TEMA PEDAGÓGICO
LIDERANÇA
Autoria: Prof.ª Msc. Edna Mara Baars
UNIASSELVI-PÓS Programa de Pós-Graduação EAD
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
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Copyright © UNIASSELVI 2015 Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial.
Sumário 1. Apresentação........................................................................7 2. Liderança...............................................................................8 3. Liderança em Administração ............................................10 4. Liderança em Educação.....................................................11 5. Teorias da Liderança..........................................................12 6. Estilos de Liderança .........................................................14 7. Tipos de Líder......................................................................15 8. Líder Carismático...............................................................15 9. Líder Transacional.............................................................17 10. Líder Transformacional..................................................18 11. As Características e Habilidades de Liderança ..........19 12. As Competências da Liderança ......................................20 13. Referências ......................................................................24
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1. Apresentação A liderança vem sendo estudada há muitos anos, vários estudiosos preocupam-se em delinear características, atitudes, influências e experiências que melhor definem o profissional cujas ações são efetivas diante dos objetivos organizacionais. A preocupação com a liderança é tão antiga quanto a história escrita: A república de Platão constitui um bom exemplo dessas preocupações iniciais ao falar da adequada educação e treinamento dos líderes políticos, assim como da grande parte dos filósofos políticos desde essa época procuraram lidar com esse problema. (FIEDLER apud BERGAMINI, 1994, p. 103).
Contudo, sua definição não é comum, como nos informam Bennis e Nanus (apud BERGAMINI, 1994, p. 103) “Assim como o amor, a liderança continuou a ser algo que todos sabiam que existia, mas ninguém podia definir”. A escola e a sociedade do presente se deparam com mudanças significativas na sua forma de atuação, e os métodos que temos como adequados não produzem os resultados que desejamos. Os agentes da educação, mesmo recebendo uma formação que consideramos adequadas ao ambiente em que vivemos, não conseguem responder aos desafios que nos são impostos quanto às necessidades da sociedade. O momento atual nas escolas exige que todos os agentes da educação desenvolvam novas formas de ensinar. Assim, os professores devem procurar entender as necessidades atuais da sociedade e criar um futuro, a partir do momento presente que vivemos. O mesmo ocorre em organizações empresariais, os líderes precisam atender, ao mesmo tempo, os objetivos da organização e os objetivos dos colaboradores, traçando estratégias e métodos, visando ao futuro. Este é o papel esperado da liderança: criar um futuro promissor. Este estudo visa definir liderança na concepção da pedagogia e da ciência administrativa, seus conceitos e linhas de atuação. Abordaremos, ainda, as principais características do líder e como podemos obter os melhores resultados pela utilização dessas características.
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2. Liderança Muitos entendem a liderança como um dom para influenciar e motivar pessoas, de forma que realizem, com emprenho e dedicação, atividades delegadas pelo líder. Gruber (2001, p. 18) nos esclarece, dizendo que: Liderar significa compartilhar objetivos, ouvir sugestões, delegar poder, informar, debater, mobilizar esforços, transformar grupos em verdadeiras equipes. Consequentemente, o incentivo ao crescimento de pessoas torna-se pressuposto cada vez mais necessário, importante e valorizado. [...] O líder promove a verdadeira gestão participativa, que ultrapassa as fronteiras da empresa e amplia a interação com a sociedade. Como consequência, ocorre o aumento da competência profissional de cada colaborador.
Para Kuczmarski (1999 apud SILVA, 2008, p. 5), liderança é o resultado de fazer com que as pessoas ajam por meio de um grupo. Isso requer que uma direção seja dada ao esforço do grupo e que o compromisso seja tomado por seus próprios membros. A autora considera que liderança é a responsabilidade por um grupo. Se não houver grupo, não há necessidade de líder. Em vista de todos trabalharem em grupos, todos precisam de habilidades de liderança. “A liderança aprendida é um processo contínuo. A pessoa não se torna repentinamente um líder, nem para de aprender as habilidades de liderança” (KUCZMARSKI, 1999, p. 181). O conceito do ambiente de trabalho como educador se baseia na ideia de que a liderança é responsabilidade de todos os membros do grupo e não apenas de um determinado elemento. A liderança é aprendida quando os indivíduos interagem em um grupo - quando relações pessoais são formadas e a confiança desenvolvida. Mas o grupo deve ser participativo, dar apoio e demonstrar constantemente esta confiança. A fim de facilitar o crescimento pessoal e o desenvolvimento da liderança, o ambiente de trabalho deve ser aberto e receptivo. Ambientes autocráticos não ensinam liderança. Pelo contrário, induzem os membros do grupo a ações ou atitudes que quase sempre refletem os interesses do líder, em detrimento dos interesses grupais. (SILVA, 2008, p. 5).
Segundo Tannenbaum, Weschler e Massarik (1970), “Liderança é a influência interpessoal exercida numa situação e dirigida através do processo da comunicação humana à consecução de um ou de diversos objetivos específicos”.
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A influência é uma força psicológica; abrange todas as maneiras pelas quais se introduzem mudanças no comportamento de pessoas ou de grupos e envolve conceitos como poder e autoridade. Palavras como influência, adeptos, colaboradores e outras similares resultam em uma importante condição para a liderança: o consentimento; que é diferente do tipo de obediência gerado pela autoridade formal, também definida como poder formal (Maximiano, 2005). Falando em poder, vamos explicar um pouco melhor sobre esta palavra tão forte e almejada por tantas pessoas, assim como de um tipo específico, que é o poder legítimo (autoridade). (SILVA, 2008, p. 6).
Veja as definições de liderança apresentadas nos dicionários Houaiss e Aurélio:
Liderança, segundo o dicionário Houaiss, é substantivo feminino, definido como: 1. 2. 3.
Função, posição, caráter de líder. Espírito de chefia, autoridade, ascendência. Derivação por metonímia. Pessoa que possui esse espírito; líder.
O termo liderança, segundo o Dicionário Aurélio, é um substantivo feminino, definido como: 1. Função de líder. 2. Capacidade de liderar; espírito de chefia. 3. Forma de dominação baseada no prestígio pessoal e aceita pelos dirigidos. Fonte: Disponível em: . Acesso em: 28 jun. 2015.
Considerando o texto supracitado, percebe-se que a liderança é exercida com uma equipe e através dela. Você será considerado líder se conseguir atrair seguidores, ninguém é líder de si mesmo. Para que sejamos considerados líderes, devemos ter seguidores. Diante das mudanças promovidas pela globalização, associadas às exigências de produção e competitividade, além das incertezas do cenário 9
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atual, passou-se a discutir com maior ênfase sobre liderança. Logo, no campo empresarial, existe uma preocupação constante com os rumos da organização, o que implica uma gestão cujos líderes trabalham em prol do desenvolvimento contínuo de sua equipe. Enquanto isso, no campo educacional, a preocupação é voltada ao sucesso educativo e à gestão participativa, o que implica uma educação básica encarada como responsabilidade de todos. Ante o exposto, vamos conhecer um pouco sobre como se dá a liderança nos âmbitos empresarial e educacional. Vamos lá!
3. Liderança em Administração De acordo com John P. Kotter, os administradores de hoje precisam saber como liderar e como administrar, caso contrário, suas empresas não sobrevivem aos concorrentes. Após pesquisar sobre o assunto, ele verificou as seguintes distinções entre administração e liderança: A administração é mais formal e científica do que a liderança. Ela se baseia em habilidades universais, como o planejamento, a organização, a liderança e o controle. A administração é um conjunto de ferramentas e técnicas explícitas, baseadas no raciocínio e na experiência, que podem ser usadas em uma grande variedade de situações. A liderança, ao contrário, implica ter uma visão do que a organização pode vir a se tornar. A liderança requer trazer à tona a cooperação e o trabalho em equipe de uma ampla rede de pessoas e manter motivadas as pessoas chave dessa rede, utilizando todos os tipos de persuasão. Diante dessa diferenciação entre um administrador e um líder, veja o texto abaixo sobre a liderança nas empresas modernas:
Um líder de sucesso nas empresas modernas é aquele que conhece seus colaboradores um por um, confia em suas capacidades, sabe delegar e dar os feedbacks necessários à evolução, aperfeiçoamento e crescimento do grupo do qual faz parte. Esse líder sabe planejar ações e montar boas estratégias, sendo visionário e mensurando os resultados para que eles possam ser melhorados continuamente, primando sempre pela qualidade. 10
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Para ser esse líder, é preciso ter qualidades fundamentais, como respeito, flexibilidade, lealdade e capacidade de ouvir e aceitar as contribuições de sua equipe. É importante correr riscos, saber lidar com eles e com os erros que poderão ser cometidos. Além disso, é necessário assumir responsabilidades e ter competência para gerenciar e realizar suas tarefas de modo que satisfaça colaboradores e empresa. Esse perfil de liderança se tornou valorizado a partir do momento que as exigências e as regras do mercado mudaram, estimuladas pela globalização e alta competitividade. Viu-se a necessidade de renovação dos modelos de liderança existentes. Hoje as empresas anseiam por equipes produtivas, eficientes e com capacidade de adaptação às mudanças, sendo essa uma das principais missões dos líderes atuais. Fonte: Disponível em: . Acesso em: 02 set. 2015.
4. Liderança em Educação Atualmente a escola, bem como o sistema educativo, é o centro da atenção da sociedade, pois é importante tanto para o desenvolvimento quanto para a qualidade de vida e outras demandas sociais das crianças e das pessoas que circundam o âmbito escolar. Essa realidade desafia os gestores escolares, pois exige deles novas atenções, conhecimentos, habilidades e atitudes que apontam para a necessidade de competências para a tomada de decisões. A partir do exposto, leia o texto abaixo sobre a liderança do gestor escolar:
A escola é uma organização que sempre precisou mostrar resultados - o aprendizado dos alunos. Porém, nem sempre eles são positivos. Para evitar desperdício de esforços e fazer com que os objetivos sejam atingidos ano após ano, sabe-se que é necessária a presença de gestores que atuem como líderes, capazes de 11
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implementar ações direcionadas para esse foco. A concepção de que a liderança é primordial no trabalho escolar começou a tomar corpo na segunda metade da década de 1990, com a universalização do ensino público. A formação e a atuação de líderes, até então restritas aos ambientes empresariais, foram adotadas pela Educação e passaram a ser palavra de ordem para enfrentar os desafios. Na comunidade escolar, é recomendável que essa liderança seja exercida pelo diretor. Mas a educadora paranaense Heloísa Lück, diretora educacional do Centro de Desenvolvimento Humano Aplicado (Cedhap), em Curitiba, e consultora do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), vai além. Ela defende o estímulo à gestão compartilhada em diferentes âmbitos da organização escolar. Onde isso ocorre, diz ela, nasce um ambiente favorável ao trabalho educacional, que valoriza os diferentes talentos e faz com que todos compreendam seu papel na organização e assumam novas responsabilidades. Fonte: Disponível em: . Acesso em: 02 set. 2015.
5. Teorias da Liderança A liderança gera grandes efeitos e benefícios, dessa maneira, é um tema que vem sendo amplamente estudado e treinado dentro das organizações, podendo ser natural ou adquirida. Ao longo dos anos, surgiram diferentes teorias da liderança, com o objetivo de entender, analisar e definir melhor como essa dinâmica funciona, quais circunstâncias que levam uma pessoa a se tornar um verdadeiro líder. Abaixo listamos as teorias que mais se destacam: Quadro 1 – Teorias da liderança
Teoria dos traços de personalidade
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Defende que a posse de certos traços de caráter e de personalidade permitiria a certos homens acesso ao poder. Dessa forma, julgava-se ser possível encontrar traços de personalidade universais nos líderes que os distinguiam dos não-líderes. Bryman (1992) retrata três grandes tipos de traços que a literatura trata, fatores físicos, habilidades características e aspectos de personalidade. O que interessava aos pesquisadores da época era poder eleger dentre certos atributos quais os que melhor definiriam a personalidade do líder. (SGANZERLA, 2004, s/p).
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Teoria contingencial ou situacional
Na sua forma mais simples, a tese situacional defende a ideia de que a situação faz surgir o líder necessário e conveniente; ou seja, os grupos escolheriam o líder ou líderes adaptados às suas necessidades. (SGANZERLA, 2004, s/p). A abordagem caracterizada por Fiedler sugere que os estilos de liderança são relativamente inflexíveis. Portanto, ou os líderes devem estar adequados a uma situação particular ou a situação deve ser mudada para se adequar ao líder. (SILVA, 2008, p. 14).
Teoria do Caminho - Meta
House e Mitchell (1974 apud ONO, 2006, p. 54-55) informam que o “propósito da teoria é o de explicar o relacionamento entre o comportamento do líder e a motivação de seus subordinados”. E “descrevem os quatro tipos de comportamento do líder considerados na teoria: liderança diretiva, liderança apoiadora, liderança participativa e liderança orientada para o resultado”, detalhadas a seguir. A liderança diretiva é caracterizada por um líder que deixa claro aos subordinados o que é esperado deles, proporciona orientação específica sobre o que deve ser feito e como isto deve ser realizado. A liderança apoiadora tem como característica um líder acessível, que se preocupa com o bem-estar e as necessidades de seus subordinados. Esse tipo líder realiza coisas para deixar o trabalho mais prazeroso, trata os membros como iguais e se coloca como amigável e acessível. A liderança participativa é caracterizada por um líder que consulta seus subordinados, solicita suas sugestões e leva em consideração essas sugestões antes de tomar decisões. A liderança orientada para o resultado é caracterizada por um líder que determina metas desafiadoras, espera de seus subordinados o mais alto desempenho, busca a melhoria continua do desempenho e demonstra alto grau de confiança de que os subordinados assumirão as responsabilidades, dedicarão maiores esforços e cumprirão as metas desafiadoras.
Teoria Comportamental
A abordagem comportamental se concentrou nas funções e nos estilos de liderança. Os pesquisadores descobriram que tanto as funções relativas às tarefas quanto às funções de manutenção do grupo devem ser realizadas por um ou vários membros do grupo, para que ele funcione bem. Estudos sobre os estilos de liderança distinguem, por um lado, uma estrutura orientada pela tarefa – autoritária ou de iniciação – visando à direção e produção e, por outro lado, um estilo centrado no empregado – democrático e participativo – dando apoio às suas necessidades e às necessidades de manutenção do grupo. Dessa forma, deduzia-se que os comportamentos poderiam se aprendidos. Assim, pessoas treinadas nos comportamentos de liderança apropriados seriam capazes de liderar com maior eficácia. (ACIOLY, 2007, p. 22). Fonte: O autor.
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6. Estilos de Liderança O líder eficaz tem estilo pessoal adequado ao ambiente e aos subordinados. Cada grupo possui desempenho próprio, o que nos leva a concluir que não existe um estilo que se recomende como o melhor, todos têm prós e contras. Veja o artigo abaixo para outras conclusões.
Uns mais amorosos, outros mais impositivos. Cada líder tem seu estilo bem particular de gerir pessoas. Na média, segundo pesquisa do Hay Group, os brasileiros tendem a ser mais coercitivos e democráticos na hora de coordenar seus subordinados. Mas, afinal, existe o estilo perfeito de liderança? A resposta é, definitivamente, não. Para Caroline Marcon, gerente do Hay Group, o importante é a autenticidade. “Acima de tudo, o líder perfeito tem de ser autêntico”, diz. O autoconhecimento é fundamental para que fragilidades e fortalezas sejam administradas de forma eficiente, sem perder o foco. “Você pode até ter tendência a um perfil específico, mas tem de ter flexibilidade suficiente para aprender e incorporar outros estilos em caso de necessidade”, afirma. Fonte disponível em: http://exame.abril.com.br/negocios/noticias/prose-contras-dos-6-estilos-de-lideranca>. Acesso 28 de maio.2015.
Os estilos de liderança são reconhecidos desde a Antiguidade clássica, assim como suas disfunções: o excesso de democracia (a demagogia) e a tirania (o abuso da autoridade), os quais são sintetizados no quadro 2. A principal teoria que explica a liderança através de estilos de comportamento é a que se refere à três estilos de liderança: autoritária, democrática e liberal (Chiavenato, 1993, p. 264), as quais destacaremos a seguir.
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Quadro 2 – Estilos de Liderança Autocrática
Democrática
Liberal (Laissez-faire)
O líder fixa as diretrizes, sem qualquer participação do grupo.
As diretrizes são debatidas e decididas pelo grupo, estimulado e assistido pelo líder.
Há liberdade completa para as decisões grupais ou individuais, com participação mínima do líder.
O líder determina as providências e as técnicas para a execução das tarefas, cada uma por vez, à medida que se tornam necessárias, e de modo imprevisível para o grupo.
O grupo esboça as providências e as técnicas para atingir o alvo, solicitando aconselhamento técnico ao líder quando necessário, passando a sugerir alternativas para o grupo escolher, surgindo novas perspectivas com os debates.
A participação do líder no debate é limitada, apresentando apenas materiais variados ao grupo, esclarecendo que poderia fornecer informações desde que as pedissem.
O líder é dominador e “pessoal” nos elogios e nas críticas ao trabalho de cada membro.
O líder procura ser um membro normal do grupo. O líder é “objetivo” e limita-se aos “fatos” em suas críticas e elogios.
O líder não tenta avaliar ou regular o curso dos acontecimentos. O líder somente comenta sobre as atividades dos membros quando perguntado.
Fonte: Silva (2008, p.11).
7. Tipos de Líder Nesta seção, vamos estudar os tipos de líderes e suas habilidades para fazer frente aos desafios que enfrentamos no presente século. Destacaremos os três principais tipos, embora as pesquisas façam referência a outros, nos concentraremos nos mais importantes de nossa época.
8. Líder Carismático O relacionamento interpessoal é uma ferramenta que os profissionais que exercem a função de liderança usam para alcançar seus objetivos. Carisma também é uma das características que encontramos nos grandes líderes da humanidade, como Martin Luther King, Nelson Mandela, entre outros. O líder carismático é admirado pela equipe e possui capacidade para atrair e motivar as pessoas para uma ação especifica, além disso, o líder carismático tem a habilidade de promover o crescimento pessoal e profissional dos liderados. 15
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O líder carismático gera confiança, ele conhece suas habilidades e competências, para reconhecer os pontos que precisa melhorar. Esse tipo de líder possui habilidades bem desenvolvidas para se comunicar com os liderados, sabe usar palavras para cativar sua equipe e alcançar as metas estabelecidas. Em função da habilidade de comunicação, o líder carismático é bom ouvinte e conhece as necessidades de seus liderados e, dessa forma, alcança resultados com bastante frequência.
Os carismáticos possuem uma visão, e com isso estão dispostos a enfrentar e correr riscos com essa visão, os líderes carismáticos são sensíveis tanto as limitações ambientais quanto ás necessidades de seus liderados e demonstram comportamentos diferenciados dos comuns. Os líderes carismáticos iniciam articulando uma visão atrativa. Ele comunica suas expectativas de alto desempenho e expressa total confiança sobre seus liderados que certamente irão conseguir alcança-las. É através das palavras e ações, oferecendo um sistema diferenciado de valores a ser seguido pelos liderados. Geralmente, o líder carismático submete – se a auto – sacrifícios e se engaja em determinados comportamentos não convencionais de modo que demonstrem coragem e convicção na sua visão. A liderança carismática correlaciona a altos índices de desempenho e satisfação plena ente os liderados. Alguns especialistas defendem que as pessoas podem obter um treinamento a fim de possuir um comportamento carismático e, dessa forma, desfruir dos benefícios de um líder carismático. O carisma é apropriado quando a tarefa dos liderados acrescenta um componente ideológico ou até mesmo quando o ambiente está envolvido em certo grau de incerteza ou tensão. Isso é o reflexo de que o líder carismático surge através da política, na religião ou em determinados tempos de guerra, ou quando a empresa inicia – se sua vida nova enfrentando uma crise. A liderança carismática, transformadora ou inspiradora são nomes utilizados aos líderes que oferecem como recompensa a própria realização da tarefa. Um líder carismático ao oferecer recompensas de conteúdo moral e ao possuírem seguidores fieis (ao contrário aos mercenários). O líder carismático faz seus seguidores superarem seus interesses próprios e trabalham exclusivamente na 16
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realização da missão, causa e meta. Para chegar a esse grau de comprometimento e realização, os lideres fornecem atenção especial para as necessidades e potencialidades dos seus seguidores. Fonte disponível em: . Acesso 10 jul. 2015
9. Líder Transacional A liderança transacional tem como foco a autoridade para recompensar a troca, e dessa maneira, leva o liderado a fazer o que deve ser feito. A liderança transacional aumenta constantemente o desempenho de uma organização e podemos entender que os líderes transacionais usam seus interesses e as necessidades primárias dos liderados para alcançar os objetivos da organização. A característica de relação entre líder e liderado é o interesse da troca. O líder oferece recompensa material, como aumentos de salário, em troca de um esforço maior do liderado para alcançar o objetivo ou meta da organização. A liderança transacional usa o conceito de que quando os liderados têm o desempenho esperado serão recompensados, quando não alcançam o desempenho esperado a recompensa é retida. Os líderes transacionais praticam gerenciamento por exceção. Eles não têm interesse em fazer mudanças para transformar o ambiente de trabalho, preferindo manter as coisas como elas são.
O estilo de liderança transacional contrapõe-se ao estilo carismático: “o líder transacional se utiliza da negociação, manipulação e promessa de recompensas para tentar induzir as pessoas sob seu comando”. Muitas situações de liderança são baseadas num entendimento entre o líder e os seus seguidores. Existe “um contrato social implícito indicando que se concordar com o que o líder deseja fazer, o seguidor terá certos benefícios, tais como remuneração melhorada ou a não demissão”. É o tipo de liderança mais comumente exercido nas organizações. O interesse dos liderados é o foco do líder transacional, que busca, através da necessidade de cada liderado, motivar sua equipe através de recompensas. O carisma, embora seja uma característica importante num líder, não define o sucesso ou não de sua liderança. 17
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Embora o fator psicológico seja importante para a motivação de uma equipe no ambiente organizacional, a recompensa material também se faz necessária para suprir possíveis necessidades dos liderados. Fonte disponível em: . Acesso em: 03 set. 2015.
10. Líder Transformacional Como o próprio nome diz, a liderança transformacional é caracterizada pela transformação do ambiente que o líder é capaz de promover. Esse líder tem como foco a solução de problemas e a mudança do comportamento dos liderados. É um referencial positivo e inspirador para os liderados. O líder transformacional conduz o processo de comprometimento organizacional através do empowerment dos funcionários para acompanhar as metas da organização. O líder transformacional obtém o desempenho máximo de seus seguidores por ser capaz de levá-los a buscar metas de sucesso e desenvolver habilidades para solução de problema. A relação transformacional entre o líder e os seguidores é vista como estimulo mutuo incluindo carisma, e motivação. Os líderes transformacionais alinham os valores e as normas da organização e, quando necessário, facilitam as mudanças. Os líderes inspiram os seguidores a alcançarem retornos extraordinários por providenciarem tanto significado quanto entendimento. Alinham objetivos e metas dos indivíduos e das organizações, atuam como mentores e fornecem suporte e treinamento.
A liderança transformacional é caracterizada pela presença de um líder capaz de transformar o ambiente e mudar a realidade de qualquer lugar por onde passa. Este é um líder capacitado para resolver problemas dos mais simples aos mais complexos, visionário, estrategista e comprometido com o desenvolvimento de seus liderados. Independentemente da área de atuação, a liderança transformacional é capaz de modificar comportamentos e formar profissionais e pessoas melhores, tudo isso por meio de seus 18
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exemplos e atitudes. O líder transformacional é um gestor que serve como um referencial positivo, cuja maneira com que ele trata as pessoas, resolve lacunas e alcança resultados é fonte e inspiração para todos. Fonte: Disponível em: . Acesso em: 03 set. 2015.
11. As Características e Habilidades de Liderança Diversos pesquisadores já estudaram as habilidades, características ou atributos de liderança. Robert Katz, professor de Harvard, diretor de empresas e consultor, foi um dos primeiros a estudar as habilidades de liderança. Katz (1955) identificou três grupos de habilidades básicas que um líder deveria possuir. Habilidades essas que variavam de grau, conforme o nível de administração exercido. Vejamos as habilidades de liderança identificadas por Katz (1955):
1. Habilidades Técnicas - definidas como o entendimento e eficiência em uma atividade específica, que particularmente envolva métodos, processos, técnicas e procedimentos. Envolve conhecimento especializado, capacidade analítica e facilidade no uso de ferramentas e técnicas dentro de uma determinada disciplina. 2. Habilidades Humanas – definidas como a capacidade que o líder deve ter para trabalhar efetivamente como membro de um grupo e para obter esforço cooperativo do grupo por ele liderado. A real habilidade em saber trabalhar com outras pessoas deve se tornar uma atividade contínua e natural, uma vez que a mesma envolve sensibilidade não só nos momentos de tomadas de decisões, mas também no dia-a-dia do comportamento de cada um. Para esta habilidade ser efetiva, a mesma deve ser natural e “inconscientemente” desenvolvida e, da mesma forma, de modo consistente, ser demonstrada em cada ação do indivíduo.
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3. Habilidades Conceituais - consistem na capacidade de visualizar o empreendimento como um todo, isto é, reconhecer como as várias funções dentro da organização são interdependentes, e como mudanças em cada parte podem afetar todas as demais. Pode-se dizer que a habilidade conceitual incorpora considerações dos demais aspectos, técnico e humano. Ainda que o conceito de “habilidade” seja a capacidade de transformar conhecimento em ação, o líder deve ser capaz de transitar entre as três habilidades, ao desempenhar atividades técnicas (habilidades técnicas), ter entendimento e motivação em nível individual e de grupo (habilidades humanas), promover a coordenação e integração de todas as atividades da organização conduzindo para um objetivo comum (habilidade conceitual). Fonte: Katz (1955 apud SILVA, 2008, p. 16).
