Cana Verde

  • December 2019
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CASE » Native

Projeto Cana Verde Parte I – Produção orgânica

Native

Processo orgânico de manufatura de açúcar, buscando um sistema auto-sustentável de produção de cana-de-açúcar. O trabalho tem base na busca pelo potencial ecológico e conservacionista desta cultura, desde o preparo de solo para plantio até o processamento industrial da cana. ORGANIZAÇÃO BALBO EM NÚMEROS Fundação Usina Santo Antônio – Produção diária Álcool Açúcar

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1946

600 mil litros 12 mil sacas/50 quilos

A

Organização Balbo e suas empresas buscam explorar o potencial da canade-açúcar e de outros produtos agroindustriais, mediante a busca de tecnologia para produzir com competitividade, preservando a segurança e o meio ambiente. Fundada em 1946, a Usina Santo Antônio marca o início do empreendimento próprio da família Balbo. Atualmente, a produção desta usina é de 600 mil litros de álcool e 12 mil sacas de 50 quilos de açúcar por dia. A Usina São Francisco também é pioneira na produção em escala industrial do açúcar orgânico no Brasil. A produção do açúcar orgânico “Native”, segue uma nova filosofia que revoluciona os métodos de produção açucareira e envolve desde o preparo da terra até a embalagem especial e sua exposição nas prateleiras dos supermercados.

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Um sistema auto-sustentável de produção A integração da mais avançada tecnologia disponível com antigas e tradicionais técnicas naturais de cultivo.

Em 1986, a Usina São Francisco deu início ao Projeto Cana Verde, cujo objetivo principal era o desenvolvimento de um sistema auto-sustentável de produção de cana-de-açúcar, baseado na busca da total manifestação do potencial ecológico e conservacionista desta cultura. Desde o preparo de solo para plantio até o processamento industrial da cana, há a integração da mais avançada tecnologia disponível com antigas e tradicionais técnicas naturais de cultivo. Como resultado dessa iniciativa, a Usina São Francisco recebeu, em outubro de 1997, o certificado de produtor orgânico.

Certificação Orgânica A certificação orgânica é concedida a produtores de alimentos que realizam processos de produção sem utilização de quaisquer defensivos químicos ou fertilizantes minerais industrializados. Além disso, são requisitos básicos para a obtenção da licença que tais processos não alterem o equilíbrio ecológico nos campos de cultivo e que a empresa exerça impacto social e econômico positivo sobre a comunidade em que atua. A habilitação é, portanto, um prêmio aos produtores que implantam sistemas de produção auto-sustentáveis em todos os seus aspectos.

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O Projeto Cana Verde é certificado por diversos órgãos nacionais e internacionais, entre as mais respeitadas e rigorosas agências certificadoras do mundo. FVO (Farm Verified Organic) Dakota do Norte - EUA

ECOCERT International França / Alemanha

IFOAM (International Federation of Organic Agriculture Movements)

EEC (European Economic Community)

O sistema de produção agroindustrial é auditado com periodicidade anual, com o objetivo de certificar que não são utilizados quaisquer insumos químicos sintéticos do plantio ao empacotamento. Além disso, são avaliados os impactos ambientais e sociais da empresa sobre a comunidade. Agência credenciada pelo IFOAM.

ICS Japan, Inc. (International Certification Services) Japão JAS (Japan Agriculture Standards) O sistema de produção agroindustrial é auditorado com periodicidade anual, com o objetivo de certificar que não são utilizados quaisquer insumos químicos. Além disso, são avaliados os impactos ambientais e sociais da empresa sobre a comunidade. Agência credenciada pelo Ministério da Agricultura Japonês.

IBD - Instituto BioDinâmico - Brasil IFOAM - International Federation of Organic Agriculture Movements O sistema de produção agroindustrial é auditado com periodicidade anual, com o objetivo de certificar que não são utilizados quaisquer insumos químicos sintéticos do plantio ao empacotamento. Além disso, são avaliados os impactos ambientais e sociais da empresa sobre a comunidade. Agência credenciada pelo IFOAM.

