2003.06.29 - Acidentes Em Rodovias Provocam Oito Mortes - Estado De Minas

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PÁGINA 22

ESTADO DE MINAS - SEXTA-FEIRA, 29 DE AGOSTO DE 2003

GERAIS

❚ TRÁFICO NO CENTRO

❚ VIOLÊNCIA

DEFESA BUSCA DESQUALIFICAR DENÚNCIAS, COM O ARGUMENTO DE QUE SÃO GENÉRICAS, MAS DEPOIMENTOS INCRIMINAM MAIORIA DOS ACUSADOS DE INTEGRAR ESQUEMA DE CORRUPÇÃO

Acidentes em rodovias Testemunhas identificam provocam oito mortes

nove policiais acusados O detetive José Geraldo da Silva, conhecido pelos apelidos de “Bill” ou “Doti”, foi o único dos dez policiais civis que não foi reconhecido por testemunhas, na primeira audiência de instrução do processo dos acusados de integrar a máfia do Centro de Belo Horizonte. O grupo, formado ainda por quatro policiais militares, responde por associação para facilitação e difusão do tráfico de drogas, extorsão e corrupção passiva. Hoje, eles retornam ao Fórum Lafayette para dar continuidade às oitivas das testemunhas de acusação e defesa, suspensas no final da noite de ontem. Conforme o promotor Francisco Rogério Barbosa Campos, três testemunhas, entre as quais a acusada de tráfico Silvia Helena Menezes, fizeram o reconhecimento positivo da maioria dos acusados. “Houve caso em que alguns foram identificados por apenas uma das testemunhas. Mas amanhã (hoje) pode acontecer uma nova sessão de reconhecimento, com outras quatro testemunhas”. A advogada Wanda Luzia Cunha, que defende três acusados, definiu como “viciada” a sessão de reconhecimento. Segundo ela, na fase de inquérito as testemunhas foram apresentadas aos acusados por meio de foto. Wanda e outros quatro advogados que defendem os dez acusados demonstraram a intenção de desqualificar as denúncias contra seus clientes, por considerarem que não foram produzidas provas materiais. “São apenas acusações genéricas”, argumentou a advogada.

DERROTA A tentativa da defesa, porém, sofreu o primeiro revés pela manhã. O juiz José Eustáquio Lucas Pereira não acatou as preliminares apresentadas pelos advogados, alegando que

informações da Polícia Rodoviária Federal de João Monlevade, o caminhão placa DAJ 0380, de Guarulhos (SP), estava na BR-381 e pretendia entrar na 262, mas reduziu a velocidade por ter errado o caminho. A caminhonete placa GTR 4527 não conseguiu parar e bateu na traseira do caminhão. Com o choque, duas passageiras da caminhonete morreram. Uma, identificada apenas como Magda e outra, que estava grávida, ainda sem identificação. O motorista da caminhonete, Antônio Carlos Medeiros Guimarães, foi levado, em estado grave, para o Hospital Margarida, de João Monlevade. Outro acidente envolvendo um caminhão e um carro, na divisa das cidades de Nova Serrana e São Gonçalo do Pará, região Centro-Oeste, deixou quatro mortos. Até o final da noite, a Polícia Rodoviária Federal não tinha mais informações sobre o desastre.

❚ COCAÍNA

RENATO WEIL

DEPOIMENTO

Policiais, como o carcereiro Vanilton Santana (direita), comparecem ao fórum para depor e alegam inocência as denúncias do Ministério Público contra seus clientes eram genéricas, dificultando a defesa. No final da noite, o promotor Francisco Campos considerou que houve um avanço na produção de provas. “O depoimento do deputado

Durval Ângelo (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa, manteve a denúncia confiável, não mudando a visão sobre a conduta dos acusados”, explicou Campos. O parlamentar prestou declarações

INVESTIDA A advogada Wanda Luzia Cunha – que defende os acusados Sérgio Ricardo da Silva, Vanilton Santana e Joaquim Ribeiro Sobrinho – informou ontem que entrou com pedido de habeas corpus no Tribunal de Justiça, pedindo a paralisação da ação penal contra os policiais. “Ainda não foi julgado, mas se for acatado, o processo retorna ao Ministério Público para que as denúncias sejam detalhadas”, informou.

