UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
TRABALHO DE GRADUAÇÃO: ANÁLISE DE INVESTIMENTO EM UMA PROPRIEDADE RURAL DO INTERIOR DO ESTADO DE SÃO PAULO: PECUÁRIA DE CORTE VERSUS ARRENDAMENTO DE TERRA PARA CANA-DE-AÇÚCAR.
André Marcelino de Souza Consoni Orientador: Prof.º Dr. Hildo Meirelles de Souza Filho
Trabalho de conclusão de curso apresentado à UFSCar - Universidade Federal de São Carlos, como parte dos requisitos para a obtenção do grau de Engenheiro de Produção, ênfase Agroindustrial.
SÃO CARLOS 2º Semestre/2007
ÍNDICE
1.
INTRODUÇÃO __________________________________ ERROR! BOOKMARK NOT DEFINED. 1.1
2
MERCADOS DE GADO BOVINO E DE CANA-DE-AÇÚCAR __________________________ 4 2.1 2.2
3
OBJETIVOS __________________________________________________________________ 4
PECUÁRIA DE CORTE BOVINO ___________________________________________________ 5 CANA-DE-AÇÚCAR ____________________________________________________________ 8
METODOLOGIA _______________________________________________________________ 11 3.1 3.2 3.3 3.5 3.5.1 3.6
PROJETO ___________________________________________________________________ PARTES COMPONENTES DO PROJETO ____________________________________________ FLUXO DE CAIXA ____________________________________________________________ TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR) _____________________________________________ Taxa Interna de Retorno Incremental (TIRinc) __________________________________ VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL) ______________________________________________
11 12 14 16 17 18
4
COLETA DE DADOS ____________________________________________________________ 18
5
AVALIAÇÃO ECONÔMICA DOS PROJETOS ______________________________________ 19 5.1 5.2 5.3 5.3.1 5.3.2 5.4 5.4.1 5.4.2 5.4.3 5.5 5.6
CARACTERÍSTICAS DA REGIÃO E DA PROPRIEDADE ________________________________ DESCRIÇÃO TÉCNICA DA PECUÁRIA _____________________________________________ DESCRIÇÃO DAS ENTRADAS DO FLUXO DE CAIXA DE RECRIA BOVINA__________________ Descrição das Saídas do Fluxo de Caixa de Recria Bovina ________________________ Análise de Viabilidade para o Cenário de Recria Bovina com Preços Correntes________ DESCRIÇÃO TÉCNICA DO ARRENDAMENTO DE CANA _______________________________ Descrição das Entradas do Fluxo de Caixa: Arrendamento da Terra ________________ Descrição das Saídas do Fluxo de Caixa: Arrendamento da Terra __________________ Análise de Viabilidade para o Cenário de Arrendamento da Terra __________________ DESCRIÇÃO TÉCNICA DO PROJETO DIVERSIFICADO ________________________________ CENÁRIOS ALTERNATIVOS ____________________________________________________
20 21 22 22 25 28 28 29 29 31 37
6
CONSIDERAÇÕES FINAIS_______________________________________________________ 40
7
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA.________________________________________________ 42
8
APÊNDICE A –FLUXOS DE CAIXA ALTERNATIVOS_______________________________ 45
9
ANEXO I – COEFICIENTES TÉCNICOS DA PECUÁRIA_____________________________ 48
1. Introdução Segundo o Engenheiro e Pecuarista Nelson Pineda, 2007, o biocombustível vive um momento de grande crescimento e otimismo, em especial, o setor sucroalcooleiro devido ao grande investimento externo, novas instalações de processamento e ampliações, aumento nas vendas de carros bicombustíveis, políticas de substituição do uso do petróleo e diminuição dos impactos causados à poluição atmosfera além das tecnologias utilizadas na produção de etanol. Com a perspectiva de que os investimentos estrangeiros vão aumentar consideravelmente nos próximos anos, muitos fazendeiros já pensam em trocar o gado pela cana-de-açúcar, num movimento sem paralelos que pode ter reflexos irreparáveis ao setor pecuarista, sobretudo no interior do Estado de São Paulo. Apesar do avanço da cana-de-açúcar sobre as outras culturas, o empresário do campo não pode ficar refém da produção de etanol. Se os esforços forem canalizados apenas para a produção da cana-de-açúcar, isto poderia ser considerado um retrocesso, ou seja, dependência da monocultura de atividade. A disposição dos administradores públicos em incentivar a implantação de novas usinas de beneficiamento de cana é compreensível, mas não se pode admitir que o entusiasmo em torno do “ouro verde” prejudique o desenvolvimento de setores que também possuem peso inegável na balança comercial, como a pecuária. Com relação à carne bovina, nos últimos dez anos, a exportação deu um grande salto o que permitiu o Brasil alcançar o topo do ranking mundial e as taxas de crescimento são bastante expressivas. Contudo, o estímulo governamental ao setor ficou aquém do esperado, uma vez que os produtores registraram aumento do custo efetivo de produção de 31% e um acúmulo de perdas que levou os preços da mercadoria ao menor patamar dos últimos 50 anos. Considerando que apenas seis países serão expressivos na produção de carne bovina (Brasil, Austrália, Canadá, Argentina, Índia e Nova Zelândia), não se pode desconsiderar a possibilidade de investimento em gado de corte justamente porque as previsões apontam para crescimento no consumo mundial e diminuição das áreas produtivas. Ao mesmo tempo em que o Brasil possui a vantagem competitiva da produção do “Boi Verde”, o Brasil também sofre dificuldades principalmente para se adequar às exigências da União Européia quanto à rastreabilidade do gado, o que restringe de certa forma as possibilidades da atividade, e também sofre com a falta de integração entre elos
da cadeia de suprimento do gado de corte seja em relação às informações, negociações e interesses. Como conseqüência desta revolução da atividade rural o avanço da agro-energia sobre o pasto é considerado fato inevitável. Assim, o debate do momento é sobre “o que fazer” e “para onde ir”. A perspectiva de valorização geral da terra obriga o pecuarista a reavaliar seu modo de produzir e procurar estratégias para tecnificar e intensificar sua atividade. É neste momento em que decisões sobre o que, por que, quanto, quando produzir se tornam complicadas e exigem estudo e análise de projetos de investimento. Dentre as possibilidades, como seria possível planejar a produção em uma propriedade rural para que esta seja próxima do ideal? Qual a melhor estratégia para um empresário rural em um horizonte de planejamento? 1.1 Objetivos Verificar a viabilidade econômica de uma propriedade rural de aproximadamente 700 hectares no interior do Estado de São Paulo, próxima a cidade de Ribeirão Preto. Para tanto, é necessário verificar a viabilidade econômica da recria de boi comparando com as possibilidades existentes em arrendamento da terra para usinas processadoras de cana-deaçúcar da região. A partir daí, construir cenários de comparação evidenciando variações nos principais fatores influenciadores de rentabilidade e suas conseqüências. 2
Mercados de Gado Bovino e de Cana-de-açúcar A análise de mercado consiste no levantamento de dados e informações entre os dois
setores, sucroalcooleiro e pecuária de corte, a fim de conhecê-los. As constatações referentes aos dois mercados poderão influenciar diretamente e/ou indiretamente as tomadas de decisão dos projetos e cenários. Assim sendo, esta etapa é muito importante e deve ser elaborada minuciosamente de modo que contenha as seguintes abordagens: •
Mercado interno e externo: oferta e demanda
•
Histórico de preços
•
Estimativas de mercado
•
Funcionamento da cadeia produtiva
•
Entraves e oportunidades da atividade
2.1 Pecuária de Corte Bovino Primeiramente, cabe ressaltar que as informações estatísticas disponíveis sobre o produto carne bovina podem ser extremamente díspares entre as diversas fontes de dados, apresentando confiabilidade discutível, uma vez que há dificuldade operacional desses levantamentos devido à sonegação de informação e a existência de abate e comercialização clandestinos. A tabela 1, a seguir, mostra a evolução de carne bovina em âmbito mundial entre 1999 e 2004. Nela, é possível observar que os principais produtores mundiais são Estados Unidos, Brasil, União Européia (15 países) e China, que juntos correspondem a mais de 65% da produção mundial. Observa-se, ainda, que o crescimento da produção mundial no período foi pouco expressivo da ordem de 0,2%. Contudo, este crescimento não foi uniforme entre os países. O Brasil, por sua vez, apresentou crescimento expressivo no período analisado de aproximadamente 17,5%. Tabela 1: Evolução da produção de carne bovina mundial (milhões de toneladas métricas equivalente carcaça).
Fonte: USDA – United States Department of Agriculture (2004). 2
-Índia inclui búfalos. *preliminares **previsão.
Segundo o IBGE, a distribuição da produção está concentrada, principalmente, no Centro-Oeste e Sudeste; juntos são responsáveis por mais de 55% da produção nacional: Tabela 2: Distribuição por regiões da Produção de carne bovina brasileira, dados de 2003. Região Distribuição Nordeste 13,3% Norte 14,4% Sul 15,5% Sudeste 21,7% Centro-oeste 35,1% Fonte: IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Apenas para efeito de observação, o Brasil exporta, hoje, para mais de 104 países, quando em 2002 exportava para 80 países. Para YASSU (2004), o avanço da exportação se deve aos ganhos da pecuária em melhoramento genético, ganhos de produtividade, redução da idade ao abate e também ao reconhecimento do status sanitário brasileiro por muitos países. Com relação ao consumo nacional da carne bovina, percebe-se uma ligeira existência de excedente de produção até 2003/04, explicitado na tabela 3: Tabela 3: Evolução da produção e consumo de carne bovina no Brasil (milhões de toneladas equivalente carcaça).
Fonte: Estados Unidos (2004).
Do total de bovinos abatidos pesquisado até setembro de 2003 pelo IBGE, 8,37 milhões de cabeças eram bois (machos com mais de 4 anos), 4,9 milhões de cabeças de vacas (acima de 4 anos), 2,39 milhões de cabeças de novilhos (machos e fêmeas com menos de 4 anos) e uma pequena parcela de vitelos (com menos de 12 meses). Ao comparar com o mesmo período equivalente a 2002, o volume de bois abatidos caiu 1,3%, novilhos 6,5% mas o volume de abate de vacas cresceu 48,6%. PITOMBO, 2004, afirma que não houve repasse aos produtores dos ganhos advindos da exportação, que juntamente com a baixa evolução dos preços da arroba aos produtores, levaram o pecuarista partir para a agricultura buscando aumentar seus rendimentos: os ganhos atuais da soja e da cana vêm fazendo a agricultura avançar sobre as pastagens, o que está conduzindo a um abate de matrizes elevado.
Pelo levantamento da Scot Consultoria – boletim 2890 de 9 de novembro de 2007, o preço do boi gordo em São Paulo, em valores nominais, é o mais alto desde julho de 1994, quando se iniciou o Plano Real. Caracteriza-se, portanto, como um momento de recuperação dos preços como conseqüência da retração da oferta observada nos últimos anos. A tendência é que o mercado siga firme até que a oferta volte a aumentar, perfazendo um comportamento cíclico. A figura 1 mostra a evolução do preço da arroba do boi desde abriu de 1996 a outubro de 2007. Nota-se que houve tendência de aumento ao longo dos dez anos analisados, porém analisando apenas os últimos cinco anos o preço manteve-se estagnado com grande queda entre outubro de 2004 a outubro de 2006. Foi neste momento em que ocorreu abate em grandes proporções nas matrizes o que contribuiu para explicar a valorização em 2007 por diminuição na oferta.
Figura 1: evolução dos preços à vista médios internos do boi no Brasil, em R$/@. Fonte: Scot Consultoria (2007).
Também foi apurado pelo site do Jornal Folha de São Paulo, edição de 12/novembro de 2007, que o preço da carne bovina atingiu o maior valor nesta década. Os preços subiram 35% e este aumento é explicado pelo crescente consumo sobre a oferta juntamente com a atual seca prolongada da pecuária nacional. Segundo o site BeefPoint 2004, um dos maiores desafios a ser enfrentado pelo SAG bovino brasileiro, é a integração da cadeia produtiva, encontrando o equilíbrio entre os interesses de seus diferentes elos. O ganho em escala, neste setor, é muito importante para viabilizar a produção, pois o custo fixo para iniciar a atividade exige quantidade bastante expressiva de recursos e o
mercado consumidor está cada vez mais exigente quanto à qualidade do animal. Logicamente, a adequação às exigências dos consumidores internos e externos eleva ainda mais os custos de produção além das baixas margens recebidas pelo criador já que o custo de aquisição (compra de animais para a engorda) é alto. 2.2 Cana-de-açúcar O cenário da produção de cana-de-açúcar, no Brasil, está em crescimento de acordo com a tabela 4: Tabela 4: Produção de cana-de-açúcar no Estado de São Paulo e no Brasil nas safras de 1998 a 2006. Produção de Cana (toneladas) Outros Safra São Paulo Estados Total 98/99 199.313.949 115.350.238 314.664.187 99/00 194.234.474 106.179.485 300.413.959 00/01 148.256.436 108.133.947 256.390.383 01/02 176.574.250 115.349.680 291.923.930 02/03 190.627.892 128.383.142 319.011.034 03/04 207.572.535 151.219.751 358.792.286 04/05 229.768.505 154.997.361 384.765.866 05/06 242.828.824 143.755.563 386.584.387 Fonte: ÚNICA.
