QUINZENÁRIO INDEPENDENTE AO SERVIÇO DAS COMUNIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA
1 a Quinzena de Junho de 2009 Ano XXIX - No. 1064 Modesto, California $1.50 / $40.00 Anual
KSQQ tem novo Estúdio
FALECIMENTO
Pág. 6
Faleceu Padre Manuel Bernardo Soares
Faleceu na sua residência em San Juan Bautista o Reverendo Padre Manuel Bernardo Soares. Era natural da freguesia de Pico da Pedra, ilha de São Miguel. O Padre Manuel Bernardo, o mais novo de 10 filhos, iria completar 80 anos de idade no dia 6 de Julho próximo.
RECONHECIMENTO
Pág. 27
Lionel Goularte recebe a LAEF DdeP Ward
Baía.
No Banquete para celebrar o Dia de Portugal, e o quadragésimo sexto aniversário da Luso-American Education Foundation será homenageado Lionel Goularte, de Fremont, com a LAEF Dia de Portugal Award, em reconhecimento pela sua dedicação e relevantes serviços prestados às comunidades Portuguesas da Área da
Batista e Dolores Vieira com a equipa de trabalho da KSQQ e KLBS José João, Aida Barbosa, Nelo Bettencourt, Filomena Rocha, Hélia Severino, Lucy Ávila e Álvaro Aguiar Páginas 16,18
Até que enfim...
Vai haver obras no Consulado! Levou mais de meio século para Portugal perceber que o Consulado Geral de Portugal em San Francisco era um vergonha nacional e comunitária. Por lá passaram dezenas de Cônsules, centenas de funcionários e alguns milhares de portugueses residentes nesta California dourada. E todos eles se sentiram mal. Acredito até que muitos Cônsules devem ter pedido assistência a Portugal, mas o Ministério dos Negócios Estrangeiros, quer no tempo do Fascismo, quer no tempo da Democracia, fez orelhas de mercador e nada quis fazer e só agora, devido aos esforços do ainda actual Cônsul Antonio Alves de Carvalho e do Secretário de Estado das Comunidades, António Braga, se conseguiu abrir o processo de renovação do Consulado. Segundo soube o Tribuna, já estiveram em San Francisco três engenheiros portugueses que vieram tomar conhecimento das necessidades das obras. Queremos crer que as opiniões, quer do Cônsul quer dos funcionários, serão importantes para o design do novo Consulado. Por favor, não nos desiludam!
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SEGUNDA PÁGINA
1 de Junho de 2009
Crónicas do Perrexil
A hipocrisia das palavras
EDITORIAL Dia de Portugal Se não tomarmos consciência da razão e da importância do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades, podemos um dia banalizar tanto essa data que ela nem interessa ao Menino Jesus. Felizmente as comemorações do Dia de Portugal tem evoluído positivamente e queremos crer que o seu futuro está em boas mãos. Só gostarímos de ver um maior empenho de muitas das nossas organizações que nunca lá compareceram. Ficava bem e não custa muito. E já agora, é preciso acabar com essa ideia saloia de convidar politicos de Portugal para o Dia de Camões. Convidem-se poetas, escritores, arquitectos, professores. Convidem-se pessoas que nos tragam mensagens de alegrar a alma e não palavras ocas, gastas, balofas, falsas, como tem sido as da maioria dos politicos que nos tem visitado. Quando é que aprendemos a ser mais discretos? Este ano não houve a atribuição da Causa Portuguesa Award, patrocinada pela UPEC. Acho muito bem que não tivesse havido, até haver uma remodulação no processo da atribuição do mesmo. Não faz sentido esse prémio ser iniciado por cartinhas de pessoas a proporem este ou aquele nome. Uma organização como a UPEC deveria ter a responsabilidade de escolher quem merecesse ser o premiado. A ver vamos. É bom saber-se o impacto que este pequeno jornal tem tido em muitos dos nossos patrocinadores. Temos recebido notícias que um anuncio no Tribuna paga-se por si mesmo, tal tem sido a adesão dos nossos assinantes aos produtos dos nossos patrocinadores. É realmente uma muito boa notícia. jose avila
Os problemas com a Corrida de Toiros em Artesia e a intervenção das autoridades recordou-me o uso e o abuso da palavra CRUELDADE que a Human Society gosta tanta de usar, especialmente em frente a uma câmara de televisão. Crueldade é também matarem-se um milhão de galinhas por dia numa só fábrica. Crueldade é ir-se a uma emergência hospitalar e esperar quatro horas para ser atendido. Crueldade é aceitar-se a existencia de milhões de refugiados em todo o mundo por causa de meia duzia de bandidos. Crueldade é esperar-se dois anos por uma operação cirúrgica em Portugal. Crueldade é matar-se milhares de vacas por dia para saciar a fome de muita gente. Crueldade é dar cabo da vida das familias quando o álcool é mais forte que a razão. Crueldade é haver violencia doméstica de ambas as
J. B. Castro Avila
partes. Crueldade é ser-se condenado quando se é inocente. Crueldade é perder-se o emprego por causa das vigarices de meia duzia de pessoas. Crueldade é não ter pão para dar aos filhos. Crueldade é aceitar-se os lucros indecorosos das companhias petrolíferas. Crueldade é abrir a televisão e ver as mortes, os roubos, as parvoíces de tanta gente em frente a uma câmara. Crueldade é não poder mandar os filhos para as escolas e universidades. Crueldade é ficar impávido ao saber-se dos abusos sexuais de crianças. Crueldade é ver-se um grupo de pessoas em Sacramento que olham mais para o seu umbigo do que para os interesses da comunidade californiana. Crueldade é caçar animais pelo prazer de matar. Crueldade é ver-se a miseria dos hospitais psiquiátricos do Estado. Crueldade é haver 40 milhões de americanos sem
seguro de saude. Crueldade é eu pagar o seguro do carro mais caro por causa daqueles que não o tem. Crueldade é ver-se árbitros de futebol a roubar o trabalho e o esforço de um clube e de uma equipa. Crueldade é ver-se tanta gente que foge descaradamente ao pagamento de taxas. Crueldade é não haver respeito em muitas escolas pelos professores. Crueldade é nunca se punir os grandes da droga. Crueldade é não haver boa educação em casa de muita gente. Crueldade é uma pessoa conduzir mais de cem milhas até ao Consulado de San Francisco e não poder usar o quarto de banho. Crueldade é estarmos envolvidos numa guerra que não é nossa e termos perdido cinco mil vidas desnecessárias. Crueldade é torturar pessoas como fizemos em anos recentes. Crueldade é pagarmos melhor a um guarda prisional do que a um professor.
Crueldade é uma pessoa passar mais tempo no computador, Facebook, Twitter, YouTube e outros, em vez de tomar conta dos filhos. Crueldade é querer-se visitar a nossa terra de origem e não poder pagar a passagem. Crueldade é ver-se tantas coisas que se podia fazer e não se faz, devido a ideias retrógradas de muita gente mais antiga. Crueldade é calar e não participar à policia actos e vandalismos feitos nas nossas organizacões. Crueldade é fazer queixa às autoridades de coisas de que não gostamos por fundamentalismo religioso ou outro. Crueldade é isto tudo e mais o que se poderia escrever, e não admito que a Human Society tenha a mania de ser proprietária de tal palavra. Por isso, não me venham esses senhores da Human Society cantar-me canções de embalar, porque eu já tenho a escola toda.
Year XXIX, Number 1064, June 1, 2009
PATROCINADORES
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COMUNIDADE
1 de Junho de 2009
Padre Marta - 70 anos de vida e muitos ao serviço da Igreja
Foi à sombra destas lindas árvores do TDES de Tulare, que o Padre Marta foi homenageado pelos seus 70 anos de idade e pelo seu trabalho junto desta comunidado do Vale Central
Padre Marta momentos antes de partir o bolo do aniversário, que, curiosamente, tinha um emblema do Benfica
Se a Zélia fosse mais velha, diríamos que ela era como o vinho do Porto, mas como é muito nova, podemos dizer que está cada vez melhor.
Padre Marta agradecendo a presença de todos. Na mesa reconhecem-se os Padres Raul Marta, Daniel Avila e Monsenhor Myron Cotta.
A vida de um padre nos dias que correm não é facil, e é precisamente por isso que talvez haja um défice muito grande destes titulares de uma vida de sacrificio, de entrega e de amor a uma Igreja, que passou e ainda passa por períodos negros da sua vida. O Padre Raul Marta é um bom exemplo de padre que se tem dedicado de alma e coração a uma causa que é importante no mundo de hoje. Algumas centenas de pessoas quiseram agradecer ao Padre Marta e reuniram-se debaixo das frondosas árvores do TDES para dizer-lhe quanto o apreciam, quanto o respeitam e agradecer todo o trabalho dado por ele à comunidade nos ultimos 24 anos. Parabéns ao Padre Raul Marta.
COLABORAÇÃO
Tribuna da Saudade
Ferreira Moreno
A
manjerona é uma planta de muita estimação, não só pela sua fragância, mas também pela sua utilidade culinária e medicinal. Em inglês, dá-se-lhe o nome de marjoram. Na série “Tradições, Costumes & Turismo”, em Fevereiro de 1962, Carreiro da Costa apontou que em muitos lugares se espalham, adentro de casa, algumas ervas aromáticas, “entre as quais a manjerona, a fim de se conseguir um ambiente ainda mais perfumado. O gosto pelos aromas campestres, por parte do povo açoriano, revela-se ainda na forma como em todas as povoações rurais e até mesmo nas vilas e nas cidades, atapetam os caminhos de verduras cheirosas, por ocasião das procissões”. A erva-santa é verdura, Sem ser formosa nem bela, P’lo lindo cheiro que deita É que fazem caso dela.
Anda a horta rodeada De erva-santa bem bonita; Queria falar contigo, Na roda está quem me quita. Eu plantei no meu quintal Erva-santa já crescida; Se por mim perdes a alma, Eu por ti perco a vida. Aplantei a manjerona Dentro dum copo de vidro; A manjerona não pega, Sem tu falares comigo. Eu perguntei à manjerona O que tinha no meu peito, Respondeu-me com firmeza: Querer bem não é defeito. Eu plantei a manjerona À força, sem ter raíz; Estava p’ra ser tua, Paciência, Deus não quis. Em Dezembro de 1968, na série supracitada, Carreiro da Cos-
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Na companhia da Manjerona (1) ta recordou ter visto em muitas casas, sobretudo de gente mais idosa, “galhinhos de ervas aromáticas, tais como a manjerona, espalhados à ilharga das camas do casal, formando como que pequenos tapetes que naturalmente são pisados quando o marido e mulher se forem a deitar, para que entrem no vale dos lençóis de pés cheirosos”.
