Vinho-avieira

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  • Pages: 66
Alberto Vieira, Mernl~roda Acacleini;~Poit~igicrsaclc I-Iistóiia e Iiiveitiçador do Ceiitro cle Estiiclos d e IIistória do Atlâiitico

o Vinho Alberto Vieira

o Vinho Alberto Vieira

GRANDES PATROCINADORES

PATROCINADORES OFICIAIS

ANXhl- tkroportos e Navegqão AGea cla hladein, S.k B ' W - Banco Internacional do Funchal, S.\. BNU -Banco Nacional Ulhmarino Companhia de Sepms Bonança, S h Empresa de Cenias da Madcii;i, L"'. FEiiI -Empresa de flectiadade da hhcleira, W. Gnipo Cimentos Wladei~a Madeiia Tcmopolo Mmoni Po@ PemÇal hladeii L'". Pestana Hotels & l h m Porto Saiito h e , L"'. S U T - Sc&xlacleHispânica de Automó&, SA S E r - Hotel Savoy Sonm, M.4 - Soaehlde de Segurança da Madeiia e Açores, L"'. Sulzer Portugal, L"'. TAP - Air Polhigd Tdecel - Corn~uUca(;òesPaoais, SA. Teimague - Sociedade cle Conshuções e Empreendimentos da Madeira, SA.

C T - Comíos de Portugal Novapista - Amplia@o do tiemporto CIO F ~ c l dA.C.E. , Jorge de Sá, L"'. Plúlips Pomiguesa Siemens

APOIANTES

Calm TV Madeirense Diário de Noticias - Empresa Diuio de Noticias da Macleim, L"'. Elmt &YOUII~ Gdiacleiia - E m p r c ~cle i\rtes GSca da Madeira, S A Jornal da bladeira - h i p m a doJoinal ch Madeip Marina EXP0'98 RDP Madeira - Racliwliliisão Portupeça, SA R P Madeira - Racliotc1cvis%oPo~~x~pesa, SA. Tabacla & Bams, SR. Ilie CiiífBay Resort & Me11Hoteis

PARTICIPAÇÃO DA REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA N A EXP0'98

Organização Governo da Regão Autónon~ada Madeira

Tutela Governamental José Agostinho Gomes Pereira de Gouveia Secretário Kegiunal cla Economia e Cooperac;ão Externa

Mandatário do Governo Cados Lélis

Comissão de Acompanhamento José Agostirilio Gomes Pereira cle Gouveia - Presidente Carlos Lélis - Mandatário c10 Governo Coiiccição Estudaiitr - DR'T João Hcnrique da Silva - DRAC Ricardo Bazenga Marque9 - Representante da S W P Paulo.Jorg-e Gomes da Silva - Representante cla S E S A Peclio Ventura - Madeira Tecnopolo Ricarclo Vrlosa - IBTAkI Constanlino Loprs Palma - IVM kailcisco Faria Paulino - Eclicartr

Consultores

Elisabctli Nuncs - Chefe de Gabinete do SRECE Francisco Maçaroco - DGCG

Gestão do Pavilhão Edicarir Directora do Pavilhão P;iul;i hlariso Coordenadores de Serviço Siisaiia Silva Lígia Rasilio Salonié Relvas Logotipo e Wlascote C:atariiia Araújo Ui~iforincs- Design e Produção 1;;ítirna Lopes Secretariado Teresa Lopes Filipa Portela \'era Oliveira Pnula k~lartiiis Marta Figueira Selecção de Pessoal R4tiltiternpo

AGRADECIMENTOS

Escrlêiicia Rewrendíssiina D. Tcodoro clr Faria

Luísa Clocle 1)irrrIrrrri (10 ik111seiidr ,,!rlp ,SOCI-CI rio F1111~11~1~

B!i/~u(10 ~il?Z~ll
hlaiiiicl Biscoi~o Dirprlor r10 i211rrniMiiliicipc'l tIi,sirírin ~Vr~lrli.(il

Helena iiraújo Divcfo,v do IVIIISPII - IJ/1oi~lgr~il>hir~ lficrnlr).

Conceicão Estiidaiitr Uivcioro Rqiollnl rlu i i ~ r i s ~ n o

Daiiiila Correia lv7ír~ro~diirer~/ógiro r10 iiyiicrit'

Jogo Heiiriquc cla Silva ~ i w ~ ~RPgi~llfll l o r do.$A.tsuii/m (;~i/lliinis

Isabcl hIorg.aclo I M ~ I SIP~I P~ I I ~ P~l:rri~~ri.rm Q I I P I.in~im

Teresa Ui.azâo L)i~f'llJin(10 L ) ~ ~ ~ l ' ~ f l d~ f 7C l lI lI /~ / ~I I~)tl0 ~B ~ C i ~ ~ ~ nhI~ti~ici/)ol rfl r10 F~iiir/iril

Constantiiin Palina PresNlrn/e do I~lsliltiro~

I Vi~ilio J rlrr

~\fl(irlri,n

haiicisco Cloclc Diwrlr~rdr SI,~~I~[.II,S rlo I\.~II.FPII*

Aiiiândio de Sousa Dilrrlor do i!Jt~cseitQiiiriin riris Crirzci

Concepção do Projecto Expositivo, Produqão e Montagem da Exposição Edicarte Consiiltores Luisa Clode Francisco Clode Amândio Sousa Teresa Pais Rui Carita Alberto Virira Maiiuel Biscoito Paulo Rosa Gomes Concepção Plástica e Arquitectura I\iacua & Garcia Ramos Projectos de Engenharia Pengcst Construção Jiz, Lda.

