Trabalho Completo De Estetica.docx

  • Uploaded by: Issenguel António
  • 0
  • 0
  • October 2019
  • PDF

This document was uploaded by user and they confirmed that they have the permission to share it. If you are author or own the copyright of this book, please report to us by using this DMCA report form. Report DMCA


Overview

Download & View Trabalho Completo De Estetica.docx as PDF for free.

More details

  • Words: 4,620
  • Pages: 20
REPÚBLICA DE ANGOLA ISCED – LUANDA DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS REPARTIÇÃO DE FILOSOFIA

O RENASCIMENTO ITALIANO DOS SÉCULOS XV E XVI

ANTÓNIO JOÃO SEBASTIÃO ISSENGUEL LOPES FÉLIX JOSÉ JOÃO JOÃO ANTÓNIO GABRIEL GONGA MARIANA QUITANDA CAZUNGA MPOVA ELISABETH LONGO FINDA

LUANDA, OUTUBRO DE 2017

REPÚBLICA DE ANGOLA ISCED – LUANDA DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS REPARTIÇÃO DE FILOSOFIA

ANTÓNIO JOÃO SEBASTIÃO ISSENGUEL LOPES FÉLIX JOSÉ JOÃO JOÃO ANTÓNIO GABRIEL GONGA MARIANA QUITANDA CAZUNGA MPOVA ELISABETH LONGO FINDA

O RENASCIMENTO ITALIANO DOS SÉCULOS XV E XVI

GRUPO N.º 1 SALA: 03 3.º ANO CURSO: FILOSOFIA

DOCENTE ________________________________ PROF. SIMÕES GOMES

LUANDA, OUTUBRO DE 2017

Índice Introdução

4

1.1 Visões preliminares sobre o Renascimento e o Renascimento italiano dos séculos XV E XVI 1.1.1 Características gerais do Renascimento “Quattrocento” (XV)

5 6

1.1.2 Características gerais do Renascimento do século XVI ao Classismo evoluído 6 1.2 Os principais representantes do Renascimento italiano dos séculos XV E XVI

7

1.2.1 Estética de Alberti

9

1.2.2 Estética de Leonardo Da Vinci

11

1.2.3 Quadro explicativo de algumas obras do Renascimento italiano

12

Conclusão

14

Bibliografia

15

Introdução O presente trabalho cujo título é “O Renascimento Italiano dos séculos XV e XVI”. Um título que requer uma escolha seletiva e criteriosa dos conteúdos capaz de responder aos intentos preconizados, este título remeterá fazer uma reflexão profunda sobre o Renascimento italiano num período de 200 nos, corresponde dois séculos; e para descortiná-lo devemos refletir sobre as seguintes questões que constituem os alicerces da construção teórica deste compêndio: O que é o Renascimento? O que esteve na base para que a Itália fosse o berço do Renascimento? Quais as principais características do Renascimento no plano estético? Quais os principais expoentes do Renascimento italiano no plano estético? De que no Alberti sistematizou as suas teorias sobre a estética? Qual é a concepção de Da Vinci sobre a estética? Que leitura se pode fazer de algumas obras do Renascimento italiano? Para o desenvolvimento desta temática seguiu-se os métodos: reflexivo, histórico, bibliográfico e descritivo: procuramos conhecer, refletir e analisar os factos sem manipular a realidade. Este trabalho está dividido em dois subtemas: O primeiro subtema intitulado “Visões preliminares do Renascimento e o Renascimento italiano dos séculos XV e XVI” que aglutina dois itens visou definir o Renascimento, apresentaram-se de forma sucinta os factores que estão na base do pioneirismo italiano em relação ao Renascimento, citaram-se as características do Renascimento italiano em dois períodos dos séculos XV e XVX. No segundo subtema denominado “Os principais representantes do Renascimento italiano dos séculos XV e XVI” que aglutina três itens descreveu-se municiosamente sobre algumas figuras sonantes do renascimento italiano; destacando duas principais figuras que são Alberti e Leonardo da Vinci e explicou algumas obras marcantes deste período histórico que se chama renascimento italiano.