No texto citado podemos notar que o líder precisa de habilidades que o diferenciam do liderado. Um líder que possua pelo menos essas três habilidades terá maior probabilidade de sucesso no exercício da liderança, ou seja, alcançará as metas estabelecidas.
12. As Competências da Liderança De acordo com Decrane Jr. (1996), existem quatro atributos essenciais que, independente do estilo de liderança, estão presentes. São eles:
a) Caráter - líderes verdadeiros são justos e honestos, e não apenas em virtude das leis e dos regulamentos; eles são éticos, abertos e fidedignos. Estes traços fundamentais e básicos se desdobram em outras características. b) Visão - os líderes que serão seguidos conseguem despertar a imaginação, através da visão que leva além do que é conhecido hoje, e podem traduzi-la em objetivos claros. Líderes empresariais bem-sucedidos definem metas para realizar sua visão. 20
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c) Comportamento - embora os líderes devam se adaptar a circunstâncias específicas e constantemente mutáveis, os mais bem sucedidos demonstram um conjunto comum de comportamentos. d) Confiança - um saudável grau de autoconfiança possibilita ao líder empreender difíceis iniciativas necessárias ao cumprimento das metas. Os líderes assumem riscos de forma responsável, riscos que se associam convenientemente a possíveis recompensas. Fonte: Decrane Jr. (1996 apud SILVA 2008, p. 20).
Esses atributos, encontrados em verdadeiros líderes, são fundamentais em qualquer nível de responsabilidade. As principais competências do líder, que veremos a seguir, são aperfeiçoadas à medida que aumenta o grau de responsabilidade, e esses atributos auxiliam nesse processo. Ser líder exige conhecimento, habilidades e atitudes que inspiram as pessoas a atingir os objetivos da organização. Por meio da liderança, é possível extrair o melhor de cada pessoa, alcançando os melhores resultados. Bortolato (2012, s.p.) sugere doze importantes competências de um líder:
CRIE UMA VISÃO - O líder direciona, logo deve ter norte, visão. Ele deve traduzir estratégias mais complexas e de longo prazo em objetivos claros, factíveis. Deve mostrar onde e como cada membro relaciona-se e impacta no resultado final dos trabalhos. INSPIRE OS OUTROS EM PROL DA VISÃO - Ao líder cabe, além de mostrar os benefícios do resultado do trabalho do grupo para a empresa, apontar e inspirar cada membro da equipe de forma única. A unicidade é extremamente motivadora. Reconhecer a singularidade de cada um e mostrar os benefícios do trabalho para cada membro inspira em prol da visão. COMUNIQUE CLARAMENTE - Durante o exercício da liderança, comunicar claramente e de forma transparente e verdadeira é uma das tarefas mais importantes e que demandam mais atenção. O verdadeiro líder sabe disso e dedica parte de seu tempo para se comunicar com a equipe, fazer-se claro e ter certeza de que todos têm acesso às informações relevantes para a confecção do trabalho. 21
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MOTIVE AS PESSOAS - As pessoas precisam de doses extras de motivação, por mais que, muitas vezes, a motivação seja intrínseca. É claro que as pessoas se motivam por estímulos diferentes, dependendo do nível, idade, aspiração etc. Às vezes, para uma pessoa, o mais importante é um feedback; para outra, um reconhecimento em público; para outra, um prêmio, como uma viagem, por exemplo. As pessoas têm motivações diferentes. Descobrir a motivação de cada membro e trabalhar para que se sintam estimulados é uma das tarefas do bom líder. DÊ FEEDBACK - Esta é a ferramenta mais importante em termos de desenvolvimento das pessoas. O feedback é comunicação que faço a alguém sobre a minha percepção de determinado comportamento. Quando faço isso com uma intenção genuína de desenvolvimento, de maneira específica e oportuna, normalmente o outro (seja subordinado, par ou até o chefe) entende e agradece, pois percebe que é para desenvolvimento ou para reforçar um comportamento positivo. UTILIZE OS TALENTOS DE CADA UM - Uma das principais competências da boa liderança é identificar o que cada um faz de melhor e colocar a pessoa certa no lugar certo. Para isso, a prática da empatia e a conversa constante são importantes. Saber o que as pessoas fazem bem, como se sentem fazendo algo que gostam, e propiciar a prática de tarefas para as quais as pessoas têm talento, aumenta a motivação e a retenção, além de se ter um desempenho melhor nas atividades. Dependendo da rigidez da estrutura organizacional, isso pode ser mais difícil, mas, para um líder criativo, sempre há esta possibilidade. CRIE UMA EQUIPE COESA - Para isso, o líder deve incentivar o trabalho em equipe e gerar um ambiente propício ao feedback. Ele tem de estar atento e não entrar de maneira alguma em armadilhas como fofocas da equipe. Precisa também saber como utilizar os talentos de cada um nos projetos, mesmo que o projeto não seja da área da pessoa. É óbvio que, para fazer isso, papéis e responsabilidades devem ser muito bem definidos na hora da delegação. Também é importante fazer um bom uso da comunicação. Sugiro reuniões semanais, assim o grupo sabe o que está acontecendo na área como um todo e, com o tempo, eles mesmos se oferecem para ajudar o colega com algo que têm talento e é parte da tarefa do outro. SEJA O EXEMPLO - De nada adianta falar uma coisa e fazer outra. No exercício da liderança, as pessoas querem perceber congruência entre fala e ação. Elas sempre irão seguir ou se deixar abater pelas ações e não pela fala. Portanto, exerça o que fala. Isso fortalecerá sua imagem de líder. 22
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TOME DECISÕES - Esta é uma competência complexa no exercício da liderança. Para se tomar as decisões de forma acertada, você dependerá do número de informações que tem, da qualidade das mesmas, do tempo, das consequências de tomá-la de forma rápida e/ ou de tomá-la de forma errada. Tem de pensar também nas consequências de não tomá-la. Tudo isso deve ser ponderado na prática da tomada de decisão. Pelas minhas experiências, aconselho: não tomar a decisão no momento certo, em geral, traz mais malefícios do que tomá-la. GERENCIE CONFLITOS - Conflitos são inerentes às relações humanas, afinal, as pessoas não veem os processos e as tarefas da mesma forma. A apresentação de opiniões diferentes ou posições antagônicas normalmente gera conflitos. Ao líder, cabe tirar o melhor do conflito, ou seja, melhorar uma ideia existente, alinhar expectativas diferentes. Mas o mais importante mesmo é saber conduzir o desfecho do conflito para um acordo. RECONHEÇA - Muitos líderes não entendem a importância do reconhecimento, mas as pessoas gostam de ser valorizadas por aquilo que fazem. Já escutei muito em minha carreira: “Reconhecer para que, se eles não fizeram nada além da sua obrigação?”. Mas o reconhecimento é uma forma de humanizar a relação, de dizer percebi que você fez tal coisa e que gostei. É impressionante o poder do ato de reconhecer. No exercício da liderança, afirmo: os líderes que reconhecem as pessoas que os cercam têm mais presença e imprimem uma imagem mais forte e impactante. CELEBRE AS VITÓRIAS - Por fim, afirmo que celebrar é também uma das competências de um bom líder. Reserve um tempo na sua agenda para demonstrar aos seus subordinados que buscar a meta é importante, mas comemorar a realização dela também o é. E aí, na celebração, é possível dar o tom do quanto àquela meta foi alcançada em equipe, ou se alguém teve um destaque em especial. É uma maneira de fortalecer o time e ainda criar um ambiente que os incite a querer sempre poder comemorar. Isso é ótimo, porque significa que as pessoas irão cada vez mais buscar resultados.
Na prática, podemos perceber o quão difícil é exercer todas essas habilidades. É preciso treinar, estabelecer planos de ação, com responsabilidades e datas, identificar os obstáculos que irá encontrar e superá-los. Desenvolver as competências da liderança é fundamental para sua caminhada profissional. Possibilita uma carreira longa e alcance de cargos que, sem essas competências, não alcançaria. 23
tema pedagógico
A seguir está o link de um vídeo de Simon Sinek, apresentado no programa TED Talks, que apresenta um modelo simples, mas poderoso para uma liderança inspiradora. Ele utiliza exemplos como a Apple, Martin Luther King, e os irmãos Wright. Assista, é muito interessante! http://www.ted.com/talks/simon_sinek_how_great_leaders_ inspire_action?language=pt-br
13. Referências ACIOLY, Ana Paula Lovatel. Análise do estilo de liderança de gerentes de agências do Banco do Brasil e sua influência na manutenção e promoção da motivação dos funcionários. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Administração) Programa de Pós-graduação em Administração, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Florianópolis, 2007. Disponível em: . Acesso em: 03 set. 2015. BERGAMINI, Cecília W. Liderança: A Administração do Sentido. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 34, n. 3, p. 102-114, mai./jun. 1994 BORTOLATO, Cíntia. As doze competências da liderança. 2012. Disponível em: . Acesso em: 27 jul. 2015. DICKEL, Giovani André. Um estudo sobre a eficiência da liderança exercida pelos Administradores das Agências de Varejo do Banco do Brasil no município de Cascavel/PR. 2007. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Negócios Financeiros). Programa de Pós-graduação em Administração de Empresas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2007. Disponível em: . Acesso em: 02 set. 2015. GRUBER, Lucianne Secco. Liderança - habilidades e características do líder numa organização bancária: um estudo de caso. 2001. Dissertação (Mestrado em Engenharia). Programa de Pós-graduação em Engenharia de Produção e Sistemas, Universidade Federal de Santa Catarina, Curitiba, 2001. Disponível 24
tema pedagógico
em: . Acesso em: 02 set. 2015. KATZ, Robert. Skills of na effective administrator. Harvard Business Review. Boston, 33 (January-February), 1955. P. 33-42. ONO, Arnaldo Turuo. Teoria de liderança do caminho-meta: um estudo em busca de evidências na realidade brasileira. 2006. Dissertação (Mestrado em Administração de Empresas). Programa de Pós-graduação em Administração de Empresas, Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2006. Disponível em: . Acesso em: 03 set. 2015. SGANZERLA, Roberto Cesar. A Liderança e Suas Principais Teorias. Academia de Talentos, v. 2. 2004. Disponível em: . Acesso em: 03 set. 2015. SILVA, Anicleide Pereira da. Apostila de Competências de Liderança. Aracaju: Faculdade Sergipana - FASER, 2008. Disponível em: . Acesso em: 28 jun. 2015.
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METODOLOGIA DO TRABALHO CIENTÍFICO
Autores: Renata Silva Vilmar Urbaneski
UNIASSELVI-PÓS Programa de Pós-Graduação EAD
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Reitor: Prof. Hermínio Kloch Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol Coordenador da Pós-Graduação EAD: Prof. Norberto Siegel Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD: Profa. Bárbara Pricila Franz Profa. Cláudia Regina Pinto Michelli Prof. Ivan Tesck Profa. Kelly Luana Molinari Corrêa Revisão de Conteúdo: Profa. Elisabeth Penzlien Tafner Revisão Gramatical: Iara de Oliveira Diagramação e Capa: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Copyright © UNIASSELVI 2009 Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial.
S586m
Silva, Renata. Metodologia do trabalho científico/Renato Silva [e] Vilmar Urbaneski - Indaial: UNIASSELVI, 2009. 112 p.: il. ISBN 978-85-7830-100-2 1. Pesquisa metodológica. 2. Trabalhos técnico-científicos - Metodologia. I. Urbaneski, Vilmar. II. Centro Universitário Leonardo da Vinci. Programa de Pós-Graduação EAD. III. Título. 001.4 Revisado e ampliado Setembro / 2015
Renata Silva
Graduada em Administração e em Turismo e Hotelaria pela Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI/SC, Especialista em Didática e Metodologia do Ensino pela Faculdades Integradas do Vale do Ribeira/SP, e Mestre em Turismo e Hotelaria pela UNIVALI/SC. Atua como professora e orientadora em cursos de Graduação e Pós-Graduação, em Extensão Universitária, desenvolvimento de Pesquisas Científicas e como Consultora nas áreas da administração, educação, turismo e hotelaria. É autora de diversos materiais acadêmicos presenciais e para EAD.
Vilmar Urbaneski
Advogado, graduado em Direito(FURB) e em Filosofia (Universidade São Francisco) . Especialização em Filosofia e em Direito e Mestrado em Educação(FURB). No âmbito acadêmico tem experiência no Ensino Médio e Graduação e Pós graduação. Têm experiência em EAD e elaboração de material para EAD e cursos presencias e EAD.
Sumário APRESENTAÇÃO.......................................................................7
CAPÍTULO 1
Características dos Trabalhos Técnico-Científicos ........9
CAPÍTULO 2
Pesquisa Científica ................................................................23
CAPÍTULO 3
Procedimentos Metodológicos...........................................45
CAPÍTULO 4
Apresentação, Organização e Formatação do Artigo......67
CAPÍTULO 5
Citações...................................................................................83
CAPÍTULO 6
Referências...........................................................................101
APRESENTAÇÃO Caro(a) estudante, o caderno de Metodologia do Trabalho Científico tem como propósito oferecer a você elementos que permitam elaborar o seu Trabalho de Conclusão de Curso (artigo científico) de acordo com as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, bem como seguir os postulados da comunidade científica. No decorrer da sua vida acadêmica, você deve ter feito diversos trabalhos de cunho científico. Dessa forma, cogita-se que você tenha um conhecimento do que seja recomendado pela comunidade científica quanto à elaboração de um artigo científico, bem como das normas metodológicas a serem seguidas. Entretanto, este caderno de estudo servirá como guia para que você elabore o seu artigo científico dentro das exigências da UNIASSELVI-PÓS, as quais, sempre é bom lembrar, estão em acordo com as normas da ABNT. O caderno de estudo está dividido em seis capítulos, cada qual com objetivos, conteúdo, atividades de estudo, dicas, sugestões e recomendações. No primeiro capítulo, você visualizará as peculiaridades dos trabalhos técnicos científicos e os aspectos que devem ser observados no momento em que o artigo científico for redigido. Já no segundo capítulo, será possível perceber os principais elementos que compõem a elaboração de uma pesquisa científica e a definição do projeto de pesquisa do artigo científico (tema, problema, objetivos e roteiro preliminar). No terceiro capítulo, você compreenderá os procedimentos metodológicos para o desenvolvimento de pesquisas como o artigo, verificando as tipologias de pesquisa e as formas de coleta, análise e interpretação de dados e informações. No capítulo seguinte, o quarto, conhecerá a organização, o formato e apresentação do artigo científico para que, ao elaborar o seu trabalho de conclusão de curso, faça-o de acordo com as exigências da UNIASSELVI-PÓS e em conformidade com as normas da ABNT. No capítulo quinto, você identificará a importância de se fazer as citações no artigo científico, bem como conhecer os tipos de citação e de como elas devem ser feitas ao longo do trabalho de acordo com a NBR 10520(2002). No capítulo sexto, você também aprenderá como se deve descrever as fontes utilizadas na elaboração do seu artigo, conforme a NBR 6023(2002).
Assim, este caderno indica a formatação metodológica definida para o artigo científico, estimulando a padronização, o uso das normas técnicas, a ética na pesquisa e a produção técnico-científica nos cursos de pós-graduação. Os autores.
C
APÍTULO 1
Características dos Trabalhos Técnico-Científicos A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo, você terá os seguintes objetivos de aprendizagem:
Compreender os aspectos referentes às peculiaridades dos trabalhos técnico-científicos.
Empregar a linguagem técnico-científica na elaboração do Artigo Científico.
Metodologia do Trabalho Científico
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Capítulo 1
CARACTERÍSTICAS DOS TRABALHOS TÉCNICO-CIENTÍFICOS
ConteXtualização Ao começar o seu curso de especialização, é provável que você ou seus colegas do curso ao saberem que terão que elaborar um artigo científico, ao final do curso, poderão se questionar sobre: Quais as peculiaridades do artigo científico? Em quais aspectos ele se difere de uma tese, uma dissertação ou uma monografia? E, ainda, sinta-se desconfortável, como ocorre com a maioria dos estudantes, ao refletir sobre: Como se deve escrever o artigo científico? O que vale a pena ou é útil-necessário escrever no artigo científico? Frente a isso, neste capítulo você terá acesso às peculiaridades dos trabalhos técnico-científicos e algumas considerações sobre a redação do artigo. Dessa forma, neste primeiro capítulo você encontrará as seguintes seções: tipos de trabalhos científicos, redação técnico-científica e parágrafo no texto técnico-científico.
Tipos de Trabalhos Científicos Na vida acadêmica você se deparou com diversos tipos de trabalhos acadêmicos e/ou científicos, dentre eles: Trabalhos de Graduação, Trabalho de Conclusão de Curso, Monografia, Dissertação, Tese e Artigos Científicos. Outrossim, cada um desses trabalhos apresenta peculiaridades, como a sistemática, a investigação e a fundamentação. Contudo, mesmo que cada trabalho acadêmico e/ou científico tenha suas peculiaridades e seja elaborado com finalidades específicas, é possível, visualizar neles um padrão que compreende, de um modo geral, introdução, desenvolvimento e conclusão. Por isso, a partir de agora, você terá acesso a algumas peculiaridades sobre os trabalhos acadêmicos e/ou científicos.
Mesmo que cada trabalho acadêmico e/ ou científico tenha suas peculiaridades e seja elaborado com finalidades especificas, é possível, visualizar neles um padrão que compreende, de um modo geral, introdução, desenvolvimento e conclusão.
a) Trabalhos de Graduação: No decorrer da sua graduação, é provável que tenha elaborado trabalhos para disciplinas diversas. Esses não necessariamente tinham como pretensão atingir o cunho científico dos trabalhos de excelência da área que você estudou, mas oportunizar o desenvolvimento de um raciocínio aos moldes das pretensões científicas. Ou, ainda, pode-se mencionar que os trabalhos de graduação também têm como propósito permitir uma revisão bibliográfica ou literária de um determinado assunto ou assimilar conteúdos específicos de uma área cientifica. b) Trabalhos de curso: O Trabalho de Curso (TC), também conhecido 11
Metodologia do Trabalho Científico
como Trabalho de Final ou Conclusão de Curso (TCC), é tido como uma monografia sobre um assunto específico. Este trabalho possibilita a investigação sobre determinados temas ou fenômenos por meio da análise, reflexão e produção textual, bem como, muitas vezes, da defesa oral da pesquisa perante uma banca examinadora. Medeiros (20r03, p.249) ressalta que: Na monografia de graduação, é suficiente a revisão bibliográfica, ou revisão de literatura. É mais um trabalho de assimilação de conteúdos, de confecção de fichamentos e sobretudo, de reflexão. É, propriamente, uma pesquisa bibliográfica, o que não exclui capacidade investigativa de conclusões ou afirmações de autores consultados.
c) Monografia: Apesar de haver esta classificação, aceita, inclusive, internacionalmente, são comuns certos equívocos em relação à palavra monografia no que diz respeito a dissertações, teses e trabalhos de fim de curso de graduação. Segundo D’Onofrio (2000, p.72, grifo do autor): o prefixo grego monos (de onde derivam palavras como monge, mosteiro,monossílabo, monolítico, etc), corresponde ao latino solus (solteiro, solitário, solicitude), significa”um só” e graphein = “escrever”. Como se pode verificar, etimologicamente, monografia define um trabalho intelectual concentrado em um único assunto.
A monografia, exigida para a obtenção do título de especialista em alguns cursos de pós-graduação lato sensu, é semelhante ao Trabalho de Final de Curso, apresentado em cursos de graduação. Por isso, para Medeiros (2003), não há razão para falar em três níveis: monografia, dissertação e tese. Ambos são trabalhos monográficos, dissertativos, mas com características distintas. No entanto, tal distinção é usada para diferenciar o grau do acadêmico-graduado(monografia); mestre(dissertação); doutor(tese). Apesar da diferenciação, segundo autor mencionado, o texto não deixa de ser monografia, respeitadas, é claro, suas peculiaridades. d) Dissertação: A dissertação, que paulatinamente está se destinando aos trabalhos de cursos de pós-graduação stricto sensu (mestrado), busca, sobretudo, a reflexão acerca de um determinado tema ou problema, o que ocorre pela exposição das ideias de maneira ordenada e fundamentada. Dessa forma, como resultado de um trabalho de pesquisa, a dissertação deve ser um estudo mais completo possível em relação ao tema escolhido. De acordo com a NBR 14724 (2011, p.2), dissertação é: Documento que representa o resultado de um trabalho experimental ou exposição de um estudo científico
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Capítulo 1
CARACTERÍSTICAS DOS TRABALHOS TÉCNICO-CIENTÍFICOS
retrospectivo, de tema único e bem delimitado em sua extensão, com o objetivo de reunir, analisar e interpretar informações. Deve evidenciar o conhecimento de literatura existente sobre o assunto e a capacidade de sistematização do candidato. É feito sob a coordenação de um orientador (doutor) visando à obtenção do título de mestre.
Para obter o grau de mestre, segundo Medeiros (2003, p. 249): [...] além da revisão de literatura, é preciso dominar o conhecimento do método de pesquisa e informar a metodologia utilizada na pesquisa. [...] embora não haja preocupação em apresentar novidades quanto às descobertas, o pesquisador expõe novas formas de ver uma realidade já conhecida.
e) Tese: A tese, a exemplo da dissertação dirigida para o mestrado, cumpre o papel do trabalho de conclusão de pós-graduação stricto sensu (doutorado). Caracteriza-se como um avanço significativo na área do conhecimento em estudo. De acordo com a NBR 14724 (2011, p.4), tese é: Documento que representa o resultado de um trabalho experimental ou exposição de um estudo científico de tema único e bem delimitado. Deve ser elaborado com base em investigação original, constituindo-se em real contribuição para a especialidade em questão. É feito sob a coordenação de um orientador (doutor) e visa à obtenção do título de doutor, ou similar.
A tese tem como finalidade abordar algo novo num determinado campo do conhecimento, de forma a promover uma descoberta ou, mesmo, dar uma real contribuição para a ciência.
A tese tem como finalidade abordar algo novo num determinado campo do conhecimento, de forma a promover uma descoberta ou, mesmo, dar uma real contribuição para a ciência. Para Fachin (2001,p.187), “tese é entendida como um trabalho científico habitualmente exigido nos cursos de pós-graduação e que deve ser defendido oralmente em público”. Continua ainda Fachin (2001, p.188, grifo nosso), “a tese deve se elaborada baseada em pesquisas e deve apresentar um estudo original que traga um contribuição para a sociedade científica”. Enfim, para obtenção de grau de doutor com a defesa de tese, é necessário que o candidato no seu trabalho tenha originalidade, rigor na argumentação e apresentação de provas das suas afirmações, profundidade das ideias e apresentar avanços na área em estudo. Segundo D’Onofrio (2000, p.66, grifo do autor): o termo doctor, segundo o étimo latino, significa “aquele que sabe”, designado a pessoa que tem um conhecimento profundo sobre um assunto e deu prova deste seu saber
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Metodologia do Trabalho Científico
excepcional mediante a realização de um trabalho sério, original e inédito, conseguindo aprovação de especialista num concurso público.
f) Artigo Científico: O objetivo principal do artigo científico é levar ao conhecimento do público interessado alguma ideia nova ou alguma abordagem diferente sobre determinado tema já estudado, sobre a existência de aspectos ainda não-explorados em alguma pesquisa ou a necessidade de esclarecer uma questão ainda não resolvida. Além disso, o artigo pode ser definido como “publicação com autoria declarada, que apresenta e discute ideias, métodos, técnicas, processos e resultados nas diversas áreas do conhecimento”. (ABNT, NBR 6022, 2003, p. 2). A principal característica do artigo científico é que as suas afirmações devem estar baseadas em evidências, sejam elas oriundas de pesquisa de campo ou comprovadas por argumentos que sustentem as conclusões expostas no artigo e que passaram pelo crivo da comunidade cientifica.
A principal característica do artigo científico é que as suas afirmações devem estar baseadas em evidências, sejam elas oriundas de pesquisa de campo ou comprovadas por argumentos que sustentem as conclusões expostas no artigo e que passaram pelo crivo da comunidade científica. Isso não significa que o autor não possa expressar seu parecer no artigo, e sim que deve demonstrar para o leitor qual o processo lógico que o levou a adotar aquele parecer e quais evidências ou argumentos tornam consistente a sua ideia e digna de crédito frente à comunidade científica.
Para Santos (2007, p.43), os artigos científicos “são geralmente utilizados como publicações em revistas especializadas, a fim de divulgar conhecimentos, de comunicar resultados ou novidades a respeito de um assunto, ou ainda de contestar, refutar ou apresentar outras soluções de uma situação convertida”. Quanto ao conteúdo do artigo científico, este pode abranger os mais variados aspectos e, além disso, pode, conforme Marconi e Lakatos (2005, p.262): a) versar sobre um estudo pessoal, uma descoberta, ou dar um enfoque contrário ao já conhecido; b) oferecer soluções a questões controvertidas; c)
levar ao conhecimento do público intelectual ou especializado no assunto novas ideias, para sondagem de opiniões ou atualização de informes;
d) abordar aspectos secundários, levantados em alguma pesquisa, mas que não seriam utilizados na mesma.
Outrossim, mesmo que se postule que características devem ser asseguradas na pesquisa e elaboração do artigo científico, Azevedo (1998) aponta algumas 14
Capítulo 1
CARACTERÍSTICAS DOS TRABALHOS TÉCNICO-CIENTÍFICOS
falhas mais comuns na investigação científica, as quais são: falta de clareza dos propósitos, falta de originalidade do material, má organização no material expositivo, repetição de palavras, conceitos e informações, desatualização bibliográfica, excessiva dependência da fontes, incorreção ou incoerência no sistema de referenciação das fontes, dimensão excessiva longa de títulos de capítulos ou tópicos e inadequação na definição dos termos.