Esquema desmontado a partir de uma prisão As denúncias contra os dez policiais civis e outros quatro militares foram feitas depois da prisão da traficante Sílvia Helena Menezes, de 50 anos, na avenida Santos Dumont, Centro da capital, em 30 de maio. Na ocasião, ela acusou vários policiais de comandar o tráfico de drogas na região. Em reuniões na Assembléia Legislativa, garotas de programa confirmaram as denúncias de Sílvia Helena. A Corregedoria da Polícia Civil instaurou inquérito e encaminhou para o Ministério Público, que apresentou denúncia. Na segunda quinzena de junho, os policiais tiveram a prisão preventiva decretada pelo juiz Agostinho Gomes de Azevedo, da Vara de Tóxicos do Fórum Lafayette. A última prisão ocorreu há 20 dias. Os denunciados

Oito pessoas morreram em três acidentes na noite de ontem nas estradas de Minas. Na MG-806, na altura do Km 13, no bairro Labanca, em Justinópolis, Região Metropolitana de Belo Horizonte, a Polícia Rodoviária Estadual informou que o monza placa GQN 0361 estava trafegando na contra-mão e bateu de frente no ônibus placa GXH 9282 e, em seguida, caiu em um barranco. Com o choque, seguido da queda, duas pessoas que estavam no monza morreram. O motorista Valter Fernandes da Silva, de 37 anos, e Priscila Rodrigues, de 13, morreram na hora. O acidente feriu mais cinco pessoas – segundo a PRE, duas crianças, de 12 anos; outra criança, de 5, e duas mulheres. No trevo da BR-262 com a BR-381, próximo a João Monlevade, na região Central do Estado, outro acidente deixou duas pessoas mortas. Segundo

estão presos em seis unidades da Polícia Civil, na capital. De acordo com o Ministério Público, eles são acusados de se associar, pelo menos desde 2001, para praticar extorsão de prostitutas, traficantes e camelôs que atuam no Centro de Belo Horizonte. Eles ainda respondem por corrupção passiva, formação de quadrilha e tráfico de drogas. Os quatro militares denunciados pelo MP estão presos e respondem a processo que tramita na Justiça Militar. A principal denunciante, Sílvia Helena, está presa por tráfico na Penitenciária de Mulheres Estevão Pinto. Na época do inquérito, ela reconheceu por meio de arquivo fotográfico, dez policiais civis e um militar e revelou o nome de outros que fariam parte da quadrilha.

por quase cinco horas, após um oficial da Polícia Militar. A previsão é de que hoje sete outras testemunhas de acusação sejam ouvidas. As testemunhas de defesa dos policiais também devem começar a prestar depoimento hoje. Na abertura da fase de instrução e julgamento do processo – que tramita em segredo de Justiça, como determina a Lei de Tóxicos – os acusados chegaram ao Fórum às 8h, sob escolta. Por quase cinco horas, prestaram depoimento ao juiz Eustáquio Pereira. Todos se disseram inocentes das acusações.

DENUNCIADOS E PRESOS CIVIS Detetives 1) José Geraldo da Silva, o “Bill” ou “Doti”, da Divisão de Crimes contra o Patrimônio (DCcP). 2) Marcelo Carpino de Oliveira, o “Carioca” ou “Gordinho”, do Departamento Estadual de Operações Especiais (Deoesp). 3) Sérgio Ricardo da Silva, o “Japão” ou “Boi”, da Divisão de Orientação e Proteção à Criança e ao Adolescente (Dopcad). 4) Kennedy Mendes da Silva, do 10º Distrito Policial, bairro Serra 5) Francisco Antônio Félix, do Dopcad 6) Aloísio Pegado Cortez, do Dopcad

Polícia Federal estoura laboratório em Betim A Polícia Federal estourou, na tarde de anteontem, um laboratório de refino de cocaína na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Três pessoas foram presas. A droga estava em uma casa no bairro Laranjeiras, periferia de Betim, a 23 quilômetros da capital. No local, foram encontrados 1,5 quilo de pasta base, um revólver calibre 32 e material usado para produzir a cocaína. Foram presos Paulo Aparecido Miguel, de 43 anos, Antônio Aílton Pereira, de 31, e Sinval Jacinto de Borba, de 40. Eles eram responsáveis pela distribuição de drogas em Betim e região. Segundo o delegado Ricardo Amaro, o traficante Paulo Miguel fazia viagens até Jiparaná (RN), onde a pasta de cocaína era colocada em fundos falsos de sapatos, tênis e chinelos e trazida até Betim. Em cada viagem, Paulo transportava um quilo de pasta, que era transformado em

até três quilos de cocaína e crack. Ricardo Amaro vinha investigando o trio há um ano. Os três estão presos na delegacia de Betim por tráfico de drogas e porte ilegal de armas.

DENÚNCIA No bairro Nova Granada, região Oeste de Belo Horizonte, uma denúncia anônima levou a policia à rua Industrial José Costa, 1.418, onde foram presos Abrahão Moreira Couto e Cleisson dos Santos Pedra, ambos de 26 anos, com dois quilos de cocaína e crack. Com eles, ainda foram encontrados um revólver calibre 38 com a numeração raspada, um módulo de potência de som para carro e quatro celulares, sendo dois de operadoras do Rio de Janeiro. O capitão PM Henrique, do Batalhão da Rotam, desconfia de um possível envolvimento da dupla com o trafico de drogas do Rio de Janeiro.

