Tipologias Textuais - Livro Eletronico.pdf

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Livro Eletrônico

Aula 08

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Décio Terror Filho

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Compreensão e interpretação de textos de gêneros variados. Reconhecimento de tipos e gêneros textuais. Sumário 1 Interpretação de dados explícitos e implícitos .............................................................. 1 1 Dados explícitos ........................................................................................................................... 2 2 Dados implícitos .......................................................................................................................... 7 1052308

2 Tipologia textual ........................................................................................................ 19 1 Descritivo ................................................................................................................................... 19 2 Narrativo ................................................................................................................................... 20 3 Dissertativo ................................................................................................................................ 24 1 Dissertativo-expositivo ............................................................................................................................................. 24 2 Dissertativo-argumentativo ou opinativo ................................................................................................................. 25

3 O que devo tomar nota como mais importante? ........................................................ 42 4 Lista de questões........................................................................................................ 43 5 Gabarito ..................................................................................................................... 59

1 INTERPRETAÇÃO DE DADOS EXPLÍCITOS E IMPLÍCITOS Olá, pessoal! Chegamos à nossa aula 8! Vamos trabalhar tudo o que é importante na abordagem do texto, conforme é cobrado pela banca CESPE. Tudo o que veremos nesta aula será confirmado nas aulas extras com provas comentadas na íntegra. É importante notarmos que, dentro de um texto, há informações implícitas e explícitas.

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1 DADOS EXPLÍCITOS T vestígios. Como em uma investigação, o criminoso não está explícito, mas ele existe. Um bom investigador é um excelente leitor de vestígios. Os vestígios podem ser: uma palavra irônica, as características do ambiente e do personagem, a época em que o texto foi escrito ou a que o texto se refere, o vocabulário do autor, o rodapé do texto, as figuras de linguagem, o uso da primeira ou terceira pessoa verbal etc. Tudo isso pode indicar a intenção do autor ao escrever o texto, daí se tira o vestígio que nos leva à boa interpretação. Outro ponto que devemos entender é que, quando se interpreta um texto para realizar um concurso, temos, na realidade, duas interpretações a serem feitas. A primeira é a compreensão do texto em si, entender as expressões ali colocadas, tirar conclusões, compreender as entrelinhas, o contexto; a outra é a compreensão do pedido da questão. Às vezes até compreendemos bem o texto, mas não entendemos o pedido da questão.

Conteúdo do texto

Interpretação

Conteúdo da questão

Interpretação do Interpretaç texto Portanto, devemos comparar dois textos: o propriamente dito e o enunciado da questão. Após isso, devemos confrontá-los e julgar se possuem ideias semelhantes ou não. Isso é a interpretação. a) Como vimos, em um texto podemos encontrar os dados explícitos, isto é, aquilo que o pedido da questão informou é encontrado literalmente no texto. Didaticamente, xxx

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Texto:

Questão: xxx

xxx

dados explícitos Este é o tipo de questão mais simples e o que a banca CESPE tem cobrado muitas vezes em prova. Veja:

CESPE / MPU Técnico 2015 Segundo a doutrina nacional, os crimes cibernéticos (também chamados de eletrônicos ou virtuais) dividem-se em puros (ou próprios) ou impuros (ou impróprios). Os primeiros são os praticados por meio de computadores e se realizam ou se consumam também em meio eletrônico. Os impuros ou impróprios são aqueles em que o agente se vale do computador como meio para produzir resultado que ameaça ou lesa outros bens, diferentes daqueles da informática. É importante destacar que o art. 154-A do Código Penal (Lei n.º 12.737/2012) trouxe para conduta de invadir dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de computadores, mediante violação indevida de mecanismo de segurança e com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo, ou instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilícita. Quanto à culpabilidade, a conduta criminosa do delito cibernético caracteriza-se somente pelo dolo, não havendo a previsão legal da conduta na forma culposa. 1. Depreende-se das informações do texto que, nos crimes cibernéticos chamados impuros ou impróprios, o resultado extrapola o universo virtual e atinge bens materiais alheios à informática. Comentários Apesar de a questão pedir a depreensão das informações, o que sugere uma interpretação implícita, na realidade, a interpretação é literal. Basta confirmarmos o que está previsto no primeiro parágrafo. Lá é informado que o crime cibernético próprio ou puro é o praticado por meio de computadores e se realiza ou se consuma também em meio eletrônico. A diferença desse crime para o impuro ou impróprio é justamente a extrapolação do universo virtual, produzindo dano a

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diferentes bens, alheios à informática. Compare o pedido da questão e o trecho do texto, por meio da numeração para facilitar sua interpretação: Depreende-se das informações do texto que, nos crimes cibernéticos chamados impuros ou impróprios¹, o resultado extrapola o universo virtual² e atinge bens materiais alheios à informática³. Os impuros ou impróprios¹ são aqueles em que o agente se vale do computador como meio para produzir resultado que ameaça ou lesa outros bens², diferentes daqueles da informática³. Gabarito: C 2. Infere-se dos fatos apresentados no texto que a consideração de crime para os delitos cibernéticos foi determinada há várias décadas, desde o surgimento da Internet. Comentários A questão aponta como inferência, isto é, interpretação implícita, mas ela é literal. Fica claro no segundo parágrafo que a consideração de crime para os delitos cibernéticos é algo novo (datado de 2012 É importante destacar que o art. 154-A do Código Penal (Lei n.º 12.737/2012) trouxe para o ordenamento jurídico o crime novo à à à à Assim, não é uma consideração de várias décadas, mesmo porque a internet não tem muitas décadas de vida. Gabarito: E 3. (CESPE / Anatel Analista 2014)

A mensagem veiculada nesse texto centra-se no descompasso existente entre a alta tecnologia empregada nos aparelhos celulares e a baixa qualidade dos serviços oferecidos pelas operadoras de telefonia celular. Comentários

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A interpretação é literal, concorda?! No primeiro quadrinho, fala-se da quantidade de aplicativos, das várias opções do aparelho, observa-se a imagem feliz do usuário. No segundo, vê-se uma imagem de um homem das cavernas indicando um serviço ultrapassado, antigo, sem recursos. O conectivo de contrast J marcado no quadrinho anterior. Assim, realmente a afirmativa está correta. Gabarito: C CESPE / Anatel Analista 2014

ANATEL. Internet: .

Em 2013, a ANATEL divulgou resultados comparativos de pesquisas de satisfação realizadas em 2002 e em 2012 e cujo objetivo era avaliar o índice de satisfação do consumidor brasileiro em relação aos serviços de telefonia, de Internet e de TV por assinatura. No gráfico acima, são apresentados os índices de satisfação do consumidor brasileiro em relação à TV por assinatura. Esses índices, em porcentagem, variam de 0 (consumidor insatisfeito com o serviço) a 100 (consumidor muito satisfeito com o serviço). Com base nas informações do texto e do gráfico acima, julgue os itens subsecutivos. 4. Os resultados comparativos entre os anos de 2002 e 2012 demonstram que o índice de satisfação do consumidor brasileiro em relação à TV por assinatura via satélite (DTH) registrou aumento. Comentários Basta analisar a terceira expressão, a qual literalmente nos mostra que o índice de satisfação do ano de 2002 era de 71,6. Em 2013, esse índice subiu para 72,1. Veja:

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Assim, realmente a afirmativa está correta. Gabarito: C 5. Em 2012, o consumidor brasileiro mostrou-se menos satisfeito com os serviços de TV a cabo e com a TV por assinatura via micro-ondas (MMDS). Comentários Observando-se literalmente as duas primeiras expressões do quadro, percebemos que o índice de satisfação em relação à TV a cabo, no ano de 2002, era de 68,2. Em 2013, esse índice caiu para 51,6. Em relação à TV por assinatura via micro-ondas (MMDS), percebemos que o índice de satisfação, no ano de 2002, era de 72. Em 2013, esse índice caiu para 57,9. Veja:

Assim, realmente a afirmativa está correta. Gabarito: C 6. A maior queda observada no que se refere ao índice de satisfação comparativo nos anos de 2002 e 2012 diz respeito à satisfação do consumidor brasileiro com o serviço de TV a cabo. Comentários

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O índice de satisfação em relação à TV a cabo, no ano de 2002, era de 68,2. Em 2013, esse índice caiu para 51,6. Assim, houve uma queda de 16,6. Em relação à TV por assinatura via micro-ondas (MMDS), o índice de satisfação, no ano de 2002, era de 72. Em 2013, esse índice caiu para 57,9. Assim, houve uma queda de 14,1. Veja:

Com isso, realmente, a maior queda observada no que se refere ao índice de satisfação comparativo nos anos de 2002 e 2012 diz respeito à satisfação do consumidor brasileiro com o serviço de TV a cabo. Gabarito: C

2 DADOS IMPLÍCITOS

xxx

Questão:

Texto: . .

... ....

.

... . . ..= xxx

.. A soma dos vestígios (. ... ..) gera o dado implícito (xxx).

Vestígios

Neste tipo de interpretação, a questão não possui literalmente o mesmo trecho do texto. Nela há um entendimento, uma conclusão (xxx), a qual podemos chamar de inferência, com base nos vestígios (...), que são os vocábulos no texto. Para saber se a questão está correta, basta confrontar esses dois textos e observar se há semelhança de sentido.

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Muitas vezes, nesse tipo de questão, vemos expressões categóricas que eliminam a possibilidade de semelhança no sentido. Por exemplo: Podemos dizer que o Brasil vem crescendo economicamente e que o brasileiro está melhorando sua qualidade de vida e aumentando seu poder de compra. Mas isso não quer dizer que todo brasileiro aumentou seu padrão de compra, concorda? Por isso, chamamos de palavra categórica aquela que especifica demais ou amplia demais o universo a que se refere o termo. Perc referente tomado de maneira geral (o brasileiro aumentou seu poder de compra). Assim, palavras como só, somente, apenas, nunca, sempre, ninguém, tudo, nada etc têm papel importante nas afirmativas das questões. Essas palavras categóricas não admitem outra interpretação e normalmente estão nas questões para que o candidato a visualize como errada. Vale lembrar que essas palavras categóricas são encontradas nos diversos tipos de interpretação (literal ou implícita). Vamos exercitar tomando como exemplo a seguinte frase: É preciso construir mísseis nucleares para defender o Ocidente de ataques de extremistas. Marque (C) para informação de possível inferência do texto e (E) como informação equivocada do texto. 1. O Ocidente necessita construir mísseis. 2. Há uma finalidade de defesa contra ataques de extremistas. 3. Os mísseis atuais não são suficientes para conter os ataques de extremistas. 4. Uma guerra de mísseis vai destruir o mundo inteiro e não apenas os extremistas. 5. A ação dos diplomatas com os extremistas é o único meio real de dissuadi-los de um ataque ao Ocidente. 6. Todo o Oriente está contra o Ocidente. 7. O Ocidente está sempre sofrendo invasões do Oriente. 8. Mísseis nucleares são a melhor saída para qualquer situação bélica. 9. Os extremistas não têm bom relacionamento com o Ocidente. 10. O Ocidente aguarda estático um ataque do Oriente. Vamos às respostas com base nos vestígios! 1. O Ocidente necessita construir mísseis. (C) I

É

2. Há uma finalidade de defesa contra o ataque de extremistas. (C)

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I Ocidente de ataques de extremistas

para defender o

3. Os mísseis atuais não são suficientes para conter os ataques de extremistas. (E) (Inferência errada, pois não há evidência no texto de que já havia mísseis anteriormente) 4. Uma guerra de mísseis vai destruir o mundo inteiro e não apenas os extremistas. (E) I expressão categórica. Não há certeza de que os mísseis destruirão por completo o mundo, mas é certo que vão abalar o mundo inteiro.) 5. A ação dos diplomatas com os extremistas é o único meio real de dissuadi-los de um ataque ao Ocidente. (E) (Inferência errada, pois novamente há expressão categórica, pois pode haver outros meios, outras negociações, não só pelos diplomatas.) 6. Todo o Oriente está contra o Ocidente. (E) (Inferência errada, pois novamente há expressão categórica. Não se sabe se todo o Oriente está contra o Ocidente. Pelo texto, apenas os extremistas) 7. O Ocidente está sempre sofrendo invasões do Oriente. (E) I

á Nada foi afirmado sobre invasão no texto.)

8. Mísseis nucleares são a melhor saída para qualquer situação bélica. (E) (Consideração sem fundamento no texto. Veja as palavras categóricas.) 9. Os extremistas não têm bom relacionamento com o Ocidente. (C) (Inferência possível, pois é vista a preocupação de possível ataque.) 10. O Ocidente aguarda estático um ataque do Oriente. (E) (Consideração sem fundamento no texto.) Assim, quando você for realizar as questões de interpretação, verá muitas dessas expressões categóricas ou palavras que extrapolam o conteúdo do texto. Normalmente, já consideramos as questões erradas já na primeira leitura, por estarem bem fora do contexto. Mas, logicamente, á Deve-se ter paciência para encontrar os vestígios que comprovem sua resposta como a correta.

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CESPE / MPU Analista 2015 Na organização do poder político no Estado moderno, à luz da tradição iluminista, o direito tem por função a preservação da liberdade humana, de maneira a coibir a desordem do estado de natureza, que, em virtude do risco da dominação dos mais fracos pelos mais fortes, exige a existência de um poder institucional. Mas a conquista da liberdade humana também reclama a distribuição do poder em ramos diversos, com a disposição de meios que assegurem o controle recíproco entre eles para o advento de um cenário de equilíbrio e harmonia nas sociedades estatais. A concentração do poder em um só órgão ou pessoa viria sempre em É M tem poder tende a abusar dele; ele vai até onde encontra limites. Para que não se possa abusar do poder, é preciso que, pela disposição das coisas, o poder limite o Até Montesquieu, não eram identificadas com clareza as esferas de abrangência dos ninguém se arriscava a apresentar, sob a forma de sistema coerente, as consequências de P XVIII M -se entre o racionalismo cartesiano e o empirismo de origem baconiana, não abandonando o rigor das certezas matemáticas em suas certezas morais. Porém, refugindo às especulações metafísicas que, no plano da idealidade, serviram aos filósofos do pacto social para a explicação dos fundamentos do Estado ou da sociedade civil, ele procurou ingressar no terreno dos fatos. Fernanda Leão de Almeida. A garantia institucional do Ministério Público em função da proteção dos direitos humanos. Tese de doutorado. São Paulo: USP, 2010, p. 18-9. Internet: <www.teses.usp.br> (com adaptações).