É evidente a expressividade do Estado de São Paulo na produção de cana, pois sozinho produz mais de 50% da produção nacional. A área plantada não é a única responsável pelo crescimento de produção, o aumento de produtividade também foi um grande fator. De acordo com o Instituto Nacional de Eficiência Energética (INEE), a produtividade no Estado de São Paulo cresceu de 70 para 78t/ha entre 1980-97, aumento de 12%, enquanto que no Brasil cresceu de 58 para 68t/ha, aumento de 18%, no mesmo período. De acordo com o estudo realizado através do envio de questionários em janeiro/2007 pela associação civil CONSECANA - Conselho de Produtores de Cana, Açúcar e Álcool de São Paulo, houve um aumento na satisfação do produtor com relação ao preço da tonelada de cana entre as safras de 2005/06 e 2006/07. A maioria dos produtores, cerca de 52%, pretendem ampliar a lavoura. Destes, 43% afirmam que irão ampliar até 20% da área atual. Segundo o setor industrial, o crescimento da área destinada à produção de cana pelas indústrias de álcool e açúcar será de 50%. O estudo também revelou que 54% das novas áreas de plantio ocorrerão em áreas de pastagens e apenas 25% em áreas de grãos.
O setor está otimista para os próximos anos: o jornal “O Estado de São Paulo” (28/03/2007) publicou que o valor da terra arrendada para cana era de R$428 chegando até R$1.141/hectare ano, o maior valor registrado pelo IEA (Instituto de Economia Agrícola). O preço médio da terra obteve aumento de 17,22% ao ano devido a grande procura por terras com potencial de produção de cana.
O preço da cana-de-açúcar não é mais determinado pelo governo desde a safra 1998/99. Diante disso, surgiram entidades com o intuito de organizar o setor que se encontrava durante décadas sob a intervenção estatal. No Estado de São Paulo, constituiu-se um grupo formado por representantes dos produtores de cana, representados pela Organização de Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil (ORPLANA), e industriais, representados pela União da Agroindústria do Açúcar e do Álcool do Estado de São Paulo (UNICA), com o objetivo de desenvolver um novo sistema para a remuneração da cana-de-açúcar. Assim surgiu o CONSECANA para implementar a nova sistemática. O modelo atual de pagamento de cana é denominado Sistema de Remuneração da Tonelada de Cana pela Qualidade. E considera, para efeito de determinação do valor da tonelada da cana-de-açúcar, a quantidade de Açúcar Total Recuperável (ATR), contida na matéria-prima entregue na unidade de processamento, e o preço do quilograma do ATR. O preço do quilograma do ATR é determinado em função do preço do açúcar, nos mercados interno estadual (branco) e externo (branco e VHP), do preço do álcool anidro e hidratado (carburante e industrial, nos mercados interno estadual e externo), livre de impostos ou frete, do mix de produção de cada unidade industrial, ou seja, a quantidade produzida de açúcar e álcool, e da participação da matéria-prima nos custos de produção do açúcar e do álcool. No início do ano-safra, o CONSECANA divulga o mix de produção para o Estado de São Paulo. Este será utilizado no cálculo do preço mensal estimado do quilograma do ATR, juntamente com os preços dos produtos finais praticados no mercado e a participação percentual da matéria-prima nos custos de produção. Na figura 2, a seguir, nota-se uma tendência de aumento nos preços pagos aos produtores pela tonelada de cana entre as safras dos últimos anos mesmo apresentando grandes variações na quantidade média de ATR/t.
Figura 2. Quantidade média de ATR/tonelada de cana e preços médios da cana-de-açúcar em R$/tonelada, 1999/00 a 2004/05. Fonte: ORPLANA
A quantidade de sacarose contida na cana, medida pela quantidade de ATR, apresentou queda de 3,5% em relação à safra anterior (03/04). Entretanto, o preço da tonelada da cana aumentou em virtude dos bons preços alcançados pelos produtos finais nos últimos meses. A pressão dos produtores por melhores preços aumentou em razão do bom momento vivido pelo setor. A demanda por álcool vem crescendo desde o lançamento, em 2002, dos veículos bicombustíveis. A venda de carros movidos a álcool e/ou bi combustível passou de 10.942 unidades, em 1999, para 379.328 em 2004, segundo a Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA). A demanda externa pelos veículos cresce a cada ano em virtude da necessidade de reduzir a emissão de poluentes na atmosfera, de tal forma que o Brasil exportou 2,4 bilhões de litros de álcool em 2004, com crescimento superior a 200%. Outro fator importante foi a vitória brasileira contra os subsídios europeus ao açúcar na Organização Mundial do Comércio (OMC). Pela visão de Plínio Nastari (out/2007), presidente da consultoria Datagro, mesmo com o forte recuo do açúcar no mercado internacional nos últimos meses, os investimentos no setor sucroalcooleiro no Brasil continuarão firmes ao longo de 2007, estimulados pela boa demanda do álcool nos mercados interno e externo.
Se confirmada a previsão mais pessimista, ainda assim a atividade sucroalcooleira do Brasil deverá registrar rentabilidade, uma vez que seus custos de produção ficam em torno de 10,3 centavos de dólar, segundo levantamentos da consultoria Datagro. A grande incógnita para a próxima safra, a 2007/08, é saber o tamanho da produção brasileira. O consenso geral é de que a safra de cana seja maior, superior às 420 milhões de toneladas de cana previstas para o Brasil em 2006/07. A maior produção de açúcar no mercado internacional tem pressionado os preços da commodity nas bolsas. Outro fator negativo é a queda dos preços do petróleo, que influencia diretamente o etanol, e pressiona as cotações do açúcar. 3
Metodologia A Metodologia será baseada em conceitos de análise de investimentos e, a partir
destes, elaborar simulações e cenários, comparando-se seus respectivos resultados. Segundo BREALEY e MYERS (1992:73) são quatro as ações básicas para o gestor decidir sobre determinado investimento: 1. Prever os fluxos de caixa futuros; 2. Identificar o custo de oportunidade do capital investido que deve refletir o valor do dinheiro no tempo e o risco envolvido no projeto; 3. Utilizar este custo para atualizar os fluxos futuros e somá-los (identificação do valor presente); 4. Calcular o valor presente líquido – VPL – subtraindo-se do valor presente o investimento inicial necessário. 3.1 Projeto O projeto pode ser definido como um conjunto sistemático de informações que serve de base para a tomada de decisões relativas à alocação de uma certa quantidade de recursos. A elaboração de um projeto constitui em uma técnica de análise, cujo objetivo é indicar quais os resultados podem ser obtidos pela aplicação de um montante de recursos em diferentes usos alternativos (POMERANZ, 1986). Segundo AIDAR, 1995, projeto de investimento de capital pode ser definido como atividade produtiva de vida limitada, o qual implica na imobilização de recursos financeiros na forma de bens de produção, em determinado momento, na expectativa de gerar recursos futuros oriundos da produção. Trata-se de uma previsão de desembolsos a
serem feitos e receitas a serem geradas, ao longo de um horizonte pré-definido de tempo, em determinada atividade. O horizonte de planejamento, determinação prévia do número de períodos de projeção, é um fator importante na elaboração de projetos. Um horizonte muito longo pode ser inconveniente, pois a confiabilidade das projeções será cada vez menor à medida que se afasta do instante inicial de projeção. Por outro lado, um horizonte curto pode prejudicar a análise de um projeto cuja maturação é mais demorada. È necessário estabelecer então uma solução de compromisso baseada no bom senso e nos indicadores disponíveis. As principais características dos projetos são: !
Temporários: possui início e fim definidos;
!
Necessita planejamento, execução e controle;
!
Desenvolvidos em etapas e continuam por incremento com uma elaboração
progressiva; !
Possuem recursos limitados; Existem vários métodos de projeto, mas todos seguem uma estrutura básica: 1. Observação e análise: Definição do problema, pesquisa, definição de objetivos e
restrições; 2. Planejar e projetar: geração de opções de projeto, escolha de opção de projeto, desenvolvimento, aprimoramento, detalhamento; 3. Construir e executar: protótipo, produção. 3.2 Partes Componentes do Projeto Um projeto pode ser dividido em três partes componentes: dimensionamento, estudos técnicos e análise econômica. •
Dimensionamento
O dimensionamento do projeto constitui o ponto inicial para a definição das alternativas de realização do investimento. No caso de empreendimentos que se destinam a produção de bens materiais ou serviços comercializáveis, a tarefa de dimensionamento se confunde com estudos de mercado e envolve um levantamento prospectivo da demanda e da oferta, a fim de se identificar suas potencialidades.
De acordo com WOILER & FRANCO MATHIAS, 1996, a capacidade de produção varia de conceito segundo os pontos de vista técnico e econômico. Do ponto de vista técnico a capacidade de produção define as dimensões. Já do ponto de vista econômico, o nível de produção seria o responsável; este corresponderia ao custo unitário médio de produção buscando sua minimização. Em outras palavras, o ponto de vista economico leva em consideração os custos de oportunidade dos fatores envolvidos. Apesar de menos precisos dados como número de funcionários, faturamento, valor do patrimônio líquido, quantidade de matéria-prima necessária possuem a vantagem de fácil compreensão e obtenção e, muitas vezes, podem ser os únicos disponíveis para determinar o dimensionamento do projeto. •
Estudos Técnicos
Os estudos técnicos são elementos relativos à engenharia do projeto: tecnologia, tamanho e localização. É de uma definição correta das alternativas técnicas, dado o dimensionamento do projeto, que decorrerão as estimativas de retorno do investimento. A importância do estudo técnico pode ser exemplificada pela definição da tecnologia a ser utilizada, localização, rendimento do processo e etc. A realização do estudo técnico de forma inadequada pode comprometer seriamente a rentabilidade do projeto, seja por aumento dos custos de produção, seja por ajustes feitos posteriormente. •
Análise Econômica
Os estudos econômicos e financeiros envolvem os cálculos sobre a eficiência econômica do projeto e sobre seu financiamento. O que se faz é analisar os resultados que podem ser obtidos em cada uma das alternativas de concepção do projeto apresentadas, através de índices econômicos apropriados, segundo o critério adotado para análise. Tratase também de analisar as fontes alternativas de recursos para financiamento do projeto, através de indicadores financeiros adequados (POMERANZ, 1986). Outro fator importante na elaboração de projetos é o horizonte do projeto, que é a determinação prévia do número de períodos de projeção. Um primeiro critério é fixar o horizonte do projeto em função da vida útil média do processo. Outro critério é adotar o conceito de depreciação fiscal, que fixa o período de depreciação dos equipamentos. Finalmente, pode ser interessante fazer a projeção pelo menos até que todos os empréstimos sejam devolvidos, ou em função da obsolescência técnica do processo e /ou
do produto. Como estes prazos não coincidem, será necessário adotar um compromisso entre os mesmos, levando-se em conta a influência do horizonte na análise. As partes componentes de um projeto podem ser esquematizadas em um fluxograma representado pela figura 3:
Estudos Econômicos
Estudos Técnicos
Dimensionamento do Projeto
Fluxograma Partes Componente de Projeto Análise da Demanda
Análise da Oferta
Dimensionamento do Projeto
Possibilidades Tecnológicas
Definição do Tamanho
Localização
Concepção das Atividades
Estimativa de Custos
Estimativa de Ganhos
Avaliação Final
Figura 3: Fluxograma Partes Componentes de Projeto Fonte: Pomeranz, 1986.
3.3 Fluxo de Caixa O fluxo de caixa nada mais é do que uma projeção, para um determinado período de tempo, das entradas e saídas dos recursos financeiros do projeto. Pode-se resumir “entradas” como a soma de alguns itens presentes na análise financeira (lucro antes do imposto, depreciação e valor residual). Já as “saídas” são considerados os recursos próprios (capital próprio, investimento, patrimônio líquido,
amortizações e impostos. Portanto, o fluxo de caixa se dá com a diferença entre a somatória de entradas e a somatória de saídas. Como exemplo resumido da estrutura de um fluxo de caixa, observa-se o quadro 1, a seguir: Quadro 1: Esquema simplificado de fluxo de caixa.
Período de Planejamento ENTRADAS • Receita antes do imposto de renda • Depreciação
Capital de giro
• Valor Residual.
Próprio Do ativo fixo
TOTAL DAS ENTRADAS # (I) SAÍDAS Capital próprio. • Recursos próprios.
Investimento no projeto Patrimônio Líquido.
• Amortizações financeiras • Imposto de renda TOTAL DE SAÍDAS # (II) (I – II) # (Lucro Líquido) Fonte: WOILER, S.; MATHIAS, W.F., 1996.
3.4 Taxa Mínima de Atratividade (TMA)
A Taxa Mínima de Atratividade (TMA) é uma taxa de retorno que representa o mínimo que um investidor se propõe a ganhar quando faz um investimento, ou o máximo que um tomador de dinheiro se propõe a pagar quando faz um financiamento, ou seja, é o custo de oportunidade de capital, expresso sob a forma de taxa de juros. A taxa mínima é utilizada no cálculo e nos processos comparativos dos fluxos de caixa gerados pelas alternativas de investimento existentes, permitindo com base na sua utilização, a determinação da melhor alternativa de investimento.
A determinação da TMA não é tarefa fácil de ser realizada, uma vez que não existe uma única forma para se definir qual é a remuneração mínima a ser aceita para dado investimento. Abaixo temos alguns aspectos que influenciam esta decisão: •
Disponibilidade de recursos;
•
Custos dos recursos;
•
Taxa de juros paga no mercado por grandes bancos ou por títulos
governamentais, para o montante de dinheiro envolvido; •
Horizonte de planejamento do projeto;
•
Oportunidades estratégicas que o investimento pode oferecer;
•
Aversão ou propensão ao risco que o investidor possa ter.