1.2 VISÕES PRELIMINARES SOBRE O RENASCIMENTO E O RENASCIMENTO ITALIANO DOS SÉCULOS XV E XVI O renascimento foi o nome usado pelos historiadores do século XIX para designar a extraordinária evolução das mentalidades e da cultura européia ocorrida no período compreendido entre os inícios do século XV e finais do século XVI, isto é, na transição da Idade Média para a Idade Moderna. “O Renascimento definiu-se a si próprio como movimento em direcção ao passado.” 1 Esse renascer do mundo urbano, que gera um dinamismo social, económico e principalmente artístico se deve de um lado, pela abertura comercial no Mediterrâneo pela burguesia das cidades italianas e continua pelas descobertas geográficas, transcontinentais e transoceânicas. Para acrescer a ideia acima importa sublinhar que “O movimento do Renascimento teve a sua origem na Itália nos séculos XIV e XV atingindo o seu apogeu nos começos do século XVI tendo se espalhado depois lentamente pela Europa toda.” 2 O pioneirismo artístico na Itália se deve ao facto da Itália ser o primeiro país que registrou um conjunto de circunstâncias favoráveis: tinha uma situação política invulgar para época, pois se encontrava dividida em cidades-Estado diferentes do resto da Europa que estava dividida em feudos; tinha uma aberta social e cultural; esta abertura impulsionou a descoberta da cultura clássica, porque nesta altura a Itália era o berço e o centro do mundo romano que deixou inúmeros vestígios monumentais e arqueológicos da cultura clássica Greco-romana. Tudo isso explica o renascimento artístico na Itália com seu foco inovador e brilhante, assumindo o humanismo e o individualismo. Ao analisar a perspectiva estética do renascimento italiano dos séculos XVI e XV, deve-se ter em conta as suas características gerais que podemos distinguir numa faceta dupla, segundo olhar Wolflin.

1

DELUMEAU, Jean. A Civilização do Renascimento. Volume I. Lisboa: Editora Estampa, Lda. 1983, p. 85. 2 BURNS, Edwards Macnall. História de Civilização Ocidental. Editora Globo: Rio de Janeiro. 1973, p. 77.

1.2.3

CARACTERÍSTICAS GERAIS DO RENASCIMENTO “QUATTROCENTO” (XV)

O olhar sobre as características estética deste período, nos remate a sua localização geográfica dentro da Itália, propriamente na Florença, pois é neste local onde podemos verificar as evidencias de uma afastação da arte primitiva. Podemos logo de adianto apresentar dois motivos que levam a este local ao afastamento das ideias medievais: Os tacteios da inteligência e o derrube do giottismo 3. Características deste período: 

Autonomia artística, pois a arte desliga-se a religião e torna-se laica com

isso o ensino a pintura não é mais administrada por teólogos, mas por mestres ligados a esta arte; 

Começa a se estimar o corpo humano e a figura humana, fez triunfar o nu

na pintura e na escultura procurando reencontrar as mais harmoniosas proporções do corpo humano; 

O “naturalismo do fresquista”4 que consiste na pintura intervencionista

feita numa parede alta por um homem, que está associada à constante colaboração do pensamento que resultantes o real. Em suma, a pintura deste período introduz o realismo que faz desaparecer misticismo gótico. 1.2.4 CARACTERÍSTICAS GERAIS DO RENASCIMENTO DO SÉCULO XVI AO CLASSISMO EVOLUÍDO “A arte é uma magnificação de todo ser humano. Esta concepção da arte dos homens do Renascimento não é apenas teórica; as obras confirmam as suas teorias.” 5 Com isso podemos destacar as seguintes características deste período: A descoberta do individuo (o uono singolare, italiano) e a redescoberta da beleza humana;

3

É uma arte que valoriza o espírito religioso, pois neste período vai se verificar um afastamento neste sentido e vai se lançar numa simbiose arte-ciência ligadas ao arcaísmo e classicismo. 4 BAYER, Raymond. História da Estética. 1 edição. Lisboa: Edição 70, Lda. 1978, p. 102. 5 BAYER, Op. Cit. 1978, p. 103.