Audiovisuais AVS Mandala Kumavítleo Embalagens e Transportes de Peças Feirexpo Segurança So~iasa,I\/W Seguros Boilança

Edição Edicarte Coordenaç50 Fraiicisco &ria Paulino Susana Silva Concepção Gráfica Celso Caires Duartc Belarcl da Foiisrra João Rraiiclão Mafalda Telcs Fotografia Ago~iiiilioSpíiiola i\lfreclo Roclrigties CEI-IA Feriiaiitlo Cliaves João Dclgaclo João I'aulo Mirtiiis Jorgc Torres Latira Castro Caldas 8r. Paulo Ciiitra Madeira Teciiopolo Mipel Percsrrclo

Pa~ilaManso Prclro Clodc Pliotogr~apliia- R,luscu Viceiites Pcclro Goines Pcrestrellos Pliotograplios Raimuiiclo Q~tiiital Rui Cainaclio Riii Caiita Rui h/larotc Riii Martins SDM Pré-Iinpressáo IJiilicor Impressão Saiitns c Closta, Lcl;~.

A

Cxposi(ão hlundial de Lisl>oai um escaparite úiiico rili <111F PortugaI se mostra ao hl~inclo,espellia a Forca da sua cultura, a clivcrsidade clas suas poiencialiclades ccniióiiiicas e as realidades do seu desen\~ol\~imeiito. Esta exposição é um acontecimei~toclc uina importâiicia cxcrpcinnai, cliier pela sua rcpercussão directa c itidirecta na econoinia do país, quer pela cleiiiorisirat;ão das capaciclades téciiicas e liialissionais dos portugueses. A RegiSiiio Autóiioma cla Macieira ao particiliar eiiipctiliadamci~tcna EXPO'98, coiitribui para o esforço nacional que este enrpreeiicliinento reprcsciiia c polciicia esta oportuniclacle para divulgar a sua cultiira e o descmpenlio cio seu povo iicsle Iim ele iililénio. Com esse ol>jectivo,a reprcsentaçrio da 1Zegiáo é coiistituícla por uni Pavillião com três núcleos rxpositivos, uma reprcsciiiação náiitica ein que sc iiiostrairi embarcações imclicionais restauradas para esta oportuiiidade, uma prograiiiayTio que rcvcla aspectos da cultura e do desporto insulares e se descrivolve ao loiigo cle toclo o período da EXPO, urna exposiçso que se iiiaugurará rio navio "Macleirciise" e uin prograiiia cclitorial que procura diviilgar aspectos tia liistória e da vicia clas Illias. rVtm das moiiograkas qiic acllii sc aprcseiitain, realizacliis por espc~cinlisiasclos tcnins tratados, este programa erigloba tainl16iii itm catálogo Iòtogsilico da Regiâo, tini livro sobre a iilúsica madeirense, com um CD, os iiúnieros especiais das re\iistas "Islciilia" c "Margein" e o prograiiia das activiclades culilirais e clcsl~nrtivas. Q~iereiiiosagradecer aos autores dos textos c citas lotogralias ;L sua l)r«iiin colabora~ii~ neste projecto, que toriia possível cleixar da participaqào da RcgGTo Aiitóiioiua cla h,Iaclcira na EXPO'98, quanclo ela iião for mais tlo cluc iiiiia inciilória clc loclns os qnc n visitarzirii, uni testemuilho exemplar das realidades regioiiais eiii 1998.

1. Introdução 2. O Viiiho da Madeira. Breve historial 3. O Viiiho e os seus apreciadores 4. A arte e o vinho 5. Um olhar sobre a actualidade: os exportadores de Vinho Madeira 6. Os diversos tipos de Vinho Madeira 7. Da qualidade à tradição 8. Bibliografia

"Perfuma e alegra o solo um vinho histórico, produto de castas primitivas, sangue de raça a perpetuar na ilha o nome de Portugal. Foi este vinho companheiro dos colonos na rota da descoberta; postou-se de guarda à porta de suas casas, de braços abertos, nwna remada acolhedora a parentes, amigos e vizinhos; dá-lhe vida no trabalho; vibra-lhe na alma em festas de família e todos os anos se renova no bani1 ou quartola para o aquecer no Inverno, e s w - l h e o passo nas romarias do Verão, f m promessas, selar contratos, fechar negócios e sex providencia económica no seu lar." Pe. Edwrdo & P OtalHaáàoengamu-se, não conheceu a parreira; Não se chama Falemo; se era bom, era Madeira. Nicolau Tolentino

I

I

i , 1. Arma da Cidade da Fundial. C&

e Mpninni 1888.

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O vinho da Madeira. Breve Historial ,\ 1xcseeiic;a da viiilia lia i\l;irleira era uiii;i iiir\~itahilicl~itle clo inuiiclo cristão. O rit~ialreligioso fez tlo p8o e clo viiilio os dois cleniriitos suhstaiiciais cla sua pr'ítica, fazcndo-os símliolos tla cssêiicia tla vitla Iiuiiiaiia e tle Cristo. O \inho c

o 11ào 6 0 ~ ~ x c e i r orlos ailaiiqo cla Ci~is~andadc, seiiclo levatlos por nionges e ljisljos, EES~rc;llidaclc \,cio re\,ol~icionaros liáhitos aliirirritarrs cln Ocidente cristão, a partir clo séc. 1'11, cçtalielece~idoo coiner 1180 e hel~cr\iiilio ctinio o síinbolo do susterito huinziiio. Ein i~icaclrisclo século X\f i. clada como certa a iiitrocliiqiio de ci:pas viiidas do rei110 e, inais tarde, do i\lctliterriiieo. Joào Gotiçnl\.es Zarco, Tristào \Jaz Tciscii.íi e Bartoloiiieu Perestrcllo, cluc recebcraiii o doinínio das capitaiiias do arquipélago, sol) a clirccção c10 nioiiarca c CIO Iiifailtc D. Heriricluc, procedcraiii ao tlesl~ia\~ainciito e ocupação clo solo coiii cli\rrsas c~ilturastrazicl;~sdo reino. Em ~ x i ~ i ctenipo, o a paisagcili cl;i ilha tr;iiisfoririou-se. :\s cscarpas fora111tral~aIliaclas para hzer brotar as culturas e o dciiso arvorcclo foi cortado para coiistruir lial>it;içõcs,erguer Iatatlas c dar outras pcissil~ilicladcsde lixaqâo. Nas plai~urasjunto ao oceano, oriclr havia loriil para \.arar uni Iiarro, surgiii o I-Ioniciii. Ein turia coiistairte roiitra a tiatrircza, tr:iqou socalros que kz tlecorar de clouraclos trigais t. tlc verclejaii~~s \iiilias e c;iii;l\iais. No Fuiichal clo hiriclio fcz rcsplaiideccr os caiiipos cle trigo, ciitreiiiraclos atliii e acolá por caiia\iais e vi~ilicclos.I.:m Câni2iii1tlc Lol~os,aliigeiitaclos os lobos inariiilios, sul~iueiicosla acinia clc picílrrta ria riiRo tiaçaiitlo o rciidilliado tlos socalcos de oiide fez ' 2. Borraclieiros transportanclo vinlio debaixo de i i i i i a Iatacla