Portanto, A TMA é considerada pessoal e intransferível, pois a propensão ao risco varia de pessoa para pessoa, ou ainda a TMA pode variar durante o tempo. Assim, não existe algoritmo ou fórmula matemática para calcular a TMA. 3.5 Taxa Interna de Retorno (TIR) Nogueira, 2001, define a Taxa Interna de Retorno como a taxa de juros que torna uma série de recebimentos e desembolsos equivalentes na data presente. Em outras palavras, é o percentual de retorno obtido sobre o saldo investido e ainda não recuperado em um projeto de investimento. Matematicamente, pode-se dizer que a TIR é a taxa que torna o valor presente líquido igual a zero. De acordo com o Dicionário de Gestão, a TIR representa uma taxa que se utilizada como taxa de desconto. A partir do momento em que a rentabilidade dos projetos de investimento seja conhecida, o critério de decisão sobre o investimento consiste simplesmente em aceitar os que apresentam uma TIR superior ao custo de financiamento. !
Se TIR > TMA; o investimento é economicamente atrativo. Entre vários
investimentos, o melhor será aquele que tiver a maior TIR. !
Se TIR = TMA; situação economicamente indiferente.
!
Se TIR < TMA; o investimento não é economicamente atrativo, pois seu retorno
é superado pelo retorno de um investimento sem risco. A fórmula para TIR é:
0 = FC0 + FC1 + FC2 + ... + FCn (1 + i)1 (1 + i)2
(1 + i) n
Dentre todos os indicadores mais utilizados a TIR é aquele que, ao primeiro exame, aparenta apresentar as menores limitações. Isso se deve, possivelmente, a independência de informações exógenas ao projeto para a sua obtenção. Em particular, não depende da definição a priori de um custo de oportunidade do capital para sua elaboração, como ocorre nos casos dos outros indicadores considerados. Todavia, essa vantagem é apenas aparente, pois a TIR somente será um indicador consistente, em uma situação em que um investidor que dispuser de um capital para aplicação de um certo valor, tendo como alternativas de investimento projetos mutuamente exclusivos, não puder aplicar o valor residual de seu capital inicial após o investimento no projeto escolhido, o que é uma situação bem pouco realista. Em alguns casos, os resultados da aplicação do critério TIR são absolutamente incoerentes. 3.5.1 Taxa Interna de Retorno Incremental (TIRinc) A decisão entre projetos mutuamente excludentes – existência de várias alternativas onde só poderá existir uma – com diferentes escalas de investimento e/ou geração de diferentes padrões de fluxo ao longo do tempo gera a necessidade de analisar a TIR do fluxo de caixa incremental para não ser induzido ao erro de escolher o projeto que apresente a TIR maior, mas que gere menos riqueza. O investidor pode ser levado à hierarquização errada de projetos que se diferenciam pela sua vida útil ou pela dimensão do investimento exigido (escalas diferentes). O fluxo incremental reside na construção de um novo fluxo baseado na diferença entre os dois projetos - diferença de investimento e dos fluxos gerados -, para depois calcular a TIR. Se esta nova TIR for superior ao custo de oportunidade, então deverá ser aceito o investimento de maior escala. Entretanto, para proceder à análise incremental deve-se certificar de que as propostas tenham TIR maior que a TMA.
3.6 Valor Presente Líquido (VPL) O valor presente líquido (VPL) ou método do valor atual é a fórmula matemáticofinanceira de se determinar o valor presente de pagamentos futuros descontados a uma taxa de juros apropriada, menos o custo do investimento inicial. O conceito de valor do dinheiro no tempo deve ser considerado devido ao custo de oportunidade do Capital, ou seja, o VPL de um projeto de investimento é igual ao valor presente de suas entradas de caixa menos o valor presente de suas saídas de caixa. Para cálculo do valor presente das entradas e saídas de caixa é utilizado a TMA como taxa de desconto. Existem três diferentes possibilidades de resultado de VPL em um projeto de investimento: !
VPL > 0; significa que o investimento é economicamente atrativo, pois o valor
presente das entradas de caixa é maior do que o valor presente das saídas de caixa. Entre vários projetos de investimento, o mais atrativo é aquele que tiver maior VPL. !
VPL = 0; o investimento é indiferente.
!
VPL < 0; indica que o investimento não é economicamente atrativo porque a
alternativa de não exercer o investimento é melhor economicamente. O Valor Presente Líquido para fluxos de caixa uniformes, pode ser calculado através da seguinte fórmula: VPL = FC0 + FCt + FCt+1 + ... + FCn (1 + i)t (1 + i)t+1
(1 + i) n
Onde, t é a quantidade de tempo (geralmente em anos) que o dinheiro foi investido no projeto, n a duração total do projeto, i o custo do capital (TMA) e FC o fluxo de caixa naquele período. VPL também está relacionado à função TIR (taxa interna de retorno). TIR é a taxa para qual VPL é igual a zero: VPL(TIR(...); ...)=0 4 Coleta de Dados Os dados necessários para os cálculos de viabilidade econômica são em sua maioria preços de insumos (compra do boi magro, formação de pastagens e forrageira, tratores e implementos, mão-de-obra, custos operacionais, comissões, impostos e etc.) que serão
utilizados como saídas no fluxo de caixa. Os Preços de venda do boi gordo para leilão e para frigorífico serão essenciais para calcular as entradas do fluxo de caixa bem como o valor residual das instalações e equipamentos. A grande maioria dos dados será coletada através de consulta ao Sindicato Rural de Ipuã, ao proprietário, à cooperativa de produtores e pesquisa em sites da Internet. Para os preços de compra e venda do gado, a base será o preço pago na região de acordo com a média de preços dos últimos anos. A partir destas informações, é possível desenvolver projetos e seus respectivos cenários a fim de encontrar a viabilidade econômica do empreendimento. 5 Avaliação Econômica dos Projetos Neste tópico, será desenvolvida toda a contextualização das possibilidades de investimento (características da propriedade favoráveis ao empreendimento, descrições técnicas, dados quantitativos e qualitativos pesquisados e análises de resultados) a fim de embasar conclusões que possam definir qual projeto será o melhor economicamente. Também serão desenvolvidas análises de sensibilidade. Estas análises pressupõem a escolha de variáveis significativas do empreendimento que podem ser: 1. Receitas # é importante identificar fatores que influenciam neste resultado como a participação no mercado, tamanho do mercado e preço do produto ou serviço. 2. Custos Variáveis # estes custos oscilam conforme a variação da quantidade produzida, sendo comum supor que são proporcionais a este volume. 3. Custos Fixos # independem do volume de produção ou serviço prestado, sendo fixos apenas por um período pré-determinado. 4. Investimento # o volume de recursos a ser aplicado no projeto. 5. Custo de Capital # o custo de oportunidade do investimento. A análise de sensibilidade será estruturada pela construção de cenários “MOP” (mais provável ou corrente, otimista e pessimista) estará disponível no apêndice A. FONSECA, 2003, afirma que a principal deficiência desta análise consiste no tratamento isolado das variáveis, quando muitas poderão atuar de formas interdependentes.
5.1 Características da Região e da Propriedade A propriedade está localizada no município de Ipuã, norte do Estado de São Paulo, próximo a Orlândia. Segundo a definição de dezembro/2005 dada pelo INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), a região é caracterizada por propriedades rurais de médio porte, entre 80 a 300 hectares, e grande porte, acima de 300 hectares. Tais propriedades possuem vocação para cultivo da soja, milho, sorgo além da canade-açúcar devido ao clima favorável às culturas, solo fértil do tipo terra roxa e presença de usinas processadoras na região (vantagem logística) e pecuária bovina, haja visto que existem frigoríficos com grande capacidade de abate além da freqüente ocorrência de leilões.
Propriedade Rural
Figura 4: Localização geográfica da propriedade estudada.
Especificamente sobre a propriedade estudada,
esta possui as seguintes
características: 1. Propriedade de grande porte por possuir aproximadamente 700 hectares em área aproveitável para agricultura ou pecuária. É necessário acrescentar que esta área foi estipulada apenas para estudo, não correspondendo com a realidade, pois assim confere efeito de ganhos em escala, essencial para que haja relevância na atividade de recria bovina. 2. Não há grandes problemas com relação a fontes de abastecimento hídrico. 3. A produtividade média (densidade de animais) gira em torno de 2,78 cabeças/hectare.
4. O relevo é inclinado, porém não impede a utilização de máquinas e implementos. 5. O clima é caracterizado por um período chuvoso entre outubro a março e secas no inverno. 6. Experiências anteriores com pecuária de corte bovina foram realizadas com pastos divididos proporcionando a rotação de pastagens para melhor aproveitamento e conservação. O planejamento em forrageiras e silagem é necessário durante o período das secas 7. Existem dois potenciais frigoríficos compradores de grande porte em um raio de até 60 quilômetros. 5.2 Descrição Técnica da Pecuária Para elaboração do projeto, foi considerado como fonte principal de alimentação dos animais o próprio pasto, composto de capim elefante ou napier, durante o período em que o mesmo está em boas condições (período chuvoso). O manejo adequado das pastagens deve obrigatoriamente levar em conta dois aspectos: •
A obtenção de forragem em níveis elevados de qualidade e quantidade: tem-se
um consumo diário por cabeça de 27 quilogramas de forragem durante a seca. A complementação alimentar de forrageira e silagem é necessária durante o período seco com o intuito de evitar o emagrecimento do rebanho. •
A rotação de pastagens: os ganhos de rendimento das pastagens rotacionadas
são bastante superiores porque o capim consegue rápida recuperação caso não seja consumido até a raiz. O tempo para cada fase de rotação é bastante variável ao longo do ano devido ao crescimento físico dos animais, variedade de capim, clima, entre outros. A figura 5 mostra um esquema de manejo rotacionado:
Área de Reserva Área em Pastejo Área já Pastada
Figura 5: Esquema das fases de manejo rotacionado.
Outra questão importante é em relação ao índice de mortalidade dos animais durante o período econômico (compra em março e venda em outubro/novembro/dezembro). Este índice gira em torno de 1% dos animais, segundo o proprietário e será considerado nos cálculos do projeto. Embora a utilização de ração seja uma possibilidade para conseguir ganhos de produtividade em tempo e em densidade de animais, o produtor afirma que os custos atingem outro nível extrapolando os recursos disponíveis para investimento. 5.3 Descrição das Entradas do Fluxo de Caixa de Recria Bovina •
Venda em leilões: receita calculada através da venda selecionada das melhores
cabeças presentes no rebanho. Esta seleção corresponde a aproximadamente 20% dos animais e obtém preços melhores do que o restante destinado para frigoríficos. Segundo o proprietário da fazenda, deve-se evitar ao máximo “contaminar” o lote que vai a leilão com animais de baixo nível, pois este pode arruinar o preço negociado. •
Venda para frigoríficos: o restante da produção, cerca de 80% das cabeças, é
destinado para os frigoríficos quando o rebanho atingir rendimento médio da ordem de 17 a 19 arrobas. A receita será influenciada pelo preço da arroba vigente na região (cotação de Barretos). •
Venda Residual: ao final do ano 5, tem-se o valor residual da carreta (5% do
valor) e ao final do projeto, ano 10, tem-se o valor residual das instalações ±30% do valor inicial (casa de colono, escritório, barracão, cercas e porteiras, curral, balança, tronco, rede elétrica, caixa d’água, encanamento e etc.), o valor residual dos cochos e bomba d’água ±25% e do trator ±10%. Há também o valor residual de forrageira não utilizada ao final do ano dez, aproveitada para a venda às usinas com valor abaixo de mercado (aproximadamente R$ 20,00/tonelada). 5.3.1 Descrição das Saídas do Fluxo de Caixa de Recria Bovina •
Instalações: dentre as instalações necessárias, tem-se as casas de colono,
escritório, barracão, cercas e porteiras, curral, balança, tronco, rede elétrica, caixa d’água, bomba d’água, encanamentos, cocho concretado de alimentação localizado no pasto, cochos de sal, cochos de água, cocho de concreto localizado no curral e silo. É interessante
lembrar que todas as instalações são adquiridas no ano zero não havendo nenhum custo destas para os anos seguintes de projeto, exceto o custo de manutenção das instalações. A tabela 5, a seguir, resume a quantidade, os valores calculados e o total necessário para cada tipo de instalação. Tabela 5: detalhamento dos custos das instalações necessárias para o projeto de recria bovina. Intalações Casas de Colono Escritório (contíguo) Barracão Cerca e porteiras Curral Balança Tronco Rede Elétrica Caixa d'água Encanamento Bomba d'água Cocho de Alimentação Cocho Fixo Cocho d'água Cocho do curral Cocho de sal
Silo
Quantidade 6 1 1 1 1 1 1 1 3 1 1 1 1 8 1 10 1
Valor R$
2.800,00
R$
1.200,00
R$
30.000,00
R$
55.000,00
R$
15.000,00
R$
5.000,00
R$
6.000,00
R$
3.000,00
R$
5.000,00
R$
5.000,00
R$
5.500,00
R$
36.000,00
R$
8.000,00
R$
2.500,00
R$
12.000,00
R$
2.250,00
R$
30.000,00
R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$
Total 16.800,00 1.200,00 30.000,00 55.000,00 15.000,00 5.000,00 6.000,00 3.000,00 15.000,00 5.000,00 5.500,00 36.000,00 8.000,00 20.000,00 12.000,00 22.500,00 30.000,00
Fonte: Proprietário rural.
