2004.02.10 - Acidentes Graves Viram Rotina Em Minas - Estado De Minas

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ESTADO DE MINAS - TERÇA-FEIRA, 10 DE FEVEREIRO DE 2004

PÁGINA 23

GERAIS

❚ ENCOMENDA

❚ VIOLÊNCIA

NICANOR SOARES PEREIRA, DE 42 ANOS, QUE ADMINISTRA PAI PEDRO, NORTE DE MINAS, E UM COMERCIANTE TERIAM PROMETIDO R$ 5 MIL A DOIS HOMENS PARA ASSASSINAR MAURO ARAÚJO

ENTRE SEXTA-FEIRA E PRIMEIRAS HORAS DE ONTEM, 26 ASSASSINATOS SÃO REGISTRADOS

Prefeito é preso por morte de cabo PM LUIZ RIBEIRO

O prefeito de Pai Pedro, Norte de Minas, Nicanor Soares Pereira (PFL), de 44 anos, foi preso, ontem, como um dos principais suspeitos de ser mandante do assassinato do cabo PM Mauro Antônio Araújo, de 42, morto a tiros na noite de 29 de janeiro, dentro de uma lanchonete no centro de Porteirinha, também no Norte do Estado. Anteontem, a Polícia Militar prendeu Rogério Almeida Barbosa, de 25 anos, e Reinaldo Maurício, de 22, que confessaram o assassinato. Os dois reve-

laram que teriam cometido o crime a mando do prefeito e do comerciante Antonio Ferreira Neto, de 45 anos, que também está preso. Segundo o Comando Regional da Polícia Militar (CRPM) de Montes Claros, o crime teria sido encomendado porque, há tres anos, o comerciante Antonio Ferreira foi preso pelo cabo PM, sob a acusação de receptação de um carro e uma escopeta roubados. O prefeito de Pai Pedro é muito amigo do comerciante e, por isso, o teria ajudado. Mas os dois negam envolvimento no caso.

❚ PERIGO NAS RUAS /

Rogério e Reinaldo disseram que foram contratados para matar o cabo pelo prefeito e pelo comerciante diante da promessa do pagamento de R$ 5 mil, que, no entanto, não chegou a ser efetuado. Foram presas mais três pessoas que teriam dado cobertura aos assassinos confessos: Johnny Peres da Silva e Valdirene Dias Feitosa, ambos de 18, e uma menor, de 14. A menor é namorada de Johnny, que aceitou que Rogério e Reinaldo pudessem se esconder na fazenda de seus parentes, na localidade de Goiabeiras, no município de

Riacho dos Machados, também próximo a Porteirinha. O prefeito e Antonio Ferreira negaram serem mandantes do crime, mas a polícia reuniu fortes indícios da participação deles no assassinato. Conforme o capitão César Ricardo, do CRPM de Montes Claros, no dia do crime, o carro particular de Nicanor Pereira foi visto em Porteirinha. Ele teria levado os assassinos à cidade e facilitado a fuga da dupla. Rogério Almeida é fugitivo da Justiça de Sao Paulo. Reinaldo Maurício nasceu em Porteirinha, mas morou um período na capital paulista.

TESTEMUNHAS DIZEM QUE DISPUTA NO TRÂNSITO CAUSOU BATIDA EM BH

Outro “pega” pode ter deixado feridos A Polícia Civil começa a investigar, hoje, a possibilidade de que mais um acidente com vítimas em Belo Horizonte tenha sido provocado por um “pega” entre motoristas. O acidente envolveu três veículos e aconteceu na noite de domingo, próximo ao número 240 da rua Castelo de Ajuda, no bairro Castelo, região da Pampulha. Três pessoas tiveram ferimentos leves e foram socorridas no Hospital Odilon Behrens, mas não correm risco de morte. Segundo levantamentos feitos no local pela Polícia Militar e pelo Corpo de Bombeiros, o Fiat Strada de placas GXT5806, de propriedade da JB Limpeza e Conservação e dirigido por Michael Carvalho Pereira, de 21 anos, trafegava em alta velocidade pela rua quando o motorista percebeu que não conseguiria passar entre o Palio, placas GZK-6045, e o Gol de placas CEB-2944. De acordo com a PM, Michael tentou parar o carro, mas, por causa da velocidade, as rodas travaram e o veículo deslizou pela pista, atingindo a traseira do Palio que, segundo os bombeiros, estaria estacionado. Ainda de acordo com a PM, em seguida, o Fiat Strada bateu de frente com o Gol, que capotou, provocando ferimentos em Fábio Pedro Ribeiro, de 22, e Ramon Gualberto Rocha, de 21. Além deles, Ikaro Jeremias Diniz, de 18, também ficou ferido no acidente. O acidente ocorreu por vol-