Por saber o meu sentido; Junto c’o’a manjerona Tenho o meu bem escondido.
Eu plantei a manjerona À beira da minha cama; Manjerona cresceu tanto, Que me cobre com a rama.
Mas não é só nas casas e nos objectos que o povo gosta de colocar ervas de cheiro p’ra sentir-se na companhia dos aromas que vêm dos campos, das matas e dos jardins, pois que como acentuou Carreiro da Costa, “também se conservam muitas vezes consigo, visto que ainda há muito boas velhas que trazem sempre entalados nos cós das saias galhinhos de erva santa e de manjerona”.
Eu não sei o que declina, Nem o que quer declinar: Manjerona à nossa porta, Sem ninguém a semear.
Junto à manjerona Trago um amor encoberto; Todos falam e murmuram Sem ninguém saber ao certo.
A manjerona no adro Deita cheiro na igreja; Quem tem o seu bem à vista Tem tudo quanto deseja.
Eu sempre fui bem criado, Delicado de nascença; P’ra entrar neste jardim À manjerona peço licença.
Anda o mundo despeitado
Passei p’lo teu jardim, Cortei manjerona à unha; Quem tira o amor a outro, Não tem vergonha nenhuma. Ó manjerona do meu jardim, De mim tende compaixão, Que um ingrato me largou Sem motivo, nem razão. Escrevendo p’ró semanário lusocanadiano VOICE (Toronto, 16 de Março 2009), a doutora Ana Costa Barros anotou ser a manjerona originária dos países na orla mediterrânica. “Os egípcios, os gregos e os romanos usaram-
na na culinária, como afrodisíaco, como medicamento e na cosmética. Mais tarde difundiu-se no resto da Europa com as Cruzadas, e nos dias de hoje é cultivada nos países mediterrâneos, na Europa Central e na Europa do Leste”. Como observou Costa Barros, “a manjerona é eficaz nas perturbações digestivas, melhora o apetite e reduz a flatulência, podendo ser também usadas pelas suas propriedades calmantes e sedativas. Usa-se a manjerona na composição de unguentos e banhos p’ra combater o reumatismo e a ansiedade. Como planta aromática, a manjerona é amplamente utilizada na indústria alimentar em combinação com outras especiarias, que tornam inesquecíveis determinados pratos e acepipes”. Eu quisera ser a manjerona Que verdeja pelo prado, Quando tu lhe pões em cima Teu pezinho delicado. Manjerona doiradinha, Daquela que vai ao vaso, Podes andar, desandar, Qu’eu de ti não faço caso. Manjerona, raíz de oiro, Enverdece sem se ver; Quando estou longe de ti, Emagreço sem saber. A manjerona é verdura Quando entra a verdejar; Não tendes outro remédio Senão ver o desejar.
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COMUNIDADE
1 de Junho de 2009
Falecimento
Coisas & Loisas
Manuel Bernardo Soares Faleceu na sua residência em San Juan Batista na passada terça-feira o Reverendo Padre Manuel Bernardo Soares. Era natural da freguesia de Pico da Pedra, ilha de São Miguel. O Padre Manuel Bernardo, o mais novo de 10 filhos, iria completar 80 anos de idade no dia 6 de Julho próximo. Completou os seus estudos no Seminário de Angra, Terceira, e disse a sua Missa Nova em Maio de 1954 na igreja do seu querido Pico da Pedra. Foi pároco nas freguesias de Beira e Rosais na ilha de São Jorge, tendo dali emigrado para o Canadá em 1969. No Canadá serviu nas paróquias de St. Agnes e de Saint Helens. Em 1976 emigrou para a Califórnia, serviu a paróquia de Saint Elizabeth em Sacramento até 1978, altura em que foi nomeado pároco da igreja de Maria Auxiliadora (Our Lady Help of Christians) na cidade de Watsonville, onde serviu até a altura da sua aposentação em 1999. O Padre Manuel Bernardo continuou a celebrar missas em português em festas e outras ocasiões de importância para a comunidade portuguesa da California. Na sua juventude, o Padre Manuel Bernardo foi um excelente atleta, especialmente de futebol e voleibol, e na últimas décadas dedicou-se à prática de golfe. Possuía enorme talento artístico, muito especialmente na pintura e música, talentos que muito gostava de partilhar com as crianças. Era também director da organização comunitária Catholic Association for Seminary Studies. O Rosário por sua alma foi rezado terça-feira, dia 26 de Maio, na Igreja Our Lady Help of Christians (Maria Auxiliadora), 2401 East Lake Avenue, Watsonville, pelas 7 horas da noite. A missa funebre foi rezada no dia seguinte, quarta-feira, dia 27 de Maio, às 11 horas da manhã, na mesma igreja, seguindo-se a hora social no centro comunitário Kennedy Community Center de Watsonville. Os seus restos mortais foram sepultados no cemitério de San Juan Baptista por volta das 3:30 da tarde. Tribuna Portuguesa envia condolências à famila e a toda a comunidade de Watsonville.
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O jantar anual dos finalistas de San Jose High Acad-
emy foi um sucesso. Assistiram mais de 300 pessoas e angariaramcerca de $10,000. Com outros fundos que tem, o Clube Português de San Jose High vai dar $14,000 a 11 alunos em Bolsas de Estudo. Parabéns.
O sucesso das classes de Portugues na Escola de Adultos em Morgan Hill é de louvar e incentivar. Fernando Salvador enviou-nos uma carta que publicaremos na nossa próxima edição onde faz um resumo do que tem sido aquelas classes. Quem quer, consola-se. Não se pode perder o Torneio de Golfe em beneficio da Fundação Portuguesa de Educação de Centro da California, a realizar no Stevinson Ranch Golf Club, no dia 11 de Junho, em celebração do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades. Às 12 horas, registo e lanche; 13:30 Início do Torneio e às 18 horas, jantar. Os fundos reverterão para Bolsas de Estudo. O custo é de $125.00 por jogador, com lanche e jantar incluídos. Só o jantar custa $20.00. Contactar Paulo Soares 559-250-5636 ou Sergio Pereira 209-564-6863
Parabéns ao Ernie Hernandez pelo
seu Mestrado, cuja cerimónia foi efectuada no lindo Saint Mary’s College of California, em Moraga, California. Ernie é casado com Paula Avila.
COLABORAÇÃO
Rasgos d’Alma
Luciano Cardoso
O
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Simply the best
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Dia é de Portugal, formoso jardim à beira-mar plantado e lusíadamente imortalizado em gloriosa epopeia pelo fenomenal Luis Vaz de Camões. Nobre povo, nação valente, heróis do mar em Descobrimentos fabulosos, demos novos mundos ao Mundo e, com histórica vocação imigrante, fomo-nos fixando um pouco por toda a parte em dispersas Comunidades que, patriòticamente comemorando cada 10 de Junho, expandem e glorificam o melhor que há no fundo da generosa Alma Lusíada. É precisamente aí que queria chegar, ao fundo da nossa alma. O corpo ao embarcar despede-se, desprende-se, despista-se, desamanha-se mas desenrasca-se. A alma do português que imigra…sofre. Porque nem sempre é facil entender-se o fado roxo de quem parte e, pouco a pouco, irremediàvelmente se reparte (repartido entre dois mundos tão distintos quão distantes), o luso imigrante tenta a todo custo a cura segura para a sua aflitiva saudade. Cura completa, ao fim e ao cabo, bem sabemos que não há. (Por isso, que remédio tem quem imigra senão ir, aos poucos, morrendo de saudades…?) Alivio provisório, no entanto, poderemos vir a encontrá-lo mais tarde na irremediável erosão do tempo que passa. Só que, às vezes, chega tarde demais. E não oferece garantias: Ao ausentarmo-nos para o estrangeiro, uma vez descolados do velho território nacional, com o passar dos anos vamo-nos lentamente afazendo a um novo terreiro local onde criamos distintas raízes. Elas
aprofundam-se. O dilema instala-se. A (cura) coisa complica-se. “Eu tenho dois amores. Em nada são iguais. Mas não tenho a certeza de qual eu gosto mais.” Canta românticamente o Marco Paulo e cantarilhamos nós tambem, embora em ritmo um pouco diferente. Tenho a certeza absoluta que, se fosse por aí fora colocar agora em termos práticos esta pertinente questão a todos os lusoamericanos sediados cá no fabuloso Eldorado, a resposta iria ser deveras chocante para o vibrante portuguesismo de que tanto nos queremos comunitàriamente orgulhar. Extremamente orgulhosos das nossas históricas raízes, ao botarmos cá semente, depressa notamos que os nossos próprios rebentos criam seus genuínos orgulhos. O choque cultural de gerações entra-nos em casa pela porta do quintal e senta-se diàriamente à mesa connosco, em cenário só mesmo eventualmente chocante para quem não quer estar a par da situação. Não é famosa a delicada situação do idioma português que se aprende ou, lamentàvelmente, desaprende cada vez mais cá na nossa longínqua parcela da Diáspora distante na Costa do Pacifico. Porque a questão é mesmo delicada, não paga a pena pô-la à queima-roupa em termos polìticamente mais ou menos correctos de saber para onde atirar as culpas. Contra factos não há argumentos. O facto é inegável. A tendência está à vista. Os numeros não mentem. O processo, apesar dalguns louváveis esforços, parece irreversível. Com a imigração de lá para cá pràticamente estancada, tudo leva a crer que
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será apenas uma mera questão de tempo para que o português, localmente cada vez mais “inglesado”, se limite às memórias arquivadas dos lisongeiros elogios, apesar de tudo, sempre agradáveis ao ouvido: O Joe Pantona e o seu divertido “Bossa” gozam de relação amistosa. Ninguem o diria, porem, pelo súbito rebentar desta curiosa conversa: “…What kind of porigui are you?” Pergunta o “Bossa” ao Joe com óbvio ar de troça. “…You don’t eat linguica; you don’t like sopas; you don’t go to festas; you ignore toiradas; you hate paradas…!...What in the hell do you do to stay close to your roots, man…?” “I go back home every summer for about a month and a half.” Respondeu o Joe, sem pestanejar. “To Portugal…you mean?” Insistiu o “Bossa”, manhoso. “You better believe it!” Rematou o Joe, seguro de si. “…And, what in the hell do you do there that long.” Recargou o arengão do “Bossa”. “I go fishing all day and sometimes at night too…” Defendeu o Joe, atento à cínica jogada do patrão. “That’s all…?” O patrão excede-se. “What do you mean “that’s all”? O Joe altera-se. “I mean, if you love to fish that much, you can stay here and catch just about the same fun. Fish here, fish there…the catch is all the same!” Volta à carga o “Bossa”, com turva água no bico. “You’re wrong, boss! It’s never the same. There, I know for sure I catch a lot of fun.