•
Manutenção das Instalações: estipulou-se manutenção anual de 2,5% do valor
das instalações para cada ano de projeto, ou seja, R$ 6.400,00 por ano. •
Tratores e Implementos: o trator é o modelo Ford 4610 de com mais de 20 anos
de uso, portanto, seu valor considerado é de R$ 25.000,00 porém com custos de manutenção maiores, da ordem de 25% anuais. O valor da carreta gira em torno de R$ 12.000,00 com 10% de taxa de manutenção. Segundo estimativas do proprietário, a utilização do maquinário requer um valor de R$ 3.500,00 em óleo e combustível no ano zero e para os anos seguintes o custo é de 90% deste valor, ou seja, R$ 3.150,00. •
Manejo dos Animais: Como no ano inicial (ano zero) não há compra de animais
para recria, o custo é composto apenas pela aquisição do arreio para cavalos. Para os anos seguintes, ano um até o ano dez, há o custo da compra de animais, sal à base de uréia, seringas, Ivomec e outros medicamentos. Estes custos são variáveis e diferentes para cada ano de atividade já que estão atrelados com a área disponível necessária para alocação do
gado porque a plantação de cana-de-açúcar como forrageira também varia e restringe o espaço. •
Forrageira (cana-de-açúcar): os custos unitários das mudas custam R$ 60,00;
adubação e correção ocorrem apenas no plantio com custo unitário de R$ 128,00. A quantidade necessária de forrageira, em hectares, é definida pela tabela 6 sendo necessário atingir rendimento em torno de 10.800 toneladas para suprir a alimentação do gado no período da seca. Tabela 6: Área plantada de forrageira a cada ano de atividade
ano 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
•
Plantio (ha) Ton (ha) 120 11 8 5 4 118 15 4
1º 90
2º 82
Corte 3º 4º 77 74
120 11 120 8 11 120 5 8 11 120 4 5 8 11 118 4 5 8 15 118 4 5 4 15 118 4 0 4 15 118 0 0 4 15
5º Área Total 72 Manutenção Produção 0 0 120 10800 131 10830 139 10862 144 10833 120 148 10840 11 146 12717 8 150 12280 5 146 11332 4 141 10503 118 137 9914
Mão-de-obra: serão utilizados seis homens os quais recebem um salário
mínimo e meio além do décimo terceiro salário, portanto, o custo anual com mão-de-obra gira em torno de R$ 44.460,00. •
Custos Administrativos: o custo de transporte de pessoal (veículo) e outras
despesas gerais somam aproximadamente R$ 7.440,00. •
Impostos e Tributações: dentre os impostos e tributos estão incluídos INSS
(7,65% dos encargos), ITR (0,03% do valor da terra), ICMS (7% do valor da compra de animais) e CPMF (0,38% dos pagamentos em transferência). •
Gastos com Leilão: logicamente, a comissão de venda incide somente sobre o
percentual de cabeças vendidas em leilões, fixada a 3% do valor negociado. Há também o custo com frete de R$ 360,00 por caminhão sendo necessários em média 13 caminhões por ano.
•
Renda da Terra: será objeto de estudo dentre os vários cenários de projeto a
serem realizados. A renda da terra significa o custo de oportunidade do capital onde se deixa de investir na produção para obter o rendimento mínimo da taxa de poupança sobre o valor da terra, portanto no fluxo de caixa é considerado como uma saída de recursos uma vez que investindo na produção, perde-se a possibilidade de receber o rendimento sobre o capital. Na prática, a renda da terra é calculada pelo valor da terra nua, ou seja, quantidade de hectares multiplicada pelo valor do hectare e pela taxa de remuneração da poupança (6% ao ano). 5.3.2 Análise de Viabilidade para o Cenário de Recria Bovina com Preços Correntes Para realizar as análises de viabilidade econômica foi feito um fluxo de caixa e através dele, calculado o Valor Presente Líquido (VPL), Taxa Interna de Retorno (TIR) e o Pay Back. A Taxa Mínima de Atratividade adotada foi o rendimento anual da cardeneta de poupança, de 6% ao ano. Cabe ressaltar que a renda da terra nao está sendo considera neste fluxo de caixa, visto que as variações de projeto (cenários) estarão disponíveis no apêndice. Abaixo está a tabela 7 com o fluxo de caixa, esta foi calculada com os seguintes preços correntes: •
Preço de compra do boi magro: R$ 684,00 (12 arrobas a R$ 57,00).
•
Preço de venda do boi gordo: R$ 969,00 para frigorífico; R$ 1080,00 em leilões sendo 20% das vendas destinadas a leilão.
•
Número de animais por hectare: 2,78. Há variação da quantidade de animais em cada ano de projeto devida a área destinada ao plantio de forrageira que varia conforme demonstrado pela tabela 6.
•
Taxa de mortalidade dos animais: 1% do total.
7.200,00 15.360,00
M udas A dubação e Co rreção
(617.355,08)
0,00 0,00
Lucro Líquido
0,00
Co missão de venda Frete
3.645,00 735,00 0,00 2.235,08
6.615,08
3.000,00 4.440,00
44.460,00 44.460,00 7.440,00
Gastos com Leilão
INSS ITR (0,03%) ICM S (7%) CP M F (0,38%)
Impostos e Tributações
Veículo Outras Despesas
Mão-de-Obra Peão (x6) Custos Administrativos
22.560,00
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 980,00
Forrageira (cana)
980,00
Co mpra de A nimais Sal à base de uréia Seringa do sado ra Ivo mec Outro s medicamento s A rreio p/ cavalo
25.000,00 3.500,00 12.000,00 4.050,00
Manejo Dos animais
Trato r Fo rd Óleo & Co mbustível Carreta M anutenção
Tratores e Implementos
40.500,00
16.800,00 1.200,00 30.000,00 55.000,00 15.000,00 5.000,00 6.000,00 3.000,00 15.000,00 5.000,00 5.500,00 36.000,00 8.000,00 20.000,00 12.000,00 22.500,00 30.000,00 0,00
286.000,00
Casas de Co lo no Escritó rio (co ntíguo ) B arracão Cerca e po rteiras Curral B alança Tro nco Rede Elétrica Caixa d'água Encanamento B o mba d'água Co cho de A limentação Co cho Fixo Co cho x8 Co cho do curral Co cho de sal x10 Silo M anutenção (2,5% V.I.)
Instalações
208.800,00 0,00
Ano 0 0,00 0,00 0,00 0,00 617.355,08 208.800,00
Capim A dubação e Co rreção
Item /Ano 1-Entradas Venda Leilão Venda Boi ~17@ Venda residual 2-Saídas Formação de Pastagens
338.436,76
7.667,14 4.680,00
12.347,14
3.645,00 735,00 79.723,73 4.652,86
88.756,59
3.000,00 4.440,00
44.460,00 44.460,00 7.440,00
660,00 1.408,00
2.068,00
1.138.910,40 2.963,38 300,00 5.071,82 2.643,82 0,00
1.149.889,41
3.150,00 0,00 4.050,00
3.150,00
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 7.150,00
7.150,00
0,00 0,00
Ano 1 1.653.697,90 375.840,43 1.277.857,47 0,00 1.315.261,15 0,00
251.584,53
7.559,35 4.680,00
12.239,35
3.645,00 735,00 78.602,83 4.900,01
87.882,84
3.000,00 4.440,00
44.460,00 44.460,00 7.440,00
480,00 1.024,00
1.504,00
1.122.897,60 2.976,28 300,00 5.093,90 2.643,82 0,00
1.133.911,60
0,00 3.150,00 0,00 4.050,00
7.200,00
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 7.150,00
7.150,00
0,00 77.075,00
Ano 2 1.630.447,32 370.556,21 1.259.891,11 0,00 1.378.862,79 77.075,00
248.772,44
7.491,97 4.680,00
12.171,97
3.645,00 735,00 77.902,27 4.860,43
87.142,70
3.000,00 4.440,00
44.460,00 44.460,00 7.440,00
300,00 640,00
940,00
1.112.889,60 2.989,18 300,00 5.115,98 2.643,82 0,00
1.123.938,59
0,00 3.150,00 0,00 4.050,00
7.200,00
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 7.150,00
7.150,00
0,00 76.700,00
Ano 3 1.615.915,70 367.253,57 1.248.662,13 0,00 1.367.143,26 76.700,00
246.275,95
7.438,07 4.680,00
12.118,07
3.645,00 735,00 77.341,82 4.828,71
86.550,53
3.000,00 4.440,00
44.460,00 44.460,00 7.440,00
240,00 512,00
752,00
1.104.883,20 2.993,49 300,00 5.123,34 2.643,82 0,00
1.115.943,85
0,00 3.150,00 0,00 4.050,00
7.200,00
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 7.150,00
7.150,00
0,00 76.400,00
Ano 4 1.604.290,41 364.611,46 1.239.678,95 0,00 1.358.014,45 76.400,00
229.914,88
7.465,02 4.680,00
12.145,02
3.645,00 735,00 77.622,05 4.839,54
86.841,59
3.000,00 4.440,00
44.460,00 44.460,00 7.440,00
7.080,00 15.104,00
22.184,00
1.108.886,40 2.503,17 300,00 4.284,18 2.643,82 0,00
1.118.617,57
0,00 3.150,00 0,00 4.050,00
7.200,00
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 7.150,00
7.150,00
0,00 76.550,00
Ano 5 1.612.503,05 365.932,51 1.244.170,54 2.400,00 1.382.588,18 76.550,00
243.000,34
7.411,12 4.680,00
12.091,12
3.645,00 735,00 77.061,60 4.812,33
86.253,93
3.000,00 4.440,00
44.460,00 44.460,00 7.440,00
900,00 1.920,00
2.820,00
1.100.880,00 2.946,17 300,00 5.042,37 2.643,82 0,00
1.111.812,37
0,00 3.150,00 0,00 4.050,00
7.200,00
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 7.150,00
7.150,00
0,00 76.250,00
Ano 6 1.598.477,76 363.290,40 1.235.187,36 0,00 1.355.477,42 76.250,00
247.612,34
7.465,02 4.680,00
12.145,02
3.645,00 735,00 77.622,05 4.844,59
86.846,64
3.000,00 4.440,00
44.460,00 44.460,00 7.440,00
240,00 512,00
752,00
1.108.886,40 2.993,49 300,00 5.123,34 2.643,82 0,00
1.119.947,05
0,00 3.150,00 0,00 4.050,00
7.200,00
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 7.150,00
7.150,00
0,00 76.550,00
Ano 7 1.610.103,05 365.932,51 1.244.170,54 0,00 1.362.490,71 76.550,00
Tabela 7: Fluxo de Caixa do projeto de recria de gado com preços correntes, baseados na média dos últimos três anos.
251.658,49
7.532,40 4.680,00
12.212,40
3.645,00 735,00 78.322,61 4.884,48
87.587,09
3.000,00 4.440,00
44.460,00 44.460,00 7.440,00
0,00 0,00
0,00
1.118.894,40 3.010,69 300,00 5.152,79 2.643,82 0,00
1.130.001,70
0,00 3.150,00 0,00 4.050,00
7.200,00
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 7.150,00
7.150,00
0,00 76.925,00
Ano 8 1.624.634,67 369.235,15 1.255.399,52 0,00 1.372.976,18 76.925,00
254.331,26
7.586,30 4.680,00
12.266,30
3.645,00 735,00 78.883,06 4.916,25
88.179,30
3.000,00 4.440,00
44.460,00 44.460,00 7.440,00
0,00 0,00
0,00
1.126.900,80 3.010,69 300,00 5.152,79 2.643,82 0,00
1.138.008,10
0,00 3.150,00 0,00 4.050,00
7.200,00
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 7.150,00
7.150,00
0,00 77.225,00
Ano 9 1.636.259,96 371.877,26 1.264.382,70 0,00 1.381.928,70 77.225,00
436.778,17
9.176,32 4.680,00
13.856,32
3.645,00 735,00 95.416,27 5.853,44
105.649,71
3.000,00 4.440,00
44.460,00 44.460,00 7.440,00
0,00 0,00
0,00
1.363.089,60 3.010,69 300,00 5.152,79 2.643,82 0,00
1.374.196,90
0,00 3.150,00 0,00 4.050,00
7.200,00
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 7.150,00
7.150,00
0,00 86.075,00
Ano 10 2.082.806,10 449.819,57 1.529.386,53 103.600,00 1.646.027,93 86.075,00
A figura 6 explicita os resultados anuais referente ao fluxo de caixa da tabela 7: 600.000,00 400.000,00 200.000,00 0,00 0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
(200.000,00) (400.000,00) (600.000,00) (800.000,00) Figura 6: Lucro líquido ano a ano do fluxo de caixa para projeto de recria bovina (renda da terra desconsiderada).
Em seguida, tem-se a figura 7 demonstrando o retorno do investimento através do método Pay Back. 2.000.000,00 1.500.000,00
Valores
1.000.000,00 500.000,00 0,00 0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
(500.000,00) (1.000.000,00) Anos Pay Back sem Renda da Terra
Pay Back com Renda da Terra
Figura 7: Pay back do Fluxo de Caixa de recria bovina, com e sem a influência da renda da terra.
Analisando os resultados do Pay Back, é possível observar que o investimento é recuperado a partir do ano três, caso a renda da terra não entre como saída no fluxo de caixa (R$ 147.000,00 anuais). Ao considerá-la, percebe-se que o retorno do investimento ocorre apenas no último ano (ano dez), porém o resultado do cálculo de VPL é negativo de -R$ 146.541,81 para uma TMA de 6% e pelo método da TIR o resultado também não é favorável. Os indicadores de rentabilidade utilizados no projeto estão explicitados na tabela 8: Tabela 8: Indicadores de rentabilidade. TMA
6%
TIR
44%
VPL c/ RdT
- R$ 146.541,81
VPL s/ RdT
R$ 1.012.828,76
Com os resultados apresentados pelos indicadores podemos concluir que o investimento é viável, já que apresenta VPL positivo e TIR de 44% comprovando a viabilidade do negócio desde que não seja considerada a renda da terra. 5.4 Descrição Técnica do Arrendamento de Cana Com relação às Usinas processadoras da região, estas negociam contratos de arrendamento pelo pagamento de uma quantidade fixa de toneladas por hectare sendo sujeita às variações de preço da tonelada de cana definida pelo mercado. Todo o custo de produção é responsabilidade da usina. 5.4.1 Descrição das Entradas do Fluxo de Caixa: Arrendamento da Terra •
Contrato de arrendamento: o arrendamento é a única fonte de receita durante
todo o tempo de projeto de fluxo de caixa. Apesar dos contratos serem renegociados a cada três ou quatro anos, considerou-se fixo os termos de contrato desde o ano um até o ano dez (último ano). Os termos vigentes prevêem pagamento de cinqüenta toneladas por alqueire paulista, ou 2,4 hectares, a preços de mercado independente da quantidade de Açúcar Total Recuperável (ATR) da produção.