KOSHER PARVE

BVQI (Bureau Veritas Quality International)

Rabbi M. A. Iliovits Brazilian Kashrus Authority

INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia)

O sistema de produção agroindustrial está em conformidade com os preceitos religiosos relativos aos alimentos que podem ser consumidos pela Comunidade Judaica.

Fundação ABRINQ pelos direitos da criança A empresa respeita a proibição do trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de 18 anos, e de qualquer trabalho a menores de 16 anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de 14 anos. A empresa desenvolve ações sociais que beneficiam crianças e adolescentes.

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O sistema de produção agroindustrial é auditado com periodicidade anual, com o objetivo de certificar que não são utilizados quaisquer insumos químicos. Além disso, são avaliados os impactos ambientais e sociais da empresa sobre a comunidade. Agência credenciada pela Comunidade Européia.

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O sistema de produção industrial é auditado com periodicidade semestral, com o objetivo de certificar que o sistema de qualidade da Usina São Francisco está dentro dos padrões internacionais de qualidade regulamentados pela norma ISO-9001. Esta auditoria é realizada pelo BVQI, agência certificadora reconhecida mundialmente.

BRACELPA - Associação Brasileira de Celulose e Papel. Campanha Papel Cartão O selo EMBALAGEM papel cartão - Aprovado pela natureza, tem como objetivo identificar e certificar os produtos embalados em papel cartão de empresas conscientes de suas responsabilidades ambientais.

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A manutenção das certificações dá-se mediante inspeções anuais sistemáticas, nas quais todas as etapas do processo de produção são rigorosamente auditadas para verificar se há total manutenção da conformidade com os padrões orgânicos estabelecidos pelos órgãos certificadores.

Sistema de Produção A Usina São Francisco cultiva 7.500 hectares de terras com cana-de-açúcar, 100% certificadas para produção orgânica. Para complementar as necessidades de matéria-prima orgânica da Usina, 6.000 hectares de onze fazendas localizadas na Usina Santo Antônio, pertencentes ao mesmo grupo empresarial, também foram convertidas e 100% certificadas no sistema orgânico. Resultado dessa medida, os 13.500 hectares de canaviais certificados possibilitam à São Francisco industrializar toda sua safra organicamente.

PRODUÇÃO Usina São Francisco 7.500 ha

de terras com cana-de-açúcar

100% certificadas

para produção orgânica

6.000 ha

fazendas localizadas na Usina Santo Antônio, convertidas

100%

certificadas no sistema orgânico

13.500 ha

de canaviais certificados

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Sistema de Industrialização O parque industrial da Usina São Francisco está instalado em local privilegiado, entre florestas, canaviais e vegetação ribeirinha exuberante. O processamento industrial adota as mais modernas técnicas de produção, com ênfase em processos produtivos ambientalmente seguros e compatíveis com a preservação dos ecossistemas à sua volta.

A cana utilizada pelas usinas é fornecida por mais de 300 produtores autônomos e pela Agropecuária Tamburi.

Recepção da matéria-prima A cana utilizada pelas usinas é fornecida por mais de 300 produtores autônomos e pela Agropecuária Tamburi, empresa do grupo que explora, em regime de parceria, terras próprias das usinas e de terceiros nos municípios de Sertãozinho, Ribeirão Preto, Jardinópolis, Dumont, Barrinha e Jaboticabal. São 84% de área cultivada com cana-de-açúcar e 16% com café, outras culturas e reflorestamento. Tanto nas áreas de terras próprias como nas de parcerias, destinadas à lavoura da cana-de-açúcar, são também cultivados cereais e adubos verdes, em regime de rotação de culturas. A cana orgânica chega à unidade de processamento minutos após a colheita, o que preserva integralmente suas características naturais e o frescor da cana verde vinda do campo. A pesagem das cargas inicia um processo documental que permite a perfeita rastreabilidade da produção orgânica. As informações contidas nos documentos relativos à colheita, transporte, pesagem, análise laboratorial e processamento industrial são devidamente registradas num banco de dados informatizado. Este, por sua vez, alimenta um sistema que disponibiliza informações precisas e detalhadas sobre todas as fases do processo de produção, desde o número do lote dos produtos orgânicos até o histórico dos campos de produção. No laboratório de qualidade de cana, amostras da cana orgânica são analisadas e, então, determinados os parâmetros relativos à sua qualidade. Devido aos exigentes padrões quanto à matéria-prima a ser processada, a qualidade da cana orgânica é continuamente monitorada. Após analisada, a cana orgânica é descarregada na mesa de alimentação, que a levará ao sistema de preparo, onde será desintegrada.

