Tesouros De Exemplos

  • Uploaded by: Adriano
  • 0
  • 0
  • May 2020
  • PDF

This document was uploaded by user and they confirmed that they have the permission to share it. If you are author or own the copyright of this book, please report to us by using this DMCA report form. Report DMCA


Overview

Download & View Tesouros De Exemplos as PDF for free.

More details

  • Words: 86,761
  • Pages: 291
TESOI.IRO I)Ê EXEIIIPLOS I ïr.rÌrtitre iir-i1j Ps. franciscu

Âlvus.

c. ss.R.

i I ; t r ( r ! ì Ç i s l t uü € . S t c ì i V r U Í ,,iìf rrç(r ;t 11,1(luJrl u(' :'jÍlì ii.l'nrigüÇã{i rir: rdtÌ.:r r lrirÌIt!r r.ri Jht r ' í Ì i u d ( , n l r Ì r ' i t r i l r ( ì r . , 'Í c , . lr Í t ' - ' Í i , . i \ Ì c l : r t u s r c n ( i i . \ ' ì u t l \ ' ; r , . r S s i l Ìiì.(\ r l t r ' ! lili!;ìdLlSr

lnu\':llll

>r"Li-.

,;rir iÍìtcs .,i jrìÌ{.if s;ilttrtr : t . _ Ì ; s r r r ! i i l , r Í I r ) , . r Í : t ìç l,rrr

r'i

L'r.lS(ìlL:ill!t.

jiúí,harrr, x

tri:

çli:-

JÉsscs

f .\(:ilìpl(.r1, .i| Ììrfll t f\'llirr ( rs litlus

Pl íìt!f ilÍ u iIÌitl. Itrt,lltiijir.'' rlrsllrs púgiri'is .rJ"lii s!ìrlrrrtrli,s. ;\...iltlfltcrttc r,",riüs, L,: "ç iJr,Ji(:\itlrr'\, (ltÌtj \lilus \lut i..!('ÍJ,,irs ìf,Í(lÌi 5c llltilzill, crÍ,)llÌllÌr^S-lir: :ì S.tit rll(}tìe, ! . .';:.,.. Ít:rli], 'Í lltt:s p,rrt ìnìllrCSSiítíìiìr !:(r ;l:iI:Ì .,ii'.1)-. (rl;\'lnl(s Ë. Ilt.arr ji lii'i,-.r Ìrri.rllÌi-i prÍ;cber :lal

il:.i

t.l,rlt's s{

I)(rLÌ('

l.l:lrr ir ri,is Jrç1!çrt i'ii.,. :i..li.,r('i,.iiìr-!h{S íl xl-

: : ; . ì , : ; ' ,i . ! r .

. .rì,,n,.1,,

'(

-:IìaÌ : .i - - \ If n t á - i ( ' : - j-,a-."gli:ì::,!lìtü l:\r !ì.i-

:.:,ír,-t .i,zi r.i',)\ii(iLlIc:. .', a,l.l)j;r c .i.t Stlcr;l'.'.' '::rì-r!'r;ì sc hi iit qut'r,\,;i tílirrcs.i:i11,ìi ; r : r : : i : , - .r i l r Ì l Ì l { - r S i } i Ì Í . I i:1,, :lssiÍÌ1, 'i: ,'.-:!S .1,1 Sftl iiis:.5:ri -i,rls irrnl|S : ..- ,. - . .i r' lj.t ,'/lli i',, t .:.i: ..

:.{1.ìS ì

.1.,íil

..,.1r: \"Í- c

!:;.Ì:

'*

u:c.

TESOURODE EXEMPLOS

*.J



f

ç

.i6r. Q:

F

É I

f

'-"

! .

r1

n

\.

t, I

É.

o:i.-*

P. IìRANCISCOALVES. C. SS.R.

TE,SÕURO DE E,XEMPLOS Para Us,o de Sacerdotes,Professóres, Catequistase F'amílias, na Igreja, na Escola e no Lo'r.

"Exempla magis, . quam verba, movent".

V O L U M EP R I M E I R O \--t

II EDIçÃO

s



1958 E DI T Ô R A V O Z E S L T D A., PE T R ÓP OLISR , . J. R ro D E J AN ET R O- S ÃO P AU LO B EL O H OR IZ O N T E

,.* :è '

-*',

l.'

''{

IMPRIMATUR POR COMISSÃO ESPECIAL DO EXMO. E R E V M O . S R . D O M M A N U E L P E D R OD A CUNHA CINTRA, BISPO DE PETRÓP O L I S . ' F R E I D E S I D É R I OK A L V E R K A M P , o . F . M . P E T R ó P O L r S .2 2 - 1 0 - 1 9 5 7 . IM PRIMI POTEST PENHA, 11 DE OUTUBRO DE 1952.P. ANTÔNIO MACEDO C. SS. R. SUP. PROVINCIAL.

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

1*lïnt'

EX EM PLA

M O V E N T. ..

Tôda criança gosta de ouvir historinhas.Em casa, na escola, no colégio, na igreja, onde quer que estejam,as crianças ficam quietinhas,atentas, que até parecem não respirar, quando se lhes conta uma historinha bonita, um exemplo edificante. O vigário, o missionár,io,a professôra,a catequista,todos sabem isso por experiência. Ora, ensinar catecisngr,presidir reuniões de cruzadinhos, preparar cem, duzentas crianças para a primeira comunhão,e não lhes contar 'historinhas emocionantes,é arriscar-se a fua' cassar.Depois de algum tempo,meia hora se muito, estão aborquerem sair, conversam,brincam, brirecidas,desinteressadas, g a m : é a a n a r q u i a ,é a d e b a n d a d a . . . E n ã o a d i a n t a g r i t a r , ameaçar,dar beliscões,puxões de orelha.. . nada, nada adianta. E no dia seguinteo rúmero já será menor: os maioresnão voltam. . . os medrosoYnão se arriscama entrar.. . os miudinhos pouco entendeme ainda menos aprendem.. . E, contudo, é mister ensinar à multidão infantil, que não ouve falar de Deus, que cresce sem catecismo,Qüe perambula pelas ruas, as verdadesde fé, os preceitosdivinos, a doutrina consoladorada salvação. Como se há de qonseguirque crianças,sempre irrequietas e buliçosas,estejamafentas,não conversem,escutem,rezem,cantem, fQuem na fila? Um poderoso meio de conseguir silêncio, atenção e interêsse é contar-lhes algum exemplo atraente, sugestivo, cheio de emoções,bastante infantil e inteligível. Os exemplos,como se encontramnos livros, são pouco movimentados,resumidos,breves... E' natural; pois livros volumosos,quem os adquiriria,quem os leria?.. . Por isso, a catequista,a professôra,o padre, que vai contá-los, deve ler e meditar s exemplo preferido,a fim de descrevê-lo, ampliá-lo, dar-lhe vida e colorido e movimento, dramatizâ-lo, enfim. Contar com desembaraço,isto é, contar com as

=*-,

mãos, os braços, a cabeça.. . falar com os olhos.. . rir ou clrorar.. . aterrar ou entusiasm ar . . . lazer rir ou aÍrancar lágrimas de comoção.. . o mais sugestivo,o mais patéticopossível ! ConsegLre alguém clar vicla e calor às historinhasque conta com a linguagem dos olhos, a expressãodo rosto, os movin r e n t o sd o c o Í p o , a e n t o a ç ã od a v o z. . . ê s s e a l g u é m é s e n h o r das crianças,poderá ïazer com elas o que quiser. Narrado o exernplo,aproveitara boa disposiçãodo auditório: ïazer ,repetirpor algum dêles a historinhae logo encaixar qualquerponto cle doutrina,recomendação ou aviso, um ped i d o , u m a j a c u l a t o r i a.. . N a p r e s e n t ec o l e ç ã on ã o s e e n c o n t r a me x e m p l o si n v e n t a d o s por r-ìos;são autênticos,mesmo que não venha mencionadoo a u t o r . À l u i t o s d ê l e s ,a l i á s , s ã o c o n t a d o sp o r d i fe r e n t e sa u t o r e s coÍÌl peqllenasvariações.Isso nã,oplejud:ca.o narrador tem Iib e r d a d ed e a m p l i a r ,c o l o r i r ,e n f e i t a rq u a l q u e re x e n i p l o o . essencial é que, no fur-rdo, o exemploseja possível,veríclico,doutrinário. P o r f i n i , m u i t o p a r a d e s e j a rs e r i a q u e e s t a c o r e ç ã oa n d a s s e , também,nas mãos ciasmãezinhase clasvovirs,que imensobcm f a l i a m a o s f i l h o s e a o s n e t i n h o s c, o n t a n d o - l h eas m i ú d o l i n d a s históriascapazesde formar-lheso coraçãoe o carâterno vercladeirosentidocristão. A Nossa SenhoraAparecida,nossa .È.lra Rainha, consagramos esta pequenasementedo bem, rogando-lheque a faça crescere produzir frutos de salvaçãoentre as criançasdo nosso q u e r i d oB r a s i l .

ADVERTÊNCIA Vários autores naÍram, com pequenasmodif:cações,os mesmos exemplos.Por isso, em vez de citar, depoisde caclaexemplo, o nome de algum escritor,preferimosindicar aqui apenas as principaisobras utilizadasnesta coleção. Madrid.1944. C. SS.R., A los Nifios,Pláticasy Ejemplos. RamónSarabia, "

Ramón Sarabi,a, Sermones. Ma{id. 1946. P. Gerard, S. 1., AÍio Cristiano. Buena Prensa, Méxìco. Franz Spirago, B,eispiel-Sammlung.Lingen. 1926. los. Fattinger, Der Katechet erzâltit. 1938. Mons. B. Castegnaro, Il Catechismo agli Adulti. Vicenza. 1947. l. Tusquets,,Manual de Catecismo. Barcelona. 1944. R. V. Ugarte, S. /., Puntos de Catecismo. Bilbao. 1947. l. Tusqu,ets,La Religión explicada a los Mayorcitos. Barcelona. 1946. losé P. Grandmaison, Apuntes y Ejemplos de Catecismo. Buenos Aires.1949. Vicenzo Muzzatti, Proà-Íuario di Sentenze, Fatti e Similitudini. TorinoRoma. 1937. D r . I . C o l o m b o , P b r o . , N u e v a s H o m i l i a s D o m i n i c a l e s .V e r s i ó n C a s t e l l a n a . La Plata. 1947.

!"

I

È'

-*Ë

l. MENINA, LEVANTA.TE ! Jairo, o presidentede uma das sinagogasde Cafarnaum, está angustiaclíssimo. Sua filhinha de doze anos acha-segÍavemente enfêrma, e sua cura é desesperada.Como única e extrema solução recorre a Jesus. Sabe que acaba de regressar de Gêrasa,e sai ao seu encontrg. Senhor diz-lhe com voz angustiosa minha filha está merrendo.Vem, impõe a tua mão sôbre ela para que sare e viva. O Mestre,sempremisericordioso e amlcíssimodas crianças, acede, e imediatamentese põe a caminho; mas a multidão o rodeia e aperta de tal forma, nas ruas estreitasda cidade, que o detém mais tempo do que Jairo o quiserae a enfermidadeda menina o permitia.tdor isso, antes de chegarem a casa, encontram-secom alguns criados,que dão a seu amo a fatal notícia da morte da pequena. Pobre pai! Cheio de esperançasrecorreraao Redentor;no caminho vira crescer seu otimismo com a cura milagrosa da hemorroíssalmas tôdas as suas ilusõesse desmoronam.E' tarde. Morrera. Têm ruzão seus criados: para que incomodar e cansar mais o Mestreï'Jesus,porém, consola-o,dizendo: - Não temas, crê e tua filha será salva. Chegam a casa. Cobre-a o luto. Ali estão a exercer o seu eç;. * ofício mercenário as carpideirase os flautistas funerários importação pagã introduzida nos costumesjudeus; os parentes e amigos rodeiama família. - Por que choraise estaisalvoroçados? - lhes diz Jesus. - A meninanão está morta, mas dorme. Os que o ouvem falar assim riem-se dêle, pois viram o cadáver e têm a certezade que está morta. Não saben que para o Senhor da vida aquela morte é um breve sono, cujo despertar está próximo. i

.i

i

: - iÌ-,

\ i;;ÉÌ'

Jesus ordena que aquela gente se retire e penetra na ct mara mortuâria acompanhadosó dos pais da defunta e de três de seus discípulos. Sôbre o leito estendem-se rígidos e frios os membrospálidos do cadáver. Aproxima-se,toma entre as suas a mão alabastrinada mentna, e ordena com autoridade: Talitha, cumi! Menina, levanta-te! E com grande espanto de seus pais a menina levanta-se e começaa andar. Sim; não só ressuscitou, Ressuscitou? mas está além disso completamente curada;tantoassimque logo começaa alimentar-se. Operadoo milagre,Jesusretira-se,ordenandosilêncio,porque quer evitar aclamaçÇes e demonstrações de entusiasmo. Apesar disso, como eïa natural, a noticia do prodígio espalhou-se por tôda aquela região.

2. O FILHO DA VIÚVA *, 'j

;.

t:

*. Ê i;-.

:è j.

a

È

?:.

n e t-

ۃ K .

Í;' i. g

* ã t

l'' I .:r i - . - \

Naim, aldeia situada na encosta seÈntrional do Pequeno Hermon, a trinta e oito quilômetrosaproximadamente de Cafarnaum,foi teatro de um dos maioresm:lagresde Jesus. Caia a tarde. O sol estava a ponto de esconder-seatrás das montanhas,quando o Salvador,acompanhadode seus discípulos e de uma multidão que não podia separar-sedêle, subia pelo estreitocaminhoque dava acesfo ao lugar. Próximo da porta da aldeia,teve de ceder o passoa outro cortejo que dali saía em direçãocontrária.Era . um entêrro.Sôbre um esquife,sem caixão, conduziamo cadáver dum jovem,l envoìtonum lençol. Atrás vinha com os parentese amigos a mãe muito triste e desolada.Era viúva e o defunto,quase menino ainda, era o seu único filho e seu futuro arrimo. Morrera. Que seria dela dali em diante? Informado do que se passava,Jesus,sempremisericordioso e compassivo,disse àquela viúva inconsolável: - Não chores,filha. l0

:<,r$

a.

E, aproximando-sedo féretro, lêz sinal para que parassem e o deitassemno solo. Tôda gente se apinhou ao redor do Salvador. Que iria acontecer? os entusiastasdo divino Taumaturgo estavam acostumados a vê-lo operar estupendosmilagres; mas, com um morto, que eÍa levadoà sepultura,què poderia êle fazer? Os olhos daquela gente, arregaladospela curiosidade,náo perdiam os menoresmovimentosdo Mestre.Jesus,olhando para o cadáverdaquelerapaz, pálido e ríg:do pelo frio da morte, ordena-lheem tom imperativo: - Môço, eu te digo, levanta-te! o calafrio da emoçãoeletrizouos circunstantes. Não havia dúvida, o morto ressuscitara.Todos podiam ver como o cadáver se movia e a sua côr lívida desaparecia;os olhos brilhavam, os lábios abriam-se;o .defuntofalava. Já não está morto. Vivel-vivea sua vida plena. E Jesus,tomando-opela mão, entrega-oà mãe, güe, derramando lágrimas de comoçãoe alegria, prostra-sepor terra para dar graças ao Senhor da vida e da morte.

3.

n õuna DE uM cRrADo Depois do sermão da Montanha, entrou Jesus em Calarnaum. Achava-seali um centuriãoQüe,embora gentio, simpatizava com os Judeusa ponto de edificar-lhes,à sua custa, uma sinagoga. Certamenteouvira talar de Jesus, e é muito provável que o conhecesse de vista e até tivesseouvido mais de uma vez suas pregaçõese presenciadoalgum milagre. Cai-lhe enfêrmo um servo "a quem ama muito". Sofre um ataque de paralisiae está quase à morte. O centurião,gue o ama deveras,deseja a todo transe a sua cura e, ao inteirar-sede que Jesusestá no povoado,pensa poder alcançardêle o que por meios naturaispareceimpossível. E' humilde e não se atrevea ir em pessoater com o Mestre. Como pretenderum tal favor, êle, um gentio? Mas, como está bem relacionado,envia uma comissãode pessoasprincipais do lugar. il

F

t--

Estas, apresentando-seao Salvaclor,transmitem o pedido do centurião. E, para mais ínclinarem o ânimo do benfeitor, elogiam o centurião e enumeramos benefíciosrecebidos. Jesus,todo atençãoe bondade,acolheu amàvelmenteos redo militar, dizendo: presentantes - Eu irei e o curarei. E pôs-se imediatamentea caminho. Avisado de que o Salvador se dirigia a sua casa, assustado com a grandezado favor, enviou-lhe o centurião alguns amigos que lhe dissessem: Senhor, não te incomodes.Não sou digno de que entres em minha casa; dize, pois, uma só palavta e meu servo ticará curado. dizendoque E explicoumais claramenteo seu pensamento, eÍa um simples oficial subalterno.e 9u€, apesar disso, apenas dava uma ordem a seus inferiore-s,êstes lhe obedeciam.Não poderia Jesus,sem o incômodode ir a Sua casa, ordenar que a enfermidadecessasse? Jesus mostrou-seadmirado ao ouvir tais palavras e disse aos que o seguiam: Em verdade,em verdade vos digo que nem em Israel encontreitamanhafé. Em seguida operou o milagre à dÌvância e naquele momento o paralítico que estava em perigo de morte sarou instantâneamente.

4. HOJE ENTROU A SALVAÇÃG NESTA CASA Logo que em Jericó se espalha a notícla da chegada do Salvador, todos os seus habitantes correm para a rua ao encontro do homem extraordinárioque tantos milagres vem operando. Uma grande multidão o cerca e acompanha por tôda a parte, ao passo que outros tomam posiçãoao longo da rua paÍa vê-lo quando passar por ali. Zaqueu,homem riquíssimoe muito influente,é o chefe dos arrecadadoresde impostos da cidade de Jericó, o centro comercial mais importantede Israel.

t2

Fq,,'a:t€

tLcs-

l'

,l :r',l'

i:i :.r i.

{ I

a

f -

I

Ouviu falar de Jesus, e simpatizou com êle porque não desprezaos de sua profissão,táo odiados pelo povo. Quer vê-lo, mas náo o consegue;a sua pequena estatura não lhe permite contemplá-lopor cima das cabeçasda enorme multidão. Esforça-sepor abrir passagematravés da muralha humana estendida ao longo do trajeto, mas nã.o o consegue. Ocorre-lhe,então, uma idéia. No afã de ver o Messias,esquece-se de sua dignidade,calca aos pés o respeito humano e, correndo para a frente do cortejo, sobe ao tronco nodoso dum sicômoro,firmando-senos galhos. A multidão passa junto da árvore. Zaqueu está encantado com o que vê. No centro do cortejo caminha Jesus,humilde e magnífico, doce e grave ao mesmo tempo. Ao chegar em frente da árvore, ergue os meigos olhos, fixa-os naquela exígua figura e diz: Zaqueu, desce depreïsa porque é mister que hoje me hospedeem tua casa. Zaqueu estremecede emoção ao ouvir chamar-sepelo nome. O Rabino extraordinârio,a quem tanto desejara ver, irâ hospedar-seem sua cása. Desce apÍessadamente da árvore e, satisÌeitíssimopela distinção, Ieva-o a sua casa. A gente imbuída-de espírito farisaico escandaliza-se, vendo que o Messiasvai hospedar-seem 'casade um publicano. Êste, tendo sentido o aguilhão da graça penetrar em seu coração,a ela sabe corresponder e dirigindo-seao Salvadordiz: Senhor, darei aos pobres a metade de tudo quanto tenho e, se em alguma coisa defraudeiao próximo, devolver-lhe-ei quatro vêzes mais. Jesus acolhe os buns propósitos do pecador arrependido e os aprova e bendiz com as palavras: - Hoje entrou nestacasa a salvação.

I

i

ì: i

5. O MoçO RICO Dirigindo-sea Jesus,pergunta-lhe: - Bom Mestre,que hei de fazer para herdar a vida eterna? Se queres salvar-te, cumpre os mandamentos,isto é., nã,o matarás, não cometerásadultério, não furtarás, não dirás Íalso testemunho,honrarás teu pai e tua mãe e amarás ao próximo como a ti mesmo.

13

.'-'-*-

-*.*-f*s*a;**-*-:;;

..ì:--:

si&-i''=r;*';aeg

9

--a=

.F

- Tôdas essascoisastenho observadodesdepequeno;que é que me falta ainda? P.ara sêres perfeito, vende tudo quanto tens, reparte-o pelos pobres,e terás um tesourono céu. Depois,vem a mim e segue-me. - Eu, Mestre? Sim; virás comigo; andará,sde cidacle em cidacle, de u m a a l d e i aa o u t r a . - Sim, Mestre,é belo! - Teus vestidosterão, como os meus, o pó vermelhodos caminhos.Comerás,como os meus discípulos,o pão vindo da e s m o l a . . . P o r e n q u a n t o ,v a i , v e n d e o q u e p o s s u i se , p o b r e e humilde, vem comigo, e não penses mais no teu amanhã. - l{as, Mestre, é tão difícil.*.. - Achas?.. . Vai rico e volta pobre, eis tuclo.. . - À4ssf 19, tenho palácios.. . mobíliasfinas. . . arcas cheias de pedras preciosas.. . possuovinhas, rebanhos.. . Mestre, sou rico, mas quero salvar-me,quero o céu. . . Dize-me, Senhor, ainda uma vez, que devereifazer? - Vai, vende tudo; dá-o aos pohres e volta pobre; e segue-me - Mestre. . - Jâ vais? - Mestre, adeus.. . - A d e u s ,m ô ç o .. . Com os ombros curvados,,olhandopara o chão, o môço retira-se vagarosamente. . . Está triste.. . O Mestre,também,triste e pensativo,suspira: Como é difícil entrar um rico no reino de Deus! Infelizes os que se apegam às riquezas! . . . João, ouvindo isso, pergunta: - Senhor,quem poderá salvar-se? O que para os homensé impossível,para Deus não o é ! O môço rico vai caminhando,lentamente.Parece carregar todo o pêso do mundo. Na curva do caminho,pára, olha para trás, como quem se despedede uma felicidadeperdida.. . Depo:s,estuga o passo e. . . desaparece. l4

:

1

.

!

Fq

6. O CEGO À BEIRA DA ESTRADA

fF'

Jesus, acompanhadode seus discípulos,após longa cami: nhada, estava para entrar na cidade de Jericó. À beira da estrada, não muito longe das habitações,estava um cego sentado,pedindo esmola. Aquela estrada, uma das mais freqüentadaspelos peregrinos, era, certamente,um ponto bem escolhido pelo cego para estender a mão aos transeuntes. Naquela hora, porém, a esmola que ia receber não era apenasgrande, eÍa a maior que podia desejarem sua vida. Ouvindo o tropel de gente que passava, perguntou: - Que movimentoé êsse? Quem é que está passando? - E' Jesus de Nazaré,.disseram-lhe. Jesus.Aquêle nome não lhe era desconhecido;pelo contrário. Iâ ouvira talar de muitos milagres operados por êle. sabe que Jesus,sempre caridoso e bom, restituíra a luz dos olhos a diversos outros cegos como êle. Quem sabe se não teria chegado,tambérn para êle, a hora da graça, o momento da cura? Cheio de espera{.J,põe-sea clamar: - Jesus,Filho cle David, tem piedadede mim! Era como se dissesse:senhor, tu és o Messiasprometido; tu és o Filho de Deus feito homem; tu podes curar-me,restituindo-mea vista. Interiormente,êste cego enxergava muito mais do que os pobres judeus obcecado.Manifestauma fé viva, uma confiança firme, um grande desasgombro. Apesar de o repreenderem os que vinham à frente, mandando que êle se calasse,suspeitandoque quisessepedir alguma esmolaa Jesus,nem por isso deixa de repetir: - Jesus,Jesus,tem piedadede mim que sou um pobre cego. Nosso senhor, quando mais perto, ouve aqueÌa voz rastimosa,pára no meio da estradae diz aos que estãojunto ao cego: Tomai-o pela mão; trazei-o aqui. Eu quero vê-lo de perto, quero falar-lhe. conduziram-lheo cego e Jesus,embora conhecesseperfeitamentequal o pedido daqueleinfeliz, para que o mesmofizesse uma profissãode fé no poder de Deus, perguntou-lhe: - Que queresque eu te faça? Que é que pedes? 15

{f

ã

$ i

I

l', t.

t

l{, t-. t

i i1 i J

t;' I [I i ;

\" i€

f . ï

t:: i I ::, i"È i

\'',

!;

i{

t3

Ì,i i,Ì l.r l;= l',r l á

i*

l1 :1 i

[.i

Í'.-.4 tirf' t.4 t .il

t*

hJ

trl

F+i

bÌ,q l*r:

[Ê.

F

- Senhor,ïaze que eu veja, pois é tão triste ser cego.Não enxergo,não vejo nada dêste mundo; Senhor,taze que eu veja! E Jesus,diante da fé viva do cego, usa de seu poder e de sua bondade,dizendo simPlesmente: - Vê! A tua fé te salvou. E no mesmo instanteo homem abriu os olhos e admirado, comovido até às lágrimas, começoua ver. E, em vez de correr para CaSa,a Contar aos SeuSa graça que recebera,permanece ão lado de Jesuse o vai seguindo,agradecendoa Deus e bendizendoo seu Benfeitor. Foi, então, que também todo o povo, que presenciouo milagre, pôs-sea louvar e bendizera D e u s .

\

i

7. SEJAMOSRETRATÕS DE DEUS

Éi.i

F t

Não podemosviver proÍanandoe manchandoa imagem divina que trazemosem nossa alma. Nosso dever é trabaÌhar em todos os momentosde nossa vida e com todos os auxílios que recebemosde Deus, para conseguirmosque êsse retrato divino seja cada dia mais semelhanteao modêlo que temos diante dos olhos. O nosso modêlo consumadoé Jesus-Cristo. Quem é JesusCristo? E' o mistério da pobreza... Apresenta-seno mundo num estábulo. Repousa sôbre duras palhas . . . Chama a si os pobres: com êles se num mísero presépio ajunta e quer que formem a côrte do novo reino que veio fundar neste mundo. Quem é Jesuscristo? o mistériodo trabalho.. . Encerra-se numa oficina e trabalha para comer o pfo amassadocom o suor do seu rosto.. . Anda de cidade em cidade,espalhandoa doutrina da verdade e a sementeda perfeição.Êle mesmo afirma que não tem uma pedra païa repousara cabeça.. . Q u e m é J e s u sC r i s t o ? O m i s t é r i od a v e r d a d e . . . F a l a e m tôda a parte. Fala das doutrinasmais elevadas.Trata dos problemas religiosos, os maiores que jamais foram tratados nc) mundo. Ouvem-no'seus inimigos, procurando surpreendernêle Êle é o único homemem cujos algum êrro. . . Não o conseguem. fatídica do êrro e do engano. jamais a sombra apareceu láb:os Quem ,é Jesus Cristo? O mistério do amor. . . Amou até à abnegaçãomais absoluta, amou até ao sacrifício' amou Seus

r ?

\

16!

-:êÃ'ìf.

*-.-:

-=Ìà-ÌN;gü*{iÈìf-.:*.'

: .':F:1}*çiÉìs::&ì:''

-ìi-:=iè-*ft:'

I

S,;q,.',r;'.-' i:i;,rf

-:'

F

,,{

. ":r i.

,l' i ir

verdugos,seus inintigos,atnou atê tazet-senosso alitnento,amou ate à morte da cruz. . . Quem é JesusCristo? O ruistérioda humilhação... Lavou os pés de seus discípulos.Subiu a uma cruz e ali naquelemadeiro, que era o patíbulo dos escravos,ali o contemploua hurnanidadedesnudoe abandonadode todos. Quenr é Jesus Cristo? O mistério da obediência.. . Obedeceu desde o berço até o túmulo. Não se desviottnem un ápice do caminho que lhe traçou o Pai celeste. Quem é JesusCristo? E' o mistério do poder. . . Contra êle se levantaram todos os partidos políticos de sua nação. Os que a lei e a religião coligaram-setambém contra êle. representavam Até seus amigos mais íntimos na hora da dor o abandonaram. Estava só. . . Mas, afinal, triunfou de todos êles. Hoje, os que ontem o odiavam são pó e cinza levadospelo vento: Êle reina sôbre os povos e sôbr,eos corações.. . Quem é JesusCristo? E' o mistério da glória. . . Triunfou cla morte. Subiu aos céus. Ali está sentado à direita de Deus Pai. Dali há de vir para julgar os vivt-rse os rnortos.E a sua glória náo terâ fim. Eis ãí, ern resutro, quem é Jesus Cristo. Todos os Santos procuraÍam ser rsflstos perfeitíssimosdêsse Deus QU€, como diz S. Agostinho, païa isso precisamentese tëz homem, para que tivéssemoso modêlo mais admirável de Deus. Trabalhemos e copiemosas divinas virtudes que nêle resplandecem.

8. o PAJE-À4 SALVO PELA MrSSA Tinha S. Isabel de Portugal urn pajem muito virtuosoe piedoso a quem encarregavade distribuir suASesmolas.Outro pajem, que ambicionavaaquêlecargo, por ser muito,invejoso,acusou-o junto ao rei de um grande crime, de um pecado muito feio. Acreditou o rei nas mentiras do pajem perversoe resolveu matar o pajenzinhoda santa rainha. Ordenoua um homem,que tinha um forno de cal, que lançasseao fogo o primeiro criado que chegassepara informar-se se haviarncumprido as ordens do rei. Em seguidamandou ao pajenzinhoque Íôsse levar o recado ao cfonodo Íorno. O rapaz partiu imediatamente;mas, ao pasTcscruLt

I

-

2

t7

'"!