5.4.2 Descrição das Saídas do Fluxo de Caixa: Arrendamento da Terra •
Mão-de-obra: definiu a necessidade de apenas um homem para exercer o
trabalho de zelo pela propriedade com custo anual de R$ 7.410,00 (treze pagamentos de um salário mínimo e meio). •
Custos Administrativos: são incluídos os custos anuais de veículo e outras
despesas diversas como manutenção da sede da propriedade totalizando aproximadamente R$ 7.800,00. •
Impostos e Tributações: assim como no fluxo de boi, o valor do INSS é
calculado sobre o valor dos encargos de mão-de-obra com alíquota de 7,65%, o ITR é de 0,03% sobre o valor da terra e a CPMF incide sobre as transferências bancárias para pagamentos com valor de 0,38%. •
Renda da Terra: para efeito de comparação dentre os diversos cenários,
considera-se a renda da terra para o fluxo de caixa de arrendamento. 5.4.3 Análise de Viabilidade para o Cenário de Arrendamento da Terra Do mesmo modo que foi feito para o cenário de recria bovina, fez-se para o cenário referente ao arrendamento da terra para produção de cana-de-açúcar, ou seja, foi feito um fluxo de caixa e através dele calculou-se o Valor Presente Líquido (VPL) mas não a Taxa Interna de Retorno (TIR) porque não há grandes investimentos para iniciar a atividade visto que não é incluso o valor da compra da terra e todo custo de produção bem como os custos de conservação do solo serão a cargo da usina contratante. Novamente, a Taxa Mínima de Atratividade adotada foi o rendimento anual da cardeneta de poupança, de 6% ao ano. Abaixo está a tabela 9 com o fluxo de caixa:
Tabela 9: Fluxo de Caixa do projeto de arrendamento com preços correntes. Item/Ano
Ano 1
Ano 2
Ano 3
Ano 4
Ano 5
Ano 6
Ano 7
Ano 8
Ano 9
Ano 10
1-Entradas
457333,33
457333,33
457333,33
457333,33
457333,33
457333,33
457333,33
457333,33
457333,33
457333,33
Contrato de Arrend.
457333,33
457333,33
457333,33
457333,33
457333,33
457333,33
457333,33
457333,33
457333,33
457333,33
17184,66
17184,66
17184,66
17184,66
17184,66
17184,66
17184,66
17184,66
17184,66
17184,66
Mão-de-Obra
7410,00
7410,00
7410,00
7410,00
7410,00
7410,00
7410,00
7410,00
7410,00
7410,00
Peão (x1)
7410,00
7410,00
7410,00
7410,00
7410,00
7410,00
7410,00
7410,00
7410,00
7410,00
Custos Adm.
7800,00
7800,00
7800,00
7800,00
7800,00
7800,00
7800,00
7800,00
7800,00
7800,00
Veículo
3000,00
3000,00
3000,00
3000,00
3000,00
3000,00
3000,00
3000,00
3000,00
3000,00
Outras Despesas
4800,00
4800,00
4800,00
4800,00
4800,00
4800,00
4800,00
4800,00
4800,00
4800,00
Impostos & Tribut.
1974,66
1974,66
1974,66
1974,66
1974,66
1974,66
1974,66
1974,66
1974,66
1974,66
566,87
566,87
566,87
566,87
566,87
566,87
566,87
566,87
566,87
566,87
1350,00
1350,00
1350,00
1350,00
1350,00
1350,00
1350,00
1350,00
1350,00
1350,00
2-Saídas
INSS ITR (0,03%) CPMF (0,38%) Lucro Líquido
57,80
57,80
57,80
57,80
57,80
57,80
57,80
57,80
57,80
57,80
440148,67
440148,67
440148,67
440148,67
440148,67
440148,67
440148,67
440148,67
440148,67
440148,67
VPL
R$ 3.239.532,53
TMA
6%
Através do calculo do VPL, pode-se concluir que o investimento é viável (VPL > 0) considerando taxa mínima de atratividade igual a 6%. Nos dois projetos apresentados o valor da renda da terra não foi considerado, portanto é possível compará-los. Com os resultados obtidos entre o fluxo de caixa da pecuária de corte e a possibilidade de arrendamento da terra para plantação de cana, percebe-se facilmente que a viabilidade do arrendamento é muito superior (VPLarrend ≡ 3 VPLrecria). Contudo, uma análise de viabilidade para dez anos é consideravelmente longa e as incertezas de mercado atuarão progressivamente desvirtuando os resultados de projeto. Desta forma, não se pode afirmar que a escolha pelo contrato de arrendamento é a melhor opção. Faz-se necessário a construção de um modelo diversificado entre área destinada para a pecuária e para o arrendamento. Espera-se, deste modelo, que seus resultados alcancem valores intermediários, isto significa que em troca de rendimentos maiores o investidor estaria adquirindo maior segurança sobre as incertezas inerentes de cada atividade. Segundo o IDRHa (Instituto de Desenvolvimento Rural e Hidráulica), o conceito de diversificação pode ser entendido em dois sentidos quando aplicado para atividades agrícolas. No primeiro caso, o conceito de diversificação, associado à multifuncionalidade, significa o exercício, simultâneo ou sucessivo, de várias atividades no sentido de tornar mais competitivas as explorações agrícolas, através de alternativas que se complementem. No segundo, trata-se de preservar e de potenciar as características, os valores e tradições, o patrimônio e os recursos endógenos de cada território, propiciando o seu desenvolvimento sustentado e conferindo-lhe atratibilidade. A diversificação é, assim, uma condição indispensável à sobrevivência e à competitividade dos territórios rurais, na medida em que garante a biodiversidade, promove
o mercado de trabalho mantendo a população, cria riqueza através de novas oportunidades de negócio e gera dinâmicas em torno de agentes de desenvolvimento local. Para efeito de estudo, o cenário diversificado considerará uma divisão de 60% de área destinada para contratos de arrendamento e 40% para a pecuária de corte (recria), haja visto que no contexto atual o contrato de arrendamento possui maior viabilidade econômica mas também é necessário lembrar que o ganho em escala da recria bovina deve ter uma certa expressividade para diluir os custos fixos, os quais são relativamente altos. Outro fator que justifica a divisão nestas proporções são as possibilidades de futuras alterações na configuração produtiva, pois requerem medidas de fácil execução (renegociação de contratos e reconfiguração do pasto, conseqüentemente). 5.5 Descrição Técnica do Projeto Diversificado Já que a divisão do projeto foi estipulada em 60% para arrendamento e 40% para a pecuária, as receitas serão reajustadas da mesma maneira. lembrando que foi mantida a parcela de animais destinados para venda em leilão no caso da pecuária de corte, 20% das cabeças, e o restante para venda em frigoríficos. O Fluxo de caixa diversificado englobará todos os custos fixos do projeto de recria bovina com ressalvas aos custos referentes a cercas, porteiras, encanamento e cochos de maneira, os quais deverão ser reajustados conforme a necessidade. A tabela 10 apresenta os custos fixos e variáveis que tiveram a necessidade de recálculo para dar origem ao fluxo apresentado nas tabelas seguintes:
Tabela 10: Custos fixos e variáveis recalculados para a análise de viabilidade diversificada.
Custos Recalculados
Motivo
Formação e Adubação de pastagens Cercas e porteiras Encanamento Cochos
Redução da área de pasto.
Óleo & Combustível de trator Compra e Venda de Animais Sal à base de uréia Ivomec & Outros Medicamentos Forrageira (mudas e adubação) Mão-de-obra Comissão de Venda (leilões) Casa de Colono
Redução da área de pasto. Redução da área de pasto. Redução do número de cabeças e da área de pasto. Redução do número de horas máquina. Redução da área de pasto. Redução do número de cabeças. Redução do número de cabeças. Redução do número de cabeças. Menor necessidade de força de trabalho. Redução do número de cabeças. Redução da mão-de-obra
Variação Proporcional à área? Sim Não Não Não Não Sim Sim Sim Sim Não Sim Não
É importante lembrar que o fluxo de caixa mostrado nas tabelas 11 e 12 possuem os seguintes coeficientes: •
Área total: 700 hectares.
•
Cana Arrendada: 60% da área # preço da tonelada de cana R$ 31,36.
•
Pecuária: 40% da área # Preço de compra do boi magro R$ 684,00; venda em
leilão R$ 1080,00; venda para frigorífico R$ 969,00; taxa de mortalidade anual 1%; 2,78 animais/hectare.
Tabela 11: Fluxo de Caixa do projeto diversificado (ano zero ao ano cinco). Item /Ano 1-Entradas
Ano 0
Ano 1
Ano 2
Ano 3
Ano 4
Ano 5
R$
-
R$
981.056,10
R$
977.564,29
R$
975.381,91
R$
973.636,00
R$
935.945,65
Contrato de Arrendam e R$
-
R$
274.400,00
R$
274.400,00
R$
274.400,00
R$
274.400,00
R$
274.400,00
Venda Leilão
R$
-
R$
153.992,86
R$
153.231,93
R$
152.756,35
R$
152.375,88
R$
152.566,12
Venda Boi ~17@
R$
-
R$
552.663,25
R$
549.932,36
R$
548.225,56
R$
546.860,11
R$
506.579,53
Venda residual
R$
-
R$
2-Saídas
R$ 568.972,03
R$
Formação de Pastagens
R$
93.888,00
R$
Capim
R$
93.888,00
R$
Adubação e Correção
R$
R$
Instalações
R$ 232.700,00
R$
Casa de Colono
R$
14.000,00
R$
-
R$
-
R$
-
R$
-
R$
-
Escritório (contíguo)
R$
1.200,00
R$
-
R$
-
R$
-
R$
-
R$
-
Barracão
R$
30.000,00
R$
-
R$
-
R$
-
R$
-
R$
-
Cerca e porteiras
R$
35.750,00
R$
-
R$
-
R$
-
R$
-
R$
-
Curral
R$
15.000,00
R$
-
R$
-
R$
-
R$
-
R$
-
Balança
R$
5.000,00
R$
-
R$
-
R$
-
R$
-
R$
-
Tronco
R$
6.000,00
R$
-
R$
-
R$
-
R$
-
R$
-
Rede Elétrica
R$
3.000,00
R$
-
R$
-
R$
-
R$
-
R$
-
Caixa d'água
R$
7.000,00
R$
-
R$
-
R$
-
R$
-
R$
-
Encanamento
R$
3.500,00
R$
-
R$
-
R$
-
R$
-
R$
-
Bomba d'água
R$
5.500,00
R$
-
R$
-
R$
-
R$
-
R$
-
Cocho de Alimentação
R$
36.000,00
R$
-
R$
-
R$
-
R$
-
R$
-
Cocho Fixo
R$
8.000,00
R$
-
R$
-
R$
-
R$
-
R$
-
Cocho x6
R$
15.000,00
R$
-
R$
-
R$
-
R$
-
R$
-
Cocho do curral
R$
2.000,00
R$
-
R$
-
R$
-
R$
-
R$
-
Cocho de sal x7
R$
15.750,00
R$
-
R$
-
R$
-
R$
-
R$
-
Silagem
R$
30.000,00
R$
-
R$
-
R$
-
R$
-
R$
Manutenção (2,5% V.I.)