Here, all I catch is sanabaganas like you teasing the hell out of me…” Descarga o Joe, pândego, sem papas na língua. “You gotta be kidding. You’re not calling me a sun of a gun, are you?” Continua o patrão, no seu gozo miudinho. “I am. But, what I mean is…” Replica o Joe, sem se aperceber. “You’re fired!” Carrega o “Bossa” no falso botão do pânico. “You gotta be kidding…” Continua o Joe, algo perplexo. “You’re lucky I am.” Decide o patrão serenar-lhe os ânimos. “Having the guts to insult me right on my face…? – You poriguiz are really something else…” “What do you mean?” Reagiu o Joe, aliviado. “I’ve fired all kinds of schmoes but I never had the guts to fire a porigui.” Desabafou o descarado “Bossa”, para descanso do pobre Pantona. “Why…?” Tentou o Joe arrancar-lhe por fim uma qualquer justificação que nos orgulhe. Foi então que, deixando para trás a galhofa, o simpatico “Bossa” falou sério e pausado em tom que, de facto, muito nos orgulha: “I’m not going to lie to you: You’re simply the best there is out there.” Aren’t we…?... Viva Portugal!!!
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FESTAS
1 de Junho de 2009
PROGRAMA Quarta-feira, 17 de Junho até Sexta-feira, 19 de Junho
7:30 pm Reza do Terço na Igreja do Sagrado Coração.
Sábado, 20 de Junho
10:30 am Formação do Bodo de Leite. Depois, ser servido todos os presentes. 2:00 pm Arrematações e bazar durante o dia. 7:30 pm Reza do Terço na Igreja do Sagrado Coração. 8:30 pm Baile com o Conjunto “Sem Duvida” 9:00 pm Cantoria 10:00 pm Apresentação das Rainhas
Domingo, 21 de Junho
9:30 am Formação do Cortejo para a Igreja do Sagrado Coração. 11:00 am Missa na Igreja do Sagrado Coração. Depois, será servido sopas a todos os presentes. 2:00 pm Arremataçoes e bazar durante o dia. 7:00 pm Sopas será servido 8:30 pm Baile com Conjunto “Sem Duvida” 9:00 pm Tocadores de violas para os tradicionais bailes de roda e chamarritas. 10:00 pm Apresentação das Rainhas
Segunda-feira, 22 de Junho
8:00 pm Corrida de Toiros na Bella Vista Park, Gustine. Cavaleiros: Alberto Conde, Paulo Ferreira e Sario Cabral.
PROGRAMA O Presidente e toda a Comissão convida todos a participar na Festa do Espírito de Tracy Semana de 9 a 11 de Junho 8:00 pm Recitação do Terço na Capela do Salão. Sábado, 12 de Junho 8:00 pm Apresentanção das Rainhas e Baile com “Universe Band” Domingo, 14 de Junho 9:00 am Saida do Cortejo com destino a Igreja de São Bernard 11:00 am Missa 1:00 pm Almoço de Sopas e Carne 2:00 pm Arrematações 7:00 pm Jantar de Sopas e Carne 8:00 pm Baile com o “Universe Band” Sexta-feira, 19 de Junho 8:00 pm Corrida de Toiros
Grande Corrida de Toiros Alberto Conde
Victor Blasquez Jesus Chover
6 Bravos e Nobres Toiros 6 de Frank Borba & Filhos, de Escalon Grupo de Forcados do Aposento de Turlock Admissão - $20.00
COLABORAÇÃO
Sabor Tropical
Elen de Moraes
A
[email protected]
lua ainda brilha no céu quando um sol tímido lança os seus primeiros raios que, aos poucos, dão esmaecidas tonalidades de rosa e laranja ao firmamento, emprestando também um colorido ímpar ao manto negro da noite que se rende ante tanta beleza e cede espaço à exuberância dos matizes sensuais do amanhecer. A cidade desperta sem pressa e se espreguiça sobre o mar. Os gritos abafados das gaivotas, como se tivessem pena de acordar o dia do seu sono matinal, nos seus vôos lânguidos e rasantes sobre as águas cor de esmeralda que, lentamente, se cobrem com nuances douradas, e o som das ondas, lambendo luxuriosas as brancas areias, no seu ritmado vai e vem, compõem uma perfeita e suave sinfonia, jamais ouvida. A brisa que vem do mar e sopra fria, que ondula os coqueirais e se enrosca nas árvores, despindoas das suas folhas, deixando-as despudoradamente nuas, com leveza e graça feminina, num ritual de paixão e prazer, aliada aos cheiros cítricos que invadem e perfumam o ar e que deixam pelas ruas um rastro de amor, dão o toque de êxtase, as boas-vindas à inigualável oportunidade para um recomeço. São cores amareladas, vermelhas e douradas que tonalizam a esperança enquanto a primavera não chega. São sons que embalam e cadenciam a alegria pela redescoberta da existência. São notas musicais
produzidas pelas batidas do coração em unissonância com os acordes do universo, nesse novo tempo. São fragrâncias outonais que colocam no ar um odor especial de essência, de fruto maduro, colhido, de terra nua, no cio, que se entrega, sedenta, para receber em seu ventre novas sementes. Novas vidas. Nos trópicos, o outono é belíssimo, quando o céu é mais azul, os dias mais claros e embora ensolarados, as temperaturas são amenas, convidativas a passeios, abraços e união de corpos e as noites, mais românticas e aconchegantes, estimulam confidencias e entregas. Não sei se o que vejo, enxergo com os olhos da paixão e da admiração que cultivo pelo meu Rio de Janeiro ou se os filtros, através dos quais vejo amor e alegria num amanhecer singular de outono, precisam ser substituídos. Todavia, acredito, sinceramente, que tanta beleza natural que veste a nossa cidade não poderia ter um outono qualquer, só com árvores desfolhadas, uma época simplesmente de espera por dias mais viçosos, sem mistérios e sem poesias. Tinha mesmo que ser como acontece: o clímax da natureza com o romper de um novo tempo, tingindo de ouro as águas da Lagoa, das praias e da baia da Guanabara. Tingindo nossas águas interiores. Um tempo de reencontros, de renovação, de perdão para renascer, de dispor novas sementes no solo da nossa compreensão,
Ao Sabor do Vento
Outono nos trópicos: estação do amor.
da nossa aceitação pelo inevitável. Tempo de se colher o que se plantou. Outono, estação do amor. Há quem compare o outono ao principio do fim da vida, a antecâmara da velhice, a tristeza ligada à morte, talvez pelas folhas secas, sem brilho, espalhadas pelo chão, largadas ao vento. Porém, depende de como cada um modera a luz e protege as lentes, através das quais capta e absorve o belo ou feio, a alegria ou a tristeza, a intensidade ou o efêmero desses dias. Num instante especial da minha vida, quando meus olhos só viam o essencial e o que se mostrava em primeiro plano, quando o meu coração afirmava sem conferir e quando a minha alma sentia sem entender, eu mesma não conseguia ver o outono como a “estação do amor” e, sim, como
uma sucessão de dias insossos, um desfilar de rostos inexpressivos, uma procissão de gentes acabrunhadas. Uma estação de saudades antecipadas. Então escrevi, mesclando desilusão e esperança: Outono, Triste despedida... Mais um desfazer-se, Dar adeus à vida Para renascer... Também preencher-se De muita razão, Ou só emprenhar-se De grande vazio E de solidão. Sentir, sob os pés, Cansada e exaurida, A terra bruta, No cio... Vencida! Outono, Chuva fina, céu cinzento.
Tristeza Imersa em acres sabores De folhas mortas ao vento... Beleza, Matizada de ocres cores, Do tempo em movimento... Outono, Momento de desocupar espaço, De curvar-se ante as novas evidências, De adaptar-se ao tempo e ao seu abraço, De preparar-se pra longas ausências... Hoje faço coro com o poeta Vinicius de Moraes, em seu poema “As cores de abril”, quando ele afirma: “Vai e canta meu irmão! Ser feliz é viver morto de paixão”. Paixão, nem que seja apenas pela vida.
Ninguém me acompanhou!
José Raposo
[email protected]
O
h Zé, tu tens cada uma! Fazer uma tese de mestrado sobre o sucesso ou insucesso dos cônsules que têm passado pela California? Não diz o ditado que cada povo tem o governo que merece? Eu costumo dizer que há três profissões na vida que eu nunca exerceria: padre, polícia e professor. Agora posso acrescentar outra, cônsul na Califórnia. Por melhor que seja o cônsul que para aqui venha, nunca vai agradar a todos. Já escrevi aqui no jornal que todas as vezes que eu tenho precisado dos serviços do consulado, tenho sido sempre bem atendido, tanto durante a comissão deste cônsul, como dos outros anteriormente. Ainda há dias telefonei e quem me atendeu foi a Júlia e ela disse: -“Ò Sr. Raposo tem que nos vir fazer uma visita, para ver o chão novo que pusemos”. Eu prometi que iria na próxima oportunidade. Já me disseram o nome do cônsul que virá substituir este, mas não
me lembro. Entretanto, vamos ver se quando o mesmo chegar, em vez das nossas organizações todas fazerem festas e banquetes para lhes dar as boas vindas, por que não se juntam no maior salão que temos ou até mesmo num hotel que possa acomodar umas mil ou mais pessoas, numa festa onde todas as sociedades estivessem representadas? Assim estaríamos lá todos, fossemos do Benfica, do Sporting ou do Porto. E depois, então, o Sr. Cônsul visitaria, individualmente, as organizações, conforme a sua disponibilidade e a das mesmas. No entanto, Zé, ao continuar o meu artigo comecei a pensar que a tua ideia talvez tenha alguma razão de ser. E lembrei-me de que agora as fronteiras políticas na Europa são inexistentes. Nos passaportes Portugueses vem impresso na capa: “Comunidade Europeia”. Eu vou aproveitar a tua sugestão, vou matricular-me numa universidade qualquer que aceite a minha tese de Mestrado sobre os cônsules e tenho a certeza que não vai ser muito difícil
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chegar à conclusão que, talvez, nós Portugueses e os outros povos que compõem a comunidade europeia, não precisem de um consulado individual em San Francisco. Por quê não reunir os consulados todos num só edifício onde tivesse um representação de cada país? Seria muito provável que não fosse preciso tantos funcionários o que, automáticamente diminuiria as despesas. E na fachada do edifício haveria lugar para as bandeiras todas dos respectivos países. Talvez não seja pedir muito que houvesse um restaurante com comida de todas as nações, não esquecendo: uma sandwhich de linguiça, um arroz doce, malassadas ou pastéis de nata. Ah! E massa sovada, cerveja Sagres, vinho de cheiro e vinho verde. O que é que tu achas Zé? Será que isto não seria uma tese para Doutoramento? Algumas vezes perguntas no jornal: quem dá o primeiro passo? Eu estou dando, assim como dei
atendendo a tua sugestão sobre os cantadores ao desafio. Mas, infelizmente ninguém me acompanhou!