.l.r.r.*tr

F

ìJ 't.

í

sar por uma igreja e ouvindo tocar para a missa, resolveuouvi-la antes de ir adiante. Enquantoa ouvia, o rei, impacientede saber se tinha morrido, mandouo pajem caluniadorque fôsse perguntarao homem do Íorno se havia executadoa ordem do rei. Correu tão depressa que chegouprimeiro ao forno e, dando o recado,o homem imediatamenteo lançou ao fogo. M estava ardendo, quando, pouco depois, chegou o pajenzinho da rainha, que assistiraà missa tôda, e perguntouse haviam cumprido a ordem do rei. Tendo recebidouma respostaafirmativa, correu ao palácio para comunicá-laao rei. Êst'e,ao ver o rapaz, ficou estupefato,e adivinhou as secretas disposiçõesda Providência Divina, que permitira o castigo do culpado e a salvaçãodo inocente. Um menino chamado Renato,*a quem o pai contou êste caso, ficou tão impressionadoqlte não sòmentequis ouvir muitas missas,mas ainda fazer-se padre para poder celebrar para outros o santo Sacrifício.

9. O MENINO QUE FOI ENFORCADU TRÊS VÊZES Estamosna Palestina,pâtria de Jesus,onde se disse a primeira Missa e os Apóstolosfizeram sua primeira comunhão.. . E que é hoje a Palestina?Terra de desolação,de maometanos, cismáticos,judeus e poucoscatólicos. Um menino cismático de oito anos começou a sentir-se atraído à religião dos católicos,a seustantos e festas que lhe contavamseus companheiros. Um dia quis ir ver. Com muito segrêdo, por temor dos pais, assistiuà missa numa capela. Ficou encantado.Depois da missa continuou ali com as crianças do catecismo.Terminada a cerimônia,o Padre, que não o conhecia,aproximou-seclêlepara saudá-lo carinhosamente. O coração estava ganho, e o menino, às escondidas,continuou a ouvir a missa todos os domingos.Um dia, porém, o pai o descobriue perguntou-lhe: - Você estêvecom os malditos católicos? - Sim, papai. 18

F

-

Eu não lho proibira? Sim, senhor. Jura-meque não voltarâ lâ? Não posso,pois em meu coraçãosou católico. Então você não jura? Não, senhor. Enforcá-lo.ei.. . O senhor pode enforcar-me. Passou o bârbaro uma corda a uma viga do teto e o laço ao pescoçodo filho e puxou-o para cima. Quando os pèzinhos do menino deixaram de mover-se,o pai o desceu,soltou o laço e, vendo que ainda estava vivo, disse: - Agora você me promete de não ir ter com aquêles m a l d i t o s. . - Não, papai, não pa;so. Segunda e terceira vez repetiu o pai o cruel suplício, mas nã,o conseguiumudar o propósito do menino. Disfarçando,então, a sua cólera, tentou o bárbaro pai outros meios. Tomandoem seus braçoso corpo extenuadodo pobrezinho, disse: - fi{as, meu filho, você não me ama? - Amo-o, pap4. - Como é, pois, que não quer me obedecer? - E' que eu amo a minha alma mais do que a meu pai. O menino,pouco a pouco, recobrouas fôrças e logo se fêz batizar, tornando-secatólico. Seu pai e sua mãe morreram de tifo no ano seguintee não muito depois teve o pequeninomártir a morte de um' santo.

10. AS MISSAS PELO PAPAI Refere o Pe. Mateo, apóstolo da devoção ao' Sagrado Coração de Jesus,QUe,.estando na Inglaterra em tempo de muito frio, preparava para a primeira comunhãoum grupo de crianças de se:s a nove anos. Dizei a vossas mamãesque estou pregando o reino do Sagrado Coração e que vós haveis de ser seus missionários. Depoisque acabeide pregar,veio uma menininhae disse-me:

ì I

19

.;s

':{F\li:iÈ

::ìi:r::ì.:s\-J

''.i;, - -;f;:.Ë{,f,{.,'':.-l}i.'. -"

atl l,: .i:r -.

È;:.j..;:.*ri:;-tFfg;S"5íiì:.r$ $.$F$S.:'-.'''; ì:'- :.,{{:'::+.f,Fã+]|+.ËF.],f.rG

Padre, nleu pai nunca vem à igreja. Vou contar à nlamãe o que o Sr. nos disse e eu nunca perdereia rnissa. Eu lhes havia pregado sôbre o Coraçãode Jesuse peclido que me ajudassenta salvar alntas ouvinckrulÌla ou nrais missas. A menina,chegandoa casa, clisseà rnamãcque todos os dias iria ouvir nrissaspor seu papai. - De ntanhátaz muito frio, filhinha. - Não faz nral, mamãe,preciso ïazer algunr sacriiíciopara salvar a alma de meu papai. - $sp, faça como quiser. Três mesesdepois encontrei-mecom a mesma menina. - Padre, disse, desde então não perdi nem uma missa. Às vêzes tazia muito frio e eu tinha muito sono porque a missa é tão cedo.. . mas o Sr. sabe o que eu digo a Jesusquando o tenho no meu. coração?.. . Digo-lhe que vou ouvir missa e comungar tôdas as manhãs por meú papai, para pagar o resgate por êle, para estar em seu lugar diante do Santíssimo,a fim de que salve a sua alttta. Para isso estou aclui na sagrada mesa, meu bom Jesus. Criança admirável! Não Ìiquei sabendo se Jesus lhe atendeuos pedidos; mas não hâ dúvida que o ïará'a seu tempo. Não pode o bom Jesuspermanecersurdo a tais pedidos.Referindo-sea uma criança,diz un poeta: Pedidosdos lábios teus p o d e mm u i t o ! . . . O s p e q u e n i n o s sabem segredosdivinos Conversamntuito corn Deus!

11. U M A M I S S A .. . U M C A V A L H E I R O . . U M R E T R A T O . Saberãoas almas quando se dizem missaspor elas? Mônica, uma jovem muito boa e piedosa,está convencida que sim. Era ela uma pobre criada, que ganhavao pão servindo nas casasdos ricos, simples,cheia de fé, contentecom o tratamento e o pequenosalário que lhe davarn,pois Deüs a tizera abnegadae sabia que a EIe sc podc servir ent qualcluerofício. Mas um dia adoeceue não teve remédio senão internar-se no hospital dos pobres. Depois de seis semanasderam-lhe alla; perdera, porém, o emprêgo e úo sabia onde refugiar-se,débil 20

N!

-:

,1

,rS:5..1,",.'

'

'

,' à

e sem recursos.Uma moeda de prata era tôda a sua fortuna; ntas seu coraçãoestava cheio de confiançaem Deus. Toma a sua ntoeclae ntanda celebrarunra santa missa pelas almas do purgatório,a fim de que elas lhe consigamuma boa colocação. Ouviu a missa devotamente.E aquela mensagemchegou ao d e s t i n o.. . Ao sair encontrou-se com um senhor,gu€, aproximando-se, a s a u d o ue d i s s e : Soube que a senhoraprocura um emprêgo; aqui está o enderêçode uma cas,aonde a receberão.Deu-lhe, em seguida, o nome da rua e o númeroda casa,e desapareceu. Ficou Mônica perplexa,sem saber que pensar nem como explicar tudo aquilo. Como podia saber aquêlesenhorque ela procuravaum emprêgo, visto que não comunicaraa ninguémo seu desamparo? Foi logo à Íua e casa indicadas.Disse o que desejavae imediatamente a dona da cãsa a contratou para o serviço dorrréstico. No clia seguinte,estando a ïazer a lirnpeza,pôs-se a contentplar os retratospenduradosà parede.De repente,surpreendida, exclamou: - Senhora,quem é aquêle senhor que está ali retratado? E' precisamente o senhor,QU€,ao sair eu da missa, me deu o enderêçoda senhora.v - Como! exclamou a senhora, êsse é meu filho, que há pouco tempo tive a infelicidadede perder! A notícia da missa chegaratão depressaao purgatório,que, ao sair Mônica da igreja, a respostapessoala esperavaà porta. O defunto alcançara de Deus permissão de vir agradecer à sua benfeitorae pagar sua caridade. 12. BRAVOSCRUZADINHOS Nunt domingo de abril inúmerascriançasde Liverpool (lnglaterra) comparecerama uma reunião festiva no vasto Salão de São Jorge. Cada paróquia enviara as crianças dâ Cruzada Eucarísticae eram tantas,que muitíssimastiveramque ficar fora, na praça. Durante a prática perguntou-lheso Arcebispo: - Sois todos cavaleirose pajensdo santíssimoSacramento? - Sim, senhor,gritaram todos.

2l

F'

ffi\--,

- E quantos comungamcada mês? Muitas mãozinhasse levantaramtìmidamente. - E quantoscomungamcada semana? Todos gritaram levantando as mãos. - E quantos comungam todos os dias ou várias vêzes por semana? Também desta vez se levant aÍamtôdas as mãos. a) Um missionáriodo longínquoOriente,vendo um jovenzinho muito recolhido e devoto diante do altar do Santíssimo, perguntou: - José, que laz ai tanto tempo e que é que diz a Jesus? - Nada, Padre,pois não sei ler nos livros.Sòmenteexponho minha alma ao Sol. b) Aos seus mais pequenos Cruzadinhos perguntou um Vigário: - Quantas vêzes se deve comúngar? - Muitas vêzes,Padre. - Bem; e quem sabe me dizer por quê? - E,u, Padre, eu sei. Jesustomou o pão para mostrar que o devemoscomer todos os dias; porque, se tivessetomado a sobremesa,diríamos que só se devia comungar nos dias de festa. c) Numa rua de Munich, cidade da Baviera, uma menina de sete anos avisa a mamãe que vem se \ìproximando um sacerdote com o Santíssimo. - Não é nada demais respondea mãe vai visitar um enfêrmo. - Vamos ajoelhar-nos,mamãe,êle está chegando. - Que é que tens, tontinha?anda! - Mamãe, é o bom Deus, ajoelhe-se suplica a me! nina, que permanecede joelhos. Onde é que êsseanjinho aprendeutamanhorespeitoao Santíssimo, se não na Cruzada Eucarística? 13. CRUZADA E SACRIFÍCIO A cruzada Eucarísticatem por fim fornentarnão só a devomas tambémo zêlo e o espíritode sacrifício. ção ao Santíssimo, Num congressode cruzadinhos, apresentou-seum menino camponês,bem vestido e todo garboso, à frente de um verdadeiro batalhão de Cruzadinhos.

22

ì

1 't à'

*-\\,. '

-

ïãfïïi"ïiï;ï::ï'''te^,*"?::fl'."u ;:ï::.ïïï"1ïïr: girar gorrinho O rapazinho,embaraçaÍfo,ïazia como responder.

o

sem saber

: 3ff"ï,ï-ff#",:'ff:,1:Ï".'cruzados -

E que responderam? Que não queriam. E que fizeste, então? Comeceia comungarpor êles. E quiseram? Não, senhor. E que fizestedepois? - Na comunhãoo Menino Jesus me inspirou que fizesse sacrifícios.. . - E quiseram? - Então, sim. 14. VISITANDO O SANTÍSSIMO

^

Um sacerdote,çre estavaa rezar o bfício divino a um canto da igreja sem que o pudessemver, foi testemunhade uma gra ciosavisita ao Santíssimo. Aproximaram-seda grade do altar dois meninos: Lino, de seis anos, e seu irmâozinho, de três. O maiorzinho tomou pela cintura o pequeno,ergueu-o e conservou-ode pèzinho sôbre a grade. Com a mão livre tomou a mãozinha de seu irmão para persigná-loe, em seguiua,rezou com êle esta breve e bela oração: "Meu Jesus,eu te amo de todo o meu coração". E repetiu estas últimas palavras,pondo a mã,osôbre o peito para indicar o coração. Terminadaa oração,Lino explicouao irmãozinho: - Olha, o bom Jesus, está dentro daquela casinha. As imagens que vês em cima são retratos de Jesus e de sua santa Mãe. O pequenitoolhava atentamentecom seus olhos grandes e negros para a estátua de Nossa Senhora do Sagrado Coração, e de repenteperguntou: - Lino, Jesusinhoquer bem a mim também?

23

, 1 . . . 1 . : . , * l - ! ; . ï * ' } f . . . . { ' ' ; . . . . ' . : ] . . . : ; , ì ] l 1 : ] . . ] : .

Sim, respondeLino; olha como nos mostra seu coração com a mão esquerdae com a direita nos indica sua Mãe. - Por que, hein? O maiorzinho,um poucoperplexo,não soubeo que responder. - Por quê? insiste o pequeno. Então Lino, Ientamente,índeciso,atreve-sea balbuciar: Talvez Jesusinhoqueira que peçamosa sua mamãe licença para ficarmos com Êle.

15. UM MENINO DISTRIBUI A COMUNHÃO

i. . '

'

', ì ' j

iJ' i, : . =,

. .. i .'

a guerra de lgl4, que durou quatro anos,os exércitositaIiano e alemão pelejavam perto da povoação de Torcegno, oo v vale de Brenta. À meia-noiteentraram os alemãespara ocupar a igreja e a tôrre e levaram consigo prisioneiros os sacerdotesque havia, sem dar-lhestempo de retirar o Santíssimoda igreja. De manhã, antes da aurora, o povo recebeuordem de evacuar o povoado,pois ia dar-se ali a batalha. Eram os habitantescristãos fervorososque arnavam muito suas roças, suas casase mais ainda sua igreja. Mas não havia remédio; era preciso fügir. - Salvemosao menos o Santíssimo,ãirs.ru* todos; mas como, se não havia padres? Lembraram-sede escolher o menino mais inocente e angélico para abrir o sacrário e dar a comunhãoa todos os presentes,consumindo-se'assim tôdas as hóstias. Ao sair o sol todo o povo estavana igreja, as velas acesas no altar e o menino revestidode alvas veites. Sobe o mesmo com grande reverênciaos degraus do altar, estendeo corporal, abre a portinha, toma o cibório douracloe, tendo todos rezado o "Eu pacador", desce até à grade e vai clandoas hóstias até esvaziaro cibório. Purificou logo o vaso sagraclocom todo cuidaclo,juntou as mãos e desceuos degraus do altar como um anjo. Levando Jesus no coração,todo o povo se apressoua fugir para os montes. Corriam lágrimas dos olhos de muitos, é verdade,mas a alma estava confortada com o manjar divino. Ao pequeno"diácono" enviou o Santo Padre Bônto XV sua bênção e suas felicitações. -

--,^r--

-,--!--

24

-r

;^

;-

-.--.---,-.---

11

ìr'

\,. \

..p.i,

16. MENINOS MÁRTIRES O acontecimento, que vamos narrar, passou-sena Rússia, nos piores tempos do comunismoque vem varrendo do seu território tôdas as religiões,mormentea católica. Numa vila, perto de Petrogrado,havia um asilo cle órfãos com uma capela católica. Os vermelhos(comunistas)fecharama casa alegandoque não havia recursos para sustentá-lae expulsaramo capelão. Aquêlesmaus soldadostiveram a sinistra idéia de converter a capela em salão de baile e, como a mesma estava fechada, resolveramarrombar a porta e profanar o que havia dentro. Tomaram essa resoluçãonuma cantina, onde casualmente três meninoscatólicosouviram a conversa. Compreenderam que se-tratava de profanar a casa de Deus e logo tomaram a resolução de defendê-la clo melhor moclo que pudessem. À noite, os três meninose rnais alguns colegasseus penetraram na igreja por uma janela e ntontaram guarda junto do altar. Os soldados,tendo arrontbadoa porta e penetradona câpela, ordenaramque os meninossaíssemimediatamente. Nenhum, porém, se moveu neïn se arredou do seu lugar. Os perversoscomunistasatiraram, então, e mataram dois meninos. Quiseram, êffi seguida, arrastar os outros para fora, mas os meninospreferiram morrer a deixar de "proteger com seus corpos a casa de Deus". Os comunistas,ainda mais furiosos,disparararnde novo e o sanguedaquelesinocentescorreu pelos degrausdo santo altar. A mãe de um clêlòs,tomando nos braço.to filho agonizante, perguntou-lhe: - Meu filho, que fizeste? - Detendemosa Jesus respondeu e os maus não se atreverarna tocar n'Êle. 17. O PRIMEIRO MÁRTIR DA EUCARISTIA Era nos primeiros tempos do cristianismo.Os cristãoseram perseguidos,lançadosàs feras, mortos. Quase todos procuravam antes receber a santa comunhão.

25

/ t

:Ì:ìuL

\] \ . -.i' -i.ss

Os sacerdotestinham de esconder-seporque eram os mais procuradospelos inimigos. Um dia, depois de celebrar os divinos mistérios nas cata' cunrbas,o padre, voltando-se pata os fiéis reunidos, mostrou-. lhesaHóstiaedisse: - Amanhã muitos dos nossos serão conduzidosàs feras. Quem de vós, menos conhecidoque eü, poderá levar-lhes secretamenteo Pão dos fortes? A estas palavras aproxima-seum menino de dez anos, chamado Tarcísio, que parecia ter roubado.aos anios a pureza da alma e a formosura do rosto; e, ajoelhando-sediante do altar, estendia os braços para o sacerdote Sem pronunciar palavra, parecendoquerer dizer: - Eu mesmo levarei Jesus aos irmãos encarcerados. .. - És muito pequeno poderei padre como disse t o confiar-te tamanho tesouro? - Sim, padre; justamentepor ser eu pequeno me aproximarei dos mártires sem que ninguém descontie. Falava com tanto ardor e candura, que o padre lhe con'lr fiou os "Mistérios de Jesus". O pequeno,radiante de alegria, aperta ao peito o seu tesouro e diz: - Antes que me façam em pedaçosnir'guém mo arrebatatâ. Partiu pressurosopara o cárcereMamertino. Ao atravessara praça, eis que um grupo de rapazeso cerca e quer obrigá-lo a tomar parte em seus brinquedos. - Não posso não posso, estou com dizia Tarcísio pressa. Os outros, vendo que êle conservavaas mãos sôbre o peito, suspeitaramtratar-se dos mistérios dos* cristãos. Gritando como possessos,lançaram por terra o pobrezinho,deram-lhe golp€s, atiraram-lhepedras, deixaram-noprostrado. O sangue corda bôca, mas as mãos não se desprendiam ria-lhe,principalmente do peito. Nisto passa por ali um oÍicial cristão, por nome Quadrato, QU€,saltando no meio dos rapazes,dá golpes à direita e à esquerda e dispersaa quadrilha malfeitora. Como uma mãe carinhosa,toma com todo o respeitoo pequenino mártir da Eucaristiae leva-o em seus robustosbraços até às catacumbas,onde o sacerdote,ao ver o menino,não pôde conter as lágrimas. Tarcísio, o defensor de Jesus,expirou ali mesmo. 26

j . \

19. A HONRA DE AJUDARÀ MISSA j'

Foi em 1888,Ano Jubilardo SantoPadrePapaLeãoXIII. Num dos altaresda Basílicade São Pedroencontravam-se dois sacerdotes:um era prelado romano e cônego da Basílica Vaticana; o outro era o bispo duma dioceseitaliana, vindo a Roma para assistir às festas jubilares O prelado romano, que se dispunha para celebrar a missa, olhava inquieto ao redor, porque seu ajudante não aparecia.O Bispo, que estava ajoelhado ali perto, aproxima-secom grande simplicidadee diz: - Permita-me,Monsenhor,que seja eu o ajudante de sua missa? - Não, Excelência,nio o permitirei: não convém a um Bispo lazer de coroinha. - Por que não? garanto-lheque darei conta. - Disso não duvido, Excelência;mas seria muita humilhação. Não, não o perfnitirei. - Fique tranqüilo, meu amigo. Depressa ao' altar; comece: Introibo. . Dito isto, o Biyo ajoelha-see o prelado teve que ceder. Assistido por seu novo ajudante, o prelado romano prosseguia a sua Missa com uma emoção sempre crescente. Terminadaa Missa, o celebrantese desfezem agradecimentos peranteo Bispo. Aquêle pio e humilde ajudante,vinte anos mais velho que o prelado romano, era a glória da diocese de Mântua, D. José Sarto, o futuro Papa pio X, hoje canonizadopor Pio XII. Para o Cruzadinho,amigo fervorosode Jesus Eucarístico, náo deve haver honra nem glória maior do que poder ajudar devotamenteo sacerdoteào altar. 19. JESUS NÃO FICARÁ SÓ Robertinho é Cruzado do Santíssimo.Ouvira a Missa, rezaÍa sua ação de graças e queria voltar païa casa, quando ouviu o pároco dizer ao sacristão: - Êste ano não haverá exposiçãodo Santíssimonas Quarenta Horas, duranteo carnaval.

27

.-ii*$''

d

F.. ìr ìt

è :Ì..

*rfì

r

{1 .

$ ã r{' *i

i1 ïr a-

$

{

R.,

ËÌ, $

+j

$:' Yi k.

È{:...,r *l

iÌ lj

Ë,. {Ê-

- Mas por que, Sr. Vigário? - Porque o Santíssimoficará sir, conto o ano passado.. . - Só, o Santíssinro ! diz Robertinho pesaroso ; não, não pode ser, não será. De um salto põe-seà porta da igreja por onde está o pároco a sair. Que acontece,Robertinho? Ouvi que o Sr. não tarâ a exposição.. . Sim, temo que deixem Jesus sòzinho. Padre, faça a'exposição;êles virão. Êles, quem? Os cruzadinhos. Todos? - Sim, sr. Vigário, todos; eu os trarei. - Mas a exposiçãodura o dia inteiro.. . - Sim, estaremosaqui todo a dia. Em vista da firme resoluçãodo menino,o pároco prometeu ïazer a exposição. No clia seguinte,às sete da manhã, todos os Cruzadosestavam prontos para a Missa e, depois,fariam meia hora de guarda ao Santíssimo,revezando-se por turnos. Preparou-lheso pároco uns lindos genuflexóriosforrados cle vermelho. os Cruzadosaté meio-di", voltandoalguns ao Revezaram-se seu pôsto até três vêzes. Roberto dissera: "Trarei todos os Cruzados"; mas consigo dizia: "As mãestambémvirão, e os irmãos maiorese até os pais". E assim foi realmente.Foi uma beleza! E' que Robertinhopercorreraas casasdos Cruzadinhosconvidando-oscom ardor para a guarda ao Santíssimoe pedindolhes que rezassem,fizessem sacrifíciosc pedissema seus pais e irmãos que não faltassem. Eis o que pode um Cruzadinhofervoroso.

lir .?::'

F ' i:j; li.

ï. '{:. *, $" ' í::

20. Q U E É Q U E P E D E S A J E S U S?

i.:

q..

Ë:l

F fit

Ë: r' $.

Joei era uma meninaque as lrmãs de Caridadeencontraram abandonadapelos pais às margensdo Rio Amarelo da Grande China. Estava a criancinhaa morrer de fome e frio, quando as Irmãs a levaram para o hospital.Logo que a vestirame alimen-

R.

F :.,i & F S:.' .

28'.

ii-. !l:

{. !t !r.

ílrl\;.r .. t ' t l

o't:''' +*

-;*i'!Ê'**q*$

\&!

taram, danclo-lheleite quente,começoua pequeniuaa rccobrâr a vida e a saúde.Foi batizadae logo brilhou a inteligênciaenr seus olhinhosvivos e começoua conhecera Deus e a aprencler as coisasdo cóu. Anclavajá pelos oito anos e gostavade assistir à doutrina com as criançasque se preparavampaïa a pritneira comunhão.Mas a sua memória não acoÍnpanhavao seu coraçãoe quando o missionáriofoi examiná-la,teve que c'lar-lhe a triste notícia de que não seria admitida à primeira conrunhão enquantonão soubessemelhor a doutrina. Julgava o Padre que essa determinaçãoa deixaria indiferente. Mas não foi assim. Daqueledia em diante notou-seuma rnudançaextraordináriano comportamentoda menina. Ern lugar de brincar, como antes, com as crianças de sua idade, Joei começoua passar seus recreiosna capela aos pés ! de Jesus. um dia, estandoJoei diante do santíssinro,o Paclreacercou-se dela devagarinhoc ouviu que repetia conÌ freqüênciao nonle de Jesus. - Que é que fazes aí'ì - Estou visitando o SantíssimoSacranrento. - Visitando o Santíssimo !? tu nem sabes quem é o Sant í s s i m o.. . v - E' meu Jesus,respondeu Joei. - Bem; e que pedesa Jesus? Então, com as mãos postas e sem levantar a cabeça,collt lágrimas nos olhos, respondeucom indizíveldoçura: - Peço a Jesusque me dê Jesus. E a pequenaJoeitevelicençade lazer.sua primeiracontunhão.

2r' euERosER'ADRE! Aquêleque havia de ser o fundadorcla congregaçãoclo ss. Sacramento,o Pe. Julião Eymard, parecia predestinadodesde pequeninoa ser um grande devoto da Eucaristia. (ìuando sua mãe, levando-onos braços,ia à bênçãodo Santíssinlo, o nrenino não sc cansavaclc olhar para Jesusna custódia. la conl a nrãe enr tôdas as visitas à igreja e não se cansava nem pedia para sair antes dela. sua irmã Mariana, que tinha dez anos mais e roi sua se-

2g

:.

i' $ a

1l

ï.-ì . (:!:

t

:'r. Ëri

{ì :, k

F ii lì'

ï È ', ü" i.jÌ'

Ë & qÌ :i



I

$.,

È. a ï, i É,, *.': {t

*..

F' &:

È Ìì' -R

fra

ii'

f

t'' i . t ri i.ì ::t

Ír::.

ü

gunda mãe, costumavacomungarcom freqüência.O irmãozinho, invejando-a, dizia: - Oh! como você é teliz, podendo comungar tantas vêzes; faça-o alguma vez poÍ mim. - E que pedirei a Jesus Por você? - Peça-lheque eu seja muito mansinhoe puro e me dê a graça de ser padre. As vêzes desapareciadurante horas inteiras. Procuravamno e iam encontrá-loajoelhado num banquinho perto do altar, rezandocom aS mãos juntas e os olhos pregadosno sacrário. Antes mesmo do uso cla razáo ansiava por confessar-se;mas não o admitiam. Quando tinha nove anos quis aproveitara festa do Natal para "converter-se" como dizia. Apresentou-seao vigário e depois ao coadjutor, mas, como estavammuito ocupados,nã.oo atenderam. Partiu, pois, com um companheiro,em jejum, e, fazendo uma caminhadade oito quilômetrossôbre a neve, lâ, na parôquia vizinha, conseguiuconfessaÍ-se. como sou feliz - dizia - como estou contente! agora estou puro! - Que grandes pecadoshavia cometido? - Ai! cometi muitos pecados em minha infância: roubei um quepe (boné) numa loja e, depois,arrqrendido,voltei e deixei-o em cima do balcão. Para preparar-se para a primeira comunhão' começou a lazer penitências:colocava uma tábua em baixo do lençol, jejuava e quando a fome apertava,corria a fazet uma visita ao Santíssimopara esquecê-la. Enfim, a 16 de março de 1823, chegou pan êle o grande dia. Que se passou neste seu primeiro-abraço com Jesus? Quando o apertava ao coração,dizia-lhe: "Quero ser padre! eu o Prometo".