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plaiitar a videira ein vistosas latadas. Segu~icloa tradição Soi aqui que se fez a primeira plantação de cepas. A viilha conquistou o solo illiéu eni tocbas as clirecçãcs, toriianclo-se o vinho uin produto iniportaiite na activ~d~lclc agrícola do illiiu, logo no início. Assim, já cnl 1455 Caclamosto ficara clesluiiibrac~ocom o que vira na área viticola do Fii~iclial;«...tem viiilios, inrsmo inuitíssirno boiis, se coiisiclcrar que a ilha f Iiabitada Iiá pouco tempo. São eiii tanta q~~aiiticlaclc, qiie clicgaiii para os da ilha e se exportain muitos deles.)) O viillio apresciitar~a-seno séc. XV corno um procluto coii~pctitivoao trigo c açúcar c com grande peso lia ecoiioniia local. Daqui resulta que foi, clcsclc o início, uin potencial produto CIO incrcaclo cxterno da illia. Os trstcinuiilios aboilatórios da sua iiiiportâiicia no coinfrcio externo sãci iiiúltiplos. Sliakespcare iião se Saz iogado lia alusão iiisistcntc rialguinas das pcqíls cle teatro qiic o imortalizaram. Depois, os tiigais e caiiaviais clcrain lupti hs latLtclasc l1íil5ciras c a vililia tornoii-se iia cultiira exclusiva CIO coloiici iiiaclcirciisc, lia cluitl al~licoutoclo o seu engenho e arte. Tudo isto projectou O viiilio I I ~ L T ~oL primeiro lugar lia activiclacle ecoiióniica da ilha, oiidc sc niniitcvc por iiiais de tiCs s6riilo.;. O macleirense, desde o últiino quartel do 6í.c. XVI, apostou riii exclusivo lia cultuia da viiiha, tiriiiiclo dela o necessário pam o scii sustriito diário, para a manuteiiqão cle uina vida de liixo c para a eclifirnyão cle ~uniptuosos~~ítl;icio\ c igrejas. Se para I-Iaiis Stariclcn, crn 1547, n rcoiiornia da. ilha s r clcfi~ic.pelo biiióinio vinlio/açúcai; jií cm 1578 Duartc Lopcs coloca o vinho c111 priinriro lugar nas cxportaçãcs e, ern l(iGL),o c6iis~illi aiices alirina que o viiilio í. c]

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<<>l;,i, 2, rxcl,,\i,i\,., l><,l,>t,,~~~~,,,,ili,,,,<, i~,~Ie, ,c ",;,,,iresi;ii;iiii. cli~<'r qr,~~m;iclor <, rsliiii,, ii<.lirial S.i Priril-n. rm rr@iiiriiri>iiio ar.; q t ~ cclrixott ria <:iniara rr iiricola".

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rieni clc coii\,eiiccr o viliciiltor a aliaiiclniiar ;i \inlia, iiiini iiiomeiito ciii clue o \.iiilio tla ilha tirilia graiide procurii iio ineicaclo iritcriiíicion~~l. hlesiilo Íissiin, ~ ( I L I C O Sera111 os aiios em q ~ i ca rolhcic;i era siificit~ritepara satisfazer a graridc procura. Por isso, socorria-se tlos ~iiiliosiiircrioies elo iirirte, r at6 niesnio dri yinlio dos Açores e C:aiiárias, para dessedcriiar o coloiiialist;~eiiropru. Desde (1 siculo SI'cjue o illikii 1ra)ou a rota iio ni(:rcado iiititriiarioii;ii, Íiromp~diaiicloo coloiiialista nas siias cxpedicões e fixacão iia Ásia e i\niiric;i. O conierciaiitc inglês, aclui iri~~~laiitaclo desclc o séc. XVII, s o ~ i l ~[irar e partido do I ~ n d u fazendo-[i ~o cliegar viri cjuaiitidaclcs suficieiitcs às mãos dos seiis coinpatriotas, que se Iiaviaiii espalliaclo pelos quatro cantos elo iiiuiido coloriial europcu. O ~iioviincntodo coiiiircio CIO vinlio da hilacleira ao loiigo dos sPcs. XVIII e S I X comproinetc-se cle foriria clirecta iio traqaclo das rotas ii~aiitiiiiascoloiiiais, ~ ~ ~ e t l i i l l i passageiii aiii obrigatória na illia. A cstas juiitaram-se outras siihsicliárias, quase toclas sol) coritrolo i1igl6s: são as rotas da Iilglarerra colonial cluc fazein do Fiiiiclinl porto clc refi.csco e carga cle vii111o no seu rumo até aos iuercados das Íiiclias Ocidci~taisc Orientais, de nncle regresswam, via i\~orcs,roin o reclieio coloriial; são os ilavios portugueses da rota d;is Indias ou clo Brasil, que rscaliii~i;I ilha oiidc r c c c h c ~ io~viiilin qiic co~icliizeinRs pi.;i)as lus~ls;são, ainda, os n;i\lios iiiglescs cluc se dirigein à R~iacleiiacom iilari~ihctuiase fazciii 0 retorno tocailclo C;il)raltar, Lisl~oa,Porto; e, fiiialiiieiite, os iiorte-ninericanos clur tixLen1 as f'ariiihas piiríi os inadcireriscs c regressani carregados de viiilio. Por todas cstas razões, o \iiilio coiicluis~ou,clesdc o séc. XVI, o incrcado