Os artigos podem se apresentar de duas formas (ABNT, NBR 6022, 2003): • Artigo original: apresenta temas ou abordagens próprias. Via de regra, estes artigos relatam resultados de pesquisa, bem como desenvolvem e analisam dados não publicados. • Artigo de revisão: tem como propósito resumir, analisar e discutir informações já publicadas que, geralmente, resultam de revisão de trabalhos já publicados, revisões bibliográficas.
Importante: Os artigos científicos e os papers possuem o mesmo formato, ou seja, ambos, terão resumo, introdução, desenvolvimento, considerações finais e referências bibliográficas. O que às vezes poderá ser diferente é quantidade de páginas, pois os papers geralmente possuem de 6 à 8 páginas e poderá apresentar É salutar que você uma análise mais superficial, ou seja, não há um parecer claro use a terminologia do autor. Vale lembrar que cada instituição ou revista científica adotada na sua área tem normas próprias, baseadas na ABNT, para a apresentação de estudo, privilegie a consistência desses textos acadêmicos. teórica, saiba o que está escrevendo e se sustente em evidências, Enfim, na elaboração do seu artigo científico para a UNIASSELVIargumentos e, acima de PÓS, você poderá tanto optar por fazer um artigo original como de tudo, visualize revisão. Entretanto, independente da escolha por um artigo de revisão a possibilidade ou original, é salutar que você use a terminologia adotada na sua área das suas ideias de estudo, privilegie a consistência teórica, saiba o que está escrevendo serem refutadas e se sustente em evidências, argumentos e, acima de tudo, visualize ou contrariadas a possibilidade das suas ideias serem refutadas ou contrariadas pela pela comunidade científica da sua comunidade científica da sua área. área. 15
Metodologia do Trabalho Científico
Atividades de Estudos: 1) Anote as principais ideias sobre monografia, tese, dissertação e artigo científico. ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 2) Escreva quais são as termos usados com maior frequência na sua área de estudo. ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 3) Pesquise nas revistas científicas da sua área quais são os artigos publicados recentemente, que problemas têm sido abordados nas pesquisas e os autores mais usados nas referências. (Lembre-se que, devido à diversidade e ao tamanho do Brasil, alguns problemas de pesquisa em uma determinada região são importantes; porém para outra região este problema de pesquisa pode ser irrelevante). Anote as suas considerações. ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ Obs.: a) Os estudantes dos cursos de Psicopedagogia e Neuropsicopedagogia não devem elaborar o artigo científico, substituindo este pelo relatório de estágio como forma de trabalho de conclusão de curso (as orientações estão no Caderno de Estudos Teoria e Prática da Psicopedagogia, no Manual de Orientação de Estágio e na Trilha de Aprendizagem); b) os estudantes do curso de Orientação Educacional: Teoria e Prática, devem elaborar cumulativamente o relatório de estágio e o artigo científico como forma de trabalho de conclusão de curso (as orientações estão da Trilha de Aprendizagem da Disciplina de TCC/Monografia e nas Diretrizes do TCC).
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Capítulo 1
CARACTERÍSTICAS DOS TRABALHOS TÉCNICO-CIENTÍFICOS
Estilo da Redação TécnicoCientífica O texto técnico-científico se caracteriza por abordar temática referente à ciência, no qual se usa o instrumental teórico com o propósito de possibilitar a discussão científica na área para qual o texto se remete. Ressalta-se, ainda, que o estilo de redação usado em artigos científicos não segue as mesmas características dos artigos jornalísticos ou até mesmo dos textos literários e publicitários. Nesse sentido, a linguagem da discussão científica tem suas próprias características por empregar a linguagem técnica ou científica em seu nível padrão ou culto, respeitando as regras gramaticais e com estilo próprio, de acordo com a especificidade de cada área. Nas palavras de Severino (2002, p.84) ao mencionar o estilo redacional: “[...] o estilo do texto será determinado pela natureza do raciocínio específico às várias áreas do saber em que se situa o trabalho”. Além disso, ensina Secaf (2004, p.47):
O estilo de redação usado em artigos científicos não segue as mesmas características dos artigos jornalísticos ou até mesmo dos textos literários e publicitários. Ao mencionar o estilo redacional: “[...] o estilo do texto será determinado pela natureza do raciocínio específico às várias áreas do saber em que se situa o trabalho”. (SEVERINO, 2002, p.84).
um artigo científico exige que o autor expresse o que sabe sobre o tema, utilize a língua vernácula de maneira precisa e exponha as ideias de maneira simples e com palavras que não sejam rebuscadas. Deve-se usar linguagem padrão (por exemplo: homem) e não a expressão coloquial (por exemplo: camarada) e nunca gíria (por exemplo: cara, careta). Atenção especial ao uso, ou não, do jargão (termos técnicos), pois influencia a compreensão do leitor do periódico em que irá publicar [...]
Alguns aspectos devem ser observados na redação técnico-científica, como ensina Azevedo (1998, p.103), “o seu texto terá que perseguir os princípios básicos de qualquer comunicação, como clareza, concisão, correção, encadeamento, consistência, contundência, precisão, originalidade e fidelidade entre outros compromissos”.
Atividade de Estudo: 1) Selecione um artigo jornalístico, um texto literário e um artigo científico da sua área e, depois de efetuar uma leitura dos três, busque visualizar as características de cada um. Anote as suas conclusões abaixo. ____________________________________________________ 17
Metodologia do Trabalho Científico
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Assim, apresentam-se breves ideias de cada característica a ser observada ao elaborar o seu artigo: a) Coerência: via de regra, ao artigo científico se imprime uma sequência que se repete em cada etapa do trabalho. A sequência de ideias que foi anunciada no resumo deve estar detalhada na introdução e seguir o mesmo ordenamento no desenvolvimento. Nas considerações finais, deve-se evidenciar os aspectos essenciais do artigo, na ordem em que foram apresentados no desenvolvimento. Os assuntos em pauta, na linguagem científica, devem ser abordados de maneira simples, evitando expressões evasivas, com significados dúbios e hermetismo excessivo (palavras de difícil compreensão).
b) Objetividade: os assuntos em pauta, na linguagem científica, devem ser abordados de maneira simples, evitando expressões evasivas, com significados dúbios e hermetismo excessivo (palavras de difícil compreensão).
Na redação técnico-científica, como mencionado, deve-se perseguir com afinco a objetividade e, neste sentido, reforça Gil (2002, p.164), “o texto deve ser escrito em linguagem direta, evitandose que a sequência seja desviada com considerações irrelevantes. A argumentação deve apoiar-se em dados e provas e não em considerações e opiniões pessoais”. c) Concisão: procure no seu artigo dizer o máximo com o menor número de palavras. De acordo com Azevedo (1998, p.113) “a concisão se obtém com o exercício de reescrever. A cada vez que se faz isso, descobre-se uma repetição de ideias ou de palavras, nota-se vocabulário supérfluo, encontra-se uma maneira de dizer a mesma coisa com menos palavras”.
O texto científico deve primar pela redação clara, não deixando margem à diversidade de interpretações.
d) Clareza: o texto científico deve primar pela redação clara, não deixando margem à diversidade de interpretações. É fundamental que se evitem comentários irrelevantes e redundantes. Nas palavras de Secaf (2004, p.47), “é a apresentação do pensamento em ordem natural. Cada enunciado deve ser claro e completo”. Ou, como ensina também Azevedo (1998, p.112), “um bom teste para a clareza de seu texto é solicitar sua leitura por outra pessoa. Se ela fizer alguma pergunta, não responda. Tome o texto e o reescreva. Depois, repita o teste”.
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Capítulo 1
CARACTERÍSTICAS DOS TRABALHOS TÉCNICO-CIENTÍFICOS
e) Precisão: toda palavra utilizada deve traduzir exatamente Deve-se utilizar a ideia a ser tratada. Um vocabulário preciso é aquele que evita uma nomenclatura linguagem rebuscada, prolixa e atinge o seu propósito. Deve-se utilizar aceita no meio uma nomenclatura aceita no meio científico de cada área. De acordo científico de cada área. com Secaf (2004, p.47, grifos nossos): “É a condição responsável pela exatidão do texto como um todo e pelo uso de palavras e conceitos universalmente aceitos. A devida precisão pode ser prejudicada pelo uso de termos como: maioria, bom, muito e outros”. f) Imparcialidade: o trabalho científico deve evitar ideias preconcebidas. Todo posicionamento adotado em um texto deve amparar-se em fatos e dados evidenciados pela pesquisa. O autor deve primar por manter seu posicionamento e suas escolhas de pesquisa sem assumir uma postura unilateral. g) Encadeamento: nesse quesito Azevedo (1998, p.119) indica como deve ser uma boa redação técnico-científica: encadeie as frases, os parágrafos, os tópicos e os capítulos entre si. Procure tornar cada frase um desenvolvimento do que veio antes, numa sequência lógica, tanto para explicar, quanto para demonstrar, detalhar, restringir ou negar. Cada parágrafo deve estar em harmonia e em tranquila transição com o anterior e com o posterior. O mesmo vale para tópicos e capítulos. Faça o texto fluir naturalmente e não andar aos solavancos.
h) Impessoalidade: o texto deve ser impessoal, por isso, é conveniente que seja redigido na terceira pessoa e que se evite afirmações como: “a minha pesquisa”, “o meu estudo”, “o meu artigo”. O que se postula é que se use “esta pesquisa”, “este estudo”, “este artigo’.
O texto deve ser impessoal, por isso, é conveniente que seja redigido na terceira pessoa.
Atividade de Estudo: 1) Anote quais as principais características que devem ser observadas na redação do trabalho científico. ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________
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Metodologia do Trabalho Científico
Parágrafo no TeXto TécnicoCientífico Ressalva-se que, para uma parcela de estudantes e pesquisadores, escrever nos moldes postulados pela comunidade científica não causa maiores problemas. Entretanto, para uma outra parcela, isso pode gerar desconfortos, tais como: como devo iniciar a escrita? Como se deve iniciar um parágrafo? De acordo com Secaf (2004, p.51), “o parágrafo tem por finalidade expressar etapas do raciocínio e, portanto, conter uma única ideia; não se trata de divisões estáticas e sim que o parágrafo seguinte tenha uma relação com anterior”. “O parágrafo tem por finalidade expressar etapas do raciocínio e, portanto, conter uma única ideia; não se trata de divisões estáticas e sim que o parágrafo seguinte tenha uma relação com anterior.” (SECAF, 2004, p.51).
Cada parágrafo tem um objetivo a ser cumprido e cada qual com etapas de raciocínio. E cada raciocínio existente no parágrafo deve ter sequência lógica, ou seja, não pode ser disposto de qualquer maneira, pois se isso porventura ocorrer, pode levar o leitor a não compreender o seu raciocínio ou, até mesmo, levá-lo a se perder no raciocínio exposto. Conforme Severino (2002, p.84) “o parágrafo é uma parte do texto que tem por finalidade expressar as etapas do raciocínio. Por isso, a sequência dos parágrafos, o seu tamanho e a sua complexidade depende da própria natureza do raciocínio”.
Enfim, pode-se dizer que o parágrafo tem estrutura semelhante a de um texto composto por vários parágrafos. Ou seja, é composto por introdução, desenvolvimento e conclusão. Para Volpato (2006, p.46), “cada parágrafo contém uma argumentação completa, levando a uma conclusão. Após concluir esse argumento, mude de parágrafo. O que determina a mudança de parágrafo é a conclusão desse argumento e não a sua extensão”. Nesse sentido, cabe a você avaliar a melhor forma de escrever o seu parágrafo, mas esteja atento às exigências específicas de sua área de estudo.
Atividades de Estudos: 1) Sintetize alguns aspectos a serem observados na redação técnico-científica.
Característica Objetividade e coerência Clareza e precisão Imparcialidade Uniformidade 20
Descrição
Capítulo 1
CARACTERÍSTICAS DOS TRABALHOS TÉCNICO-CIENTÍFICOS
2) Selecione artigos científicos da sua área e procure visualizar em cada um deles como os parágrafos são desenvolvidos, o estilo de cada autor e, até mesmo, o estilo de escrita da sua área. Procure visualizar nesses textos as características da redação técnicocientífica. ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 3) Aponte as falhas mais comuns na investigação científica, conforme Azevedo. ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________
Algumas Considerações Neste capítulo, você teve acesso às peculiaridades dos trabalhos técnico– científicos, bem como visualizou que a elaboração de um parágrafo aos moldes postulados pela comunidade científica demanda esforço e consciência do que se quer realmente dizer em cada parágrafo. Além das ideias expostas sobre a elaboração dos parágrafos e os exemplos de Medeiros, sugere-se que você procure ler artigos de revistas nacionais e internacionais da sua área, com o intuito de visualizar como os artigos são escritos, a forma de raciocinar, a linguagem utilizada, as palavras e autores que com frequência tem se feito presentes nesses artigos. Além disso, você observou algumas das características que devem estar presentes no artigo científico, dentre as quais:
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Metodologia do Trabalho Científico
coerência, objetividade, coesão. Assim, sugerimos que você fique atento a como são elaborados os parágrafos na área em que você postula escrever o seu artigo. Como encaminhamento, no capítulo a seguir, você identificará como elaborar o seu projeto de pesquisa (tema, problema, objetivos e roteiro preliminar), bem como o desenvolvimento.
Referências ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6022: informação e documentação: artigo em publicação periódica científica impressa: apresentação. Rio de Janeiro, 2003. ______. NBR 14724: trabalhos acadêmicos: apresentação. Rio de Janeiro, 2011. AZEVEDO, Israel Belo de. O prazer da produção científica: diretrizes para a elaboração de trabalhos acadêmicos. 6. ed. Piracicaba: UNIMEP, 1998. D’ONOFRIO, Salvatore. Metodologia do trabalho intelectual. São Paulo: Atlas, 2000. FACHIN, Otilia. Fundamentos da metodologia. 3. ed. São Paulo: Saraiva,2001. GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas,2002. MARCONI, Maria de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de Metodologia Científica. 6. ed. São Paulo: Atlas,2005. MEDEIROS, João Bosco. Redação científica: a prática de fichamentos, resumos, resenhas. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003. SANTOS, Antonio Raimundo. Metodologia científica: a construção do conhecimento. 7. ed. Rio de Janeiro: Lamparina, 2007. SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 22. ed.São Paulo: Cortez, 2002. SECAF, Victoria. Artigo científico: do desafio à conquista. 3. ed. São Paulo: Green Florest do Brasil, 2004.
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VOLPATO, Gilson Luiz. Dicas para redação científica: por que não somos citados. 2. ed. Botucatu: Gilson Luiz Volpato, 2006.
C
APÍTULO 2
Pesquisa Científica
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo, você terá os seguintes objetivos de aprendizagem:
Identificar os fatores que fazem parte da elaboração de uma pesquisa científica em formato de artigo científico, como a escolha do tema e as etapas de desenvolvimento.
Elaborar o projeto de pesquisa (tema, problema, objetivos e roteiro preliminar).
Metodologia do Trabalho Científico
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Capítulo 2
PESQUISA CIENTÍFICA
ConteXtualização A pesquisa científica é uma atividade desenvolvida pelos investigadores para novas descobertas, melhoria da qualidade da vida intelectual e da vida material. Neste capítulo, você poderá verificar alguns procedimentos da pesquisa para a elaboração de documentos científicos, focando no modelo de artigo científico para os cursos de pós-graduação da UNIASSELVI. As atividades de pesquisa requerem do investigador o planejamento, o conhecimento e a adequação às normas científicas. O estudo e a pesquisa estão presentes em toda a vida do acadêmico e, por isso, é tão importante que você compreenda algumas questões a eles relacionadas. O desenvolvimento de estudos científicos se torna uma experiência prática e teórica do pesquisador e da comunidade científica em que se insere, pois, assim, é possível refletir sobre acontecimentos ocorridos na sociedade da qual faz parte. Desse modo, é comum que o aluno-pesquisador questione: o que é e como se desenvolve uma pesquisa? O que devo pesquisar? Para que pesquisar sobre determinado assunto? Para tanto, a leitura e o desenvolvimento deste capítulo possibilitarão o esclarecimento dessas questões, bem como darão a oportunidade para que comece o desenvolvimento de seu projeto de pesquisa do artigo científico. Com o intuito de ajudá-lo(a), o capítulo se estrutura nas seguintes seções: conceitos de pesquisa científica, interesses e motivações de pesquisa, delimitação do tema, problema de pesquisa, objetivos da pesquisa (geral e específicos) e projeto de pesquisa
Conceitos de Pesquisa Científica A pesquisa tem por objetivo a produção de novos conhecimentos através da utilização de procedimentos científicos. Contribui para o trato dos problemas e processos do dia-a-dia nas mais diversas atividades humanas, no ambiente de trabalho, nas ações comunitárias, no processo de formação e outros. (SILVA, 2008). Diversos autores já publicaram suas percepções e conceitos sobre pesquisa e muitos salientam que é um processo de perguntas e investigação; é sistemática e metódica; e que aumenta o conhecimento humano. (COLLIS; HUSSEY, 2005). Assim, você deve compreender que a ciência, desenvolvida por meio da 25
Metodologia do Trabalho Científico
pesquisa, é um conjunto de procedimentos sistemáticos, baseados no raciocínio lógico, com o objetivo de encontrar soluções para os problemas propostos mediante o emprego de métodos científicos e definição de tipos de pesquisa. (CERVO; BERVIAN, 2002; ALVES, 1999). “A pesquisa, tanto para efeito científico como profissional, envolve a abertura de horizontes e a apresentação de diretrizes fundamentais, que podem contribuir para o desenvolvimento do conhecimento.” (OLIVEIRA, 2002, p. 62).
O conhecimento torna-se uma premissa para o desenvolvimento do ser humano e a pesquisa como a consolidação da ciência. “A pesquisa, tanto para efeito científico como profissional, envolve a abertura de horizontes e a apresentação de diretrizes fundamentais, que podem contribuir para o desenvolvimento do conhecimento.” (OLIVEIRA, 2002, p. 62).
Portanto, você pode aproveitar a oportunidade de desenvolver estudos científicos para construir e gerar novos conhecimentos, mas, principalmente, para contribuir com a evolução de informações na sua área de atuação profissional.
O pesquisador utiliza conhecimentos teóricos e práticos. Para que isso ocorra, é necessário ter habilidades para a utilização de técnicas de análise, entender os métodos científicos e os procedimentos com o objetivo de encontrar respostas para as perguntas formuladas.
Collis e Hussey (2005, p. 16) ressaltam que o objetivo da pesquisa pode ser: * Revisar e sintetizar o conhecimento existente. * Investigar alguma situação ou problema existente. * Fornecer soluções para um problema. * Explorar e analisar questões mais gerais. * Construir ou criar um novo procedimento ou sistema. * Explicar um novo fenômeno. * Gerar novo conhecimento. * Uma combinação de quaisquer dos itens acima.
Você, aluno pesquisador, necessita de métodos e procedimentos precisos, planejamento eficaz, critérios e instrumentos adequados que passem confiança e credibilidade tanto aos envolvidos no processo quanto no resultado do trabalho. (MENEZES; VILLELA, 2006).
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O método da pesquisa e outras questões relacionadas ao seu estudo serão de acordo com o tipo de trabalho que desenvolve, já que os resultados
Capítulo 2
PESQUISA CIENTÍFICA
das investigações podem ser encontrados sob a forma de trabalhos técnicocientíficos, publicados em revistas científicas, em eventos e em instituições de Ensino Superior. Lembre-se de que no capítulo anterior você estudou os principais tipos de trabalhos: Trabalhos de Conclusão de Curso (graduação), Monografias (graduação ou especialização), Dissertações (mestrado), Teses (doutorado), e Artigos Científicos, Papers, Resenhas Críticas (cursos de graduação e pósgraduação), entre outros. (SILVA, 2008). Por isso, entenda que pesquisar consolida a ciência de determinada área, divulgando, por meio de trabalhos técnico-científicos nos cursos de graduação e pós-graduação, os conhecimentos práticos e teóricos descobertos por pesquisadores através do uso de métodos científicos que impulsionam o crescimento humano. (SILVA, 2008) Você deve se preocupar então em estabelecer um planejamento e execução da pesquisa, pois essas duas características fazem parte de um procedimento sistematizado que compreende etapas que podem ser definidas como (LAKATOS; MARCONI, 2001; BARROS; LEHFELD, 2000; CERVO; BERVIAN, 2002): a) Definição do tema
f) Metodologia
b) Formulação do problema
g) Coleta de dados
c) Determinação de objetivos
h) Análise e discussão dos resultados
d) Justificativa
i) Conclusão dos resultados
e) Fundamentação teórica
j) Redação e apresentação da pesquisa
Quadro 1 - Etapas da Pesquisa Fonte: Silva (2008).
Inicialmente, você deve se preocupar com as três primeiras etapas (tema, problema e objetivos) que são fundamentais para começar a pesquisa e compõem o projeto de trabalho que será abordado mais adiante. As demais etapas também serão comentadas ao longo deste estudo. Portanto, para o desenvolvimento adequado do seu estudo científico, é necessário o planejamento cuidadoso e a investigação de acordo com as normas da metodologia científica, tanto aquela referente à forma como a referente ao conteúdo. (OLIVEIRA, 2002).
Interesses e MotiVações de Pesquisa Como vimos anteriormente, a pesquisa foca no estudo e na descoberta 27
Metodologia do Trabalho Científico
de novos conhecimentos e assuntos que são importantes para o avanço da humanidade. Entretanto, a temática que irá estudar deve ser também importante para você, pesquisador, ou seja, que você tenha real interesse em seu desenvolvimento e que se sinta motivado a ler, analisar, testar, relatar e publicar seus estudos. Quanto mais interesse você tiver em determinado assunto e quanto mais quiser saber sobre algo, mais prazeroso será seu desenvolvimento.
Quanto mais interesse você tiver em determinado assunto e quanto mais quiser saber sobre algo, mais prazeroso será seu desenvolvimento.
A produção do artigo é uma etapa importante na sua vida acadêmica de pós-graduação. Portanto, pesquisador, não a encare como uma obrigação. Para que a escrita não se transforme num fardo, basta você analisar com atenção alguns fatores antes de começar. É fundamental lembrar que a escolha deve fazer com que se sinta realizado ao escrever sobre o assunto. (ICPG, 2008). Quando você, autor da pesquisa, não se motiva com o assunto e não se sente instigado em estudar o tema, possivelmente mais ninguém terá interesse.
Encare este momento como uma oportunidade de estudar e aprender mais sobre um tema que é relevante para você e/ou para a sociedade. Tome-o como um desafio. Aproveite esta produção científica socializando seu conhecimento, podendo, inclusive, obter visibilidade junto ao mercado.
É possível selecionar um assunto a partir da análise de alguns aspectos, veja (ICPG, 2008):
a) Relevância do Assunto Cervo e Bervian (2002, p. 74) apresentam que “o assunto de uma pesquisa é qualquer tema que necessita melhores definições, melhor precisão e clareza do que já existe sobre o mesmo”.
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Você deve pensar em uma justificativa para a realização do trabalho dentro daquele tema que escolheu. Para isso, questione se o tema é importante; se é um novo método ou uma nova forma criada na empresa onde você trabalha, se apresentará soluções mais específicas e que tem relevância para uma
Capítulo 2
PESQUISA CIENTÍFICA
determinada comunidade. Você deve apresentar para o seu leitor as contribuições práticas e teóricas geradas por meio das formas sugeridas. Apresente argumentos que convençam o leitor sobre a importância do seu tema de pesquisa. O assunto pesquisado por você deve ser atual, pois dificilmente alguém terá interesse em ler, estudar, analisar e discutir sobre algo ultrapassado e que não irá ajudar na construção do conhecimento. Por isto, você deve se manter sempre atualizado sobre o que está sendo estudado em sua área profissional e de pesquisa. Azevedo (1998) salienta alguns questionamentos importantes para você pensar durante a escolha do tema: o que esta pesquisa pode acrescentar à ciência onde se inscreve? (Relevância Científica); que benefício poderá trazer à comunidade com a divulgação do trabalho? (Relevância Social); o que levou o pesquisador a se iniciar e, por fim, escolher por este tema? (Interesse); em termos gerais, quais são as possibilidades concretas de esta pesquisa vir a se realizar? (Viabilidade).
O assunto pesquisado por você deve ser atual, pois dificilmente alguém terá interesse em ler, estudar, analisar e discutir sobre algo ultrapassado e que não irá ajudar na construção do conhecimento.
b) Inclinações e Possibilidades da Pesquisa As possibilidades de pesquisa podem ser consideradas quando você tem envolvimento com tema, pois, o grau de dificuldade para discuti-lo se torna menor e, assim, conseguirá elaborar algumas etapas do trabalho com mais rapidez. Você deve estar ciente de que se escolher um tema com o qual não tem vínculo anterior algum, mesmo sendo desafiador e enriquecedor, pode proporcionar frustração, em virtude do tempo e dos prazos que devem ser cumpridos. Reflita sobre o conteúdo apresentado nas disciplinas cursadas na graduação e na pós-graduação, possivelmente você encontrará algum assunto interessante a ser discutido e que pode se transformar em um artigo.
Você deve estar ciente que se escolher um tema com o qual não tem vínculo anterior algum, mesmo sendo desafiador e enriquecedor, pode proporcionar frustração, em virtude do tempo e dos prazos que devem ser cumpridos.
Você pode buscar também um tema em seu ambiente profissional, pois, muitas vezes, dessa realidade você possa extrair um tópico interessante de estudo. Em seu dia a dia pode, por exemplo, perceber que alguns alunos da turma x têm dificuldades de aprendizagem. Então, pode pesquisar a dificuldade de aprendizagem de um determinado grupo de alunos, verificando os aspectos familiares, emocionais ou outros. Outro exemplo: você percebe que em um determinado setor da empresa onde atua muitos funcionários desistem do 29
Metodologia do Trabalho Científico
emprego e pedem demissão. Então, você pode pesquisar sobre as causas da alta rotatividade de funcionários no setor y da empresa B.
Lembre-se de que quando se propõe a produzir conhecimento, deve-se fazê-lo com dedicação, rigor científico, seriedade e comprometimento.