22. DAI-ME JESUS!E SEREI BOAZINHA... puros e bons, Entre os meninose meninasmais pequeninos, costumaJesusMenino escolherseus pajens (cruzadinhos)para que o acompanhemaonde quer que vá. Uma dessascrianças foi S. Gema Galgani, uma santa de nossostempos,que durante tôda a sua vida recordavacom pra-

30

'.\

fq:,;

zer as primeiras práticas que tivera com Jesus Sacramentado, sendoainda muito pequena. o rosto de minha mã.e,depois de recebera comunhão,dizia, ficava radiante de alegria e meu coração batia mais depressa,quando ela me chegavaa seu peito, dizendo: - Gema, aproxima-tede meu peito para dar um beijo a Jesus.Desdeaquelaidade não cessavade pedir a suas professôras e aos capelãesque lhe dessemo seu Jesus. Êies olhavam para ela e sorriam, poii, apesar de ter nove anos, era tão pequenaque parecia ter apenasseis. Naquele tempo o Papa não havia dado ainda o decreto da comúnhão dos pequeninose exigiam-separa a mesma instruçõese conhecimentos cabais. - Tem paciência, diziam-lhe, ate que tenhas idade rea querida. Mas Gema pedia, pedia sem se cansar: "Dai-me Jesus,dai-me... E vereis que serei boazinha,nã.o pecareimais e serei bem comportada.Dai-me Jesus,porque me pareceque não poderei viver sem Êle,'. Êstes belos sentimentosde um coração tão puro e amante moveram seus superioresa apressar o dia teliz e suspirado e satisfazer-lhe as ânsiasde apertar Jesusa seu peito. Gema tornou-sq realmente,em sua vida pobre e humilde, uma grande Santa que mereceuas honras do altar. 23. UM MÁRTIR DA CONFISSÃO E DA EUCARISTIA Em 1927 dominavamno México os inimigos da lgreja católica. os ministros dõ Jesus cristo eram põrseguidoì, pr.ro. e fuzilados sem compaixão.Do número dêssesmártires foi o anciãoPe. MateusCorrea. Estava em casa de um amigo, num dos bairros mais Ía_ dicais, quando o foram chamar para um pobre índio que queria re'ceberos últimos sacramentos.Apesar dò perigo qu.^ .oriiu, o padre quis cumprir com êsse dever de caridade.Tómando consigo o Santíssimo,dirigiu-se com o amigo à casa do doente. Escolheramde propósito os caminhós menos freqüentados, mas, assim mesmo,os soldadosde Calles os surpr.enderame, yendo que o Padre levava o santíssimo,quiseram arrancar-lho à fôrça para o profanar. Mas o pe. coriea foi mais esperto

31

FÈ a sagrada parimecliatanlente que os soldados,pois, cot-Ìsunìitrclo t í c u l a ,d i s s e : - Matai-nte,se quiserdes;lllas a Jesusttão o proÍanareis. âo pobre Padre, levarantDepois de tttaltratarctncruelnìente no à cidadede Valparaíso,onclco nteteranìl1o cárcere.Acusaclo cont os Cristerosquc contbatianlnos arrede ter cunrpliciclacle clores,detiverant-noali ató que o Ceneral Ortiz o levou consigo a Durango. Ali chegarama 4 de fevereiroe já no dia 6 seria julgado o padre pelo Generalem Pessoa. Vários outros presosiam ser fuzilados.Dirigindo-seao Pe. Correa,disseo General: - Ouça printeiroa conÌissãoclêsses bandidos,pois vão pagar logo os seuscrimes. Ouviu-lheso Padre a confissi2 e preparou-ospara unla boa morte. dissc-lheo General: Tendo ternrinaclo, - Agora cliga-meo quc ôsscscanalhaslltc cotttarattt. Erguenclo-sco Padre com nobre altivez, respondeu: Nunca, isso nunca! Não quer dizer? Não, nunca! Então será fuzilado cottì os outrosY Fuzile-me,mas o segrêdo da confissãonão o violarei Janlars. O infante General manclounlatá-lo corn os dentais presos; e, assim, o granclemártir selou conl o próprio sangue sua Fé e seus sagradosministérios. 24. A COMUNHÃODÁ FORçA Estava a avòzinha no terreiro, assentadaà sombra de unla viçosa parreira. - Vovò zinha? A avó levanta os olhos, um pouco surpreendida,pois até aquelahora a netinhanão lhe ntostraramuito amor; era atenta, nras não afetuosa. - Que queres,filha? - Vovó, eu queria saber por que tens uma perna de pau. Anc{astea combater? 32

- Não, Lina; mas isso não é pergunta para a tua idade. Não foi uma bala de canhão,que me cortou a perna, nem mesmo um acidente. - Então, o que foi? - Simplesmente a enfermidade:um tumor no joelho. Um clia o médico declarouque era precisocortar a perna. - Ih ! vovó, eu quisera antes morrer. Eu também. - Por Qüe, então, te deixaste cartar? - Lina, não era possível;não vivia só para mim. Morrer quando se quiser,é luxo. . . e algumasvêzes é cobardia.Tinha de olhar para quatro filhinhos, que necessitavam de mim. - Mas, païa cortar, fizeram-te dormir? - Não, não quis; tinha muito mêdo de não acordar e abandonar meus filhos. E, afinal, se se tem de sofrer, é porque Deus Y o quer ou permite. - Cortaram-tea perna, assim, viva? A boa velhinha,só com o recordaro que se passara,ficou pálida. - Filhinha, antes da dolorosa operação,pedi o pão dos fortes, recebi a santa comunhão e pedi a Jesus Sacramentado paciênciae coragem.. . Teu papai seguravaa minha mão e até êle, pobrezinho,quaÍ,i desfaleceu. - VovÒzinha, ïoi a comunhãoque te cleu fôrças. Oh ! com o J e s u sé b o m ! 25. P4O DOS FORTES Na guerra da Criméia um coronel francês recebe a ordem de apoderar-sede um fortim. Sem hesitarum instante,avançaà ficou tambémeletrizadoà vista de frente de seu regintento,'que Iamanhacoragem.Calmo e impassívelno meio das metralhadoras e baionetas,como se se encontrassenuma parada militar, toma de assalto a bateria inimiga, terrìvelmentedefendidapelos TUSSOS.

Seu general, admirado de táo prodigiosa calma, exclama peranteo EstadoMaior: - Coronel,que sanguefrio ! Onde aprendestetamanhacalrna no meio de tão grande perigo? Tesouro I -

3

33

r i

! i

t

: I

- Meu general,respondecom tôda a simplicidadeo coronel, é porque eu comungueiesta manhã. Honra ao coronelvalorosoe cristão,e valorosojustamente porque cristão: e crístão não daqueles,que se envergonhamde sua fé ou se contentamcom a comunhão de Páscoa, mas dos fervorososque sabem alimentar-sedo Pao dos fortes com Íreqüênciae particularmente nas circunstâncias difíceis da vida. 26. A FÔRçA PARA O SACRIFÍCIO Em 1901 começou,na França, o fechamentode todos os conventose a expulsãodos religiosos.Foi nesseano que se deu, em Reims,s .câsoseguintecontadopelo Cardeal Langenieux,arcebispo daquela cidade. Havia em Peims, entre outros, um hospital que abrigava sòmenteos doentesatacadosde doençascontagiosas, que não encontravamalhures nenhum enfermeiroque quisessecuidar dêles. Em tais hospitaissòmenteas Irmãs de caridadecostumam tratar dos doentese era essa a razã.opor que ainda não haviam expulsado as religiosasdaquela casa. Um dia, porém, chegou ao hospital um grupo de conseiheiros municipais (vereadores),dizendo à Superioraque precisavamvisitar tôdas as salase quartosdo estabelecimento, porque tinham de enviar um relatório ao Govêrno. A Superiora conduziu atenciosamente aquêlessenhoresà primeira sala, em que se achavamdoentescujos rostos estavamdevoradospelo cancro. Os conselheirosïizeram uma visita apressada,deixando perceber em suas fisionomiasquanto lhes repugnavademorar-seali. Passaramlogo à segunda sala; mas ai encontraramdoentes atacadosde doençaspiores,vendo-seobrigadosa puxar logo de seus lenços,pois não podiam suportaro mau cheiro. A passos rápidos percorreramas outras salas e, ao deixarem o hospital, aquêleshomens estavam pálidos e visìvelmente comovidos. Um dêles, ao despedir-se,perguntou à Irmã que os acompanhara: Quantos anos taz que a Sra. trabalha aqui? - Senhor,iâ laz quarentaanos. - Quarentaanos! exclamououtro cheio de pasmo. De onde hauris tanta coragem? 34

I I

- Da santa comunhão que recebo diàriamente,respondeu E eu lhes digo, senhores, Superiora. a QUe,no dia em que o Santíssimo Sacramentocessar de estar aqui, ninguém mais terit fôrça de Íicar nesta casa. 27. a) O AMOR DOS PEQUENINOS Perguntarama uma piedosajovenzinha: - Que é a Primeira Comunhão? - E' um dia de céu na terra. Perguntaram-lheem seguida: -Equeéocéu? - E' uma Primeira Comunhãoque nunca terá fim respondeuela graciosamente. E respondeumuito benì, porque a felicidade dos Anjos e Santosno céu consisteem possuir a Deus eternamente.Ora, não é justamentea Jesus,verdadeiroDeus e verdadeirohomem, que possuímosna Santa Comunhão? b) DENTES DE LEITE Escrevia em l9r5 um missionário: Uma òrïãzinha do Orfanato de Trichinopoli, que poderia ter dois palmos de altura, veio um dia suplicar-meque a admitisseà Primeira Comunhão. - Que idade tens? perguntei-lhe. -- Ah ! isso náo sei. não pode saber quantos Recolhidade lugar desconhecido, anos tem; nem as Irmãs o puderamdescobrir. - Mostra-me os dentes disse. gracioso um Com sorriso descobrea inocentinhaduas filas de alvíssimosdentinhos. - Oh! exclamei;os teus dentesde leíte dizem-meque não tens nem sete anos. Portanto, êste ano náo farás a Primeira Comunhão. Meu Deus! quem o acreditaria?tendo ouvido aquelaspalavras, a menina,sem dizer a ninguém,corre ao quintal, toma uma pedra e, intrèpidamente,laz saltar da bôca todos os dentinhos. Depois, com a bôca ensangüentada, mas com ar de triunfo, volta e diz-me: JC

Padre, não tenho mais nem um dente de leite. Dai-me, oh ! dai-me Jesus! Eu o quero m u i t o b e m ! . . . Chorando de comoçãodiz o missionário tomei-a em meus braços e segredei-lheao ouvido: - Filha, amanhãte darei J e s u s. .. Sím, não pcidiadeixar de atendê-la. 29. A GRAVATA BRANCA

ç: -i:;

Jorge era um verdadeiroanjinho que a todos edificava por suas virtudes.Fêz a primeira comunhãonum colégio de Rouen. Entre outros ïêz o seguinte propósito: "Levarei comigo a gravata'brancada minha primeira comunhãoaté o dia em QUe, por suma desventura,venha a perller a graça de que ela é símbolo". Jorge crescera.. . conservandosempre a gravata branca. Quando rebentoua guerra franco-prussiana,alistou-secomo voluntário entre os zuavos do general De Charette.Em janeiro de 1871, por ocasiãoda vitória de Mans, foi ferido mortalmente. o capelão aproximou-sedêle imediatamente."obrigaclo, sr. cap e l ã o . . . c o n f e s s e i - mheá d o i s o u t r ê s d i a s ; n a d a m e p e s a n a consciência;estendei-mesôbre um pouco de palha e trazei-meo santo Viático, porque vou morreÍ". O capelão voltou logo, trazendo o Santíssimo.,,Antes de me da'r a comunhão,fazei-me um favor: abri a minha mochila e encontrareisuma gravata branca, que me poreis ao pescoço". D e p o i s r e c e b e uo s a n t o V i á t i c o , a g r a d e c e ue d i s s e : , , E i s que morro; peço-voso obséquiode levar à minha mãe esta gravata e dizer-lhe que, desde o dia da minha primeira comunhão, não perdi a graça santificante; sim, dizei-lhe que esta gravata não recebeuoutra mancha a não ser a do rneu sangue rubro derramado pela Pâtria".

29. QUEROIR AONDEESTÁJESUS um pastor protestante,inclinadoiá ao catolicismo,foi um dia com sua filhinha em .risita à capital da Inglaterra.A menina contava apenas cinco arlos.

36

O pai levou-a primeiro a uma igreja católica e a atenção da pequenaficou muito tempo prêsa à lâmpada do Santíssimo. - Papai, - disse - para que aquela lãmpadazinha? - Filha, é para lembrar a presençade Jesusatrás daquela' portinha dourada. - Papai, eu quero ver Jesus! - Filha, a porta está trancada e Êle está escondidodebaixo de um véu, não o poderásver. .. - Ah ! papai, quanto eu quisera ver Jesus! . . . Saindo dali, entraram logo depois num templo protestante, onde não havia nem imagens,nem lâmpada nem sacrário. - Papai, por que não há lâmpada aqui? - Filhinha, é porque aqui não está Jesus. Desde aquêle dia a menina só falava na Igreja Católica. Nunca mais quis entrar nu5 templo protestante,que para ela não tinha iâ nenhumatrativo. Perguntaram-lhe: - Aonde queres ir, então? - Quero ir aonde está Jesus. O pastor ficou confundido e comovido. Compreendeu,como sua filha, que só se pode estar bem onde está Jesus.Havia de f azer-se católico, havia de abjurar sua seita e renunciar a uma renda de cem mil libras, de que vivia a sua família, e verse pobre de um dia para o outro. Não obstante,pai e mãe se converteramao catolicismo,dizendo com sua filha: "Queremosestar onde está Jesus".

30. NUM TRIBUNALREVOLUCIONÁRIO Na revoluçãof rancesade 1793, a igreja de São Pedro de Besançonfoi entregue a um padre cismático.Os padres católicos, porém, fiéis às leis da lgreja, eram presose assassinados pelos revolu,cionários. Um dêstes padres, chamado João, ficara entre seus paroquianos disposto a sofrer tudo por Deus e pela lgreja. Andava disfarçado: botas largas, blusa de carroceiro,lenço grande ao pescoçoe chicote em punho, lá ia pelas ruas visitando as casas de seus paroquianos.Levava pendurada ao cinturão uma caixinha em que se achava o necessáriopara administrar os sacramentos,bem como uma píxide de prata onde guardava o Santíssimo. I

37

II ' .'Ii .I

1.,

lI : i..i.-:

t. i:;+

'

"+eÌ-*b?i}rìii';-1

.r*ìf

';::

I r. ;-.;+à*i,:'**Ér;-*ìq::+1$li;-;::-=Èìifii\-:;-+i5;i-4r*:-<-

ï-rjs,--**ÊÈ

F*

Passaram-semuitos meses sem que a polícia suspeitasse que naquele carroceirose ocultava um sacerdote,Qü€ desempe.nhava seus ministérios.Afinal, um dia, foi descobertoe imediatamenteconduzidoao tribunal revolucionário. - Cidadão,quem és tu? - Sou o Padre João,ministrode JesusCristo. - A lei não te proíbe exercerteu ministério? - Sim; mas Deus mo ordena. - Parece que tens nessa caixinha cartas de correspondência com o estrangeiro? - Não; isso nuncao liz. - ,l![4s,que é que levas nessa caixa? Temendo alguma profanação,e julgando que aquêleshomens nã,ocompreenderiam a sua resposta,disse: - São hóstias. - Estão consagradas?Perguntouo Presidente. - Sim, estão. Passou-seentão um fato nunca visto em tais tribunais.O Presidenteque, sem dúvida, quanclo menino receberainstrução religiosa e no catecismoaprendera o dogma da presençareal, gritou em voz imperiosa: - Cidadãos,estão consagradas:de joelhostodos! Além disso, chamando os guardas,-ordenaram-lhesque o Pe. João até a igreja do padre cisrnáticopara acompanhassem repor o Santíssimo. No dia seguinte,após um juízo sumário,mandaram-lhecortar a cabeçapor ter violado as leis vigentes. 31. ESTOU VENDO OS CHINESES Justo de Bretennières foi martirizado na Coréia a 8 de março de 1866; mas desde6 anos de idade se sentirachamado a ser sacerdotem;ssionário. Era em 1844. Estava Justo brincandocom seu irmãozinho Cristiano de quatro anos e ïaziam buracos no chão. De repente Justo interrompea conversado irmãozinho: Cala-te! cala-te, e, pondo-sea olhar por um daquêles bura'cos,acrescentava:Vejo os chineses,estou venclo os chineses. Vamos tazer um buraco.mais fundo e logo chegaremosaté, êles. Cavemosmais fundo.

38

i!,

*

Cristianoinclina-se,espia e jura que não vê coisa alguma. Justo,entretanto,insistee diz que está vendo o rosto, os trajes, o rabicho.. . Inclina-seoutra vez e diz: - Agora os estou ouvindo. Cristianocorre, chama a mamãee ela tambémnão vê nem ouve nada. Então Justo muito convencidodiz: - Não os ouvis porque não é a vós que êles falam; mas eu os ouço. Sim, mamãe, do fundo do buraco, lá' de longe, me chamam.E é preciso que eu os vá salvar. E foi, na verdade,missionáriofamoso na China e na Coréia. Os inimigosda religião fizeram-nosofrer horrível martírio. No momentode morrer por JesusCristo, disse cheio de alegria: - Vim à Coréia para salvar as almas. Com gôsto moÍro por Deus e por elas.

:

4

32.

ì

GERALDO E A EUCARISTIA Geraldo, quando muito pequenoainda, tinha a felicidade de brincar com o Menino Jesus,QU€,ao despedir-se,lhe dava um pãozinho muito alvo e saboroso. Desde essa tenra idade portava-se na igrelr com tamanho recolhimentoque o tinham por um an]o. Sua piedade verdadeiramenteangélica comovia os corações de todos os que o viam e, certamente,mais ainda, o de Deus. a terna devoçãoaparecenNosso Senhor recompensava-lhe do-lhe, durante a santa missa, em forma visível. Seu coração pareclaentão todo inflamadoe, quando,depoisda comunhãodo sacerdote,o Senhor desaparecia,ficava Geraldo triste e seus olhos enchiam-sede lágrimas. Desde aquela época sentia um atrativo sobrenaturale irresistível pela igreja, pelo augusto santuário,onde Jesus sacramentadoo enchiade delíciasinefáveis. À tarde, onde quer que est:vesse,ao ouvir o sino chamar pafa a visita ao Santíssimo,deixava os brinquedose dizia aos companheiros: - Vamos, vamos visitar a Jesus que quis fazer-se prisioneiro por nossoamor. E era de ver com que fervor e devoçãoo menino ali ficava ajoelhado,imóvel e abismadono s e u D e u s .

1

39 l

Ì:

F-, a '

É

Tinha um desejoimensode comungar;mas, por não ter a idade requerida,não lho permitiarn.Deus, porém, quis satisfazer ao desejo ardente de Geraldinho,que recebeua comunhão miraculosamente das mãos de um anjo. Aos dez anos fêz sua primeira comunhãosolene com o ardor de um serafim; e daí em diante a Eucaristiafoi o pão necessáriode sua alma. Também, não tardou muito, o confessor Ihe permitiu a comunhão diária.

33. NOVO JUDAS

7 i

i

:

:\

um menino, chamado Fúlvio, razia seus estudos num dos principais colégiosde França. Enquanto a mãe o conservousob suas vistas, foi o menino preservaJo dos graves perigos que ameaçamos pequenos;mas no colégio apegou-seFúlvio a dois colegas maus e corrompidoscom os quais vivia em estreita amizade. Bem depressa,poÍ causa dêles,perdeu a inocênciae com ela a paz do coração.Alguns livros imora:s,que lhe deram os companheiros,acabaramde perdê-lo. Aos doze anos foi admitido à prime-ra comunhão; inteIizmente não a tëz por devoção,mas apenas para obedecerà mãe, sem propósito de mudar de vida nem de abandonar às más companhias. Confessou-sesacrìlegamente,calando certos pecadosvergonhosose, assim, com o demônio no coração,com o pecado mortal na alma, teve a temeridadede receber a comunhão. os pais, enganadospelas aparências,julgaram-no bem comportado e mandaram-node novo ao colégio.Fúlvio, porém, por sua indisciplinae preguiçanos estudos,teve um dia de ser severamentecastigadopelo diretor e encerradopor algumashoras na prisão do colégio. chegada a hora de o pôr em liberdade,vão ao quarto que servia de prisão e, antes de abrir a porta, escutamdo lado de fora. . . Não ouvem nada. . . nenhum movimento.. . Bate-se à porta, e ninguém responde.Abre-se, afinal, a porta, e que é que se vê? Ai! que horror! o infeliz rapaz enfoicara-se:estaua morto! Imaginem-seos gritos e gemidos no colégio. 40

i . ì

:E

; - i : , : .

ì ï

aif:ì.

I

.l

l:'

I

Sôbre a mesa foi encontradauma carta, na qual estavamexpressos os sentimentosde uma alma ímpia, desesperada,sacrílega. Tal foi o fim do desditosorapaz, vítima de maus companheiros,e que, tendo pecadocomo Judas,teve tambénra morte de Judas.

:

34. O VALOR DA COMUNHÃO a) Lê-se na biografia do CardealNewman um episódioedificante. Êle, antes de se tornar católico, era protestantee alto dignitário da lgreja anglicanacom um vultoso estipênd:oanual, pago pelo govêrno inglês. -quis Mesmo nessacondição estudar as razõese fundamentos da lgreja Católica;e, conhecidaa verdade,abraçou-aprontamente.Como se sabe, tornou-se um católico fervorosíssimo; preparou-se,fêz-se sacerdotee foi um apóstoloda Eucaristia. ' Antes da conversãoprocurou-oum amigo e disse-lhe: Pensesèriamenteno passo que vai dar; saiba QUe,fazendo-secatólico,o govêrnonão lhe dará mais nada e lhe retirarâ a prebenda Newman pôs-seem pé e exclamoucom ar de desprêzo: - Que é um punhadode ouro, em confrontocom uma coruunhão? E logo depoisfêz-se católico. Aquelaspalavrasmerecemser meclitadas. b) Luísa compreendeo valor da comunhão.Tem apenas nove anos e não pode ir comungarsenãoaos domingosna missa, às dez horas. Sua mãe, temendoque ela adoeçapor ter de ficar tanto tempo em jejum, proíbe-lhe a comunhão.Luísa, usando de esperteza,finge quebrar o jejum, mas, durantea semanainteira, não come nem bebe antes do almôço. - Mamãe, a Sra. me dá licença de comungar amanhã? - N ã o , f i l h i n h a ;a c o m u n h ã oé m u i t o t a r d e . . . v o c ê f i c a r i a doente. - Mas, mamãe,eu passeitôda a semanaem jejum até o almôço e não me sinto mal. . .

4l

'.

--- :a:5:--

r

r:---

F

35. AS CRIANÇAS DÃO BELOS EXEMPLOS a) - SenhorPadre, é verdadeque só as mulherespodem comungartodos os dias? - Quem lhe disse isso? - Ninguém; eu é que penseique nós outros não podemos comungarsempre. Quando soube que também os meninospodiam tazer o mesffio, apresentou-setôdas as manhãs à sagrada mesa. E não f icou nisso: tornou-seum apóstolo,po,isa êle deveu um pobre varredor de rúa, a graça do batismo e da covovô, o munhão antes da morte. b) Preparava-seuma menina para lazer a primeira comunhão. lâ sabia tôda a doutrina e quase tôdas as orações.Um * dia disse: - Mamãe, quisera tazer minha primeira comunhão pela Páscoa. - Não, não pode! respondeua mãe. - Mas por que, mamãe,eu queriatanto. . . - Não; você é muito desobediente. - Ah! é por isso, mamãe?A Sra. verá como não desobedecereimais. Passaram-sequinze dias; a menina parece transformada. Vai ter com a mamãe: - Então, mamãe, não tenho obedecidobem? - Sim; você comportou-sebem. - Bs6, mamãe; agora a Sra. deve deixar-me comungar não é? Êste exemplofoi imitado por outras criançase, na Páscoa, pela primeira vez, houve primeiras comunhõesde crianças precoces,acompanhadasde seus pais que também comungaram. 36. O PASTORZINHOVEIO A SER PAPA Um dia, lá pelo ano de 1530,um frade de Ascoli, na Marca de Ancona (ltália), perdera o caminho. Encontrandopor acasoum pastorzinho,aproximou-sedo pequenoe perguntou-lhe: - Por onde é que Se vai a Áscoli? - ascoli? Sei, sim, senhor. Caminhemosdevagar, a passo de meus cordeirinhos,e eu o levarei até lâ - disse o menino.

42 c

ç :-;, ï::i

:

ì

I l

I I

Pelo caminho iam conversando.O frade notou que o pequeno era vivo, amável e de boa prosa. Foi interrogando-oe soube, então, que era filho de um trabalhadormuito pobre, que morava num casebreali perto, e mal ganhavapara comer.Em vista disso, havia pôsto o filho a cuidar das ovelhase porcos de um vizinho mais abastado.O menino não sabia ler. Entretinha-sea cantar alguns cânticos religiososrQUe lhe ensinara sua boa mamãe. Era tudo. O Írade ficou encantado com o rapazinho e, depois que êste lhe mostrou o caminho e a cidade não muito longe, convidou-o a visitá-lo em seu conventoem Ascoli. O pastorzinho não se Íë,2 rogar. Fol ver o amigo e, daí o seu passeio favorito, quando tinha tempo, era ir diante, em com conveÍsar o frade, seu conhecido. ' Um dia, tendo aprese'rtadoo menino ao superior do convento, perguntou-lhese não era pena deixar sem instrução um e inteligente. rapaz tão desembaraçado O superiorfoi da mesmaop:nião.Era precisoïazer estudar aquêle pastorzinho.Dirigiram-se aos pais, prometendo-lheque se encarregariamda educação de seu tilho. A proposta foi aceita com gôsto. O pastorzinhopassou a moraÍ no conventol em seguida foi a{nitido na comunidade,estudou, ordenou-se sacerdotee chegou a ser professor de teologia. Confiaram-lhe tão bem que o Papa cargos importantes,de que se desempenhou o nomeouCardeal.Em 1585, após a morte de Cregório XIII, o antigo pastorzinhosaiu eleito Papa coÍÌl o nome de Sixto V e foi um dos maiores Pontífices.

37. UMA PRIMEIRA COMUNHÃO E UMA CURA Luís e Zélia Martin, pais de S. Teresinha,tinham uma filhinha chamadaMaria, que se preparavapara a primeira comunhão. Ao mesmotempo a Irmã Maria Dositéia,tia da pequena, estava afetada.de tuberculose.Um dos conselhosmais veementes que Zélia dava à filha era o de arrancar a Deus a cuta da lrmá Dositéia."No dia da primeiracomunhão,repetiaela a cada passo, alcança-setudo o que se pede". A criança assim o ent'endeu.Estudou o catecismocom entusiasmoe lèz uma verdadeira ofensiva de oraçõese sacrifícios.Entava certa do milagre,

43

li

:' 5.

como se já o visse feito. O que ela queria,em sua ingênuateimosia,era, se fôsse necessário, lazer mudar a vontadede Deus. S. José servia-lhede advogado. Chegou,enfim, o grande dia da primeira comunhão:2 de julho de 1869. A pequenitaainda não completaranove anos e meio. Falando da neo-comungante, dizia a mãe: - Oh! como ela estavabem preparada;parecia uma santinha. O Pe. Capelão disse-meque estava muito satisfeito com ela e deu-lhe o primeiro prêmio de catecismo. Maria, após a comunhão,dizia que havia rezado tanto pela tia Dositéia que tinha a 'certezade ser ouvida por Deus. Realmentea tia começoua melhorar:as lesõespulmonares foram cicatrizandoràpidamente.Mais tarde, não sem uma certa melancolia,havia de dizer à sobrinha: - A você é que devo êstessetè anos de vida. A pequenita,por seu lado, atribuía as honras da cura a S. Josée, na confirmação,quis que acrescentassem ao seu nome o de Josefina.

38. NÃO OS AFASTEIS DOS SACR1MENTOS F

i.ì.

t.

1l

!_

Havia em Tolosa (França) uma família pouco religiosa. Como o colégio dos Jesuítasera sem dúvida o melhor da cidade, os pais resolveraminternar nêle seu primeiro filho. O menino, mais dado à piedade que seus pais, começoua freqüentar os sacramentose disso 'tirava grande proveito espiritual. Tendo notícia dêssefato, correu a mãe clo menino ao Diretor do colégioe disse-lhe: Padre, o Sr. está fazendo de meu filho um beato, um carola. Saiba que não quero que êle seja um frade ou um vigário. Não contente com isso, e paía vigiá-lo melhor, mudou-se para a cidade e pôs o filho no colégio como externo.Assim poderia impedir as comunhõesfreqüentes. Pobr,emãe! tinha mêdo que o menino se dessetodo a Deus e que fôsse um cristão fervoroso. Que é, porém,que aconteceu?Eis: pouco a pouco as comunhõesdo jovem foram sendomais raras.. . até que, afinal, nem uma por ano, nem pela Páscoa.. . O mais se adivinhafàcilmente. 44'*

+-

+.!r.-..'-,r.+JaliFÈ-i.*!!S

.!:\t:i.:

.:

|

;tu--'t*--.

tìt'.:

+j---ç-'

i-::5:+\'ïaÉr!i$&

ó,-

A corrupção invadira o coração do rapaz e tomara o lugar da virtude e da piedade. Quandoo percebeua infeliz mãe, correu alvoroçadaa suplicaÍ ao'Diretor que fizesseseu filho voltar à comunhãoe à moral cristã. Mas o Padre deu-lheesta resposta: - Minha senhora,é demasiadotarde; seu filho está perdido. Cumpri com o meu dever; era precisoque a senhoracunlprissecom o seu. E o Padre tinha razão. Não levou muito tempo o desgraçado jovem morreu consumidode vícios horrendose vergonhosos. 39. UMA CURA EM LOURDES mundo, bastavaa sua palavra e, Quando Jesusandava p-relo às vêzes, um olhar seu para curar os doentes e ressuscitaros mortos. A hóstia consagrada,onde se acha ocurto, tem o mesmo poder, quando êle o quer. E' muito notável um caso referido pelo célebrenrédicoDr. Boissarieem seu relatório dos milagres de Lourdes. Margarida de s.:bóia chegou à gruta em estado lastimável: entrevada,metida num caixão como se fôra um cadáver,páiida, sem voz, sem'carnes e, tendo embora 25 anos, pesava apenas 16 quilos. Quando partiu para Lourdes disseram-lheos médicos que não teria mais de 15 dias de vida; e os da gruta não se atrevetam a tocâ-la, porque mal ainda respirava.Nem sequer pensaram em levá-la à piscina,mas contentaram-se de a colocar diante da Virgem ali mesmo. Ao passaro Santíssimo, uma sacudidaforte e irresistívelatirou-a para ïora de sua maca. Quando Margarida se deu conta de que estavade joelhos ao pé da caminha,levantou-sepor si mesma,sem auxílio de uinguém,e gritou com tôda a fôrça: - Estou curada! A mãe, atônita, corre ao encontroda Ìilha quc a abr.açae diz com voz forte: - Mãe, estou curada! No mesmo dia - diz o Dr. Boissarie- entrou e.n-Ìnosso escritório, bem segura sôbre seus próprios pés, embora meio

45

morta pela debilidade.O seu contentamentoera tão grande, a sua alegria tal que nem sentia fraqueza. Dissemosque pesava 16 quilos; poucos dias após a cura pesava já, 44. O crescimentotomou seu curso natural e a estatura aumentou de sete a oito centímetros.Isto na idade de 25 anos! Aqui não se trata de cura, mas de ressurreição.A virtude do Deus da Eucaristiaoperou êste milagre.