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COLABORAÇÃO
1 de Junho de 2009
“Uma mulher inspiradora” “Uma mulher inspiradora”, foi com estas palavras que o Presidente Barack Obama anunciou a nomeação da juíza Sónia Sottomayor para o Supremo Tribunal de Justiça dos EUA. O Presidente citou, como razões primordiais nesta sua escolha o “rigor intelectual” e o “compromisso para com a imparcialidade da justiça.” Esta foi, indubitavelmente, uma escolha magistral. É que apesar de não concordar com todas as decisões tomadas por esta magistrada, algumas, na minha óptica, um pouco conservadoras, tenho de dar a mão à palmatória e afirmar, inequivocamente, que este Presidente está mesmo a fazer história. Primeiro, e acima de tudo, há que salientar o valor académico e intelectual desta mulher. Frequentou e formou-se com distinções em duas das mais prestigiadas instituições do ensino superior norteamericano: Princeton e Yale. Em Princeton fez a sua licenciatura e em Yale o seu doutoramento em direito. Segundo, a sua história pessoal. Uma verdadeira personificação do sonho americano. Filha de pais porto-riquenhos, foi criada no projecto de habitação popular Bronx, em Nova Iorque. De origens extremamente humildes, com a mãe viúva a trabalhar em dois empregos para tentar sustentar a família, a juíza de 54 anos de idade, trabalhou arduamente para conseguir colocação nas faculdades que frequentou. Se é verdade que foi graças ao “affirmative action” que entrou nestas universidades de prestígio, mais uma indicação que há continuar
com esta política, não é menos verdade que foi a sua capacidade intelectual, a sua força de vontade e o seu compromisso com o conhecimento que a levou a concluir os seus estudos com notas brilhantes. Foi esse mesmo brilhantismo que levou a promotora pública, advogada representando grandiosas companhias americanas, juíza distrital, nomeada por George Bush (pai), e juíza no tribunal de apelações nomeada por Bill Clinton. E é sobre a sua história como magistrada que gostaria de reflectir. Através da sua carreira a juíza Sottomayor tem mostrado um enorme respeito pelas liberdades cívicas protegidas pela constituição americana. Entre várias decisões, registe-se o caso Papineau v. Parmely, em que um grupo de indígenas foi espancado e abusado fisicamente por entidades policiais que tentavam dispersar uma manifestação pacífica. A juíza foi peremptória ao afirmar que a constituição americana não tolera agentes policiais que abusam dos seus poderes, particularmente para dispersarem, com métodos violentos, uma manifestação pacífica. Porém, todos nós sabemos que aqui nos EUA, infelizmente, estamos infestados com agentes policiais que abusam os seus poderes, particularmente os guardas prisionais que de vez em quando são alvo de investigações do estado. Similarmente, no caso Ford v. McGinnis, Sotttomayor decidiu, adequadamente, que reclusos muçulmanos não poderiam ser recusados os seus direitos da primeira emenda à constituição,
Memorandum João-Luís de Medeiros
dando-lhes, e ainda bem, o direito de celebrarem com a sua refeição tradicional a conclusão do período sagrado do Islão: o Ramadam. É que as entidades prisionais, sempre muito entendedoras de tudo, haviam determinado que este acontecimento religioso não tinha “grande importância para o Islão.” Com a clausula “igualdade judicial debaixo da lei”, a juíza, filha de emigrantes, tem evidenciado, várias vezes, a filosofia de que as leis existentes para protegerem as crianças, os trabalhadores, as minorias e os marginalizados, não podem ser ignoradas pelos tribunais. Aliás, a própria, ao aceitar a nomeação, disse: “esforço-me por nunca esquecer as consequências das minhas decisões no mundo real, quer a nível de indivíduos, quer nas empresas e no governo.” Discordando com a opinião da maioria, a juíza recusou aderir à decisão tomada por dois colegas seus, que desnudava um aluno duma escola pública americana do direito de estar livre de discriminação racial. Há que salientar que o presidente da coligação laboral AFL-CIO, John Sweeney, elogiou o trabalho da magistrada como sendo uma defensora dos “direitos que todos os trabalhadores têm de nos seus empregos estarem livres da discriminação racial e de serem pagos vencimentos decentes previamente acordados pelas entidades patronais.” Por último, e por ter tomado estas e outras posições, que defendem o cidadão comum, porque tal como também afirmou o presi-
Reflexos do Dia–a–Dia
Diniz Borges
[email protected] dente a juíza: sabe como o mundo funciona, como as pessoas comuns vivem”, a direita americana já começou os seus assaltos. Uma dessas vozes foi a de Wendy Long, directora jurídica da Rede de Confirmação Judicial, um eufemismo para uma organização conservadora que assalta juízes que interpretam a lei como sendo a favor de todos os cidadãos e não apenas de uma mera elite. Numa afirmação feita à comunicação social, Long disse que a juíza Sottomayor é: uma activista liberal de primeira ordem que acredita que a sua agenda política pessoal é mais importante do que a própria lei.” Claro que tal afirmação não poderia estar mais longe da verdade. A realidade é que a juíza Sónia Sottomayor é considerada uma mulher do centro/esquerda, mas muito mais do centro do que da esquerda. Tentar pintá-la como uma ideóloga da esquerda, é absolutamente, ignóbil e incorrecto. Apesar da propaganda já lançada, alguma mesmo vil, a juíza, para descontentamento de muita gente na esquerda não é, nem por sonhos, para a esquerda americana, o que Samuel Alito e John Roberts são para a direita. Como é sabido, a constituição americana estabelece que as nomeações têm quer ser ratificadas pelo Senado. Apesar dos grupos mais reaccionários do Partido Republicano, aliados ao actual patrono do mesmo partido, o locutor “Patrão” Rush Limbaugh,
já terem desferido, com toda a ferocidade, a campanha de ataque, os Senadores, e as vozes mais moderadas e mais respeitadas dos republicanos, estão muito caladinhas. É que eles bem sabem que esta é uma batalha invencível. Num momento em que o dois partidos cortejam o voto, cada vez mais influente, dos hispânicos, num momento em que a comunidade hispânica celebra a grande vitória de ter pela primeira vez alguém deste grupo étnico no Supremo Tribunal de Justiça, uma batalha sórdida do Partido Republicano é, simplesmente, suicídio político. Digam o que disserem as vozes retrógradas do Partido Republicano, e as vozes desarmónicos da ala mais à esquerda do Partido Democrático, esta foi uma escolha fulgurante e traz ao Supremo Tribunal outra frescura e outras vivências. Traz ao Tribunal uma faceta da verdadeira América, uma América multicultural que é rica, justamente porque possui uma enorme diversidade étnica. É que quer queiram quer não, tal como disse o Presidente Obama: “quando Sónia Sottomayor subir os degraus de mármore e assumir o seu cargo no mais nobre tribunal do país, os Estados Unidos terão dado mais um passo importante no rumo da realização do ideal gravado no frontispício daquele tribunal: “justiça equitativa sob o domínio da lei.”
Ressonâncias circum-escolares
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V
amos tentar recolorir alguns dos eventos vividos (1953/63) na periferia da antiga (mas sempre remoçada) Escola Industrial e Comercial de Ponta Delgada, ali mesmo na rua do Mercado. Vão permanecer na penumbra, em lista de espera, as referências aos episódios relacionados com o percurso adolescente do desassossego cultural da minha geração. Naquela zona, como se lembram, para além do edificio solarengo (hoje sede da Escola Roberto Ivens), não havia ermidas para rezar antes dos exames; havia, isso sim, uma colecção de lojecas e tabernas que tinham por missão desafiar o apetite juvenil com as suas famosas iscas de fígado ou com as gostosas postas de moreia frita: os petiscos do ti Zé vinagre, por exemplo, tinham o condão singular de reclamar a presença do famoso dedalinho de vinhode-cheiro. Naquele tempo, bastava um “quartilho-anão” daquele santo vinhinho do ti Zé Vinagre para que a coragem crescesse no peito da rapaziada; alguns ficavam depressa com o coração a latejar, e aquilo era um tal urdir poesia em louvor das abençoadas pequenas do curso de Formação Feminina, tão habilidosas de
mãos para os bordados da imaginação... Para quem preferisse gelados, a mercearia do Sô Borges era a mais concorrida. Por outro lado, a cervejaria Carioca, ali mesmo em frente ao portão central do mercado da Graça, era na altura o oásis para o aliciante caféexpresso servido pelo Sr. Alves, elegante cultor do estilo italianizado tão apreciado pelas “senhoras da liga” da época...
1 – fala antiga com sotaque moderno Hoje apetece-me contrariar a tendência que a minha geração cultiva de enterrar o passado no túmulo do soldado deconhecido do destino. Lembro ainda a memória daqueles jovens que não teriam morrido nas matas africanas, nos anos 60, caso a democracia tivesse chegado a Portugal vinte anos antes. Perfilo-me agora em preito de homenagem (singela mas muito sentida) à memória daqueles antigos alunos da nossa Escola, cuja vida lhes foi ceifada ainda em tenra idade, durante o horroroso equívoco colonialista: Carlos Faria, Norberto Pacheco, José do Rego Rebelo… e outros, muitos outros!