R$
Tratores e Implementos
R$
40.100,00
Trator Ford
R$
25.000,00
Óleo & Combustível
R$
3.100,00
R$
Carreta
R$
12.000,00
R$
Manutenção
R$
7.450,00
R$
7.450,00
R$
7.450,00
R$
7.450,00
R$
7.450,00
R$
7.450,00
Manejo Dos animais
R$
980,00
R$
497.182,26
R$
494.755,76
R$
493.241,98
R$
492.027,49
R$
492.353,27
Compra de Animais
R$
-
R$
492.569,74
R$
490.135,80
R$
488.614,58
R$
487.397,61
R$
488.006,09
Sal à base de uréia
R$
-
R$
1.196,71
R$
1.198,77
R$
1.200,83
R$
1.201,52
R$
1.123,07
Seringa dosadora
R$
-
R$
300,00
R$
300,00
R$
300,00
R$
300,00
R$
300,00
Ivomec
R$
-
R$
2.048,16
R$
2.051,69
R$
2.055,23
R$
2.056,40
R$
1.922,14
Outros medicamentos
R$
-
R$
1.067,66
R$
1.069,50
R$
1.071,34
R$
1.071,96
R$
1.001,97
Arreio p/ cavalo
R$
980,00
R$
-
R$
-
R$
-
R$
-
R$
Forrageira (cana)
R$
3.609,60
R$
330,88
R$
240,64
R$
150,40
R$
120,32
R$
3.549,44
Mudas
R$
1.152,00
R$
105,60
R$
76,80
R$
48,00
R$
38,40
R$
1.132,80
Adubação e Correção
R$
2.457,60
R$
225,28
R$
163,84
R$
102,40
R$
81,92
R$
2.416,64
Mão-de-Obra
R$
37.050,00
R$
37.050,00
R$
37.050,00
R$
37.050,00
R$
37.050,00
R$
37.050,00
Peão (x5)
R$
37.050,00
R$
37.050,00
R$
37.050,00
R$
37.050,00
R$
37.050,00
R$
37.050,00
Custos Administrativos
R$
7.440,00
R$
7.440,00
R$
7.440,00
R$
7.440,00
R$
7.440,00
R$
7.440,00
Veículo
R$
3.000,00
R$
3.000,00
R$
3.000,00
R$
3.000,00
R$
3.000,00
R$
3.000,00
Outras Despesas
R$
4.440,00
R$
4.440,00
R$
4.440,00
R$
4.440,00
R$
4.440,00
R$
4.440,00
Impostos e Tributações
R$
6.204,43
R$
41.587,85
R$
41.436,50
R$
41.324,22
R$
41.234,39
R$
41.277,30
INSS
R$
3.645,00
R$
3.645,00
R$
3.645,00
R$
3.645,00
R$
3.645,00
R$
3.645,00
ITR (0,03%)
R$
1.350,00
R$
1.350,00
R$
1.350,00
R$
1.350,00
R$
1.350,00
R$
1.350,00
ICMS (7%)
R$
R$
34.479,88
R$
34.309,51
R$
34.203,02
R$
34.117,83
R$
34.160,43
CPMF (0,38%)
R$
R$
2.112,97
R$
2.131,99
R$
2.126,20
R$
2.121,56
R$
2.121,88
Gastos com Leilão
R$
-
R$
5.763,98
R$
5.747,59
R$
5.737,35
R$
5.729,16
R$
5.487,48
Comissão de venda
R$
-
R$
3.315,98
R$
3.299,59
R$
3.289,35
R$
3.281,16
R$
3.039,48
Frete
R$
-
R$
2.448,00
R$
2.448,00
R$
2.448,00
R$
2.448,00
R$
2.448,00
Renda da Terra
R$ 147.000,00
R$
147.000,00
R$
147.000,00
R$
147.000,00
R$
147.000,00
R$
147.000,00
Lucro Líquido
R$ (568.972,03) R$
236.093,63
R$
210.470,30
R$
210.044,45
R$
209.665,14
R$
168.406,66
LL (sem renda da Terra)
R$ (421.972,03) R$
383.093,63
R$
357.470,30
R$
357.044,45
R$
356.665,14
R$
315.406,66
-
-
1.209,43
744.962,47
R$
-
R$
-
R$
-
R$
2.400,00
R$
767.093,99
R$
765.337,46
R$
763.970,86
R$
767.538,99
-
R$
17.366,00
R$
17.336,00
R$
17.312,00
R$
17.324,00
-
R$
-
R$
17.366,00
R$
17.336,00
R$
17.312,00
R$
17.324,00
R$
5.817,50
R$
5.817,50
R$
5.817,50
R$
5.817,50
5.817,50
-
R$
-
R$
-
R$
-
-
R$
5.817,50
R$
5.817,50
R$
5.817,50
R$
5.817,50
R$
5.817,50
R$
2.790,00
R$
10.240,00
R$
10.240,00
R$
10.240,00
R$
10.240,00
R$ 2.790,00 -
R$ R$
2.790,00 -
R$ R$ R$
2.790,00 -
R$ R$ R$
2.790,00 -
R$ R$ R$
2.790,00 -
-
Tabela 12: Fluxo de Caixa do projeto diversificado (ANO seis ao ANO dez). Item /Ano 1-Entradas
Ano 6
Ano 7
Ano 8
Ano 9
Ano 10
R$
972.763,04
R$
974.508,95
R$
976.691,34
R$
978.437,24
R$
Contrato de Arrendam e R$
274.400,00
R$
274.400,00
R$
274.400,00
R$
274.400,00
R$
274.400,00
Venda Leilão
R$
152.185,65
R$
152.566,12
R$
153.041,70
R$
153.422,16
R$
164.645,85
546.177,39
R$
547.542,84
R$
549.249,64
R$
550.615,08
R$
590.895,67
Venda Boi ~17@
R$
Venda residual
R$
2-Saídas
R$
763.604,85 17.300,00
-
Formação de Pastagens
R$
Capim
R$
Adubação e Correção
R$
17.300,00 5.817,50
-
R$
-
R$
764.640,36
R$
17.324,00
R$
-
R$
17.324,00
R$
5.817,50
R$
-
R$
766.203,76
R$
17.354,00
R$
-
R$
17.354,00
R$
5.817,50
R$
-
R$
767.542,77
R$
17.378,00
R$
-
R$
17.378,00
R$
5.817,50
1.088.239,02
R$
58.297,50
R$
807.043,54
R$
18.086,00
R$
-
R$
18.086,00
R$
5.817,50
Instalações
R$
Casa de Colono
R$
-
R$
-
R$
-
R$
-
R$
-
Escritório (contíguo)
R$
-
R$
-
R$
-
R$
-
R$
-
Barracão
R$
-
R$
-
R$
-
R$
-
R$
-
Cerca e porteiras
R$
-
R$
-
R$
-
R$
-
R$
-
Curral
R$
-
R$
-
R$
-
R$
-
R$
-
Balança
R$
-
R$
-
R$
-
R$
-
R$
-
Tronco
R$
-
R$
-
R$
-
R$
-
R$
-
Rede Elétrica
R$
-
R$
-
R$
-
R$
-
R$
-
Caixa d'água
R$
-
R$
-
R$
-
R$
-
R$
-
Encanamento
R$
-
R$
-
R$
-
R$
-
R$
-
Bomba d'água
R$
-
R$
-
R$
-
R$
-
R$
-
Cocho de Alimentação
R$
-
R$
-
R$
-
R$
-
R$
-
Cocho Fixo
R$
-
R$
-
R$
-
R$
-
R$
-
Cocho x6
R$
-
R$
-
R$
-
R$
-
R$
-
Cocho do curral
R$
-
R$
-
R$
-
R$
-
R$
-
Cocho de sal x7
R$
-
R$
-
R$
-
R$
-
R$
-
Silagem
R$
Manutenção (2,5% V.I.)
R$
5.817,50 10.240,00
Tratores e Implementos
R$
Trator Ford
R$
Óleo & Combustível
R$
-
2.790,00 -
R$
-
R$
5.817,50
R$
10.240,00
R$ R$ R$
2.790,00
5.817,50
R$
10.240,00
R$ R$
2.790,00
R$
10.240,00
R$ R$
2.790,00
R$
10.240,00
R$ R$
Manejo Dos animais
R$
491.391,72
R$
492.635,98
R$
494.167,11
R$
495.384,08
R$
531.284,78
Compra de Animais
R$
486.789,12
R$
488.006,09
R$
489.527,31
R$
490.744,28
R$
526.644,98 1.204,28
7.450,00
R$
2.790,00
7.450,00
R$
-
5.817,50
R$
7.450,00
R$
-
R$ R$
R$
R$
-
5.817,50
Carreta
7.450,00
R$
-
R$ R$
Manutenção
R$
-
R$ R$
R$
7.450,00
Sal à base de uréia
R$
1.193,95
R$
1.201,52
R$
1.204,28
R$
1.204,28
R$
Seringa dosadora
R$
300,00
R$
300,00
R$
300,00
R$
300,00
R$
300,00
Ivomec
R$
2.043,45
R$
2.056,40
R$
2.061,12
R$
2.061,12
R$
2.061,12
1.065,20
R$
1.071,96
R$
1.074,41
R$
1.074,41
R$
1.074,41
Outros medicamentos
R$
Arreio p/ cavalo
R$
-
R$
-
R$
-
R$
-
R$
-
Forrageira (cana)
R$
451,20
R$
120,32
R$
-
R$
-
R$
-
Mudas
R$
144,00
R$
38,40
R$
-
R$
-
R$
-
Adubação e Correção
R$
307,20
R$
81,92
R$
-
R$
-
R$
-
Mão-de-Obra
R$
37.050,00
R$
37.050,00
R$
37.050,00
R$
37.050,00
R$
37.050,00
Peão (x5)
R$
37.050,00
R$
37.050,00
R$
37.050,00
R$
37.050,00
R$
37.050,00
Custos Administrativos
R$
7.440,00
R$
7.440,00
R$
7.440,00
R$
7.440,00
R$
7.440,00
Veículo
R$
3.000,00
R$
3.000,00
R$
3.000,00
R$
3.000,00
R$
3.000,00
Outras Despesas
R$
4.440,00
R$
4.440,00
R$
4.440,00
R$
4.440,00
R$
4.440,00
Impostos e Tributações
R$
41.189,36
R$
41.279,31
R$
41.391,65
R$
41.481,50
R$
44.131,89
INSS
R$
3.645,00
R$
3.645,00
R$
3.645,00
R$
3.645,00
R$
3.645,00
ITR (0,03%)
R$
1.350,00
R$
1.350,00
R$
1.350,00
R$
1.350,00
R$
1.350,00 36.865,15
ICMS (7%)
R$
34.075,24
R$
34.160,43
R$
34.266,91
R$
34.352,10
R$
CPMF (0,38%)
R$
2.119,12
R$
2.123,88
R$
2.129,74
R$
2.134,40
R$
2.271,74
Gastos com Leilão
R$
5.725,06
R$
5.733,26
R$
5.743,50
R$
5.751,69
R$
5.993,37
Comissão de venda
R$
3.277,06
R$
3.285,26
R$
3.295,50
R$
3.303,69
R$
3.545,37
Frete
R$
2.448,00
R$
2.448,00
R$
2.448,00
R$
2.448,00
R$
2.448,00
Renda da Terra
R$
147.000,00
R$
147.000,00
R$
147.000,00
R$
147.000,00
R$
147.000,00
Lucro Líquido
R$
209.158,19
R$
209.868,59
R$
210.487,57
R$
210.894,47
R$
281.195,48
LL (sem renda da Terra)
R$
356.158,19
R$
356.868,59
R$
357.487,57
R$
357.894,47
R$
428.195,48
Calculando-se o VPL, o investimento se mostrou viável e a menor TIR, renda da terra inclusa, foi de 34%. Quando a renda da terra não é considerada, a TIR passa a ser 85%, o que é extremamente alta. O gráfico apresentado pela figura 8 mostra resultados diferentes de VPL quando a TMA varia. VPL com R
VPL sem R
3.500.000,00 3.000.000,00 2.500.000,00 2.000.000,00 VPL (R$) 1.500.000,00 1.000.000,00 500.000,00 0,00 0%
5%
10% 15% 20% 25% 30% 35% 40% 45% 50% 55%
(500.000,00) TMA (%) Figura 8: Valor Presente Líquido, com e sem o custo de oportunidade, para diferentes taxas mínimas de atratividade do fluxo diversificado.
Percebe-se que uma TMA superior a 35% resulta em inviabilidade do projeto que leva em consideração o custo de oportunidade do capital, dado que a VPL se torna negativa lembrando que a TIR de 34% pode ser encontrada quando o VPL cruza o eixo da abscissa. Já o projeto que não engloba o custo de oportunidade, este será sempre viável para uma TMA abaixo de 85%. Para efeito de estudo detalhado do projeto diversificado, fez-se um gráfico: VPL obtido à TMA 6% Versus Área da propriedade destinada para contratos de cana. Os resultados serão exibidos na figura 9:
Sem Renda da Terra
Com Renda da Terra
Valor Presente Líquido
R$ 3.000.000,00 R$ 2.500.000,00 R$ 2.000.000,00 R$ 1.500.000,00 R$ 1.000.000,00 R$ 500.000,00
0% 10
% 90
% 80
70
%
% 60
% 50
% 40
30
%
% 20
% 10
0%
R$ -
Área p/ Arrendamento Figura 9: Valor Presente Líquido, com e sem Renda da Terra, para variações na porcentagem de área voltada para contratos de arrendamento.
Apesar de o VPL aumentar conforme a área destinada para arrendamento cresce, sua variação percentual diminui a cada hectare marginal plantado. Isto se deve ao fato da diluição cada vez menos eficiente dos custos fixos inerentes a recria de gado. Os valores obtidos de VPL para área em torno de 50 a 70% destinada ao arrendamento são bastante aceitáveis porque conseguem conciliar maior segurança de investimento (diversificação) e viabilidade econômica de acordo com o contexto atual. Mesmo com 100% de área destinada para arrendamento, como visto na figura acima, foi considerado, a título de estudo, todos os investimentos e custos fixos inerentes da pecuária de corte. A justificativa é que nesta análise de sensibilidade a propriedade estaria preparada estruturalmente para o investimento em recria de gado caso o mercado se mostrasse favorável, embora na prática fosse totalmente inviável.
5.6 Cenários Alternativos Até agora foi analisado apenas os projetos de compra de boi magro para engorda e venda no mesmo ano, de contratos de arrendamento da terra para produção de cana-deaçúcar e uma situação diversificada. O detalhamento de todos os cenários está disponível na tabela 13: Tabela 13: Cenários de preços utilizados nos fluxos de caixa para recria de boi e arrendamento.
Compra Boi Magro Venda Boi Gordo Frigorífico Venda Boi Gordo Leilão Tonelada de Cana
Corrente R$ 684,00 R$ 969,00 R$ 1.080,00 R$ 31,36
Preço Otimista R$ 792,00 R$ 1.122,00 R$ 1.220,00 R$ 35,00
Pessimista R$ 618,00 R$ 875,50 R$ 975,00 R$ 21,00
Deve-se Ressaltar que os preços de compra do boi magro e venda do boi gordo, citados acima, estão atrelados ao valor da arroba comercializada. No cenário corrente, otimista e pessimista a arroba do boi foi considerada, respectivamente, R$ 57,00; R$ 66,00 e R$ 51,50. O boi magro está estipulado com 12 arrobas e o boi gordo com 17 arrobas embora muitos consigam atingir até 21 arrobas. O resumo dos resultados obtidos referentes aos cenários está explicito na tabela 14 para análise: Tabela 14: resultados obtidos de TIR e VPL para todos os cenários possíveis de projeto.