Aliás, a leitura das publicações da sua área (revistas, livros, dissertações, teses) pode despertar a curiosidade em aprofundar algum tema de sua preferência.
No quadro a seguir, são sugeridos alguns sites interessantes para quem se propõe a desenvolver estudos científicos. Vale à pena conferir!
www.cnpq.br
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
http://lattes.cnpq.br/web/dgp
Diretórios de grupos de pesquisa no Brasil
http://lattes.cnpq.br/
Currículo dos pesquisadores
www.usp.br/iea
Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo
www.ibict.br
Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
www.abnt.org.br
Associação Brasileira de Normas Técnicas
www.uol.com.br/cienciahoje
Revista de Divulgação Científica
www.mct.gov.br
Ministério da Ciência e Tecnologia
www.sbpcnet.org.br
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Sociedade Brasileira para o Progresso Ciência
da
www.finep.gov.br
Financiadora de Estudos e Projetos
www.teses.usp.br
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações - textos integrais de parte das teses e dissertações apresentadas na USP
www.scielo.br
SCIELO - Biblioteca eletrônica com periódicos científicos brasileiros
Capítulo 2
PESQUISA CIENTÍFICA
http://bancodeteses.capes. gov.br
Banco de teses CAPES
www.bn.br
Biblioteca Nacional (Brasil) - o site é referência para todas as bibliotecas do país, com farta documentação e imagens digitalizadas, além de informações e serviços.
www.prossiga.br
Bibliotecas virtuais do sistema MCT/ CNPq/ Ibict - grande referência na área de bibliotecas virtuais, é o site mais importante no Brasil de informação e comunicação sobre ciência e tecnologia.
Quadro 2 - Sites interessantes para pesquisa Fonte: ICPG, 2008 (Adaptado pelos autores, 2009)
A escolha do tema da pesquisa geralmente é um momento de angústia para o pesquisador. Este deve considerar alguns critérios, segundo Silva (2006) e Gil (1996), apresentados a seguir: • Conhecimento prévio de autores, temas, assuntos, matérias. • Disponibilidade de tempo e de recursos para a pesquisa. • Existência de bibliografia disponível no assunto. • Possibilidade de orientação e supervisão adequada dentro do assunto. • Relevância e fecundidade do assunto. A definição do tema deverá ser guiada não apenas por razões intelectuais, mas por questões como a instituição, o nível de conhecimento e a perspectiva profissional.
Atividade de Estudos: 1) Pesquise e anote cinco temas de pesquisa que você tenha interesse em desenvolver e depois reflita individualmente sobre as seguintes questões: É importante? Gera curiosidade? É atual e/ ou motivador? Há referencial teórico para fundamentar o estudo? Possibilita novos conhecimentos e perspectivas?
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Metodologia do Trabalho Científico
Tema 1: ______________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ Tema 2: ______________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ Tema 3: ______________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ Tema 4: ______________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ Tema 5: ______________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________
Delimitação do Tema Após a escolha do assunto/temática a ser pesquisado(a), uma das tarefas iniciais na elaboração do artigo deve ser a delimitação do tema. Nesse processo, é preciso levar em conta alguns fatores, e caso o pesquisador não lhes dê atenção, correrá o risco de descobrir, no meio do caminho, que a escolha foi equivocada. Para a realização dessa etapa, não existem regras fixas. Porém, alguns encaminhamentos podem guiar você nesse momento (ICPG, 2008): •
identificar as publicações mais recentes sobre o tema;
•
verificar os temas mais importantes para você não ficar com muitos temas, mas focar em um subtítulo;
•
conversar com seu orientador para concentrar-se nas informações mais relevantes. Cervo e Bervian (2002) descrevem outras técnicas que podem ajudar você
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Capítulo 2
PESQUISA CIENTÍFICA
no processo de delimitação. Entretanto, elas podem não funcionar para alguns assuntos. A primeira é a divisão do assunto em suas partes constitutivas e, a segunda, a definição da compreensão dos termos, que implica a enumeração dos elementos constitutivos ou explicativos que os conceitos envolvem.
Fixar circunstâncias de tempo (quadro histórico, cronológico) e de espaço (quadro geográfico) também contribuem para indicar os limites do assunto.
Por exemplo, o tema de qualidade total é muito amplo e deve ser delimitado. A ideia da delimitação é passar o tema em um funil, ou seja, segmentá-lo. A seguir, mostram-se alguns desdobramentos possíveis desse tema:
Exemplos de delimitação do tema: QUALIDADE TOTAL - Aplicabilidade da Qualidade Total nas empresas têxteis de Brusque. - Implantação da Qualidade Total nas empresas metalúrgicas de São Bernardo do Campo. - Análise da implantação da Qualidade Total na hotelaria de Salvador.
Ao se especificarem as informações (onde – em que região, cidade, estado?); em que nível (no Ensino Fundamental, Médio ou Superior?) e qual o enfoque (estatístico, filosófico, histórico, psicológico, sociológico?), indicam-se as circunstâncias para pesquisa e discussão, isto é, definem-se a extensão e a profundidade do futuro artigo.
Atividade de Estudos: 1) Selecione um dos temas definidos no exercício anterior e anote a seguir. Na sequência, transcreva-o para o centro da figura (b) e faça a análise das possibilidades de estudo e pesquisa relacionados ao tema principal. Logo após, faça a delimitação do
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Metodologia do Trabalho Científico
tema (c). Você pode fazer este exercício quantas vezes quiser ou para quantos temas tiver para delimitar. a) Tema: _______________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ b)
c) Delimitação do tema: ___________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________
A palavra problema não significa uma dificuldade, um obstáculo real à ação ou à compreensão, mas sim o foco, o assunto, o tema específico delimitado e formulado pelo pesquisador para ser alvo de seu estudo e de sua prática. Pode ser uma oportunidade percebida pelo aluno sobre uma temática a ser pesquisada. Esse é um dos primeiros itens elaborados em uma pesquisa. (SILVA, 2006). 34
Problema de Pesquisa O problema de uma pesquisa é algo a ser formulado pelo autor no início de seu processo. A partir de uma visão global do contexto, deve surgir a questão a ser pesquisada. Ela deve ser identificada claramente, delimitada em relação aos aspectos ou elementos que serão abordados e deve apresentar a situação problema da pesquisa que não necessariamente será uma limitação. (SILVA, 2008). A palavra problema não significa uma dificuldade, um obstáculo real à ação ou à compreensão, mas sim o foco, o assunto, o tema específico delimitado e formulado pelo pesquisador para ser alvo
Capítulo 2
PESQUISA CIENTÍFICA
de seu estudo e de sua prática. Pode ser uma oportunidade percebida pelo aluno sobre uma temática a ser pesquisada. Esse é um dos primeiros itens elaborados em uma pesquisa. (SILVA, 2006). No início de sua pesquisa, você deve elaborar uma ou mais perguntas que se tornem seus questionamentos e que surjam a partir da identificação de uma situação problema. Você deve fazer esta etapa do seu estudo na forma de uma pergunta (interrogativa) que norteará seu estudo e será respondida ao longo da pesquisa. Muitas vezes, as pessoas pesquisam por necessidade ou simplesmente por curiosidade. Então, toda pesquisa começa com uma dúvida, teórica e/ou prática, que o pesquisador tenta entender e para a qual busca uma solução. [...]O que mobiliza a mente humana são problemas, ou seja, a busca de um maior entendimento de questões postas pelo real, ou ainda a busca de soluções para problemas nele existentes, tendo em vista a sua modificação para melhor. Para aí chegar, a pesquisa é um excelente meio. (LAVILLE; DIONNE, 1999, p. 85).
Veja a seguir dois exemplos de pergunta de pesquisa: Exemplo 1: Quais os fatores que geram dificuldades de aprendizagem aos alunos da turma abc da escola x? Exemplo 2: Quais os motivos da alta rotatividade de funcionários do setor Y da empresa B? Caso você esteja em dúvida sobre qual caminho seguir, ou seja, qual problema deve estudar para descobrir a solução, pode ordenar os problemas (perguntas) que elegeu e analisá-los um a um. Veja qual deles acha mais importante para ser respondido e pense naquelas questões comentadas na escolha do tema, ou seja, um problema que tenha contribuição social.
O tema (assunto da sua pesquisa) deve ser tratado ao longo do trabalho com o intuito de trazer respostas (soluções ou possíveis soluções) aos problemas que levanta. É a sua pesquisa que oferecerá alguma explicação para a dificuldade encontrada. “Portanto, o enfoque central para uma pesquisa é o problema que, posteriormente, trará uma contribuição científica e pessoal.” (FACHIN, 2003, p. 109).
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Metodologia do Trabalho Científico
Segundo Schrader (1974 apud LAKATOS; MARCONI, 2001, p. 103), para que um problema seja cientificamente válido, devem-se considerar as seguintes questões:
• pode o problema ser enunciado em forma de pergunta? • corresponde a interesses pessoais (capacidade), sociais
e científicos, isto é, de conteúdo e metodológicos? Esses interesses estão harmonizados?
• constitui-se o problema em questão científica, ou seja, relacionam-se entre si pelo menos duas variáveis?
• pode ser objeto de investigação sistemática, controlada e crítica?
• pode ser empiricamente verificado em suas consequências? Com o intuito de esclarecer um pouco mais a formulação do problema, leia o relato de Gil (2006, p. 49-50): [...] na acepção científica, problema é qualquer questão não resolvida e que é objeto de discussão, em qualquer domínio do conhecimento [...] pode-se dizer que um problema é testável cientificamente quando envolve variáveis que podem ser observadas ou manipuladas. As proposições que se seguem podem ser tidas como testáveis: Em que medida a escolaridade determina a preferência político-partidária? A desnutrição determina o rebaixamento intelectual? Técnicas de dinâmica de grupo facilitam a interação entre os alunos? Todos estes problemas envolvem variáveis suscetíveis de observação ou de manipulação. É perfeitamente possível, por exemplo, verificar a preferência político-partidária de determinado grupo, bem como o seu nível de escolaridade, para depois determinar em que medida essas variáveis estão relacionadas.
Portanto, lembre-se: o problema de pesquisa não necessariamente é uma dificuldade, algo negativo, podendo ser uma oportunidade (positivo) e sempre em forma de questionamento.
Atividade de Estudos: 1) Com base na delimitação do tema que você elaborou na atividade anterior, crie o problema de pesquisa com base nos preceitos da ciência abordados, elaborando a pergunta de pesquisa. 36
Capítulo 2
PESQUISA CIENTÍFICA
____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________
ObJetiVos da Pesquisa Os objetivos de um projeto de estudos, de pesquisa, não representam somente as intenções do autor, mas a possibilidade de obtenção de metas, de resultados, de finalidades, que o trabalho deve atingir. A linguagem deve ser objetiva, precisa e clara. Do ponto de vista técnico, o objetivo deve sempre iniciar com um verbo no infinitivo, representando a ação que se quer atingir e concluir com o projeto, como: compreender, constatar, analisar, desenvolver, capacitar, entre outros. Os objetivos classificam-se em objetivo geral e objetivos específicos. (SILVA, 2006). O objetivo geral refere-se diretamente ao problema do trabalho. O verbo utilizado no Inicia-se a frase do objetivo geral com um verbo abrangente e na forma objetivo geral deve ser amplo e não infinitiva, envolvendo o cenário pesquisado. Já os específicos podem ser considerados uma apresentação pormenorizada e detalhada das ações aparecer também em algum um para o alcance do objetivo geral. Também são iniciados com verbos que objetivo específico admitam poucas interpretações e sempre no infinitivo. (SILVA, 2006). do mesmo projeto. Pense que em um O verbo utilizado no objetivo geral deve ser amplo e não aparecer bom planejamento, assim como em também em algum um objetivo específico do mesmo projeto. Pense uma execução e que em um bom planejamento, assim como em uma execução e desenvolvimento, é fundamental que se tenha de maneira clara qual desenvolvimento, é fundamental que se objetivo se deseja alcançar. (SILVA, 2006). tenha de maneira clara qual objetivo Alguns verbos que são úteis na delimitação dos objetivos (geral e se deseja alcançar. (SILVA, 2006). específicos), divididos por área são: Área
Verbos
Conhecimento
Registrar, enunciar, citar, exemplificar, descrever, identificar, medir, classificar, nomear, relacionar, distinguir, ordenar, definir, relatar, expressar, estabelecer, inscrever, reconhecer, enumerar, especificar etc.
Compreensão
Concluir, determinar, estimar, ilustrar, interpretar, predizer, preparar, narrar, relatar, traduzir, descrever, localizar, reorganizar, transcrever, demonstrar, diferenciar, exprimir, inferir, modificar, revisar, prever, representar, transformar, derivar, discutir, extrapolar, interpolar, transmitir etc.
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Metodologia do Trabalho Científico
Aplicação
Empregar, ilustrar, operar, selecionar, demonstrar, esboçar, traçar, estruturar, inventariar, interpretar, usar, desenvolver, organizar, dramatizar, generalizar, relacionar, praticar, exercitar, propor etc.
Análise
Analisar, comparar, debater, discutir, investigar, calcular, discriminar, identificar, examinar, combinar, contrastar, detectar, experimentar, provar, categorizar, correlacionar, diferenciar, distinguir etc.
Síntese
Comunicar, originar, planejar, organizar, especificar, formular, produzir, coordenar, construir, conjugar, compor, documentar, criar, esquematizar, dirigir, elaborar, codificar, propor, articular etc. Quadro 3 - Verbos sugeridos para objetivos Fonte: Silva (2008).
ObJetiVo Geral Trata-se da questão a ser tratada, o enunciado do problema mais amplo a ser resolvido pela pesquisa. A ação que levará ao tratamento da dificuldade/ oportunidade abordada no problema de pesquisa. Refere-se diretamente ao objeto – problema – do projeto. Inicia-se a frase do objetivo geral com um verbo abrangente e na forma infinitiva, envolvendo o cenário de pesquisa (empresa/ cidade/grupo/produto) e uma complementação que apresente a finalidade. Exemplo 1: propor um plano de marketing para a empresa Z em Florianópolis (SC). Exemplo 2: analisar a dificuldade de aprendizagem dos alunos da turma x de um colégio de Belém.
• Verbo de ação no infinitivo (ar, er, ir – ex.: analisar, vender, partir). • Cenário da pesquisa do estágio (empresa/cidade/produto...). • Verbo do objetivo geral deve ser amplo e diferente dos verbos dos objetivos específicos. • Relação com o problema do projeto.
ObJetiVos Específicos 38
Refere-se à apresentação pormenorizada e detalhada das metas que o trabalho pretende atingir. Tem a ver com as particularidades relativas ao tema ou
Capítulo 2
PESQUISA CIENTÍFICA
questão escolhida. São aqueles objetivos expressos por ações que contribuem para o alcance do objetivo geral. São iniciados com verbos que admitam poucas interpretações e sempre no infinitivo. Exemplos: •
Analisar o ambiente externo e interno da empresa.
•
Estabelecer objetivos e metas.
•
Definir estratégias e ações para o alcance dos objetivos do plano.
•
Apresentar as despesas para a possível execução.
O verbo utilizado no objetivo geral deve ser amplo e não deve ser o mesmo utilizado para um objetivo específico.
O verbo utilizado no objetivo geral deve ser amplo e não deve ser o mesmo utilizado para um objetivo específico.
Iniciar com verbos de ação no infinitivo (ar, er, ir – ex.: identificar, reconhecer, sugerir). Expressar ações que sirvam para o alcance do objetivo geral. Usar verbos diferentes entre si e do objetivo geral. Relacionar com o objetivo geral.
A partir da elaboração do objetivo, o pesquisador explicita para o leitor a intenção de sua pesquisa (aonde quer chegar ao término da investigação). Para Fachin (2003), os objetivos revelam o que se quer conhecer, medir ou provar e indicam a contribuição do trabalho. Para formular os objetivos, você deve retomar o questionamento eleito na escolha do seu problema de pesquisa. Resgata-se o tema, esse é transformado em problema e, em seguida, explicita-se o objetivo. Veja os exemplos 1 e 2: EXEMPLO 1 Tema: Motivação Tema Delimitado: Fatores motivacionais dos colaboradores da empresa x. Transformação do tema em problema: Quais os fatores que motivam os
39
Metodologia do Trabalho Científico
colaboradores da empresa x da cidade y? Objetivo geral: Analisar os fatores que motivam os colaboradores da empresa x da cidade y. Objetivos específicos: •
averiguar os conceitos de motivação e de recursos humanos;
•
apresentar as atividades oferecidas pela empresa aos colaboradores;
• identificar a percepção dos colaboradores sobre as atividades; • verificar as atividades que os colaboradores gostariam que fossem desenvolvidas. EXEMPLO 2 Tema: Dificuldades de aprendizagem Tema Delimitado: Dificuldades de aprendizagem referentes à afetividade Transformação do tema em problema: Qual a relação entre afetividade e dificuldade de aprendizagem dos alunos da turma x de um colégio de Belém em relação à afetividade? Objetivo geral: Analisar a dificuldade de aprendizagem dos alunos da turma x de um colégio de Belém em relação à afetividade. Objetivos específicos: • verificar a importância da afetividade no processo ensino-aprendizagem; • identificar as relações afetivas (familiares e escolares) dos alunos; • apresentar as principais dificuldades de aprendizagem dos alunos.
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A delimitação e a problematização formuladas poderiam ser quaisquer outras, dependendo das inclinações e interesses do pesquisador. Somente após sua definição se torna possível estabelecer os objetivos que serão os responsáveis por prender a atenção do leitor e manter a coerência do texto. Em relação ao objetivo, Gil (2006, p. 264) alerta para que esse tenha apenas uma ideia (um sujeito e um complemento) e salienta que “discussões, reflexões ou debates não constituem objetivos de pesquisa, pois todo o trabalho científico é fruto de discussão, reflexão, debate de ideias, cujo lugar mais adequado é no espaço dedicado à revisão da literatura [...]”.
Capítulo 2
PESQUISA CIENTÍFICA
Atividade de Estudo: 1) Com base nas atividades de estudo que você elaborou nos itens anteriores, crie o objetivo geral (verbo de ação + cenário + finalidade) e específicos (ações para o objetivo geral). Geral: _______________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ Específicos: __________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________
ProJeto de Pesquisa Antes da elaboração da pesquisa propriamente dita, é necessária a elaboração do projeto de pesquisa. Ele apresenta as principais intenções do pesquisador, seu foco, seu questionamento e real interesse.
O projeto apresenta as principais intenções do pesquisador, seu foco, seu questionamento e real interesse.
A estrutura do projeto de pesquisa que será utilizada neste curso é iniciada nas etapas já comentadas anteriormente: tema, delimitação do tema, problema e objetivos geral e específicos. Entretanto, após esses elementos, o pesquisador deve fazer um breve roteiro (boneco, esqueleto, estrutura) para seu estudo, apresentando os elementos com numerações (títulos e subtítulos) dos itens que irão compor o desenvolvimento do artigo: 1 INTRODUÇÃO 2 XXXXXXXXX 2.1 Xxxxxxxxxxxxx 2.2 Xxxxxxxxxxxxxxxxx 2.3 Xxxxxxxxxx 2.3.1 Xxxxxxx xxxxxxxxx 2.3.2 Xxxxxxxxxxxxxx 3 XXXXXXXXXX XXXXXXXXX
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Metodologia do Trabalho Científico
3.1 Xxxxxxx 3.2 Xxxxxxxxxxxxxx 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS Nessa etapa, ainda não é necessário o desenvolvimento de texto, basta apenas organizar as ideias e estruturar o conteúdo.
Atividade de Estudos: 1) Apresente a estrutura completa de todas as suas ideias de pesquisa em forma de projeto, mencionando o tema, a delimitação do tema, o problema, os objetivos e a estrutura prévia do artigo. Tema: _______________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ Delimitação do tema: ___________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ Problemas: ___________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ Objetivo geral:_________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 42
Capítulo 2
PESQUISA CIENTÍFICA
Objetivos específicos: __________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________
Estrutura: 1 INTRODUÇÃO 2 _________________________________ 2.1 ________________________________ 2.2 ________________________________ 2.3 ________________________________ 2.3.1 _______________________________ 2.3.2 _______________________________ 3 __________________________________ 3.1 ________________________________ 3.2 ________________________________ 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS
Algumas Considerações Neste capítulo, você verificou algumas questões específicas sobre pesquisa científica. Iniciou com os conceitos e percebeu que muitos autores estudam sobre este tema e estabelecem suas próprias definições. Entretanto, todos os conceitos se voltam à investigação, à indagação, ou seja, a um questionamento. Por isso, é fundamental que você compreenda e defina o problema de pesquisa e seus os objetivos (geral e específicos). Porém, você deve verificar seu real interesse e suas motivações na investigação daquele estudo. Assim, estará elaborando seu projeto de pesquisa, instrumento imprescindível para quem se dispõe a pesquisar. Com certeza, você já conseguiu praticar e esboçar suas principais ideias e iniciou seu projeto. É isso aí...continue pesquisando...e lembre-se de que o avanço da humanidade, em todas as áreas, ocorre em virtude das pesquisas e descobertas. Assim, é necessário que você acompanhe o próximo capítulo para perceber os procedimentos metodológicos no desenvolvimento de estudos e, dessa forma, os tipos de pesquisa, as formas de coleta, a análise e a interpretação de dados do seu estudo. 43
Metodologia do Trabalho Científico
Referências ALVES, Rubem. Filosofia da ciência: introdução ao jogo e suas regras. São Paulo: Loyola, 1999. AZEVEDO, Israel Belo de. O prazer da produção científica: diretrizes para a elaboração de trabalhos acadêmicos. 6. ed. Piracicaba: UNIMEP, 1998. BARROS, Aidil J. da Silveira; LEHFELD, Neide A. de Souza. Fundamentos de metodologia científica: um guia para a iniciação científica. 3. ed. São Paulo: Makron Books, 2000. CERVO, Amado L.; BERVIAN, Pedro A. Metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002. COLLIS, Jill; HUSSEY, Roger. Pesquisa em administração: um guia prático para alunos de graduação e pós-graduação. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2005. FACHIN, Otilia. Fundamentos da metodologia. 4.ed. São paulo: Saraiva, 2003. GIL, Antônio C. Métodos e técnicas em pesquisa social. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2006. ______. Como elaborar projetos de pesquisa. 3.ed. São Paulo: Atlas, 1996. ICPG – INSTITUTO CATARINENSE DE PÓS-GRADUAÇÃO. Equipe de Metodologia do Trabalho Científico. Blumenau: ICPG, 2008. LAKATOS, Eva M.; MARCONI, Marina de A. Metodologia do trabalho científico. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2001. LAVILLE, Chistian; DIONNE, Jean. A construção do saber: manual de metodologia da pesquisa em ciências humanas. Porto Alegre: Artmed, 1999. MENEZES, Nilson L. de; VILLELA, Francisco A. Pesquisa científica. Revista SEED News. Disponível em: . Acesso em: 13 out. 2006. OLIVEIRA, Sílvio Luiz de. Metodologia científica aplicada ao direito. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. SILVA, Renata. Modalidades e etapas da pesquisa e do trabalho científico. São José: USJ, 2008 (mimeo).
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______. Manual de estágio: curso de administração da ASSEVIM. Brusque: ASSEVIM, jul. 2006. (mimeo)
C
APÍTULO 3
Procedimentos Metodológicos
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem:
Compreender os procedimentos desenvolvimento de pesquisas.
metodológicos
necessários
para
o
Verificar os tipos de pesquisa e as formas de coleta, análise e interpretação de dados.
Metodologia do Trabalho Científico
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Capítulo 3
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
ConteXtualização A pesquisa é uma atividade direcionada para a elucidação de problemas por meio da utilização de procedimentos científicos. Dessa forma, ao desenvolver uma pesquisa, é necessária a compreensão das modalidades da pesquisa (tipologia), bem como das formas de coleta e análise de dados. No capítulo anterior, você verificou os conceitos da pesquisa científica e identificou os itens básicos e introdutórios para desenvolver uma pesquisa, ou seja, de um projeto de pesquisa. Agora, será possível dar continuidade aos demais itens relevantes de um trabalho científico. Um documento científico se inicia com uma introdução, seguida pelo desenvolvimento (delimitação do tema, a definição dos objetivos de estudo, procedimentos metodológicos, fundamentação teórica, análise e interpretação das informações coletadas), considerações finais e referências. Portanto, neste capítulo, você poderá visualizar os procedimentos metodológicos da pesquisa, bem como as formas de coleta e análise das informações que veem ao encontro dos objetivos e do problema de pesquisa. Assim, é comum que o aluno-pesquisador questione: quais as características do meu estudo? que tipo de pesquisa pretendo desenvolver? qual a necessidade de aplicação de questionários ou entrevistas para este tema? como devo coletar e apresentar os dados? é necessário fundamentar meu trabalho com literaturas? Por isso, este capítulo se relaciona diretamente a estas dúvidas e irá auxiliá-lo nas definições metodológicas de sua pesquisa e do resultado dela sob a forma de artigo científico. Neste capítulo, você encontrará as seguintes seções: modalidades da pesquisa, coleta de dados, análise e interpretação de dados e apresentação dos resultados.