Gostaria ainda de referir outros colegas que permanecem na nossa memória embora, felizmente, não pelos motivos dramáticos acima apontados. Por exemplo, nos anos de 1950/57, quem poderia igualar o “nosso” David Resendes na arte de “narrar” filmes? A sua comunicabilidade inata e ritmo interpretativo eram motivo de pasmo para dúzias de colegas que, à segunda-feira, junto ao muro da cantina, não falhavam presença para ouvir (reviver) a narração do filme que David havia presenciado na matinée do Domingo anterior. A pequena assistência era toda “ouvidos”, graças à sua prodigiosa capacidade: imitar as sonoridades do tiroteio à saida do bar-room; reproduzir o diálogo entre o “rapaz” e a “rapariga”, que não raro culminava com o demorado “chupão” da praxis... até que a estuporada legenda “the end” vinha (impiedosamente) atenuar o alvoroço adolescente... E que dizer daqueles outros cuja aptidão artística nem sempre era levada a sério? Muitos talvez estejam ainda recordados da pacatez mental da nossa gente: naquele tempo, o talento artistico era considerado maluqueira de excêntricos! Recordo, por exemplo, o que aconteceu ao Gustavo
(talentoso fotógrafo e teimoso sobrevivente do destino, algures na comunidade do sudeste de Massachusetts). Um belo dia, a nossa professora de desenho “apertou” com ele para executar um trabalho geométrico que exigia compasso, tira-linhas, esquadro, e tudo! Com surpresa geral da turma, antes de concluir o trabalho, o aluno foi expulso da sala. Mas afinal, porquê? Ora aconteceu que em vez de traços geométricos, o “nosso” Gustavo resolvera criar uma “maluqueira” maravilhosa de perspectivação e ritmo plásticos, povoada de piratas-astronautas e foguetões espaciais; naquele tempo, aquilo significava uma ousadia pouco recomendável: os meninos “bim-sinados” eram aconselhados a pintar caravelas com enormes cruzes nas velas para avivar e glorificar a epopeia ultramarina… Por outro lado, não seria justo esquecer alguns daqueles que ficaram pelo caminho, no “vale dos
caídos” da pouca-sorte. Uma breve referência emocional ao RanRan. Acaso lembram-se dele? Sim, é esse mesmo! Apesar da sua humaníssima fealdade servida por uma tonalidade de voz vinda do além-tumulo, o RanRan não sabia mentir àcerca da meiguice dos seus vícios, porque era “criatura” geralmente estimada pela rapaziada-estudante que não trazia na pele o selo-branco de “menino-família”. Ran-Ran mantinha-se vivo graças ao magro sustento como engraxador de sapatos. É pena que a memória colectiva se tenha esquecido de que chegou a ser campeão açoriano de ping-pong (ténis de mesa), ao serviço da camisola do “seu” Micaelense Futebol Clube... Continuamos a aprender que o tempo é o detergente da história: falar antigo com sotaque moderno não magoa o passado, apenas faz torcer as biqueiras da imaginação para os calcanhares da utopia...
COLABORAÇÃO
Sabores da Vida
Temas de Agropecuária
Egídio Almeida
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...o fenómeno do etanol O crescimento da industria do etanol forçou os produtores de leite numa crescente incerteza nos preços das rações para os seus animais Não foi há muito tempo que os Estados Unidos estavam no meio de um notável crescimento na produção de etanol. Novas unidades fabris deste produto estavam nascendo por diversas regiões do País acompanhadas por grande número de outras unidades em construção. Enquanto o crescimento continuava em 2008, subiu considerávelmente os preços da matéria prima - o milho em grão por exemplo, subiu para $8.00 por bushel, (comparado com o normal de $3.00 para $4.00) causando uma intensa pressão económica aos produtores de leite, quando o custo de produção deste produto subiu para números nunca antes imaginados. Durante esta tumultuosa época, um crescente numero de produtores procuraram alternativas menos dispendiosas tais como “distillers grains” (DDG). Esse crescimento presentemente está reduzindo considerávelmente e
companhias tais como “Pacific Ethanol” estão à beira da falência. A industria do etanol está enfrentando tempos dificeis, mas os preços dos cereais continuam altos e produtos tais como “distillers grains” não estão disponíveis no mercado como seria de esperar. A crise económica global é apontada como causa do insucesso da industria do etanol. Não é segredo que o início da presente crise da agropecuária foi originada pelas demandas do Congresso para a chamada energia verde, que veio iniciar a competição das nossas mesas do almoço com o depósito de combustíveis dos automoveis. A falta de empregos nos Estados Unidos e nem só, é outro dos grandes motivos dos baixos preços do leite. Nem só perdemos parte do mercado nacional, mas perdemos também uma quase totalidade do mercado global temporáriamente, o que veio causar um desiliquibrio na oferta e procura “suply and demand”. Aqui no Oeste os processadores do leite têm experimentado a controlar a produção devido à falta de capacidade de fabrico, mas parece que o resultado não foi o sucesso que se esperava.
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A indústria está enfrentando uma situação dificil, mesmo quando alguns indicadores são positivos, pois cada dia que passa vai ficando mais fácil para os grandes da industria manipularem os mercados, que eles controlam, enquanto os dramas familiares continuam a desenrolar-se na produção do leite, sem a recompensa merecida. O progama Federal MILK está presentemente auxiliando a baixa dos preços entre Fevereiro e Julho, mas é apenas nos primeiros 3 milhões de libras, o programa está desenhado para a média nacional de produção e não para a média da California. Outros sinais positivos são: menos leite será produzido num futuro próximo devido à intervenção do programa voluntário CWT que está comprando vacas para o mercado da carne. Mais de 200 milhões de libras de leite em pó magro comprado pelo Governo Federal foi encaminhado para programas do combate à fome; Preços a retalho pelos produtos do leite tem diminuido e estão mais em linha com os preços pagos à produção. A industria está tentando mobilizar-se com uma força Política Social para apresentar ideias que
Quinzenalmente convidaremos uma pessoa a dar-nos a receita do seu prato favorito, com uma condição - que saibam cozinhá-lo. A nossa convidada nesta quinzena é Maria Manuela Coelho, nascida na Graciosa, casada com Francisco Coelho, residente em Gustine, California.
Filhóses Fritas 5 libras de farinha 2 barras de manteiga 30 ovos 1/2 copo de açucar 1/2 copo de leite a ferver 2 carteiras de fermento granulado Desfaz-se o fermento num poudo de água morna com uma colherzinha de açucar. Mexese e deixa-se levedar. Deita-se a manteiga no leite a ferver, deixando-se amornar. Batem-se os ovos bem batidos, vai-se caldeando a farinha e depois o leite com a manteiga e o fermento. Amassa-se como se fosse pão e deixa-se levedar. Depois de lêveda, pega-se num bocadinho da massa, abre-se para dar o formato da filhós e frita-se em óleo bem quente. Vai-se molhando as mãos em água para a massa não pegar. Depois de fritas, polvilha-se com açucar. Bom apetite!
a levem ao caminho do futuro, o caso é que o problema é sempre o mesmo, quando a força se acaba de organizar o futuro já passou sem solução.
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COMUNIDADE
T.D.E.S. HOLY GHOST JUNE 8 – 15, 2009
P.O. Box 1573 - 515 No. I St., Tulare, CA 93274 St. Aloysius Church, 125 E. Pleasant International Agri-Center, 4500 S. Laspina
A Comissão da Festa de Tulare, Divino Espirito Santo Cordialmente Convida a toda a Communidade Para Participarem nos seguintes eventos: Segunda-Feira 8 de Junho
20h00 (8 da tarde) Terço cantado por Jose Meneses Seguido de abertura de exposição de Imperios no salão do T.D.E.S.
Terça-Feira 9 de Junho
20h00 (8 da tarde) Terço Continuacão de exposição de Imperios
Quarta-Feira 10 de Junho
20h00 (8 da tarde) Terço seguido bênção da massa doçe Sessão de cumpriméntos pela Filarmonica Portuguesa e destribuicão das rosquilhas, tradicão da Ilha do Pico
Quinta-Feira 11 de Junho
17h30 (5:30 da tarde) Briança com bezerros enfeitados e Pezinho acompanhado, com os cantores: Manuel dos Santos, João Pinheiro, e João Rodrigues Serão acompanhados pelos Tocadores Daniel Macedo, João Gravito, Manuel Lourenço, Rafael Ormonde e Helder Toste 20h00 (8 da tarde) Terço, depois sera servido pão, queijo e vinho
Sexta-Feira 12 de Junho
17h99 (5 da tarde) Terço 17h30 (5:30 da tarde) Abre-se as portas do Inter. Ag Center 20h00(8 da tarde) 6 toiros à corda da Ganadaria de Candido Costa de Wasco. Admissão $5.00 menos de 10 anos entrada gratis Com a presença da Filarmonica de Tulare
1 de Junho de 2009
Sábado 13 de Junho
11h30-12h30 Entrega de esmolas, a pessoas com Bilhetes. 18h00 (6 da tarde) Terço, e trocas das Coroas entre as Rainhas de 2008 e 2009 Segue-se cantoria dentro do salão Com os seguintes cantores: Manuel do Santos, Adelino Toledo, Jose Ribeiro, Joãn Pinheiro, João Rodrigues Acompanhados pelos Tocadores: Daniel Macedo, João Gravito, Rafael Ormonde, Manuel Lourenço, Helder Toste Ao ar livre haverá Musica com Herminio Lemos, Abertura do Bazar.
Domingo 14 de Junho
10h00 Desfile do Salão T.D.E.S. Para a Igreja Católica de St. Aloysius 11h15 Missa celebrada pelo Rev. Msgr. Rick Urizalqui e Rev. Raul Marta, acompanhado pelo Coro Portugues de Tulare No desfile teremos participacão das Rainhas, Filarmonica De Tulare, Filarmonica de Chino D.E.S., e as bandas das Escolas secundarias de Tulare Western e Tulare Union, 11h00 Sopas serão servidas Durante a tarde haverá leilão de ofertas e Bazar 19h00(7 da tarde) servir-se-à Sopas novamente 21h00(9 da noite) Grand March seguindo musica com Chico Avila 23h00(10 da noite) Sortear-se-ão os nomes das familias interessadas em terem a Coroa do Espirito Santo nas suas casas.