40. O MÊDO DO COROINHA S. Pedro, chamado de Alcântara,pelo lugar onde nasceu (1499), entrou na Ordem dos Franclscanoscom a idade de 16 anos. Foi um dos santos mais penitãntese favorecidoscle Deus em seu tempo. S. Teresa de Ávila, que o conheciade perto, conta-nos que S. Pedro passara40 anos sem dormir mais de hora e meia por dia. O Santo não se deitava, mas Ïicava assentado com a cabeçaencostadaa um pau da parede. Essa foi a penitência que mais sacrifícioslhe custou.Além disso, usava horríveis cilícios, passava às vêzes três dias, e atê,o'ito, sem outro alimento que a Sagrada Comunhão.Em visÌa de tudo isso, não é de estranharque se tenha elevado à mais alta contemplação, e Jesus o tenha Íavorecido com inefáveiscarícias,mormentena missa e na sagradacomunhão. Conta-seQü€, em certo convento,o coroinha, que ajudava a nrissado Santo, era um menino inocentee bonzinho.Um dia, ao regressarda igreja, procurouo meninoa sua mãe e disse-lhe: - Mamãe, eu não quero mais ajudar à missa 'do Padre Pedro. - Por QU€,meu filho, não hás de ajudar o Padre Pedro, que é um padre tã'o santo? - Mamãe, ao ajudar-lhe a missa, várias vêzes tenho visto urn meninolindo, muito lindo, nas mãos dêle; e, na hora da comunhão, êle come aquêle menino. Mamãe, tenho mêdo que êle me coma também. A mãe, que conhecia a santidade do Padre Pedro, compreendeulogo o mistério e disse: 46

'iYe.::='I

- Não temas, meu filho; é o Menino Jesus que está na Hóstia.. . Que feliz és tu, que o vês com teus olhos inocentes ! Dali em diante o menino não teve ma:s mêdo e aiudava à missa do Santo com muito gôsto e devoção. 41. ÊSTE MENINO SERÁ PADRE O que vamos naÍrar é um episódioda vida de S. João Bosco. Um dia foi procurá-lo a condessaD. Z. para suplicar-lhequr' abençoasseseus quatro filhinhos. Dom Bosco, sempre amável e amigo das crianças, com muito afeto deu uma poderosa bênção aos pequenitos. A Sra. CondessarQü€ também se ajoelhara, levantou-secerta de que a bênção daquele sacerdote,Qü€ ela consideravaun Santo, atrairia sôbre tôda a família graças copiosasde Deus. Depois, apertando a si os filhos e sabendo,como era notório, que D. Bosco lia no futuro, perguntou-lhe: - Dom Bosco, que será de meus filhos? D. Bosco, gracejando,referiu-sea cada um, a começarpelo mais velho, profetiz4ndo bem a todos. Quando chegou ao úl-sôbre timo, pôs-lhe a mão a cabeça,contemplando-ocom particular interêsse. - Qual será a sorte dêsse,D. Bosco? - Da sorte dêste último não sei, Sra. Condessa,se licarár contente.. . - Diga, pois, o que lhe parece. - Bem! dêstedigo que será um ótimo padre. A estas palavras a cena transformou-sede repente; a nobre dama empalideceu,apertou a si o menino como paÍa livráIo de uma desgraça,e fora de si exclamou: - Meu filho padre?.. . Antes peço a Deus que lhe tire a vida! D. Bosco, que tlnha pelo sacerdócioa mais alta estima, sentiu dolorosamenteaquelas palavras e, erguendo-sepesaroso, despediua condessa. Poucos mesesdepois o filho mais novo da condessaD. Z. lhe eÍa arrebatadopor uma doença fulminante.

47

ÌI

I

42. AMORDE UM VELHINHO

:*:\_ ?.

Um dia estava rezando, diante de uma imagem de Maria, S. Afonso Rodríguez,irmão leigo jesuíta, muito bom e muito santo. lâ era velhinhoe passavalongas horas aos pés de sua boa Mãe do céu. As vêzes punha-sea chorar como uma criança; às vêzes sorria como um anjo. Tinha algum sofrimento?la logo comunicá-loa Nossa Senhora. Sentia alguma alegria? Depressa, ia contâ-la à Mãe do céu. Tentavam-noos demônios?Corria aos pés da Imaculada nem na vida nem na morte. e pedia-lheque não o desamparasse Naquele dia estavaêle a dizer a Nossa Senhoraque a amaua nruito, muitíssinlo,com tôda a sua-alma,com todo o seu coração. E parecia ao santo velhinho que a .l/irgem Santíssimalhe sorria amàvelmente.Ouviu, entim, ou pareceu-lheouvir do fundo de sua alma uma voz que dizia: - Afonso, quanto me amas? E o bom do velho respondeu: - OIha, minha boa Mãe do céu: amo-te tanto, tanto, que é impossívelme possasaÍnaÍ tanto como eu te amo. A Senhora,ouvindo isso, levantaa máo amorosa,dá-lhe uma o leve botetadae diz: - Cala-te, Afonso, cala-te!.. . que estás dizendo? Eu te amo imensamentemais do que tu me podes amar. Eis por que devemos amar a Maria: ama-nos tanto que jamais poderemoscompreender tôda a grandezade seu amor.

43. S E N H O R A ,S Ê D E V Ó S A M I N H A M Ã E Era no mês de novembro.Amarelas e sêcas caiam as fôlhas das árvores, como sêcas e murchas caem do coração as ilusões da vida, quando se aproxima o inverno da velhice. Em avila, numa nobre casa, está agonizandona primavera da vida uma distinta e piedosaseuhora: dona Beatriz Ahumada. Já os sacerdotes,ali reunidos, rezavaÍnas orações dos agonizantes, quando aquela senhora abriu os olhos, olhou ao redor de si e, com voz apagada,disse: - Teresa! chamema Teresa. 48

ri..'

ffiiÌ::E:' - '":

ì

t.

.E

.ï--:

,H

Uma menina de uns doze aÍtos, de singular modéstiae extraordinâria formosura, penetrou no quarto e aproximou-seda cabeceira da mãe agonizante.Esta, fixando a filha, e como se Nosso Senhor lhe revelasseos futuros destinosdaquelamenina, e x c l a m o u :- B e n d i t a . . b e n d i t a !E e x p i r o u . Levantando-se a menina desteitaem pranto, beijou pela última vez aquelasmãos frias e retirou-sea um aposento,onde liavia um quadro de Nossa Senhora penduradoà parede. Ali deixou correr livrementeas suas lágrimas.Depois, erguendoos olhos com inefável ternura e uma fé imensa, disse do fundo da alma estas comovedoraspalavras: - Senhora,eis que não tenho mãe; sêde vós a minha mãe daqui em diante. Aquela menina,protegida da Mãe do céu, veio a ser uma das maioresmulheresda {istória, S. Teresa de Jesus,QU€mereceuas honrasdos altares. Tanto bem lhe adveiopor haver tomado a Maria Santíssima por i\lãe desdeos primeirosdias de sua vida. 44. N Ã O C H O R E S ,M I N H A M Ã E Carlos, menino muito devoto de Nossa Senhora,caiu gravenientedoente.Seus pais, sumamenteaflitos e angustiados,levaÍam-no ao hospital.Chegaramos médicos,examinaramo enfêrmo e disseram: - E' precisooperá-lo; seu estadoé grave. Fizeram-seos preparativose o enfermeirojá estavapronto para dar-lhe clorofórmio, que é um líquido que Ìaz o doente adorrnecere ficar insensívelàs dores da operação,Quandoêle conÌeçoua falar: - Não, respondeu,não quero clorofórmio;garanto-lhesque ficarei quietinho.E dirigindo-seà mãe, que estavaao lado, disse: - ^4sx1fg,dá-me o meu crucifixo; quero sofrer por Jesus. Durante tôda a operação não se queixou nem chorou, mas ofereciaa Deus as suas dores,com os olhos fixos no Crucifixo. Os médicos ficaram admirados de ver tanto valor e coragem num menlno. Desde aquêle dia não pôde articular palavra; fazia-se entender por escrito. Tesc.-lro

I

-

4

49

I

'-=-t 'j

h_

Fr I I

Seu professor,uffi lrmão Marista, deu-lhe uma estampa de Nossa Senhora com ulna inscrição que dizia: "Quent me anla siga-me" como dirigido a si aquêleconvited a E Carlos,considerando Mãe de Deus, escreveu: Mamãe, eu amo muito a Nossa Senhora e quero segui-la. E como a mãe se pusessea chorar, Carlos continuou escrevendo: - Não chores, minha mãe; vou para o céu, onde tezarei por ti e por papai e estarei em companhiade Nossa Senhora; dá-me um abraço. Depois de abraçar sua mãe, a quem muito atnava, Carlos fixou com ternura a imagem de Maria, beijou-a e expirou.

45. DIANTE DA IMAGEM DE MARIA Era Margarida uma jovem de dezesseisanos. Seu pai fôra maçon; sua mãe, nada piedosa.Educaram-nanuma escolaonde não se pronunciavao nome de Deus; mas Nosso Senhoramava aquela menina. De caminho para a escola,ao passar por umá igreja, sentia-seimpelidaa entrar e ali permaneciaalgum tempo q a olhar para o altar. Muitas vêzes e de maneira maravilhosafalou Deus ao coração daquela menina, QU€,às escondidas,chegou a confessarse e a comungar. A falta de religião no lar bem depressaa lêz esqueceressas inspiraçõesdivinas. Não era ffiá, nunca dera escândalo,mas nunca Íezava nem ia à Missa. Só pensavaem divertir-secom as amigas, entregando-secom elas a bailes e passeios.Deus, porém, não permitiu que seu coraçãose manchassecom impurezas. Era o primeiro dia da novenade Nossa Senhorado CarmoAigumasmôças,levandojarros, velase flôres,entraramna igreja' onde ;.a começara novena solene.Margarida, que passavapor sentiu um não sei quê no ali com suas alegres çompanheiras, às disse: outras, e, dirigindo-se coração - Vamos entrar; vamos Ver o que fazem essasbeatas. E entrou.. . Pôs-se diante de Nossa Senhorado Carmo e contemplou-amuito tempo. Não sei o que lhe disseramaquêles 50

a { ' 'l :* .. ì olhos da Senhora; o que eu sei é que Margarida ajoelhou-se, ajuntou as mãos. . . a novena começou,terminou, passaram-se longas horas e ela ali estava imóvel, ajoelhada,os olhos fixos na Senhora e derramava lágrimas, muitas lágrimas.. . E ali 'fôsse ficaria a noite inteira, se o sacristãonão lhe dizer, gritando, que saísse,pois ia fechar a igreja. . . que já era tarde. Aquêle fôra o dia de sua definitiva conversão. Quando, mais tarde, um missionário lhe perguntou o que ïizera naquelaslongas horas, que passou ajoelhada aos pés de Maria, respondeu: - Não fiz mais que dizer-lhe que tivesse compaixão de rnim, me perdoasseminhas graves culpas e, não permitincloque rne tornasseinfiel à sua voz, me dessea graça de começaruma vida tão penitenteque reparassemeus erros passados. Deveu a Nossa Senhorãa graça da conversão. 46. VALOR DIGNO DE IMITAçÃO O Íamoso orador P. Sarabia narra o seguintefato. "Vivíamos então em plena revolução colnunista.As greves' socialistastinham dnvenenadoos nossos operáriose cada dia era maior o número dos que militavam sob as bandeirasvermelhas. Eram muitos e muito ousados.. . porque os governos liberais não defendiamos direitos da ordem e da verdade. Poucas eram as procissões,QU€,naquele tempo, saíam à Íua; e, em algumas regiões,as poucas que saíam raramentevoltavam à igreja em paz sem serem molestadas. Certo dia, em Bilbao, os católicos organizaram uma soleníssima procissão.Tôdas as fôrças católicas,levando suas bandeiras e estandartes,hav;am de subir ao santuáriode sua rainha e Senhora,a Virgem de Begofia. E marchavamaquelas filas intermináveisde fervorososcatólicos, ao som de magníficoshinos religiosos,com a fronte erguida e o coraçãotranqüilo.. . e marchavamcomo quem exerce um direito e representaa verdadee a glória. De repenteouve-se um tiro. . . Houveum momentode confusão.. . Soououtro tiro. . . e logo 'mais outro. . . Não restava dúvida, os terozes socialistas estavam escondidosatrás de alguma sacada e dali descarregavarn suas armas, impunemente,sôbre os católicos.. . Houve um 4'

i :ìl

'{ il

4

:i,

ÌJ

5l

.i --+:

ì*j*tliÈ:f

.!S:**

-,"g

i-;.:i%;.*iri*-Ê.i

*,ê:Érà-nÈìÈA*ÉÊiaì{4,à{ítt,:<**g..-4tfli$èrgei*_-*.

-,:.

.*rt,***r;,+*

,Ì.;

1::

ì



li

Ê momento em que as tilas se cortaram e alguns correram a esconder-senas entradasdas casas.Não foi mais que um instante. Logo se reïizeramos valentesbilbaínos e subiam à igreja à frente da santa imagemde sua Rainha e Senhor a. E não eram poucos os valentes que se metiam pelas ruas e pelas casas à caça dos covardesque pretendiamestorvaro triunfo da Virgem. contudo os tiros aumentavam. . . o alvo preferidoera o estandarte da Imaculadacarregadopela presidentedas Filhas de Maria. . . Estavajá várias vêzesperturadode balas.. . Naquelesolenee trágico momento,alguns moços marianos aproximaram-seda Presidentee disseram-lhe:"euando sibiiam as balas, as mulheresvão para casa ou para a igreja, e os homens ficam no campo de batalha".. . Queriam,pois, que lhes entregassemo estandarteda lmaculada, que êles o defenderiam. Mas as Filhas de Maria agruparàm-seem tôrno de sua bandeira e a heróica presidenterespondeu-lhes:"Levareis êste estandarte da Virgem, quando eu e tôdas as Filhas de Maria tivermosmorrido a seuspés". E os comunistas,encarniçadosinimigos da religião, não puderam impedir que a majestosaprocissãochegasseao Santuário de Nossa Senhorade Begofra. com que carinho de Mãe não as terá- recebido a excersa ! Rainha e Senhora

:i>

r

47. DEVOçÃO A NOSSA SENHORA a) um dia estava o santo cura de Ars em êxtase diante duma imagem de Nossa Senhora.uma pessoaouviu êste diálogo: - Boa Mãe, sabeis que não pude converter tal pecador. Dai-me sua alma, Qüê por ela levarei o cilício durante oito dias. Nossa Senhora r,espondeu: - Eu ta concedo. Há outro filho vosso,muito infeliz, do qual nada pude conseguir. Prometo-vosjejuar por êle muito tempo, se me concederes a sua conversão. - Eu ta concedo,respondeua Virgem. b) ozanam, jovem de 18 anos e quase incrédulo, chegara a Paris. ':i

52

..

L *F*

'19. .{i*-

-'----

a

ÏFì-.lr:j

''

!

.';i

. ., ì ,'! :.i,;

um dia viu num canto da igreja um venerandoancião que Íezava o rosário. Aproximou-se e o observou bem. Era o famoso sábio Ampère. Ozanam fìcou comovido, ajoelhou-see chorou em presençadaqueleespetáculo.Mais tarde costumavadizer: o rosário de Ampèreproduziu em mim ma:s fruto do que todos os sermõese livros de leitura.

49. UM GRANDE DEVOTO DE MARIA o célebrepresidenteda Repúblicado Equador,Garcia Moreno, assassinado pela maçonariaem 1875, era devotíssimode Nossa Senhora. Achando-seum dia entre operáriosirlandeses,que mandara vir dos EstadosUnidos pa:a montar uma serrar:amecânica,interrogou-ossôbre os costumesreligiososde seu país e perguntou-lhesse sabiam algum cântico em honra de Maria Santíssima. os bons irlandesespuseram-selogo a cantar. Garcia Moreno ouvia-oscheio de comoção.Terminadoo cântico,perguntou: - Vós, irlandeses,amais muito a Nossa Senhora? \ - Sim, senhor, de todo o coração,- responderam. - Então, meus filhos, acrescentouo Presidente,ajoelhenlo-nos e rezemosÒ' rosário, a fim de que persevereisno amor e no serviço de Deus E todos, ajoelhados.ao redor do Presidente,rezaÍam,com grande fervor e com os olhos úmidos de pranto, a coroa mariana. Foi na devoção a Nossa Senhora que Garcia Moreno encontrou a fôrça daquela fé viva QU€,diante dos assassinos,lhe pôs nos lábios, como um grito de desafio,a palavra memorável: "Deus não morre!" 49. OS DOIS SOLDADOS Foi na guerra de 1914-18.um soldadofrancêsnarra o seguinte fato: "Nunca me esquecereide um episódio,que eu mesmo presenciei.Atacamos à tarde; depois de algumas oscilações,penetramos na trincheira inimiga, onde iaziam cadávereshorrendamente massacradospelos canhões75.

53

:-:ì1f;5p5i

_

No momentodo novo ataque,uma metralhadorainimiga camuflada abateu alguns dos nossos; eu fui um dêles. Passados os primeiros instantesde terrível impressãopelo ferimento recebido, olhei ao redor. Dois soldados jaziam por terra agonizantes: um alemão,bávaro, louro e muito môço, com o ventre dilacerado,e ao lado dêle um francês, igualmentejovem. Ambos manifestavamjá a palidez da morte; a minha maior dor era de não poder mover-mepara socorrerou ao menossuavizara morte do meu camarada Foi quandoo trancês,com supremoesfôrço,procuroucom a mão alguma coisa que estavasôbre o peito, debaixo do capote. E tirou üm pequenocrucilixo que levou aos lábios; depois, com voz traca, mas ainda clara, Íezou: Ave, Maria. . . Vi então outra coisa. O alemão, que até aquêle momento não dera sinal de vida, abriu os olhos azuis e meio apagados, virou a cabeça para o f rancês e respondeu:Santa Maria Mãe d e D e u s .. . olhou para o seu vizinho; O francês,um tanto surpreendido, seus olharesencontraram-se;o francês apresentouo crucifixo ao bávaro,que o beijou; apertaram-se as mãos nunt trêmito de amor a Deus e à pátria; seus olhos Íecharam-se, e o espíritodesprendeu-se do corpo, enquanto o sol os iluminava através de purpúreasnuvens.. . "Amém, disse,e f iz o sinal da cruz".

50. O SORRISODA IMACULADA Quatro anos após a definiçãodo dogma da ImaculadaConceição,Nossa Senhorase dignou baixar à terra paÍa confirmar dê um modo estupendoa declaraçãodo Papa Pio IX, de santa memória. Foi em Lourdes, na França, que Nossa Senhora apareceu repetidasvêzesà inocenteBernadetee na última apariçãodisse: Eu sou a Imaculada Conceição. Quem refere o seguinteepisódionão é nenhum devoto,nem sequer bom cristão. Êle escreve: "Quandojá se falava muito das apariçõesde Lourdes,acha.va-me em Cauterets,povoaçãopróxima de Lourdes, mais para distrair-medo que para curar-me.Achei graça ao ouvir que a Virgem sorrira para Bernadetee resolvi ir a Lourdes para ver na mentira.Fui a casa dos Soubirous a Vidente e surpreendê-la 54

\ Ì'3\

.\ ';àS****-.,-

=.1ì',

-

n . l

,.4

e encontreiBernadetesentadaà porta cerzindoumas meias. Pareceu-meo seu rosto bastantevulgar; apresentavasinais de enfermidadecrônicaao par de muita doçura.A instânciasminhas contou-meas apariçõescom tôda a simplicidadee convicção. - Mas é vercladeque a Virgem sorriu? - Sim, sorriu. - E como sorria? - A meninaolhou-meconl ar de espanto,e disse: - Mas, senhor, seria prèciso ser a gente do céu para re pet:r aquêlesorriso. Não o poderia repetir para mim? Sou incréduloe não nas creio aparições. O rosto de Bernadetetornou-setriste e severo. - Então julga o senhorque menti? Senti-mevencido.Não, aquelamenina tão cândida não poclia mentir. Ía pedir-lhe desculpas,quando ela acrescenton: - Bem; se o senhor-é um pecador,tentarei irnitar o sorriso de Nossa Senhora. juntou as mãos e um retleA meninaergueu-selentanrente, xo ce este iluminou o seu rosto. Um sorriso clivino,que janrais vi enr lábios mortais, encantouos meus olhos.. . Sorria ainda, quanclo caí de joelhos, vencido pelo sorriso da Imaculada nos lábios da ditosa Vidente. Desde aquêle.lia nunca mais se me apagou da imaginação aquêle sorriso divino. Passaram-semuitos anos, mas a slla recordaçãoenxugou-memuitas lágrimas ao perder minha espôsa e minhas duas f ilhas.. . Parece-meestar só no mundo e vivo do sorriso da Virgem". 51. NÃO IREI DORMIR EM PECADO Quando fêz a sua primeira comunhão,tomou um menino a resoluçãode nunca ir dormir com um pecado mortal na consciência. O seu propósitoera: "Se tiver a desgraçade cair em falta grave, irei confessar-me no mesmo dia e não irei para a cama antes de me haver reconciliadocom Deus". Alguns mesesmais tarde teve a fraquezade cometerum tal pecado.Era sábado,tazia mau tempo e a igreja era distante. Êle dizia:

55

- Amanhã, quando fôr à mlssa, procuraÍero conÌessore me confessarei. Lembra-se,porém, de sua promessae uma voz interior lhe diz: - F aze o que prometeste,vai te confessar.. . Contudo,não se resolviaa ir e, nessa luta, ajoelhou-see implorou o auxíiro de Nossa Senhora,rezando uma Ave-Maria pata que lhe fizesseconhecera vontade de Deus. Apenas ternrinara a sua oraçã,o,sentiu-se mais vivamente impelido a ir confessar-seimediatamente.Levanta-se,corre à igreja e confessa-se. De volta encontra-secom sua madrinha,QU€lhe pergunta de onde venl. - Acabo de confessar-me,diz com rosto alegre e f eliz: cometi un pecadoe não qu:s ir dormir sem alcançaro perdão; agora, sim, tenclo recuperadoa grata de Deus, posso dormir t r a n q ü i l o.. . Sua mãe tinha o costumede deixá-lodormir um pouco mais aos domingos; por isso não ïoi despertá-locedo. As sete horas bate à porta, chama-o pelo nome.. . Não responde.Passa um quarto de hora e o menino não aparece.Chama-ç de novo, mas sem resultado algum. Inquieta,abre a porta, abeira-seda cama onde o filho jaz imóvel; pega-lheda mão, está fria; f ixa-o um instante,dá unl g r i t o e d e s m a i a . . . O m e n i n oe s t a v am o r t o ! E se não tivesseido confessar-se? 52. E N T R E N A À 1 I N H AG U A R I T A ! O veteranocapitão Hurtaux, cavaleiroda Legião de Honra, não era católico praticante; tinha, como muitos homens,certo temorzinhoou respeitohumano de chegar-seà confissão.Muito antes de dar o passo definitivo,gostavade invocar a SS. Virg€ffi, indo ÍezaÍ no santuário de Nossa Senhora em Chartres, onde morava. Um dia, estandode joelhos diante de um grande Cristo na catedral,viu que um sacerdote,QUeo conheciae tinha a franquezade um milítar, se aproximou,bateu-lheno onrbio e disse: - Capitão, pouco adianta estar o Sr. aí a rezar, se náo se põe.na graça de Deus. 56

i.. :.,.

nl

.Ì.

E tomando-o pelo braço, acrescentou: - Entre na minha guarita. o capitão deixou-selevar, têz a sua confissãoe saiu com o rosto radiantee a alma revestidada graça de Deus. Foi desde êsse dia um cristão modêlo: todos os dras tazia a sua hora de guarda aos pés de Nossa Senhora e não se levantavasem lançar um afetuosoolhar para a Mãe do céu. um dia, afinal, já não pôde ir ïazer a guarda e teve Nosso Senhor,sem dúvida acompanhadode sua Mãe, que vir ao leito de morte de seu servo. Recebeuos sacramentoscom fé viva e, ao apresentar-lheo paclrea sagradaHóstia, exclamou: - Senhor,não sou digno. . . não sou digno que venhaisà minha casa, mas sois tão bom! O capitão não se enverqonhavade suas crençasnem dissimulava suas práticas piedosãse sabia tapar a bôca dos que o interpelavam. - Aonde vais? perguntou-lhecerto dia um amigo, ao vê-lo dirigir-se a utna igreja. - Vou aonde tu deveriasir e não tens coragem. Corn êste seu gênio tão simples como firme granjeara o respeitode todos.

t.

53. UM CASTIGO E UMA GRAçA o Sr. Beauveau,marquêsde Novian, deveu a sua conversão e vocação religiosa à Companhiade Jesus a uma vitória sôbre o respeito humano para honrar a Nossa Senhora. Em 1649, estando as tropas alemãs na Alsácia-Lorena,alguns soldados alojados em Novian, depois de haverem bebido enl excesso,puseram-sea jogar. um dêles,depois de haver per.. clido no jôgo, vendo uma estátuade Nossa Senhoracolocadana parede, f:cou furioso como se fôra ela a causa de sua falta de. sorte, e corneçoua golpeá-la proferindo horríveis blasfêmias. Apenas terminara,caiu por terra com um tremor em todo o corpo e dores tão fortes e contínuasque foi impossívelfazê-lo tomar alimento durante quatro ou cinco dias. Tendo a tropa recebido ordem de partir, ataramo infeliz em seu cavalo para que acompanhasse a marcha.

57

Soube-sedepois Qüe, à fôrça de agitar-se, caíra da montaria e morrera no caminho,mordendo a terra e espumandode raiva. Naquela vila falou-se, por muito tempo, do exemplar castigo do blasfemo.Dois anos após, a pedido de um missionário, reso;veu-sefazer um ato solenede reparaçáo.Paru êssefim foÍam àquela casa em procissãoo vigário, o missionário,alguns e o povo de Novlan com o rnarquêsà frente. outros sacerdotes Chegadosao lugar. por mais que o padre chanlassea alguns homens,nenhumse apresentoupara levar a imagemà igreja. inditerençapara com O Sr. Beauveau,indignadocom semelhante movido a levá-la êle mesNossa Senhora,sentiu-seinteriormente mo. Apesar do respeitohumano e de parecer beato aos olhos daquelagente,tomou a imageme levou-acom respeitoà capela do casteloonde, por ordem do Bispo, foi colocadacom tôdas as êste ato de honras.Maria Santíssimanáo tardou a recompensar piedade, pois, segundo declarou êle*mesmo,começouo tnarquês a recebertal abundânciade graças e tão fortes inspiraçõespara a vida perfeita que não só se tornou um cristão ntodêlo,nÌas ainda abraçoua vida religiosa,onde viveu e nlorÍeu santamente.

"54. CASTIGO'DE UM ESTUD.ANTE Dois estudantesperversosiam certo dia pelo caminho que conduz ao santuáriode Nossa Senhorade Ostaker,onde muitos enfermos recobram a saúde, bebendo água da fonte milagrosa. Discorriam ambos sôbre como se divertiriam naquele feriado, quandoum exclamou: - Sabeso que vamos tazer? - Não. - Um milagre; sim, um autênticomilagre. Não te r;as e ouve-me.Vendar-te-eios olhos, tu te tingirás de cego e eu te levarei à tonte. - E depois? - Quando chegarmos,começarása rezar, lavarásos olhos ,coma água,e gritarás que estáscurado, que estásvendo.. . assim pregaremosuma peça aos devotos.Não te parecedivertido? - Sim, ótimo. E quando voltarmos,contaremoso prodígio .aos jorna:s e como se rirão os leitores dêssespobres imbecis 58

È Ë ;, :. Ë :s: ,';. F.

.

i !-:i

"t ! F

è lÌ [:

+

que vão lá, buscar saúde. Falarão de nós e nos tornaremos célebres.. . - V a m o s .. . Assim foram nossosdois comediantes, fazendo cada um o seu papel,até à fonte milagrosa.Como sempre,havia ali muitos peregrinos.Vendo os dois jovens, aproximaraÍn-secom sinais de simpatiacomo lazem os bons cristãoscom os enfermos.Todos se puserama rezaÍ enquantoo jovem ímpio se aproximava da fonte para se lavar. Com o auxílio de seu hipócrita companheiro,tira o pano dos olhcs, fingindo chorar e lamentar-sede seu infortúnio.Toma d a á g u a ,e s fr e g a o s o l h o s .. . À{as,ó milagre! A água produz o efeito! Uma espessanévoa lhe cobre os olhos. Não vê mais nada, está cego! Lança então um grito cle desespêro,chama por sua mãe, conjura a SantíssimaVirgem que lhe perdoe.. . censuraseu companheiro, m u d o d e e s p a n t op , o r l h e h a v e r a c o n s e l h a d o ' a q u em l aa l d a d e . Os peregrinos, espantados,nada compreendiamdaquela cena.Fazem-lheperguntase arrancam-lhes a confissãoda culpa. Nunca se vira emoção semelhanteao redor da fonte; enì vão põem-seos peregrinosem oração para obter o perdão aos miseráveis.Deus não suporla que se zombe de Maria, suâ Mãe: o cego ficou cego.. . Teve êste tantarmopesarde seu crime,que perdeuo juízo e foi terminar num manicômio,onde esperamosque Nossa Senhora, em vista de sua pena temporal,lhe tenha alcançadoa misericórdiade Deus.