7. Montesquieu busca a explicação dos fundamentos do Estado ou da sociedade civil de forma análoga à dos metafísicos. Comentários B metafísicas O

refugindo às especulações plano da idealidade X terreno dos fatos refugindo

ntido contrário ao adjetivo á M procurou o terreno dos fatos, diferente das especulações metafísicas, que serviram aos filósofos do pacto social no plano da idealidade. Gabarito: E

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8. No Estado moderno, cabe ao Ministério Público a função da preservação da liberdade humana, de forma a proteger os mais fracos da dominação dos mais fortes. Comentários N Na organização do poder político no Estado moderno, à luz da tradição iluminista, o direito tem por função a preservação da liberdade humana, de maneira a coibir a desordem do estado de natureza, que, em virtude do risco da dominação dos mais fracos pelos mais fortes, exige a existência de um poder institucional Já a questão afirma que cabe ao Ministério Público a função da preservação da liberdade humana, de forma a proteger os mais fracos da dominação dos mais fortes. Assim, a questão quis induzir o candidato a pensa M P humana. Assim, a afirmação está errada. Gabarito: E 9. A conquista da liberdade humana pressupõe a distribuição do poder em ramos diversos. Comentários á N do poder em ramos diversos

a conquista da liberdade humana também reclama a distribuição

O á conquista da liberdade humana, deve-se lutar, exigir a distribuição do poder em ramos diversos. P

ência, pelo vocábulo

de sentido. É como se não precisasse lutar por essa distribuição do poder em ramos diversos, é como se isso fosse algo intrínseco e naturalmente parte da conquista da liberdade humana, pois se diz que simplesmente a conquista da liberdade humana pressupõe a distribuição do poder em ramos diversos. Esta questão causou muita polêmica, pois, numa leitura rápida, sem o devido aprofundamento, parece realmente que as duas ideias são análogas, mas a original traduz uma exigência e a segunda, uma simples suposição, algo como se já fizesse parte intrinsecamente, o que não é verdade. Gabarito: E

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10. Segundo Montesquieu, aquele que não encontra limites para o exercício do poder que detém tende a agir de forma abusiva. Comentários A questão aborda diretamente a observação de M todo homem que tem poder tende a abusar dele; ele vai até onde encontra limites. Para que não se possa abusar do poder, é preciso que, pela disposição das coisas, o poder limite o poder Assim, na visão dele, se não há limites, é natural o homem agir de forma abusiva. Portanto, a afirmação está correta. Gabarito: C CESPE / MPU Analista 2015 A persecução penal se desenvolve em duas fases: uma fase administrativa, de inquérito policial, e uma fase jurisdicional, de ação penal. Assim, nada mais é o inquérito policial que um procedimento administrativo destinado a reunir elementos necessários à apuração da prática de uma infração penal e de sua autoria. Em outras palavras, o inquérito policial é um procedimento policial que tem por finalidade construir um lastro probatório mínimo, ensejando justa causa para que o titular da ação penal possa formar seu convencimento, a opinio delicti, e, assim, instaurar a ação penal cabível. Nessa linha, percebe-se que o destinatário imediato do inquérito policial é o Ministério Público, nos casos de ação penal pública, e o ofendido, nos casos de ação penal privada. De acordo com o conceito ora apresentado, para que o titular da ação penal possa, enfim, ajuizá-la, é necessário que haja justa causa. A justa causa, identificada por parte da doutrina como uma condição da ação autônoma, consiste na obrigatoriedade de que existam prova acerca da materialidade delitiva e, ao menos, indícios de autoria, de modo a existir fundada suspeita acerca da prática de um fato de natureza penal. Dessa forma, é imprescindível que haja provas acerca da possível existência de um fato criminoso e indicações razoáveis do sujeito que tenha sido o autor desse fato. Evidencia-se, portanto, que é justamente na fase do inquérito policial que serão coletadas as informações e as provas que irão formar o convencimento do titular da ação penal, isto é, a opinio delicti. É com base nos elementos apurados no inquérito que o promotor de justiça, convencido da existência de justa causa para a ação penal, oferece a denúncia, encerrando a fase administrativa da persecução penal. Hálinna Regina de Lira Rolim. A possibilidade de investigação do Ministério Público na fase pré-processual penal. Artigo científico. Rio de Janeiro: Escola de Magistratura do Estado do Rio de Janeiro, 2010, p. 4. Internet : <www.emerj.tjrj.jus.br>. (com adaptações).

11. A fase do inquérito policial em que são coletadas as informações e as provas que irão formar o convencimento do titular da ação penal é denominada opinio delecti. Português p/ Polícia Federal (Agente) Com Videoaulas - 2019

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Comentários P

opinio é o aposto explicativo, o qual se refere ao convencimento do titular da ação penal. Isso é confirmado no último parágrafo, quando se afirma o seguinte: convencimento do titular da ação penal, isto é, a opinio delicti Já a questão afirma que

à

àé a denominação de uma fase do inquérito policial.

Gabarito: E 12. A fase jurisdicional da persecução penal tem início após o oferecimento da denúncia pelo promotor de justiça. Comentários Realizando a questão com cunho puramente interpretativo, sem os conhecimentos prévios do direito, o que certamente já ajuda bastante nesta questão, devemos observar uma sequência de informações do texto: P persecução penal se desenvolve em duas fases: uma fase administrativa, de inquérito policial, e uma fase jurisdicional, de ação penal Em seguida, afirmao destinatário imediato do inquérito policial é o Ministério Público, nos casos de ação penal pública, e o ofendido, nos casos de ação penal privada I É com base nos elementos apurados no inquérito que o promotor de justiça, convencido da existência de justa causa para a ação penal, oferece a denúncia, encerrando a fase administrativa da persecução penal á justiça, entraPor tudo isso, confirmamos que a afirmação está correta, pois realmente a fase jurisdicional da persecução penal tem início após o oferecimento da denúncia pelo promotor de justiça. Gabarito: C 13. A existência de prova da materialidade delitiva é suficiente paraque se considere a existência de indícios de autoria. Comentários Fica fácil observar que a afirmativa está errada, pois o segundo parágrafo nos informa que a justa causa...consiste na obrigatoriedade de que existam prova acerca da materialidade delitiva e, ao menos, indícios de autoria, de modo a existir fundada suspeita acerca da prática de um fato de natureza penal á confirmar a justa causa.

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Já a questão afirma que a prova acerca da materialidade delitiva indicaria a existência de indícios de autoria, relação esta que não se encontra no texto. Gabarito: E 14. (CESPE / Anatel Técnico 2014) No começo dos tempos, as pessoas precisavam aproveitar o período em que o Sol estava radiante para praticar suas atividades diárias. Com o passar dos anos, essa diferenciação entre dia para agir e noite para dormir foi ficando menos evidente. Isso porque o advento da iluminação e, mais precisamente, da iluminação pública, permitiu que as pessoas desfrutassem mais da noite e deixou as cidades mais seguras e bonitas. Dos lampiões a querosene aos leds, a evolução da iluminação contribuiu para a transformação das cidades e dos hábitos das pessoas. Desde a Idade Média, os seres humanos vinham tentando resolver o problema da escuridão com velas e outros artefatos. Nesse período, eram usadas tochas com fibras torcidas e impregnadas com material inflamável. Foi, sobretudo, no século XV que a iluminação pública se tornou uma preocupação nas cidades. A história indica que, em 1415, na Inglaterra, a iluminação surgiu como uma solução para amenizar a violência e, principalmente, os roubos a comerciantes, que aconteciam com frequência na região. Não é à toa que especialistas consideram a iluminação como uma grande aliada das cidades na luta contra a violência urbana, já que é uma grande inibidora de atos de vandalismo, roubo e agressões. Internet: (com adaptações).

O texto estabelece uma relação paradoxal entre iluminação pública e aumento de segurança urbana. Comentários Paradoxal se configura como duas características antagônicas, isto é, opostas entre si. O texto não marcou oposição, contraste entre iluminação pública e segurança urbana. Na realidade, a iluminação pública ajudou na segurança urbana. á especialistas consideram a iluminação como uma grande aliada das cidades na luta contra a violência urbana, já que é uma grande inibidora de atos de vandalismo, roubo e agressões ue não há relação paradoxal. Assim, a afirmativa da questão está errada. Gabarito: E CESPE / Anatel Técnico 2014 As cidades foram criadas para a segurança de seus habitantes. Foram elas que propiciaram, segundo autores clássicos e contemporâneos, o desenvolvimento da cidadania, da racionalidade econômica, de um sistema de leis válidas para todos e de novas formas de

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associação entre indivíduos, fora dos laços de parentesco e de servidão. Desde o clássico de Weber (1958) até as obras mais recentes de Godbout (1997) e Jacobs (1993), a liberdade é apresentada como uma conquista urbana. Essas novas formas de liberdade foram saudadas porque dissolviam laços de domínio dos poderes familiares e feudais que impediam o aparecimento de um poder público voltado para o povo (Habermas, 1994). Mas, simultaneamente, por atraírem pessoas vindas de diferentes lugares, com diferentes culturas, religiões, compromissos políticos e identificações, que apenas se esbarrariam nos novos espaços, as cidades teriam, então, comprometido o estabelecimento de relações duradouras entre seus habitantes. Alba Zaluar. A abordagem ecológica e os paradoxos da cidade. Revista de Antropologia, São Paulo: USP, 2010, v. 53, n.º 2, p. 613 (com adaptações).

15. Infere-se da leitura do texto que as cidades propiciaram, além do fortalecimento dos laços de parentesco entre os indivíduos, desenvolvimento da cidadania, da racionalidade econômica, de um sistema de leis válidas para todos e de novas formas de associação pessoal. Comentários Note que a questão recortou literalmente expressões dos primeiros períodos do texto, porém az a informação de que as cidades não propiciaram fortalecimento dos laços de parentesco entre os indivíduos. Houve a afirmação, no segundo período do texto, de que houve novas formas de associação entre indivíduos, fora dos laços de parentesco e de servidão. Isso é confirmado nos períodos seguintes, em que se afirma que as novas liberdades promovidas pela conquista urbana dissolviam laços de domínio dos poderes familiares e feudais. Confirme isso com os elementos grifados no texto e na afirmativa: Texto: As cidades foram criadas para a segurança de seus habitantes. Foram elas que propiciaram, segundo autores clássicos e contemporâneos, o desenvolvimento da cidadania, da racionalidade econômica, de um sistema de leis válidas para todos e de novas formas de associação entre indivíduos, fora dos laços de parentesco e de servidão. Desde o clássico de Weber (1958) até as obras mais recentes de Godbout (1997) e Jacobs (1993), a liberdade é apresentada como uma conquista urbana. Essas novas formas de liberdade foram saudadas porque dissolviam laços de domínio dos poderes familiares e feudais que impediam o aparecimento de um poder público voltado para o povo (Habermas, 1994). Afirmativa da questão: Infere-se da leitura do texto que as cidades propiciaram, além do fortalecimento dos laços de parentesco entre os indivíduos, desenvolvimento da cidadania, da racionalidade econômica, de um sistema de leis válidas para todos e de novas formas de associação pessoal. Assim, a afirmativa está errada. Gabarito: E Português p/ Polícia Federal (Agente) Com Videoaulas - 2019

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16. De acordo com o texto, as cidades, por congregarem pessoas de diferentes classes sociais, não contribuem para a manutenção de relações duradouras entre os habitantes. Comentários O último período do texto localiza a afirmação da questão. Este último período realmente as cidades teriam comprometido o estabelecimento de relações duradouras entre seus . Porém, a questão afirma que o motivo é apenas a diferença de classes sociais, mas o texto não mostra essa simples diferença de classes sociais. A causa, segundo o texto, é a atração de pessoas vindas de diferentes lugares, com diferentes culturas, religiões, compromissos políticos e à à à à à à à . Definitivamente, isso não tem relação com a diferença de classe social. Gabarito: E 17. (CESPE / Anatel Técnico 2014) A palavra comunicação significa normalmente o ato de tornar comum a muitos. A partir do século XVII (até o século XIX), ganhou projeção a expressão meio ou linhas de comunicação, designando as facilidades trazidas pelo desenvolvimento das ferrovias, canais e rodovias no deslocamento de pessoas e objetos. Do século XIX ao século XX, o sentido da palavra se aproximou cada vez mais daquilo que hoje pode ser chamado de mídia (meios pelos quais se passa informação e se mantém o contato mediado, indireto). Foi a partir desse momento que a indústria da comunicação (transporte de bens simbólicos) separou-se semanticamente da indústria de transportes (transporte de bens físicos e pessoas). É importante ressaltar que o termo comunicação carrega, no mundo moderno, as marcas de sua ambiguidade original (tornar comum a muitos, partilhar, trocar). Nesse sentido, quando se fala em comunicação face a face ou interativa, pode-se dizer que se trata de troca e partilha, mas quando se fala de comunicação mediada, como rádio e TV, destaca-se consideravelmente a sua função de tornar comum a muitos. Pierre Bordieu. Questões de sociologia e comunicação. FAPESP, ANABLUME, 2007, p. 42-3 (com adaptações). Inferedistintas. Comentários Nota-se que o último parágrafo refere-se ao mundo moderno. A questão trabalha a inferência quando se fala em comunicação face a face ou interativa, pode-se dizer que se trata de troca e partilha, mas quando se fala de comunicação mediada, como rádio e TV, destaca-se consideravelmente a sua função de tornar comum a muitos . Dessa forma, interpretações distintas.

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Gabarito: C CESPE / Anatel Técnico 2014 As traduções são muito mais complexas do que se imagina. Não me refiro a locuções, expressões idiomáticas, gírias, flexões verbais, declinações e coisas assim. Isso pode ser resolvido de uma maneira ou de outra, se bem que, muitas vezes, à custa de intenso sofrimento por parte do tradutor. Refiro-me à impossibilidade de encontrar equivalências entre palavras aparentemente sinônimas, unívocas e univalentes. Por exemplo, um alemão que saiba M

B

R á palavra riquíssima e tenho certeza de que, se o Grande Duden fosse brasileiro, pelo menos um volume teria de ser dedicado a ela e a outras que partilham da mesma condição. á

Qualquer estrangeiro que tenha vivido no Brasil sabe que são necessários vários anos de treinamento para distinguir qual o sentido pretendido pelo interlocutor brasileiro, quando ele responde, com a habitual cordialidade, que fará tal ou qual coisa amanhã. O caso dos alemães é, seguramente, o mais grave. Não disponho de estatísticas confiáveis, mas tenho certeza de que nove em cada dez alemães que procuram ajuda médica no Brasil o fazem por causa de para grande espanto de seus amigos brasileiros. João Ubaldo Ribeiro. A vida é um eterno amanhã. In: Um brasileiro em Berlim. 1993 (com adaptações). 18. Infereem sentido metafórico, e os alemães, em sentido literal. Comentários O sentido metafórico é o da linguagem abstrata, uma comparação ideológica, o sentido é estendido, ampliado. Já o sentido literal é o sentido real da palavra, sentido original. A segunda parte do primeiro parágrafo abarca essa interpretação, pois o autor começa Já os brasileiros estendem este sentido a tantos outros, figurativos, com várias aplicações diferentes. Confirme isso: Por exemplo, um alemão que saiba português responderá sem hesitação que a palavra da língua à à à à . Mas coitado do alemão que vá para o Brasil acreditando à à à à à àes à à à à à‘ à .