Segunda-Feira 15 de Junho
18h00 (6 da tarde) Corrida de Toiros nos terrenos do T.D.E.S. Pela Ganadaria Raminhense de Frank Rodrigues Adimissao $5.00 menos de 10 anos entrada gratis
Sr. Queen: Mikella Ribeiro Attendant: Morgan Parker Attendant: Stephanie Ficher
Jr. Queen: Justine Costa Attendant: Andrea Jimenez Attendant: Lexi Borges
2009 Officers
President Joaquim & Ana Mattos Vice-President Dennis & Kassie Rodrigues Secretary Joe & Fernanda Bernardo Treasurer Manuel & Alda Lawrence Master of Ceremonies David Borges
1600 Colorado
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Aproveite a Festa de Stevinson para ver e visitar amigos
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14 TAUROMAQUIA
1 de Junho de 2009
Uma primeira parte de luxo! Tarde de Gala para os Forcados
Quarto Tércio
José Ávila
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Tiro o meu chapéu à Tertulia
Tauromáquica Terceirense pelo trabalho que teve na preparação da lei sobre a Sorte de Varas. Tenho pena que a Tertulia não se tivesse apercebido da psicologia dos nossos deputados. Mal o Chefe (Carlos César) disse que não era a favor da sorte de varas, alguns deputados açorianos mudaram à ultima hora de opinião, porque pensaram no tacho e na reforma que poderiam perder caso contrariassem o mesmo. Isto não admira nada, pois alguns açorianos já em 1583 quando os espanhóis tomaram conta da Terceira também ficaram espanhois de um dia para o outro. Já vem nos genes.
Praça de Toiros de Stevinson 24 de Maio de 2009
33º Aniversário dos Forcados Amadores de Turlock Cavaleiros - Paulo Ferreira, Filipe Gonçalves e Rui Lopes Grupo de Forcados Amadores de Turlock Lira Açoriana de Livingston Director - Duarte Braga Toiros - 3 da Ganadaria do Pico dos Padres e 3 da Ganadaria Açoriana Praça quase cheia 3 toiros do Pico dos Padres com bom comportamento, dois da Açoriana mansos, com o quinto toiro aos repelões. Eu sempre tenho dito que devemos levar para casa sómente as coisas boas que se vêem nas arenas, por isso, fui para casa com os olhos cheios da primeira parte e das cinco pegas que os Forcados de Turlock efectuaram, com relevo para a extraordinária pega de Michael Lopes ao sexto da noite. Uma referência muito especial ao jovem Tony Martins que teve uma bela pega, trazendo o toiro muito bem toureado até cair na cornamenta. Uma boa lição para muitos forcados. A primeira parte foi tão boa, que eu nem quero entrar em pormenores técnicos de cada um dos cavaleiros. Paulo Ferreira esteve em plano muito
Pessoalmente eu nunca teria apresentado a Sorte de Varas para os Açores, mas sim para uma ou duas corridas das Sanjoaninas. A Tertulia acreditou cedo de mais na honestidade de alguns deputados. E já agora vos digo, que mesmo que a lei tivesse passado, seria sempre uma lei hipócrita, de rebendita, até porque a grande maioria dos deputados açorianos não gosta de toiros. bom perante um toiro com música, trapio e bravura. Citou, cravou, rematou, deu vantagem aos toiros, foi um autêntico profissional. Devemos agradecer ao Paulo Ferreira todo o trabalho que tem tido na preparação das quadras da Coudelaria M&M. Tem sido um trabalho de muito mérito que devemos reconhecer. Basta ver o trabalho que os cavalos fizeram. Filipe Gonçalves com o seu toureio alegre e comunicativo, esteve sempre muito bem em frente ao segundo toiro, que lhe deixou fazer tudo o que lhe apeteceu. Foi uma actuação serena, bonita, artística, que entusiasmou a multidão. Rui Lopes, pela primeira vez pisando terras da California, vindo da Terceira, mostrou no terceiro toiro todo o seu saber e a maneira certeira como cravou, deu indicações que quando se acostumar aos cavalos, fará ainda melhor. Esteve alegre e teve muito apoio feminino. O toiro era menos possante do que os seus irmãos, mas portouse muito bem. Foi uma bela estreia na California. Foi uma primeira parte de luxo, boa em qualquer parte do mundo. Na segunda parte tudo mudou. Os toiros da Açoriana estiveram muito abaixo das expectativas criadas para esta corrida. O quarto e sexto toiros foram mansos e o quinto manso foi, mas com a característica de, quando queria, dava valor ao trabalho do Filipe Gonçalves, que teve cravações de muito mérito.
A pega da tarde ao sexto toiro por Michael Lopes
Infelizmente, quer Paulo Ferreira quer Rui Lopes, nada puderam fazer com a matéria apresentada na segunda parte.
As Pegas No fim da primeira lide e antes da pega, notou-se que o toiro tinha rompido a bola e apresentava o corno em estado normal, o que poderia prejudicar a pega. Assim entendeu e bem o Director da Corrida que o mandou para dentro. No entretanto o grupo estava formado e de repente o toiro que estava em frente à barreira, virou-se e correu para o grupo e quase sem preparação Frank Parreira ainda tentou pegá-lo, o que não foi possível. A partir daqui as pegas foram em crescendo, sempre boas. Jason McDonald, Tiago, Tony Martins, Steve Lemos e finalmnte a pega da tarde, a de Michael Lopes, a fechar a corrida comemorativa dos Forcados de Turlock. Grande pega. Grande momento para os forcados de Turlock. Se não tivesse havido o problema do primeiro toiro, poderia ter-se assistido a uma coisa quase inédita - pegar seis toiros à primeira vez. Ficará para uma outra vez. Duarte Braga esteve bem.
Tiro o meu chapéu aos Forcados Amadores de Turlock pela comemoração dos seus 33 anos de actividade. Nos dias de hoje fazer tantos anos numa actividade tão complexa e perigosa como a da forcadagem, merece respeito. Fiquei com o meu chapéu de banda, um tanto triste, por ver que a Praça de Stevinson não estava cheia até às bandeiras, como bem mereciam os Forcados de Turlock. Penso que a nossa comunidade poderia ter feito um esforço para comparecer naquela praça. Comprendo que a crise afecta muita gente e quero crer que foi por isso que ela não encheu completamente. Tiro o meu chapéu com muita reverência ao Steve Lemos, por durante
12 anos nos ter presenteado com belas pegas de muito valor e por ter sido durante muitos anos um dos bastiões do seu Grupo de Forcados. Vamos sentir a sua falta.
Tiro o meu chapéu a todos aqueles que vão fornecer toiros, cavalos e forcados para as Corridas a realizar em Setembro em Las Vegas. Até agora sabemos que as ganadarias de Manuel Costa, Frank Borba, Joe Souza, Açoriana e do Pico dos Padres, estão contratadas. Cavalos das Coudelarias M & M e Agualva e Forcados Amadores de Turlock. Se tudo correr bem é uma grande vitória para a nossa tauromaquia.
O Adeus de um grande forcado, Steve Lemos - 12 anos a pegar toiros
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RADIO
1 de Junho de 2009
Sonho de Batista Vieira realizado
Família Vieira - Batista, Dolores, Nicholas, Ethan, Lina, Joseph, Teresa e Davide
No passado dia 16 de Maio teve lugar a inauguração dos novos estúdios da Rádio Comercial Portuguesa, KSQQ 96.1FM Stéreo, em edifício especialmente construído para o efeito. Segundo o seu proprietário, Batista Vieira, este era o seu sonho de há vários anos que faltava realizar. A longa espera de licenças para a construção, foi maior que o tempo de construir, para uma pessoa que está habituada a fazer tudo depressa e sempre com olhos postos no futuro, e em chegando o dia, a alegria não se fez rogada, para receber não só o Grupo Folclórico Tempos de Outrora, que actuou em algumas modas de S. Jorge, como as Bandas de Música Portuguesas, de São José e Santa Clara, cujos instrumentos brilharam ainda mais sob o Sol escaldante do dia. Não faltaram, porém, na recepção, refrescos, vinhos, frutas, doces e saborosos aperitivos para manter o espírito contente das muitas gentes, convidados e público em geral que acudiram a visitar a nova e bela estrutura que alberga, de certo modo, muito do sentir da Alma Portuguesa, pela notícia, pela música, pela publicidade e pelas palavras que todos os dias os locutores da estação transmitem para quantos fazem deles a sua companhia. Para além de uma visita guiada pelos estudios a quantos por lá passaram e demonstração de como comunicar com os ouvintes, a bênção foi dada pelo pastor das Cinco Chagas, Father Tony Mancuso, que não poupou elogios aos Portugueses pela sua persistência, coragem e trabalho árduo, de querer sempre manter neste País as suas raízes culturais, já também através dos muitos Templos religiosos, não só na Califórnia, mas em muitos outros lugares, onde a sua presença se tem feito notar. A festa de inauguração, foi um sucesso, para “um homem de sucesso”, conforme Batista Vieira, para o qual conta com o respaldo de uma esposa leal e constante, Dolores Vieira, seus filhos Davide e Joseph, numa obra, que apesar da crise actual, procuram a todo o custo conservar, de modo que a Língua Portuguesa tenha presença e eco futuros. Tribuna Portuguesa, que também lá esteve e registou alguns dos momentos felizes, deseja as maiores Felicidades aos Proprietários, para bem da nossa Comunicação Social. Filomena Rocha
Aida Barbosa no espaçoso Estudio 1
Hélia Zeferino no Estudio 2
Filomena Rocha no Estudio 1 Esq - Grupo Folclórico Tempos de Outrora e Banda da Nova Aliança. Ver mais na pág. 18
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A Festa da KSQQ - um dia para recordar
Filomena Rocha até encontrou dois amigos da Terceira, Hélio e Fernanda Cunha Melo. O Abílio de Sousa sempre presente em todas as festas da nossa comunidade. Os sobrinhos de Batista Vieira, Paulo e Pedro Vieira Santos, no Estudio 3, com muito estilo e como não podia deixar de ser numa inauguração, o melhor da culinária portuguesa.
Foi Jim Petrucci, o engenheiro da nova estação, que montou toda a aparelhagem.
COMUNIDADE
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COMUNIDADE
1 de Junho de 2009
A I.D.E.S. sauda toda a comunidade Portuguesa da California e Deseja que o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades, seja passado em harmonia, alegria e sentido comunitário.
