, Derneval da Silva, presidiu o júri. A defesa de Rogério e Claudinei ficou a cargo do defensor público Valdir de Oliveira Santos, que teve o advogado Zanone Manoel de Oliveira como auxiliar. Durante o aparte da acusação, o promotor Mário Antônio Conceição utilizou um telão para apresentar as fotos dos corpos dos estudantes, destacando os indícios de requintes de crueldade utilizados na chacina. Como representante do Ministério Público, ele destacou a importância do depoimento do preso

OBITUÁRIO DIVULGAÇÃO GRATUITA ■ EZEQUIAS CLÁUDIO 52 anos natural de Humaitá, filho de Ilzo Cláudio e Maria Martins de Carvalho. Era casado com Maria das Graças da Silva Cláudio e deixa os filhos Liliane, Aline, Andressa , Juliana e Maurício. ■ MARIA DAS NEVES ROLLA DOS REIS 68 anos, natural de Mariana, filha de João Antônio Rodrigues Rolla e Carlinda Moll Rolla. Era viúva de Francisco Martins Reis e deixa os filhos Luis Paulo e Cynthia Beatriz. ■ JUVENTINO PEREIRA 64 anos, natural de Jaboticatubas, filho de Francisco Xavier Pereira e Izabel de Freitas Pereira. Era casado com Leda Rocha Pereira e deixa os filhos Gurgel, Juventino, Izabel, Lilia e Mayron. ■ AUZINETE RAMOS DE ARAÚJO 19 anos, natural de Lucialva, filho de Oliveira Ramos de Araújo e Alveeride Maria de Araújo. Deixa o filho, Lúcio. ■ ORLINDA SARMENTO GUSMÃO 83 anos, natural de Salinas, filha de José Fernandes Sarmento e Maria Joana Sarmento. Era viúva de Geraldino Gusmão e deixa os filhos Júlio, Walderez, Waldette, Maria Neuza, Geralda, Wanda, Tânia, Letice, Maria Pompéia e Áurea. ■ JOSÉ MAURO DA COSTA 51 anos, natural de Dores do Indaiá, filho de Marinho Alves Costa e Maria Mercês da Costa. Era casado com Sônia Aparecida de Sousa Costa.

ENTENDA O CASO 26/05/2000 ● Quatro adolescentes - duas garotas e dois rapazes - são assassinados em circunstâncias misteriosas na noite do domingo. Eles foram enforcados com cintos e cadarços dos próprios tênis.

28/05/2000 ● Os corpos são encontrados na Mata do Camargos, divisa entre Contagem e Belo Horizonte. A mata é utilizada com freqüência por usuários de drogas, travestis, prostitutas e casais para relações sexuais. ●Os cadáveres são reconhecidos pelos familiares. São os estudantes Bruno Gonçalves de Araújo, de 16 anos, Thiago Bruno Santana, de 15, Fernanda Paiva Miranda, de 16, e Isabella de Souza Castro Assis, de 16.

MAIO DE 2000

SIDNEY LOPES -13/11/2000

RÉUS

Claudinei e Rogério eram acusados pela morte brutal dos quatro jovens em Contagem, em maio de 2000 Carlos Alberto Giorgino, que declarou ter ouvido do próprio Rogério a confissão do crime. A falta de provas materiais foi tese utilizada pela defesa. O defensor alegou que a declaração de Giorgino não deveria ser considerada suficiente para a condenação dos réus. “Giorgino é um preso condenado por roubo a mão armada e ainda por estelionato, que é um crime baseado na mentira. Trata-se de uma pessoa que não tem qualificação para servir de testemunha em um julgamento”, argumentou Valdir de Oliveira Santos O defensor público destacou ainda que o próprio Valdivino prestou depoimentos contraditórios durante todo o decorrer do inquérito policial, e também na fase do processo na Justiça. “Ele chegou a dizer que não estava no local do crime, e apontou Rogério e Claudinei como cúmplices do crime devido à pressão que sofreu na delegacia.”

Mãe vai ao tribunal e alega perseguição Apenas os familiares dos réus compareceram ao fórum para acompanhar o novo julgamento. Com uma bíblia na mão, Rogério permaneceu de cabeça baixa durante todo o julgamento, ao lado de Claudinei, que manteve a mesma postura. A mãe de Rogério, a roupeira Senhora Gomes da Silva, de 54 anos, estava esperançosa na absolvição do filho. Ela disse que ele era usuário de maconha e tinha sido preso apenas uma vez, acusado de envolvimento em um roubo. “Ele viu seu colega Wellington, que também tinha sido detido, ser assassinado pelos policiais. Desde então, passou a ser perseguido pela polícia, que jogou esta chacina

nas costas dele. Chegamos a pedir garantia de vida para ele na Justiça, mas não tivemos resposta”, desabafou. A cozinheira Maria Aparecida Tameirão, de 49, mãe de Claudinei, disse que o filho também era viciado em maconha e tinha sido preso por participar de um assalto a uma drogaria, no bairro Padre Eustáquio. “Ele me disse que realmente estava entre os assaltantes da drogaria, mas garantiu que não teve nenhuma participação na morte dos quatro garotos do bairro Água Branca. Peço a Deus que hoje a verdade venha à tona. Se ele for inocente, que seja liberado. Mas se for culpado, que pague pelo crime.”