55. DEUS ME CHAMA Um missionário Lazarista. falecido na Itália erÌl fins do séculopassado,pregavaretiro a umas jovens cle Constantinopla precisamente nos cliasem que a cólera invadia a infeliz cidade. Na nranhãdo terceirodia, bem cedo,viu o missionáriochegar uma das jovens retirantes,que lhe disse: - Padre, desejo confessar-mee ïazer uma boa comunhão esta manhã. Depois da missa lhe direi o motivo. Comungoucom singularesmostrasde fervor. Depoisda ação de graças veio dizer-me: 59

.t, .14:

t' I

It I'

--

aÈ.-+-.,.-'. n:t.

.

!

-

. .i;.#:':=.'i-.' . -r*-'{

- Padre, esta noite, passei-a acordada e tive a sensação de que chegara para mim o momento da morte e minha alma, separadado corpo, era levada por meu anjo da guarda ao tribunal do soberano Juiz de que Jã não era o Salvador tão bom e misericordioso, tantas vêzes nos falam os padres,nlas um juiz inexorável.Iam chegandode tôdas as partes do muncloinúmerasalmas; muitas iam para o inferno, bastantes paÍa o purgatório, muito poucas diretaspara o céu. Perturbada e atemorizada,levantei os olhos e - ó felicidade! - minha boa Mãe, a Imaculada,ali estavaa olhar para mim com uma doçura infinita. Animada cont esta vista, clo tundo do meu coração saiu o grito que repetia muitas vêzes na terra: "Boa Mãe, Mãe do Perpétuo Socorro, socorrei-me,salvai-me!" Estava eu aos pés do tribunal de Deus e a minha sorte eternaia decidir-senum instante. De repente,uma voz melodiosa,como nenhumaoutra da terra, se fêz ouvir: - À{eu Filho, esta é minha filha. Então Nosso Senhor, voltando-se para sua gloriosa Mãe, disse-lhe com inefável carinho, que não se pode exprimir em linguagemhumana: v - Pois é vossa: julgai-a Vós. E por todo juizo a Rainha dos Santos abriu-me os bra!. . . e ços eu me retugiei nêles. Era teliz por tôda a eternidade jovem. esticomo se ainda rosto brilhava Seu Calou-sea vesse vendo aquela visão celeste. O missionário,mais impressionadodo que deixava perceber, pregou naquela manhã sôbre a necessidadeda preparação para a morte. Apenas havia terminado,vieram chamá-lo com tôda a urgência; uma das jovens que assistiamao retiro acabavade cair de cama vítima da cólera. Naquelecorpinho,que se retorcia com a violência da doença,reconheceuêle a jovem da visão. - Padre, eu bem lhe dizia, Deus me chama! E duas horas depois,com um sorriso celestialnos lábios, sua alma voava para a glória, repetindo pela última vez sua jaculatóriafavorita: - Minha Mãe, Mãe do PerpétuoSocorro,socorrei-nte!salvai-me! 6C

I

ì' ç, È IE

-_

.

'1ì I

,

.'tl'.l i ' .lJi , . I :

ìr

t" t.:

ì !.

56. UM SACRISTÃOE UMA VOZ MISTERIOSA Na pequenacidade de Ostra-BraÍna,Polônia,hâ uma bela igreja ottde,há séculos,se vcnera uma devotainagem de Nossr Senhoradas Dores. No mês de março de 1896, um forasteiro,falando polonês com sotaquerfisso,apresentou-se ao sacristãocom do-s grossos círios, clizendoque queria ardessemdiante da milagrosa imagem até se acabarem - Fiz promessa que fiquent acesosaté amadisse nhã depois da missa sem que se apaguem.Tenho um grande negócio,que amanhãse há de decidir e só me resta êste.tempo para recomenclá-lo a Nossa Senhora.Se quiser, irei junto pata colocáìos na igreja. - Eu o farei com gôsto - replicouo sacristão- mas o caso é que, quando se deixam luzes na igreja, tenho de passar a noite lá, por temor de um incêndio. - Sei disse o desconhecido lllas por êsse seu trabalho dou-lhe agora mesmo dois rublos. A filhá do sacristãopreparouao pai a ceia e roupas quentes e o russo foi com - êle acenderos círios, rezou alguns minutos e toi-se embora. O sacristão,uma vez sòzinho, tocou as Ave-Marias,fechou as portas, rezou sua oração da noite, sentou-senuma cadeira, na sacristia,e logo começoua cochilar. De repenteouve uma voz que lhe grita: - Apaga, apaga os dois círios! Assustado,levanta-se,olha pata todos os lados e não vê ninguém.Julga ter sido um sonho e torna a dormir; mas, pouco depois, desperta-oa mesma voz misteriosa: - Apaga, apagaos círios! Como não vê ninguém, para acabar com aquêles sonhos, acha que seria melhor apagar as velas; mas, lembrandode sua promessae do dinheiro recebido,pôs-se a rezar o rosário até que, vencido pelo sono, adormecepela terceira vez. Desta vez a voz desperta-ocom mais tôrça: - Apaga, apaga depressaos círios. Convencidoafinal de que a voz vinha do alto, apaga os círios e fica tranqüilo. Ao romper do dia toca as Ave-Marias, prepara o altar païa a missa e começama chegar os fiéis e

lr t-

i l 1 t

ì. :ì ì : !.

; q

':'

i: a '

Ì

- - - . - =i

r;'

ìì : \ 1

i l

Ì i

!

i, {

"..t'

6l

It '

I

I:

_ì -;

tambémsua filha. Esta, terminadaa missa,perguntaao pai por que apagara os círios. Inteirada do que acontecera,após a saída dos fiéis, levaram o+ círios para examiná-lo,pois notaram que eram de um pêso extraordinário. O pai com uma ïaca foi rasgando a cêra e no meio virr que o pavio penetravanum tubo de ferro. Suspeitandouma armadilhasacrílega,puseramos círios num barril de água e foram cfepressaavisar ao vigário e ao delegadode polícia. DescobriÍam,então, que os dois tubos estavamcarregados com dinamite e calculaclospara explodir precisamenteà hora da missa. Intagine-sea gratidão dos habitantesde Ostra-Brama para com Nossa Senhorapor os haver l:vrado, com sua intervenção clireta,do horrível atentado. 57. SALVO POR NOSSA SENHORA Um jovem seminaristafrancês, por instigação de um parente, abandonoua vocação. Seus pais e Jnestre5 fizeram tudo para abrir-lhe os olhos e segurá-lo.Obstinou-see partiu para a capital, onde conseguiuótima colocaçãoe ganhavabom dinheiro. Desgraçadamente seus maus amigos o arrastaram aos víclos e cle suas práticas religiosassó conservouo "Lembrai-Vos", que tôdas as noites rezava em louvor de Maria Santíssima. Ao cabo de alguns anos perdeu a colocaçãoe caiu na mais profunda miséria; e, como já não contavacom o auxílio da reIigião, entregou-seao desespêroe resolveuacabar com a vida. Ia iâ lançar-se ao rio para afogar-se, quando, poÍ inspiração singular,quis antes rezaÍ o seu "Lembrai-vos"a Nossa Senhora. A j o e l h o u - se r e z o u . . . Ao levantar-se,um terror estranhose apoderoudêle: parecia-lhever um abismo aberto e fogo abrasadordiante de seus olhos; em sua mente agitada pelo remorso começavama despertar as recordaçõesda infância. Percebeuque um passo apenas o separava do inferno. Fugiu atemorizado pelas ruas de P a r i s , s e m s a b e r a o n d e i a . . . A o a c a s o ?N ã o . N o s s a S e n h o r a guiou-lheos passosaté uma igreja, em que entrou arrastadopor uma fôrça invisível. 62:

ì

Uma grande multidão de fiéis Íezava em siiêncio diante da imagem de Maria adornada de luzes e flôres. O infeliz sentiu pouco a pouco renascersua confiança.Viu que entravano confessionárioe foi ajoelhar-seaos pés padre um pároco de Nossa Senhora o Era VenerávelP. Desgenettes, dêle. clas Vitorias. Entretanto,o rapaz não tinha intençãode confessar-se;queria sòmentedesabafarseu coraçãoe contar a história da sua vida e de seus desvarios. O padre recebeu-ocom a bondadee doçura de uma mãe e' quandoêle terminousua relação,disse: - Meu filho, quero completara sua historia. Faz poucos mesesum bispo estêvepregando nesta igreja e recomendouàs oraçõesdos fiéis um jovem, a quem queria muito, e que andava perdicloem algurna parte desta capital. O pecador,entre lágrimas e soluços,ocultou o roslo entre as mãos. O pároco ouviu-lhe a confissão preparou-o para uma Íervorosa comunhão,restituindo-lhea paz da alma. o jovem reparou os escândalosque dera, indo pedir perdão a seus pais, mestrese ao bondosoprelado e, por fim, entrou numa Ordem reiigiosa para lazer austeras penitências.

L

!

58.

NOSSASENHORAE O FAMOSOCAçADOR

ï

Certa manhã,,pouco antes do almôço, descia do trem em Lourdes um senhoraço,completamenteindiferente, que mal Se resolveraa acompanhara espôsa e a filha ao balneário. Não pensavaem demorar-seali mais que o tempo que medeia entre dois trens: era tudo o que conseguiramalcançar dêle a espôsa e a filha. Apenas lâ chegadas,correram aS duas à gruta para rezar pelo cheïe da família, que tanta pena lhes causava por sua irreligião. Êle, porém, mais preocupadocom o estômagodo que com a alma, foi à procura do melhor hotel e, chamandoo garçon' disse: - Enquanto espero minha senhora e minha filha prepare para nós três um bom almôço. - Deseja o Sr. comida como de sexta-Íeira? - Como? De sexta-feira? iT

63

1 1

È

i

,ttz

Ì t - E' que hoje é dia de abstinênciae quase tôda gente o guarda, pelo menosaqui. - Que me importa o dia? diz o livre-pensador. Ora essa! O almôço tem que ser substancioso,e demaissou caçador,quero carne,ouviu? O garçon inclinou-serespeitosoe deu orcl em ao cozi nhei ro de prepararbife, frango, etc. Acendendoum bom charuto, o nosso homern dizia cle si para si: - Não hão de dizer que não vi a famosa gruta. lrel ver aquilo. Chegoula muito antes que as duas senhorastivessemterminado suasvisitasà gruta, à basílicae à cr:pta,em tôda a parte rezando e suplicandopor seu querido rebelde.. . Quando chegaram de novo à gruta, Que surprêsa!lá estavao homem ajoelhado, chorandoe rezandocom todo o fervor. Era êle? Quase não podiam cÍer. Sim, era êle mesmo.Não se atreviama falarlhe, mas êle logo que as viu exclamou: - Sim, sou €u, Íezo e choro. Quereissaber como se deu isto? Não sei explicar.Somentesei que v:m sem pensarem nada, mas, achando-mediante desta imagem,uma emoçãoinclescritível se apoderoude mim. Caí de joelhos e, ao ver um padre, perguntei-lhe se podia me confessar.Atrás do pequeno altar da gruta {iz minha confissão.Oh ! como sou feliz! Ficaremosaqui hoje e amanhã comungaremos. Não foi o único a derramar lágrimas; os três choravant e davam graças a Nossa Senhora.Ao chegar ao hotel, e vendo o salão repleto de gente, exclamou: - Srs.,eu sou o famosocaçadorN. N. Quandochegueiaqui ainda era um ímpio; agora tendes aqui um homem que acaba de confessar-see vai comungar amanhã. - Carçon, ponha para nós almôço de sexta-feira... Que surprêsa para todos os assistentes! Desdeaquelasexta-feirao Sr. N. N. foi um cristãofervoroso!

i

L

t r

:r

59. O R O S Á R I ON O S P E R I G O S b ïaz bastante tempo, deu-se na cidade de Cartago, na república de Costa Rica, um terremoto táo violento que a destruiu quase por completo. 64

l.

ã

* lf

----\ F\-+#-4{

:t

A Revista "América", dos Jesuítasde Nova York, narrando os pormenoresda pavorosacatástrofe,chamou a atençãodos leitores para o fato seguinte: D. EzequielGutiérrez,que fôra presidentedaquelarepúrblicã, no momento do cataclismo,achava-seem sua casa rezando o rosário acompanhadode tôda a sua família. Algumas pessoas qu:seraminterrompera reza e fugir para a ïr7a,mas o chefe obrigou-asa ficar até terminar o rosário. Acabada a oïação,saíram à rua e qual não foi o assombro de tôdas ao verem as casas convertidasent ruínas. Em tôda a redondezanenhum edifício ficara intacto; a desolaçãoera coÍnpleta; sòmentea casa do ex-presidente não soflera nenhumdano, nenl sequerum abalo. EvidentementeNossa Senhora a tomara sob a sua especial proteção,porque ali se Íezava o seu rosário. 60. O SENHORAMA A SUA MÃE? Foi um'valente soldado o cabo Pedro Pitois, que lêz essa pergunta a Napoleão. Pedro estava semp.rena primeira linha de combate,não temia as balas inimigas,e, a 6 de julho de 1809, na batalha de Wagiam, ainda pelejouvalorosamente. Depois desapareceu.Desertarado exército.. . Não denloroumuito toi prêso e conclenadoà morte. - Tu, um dos mais valentes,por que fizesteisso? perguntavam-lhe os compauheiros. Não nre arrependo- respondia- não ïiz mal. . A meia-noite,na vésperada execução,um oficial entrou na cela cle Pedro. Era Napoleão disfarçado e o prêso não o reconheceu. Tomando-o pela mão, o Imperador disse-lhecom carinho: "Amigo, eu como oficial sempre admirei o teu valor nos combates. Agora venho saber se tens alguma recordaçãopara tua família, que a enviarei depois da tua morte. - Não, nenhuma. Não queresmandar um adeusa teu pai, a teus irmãos ou . _: irmãs? - Meu pai é falecido; não tenho irmão nem irmãs. -Eatuamãe? Tesouro I -

5

65

---

--*'-""'-1--._

- *..---|#

- Ai! não a nomeie,porque,quando ouço nomeá-la,tenho vontade de chorar e um soldado não deve chorar. - Por que não? replicouNapoleão.Eu não teria vergonha de chorar ao lembrar-mede minha mãe. - Ah! o Sr. quer bem a sua mãe? Vou contar-lhetudo. De tudo que existeno mundo,nada amei tanto como minha mãe.Quandoparti, deu-mesua bênçãoe disse-me:"Se me amas, cumpre o teu dever". Nas batalhas,diante das balas, sempÍeme recordeide suas palavras.Não tinha mêdo algum. Um dia soube que estavagravemente enfêrma; pedi licença para ir abraçá-la pela última vez e. . . não me deixaram partir. Recebi,afinal, a notícia de que falecerae pedi licença para ir vê-la ao menos morta. Segundavez me disseramque não. Não agüenteimais: era precisoir depositaruma flor ao menos sôbre a sua sepultura.Fui, chorei e recolhi esta flor de miosótis que âqui trago sôbre o meu coração.Morrerei amanhá,mas a morte não me amedronta. Napoleão,depoisde algumaspalavrasde consôlo,retirou-se grandementecomovido.No outro dia foi o prêso conduzidoao lugar do suplício. Estando a guarda para disparar, chegou o Imperador a cavalo, poupou a vida a Pedro Pitois e nomeou-ooticial. - Amais a vossa mãe do céu? certamentecom S. Estanislau:"Como não a Respondereis hei de amar, se é minha Mãe?" E ela vos diz: "Cumpri o vossodever,e eu vos alcançareia perseverança, a graça final". 61. A DEVOçÃO A MARrA DÁ VALOR Muito tempo laz encontrava-seentre os religiosostrapistas de Sept-Fonts,na França,um irmão leigo, muito velho e enfêrmo, que tinha semprena m'aoo seu rosário.Era o irmão Teodoro, o qual outrora fôra um soldadovaloroso. Quando em l8l2 o exército francês, vencido, voltava da Rússia,a coluna de Teodoro,extenuadade cansaçoe de fome, encontrou-se em frente de uma bateria russa que barrava o ca* rhinho de fugida. Um verdadeirodesespêrose apoderoude todos: o fi c i a i s e soldadosatiravamsuas armas ao solo. Que fazer? Era no rigor 66

k,,

Ë,ì .:

do inverno e haviam caminhadolongas horas sôbre a neve e 9 gêlo. Que ïazer? Voltar era impossível.Ir adlante? Ali estava a poderosabateria inimiga. Permhnecernaquelepôsto? Era condenar-sea morrer de frio e de inanição. De repenteadianta-seum oficial: - Venham comigo os valentes! . . . Coisa rara nos anais de nossasguerras: nem uma voz respondeu. Engano-me.Um só homem,um Só, o irmão Teodoro, saiu da fila, dizendo: Irei sòzinho,se o Sr. quiser. Dizendo isto, tira a mochila e o fuzil e ajoelha-sena neve, persigna-sediante de todos e Íeza uma dezenado rosário com fervor coffiç nunca. Toma novamenteo fuzil e, de cabeçabaixa, lança-sea passo de carreira,com tanta confiança como se dez t' rnil homenso seguissem. Estava para alcançar a bateria inimiga, quando os russos, crendo que os francesesqueriam apanhá-los pelas costas, enquanto se ocupassemde um só inimigo, abandonaramsua peça e bagagem e fugiram. Dono do campo, disse nosso herói com admirável naturalidade: - Eis ail part sair de apuros, nã,ohá coisa melhor do que rezar o rosário O oficial entusiasmadocorre para êle, tira sua própria Cruz cle Honra e pendura-a ao peito do jovem, exclamandocom létgrimas nos olhos: - Valentesoldado,tu a merecesmais do que eu! - Comandante(respondeuTeodoro), náo tiz mais do que o meu dever. Cinqüenta anos mais tarde, com seu hábito de trapista, quando, no mais rigoroso inverno, passavaa maior parte do dia de joelhosrezandoo rosário,gostavade repetir: - Não faço mais do que o meu dever! 62. SALVO PELO ROSÁRIO Era em maio de 1808. Os habitantesde Madrid tinham-se levantadocontra o intruso José Bonaparte,que usurpara o trono closBourbons. 5i3

67

Os insurretos, cheios de ódio contra os franceses,matavam sem piedade os soldadosque podiam surpreendernas ruas e nas casas. Certa manhã encontrou-seo célebre Dr. Claubry com uma turba de insurretosque, pelo seu traje, viram que pertenciaao exército invasor. O Dr. era grande devoto de Nossa Senhorae pertenciaà Confraria do Rosário.Naqueledia mesmo receberaa comunhão numa igreia dedicadaa Nossa Senhorae voltava tranqüilamente paÍa casa. Quando percebeuo perigo, levantou as mãos ao céu e invocou os santos nomes de Jesus e de Maria. Já estavam prestes a matá-lo, acoimando-ode renegadoe ímpio, quando uma feliz idéia lhe passou pela mente. - Não, disse, não sou intiel nem blastemo e se querem uma prova, vêde o que tenho comigu. E mostrou-lheso rosário que estava rezando. Diante disso os assaltantesbaixaram imediatamenteas aÍm a s ,d i z e n d o : - Êste homemnão pode ser mau como os outros, pois reza rosário. o Precisamentenaqueleinstante,como que enviado por Nossa Senhora,surgiu ali o sacristão da igreja egt que o Doutor comungara e, vendo-o cercadopelos insurretos,gritou bem alto: - Não lhe façam mal; é devotode Nossa Senhora;eu o vi comungar esta manhã em nossa igreja. Ouvindo isto, os agressoresacalmaram-se,beijaram o crucifixo do rosário de Claubry e levaram-noa um lugar seguro. à sua pátria, o piedosoDoutor publicou o favor Regressando recebidoe continuoutôda a sua vida rezandoo rosário.

63. ÚLTIMA AVE.MARIA, ÚLTIMO SUSPIRO! Achava-senum asilo de velhos um antigo soldado que, apesar de sua vida de casernae acampamento,se conservavadócil e acessívelàs verdadesreligiosas. Um sacerdote,QUÊo visitava com freqüência,falou-lhe da devoçãodo rosário e ensinou-lheo modo de rezâ-lo. Deu-lhe a Irmã um rosário e o velho militar achou tamaô8

" rìgR

nho consôlo em rezâ-lo, que sentia muito não o ter conhecido antes, dizendo que o teria rezado todos os dias. Irntã, (perguntouum dia), quantosdias há em sessenta anos? - A lrmã têz o cálculo e respondeu: - 21.900dias. - Irmã, e quantosrosáriosteria eu que Íezar cada dia para, em três anos, chegar a êssenúmero? - 20 cada dia, disse-lhe a lrmã,. Daí em diante viam-no, dia e noite, com o rosário na mão. Após três anos de sofrimentos,suportadoscom grande paciência,chegou ao seu último rosário. Ali o esperavaa morte, pois não viveu nem um dia nem uma hora ma:s. Ao terminar a última Ave-Maria, deu o último suspiro,entregousua alma_a Deus.

64. U À { P E C A D O RS E C O N V E R T E Diz S. Brígida que "assim como o magnete atrai o ferro, assim também Maria Santíssimaatrai a Deus os corações".E' um fato. Um dia foi S. Francisco Regis chamado para. um entêrmo que não queria de modo algum preparar-separa a morte. O inleliz negava-sea aceitar os socorros da religião, sabendo embora que o seu fim era iminente.Convencendo-se S. Franciscode que os. meios humanoseram inút'eis,tirou de seu breviário uma imagem de Nossa Senhorae, mostrando-aao enfêrmo, disse: - Olha! Maria te ama. - Como! - replicou o pecador,como se acordássede um sonho - então ela não me conhece. - Mas eu sei que ela te ama! tornou o santo. - Então ela não sabe que renegueia minha fé e desprezei a minha religião? - Sabe. - Que insultei a seu Filho e calquei aos pés o seu sangue? Sabe. Que estas mãos estão manchadasde sangue inocente? Sabe. Padre, o Sr. talg a verdade?

69

--

- Sim; passarãoos céus e a terra, mas a palavra de Deus não passará. Sabe; pois, que Deus disse outrora e te diz hoje ainda: "Fiiho, eis aí tua Mãe!" - Uma mãe, que me ama! . . . murmuravao pecadorentern e c i d o ;m i n h a m ã e , m i n h a . . . e c o p i o s a sl á g r i m a sb r o t a v a md e seus olhos. Eram lágrimas de sincero arrependimento,verdadeira dor. Fê,2imediatamenteuma confissãodolorosa e contrita de tôda a vida. Recebeucom visível fervor a sagrada comunhão. Alguns dias depois,teliz e cheio de contiança,expirou no amor de Deus a quem fôra atraído por Maria. 65. E S C A P A R A MD A G U I L H O T I N A Foi em Paris, na época mais triste da RevoluçãoFrancesa. Para alguém ser prêso e condenadoà morte, bastavaque o acusassemde monarquistaou católico intransigente. Também os pais de Júlia Janau, uma criança de I I anos, Íoram presospor causa de sua religião. Júliar eüe ficara só com uma velha criada, chorava dia e noite, temendo pela sorte de seus pais. Em sua grande aflição rezava contìnuamenteo rosário à compassivaMãe do Céu para que salvasseseus pais. Essa devoção do rosário ensinara-lhesua boa mãe, d:zendo-lheque, em recorressea Maria com muita contodo o perigo e necessidade, fiança e seria socorrida. Estava a menina ajoelhada, rezando o seu rosário, quando um representantedo partido revo'lucionáriopenetrou na casa à procura de mais alguma vítima para a gu:lhotina. À vista daquela criança, inocentee tímida, o carrascosencomov:do.Dirigindo-seà pequena,pertiu-se inexplicàvelmente guntou: - Que estásfazendo? - Estou rezandoo rosáriopor meus pais. - O rosário?... - Sim, para que reconheçamque êles são inocentes. Ao pronunciar essaspalavras copiosaslágrimas corriant-lhe dos olhos. Soluçando,ergueu, suplicante,as mãozinhasao revolucionário que estava sèriamentecomovido.Num gesto de mansidão e de bondade,que havia ntuito não sentia, inclinou-sepaft 7A

* .""r[Èì*,

i,,i: !Ë&..ìgF

a pequena de cabelos louros e, colocando-lhea mão sôbre os ombíos, perguntou: - E acreditasque a tua oraçãoajudará? - Sim, foi a firme resposta- porque minha mãezinhamo ensinoue minha mãezinhanão mente. O coraçãodaquelehomem rude e mau, enternecidodiantc de tamanhainocênciae confiança,sentia iá uma terna compaixão pela criança. - Achas, boa menina,que teus pais são inocentes? - Acho, sim; êles nunca fizeram mal algum. - Pois bem; verei o que se poderâ fazer por êles. - Obrigado, senhor, por essa promessa.Ah ! salvai nleus inocentespais; restituí pai e mãe a uma pobre criança abandonada. A grande confiançadv Júlia no poder da Rainha do Santo Rosário ficou gravada no coração daquele revolucionário;e como gozava de muita inlluência no tribunal, conseguiuque os acusadosfôssemabsolvidose restituídosà sua inocentefilhinha. QUÊ,pela devoção a Maria, os livraria da morte. 66. O S T R Ê S D E G R A U SD A F Õ R C A Era no tempo da famosa rainha Isabel que governoua Inglaterra de 1558 a 1603. Foi uma rainha cruel e mandou matar fria e injustamentea muitíssimosde seus vassaloss:mplesmente por serem católicos convictose fervorosos. Entre as inúmerasvítimas de seu ódio satânicoestavaloão Post, natural de Pereth (Cumberland),grancledevoto da Mãe de Deus. Ainda na hora trágica da morte deu prova desta sua devoção. Foi assim: Ao ser conduzidoà fôrca, enì presençade inúmeíos espectadores, ajoelhou-seno primeiro degrau da tôrca e rezou em voz alta: "O anjo do Senhor anuncioua Maria; e ela concebeudo Espírito Santo". E rezou logo em seguida uma Ave-Maria. Subiu, depois, ao segundo degrau e rezotl com voz forte: "Eis aqui a escravado Senhor; faça-se em mim segundoA V O S sa palavra. E rezou outra Ave-Marla.

7l

Subiu, enfim, ao terceiro degrau, que era o último do cadafalso, ajoelhou-sepela última vez e Íezou: "E o Verbo de Deus se fêz homem e habitou entre nós". Rezou a terceira AveÀ{aria, encomendando-se fervorosamentea Nossa Senhora. Entregou-seentão ao carrascoe sofreu heròicamenteo martírio, sendo enforcadopor causa de sua fé inabalávelem Jesus Cristo e na santa Igreja Católica. Meu irmão, também nós estamoscondenadosà morte. Toclos havemos'de morrer. Pode-se dizer que nos aproximamos dela, subindo também três degraus: um pela manhã, outro ao meio-diae o terceiroà tarde. Irnitemoso exemplo dêssesanto mártir, rezandotrês vêzes ao clia, como é costumeentre os bons católicos,o "Anjo do Senhor". 67.

SÃO JOSÉE A PRIMEIRACOMUNHÃO O célebrePe. Leonard, grande missionáriona |tár\ia,chorava tôda vez que tinha de pregar um retiro de primelra comunhão. - Mas, Padre, que é que tem o Sr.? perguntavam-lhe. - Ah! não sabeis (respondia) que se p-reparampara o dia da prirneira comunhãovários calvários, onde Jesus Cristo será de novo crucificado?Nada mais comum do que êste crime entre os nteninos.Não sabeis que muitos ocultam seus pecados na confissão;outros se confessammal; outros não têrn arrependimento; outros, enfim, não compreendem a grandezado ato que vão tazer? Por pouco que se ame a Deus, é impossívelnão chorar e não sentir horror de semelhanteatentado. Inrpressionadocom estas palavras, um piedoso Diretor de Colégio mandava ÍezaÍ todos os dias do mês de março para que nenhum dos alunos cometessetão horrendo pecado. Nove dias antes da comunhãodeviam fazer uma novena a S. José, a fim de que todos se preparassembem para a primeira comunhão e não se encontrassenenhumJudas entre os mesmos.Certa vez, no últ:mo dia da novena, véspera da primeira comunhão, um menino muito sobressaltadoveio cedinho à procura do confessor, dizenclo-lheantes de conïessar-se: - Padre, a noite passadanão pude dormir. Parecia-mever S. José, que, irado, me dizia: "Infeliz, pedem-meos meninos 72

i. lÈiu"-**,:-

!.-,

.,:';'!i-jf

_'

que não haja entre êles nenhum Judas e tu queres ser um, pois ocultaste teus' pecados de impureza". . E' por isso que aqui estou para reparar tôdas as minhas confissões sacrílegase dizer-lhetudo o que tenho na consciência. 68. A ESTÀTUAZINHA DE SÃO JOSE Dois calroceirosestavamcarregandosuas carroçascom os escombrosde um casarãoque fôra demolido.Eram bons e honrados, mas, em matéria de religião, completamenteindiferentes: e ignorantes.De repenteum dêles tirou com sua pá do montão cle entulhouma estàtuazinha de S. José. - Toma - disse ao seu companheiro- utïl deusinho.. . - Não o quebres: isto te traria má sorte. - Tu crês em contos de avòzinhas? _- E' melhor que mo dês, pois, embora não sendo muito de igreja, prefiro levar um santinho para minha casa a atirá-lo no carro. Isso me sairia mal depois. Tens razão, replicou o outro, lernbrando-selalvez do t e m p od e s u a p r : m e i r ac o m u n h ã oé: m e l h o rl e v á - I o . . . Passaram-seaffos. o carroceiro era iâ um velho inválido, estendidonum leito de madeira carcomida.No quarto, duas cacleiras desconjuntadas,uma mesinha cabaleantee uns pedaços de cobertores.Acabava seus dias na miséria.A seu lado uma netinhade treze anos.. . - Vovô, o Sr. quer, eu vou chamar o padre que nos dá catecisnro;êle é muito bom. Não, filha, ainda não estou tão mal. . . E' sempreassim.Os pobrezinhosnunca julgam estar muito mal. Mas S. José cuidou dêle. - Mariazinha, traga-me a estátua de S. José que está a l i . . . e l a q u e r m e f a l a r . . . e u a o u ç o .. . - Pobre vovô! a febre devora-o. . . Põe-lhe nas mãos a imagem de São José e põe-se a chorar. Parece-lhechegadoo momentode insistir: - Vovôzinho,o Sr, quer talar com o vigário? Êle é tão bom. o S r . o c o n h e c e... - Falar? ïalar é coisa muito vaga; diga-lhe que quero confessar-nie,ouviu?