Modalidades da Pesquisa A elaboração de pesquisas pode ser para você, acadêmico pesquisador, uma experiência prática, buscando refletir, sistematizar e testar os conhecimentos teóricos e instrumentais aprendidos durante sua vida no ensino formal e de pesquisa. Portanto, a pesquisa lhe propõe uma reflexão de fatos e dados, estimulando-o 47
Metodologia do Trabalho Científico
a analisar e julgar, quando oportuno, de forma ética e profissional, ampliando seus conhecimentos. Seu espírito crítico e ético lhe possibilitarão que se destaque na procura de soluções para os problemas da sociedade em que vive e aceite suas responsabilidades sociais. Como vimos no capítulo anterior, muitos autores já publicaram suas percepções e conceitos sobre pesquisa e vários salientam que essa é um processo de perguntas e investigação; é sistemática e metódica; e aumenta o conhecimento humano. (COLLIS; HUSSEY, 2005). “A pesquisa parte [...] de uma dúvida ou problema e, com o uso do método científico, busca uma reposta ou solução.” (CERVO; BERVIAN, 2002, p. 63). Assim, você pesquisador utilizará seus conhecimentos teóricos e práticos. Para tal, é necessário que tenha habilidades para a utilização de técnicas de análise, que entenda os métodos científicos e os procedimentos para que possa atingir o objetivo de encontrar respostas para as perguntas formuladas no estudo. Lembre-se que a pesquisa científica é uma atividade que se volta para o esclarecimento de situações problema ou novas descobertas. Dessa Seu artigo científico também deve forma, é indispensável que você use processos científicos que, por apresentar os sua vez, são bem diversos, dependendo do campo de conhecimento. caminhos e formas utilizados no estudo. Assim, é importante Seu artigo científico também deve apresentar os caminhos e citar as modalidades ou tipos da pesquisa formas utilizados no estudo. Assim, é importante citar as modalidades e características do ou tipos da pesquisa e características do trabalho. trabalho.
Conforme Gil (1999), as pesquisas podem ser classificadas quanto: • à natureza da pesquisa (básica ou aplicada); • à abordagem do problema (qualitativa ou quantitativa, ou ambas combinadas); • à realização explicativa);
dos
objetivos
(descritiva,
exploratória
ou
• aos procedimentos técnicos (bibliográfica, documental, levantamento, estudo de caso, participante, pesquisa ação, experimental e ex-post-facto).
48
Capítulo 3
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Veja a seguir a elucidação das classificações da pesquisa: a) Do ponto de vista da sua natureza, pode ser: • Pesquisa Básica: objetiva produzir conhecimentos novos, úteis para o avanço da ciência sem aplicação prática prevista. Envolve verdades e interesses universais. (GIL,1999). Assim, o pesquisador busca satisfazer uma necessidade intelectual pelo conhecimento e sua meta é o saber. (CERVO; BERVIAN, 2002). • Pesquisa Aplicada: gera conhecimentos para aplicação prática, dirigidos à solução de problemas específicos. Envolve interesses locais. (GIL, 1999). A pesquisa visa à aplicação de suas descobertas na solução de um problema. (COLLIS; HUSSEY, 2005). b) Do ponto de vista da forma de abordagem do problema, pode ser: • Pesquisa Quantitativa: considera que tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em números opiniões e informações para classificá-los e analisá-los. Requer o uso de técnicas estatísticas e de recursos (percentagem, média, moda, mediana, desvio padrão, coeficiente de correlação, e outros). (GIL, 1999). Assim, a pesquisa quantitativa é focada na mensuração de fenômenos, envolvendo a coleta e análise de dados numéricos e aplicação de testes estatísticos. (COLLIS; HUSSEY, 2005). • Pesquisa Qualitativa: considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números. A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa. Não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas. O ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados e o pesquisador é o instrumento chave. (GIL, 1999). A pesquisa qualitativa utiliza técnicas de dados como a observação participante, história ou relato de vida, entrevista e outros. (COLLIS; HUSSEY, 2005).
Verifique nos resumos e/ou na introdução de artigos científicos publicados em revistas científicas, anais de eventos ou sites da sua área de estudo, e veja qual o tipo de pesquisa é mais comum (Qualitativa, Quantitativa ou Quali-Quanti)!!!! Lembre-se do Scielo (www.scielo.br) e tenha uma boa leitura!
c) Do ponto de vista de seus objetivos, pode ser:
49
Metodologia do Trabalho Científico
• Pesquisa Exploratória: proporciona maior proximidade com o problema, visando torná-lo explícito ou definir hipóteses. Procura aprimorar ideias ou descobrir intuições. Possui um planejamento flexível, envolvendo, em geral, levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado e análise de exemplos similares. Assume as formas de pesquisas bibliográficas e estudos de caso. (GIL, 1996; DENCKER, 2000). Esse tipo de pesquisa é voltado para pesquisadores que possuem pouco conhecimento sobre o assunto pesquisado, pois, geralmente, há pouco ou nenhum estudo publicado sobre o tema. (COLLIS; HUSSEY, 2005). • Pesquisa Descritiva: visa descrever as características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis. A forma mais comum de apresentação é o levantamento, em geral realizado mediante questionário ou observação sistemática, que oferece uma descrição da situação no momento da pesquisa. Metodologia indicada para orientar a forma de coleta de dados quando se pretende descrever determinados acontecimentos. (GIL, 1996; DENCKER, 2000). É direcionada a pesquisadores que têm conhecimento aprofundado a respeito dos fenômenos e problemas estudados. • Pesquisa Explicativa: aprofunda o conhecimento da realidade porque explica a razão, o porquê das coisas e, por isto, é o tipo mais complexo e delicado, já que o risco de cometer erros aumenta consideravelmente. Visa identificar os fatores que determinam ou contribuem para a ocorrência dos acontecimentos. Caracterizase pela utilização do método experimental (nas ciências físicas ou naturais) e observacional (nas ciências sociais). Geralmente, utiliza as formas de Pesquisa Experimental e Ex-post-facto. Método adequado para pesquisas que procuram estudar a influência de determinados fatores na determinação de ocorrência de fatos ou situações. (GIL, 1996; DENCKER, 2000).
• Verifique nos resumos e/ou na introdução de artigos científicos publicados em revistas científicas, anais de eventos ou sites da sua área de estudo qual o tipo de pesquisa mais comum (Explicativa, Exploratória ou Descritiva)!!!! • Lembre-se do Scielo (www.scielo.br) e tenha uma boa leitura!
d) Do ponto de vista dos procedimentos técnicos, pode ser: • Pesquisa Bibliográfica: utiliza material já publicado, constituído basicamente de livros, artigos de periódicos e, atualmente, com informações disponibilizadas 50
Capítulo 3
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
na internet. Quase todos os estudos fazem uso do levantamento bibliográfico e algumas pesquisas são desenvolvidas exclusivamente por fontes bibliográficas. Sua principal vantagem é possibilitar ao investigador a cobertura de uma gama de acontecimentos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente. (GIL, 1999). A técnica bibliográfica busca encontrar as fontes primárias e secundárias e os materiais científicos e tecnológicos necessários para a realização do trabalho científico ou técnico-científico. Pode realizar-se em bibliotecas públicas, faculdades, universidades e, atualmente, nos acervos que fazem parte de catálogo coletivo e das bibliotecas virtuais. (OLIVEIRA, 2002). • Pesquisa Documental: elaborada a partir de materiais que não receberam tratamento analítico, documentos de primeira mão, como documentos oficiais, reportagens de jornal, cartas, contratos, diários, filmes, fotografias, gravações etc., ou, ainda, documentos de segunda mão que, de alguma forma, já foram analisados, tais como: relatórios de pesquisa, relatórios de empresas, tabelas estatísticas etc. (GIL, 1999). Normalmente se encontram no interior de órgãos públicos ou privados como manuais, relatórios, balancetes e outros. • Levantamento: envolve a interrogação direta de pessoas cujo comportamento em relação ao problema estudado se deseja conhecer para, em seguida, mediante análise quantitativa, identificar as conclusões correspondentes aos dados coletados. O levantamento feito com informações de todos os integrantes do universo da pesquisa origina um censo. (GIL, 1999). O levantamento usa técnicas estatísticas, análise quantitativa, permite a generalização das conclusões para o total da população e, assim, para o universo pesquisado, permitindo o cálculo da margem de erro. Os dados são mais descritivos que explicativos. (DENCKER, 2000). • Estudo de Caso: envolve o estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos de maneira que se permita o seu amplo e detalhado conhecimento. (GIL, 1999). O estudo de caso pode abranger análise de exame de registros, observação de acontecimentos, entrevistas estruturadas e não-estruturadas ou qualquer outra técnica de pesquisa. Seu objeto pode ser um indivíduo, um grupo, uma organização, um conjunto de organizações ou, até mesmo, uma situação. (DENCKER, 2000). A maior utilidade do estudo de caso é verificada nas pesquisas exploratórias. Por sua flexibilidade, é sugerido nas fases iniciais da pesquisa de temas complexos para a construção de hipóteses ou reformulação do problema. É utilizado nas mais diversas áreas do conhecimento. A coleta de dados geralmente é feita por mais de um procedimento. Entre os mais usados estão: a observação, a análise de documentos, a entrevista e a história da vida. (GIL, 1999). • Pesquisa-Ação: concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo. Os pesquisadores e participantes 51
Metodologia do Trabalho Científico
representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo. (GIL, 1999). Implica o contato direto com o campo de estudo, envolvendo o reconhecimento visual do local, a consulta a documentos diversos e, sobretudo, a discussão com representantes das categorias sociais envolvidas na pesquisa. É delimitado o universo da pesquisa e recomenda-se a seleção de uma amostra. O critério de representatividade dos grupos investigados na pesquisaação é mais qualitativo do que quantitativo. É importante a elaboração de um plano de ação envolvendo os objetivos que se pretende atingir, a população a ser beneficiada, a definição de medidas, procedimentos e formas de controle do processo e de avaliação de seus resultados. (GIL, 1996). Não segue um plano rigoroso de pesquisa, pois o plano é readequado constantemente de acordo com a necessidade, os resultados e o andamento das pesquisas. O investigador se envolve no processo e sua intenção é agir sobre a realidade pesquisada. (DENCKER, 2000). • Pesquisa Participante: realizada através da integração do investigador, que assume uma função no grupo a ser pesquisado, mas sem seguir a uma proposta pré-definida de ação. A intenção é adquirir conhecimento mais profundo do grupo. O grupo investigado tem ciência da finalidade, dos objetivos da pesquisa e da identidade do pesquisador. Permite a observação das ações no próprio momento em que ocorrem. (DENCKER, 2000). Esta pesquisa necessita de dados objetivos sobre a situação da população. Isso envolve a coleta de informações sócioeconômicas e tecnológicas que são de natureza idêntica aos adquiridos nos tradicionais estudos de comunidades. Estes dados podem ser agrupados por categorias como: geográficos, econômicos, educacionais e outros. (GIL, 1996). • Pesquisa Experimental: quando se determina um objeto de estudo, selecionamse as variáveis que seriam capazes de influenciá-lo, definem-se as formas de controle e de observação dos efeitos que a variável produz no objeto. (GIL, 1999). A pesquisa experimental necessita de previsão de relações entre as variáveis a serem estudadas e o seu controle. Desta forma, na maioria das situações, é inviável quando se trata de objetos sociais. (GIL, 1996). É geralmente utilizada nas ciências naturais. • Pesquisa Ex-Post-Facto: quando o “experimento” se realiza depois dos fatos. O pesquisador não tem controle sobre as variáveis. (GIL, 1999). É um tipo de pesquisa experimental, diferindo apenas pelo fato do fenômeno ocorrer naturalmente sem que o investigador tenha controle sobre ele, ou seja, nesse caso, o pesquisador passa a ser um mero observador do acontecimento. Por exemplo: a verificação do processo de erosão sofrido por uma rocha por influência do choque proveniente das ondas do mar. (BOENTE; BRAGA, 2004). Esta pesquisa é geralmente utilizada nas ciências naturais.
52
Capítulo 3
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
• Verifique nos resumos e/ou na introdução de artigos científicos publicados em revistas científicas, anais de eventos ou sites da sua área de estudo quais os tipos de pesquisa são mais comuns (bibliográfica, documental, levantamento, estudo de caso, pesquisa-ação, participante, experimental e ex-post-facto)!!!! • Lembre-se do Scielo (www.scielo.br) e tenha uma boa leitura!
Assim, o pesquisador deve citar e explicar os tipos de pesquisa que o estudo trata, justificando cada item de classificação e a relação com o tema e objetivos da pesquisa. Deve-se fazer uso de citações para enriquecer a argumentação. Toda e qualquer fonte deve ser referenciada, precisando data e página, quando tratar-se de citação direta. (SILVA, 2006).
Você deve apresentar em sua pesquisa: • Definição de cada tipo de pesquisa (natureza, abordagem, objetivos, procedimentos). • Explicação do tipo de pesquisa relacionada ao tema do trabalho e argumentação consistente para sua utilização. • Citações para cada tipo de pesquisa apresentada.
Atividades de Estudos: 1) Apresente a estrutura completa de todas as suas ideias de pesquisa em forma de projeto, mencionando o tema, a delimitação do tema, o problema, os objetivos e a estrutura prévia do artigo. Anote a seguir seus objetivos de pesquisa e sua pergunta de pesquisa: Pergunta: ____________________________________________ ____________________________________________________
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Metodologia do Trabalho Científico
Objetivo geral: ________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ Objetivos específicos: •_________________________________________________; •_________________________________________________; •_________________________________________________; •_________________________________________________; •_________________________________________________; •_________________________________________________; 2) Agora, analisando as informações acima, avalie quais os tipos de pesquisa que se relacionam com sua pesquisa, fazendo anotações das características dessa relação. a) Natureza: ( ) Básica ( ) Aplicada Justifique: ____________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ b) Abordagem do problema: ( ) Qualitativa ( ) Quantitativa Justifique: ____________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ c) Objetivos: ( ) Exploratória ( ) Descritiva ( ) Explicativa Justifique: ____________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ d) Procedimentos técnicos:
_______________________________
( ) Bibliográfica ( ) Documental ( ) Levantamento ( ) Estudo de caso ( ) Pesquisa-ação ( ) Participante ( ) Experimental ( ) Ex-post-facto Justifique: ____________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________
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Capítulo 3
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Após a identificação dos tipos de pesquisa referente ao seu estudo, você deve definir as formas de coleta de dados e, na sequência, os meios de análise e interpretação desses dados.
Coleta de Dados Neste item, é necessário que você apresente como foi organizada e operacionalizada a coleta dos dados relativos ao processo de pesquisa. Todas as formas que usou de coleta devem ser mencionadas (leituras, entrevistas, questionários, documentos, observação) e de que fonte foram coletadas (identificando o ambiente, a população e a amostra para a pesquisa).
Coletas bibliográficas (temas e assuntos). Documentos internos da empresa (relatórios...). Entrevistas e questionários devem citar quantas e quais pessoas (cargos) foram pesquisadas. Observação (definição e forma de observação).
a) Coletas bibliográficas Você precisa apresentar o tema proposto, fundamentando-o com uma revisão crítica de fontes de pesquisa relacionadas ao tema macro (área de estudo/tema/delimitação do tema) e micro (referente aos objetivos).
Seu texto deve ser construído expressando suas leituras e diálogos teóricos com os autores pesquisados.
Para tal, deve relacionar sua visão sobre o tema fundamentado aos acontecimentos atuais e trabalhos já realizados na área, bem como a opiniões de autores. A fundamentação teórica, revisão da literatura ou revisão bibliográfica apresenta os conceitos teórico-empíricos que nortearam o trabalho. Você pode pontuar através das referências utilizadas as ideias com as quais você compactua ou não, entretanto, deve utilizar outro(s) autor(es) para estabelecer o confronto, se houver. Seu texto deve ser construído expressando suas leituras e diálogos teóricos 55
Metodologia do Trabalho Científico
com os autores pesquisados. Você pode construir seu texto se preocupando com (SILVA, 2008): • Produzi-lo a partir do maior número possível de material bibliográfico publicado. • Usar material e informações de primeira mão (evitando o uso do apud – significa citado por – material de segunda mão. É uma informação de um autor e citado pelo autor em que você está pesquisando. Você terá mais informações no capítulo 5 sobre Citações). • Contemplar, apenas, os trabalhos pertinentes e relacionados ao tema, sem desviar do foco de pesquisa. • Restringir-se não apenas às ideias veiculadas nos livros técnico-científicos. • Apresentar as publicações de periódicos especializados. Salientamos que é necessário o cumprimento das regras de citações (ABNT, NBR 10520, 2002), apresentadas neste caderno, no Capítulo 5.
Você deve apresentar em sua pesquisa: Tema macro (área de pesquisa/tema/delimitação do tema). Tema micro (tema principal da pesquisa – objetivos).
b) Coletas documentais É comum, em algumas áreas de conhecimento, a coleta de dados em prefeituras, organizações governamentais ou, então, em setores específicos de empresas privadas. Estas informações devem ser comentadas no texto com as mesmas regras metodológicas das literaturas, já que possuem autoria. Muitas vezes, a pesquisa envolve a utilização de materiais que estão localizados internamente em instituições públicas ou privadas. 56
Muitas vezes, a pesquisa envolve a utilização de materiais que estão localizados internamente em instituições públicas ou privadas. Exemplo1: As informações documentais foram coletadas no Projeto Pedagógico da escola e nos registros dos alunos, arquivados na secretaria da escola.
Capítulo 3
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Exemplo 2: Os dados foram coletados no Programa de Desenvolvimento da Empresa, no banco de dados do RH e nos relatórios dos setores. c) Questionário Com esta técnica de investigação, composta por questões apresentadas por escrito às pessoas, você pode identificar o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações vivenciadas e outras. (GIL, 1996). Para elaborar um Para elaborar um questionário, você deve refletir sobre os objetivos questionário, você da pesquisa e passá-los para questões específicas. São as respostas deve refletir sobre que apresentarão as informações necessárias para testar as hipóteses os objetivos da pesquisa e passáou esclarecer o problema da pesquisa estudados no Capítulo 2. los para questões específicas. Segundo Labes (1998), as etapas do questionário podem ser: • Pesquisa (análise dos objetivos e problema). • Elaboração do questionário. • Testagem ou pré-teste. • Distribuição e aplicação. • Tabulação dos dados. • Análise e interpretação dos dados. Gil (1999) cita três tipos de questões em relação à forma: questões fechadas, questões abertas e questões relacionadas. Na questão fechada, Dencker (2000) acrescenta perguntas com escala. No questionário do tipo questões fechadas, apresenta-se ao respondente um conjunto de alternativas de resposta para que seja escolhida a que melhor representa sua situação ou ponto de vista. Exemplo: Qual seu time de futebol? ( ) Flamengo ( ) Vasco ( ) Fluminense ( ) Sem time ( ) Outro _______________________________ A pergunta com escala visa medir o grau, e não a qualidade. Apresenta uma gradação nas respostas. A escala pode ser apresentada pela atribuição de nota, de preferência, de atitude. 57
Metodologia do Trabalho Científico
Exemplo: Em que medida você concorda com a portabilidade nos serviços de telefonia celular? ( ) Concordo plenamente ( ) Concordo ( ) Não tenho opinião ( ) Discordo ( ) Discordo plenamente.
- Não ofereça um número muito grande de alternativas, pois isso poderá confundir o entrevistado e prejudicar a escolha. - Nas questões com diversas alternativas, deve-se sempre colocar a opção “outras” para não ter que listar todas as possíveis opções. - Ter apenas uma resposta para o entrevistado assinalar. Quando houver necessidade de mais de uma resposta (Exemplo: Quais as atividades de lazer você prefere?), deve-se deixar claro que pode ser assinalada mais de uma opção na pergunta e ter cuidado na tabulação.
Nas questões abertas, apresenta-se a pergunta e se deixa um espaço em branco para que a pessoa escreva sua resposta sem qualquer restrição. Exemplo: Como você considera a atual gestão do presidente da república? ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ Entretanto, questionários com muitas questões abertas retornam com muitas delas não respondidas. Também é conveniente lembrar que, nesse caso, a tabulação das respostas torna-se mais complexa. As questões relacionadas são aquelas dependentes da resposta dada a uma outra questão anterior. Exemplo: - Você pratica algum esporte? ( ) Sim (responda à questão seguinte) ( ) Não (responda à questão número 11) - Qual o seu esporte preferido? ( ) Natação ( ) Corrida ( 58
) Futebol (
) Outro_________________
Capítulo 3
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
- A pergunta não deve sugerir respostas. - A questão deve referir-se a uma única ideia de cada vez. - O questionário não deve ultrapassar o número de 30 questões. - Iniciar pelas questões que definem o perfil do entrevistado (sexo, faixa etária, renda etc.). - Na sequência, começar pelas questões mais gerais e, depois, apresentar as de maior especificidade. - As perguntas devem ser ordenadas em uma sequência lógica. - Incluir apenas perguntas que realmente tenham relação com o problema. - Iniciar com as questões mais fáceis e impessoais, deixando as mais difíceis e íntimas para o fim. - Evitar perguntar o nome, pois as respostas são mais livres e sinceras. - Não obrigar o entrevistado a fazer cálculos. - Ter uma boa apresentação espaçamento, entrelinhas).
gráfica
(caracteres,
diagramação,
- Apresentar as instruções de preenchimento adequado ao questionário. - Citar, na apresentação do questionário, o objetivo da pesquisa e os envolvidos (entidade).
Antes de iniciar a aplicação definitiva do questionário, você deve realizar um pré-teste. Ele serve para evidenciar possíveis falhas na redação do questionário, como: complexidade das questões, imprecisão na redação, desnecessidade das questões, constrangimentos aos informantes, exaustão etc. No pré-teste, você deverá aplicar de 10 a 20 provas, a elementos pertencentes à população pesquisada. (GIL, 1999; DENCKER, 2000). Para a distribuição do questionário, após a adequação do pré-teste, você pode utilizar os seguintes meios: correio, e-mail, telefone, pessoalmente (individual ou
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Metodologia do Trabalho Científico
em grupo). Para todos os meios, é necessário ter precauções para a aplicação, o preenchimento e o retorno dos questionários. (LABES, 1998; GIL, 1999). Para a delimitação da população/amostra e o tratamento estatístico, você deve atender a dois momentos: seleção e definição do universo e organização do questionário – tabulação. (LABES, 1998). “O universo ou população é o conjunto de seres animados ou inanimados que apresentam pelo menos uma característica em comum [...] dependem do assunto a ser investigado.” (OLIVEIRA, 2002, p. 72). Você deve compreender que a amostra de uma pesquisa pode ser conceituada como “subconjunto finito de uma população” (LABES, 1998, p. 22) e dividida em quatro tipos: • Amostragem Causal ou Aleatória Simples: sorteio/ seleção espontânea da amostra. • Amostragem Sistemática: quando a população encontra-se ordenada como, por exemplo, em subgrupos. Quando se conhece a proporção e a dispersão geográfica. • Amostragem Proporcional variáveis (sexo, idade, etc.).
Estratificada:
definida
por
• Amostragem Probabilística: possibilidade de todos os elementos serem pesquisados – aleatoriedade da amostra. Conhecer a probabilidade de ocorrência de um evento.
Você deve proceder à tabulação de questionários e se voltar à amplitude das variáveis/categorias, ao cruzamento de variáveis, a tabulação manual e o processamento eletrônico. Na utilização de gráficos, deve-se preocupar com: proporcionalidade, título, grandezas numéricas, relações e outros. (LABES, 1998). A análise dos dados consiste em relacionar, comparar, medir, identificar, agrupar, classificar, concluir, deduzir. Os procedimentos de análise são: definição de variáveis e tabulação (adotando uma ou mais variáveis como referência).
• Busque nos trabalhos publicados em revistas científicas, anais de eventos ou sites da sua área de estudo, e veja se há explicação sobre a técnica de questionário e como aconteceu a pesquisa e a análise dos dados!!!! Geralmente a estrutura da entrevista é colocada em apêndice no final do trabalho. Lembre-se do Scielo (www.scielo. br) e tenha uma boa leitura!
d) Entrevista 60
Você pode utilizar uma técnica de coleta de dados que se volte diretamente
Capítulo 3
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
para as pessoas, tendo um contato mais direto, buscando saber a opinião delas sobre algo: a entrevista. A entrevista é uma comunicação verbal entre duas ou mais pessoas com um nível de estruturação previamente determinado, com a intenção de obter informações de pesquisa. É uma das técnicas de coleta de dados mais usada nas ciências sociais. (DENCKER, 2000; GIL, 1999). Se você utilizar entrevista em seu estudo, deve saber que é uma técnica que também exige planejamento, pois precisa delinear o objetivo a ser alcançado e cuidar de sua elaboração, desenvolvimento e aplicação. As entrevistas poderão ser estruturadas (com perguntas definidas) ou semiestruturadas (permite maior liberdade ao pesquisador). (DENCKER, 2000).
Se você utilizar entrevista em seu estudo, deve saber que é uma técnica que também exige planejamento, pois precisa delinear o objetivo a ser alcançado e cuidar de sua elaboração, desenvolvimento e aplicação.
Para Gil (1999), nos estudos exploratórios a entrevista informal visa abordar realidades pouco conhecidas pelo pesquisador. Então, se este é o seu caso, você pode usar o tipo de entrevista menos estruturada possível, que só se distingue da simples conversação porque tem como objetivo básico a coleta de dados. Você utiliza informantes-chave que podem ser especialistas no tema em estudo, líderes formais ou informais, personalidades e outros. (GIL, 1999).
Em situações experimentais, com o objetivo de explorar a fundo alguma experiência vivenciada, é interessante que você use a entrevista focalizada. É utilizada com grupos de pessoas que passaram por uma experiência específica, como assistir a um filme, presenciar um acidente e outros. (GIL, 1999). A entrevista por pauta apresenta certo nível de estruturação, pois se guia por uma relação de pontos de interesse do entrevistador, ordenadas e relacionadas entre si. São feitas poucas perguntas diretas e o entrevistado pode falar livremente. (GIL, 1999). O desenvolvimento de uma relação fixa de perguntas feitas por você para entrevistar alguém, cuja ordem e redação permanecem invariáveis para todos os entrevistados (que geralmente são em grande número) é a entrevista estruturada. (GIL, 1999).