colonial em Afiica,Ásia e América afümando-se até meados do séc. XiX como a bebida por excelência do colonialista e das tropas coloniais em acção. Regressado à sua terra de origem, após o surto do movimento indcpendentista, o coloniaiista levava na bagagem o .&o da ilha e fazia-o ser apreciado pelos seus pauíciw. O momento de apogeu da exportação do vinho da ilha para estes mercados situa-se entre fuiais do séc. X W i e princípios do séc. WL, altura em que as exportações atingiram uma média de vinte mil pipas. Durante este período, mais de 213 do vinho exportado seguia para o mercado colonial americano, com e s p e d destaque para as Antilhas,a pk,taç3es do sul da América do Norte e Nova Ioque. A primeira meiade do séc. XiX é o momento de alteração na geograíii do mercado do vinho da Madeira. A partir de 1831, a A MADEIRA Ingiaterra e a Rússia tomam o lugar do mercado colonial. Neste momento, a concorrèncii nos mercados do Wiho era feroz, destacando-se w de França, Espanha e Gib.Mais uma vez, o curso da História atraiçoou-nos. A situação é hples. O fm das guerras europeias,

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c111 princípios do séc. XIX, aliriu as coiilportas do \iiilio eiiropeu iio poiciicial 111erc;rdo coloiiial asiático c aiiiericaiio. h retiriicla do rolo~iialistirclas iírras colonizadas Fez pcrcler o gosto pelo linho cla illia. Os primeiros sintoiiias disto surge111 a piirtir clc 1814, açravailclo-se clc iiiio piira alio. As colheitas clc 1810 a 1821 niaii~i~leraiii-se estagiiaclas lios arii1az6iis, pelo qiir, ein 1820, viiitc riiil pipiis aguardavani comprador. O retrato vc~rcladciiocla situiiqào riicoiitrainci-lo iio voz dcscspcrada clo lioincm cla época: «Estão as casas ricas de viiilio, 11ol)i.c~ cle susteiito e de aliineilto)). Por tudo isto, a rc-.corclat;Gocio peiíotlo que tlrcorrc entre os aiios de 18.1.0 a 1860 faz-se coin inuita dor c Iáçrinias. Fbi a Epoc;~de inaior sofiiiiieilto do produtor viiiícolii. i\ íi~iicasolu~ãopossí\rel Ii)i a ciiiigraqão madcirerisc, incrcc da solicitaqào e aliciaiiiciiio clc iiiglcscs c scus acólitos, qiic fcz coiii qiie a forc;a clc traballio clo i111611cllcgassc a 1oiigíiiqu;~sparagciis prir;i çul)stituir os escravos, agora lil~ertados.l3iiti.c 1840-50, o iiiaclcireiisc pcrclcii o ainoi. à sua terra e foi ao ciicoiitro tle LIIII iiovo paraíso f~iqiz,ciiatl(i liclo iiig1L.s iias iiiitillias. Uiiia das caractcrístic2is da viiilio hflaclciia prriitlc-se cojri o processo clr viiiilicaçiio. I'rimciro foram os iiiglcsrs ii aposi;ir ria s u ; ~alcoolizac;iio, clrpois Liii r) rctciirso a uiii sistcina parlieular de ciivcliicciiiiciilo atrzi\~Cstio c;iioi; iios 1)ordcs dos iiavios e clcpois cin cstul:,is. 1Ssta sitiiação rstií clc~i~iiclciiie clii coiijuiituin ciii c~ucailliac o com6rcio clo sru viiilio cstivcr;iin ciivol\~iclosa partir clc inraclos do século XVII. A Maclcira toriioii-se, a piiiiir clo s6culo XVII, unia passagciii olirig;itóri;i para os iiavios iiiglcscs que flvziaiii a rota cl;i Íiidia. Esta escala cra aprovritacla p;im

carregar \iiihos com destino aos portos das colónias inglesas, mas também para o abastecimento das próprias embarcacòes. Muito deste linho fazia o percurso de ida e volta: no porão das emharcaçòes, os tonéis de \iiiho expostos ao calor dos trópicos e à constante baldeaqào resultante das rorrPliteS marítimas, adquiriam propriedades gustativas diferente do comum. Era o envelhecimento Prematuro do vinho. Da constataçào desta realidade à sua

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111-áticacorrente foi urn salto. Os iiiglescs, priiicipais aprrciacloies CIO viiilio 1Clacleira, foraiii ris pririieiros a rciviiiclicar cste tipo cle viiilio. Por isso, no iiiercaclo britâiiicn, clesde filiais do século XVIII, os "Coininoii klacleira", "1,011clon Market" c "Loiidoii Particular" foiiini pretcriclos cri1 favor do "East 11icli;l Madeira", que enlre iiós ficou coiilieciclo como o vinho da Roda. i\ clik:rciiSa clr P S ~ Ç O S entre urn C outro era o dobro, 1150só em resultado elos custcis do tnirisporte, mas também da cle\lacla procura. Notc-sc que iios inesrs cle Setembro e Noveinbro de 1790, h/li: Cliristie colocou \rcricIa iio inrrcaclo Iiritâriico tres pi1)asclr vinlio Madeira vindo da Íiiclia c trinta c iiovc CIO Brasil. A par clisso, gcileralizou-sc o uso clas csiufas cluc, caril umii maior econoinia clc tcrnj~oc de custos, permitia colocar 5. clisposição c10 cliciitr um viiilio eirvellicciclo. Por toda a illia surgirain estes coinpartiinciitos aq~ieciclcis.Eiii vu1g;ir ver-se as pil~afiacciitesrios fornos de pão cla ciclaclc, ou simplcsineiite exl~ostasali sol. Mas este viiilio estu~aclo,para aléiri de ter gcraclo accsil pciléinica cri1 l~riiicípios elo séc~iloXIX, 1120 nlereceu os elogios CIO coiisiiniiclor. O priiiieiro, clue ficou coiilieciclo como o \iiilio cla Iiocla, cra iiiiiiio clilèrciile e tiiilia o coiidão de melhorar as q~~aliclnclcs orgaiiolEliticas clo viiilio, seni as cleçraclai; o que iião succclia coiii o viiilio cstulàclo. Por isso, 21 Juiiki cla Real Fazeiicla CIO Ftinclial procurou prolnover esta práticil, criaiitlo iiicciitivos, coriio o rcci~il~olso dos direitos pagos 5 saícla ou uma siiiil>les f i i i i i ~até ~ ao retoiiio. A par clisso, a própriaJu11ta proclirou proniovcr estc tipo ele crivellieciiiiciito do vinlio em detriniciiro do liso da estlifii, cii\iaiicl» ;ilglii~iaspipas clc villho para Cabo Verde para aí ~icririaiieccreniclurantc o períciclo cstival. \i partir dc 1823