Notabiliza-se a ressurreição da antiguidade, no que toca particularmente a familiaridade com a beleza da natureza, é assinalado por grandes artistas como Brunelleschi, Masaccio e Donatello que procuraram representar o mundo com verossimilhança (velut in speculo); A arte deixa de ser uma serva para o esteta e torna-se um raciocínio dirigido para a realização de algumas obras; Redescobriu a alma da arquitectura antiga, estudando Vitrúvio, meditando os monumentos de Roma, dando as novas construções o ritmo musical remendado por Platão; Diferente da arte medieval que a personagem é estática onde as figuras são isoladas numa postura, a arte renascentista a personagem são movimentadas; Diferente da arte medieval que tem ausência de composição e impotência de organização dramática, a arte renascentista é baseada na composição: a unidade na diversidade; Usou-se o óleo sobre tela – este método que permitiu aos pintores representar texturas e simular formas em três dimensões. 1.3 OS PRINCIPAIS REPRESENTANTES DO RENASCIMENTO ITALIANO DOS SÉCULOS XV E XVI Neste subtema não destacaremos todos os representantes do Renascimento italiano, tal como subscrevemos acima, e também deixaremos de focar duas figuras sonantes do renascimento italiano que serão tratados noutros subtemas, conforme proferiu Brunelleschi: Mas quando, após o longo exílio da nossa raça, regressei a mais bela das pátrias, compreendi que em muitos, em ti primeiro Filipe, depois no nosso grande amigo Donato o escultor, em Nencio, em Luca, em Masaccio, residia um gênio apto a todas as coisas dignas de louvor e tal que não cedeis o primeiro lugar aos mais famosos dos antigos.

6

Para dizer que foram vários os expoentes geniais do renascimento, que desta feita destacaremos os seguintes: 6

BRUNELLESCHI apud BAYER Idem., p. 109

Masaccio (1401 – 1428) – começou o caminho iniciado por Giotto, em que o volume, as massas e solidez dos corpos são dadas pelo estudo da luz e da sobra (de modo a simular a terceira dimensão) e pela função arquitectural da composição. Piero della Francesca (1415 – 1492) – utilizou a monumentalidade das figuras e o rigor da composição geométrica, onde o volume, o estatismo e a imobilidade escultural sobressaiam. Luca Signorelli (1441 -1523) – onde a obra se define pelo estudo da anatomia, pelas massas e pelos nus, cheios de movimento. Andrea Mantegna (1431 – 1506) – considerado como um dos grandes utilizadores da tela, que pintou obras em que se destaca o volume escultural das figuras, quase monocramáticas, acentuado pelo estudo da anatomia e pela aplicação de perspectiva. Na segunda tendência, destacamos: Fra Fillippo Lippo (1406 – 1469) – cuja pintura está cheia de misticismo e serenidade. As formas são rotundas e reais, mas temperada com delicadeza e doçura. Sandro Botticelli (1445 – 1510) – é o maior expoente do quattrocento. Além de dominar conhecimentos de Matemática, Geometria e de ser grande conhecedor de poesia de Dante, foi pintor, arquitecto e construtor que realizou a mais importante de trabalho, entre eles a cúpula de catedral de Florença e a capela Pazzi. Giovanni Bellini (1432 – 1516) – considerado como maior pintor veneziano, em cujas obras sobressai o brilho das cores e a verdade da Natureza que integra o Homem. A segunda fase do Renascimento do século XVI se destaca os seguintes autores: “A beleza não se encontra na expressão facial, mas se dissemina por todo músculo do corpo, por toda ruga da pele ou toda veia intumescida” 7 Miguel Ângelo – é concebido como poeta do corpo, ele revela em suas obras a forma esculórica do autor, reforçada pelos escorços e pelas composições turbulentas, 7