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á à à à à à à à à à à à àG àD à à menos um volume teria de ser dedicado a ela e a outras que partilham da mesma condição.

à

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Gabarito: C 19. Depreende-se da leitura do texto que, apesar de não se basear em estatísticas, o autor constrói sua argumentação com dados advindos do sistema de saúde brasileiro. Comentários O E usar dados do sistema de saúde brasileiro. Apenas situou em sua brincadeira uma estatística inventada, numa suposta consulta a um médico brasileiro. Confirme: Não disponho de estatísticas confiáveis, mas tenho certeza de que nove em cada dez alemães que pr à à à àB à à à à à à à à à à à à à a um colapso nervoso, para grande espanto de seus amigos brasileiros. Gabarito: E 20. (CESPE / Antaq Técnico 2014) Hidrovia é uma rota predeterminada para o tráfego aquático. Há muito tempo, o homem utiliza a água como estrada, e a Amazônia é o maior exemplo disso. O transporte por hidrovias apresenta grande capacidade de movimentação de cargas a grandes distâncias com baixo consumo de combustível, além de propiciar uma oferta de produtos a preços competitivos. A ampliação do uso da hidrovia é uma tendência mundial por uma questão ambiental. A viabilização de uma navegação segura no rio Madeira, por exemplo, permite o escoamento da produção de grãos de Rondônia e Mato Grosso para o Amazonas e daí para o Atlântico. Isso cria um corredor de desenvolvimento integrado, com transporte de alta capacidade e baixo custo para grandes distâncias, elimina um grave problema estrutural do setor primário, com a redução significativa da dependência do modal rodoviário até os portos do Sudeste, e representa mais uma opção de integração nacional, com a redução de trânsito pesado nas rodovias da região Centro-Sul. Idem (com adaptações). Infere-se das informações do texto que o transporte por hidrovia ajuda a preservar o meio ambiente, dado o baixo consumo de combustível, e reduz a dependência do transporte rodoviário. Comentários O texto confirma cada expressão utilizada na afirmativa, pois realmente se pode entender do texto que o transporte por hidrovia ajuda a preservar o meio ambiente (conforme se vê no trecho por uma questão ambiental baixo consumo de combustível (conforme se vê no trecho movimentação de cargas a grandes distâncias com baixo consumo de combustível reduz a

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dependência do transporte rodoviário redução significativa da dependência do modal rodoviário até os portos do Sudeste... com a redução de trânsito pesado nas rodovias da região Centro-Sul Gabarito: C 21. (CESPE / Antaq Técnico 2014) As obras de dragagem objetivam remover os sedimentos que se encontram no fundo do corpo d'água para permitir a passagem das embarcações, garantindo o acesso ao porto. Na maioria das vezes, a dragagem é necessária quando da implantação do porto, para o aumento da profundidade natural no canal de navegação, no cais de atracação e na bacia de evolução. Também é necessária sua realização periódica para o alcance das profundidades que atendam o calado das embarcações. Internet: <www.antaq.gov.br> (com adaptações).

Depreende-se das informações do texto que a dragagem realizada na implantação do porto para garantir o acesso das embarcações é definitiva, não havendo necessidade de ser refeita. Comentários A afirmativa está errada, pois a dragagem realizada na implantação do porto para garantir o acesso das embarcações não é definitiva, e há necessidade de ser refeita, conforme se observa no Também é necessária sua realização periódica para o alcance das profundidades que atendam o calado das embarcações Gabarito: E Todo texto é veiculado com base em três tipos básicos: descritivo, narrativo e dissertativo. A banca CESPE cobra a diferença entre os tipos de texto.

2 TIPOLOGIA TEXTUAL Veremos apenas o essencial da tipologia, noções que são cobradas nas provas da banca CESPE.

1 DESCRITIVO O texto descritivo enfatiza o estático, é um retrato, um recorte de uma paisagem, uma ação, um costume. O texto descritivo vai induzindo o leitor a imaginar o espaço, o tempo, o costume, isto é, tudo que ambienta a história, a informação. L à à à álidos incidem sobre o cinza dos prédios. Nos bares, bocas cansadas conversam, mastigam e bebem em volta das mesas. Nas ruas, pedestres apressados se atropelam. O trânsito à à à àE à“ àP à à à à à

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(em Platão e Fiorin) Podemos notar no texto muitos adjetivos, juntamente com a enumeração de substantivos e verbos. Não há interpretação de movimento neste texto. Tudo é recorte de instantes, por isso poderíamos pintar um quadro com base na imagem que ele nos sugere. Assim, descrever é enumerar características, ações e elementos que produzem uma imagem Dentre a variedade de textos descritivos, ressaltam-se os textos instrucionais, injuntivos. Veja um exemplo: INSTRUÇÕES Verifique se este caderno: - corresponde a sua opção de cargo. - contém 70 questões, numeradas de 1 a 70. - contém a proposta e o espaço para o rascunho da Prova Discursiva. Caso contrário, reclame ao fiscal da sala outro caderno. Não serão aceitas reclamações posteriores. - Para cada questão existe apenas UMA resposta certa. - Leia cuidadosamente cada uma das questões e escolha a resposta certa. - Essa resposta deve ser marcada na FOLHADE RESPOSTAS que você recebeu. Capa de uma prova de concurso

Este texto é uma capa da prova de concurso. Nele se observa uma ordenação lógica, uma interlocução direta com o leitor (o candidato ao cargo). Assim, a característica fundamental do texto instrucional é levar o receptor a modificar comportamento, a agir de acordo com os preceitos emanados do texto, seguir a sequência. Este tipo de texto é também chamado de injuntivo ou prescritivo. Apresenta em sua estrutura procedimentos a serem seguidos. O texto descritivo pode se manifestar por meio de vários gêneros textuais, como manual de instrução, bula, capa de uma prova de concurso, os fragmentos enumerativos de um edital, receita etc.

2 NARRATIVO Diferentemente do texto descritivo, o narrativo é aquele que trabalha o movimento, as ações se prolongam no tempo, sendo esta a característica principal. Narrar é contar uma história, baseando-se na ótica do narrador (aquele que conta), sobre uma ou mais ações de um personagem(ns), numa sequência temporal, em determinado lugar. A história pode ser imaginária (ficção) ou real (fato). Pode ser contada por alguém que é o pivô da história (narrador-personagem), ou por alguém que está testemunhando as ações (narrador-observador). Quando há o narrador-

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personagem, há verbos ou pronomes em primeira pessoa do singular. Quando há narradorobservador, há verbos e pronomes em terceira pessoa. Muitas vezes, quando o autor de um texto quer considerar um problema relevante na sociedade, parte de um fato (narra uma pequena história real) e a partir dela tece suas considerações. Assim, pode-se dizer que a primeira parte do texto é narrativa e a segunda é dissertativa, a qual será vista adiante. O texto dissertativo pode se manifestar por meio de vários gêneros textuais, como piada, fábula, parábola, conto, novela, crônica, romance, entrevista etc. Eis um bom exemplo deste tipo de texto encontrado na prova do CESPE (médico perito INSS -2009), em que os elementos da narrativa se fazem presentes. A Revolta da Vacina O Rio de Janeiro, na passagem do século XIX para o século XX, era ainda uma cidade de ruas estreitas e sujas, saneamento precário e foco de doenças como febre amarela, varíola, tuberculose e peste. Os navios estrangeiros faziam questão de anunciar que não parariam no porto carioca e os imigrantes recém-chegados da Europa morriam às dezenas de doenças infecciosas. Ao assumir a presidência da República, Francisco de Paula Rodrigues Alves instituiu como meta governamental o saneamento e reurbanização da capital da República. Para assumir a frente das reformas, nomeou Francisco Pereira Passos para o governo municipal. Este, por sua vez, chamou os engenheiros Francisco Bicalho para a reforma do porto e Paulo de Frontin para as reformas no centro. Rodrigues Alves nomeou ainda o médico Oswaldo Cruz para o saneamento. O Rio de Janeiro passou a sofrer profundas mudanças, com a derrubada de casarões e cortiços à à à à à à àáà à à à à à à à O objetivo era a abertura de grandes bulevares, largas e modernas avenidas com prédios de cinco ou seis andares. Ao mesmo tempo, iniciava-se o programa de saneamento de Oswaldo Cruz. Para combater a peste, ele criou brigadas sanitárias que cruzavam a cidade espalhando raticidas, mandando remover o lixo e comprando ratos. Em seguida o alvo foram os mosquitos transmissores da febre amarela. Finalmente, restava o combate à varíola. Autoritariamente, foi instituída a lei de vacinação obrigatória. A população, humilhada pelo poder público autoritário e violento, não acreditava na eficácia da vacina. Os pais de família rejeitavam a exposição das partes do corpo a agentes sanitários do governo. A vacinação obrigatória foi o estopim para que o povo, já profundamente insatisfeito com o à à à à à à àD à à à à à à da polícia e do exército até ser reprimido com violência. O episódio transformou, no período de 10 a 16 de novembro de 1904, a recém-reconstruída cidade do Rio de Janeiro em uma praça de guerra, onde foram erguidas barricadas e ocorreram confrontos generalizados. Internet: <www.ccs.saude.gov.br> (com adaptações).

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Observe os traços temporais que marcam a evolução dos acontecimentos, ao mesmo tempo em que as ações vão sendo desenvolvidas num cenário (Rio de Janeiro). Veja os elementos temporais: à à à àXIXà à àXX à á à à à à à‘ à á à à à E à à F à D à à à à à à à à à à à à . Com isso, observa-se que há uma história sendo contada por alguém que não participou dela (narrador-observador). Ele não tem necessidade de se posicionar diante de alguma situação, o que se pretende com o texto é narrar um fato que ocorreu no Rio de Janeiro. Como o texto se fundamenta na informação, diz-se que há um ponto de vista objetivo. Com base no texto acima, resolva as questões a seguir: 22. (CESPE / Médico Perito INSS nível superior 2009) O texto faz um histórico da Revolta da Vacina, ocorrida no Rio de Janeiro, mostrando explicitamente o ponto de vista do autor acerca do tema. Comentários Realmente houve um histórico sobre a Revolta Vacina, pois foram narrados os fatos que a cercaram. Mas o erro está em dizer que houve ponto de vista explícito do autor acerca do tema. Houve apenas a narrativa do fato, o narrador não faz considerações, por isso não toma nenhum ponto de vista explicitamente. Gabarito: E 23. (CESPE / Médico Perito INSS nível superior 2009) O mesmo tempo

Ao Finalmente

Comentários Estas são algumas das expressões que marcam a evolução do tempo, típica estrutura de texto narrativo. Gabarito: C 24. (CESPE / MPU Técnico 2015) A partir de uma ação do Ministério Público Federal (MPF), o Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) determinou que a Google Brasil retirasse, em até 72 horas, 15 vídeos do YouTube que disseminam o preconceito, a intolerância e a discriminação a religiões de matriz africana, e fixou multa diária de R$ 50.000,00 em caso de descumprimento da ordem judicial. Na ação civil pública, a Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão (PRDC/RJ) alegou que a Constituição garante aos cidadãos não apenas a obrigação do Estado em respeitar as liberdades, mas também a obrigação de zelar para que elas sejam respeitadas pelas pessoas em suas relações recíprocas. Predomina no texto em apreço o tipo textual narrativo. Português p/ Polícia Federal (Agente) Com Videoaulas - 2019

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Comentários O texto realmente é narrativo, pois conta um fato passado. Isso é confirmado por meio de verbos no tempo pretérito perfeito do indicativo, c á Tribunal Regional Federal da 2ª Região TRF P R D C PRDC RJ Assim, conseguimos entender uma evolução temporal, ações, personagens e lugar (Brasil), elementos importantes para observarmos o predomínio do texto narrativo. Gabarito: C Veja outro exemplo de narrativa, agora com o ponto de vista subjetivo, pois o narrador se coloca na história: "O pungente amor" A descoberta da poesia de Carlos Drummond de Andrade, em 1949, atingiu-me de maneira contraditória: chocou-me e obrigou-me a mudar de rumo. Para que se entenda melhor o que ocorreu, devo esclarecer que a poesia que fazia até ali nascera da leitura dos parnasianos, com os quais aprendera a compor sonetos rigorosamente rimados e metrificados. Ignorava a poesia moderna. Alguns "sonetos brancos" de Murilo Mendes publicados num jornal da cidade impressionaram-me, mas não me ganharam. Foi a leitura de Poesia até agora, de Drummond, que provocou o choque. Havia no livro um poema intitulado "Lua diurética". Fiquei perplexo: aquilo não podia ser poesia, disse-me, pois poesia para mim era, por exemplo, "Ora direis, ouvir estrelas, certo/ perdeste o senso..." ou "Hão de chorar por ela os cinamomos...". Lua diurética não tinha nada a ver... Mas não conseguia largar o livro de Drummond. Lia e relia alguns dos poemas que mais me perturbavam. E terminei tomando uma decisão: ler os críticos modernos para entender o que era de fato aquela poesia antipoética. E assim, na Biblioteca Pública, descobri O empalhador de passarinhos, de Mário de Andrade, As cinzas do purgatório, de Otto Maria Carpeaux. Não sei se entendi direito o que diziam, não me lembro. Mas terminei por admitir que havia uma nova poesia, distinta da que conhecia, cujo mérito era exatamente estar ligada ao cotidiano. Em breve rendia-me ao fascínio de poemas como "Onde há pouco falávamos" e "Viagem na família" ("Fala fala fala fala/ Puxava pelo casaco/ que se desfazia em barro"). Uma outra dimensão da realidade se revelava a meus sentidos. É verdade que passei a ler ao mesmo tempo todos os poetas modernos que me caíam nas mãos: Bandeira, Jorge de Lima, Murilo Mendes, Mário de Andrade. E poetas estrangeiros, como Rilke, Eliot e, mais tarde, Rimbaud, Lautréamont, Mallarmé e Artaud... O que bebi neles amontoouse dentro de mim, fundiu-se, virou sangue, fala, fogo - um magma que me temperou e me fez nascer de novo.