rnadrireiisrs dos s6ciilos >(\'I11 e X I S cn\~elheciam.Foi uma mais-valia, sabiamelite apro\.citada pelos iiisolarcs, que cativou os tradicionais apreciadores hritánicos. A s estufas primitivas de sol que rrsultaram do linho da Roda evoluíram e deram lugar ao processo que é, hojc em dia, um método eneológico de iii\~lhecimeiitodo linho da Madeira.

madeirensesdos s$culos 5\'111 e X I S cnvelheriam. Foi uma mais-valia, sabiamplite apro\.citada pelos iiisularrs, que cativou os tradicionais apreciadores hritániros. As estufas primitivas de sol que resultaram do linho da Roda ewluíram e drram lugar ao processo que é, hojc em dia, nrn método eneológco de rii\~elhecimrntodo linho da Madeira.

O vinho e os seus apreciadores

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I

O vinho Madeira é indispensável para a garrafeira dos apreciadores do fino rubinéctar em todos os recantos do Ocidente. Os epítetos proferidos por poetas, escritores, políticos e viajantes, que tiveram a possibidade de o provar e apreciar poderão ser um bom testemunho desta fama. Todos ficaram deslumbrados com seu aroma e trago e ninguém se escusou a tecer-lhe os maiores e melhores elogios. Alvise de Ca da Mosto, nome sugestivo em questão de vinhos não hesitava em afirmar, nas suas "Navegações" emitas em 1455, 11. Vindimas

que os da illia eram "bons" e para que não restassem dúvidas reforçava a ideia apontando-os como "muitis
c clepois clcixaclo arrefecer ou se ficar exposto ao sol durarite seniaiias seguidas em barris abertos ou colocado eill ca\w húmiclas não sofierá o míiiimo dano, apesar de sujeilo a t5o violentas alterações". Foram estas prol~riedaclesque fizeram vi11gar o \inlio Madeira rio inuiido colonial inglês e o levaram a bater-se de urna forma privilegiada, face à concorr6ncia dos outros \irilios europeus ou das ilhas vizinhas dos Açores e Canárias. A adoraçào pelo hjlacleira foi grande nos Estados Unidos d a Aiiiérica do Norte. George M1asliington c convivas regalaram-se com ele na sua boda, em Maio de 1759, enquaiito Joliii Aclams exclamava, com alegria no seu diário, que senlpre bel~eu"grande porção de Madeira", n ã o vcnclo "ne~iliuminconveriiente nisso". Ademais, segundo constatou este estadista, clc é diferente de todos os outros, pois mantém-se "salutar c agradável rio calor dc Verão ou no frio do Iiivcrno". Até mesmo Tliomas Jcffersoil, em Paris, não prescindia do seu h,ladeira, pois era "dc superior clualiclade e o melhor". Foi certamente com a insl~iraçãodo seu aroma que se formou o grande einpório. Com ele se celebrou a irideperidência, acto que é ariualmerite recordado da mesma forma. Já ein 1840, Fitch W. laylor afirrna que a Madeira é conhecida dos 12. Vindiina no Estreito de Cimara de Lobos. 1* metade do século XX. 35

americanos pelos seus vinhos, que aí chegam pela mão dos mercadores ingleses. Os europeus, levados por esta exaltação dos políticos americanos, despertaram de novo para o vinho Madeira. Em 1795, o Dr. Wright exclamava: "Se Homero o tivesse bebido, afirmaria que o Olimpo renascia. apesar de os deuses estarem já fora de moda". O mesmo recomenda o seu uso aos seus pacientes idosos, pois é "uma das bebidas mais úteis e eficazes para as pessoas de idade, a quem as funções físicas começam a faihar". Daí o epíteto de "leite dos velhos". Diz-se até que a longevidade do Conde de Canavial terá resultado do Madeira que bebia todos os dias em jejum.

O iiiilio da .\ladeira não roi aprnas companheiro dos ~randermornenrnc fcr t i m r r de riihria, pais ramhérn se postou dr p a r d a nas dificiildader r solidão, como ~urcdeiicom Napaleãa Bonaparri. Quando da rua parsigern pclo Funchal, 37

ein Agosto clc 1815, o clcposto iinperaclor recebeu clas mãos do côiisul britânico unia pipa clc Maclcira. Esta foi sua companlieira até 21 inorte, no exíiio de Santa Helena. O gcileral nunca provou o viiiho e, i data cla sua morte, em 1820, o côi~sulsolicitou a sua clevolução, o clue ocorreu passaclos clois anos. C0111 este vinlio da volta rez-se uina iinportante garrafeira, para gáuclio dos coleccio~iaclores,sob o título clc "Uattle or\iVatcrloo". Winsto11 Churchill, cluanclo fez Férias na Madeira, em 1950, teve oportuniclacle de apreciar estc vinho ~ L I CNapoleão nunca bebeu. Na ilha, são poucos os elogios ao vinho Madeira. AtC parece que os literatos e poetas o ignorarain, talvez porque nunca tiverain o atreviinento de o provar. Uispoinos, todavia, de três testeinunlios, raros é certo, inas que corrol~orainaté ti saciedacle aquilo que haviam escrito os estrangeiros. Ein 1891,J. A. Marliris, um forasteiro coiitiilc~ital,caso raro nesta situação, declarava ~ L I C"as mullieres coino os viilhos sabcin enlcvilr o espírito fazeilclo palpitar os corac;õcs", para depois concluir clue "o viiillo rião é uina siinples coinl~iiiaçãoq~~íinica; E ui11 problcina de gosto, é uin aliinciito c um agci-itc tcral~êuticocle priiileira ordein". Para os inacleirci~ses,a cxiiltaçiio do viiiho assenta na sua presença nas mcsas ilol~rcsc, por isso, ele é o einbaixador capitoso cla ilha. Eduardo Nuiies recorda clue o viillio h4adeira "correu inuilclo - singrou poi4toclos os inares e rompeu todas