SEVCENKO, Nicolau. O Renascimento. 16ª Ed. rev. Actual. São Paulo: Editora Actual, 1994, p. 65.

como no caso do fresco da capela sistina O juízo final que representa uma harmonia provisória que se compensam. Giorgio Vasari (1511- 1574) – é um historiador renascentista cuja sua obra é caracterizada pela harmonia, pelo equilíbrio, pela grandiosidade e pelas proporções harmônicas com base na forma humana. Ticiano (1490 – 1576) – nas suas obras encontramos fundamentalmente, sobre temas mitológicos onde sobressaem a forma e a luminosidade dos corpos femininos nus, de deusas tratadas como cortesãs, que anunciam a forma barroca e os retratos de grande força fisionomia e psíquica. 1.3.1 ESTÉTICA DE ALBERTI Albert Marca na historia da estética uma encruzilhada muito importante: é uma verdadeira revolução e oposição à estética medieval a sua estética é uma estética perfeita. O humanismo encontra nele o primeiro interprete de um racionalismo de temperamento que identifica o belo e o perfeito. 8

Alberti (1404 – 1472) – é considerado como o primeiro teórico do classismo e arquitecto, pois foi ele quem revolucionou a estética. Dentre as suas principais obras destacam-se: De statua (1434): é onde encontramos a inspiração clássica e racionalista inconsciente de Alberti. Reprodução do objecto do mundo, a verossimilhança, de modo aparecer aos espectadores os mais semelhantes possíveis aos corpos criados verdadeiramente pela natureza, e para isso é necessário usar o principio numérico as proporções. Nesta obra também encontramos as categorias: Dimensio (o numero); Definito – elemento qualitativo, vivo da beleza formal; Collocatio – serve para melhor ensinar o lugar e a disposição. De re aedificatoria (obra da maturidade) é nesta obra onde podemos encontrar a rigor a sua verdadeira doutrina estética; encontramos também patente a definição de beleza segundo o qual é a concinnitas (“certa conveniência mediata em todas as partes” 9

), ou seja, é a perfeição e harmonia. Em outros termos, podemos dizer que a beleza é

8

Idem., p. 104 – 105. ALBERTI apud BAYER Ibidem. p.105.

9

um ajuste racional equilibrado que não muda nem altera a obra. Para ele a beleza tem como fundamento objectivo: a mimesis10 aristotélica de forma alargada e transformada, mas para ele a ratio é o elemento de vida e de ordem pela qual submete a obra de arte. No seu tratado da arquitectura apresenta a teoria do belo a partir de dois principios: Principio de vida – consiste na imitação da força criadora, ou seja, ele não se decalcou apenas nas criaturas (mimesis de Aristóteles), mas deu vida em suas obras. “A obra de arte é considerada como um todo orgânico e vivo: velut animal aedificium” 11 Com este principio, queremos dizer que a um reaparecer da vivacidade artística, porque cada perfeição faz da arte um único. Principio de ordem – para ele o “numero governa a obra como governa o mundo” 12 porque o rigor numérico e proporcional corresponde ao mesmo rigor contido na ordem universal e deste modo o mundo tal como a obra subordina-se as leis numéricas. Existem dois princípios de ordem pela qual a obra se subordina: A beleza e a qualidade de vida. OS GRANDES TEMAS DO TRATADO DA PINTURA DE ALBERTI O tratado de pintura de Alberti é marcado pelo seu carácter meio criador que representa a teoria da arte viva e contemporânea. Este tratado é considerado a magna charta da pintura italiana que marca a rigor a pintura florentina dos seus contemporâneos. De facto, o tratado fala do carácter ilusionista da arte: as miragens, fantasia possível que denota um afastamento da mimesis típica da geração do cosmos. Os grandes temas do tratado da pintura encontram-se contida na divisão de três livros: O primeiro livro no seu geral trata da teoria da perspectiva 13 e óptica da pintura – que consiste na relação entre a arte e ciência importa referir que as ciências que são 10