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A verdade é que, agora, quando releio alguns dos poemas de Drummond daquela época, me reconheço neles, percebo que sua fala está entranhada na minha, que aprendi com ele o "o pungente amor" da vida. Ferreira Gullar. In: http://revistacult.uol.com.br/website/dossie

3 DISSERTATIVO Dissertar é um processo em que o emissor transmite conhecimento, relata, expõe ideias, discorre sobre determinado assunto, argumenta. De certa maneira, o texto mostra o ponto de vista que o autor tem de determinado assunto, fundamentado em argumentos e raciocínios baseados em sua vivência, conhecimento, posturas. É certo dizer que ele engloba um conjunto de juízos. É próprio de temas abstratos e usado em textos críticos, teses, exposição, explanação e argumentação. Dependendo do ponto de vista, da organização e do conteúdo, a dissertação pode simplesmente relatar saberes científicos, dados estatísticos, etc ou pode também buscar defender um princípio, uma visão parcial ou não de um assunto, apresentando argumentos precisos, exemplos, contradições, comparações, causas etc, para defender suas ideias. Sua estrutura normalmente é a seguinte: 1) Introdução: é o parágrafo que abre a discussão ou simplesmente expõe a informação principal, da qual se partirá nos próximos parágrafos à exemplificação, explicação, etc. Neste parágrafo normalmente se encontra o tópico frasal, o qual também é entendido como tese, cuja função é transmitir a opinião do autor, o centro da informação. 2) Desenvolvimento: pode ser composto de um ou mais parágrafos, os quais servem para ampliar e analisar o conteúdo informado na introdução. Nele, encontramos os procedimentos argumentativos, que podem conter a relação de causa e consequência, exemplificações, contrastes, citações de autoridades no assunto. Enfim, é o debate ou simplesmente o mergulho nas implicações do tema. 3) Conclusão: é o fechamento da informação, seja ela crítica ou não. Muitas vezes iniciadas P E E N confirmação da tese, tomando por base os argumentos dos parágrafos de desenvolvimento. O texto dissertativo pode se manifestar por meio de vários gêneros textuais, como editorial, artigo de opinião, carta de leitor, os diversos discursos políticos, de defesa, de acusação, resenhas, relatórios, textos publicitários etc. Com base nisso, a dissertação se divide em dois tipos:

1 Dissertativo-expositivo Quando o autor apenas transmite os saberes de uma comunidade (como em livros didáticos, enciclopédias etc), não colocando sua opinião sobre o assunto, mas apenas os dados objetivos.

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Veja alguns exemplos de texto dissertativo-expositivo: Ferramenta que devolve spam ao emissor já é realidade Uma nova ferramenta para combater a praga do spam foi recentemente desenvolvida. O sistema é capaz de devolver os e-mails inconvenientes às pessoas que os enviaram, e está estruturado em torno de uma grande base de dados que contém os números de identificação dos computadores que enviam spam. Depois de identificar os endereços de onde procedem, o sistema reenvia o e-mail ao remetente. A empresa que desenvolveu o sistema assinalou que essa ferramenta minimiza o risco de ataques de phishing, a prática que se refere ao envio maciço de e-mails que fingem ser oficiais, normalmente de uma entidade bancária, e que buscam roubar informação como dados relativos a cartões de crédito ou senhas. ==100e94==

Internet: . Acesso em mar./2005 (com adaptações). (Prova: ANS / 2005 / superior/ CESPE)

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I - a soberania; II - a cidadania III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político. Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

(Excerto da CF/88. In: http://www.planalto.gov.br)

Não se nota em nenhum dos dois textos a intervenção do autor, sinalizando sua opinião. Houve apenas a exposição de fato (no primeiro) e de dado conceitual (no segundo). Note que nesses dois textos não houve a opinião do autor. A base deles foi a transmissão do saber, a informação. Por isso são textos dissertativo-expositivos.

2 Dissertativo-argumentativo ou opinativo Quando o autor transmite sua opinião dentro do texto. Geralmente é o que a banca CESPE cobra nos concursos, tanto em interpretação de textos quanto na elaboração de redações. Veja alguns exemplos de texto dissertativo-argumentativo: Existe, por certo, um abismo muito largo e profundo entre a cosmovisão dos médicos em geral (fundada em sua leitura dos fenômenos biológicos) e as concepções de vida da vasta maioria da população. Salta à vista, na abordagem do assunto (a ética e a verdade do paciente), que se fica, mais uma vez, diante da pergunta feita por Pôncio Pilatos a Jesus Cristo, encarando, como estava,

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à à à à verdades díspares.

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Dalgimar Beserra de Menezes. A ética médica e a verdade do paciente. In: Desafios éticos, p. 212-5 (com adaptações). (Prova: ANS / 2005 / superior)

Com pouco mais de meio século de atividade da indústria automobilística no Brasil, de acordo com registros, foram vendidos 2,5 milhões de carros. Contraposto aos sucessivos recordes de congestionamentos nas grandes cidades brasileiras, esse resultado expõe as fragilidades de um modelo de desenvolvimento e urbanização que privilegia o transporte motorizado individual, prejudica a mobilidade e até a produtividade das pessoas. O carro, no entanto, não é o único vilão. A solução para o problema da mobilidade passa pela criação de alternativas ao uso do transporte individual. C à à à s ao transporte individual são pouco eficientes, pela falta de conforto, segurança ou rapidez, as pessoas continuam optando pelos automóveis, motocicletas ou à à à à à à à à à“ àG à à à à à desenvolvimento sustentável. Contudo, restringir o uso do carro não resolve o problema. De acordo com consultores em transportes, a tecnologia é uma das ferramentas para equacionar o problema do trânsito, desde que escolhida e implementada com competência. Enfrentamento do problema da mobilidade determinará futuro das grandes metrópoles. In: Revista Ideia Socioambiental. São Paulo. Internet: <www.ideiasocioambiental.com.br>. (com adaptações). (Prova: DETRAN 2010 Médio)

Ponto de vista: Os diversos tipos de texto são expressos por um emissor, que orienta o leitor sobre o que se quer defender, criticar, contrastar. Esse ponto de vista pode ser objetivo ou subjetivo. Texto subjetivo: É subjetivo (intimista) o texto em que a impressão do autor extrapola a razão, a informação do texto. Logicamente todo texto possui de alguma forma a opinião do autor, aquilo em que ele acredita. Mas isso pode se dar de forma velada (mascarada) ou enfática. No texto subjetivo, o autor se mostra pelo uso de verbos e pronomes em primeira pessoa, com vocabulário depreciativo ou demasiado valorativo. A intenção é mostrar sua insatisfação, supervalorização, baseado na emoção, no sentimento. Como a linguagem é dinâmica e é por meio dela que o texto se veicula, não se pode ser categórico ao se analisar o tipo de texto, nem mesmo seu ponto de vista; pois tudo depende da intenção do autor. Um texto pode ser objetivo, mas com alguns traços de subjetividade, assim como um texto altamente subjetivo pode possuir traços de objetividade. Leia o texto a seguir, extraído do blog de Diogo Mainard, colunista da Revista Veja. Perceba nele os verbos e pronomes em primeira pessoa, certos vocábulos que mostram a liberdade expressiva de sua opinião altamente pessoal. Isso caracteriza o texto dissertativo-argumentativo, com ponto de vista subjetivo:

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O leitor de VEJA já sabe o que esperar de mim: em matéria de prognósticos eleitorais, eu erro fatalmente, eu erro teimosamente, eu erro rumorosamente. Nos primeiros meses de 2008, prognostiquei que a candidata petista chegaria em quinto lugar. Dois anos e meio depois, estou aqui reivindicando meu erro. Errei, errei, errei. É bom errar. É bom repetir que errei. Só há um aspecto de meu trabalho de que realmente me orgulho: eu nunca tentei compreender a mente ou o comportamento de meus compatriotas. Eu me atormentaria se um dia, mesmo que por engano, acabasse acertando um resultado eleitoral. Os valores aos quais sou mais apegado ruiriam. Quem compreende a mente e o comportamento dos brasileiros é Valdemar Costa Neto. Quem compreende a mente e o comportamento dos brasileiros é a Mulher Melancia. Quem compreende a mente e o comportamento dos brasileiros é Chico Buarque. Eles sabem o que os brasileiros querem. Eu só sei o que os brasileiros repelem. Eles repelem Antonello da Messina e Memling. Eles repelem Pitágoras e Empédocles. De todos os nossos escritores, o único que conseguiu compreender a mente e o comportamento dos brasileiros foi Euclides da Cunha. Eu sempre recorro a ele quando tenho de tratar do assunto. Ele é meu Valdemar Costa Neto particular. Euclides da Cunha podia interpretar o caráter de uma pessoa a partir do formato e da medida de suas orelhas ou de sua testa. Eu me pergunto como ele teria interpretado o formato e a medida das orelhas de um eleitor do PT, como Chico Buarque. http://veja.abril.com.br/blog/mainardi/

Texto objetivo: O ponto de vista objetivo procura basear-se em fatos, argumentos, informações, evitando transparecer a opinião pessoal do autor. O texto continua sendo opinativo, mas o autor mascara sua opinião para ganhar credibilidade. Para isso se baseia em argumentos de autoridade (especialistas entendidos no assunto, leis, regulamentos), pensamentos filosóficos, máximas, etc. Tudo para fugir Q melhor para a sustentação dos argumentos, tornando o texto objetivo, com verbos e pronomes normalmente em terceira pessoa. Veja um exemplo de trecho dissertativo-argumentativo, com ponto de vista objetivo. O homem e a natureza A ideia de que a natureza existe para servir o homem seria apenas ingênua, se não fosse perigosamente pretensiosa. Essa crença lançou raízes profundas no espírito humano, reforçada por doutrinas que situam corretamente o homo sapiens no ponto mais alto da evolução, mas incidem no equívoco de fazer dele uma espécie de finalidade da criação. Pode-se dizer com segurança que nada na natureza foi feito para alguma coisa, mas pode-se crer em permuta e equilíbrio entre seres e coisas. A aquisição de características muito específicas como a linguagem, raciocínio lógico, memória pragmática, noção de tempo e capacidade de acumular não fizeram do homem um ser superior no sentido absoluto, mas apenas mais bem dotado para determinados fins. Português p/ Polícia Federal (Agente) Com Videoaulas - 2019

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Isso não lhe confere autoridade para pretender que todo o resto do universo conhecido deve prestar-lhe vassalagem, como de fato ainda pretende a maioria das pessoas com poder decisório no mundo. Lisboa, Luiz Carlos. Olhos de ver, ouvidos de ouvir. Rio de Janeiro, Difel, 1977.

Note que o texto é iniciado por uma ideia geral (a natureza não existe para servir o homem) que será desenvolvida em seguida. Há várias inserções do autor, que provam sua opinião, em terceira pessoa: Pode-se dizer com segurança... pode-se crer em permuta e equilíbrio... Isso não lhe confere autoridade... ...como de fato ainda pretende a maioria das pessoas com poder decisório no mundo... É claro que um texto não terá apenas uma tipologia textual. Muitas vezes terá as três num só texto, mas vale o que predomina, aquele que transmite a ideia central, o objetivo.

25. (CESPE / Antaq Técnico 2014) Um dos principais desafios para o Brasil é conhecer a Amazônia. Sua vocação eminentemente hídrica impõe, ao longo dos séculos, a necessidade do deslocamento de seus habitantes através dos rios. Muito antes da chegada dos colonizadores na Amazônia, os nativos já utilizavam canoas. Ainda hoje, grande parte da população amazônica vive da pesca. Além disso, o deslocamento do ribeirinho se faz através da infinidade de rios que retalham a grandeza territorial. Mas para conhecer a Amazônia de verdade é preciso entender sua posição estratégica para o país. Os rios são a chave para esse conhecimento. São as estradas que a natureza construiu e em cujas margens se desenvolveram inúmeras povoações. Portanto, é impossível pensar em Amazônia sem associar a importância que os rios têm para o desenvolvimento econômico e social. Eles devem ser vistos como os grandes propulsores do desenvolvimento sustentável da região. Domingos Savio Almeida Nogueira. In: Internet: <www.portosenavios.com.br/artigos> (com adaptações).

Predomina no texto a narração, já que nele se identificam um cenário e uma ação. Comentários É fácil perceber que o texto não é narrativo. Ele é dissertativo. Note que o autor lança uma Um dos principais desafios para o Brasil é conhecer a Amazônia E seguida, discorre sobre algumas considerações a respeito da Amazônia.

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Para confirmar que o texto é dissertativo, veja os tempos verbais: os verbos estão considerações do autor a respeito do tema. Já a narrativa se baseia em contar uma história. Assim, deve-se utilizar de verbos no passado, o que pouco ocorreu neste texto. Com isso, notamos que a afirmativa está errada. Gabarito: E 26. (CESPE / Antaq Técnico 2014) Alexandria, no Egito, reinou quase absoluta como centro da cultura mundial no período do século III a.C. ao século IV d.C. Sua famosa Biblioteca continha praticamente todo o saber da Antiguidade em cerca de 700.000 rolos de papiro e pergaminho e era frequentada pelos mais conspícuos sábios, poetas e matemáticos. A Biblioteca de Alexandria estava muito próxima do que se entende hoje por Universidade. E fazC B B áH M á Universidade de Alexandria evidentemente não diferia muito de instituições modernas de cultura superior. Parte dos professores provavelmente se notabilizou na pesquisa, outros eram melhores como administradores e outros ainda eram conhecidos pela sua capacidade de Em 47 a.C., envolvendo-se na disputa entre a voluptuosa Cleópatra e seu irmão, o imperador Júlio César mandou incendiar a esquadra egípcia ancorada no porto de Alexandria. O fogo se propagou até as dependências da Biblioteca, queimando cerca de 500.000 rolos. Em 640 d.C., o califa Omar ordenou que fossem queimados todos os livros da Biblioteca, á desnecessários ou contêm o oposto e não devemos lêA destruição da Biblioteca de Alexandria talvez tenha representado o maior crime contra o saber em toda a história da humanidade. Se vivemos hoje a era do conhecimento é porque nos alçamos em ombros de gigantes do passado. A Internet representa um poderoso agente de transformação do nosso modus vivendi et operandi. É um marco histórico, um dos maiores fenômenos de comunicação e uma das mais democráticas formas de acesso ao saber e à pesquisa. Mas, como toda inovação, a Internet tem potencial cuja dimensão não deve ser superdimensionada. Seu conteúdo é fragmentado, desordenado e, além disso, cerca de metade de seus bites é descartável. Jacir J. Venturi. Internet: <www.geometriaanalitica.com.br> (com adaptações).