73

+':=

ì - Obrigada, meu S. José. Salvais a quem vos respeitou; obrigada, obrigada, dizia a menina,correndoem busca do padre. Reconciliadocom Deus, e beijando a estàtuazinha,dizia às pessoaspresentes:- Não vos esqueçaisde Deus, dos deveres religiosos,da missa aos domingos. Eu náo tazia nada disso e estou arrependido.S. José me salvou. Alguns dias depois o velho carroceiromorria santamente abraçado à estàtuazinhado seu grande benfeitor S. José. 69. A P O M B A M E N S A G E I R AD E S Ã O J O S É Há acontecimentos que parecemnovelas:que os nossosleitores tomem-nosa seu gôsto. A Íamília do Sr. B. . . sua espesae uma filha, Josefina,de 20 anos, havia gozado em N. de uma bela fortuna; mas, a enfermidade do pai e alguns maus negóciosa haviam obrigado a viver só do trabalho da filha. A môça era inteligente,enérgica,alegre e, o que é mais, piedosa. Um dia, porém, voltou para casa com uma notícia triste: não quiseram pagar-lhe as costuras,e comunicaram-lhe güe, por algumas semanas,não haveria trabalho. confia, não Que fazer? Que comer? Mas ela não d*esanima; nos homens,mas no paternal auxílio de seu poderosopatrono S. José,cuja festa será celebradano dia seguinte. Senta-se,escrevenum papelzinhoa sua situação penosa e, .abrindouma gaiola onde tem uma pombinha mansa, ata-lhe debaixo da asa a sua missivae, beijando-a,solta-a dizendo: - Vai, querida,aondete guie S. Joséa fim de que encontres pão para nós e para ti. Passada meia hora, se muito, eis que se apresentaà entrada da casa um môço que pede para falar com Josefina;acompanhava-oum criado com um pesado embrulho. Diante da família admiradaconta gu€, sendo devoto de S. José,lhe prometera atender o primeiro pedido de auxílio que se apresentasse. 'Ora, apenas fizera a sua promessa,entrou pela sua janela uma pombinhaem cuja asa viu um papelzinhoe a petiçãoa S. José. - Estou, disse, montandouma oficina de costura e já que Josefinaprocura trabalho, aqui lhe trago algum e, por ser a primeira vez, pago-lhe adiantado. 74

No volume achava-s€discretamenteenvolvida uma nota de Cr$ 100,00.Os três infelizes nâo puderam deixar de exclamar cheiosde comoção: - Como S. José é bom! obrigado,Santo bendito! Era a abundânciaapós a miséria mais atroz. Àlas não parou ai a liberalidadede S. José.Como Josefina teve de ir com freqüênciaà oficina, logo chamarama atenção S C U S finos modos,sua habilidadeno trabalho e a fina educação que recebera. Entrou em relaçõescom a família de seu chefe,que logo encontrou boa colocaçãopara o pai de Josefina,melhorandoassim a srtuaçãodo lar. Não sabemosse Josefinase dirigiu a S. José, como lazem muitas môças, para arranjar um bom espôso; o certo é que o encontrouna pessoacle seu chefe e protetor. Na sala de sua nova casa vê-se em lugar de honra uma estâtua de S. José e debaixo-delauma pombinhade ouro com o Ietreiro: "A mensageirade S. José".

70. SÃO JOSÉCHAMAO PADREPARAUMA DOENTE na casa paroquialum ancião desCerto dia, apre5entou-se conhecido,pedindo ao padre que fôsse socorreruma agonizante, Êle mesmo o acompanhariaaté à casa. Como a rua era de mâ tama e a noite se aproximava,o padre desconfioude alguma cilada,mas o anciãoinsistiu: E' precisoque o senhorvá logo, porque se trata de administrar os sacramentos a uma velha.que está nas últimas. Partiu o padre levandoo Santíssinroe os Santosoleos. A noite efa glacial, mas o velho parecia não senti-lo; ia adiante até chegaÍ a uma casa de péssimareputação;teve o padre um momentode vacilaçãoe temor, nias o anciãoanimou-odizendo: - Eu o esperareiaqui. Bateu o padre à porta repetidasvêzese, como não abrissem, o ancião deu umas pancadasesquisitase a porta abriu-seimediatamente. - O Sr. entre, suba a escada,abra a porta do fundo do corredor e encontraráa agonizante. Disse essaspalavras com tal fôrça e autoridadeque o pa-

75 lÍ

;ff.'.

dre não vacilou mais. Encontrou estendidanuma cama miserável uma mulher abandonadaque repetia a gritos: - Um padre! um padre! Deixar-me-eis morrer sem padre?. . -- Filha, aqui estou, sou o padre que a Sra. chama. Um ancião foi buscar-me.. . EIa não queria acreditar. - Não, nesta casa não há ninguémque queira ir em busca de padre e não conheçotal ancião. Afinal, convencida, acusouos pecadosde sua longa vida de pecadorae com tanta dor e arrependimentoo têz qui o padre se adnrirou de encontrartais sentimentosnunla pesioa há tan_ tos anos afastadade Deus. Arrumou o padre a mesinhae acendeuas velas para o viático e a extrema-unção.Nesse íntedm várias pessoasentraram e saíram,parecendonão notar a presençado padre. Depois de administrar-lhetodos os sacramentos, perguntoulhe o padre se havia conservadoalguma prática reiigioia que lhe mereceutal benefícioem tã,ogrande necessidade. - Nenhuma,disse,'a não ser uma oraçãozinhaque ïezava todos os dias a S. José para que me concedesse uma 6oa morte. Consolado,o padre assistiuao último s.rspiroda convertida. Nem à porta nem no caminho encontrou o ancião, e ficou convencidode que não era outro senão o misericordiosopatrono cla boa rnorte,o glorioso S. José. 71. SÃO JOSÉE AS CRIANÇAS a) Nas horas em que não havia ninguérnna igreja, notou o irmão sacristãoque um meninode cíncoanos vinha passarlongo tempo diante do altar de s. José.ora encostadoà grade, ora de joelhose ora assentado, ali permaneciahoras olhandopara o Santo. O bom Irmão sentiu-seimpelido a lazer esta breve invocação: - O' bom S. José,ouvi a oração dêssepequenino,não lhe recuseisa graça que vos pede com tanta piedade e inocência! O pobrezinho rezava pela conversãoclo pai. . . 76 i -i. E

ï -i'

Èa

F

:ì,

Amiguinho, disse-lheo sacristão,se você quer dirigir a S. José uma bela oração,.diga: "S. José,rogai por nós,'. Tomou-o ao pé da letra o menino e, trocando de oração, começoua ir e vir diante do Santo e, ajoelhando-se, dizia: "S. José,rogai por nós; S. José,rogai por nós!" Nisso se ocupava quando chegou sua mãe para buscá-ro. Teve que sair. Duas horas depois,o papai, que havia dozeanos não se confessava, entrouna igreja para reconciiiar-se com Deus. b) um meninoda Diocesede Montpelliercontavaarsim unr favor que alcançarade S. José: "Quando brincava na esquinade uma rua, fui atropelado por um carro que me esmagoucontra uma parede; meu corpo tornou-seuma massainforme. o médiconão dava nenhumaespenança.Meus pais apressaram-se a chamaÍ um padre para me dar a extrema-unção. Uma rel:giosaamiga, muito devota de S. José, enviou-me um cordão bento do Santo. Pedia-meque me encomendasse a êle com fé e confiança.Assim o fiz. Dormi logo depois e tive um sonho muito esquisito.parecia-me estar vendo S. José,que garantia a minha cura. Anunciou-me,além disso,que eu seria padre. Desperteialegree contei avisãoàminha*mãe. O sonho realizou-se.Até esta data estou bom e são. . . e n ã o p e n s os e n ã oe m s e r s a c e r d o t e ". .

ì

!

{". ir

l.

{: ij

72. PADROEIRODA BOA MORTE S. José teve a felicidade de morrer nos braços de Jesus e de Maria, e não pode deixar de vir com êles, visível ou invisìvelmente,pata receberseus devotos. Numa paróquia de Lyon (França) vivia um piedosoancião. muito devoto de S. José,que não cessoudurante cinqüentaanos de pedir-lhe a graça de uma boa morte. Para isso rezava, pela manhã e à noite, fervorosasorações,jejuava e razia alguma esmola tôdas as quartas-feiras.Para êle, o dia da festa de s. José (19 de março) era o mais belo do ano. A 15 de março de 1859,na idade de 86 anos, caiu doente. Pediu imediatamente os santossacramentos e recebeu-oscom uma

l

ÍÌ ' ï'

I

77

l:

l'i

f, 't

r

'r

' i. t t

i

::i

I

Íé que comoveua todos os assistentes. A 19 de março mandou celebrar uma ganta missa e pediu que lhe rezassemas orações dos agonizantes.O sacerdoteestava a terminar a consagração, quando o doente,erguendoos olhos ao céu, cruzandoos braços, pronuncioudistintamenteos santíssimosnomes de Jesus,Maria e José, e exalou suavementeo último suspiro. Sua alma voou para o céu precisamenteno momento em que o sacerdote,no Memento,ia pedir a Deus que recebesse as alnrasdos fiéis no lugar do refrigério,da luz e da paz eterna.

-'| .,F.

:i

I

'í3. R E C U P E R O UA V I S T A

:l .t

b

''l

;

Em V:novo, aldeia pouco distante de Turim, na ltâlia, uma môça chamada Maria Stardero tevè a desgraça de perder totalmentea vista. Desejando recuperá-la, ïê,2 uma visita a S. João Bosco, que então construía,com as esmolasdo povo de Turim, a magnífica igreja de Maria Auxiliadora. A môça, depois de ter iezado diante da imagem de Nossa Senhora,falou com S. João Bosco, que lhe perguntou: - Faz muito tempo que perdeu a visla? - Sim, multo; ïaz um ano que não vejo nada. Tens consultadoos médicos? - Ah! padre,já não sabemo que receitar-me. - Distinguesos objetos grandesou pequenos? - Não; como disse, não vejo nem pouco nem muito. - Mas não vês a luz desta janela? - Não, senhor; nada. - Queresrecuperara vista? - Sr. padre, sou pobre e precisodela para ganhar a vida. - Servir-te-ásda vista para proveito de tua alma e não para ofendera Deus? - Prometo-osinceramente. - Confia, pois, em Nossa Senhorae S. José. E, em - Para a glória de Deus, da tom solene,D. Boscoacrescentou: SS. Virgem e de S. José,dize: que é que tenho na mão? A môça abre os olhos, QUeantes não viam nada, e diz: - Uma medalha.de Nossa Senhora. - E isto, que ê?

78

\

-l

ffi:'

i

.i--

]::

I

-I

Ì\ I \

- Um anciãocom a vata florida; é S. José. Estava operado o milagre. Pode-se imaginar a alegria da môça e de seus pobres pais! . . . 74. UM LÔBO QUE SE TORNA CORDEIRO Estava no hospital uma infeliz mulher que, há vinte e dois anos, abandonarasua família para se entregaraos vícios mais vergonhosos. Fôra, enfim, internadanaquelacasa pela polícia. A vida que levara, de tal modo a embruteceraque parecia louca; e o médico,não descobrindonela nenhumadoença,queria despedi-lado hosp:tal para que não perturbasseos verdadeiros enfermos. Pediram-lheas religiosasque a deixassealguns dias ainda, enquantorecorriama S. José.Bem inspiradas,vestiram-nacom o hábito e com o cordão de S. José e puseram-sea pedir com Íervor que êle tivessecompaixãodaquelapobre alma. O auxílio de S. José não se lëz esperar. Poucos dias depois a mulher recobrou a pã2, confessoú-se'commuita dor e arrependimento.Era um verdadeirolôbo e tornou-se tão manso cordeiroque pediu a* seu protetor lhe alcançasseantes a morte que voltar à vida de pecado. Atendeu o Santo a tão pios desejos,vindo a convertidaa falecer com os mais sincerossentimentosde dor. Antes da morte ped:u humildementeperdão a todos os que escandalizaracom seus vícios.

75. PADROEIRO DOS IMPOSSÍVEIS Jazia em seu leito de agonia um infeliz apodrecidode vícios, sem o menor remorso, zombando de Deus e desprezand.o todos os auxílios da religião para a hora suprema. Vendo-o zombar, com riso satânico,de seus esforços para salvar-lhe a al.ma,resolveramseus parentesrecorÍer a S. José. Êste grande Santo havia de fazer com que o misericordioso Coração de Jesusse cornpadecesse daqueleinÌeliz. Era o mês de março. O sacerdote,os parentese amigosdirigiram ao Padroeiro da boa morte fervorosassúplicas.

7A

ÏI I \ ..1 'l

Maravilhosopoder o da oração!Na manhã de lg de março, festa de S. José,o próprio doentepediu a confissãoe fêz questão que chamassemo padre de quem mais zombara até então. e, pouco com o mais sincero arrependimento Confessou-se tempo depois,faleceu.. . 76. A CASA DA SAGRADA FAMÍLIA Durante trinta anos viveu Jesusem Nazaré,pequenacidade da Galiléia.Ajudava a S. José, que era o santo carpinteiro,e a Maria Santíssima,em seus trabalhosdomésticos.Por mais de trinta anos toi aquela pobre e pequeninacasa santitlcaclapelas mais sublimesvirtudes. Muitos anos mais tarde, os tt'rcos conquistaramNazare e destruíramem seu fanatismo desmedidoa grande igreja que os o recinto cristãoshaviam construídoe que cobria prec:samente da casa do Menino Jesus. Aconteceu,porém, QUe,uma noite de céu estrelado,os an jos, tomando aquela casita e, voando, levaram-na até às proximidadesde Fiume,na ltália. Mas, como havia ali muitosladrões, que assaltavamos viajantes,logo os anjos a levaram de novo e a deixaramno meio de um bosquede lourOç.Foi por causa dêsses louros que aquela casita veio a chamar-se"a santa casa de Loreto". No centro do altar há uma milagrosa imagem da Mãe de Deus e os aviadores tomaram por advogada e padroeira a Nossa Senhorade Loreto.

77' o 'TAJANTEE sÃo JosÉ Foi a l8 de março de 1888.Viajava um sacerdoteno trem de Mogúncia a Colônia, quando, ao passar poÍ Bonn, notou que seu vizinho se persignou,juntou as mãos e se pôs a rezar. - Amanhã,é a festa de S. José!... talvez que seja o seu patrono, disse o padre. - Não, sr., mas minha espôsachama-seJosefina.. . e gostaria de estar amanhã em sua companhia.Tenho, porém, outro motivo de dar graças; e, se interessarao senhor, contar-lhe-ei a minha história, pois um sacerdotea entenderá. 80\

h : i i

I

I - Certamente. - Quando menino,recebi de minha boa mãe uma educação bem cedo morreLlminha mãe; meu pai não piedosa.Infelizmente, se ocupou de minha educaçãoreligiosae. logo abandoneitôdas as práticasde piedade.Encontrei,mais tarde, uma jovenr excelente e, desejandofazê-la minha espôsa,fingi sentimentosreligiosos que não possuía.Uma vez casados,quase morreu de pesar,quando lhe abri meu coraçãoe me pus a zombar de suas devoções.Hâ cinco anos, na Sua festa onomástica,fiz-lhe um rico presente,mas ela, quase receosa,me disse: Há outro presenteque lìte ïarra nrais feliz. . . - Qual? - A tua alma, querido,respondeuentre soluços. -

Pede-meo que quiseres:eu o farei. -- Vem conrigoamanhã,clia cle S. José,à Igreja de N. N. Haverásermãoe bênção. - Se fôr só isso, podes enxugar tuas lágrimas, QU€ te aconrpanhai'ei. A igreja estavarepleta;o pÍegador,muito môço, deixou-me frio e indiferente;contudodisseuma coisa que me impressionou: "Jamaisinvocoualg:ém a proteçãode S. José senl que sentisse o seu auxílio. Tende tirme contiançade que correrá em socorro de toclo aquêleque o invocar na hora do perigo, ainda que seja pecaclorou mesmo incrédulo". Ao sairrnosda igreja, disse-meminha espôsa: - Meu amigo, muitas vêzesestarásem perigo enr titas viagens; prometes-meQü€, chegandoo caso, dirás esta breve oração: "S. José,rogai a vosso divino Filho por mim"? - Assim o farei; não é nada ditícil. Pouco depois,v:ajavapor êste mesmolugar em que nos enDe repente,um apito contramos;éramossete no compartimento. nos choque um formidável atirava pelos ares. de alarma e iâ que: mais "S. de dizer tempo Não tive José,socorro!" Tudo foi vi meus companheiros Ao voltar mim, a um instante. coisa de mortos. Eu e sofrera apenas leves despedaçados horrìvelmente contusões.Desde aquêle dia retomei as práticas religiosas e repito, sempre com grande confiança: "S. José, socorrei-me!"

Tesorrro I -

6

8r

tt ,' I

i

I i I !I i',Ìr

iI i II

l

SFr.i

H6.â

:

1,1

I t

78. sÃo JosÉ E o PRTMETRO ASTLADO Em 1863 chegavaa Barcelonaurn grupo de lrmãzinhasdos Pobres paÍa ïazer a sua primeira fundação na Espanha.Fo-' ram muito' bem recebidas pelos catalães, que precisavanl nã.o pouco de um asilo para tantos infelizesvelhosabandonadosque costumahaver nas grandescapitais.O Asilo foi, como de costume, colocadosob a proteçãode S. José,a quem chamam as Irmãs de Procuradorda Casa. No conrêço.por Ìalta de local, aclmitiamsòmentemulheresvelhas. Mas, eis que S. José, urn belo dia, lhes traz o primeirovelho. Era um honrentde 80 anos que se apresentou,dizendo à lrmã: - Venho aqui para internar-nre. - E ' i m p o s s í v e lr,e p l i c o ua S u p e r i o r a ;a i n d a n ã o p o d : r n o s recebernenhumhomem. - Seja, mas não há reméclio;ficarei assim mesmo. - Como se chamao Sr.? - Chamo-meJosé. Êste nome chamou a atenção das lrmãs; além disso era em dia consagradoa S. José. Não hâ remédio,recebê-lo-emos Y nome de São José. O velho não possuía mais que farrapos e estava cotrerto de insetos.Roupa de homem não havia. A Superiora,chamanclo duas lrmãs, disse-lhes: - Saiam as Senhorasà procura de roupa, enquantovanlos lavá-lo e penteá-lo. Durante êste breve colóquioouviu-sea campanhiada portaria: era uma senhora desconhecidaQUe,entregandoum embrulho, se retirou sem dizer nada. Abriram e viram, com grande srrrprêsa,que era um traje complets para homem. O pobre velho chegou ao cúmulo da alegria; nã,o menos, porém. as lrmãs que compreenderam que S. José as convidava a arnpliarseus planos de caridade.

I

I

I

O Asilo cresceutranqüilae constantemente e dentro de poucos anos abrigavamais de duzentosvelhossem que lhes faltasse o pão de cada dia, nem as carinhosasatençõesdas boas lrmãs-

82 \br 'l

ì .I I

..:r

:.!

lr

!:r

-

iúr'

Ë.qi $ ì'l

$

r, ì,

ì.1 l

,i

79. SANTA PAULA Natural de Roma, nasceu em meados do sécu;o IV. Era da mais alta nobreza,pois em suas veias corria sangue dos Cip:ões e dos mais antigos reis. Apos as perseguições,que loram terríveis, os cristãos relaxaram-seum pouco. Paula, embora cristã e honesta,vivia com excessivoluxo e moleza ' A Providência divina enviou-lhe amargos sofrimentos paft desenganá-lado mundo. Faleceu-lheo espôso,a quem amava e ela mesma contraiu uma grave e prolongaentranhadamente, da enfermidade. Quando recobroua saúde,despojou-secle suas galas e cone à edusagrou-sepor completoà oração, às obras de carictrade cação dos fllhos. Por motivo da celebraçãode um concílio,convocadopelo Papa S. Dâmaso, veio a Roma S. Jerônimo,grande amigo do Pontífice e inconrparável conhecedor da Sagrada Escritura. Paula tomou-o por diretor espiritual e, seguindoseus conselhos, os Evangelhos,e conestudouos Livros Sagrados,especialmente cebeu o desejo de visitar e venerar a gruta de Belém. Apos a morte ue S. Dâmaso, seu amigo S. Jerônimo abandonou Roma, para dedicar-sede novo a seus estudosbíblicos. Queria ultimar sua gigantescatarefa de traduzir tôda a Bíblia para o latim. S. Paula não tardou a segui-lo. ConÍiou a uma filha casada a educaçãoda menorzinha,e ela com FustÓquio,outra de suas filhas, embarcourumo à Terra Santa. Com S. Jeiônimo e Eustóquio,percorreua Palestina.Ao chegar a Belém exclamouchorando: "Eu te saúdo, ó Belém, cujo nome quer dizer Casa do Pão celeste;eu te saúdo, antiga Eïratâ, cujo nome significa a Fértil, que tiveste por fruto e colheitaao próprio Criador! E' possívelque eu, pecadora,beije o berço onde repousouo Menino Deus, ore na gruta, onde deu Jesus seus primeiros vagidos, onde a Virgem deu à luz o Salvador?" Junto à gruta de Belém levantou um mosteiro para a comunidadede religiosaspor ela fundada e dirigida; e nos arreclores,outro para S. Jerônimo e Seus monges. Construiu, além disso, unr ótimo albergue para os peregrinos,e costumavadizer:

83

\

{ Í

J ', li' rÌ

í $,,1

II i

$ .ì ,ï. "i Í i jì

I ! j

ì .;

"Se À'laria e José tivessemde retornar a Belém, para o recenjâ não lhes faltaria lugar na estalagem". seantento, Passous. Paula o resto da sua vida meditandoa sagrada Escritura, orando e mortificando-se conì seveÍas penitências, animada pelo suave pensamentode que ali mesmo dera o Redentor admirávell:ção de tôdas as virtudes. Morreu aos 56 anos e foi sepultadanuma gruta ao lado claquela do Nascimento. Sôbre a porta dessa gruta mandou S. Jerônimogravar em versos estas palavras: "Vês êste humilde sepulcronõsta rdcha cavado? Dentro está de Paula o corpo, e dos bens celestesgozando está a alma. Deixou pais e pátria e irmão e filhos e aqui repousa,junto à gruta de Belém, onde reis e Magos a Cristo adoraramconìo a Deus e homem". - Festa: 28 de janeíro. 80. SANTA MARGARIDADE CORTONA Nasceu esta Santa no povoado de Laviano, na ltâlia, enì 1247.Seus pais eram lavradorese viviam pobremente. Aos sete anos teve Margarida a desgraçade perder a mãe. O pai casou-sede novo, e a madrastaodiavã a pobre òrfãzinha. Um rico e poderoso senhor dos arredores seduziu-a e levou-a para o seu castelo,rodeado de bosques,com muito luxo e criadagem. Nove anos durou a triste vida de Margarida naquele castelo.A miúdo sentia remorsose como que um desejo de fazeÍ penitência,mas não sabia como livrar-se daquela mísera situação. Certo dia, o lebrel favorito de seu senhoraproxintou-se dela, ladrando choroso,e com os dentespuxava-lheo vestido como se quisesseconvidá-laa segui-lo. Penetraram pelo bosque adentro. Debaixo dum carvalho, junto a um monte de ramos,parou o cão e redobrouseus latidos. Afastou Margarida os ramos e encontrou,banhadoem sangue,o cadáver de seu senhor. Haviam-no apunhalado.Surpreendera-o a justiça de Deus. Aquêle horrível espetáculoiluminou a alma de Margarida. Converteu-se.Resolveucomeçar vida nova e dirigir-se, effi primeiro lugar, ao casebrede seu pai, para desagravá-loe implorarfhe perdão. 84

\r

\

\-;

I

k',*,,

'';'

'iÊl

r,\

Não o alcançou,porque sua madrasta se opôs. Deus, porénr, foi mais generoso.A pecadora, compreendendoque prepara recuperara graça divina, dirigiu-se ao cisava confessar-se, convento franciscanoda vizinha cidade de Cortona e, ali, aos pés do ministro de Cristo, reconciliou-Ëe com Deus, a quem tanto ofendera. Tôdas as penitênciaslhe pareciamieves.Cortou sua longa negra e cabeleira.Disciplinava-sesem misericórdia.Jejuava a pão e âgua. Num domingo,entrou na igre'ia de sua vila natal, vestida cle farrapos e levanclo,conto os condenados, uma grossa corda ao pescoço,e pediu püblicamenteque lhe perdoassemos escânclalosque dera. Temia não estar bem perdoada.Cria que sint, ntas parecialhe impossível,tendo pecado tão gravernente. Até que um dia, enr que estavachorandodiante do CruciÍixo,a imagemdo Cristo abriu os lábios para dtzer-lhe: "Teus pecadoste foram perciuados". Margarida foi devotíssimada Paixão do Salvador. Numa Sexta-feiraSanta, quis JesusCristo que ela presenciasse tudo o que acontecera durantea Paixão.Passaramdiante de seusolhos: o beijo de Judas,a negaçãode Pedro, a cobardiade Pilatos,o ódio dos judeus, os insultos na rua da Amargura e ouviu as palavras de Cristo na Cruz; e às três da tarde, hora em que expirou nosso Salvador, inclinou também ela a cabeça e pareceu que expirava. As pessoaspresentesnáo cessavamde soluçar. O demôniotentou-ade mil modos; mas, rezando,como costumava, diante do Crucifixo, Jesusa consoloucom as seguintes palavras: "Minha filha, tem coragem e obedeceao teu contessor; desconfiade ti mesma,mas confia na minha graça". Faleceu a 22 de fevereiro de 1297, contando cinqüenta anos de idade. Durante os vinte últimos dias de sua vida, não provou nenhum alimento ou, melhor, o seu alimento era a sagrada comunhão. -

Festa: 22 de fevereiro.

85

81. VISÕES DE SANTA PERPÉTUA Pouco se sabe da infância e juventude desta Santa. Conservam-se,porém, as atas de seu martírio, escritas, em parte, porelameSma;eemparte'porumatestemunhapresencial.< No ano de 202, o imperadorSeptímioSeveropublicou um edito, proibindo tôda propagandacristã. Condenavaà pena capital tanto os convertidoscorïroos promotoresou cúmplicesde sua conversão.O intento era extinguir o cristianismo. Numa cidade vizinha de Cartago foi detida a nobre matrona Perpétuae mais otttroscatecúrnenos, entre os quais a esci'ava Felicidade. Meterant-nosno cárcere,onde Perpétuateve várias visões. Numa delas manifestou-lheDeus qr5 o martírio a levaria para o céu, sem passarpelo purgatório.

,'Ì

Viu uma altíssinraescadade bronze,que tertninavano céu. Era tão estreitaqlre por ela só podia subir uma pessoa.Da escada pendiam diversos instrumentosde suplício. Um forrnidável dragão procurava impedir que se subissepor ela. Perpétua,iÍtvocandoo nome de JesusCristo, pisou sôbre a cabeçado tnonstro e começoua subir, de suplício em suplício. Ao chegar em cima, surgiu ante os seus olhos um imensdjardim, no meio do qual estavaunr Pastor rodeadoduma grande multidãovestidade túrnicasbrancas.O Pastor,JesusCristo, fixou em Perpétuaseus amáveis olhos e saudou-a com estas palavras minha filha. E tôda a multidão exclamou:- Assim seja. que podia satisÍazerpor Noutra visão, Deus manifestou-lhe seu irmãozinhoDinócrates,cuja alma se achava no purgatório. Viu Dinócrates saindo dum lugar tenebroso, onde havia Próximo muita gente.Estavapálido,como se a sêdeo abrasasse. um tanque cheio d'água cristalina,cujas bordali encontrava-se das eram demasiadoaltas para que o menino pudessebeber. E o pobrezinhosofria, pondo-senas pontas dos pèzinhos,sem poder alcançara água.. . Perpétuaofereceupor Dinócratessuas oraçõese as penas que suportavano cárcere. Um dia puseram-navárias horas no cepo, presos os pés com argolas de ferro. Ofereceutambém êssesacrifício pela alma de seu irmãozinho,e teve outra visão. Dinócrates,limpo, benl vestido, estava cheio de paz e alegi'ia.As bordas da piscina 86

\r

ItsÈi*;;.*'--

-

--.-

*l^

-

L-Ì

--\L:e.Ì

\\

_/

r.-ür.'-S.*nrt-eL--.-á*

-

eram mais baixas e o menino bebeu daquela âgua misteriosa num copo de ouro. " E n t ã o - d i z a S a n t a - desperteie compreendique meu irmã,ozinhodeixara o lugar da pena". Perpétuae Felicidade,as duas mártires, têm a sua festa . litrfrrgicaa 6 de morço. 82. OS QUARENTA LEGIONÁRIOS A famosa Legião Fplminante,junto com outras fôrças, estava acampadana cidade de Sebaste(na Armênia), quando por ordem do governador daquela região, o feroz Agrícola, se leu um edito do imperadorLicínio, em que se ordenavaaos cristãos que oferecessemsacrifíciosaos deuses.falsos. Quarentadaquelesleg-tnáriosse negarama cumprir a orclent clo irnperador.Conduzidosà presençade Agrícola, responderanr aos seus agrados e ameaçasdizendo: "Tu nìesmoreconhecesque pelejamosheròicamente pelo imperadorda terra. Combatemos,todavia,com mais valor pelo do céu". Entre outros suplícios,eu€braram-lhesos dentes com pedras e arrancaÍam-lhesas carnes com gartos. Finalmente,le\/al-anr-nosa um ta,rque gelado e alì tiveranr de passar a noite despiclos, no maior frio do inverno. Junto ao tanque,Agrícola mancloupôr alguns banhos,cuja âgua, aquecidapor braseiros,convidavaos mártires a renegar a sua fé e a submergir-senelas.Durantea noite, os guardasadormeceram;só ficou acordadaa sentinela.Um dos quarentacristãos não resistiuà tentação.Gritando que renegavaa Cristo, saiu do tanque e submergiuno banho quente; mas aquela ntudança, por dernais rápida, ocasionou-lhea morte, perdendo,assim, a vicia temporale a eterna. Em seguida,a sentinelaviu um anjo que, descendodo céu, coÍoava sucessivamente os trinta e nove que haviam permanecido no tanque.F:cou o anjo com uma coroa na rnão, parecendo aguarclaralguém que substituísseo apóstata. A sentinela,ihlnrinada e movida pelo Espírito Santo, exclamou: "Eu também solr cristão". Seus companheiros,que despertaramao grito, virarn-no despir-see entrar no tanqne gelaclo,onde o anjo o esperava para coroá-lo.Não era cristão, mas recebeuo batismo de sangue.