Imitação da natureza. Idem., p. 106. 12 Idem., p.107. 13 A palavra perspectiva significa “ver através”: Olhar para além do que se vê, este foi o método de criar a ilusão de profundidade numa superfície plana. 11

mescladas com a arte são a ciência do peso e a ciência da óptica, onde a primeira é concebida como sendo o elemento essencial da arquitectura e a segunda como sendo a fundamento da pintura. No segundo livro – analisa as condições especiais da beleza da arte de pintar, o que equivale à estética interna da arte, onde conceitua o belo como sendo a concinnitas (perfeição, equilíbrio, harmonia) “aquilo que a nada se pode retirar ou acrescentar sem prejuízo.”

14

A concinnitas na pintura é estabelecida a partir de três categorias: a

circunscrição (estética do desenho, é o contorno, o circuito, a linha, em suma é a ciência do traço), a composição (é uma estética do agenciamento) e a recepção das luzes (corresponde a importância do branco e preto, isto porque a própria cor é considerada como a ciência do valor). No terceiro livro – trata das condições morais do artista, o que equivale à relação da arte com a moral, a vida e a conduta. 1.2.2 ESTÉTICA DE LEONARDO DA VINCI “O artista deve contar com a liberdade absoluta, que tem, de criar e de acrescentar à natureza a humanidade da imaginação.” 15 E é precisamente essa liberdade que torna o Leonardo da Vinci como sendo um dos grandes gênios do renascimento italiano Leonardo da Vinci (1452 – 1519) – Considera a arte como sendo inseparável da ciência. A sua arte é caracterizada por ser cheia de sensualidade mística e racionalismo. Por outra, ele apresenta duas possibilidades artística: a imitação da natureza ou substituição da realidade por um ideal. “Quando deparamos com o quadro da famosa MONALISA não conseguimos desgrudar os olhos do seu olhar, parece que ele nos persegue.” 16 Deste modo, ele abre a possibilidade libertadora absoluta do artista para poder criar ou acrescentar à natureza a humanidade da sua imaginação, contudo, para ele o mais importante numa obra de arte é o artista em detrimento da obra de arte, pois é o

14

Idem., p. 110. Idem., p. 117. 16 DIAS, Solange Irene Smolarek. História da Arte. São Paulo; CAU-FAG, 2002, p. 19. 15

artista que representa a natureza, e é, sobretudo isso que corresponde ao naturalismo de Leonardo da Vinci. Esta arte também é caracterizada pelo seu humanismo, no entanto foi ele que inventou a pintura terrível da figura Górgona, desenhou também um jovem leão mecânico que pára e se abre diante do rei de França Francisco I para deixar aparecer um ramo de lírio, inventou as máquinas as maquinam voadoras, no entanto, o humanismo corresponde acima de tudo ao regresso das fontes históricas do homem. “O pintor deve viver só, contemplar o que seus olhos percebem e comunicam-se consigo mesmo” 17 Ele é considerado como sendo o primeiro platónico do seu tempo, porque a sua arte visou em parte render homenagem a Platão em Florença. No entanto, no primeiro renascimento havia um universo plástico: um mundo de ingenuidade, as danças de ninfas e genuflexões de anjos que compunham um lirismo mediato. Mas depois de Leonardo da Vinci, a arte renascente equivale a uma arte que capta as verossimilhanças. E a obra é o duplo harmonioso e ordenado da coisa copiada. Leonardo da Vinci se apega ao idealismo dos modelos filosóficos e das ideias: usa de forma obsessiva a luz, a clareza e as sombras nas suas obras que significa claro/escuro visa proporcionar uma ilusão de relevo escultural, ou seja, com ele a arte vista como mimética é ultrapassada e dá lugar a arte vista como fantástica. 1.1.3