JAIR AMARAL/18/1/2004

ACUSAÇÃO

Ministério Público vai denunciar à Justiça Fabiano Pereira e Ricardo Barbosa por homicídio doloso ta das 19h e testemunhas contaram aos policiais que o Fiat Strada estava em alta velocidade e aparentava participar de um “pega”. Segundo o Boletim de Ocorrência de número 101.750, Michael também apresentava sintomas de embriaguez e assumiu para os militares que havia bebido. A Delegacia Especializada em Acidentes de Veículos (Deav)

deve abrir inquérito hoje para apurar o caso. O Ministério Público deve apresentar denúncia, ainda nesta semana, contra o vendedor Fabiano Brasil Pereira, de 19 anos, e o comerciante Ricardo Costa Barbosa, de 27, acusados de participar de um “pega” em 18 de janeiro, na Pampulha. O “pega” terminou em um acidente no cruzamento das aveni-

das Atlântica e Santa Terezinha, no bairro de mesmo nome, que causou a morte de Yanka Kely Aguiar de Souza, de 4, e ferimentos em outras sete pessoas de sua família. O delegado Anderson Alcântara, responsável pela apuração do caso, enviou, ontem, o inquérito para a Justiça, em que acusa Fabiano e Ricardo por homicídio doloso - com intenção de matar.

❚ RISCO NAS ESTRADAS

Acidentes graves viram rotina em Minas As estradas de Minas registraram grande número de mortes pelo segundo final de semana consecutivo. Pelo menos dez pessoas morreram e 14 ficaram feridas, já no período anterior foram 13 mortos. Na manhã de ontem, um acidente na BR-381, em Barão de Cocais, a 93 quilômetros da capital, envolvendo a carreta GSH 8590, de Betim, e o Corsa JLL 3044, de Itamarajuba (BA), provocou a morte da passageira do carro de passeio, Sueli de Oliveira Gomes, de 46 anos. Segundo a polícia rodoviária, chovia muito no local e o corsa não conseguiu fazer uma curva, rodou na pista e bateu de frente na carreta. Quatro feridos, dois de cada veículo, foram socorridos para o Hospital de ProntoSocorro João XXIII, na capital. No acidente mais grave, sete pessoas morreram, sendo seis carbonizadas. Elas estavam no Gol placa GTQ 2794, e na Caravan placa GOR 0700, que bateram de frente na MG-050, na

ro e os passageiros Edilene Helena da Silva, de 30, e Otávio Emílio Silva Tavares, de 11. Eles foram enterrados na capital, Wellington no cemitério do Bonfim e mulher e a criança, no cemitério Saudade.

ATROPELAMENTO

REPRODUÇÃO TV ALTEROSA

IMPACTO

Choque entre Caravan e Gol matou sete, sábado, no trevo de Itaúna tarde de anteontem, no trevo de Itaúna, a 85 quilômetros da capital. Os corpos das vítimas foram identificados e enterrados na tarde de ontem em Belo Horizonte e em Divinópolis. Os ocupantes do Gol, que moravam em Contagem, foram identificados como José Cornélio da Fonseca, de 44, sua mu-

lher Geralda Aparecida de Aguiar Fonseca, de 38, e seus filhos, Luiz Paulo da Fonseca, de 16, e Samilla Carolina de Aguiar Fonseca, de 12. Os corpos foram enterrados em Divinópolis, na região Central. As três vítimas da Caravan são Wellington Antunes Maia, de 34, que foi arremessado do car-

Duas pessoas que dormiam em uma calçada na avenida Antônio Carlos, no São Cristovão, região Nordeste da capital, foram atropelados pelo táxi Uno GWV 2633, na madrugada de ontem. Um homem identificado como “Charlinhos” não resistiu aos ferimentos e morreu no local. A outra vítima, Joseli dos Santos, de 25, foi socorrida ao Hospital Odilon Behrens, com cortes na cabeça e hematomas, sendo liberada no final da manhã. O motorista do táxi, Fernando Alves da Silva, de 24, contou que perdeu o controle do carro e atropelou as duas pessoas. Ele não sofreu ferimentos.