87

Ao romper do clia, os guardas quebraram as pernas cÌos quarentalegionáriose recolheram.seus cadáveresnum carro para recluzi-losa cinzas. Só unt, o mais môço de todos, chamadoÀlilitão, sobrevivera à temperaturaglacial e à fratura das pernas. Durante o trajeto para a fogueira,os verdugosexortavam no a apostatar: "Ainda podes salvar a tua vida diziam-lhe e Agrícola dar-te-á riquezas". Mas a mãe do jovenr, que com outros parentes dos ntârtires acon-Ìpanhavam o carro, sobrepondo-seao amor natural que sentia pelo fiiho, exortava-oa manter-seÌiel a JesusCristo, clizenclo:"Ternrina conl teus conrpanheiros esta bendita viagem, pois, ainda que sejaso último a chegarao céu,não o serásdiantc de Deus". Ressoavam ainda estaspalavrase já aquêlefilho bendito voava païa o céu. v - Festa: 10 de março. 83. SÃO CLEMENTE MARIA Nasceus. clemente a 26 cle dezembrode r75r numa alcieazinhada Austria.Contavasete anos apenas,quanclolhe mor] elr o pai. A mãe, tomandoum d;a o filhinho pela mão, levou-o à igreja e, cliante de um belo e devoto Crucifixo, disse-lhe: "À4eufilho, de hoje em diante teu pai é Jesus;não te apartes jamais do caririnhoque lhe agrada". Êsseconselhoficou gravado no coraçãoe na memóriade Clemente,servindo-lhede estínulo nas horas clifíceis de sua v:cla. Depois de ter sido, sucessivamente, aprendiz,eremita, peregrino e estudante,entrou, afina!, na Congregaçãodos PaclresRedentoristas, em Roma, ordenando-se sacerdote, quandojá contava34 anos de idade. S. Afonso, ouvindo ïalar dêle, disse profèticanrente:,,Êsse Padre Ìará grandescoisaspara a glória de Deus". Em Ìavor das crianças pobres e órfãs saía o santo a esmolar, expondo-sea hunrilhaçõese vexames.Sacrificava-sepelo bem das crianças.Saiu, um dia, a esmolar e vendo na varanda duma casa muitos homensem alegre reunião,julgou que ali Íeceberia um bom auxílio para o orfanato. Aproximando-semocÌestanrente de unl daquefessenhoresdisse-lhe: 88

:. \=="

:

:

\w \ \

- Meu amigo, venho peclir-iheunl auxílio para os nleus òrfãozinhos. O homern,nada anr:go de paclres,e ainda menos disposto a dar esmolas,cobriu-o de injúrias e, exaltado ao extremo, com sumo desprêzoescarrou-lheno rosto. Clemente,com grande calma e paciência,toma o lenço,limpa o rosto, e cliz: - Meu amigo! isto foi para mim; agora clê-me alguma coisa para os meus Òrfãozinhos. Não houve, entre aquêles homens, quem não admirassea heróica nransidãode Clemente.O propno ofensor,arrependido, deu-lheunra boa esmolae tornou-segrande admirador do Santo. Em suas pregaçõesera Clementebastanteoriginal. Havia no lugar, onde pregava,uma rrelha,mulher do ferreiro cla vila, que se contentavacom uma úirica confissãoanual. Clemente exortou-aa confessar-se nlais vêzes,pois não demorariaa comparecercliantecle Deus. - Mas, padre, que diria a gente se a mulher do ferreiro fôsse confessar-se muitas vêzes? No domingo seguinte,depois de pregar sôbre a freqüêncir dos sacramentos, de repenteexclama: - Mas a velha "ïerreira" diz: "que diria a gente se a mulher do ferreiro ïôsse confessar-semuitas vêzes?" E olhando paÍa a mesma, que timbém ali estava, perguntou: - o' boa "ferreirinha",que diria a gente,se a ferreira estivesseno inferno? uma testemunhade suas pregaçõesdizia: "euando prega\ã, parecia um serafim. Freqüentesvêzes os numerososouvintes não potjianr conter as lágrimas nem reprimir os soluços.Como confessor,eÍa extraordinário.Parecia ler nas consciências.Uma vez, unl nrôço,logo após o sermão,procurou-o para confessar-se. - Ainda não (respondeuo Santo); vem comigo.E conduzindo-o a um quarto, aponta p4ra o crucifixo e diz: olha, aprendeaqui a tua lição. Rosa, aluna dum colégio, estava à morte. Agitava-se e gritava: - O cão prêto quer me devorar.. . O cão prêto quer me devorar... Chamaram a Clemente.Apenas penetrou no quarto, exclam o u a m e n i n a :- O c ã o p r ê t o e s t á f u g i n d o . . . O cão prêto já desapareceu. .. O Santo preparou-a para a nrorte, que náa demorou.

a

89 s

ã ì9

,Í J

I I

!

Í

Ë

- Irmãs, disse, temos no céu mais um anjo que rezarét por nós. S. Clemente,chamado com razã,oo Apóstolo de Viena e o Propagadorinsigne da CongregaçãoRedentorista,após uma atividade estupenda,entregousua bela alma a Deus no dia 15 dc março de 1820, na idade de 69 anos. Foi canonizadoa 20 de maio de 1909.

i

-

Fests: 15 de fftarco.

fr t.-

'' t

84.

It -.

Ir

SANTA CATARINA DE GÊNOVA

t

Esta Santa,talecidaem l510, não foi santa desdeseus prinreil'osanos de vida. Nasceu rica, viveu entre as dversões e nos clias cle sua mocidadenão foi lá rnuito piedosa,não. Era conrotantas môças ,de hoje que pensam ser muito santas,só porque vão à missa de preceito e não dão graves escândalos. Casou-se,afinal, com um môço muito rico, o qual cle cristão tinha apenas o nome. Isso bem o sabia ela antes cle casar-se; mas, como acontece,deixou-sefascinar pelas riquezas,pela elegância e até pelas audáciasdaquele aventu_.eiro do amor. E sucedeuo que era de esperar:aquêlehomem,poÍ callsa de sua vida licenciosa,não pôde tazê-la feliz. Enquanto ela, enr 'casa,chorava a sua desgraça,êle, como louco, corria de orgia em orgia. Esquecidade Deus, a pobre mulher nraldiziaa hora em que se casaracom um vilão conlo aquêle. Menos mal. Morreu o canalha (e dizem que morreu convertido), e a jovem viúva pôde respirar. Buscou ainda a felr. cidade nas diversões, reuniões barulhentas e nos espetáculos. Tinha uma fome canina de felicidade,e cada dia se sentia mais desgraçada. Certo dia, ouviu uma voz interior que lhe clizia: - Catarina. so em Deus acharás o verdadeiro alltor e a felicidade. A jovem viúva ficou muito comovida.Parecia-lhe,porém, intpossívelque a felicidadeestivesseescondidaatrás das grades de um convento e debaixo de um grosseiro hábito religioso. Não entrava em sua cabeça que o amor pudesseviver no silêncio do claustroe entre cilíciose disciplinas. '90

iì.

!'. i1...:i...

.ï,. ... :,.,, r' . [, :Íì: i'l

:

,l Catarina tinha uma irmã, Qü€, mais piedosa do que ela, se lizera religiosa e vivia contentíssimano convento.Quantas vêzes esta santa religiosa, prostrada aos pés do sacrário, havia pedido a Jesuspor aquela irmãzrnhasua, que andavapelo mundo, tão fútil, tão inleliz! Deus atendeua sua oração. Um dia Catarina foi v:sitá-la. Estao,'a triste como nunca a pobre viúrva.E ali, no regaço de sua santa irmã, deixou correr lágrimas muito amargas. Disse-lhe: Sou uma desgraçada;o mundo é um impostor; o amor não é mais que egoísmobrutal; não, não agüentomais! quero morrer. A santa irmã deixou que ela se desabafassee, enxugando as lágrimas,disse-lhe: - Catarina, parece nrentira que anclestão louca e enganada. Jâ náo te disse mil vêzesque só Deus é a verdadeiratelicidacle,que só nêle encontraráso amor pllro que não deixa na . . Deus te chama ao seu amor e alma remorsose desenganç;?. tu te empenhasem fazer-te surda às suas vozes amorosas.Resolve-tede uma vez a consagrar-tea Deus e encontrarása paz e o amor. Faze uma boa conÌissãoe confia na divina misericordia. Estou certa de que Nosso Senhorte larâ feliz. e mais que tudo a mesmagraça de A dor e os desenganos, Deus haviam preparadojá o coraçãode Catarina.Caiu de joelhos diante da imagem de Jesus cruciticado e chorou amargamente, dizendo: Meu Jesus,não mais pecar, não mais pecar. Jesus,Amor intinito das almasntoma o meu coração.E' teu. E assim,banhadaem lágrimas,ajoelhou-seaos pés de unl Ali estêve longo tempo. Quando se levantotl, santo confessor'. jâ era outra. -Ajoelhara-sepecadora,levantara-sesanta,porque êssefoi o clia de sua definitivaconversão. Dai em diante vivett e morreu como santa. - Festa: 22 de março. 85. A VIDA LENDARIA DE SÃO DIMAS Contamantigaslendasque a SagradaFamília,ao fugir para o Egito, quis reÏugiar-se, pata passar a noiteonuma cova QUe' por desgraça,era uma guarida de ladrões. O Capitão dos bandiclossentiu-secomovidoao veÍ a ve* nerável bondade de S. José, a pureza e formosura da SS. Vir91

1f t,\ r i . l

Ì

.t

rl -t

1i

{\

.\'l ,i j

i t q\

I al

-9fFs-tr:Ef -

È i..r È , Ë Ë: l õ-

gern e o olhar todo celestedo Menino Jesus.Acolheu-os,deulhes de comer e, na manhã seguinte,ofereceu-lhespão para a viagem e, a Maria, uma bacia d'água para banhar o Menino. O capitão tinha um Íilhinho, da idade de Jesus aproximadamente, que se achava coberto de lepra. Nossa Senhora,corresponclendo as frnezas daquele homem rude e duro, mas que algo de bom tinha no coração, aconselhou-oa lavar o filhinho na água enl que banhaÍaa Menino Jesus. Assim o ïëz o bandoleiroe, no mesmo instante,seu Ìilhinho ficou curado da lepra. O capitão lembrou ntuitas vêzes ao filho a quem devia a saúde e a vida, dizendo: "Foi o rnilagre anundum Menino cletua iclade,QUeseria,quem sabe,o À4essias ciado pelos profetas". Crescendo,seguiu aquêle menino o exemplo do pai, torà morte, ao subir ao Calnanclc-seladrão. Prêso e condenaclo vário, ia pensandoem Jesus,seu companheirode suplíc:o,que era tão santo e paciente,Qüs, sem ciúvida,havia de ser o Messias, aquêle mesmo Menino que o livrara da lepra. As lendas dizem que o bom ladrão se chamavaDintas e o mau, Gestas. Ambos foram condenadosa morrer junto com Jesuse no mesmo suplício. Atrás de Jesus subiranr ao Calvário, Ievanclosuas cruzes. Junto com êle foram levantadosnas respectivascruzes. Viram coÍïle os soldadosrepartiram.entresi as vestesdo Salvadorl mas, conro a túnica era de uma só peça, tiraranr a sorte a ver quenl a levaria.Ouviram as palavrasde Cristo: "Pai, perdoai-lhesporque não sabemo que f.azem". Jesusera objeto de todos os insultos.A multidão,culiosa e soez, passava por diante dêle, e, movendo a cabeça em sinal de desprêzo,dizia: "Vamos! tu que destróiso templo de Deus e enr três clias o reedificas,salva-tea ti mesmo.Se és o Filho de Deus, desceda crt)z.. ." Todos blasfemavame insultavama Jesus.Mas a graça o,perou um milagre: Um dos ladrões,Dimas, considerandoas virtudes sôbre-humanasde Jesus,creu ser êle o Messiasprometido e amou de todo o coração a Bondade infinita. Dirigindo-se a Cestas, o outro crucificado,repreend€ü'o,d:zendo: "Como nã,o temesa Deus, estandocomo estásno mesmosuplicio?E' justo, na verdade,que soframospor nossoscrimes,mas Jesus,que mal fêz êle?' E cheio de esperançae com grande arrependimentodisse

s' iì i I.

92

,i.

+ ììL

s.

ïÈ: . : ì ì9t..

\ \-: \ \

*\.

a Jesus: "Senhor, quando chegaresao teu reino, lembra-te de mim". Jesus,olhando Dimas com infinita misericórdia,íespondeu: "Em verdade te digo que hoje mesmo estaráscomigo no paraíso". Naquela mesmanoite, a alma de Jesusvisitou o limbo dos justos e concedeuao bom Ladrão a vista de Deus, a felicidade eterna. Festa: 25 de ntorco.

\1 t1

\' \ì

*1 I

ï 86. PREGADOR QUE SACUDIA O AUDITÓRIO Nascido enl meados do seculo XIV, na formosa Valença, S. VicenteFerrer,!â na'infância,deu ciaros indícioscla extraordinária missão que Deus lhé reservava. Gostava de ouvir sermões,para, depois, reunidos os seus colegas,repetir-lhescom grande ardor os trechosmais impressionantes. Aparecerâm, no pescoçode um seu amiguinhode cinco anos, umas chagas malignas.Vicente foi visitá-lo e, pa::amortiticar-se e aliviar o doente, lambeu-lheas chagas, QUe,imediatamente, desapareceram. Êste-loi o primeiro milagre que operou. Aos dezoito anos entrou na Ordem Dominicana,tornanclose professorfamoso em várias universidades. Mas o fruto obtido por seus sermõestê-lo abandonara cátedra e dedicar-seexclusivanrenteà pregação. Percorreu, como pregador, grande parte da Europa, não faltando enì nenhumade suas missõeso famoso sermão sôbre o Frm do mundo e o luiz'o universal.Certa vez, ao pregá-lo numa praça diante de milhares de ouvintes, quando pronunciou com voz terrível aquelaspalavrasdos anjos: "Levantai-vos,mortos, vinde ao Juizo!",todo o auditóriocaiu por terra, comomorto; e, todos, ao se erguerem,estavampálidos e a tremer, como se surgissemdos sepulcros. Outra vez, pregandoo mesmosermão,disse ser êle o anjo, do qual S. João diz, no Apocalipse,que cruzarâ pelos ares, clamando: "Temei a Deus e honrai-o, porque está chegando a hora do Juí2o". Escandalizaram-se alguns, ao ouvirem tais palavras; mas o Santo, pata provar-lhes que tinha razã.o,mandou que trou-

93 * ç- V/"

i; I

ii t

h I

ri

IE

lì I

xessemuma defunta que era levada ao cemitério.Vários homens o cortejo fúnebree trouxeram sairam e, realmente,'encontrararn à praça o caixão. Puseram-no,por ordem do Santo, no meio do povo. O pregador mandou que a defunta se levantassee convidou-a a reconhecerque era êle o anjo do Apocalipse,enviado por Deus para lembrar aos homenso fim do mundo. Ela confirmou a palavra do Sant'o, diante daquela imensa multidão admirada. perguntouS. Vicente:- QueDirigindo-seà ressuscitada, res viver ou morrer de novo? Quero viver para ïazer mais pelo céu. E aquela muiher foi por muitos anos um atestadovivo do poder de S. Vicente. Seus serntõesconvertiamcidades inteiras e enchiam os seminários e os conventos.Seguiam-nomilhares de penitentes,indo os hontensà direita, as mulheresà esquerdae no meio os rezandotodos o rosário e cantandohinos religiosos. sacerdotes, Era de ver o fervor com que todos taziam penitência,disciplinando-see implorando o perdão de seus pecados. Vicente morreu coÍno santo em 1419. Festa:5 de abril. 87. SANTA CASSILDA Era princesa moura, filha do rei de Toledo, e nasceu em fins do séculodécimo. Seu boníssimocoração estremeciadiante das misériase socristãos,aprisionadospelo frimentos que suportavamos escrav,os rei em suas campanhasguerreiras. A princesavisitava as masmorrase socorria os prisioneiros com dádivas e palavras consoladoras. Êles, em troca, instruíam-na pouco a pottco na doutrina cristã. Atraída pela belezade nossa religião, tão heróica e ao mesCassildapedia a Nossa Senhora, mo tempo tão misericordiosa, dela da qual lhe haviam falado os cativos,que se compadecesse e lhe mostrasseo caminho para receber o batismo e viver segundo a fé cristã. 94

ll *!:'

f: iì,, .

i! li lir'r

É*r,,

\* \'-'."

\ ì

"*.'ìíìiT'

'\(

A virgem atendeuàs suas súplicas.cassildacomeçoua sentir-se doente de um mal estranhoque lhe consumiaos ossos,e contra o qual se mostravamimpotentesos melhoresmédicos. um cativo cristão contou-lhe Qü€, perto de Burgos, havia uma fonte, chamada de S. Vicente, cujas águas curariam a sua doença. A princesareferiu ao pai o que ouvira do cativo e pediu-lhe Iicença para experimentaraquêle remédio. Seu pai opôs-se,a princípio,por achar-sea fonte em terra de cristãos;mãs, diante clos progressosda enfermidade,terminou por aceder. Acompanhadade um séquitodeslurnbrante, chegouCassilda a Burgos, onde foi cortêsmenterecebida pelo rei Fernando I' de Castelae hospedadacom tôdas as honras.Dirigiu-se logo à prodigiosafonte e, quando se banhou em suas águas, recobroua saúde corporal. Atribuindo-l à intercessãode Nossa Senhora, acaboude instruir-sena doutrina cristã e, pouco depois,as águas do batismoderam-lhea saúdeda aima. o rei, seu pai, alarmadocom a demora e com as notícias que recebia, enviou-lhemensageiroscom a ordem de regressar imediatamente. s. cassilda mandou dizer-lheque já era princesado céu e que, por seu reino tgmporal, nã.oqueria perder o Reino eterno. Mandou construìr uma humilde cela perto da fonte milagrosa e da igreja, onde receberao batismo e ali passoua vida, dando exemplode tôdas as virtudes,especialmente de caridade e penitência. Sua festa cai no dia g de abril; e suas preciosasrelíquias são veneradas,atualmente,parte na catedral de Burgos e parte na de Toledo. Festa: I de abril.

88. SANTA CATARINA DE SENA Nasceu em sena, cidade da ltália, €Íil ls[T, no dia em que a lgreja celebrao mistério da Encarnação. Seu pai dedicava-seà indústria tintureira. catarina fôra precedida,no lar paterno, por vinte e um irmãos. Contava apenas seis anos, quando Nósso Senhor a favoreceu com uma visão extraordinâriae profética.

95

/

a-ar

w !a I

I

Sôbre a tôrre do convento de S. Domingos vin unt trono resplandecente,no qual estava sentado Jesus Cristo, revestido conro um Papa, com a tiara na cabeça,e tendo a seLl laclo S. Pedro, S. Paulo e S. João. Jesus Cristo infundiu-lhe um conhecimentosobrenaturaldo que é a Igreja e unt amor ardentíssirno à mesma,e anunciou-lheque seria uma grande capitã de seus exércitose que se valeria dela para purificar a sua lgreja. Aos catorze anos, manifestoua seus pais o desejo cle ingressar na Ordem Terceira de S. Domingos.Para provar sua vocação,empregaram-na nos trabalhosmais humilcles.Foi a criada de todos. Portou-secom tamanhahumildadeque seus pals consentiram que seguissea vocaçãoreligiosa. Para que compreendesse ainda mais a lgreja, JesusCristo fê-la morrer, e sua alma, separadado corpo, percorreuo céu e o purgatório e mostrou-lhemesmo o inferno, onde os separados para sempre da lgreja sofrem eternamente,e logo a ressuscitou. Assim preparada,começouo seu apostolado.Não pregava dos púlpitos, porque isso competeaos sacerdotes;f.alava,porém, a enormes auditórios tanto nas praças como em pleno carnpo. Seguiam-namilhares de discípulos,entoandosalmos de penitência; seguiam-namuitos sacerdotes,que confessavamos pecacloresarrependidos. Aquêleseram para a Igreja dias difíceis.O Papa mudara-separa a cidade de Avinhãq na França, e esta troca de residênciado bispo de Roma escandali zava e clividia os católicos. Obedecendoa Jesus Cristo, S. Catarina apresentou-se ao Papa, que era Gregório XI, e intimou-oa voltar para Roma. 0 Pontífice pediu-lhe uma prova de que o Espírito Santo a inspirava e ela respondeu:"Tu mesmo o prometeste,com voto, no dia de tua elevaçãoao Pontificado". O Papa, ao ver descoberto êsse segrêdo,que a ninguém da terra havia confiado, não vacilou mais e transferiu-separa Roma. S. Catarinapediu a Deus que aceitassea sua vida pela salvação do sucessorde Gregório X[, Urbano VI, a quem os clemônios queriam assassinar,induzindo os romanos à sublevação. Aceitou Jesus a sua oferta, sendo a sua últ:ma entermidadeum verdadeiro martírio. Seu corpo parecia um esqueleto. A 29 de abril de 1380, aos trinta e três anos de idade (isto é' na mesmaidade em que morreu JesusCristo, segundose crê) seu rosto iluminou-see sua alma voou para o céu.

;

t,' lt.

t

IE

Festo: 30 de abril. 96\ \Ì \ . \*[r \ &**h.-'*.Lr

\-:-

ì .,-..*)

-"*t :{n ,g r ':'i

89. O SIGILO DA CONFISSÃO S. João Nepomuceno,natural da Boêmia, foi martirizada em Praga no ano de 1393. Seus pais, de iclade bastante avançada,desejandoter sucessão,visitaram como peregrinosum santuáriode Maria, onde imploraram a graça. Dizem QUC,ao nascer-lheso filho, baixou do céu uma luz que env,olveutôda a casa em forma de auréola. A primeira coisa que o menino quis aprenderna escolafoi o catecismoe o modo de ajudar à missa.Tôdas as manhãscorria ao convento e com edificante piedade servia de coroinha. Sentindo vocação pan padre, foi para Praga, capital do reino, onde estudou,recebeuas sagradasordens e começoua pregar" Tendo seus sermõesproduzido notável mudança nos costumes, foi nomeadocônegoe pregadorda côrte. Quis o rei Venceslau que o Santo fôsse sagrado bispoi loáo, porém, que era muito humilde,declinoudaquelahonra, mas continuoudesempenhando o cargo de confessorda rainha. Aconteceuque o rei começoua entregar-sea excessosdegradantes:embriagava-secom f reqüênciae deixava-searrebatar pela cólera a ponto de mandar meter num forno aceso seu cozinheiro,pelo simpleì fato de lhe ter servidouma ave mal assada. Entre outras alucinações,concebeua idéia de que sua espôsa era infiel e quis vingar-se.À{as como essa idéia náo se apoiava em prova alguma, chamou o confessorda rainha e exigiu que revelasseos pecadosouvidos na confissãoda mesma,prometendo-lhe grandesrecompensas. S. João respondeu: Não posso quebrar o sigilo sacramental.Tenho que servir e obedecera Deus antesque aos homens.Venceslaumandouatormentá-locom tenazesem brasa e encerrá-lonum cárcere escuro.Mas, vendo que nada conseguiae tendo a rainha intercedidopor seu santo confessor,deixou-o em liberdade. Isso, porém, não durou. Um dia, voltava o Santo de uma visita ao santuário de Nossa Senhora de Bunzlau e, ao passar perto do palácio real, o cruel Venceslauviu-o e, num de seus arrebatamentosde cólera, ordenou aos soldadosque ,o prendessem e disse-lhe:- Olha, padre: agora não se trata de guardar siiêncio. Se não me dizes iá, os pecados que sabes da rainha, beberástôda a água do rio Moldava. O Santo não respondeua tão insolentespalavras.Limitou-sea cruzaÍ os braços e a orar. leso.--o

n&z't

T -

7

97

'l

r

1

Ì

Ataram-lhe os pés e mãos, meteram-lhena bôca uma cunha e arrojaram-no da ponte principal de Praga ao rio. Encontrado milagrosamenteo seu cadáver, sepultaram-nona catedral. Em l7 tg estava ainda incorrupta a língua do mártir do sigilo sacramental. F e s t a : 1 6 d e m'aio. 90.

SANTA RITA DE CÁSSIA Nasceuesta Santa a 22 de maio de 1381, numa povoaçãozinha chamadaRocca Porrena, não muito distante de Cássia,na Itália. Quando os pais, que eram lavradores,iam trabalhar na roç4, depositavama filhinha num cestinhqde vime, que colocavamà sombra duma árvore. Urn dia, enquanto lavradorese pássaroscantavam alegres, a criança sonhava e agitava as débeis má,ozinhas,tendo os o'lhos voltados para o céu azul. Foi então que se deu um fato curioso, como se lê em sua biografia. Um grande enxame de abelhas brancas envolveua menina, produzindo um zumbido especial. Muitas entraramem sua bôca e nela depositarammel; e o mais interessanteé que nenhumaa picava, comoìe não tivessemferrões. Nenhum chôro da criança se ouvia; de modo que os pais perceberamo fato, quandoum dos ceifeirosse feriu com a própria foice e quis ir a Cássiapara o necessário curativo.Ao passar perto da criança viu as abelhas,que logo começarama zumbirlhe ao redor da cabeça.Parou e agitou as mãos para livrar-se delas e no mesmo instante a sua mão ferida cessoude sangrar e o ferimentoÍechou-se.Deu gritos de surprêsae, quando os pais da criança chegaram correndo, o enxame estava de novo rodeandoa criança.Êste fato é relatadopelos biógrafosda Santa e transmitidopelas lições do Breviário. Rita cresceue, contra seu desejo,Íoi por seus pais dada em casamentoa um homemque a ïêz sofrer muitíssimo.A santa não só soube suportar tudo coÍn heróica paciência,como ainda conseguiua conversãodo espôso.Após o falecimentodêste, pediu admissão num convento,mas não' a receberam.Deus, porém, a queria no conventoe, certo dia, por um milagre, quando as religiosas,de madrugada,entraram no oratório, lâ estava a Santa a rezar. 98

r'^.l-_

.d*



Er, :l

1

,-

O milagre da videira sêca é daquele tempo. A superiora, para pôr à prova a obediênciada boa noviça, ordenou-lheque regassede manhã e de tarde um madeiro sêco, provàvelmente um galho de videira que só servia para o fogo. Rita não opôs dificuldade alguma: de manhá e de talcie, com admirável simplicidade, desempenhava a sua tarefa, enquantoas Irmãs a observavame se edificavam.Muito tempo durou a prova, ocasião naturalmentede muitos merecimentospaïa a Santa. E Deus, também,quis manifestarquanto lhe agradoua obediênciada virtuosa noviça. E foi assim: Um belo dia ficaram as Irmãs estupeÍatas;e não era para menos,pois aquêlegalho sêco começou a viver: surgiram brotos, apareceramfôlhas, estenderam-seÍamos e uma bela videira deu a seu tempo deliciosasuvas. Foi um milagre evidentee que perdura até hoje, pois a videira miIagrosalá está na horta das agostinianasde Cássiapan testemunhar a obediênciada Santa. Benzem-seas uvas, que produz, e pelo seu uso e pela incuras. vocaçãoda Santa obtêm-segrandesgraçase maravilhosas pan 1457 22 de voava A de maio o céu aquela santa alma. São inúmeros os fatos maravilhososdevidos à sua intercessão.EIa é, por isso, chamadaa Santa dos impossíveis. Foi canonizadapor Leão XIII em 1900. Festa: 22 de ruio. 91. SÃO PEDRO, APÓSTOLO Nasceuem Betsaida,cidadeda Galiléia.Seu pai chamava-se Jonas, nome que por singular coincidênciasignifica "pomba". Em certo sentido, todos os Papas são filhos da pomba, porque na eleiçãodos mesmosinflui o Espírito Santo. E S. Pedro havia de ser o primeiro Papa. Tinha êle um irmão chamadoAndré, e dois primos, Tiago e João, ïilhos de Zebedeu e pescadores,como êles, no lago de Tiberíades.Casara-sePedro em Cafarnaum,pôrto famoso daquele lago, e vivia muito bem com os seus. Prova disso é que Jesus,sem dúvida a pedido de Pedro, curou-lhea sogra. Não só era bom espôso,mas - coisa menos freqüente- era também bom genro. Um dia entrou Jesusna barca de Pedro e seus companheiros e mandou que remassemparc o alto mar e lançassemas rêdes.