QUADRO EXPLICATIVO DE ALGUMAS OBRAS DO RENASCIMENTO ITALIANO

O homem vitruviano de Leonardo da Vinci – corresponde a uma combinação entre a arte e ciência em que a matemática suporta a teoria das proporções e da prespectiva, aqui podemos verificar a definição de beleza segundo Alberti, no sentido de ser uma harmonia equilibrada. O nascimento de Vênus de Boticcelli que podemos encontrar no palácio dos ofícios em Florença – Vênus uma das deusas que nasceu da espuma que escorreu ao mar do órgão genital de Urano, Vênus é a deusa do amor, da beleza e do casamento. O quadro de Boticcelli é considerado como a primeira pintura leiga e mitológica do 17

LEONARDO apud SEVCENKO. Op. Cit., p. 38.

renascimento, este quadro transporta a um mundo de sonho e poesia, a Vênus está ladeada pelo vento. As rosas sagradas de Venus segundo a mitologia é a flor sagrada de Vênus, seus espinhos nos lembram que o amor pode ferir; Zéfiro, o vento oeste, é o filho da Aurora. É a brisa suave da primavera que impede a Vênus até a praia. A cúpula de Santa Maria Del Fiore, Miguel Ângelo a respeito desta obra artística disse que “É difícil fazer igual; é impossível fazer melhor.” 18 criada por Brunelleschi, é centro de um vasto sistema cuja chave é a geometria, nela foi usada ciências dos cortadores de pedra, por uma arquitectura baseada em linhas que constituem planos, nela encontraram um esboço linear destinado a definir a tarefa dos construtores, ela tem menos de um metro de diâmetro, foi colocada uma enorme cruz dourada numa esfera metálica (capaz de conter dezasseis pessoas).

18

DELUMEAU. Op. Cit., p. 163

Conclusão O renascimento italiano é marcado por conjunto de características que demonstram a separação radical com Idade Média que podem ser divididas em dois períodos do renascimento, onde se destaca a laicização artística, o antropocentrismo artístico, a cosmologia artística e o cientificismo artístico. No entanto, vários são os génios ligados a arte que contribuíram para o renascimento italiano e que espelham em suas obras as características cima mencionadas, dentre eles destaca-se Alberti e Leonardo da Vinci; para ressaltar o posicionamento de Alberti sobre a beleza corresponde a um ajuste racional equilibrado que não altera nem acrescenta nada na obra que chama de concinnitas, no seu tratado de pintura traz à tona a teoria da perspectiva (arte e ciência), a teoria da vida e as condições morais do artista que traduz uma relação entre a arte com a moral. Tal como seu mestre Leonardo da Vinci defende também a inseparável relação entre a arte e a ciência, mas diferente do seu mestre ele considera que o artista pode acrescer ou criar a natureza da sua imaginação, aqui se verifica o antropocentrismo, porque para ele o artista está acima da obra, aplica o método do óleo sobre a tela, de facto, as obras feitas por estes e outros autores acabam a traduzir a magnificência artística do renascimento.

Bibliografia BAYER, Raymond. História da Estética. 1 edição. Lisboa: Edição 70, Lda. 1978, p. 101 - 121. BURNS, Edwards Macnall. História de Civilização Ocidental. Editora Globo: Rio de Janeiro. 1973, p. 50 - 100. DELUMEAU, Jean. A Civilização do Renascimento. Volume I. Lisboa: Editora Estampa, Lda. 1983, p. 33 – 167. DIAS, Solange Irene Smolarek. História da Arte. São Paulo; CAU-FAG, 2002, p. 1 50. SEVCENKO, Sevcenko. O Renascimento. 16ª Ed. rev. Actual. São Paulo: Editora Actual, 1994, p. 25- 78.

António Issenguel

Ficha de Leitura Anexo I BIBLIOGRAFIA

CITAÇÂO

DELUMEAU, Jean. A Civilização do Renascimento. Volume I. Lisboa: Editora Estampa, Lda. 1983.