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COMUNIDADE
1 de Junho de 2009
UEFA CHAMPIONS LEAGUE
Barcelona foi o melhor Com a vitória do Barcelona na final da UEFA Champions League, em Roma, a Espanha tornou-se na mais bem-sucedida nação na história da Taça dos Clubes Campeões Europeus, pois foi a 12ª vez que uma equipa da Liga espanhola se sagrou campeã europeia de clubes. Portugal em sexto Até à final desta quarta-feira, no Stadio Olimpico, Inglaterra, Espanha e Itália tinham todos visto clubes do seu país erguerem o troféu em 11 ocasiões, mas
a vitória do Barça sobre o United permitiu à Espanha isolar-se no topo da lista. Alemanha e Holanda são as nações que surgem a seguir na classificação, ocupando em conjunto a quarta posição, com seis vitórias alcançadas pelos clubes dos respectivos países, embora as formações da Bundesliga já tenham disputado 13 finais, contra oito de equipas do campeonato holandês. Portugal vem no sexto lugar desta lista, graças aos dois títulos europeus conquistados tanto por Benfica como pelo FC Porto.
Triunfos solitários Nenhum outro país soma mais do que um título europeu de clubes, tendo as equipas francesas falhado por cinco vezes no jogo decisivo, deixando a vitória do Olympique de Marseille em 1993 como o único sucesso dos clubes gauleses na competição. A ex-Jugoslávia (FK Crvena Zvezda, 1991), Escócia (Celtic FC, 1967) e Roménia (FC Steaua Bucureşti, 1986) também festejaram o título de campeão da Europa de clubes por uma vez, enquanto Bélgica (Club Brugge KV, 1978),
Grécia (Panathinaikos FC, 1971) e Suécia (Malmö FF, 1979) viram os seus clubes saírem derrotados na única ocasião em que atingiram a final. Domínio Real O Real Madrid CF continua destacado na liderança da lista de vencedores da competição, com nove títulos de campeão da Europa – o último dos quais em 2002 –, mais dois do que o AC Milan, que soma sete e conquistou o troféu pela última vez há duas temporadas. O Liverpool
FC totaliza cinco títulos, mais um que AFC Ajax e FC Bayern München, seguindo-se o United com três. O Barcelona surge com três troféus, mais um do que outras seis equipas, com dois títulos de campeão europeu no seu palmarés, entre as quais se encontram Benfica e FC Porto
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ARTES & LETRAS
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Tomaz Borba Vieira, entre a pena e o pincel O Carcereiro da Vila e outras estórias
Apenas Duas Palavras
Diniz Borges
Lélia Nunes Poderia começar fazendo um registro de sua biografia, citando sua formação acadêmica: o curso de Pintura na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa (19581963),a passagem pela Fundação Calouste Gulbenkian,em Portugal(1962),a Academia de Belas Artes de Florença (1966), o curso de Mestrado em Educação Artística, na Universidade de Boston (1983-1985) ou
o valioso percurso artístico referenciado em quase uma centena de obras, ensaios, artigos assinados pelos mais renomados escritores e críticos de arte. Ou, ainda, citar as dezenas de artigos e textos para catálogos de exposições saídas de sua competente e expressiva lavra. Este é o Tomaz Vieira – o artista que com o pincel traça narrativas cromáticas sobre a vida, cultura, coisas & gentes que estão no Meio Atlântico – os Açores. Mas, qual nada! Entrei por outro caminho – a Canadá do Castelo – e fui atrás do homem- escritor que traz a alma no olhar e me enterneceu com sua escrita suave como na novela “Herdar Estrelas”(2000), nos belos contos de”Degrau de Pedra”(2002). Se “a escrita é como o nosso corpo – para onde vamos com este levamos-lhe colado o espírito”, nas palavras sábias do amigo e escritor Daniel de Sá, e fui ao seu encontro nas páginas de “O Carcereiro da Vila – e outras histórias”. Encontrei um ilhéu atento ao seu universo e ao mundo circundante, um observador reflexivo do tecido social, em constante diálogo com memórias suas e de sua gente. Tomaz Borba Vieira é açoriano, nascido na Ilha de São Miguel, na cidade de Ponta Delgada. Na escola primária aprendi que “Ilha é uma porção de terra cercada de água por todos os lados.” Apenas a definição, nua e crua – “um espaço geográfico circundado de água.” Nem uma referência ao infinito que se descortina de suas jane-
las abertas para o mundo, ou de sua gente que carrega a Ilha dentro de si, nas suas entranhas, que deixa transparecer no olhar a comunhão telúrica com o mar e traz na pele o sabor do sal. “Porque se nasce numa ilha o mundo é todo ilhas” escreveu José Martins Garcia in: Signo Atlântico, (1984). Nestes vinte e um anos, de muito ir e vir aos Açores, conheci outras definições, conceitos, ideias sobre o que é uma Ilha, o sentir e ser ilhéu e o viver numa delas. A minha “Ilha”, a de Santa Catarina, foi povoada por milhares de ilhéus – “os vossos” e que hoje são “ os nossos,” frutos de uma errância histórica. Nossos nomes de família se assemelham e se identificam. Na margem de cá, muitos acreditam que têm “um pezinho” nas ilhas açorianas. Como os “Borbas”, baleeiros, devotos do Divino, de Barra Velha e de Penha, no norte catarinense e os “Vieiras,” oleiros de São José da Terra Firme ou os nobres herdeiros de sesmarias no planalto catarinense e no Rio Grande do Sul. No meio desta irmandade Atlântica está Tomaz Borba Vieira, quem sabe não terá ele,também, “um pezinho” posto cá, na “terra dos esquecidos” ? Vai saber, há de ter... Quem duvida? A Ilha de São Miguel, onde nasceu Tomaz Vieira, é uma Ilha grande, maior que a de Santa Catarina. Ambas, por sua beleza, cantadas em prosa e verso. A de Santa Catarina é a Ilha da Magia ou a Ilha das Bruxas.Título plenamente justificado. A de São Miguel é chamada de Ilha Verde e também esconde seus mistérios anímicos. O que é incontestável. Sim, a Ilha da São Miguel onde nasceu Tomaz Vieira é mesmo maravilhosa! Ilha de afetos fecundos. Provocante, faz brotar sentimento de embriaguez por sua luxuriante paisagem, uma profusão de tons de verde das criptomérias, do verde-forte do incenso, da suavidade das acácias, do perfume doce das conteiras debruçadas nas ribeiras. Há muito caí de amores por esta sinfonia de cores, de sons, de cheiros e dela fiquei enredada para sempre, apaixonada, amante. “Ilha das minhas paixões-vivas cercadas pelo oceano” entrega, afinal, o verso, tomado emprestado do poeta ilhéu Semy Braga. Quando aí estou me perco contemplando o mar azul profundo em contraste com a negra areia e a rocha vulcânica tal qual uma esfinge com rosto de cão, o verde-garrafa dos campos lavrados entrecortadas por muros de pedras serpenteados por um colar de hortênsias iluminadas pelo sol, em tarde de abril-primavera, a estação da vida,do desabrochar “(...) gerando lilases em terra morta, misturando memória e desejos, caldeando raízes adormecidas com chuvas primaveris (...)”ensina o poema The Waste Land, de T.S.Eliot. É no cenário fascinante da Caloura, Junta de freguesia de Água de Pau,no Concelho da Lagoa, rodeado por jardins imensos,
que vive Tomaz Vieira e sua Conceição. Lá está o seu atelier e o Centro Cultural da Caloura, um paraíso encravado em outro, onde expõe sua arte e arte de tantos quantos foram acolhidos naquele colendo espaço dedicado à cultura e às artes. Ilha Grande e Aberta! Exclamo com a petulância de quem olha à distância ou à margem. No entanto, sabe reconhecer a arte liberta,cheia de luz que atravessa a obra, que transborda no mundo lírico e onírico de Tomaz Vieira, onde o pincel escreve ou faz vibrar sons,sinfonias solfejadas em clave de Sol, desvirginando a alva tela sobre um cavalete aberto para o universo do homem. Em cada quadro sua arte pictórica expressa a narrativa visual, o patrimônio espiritual açoriano. A sua escrita,pinceladas de letras e palavras, que em todas as nuances do arcoíris contam histórias e estórias de sua gente. Vai além, oferece uma gama de informações em sua narrativa com o intuito de desnudar personagens e perfis. Sobrepõem-se o pintor e o escritor que, sem aumentar um ponto, vai desenrolando seus
contos com arte e alma e deixa a gente se embrenhar por freguesias e vilas, sonhos e desejos. Riquezas de um cotidiano insular captadas com acuidade do olhar, do pintor e a alma do homem escritor. Imagens espelhadas nas telas e nas páginas do livro. Um encontro de inegável beleza. Histórias que não cansava de ouvir, ouvir e ouvir contar e que ficaram tatuadas na memória ou no coração. Agora, com a elegância da pena volta a contar e (re)contar e contar, transmitindo-as na palavra escrita e no traçado suave do desenho, em ilustrações que emolduram com graça singular cada narrativa, seja real, ou fruto da imaginação. Em recente e-mail, escreveu Onésimo T.Almeida uma afirmação, que reproduzo, embora o contexto fosse outro ela vem bem a calhar: “A história é feita de estórias e as estórias baseiam-se muitas vezes em mitos. Os seres humanos parece que precisam deles para viver” Por Santa Bárbara,Yansã! O que seria de nós sem as fantasias que povoam o nosso imaginário e estar nas asas do vento,na nuvem passageira, na conste-
[email protected] Não tem sido fácil manter esta página literária. Há cada vez menos gente com disponibilidade para colaborar. Porém, remaremos, por vezes contra a maré (nem sempre cheia) e tentaremos manter viva a única página literária num jornal de língua portuguesa nos EUA. Hoje, e graças à nossa amiga e distinta colaboradora Lélia Pereira Nunes, temos um trabalho sobre o excelente artista açoriano, Tomaz Borba Vieira. É que tal como escreve a Dra. Lélia Pereira Nunes, Tomaz Borba Vieira é: “o artista que com o pincel traça narrativas cromáticas sobre a vida, cultura, coisas & gentes que estão no Meio Atlântico – os Açores.” Abraços diniz
lação de estrelas ou no rastro prateado da Lua Cheia que iluminam as noites de verão. É de casos e ocasos que, enriquecidos pela estética da narrativa e a arte de Tomaz Vieira, fala “O Carcereiro da Vila e outras estórias”, onde a ficção e a realidade se encontram revelando no traçado do desenho e na escrita criativa aquele “quê” de místico ou de salvaguardado de uma memória que transborda do passado em águas do presente a deslizarem intensamente em direção ao mar. Fonte: “O Carcereiro da Vila e outras estórias” Ponta Delgada, Ed. Artes e Letras, 2009.
serving the portuguese–american communities since 1979
Ideiafix
Miguel Valle Ávila
portuguese
• ENG L ISH SECTION
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Dia de Portugal The 10th of June is our National Day. The day when we remind ourselves of who we are — proud Portuguese — regardless of where in the globe we happen to reside. In years past, the Dia de Portugal came and went in the Golden State without much fanfare except for the annual banquet to place some honorary commendations on some proud (and sometimes inflated) chests. Thank goodness for a group of community leaders who believed that our day needed much more than that and that multiple celebrations could take place throughout the state. The now traditional Dia de Portugal festival returns once again to Kelley Park where we proudly display our own Portuguese Heritage Museum. But the party is not the same without everyone coming and enjoying themselves. So look over the many celebrations taking place all over this state and participate. Bring out those Portuguese flags, jerseys (even if from Benfica or FC Porto), and play Portuguese music on your car radios and iPods (even if Pimba music) — what’s important is to show a little bit of our pride in who we are.