Cenários Fluxo Boi c/ Renda da Terra Fluxo Boi s/ Renda da Terra Fluxo Cana c/ Renda da Terra Fluxo Cana s/ Renda da Terra Fluxo Diversif. c/ Renda Fluxo Diversif. s/ Renda
TIR 2% 36% 35% 86% TMA
Corrente VPL (R$ 146.541,81) R$ 1.012.828,76 R$ 2.157.599,73 R$ 3.239.532,53 R$ 953.402,49 R$ 2.182.335,29 6%
TIR 12% 45% -
TM A
Otimista Pessimista VPL TIR VPL R$ 205.946,67 -7% (R$ 404.102,32) R$ 1.365.317,24 29% R$ 565.635,75 R$ 2.548.297,69 R$ 911.726,70 R$ 3.630.230,48 - R$ 1.855.122,39
6%
TM A
9%
Primeiramente, é possível perceber que os cenários de cana não possuem cálculo da TIR devido a baixa exigência por investimentos no ano inicial. Na prática, significa que o balanço de entradas e saídas é sempre positivo em todo período de projeto; nesta situação a fórmula teórica da TIR não pode ser calculada. Também não foi possível realizar o fluxo de caixa incremental entre os projetos de boi e diversificação porque eles não são mutuamente excludentes. Assim sendo, não é possível calcular a TIRinc (TIR Incremental) entre os projetos de boi (TIR = 36%) e
diversificado (TIR = 86%); ambos com cenário corrente e renda da terra desconsiderada. Parte-se, então, para a análise dos cenários com ênfase no método do Valor Presente Líquido. Foi considerada uma TMA 50% maior, ou 9%, para os cenários pessimistas pois na conjuntura atual (corrente) a inflação está consideravelmente controlada e teria tendência de permanecer estável em uma perspectiva otimista. Assim, a TMA deve ser mantida em torno de 6% para os cenários otimista e corrente. A diferença entre eles está relacionada única e exclusivamente aos preços comercializados, como se vê na tabela II, presente no Apêndice A. Analisando os cenários, percebe-se que a renda da terra realmente possui grande peso na determinação da viabilidade: quando a renda da terra é considerada para o cenário da pecuária de corte, apenas o cenário otimista passa a ser viável com VPL maior que zero e TIR maior que a taxa mínima de atratividade. Caso a renda da terra seja desconsiderada, todos os projetos (recria, arrendamento e diversificado) têm viabilidade mesmo no cenário mais pessimista. Cenário este que possui VPL de R$ 565.635,75 que é o menor valor encontrado, dado que a TMA considerada foi 9% e os preços de mercado são 10% menores do que o cenário corrente/atual. Comparando-se a VPL do arrendamento total da terra com o projeto diversificado, ambos em cenário corrente, nota-se que o arrendamento total obtém valor 126% maior no VPL caso o custo de oportunidade seja considerado e 48% maior caso contrário. Outra análise importante é encontrada nos cenários pessimistas dos contratos de cana que geram valores de VPL inferiores ao fluxo diversificado corrente. Como o projeto diversificado possui apenas o cenário corrente a uma TMA de 6%, foi feita uma outra tabela para comparar o cenário pessimista da cana arrendada com valor de TMA também 6%. Tabela 15: resultados obtidos de TIR e VPL nos cenários corrente e pessimista dos projetos de arrendamento e diversificado com TMA fixa em 6%.
Cenários Corrente TIR 35% 86%
Fluxo Cana c/ Renda da Terra Fluxo Cana s/ Renda da Terra Fluxo Diversif. c/ Renda Fluxo Diversif. s/ Renda TMA
VPL TIR R$ 2.157.599,73 R$ 3.239.532,53 R$ 953.402,49 R$ 2.182.335,29 6% TMA
Pessimista VPL R$ 1.045.613,25 R$ 2.127.546,04
6%
A diferença do VPL entre o cenário pessimista para arrendamento total da propriedade e o cenário diversificado, que proporciona maior segurança, é praticamente irrelevante garantindo que ambos os projetos poderiam ser escolhidos. Neste momento, o primeiro impulso seria a escolha pelo projeto de arrendamento total visto que em uma perspectiva pessimista, este se compara com a perspectiva atual (corrente) do projeto diversificado. Todavia, desta maneira os ganhos com a pecuária em uma perspectiva otimista seriam esquecidos. Deve-se lembrar que a pecuária está iniciando um ciclo de aumentos de preços, como visto na análise de mercado. Assim sendo, calculou-se a TIR e o VPL do fluxo diversificado considerando o preço pessimista para a tonelada de cana e o preço otimista para a pecuária. Os dados estão disponíveis na tabela 16: Tabela 16: Resultados obtidos para o fluxo diversificado com perspectiva de pecuária otimista e arrendamento pessimista.
Projeto Diversificado Com Renda da Terra Sem Renda da Terra
Projeto Cana Arrend. Com Renda da Terra Sem Renda da Terra
Cana Pessimista & Boi Otimista TIR VPL 19% R$ 381.650,11 66% R$ 1.541.020,67 Cana Pessimista TIR VPL R$ 1.045.613,25 R$ 2.127.546,04 TMA
6%
Conclui-se, pela tabela, que o cenário pessimista da cana arrendada ainda é melhor que o cenário diversificado (60% arrendamento, 40% pecuária) em uma conjuntura otimista para a pecuária. A explicação reside na não existência dos custos inerentes da pecuária como instalações, formação de pastagens, tratores e implementos, área destinada para forrageiras, mão-de-obra e etc. Sobrou então, analisar variações do porcentual destinado ao arrendamento pelo projeto diversificado (%Apecuária = 1 - %Aarrendada). Embora esta análise já tenha sido feita na forma gráfica (figura 8) em cenário corrente, será feita agora a análise considerando a conjuntura otimista para a pecuária e pessimista para o arrendamento, explicitada na tabela 16 a seguir:
Tabela 17: Valor Presente Líquido com e sem Renda da Terra para variações na porcentagem de área voltada para contratos de arrendamento. Conjuntura pessimista para o arrendamento e otimista para a pecuária.
% de cana
VPL com renda VPL sem renda
0%
R$
310.021,75
R$
1.538.954,55
10%
R$
371.801,32
R$
1.600.734,11
20%
R$
418.645,22
R$
1.647.578,02
30%
R$
450.553,46
R$
1.679.486,26
40%
R$
467.526,04
R$
1.696.458,83
50%
R$
469.562,95
R$
1.698.495,75
60%
R$
456.664,20
R$
1.685.596,99
70%
R$
428.829,78
R$
1.657.762,58
80%
R$
386.059,70
R$
1.614.992,50
90%
R$
328.353,96
R$
1.557.286,76
100%
R$
255.712,55
R$
1.484.645,35
Conclui-se que o a divisão ótima da propriedade para um cenário diversificado fica entre 40 e 50% de área voltada para contratos de arrendamento e o restante para pecuária de corte desde que seja considerada a conjuntura citada acima. Mesmo assim, o projeto de arrendamento total da terra apresentou valor de VPL maior em todas as simulações porque os custos em investimentos produtivos praticamente não existem ficando a cargo da usina contratante. 6
Considerações Finais Neste trabalho, observou-se a viabilidade do ganho de escala da recria bovina em uma
fazenda de 700 hectares. Poderia ter sido considerado ao invés da cana-de-açúcar como forrageira, o milho, o sorgo, a suplementação à base de rações e outras possibilidades como medida para atenuar o emagrecimento dos animais durante o período da seca. Entretanto, no caso da suplementação a base de rações, o investimento em mão-de-obra, instalações em geral, máquinas e implementos iriam aumentar em grandes proporções. A vantagem é que a atividade estaria capacitada para atingir maior densidade de animais por hectare além do ganho de peso durante a seca e, conseqüentemente, adquirir vantagem competitiva – tempo necessário de engorda reduzido e capacidade de fornecer animais prontos para venda na entressafra. A composição dos custos do projeto de pecuária é demonstrada pela figura 10:
4% 29% 27%
3%
11% 16%
2%
4%
4%
Figura 10: Composição dos custos da pecuária durante os dez anos de projeto com custo de aquisição dos animais desconsiderado.
Para melhor visualização do peso exercido pelos dos custos produtivos da pecuária foi feita a opção de não considerar os custos de aquisição dos animais (compra das cabeças) porque sozinho este custo responsável por 78% do investimento dentro dos 10 anos de projeto. Percebe-se, então, que a alimentação do gado também é um custo muito importante: formação de pastagens e forrageira correspondem a mais de 40% dos custos de produção. Em seguida, os impostos chegam a 27% seguido dos custos com força de trabalho. Com relação aos resultados encontrados pela análise do projeto de arrendamento da terra foram bastante interessantes: mesmo com a tendência de migração de grande parte dos produtores rurais, em especial os pecuaristas, para o plantio da cana; as análises se mostraram viáveis até para o cenário mais pessimista do setor sucroalcooleiro. Isto contrariou a expectativa de maior viabilidade referente ao projeto diversificado. Ainda sobre o projeto de arrendamento da terra, os custos de transação são, com certeza, a principal preocupação para o proprietário rural já que os custos de investimento são de responsabilidade da usina. Vale lembrar que a teoria dos custos de transação parte do pressuposto que há oportunismo presente nas ações dos agentes econômicos além de racionalidade limitada. O grande poder de barganha das Usinas processadores de cana-deaçúcar significa também uma grande ameaça aos arrendatários por parte dos usineiros: o ambiente de mercado é característico de monopsônio (número de ofertantes muito maior que o número de compradores). Por fim, atribuiu-se a maior dificuldade durante o desenvolvimento deste trabalho na pesquisa de preços dos itens componentes de projeto porque estão sujeitos a variações regionais, micro e macroeconômicas assim como qualquer outra atividade econômica. Em
um período de avaliação de dez anos, muitas alterações irão ocorrer gerando a necessidade de contínua reavaliação do projeto bem como alterações de preços ano a não nos itens mais importantes de projeto. 7 Referências Bibliográfica. AIDAR, A.C.K. Administração Rural. FGV, 1995. Alta Mogiana. Coeficientes técnicos da cana-de-açúcar na região da propriedade. Disponível em: (22/11/2007). Beefpoint. Algumas Novidades e Muitos Desafios Aguardam 2004 na Cadeia de Carne Bovina Brasileira. Disponível em: (21/03/2007). BREALEY, R. A. e MYERS, S. C. Princípios de Finanças Empresariais. Tradução H. Caldeira Menezes e J.C. Rodrigues da Costa. 3. ed. Portugal: McGraw-Hill de Portugal, 1992.
Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo), Conceitos de Finanças. Disponível em: (18/11/2007). CAROL – Cooperativa dos Agricultores da Região de Orlândia. Coeficientes Técnicos de insumos em geral. Disponível em: (22/11/2007). COSTA, M.A.B, NOGUEIRA, E. Gestão Agroindustrial. São Paulo: ATLAS. 2001, págs. 15-61, 223-288. volume 2. ESALQ – Escola Superior de Agricultura “Luís de Queiroz”, Teoria econômica (TIR) Disponível em: (03/06/2007). Ethanol, Notícias sobre a cana-de-açúcar. Disponível em: (02/06/2007). IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Estatísticas Regionais Brasileiras Sobre a Cadeia Bovina de Corte. Disponível em: (25/03/2004) IDRHa – Instituto de Desenvolvimento Rural e Hidráulica. Conceito de Diversificação no Ambiente Rural. Disponível em: <www.idrha.min-agricultura.pt/meio_rural/introducao.htm> (16/11/2007). IEA - Instituto de Economia Agrícola. Informações sobre cana-de-açúcar Disponível em: (02/06/2007). IEA - Instituto de Economia Agrícola, Milho e a demanda por etanol. Disponível em: (02/06/2007). IEF - Instituto de Estudos Financeiros. Investimentos. Disponível em: (04/06/2007).
FAGUNDES, J. Economia Institucional: Custos de Transação e Impactos sobre Política de Defesa da Concorrência. Dissertação de Mestrado, 1995, IE/UFRJ. FARINA E. & ZYLBERSZTAJN D., Competitividade no Agribusiness Brasileiro: Sistema Agroindustrial da Cana-de-açúcar e Sistema Agroindustrial da Soja. São Paulo: PENSA/FIA/FEA/USP. Julho/1998. volume V (versão final). FONSECA, Y. D. Técnicas de Avaliação de Investimentos: Uma Breve Revisão da Literatura. Dissertação de Mestrado, 2003, UNIFACS. FZEA – Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (USP). Informações sobre adubação de pastagens. Disponível em: GIORDANO S. R., Competitividade Regional e Globalização. São Paulo: USP. 1999, págs. 2-66. Jornal da Cana. Notícias do setor sucroalcooleiro. Disponível em: MARTUSCELO, J. A. Utilização do Disco Medidor Para Estimativa de Produção de Forragem, Minas Gerais: UFV, 2004. Disponpivel em: (20/11/2007). NASTARI, P. Brasil deixa de ser o mais competitivo na produção de açúcar. Disponível em: (23/10/2007). NOGUEIRA, E. Análise de Investimentos. In. BATALHA, M. O. et all, Gestão Agroindustrial, vol. 2, São Paulo: Atlas, 2001, p. 223-288. PINEDA, N. O Avanço da Cana sobre o Pasto. Disponível em: (11/04/2007). PITELLI, M. M., Sistema Agroindustrial Brasileiro da Carne Bovina: Análise do Impacto das Mudanças Institucionais Européias sobre a Estrutura de Governança. Piracicaba: ESALQ. Dezembro, 2004. págs. 25-68. PITOMBO, L. H. Produção avança, mas a Fatura Cai. DBO Rural, n 280, p. 32, mar 2004. POMERANZ, L. Elaboração de Análise de Projetos. São Paulo: HUCITEC. 1988, págs. 17-62. ProCana, Notícias sobre a cana-de-açúcar. Disponível em: (02/06/2007). SNA – Sociedade Nacional de Agricultura. Dados sobre o manejo de capim-elefante. Disponível em: http://www.sna.agr.br/artigos/artitec-capineira.htm (18/11/2007).