Nesse texto, que pode ser classificado como artigo de opinião, identificam-se trechos narrativos e dissertativos. Comentários

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Esta questão abordou o gênero textual, conforme previa o edital deste concurso. O artigo de opinião se baseia, como o próprio nome sugere, na expressão da opinião livre de seu autor. Com base em alguns fundamentos (legais, de especialistas, ou dados técnicos), o autor fica livre para dar sua opinião, às vezes, recomendando ações, chamando a atenção do leitor a determinada situação etc. Bom, importa observar que a questão também se baseou na tipologia textual, pois podemos verificar no texto um histórico, passagens como o terceiro e quarto parágrafos, em que os verbos aparecem no passado, marcando ações, movimentos. Além disso, fica fácil perceber os elementos da narrativa, como tempo, cenário, personagens, falas, isto é, tudo que percebemos numa história. Veja: Em 47 a.C., envolvendo-se na disputa entre a voluptuosa Cleópatra e seu irmão, o imperador Júlio César mandou incendiar a esquadra egípcia ancorada no porto de Alexandria. O fogo se propagou até as dependências da Biblioteca, queimando cerca de 500.000 rolos. Em 640 d.C., o califa Omar ordenou que fossem queimados todos os livros da Biblioteca, à à à à à à à à à à à à àá à à àdesnecessários ou contêm o oposto e não devemos lê-los Resta claro perceber os trechos dissertativos, como os dois parágrafos seguintes à narrativa acima. Veja: A destruição da Biblioteca de Alexandria talvez tenha representado o maior crime contra o saber em toda a história da humanidade. Se vivemos hoje a era do conhecimento é porque nos alçamos em ombros de gigantes do passado. A Internet representa um poderoso agente de transformação do nosso modus vivendi et operandi. É um marco histórico, um dos maiores fenômenos de comunicação e uma das mais democráticas formas de acesso ao saber e à pesquisa. O quinto parágrafo já se inicia com uma consideração do autor, ao afirmar que a destruição de tal biblioteca representaria, segundo ele, o maior crime contra o saber em toda a história da humanidade. Isso é uma opinião. Pode haver gente que concorde, pode haver gente que discorde. Perceba os verbos no presente, o que reforça o discurso argumentativo. Dessa forma, realmente, o texto possui passagens narrativas e dissertativas. Gabarito: C CESPE / SEEDF Monitor 2017 O monitor também chamado, em algumas instituições, de inspetor e bedel é um dos profissionais mais atuantes na esfera educacional. Ele transita por toda a escola, em geral conhece os alunos pelo nome e é um dos primeiros a ser procurado quando há algum problema que precisa ser solucionado rapidamente. Contudo, ele nem sempre é valorizado como deveria. Infelizmente, muitos diretores entendem que quem atua nessa função deve apenas

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controlar os espaços coletivos para impedir a ocorrência de agressões, depredações e furtos, vigiar grupos de alunos, observar comportamentos suspeitos e até mesmo revistar armários e mochilas. Esse tipo de controle, além de perigoso pois os conflitos abafados por ações repressoras acabam se manifestando com mais violência , contribui para reforçar a desconfiança entre a instituição e os estudantes. E uma relação fundada na insegurança fragiliza a construção de valores democráticos, que deveria ser um dos objetivos de todas as escolas. Como qualquer profissional do ambiente escolar, os monitores também são educadores, e cabe à equipe gestora realizar ações formativas para que eles saibam como interagir com as crianças e os jovens nos diversos espaços (como o pátio, os corredores, as quadras, a cantina, o banheiro etc.). Com uma boa formação, eles serão capazes de trazer informações importantes sobre a convivência entre os alunos e que poderão ser objeto de análise para que o orientador educacional, juntamente com o diretor e a equipe docente, planeje e execute intervenções. O papel do monitor na formação dos alunos. Internet: (com adaptações).

27. á 2) foi empregada para transmitir a ideia de que o monitor muda constantemente de função na escola. Comentários A afirmação está errada, pois tal verbo transmite a ideia de que o monitor interage bem nos diversos espaços da escola. Como ele é um dos primeiros contatos do aluno no dia a dia, a sua presença pode ligar o discente aos diversos setores necessários à resolução de problemas. Assim, definitivamente, o verbo não significa que o monitor tem mudança constante de função. Gabarito: E 28. Infere-se que, para o autor do texto, muitos diretores de escolas possuem uma visão restrita sobre a função do monitor. Comentários A afirmação está correta e se refere ao seguinte fragmento do texto: Infelizmente, muitos diretores entendem que quem atua nessa função deve apenas controlar os espaços coletivos para impedir a ocorrência de agressões, depredações e furtos, vigiar grupos de alunos, observar comportamentos suspeitos e até mesmo revistar armários e mochilas Assim, realmente, para o autor do texto, muitos diretores de escolas possuem uma visão restrita sobre a função do monitor. Gabarito: C

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29. O 7) foi empregado, no texto, como substantivo, no sentido de aqueles sobre os quais recaem suspeitas. Comentários O

P observar comportamentos

suspeitos E

P

irmação está errada.

Gabarito: E 30. De acordo com o terceiro parágrafo do texto, os monitores têm formação profissional na área de educação. Comentários O terceiro parágrafo faz entender que os monitores são educadores e que por isso mesmo devem receber formação na área da educação. Isso fica patente nos seguintes trechos que dão a noção de futuro: cabe à equipe gestora realizar ações formativas para que eles saibam como interagir com as crianças e os jovens nos diversos espaços (como o pátio, os corredores, as quadras, a cantina, o banheiro etc.). (...) Com uma boa formação, eles serão capazes de trazer informações importantes sobre a convivência entre os alunos e que poderão ser objeto de análise para que o orientador educacional, juntamente com o diretor e a equipe docente, planeje e execute intervenções Dessa forma, não se pode afirmar que os monitores têm formação profissional na área de educação. Portanto, a afirmação está errada. Gabarito: E CESPE / SEEDF Monitor 2017 Rubião tinha vexame, por causa de Sofia; não sabia haver-se com senhoras. Felizmente, lembrou-se da promessa que a si mesmo fizera de ser forte e implacável. Foi jantar. Abençoada resolução! Onde acharia iguais horas? Sofia era, em casa, muito melhor que no trem de ferro. Lá vestia a capa, embora tivesse os olhos descobertos; cá trazia à vista os olhos e o corpo, elegantemente apertado em um vestido de cambraia, mostrando as mãos, que eram bonitas, e um princípio de braço. Demais, aqui era a dona da casa, falava mais, desfazia-se em obséquios; Rubião desceu meio tonto. Machado de Assis. Quincas Borba. Internet: <www.dominiopublico.gov.br> (com adaptações).

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31. As informações do fragmento de texto em questão são insuficientes para se inferir de onde ou para onde Rubião teria descido R 7). Comentários Note que realmente o texto não se refere a lugar de onde ou para onde supostamente Rubião teria descido. Assim, as informações constantes do fragmento do texto são insuficientes, por isso a afirmação está correta. Gabarito: C 32. O “ 3 a 7) é predominantemente narrativo, o que se comprova pelas formas verbais flexionadas no pretérito imperfeito, empregadas pelo narrador para apresentar ações rotineiras de Sofia. Comentários A comprovação de ser um texto narrativo normalmente ocorre com verbos no pretérito perfeito do indicativo, em que os personagens agem dentro de um determinado tempo, num cenário, havendo, portanto, uma sequência de ações. Já no trecho abaixo ocorrem verbos no pretérito imperfeito do indicativo, os quais demonstram a rotina, ambientam o leitor sobre como se apresentava o personagem, o ambiente. Tal trecho é visto como uma ambientação ao leitor, o que normalmente se dá para que em seguida haja a narrativa. Veja: Sofia era, em casa, muito melhor que no trem de ferro. Lá vestia a capa, embora tivesse os olhos descobertos; cá trazia à vista os olhos e o corpo, elegantemente apertado em um vestido de cambraia, mostrando as mãos, que eram bonitas, e um princípio de braço. Demais, aqui era a dona da casa, falava mais, desfazia-se em obséquios Como a questão especificou o trecho acima, observamos que ele é descritivo, pois a intenção não é contar uma ocorrência, uma situação, mas caracterizá-la, ambientá-la para o leitor. Portanto, a afirmação está errada. Gabarito: E CESPE / SEEDF Monitor 2017 É preciso considerar a relação entre universidade e cultura. Quais são as condições de preservação, de apropriação da cultura, e de reflexão crítica sobre ela? Mesmo um diagnóstico superficial da época em que vivemos é suficiente para mostrar a precariedade dessas condições. O ritmo do tempo histórico é marcado pelo círculo produção e consumo, até mesmo O incluem o imediatismo e o caráter efêmero e disperso dos interesses que os indivíduos são

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encorajados a cultivar, a fragmentação e a distorção da informação, a mercantilização extremada dos meios de comunicação. Os acessos ao mundo da cultura são cada vez mais intensamente submetidos a mecanismos industriais, sem que se assuma qualquer medida no sentido de garantir acesso efetivamente democrático. A universidade pública é uma instância em que se pode resistir, de alguma maneira e por algum tempo, a esse processo, sendo a instituição em que a cultura pode ser considerada sem as regras do mercado e sem os critérios de utilidade e oportunidade socialmente introjetados a partir da mídia. Para que a disseminação pública da cultura fuja a determinações pragmáticas e economicistas, é necessário um espaço público de preservação, de apropriação e de reflexão. As atividades que aí se desenvolvam não se podem subordinar a critérios da expectativa de retorno de investimento. Por isso, a universidade, como instituição pública, pode assumir a função de garantir o efetivo caráter público de que, em princípio, se revestem os bens de cultura historicamente legados ao presente. Faz parte da autonomia da universidade pública essa relação intrínseca com a cultura, que permite que o acesso não seja filtrado por mecanismos de outras instâncias da vida social. É essa publicidade desinteressada da cultura que só na instituição pública pode-se articular em algum grau que garante o conhecimento, a apropriação intelectual, a reflexão, a crítica e o debate. Franklin Leopoldo e Silva. Universidade pública e cultura. In: Estudos Avançados, v. 15, n.º 42, São Paulo (com adaptações).

33. De acordo com as ideias do texto, o acesso ao mundo da cultura realiza-se majoritariamente mediante a ação do Estado. Comentários A questão se refere ao seguinte trecho do texto: Os acessos ao mundo da cultura são cada vez mais intensamente submetidos a mecanismos industriais, sem que se assuma qualquer medida no sentido de garantir acesso efetivamente democrático. Assim, com base na literalidade do fragmento acima, certamente você percebeu que o acesso ao mundo da cultura não é realizado majoritariamente pelo Estado. Dessa forma, a afirmação está errada. Gabarito: E 34. De acordo com as ideias do texto, a produção de cultura no ambiente universitário garante rentabilidade em relação aos investimentos feitos.

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Comentários O texto se refere ao ambiente universitário das instituições públicas. No segundo parágrafo do texto, observa-se que esse ambiente universitário pode resistir aos mecanismos industriais, pois nessa instituição a cultura pode ser considerada sem as regras do mercado e sem os critérios de utilidade e oportunidade socialmente introjetados a partir da mídia. Em seguida, é afirmado á s que aí se desenvolvam não se podem subordinar a Assim, a afirmação está errada. Gabarito: E 35. De acordo com as ideias do texto, a relação entre mercado e cultura é benéfica para a sociedade. Comentários O texto nega veementemente a afirmação da questão, pois, no quarto parágrafo, é afirmado á não se podem subordinar a critérios da expectativa de retorno de investimento Assim, notamos que a relação entre mercado e cultura, na visão do texto, não é benéfica para a sociedade. Gabarito: E CESPE / Prefeitura São Luís - MA Professor 2017 Vez por outra, Damião deixava-se ficar, madrugada adentro, na Casa-Grande das Minas, vendo as danças, ouvindo as cantigas, atraído pelo bater dos tambores. A sensação íntima de derrota pessoal, que sentia aprofundar-se na sua consciência, levava-o a isolar-se num canto do terreiro, metido consigo. Com a morte recente do Dr. Sotero dos Reis, tinha tido a esperança de que viriam chamá-lo para ocupar-lhe o lugar no Liceu. Esperara em vão: já outro professor fora nomeado. Agora, nem sequer com o apoio do velho mestre, que ainda lhe tinha um pouco de amizade, podia mais contar. Por outro lado, continuava a ver os negros maltratados, sem que nada pudesse fazer em seu favor. Não fazia duas semanas tinha ouvido na rua um tilintar de correntes, à altura do Largo do Quartel, e vira uma fila de pretos, uns amarrados aos outros, submissos, descendo a Rua do Sol. Nas conversas do Largo do Carmo, perto da coluna do Pelourinho, contavam-se novos casos de mortes violentas de escravos, ali mesmo em São Luís. A Lei do Ventre Livre, que a imprensa da Corte havia recebido com muita festa, não merecera o mais breve registro da imprensa de São Luís. No fundo, pensando bem, que era essa lei senão uma burla? Os negros nasceriam e cresceriam nas senzalas, debaixo do chicote dos senhores, e só aos vinte e um anos seriam livres. Ao fim de tanto tempo de sujeição, que iriam fazer cá fora, sem saber em que se ocupar? E Damião sentia renascer no seu espírito o impulso da revolta, querendo denunciar a burla e protestar contra o novo engodo à liberdade dos negros.

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Mas vinha-lhe o desânimo. De que adiantava o seu protesto, se não dispunha de um jornal, se não tinha uma tribuna? Ao mesmo tempo arriava os ombros, curvando a espinha, esmagado pela convicção de sua inutilidade e de sua derrota. Se protestasse, como ia fazer depois para educar os filhos e sustentar a família? Além do mais, embora desempregado havia muito tempo, não perdera a esperança de colocar-se a qualquer momento, quer de novo no Liceu, quer no Seminário de Santo Antônio. Josué Montello. Os tambores de São Luís. 5.ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985, p. 374-5 (com adaptações).

36. DepreendeD

s 2 e 3) que levava s 3 e 4) se devia ao fato de

-

a) a Lei do Ventre Livre ter sido promulgada. b) o Dr. Sotero dos Reis, seu mestre e amigo, ter morrido. c) ele não ser dono de jornal ou político. d) ele ter perdido a esperança de ser professor do Liceu ou do Seminário de Santo Antônio. e) ele estar desempregado e não ter meios para lutar contra a escravidão. Comentários A causa do sentimento de derrota está no fato de ele não poder denunciar a escravidão e estar desempregado. Veja isso nos trechos abaixo: Com a morte recente do Dr. Sotero dos Reis, tinha tido a esperança de que viriam chamá-lo para ocupar-lhe o lugar no Liceu. Esperara em vão: já outro professor fora nomeado (...) E Damião sentia renascer no seu espírito o impulso da revolta, querendo denunciar a burla e protestar contra o novo engodo à liberdade dos negros. Mas vinha-lhe o desânimo. De que adiantava o seu protesto, se não dispunha de um jornal, se não tinha uma tribuna? Assim, a alternativa correta é a (E). Gabarito: E 37. Infere-se do texto que, para Damião, a aprovação da Lei do Ventre Livre representou uma a) possibilidade de os negros ascenderem socialmente por meio do trabalho remunerado. b) chance de ele voltar a ministrar aulas no Liceu ou no Seminário de Santo Antônio. c) vitória da Corte e da imprensa de São Luís na luta pela libertação dos negros. d) falsa promessa de liberdade vindoura para os negros que nascessem a partir de então. e) oportunidade de os negros finalmente se libertarem da escravidão.