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A cana orgânica chega à unidade de processamento minutos após a colheita, o que preserva integralmente suas características naturais e o frescor da cana verde vinda do campo.

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Fabricação do Açúcar

Extração do caldo

O processamento da cana-de-açúcar orgânica, feito em instalações industriais de grande porte e de acordo com os padrões exigidos, representou um grande desafio técnico para as equipes do setor industrial, exigindo muito esforço e criatividade. Equipamentos e processos tiveram que ser modificados ou adaptados para permitir a industrialização de produtos orgânicos sem o uso de aditivos ou produtos químicos.

O caldo orgânico é obtido a partir de um processo mecânico de moagem, durante o qual é adicionada água potável para embeber a cana preparada e, assim, melhorar o índice de extração de sacarose. Como resultado da moagem de cana crua, obtém-se um caldo de alta pureza. Após a moagem, o caldo é filtrado e enviado para a fábrica de açúcar.

Devido aos exigentes padrões quanto à matéria-prima a ser processada, a qualidade da cana orgânica é continuamente monitorada.

Na fábrica, o caldo orgânico é depositado em tanques nos quais as impurezas minerais e vegetais são fisicamente decantadas, sendo posteriormente separadas do caldo por filtros rotativos a vácuo.

www.sxc.hu-Jesuino Souza

O caldo limpo é submetido a um processo de múltipla evaporação, originando um xarope orgânico com alta concentração de sacarose. Este xarope é então enviado aos cristalizadores a vácuo, onde são formados os cristais de sacarose. O produto final da cristalização, a chamada massa orgânica, é composto por cristais de sacarose e melaço.

O açúcar orgânico é estocado em armazéns especialmente reservados para produtos orgânicos, de onde pode ser diretamente expedido em containeres para transporte marítimo, no caso das exportações, ou em outros veículos de carga, conforme exigências do cliente.

Centrifugada, a massa orgânica tem o açúcar separado do melaço pelas peneiras das centrífugas. Aqui obtém-se um melaço orgânico de alta pureza e qualidade. O açúcar também é separado nas centrífugas.

Finalmente, o açúcar orgânico é empacotado em embalagens de 1, 25, 50 ou 1.000kg. As embalagens utilizadas atendem padrões de fabricação e recomendação de reciclagem posterior, de acordo com a filosofia da produção orgânica. Dessa forma, os impactos no meio ambiente, posteriores à sua utilização ou reciclagem, são também os mínimos possíveis.

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Controle de

Qualidade

O processo industrial é continuamente monitorado, através de análises dos produtos gerados ao longo da cadeia de produção.

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O

processo industrial é continuamente monitorado, através de análises dos produtos gerados ao longo da cadeia de produção. A Usina São Francisco possui um laboratório de qualidade, no qual são processadas análises de caldo, bagaço, melaço, açúcar, álcool, entre outras. No caso do açúcar, os parâmetros de qualidade estabelecidos pela especificação são analisados a cada noventa minutos, sendo emitido um certificado de qualidade, ao fim da produção de cada lote. Outro grande avanço tecnológico implantado pela Usina São Francisco é a estação de empacotamento, composta totalmente por equipamentos em aço inoxidável, onde o açúcar orgânico proveniente da área industrial (embalado em contêineres flexíveis de 1.000kg) é envazado em embalagens de 1kg, 25kg ou até 1.000kg, passando por uma linha projetada com dispositivos de segurança (peneira vibratória, filtro magnético, detectores de metais e sala pressurizada) que garantem um salto de qualidade sem precedentes para o açúcar orgânico, melhorando a qualidade do açúcar que chega aos consumidores. O amplo programa de qualidade implementado na Usina São Francisco abrange desde a preparação comportamental dos funcionários até a atuação dos grupos de qualidade total, com plena utilização das técnicas específicas de qualidade. A sacarose, ou açúcar da cana, é produzida a partir do carbono atmosférico e da água, na presença de luz, pelo processo da fotossíntese, e o fato de não se utilizar insumos e processos químicos na sua obtenção, desde o campo até o empacotamento, sendo o balanço de nutrientes neutro ao final do ciclo produtivo. 8