Dicas (ICPG, 2008): - A data da entrevista deverá ser marcada com antecedência e a situação em que se realiza deve ser discreta. 61
Metodologia do Trabalho Científico
- Registrar os dados imediatamente (anotando-os ou utilizando gravador). - Certificar-se de possuir permissão do entrevistado para registrar os dados e utilizá-los na pesquisa. - Obter e manter a confiança do entrevistado. - Deixar o entrevistado à vontade. - Dispor-se mais a ouvir do que a falar. - Manter o controle da entrevista (temas). - Iniciar pelas perguntas que tenham menos possibilidade de provocar recusa. - Não emitir opinião.
• Verifique nos trabalhos publicados em revistas científicas, anais de eventos ou sites da sua área de estudo, e veja se houve técnica de entrevista e como aconteceu a pesquisa e a análise dos dados!!!! Geralmente, a estrutura da entrevista é colocada em apêndice no final do trabalho. • Lembre-se do Scielo (www.scielo.br) e tenha uma boa leitura!
e) Técnica de Observação Esta técnica é muito comum em várias áreas de pesquisa e você deve compreender um pouco mais como funciona. A observação pode ser estruturada ou não-estruturada. De acordo com o nível de participação do observador, pode ser participante ou não-participante. Gil (1999) afirma que a observação participante tende a utilizar formas não estruturadas, pode-se adotar a seguinte classificação, que combina os dois critérios considerados: observação simples, observação participante e observação sistemática. Na observação simples, você, pesquisador, permanece alheio à comunidade, grupo ou situação que pretende estudar e observa de maneira espontânea os fatos que ocorrem. Você, nesse caso, assume o papel de expectador. 62
Capítulo 3
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A observação participante ocorre por meio do contato direto do investigador com o fenômeno observado para recolher as ações dos atores em seu contexto natural, considerando sua perspectiva e seus pontos de vista. (CHIZZOTTI, 2001). Você assume o papel de ator, desenvolvendo um papel no grupo que está estudando. (GIL, 1999).
A observação é uma técnica muito comum em várias áreas de pesquisa e você deve compreender um pouco mais como funciona.
Nas pesquisas cujo objetivo é a descrição precisa dos fenômenos ou teste de hipóteses, é frequentemente utilizada a observação sistemática. Pode ocorrer em situações de campo ou laboratório. Você, antes da coleta de dados, elabora um plano específico para a organização e o registro das informações. Para tal, é necessário estabelecer antecipadamente as categorias necessárias à análise da situação.
A observação se constitui elemento fundamental para a pesquisa. É utilizada de forma exclusiva ou conjugada a outras técnicas. Pode-se definir a observação como o uso dos sentidos com vistas a adquirir conhecimentos do cotidiano. (GIL, 1999).
• Pesquise em trabalhos publicados em revistas científicas, anais de eventos ou sites da sua área de estudo, e veja se houve técnica de observação e de que tipo foi!!! Se foi usada a observação sistemática, geralmente, o roteiro está nos apêndices no final do trabalho. • Lembre-se do Scielo (www.scielo.br) e tenha uma boa leitura!
Atividade de Estudo: 1) Para esta atividade de estudo, você deve utilizar o que já foi desenvolvido no Capítulo 2 (tema, problema, objetivos) e na etapa anterior deste capítulo (tipos de pesquisa). Assim, faça anotações importantes junto às coletas de dados que serão necessárias para o desenvolvimento de seu estudo. a) Coletas bibliográficas: Temas de tudo: ________________________________________ ____________________________________________________ 63
Metodologia do Trabalho Científico
b) Documentos internos: ________________________________ ____________________________________________________ c) Entrevistas (quantas e quais pessoas serão pesquisadas): ____ ____________________________________________________ d) Questionários (quantas e quais pessoas serão pesquisadas): _ ____________________________________________________ e) Observação (definição e forma de observação): ____________ ____________________________________________________
Análise e Interpretação de Dados Agora que você já definiu as formas de coletar informações e dados para seu estudo, é necessário refletir sobre as formas de analisar e interpretá-los. O objetivo da análise é reunir as informações de forma coerente e organizada, visando responder o problema de pesquisa. A interpretação proporciona um sentido mais amplo aos dados coletados, fazendo a relação entre eles. (DENCKER, 2000). Esta etapa pode ser de caráter quantitativo ou qualitativo e você utiliza várias técnicas para o tratamento dos dados. É conveniente que realize uma análise descritiva, apresentando uma visão geral dos resultados, e, na sequência, analise os dados cruzados, que possibilitam perceber as relações entre as categorias de informação, e da análise interpretativa. (DENCKER, 2000). A estatística na análise e interpretação de dados pode ser classificada como (LABES, 1998): Estatística descritiva (descrição e análise sem inferências e conclusões) e Estatística indutiva (inferências, conclusões, tomadas de decisão e previsões).
A pesquisa deve prezar pela necessidade de apresentação, formal e oficial, dos resultados do estudo; explicitação dos objetivos, da metodologia e dos resultados e prioridade à fidedignidade na transmissão das descobertas feitas. (LABES, 1998).
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Capítulo 3
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Todas as informações importantes constatadas na pesquisa são apresentadas em forma de texto ou de elementos de apoio ao texto, se for necessário, como figuras, quadros, gráficos e tabelas. Você pode apresentar um quadro compreendendo o período em que se realizaram as atividades da pesquisa. Verifique no Scielo (www.scielo.br) como alguns artigos em sua área apresentam essas informações!
Apresentação dos Resultados
Todas as informações importantes constatadas na pesquisa são apresentadas em forma de texto ou de elementos de apoio ao texto, se for necessário, como figuras, quadros, gráficos e tabelas.
Você deve apresentar os resultados da pesquisa conforme os preceitos da ciência, com redação técnico-científica e as exigências da área de conhecimento. Assim, os resultados expõem o tema proposto, fundamentando-o com uma revisão crítica de fontes de pesquisa relacionadas ao tema de forma ampla para depois especificá-la. Você tem que relacionar sua visão sobre o tema fundamentado aos acontecimentos atuais e trabalhos já realizados na área, bem como as opiniões de autores. O modelo de apresentação Para tal, é necessário o cumprimento da ABNT NBR 10520 (2002) do documento que será apresentada e exemplificada no Capítulo 5. deverá seguir as regras definidas As informações podem ser apresentadas por meio de elementos de para sua tipologia (monografia, apoio ao texto como figuras, gráficos, quadros, tabelas e outros, conforme as artigo científico regras metodológicas. e outros) e a instituição solicitante O modelo de apresentação do documento deverá seguir as regras (universidade, definidas para sua tipologia (monografia, artigo científico e outros) e a revista científica, instituição solicitante (universidade, revista científica, evento e outros). evento e outros). No seu caso, caro acadêmico, deverá seguir as regras da UNIASSELVI- No seu caso, caro PÓS, contidas neste caderno de estudo, que se iniciam no próximo acadêmico, deverá seguir as regras capítulo. da UNIASSELVI, contidas neste caderno de estudo, que se iniciam no próximo capítulo. Neste capítulo, você pôde perceber os procedimentos metodológicos da pesquisa e visualizar as tipologias e modalidades da pesquisa (básica, qualitativa, documental, bibliográfica etc.). É sempre importante que os tipos de pesquisa estejam claramente apresentados no trabalho para o leitor poder acompanhar o raciocínio e os procedimentos que o pesquisador utilizou. Da mesma forma acontece com as formas de coleta de dados (entrevistas, questionários, literatura, observação) e a análise e interpretação desses dados descritos no trabalho. Portanto, lembre-se de apresentar estas informações em seus textos científicos, elas são imprescindíveis. 65
Algumas Considerações
Metodologia do Trabalho Científico
Dessa forma, você pode agora fazer suas leituras com este olhar crítico quanto aos procedimentos e técnicas metodológicas, ou seja, verifique as modalidades da pesquisa, coleta e análise de dados que os autores utilizam em seus estudos. Você verá que eles são válidos e aceitos pela ciência mediante aquele determinado procedimento. Será que se o pesquisador utilizar outro procedimento para seu estudo ele encontrará outro resultado de pesquisa? Pense nisso!! Visando dar continuidade ao seu trabalho, você terá, no próximo capítulo, uma abordagem mais prática e visual com as regras para a apresentação, organização e formatação do artigo.
Referências BOENTE, Alfredo N. P; BRAGA, Glaucia. Metodologia científica contemporânea para universitários e pesquisadores. Rio de Janeiro: Brasport, 2004. CERVO, Amado L.; BERVIAN, Pedro A. Metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002. CHIZZOTTI, Antônio. Pesquisa em ciências humanas e sociais. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2001. COLLIS, Jill; HUSSEY, Roger. Pesquisa em administração: um guia prático para alunos de graduação e pós-graduação. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2005. DENCKER, Ada de Freitas M. Métodos e técnicas de pesquisa em turismo. 4. ed. São Paulo: Futura, 2000. GIL, Antônio C. Métodos e técnicas em pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999. ______. Como elaborar projetos de pesquisa. 3.ed. São Paulo: Atlas, 1996. ICPG – INSTITUTO CATARINENSE DE PÓS-GRADUAÇÃO. Equipe de Metodologia do Trabalho Científico. Vol. 1. Blumenau: ICPG, 2008. LABES, Emerson Moisés. Questionário: do planejamento à aplicação na pesquisa. Chapecó: Grifos, 1998. OLIVEIRA, Sílvio Luiz de. Metodologia científica aplicada ao direito. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. SILVA, Renata. Modalidades e etapas da pesquisa e do trabalho científico. São José: USJ, 2008. (mimeo).
66
______. Manual de metodologia: projeto de estágio, relatório de estágio, trabalho de curso e trabalho de graduação. Brusque: ASSEVIM, jul. 2006. (mimeo).
C
APÍTULO 4
Apresentação, Organização e Formatação do Artigo
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem:
Conhecer a organização, o formato e apresentação do artigo científico.
Desenvolver o artigo científico de acordo com as normas de organização, formatação e características do texto técnico-científico.
Metodologia do Trabalho Científico
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Capítulo 4
APRESENTAÇÃO, ORGANIZAÇÃO E FORMATAÇÃO DO ARTIGO
ConteXtualização No seu dia a dia, quando procura artigos científicos do seu interesse ou da área de sua atuação, você deve ter visualizado que eles podem na sua apresentação, formatação e organização ter pequenas diferenças entre si. Diante disso, você poderá pensar de que forma se deve organizar o artigo científico para a UNIASSELVI-PÓS. Por isso, neste capítulo, você terá acesso a como elaborar o seu artigo científico para conclusão do seu curso, respeitando as normas de organização, formatação e características do texto técnico-científico, as quais estão em consonância com ABNT. Nesta parte você encontrará as seguintes seções: apresentação gráfica, normas metodológicas, elementos pré-textuais, elementos textuais, elementos pós-textuais e apresentação de ilustrações e tabelas.
Apresentação Gráfica O artigo científico deve seguir em termos de apresentação gráfica as indicações abaixo: • Papel: folha branca de tamanho A4 (21cm x 29,7cm). • Margens: esquerda e superior de 3cm; direita e inferior de 2cm. • Espaçamento entrelinhas: 1,5. • Parágrafo: de 1,25cm (geralmente 1 tab), com uma linha em branco entre um parágrafo e outro. • Formato do texto: justificado. • Tipo e tamanho da fonte: -
Texto: Times New Roman de tamanho 12.
Importante: Nas citações longas, notas de rodapé, número de página e fontes de ilustrações e tabelas use Times New Roman, de tamanho 10. Estes itens você estudará posteriormente. 69
Metodologia do Trabalho Científico
- Título: tamanho 18 e negrito, - Subtítulo: tamanho 16 e negrito, • Paginação: as páginas são numeradas com algarismos arábicos, colocados no canto superior direito da página, a 2cm da borda superior. A primeira folha, que apresenta a identificação do artigo, não é paginada, embora seja contada. A paginação é iniciada na segunda folha e segue até o final do trabalho, inclusive nos elementos pós-textuais opcionais (apêndices e anexos). • Extensão do artigo: de 8 a 12 páginas. Veja a proporção dos elementos do artigo sugerida no quadro a seguir. ELEMENTOS
QUANTIDADE DE PÁGINAS
Pré-textuais
½
Introdução
2
Desenvolvimento
8
Considerações Finais
1
Referências
½
Total
12 Quadro 4 – Proporção dos elementos do artigo Fonte: Elaborado pela equipe do MTC (2007).
•
Títulos e subtítulos internos: os títulos de primeiro nível devem ser colocados em letras maiúsculas e em negrito (3 ADMINISTRAÇÃO); subtítulos de segundo nível devem iniciar com a primeira letra maiúscula e seguir com letras minúsculas em negrito (3.1 Administração científica); e subtítulos de terceiro nível, em letras minúsculas e apenas a primeira letra do título maiúscula (salvo nomes próprios) e sem negrito (3.1.1 Histórico da administração científica). A numeração de títulos e subtítulos deve ser alinhada à margem esquerda.
•
Itálico: utiliza-se para grafar as palavras em língua estrangeira, como check in, resumen, workaholic, por exemplo.
O quadro a seguir apresenta um exemplo da organização, formato e apresentação do artigo científico.
70
Capítulo 4
APRESENTAÇÃO, ORGANIZAÇÃO E FORMATAÇÃO DO ARTIGO
TÍTULO DO ARTIGO Subtítulo
Resumo Palavras-chave:
Nome do Autor Nome do Co-autor
TITLE Subtitle
Abstract Keywords: 1 INTRODUÇÃO 2 ESTRATÉGIAS PARA IDENTIFICAR O PAPEL DO CANDIDATO 2.1 Entrevista 2.2 Testes 2.2.1 Avaliação da entrevista 2.2.2 Avaliação dos testes 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS Quadro 5 - Exemplo da organização, formato e apresentação do artigo científico Fonte: Elaborado pela equipe MTC-ICPG (2007).
• Normas Metodológicas O modelo de apresentação do seu artigo científico seguirá, por razões de normatização, a estrutura de artigos científicos apresentada neste caderno, que está em consonância com a NBR 6022(2003), sendo imprescindível o uso e o cumprimento das normas estabelecidas no quadro a seguir. ELEMENTOS
ETAPAS Título Subtítulo (opcional)
Pré-textuais
Autores Resumo Palavras-chave Introdução
Textuais
Desenvolvimento Considerações Finais 71
Metodologia do Trabalho Científico
Referências (obrigatório) Pós-textuais
Apêndice(s) (opcional(is)/não-recomendado(s)) Anexo(s) (opcional(is)/não-recomendado(s))
Quadro 6 - Disposição dos elementos do artigo científico Fonte: ABNT, NBR 6022, 2003 (adaptado pela equipe do MTC-ICPG, 2007).
•
Elementos da estrutura do artigo científico
a) Elementos Pré-Textuais Os elementos pré-textuais são compostos por informações essenciais, conforme explicação e modelo a seguir. Siga as prescrições ao elaborar o seu artigo para a UNIASSELVI-PÓS: •
Título do trabalho: (letra 18, centralizado, maiúsculas e negrito).
•
Subtítulo, se houver: (letra 16, centralizado, negrito, maiúsculas e minúsculas); (após o subtítulo, deixar 2 linhas de tamanho 12 em branco).
•
Estudante: nome do estudante (letra 12, centralizado, negrito, maiúsculas e minúsculas), com nota de rodapé indicando a titulação e o e-mail.
•
Co-autor: nome do orientador (letra 12, centralizado, negrito, maiúsculas e minúsculas), com nota de rodapé indicando a titulação (especialista, mestre, doutor) e o e-mail; (deixar 2 linhas de tamanho 12 em branco).
•
Resumo: (a palavra resumo deve ser em letra 12, negrito, alinhado à esquerda). Após a palavra “resumo”, deixar 1 linha de tamanho 12 em branco. Esse item deve ter apenas um parágrafo de, no máximo, 250 palavras (aproximadamente 15 linhas), sem recuo na primeira linha. Use espacejamento simples, justificado, tamanho 12. (ABNT, NBR 6028, 2003).
•
Palavras-chave: escolha entre 3 a 6 palavras ou termos mais importantes do conteúdo, frequentemente já expressos no resumo. São separados entre si, finalizados por ponto e iniciados com letra maiúscula. A expressão “Palavraschave” deve ser em fonte 12, negrito, alinhada à esquerda. Exemplo: Palavraschave: Conhecimento. Ciência. Metodologia Científica. Após as palavraschave, deixar 2 linhas de tamanho 12 em branco.
• Título e subtítulo do trabalho em inglês: utilizar as mesmas regras de formatação do texto em português. Após, deixar duas linhas em branco em fonte tamanho 12. 72
Capítulo 4
APRESENTAÇÃO, ORGANIZAÇÃO E FORMATAÇÃO DO ARTIGO
• Abstract: Resumo em inglês. Escrever “Abstract” em fonte Times New Roman, tamanho 12, negrito, alinhado à esquerda. Deixar uma linha em branco. O abstract deve ter a mesma formatação do resumo em português. Deixar 1 linha em branco. • Keywords: Palavras-chave em inglês. Devem ter a mesma formatação do resumo em português. Deixar 1 linha em branco. Caro estudante, agora veja as designações sobre título, subtítulo, resumo, e palavras-chave conforme a ABNT, bem como o que postulam Martins (2005) e Ferreira (1994) sobre resumo: • Título: “Palavra, expressão ou frase que designa o assunto ou o conteúdo de um documento.” (ABNT, NBR 6023, 2002, p. 2). • Subtítulo: “Informações apresentadas em seguida ao título, visando esclarecêlo ou complementá-lo, de acordo com o conteúdo do documento.” (ABNT, NBR 6023, 2002, p. 2). • Resumo: Conforme a Associação Brasileira de Normas Técnicas, NBR 14724 (2011, p. 2), resumo é a “apresentação concisa dos pontos relevantes de um texto, fornecendo visão rápida e clara do conteúdo e das conclusões do trabalho”. No resumo, ressalta-se o tema abordado no artigo, o objetivo e o conteúdo pesquisado, bem como a síntese das considerações finais. De acordo com Martins (2005, p.217), o resumo “deve ser informativo, dando a descrição clara e concisa de conteúdo de forma inteligível e suficiente para que o leitor possa decidir sobre a conveniência de consultar o texto completo ou se é necessário a leitura do trabalho no seu todo”. Já para Ferreira (1994, p.33, grifo do autor): O resumo permite ao leitor uma compreensão geral da contribuição cientifica da pesquisa, sem a leitura completa do documento. É importante para manter o especialista atualizado sobre novas contribuições em sua área de pesquisa. Quando relevantes, motivam a leitura de todo o documento.
Além disso, salienta-se que o resumo dever ter uma sequência contínua de frases concisas em um parágrafo único. E no caso de artigos de periódicos, segundo a ABNT, deve conter entre 100 e 250 palavras. Enfim, trata-se de uma breve síntese informativa do conteúdo, descrevendo clara e concisamente os pontos mais relevantes do trabalho. • Palavras-chave: São palavras que contêm a significação global do artigo. Deve-se 73
Metodologia do Trabalho Científico
escolher de três a seis palavras que representem o conteúdo do texto.
Atividades de Estudos: 1) Anote as ideias que você considera relevantes sobre resumo no artigo científico. ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 2) Selecione um artigo da sua área de interesse e identifique ali as informações que apresentadas no resumo. ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________
b) Elementos Textuais A introdução, o desenvolvimento e as considerações finais fazem parte dos elementos textuais. Então, leia atentamente o que se postula sobre cada qual. A introdução deve anunciar a ideia central do trabalho, delimitando o ponto de vista enfocado em relação ao assunto e à extensão; situar o problema ou o tema abordado, no tempo e no espaço, enfocar a relevância do assunto e apresentar o objetivo central do artigo.
•
Introdução
Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas, NBR 6022 (2003, p. 4), a introdução é “a parte inicial do texto, onde devem constar a delimitação do assunto tratado, objetivos da pesquisa e outros elementos necessários para situar o tema do trabalho”. A introdução deve anunciar a ideia central do trabalho, delimitando o ponto de vista enfocado em relação ao assunto e à extensão; situar o problema ou o tema abordado, no tempo e no espaço, enfocar a relevância do assunto e apresentar o objetivo central do artigo.
Para Martins (2005, p.221): [...] na introdução não se deve repetir ou parafrasear o resumo, nem antecipar conclusões e recomendações, mas é um convite para a leitura do texto integral. Assim, esta parte é importante para que o leitor penetre na problemática abordada, familiarizando-se com os termos e o conteúdo da pesquisa.
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Capítulo 4
APRESENTAÇÃO, ORGANIZAÇÃO E FORMATAÇÃO DO ARTIGO
Também é aconselhável que o autor, nos últimos parágrafos da introdução, apresente a estrutura do artigo.
A finalidade da introdução é situar o leitor no tema, definindo conceitos, apresentando os objetivos do artigo e as linhas de pensamento relevantes para o estudo do assunto e as possíveis controvérsias, explicitando qual dessas linhas o autor seguirá e a justificativa para sua escolha. Também é aconselhável que o autor, nos últimos parágrafos da introdução, apresente a estrutura do artigo. Além disso, ressalta Volpato (2007, p.60), “a introdução é o lugar certo para você mostrar enfaticamente a novidade de seu objetivo em relação ao panorama do conhecimento da sua área”. Ou seja, segundo o mesmo autor, esta ideia nova que você trará no seu artigo deve ser enfatizada no lugar certo, no caso, na introdução. Enfim, introdução é a apresentação inicial do trabalho, a qual possibilita uma visão global do assunto tratado (contextualização), com definição clara, concisa e objetiva do tema, e da delimitação precisa das fronteiras do estudo em relação ao campo selecionado, ao problema e aos objetivos a serem estudados.
Atividades de Estudos: 1) Selecione artigos científicos do tema que você pretende abordar no seu artigo e verifique como é desenvolvida a introdução. Anote o que você identificou. ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 2) Aponte os elementos importantes que devem estar presentes na introdução do artigo científico. ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 3) Procure apontar qual seria a novidade do seu artigo científico, escrito para a conclusão do seu curso na UNIASSELVI-PÓS. ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________
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Metodologia do Trabalho Científico
• Desenvolvimento Conforme a Associação Brasileira de Normas Técnicas, NBR 6022 (2003, p. 4), o desenvolvimento é a “parte principal do texto, que contém a exposição ordenada e pormenorizada do assunto. Divide-se em seções e subseções, que variam em função da abordagem do tema e do método”. Não existe exatamente uma norma rígida que oriente esta seção do artigo. O texto, no desenvolvimento, poderá conter ideias de autores, dados da pesquisa (caso for pesquisa de campo, colocar gráficos e tabelas auxiliares) e interpretações. Para Martins (2005, p.221): O desenvolvimento do trabalho é a parte principal, mais extensa e consistente.
o desenvolvimento do assunto é a parte mais importante e extensa do texto em que é exigido raciocínio lógico e clareza. Seu objetivo é proporcionar um exposição clara da ideia principal, fundamentando-as de modo racional com os resultados da investigação.
Enfim, o desenvolvimento do trabalho é a parte principal, mais extensa e consistente. São apresentados os conceitos, teorias, citações das autoridades do assunto que você está abordando, principais ideias sobre o tema focalizado, além de aspectos metodológicos, resultados e interpretação do estudo. As considerações finais devem limitarse a uma síntese da argumentação desenvolvida no corpo do trabalho e dos resultados obtidos.
• Considerações finais Associação Brasileira de Normas Técnicas, NBR 14724 (2005, p. 6), afirma que a conclusão é a “parte final do texto, na qual se apresentam conclusões correspondentes aos objetivos ou hipóteses”.
As considerações finais devem limitar-se a uma síntese da argumentação desenvolvida no corpo do trabalho e dos resultados obtidos. É importante lembrar que elas devem estar fundamentadas nos resultados obtidos na pesquisa. E, ainda, menciona Fachin (2003, p.165): Deve ser breve, clara, objetiva, apresentar visão analítica do corpo do trabalho, inter-relacionando-o e levando em conta o problema inicial do estudo. É redigida tendo em vista os resultados obtidos. É decorrente dos dados obtidos ou fatos observados, portanto não se deve introduzir novos argumentos, apenas demonstrar o que foi encontrado no decorrer do estudo.
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Nesta parte do trabalho podem ser discutidas recomendações e sugestões para o prosseguimento no estudo do assunto. Portanto, neste item, não se deve trazer nada de novo. Ainda, sugere-se que não se utilize citações nesta seção.
Capítulo 4
APRESENTAÇÃO, ORGANIZAÇÃO E FORMATAÇÃO DO ARTIGO
Enfim, as considerações finais devem apresentar deduções lógicas correspondentes aos propósitos previamente estabelecidos do trabalho, apontando o alcance e o significado de suas contribuições. Também podem indicar questões dignas de novos estudos, além de sugestões para outros trabalhos.
Atividade de Estudos: 1) Escreva as ideias essenciais sobre a) desenvolvimento e b) considerações finais. ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________
c) Elementos Pós-Textuais Os elementos pós-textuais são compostos das Referências (obrigatório), Apêndice (opcional) e Anexo (opcional). • Referências (obrigatório) As referências, de acordo com a Associação Brasileira de Normas As referências Técnicas, (NBR 6023, 2002, p.2), são definidas como “conjunto permitirão que o padronizado de elementos descritivos, retirados de um documento, que leitor tenha acesso às obras, aos permite sua identificação individual”. documentos e aos artigos científicos As referências é uma das partes do artigo, ou seja, faz parte que foram citados do todo, em virtude de que o corpo do artigo está sustentado em no interior do informações pesquisadas também nas autoridades do assunto em trabalho. questão, os quais foram citados no corpo do trabalho. E, dessa forma, as referências permitirão que o leitor tenha acesso às obras, aos documentos e aos artigos científicos que foram citados no interior do trabalho. De acordo com Fachin (2003, p.167): 77
Metodologia do Trabalho Científico
[...] no trabalho, devem constar todas as fontes que realmente foram consultadas, primeiro para mostrar o conjunto de obras que o pesquisador consultou e, segundo para permitir que as pessoas interessadas também consultem as fontes utilizadas, valendo-se das citações mencionadas.