SIDNEY LOPES

VILA PINHO

Corpo achado ontem, no Barreiro, amplia números da criminalidade

Grande BH tem recorde de homicídios no ano GISLENE ALENCAR

Belo Horizonte e a região metropolitana registraram triste recorde no avanço da criminalidade, neste final de semana. Da noite de sexta-feira até as primeiras horas de ontem foram contabilizados 26 homicídios, sendo 13 na capital. O maior índice deste ano havia sido registrado em janeiro, com 22 mortes em um único fim de semana. Para a Secretaria de Defesa Social, esses dados não diferem dos apresentados em 2003, quando as mortes se estabilizaram em um patamar alto. A liderança dos crimes violentos continua sendo a de setembro passado, quando 33 pessoas foram assassinadas na Grande BH, em um fim de semana. Belo Horizonte também foi palco de outro recorde. Em janeiro, foram 95 homicídios contra a média de 90, verificada nos meses de 2003, que teve um total superior a 1,1 mil pessoas assassinadas. Segundo o secretário-adjunto de Defesa Social, Luiz Flávio Sapori, os números são lamentáveis, mas ainda estão abaixo dos 124 assassinatos que ocorreram em dezembro, na capital. Os 13 homicídios verificados em BH também não surpreendem o titular da Divisão de Crimes Contra a Vida (DCcV), delegado Elcides Guimarães, que informa que a média é de 12 mortes por fim de semana. Como alento, ele afirma que a probabilidade de pessoas de bens serem assassinadas é bem menor do que o de envolvidos em crimes. No final do ano passado,

Belo Horizonte registrou alta taxa de homicídios, atingindo patamar de até 45 mortes para cada 100 mil habitantes. De acordo com Guimarães, a maioria dos autores e vítimas de morte violenta está entre 15 e 25 anos e envolvida com a criminalidade, como o tráfico e o consumo de drogas. A maior parte dos crimes acontece nas favelas ou teve a motivação nesses locais. Em 90% dos homicídios são usadas armas de fogo, o que demonstra o fácil acesso ao armamento.

MEDIDAS Para Sapori, a preocupação é adotar medidas para estabilizar esses números e, depois, reduzi-los. Ele acredita que a aplicação efetiva do Estatuto do Desarmamento será fundamental para a diminuição dos crimes. “O uso de armas de fogo é o elemento principal que facilita e aumenta a incidência dos homicídios. Uma ação conjunta das policias Civil e Militar, para aplicar efetivamente o estatuto, é uma estratégia da secretaria para diminuir o número de assassinatos”, afirmou o secretário-adjunto. Ele acrescentou que essa ação conjunta será divulgada em breve. Sapori citou ainda os programas que estão sendo implantados para conter o avanço da criminalidade. O projeto de controle de homicídios, o Fica Vivo, que foi ampliado para a região metropolitana, e o BH Contra o Crime, para prender ladrões e assassinos com extensas fichas criminais.

Menores confessam execução Três adolescentes apontadas como garotas de programa confessaram ter matado o engenheiro e professor universitário Tadeu Hudson da Silva, em 24 de janeiro passado. As jovens – uma de 15 anos e duas de 16 – alegam que as três atiraram na cabeça do professor, com armas da própria vítima, depois que ele percebeu que elas pretendiam roubá-lo e passou a agredir uma das garotas. O professor foi encontrado em seu apartamento, na rua Pedro Sigaud, no bairro Grajaú, região Oeste de Belo Horizonte, com cinco tiros na cabeça. No local, a polícia encontrou sinais de luta, além de copos de bebida, fitas pornográficas e uma blusa feminina, o que levou os investigadores a desconfiar, desde o início, que o crime estivesse relacionado a algum encontro amoroso da vítima. Depois de localizada pelos policiais da 2ª Delegacia de Homicídios, uma das jovens, que é garota de programa conhecida na região onde o pro-

fessor morava, contou que já esteve com a vítima em outras ocasiões e que roubou uma chave do apartamento de Tadeu na semana anterior ao crime, já planejando roubá-lo. Ela também forneceu os nomes das colegas, com quem foram encontrados as armas e o telefone celular do professor. As três contaram que pretendiam dopar Tadeu e roubar o apartamento, mas a vítima percebeu e, desconfiando da jovem que já conhecia, trocou a fechadura. As acusadas afirmam que só atiraram na vítima, porque ele passou a agredir a adolescente. As três foram colocadas à disposição da Justiça.

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