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Comentários Conforme se apresenta no trecho abaixo, a lei do Ventre Livre não passava de uma burla (enganar, ludibriar). Confirme: A Lei do Ventre Livre, que a imprensa da Corte havia recebido com muita festa, não merecera o mais breve registro da imprensa de São Luís. No fundo, pensando bem, que era essa lei senão uma burla? Assim, a alternativa (D) é a correta. Gabarito: D 38. De acordo com o texto, Damião era um homem que a) havia se convencido do êxito das suas lutas contra a violação dos direitos dos negros. b) sofria preconceito racial e, por essa razão, se revoltava contra as injustiças decorrentes d regime escravocrata. c) se sentia impotente diante dos atos de violência e de injustiça praticados contra os negros. d) desejava integrar um movimento político de luta pela abolição da escravatura. e) negligenciava os assuntos relativos à escravidão. Comentários Na linhas 2 e 3, mostra-se o personagem com a sensação íntima de derrota pessoal. Em seguida, observaDe que adiantava o seu protesto, se não dispunha de um jornal, se não tinha uma tribuna? Assim, a alternativa (C) é a correta. Gabarito: C 39. D “

No texto, refere-

R

á

4) a forma pronominal empregada em 7).

B

6).

C

8).

D

-

E

-

5).

Comentário O D “ substituí- á á

D

5). R

á

D “

R

D

E

lhe tinha um pouco de amizade

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á anterior.

B

á

C

á

D

D

-

-

Confirme abaixo: Com a morte recente do Dr. Sotero dos Reis, tinha tido a esperança de que viriam chamá-lo para ocupar-lhe o lugar no Liceu. Esperara em vão: já outro professor fora nomeado. Agora, nem sequer com o apoio do velho mestre, que ainda lhe tinha um pouco de amizade, podia mais contar. Por outro lado, continuava a ver os negros maltratados, sem que nada pudesse fazer em seu favor Gabarito: E 40. M

No texto, a

-

18) expressa uma ideia de

a) consequência. b) finalidade. s) conclusão. d) adversidade. e) condição. Comentários á

M

á

D

Gabarito: D 41. No text a) honra ou glória. b) transgressão ou ofensa. c) ilusão ou fraude. d) compaixão ou piedade. e) afronta ou agressão. Comentários á aproxima deste sentido é a (C).

á

alternativa que mais se

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Gabarito: C CESPE / TCE PE Analista 2017 Comecemos pelo conceito. A democracia veio dos gregos. Democracia não é só a eleição do governo pelo povo, mas, sim, a atribuição, pelo povo, do poder que inclui mais que o mero governo; inclui o direito de fazer leis. Na democracia antiga, direta, isso cabia ao povo reunido na praça pública. Um grande êxito dos atenienses, se comparados aos modernos, era o amor à política. Moses Finley, um dos maiores conhecedores do tema, conta que, em Atenas, a assembleia popular se reunia cerca de quarenta vezes ao ano. Pelo menos mil pessoas costumavam comparecer, às vezes dez mil, de um total de quarenta mil possíveis (a presença não era obrigatória). Comparo esse empenho ao nosso. Quantos não resmungam para votar uma só vez a cada dois anos? Nesse período, o ateniense teria passado oitenta tardes na praça, ouvindo, votando. M N contra as decisões da assembleia soberana. Ela podia decretar o banimento de quem quisesse, sem se justificar: assim Temístocles foi sentenciado ao ostracismo pelo mesmo povo que ele salvara dos persas. Desde a era moderna, os direitos do homem, protegendo-o do Estado, se tornam cruciais. Estes são os grandes legados das três revoluções modernas a inglesa, a americana e a francesa: somos protegidos não só dos desmandos do monarca absoluto, contra os quais o melhor antídoto seria a soberania popular, mas também da tirania do próprio povo e de seus eleitos. 42. De acordo com o autor, no mundo contemporâneo há proporcionalmente mais participação política do que havia na democracia ateniense. Comentários A afirmação está errada, pois o segundo parágrafo nos mostra que proporcionalmente a participação política do ateniense é maior do que o ocorre hoje, como se observa no seguinte trecho: Pelo menos mil pessoas costumavam comparecer, às vezes dez mil, de um total de quarenta mil possíveis (a presença não era obrigatória). Comparo esse empenho ao nosso. Quantos não resmungam para votar uma só vez a cada dois anos? Nesse período, o ateniense teria passado oitenta tardes na praça, ouvindo, votando. Gabarito: E 43. O texto defende a ideia de que, com as revoluções modernas, aumentou a capacidade de defesa do indivíduo contra o Estado. Comentários

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O humanos, pois não havia proteção contra as decisões da assembleia soberana. Continua afirmando que, desde a era moderna, os direitos do homem, protegendo-o do Estado, se tornam cruciais e que os grandes legados das três revoluções modernas a inglesa, a americana e a francesa são a proteção não só dos desmandos do monarca absoluto, contra os quais o melhor antídoto seria a soberania popular, mas também da tirania do próprio povo e de seus eleitos. Tudo isso reforça que, com as revoluções modernas, aumentou a capacidade de defesa do indivíduo contra o Estado. Gabarito: C 44. O autor emprega recursos do tipo textual narrativo para explicar o funcionamento da democracia direta ateniense Comentários Ao final do primeiro parágrafo identificamos que se vai falar no próximo parágrafo sobre a Na democracia antiga, direta, isso cabia ao povo reunido na praça pública No segundo parágrafo, percebemos o discurso indireto com a presença do verbo de elocução á considerar que os verbos a partir deste ponto encontramMoses Finley, um dos maiores conhecedores do tema, conta que, em Atenas, a assembleia popular se reunia cerca de quarenta vezes ao ano. Pelo menos mil pessoas costumavam comparecer, às vezes dez mil, de um total de quarenta mil possíveis (a presença não era obrigatória). Gabarito: CESPE / PC GO Delegado 2017 A diferença básica entre as polícias civil e militar é a essência de suas atividades, pois assim desenhou o constituinte original: a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (CF), em seu art. 144, atribui à polícia federal e às polícias civis dos estados as funções de polícia judiciária de natureza essencialmente investigatória, com vistas à colheita de provas e, assim, à viabilização do transcorrer da ação penal e a apuração de infrações penais. Enquanto a polícia civil descobre, apura, colhe provas de crimes, propiciando a existência do processo criminal e a eventual condenação do delinquente, a polícia militar, fardada, faz o patrulhamento ostensivo, isto é, visível, claro e perceptível pelas ruas. Atua de modo preventivo-repressivo, mas não é seu mister a investigação de crimes. Da mesma forma, não cabe ao delegado de polícia de carreira e a seus agentes sair pelas ruas ostensivamente em patrulhamento. A própria comunidade identifica na farda a polícia repressiva; quando ocorre um crime, em regra, esta é a primeira a ser chamada.

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Depois, havendo prisão em flagrante, por exemplo, atinge-se a fase de persecução penal, e ocorre o ingresso da polícia civil, cuja identificação não se dá necessariamente pelos trajes usados. Guilherme de Souza Nucci. Direitos humanos versus segurança pública. Rio de Janeiro: Forense, 2016, p. 43 (com adaptações). 45. Infere-se das informações do texto que a) o uso de fardamento pela polícia militar é o que a diferencia da polícia civil, que prescinde dos trajes corporativos. b) a essência da atividade do delegado de polícia civil reside no controle, na prevenção e na repressão de infrações penais. c) ao delegado de polícia cabem a condução da investigação criminal e a apuração de infrações penais. d) a tarefa precípua dos delegados de polícia civil e de seus agentes é o patrulhamento ostensivo nas ruas. e) a função de polícia judiciária concretiza-se no policiamento ostensivo, preventivo e repressivo. Comentários A alternativa (A) está errada, pois não é simplesmente o uso de fardamento da polícia militar N noção de que esta seria a exclusiva diferença, o que não é verdade, segundo o texto. A alternativa (B) está errada, pois, segundo o texto, é a polícia militar a responsável pelo patrulhamento ostensivo controle, a prevenção e a repressão de infrações penais. I A própria comunidade identifica na farda a polícia repressiva A alternativa (C) é a correta, pois é uma interpretação literal do seguinte trecho do texto do primeiro parágrafo do texto: atribui à polícia federal e às polícias civis dos estados as funções de polícia judiciária de natureza essencialmente investigatória, com vistas à colheita de provas e, assim, à viabilização do transcorrer da ação penal e a apuração de infrações penais A alternativa (D) está errada, pois o segundo não cabe ao delegado de polícia de carreira e a seus agentes sair pelas ruas ostensivamente em patrulhamento A alternativa (E) está errada, pois cabe à polícia militar, e não à polícia judiciária, o policiamento ostensivo, preventivo e repressivo. Gabarito: C

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46. O texto é predominantemente a) injuntivo. b) narrativo. c) dissertativo. d) exortativo. e) descritivo. Comentários No texto, está claro que a tipologia predominante é a dissertativa, pois ele trabalha a diferença entre a polícia judiciária e a militar. Assim, a alternativa correta é a (C). A alternativa (A) está errada, pois texto injuntivo é o instrucional, o qual é carregado de verbos no imperativo e com elementos linguísticos que recorrem a uma mensagem direta ao leitor, o que não ocorreu neste caso. A alternativa (B) está errada, pois o texto narrativo é aquele que conta um caso, uma história, e percebemos com muita tranquilidade que isso não ocorreu aqui. A alternativa (D) está errada, pois o texto exortativo é aquele que tenta persuadir Como memorizar rapidamente a matéria! A alternativa (E) está errada, pois o texto descritivo é aquele que basicamente enumera características ou ações, o que certamente você percebeu não caber neste contexto. Gabarito: C

3 O QUE DEVO TOMAR NOTA COMO MAIS IMPORTANTE?

• Entender as diferenças dos tipos de texto. • Saber que, mesmo os dados não estando explícitos, haverá vestígios no texto que confirmem a correta interpretação. • Cuidado com as palavras categóricas Até nosso próximo encontro! Grande abraço. Terror

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4 LISTA DE QUESTÕES

CESPE / MPU Técnico 2015 Segundo a doutrina nacional, os crimes cibernéticos (também chamados de eletrônicos ou virtuais) dividem-se em puros (ou próprios) ou impuros (ou impróprios). Os primeiros são os praticados por meio de computadores e se realizam ou se consumam também em meio eletrônico. Os impuros ou impróprios são aqueles em que o agente se vale do computador como meio para produzir resultado que ameaça ou lesa outros bens, diferentes daqueles da informática. É importante destacar que o art. 154-A do Código Penal (Lei n.º 12.737/2012) trouxe para conduta de invadir dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de computadores, mediante violação indevida de mecanismo de segurança e com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo, ou instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilícita. Quanto à culpabilidade, a conduta criminosa do delito cibernético caracteriza-se somente pelo dolo, não havendo a previsão legal da conduta na forma culposa. 1. Depreende-se das informações do texto que, nos crimes cibernéticos chamados impuros ou impróprios, o resultado extrapola o universo virtual e atinge bens materiais alheios à informática. 2. Infere-se dos fatos apresentados no texto que a consideração de crime para os delitos cibernéticos foi determinada há várias décadas, desde o surgimento da Internet.

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3. (CESPE / Anatel Analista 2014)

A mensagem veiculada nesse texto centra-se no descompasso existente entre a alta tecnologia empregada nos aparelhos celulares e a baixa qualidade dos serviços oferecidos pelas operadoras de telefonia celular. CESPE / Anatel Analista 2014

ANATEL. Internet: .

Em 2013, a ANATEL divulgou resultados comparativos de pesquisas de satisfação realizadas em 2002 e em 2012 e cujo objetivo era avaliar o índice de satisfação do consumidor brasileiro em relação aos serviços de telefonia, de Internet e de TV por assinatura. No gráfico acima, são apresentados os índices de satisfação do consumidor brasileiro em relação à TV por assinatura. Esses índices, em porcentagem, variam de 0 (consumidor insatisfeito com o serviço) a 100 (consumidor muito satisfeito com o serviço). Com base nas informações do texto e do gráfico acima, julgue os itens subsecutivos. 4. Os resultados comparativos entre os anos de 2002 e 2012 demonstram que o índice de satisfação do consumidor brasileiro em relação à TV por assinatura via satélite (DTH) registrou aumento.

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5. Em 2012, o consumidor brasileiro mostrou-se menos satisfeito com os serviços de TV a cabo e com a TV por assinatura via micro-ondas (MMDS). 6. A maior queda observada no que se refere ao índice de satisfação comparativo nos anos de 2002 e 2012 diz respeito à satisfação do consumidor brasileiro com o serviço de TV a cabo. CESPE / MPU Analista 2015 Na organização do poder político no Estado moderno, à luz da tradição iluminista, o direito tem por função a preservação da liberdade humana, de maneira a coibir a desordem do estado de natureza, que, em virtude do risco da dominação dos mais fracos pelos mais fortes, exige a existência de um poder institucional. Mas a conquista da liberdade humana também reclama a distribuição do poder em ramos diversos, com a disposição de meios que assegurem o controle recíproco entre eles para o advento de um cenário de equilíbrio e harmonia nas sociedades estatais. A concentração do poder em um só órgão ou pessoa viria sempre em detrimento do exercício da liberda É M tem poder tende a abusar dele; ele vai até onde encontra limites. Para que não se possa abusar Até Montesquieu, não eram identificadas com clareza as esferas de abrangência dos ninguém se arriscava a apresentar, sob a forma de sistema coerente, as consequências de P ador francês do século XVIII, Montesquieu situa-se entre o racionalismo cartesiano e o empirismo de origem baconiana, não abandonando o rigor das certezas matemáticas em suas certezas morais. Porém, refugindo às especulações metafísicas que, no plano da idealidade, serviram aos filósofos do pacto social para a explicação dos fundamentos do Estado ou da sociedade civil, ele procurou ingressar no terreno dos fatos. Fernanda Leão de Almeida. A garantia institucional do Ministério Público em função da proteção dos direitos humanos. Tese de doutorado. São Paulo: USP, 2010, p. 18-9. Internet: <www.teses.usp.br> (com adaptações).

7. Montesquieu busca a explicação dos fundamentos do Estado ou da sociedade civil de forma análoga à dos metafísicos. 8. No Estado moderno, cabe ao Ministério Público a função da preservação da liberdade humana, de forma a proteger os mais fracos da dominação dos mais fortes. 9. A conquista da liberdade humana pressupõe a distribuição do poder em ramos diversos.