• Apêndice (opcional) Texto ou documento elaborado pelo autor que visa complementar o trabalho. Os apêndices são identificados por letras maiúsculas consecutivas, seguidas de travessão e respectivo título (Ex.: APÊNDICE A – Roteiro de entrevista). • Anexo (opcional) Texto ou documento não-elaborado pelo autor do trabalho, que complementa, comprova ou ilustra o seu conteúdo. Os anexos são identificados por letras maiúsculas consecutivas, seguidas de travessão e respectivo título (Ex.: ANEXO B – Estrutura organizacional da Empresa Alfa).
Importante: Sugere-se que os elementos pós-textuais: Apêndices e Anexos não sejam incluídos no artigo.
Atividade de Estudos: 1) Procure apontar quais são as obras, os artigos, ou outros documentos, que servirão de referências para a elaboração do seu artigo científico. ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________
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Capítulo 4
APRESENTAÇÃO, ORGANIZAÇÃO E FORMATAÇÃO DO ARTIGO
Apresentação de Ilustrações e Tabelas Ao elaborar o seu artigo, você não fará necessariamente somente uso da argumentação para um enfoque contrário ao já postulado sobre o assunto ou oferecer soluções para assuntos controversos à sua área de estudo. Também não usará somente citações de autoridades do assunto para embasar o que você tenciona defender ou refutar. No decorrer do seu artigo, você pode usar outros elementos para ilustrar ou, até mesmo, dar mais credibilidade às ideias que tenciona defender. Você poderá fazer isso com o uso de ilustrações, tabelas e até mesmo gráficos. Por isso, a seguir, apresentamos como estes itens devem aparecer no seu artigo científico, caso haja necessidade. • Formato de apresentação de elementos do texto - Ilustrações (desenhos, fotografias, organogramas, quadros e outros): As ilustrações devem ser centralizadas, com legenda numerada partindo de 1. O título da ilustração deve ser precedido pela palavra que a identifique (exemplo: “Figura”) e pelo seu respectivo número. A posição do título é centralizada e a seguir da ilustração. A fonte ou nota explicativa deve estar centralizada e abaixo da figura, em fonte Times New Roman tamanho 10:
Figura 1 – Logomarca GRUPO UNIASSELVI ASSEVIM
Fonte: UNIASSELVI (2008). - Fotografias devem ser tratadas como figuras:
Figura 2 - Vista parcial de Iomerê/SC
Fonte: Elaborado pelos autores (2008).
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Metodologia do Trabalho Científico
- Tabelas: A legenda da tabela deve ser precedida pela palavra “Tabela” e pelo seu respectivo número. A posição do título é centralizada e acima da tabela. A fonte fica no final da tabela, também centralizada, tamanho 10, espaçamento simples entrelinhas e seguindo os padrões estabelecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Tabela 1 – Notas da Turma B
Fonte: Elaborado pelos autores (2009). - Gráficos Os gráficos apresentam dados numéricos em forma gráfica para melhor visualização. O mesmo procedimento de títulos deve ser adotado para os gráficos, ou seja, usar a palavra “Gráfico”, seu respectivo número e seu título. A posição do título é centralizada e acima do gráfico. A fonte fica no final do gráfico, também centralizada, tamanho 10 e espaçamento simples entrelinhas. Gráfico 1 – Vendas por Trimestre e Regiões
Fonte: Elaborado pelos autores (2009). - Notas de rodapé:
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As notas de rodapé devem ter como propósito servir como apoio explicativo e devem ficar sempre no pé da página. A nota deverá estar separada do resto do texto por uma linha. As notas, a exemplo das figuras, também devem ser numeradas partindo de 1. Sugere-se utilizar o recurso de notas do próprio Word para inserir notas de rodapé no texto (comando: Inserir Notas). O próprio Word administrará a numeração. A posição do texto da nota no pé da página deve ser
Capítulo 4
APRESENTAÇÃO, ORGANIZAÇÃO E FORMATAÇÃO DO ARTIGO
alinhada à esquerda. - Palavras estrangeiras: Sempre que possível, evite o estrangeirismo. Se for inevitável usar termos em língua estrangeira, estes deverão ser escritos usando o modo itálico. Ex.: feedback.
Atividades de Estudos: 1) Marque V para Verdadeira e F para Falsa nas afirmações a seguir que se referem à apresentação gráfica do artigo científico para a UNIASSELVI-PÓS. a) ( b) ( c) ( d) ( e) ( f) (
) As margens devem ser 3cm na esquerda e 2cm para superior, direita e inferior. ) O espacejamento entrelinhas deve ser duplo. ) Somente o resumo deve ser justificado no artigo. ) O tipo e tamanho da fonte deve ser Times New Roman de tamanho 12. ) O título deve ser tamanho 16 e o subtítulo: tamanho 18. ) A paginação é iniciada na segunda folha e segue até o final do trabalho.
2) Recordando, sintetize as principais ideias sobre: a) Resumo: _____________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ b) Introdução: ___________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ c) Desenvolvimento: _____________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 81
Metodologia do Trabalho Científico
d) Considerações finais: ___________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________
Algumas Considerações Enfim, neste capítulo, você teve acesso aos elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais de um artigo técnico-científico. Além disso, aprendeu sobre como deve ser a apresentação gráfica, a organização e a formatação do artigo que será apresentado ao termino do seu curso para a UNIASSELVI-PÓS. Deve, igualmente, ter percebido no seu estudo, até este capítulo, que escrever um artigo científico demanda esforço e consistência. E, por isso, é salutar que você recorra às autoridades da área em estudo para citá-las no seu artigo científico. Dessa forma, no capítulo seguinte será exposto o porquê do uso das citações e como fazê-las no artigo científico.
Referências ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14724: trabalhos acadêmicos: apresentação. Rio de Janeiro, 2011. ______. NBR 6028: resumo: apresentação. Rio de Janeiro, 2003. ______. NBR 6023: informação e documentação - referências - elaboração. Rio de Janeiro, 2002. ______. NBR 6022: informação e documentação – artigo em publicação periódica científica impressa - apresentação. Rio de Janeiro, 2003. FACHIN, Otilia. Fundamentos da metodologia. 4. ed. São Paulo: Saraiva 2003. FERREIRA, Luiz Gonzaga R. Redação Cientifica: como escrever artigos, monografias, dissertações e teses. Fortaleza: Edições UFC,1994. MARTINS, Rosinilda Baron. Metodologia Cientifica: como tornar mais agradável a elaboração de trabalhos acadêmicos. 2. tir. Curitiba: Juruá, 2005.
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VOLPATO, Gilson Luiz. Bases teóricas para Redação Cientifica...por que seu artigo foi negado? São Paulo: Cultura Acadêmica. Vinhedo: Scriota, 2007.
C
APÍTULO 5
Citações
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem:
Identificar a importância do uso das citações no artigo científico e as formas de aplicação das citações de acordo com ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas.
Aplicar a NBR 10520 de 2002 (citações) na elaboração do artigo científico.
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Capítulo 5
CITAÇÕES
ConteXtualização Ao escrever um artigo científico, além de se ter uma série de requisitos a serem respeitados, conforme mencionado nos capítulos anteriores, você não escreverá o seu artigo baseado somente em suas ideias e experiências particulares. Fará, obrigatoriamente, menção ao que outros autores reconhecidos pela comunidade científica da sua área retratam sobre o assunto que você está pesquisando para elaborar o seu trabalho. Frente a isso, dentre as dúvidas que podem ocorrer no momento em que você estiver escrevendo o artigo estão: de que maneira posso citar outros autores no decorrer do meu artigo? como se fazem as citações destes autores? Por isso, neste capítulo, você terá acesso ao que se define por citação, para que serve, os tipos de citação e como você deve fazer as citações ao elaborar o seu artigo. Neste capítulo, você encontrará a definição de citação, sistemas de chamada, formas de citação e indicação de autores na citação.
Citações No primeiro capítulo deste caderno, você estudou os elementos textuais. Para recordar, então, você viu: introdução, desenvolvimento e considerações finais. E quanto ao desenvolvimento, mencionamos que é a parte principal, mais extensa e consistente, em que são apresentados os conceitos, teorias, citações das autoridades do assunto que você está abordando, principais ideias sobre o tema focalizado, além de aspectos metodológicos, resultados e interpretação do estudo. É nesse item que você fará o uso das citações que forem necessárias no seu artigo. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) define citação como a “Menção de uma informação extraída de outra fonte”. (NBR 10520, 2002, p. 1). Além da ABNT definir citação, pode-se encontrar outras ideias sobre citações que são expostas por autores que se dedicam ao assunto. Vejamos: Para Colzani (2001, p.97) “citação é uma inserção, num texto, de informações colhidas de outra fonte, para esclarecimento do tema em discussão, para sustentar, para refutar ou apenas para ilustrar o que se disse”. Já para Barros e Lehfeld (2000, p. 107): As citações ou transcrições de documentos bibliográficos servem para fortalecer e apoiar a tese do pesquisador ou para documentar sua interpretação. O que citar? Componentes relevantes para descrição, explicação ou exposições temáticas. Para que citar? Para o investigador refutar ou aceitar o raciocínio e exposição de um autor suporte [...].
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Metodologia do Trabalho Científico
“[...] um trabalho científico não pode constituir mera cópia ou paráfrases. Ele pressupõe uma reflexão própria.” (SOARES, 2003, p.76).
Entretanto, ao escrever o seu artigo, você não partiu do nada, e, como ensina Soares (2003, p. 76): [...] é importante lembrar que é impossível um trabalho sério sem citações, ou melhor, é impossível ‘partir do nada’. Porém, cabe advertir que um trabalho científico não pode constituir mera cópia ou paráfrases. Ele pressupõe uma reflexão própria.
Nesse sentido, pode-se afirmar que, dentre os objetivos porque se utiliza citações, estão: permitir ao leitor ir ao texto original do autor citado, possibilitar a identificação do legítimo “autor” das ideias apresentadas no trabalho, dar credibilidade e autoridade ao texto, reforçar e fundamentar em outros autores que discutem o assunto em questão e corroborar com as ideias expostas no trabalho. A citação, como já mencionado, é a transcrição de ideias alheias. Outrossim, ensina Santos (2007, p.121-122) que: Textos técnicos e científicos devem lançar mão de citações por dois bons motivos. O primeiro é que, normalmente, citam-se autores de outros textos já publicados. Isto é, autores cujas ideias já foram publicamente expostas, submetidas ao juízo e reconhecimento da comunidade de leitores e da comunidade científica. Se as ideias permanecem (e da forma como permanecem), seu autor merece menção, como conhecedor do assunto exposto, como autoridade científica. Segundo, ao se referenciar certo autor, fazem-se, a um só tempo, um ato de justiça intelectual (atribuir-se a ideia a seu “dono”) e um ato de honestidade científico-acadêmica (o autor que cita e referencia reconhece que a ideia não é sua).
As citações não substituem a redação do trabalho, no sentido de fazer dele uma colcha de retalhos de citações de diversos autores.
Até aqui você teve acesso a ideias que demonstram a importância das citações na elaboração do seu artigo científico. Porém, as citações não substituem a redação do trabalho, no sentido de fazer dele uma colcha de retalhos de citações de diversos autores. E, por fim, leia o texto de Azevedo (1998, p.120), a fim de que na elaboração do seu artigo você não venha a cometer os erros citados pelo autor.
Os problemas mais comuns quanto à citação são: • Escassez de citações, atribuindo-se ao autor pensamentos que são de outrem. • Excesso de citações, o que faz do trabalho uma enorme colcha de retalhos. • Documentação inadequada (por inexistência, insuficiência ou incorreção) das fontes empregadas.
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• Presença no texto de informações que poderiam ir para as notas, o que permitiria deixar a redação mais “limpa”.
Capítulo 5
CITAÇÕES
• Falta de diálogo com as fontes, usadas, às vezes, apenas para abonar o pensamento do autor, sem discussão. • Inadequada transição entre o texto do autor e o texto citado, o que dificulta a identificação de quem está falando (AZEVEDO, 1998, p. 120).
Atividades de Estudos: 1) Pesquise e anote a seguir quem são as autoridades reconhecidas atualmente no assunto em que você está pesquisando. Ou seja, quem são autores citados nos artigos da área ou que são chamados para palestrar nos Congressos Nacionais e Internacionais da sua área de estudo. ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 2) Anote as principais ideias sobre citações. ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________
Sugestão: Ao ler as obras dos autores relacionados ao seu tema de pesquisa, anote as ideias que poderão servir de citação para o seu artigo científico, no sentido de refutar ou, até mesmo, reforçar o que você escreverá no seu artigo. Atenção! Lembre-se de anotar o título da obra, ano e página de onde a ideias foram retiradas.
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Metodologia do Trabalho Científico
Sistemas de Chamadas As citações no texto devem ser feitas de maneira uniforme e de acordo com o estilo do pesquisador ou critério adotado pela revista em que o artigo pleiteará a publicação. Contudo, as citações devem seguir as prescrições da NBR 10520, de 2002. Ao elaborar o seu artigo, quanto ao sistema de chamada, a indicação das fontes citadas pode ser de duas formas conforme NBR 10520 (2002, p.3). “As citações devem ser indicadas no texto por um sistema de chamada: numérico ou autor-data”.
a) Sistema Numérico No sistema numérico, a numeração é única e consecutiva, em algarismos arábicos. Neste sistema, não deve ser iniciada uma nova numeração a cada nova página do trabalho. A fonte é indicada de forma completa em nota de rodapé e apresentada de acordo com as normas de referência bibliográfica. Caso você use o sistema numérico, ressaltamos que as notas de referências contidas nas notas de rodapé devem constar na lista de Referências.
Quando você usar nota de rodapé, não use o sistema numérico.
b) Sistema Autor-data O sistema autor-data é o adotado pela UNIASSELVI-PÓS.
O sistema autor-data é o adotado pela UNIASSELVI-PÓS. Nele, o leitor pode identificar a fonte completa da citação na lista de referências, organizada em ordem alfabética, no final do trabalho.
O formato da citação no sistema autor-data é feito pelo sobrenome do autor ou pela instituição responsável ou, ainda, pelo título de entrada (caso a autoria não esteja declarada), seguido pela data de publicação do documento e página da citação, separados por vírgula.
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De acordo com a NBR 10520 (2002), se o sobrenome do autor, a instituição, o responsável ou o título estiver incluído no texto, este deve ser com letras maiúsculas e minúsculas.
Capítulo 5
CITAÇÕES
Exemplo 1 Para Teixeira (1998, p.35), “A ideia de que a mente funciona como um computador digital e que este último pode servir de modelo ou metáfora para conceber a mente humana iniciou a partir da década de 40”. Exemplo 2 “A ideia de que a mente funciona como um computador digital e que este último pode servir de modelo ou metáfora para conceber a mente humana iniciou a partir da década de 40.” (TEIXEIRA, 1998, p. 35).
Quando o nome do autor citado estiver entre parênteses, deve ser escrito com todas as letras em maiúscula, conforme o exemplo 2.
No caso de que você use citações com dois ou mais documentos de um mesmo autor que foram publicados no mesmo ano, estes devem ser diferenciados pelo acréscimo de letras minúsculas do alfabeto após o ano, conforme exemplo a seguir. (SILVA, 2008a) (SILVA, 2008b) (SILVA, 2008c) Caso ocorra de haver dois autores com o mesmo sobrenome e mesma data de publicação, acrescentam-se as iniciais de seu prenome, conforme exemplo a seguir. (SILVA, M., 2004) (SILVA, C., 2004)
Formas de Citações No decorrer do seu artigo, você não usará uma única forma de citação, mas poderá fazer uso, a título de exemplo: da citação direta ou indireta, da citação curta ou longa, dentre outras que serão apresentadas a seguir. a) Citação Direta A citação direta, de acordo com a NBR 10520 (2002, p. 2), é a “Transcrição
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Metodologia do Trabalho Científico
Na citação direta, você deve respeitar redação, ortografia, sinais gráficos e pontuação do texto original, ou seja, deve ser cópia fiel do autor consultado.
A citação curta é de até três linhas e deve ser inserida entre aspas no interior do parágrafo.
literal da parte da obra do autor consultado”. Ou seja, neste tipo de citação, você deve respeitar redação, ortografia, sinais gráficos e pontuação do texto original, ou seja, deve ser cópia fiel do autor consultado. b) Citação Direta Curta A citação curta é de até três linhas e deve ser inserida, entre aspas no interior do parágrafo. Exemplo 1 - No parágrafo: Sobrenome do autor ou dos autores (data, n. da página).
De acordo com Sabadell (2000, p.31), “o objeto da ciência jurídica é examinar como funciona o ordenamento jurídico. Como diz Kelsen, o direito é um conjunto de normas em vigor [...]”. Exemplo 2 - No final da citação (SOBRENOME DO AUTOR OU AUTORES, data, n. da página). “O objeto da ciência jurídica é examinar como funciona o ordenamento jurídico. Como diz Kelsen, o direito é um conjunto de normas em vigor [...]”. (SABADELL, 2003,p.31). As citações diretas, com mais de três linhas, devem aparecer em parágrafo distinto, com recuo de 4 centímetros da margem esquerda, espacejamento simples, sem aspas e em fonte 10.
c) Citação Direta Longa As citações diretas, com mais de três linhas, devem aparecer em parágrafo distinto, com recuo de 4 centímetros da margem esquerda, espacejamento simples, sem aspas e em fonte 10. Exemplo 1: Para Goldman (2001, p.58): Objetivo fundamental da educação, isto é, dos sistemas escolares, em todos os níveis, é o de prover os estudantes com conhecimento e desenvolver habilidades intelectuais que elevem as suas habilidades de aquisição de conhecimento. Isto, de qualquer modo, é a imagem tradicional, e eu não conheço nenhuma boa razão para abandoná-la.
Exemplo 2:
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Objetivo fundamental da educação, isto é, dos sistemas escolares, em todos os níveis, é o de prover os estudantes com conhecimento e desenvolver habilidades intelectuais que elevem as suas habilidades de aquisição de conhecimento. Isto, de qualquer modo, é a imagem tradicional, e eu não conheço nenhuma boa razão para abandoná-la. (GOLDMAN, 2001, p.58).
Capítulo 5
d) Citação direta: citação da citação
CITAÇÕES
A citação da citação é utilizada apenas quando não houver possibilidade de acesso ao documento original.
Nesse caso, é a citação de parte de um texto encontrado em um determinado autor, referente a outro autor, ao qual não se teve acesso. Utiliza-se apenas quando não houver possibilidade de acesso ao documento original. É indicada pela expressão apud que significa citado por. No texto, a citação da citação deve seguir a seguinte ordem: autor do documento não consultado, seguido da expressão latina “apud” (citado por), em formato normal (sem itálico), e o autor da obra consultada. Exemplo 1:
Para o movimento iluminista, a luz da razão possibilitaria esclarecer as pessoas, ou seja, reeducá-las, longe das ideias medievais, das trevas, do preconceito e das superstições. Neste sentido, para Kant (1784 apud REALE; ANTISERI, 1990, p. 669): O iluminismo é a saída do homem do estado de menoridade que ele deve imputar a si mesmo. Menoridade é a incapacidade de valer-se de seu próprio intelecto sem a guia de outro. Essa menoridade é imputável a si mesmo se sua causa não depende de falta de inteligência, mas sim de falta de decisão e coragem de fazer usos de seu próprio intelecto sem ser guiado por outro. Sapere aude! Tem a coragem de servir-te de tua própria inteligência! Esse é o lema do iluminismo.
Perceba que se está citando Kant, no entanto, como não se teve acesso à obra do autor, Kant está sendo citado por Reale e Antiseri. Exemplo 2: Para o movimento iluminista, a luz da razão possibilitaria esclarecer as pessoas, ou seja, reeducá-las, longe das ideias medievais, das trevas, do preconceito e das superstições. Neste sentido: O iluminismo é a saída do homem do estado de menoridade que ele deve imputar a si mesmo. Menoridade é a incapacidade de valer-se de seu próprio intelecto sem a guia de outro. Essa menoridade é imputável a si mesmo se sua causa não depende de falta de inteligência, mas sim de falta de decisão e coragem de fazer usos de seu próprio intelecto sem ser guiado por outro. Sapere aude! Tem a coragem de servir-te de tua própria inteligência! Esse é o lema do iluminismo. (KANT, 1784 apud REALE; ANTISERI, 1990, p. 669).
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Metodologia do Trabalho Científico
Na citação de citação, a referência inicia-se pelo nome do autor não consultado. Desta forma, a ordem das informações é: referência do autor não consultado, seguido da expressão apud e referência do autor consultado.
e) Citação direta: omissão A omissão é um recurso utilizado quando não é necessário citar integralmente o texto de um autor. Porém, deve-se ter o cuidado para não alterar o sentido do texto original. No texto, a omissão é indicada por reticências entre colchetes [...]. As omissões podem aparecer no início, no fim e no meio de uma citação.
As omissões podem aparecer no início, no fim e no meio de uma citação.
Exemplo 1: De acordo com Reale (1990, p. 554), “os fenomenólogos pretendem descrever os modos típicos como as coisas e os fatos se apresentam à consciência [...] A fenomenologia não é a ciência dos fatos e sim, ciências das essências.” Exemplo 2: “Os fenomenólogos pretendem descrever os modos típicos como as coisas e os fatos se apresentam à consciência [...] A fenomenologia não é a ciência dos fatos e sim, ciências das essências.” (REALE, 1990, p.554). Quando já existe destaque no texto original, mantémse este destaque indicando sua existência pela expressão grifo do autor ou grifo dos autores entre parênteses.
f) Citação direta: destaque
Quando você acredita que há necessidade de enfatizar alguma palavra, expressão ou frase em uma citação direta, pode grifá-la. Mas, ao fazer isso, use o recurso tipográfico negrito na parte do texto a ser destacada e a expressão: grifo nosso. Essa expressão deve vir entre parênteses, após a indicação da página de onde foi retirada a citação. Outrossim, quando já existe destaque no texto original, mantém-se este destaque indicando sua existência pela expressão grifo do autor ou grifo dos autores entre parênteses.
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Capítulo 5
CITAÇÕES
Exemplo 1: Hoje, equipados com novas ferramentas e novos conceitos, essas disciplinas, com um novo quadro de pensadores, denominados cientistas cognitivos, investigam muitas das questões que já preocupavam os gregos há aproximadamente 2500 anos, conforme Gardner (1995, p. 18, grifo nosso): Assim como seus antigos colegas, os cientistas cognitivos de hoje perguntam o que significa conhecer algo e ter crenças precisas, ou ser ignorante ou estar errado. Eles procuram entender o que é conhecido - os objetos e sujeitos do mundo externo - e as pessoas que conhece - seu aparelho perceptivo, mecanismo de aprendizagem, memória e racionalidade. Eles investigam as fontes do conhecimento: de onde vem, como é armazenado e recuperado, como ele pode ser perdido?
Exemplo 2: Hoje, equipados com novas ferramentas e novos conceitos, essas disciplinas, com um novo quadro de pensadores, denominados cientistas cognitivos, investigam muitas das questões que já preocupavam os gregos há aproximadamente 2500 anos. Assim como seus antigos colegas, os cientistas cognitivos de hoje perguntam o que significa conhecer algo e ter crenças precisas, ou ser ignorante ou estar errado. Eles procuram entender o que é conhecido - os objetos e sujeitos do mundo externo - e as pessoas que conhece - seu aparelho perceptivo, mecanismo de aprendizagem, memória e racionalidade. Eles investigam as fontes do conhecimento: de onde vem, como é armazenado e recuperado, como ele pode ser perdido? (GARDNER, 1995, p. 18, grifo nosso).
g) Citação indireta No decorrer do seu artigo, você pode fazer uso da citação direta, como visto anteriormente, como também pode fazer uso da citação indireta. A citação indireta é a interpretação das ideias de um ou mais autores do texto em questão. Porém, mantenha o sentido original do texto. A citação indireta não é a transcrição literal das palavras do autor; não deve estar entre aspas ou em parágrafo distinto. No entanto, indique o(s) autor(es) e ano da obra. Exemplo 1 - No parágrafo: Sobrenome do autor (data)
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Metodologia do Trabalho Científico
Uma das preocupações atuais com o avanço das Ciências Cognitivas é, de acordo com Teixeira (2004), que a própria ideia de mente seja dissolvida ou, ainda, reduzida à atividade cerebral. Exemplo 2: Ao final do parágrafo: (SOBRENOME DO AUTOR, data) Uma das preocupações atuais com o avanço das Ciências Cognitivas é que a própria ideia de mente seja dissolvida ou, ainda, reduzida à atividade cerebral. (TEIXEIRA, 2004).
h) Citação de informação verbal Ao elaborar o seu artigo, você não necessariamente fará uso de citações provenientes de fontes escritas como livros, artigos etc., mas também pode fazer uso de informações verbais de palestras, debates, jornais de TV, documentários dentre outros. Ao fazer uso dessa forma de citação, você deve indicar, entre parênteses, a expressão “informação verbal” no final da citação, mencionando os dados disponíveis em nota de rodapé. Cite, pelo menos, o autor da frase (cargo ou atividade), local (cidade) e data (dia, mês e ano). Exemplo: As empresas que queiram manter-se no mercado deverão investir também na qualificação humana. (Informação verbal). Na nota de rodapé: ________________ 1. Paulo Mattos de Azevedo, Diretor Presidente da XXX, em palestra proferida para empresários do setor metalúrgico, no dia 24 de abril de 2008.