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ar íroiitrirns". por isso "i ofciccirlo a icis r a príi>ciprr-regcnlis. a chcfes dc ?
A arte e o vinho 17. Edincio do Instituto do Vinho da Madeira,

Os séculos XVIII e XIX são momentos de aposta na valorização da arquitectura e arte madeirenses. A afirmação do vinho no mercado consumidor colonial conduziu inevitavelmente a uma desusada riqueza que foi utilizada em benefício próprio por todos os intervenientes. Os grandes pmprietários afonnosearam as suas casas de residência. Os mercadores, nomeadamente os ingleses, transformaram as vivendas sobradadas de cidade em lojas e escritórios de convívio, e as casas solarengas e quintas adaptaram-nas ao seu gosto e exigências de conforto. Os artefactos ingleses invadem o mercado madeirense e dão-nos meios mais adequados para a afíma$o do c6nforto diário. A isso junta-se o gosto pelo das9ico. A tosca e utiiitária mobília, muitas vezes feita com a madeira que

do Brasil transportava o aqúcar para a ilha dá lugar ao mobiliário estilizado. A chamada mobília Chippendale e Hepplewhite - sofás e cadeiras - dá o toque de classe e compõe o ambiente para os saraus dançantes ou o célebre chá das cinco. O s museus da Quinta das Cruzes e Frederico de Freitas são, hoje, os depositários de alguns dos exemplares rriais significativos deste tipo cle mobiliário que resistiram ao uso secular. O espaço interior é valorizado. A casa tornase no priilcipal centro de con\rí\rio. Daqui resulta que os espaços interiores se transformaram. Surgem as amplas salas ou salões de música, palcos cle inúmeras festas e saraus dançantes. 0 s tectos destas amplas salas são em estuque profusamente trabalhado e inuitas vezes pintado. A História de muitos dos prédios que se anieham nas ruas vizinhas do cabrestante e da alfândega são o alvo preferencial dos mercadores estrangeiros no decurso do século XVIII, atraídos pelo cornércio c10 que chegam ao F~~nchal, vinho. Muitas das pequenas casas térreas são clen~olidaspara dar lugar às de sobrado, servidas de amplas caves para as pipas, sobrados de habitação e escritórios. Uma imponente fachada ornada de cantarias e Terragens, uma torre avista-navios dão o tom característico da arquitectura do vinho na illia. Ao percorrer as Ruas da Carreira, Netos, Pretas, Mouraria, Mercês, Nova de S. Peclro, Conceição, Aranhas, Ferreiros, João Gago, o transeunte depara-se com cste espectáculo. O edifício-sede do Instituto do Vinlio cla Madeira é um local de passagem obrigatória nesta peregrinação do vinlio através da Cidacle. As suas paredes guarclarn a memória de dois séculos de História do vinho R4adeira. E no rés-CIO-cliâo,

os centenas navejamentos, encontram-se alguns materiais relacionados com a faina vitivinícola, acompanhados de fotografm e gravuras alusivas ao tema. Perante nós perffia-se uma possível viagem ao passado, imprescindível para conhecer o percurso histórico do nosso vinho. O percurso continua na Madeira W i e Company, onde um museu de empresa conduz ao passado de Mgor das empresas que &Iam na sua o*, em princípios do século. Das demais empresas, só em D'Oliveiras

e Artur Barros e Sousa a imagem do passado persiste quase intacta. Nas restantes, as memórias do passado convivem amenamente com os avanços tecnológicos. Se, na cidade, as casas térreas dão lugar aos imponentes palácios, casas de

lialii~aqào,escritórios e lojas cle comfrcio, os arreclores gniiliani outra aiiiiriaçào corii a pralifcraqào das Quiiitas. Estas são uma criação ~iiacleireiise!a cspressào \aluinétrica da importâiicia clc algumas das famílias iiiaclcircnses, oiicle o lazer se conjuga coni o sector procluti\,o. A cluiiita não se rcsiirne apenas ao cspaço agrícola c à casa de Iial~itação,pois a cla estão iriclissocia~clincnteligaclos um jarclim e mala. Foi com OS iriglcses cluc clas ganliarain nova foriiia e ariini;iqão, persisti~icloaté aos ilossos dias. Assirii, pcrclein o sei1 caráctcr rústico e tmiisrorinain-se em cspaços a~razíircisscniclos de ampliis ruas e jarcliiis de irispim~ão oriental. bluitas clas cluiiitas madeireiises inuclararii cle mríos no drcurao clo século XVIII. Os inglcscs, enriquecidos cnin o conitrcio do viiilio, fazeiii inwstinicntos fui~rliárioslia illia, com especial clrstaclue para as q~~iiitris e serrados cle ~inlias.Alguiis adcluircrn as liabitaqões já exisleiites e traiisforniani-lias cm aniplas quintas ajarcliiiiicias, i niocla cla época. Outros fazeiri e r p c r iinpo~ientes casas no espaço arável ou cle pascilgci. Est,io rieste últinio caso: a Quinta cio Vale Paraíso na Cairiacha, cle Joliii Ilalloway; a Quiiita clo Jairiiiii da Serra, Calaca e do Sarito cla Serra, de I-Ieiiry Veitcli; a Quiiita c10 h,loiitc, de James Dalici C;ordori.