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10. Segundo Montesquieu, aquele que não encontra limites para o exercício do poder que detém tende a agir de forma abusiva. CESPE / MPU Analista 2015 A persecução penal se desenvolve em duas fases: uma fase administrativa, de inquérito policial, e uma fase jurisdicional, de ação penal. Assim, nada mais é o inquérito policial que um procedimento administrativo destinado a reunir elementos necessários à apuração da prática de uma infração penal e de sua autoria. Em outras palavras, o inquérito policial é um procedimento policial que tem por finalidade construir um lastro probatório mínimo, ensejando justa causa para que o titular da ação penal possa formar seu convencimento, a opinio delicti, e, assim, instaurar a ação penal cabível. Nessa linha, percebe-se que o destinatário imediato do inquérito policial é o Ministério Público, nos casos de ação penal pública, e o ofendido, nos casos de ação penal privada. De acordo com o conceito ora apresentado, para que o titular da ação penal possa, enfim, ajuizá-la, é necessário que haja justa causa. A justa causa, identificada por parte da doutrina como uma condição da ação autônoma, consiste na obrigatoriedade de que existam prova acerca da materialidade delitiva e, ao menos, indícios de autoria, de modo a existir fundada suspeita acerca da prática de um fato de natureza penal. Dessa forma, é imprescindível que haja provas acerca da possível existência de um fato criminoso e indicações razoáveis do sujeito que tenha sido o autor desse fato. Evidencia-se, portanto, que é justamente na fase do inquérito policial que serão coletadas as informações e as provas que irão formar o convencimento do titular da ação penal, isto é, a opinio delicti. É com base nos elementos apurados no inquérito que o promotor de justiça, convencido da existência de justa causa para a ação penal, oferece a denúncia, encerrando a fase administrativa da persecução penal. Hálinna Regina de Lira Rolim. A possibilidade de investigação do Ministério Público na fase pré-processual penal. Artigo científico. Rio de Janeiro: Escola de Magistratura do Estado do Rio de Janeiro, 2010, p. 4. Internet : <www.emerj.tjrj.jus.br>. (com adaptações).

11. A fase do inquérito policial em que são coletadas as informações e as provas que irão formar o convencimento do titular da ação penal é denominada opinio delecti. 12. A fase jurisdicional da persecução penal tem início após o oferecimento da denúncia pelo promotor de justiça. 13. A existência de prova da materialidade delitiva é suficiente paraque se considere a existência de indícios de autoria.

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14. (CESPE / Anatel Técnico 2014) No começo dos tempos, as pessoas precisavam aproveitar o período em que o Sol estava radiante para praticar suas atividades diárias. Com o passar dos anos, essa diferenciação entre dia para agir e noite para dormir foi ficando menos evidente. Isso porque o advento da iluminação e, mais precisamente, da iluminação pública, permitiu que as pessoas desfrutassem mais da noite e deixou as cidades mais seguras e bonitas. Dos lampiões a querosene aos leds, a evolução da iluminação contribuiu para a transformação das cidades e dos hábitos das pessoas. Desde a Idade Média, os seres humanos vinham tentando resolver o problema da escuridão com velas e outros artefatos. Nesse período, eram usadas tochas com fibras torcidas e impregnadas com material inflamável. Foi, sobretudo, no século XV que a iluminação pública se tornou uma preocupação nas cidades. A história indica que, em 1415, na Inglaterra, a iluminação surgiu como uma solução para amenizar a violência e, principalmente, os roubos a comerciantes, que aconteciam com frequência na região. Não é à toa que especialistas consideram a iluminação como uma grande aliada das cidades na luta contra a violência urbana, já que é uma grande inibidora de atos de vandalismo, roubo e agressões. Internet: (com adaptações).

O texto estabelece uma relação paradoxal entre iluminação pública e aumento de segurança urbana. CESPE / Anatel Técnico 2014 As cidades foram criadas para a segurança de seus habitantes. Foram elas que propiciaram, segundo autores clássicos e contemporâneos, o desenvolvimento da cidadania, da racionalidade econômica, de um sistema de leis válidas para todos e de novas formas de associação entre indivíduos, fora dos laços de parentesco e de servidão. Desde o clássico de Weber (1958) até as obras mais recentes de Godbout (1997) e Jacobs (1993), a liberdade é apresentada como uma conquista urbana. Essas novas formas de liberdade foram saudadas porque dissolviam laços de domínio dos poderes familiares e feudais que impediam o aparecimento de um poder público voltado para o povo (Habermas, 1994). Mas, simultaneamente, por atraírem pessoas vindas de diferentes lugares, com diferentes culturas, religiões, compromissos políticos e identificações, que apenas se esbarrariam nos novos espaços, as cidades teriam, então, comprometido o estabelecimento de relações duradouras entre seus habitantes. Alba Zaluar. A abordagem ecológica e os paradoxos da cidade. Revista de Antropologia, São Paulo: USP, 2010, v. 53, n.º 2, p. 613 (com adaptações).

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15. Infere-se da leitura do texto que as cidades propiciaram, além do fortalecimento dos laços de parentesco entre os indivíduos, desenvolvimento da cidadania, da racionalidade econômica, de um sistema de leis válidas para todos e de novas formas de associação pessoal. 16. De acordo com o texto, as cidades, por congregarem pessoas de diferentes classes sociais, não contribuem para a manutenção de relações duradouras entre os habitantes. 17. (CESPE / Anatel Técnico 2014) A palavra comunicação significa normalmente o ato de tornar comum a muitos. A partir do século XVII (até o século XIX), ganhou projeção a expressão meio ou linhas de comunicação, designando as facilidades trazidas pelo desenvolvimento das ferrovias, canais e rodovias no deslocamento de pessoas e objetos. Do século XIX ao século XX, o sentido da palavra se aproximou cada vez mais daquilo que hoje pode ser chamado de mídia (meios pelos quais se passa informação e se mantém o contato mediado, indireto). Foi a partir desse momento que a indústria da comunicação (transporte de bens simbólicos) separou-se semanticamente da indústria de transportes (transporte de bens físicos e pessoas). É importante ressaltar que o termo comunicação carrega, no mundo moderno, as marcas de sua ambiguidade original (tornar comum a muitos, partilhar, trocar). Nesse sentido, quando se fala em comunicação face a face ou interativa, pode-se dizer que se trata de troca e partilha, mas quando se fala de comunicação mediada, como rádio e TV, destaca-se consideravelmente a sua função de tornar comum a muitos. Pierre Bordieu. Questões de sociologia e comunicação. FAPESP, ANABLUME, 2007, p. 42-3 (com adaptações). Inferedistintas.

moderno, interpretações

CESPE / Anatel Técnico 2014 As traduções são muito mais complexas do que se imagina. Não me refiro a locuções, expressões idiomáticas, gírias, flexões verbais, declinações e coisas assim. Isso pode ser resolvido de uma maneira ou de outra, se bem que, muitas vezes, à custa de intenso sofrimento por parte do tradutor. Refiro-me à impossibilidade de encontrar equivalências entre palavras aparentemente sinônimas, unívocas e univalentes. Por exemplo, um alemão que saiba p M B R á palavra riquíssima e tenho certeza de que, se o Grande Duden fosse brasileiro, pelo menos um volume teria de ser dedicado a ela e a outras que partilham da mesma condição.

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á

Qualquer estrangeiro que tenha vivido no Brasil sabe que são necessários vários anos de treinamento para distinguir qual o sentido pretendido pelo interlocutor brasileiro, quando ele responde, com a habitual cordialidade, que fará tal ou qual coisa amanhã. O caso dos alemães é, seguramente, o mais grave. Não disponho de estatísticas confiáveis, mas tenho certeza de que nove em cada dez alemães que procuram ajuda médica no Brasil o fazem por causa de seus amigos brasileiros. João Ubaldo Ribeiro. A vida é um eterno amanhã. In: Um brasileiro em Berlim. 1993 (com adaptações). 18. Infereem sentido metafórico, e os alemães, em sentido literal. 19. Depreende-se da leitura do texto que, apesar de não se basear em estatísticas, o autor constrói sua argumentação com dados advindos do sistema de saúde brasileiro. 20. (CESPE / Antaq Técnico 2014) Hidrovia é uma rota predeterminada para o tráfego aquático. Há muito tempo, o homem utiliza a água como estrada, e a Amazônia é o maior exemplo disso. O transporte por hidrovias apresenta grande capacidade de movimentação de cargas a grandes distâncias com baixo consumo de combustível, além de propiciar uma oferta de produtos a preços competitivos. A ampliação do uso da hidrovia é uma tendência mundial por uma questão ambiental. A viabilização de uma navegação segura no rio Madeira, por exemplo, permite o escoamento da produção de grãos de Rondônia e Mato Grosso para o Amazonas e daí para o Atlântico. Isso cria um corredor de desenvolvimento integrado, com transporte de alta capacidade e baixo custo para grandes distâncias, elimina um grave problema estrutural do setor primário, com a redução significativa da dependência do modal rodoviário até os portos do Sudeste, e representa mais uma opção de integração nacional, com a redução de trânsito pesado nas rodovias da região Centro-Sul. Idem (com adaptações). Infere-se das informações do texto que o transporte por hidrovia ajuda a preservar o meio ambiente, dado o baixo consumo de combustível, e reduz a dependência do transporte rodoviário. 21. (CESPE / Antaq Técnico 2014) As obras de dragagem objetivam remover os sedimentos que se encontram no fundo do corpo d'água para permitir a passagem das embarcações, garantindo o acesso ao porto. Na

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maioria das vezes, a dragagem é necessária quando da implantação do porto, para o aumento da profundidade natural no canal de navegação, no cais de atracação e na bacia de evolução. Também é necessária sua realização periódica para o alcance das profundidades que atendam o calado das embarcações. Internet: <www.antaq.gov.br> (com adaptações).

Depreende-se das informações do texto que a dragagem realizada na implantação do porto para garantir o acesso das embarcações é definitiva, não havendo necessidade de ser refeita. CESPE / Médico Perito INSS nível superior 2009 A Revolta da Vacina O Rio de Janeiro, na passagem do século XIX para o século XX, era ainda uma cidade de ruas estreitas e sujas, saneamento precário e foco de doenças como febre amarela, varíola, tuberculose e peste. Os navios estrangeiros faziam questão de anunciar que não parariam no porto carioca e os imigrantes recém-chegados da Europa morriam às dezenas de doenças infecciosas. Ao assumir a presidência da República, Francisco de Paula Rodrigues Alves instituiu como meta governamental o saneamento e reurbanização da capital da República. Para assumir a frente das reformas, nomeou Francisco Pereira Passos para o governo municipal. Este, por sua vez, chamou os engenheiros Francisco Bicalho para a reforma do porto e Paulo de Frontin para as reformas no centro. Rodrigues Alves nomeou ainda o médico Oswaldo Cruz para o saneamento. O Rio de Janeiro passou a sofrer profundas mudanças, com a derrubada de casarões e cortiços e o consequente despejo de seus moradores. A população apelidou o movimento de O com prédios de cinco ou seis andares. Ao mesmo tempo, iniciava-se o programa de saneamento de Oswaldo Cruz. Para combater a peste, ele criou brigadas sanitárias que cruzavam a cidade espalhando raticidas, mandando remover o lixo e comprando ratos. Em seguida o alvo foram os mosquitos transmissores da febre amarela. Finalmente, restava o combate à varíola. Autoritariamente, foi instituída a lei de vacinação obrigatória. A população, humilhada pelo poder público autoritário e violento, não acreditava na eficácia da vacina. Os pais de família rejeitavam a exposição das partes do corpo a agentes sanitários do governo. A vacinação obrigatória foi o estopim para que o povo, já profundamente insatisfeito com D forças da polícia e do exército até ser reprimido com violência. O episódio transformou, no período de 10 a 16 de novembro de 1904, a recém-reconstruída cidade do Rio de Janeiro em uma praça de guerra, onde foram erguidas barricadas e ocorreram confrontos generalizados.

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Internet: <www.ccs.saude.gov.br> (com adaptações).

22. O texto faz um histórico da Revolta da Vacina, ocorrida no Rio de Janeiro, mostrando explicitamente o ponto de vista do autor acerca do tema. 23. O texto apresenta marcadores que evidenciam a progr mesmo tempo Finalmente

Ao

24. (CESPE / MPU Técnico 2015) A partir de uma ação do Ministério Público Federal (MPF), o Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) determinou que a Google Brasil retirasse, em até 72 horas, 15 vídeos do YouTube que disseminam o preconceito, a intolerância e a discriminação a religiões de matriz africana, e fixou multa diária de R$ 50.000,00 em caso de descumprimento da ordem judicial. Na ação civil pública, a Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão (PRDC/RJ) alegou que a Constituição garante aos cidadãos não apenas a obrigação do Estado em respeitar as liberdades, mas também a obrigação de zelar para que elas sejam respeitadas pelas pessoas em suas relações recíprocas. Predomina no texto em apreço o tipo textual narrativo. 25. (CESPE / Antaq Técnico 2014) Um dos principais desafios para o Brasil é conhecer a Amazônia. Sua vocação eminentemente hídrica impõe, ao longo dos séculos, a necessidade do deslocamento de seus habitantes através dos rios. Muito antes da chegada dos colonizadores na Amazônia, os nativos já utilizavam canoas. Ainda hoje, grande parte da população amazônica vive da pesca. Além disso, o deslocamento do ribeirinho se faz através da infinidade de rios que retalham a grandeza territorial. Mas para conhecer a Amazônia de verdade é preciso entender sua posição estratégica para o país. Os rios são a chave para esse conhecimento. São as estradas que a natureza construiu e em cujas margens se desenvolveram inúmeras povoações. Portanto, é impossível pensar em Amazônia sem associar a importância que os rios têm para o desenvolvimento econômico e social. Eles devem ser vistos como os grandes propulsores do desenvolvimento sustentável da região. Domingos Savio Almeida Nogueira. In: Internet: <www.portosenavios.com.br/artigos> (com adaptações).

Predomina no texto a narração, já que nele se identificam um cenário e uma ação. 26. (CESPE / Antaq Técnico 2014) Alexandria, no Egito, reinou quase absoluta como centro da cultura mundial no período do século III a.C. ao século IV d.C. Sua famosa Biblioteca continha praticamente todo o saber da Antiguidade em cerca de 700.000 rolos de papiro e pergaminho e era frequentada pelos mais conspícuos sábios, poetas e matemáticos.