Importante: As informações que forem passadas só serão utilizadas se o pesquisador do entrevistado para citar seu nome em referências; caso contrário, o pesquisador informação genérica para o leitor. 94
por meio de entrevista tiver uma autorização nota de rodapé e nas indica em rodapé uma
Capítulo 5
CITAÇÕES
Atividades de Estudos: 1) Diferencie citação direta da citação indireta. ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 2) Escreva uma citação indireta e uma citação de omissão. ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________
Indicação dos Autores na Citação Você estudou anteriormente que as citações podem ser diretas (curtas e longas), indiretas, citação de citação, por omissão. Entretanto, você pode indagar: mas como devo proceder quando há casos, por exemplo, de artigos ou livros com mais de um autor? Então, a seguir, estão as formas de como proceder nesses casos.
a) Citação de trabalhos de um autor: Para Mclnerny (2004, p.20), “A expressão ‘prestar’ atenção é muito eficaz. Faznos lembrar que atenção tem um ‘custo’. Atenção requer uma reação ativa e enérgica a cada situação, às pessoas e aos elementos que dela fazem parte”. Ou “A expressão ‘prestar’ atenção é muito eficaz. Faz-nos lembrar que atenção tem um ‘custo’. Atenção requer uma reação ativa e enérgica a cada situação, às 95
Metodologia do Trabalho Científico
pessoas e aos elementos que dela fazem parte.” (McINERNY, 2004, p.20). b) Citação de trabalhos de dois autores: Assim, conforme Warat e Pêpe (1996, p.50), “Kelsen imagina que o objeto de um saber jurídico não pode ser mais do que o conjunto das normas positivas de um Estado, aprendidas do ponto de vista de suas formas”. Ou “Kelsen imagina que o objeto de um saber jurídico não pode ser mais do que o conjunto das normas positivas de um Estado, aprendidas do ponto de vista de suas formas.”(WARAT; PÊPE,1996, p.50).
c) Citação de trabalhos de três autores: Assim, ao refletirem sobre que condutas que devem ser aceitas nos negócios, algumas discussões de cunho ético têm se feito presentes principalmente segundo Arruda, Whitake e Ramos (2003, p.53) com “o ensino de Ética em faculdades de Administração e Negócios tomou impulso nas décadas de 60 e 70, principalmente nos Estados Unidos, quando alguns filósofos vieram trazer sua contribuição”. Ou Assim, ao refletirem sobre que condutas que devem ser aceitas nos negócios, algumas discussões de cunho ético têm se feito presentes principalmente com “o ensino de Ética em faculdades de Administração e Negócios tomou impulso nas décadas de 60 e 70, principalmente nos Estados Unidos, quando alguns filósofos vieram trazer sua contribuição”. (ARRUDA; WHITAKE; RAMOS, 2003, p.53).
d) Citação de trabalhos de mais de três autores: Wittmann et al. (2006, p. 19) afirmam que “A pós-graduação é uma prática social decisiva no processo da (des)alienação das pessoas”. Ou “A pós-graduação é uma prática social decisiva no processo da (des) alienação das pessoas.” (WITTMANN et al., 2006, p. 19).
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Capítulo 5
CITAÇÕES
Quando houver coincidência de sobrenomes de autores, acrescentam-se as iniciais de seus prenomes. No caso de persistência de coincidência, colocam-se os prenomes por extenso, até que a coincidência seja desfeita.
Struve, O
Struve, Otto
Struve, Otto W.
Struve, O
Struve, Otto
Struve, Otto H.
Struve, F
Struve, Friedrich
Struve, Friedrich G.
Struve, F
Struve, Friedrich
Struve, Friedrich A.
As citações indiretas de diversos documentos da mesma autoria, publicados em anos diferentes e mencionados simultaneamente, possuem as suas datas separadas por vírgula. Exemplo: De acordo com Struve (1996, 2002), uma crença e uma atividade religiosa/ espiritual ativa têm um efeito curativo significativo pela mudança de atitudes específicas e alterações de comportamento, baseados principalmente em uma convicção espiritual.
Você pode, ainda, deparar-se com citações de diversos documentos de um mesmo autor, publicados num mesmo ano, as quais são diferenciadas pelo acréscimo de letras minúsculas, em ordem alfabética, após a data e sem espaçamento, conforme a lista de referências. Exemplo: Estudos epidemiológicos analisando as possíveis rotas de transmissão de hepatite aguda verificaram que a transmissão por via sexual é a principal rota de contaminação, mostrando-se, inclusive, muito mais comum que o uso de droga intravenosa. (STRUVE et al., 1992, 1995a, 1995b, 1996a, 1996b, 1996c).
Você poderá encontrar citações indiretas de diversos documentos de vários autores, mencionados simultaneamente e, nesse caso, devem ser separadas por ponto-e-vírgula, em ordem alfabética. 97
Metodologia do Trabalho Científico
Exemplo: A função de Struve H1(z) mostrou-se a ferramenta mais eficiente para modelar o alcance da freqüência auditiva de baixa intensidade no cálculo da impedância acústica. (AARTS; JANSSEN, 2003; BOISVERT; VAN BUREN, 2002; KEEFE; LING; BULEN, 1992; KRUCKLER et al., 2000; WITTMANN; YAGHJIAN, 1991).
Atividade de Estudos: 1) De acordo com a NBR10520(2002) caracterize as citações a seguir: a) Muitas teorias buscam oferecer as melhores explicações da cognição e o seu funcionamento, mas deixam em aberto algumas questões. Vejamos alguns exemplos, como diz Teixeira (2000, p.16): Eu posso fechar meus olhos e, numa fração de segundos, pensar em estrelas coloridas cintilando num céu azul-escuro. Estrelas que nem sequer sei se existem, e que talvez estejam a muitos anos-luz de distância. Eu posso imaginar uma vaca amarela ou então dizer que estou a sentir muito calor. Entretanto, se alguém pudesse abrir o meu cérebro e examiná-lo com o mais aperfeiçoado instrumento de observação de que a ciência dispõe, não veria estrelas coloridas nem uma vaca amarela. Veria apenas uma massa cinzenta, cheia de células ligadas entre si.
( ) citação da citação ( ) longa ( ) curta ( ) destaque ( ) omissão ( ) citação indireta b) O ser humano é portador de um cérebro, no qual os neurônios são formados no primeiro ano de vida. (FIALHO, 2001). ( ) citação da citação ( ) longa ( ) curta ( ) destaque ( ) omissão ( ) citação indireta c) Segundo Coelho (1999, p.15) “o pensamento de Kelsen seria marcado pela tentativa de conferir a ciência jurídica um método e um objeto próprios, capazes de superar as confusões metodológicas e dar ao jurista uma autonomia científica”. 98
Capítulo 5
CITAÇÕES
( ) citação da citação ( ) longa ( ) curta ( ) destaque ( ) omissão ( ) citação indireta d) A finalidade da Educação de acordo com os pragmatistas (OZMON; CRAVER, 2004) era ajudar as pessoas a dirigir, controlar e guiarse, a fim de encontrar uma forma mais democrática de viver. Os pragmatistas argumentam ainda que devemos tornar os homens mais conscientes das consequências de suas ações a fim de que possam guiar-se de forma mais inteligente. ( ) citação da citação ( ) longa ( ) curta ( ) destaque ( ) omissão ( ) citação indireta e) A princípio pode soar estranho, para alguns, discutir ética no meio empresarial, em virtude de que a priori, as empresas não são entidades que têm a preocupação com a ética, pois de certa forma as mesmas têm como o seu papel-motor: o poder de livre iniciativa, criação constante da riqueza nacional; ela é, também, o lugar da inovação e da renovação. (OURIVES, 2007). ( ) citação da citação ( ) longa ( ) curta ( ) destaque ( ) omissão ( ) citação indireta f) De acordo com Hilário Franco (2001 apud TRASFERETTI, 2006, p.73), é pelo fato que: Atualmente, as empresas são questionadas pela comunidade, que deseja ser informada sobre assuntos ecológicos e morais, tais como poluição, desperdícios de recursos naturais, vantagens tiradas de crises, abuso de autoridade, segurança de usuários e consumidores, qualidade de vida, pagamentos inadequados.
( ) citação da citação ( ) longa ( ) curta ( ) destaque ( ) omissão ( ) citação indireta
Algumas Considerações Neste capítulo, você identificou as formas como as citações devem ser feitas na elaboração do seu artigo científico. Além disso, certificou-se da importância de se fazer as citações, pois o seu artigo não será escrito somente baseado nas 99
Metodologia do Trabalho Científico
suas ideias ou experiências, mas você citará as autoridades do assunto, a fim de reforçar as ideias expostas e fundamentá-las em autores reconhecidos pela comunidade científica de uma determinada área. Você também percebeu a importância das citações e de como deve fazê-las. Entretanto, além de fazer as citações de forma correta, você deverá referenciar de que documentos elas foram retiradas. Assim, no próximo capítulo, aprenderá como devem ser elaboradas as referências.
Referências ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 10520. Informação e documentação – Citações em documentos – Apresentação. Rio de Janeiro,2002. AZEVEDO, Israel Belo de. O prazer da produção científica: diretrizes para a elaboração de trabalhos acadêmicos. 6. ed. Piracicaba: UNIMEP,1998. BARROS, Aidil J. da Silveira; LEHFELD, Neide A. de Souza. Fundamentos de metodologia científica: um guia para a iniciação científica. 3. ed. São Paulo: Makron Books, 2000. COLZANI, Valdir Francisco. Guia para redação do trabalho científico. Curitiba: Juruá, 2001. SANTOS, Antonio Raimundo. Metodologia científica: a construção do conhecimento. 7. ed. Rio de Janeiro: Lamparina, 2007. SOARES, Edvaldo. Metodologia científica: lógica, epistemologia e normas. São Paulo: Atlas, 2003.
100
C
APÍTULO 6
Referências
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem:
Compreender a importância do uso das normas da referência na elaboração do artigo científico.
Descrever as fontes utilizadas na elaboração do artigo, conforme a ABNT.
Metodologia do Trabalho Científico
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Capítulo 6
REFERÊNCIAS
ConteXtualização Ao elaborar o seu artigo, você consultou vários documentos, além disso, pode ter citado esses documentos no decorrer do texto. E, ao final da elaboração do artigo, você pode se perguntar: como farei as referências dos documentos citados? Então, frente a isto, o propósito deste capítulo é expor como deverão ser feitas as referências dos vários documentos citados no seu artigo científico. Neste capítulo, você encontrará as formas de como referenciar livros, livros considerados em partes, teses, dissertações e trabalhos acadêmicos, enciclopédias, jornal, revista, anais, entrevistas, internet e jurisprudência.
Para outros tipos de referências, que não foram expostas acima, em virtude de não serem tão comuns, consulte a ABNT, NBR 6023(2002).
Referências Entende-se por referências a relação de fontes (livros, artigos, leis...) que foram citadas no decorrer da pesquisa e que devem obrigatoriamente ser apresentadas no final dos textos acadêmicos e científicos. (SANTOS, 2007). Ou ainda, as referências, de modo convencional, são o conjunto de elementos que, retirados de um documento, possibilitam a sua identificação.
As referências, de modo convencional, são o conjunto de elementos que, retirados de um documento, possibilitam a sua identificação.
No caso do Brasil, a Associação Brasileira de Normas Técnicas prescreveu de que forma devem ser feitas as referências através da NBR 6023(2002), que entrou em vigor em 29 de setembro de 2002. A Norma tem como propósito fixar os elementos das referências e, também, estabelecer convenções para transcrição e apresentação de informação originada do documento e/ou outras fontes de informação que serviram de fonte para a pesquisa. Entre as finalidades das referências estão: informar ao leitor do texto as fontes que serviram de subsídios para a realização da pesquisa e composição do artigo, bem como permitir que o leitor tenha acesso às obras consultadas. Então, após o término das considerações finais do seu artigo, que foi estudado no capítulo 4, você deve apresentar as referências (elemento pós-
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Metodologia do Trabalho Científico
textual obrigatório), as quais devem estar em ordem alfabética e alinhadas à esquerda. Por isso, a seguir você terá acesso a como fazer as referências dos documentos que foram utilizados para elaboração do artigo científico. a) Livros Ao referenciar livros, alguns elementos são essenciais como a seguir está exposto. Além disso, serão apresentados diversos exemplos que poderão aparecer no momento em que você estiver organizando as referências. Autor: Último sobrenome em maiúsculas, seguido dos prenomes apenas iniciados por maiúsculas. Exceções: nomes espanhóis, que entram pelo penúltimo sobrenome; dois sobrenomes ligados por traço de união, que são grafados juntos; sobrenomes que indicam parentesco, como Júnior, Filho e Neto, acompanham o último sobrenome. Título: Em negrito, sublinhado ou itálico. Subtítulo: Se houver, separado do título por dois pontos, sem grifo. Edição: Indica-se o número da edição, a partir da segunda, seguido de ponto e da palavra edição (ed.) no idioma da publicação. Não se anota quando for a primeira edição, as demais devem ser anotadas. Assim: 2. ed., 3. ed. etc. Local da publicação: Quando há mais de uma cidade, indica-se a primeira mencionada na publicação, seguida de dois pontos. Editora: Apenas o nome que a identifique, seguida de vírgula. Data: Ano de publicação. • Livro com um autor SOBRENOME DO AUTOR, Prenomes. Título do livro. Local da publicação: Editora, Ano. Ex.: DRUCKER, Peter Ferdinand. Sociedade pós-capitalista. São Paulo: Pioneira, 1999. • Livro com subtítulo SOBRENOME DO AUTOR, Prenomes. Título do livro: subtítulo do livro. Local da publicação: Editora, Ano. 104
Capítulo 6
REFERÊNCIAS
Ex.: SERRANO, Pablo Jimenez. Epistemologia do Direito: para melhor compreensão da ciência do Direito. Campinas: Alínea Editora, 2007. • Livro com autor espanhol SOBRENOMES DO AUTOR, Prenomes. Título do livro: (subtítulo quando houver). Local da publicação: Editora, Ano. Ex.: SÁNCHEZ GAMBOA, Silvio Ancizar. Pesquisa em educação: métodos e epistemologias. Chapecó: Argos, 2007. • Livro com autor com sobrenome separado por traço SOBRENOMES DO AUTOR, Prenomes. Título do livro. Local da publicação: Editora, Ano. Ex.: MERLEAU-PONTY, Maurice. O visível e o invisível. 3. ed. São Paulo: Perspectiva, 1992. • Livro com sobrenome indicando parentesco SOBRENOMES DO AUTOR, Prenomes. Título do livro. Local da publicação: Editora, Ano. Ex.: DALLEGRAVE NETO, José Affonso. Responsabilidade civil no direito do trabalho. 3. ed. São Paulo: LTr, 2008. • Livro com sobrenome iniciado com prefixos SOBRENOME DO AUTOR, Prenomes. Título do livro. Edição. Local da publicação: Editora, Ano. Ex.: McDONALD, Ralph E. Emergências em pediatria. 6. ed. São Paulo: SARVIER, 1993. • Livro com dois autores SOBRENOME DO PRIMEIRO AUTOR, Prenomes; SOBRENOME DO SEGUNDO AUTOR, Prenomes. Título do livro: (subtítulo quando houver). Edição. Local da publicação: Editora, Ano. Ex.: WARAT, Luis Alberto; PÊPE, Albano Marcos. Filosofia do Direito: uma introdução crítica. São Paulo: Moderna,1996. 105
Metodologia do Trabalho Científico
• Livro com três autores SOBRENOME DO PRIMEIRO AUTOR, Prenomes; SOBRENOME DO SEGUNDO AUTOR, Prenomes; SOBRENOME DO TERCEIRO AUTOR, Prenomes. Título do livro: (subtítulo quando houver). Edição. Local da publicação: Editora, Ano. Ex.: ARRUDA, Maria Cecília Coutinho de; WHITAKER, Maria do Carmo; RAMOS, José Maria Rodriguez. Fundamentos de ética empresarial e econômica. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2003. • Livro com mais de três autores SOBRENOME DO AUTOR, Prenomes et al. Título do livro: (subtítulo quando houver). Edição. Local da publicação: Editora, Ano. Ex.: ANDERY, Maria Amália et al. Para compreender a ciência: uma perspectiva histórica. 6. ed. Rio de Janeiro: Espaço e tempo: São Paulo: EDUC,1996. • Livro com organizador (Org.), Coordenador (Coord.) ou Editor (ed.) SOBRENOME DO AUTOR, Prenomes. (Org. ou Coord. ou Ed.). Título do livro: (subtítulo quando houver). Edição. Local da publicação: Editora, Ano. Ex.: SOUZA, Osmar de; LAMAR, Adolfo Ramos (Org.). Educação em perspectiva: interfaces para a interlocução. Florianópolis: Insular, 2006. • Livro cujo autor é uma entidade. Quando uma entidade coletiva assume integral responsabilidade por um trabalho, ela é tratada como autor. ENTIDADE. Título: (subtítulo quando houver). Edição. Local da publicação: Editora, Ano. Ex.: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6028: resumo: apresentação. Rio de Janeiro, 2003. • Livros considerados em parte - Autor do capítulo é o mesmo da obra SOBRENOME DO AUTOR DA PARTE REFERENCIADA, Prenomes. Título da parte referenciada. In: ______. Título do livro. Local: Editora, ano. Página inicial e final. 106
Capítulo 6
REFERÊNCIAS
Ex.: ABRANTES, Paulo. (Org.). Naturalizando a Epistemologia. In:______. Epistemologia e Cognição. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1994. p.171-215. - Autor do capítulo não é o mesmo da obra SOBRENOME DO AUTOR DA PARTE REFERENCIADA, Prenome. Título da parte referenciada. In: SOBRENOME DO AUTOR OU ORGANIZADOR, Prenomes. (Org.). Título do livro. Local: Editora, ano. Página inicial e final. Ex.: SILVA, Rubia da; FISCHER, Juliane. Tecendo um diálogo da prática pedagógica: atividades desenvolvidas na educação infantil. In: SOUZA, Osmar de; LAMAR, Adolfo Ramos. (Org). Educação em perspectiva: interfaces para a interlocução. Florianópolis: Insular, 2006. p. 81-94.
b) Teses, Dissertações e Trabalhos Acadêmicos SOBRENOME DO AUTOR, Prenomes. Título. Ano. Tese, dissertação ou trabalho acadêmico (grau e área) - Unidade de Ensino, Instituição, Local: Data. Ex.: SILVA, Renata. O turismo religioso e as transformações sócio-culturais, econômicas e ambientais em Nova Trento – SC. 2004. 190f. Dissertação (Mestrado em Turismo e Hotelaria ) – Centro de Educação Balneário Camboriú, Universidade do Vale do Itajaí, Balneário Camboriú, 2004. URBANESKI, Vilmar. Epistemologia social, ciências cognitivas e educação. 2006. 116f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Centro de Ciências da Educação, Universidade Regional de Blumenau, Blumenau, 2006.
c) Enciclopédias NOME DA ENCICLOPÉDIA. Local da publicação: Editora, ano. Ex.: ENCICLOPEDIA TECNOLÓGICA. São Paulo: Planetarium, 1974.
d) Jornal •
Jornal no todo
NOME DO JORNAL. Cidade, data. 107
Metodologia do Trabalho Científico
Ex.: FOLHA DE SÃO PAULO. São Paulo, 11 jan. 2009. • Artigo de Jornal - Com autor definido SOBRENOME DO AUTOR DO ARTIGO, Prenomes. Título do artigo. Título do jornal, Cidade, data (dia, mês, ano). Suplemento, número da página, coluna. Ex: PRATES, Luis Carlos. Quindim com café. Diário Catarinense, Florianópolis, 3 fev. 2009. Disponível em: . Acesso em: 3 fev. 2009. - Sem autor definido TÍTULO do artigo (apenas a primeira palavra em maiúscula). Título do jornal, Cidade, data (dia, mês, ano). Suplemento, número da página, coluna. Ex.: EFEITOS da lei seca. Jornal Folha de São Paulo, São Paulo, 14 mar. 2009. Opinião, p.2.
e) Revista • Revista no Todo NOME DA REVISTA. Local de publicação: editora (se não constar no título), número do volume (v.__), número do exemplar (n.__), mês. Ano. ISSN. Ex.: REVISTA TRIBUNA JURÍDICA. Indaial: Editora Asselvi, v.1, n.4, jan./jun. 2008. ISSN 1807-6114. • Coleção de Revistas no Todo TÍTULO DO PERIÓDICO. Local de publicação: editora, data (ano) do primeiro volume e, se a publicação cessou, também do último. Periodicidade. Número do ISSN (se disponível). Ex.: CONTRAPONTOS. Itajaí: Univali, 2001. Semestral. ISSN 1519-8227. • Artigo de Revista
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- Com autor definido
Capítulo 6
REFERÊNCIAS
SOBRENOME DO AUTOR DO ARTIGO, Prenomes. Título do artigo. Título da revista, local da publicação, número do volume, número do fascículo, páginas inicial-final do artigo, mês. Ano. Ex.: PICH, Roberto Hofmeister. Autorização epistêmica e acidentalidade. Veritas, Porto Alegre, v. 50, n. 4, p. 249-276, dez. 2005. - Sem autor definido TÍTULO do artigo (apenas a primeira palavra em maiúscula). Título da revista, local da publicação, número do volume, número do fascículo, página inicial-final do artigo, mês. Ano. Ex.: 20 CENTROS e nenhuma central. HSM Management, São Paulo, v. 1, n. 72, p. 39-45, jan./fev. 2009.
Quando a editora não puder ser identificada, deve-se indicar a expressão sine nomine, abreviada e entre colchetes [s.n.]. Quando o local de publicação não for identificado, deve-se indicar a expressão sine loco, abreviada e entre colchetes [s.l.]. Quando o local e a editora não aparecem na publicação, indicase entre colchetes [S.l.: s.n.]. Quando o local, a editora e a data não forem identificadas, indica-se entre colchetes [s.n.t.] (sem notas tipográficas).
f) Anais NOME DO EVENTO, Número do evento, ano de realização. Local. Título. Local: Editora, ano de publicação. Número de páginas ou volume. Ex.: SIMPÓSIO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO TECNOLÓGICA. 21, São Paulo, SP. Anais... São Paulo: Novembro de 2000. g) Entrevistas • Entrevistas não Publicadas
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Metodologia do Trabalho Científico
SOBRENOME DO ENTREVISTADO, Prenome. Título. Local, data (dia,mês.ano). Ex.: SUASSUNA, Ariano. Entrevista concedida a Marco Antônio Struve. Recife, 13 set. 2002.
No título, omite-se o nome do entrevistador quando ele é o autor do trabalho. Quando a entrevista é concedida em função do cargo ocupado pelo entrevistado, acrescentam-se o cargo, a instituição e o local ao título.
• Entrevistas Publicadas SOBRENOME DO ENTREVISTADO, Prenomes. Título da entrevista. Referência da publicação (livro ou periódico). Nota da entrevista. Ex.: SOUZA, Mauricio de. A Mônica quer namorar. Veja, ed. 2098, a. 423, n.5, p. 19-23, dez. 1999. Entrevista concedida a Duda Teixeira.
h) Internet Nome do autor; título do documento ou da WEB page (ou do frame). Título do trabalho maior contendo a fonte (Web site); informações sobre a publicação (incluindo a data da publicação e/ou da última revisão); endereço eletrônico (URL); data do acesso e outras informações que pareçam importantes identificar na fonte. Ex.: GRAYLING. A. C. A epistemologia. The Blackwell Companhion to Philosophy. Cambridge, Massachusetts: Blackwell Publishers Ltd, 1996. Disponível em: . Acesso em: 10 maio 2007.
i) Jurisdição Título (especificação da legislação, número e data). Ementa. Dados da publicação. 110
Capítulo 6
REFERÊNCIAS
Ex.: 1: BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado, 1988. Ex.: 2: SANTA CATARINA (Estado). Lei n. 5.345, de 16 de maio de 2002. Autoriza o desbloqueio de Letras Financeiras do Tesouro do Estado e dá outras providências. Diário Oficial do Estado, Poder Executivo, Florianópolis, 16 jun. 2002. Seção 3, p. 39.
Atividades de Estudos: 1) Assinale as referências que estão corretas. a) ( ) BASTOS, Lília et al. Manual para elaboração de projetos e relatórios de pesquisa, teses, dissertações e monografias. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2000. b) ( ) FOUREZ, Gerard. A construção das ciências: introdução à filosofia e à éticadas ciências. São Paulo: EdUNESP, 1995. c) ( ) LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos da metodologia científica. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1991. d) ( ) MÁTTAR Neto, João Augusto. Metodologia científica na era da informática. Saraiva:São Paulo, 2002. e) ( ) MEDEIROS, João Bosco. Redação científica: a prática de fichamentos, resumos e resenhas. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2004. f) ( ) TAFNER, Malcon; TAFNER, José; FISCHER, Juliane. Metodologia do trabalho acadêmico. Curitiba: Juruá, 1999. g) ( ) Serrano, Pablo Jimenez Epistemologia do Direito: para melhor compreensão da ciência do direito. Campinas: Alínea Editora, 2007. h) ( ) TORRES, Ana Paula Repolês Uma análise epistemológica da teoria pura do direito em Hans Kelsen Revista CEJ, Brasília, n. 33, p. 72-77, abr./jun. 2006. i) (
) SANCHEZ GAMBOA, Silvio Ancizar. Epistemologia 111
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da pesquisa em educação: estruturas lógicas e tendências metodológicas. FE/UNICAMP. Tese de Doutorado, 1987 (Orientador Prof. Dr. Pedro Goergen). j) ( ) TEIXEIRA, João Fernandes. Mentes e máquinas: uma introdução às ciências cognitivas. Porto Alegre : Artes Médicas, 1998. 2) Aponte a importância das referencias no artigo científico. ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________
Algumas Considerações Os elementos essenciais que são transcritos permitem ao leitor consultar a obra referenciada, se este assim o quiser.
Neste capítulo você conheceu a importância de se fazer as referências corretamente, pois elas permitem ao leitor identificar as fontes que serviram de subsídios para a realização da sua pesquisa e composição do artigo. Além disso, os elementos essenciais que são transcritos permitem ao leitor consultar a obra referenciada, se este assim o quiser.
Referências ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: informação e documentação - referências - elaboração. Rio de Janeiro, 2002. SANTOS, Antonio Raimundo. Metodologia científica: a construção do conhecimento. 7. ed. Rio de Janeiro: Lamparina, 2007.
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