“O Renascimento definiuse a si próprio como movimento em direcção ao passado.”

INTERPRETAÇÂO Esse renascer do mundo urbano, que gera um dinamismo social, económico e principalmente artístico se deve de um lado, pela abertura comercial no Mediterrâneo pela burguesia das cidades italianas e continua pelas descobertas geográficas, transcontinentais e transoceânicas [...]artístico se deve de um lado, pela abertura comercial no Mediterrâneo pela burguesia das cidades italianas e continua pelas descobertas geográficas, transcontinentais e transoceânicas. Que

“naturalismo do fresquista”.

consiste

na

pintura

intervencionista feita numa parede alta por um homem, que está associada à constante colaboração do pensamento que resultantes o real.

BAYER, Raymond. História da Estética. 1 edição. Lisboa: Edição 70, Lda. 1978.

Com “A arte é uma magnificação de todo ser humano. Esta concepção da arte dos homens do Renascimento não é apenas teórica; as obras confirmam as suas teorias.”

destacar

isso as

podemos seguintes

características deste período: [...] Usou-se o óleo sobre tela – este método que permitiu aos pintores representar texturas e simular formas em três dimensões.

Mpova Finda

Ficha de Leitura Anexo II BIBLIOGRAFIA

CITAÇÂO

“Mas quando, após o longo exílio da nossa raça, regressei a mais bela das pátrias, compreendi que BAYER, Raymond. História da Estética. em muitos, em ti primeiro 1 edição. Lisboa: Edição 70, Lda. 1978. Filipe, depois no nosso grande amigo Donato o escultor, em Nencio, em Luca, em Masaccio, residia um gênio apto a todas as coisas dignas de louvor e tal que não cedeis o primeiro lugar aos mais famosos dos antigos.”

INTERPRETAÇÂO Para dizer que foram vários os expoentes renascimento,

geniais que

desta

do feita

destacaremos os seguintes [...] Giovanni Bellini (1432 – 1516) – considerado como maior pintor veneziano,

em

cujas

obras

sobressai o brilho das cores e a verdade da Natureza que integra o Homem.

Miguel Ângelo – é concebido como poeta do corpo, ele revela em suas obras a forma esculórica do autor, reforçada pelos escorços e pelas composições turbulentas, “A beleza não se encontra na expressão facial, mas se como no caso do fresco da capela SEVCENKO, Nicolau. O dissemina por todo sistina [...] Ticiano (1490 – 1576) Renascimento. 16ª Ed. rev. Actual. músculo do corpo, por São Paulo: Editora Actual, 1994. toda ruga da pele ou toda – nas suas obras encontramos veia intumescida” fundamentalmente, sobre temas mitológicos onde sobressaem a forma e a luminosidade dos corpos femininos nus [...].

Mariana Cazunga

Ficha de Leitura Anexo III BIBLIOGRAFIA

CITAÇÂO “Albert Marca na historia da estética uma encruzilhada muito importante: é uma verdadeira revolução e oposição à estética medieval a sua estética é uma estética perfeita. O humanismo encontra nele o primeiro interprete de um racionalismo de temperamento que identifica o belo e o perfeito.”

BAYER, Raymond. História da Estética. 1 edição. Lisboa: Edição 70, Lda. 1978,

“certa conveniência mediata em todas as partes”

INTERPRETAÇÂO Alberti (1404 – 1472) – é considerado como o primeiro teórico do classismo e arquitecto, pois foi ele quem revolucionou a estética [...] serve para melhor ensinar o lugar e a disposição.

Ou seja, é a perfeição e harmonia. Em outros termos, podemos dizer que a beleza é um ajuste racional equilibrado que não muda nem altera a obra. [...] consiste na imitação da força criadora, ou seja, ele não se decalcou apenas nas criaturas (mimesis de Aristóteles), mas deu vida em suas obras.