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A Biblioteca de Alexandria estava muito próxima do que se entende hoje por Universidade. E fazC B B áH M á Universidade de Alexandria evidentemente não diferia muito de instituições modernas de cultura superior. Parte dos professores provavelmente se notabilizou na pesquisa, outros eram melhores como administradores e outros ainda eram conhecidos pela sua capacidade de Em 47 a.C., envolvendo-se na disputa entre a voluptuosa Cleópatra e seu irmão, o imperador Júlio César mandou incendiar a esquadra egípcia ancorada no porto de Alexandria. O fogo se propagou até as dependências da Biblioteca, queimando cerca de 500.000 rolos. Em 640 d.C., o califa Omar ordenou que fossem queimados todos os livros da Biblioteca, ou os livros contêm o que está no Alcorão e são desnecessários ou contêm o oposto e não devemos lêA destruição da Biblioteca de Alexandria talvez tenha representado o maior crime contra o saber em toda a história da humanidade. Se vivemos hoje a era do conhecimento é porque nos alçamos em ombros de gigantes do passado. A Internet representa um poderoso agente de transformação do nosso modus vivendi et operandi. É um marco histórico, um dos maiores fenômenos de comunicação e uma das mais democráticas formas de acesso ao saber e à pesquisa. Mas, como toda inovação, a Internet tem potencial cuja dimensão não deve ser superdimensionada. Seu conteúdo é fragmentado, desordenado e, além disso, cerca de metade de seus bites é descartável. Jacir J. Venturi. Internet: <www.geometriaanalitica.com.br> (com adaptações).

Nesse texto, que pode ser classificado como artigo de opinião, identificam-se trechos narrativos e dissertativos. CESPE / SEEDF Monitor 2017 O monitor também chamado, em algumas instituições, de inspetor e bedel é um dos profissionais mais atuantes na esfera educacional. Ele transita por toda a escola, em geral conhece os alunos pelo nome e é um dos primeiros a ser procurado quando há algum problema que precisa ser solucionado rapidamente. Contudo, ele nem sempre é valorizado como deveria. Infelizmente, muitos diretores entendem que quem atua nessa função deve apenas controlar os espaços coletivos para impedir a ocorrência de agressões, depredações e furtos, vigiar grupos de alunos, observar comportamentos suspeitos e até mesmo revistar armários e mochilas. Esse tipo de controle, além de perigoso pois os conflitos abafados por ações repressoras acabam se manifestando com mais violência , contribui para reforçar a desconfiança entre a instituição e os estudantes. E uma relação fundada na insegurança fragiliza a construção de valores democráticos, que deveria ser um dos objetivos de todas as escolas.

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Como qualquer profissional do ambiente escolar, os monitores também são educadores, e cabe à equipe gestora realizar ações formativas para que eles saibam como interagir com as crianças e os jovens nos diversos espaços (como o pátio, os corredores, as quadras, a cantina, o banheiro etc.). Com uma boa formação, eles serão capazes de trazer informações importantes sobre a convivência entre os alunos e que poderão ser objeto de análise para que o orientador educacional, juntamente com o diretor e a equipe docente, planeje e execute intervenções. O papel do monitor na formação dos alunos. Internet: (com adaptações).

27. á 2) foi empregada para transmitir a ideia de que o monitor muda constantemente de função na escola. 28. Infere-se que, para o autor do texto, muitos diretores de escolas possuem uma visão restrita sobre a função do monitor. 29. O 7) foi empregado, no texto, como substantivo, no sentido de aqueles sobre os quais recaem suspeitas. 30. De acordo com o terceiro parágrafo do texto, os monitores têm formação profissional na área de educação. CESPE / SEEDF Monitor 2017 Rubião tinha vexame, por causa de Sofia; não sabia haver-se com senhoras. Felizmente, lembrou-se da promessa que a si mesmo fizera de ser forte e implacável. Foi jantar. Abençoada resolução! Onde acharia iguais horas? Sofia era, em casa, muito melhor que no trem de ferro. Lá vestia a capa, embora tivesse os olhos descobertos; cá trazia à vista os olhos e o corpo, elegantemente apertado em um vestido de cambraia, mostrando as mãos, que eram bonitas, e um princípio de braço. Demais, aqui era a dona da casa, falava mais, desfazia-se em obséquios; Rubião desceu meio tonto. Machado de Assis. Quincas Borba. Internet: <www.dominiopublico.gov.br> (com adaptações).

31. As informações do fragmento de texto em questão são insuficientes para se inferir de onde ou para onde Rubião teria descido R 7). O “ 3 a 7) é predominantemente narrativo, o que se comprova pelas formas verbais flexionadas no pretérito imperfeito, empregadas pelo narrador para apresentar ações rotineiras de Sofia.

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CESPE / SEEDF Monitor 2017 É preciso considerar a relação entre universidade e cultura. Quais são as condições de preservação, de apropriação da cultura, e de reflexão crítica sobre ela? Mesmo um diagnóstico superficial da época em que vivemos é suficiente para mostrar a precariedade dessas condições. O ritmo do tempo histórico é marcado pelo círculo produção e consumo, até mesmo O incluem o imediatismo e o caráter efêmero e disperso dos interesses que os indivíduos são encorajados a cultivar, a fragmentação e a distorção da informação, a mercantilização extremada dos meios de comunicação. Os acessos ao mundo da cultura são cada vez mais intensamente submetidos a mecanismos industriais, sem que se assuma qualquer medida no sentido de garantir acesso efetivamente democrático. A universidade pública é uma instância em que se pode resistir, de alguma maneira e por algum tempo, a esse processo, sendo a instituição em que a cultura pode ser considerada sem as regras do mercado e sem os critérios de utilidade e oportunidade socialmente introjetados a partir da mídia. Para que a disseminação pública da cultura fuja a determinações pragmáticas e economicistas, é necessário um espaço público de preservação, de apropriação e de reflexão. As atividades que aí se desenvolvam não se podem subordinar a critérios da expectativa de retorno de investimento. Por isso, a universidade, como instituição pública, pode assumir a função de garantir o efetivo caráter público de que, em princípio, se revestem os bens de cultura historicamente legados ao presente. Faz parte da autonomia da universidade pública essa relação intrínseca com a cultura, que permite que o acesso não seja filtrado por mecanismos de outras instâncias da vida social. É essa publicidade desinteressada da cultura que só na instituição pública pode-se articular em algum grau que garante o conhecimento, a apropriação intelectual, a reflexão, a crítica e o debate. Franklin Leopoldo e Silva. Universidade pública e cultura. In: Estudos Avançados, v. 15, n.º 42, São Paulo (com adaptações).

32. De acordo com as ideias do texto, o acesso ao mundo da cultura realiza-se majoritariamente mediante a ação do Estado. 33. De acordo com as ideias do texto, a produção de cultura no ambiente universitário garante rentabilidade em relação aos investimentos feitos. 34. De acordo com as ideias do texto, a relação entre mercado e cultura é benéfica para a sociedade. Português p/ Polícia Federal (Agente) Com Videoaulas - 2019

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CESPE / Prefeitura São Luís - MA Professor 2017 Vez por outra, Damião deixava-se ficar, madrugada adentro, na Casa-Grande das Minas, vendo as danças, ouvindo as cantigas, atraído pelo bater dos tambores. A sensação íntima de derrota pessoal, que sentia aprofundar-se na sua consciência, levava-o a isolar-se num canto do terreiro, metido consigo. Com a morte recente do Dr. Sotero dos Reis, tinha tido a esperança de que viriam chamá-lo para ocupar-lhe o lugar no Liceu. Esperara em vão: já outro professor fora nomeado. Agora, nem sequer com o apoio do velho mestre, que ainda lhe tinha um pouco de amizade, podia mais contar. Por outro lado, continuava a ver os negros maltratados, sem que nada pudesse fazer em seu favor. Não fazia duas semanas tinha ouvido na rua um tilintar de correntes, à altura do Largo do Quartel, e vira uma fila de pretos, uns amarrados aos outros, submissos, descendo a Rua do Sol. Nas conversas do Largo do Carmo, perto da coluna do Pelourinho, contavam-se novos casos de mortes violentas de escravos, ali mesmo em São Luís. A Lei do Ventre Livre, que a imprensa da Corte havia recebido com muita festa, não merecera o mais breve registro da imprensa de São Luís. No fundo, pensando bem, que era essa lei senão uma burla? Os negros nasceriam e cresceriam nas senzalas, debaixo do chicote dos senhores, e só aos vinte e um anos seriam livres. Ao fim de tanto tempo de sujeição, que iriam fazer cá fora, sem saber em que se ocupar? E Damião sentia renascer no seu espírito o impulso da revolta, querendo denunciar a burla e protestar contra o novo engodo à liberdade dos negros. Mas vinha-lhe o desânimo. De que adiantava o seu protesto, se não dispunha de um jornal, se não tinha uma tribuna? Ao mesmo tempo arriava os ombros, curvando a espinha, esmagado pela convicção de sua inutilidade e de sua derrota. Se protestasse, como ia fazer depois para educar os filhos e sustentar a família? Além do mais, embora desempregado havia muito tempo, não perdera a esperança de colocar-se a qualquer momento, quer de novo no Liceu, quer no Seminário de Santo Antônio. Josué Montello. Os tambores de São Luís. 5.ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985, p. 374-5 (com adaptações).

35. DepreendeD

s 2 e 3) que levava s 3 e 4) se devia ao fato de

-

a) a Lei do Ventre Livre ter sido promulgada. b) o Dr. Sotero dos Reis, seu mestre e amigo, ter morrido. c) ele não ser dono de jornal ou político. d) ele ter perdido a esperança de ser professor do Liceu ou do Seminário de Santo Antônio. e) ele estar desempregado e não ter meios para lutar contra a escravidão. 36. Infere-se do texto que, para Damião, a aprovação da Lei do Ventre Livre representou uma a) possibilidade de os negros ascenderem socialmente por meio do trabalho remunerado. b) chance de ele voltar a ministrar aulas no Liceu ou no Seminário de Santo Antônio. Português p/ Polícia Federal (Agente) Com Videoaulas - 2019

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c) vitória da Corte e da imprensa de São Luís na luta pela libertação dos negros. d) falsa promessa de liberdade vindoura para os negros que nascessem a partir de então. e) oportunidade de os negros finalmente se libertarem da escravidão. 37. De acordo com o texto, Damião era um homem que a) havia se convencido do êxito das suas lutas contra a violação dos direitos dos negros. b) sofria preconceito racial e, por essa razão, se revoltava contra as injustiças decorrentes d regime escravocrata. c) se sentia impotente diante dos atos de violência e de injustiça praticados contra os negros. d) desejava integrar um movimento político de luta pela abolição da escravatura. e) negligenciava os assuntos relativos à escravidão. 38. D “

No texto, refere-

R

á

4) a forma pronominal empregada em 7).

B

6).

C

8).

D

-

E

5).

-

5).

39. No texto,

M

-

18) expressa uma ideia de

a) consequência. b) finalidade. s) conclusão. d) adversidade. e) condição. 40. N a) honra ou glória. b) transgressão ou ofensa. c) ilusão ou fraude. d) compaixão ou piedade.

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e) afronta ou agressão. CESPE / TCE PE Analista 2017 Comecemos pelo conceito. A democracia veio dos gregos. Democracia não é só a eleição do governo pelo povo, mas, sim, a atribuição, pelo povo, do poder que inclui mais que o mero governo; inclui o direito de fazer leis. Na democracia antiga, direta, isso cabia ao povo reunido na praça pública. Um grande êxito dos atenienses, se comparados aos modernos, era o amor à política. Moses Finley, um dos maiores conhecedores do tema, conta que, em Atenas, a assembleia popular se reunia cerca de quarenta vezes ao ano. Pelo menos mil pessoas costumavam comparecer, às vezes dez mil, de um total de quarenta mil possíveis (a presença não era obrigatória). Comparo esse empenho ao nosso. Quantos não resmungam para votar uma só vez a cada dois anos? Nesse período, o ateniense teria passado oitenta tardes na praça, ouvindo, votando. M . Não havia proteção contra as decisões da assembleia soberana. Ela podia decretar o banimento de quem quisesse, sem se justificar: assim Temístocles foi sentenciado ao ostracismo pelo mesmo povo que ele salvara dos persas. Desde a era moderna, os direitos do homem, protegendo-o do Estado, se tornam cruciais. Estes são os grandes legados das três revoluções modernas a inglesa, a americana e a francesa: somos protegidos não só dos desmandos do monarca absoluto, contra os quais o melhor antídoto seria a soberania popular, mas também da tirania do próprio povo e de seus eleitos. 41. De acordo com o autor, no mundo contemporâneo há proporcionalmente mais participação política do que havia na democracia ateniense. 42. O texto defende a ideia de que, com as revoluções modernas, aumentou a capacidade de defesa do indivíduo contra o Estado. 43. O autor emprega recursos do tipo textual narrativo para explicar o funcionamento da democracia direta ateniense CESPE / PC GO Delegado 2017 A diferença básica entre as polícias civil e militar é a essência de suas atividades, pois assim desenhou o constituinte original: a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (CF), em seu art. 144, atribui à polícia federal e às polícias civis dos estados as funções de polícia judiciária de natureza essencialmente investigatória, com vistas à colheita de provas e, assim, à viabilização do transcorrer da ação penal e a apuração de infrações penais.

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Enquanto a polícia civil descobre, apura, colhe provas de crimes, propiciando a existência do processo criminal e a eventual condenação do delinquente, a polícia militar, fardada, faz o patrulhamento ostensivo, isto é, visível, claro e perceptível pelas ruas. Atua de modo preventivo-repressivo, mas não é seu mister a investigação de crimes. Da mesma forma, não cabe ao delegado de polícia de carreira e a seus agentes sair pelas ruas ostensivamente em patrulhamento. A própria comunidade identifica na farda a polícia repressiva; quando ocorre um crime, em regra, esta é a primeira a ser chamada. Depois, havendo prisão em flagrante, por exemplo, atinge-se a fase de persecução penal, e ocorre o ingresso da polícia civil, cuja identificação não se dá necessariamente pelos trajes usados. Guilherme de Souza Nucci. Direitos humanos versus segurança pública. Rio de Janeiro: Forense, 2016, p. 43 (com adaptações). 44. Infere-se das informações do texto que a) o uso de fardamento pela polícia militar é o que a diferencia da polícia civil, que prescinde dos trajes corporativos. b) a essência da atividade do delegado de polícia civil reside no controle, na prevenção e na repressão de infrações penais. c) ao delegado de polícia cabem a condução da investigação criminal e a apuração de infrações penais. d) a tarefa precípua dos delegados de polícia civil e de seus agentes é o patrulhamento ostensivo nas ruas. e) a função de polícia judiciária concretiza-se no policiamento ostensivo, preventivo e repressivo. 45. O texto é predominantemente a) injuntivo. b) narrativo. c) dissertativo. d) exortativo. e) descritivo.

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5 GABARITO

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12.

C E C C C C E E E C E C

13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20. 21. 22. 23. 24.

E E E E C C E C E E C C

25. 26. 27. 28. 29. 30. 31. 32. 33. 34. 35. 36.

E C E C E E C E E E E E

37. 38. 39. 40. 41. 42. 43. 44. 45. 46.

D C E D C E C C C C

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