Carcereiros 7) Aílton Dias Moura, da Delegacia de Caeté 8) Vanilton Santana, da Delegacia de Sete Lagoas 9) Edmilson Leandro Maia, da Casa de Detenção Dutra Ladeira 10) Joaquim Ribeiro Sobrinho, carcereiro aposentado da Polícia Civil PMS Cabos

Soldados

1) Charles Pereira Barbosa, do 1º BPM 2) Antônio Marcelo Godinho, do 1º BPM

3) Wanderson de São José Rodrigues, do 1º BPM 4) Eduardo Menezes, do 1º BPM

❚ ASSALTO

MARCOS MICHELIN

FLAGRANTE

Pasta de coca era acondicionada em sapatos para ser processada

❚ CALDEIRÃO

Grupo rouba jóias e atira em padre Furtos registra 17ª morte neste ano Um telefone grampeado pode ter levado dois assaltantes até a casa paroquial da igreja matriz São Carlos Borromeu, de Lagoa da Prata, região Centro-Oeste, a 211 quilômetros de Belo Horizonte. Os assaltantes levaram 3 quilos de jóias, avaliadas em R$ 150 mil, e atiraram em um padre. O pároco da igreja, padre José Pimenta da Silva, proprietário das jóias, diz que os objetos chegaram na manhã de ontem. Ele suspeita que o telefone estivesse grampeado quando pediu que as jóias fossem enviadas. O padre explica que as bens são de sua família, que trabalhava com revenda de adornos de ouro.

O padre celebrou a missa das 7h e quando voltou para a casa paroquial, deixou a porta aberta. Por volta das 9h, os dois homens entraram e levaram o padre José Pimenta, o aposentado Fausto Resende Oliveira, o bancário Rômulo Resende e a mãe do padre, Almerinda Custódio Azevedo, para o banheiro. Lá, eles foram amarrados com fio de telefone e pedaços de pano. No momento em que os assaltantes procuravam as jóias, o padre Ildo Balduino Freitas, que também estava na casa paroquial, saiu do cômodo em que estava e ficou cara a cara com os ladrões. Surpreendido, um dos as-

saltantes atirou contra o padre, acertando-o de raspão no ombro esquerdo. Logo depois, a faxineira Maria do Carmo Ferreira bateu na porta da casa paroquial, para pedir um copo de leite. Também foi dominada e colocada em um quarto, juntamente com o padre baleado. Após o assalto, o padre Ildo foi levado para o Hospital São Carlos, onde foi medicado e liberado, no início da noite. Segundo a Polícia Militar de Bom Despacho, os assaltantes fugiram em um Monza vinho, do Rio de Janeiro. A polícia fez buscas na região, mas até o final da noite não havia encontrado os assaltantes.

O assaltante Igor Fernandes Porto Andrade, de 24 anos, foi encontrado morto na cela 3 da carceragem da Divisão de Crimes Contra o Patrimônio (Furtos e Roubos), no Barro Preto, região Centro-Sul de Belo Horizonte, na madrugada de ontem. Essa é a 17ª morte registrada na unidade apenas neste ano. Os policiais da Divisão de Crimes Contra a Vida (DCcV) vão investigar o caso do detento, transferido do Centro de Remanejamento da Polícia Civil, na Gameleira, há nove dias. Os 13 presos que dividiam a cela com Igor

alegaram que ele se suicidou. Segundo o titular da Furtos e Roubos, Marcelo Machado, o detento foi encontrado com uma corda amarrada ao pescoço e presa à grade da cela. “Não acredito que tenha sido suicídio”, afirmou Machado. Os peritos não constataram, a princípio, nenhuma lesão externa. “Vamos aguardar o laudo de necropsia”, informou o titula da DCcV, Elcides Guimarães. Igor era do Rio de Janeiro e estava na cela com outros 13 homens. Atualmente, o carceragem, com capacidade para 80 detentos, está com

506, 80% deles condenados, amontoados em 22 celas. No início deste mês, Machado denunciou em reunião na Assembléia Legislativa a possibilidade de uma nova edição da ciranda da morte, em que presos matam colegas de cela para obter espaço. A assessoria de comunicação da Subsecretaria de Administração Penitenciária da Secretaria de Defesa Social informou que existe um plano para o remanejamento dos presos condenados, da Furtos e Roubos para unidades do sistema penitenciário, durante o próximo mês.

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