Dia de Portugal Award The Luso-American Education Foundation Dia de Portugal Award is being presented to my friend and role model, Lionel Goularte, next June 7. Lionel is a true community leader who seeks the best for the Portuguese-American community of California. His contributions include significant donations and leadership positions with the Portuguese Heritage Museum, the Portuguese Heritage Publications of California, the Portuguese Heritage Collection at the Dr. Martin Luther King, Jr. Library, the Portuguese Studies Program at San José State University, Dia de Portugal Festival, among so many other institutions. Congratulations on yet another recognition (Lionel is not one of the inflated chests) even if only missing equal recognition for his better half — Bernadine.
SJSU’s King Library honors Portuguese Heritage Collection, displays Portuguese exhibit Last May 9, San José State University’s Dean of the Dr. Martin Luther King, Jr., Dr. Ruth Kifer, hosted a donor appreciation dinner. Among the donors were two tables of key contributors to the Portuguese Heritage Collection, the first European collection at that library. Led by Bernadine and Lionel Goularte, these PortugueseAmerican community leaders were able to collect a minimum of $25,000 to create an endowment for the collection. The Portuguese Heritage Collection and Bernie and Lionel Goularte were recognized by Dean Kifer.
Portuguese Exhibit on Display May 21-Sept. 30 Opened since May 21, the second floor of the King Library serves host to a special exhibit — “Portugal: Age of Discoveries and the Story of a Volcano.” The Portuguese Discoveries panels exhibit provides a comprehensive and interesting story of the role that the Portuguese mariners played in opening communication and trade between Europe and many other parts of the world. The Capelinhos Volcano exhibit des-
cribes aspects of the eruption on the island of Faial, beginning on September 27, 1957 and lasting more than a year, destroying villages in a section of the
Community leaders Lionel and Bernardine Goularte
island and dislocating a large number of families. The exhibit tells how, as a consequence of this dislocation, a new group of Portuguese immigrants were brought to the United States. These new immigrants helped revitalize interest in Portuguese heritage and culture throu-
ghout California. For more information, please contact Lionel Goularte (510)797-7585. This exhibit is sponsored by the Portugue-
se Heritage Society of California (510) 797-7585.
About the Library The Dr. Martin Luther King, Jr. Library is the largest, all-new library west of the Mississippi, an innovative collaboration which has created an invaluable community resource open and free to all. A feast for the mind, as well as the eyes, the King Library boasts a collection of roughly 1.5 million items as well as delightful public art installations awaiting your discovery on every floor. Dr. Martin Luther King, Jr. Library 150 E. San Fernando St. San José, CA 95112 (408) 808-2000 May 26 - August 23, 2009 Monday - Wednesday 8:00 AM 8:00 PM Thursday - Saturday 9:00 AM 6:00 PM Sunday 1:00 PM - 5:00 P
US Reps hail implementation of Dairy Export Incentive Program WASHINGTON, D.C.— Following months of work by Congressmen Jim Costa (D-Fresno) and Dennis Cardoza (D-Atwater), the USDA announced that it will activate a far-reaching subsidy program that has been sought by Valley dairy operators since last year when the industry was hit with significant economic challenges. Agriculture Secretary Tom Vilsack made the announcement in Washington, DC. “Dairy families in our Valley are struggling to stay in business. They’ve endured high feed prices, surging fuel costs and declining markets due to the economic downturn. This announcement could not have come at a more important time,” said Costa. “This is a tremendous win for the
San Joaquin Valley. Agriculture is the life blood of our economy and this will significantly reduce the stark gap between revenue and expenditures for our struggling
dairy operators,” said Congressman Cardoza. The Dairy Export Incentive Program (DEIP) helps U.S. dairy exporters compete with prevailing world prices. It also encourages the development of international export markets in areas where U.S. dairy products cannot compete due to subsidized dairy products from other countries. According to USDA, the DEIP allocations of 68,201 metric tons of nonfat dry milk; 21,097 metric tons of butterfat; 3,030 metric tons of various cheeses and 34 metric tons of other dairy products, as well as individual product and country allocations will be made available through Invitations for Offers. “This is going to go a long
way in returning the health of the industry,” said Ray Souza, President of Western United Dairymen. “Congressmen Cardoza and Costa have been working on this issue for some time and have been champions for us. Without their work we wouldn’t be where we are today.”
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FESTAS
1 de Junho de 2009
Corrida de Toiros 8 de Junho de 2009 Praça de Stevinson, as 8 horas da noite
6 Bravos Toiros 6 da Ganadaria Açoriana
PAULO FERREIRA ISRAEL TELLEZ
Forcados Amadores de Turlock
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ENGLISH SECTION
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IDES Supreme Youth President CHRISTINE MAY DASILVA – TESTIMONIAL DINNER/DANCE AND FUNDRAISER Saturday, May 9, 2009 at the IDES Council No. 14 Hall on “C” Street in Hayward, the Testimonial for the Supreme Youth President of IDES Christine da Silva, was a big success, with an attendance of 200 people the event was full of enthusiasm and support from young and old. Christine dedicated her term of office to a cause very close to her heart “The cure of Breast Cancer”, Christine has been collecting funds throughout the year at various IDES functions and all the proceeds including from this dinner and until the end of her term in July of 2009 will be donated to the Susan G. Koman Foundation. The coordinator of the event, Liliana Lourenco, did a wonderful job at mobilizing all kinds of volunteers working for
Monetary presentation by Mr. Al Antunes
this memorable function. IDES Council 14 was very instrumental in the preparation of this event, numerous officers and members of this Council contributed tremendously. The Mistress of Ceremonies of the evening was Liliana Lourenco. One of the highlights of the evening was the recognition of Breast Cancer Survi-
Christine May da Silva, the Supreme Youth Presidente of I.D.E.S. with her parents
Breast Cancer survivors
vors present, a very touching ceremony with a speech about awareness of Breast Cancer by Maria Silveira, a Breast Cancer Survivor herself. The honoree of the evening, Christine DaSilva was also the birthday girl born 20 years ago that day. Many of Christine’s friends from college attended the event which made very special for Christine and as a surprise her big sister Nicole
Consul General farewell The League of Portuguese Fraternal Benefit Societies of California sponsored a farewell dinner honoring the Consul General of Portugal in San Francisco Dr. António José Alves de Carvalho and Spouse D. Teresa de Carvalho. The reception was held on Wednesday, May 20, 2009 at the Willow Park Golf Course Event Center in Castro Valley. League Officers and Representatives and League Past Presidents paid tribute to the Consul General and presented him with a League Resolution commending Dr. António José Alves de Carvalho for his leadership and contributions so generously given for the enhancement and further development of the League of Portuguese Fraternal Benefit Societies of California as well as his committed service, dedication and outstanding achievements during his term. One of the many special moments of the evening, and knowing the Consul General’s interest for the movie industry, was when League President Carolina Mazilu presented Dr. António José Alves de Carvalho with an “Oscar” trophy. All League Officers, Representatives and guests wished Dr. António José Alves de Carvalho and spouse D. Teresa sincere best wishes in their future endeavors. Text: Carla Cardoso Photos: Carol Bates
came from Arizona. One of the friends from college said a few words about Christine and a large monetary donation for the cause was presented to Christine by the Secretary of her own Council No. 9 Al Antunes. Christine’s mother Maria Eugenia DaSilva as the main speaker for the evening spoke about Christine’s life her role in the IDES and in the community speaking
highly of Christine’s character as young woman and as a daughter. Music was provided by the Band “The Revivals” enjoyed by everyone. An event to remember.
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ENGLISH SECTION
1 de Junho de 2009
FESTAS
Elk Grove e a sua bonita festa
Aia Melissa Silveira, Ginger L. McCashill (Rainha Grande) e aia Andreia J. lopes
De 17 a 20 de Maio houve a recitação do Terço, e no dia 21, depois do Rosário seguiu-se a Missa para os doentes. Na Sexta-feira houve a Grande Noite de Fados com Arminda Alvernaz, vinda do Pico, Soria Mejdoubi, Avelino Teixeira, ambos vindos de Toronto, Canadá, Isalino dos Santos, de Stockton, todos acompanhados por Helder Carvalheira (guitarra portuguesa), Manuel Escobar (viola de fado) e João Cardadeiro (viola baixo). O mestre de cerimónias foi Vital Mestre. No Sábado houve almoço para aqueles que ajudaram a festa. Às 3 horas, vacada. Depois do Rosário serviu-se o jantar de caçoila, seguindo-se a apresentação das Rainhas e Direcção, acabando a noite com Baile pelo Alcides Machado. No Domingo, depois do pequeno almoço servido a todos os que participam na coroação, houve Missa pelo Rev. Eduino Silveira. Depois das Sopas houve leilão de ofertas. Às 8 horas e antes do Baile serviram-se Sopas outra vez. O Conjunto Progresso fechou as festas da melhor maneira. Na sexta-feira seguinte, corrida de toiros na Praça de São João em Thornton, com o cavaleiro Sário Cabral e o matador Mário Miguel, com toiros do ganadero Manuel do Carmo, de Elk Grove.
Antonio e Eria Martins (Presidente), Nelia e Alberto Barcelos (Vice Presidente) , Francisco e Belmira Silva (avós da Rainha Grande, vindos do Porto Judeu, Ilha Terceira)
Manuel Silva, Ludovico Mendes, João José Machado, Manuel Jorge Silveira e Roberto Neves. O cozinheiro mór não gosta de tirar fotografias, por isso não está aqui
Madison Beals, Haley Quaresma (Rainha Pequena) e Lindsay Silveira
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