Scot Consultoria. Boi gordo: aumentos em relação ao “fundo do poço”. Boletim 2890, (9/11/2007). Disponível em: UNIFEI – Universidade Federal de Itajubá. Apostila de Engenharia Econômica, cap. 3. Disponível em: UFSCar – Universidade Federal de São Carlos. Departamento de Engenharia de Produção. Apostilas da Disciplina Dngenharia Econômica. São Carlos, 1983. ZEN, Sérgio. “Com Pouca Carne os Preços Sobem”. In. Veja, 21 de novembro de 2007, Edição 2035, pág. 60. WOILER, S. & MATHIAS, W. F. Projetos: Planejamento, Elaboração e Análise. São Paulo: Atlas, 1996.
8 APÊNDICE A –FLUXOS DE CAIXA ALTERNATIVOS São Explicados aqui os valores utilizados em todos os projetos e cenários realizados durante o trabalho. Os coeficientes utilizados no projeto de recria encontram-se na tabela I. Outras Possíveis análises de sensibilidade podem ser facilmente simuladas variando alguns dos coeficientes abaixo: Tabela I: Coeficientes utilizados nos fluxos de caixa da pecuária. Animais/ha 2,78
Mortalidade 1%
Porcentagem de Vendas para Leilão para Frigorífico 20% 80%
Hectares de Forrageira Item /Ano 1-Entradas Venda Le ilão Venda Boi ~17@ Venda residual 2-Saídas Formação de Pastagens Capim Adubação e Correção Instalações Casas de Colono Escritório (contíguo) Barracão Cerca e porteiras Curral Balança Tronco Rede Elétrica Caixa d'água Encanamento Bomba d'água Cocho de Alimentação Cocho Fixo Cocho x8 Cocho do curral Cocho de sal x10 Silo Manutenção (2,5% V.I.) Tratores e Implementos Trator Ford Óleo & Combustível Carreta Manutenção Manejo Dos animais Compra de Animais Sal à base de uréia Seringa dosadora Ivomec Outros medicamentos Arreio p/ cavalo Forrageira (cana) Mudas Adubação e Correção Mão-de-Obra Peão (x6) Custos Administrativos Veículo Outras Despesas Impostos e Tributações INSS ITR (0,03%) ICMS (7%) CPMF (0,38%) Gastos com Leilão Comissão de venda Frete Renda da Terra
120 Ano 0 0,00 0,00 0,00 0,00 764355,08 208800,00 208800,00 0,00 286000,00 16800,00 1200,00 30000,00 55000,00 15000,00 5000,00 6000,00 3000,00 15000,00 5000,00 5500,00 36000,00 8000,00 20000,00 12000,00 22500,00 30000,00 0,00 40500,00 25000,00 3500,00 12000,00 7450,00 980,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 980,00 22560,00 7200,00 15360,00 44460,00 44460,00 7440,00 3000,00 4440,00 6615,08 3645,00 735,00 0,00 2235,08 0,00 0,00 0,00 147000,00
3150,00 0,00 7450,00 1092943,89 1081964,88 2963,38 300,00 5071,82 2643,82 0,00 2068,00 660,00 1408,00 44460,00 44460,00 7440,00 3000,00 4440,00 84552,55 3645,00 735,00 75737,54 4435,01 11963,79 7283,79 4680,00 147000,00
11 Ano 1 1552220,98 338256,39 1213964,60 0,00 1400728,23 0,00 0,00 0,00 7150,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 7150,00 3150,00
8 Ano 2 1530397,14 333500,59 1196896,55 0,00 1468607,93 77075,00 0,00 77075,00 7150,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 7150,00 10600,00 0,00 3150,00 0,00 7450,00 1077766,72 1066752,72 2976,28 300,00 5093,90 2643,82 0,00 1504,00 480,00 1024,00 44460,00 44460,00 7440,00 3000,00 4440,00 83750,83 3645,00 735,00 74672,69 4698,14 11861,38 7181,38 4680,00 147000,00
5 Ano 3 1516757,24 330528,21 1186229,02 0,00 1457429,12 76700,00 0,00 76700,00 7150,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 7150,00 10600,00 0,00 3150,00 0,00 7450,00 1068294,11 1057245,12 2989,18 300,00 5115,98 2643,82 0,00 940,00 300,00 640,00 44460,00 44460,00 7440,00 3000,00 4440,00 83047,64 3645,00 735,00 74007,16 4660,48 11797,37 7117,37 4680,00 147000,00
4 Ano 4 1505845,31 328150,31 1177695,00 0,00 1448732,88 76400,00 0,00 76400,00 7150,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 7150,00 10600,00 0,00 3150,00 0,00 7450,00 1060699,69 1049639,04 2993,49 300,00 5123,34 2643,82 0,00 752,00 240,00 512,00 44460,00 44460,00 7440,00 3000,00 4440,00 82485,02 3645,00 735,00 73474,73 4630,28 11746,17 7066,17 4680,00 147000,00
118 Ano 5 1511901,27 329339,26 1181962,01 600,00 1473090,32 76550,00 0,00 76550,00 7150,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 7150,00 10600,00 0,00 3150,00 0,00 7450,00 1063173,25 1053442,08 2503,17 300,00 4284,18 2643,82 0,00 22184,00 7080,00 15104,00 44460,00 44460,00 7440,00 3000,00 4440,00 82761,30 3645,00 735,00 73740,95 4640,35 11771,77 7091,77 4680,00 147000,00
15 Ano 6 1500389,35 326961,36 1173427,99 0,00 1446412,13 76250,00 0,00 76250,00 7150,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 7150,00 10600,00 0,00 3150,00 0,00 7450,00 1056768,37 1045836,00 2946,17 300,00 5042,37 2643,82 0,00 2820,00 900,00 1920,00 44460,00 44460,00 7440,00 3000,00 4440,00 82203,20 3645,00 735,00 73208,52 4614,68 11720,57 7040,57 4680,00 147000,00
4 Ano 7 1511301,27 329339,26 1181962,01 0,00 1452992,85 76550,00 0,00 76550,00 7150,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 7150,00 10600,00 0,00 3150,00 0,00 7450,00 1064502,73 1053442,08 2993,49 300,00 5123,34 2643,82 0,00 752,00 240,00 512,00 44460,00 44460,00 7440,00 3000,00 4440,00 82766,35 3645,00 735,00 73740,95 4645,40 11771,77 7091,77 4680,00 147000,00
0 Ano 8 1524941,18 332311,64 1192629,54 0,00 1462937,61 76925,00 0,00 76925,00 7150,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 7150,00 10600,00 0,00 3150,00 0,00 7450,00 1074056,98 1062949,68 3010,69 300,00 5152,79 2643,82 0,00 0,00 0,00 0,00 44460,00 44460,00 7440,00 3000,00 4440,00 83469,86 3645,00 735,00 74406,48 4683,38 11835,78 7155,78 4680,00 147000,00
0 Ano 9 1535853,10 334689,54 1201163,56 0,00 1471457,56 77225,00 0,00 77225,00 7150,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 7150,00 10600,00 0,00 3150,00 0,00 7450,00 1081663,06 1070555,76 3010,69 300,00 5152,79 2643,82 0,00 0,00 0,00 0,00 44460,00 44460,00 7440,00 3000,00 4440,00 84032,52 3645,00 735,00 74938,90 4713,62 11886,98 7206,98 4680,00 147000,00
0 Ano 10 1961354,82 404837,61 1452917,20 103600,00 1722796,01 86075,00 0,00 86075,00 7150,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 7150,00 10600,00 0,00 3150,00 0,00 7450,00 1306042,42 1294935,12 3010,69 300,00 5152,79 2643,82 0,00 0,00 0,00 0,00 44460,00 44460,00 7440,00 3000,00 4440,00 100631,09 3645,00 735,00 90645,46 5605,63 13397,50 8717,50 4680,00 147000,00
Tabela II: Fluxo de Caixa do projeto de recria de gado com preços correntes, em reais, com custo de oportunidade do capital considerado (renda da terra).
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$ 147.000,00 R$ 147.000,00 R$ 147.000,00 R$ 147.000,00 R$ 147.000,00 R$ 147.000,00 R$ 147.000,00 R$ 147.000,00 R$ 147.000,00 R$ 147.000,00 293148,67 293148,67 293148,67 293148,67 293148,67 293148,67 293148,67 293148,67 293148,67 293148,67
Veículo
Outras Despesas
Impostos e Tributações
INSS
ITR (0,03%)
CPMF (0,38%)
Renda da Terra Lucro Líquido
57,80
1.350,00
566,87
1.974,66
4.800,00
3.000,00
7.800,00
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
57,80
1.350,00
566,87
1.974,66
4.800,00
3.000,00
7.800,00
7.410,00
7.410,00
6%
57,80
1.350,00
566,87
1.974,66
4.800,00
3.000,00
7.800,00
7.410,00
7.410,00
R$ 2.157.599,73
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
TMA
57,80
1.350,00
566,87
1.974,66
4.800,00
3.000,00
7.800,00
7.410,00
7.410,00
VPL
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
57,80
1.350,00
566,87
1.974,66
4.800,00
3.000,00
7.800,00
7.410,00
7.410,00
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
57,80
1.350,00
566,87
1.974,66
4.800,00
3.000,00
7.800,00
7.410,00
7.410,00
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
57,80
1.350,00
566,87
1.974,66
4.800,00
3.000,00
7.800,00
7.410,00
7.410,00
R$ 164.184,66
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
57,80
1.350,00
566,87
1.974,66
4.800,00
3.000,00
7.800,00
7.410,00
7.410,00
R$ 164.184,66
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
57,80
1.350,00
566,87
1.974,66
4.800,00
3.000,00
7.800,00
7.410,00
7.410,00
R$ 164.184,66
R$ 457.333,33
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
57,80
1.350,00
566,87
1.974,66
4.800,00
3.000,00
7.800,00
7.410,00
7.410,00
R$ 164.184,66
R$ 457.333,33
R$ 457.333,33
Custos Administrativos
7.410,00
7.410,00
R$ 164.184,66
R$ 457.333,33
Ano 10
R$
R$ 164.184,66
R$ 457.333,33
R$ 457.333,33
Ano 9
R$
R$ 164.184,66
R$ 457.333,33
R$ 457.333,33
Ano 8
Peão (x1)
R$ 164.184,66
R$ 457.333,33
R$ 457.333,33
Ano 7
Mão-de-Obra
R$ 164.184,66
R$ 457.333,33
R$ 457.333,33
Ano 6
R$ 164.184,66
R$ 457.333,33
R$ 457.333,33
Ano 5
2-Saídas
R$ 457.333,33
R$ 457.333,33
Ano 4
R$ 457.333,33
R$ 457.333,33
Ano 3
Contrato de Arrendamento
R$ 457.333,33
R$ 457.333,33
1-Entradas
Ano 2
Ano 1
Item/Ano
Tabela III: Fluxo de Caixa do projeto de arrendamento da terra com preços correntes e com custo de oportunidade do capital considerado (renda da terra).
9 Anexo I – Coeficientes Técnicos da Pecuária Ao se considerar o estabelecimento de pastagens, independentemente da espécie forrageira ser cultivada, a baixa disponibilidade de fósforo nos solos tropicais brasileiros tem sido a mais relevante limitação. A recomendação de adubação deve estar embasada, para todos os principais nutrientes, na análise de solo e na necessidade da espécie forrageira específica. Para o fósforo, pode-se considerar as seguintes recomendações mencionadas na tabela V. Tabela IV. Recomendação geral de adubação para o fósforo
Teor de P no solo < 10 mg/dm3 de fósforo 10 a 20 mg/dm3 de fósforo 20 a 30 mg/dm3 de fósforo > 30 mg/dm3 de fósforo
Recomendação de adubação 80 a 100 kg P2O5/ha 40 a 50 kg P2O5/ha 20 kg P2O5/ha Adubação desnecessária
Fonte: FZEA/USP – Pirassununga/SP
Na Tabela VI é apresentada a composição média de diversas fontes de fósforo disponíveis no mercado. Tabela V. Composição percentual de algumas fontes de fósforo
Fontes Superfosfato simples Granulado Superfosfato simples Pó Superfosfato triplo Superfosfato 30 Fosfato diamônico (DAP) Fosfato reativo Daoui Fosfato reativo Arad Hiperfosfato (fosfato natural) Fosfato de Araxá (fosfato natural) Fosfato Alvorada (fosfato natural)
P2O5 18 18 46 30 46 32 33 32 28 28
S 12 12 8 -
CaO 28 28 14 28 18 42 28 45
N 18 -
R$/kg P2O5 1,41 1,23 1,08 1,09 0,79 0,76 0,12 -
Fonte: FZEA/USP – Pirassununga/SP
Da mesma forma, a Tabela VII é apresentada a composição percentual média de diversas fontes de nitrogênio disponíveis no mercado. Tabela VI. Composição percentual de algumas fontes de nitrogênio.
Fonte Sulfato de amônio Nitrocálcio concentrado Uréia Fosfato diamônico (DAP) Fonte: FZEA/USP – Pirassununga/SP
%N 20 27 45 18
%S 23 -
% CaO 4-5 -
% MgO 2-3 -
% P2O5 46
O potencial de extração de nutrientes dos solos de pasto capim-elefante é visto na tabela VIII: Tabela VII: Produção de matéria seca pelo capim-elefante, em toneladas por hectare.
Fonte: Valores médios relatados por Carvalho (1985), extraído do site tdnet.