● Após interrogar mais de cinco pessoas, incluindo dois travestis, a polícia de Contagem indicia apenas três pessoas: o pedreiro Valdivino de Oliveira, de 42 anos, o “Zangão”, e os desempregados Rogério Gomes da Silva, de 29, o “Rogerão”, e Claudinei Paulo Tameirão, de 25, o “Neguinho”.

NOVEMBRO DE 2000 ● Os réus são julgados. Valdivino é condenado a 10 anos de prisão, devido à sua menor participação do crime. Rogério recebe sentença de 76 anos, devido aos agravantes da premeditação e requinte de crueldade. Claudinei é condenado a 72 anos. Os três são encaminhados ao Ceresp de Betim. Julgamento é anulado por “erro na votação de quesitos”.

NOVEMBRO DE 2001 ● Rogério Gomes da Silva e Claudinei Paulo Tameirão voltam ao banco dos réus. A defesa de Valdivino preferiu não recorrer da sentença. O novo julgamento durou quase 15 horas e terminou com a absolvição dos réus.

GIRO POLICIAL BR-381

ACIDENTE MATA SUBPROCURADOR O subprocurador-geral do Estado Nelcy Pereira Pena, de 54 anos, teve morte instantânea ao bater com o Santana Quantum, placa GPX 4422, contra a traseira do caminhão Mercedes placa GLK 1232, dirigido por Geraldo Magela da Silva, de 46. O acidente aconteceu por volta das 14h30 de ontem, no km 307 da BR-381, município de Nova Era, Vale do Aço. Nelcy viajava sozinho em direção a Governador Valadares. Acredita-se que ele tenha se sentido mal antes de bater contra a traseira do caminhão, já que o acidente aconteceu numa reta, num trecho em subida, com três faixas. Nelcy Pena ganhou notoriedade no começo do governo Itamar Franco, ao garantir o afastamento dos “sócios estrangeiros” da direção da Cemig, em 1999. Seu corpo está no velório 2 do Cemitério do Bonfim, em Belo Horizonte. Na mesma rodovia, km 234, em Caratinga, Elizabeth Carvalho também morreu, e Geraldo Lourenço ficou gravemente ferido numa batida entre um Opala e uma Kombi. O motorista da perua fugiu.

❚ CARTÕES A Polícia Civil prendeu ontem uma quadrilha que atuava nos terminais do Banco 24 Horas no terminal rodoviário de Belo Horizonte. Duas irmãs foram presas em flagrante no local. Simone Benedito Nascimento, de 39 anos, sacou R$ 400 com cartão bancário roubado, antes de ser abordada por policiais. Soraia Andrea do Nascimento a acompanhava e levava na bolsa quatro cartões de terceiros. Segundo a polícia, um dos cartões magnéticos pertence a uma mulher de 73 anos e foi furtado em julho deste ano. A terceira integrante do grupo, Odília Maria de Castro Filho, vai ser indiciada em inquérito. Simone, a mentora do golpe, segundo a polícia, confessou que elas atuavam há três meses em BH. A polícia suspeita que as mulheres façam parte de um braço de uma quadrilha com ramificações no Rio de Janeiro e em outras capitais.

❚ ESCOLA AMEAÇADA A demora da Secretaria de Estado da Educação em pedir reforço no policiamento está deixando professores e funcionários da Escola Estadual Princesa Isabel em clima de terror, desde que o diretor Manuel Morais foi espancado por um ex-aluno, na última terçafeira. A manifestação de apoio a Manuel, que havia sido programada para hoje, foi cancelada porque a equipe recebeu novas ameaças das gangues de invasores da escola. As aulas estão suspensas e as pessoas se recusam a retomar o curso normal até que sejam garantidos o policiamento e sua integridade física. Por um lado, os funcionários estão com receio de sofrer represálias da secretaria e por outro, sentem medo dos invasores.

❚ VALE DO JATOBÁ Cerca de 50 manifestantes impediram o trânsito na avenida Senador Levindo Coelho, número 3.990, no bairro Vale do Jatobá, na região do Barreiro, em Belo Horizonte, por volta das 9h20 da manhã de ontem. Segundo o Corpo de Bombeiros, eles colocaram fogo em pneus e madeira. O protesto exigia a construção de quebra molas no local. A Polícia Militar também foi chamada para controlar o tumulto.

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