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Produção de combustível renovável A Usina São Francisco também produz álcool (Projeto Cana Verde – Parte II), combustível automotivo limpo e renovável, que atualmente representa a única alternativa mundial viável ao uso de combustíveis fósseis. O álcool é produzido tanto a partir do caldo proveniente da moagem quanto do melaço resultante da produção de açúcar. Essas substâncias são submetidas a um processo de fermentação biológica, cujo produto final é o mosto fermentado. A levedura, ou fermento biológico, é então retirada do mosto por intermédio de centrífugas, obtendo-se o vinho. Em sua maior parte, a levedura resultante retorna ao processo de fermentação. Entretanto, uma pequena parte é retirada do processo, submetida a secagem e comercializada como suplemento protéico de alta qualidade para ração animal. O vinho é encaminhado para os aparelhos de destilação, onde finalmente é obtido o álcool hidratado.

Todos os equipamentos da estação de empacotamento são de aço inoxidável, em uma linha projetada com dispositivos de segurança (peneira vibratória, filtro magnético, detectores de metais e sala pressurizada) que garantem um salto de qualidade para o produto.

Auto-suficiência energética Auto-suficiente em produção de energia, a Usina São Francisco a obtém de forma limpa e renovável, a partir da combustão do bagaço da cana. As caldeiras produzem vapor, que é convertido em energias térmica, mecânica e elétrica. O vapor movimenta um gerador que atende às necessidades de energia elétrica da Usina, sendo o excedente comercializado com a distribuidora de energia elétrica local. Caldeiras de alta eficiência garantem a queima limpa da biomassa de bagaço, um combustível altamente desejado hoje em dia por não emitir enxofre durante sua queima.

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Investimentos

O açúcar orgânico “Native” resulta de um trabalho de pesquisa que exigiu investimentos de US$ 6 milhões. Esse novo produto do setor sucroalcooleiro no país, o açúcar orgânico “Native”, resulta de um trabalho de pesquisa que exigiu investimentos de US$ 6 milhões. Trata-se de uma nova filosofia que revoluciona os métodos de produção açucareira, envolvendo desde o preparo da terra até a embalagem especial e sua exposição nas prateleiras dos supermercados.

A tecnologia desenvolvida pela Organização Balbo para a produção do açúcar orgânico já está sendo transferida para a produção de café e soja orgânicos, vencendo o desafio de substituir os agrotóxicos no desenvolvimento dessas duas lavouras.

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Resultados O trabalho realizado pela usina é o maior empreendimento de agricultura orgânica do mundo, na atualidade, segundo os principais órgãos certificadores internacionais. Devido a esse trabalho inovador, a São Francisco foi a primeira usina brasileira a receber certificação internacional. O reconhecimento é da Farm Verified Organic (FVO / IFOAM), dos Estados Unidos, da EcoCert International, com sedes na França e na Alemanha, que certifica produtos orgânicos para o continente europeu, e da ICS Japan que certifica produtos orgânicos para o Japão. O êxito no mercado mundial foi imediato: em três anos, o açúcar “Native” já chega a mais de 100 clientes em 24 países. A tecnologia desenvolvida pela Organização Balbo para a produção do açúcar orgânico já está sendo transferida para a produção de café e soja orgânicos, vencendo, assim, o desafio de substituir os agrotóxicos no desenvolvimento dessas duas lavouras. Este trabalho também tem sido acompanhado e aprovado pelo FVO, pela EcoCert e pela ICS Japan. A primeira colheita de café orgânico ocorreu em 2001. A Usina Santo Antônio implantou um módulo de produção de soja orgânica de 58 hectares em áreas de rotação com a cana-de-açúcar orgânica. Com o sucesso do módulo experimental, a usina está preparada para aprimorar a produção de soja orgânica em áreas de reforma de canaviais.

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