Com este principio, queremos “A obra de arte é dizer que a um reaparecer da considerada como um todo vivacidade artística, porque cada orgânico e vivo: velut perfeição faz da arte um único animal aedificium”

“numero governa a obra como governa o mundo”

“aquilo que a nada se pode retirar ou acrescentar sem prejuízo.”

Porque o rigor numérico e proporcional corresponde ao mesmo rigor contido na ordem universal e deste modo o mundo tal como a obra subordina-se as leis numéricas. Existem dois princípios de ordem pela qual a obra se subordina: A beleza e a qualidade de vida. A concinnitas na pintura é estabelecida a partir de três categorias o que equivale à relação da arte com a moral, a vida e a conduta. [...]

Lopes Felix

Ficha de Leitura Anexo IV BIBLIOGRAFIA

CITAÇÂO

INTERPRETAÇÂO E é precisamente essa liberdade que torna o Leonardo da Vinci

“O artista deve contar com a liberdade absoluta, que BAYER, Raymond. História da Estética. tem, de criar e de 1 edição. Lisboa: Edição 70, Lda. 1978. acrescentar à natureza a humanidade da imaginação.”

como sendo um dos grandes gênios do renascimento italiano [...] A sua arte é caracterizada por ser cheia de sensualidade mística e racionalismo. apresenta

“Quando deparamos com o quadro da famosa MONALISA não conseguimos desgrudar os olhos do seu olhar, parece que ele nos persegue.”

Por

duas

outra,

ele

possibilidades

artística: a imitação da natureza ou substituição da realidade por um ideal.

Deste

modo,

ele

abre

a

possibilidade libertadora absoluta

DIAS, Solange Irene Smolarek. História da Arte. São Paulo; CAUFAG, 2002.

“Quando deparamos com o quadro da famosa MONALISA não conseguimos desgrudar os olhos do seu olhar, parece que ele nos persegue.”

do artista para poder criar ou acrescentar

à

natureza

a

humanidade da sua imaginação [...] inventou as máquinas as maquinam voadoras, no entanto, o humanismo corresponde acima de tudo

ao

regresso

históricas do homem.

das

fontes

João Gonga

Ficha de Leitura Anexo V BIBLIOGRAFIA

CITAÇÂO

“O pintor deve viver só, contemplar o que seus SEVCENKO, Nicolau. O Renascimento. 16ª Ed. rev. Actual. São Paulo: Editora olhos percebem e comunicam-se consigo Actual, 1994. mesmo”

INTERPRETAÇÂO Ele é considerado como sendo o primeiro platónico do seu tempo, porque a sua arte visou em parte render homenagem a Platão em Florença [...] com ele a arte vista como mimética é ultrapassada e dá lugar a arte vista como fantástica.

Criada por Brunelleschi, é centro de um vasto sistema cuja chave é a DELUMEAU, Jean. A Civilização do Renascimento. Volume I. Lisboa: Editora Estampa, Lda. 1983.

geometria,

nela

foi

usada

ciências dos cortadores de pedra, por uma arquitectura baseada em linhas que constituem planos, nela “É difícil fazer igual; é impossível fazer melhor.”

encontraram um esboço linear destinado a definir a tarefa dos construtores, ela tem menos de um metro de diâmetro, foi colocada uma enorme cruz dourada numa esfera metálica (capaz de conter dezasseis pessoas).

“O movimento do Renascimento teve a sua origem na Itália nos BURNS, Edwards Macnall. História séculos XIV e XV de Civilização Ocidental. Editora atingindo o seu apogeu Globo: Rio de Janeiro. 1973, p. 77. nos começos do século XVI tendo se espalhado depois lentamente pela Europa toda.”

O pioneirismo artístico na Itália se deve ao facto da Itália ser o primeiro país que registrou um conjunto

de

circunstâncias

favoráveis [...]

segundo olhar

Wolflin

Related Documents

Trabalho Completo.
June 2020 1
Completo
May 2020 28
Completo
November 2019 79
Completo
May 2020 18

More Documents from ""