Um olhar sobre a actualidade: os exportadores de Vinho Madeira O panorama actual do coniércio de exportação de vinho é distinto do dos séculos anteriores. A crise que atorineritou o produto desde finais do século XIX levou a uma mudanqa nestc espectro. A maioria dos estrangeiros abaiidoriou a ilha e muitas das empresas fundiram-se. Hoje, o vinho adquiriu nova p~iaiiça nas exportações da Madeira e o quadro empresarial mantém-se maioritariamente fiel à tradicão. No presente, a exportação do til1110 Madeira assenta nas seguintes empresas: Artur Barros & Sousa Lda: Casa fundada em 21 de Julho de 1954 por Artur de Barros e Sousa e Edinundo hlenezes Olim, que reuniram numa só casa cornerciai os vinlios velhos, Iioje religiosamente preservada pelos seus lierclciros.

H. M. Borges sucrs. Lda: Casa fiindada em 1877 por Henriclue de Menezes Borges, que após a sua morte em 1917 passou a ser gerida pelos filhos. Henrique & Henriques: Empresa criada eni 1850 por João Joaquim Gonqalves Henriques, com base nas propriedades de família em Belérn (Câmara de Lobos). Em 1913, surgiu a actual empresa, resultando da sua fusão a Casa de Virilios da Macieira Lda., Belérn's Madeira Lda., Carrno Viillios Lda. e Aritóriio Eduardo Benriques Sucrs. Lda. Mais tarde, em 1960, foi a vez de Freitas Wlartins Caldeira & Cia. A firina está hoje em mãos clos sócios A. N.Jardim,

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Justino Henriques Filhos Lda: A firina foi estabelecida ern 1870 c mailténi-se na act~ialidadecomo uma sociedade constituída por Sigfredo Costa Caml3os e a empresa fsanccsa La hlartinknais. Tein seclc na zona industrial da Cancela. Madeira Wine Association: Ern 1913, I-Iarry Hiiitori entra no rnercado vitivinícola juntanclo-se à Blaiidy fvlacleira Ltd. (1811)\Vclsli Sr Curllia e Heilriqt~esOt Cârnara, a clrie aderiu clepois a Doiialclsori e Krohn Brotliers. Passados doze arios surgem outras casas conlerciais que se associaram a esta sociedacle: Abuclarham & Filhos, Luís Gomes cla Concei~ão& Filhos (1863),Miles Madeira Lda, F.F. Ferraz Pr Cia, T. T. da Câmara Loinelino (1820). Cossart Gordon & Co Ltd. (1745) foi o último a juntar-se ao grupo em 1953. A partir cle 31 de Dezembro de 1981, a firma alterou a sua desig-ilaqão para &ladeira \jVine Company. Dispõc de Iristalações à Rua dos Ferreiros e uma adega e museu à Rua de S. Frarai~cisco. Pereira D'Oliveira (Vinhos) Lda: A firma coinec;ou ein 1820 corn João Pereira $Oliveira a qiic se juntaram, ein 1975, outras cluas (Joaquim Camaclio e Júlio A L I ~ L ICunha S ~ O Sucrs.) e, depois, a de Vasco Luís Pereira. Sucrs. Silva Vinhos Lda: É a rnais recente casa de vi~iliosda Macleira, com secle i10 Estreito cle Ciimara de Lobos, oricle dispõe clrsde 1990, de modernas adegas de \iriifica~ão.A empresa foi co~istituídaem 1989 pelos irmãos JosC Olavo c João Alexandre Rodrigucs da Silva.

Vinhos Barbcito (Madeira) Lda: Caia fundada em 1946 por Mário Barheito de Varconcelos. Ficou instalada num antigo engenho de aguardente. A sua loja de vcndas no Funchal está aaociada a uma hihlioicca cvoeativa

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Cristóvào Cdomho.

Os diversos tipos de vinho Madeira As castas que deram riome ao viiilio IVIacleira são preferencialmente a I\Ialva.;ia. Sercial, Verclelho e Boal. Com o aparecimerito da filoxera, cm 1872, esta situação alterou-se. O insecto devorou as raízes das videiras europeias fazendo-as definhar. A partir de eritão, a cultura da vinha só foi possível em terserios arenosos, como o Porto Santo, ou com o recurso às castas americaiias a servirem de produtores clirectos ou de cavalos porta-enxertos. Entre as que se mantiverain por muitos anos, como produtores directos, destacam05jaquez, lierbeino~it,cunningham e isabella. Hoje, o grande combate do sector é a substituição das castas americanas pelas europeias. Actualmciite são consideradas como castas tradicionais do cinlio hladeira. Boal: existem três variedades: o boa1 da Madeira, de cheiro e do Porto Santo. Na Madeira, o espaço preferencial para a sua cultura é os 400m, com especial iilcidência nas zonas ribeirinhas. Malvasia: é de todas as castas a mais conhecida c cclebrizada pelo vinho aromático. A sua presença na ilha está documeiitada desde meados do século XV. Hoje é Iiabitual nas zonas baixas junto ao mar, conl-iecidas c01110 fajãs. Cultiva-se no Paul do &lar,Jardiin do Mar, Arco da Callieta, hladaleria e Canlias. A mais popular saiu da Fajã dos Padres, em Campanário. Sercial: popularinente conhecido por esgana e esgana-cão, produz iini \iriho seco clc grancle qualidade. É uma casta das zonas altas, entre os 600 e 700 metros, por isso surge no Jardim do Mar, Santo António e Estreito de Câmara de Lobos.

Tinia Ncgra Mole: esta casta pode confundir-se com outras v?s varieclades (a tinta da Madeira, dc Lisboa e Porto Santo) hoje praiicanlentc desaparecidas. O seu ccossisicn~amistura-se com o das similares, surgindo em Câinara de Lobos, Estreito dc Câmara de Lobos e Santo António. Hoje, no norte cla ilha, nas zonas altas é a casta que tcin subsiituído com sucesso a vinha americana. Isto faz de S. Vicente, no presente momento, um inlportanie prociulor. Vcrclclho: casta branca que nos oferece um bom vinho e I~oasuvas clc ilzesa. Foi ~nuitofrcq~~cnte, quer a norte, q~lcra sul cla ilha. Hoje cultiva-se apenas em áreas iiiterméclias junto ao rnai; situadas entre os 400 e 500 metros de altiiucle. Pode ser encoiltracla em Câinara de Lobos, Estreito e Ribeira da Janela. C0111 csias castas fa---se o vinho Maclcira que, de acordo com a legislação rrn vigol; é aprescntaclo ao co~~sumiclor ein vários tipos, consoante as características c iclaclc:

Vinlnge:viilho feita de uma casta nobre, numa collicita especial, que clevc permanecer um mínimo de 20 anos eilcascaclo c 2 anos engarrafado. 23. Borraclieiros. Erma de vinlios EIenriqiics & IIenriques

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Extra resme: vinho composto de pelo menos 85% da casta referida no rótulo, com o mínimo de 15 anos; Spe15al resme : mesmo tipo de vinho do anterior com apenas dez anos; Reserve o mesmo que o anterior, mas só com cinco anos; F i m t usa apenas nome de Madeira associado à sua situação - Dry, Medium, Sweet - sendo um vinho com três anos que tem como base a tinta negra-mole; Rainwaln: o verdelho com apenas trff anos; o uso deste nome derivou da dificuldade dos ingleses em pronunciar a palawa verdelho. Soler(~~: vinho datado que ao longo dos anos recebe a adição de outros, sendo esta de apenas 10%ao ano.

24. Garrafas de vinho Boal

Da qualidade à tradição A ilecessiclade de defesa da q~ialidadedo vinho da ilha, tão eviderite em momeiltos de crise, levou à implementação de cstruturas institucionais. A primeira ideia surgiu em 1774, mas não se concretizou, Todavia, só a partir de 1937 esta foi uma realidade através da Junta Nacional do Vinho, que teve uma delegação na Madeira. E111 1979, o sector foi regionalizado tendo sido criado na ilha o Instit~itodo Vii~hoda Madeira. A primeira iniciativa do Instituto foi adequar a viticultura, vinificação e comércio aos padrões estal~eleciclospela CEE. No primeiro caso, salicnta-se a política de reconvcrsão da viillla, com o arranque dos bacelos americailos e a sua substituição pelas castas tradicionais. A isto acresce a reformulação da rotulagem do vinho de acordo com os padrões europeus e norte-americanos. Hoje, o viilho Madeira é evocado em dois museus: o do Instituto cle Vinho da Nlaclcira, ina~iguradoem 18 de Setembro de 1984, na sede do mesmo instituto, e o da Madeira Wine Conlpany. Ein aml~os,o visitante pode recordar o passado da faina vitivinícola através de fotografias e ol~jectosa ela alusivos. No segundo, o interesse do visitante é suscitado pelos painéis pintados na sala de provas por Max Roiner e o arquivo da documentação das clivcrsas empresas familiares que se integraram

a 22 de Abril de 1988, sob os auspícios do Instituto do Vinho da Madeira, sendo Caricelário-mor o Dr. Aberto João Jardim, Presidente do Goverrio Regional da Madeira. No presente, conta com cerca de uma centena de associados, oriundos das mais diversas áreas da vida política e económica da região. Todos os anos, pelo São Martinho, os confrades reúnem-se para degustar o vinho novo e honrar e defender o prestígio do velho. Tudo isto vai ao encontro da mais valia que é hoje o vinho Madeira na economia da ilha. A tradição histórica testemunha a sua evolutiva afirmação e o insistente interesse dos seus apreciadores num cálice deste rubinéctar cada vez mais apurado. Perante tudo isto, o vinho Madeira continuará a ser um referencial destacado da ilha, do seu passado e do seu presente, firmando-se como um recurso destacado nos contextos da economia local e da sua afirmação no mundo. O vinho firmou-se, assim, como uma das dominantes do quotidiano e da história da ilha.

8. Bibliografia caniiavial, C:onde de, 1889, Os vililios ela i\lciduiin e srrr c/csrréclilnpelu ~ l i f i 1h'rn~o ~ . ..., F~tiichai - 1882 Urme ~rolirinrr111rro tintavirrito c10 vii1lro pple~cciloi; Iiiiicliiil. 1892 Noriric~s o h o r~inhoCn~iiinvial,cIi6pstiu0, nnliv~/~/ire~, 1rrr~clid7iei1, crlit~iciilirir~, Riticliiil. - 1900 Os lil*; glrin«s rlr lrnlrriri~~ilo clos viiihor cln ~Llncl~irn hiiclid. -

Reis Gomes,Joãi) clos, 1937, O 71iizlior11 i\Iorleirer. Coi~rusrjlipl,nra i1111 nérlcii; Fuiicli~. Sousa, A. Teixrífii, 1958, Su6,sklio/1flrao e.rtrtcIu h s carlas rlo vi?ilio dn i\in~leiio. Vieira, Allicrto, 1900 ( I * ed,), 1991, Bm~idtiocln l'iriha e (10 I'inliu da iblarl~ira,Poiiia Ddgdd;i. - lL193 Histúrin elo viiihu d c ~n/lntlrirci. LJc~riiinentusc f~xlas, Funcli;il.

FOTOGRAFIAS Henry Vizeteiiy fig. 9 R/Iigucl Pcrestrelo lig. 2, 7, 11, 12, 13. WIuseu de Photograpliia Vicentcs fiç. 14, 17, 22, 23, 24, 27.

A REGIAO AUTÓNÓMA DA MADEIRA NA E X P 0 ' 9 8 Monografias 1. 2. 3. 4.

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A Autonomia - Aberto João Jarclim Geografia e Descobriinento - liui Caiita O Açúcar - Ail>crtoVieira O Vinlio - Uberto Vieira O Turismo . Elcmentos para a sua História - Iolaiida Silva A Diáspora - Rui Carita Memória e Arte - Fraiiciscn Clode As Plantas - Raiinuiido Q~~iiital Os Mares - Maniiel Biscoito e Aritóriio Dorriiiigos /\breu Festas e Tradições - Associaqão Xarabnncla e Jorge Torres A Economia - Sílvio S a ~ i ~ o s Inovação e Tecnologia - Perlro Vciitura Desporto e Lazer - Fernarido Ferrcira Escritores - Viajantes - Margarida Falcão O Ensino - Uiiiversiclade da I\/lacleira

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- 1998.

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