99

i.

:

- Mestre, (disse Pedro), trabalhamosa noite inteira e não pegamosnem um peixinho; mas, já que assim o queres,€ffi teu nome lançareias rêdes. A pesca foi tão abundanteque Pedro se lançou aos pés de Jesus,suplicando:_- Afasta-tede mim, Senhor; eu não sou mais que um miserávelpescador. - Tem confiança e segue-rne.De hoje em diante serás pescadorde homens. E Pedro, abandonandotudo, seguiu,prontamentea Jesus. Cristo dist:nguiu-omuito e prometeu-lheque o ïaria seu Vigário e chefe supremoda Igreja. Pedro, por su,avez, foi o primeiro a afirmar categòricamente que JesuseÍ,ao Filho de Deus. Durante a última ceia, Pedro mostrou-seexcessivamente confiado nas próprias fôrças. Jesus,porém, disse a êle e aos outros QUe,qu.andoo vissem prêso e martratado,todos o abandonariam.Pedro replicou impetuosamente: - Ainda que todos te abandonem,eu não te abandonarei. Nosso Senhor repreendeu-osuavemente,porque sabia que o ardoroso Apóstolo o havia de negar três vêzes. E assim foi. Mas Pedro, segundo contam os antigos, chorou tanto êsse pecado, que as lágrimas abriram dois sulcos em suas faces. Depois da Ressurreição foi por JesusCristo nomeadosolenementeChefe supremo da lgreja, que governouaté à morte. Em Jerusalém, o rei mandouprendê*ropara, depoisda páscoa, dar-lhe a morte. Mas, ouvindo as precesdos fiéis pelo primeiro Pontífice,enviou Deus um anjo à prisão e o Apóstolo toi. libertado Depois de ter estadoem Antioquia,fixou pedro a sua sede em Roma, de onde governavatõda a lgreja. Quando Nero decretou a primeira perseguiçãocontra os cristãos,S. Pedro foi encerradona prisão Mamertina,onde permaneceuvários mesesem companhiade S. paulo. A 29 de junho do ano 67, o príncipedos apóstolosfoi crucificadosôbreuma colinaàs margensdo rio Tibre. pediu e obteve que o pregassemna cÍuz de cabeça para baixo, por se julgar indigno de morrer da mesma forma que seu divino Mestrô.No lugar do glorioso martírio de S. Pedro levanta-sehoie o Vaticano,onde reside o seu sucessor,o Papa. Festa: 29 de junho. 100

'I

f-

\ *Ãì."Ì; ,

ï

92. SANTA MARIA MADALENA Nasceu, provàvelmenteem Betânia. Foi filha, segundo S. Antonino,de Siro e de Êucaris,ambos muito consideradospor sua nobreza e fortuna. Eram seus irmãos À{arta e Lâzaro, a quem JesusCristo ressuscitou. Maria Madalena,pela morte de seus pais, herdou o castelo de Mágdala e converteu-oem palácio de prazeresmundanos. Suas paixões e as carícias, de que era alvo por causa de sua formosura, levaram-na a cometer graves pecados. Talvez por conselhode seus irmãos foi um dia ouvir a pregaçãode Jesus. Foi para ela a hora da graça. A grande pecadora escreve S. Cregório - começoua amar a Verdade e resolveumudar de vida; antes,porém, quis obter o perdão de seu Mestre. Estava Jesusà mesa em casa de um fariseu,chamadoSimão. Maria de Mágdala ajoelhou-sea seus pés, regou-os com suas lágrimas de arrependimento, perfumou-oscom riquíssimo aroma e enxugou-oscom seus próprios c.abelos.O fariseu dizia consigo:"Se êstehomemfôsseprofeta,bem saberiaquem é essâ mulher e não consentiriaque lhe beijasseos pés". Mas Jesus, penetrando-lhe os pensamentos, disse: "Simão, vês esta mulher? Entrei em tua casa, e não me deste âgua para os.pés; ela, porém, banhou-meos pés com suas lágrimas e enxugou-oscom seuscabelos.Não me desteo beijo da paz; ela, porém,não cessou de beijar-meos pés, desdeque entrou.Não me ungistea cabeça com perfume; ela, porém, ungiu-me os pés com bálsamo precioso.. . Pelo que te digo que lhe são perdoadosos seus pecados, porque amou muito". Depois disse à pobre Madalena: "Os teus pecadoste são perdoados".E acrescentou:"A tua fé te salvou; vai-te em paz". Os Evangelhoscontam vários outros episódiosem que intervém Maria Madalena. Com S. João e as santas mulheres acompanhouJesusdurante a paixão, estêveao pé da cruz e ajudou a amortalharo corpo do Senhor.No Domingo, foi a primeira a chegar ao sepulcro e, achando-ovazio, correu a avisar a S. Pedro e a S. João. Verificado o fato, voltaram para casa; Maria, entretanto,continuou a chorar junto ao sepulcro.Olhando para o interior do mesmo,viu dois anjos vestidosde branco, sentadosum à cabeceirae o outro aos pés, que lhe perguntaram: Mulher, por que choras?" Choro, respondeu,"porque levaram 101

daqui o meu Senhor e nã,o sei onde o puseram". De repente, ouve passos.Volvendo e olhar, vê Jesusa quem toma pelo hortelão e diz: "Se tu o tiraste daqui, dize-meonde o pusestee eu o levarei". Então o suposto hortelão pronunciou-lheo nome: "Maria!" Ela, reconhecendo a voz de Jesus,diz: "Mestre!" e quis beijar-lheos pés. - Mas Jesusse opôs, dizendo:"Não me toques,porque ainda não subi ao Pai", e encarregou-a de anunciar aos discípulosa Ressurreição. Segundoantiga lenda, S. Madalenateve de fugir da Palestina, em companhia de seus irmãos Lâzaro e Marta, indo estabelecer-seem MaLselha. Dizem que Lázaro foi o primeiro bispo dessacidade.A nossa Santa, porém, retirada a uma gruta, passou seus últimos trinta anos de vida fazenclorigorosíssimas penitências. A lgreja celebraa festa desta Santa a 22 de julho. 93.

sÃo JoÃo MARrAVTANNEY Nasceude família humildenuma pequenaaldeia da França, em 1785. Aos oito anos guardava um peguenorebanho e, levando consigo um,a imagenzinhade Nossa-Senhora,reunia os companheirosda sua idade e diante da imagem rezavam o rosário. Outras vêzes,confiava à sua irmãzinha a guarda das ovelhas e procuravaum lugar solitário para Íezat. Aos treze anos deixou o rebanho e começou a trabalhar na roç4. "Quando estava na roça - conta êle mesmo- rezava em voz alta, se não havi,aninguém perto; e em voz baixa, quando havia ali algum companheiro.Ao manejar a enxada, costumava dizer: E' preciso aÍrancar da alma as más ervas. Quando, depois de comer, os outros dormiam a sesta, eu aparentavadormir, màs continuava conversandocom Deus em meu coração. Quando ouvia o relógio, dizia: Coragem,minha alma; o tempo passa; a eternidadechega; vivamoscomo conden4dosa morrer. E rezava uma Ave-Maria". Estudou para padre. Muito lhe custou passar nos exames; mas, à fôrça de trabalho, penitência e oraçã,o,conseguiuchegar a bom têrmo. Seus superioresmostraram-sebenévoloscom êle, porque reconheciamsua virtude e seu zêlo.

r02 \_

\

\-:_ ^.

!ç5.;-;ggç

çi'r.*l-*

-

.*.gè

rtriÌ

.j

\ =*

Foi destinado a reger a pequeninaparóquia de Ars. Os moradores de Ars eram indiferentes; náo iam à igreja. João Maria recorreu a SuaSarmas Íavoritas: paSSaVahoras inteiras, em oraçáo,diante do sacrário; mortificava-se,disciplinava-see tudo oferecia a Deus para que tocasseos coraçõesde seus paem tratá-los com amor roquianos.Ao mesmotempo, esmerava-se e prodigalizar-lhesconselhosê esÍnolâs. Pouco a pouco fêz-se o milagre, e Ars começoua ser uma paróquia exemplar.A tama da santidadedo cura de Ars transMibOr fronteiras não só daquela aldeia, mas até da França. lhares e milhares de pessoaschegavamde tôda a parte paÍa com o Santo, ouvir os SeuSSermões'solicitar SeuS Confessar-se milagres. Em 1840, contaram-semais de 20.000 peregrinos,e êsse número continuouaumentando. Levantava-se,invariàvelmente,à mei.a-noitepara dirigir-se Os penitentessucediam-se à igreja e sentar-seno confessionário. sem interrupção até às sete, hora em que o vigário celebrava. Terminadaa missa, outra vez contissãoaté às onze. Sttbia,então, ao púlpito e ïazia a sua instrução catequética.Saía da igreja ao meio-dia.Dois guardasprecisavamdefendê-lodos empurrões do povo, pois todos queriam vê-lo, falar-lhe, tocá-lo, recebersua bênção, guardar alguma palavra sua. AS 13 horas, novamente confessaraté à rezd da noite. Perguntaram-lheuma vez: - Se Deus vos permitisse escolher entre estas duas coisas: ir para o céu, agora mesmo, ou ficar na terra, até o fim do mundo, tlabalhandona conversãodos pecadores,que faríeis? - Ficaria na terra. - Até o fim do mundo? - Sim, até o fim do mundo. - l!t2s, com tanto tempo ainda, não vos levantaríeistão de m a d r u g a d a .. n á o é , ? - Ah! meu amigo; Ievantar-me-iacomo agoÍa, à meianoite, e seria o mais feliz dos servidoresde Deus. Aozava do dom da profecia e de penetrar no mais secreto Gente não dispostaa confess,ar-se, das vidas e das consciências. 'a ou resolvida lazê-lo mal, ficava surpreendidaquando o Santo lhe recordav,apecadosocultos, e saía chorando do confessionário. Dissipavaas dúvidas com muita facilidade. Fëz grandes e inúmeros milagres tanto em vida como depors cle sua morte, cuia data êle mesmo antlncioucom exati'dão.

103

," É ï

.A I de agôsto de 1859, aos setenta e três anos de idade, sua alma voou para o céu, onde goza e gozará do prêmio eterno de seus trabalhos e penitências. Festa: I de ogôsto.

94. NUNCA PISAREI EM MEU DEUS NasceuS. Dominguinhsem Saragoça(Espanha),pelo ano de 1240. Quando sua mãe lhe deu o primeiro abraço,descobriu-lhe no ombro direito a marca 'de uma cruz e, sob os cabeloslouros, um círculo encarnado,como de uma coroa de espinhos. O brasão da família, descendente dum cruzado francês,ostentava uma grande cruz sôbre Íundo encarnadocom quatro estrêlas nos ângulos. "lsto significa (dizia-lhe o pai) que nós estamossempre dispostosa derramar o sangue por Jesus Cristo e procuramos exercitar-nosnas virtudes". O menino foi educadono colégio da catedral.Era de ver a piedadecom que servia ao altar e a voz angélicacom que entoava os cantos sacros. Os mestreselogiavam-lhemormentea aplicaçãoe docilidade. os Judeus de Saragoçaresolveramassassinarum menino cristão para regar com seu sangueos pães ázimos da ceia pascal. Encarregadopela sinagoga,uffi dêles seqüestrouo inocente Dominguinho,quando regressavada catedrale, à noite, levou-o aos judeus. - "psminguinho disse-lheo grande Rabino não te faremosmal algum, se atiraresao chão êssecrucifixo que trazes ao pescoçoe se o pisarescom teus pés". - í ( A h ! n ã o ; n u n c a p i s a r e i e m m e u D e u s ! " r e s p o n d e uo menino. condenaram-no,então,à morte e reproduziramcom êre tôda a paixão de Jesus cristo. Açoitararn-no,coroaram-node espinhos, pregar,am-nona parede e, quando expirou, atravessaram-lhe o coração com uma enorme faca. Durante tôda essn cena bârbara, Dominguinho rezava e perdoava. uma vez recolhido o sangue da vítima, pan seus ritos, os judeus cortaram-lhea cabeçae as mãos, arrojando-asnuma cisterna e, depois,enterraramo resto do corpo. Eis, porém, que 104

\.-.Ê)ã

\

tudo foi descoberto.Luzes miraculosasforam vistas sôbre o sítio em que iazia o cadáver. As autoridadesforam avisadas. Feitas as devidaspesquisas,encontrou-seo corpinho mutilado e, depois,a cabeçae as mãos do mesmo.Prêsos os presumíveis culpados,uffi dêlespor nome Albaeluz se declarouautor do horrível crime. Foi condenado,mas, antes de morrer, converteu-se ao cristi,anismoe Íoi batizado. Certamentefoi Dominguinho que Ihe alcançouessa graça. Festa: 3l de agôsto.

95. SÃO GERALDO MAJELA Nasceu êste santo na pequeninacidade de Muro, na ltália, em abril de 1726. Seu pai, que exercia a profissão de alfaiate, faleceu poucos anos depois, em 1738. Geraldo, que precisavaajudar sua mãe e irmãs, teve de abandonaro estudo e dedicar-se à aprendi,zagem do ofício paterno. Conta-seQU€,um dia, um pobre lhe pediu gue, por caridade, lhe fizesseum terno. Entregou-lhe,paÍa êssefim, uma fazenda absolutamentEinsuficiente.o Santò não hesitou um instante. Começoua cortar o pano, o qual foi crescendode tal modb entre as suas mãos, que chegou para o terno e ainda sobrou. Admit:do na congregaçãoRedentorista,foi um modêro de tôdas as virtudes e um 'insigne taumaturgo.São sem conta os milagrespor êle operados _ Um dia, por exemplo,entrando numa choupana,pediu à dona que ali morava um pedaço de pão, por amor de Deus. ora, lazia dois dias que não havia pão naquela casa. A pobre mulher tinha apenasum pouco de farinha, que, naqueleinstante, lhe tinham trazido. Desculpou-se,pois, dizendo qìe nada podia dar, porque nada possuía. - Não tendesnada?- replicouo santo - e a vossa caixa não está cheia? - Pobre de mim! ela está muito vazia, isso sim. - Tende contiança em Deus, e levantai a tampa. A mulher abre a caixa e - ó milagre! - encontra-acheia de pão de excelentequalidade.

r05 -.Yí'1í

'

i''lìr '' 1,

.,Ì ,t" t"

l;-

t i'.' Por causa de sua vida auster,ae penitente,grande poder tinha o Santo sôbre os espíritosmalignos,que lhe moviam guerra sem tréguas. E' notável e interessanteo Íato seguinte: Geraldo estava de viagem para Iliceto. Espêssonevoeiio caía sôbre a terra; a noite adiantada,a cheia do rio, os abismosocultos pelas trevas, tudo concorria para tornar difícil a posição de Geraldo, QU€,de mais a mais, perdera o caminho. De repente, um vulto sinistro avança,barra-lhe a passageme diz em tom Chegou a hora da vingança: tenho todo poder sarcástico: sôbre ti ! que aquêle não podia ser outro senão o Compreendendo Bêsta vil, em demônio,Geraldo sem perda de tempo, diz: nome da SS. Trindade,eu te ordeno que tomesa rédea do meu cavalo e me conduzas direito à cidade sem me causar dano algum. E o demônio,muito constrangido,teve de obedecer. Achando-seum dia, na praia de Nápoles,viu que um barco cheio de gente ia sendo arrastado para o alto mar e, dentro em breve, seria engolidopelas ondas. Considerandoa iminência do perigo, Geraldo grita para a embarcação: Em nome da SS. Trindade,pâral E o barco permaneceimóvel. O Santo, Ça' minhando sôbre as águas, sem o menor esfôrço puxa o barco Milagre! Milagre! E' um santo!.. . E Geraldo até à praia. na esconde-se oficina dum artesãoe dali nãd sai até que o povo se disperse. A 16 de outubro de 1755, após uma vida breve mas san' tíssima.fechava êle os olhos a êste mundo. Quando o médico lhe perguntou se desejavaviver, respondeu:"Nem viver nem morrer: quero só o que Deus quer". E, depois,suspirava:"Sofrer, meu Jesus,sofrer ainda; é pouca coisa, quando se sofre por vós". - Festa: 16 de outubro.

96. O NIGROMANTE SANTO A vida do Irmão coadjutorredentorista,que veneramosem nossos altares e se chama Geraldo Majela, está semeada de maravilhas. Regressava,um dia, ao seu convento.Sua batina muito pobre; seu chapéu muito velho. Atravessavauma floresta e, com o pensamentoem Deus, murmurava atos de amor. Andava tam106 \_ \\ê.

-i 'Èl: -t

bém pbr ali um môço com o péssimointento de assaltaros viajantes para roubar-lheso dinheiroque encontrasse. Viu o jovent religiosoe Íicou admirado "Êsse homem - dizia - não é um religioso,deve ser um nigromante,um dêsseshomensque têm trato com'os espíritos do outro mundo e que possuema rara virtude de encontrartesouros nas entranhasda terra". Não negues: E sem mais, aproxima-sedo Irmão e diz: li em teus olhos,todo o teu porte me diz que és um nigromante. Es um feiticeiro poderoso,possuisos segredosda Natureza e sabes as entranhasque guardam tesouros. O Santo lrmão fitou nêle um olhar cheio de surprêsae de bondade. Deus fê-lo compreender imediatamente qLlem era aquêle pobrezinhosalteadorde estrada que assim talava, e respondeu: Não te enganaste.Tenho realmenteo segrêdo de um grande tesouro. Eu to poderia ensinar, mas. . . não me atrevo. Para isso seria mister que fôsseshomem de mu:ta coragem. . . mas não sei se o serás.. . - $eu, sim, replicou o salteador.Não tremo diante de crime algum; a mim não me espantanem mesmo o diabo. Tenho roubado,matado,enfrentadoinimigos.. . Nem o sanguedas vítimas, nem o brrlho das armas me intimida. Quando quero alguma coisa,eu a consigo,ainda que tenha que passarpor cima de cadáveres. Geraldo, o jovem taumaturgo,não se intimidou: Calmo e bondoso,fixou nêle os olhos e disse: - Pois se és tão valente, segue-me.Garanto que encontrarásum grande tesouro. Puseram-sea caminhar.Adiante ia Geraldo, atrás o môço. Geraldo rezava em voz baixa, o môço ia iâ devorandocom os olhos da alma o ouro que via em suas mãos. Assim chegaram ao meio da selva,longe da estrada.Ali chegados,tirou Geraldo o capote e estendeu-oaberto no chão. O môço olhava assombrado. Começavaa tremer. Parecia-lheque de repente apare' a. . . Mordia os lábios e todo o seu ceria ali o diabo em pesso tremor. Geraldo olha para êle com espantoso corpo se agitava grande e diz: majestade com - Agora ajoelha-te sôbre êsse manto. O môço ajoelhouAgora junta as mãos! 0 se... Tremia dos pés à cabeça. môço juntou as mãos e cravou os aterradosnaqueletreolhos ' mendo-nigromante.

r07

. ..ì-..

::ttiw.'..\lÏnÈì:.,r

;rìç:Ìt,\.ìd-

-:,:

'::)

^:-",

,: . .:.t .. -..

a-.::,..*:,.,*B!!ll---gr*:*f:-,*l

r,.

s:Ed

. !

-:._*

i

ÌI ì

r t I

\

n

* ',:, ,,

\

:a:'. -:

Naquele solenemomentoS. Geraldo tirou do peito o Santo Cristo, que sempre tinha consigo, e, pondo-o diante do salteador, disse: - Meu irmão pecador, eu te prometi que encontrariasum tesouro s:eÍïrigual nem no céu nem na terra. . . Não vês êste E'teu Deus: morreupor ti, por tua Cristo?Não o conheces? salvação,para perdoar teus pecados,para levar-te para o céu. E tu, infeliz, que fizeste? Naquele momentolenta e solenementelhe ia recordandotodos os seus pecados.E o pobre pecadorchoravae soluçava... S. Geraldo, chegandoaquêle devoto crucifixo aos lábios do pecador arrependido,diz com voz enternecedora: - Beija-o, chora a seus pés tôdas as tuas culpas e acharás a graça, acharás a Deus e com Deus, meu filho, possuirás todos os tesouros. O môço, desteito em lágrimas, repetia: "Jesus meu, perdão e misericórdia". Estêve,em seguida,alguns dias em retiro no convento.Fêz ali uma confissãogeral e encontroua paz da alma. Saiu bendizendo a hora em que se encontraracom aquêle santo lrmão.

97. HISTÓRIADE SANTACECÍLIA Roma, a capital do famoso Império Romano, foi o berço de S. Cecília,nascida em meados do século segundoda nobilíssima família dos "Cecílios". Educada desde a infância na fé cristã. de tal modo amava a Jesus Cristo que lhe consagroutodo o coração,fazenclovoto de virgindade. Muito contra a sua vontade,foi por seus pais dada em casamentoa Valeriano,jovem de raras qualidades,mas pagão. Na mesmanoite do casamentodisseCecíliaa Valeriano: Eu sou cristã, coÍïlo tu bem sabes; estou sob a custódia dum anjo que guarda a minha virgindade. Tem-no presente para que Deus não se ire contra ti. Valeriano,comovidopor essaspalavras,não só a respeitou, - Se êsse anjo se me deixar ver, acreditarei mas acr:escentou: em JesusCristo. - Para isso, disse Cecília, é indispensávelque te instruas nas verdadesda fé e recebaso batismo. 108 \_._

L

*%. !

Naquela mesmanoite procurou valeriano o papa s. urbano, que morava nas catacumbas.O Pontífice instruiu-o nos pnncipais mistériose batizou-o. Ao regressarpara junto de cecília, encontrou-aorando, e viu ao lado dela o anjo que brilhava com uma claridade celestial. Maravilhado,chamou seu irmão Tibúrcio e contou-lhetodo o ocorrido. Êste, seguindoos mesmospassos de seu irmão, foi batizado pelo Papa 'e, depois, viu também o anjo de cecília. os dois neo-convertidosforam denunciados,como cristãos, ao governadorAlmáquio, QUêos condenouà morte, decretando que seriam decapitadose em seguida confiscadostodos os bens que possuíam.Cumprida a primeira parte da sentença,mandou chamar Cecília e disse-lhe: Sabe que tens de entregar-me tôdas as riquezasde Valeriano e de Tibúrcio. - Almáquio, como cristã que sou, iâ depositeiessas flquezasno tesourocomum de JesusCristo. - E onde está êsse tesouro? - Êsse tesouro são os pobres, entre os quais distribuí todos os bens. O governador,enfurecido,mandou decapitá-la. Três vêzes o algoz desfechou-lheo golpe sem conseguir cortar-lhe a cabeça.Viveu ainda três dias, ao cabo dos quais recebeuno céu a dhpla coroa da virgindade e do martírio. ImitemosS. Cecília na devoçãoao anjo da guarda. Festq: 22 de Novembr,o. Ì

! I

99.

L

lI

UM PAI BÁRBARO E UMA FILHA SANTA Em meados do século III, nasceuem Nicomediaa futura s. Bárbara. seu pai era o senador Dióscoro, homem rico, soberbo ,e fanático adorador dos falsos deuses. Na escola teve a jovem Bárbara um mestre cristão que a instruiu nas verdadesda fé. Quando o pai soube disso f:con furioso. Encerrou-anuma tôrre e ameaçoulevá,la aos tribunais se, ao regressarduma viagem que ia empreender,ela persistisse em aborrecero paganismo. Na parte baixa da tôrre, Dióscoro mandara preparar um qu,artode banho, adornado com estátuasde ídolos,^que recebia luz por duas janelas. S. Bârbara, na ausênciado pai, ïêz abrir

r09 --í J.d

\Ì i I I \ ì

uma terceirajanela, para recordaro mistérioda SantíssimaTrinentra por dizia ela dade. "Assim como uma mesma hn janelas Deus há três Pesnum só diversas,assim também três piscina e punha-se contemplar a a vêzes soas distintas". Outras três jaluz resplandor da das ao exclamava:"Agua que brilhas pela água, vivificada Batismo, cuja pensar no nelas, tu me fazes pecado alma da o original". Trindade, apaga Santíssima Logo que regressouda viagem, perguntou Dióscoro à filha por que mandara abrir outra janela. A Santa aproveitoua ocasião para falar-lhe dos principais mistérios da fé e exortou-o a converter-seao cristianismo. O pai, enfurecido,entregou-aao pretor Marciano, QUe a submeteua cruéis suplícios. Suportou-os ela com tal resignação e coragemque despertoua compaixãodo povo. Uma mulher, chamad,aJuliana, que acorrera por curiosidade,ao vê-la e ouvi-la, sentiu-se transformadapor Deus e exclamou: "Eu tam' bém quero adorar a JesusCristo". O luiz ordenou que Bárbara e Juliana fôssem, imediatamente, decapitadas. Dióscoro, o desumano Pai, quis executar pessoalmentea sentença.Quando regr'essavade cortar a cabeça de sua própria filha, estalou uma furiosa tormenta e um raio feriu-o de morte. Quase ao mesmo tempo outro raio matava t juiz Marciano. Êstes castigosdivinos puseramtêrmo, em Nicomedia,à perseguiçãocontra os cristãos. S. Bârbara é patrona da artilharia, porque os artilheiros têm por armas "o trovão e o raio", isto é, a explosãoe a granada. Fests: 4 de d'e,zembro. 99. DEMÔNIOS, ANJOS E UMA SANTA Neste mundo constantementeinclinado à corrupção e ao abandono de Deus, cuida a Providênciaque haja sempre pessoas de vida celestial Qüc, com suas virtudes e milagres, dão testemunhode Cristo e condenama maldade. S. FranciscaRomana,nascidaem Roma em 1384, foi desde pequeninade uma puÍeza instintiva e delicada que não suportava caríciasnem do próprio pai. Aos doze anos de idade foi por seu pai dada em casamentoa um nobilíssimoe piedosoca' valheiro, do qual teve três filhos:

1r0

u

\__

E
: João Batista que chegou a boa idade, Evangelistaque faleceu aos nove anos e logo veio buscar sua irmãzinha Inês de cinco. Desde que se casou, Franciscafoi levada à mais alta contemplaçãoe por isso perseguidapelo demônio.Para mais a purificar e estimularpermitiu Deus que o inimigo a atormentasse de mil modos: levantava-apelos cabelos,batia-a contra a pa: rede e prostrava-a de pahcadas.Causou-lheinúmeros outros sofrimentos,durando a guerra tôda a sua vida até à última enfermidade.Mas Deus nunca a deixava só: os anjos contìnuamente a acompanhavame defendiam. Seu Íilho Evangelista,um verdadeiro anjo, foi-lhe arrebatado aos nove anos. Uma vizinha.enfêrma viu-o subir ao céu entre anjos. No ano seguinteapareceuà nrãe radiante de luz e acompanhado de um anjo ainda mais formoso do que êle. - Mãe, disse-lhe,estou no segundo côro da primeira jerarquia; meu companheiro,que vês, está ainda mais elevado. Deus o enviou para te gu.ardar,acompanhar,consolar e gu.iar sempre.Agora venho buscar minha irmázinha para gozar comigo da incomparávelÍelicidade do paraíso. Com efeito, pouco depois faleceua pequlna aos cinco anos de idade. O anjo permaneceuao lado de Francisca,sempre visível: pareciaum menino de nove anos (como seu fiiho), cabeloslouros e anelados caindo sôbre os ombros, os braços e sôbre o peito, um,a túnica branca e uma pequena dalmática, às vêzes branca, outras vêzes vermelha ou azul. Despedia tanta luz que a santa podia com ela ler o Ofício. Instruía-a, avis.ava-ae consolava-a;mas tinha também um anjo que a corrigia.Um dia deu-lheuma bofetadaouvida pelos presentes,poÍque, numa reunião, não cortara uma conversavã, e inconveniente. Pouco antes de sua morte, perguntou-lheseu confessorque oraçõesestava a murmurar. - Acabo, disse, de rezar as Vésperasde Nossa Senhora. E logo expirou, tendo 55 anos de idade.

111

YF

100. UM SALTOMARAVILHOSO Em 1856, às altas horas da noite, irrompeu um enorme incêndio nos maiores edifícios da cidade de Zams, n0 Tirol (austria). Com grande dificuldadeconseguiramos inquilinos escapaÍ esquecidas,num pelas escadas;mas ficaram desgraçadamente dos andares mais altos, duas meninas,uma de oito e outra de doze anos. Despertou-aso ruído das vigas de seu aposento ao quebr,arem-sepelo fogo do andar inferior. Saitando imediatamente da cama correram à porta p'arafugir p,elaescada,mas as chamas e o fumo que viram eram tão gÍandes, que mal puderam Sefechar de novo a porta. Quase desesperadasgemiam: vivas. . . renlos qu:eimadas Mas a maior teve uma idéia. Abriria a janela e saltaria para fora, tentando salvar a vida à custa de alguma fratura. - Eu s.altareiprimeiro - disse à irmázinhã - e, se náo me acontecernada, saltarás também. Meu SantoAnjo da Guarda,disse,amparai-me!e... saltou! Chegada ao solo, antes mesmo de levantar-se,gritou: - Joaninha,náo me aconteceunada, Salta! . . . - Santo Anjo, repetiu Joaninha,e saltou sem causar-seo menor dano. neste fato uma proteção Os pais das meninasreconheceram visível dos Santos Anjos e deram graças a Deus por um benefício tão insigne.

101. AS HORAS SÃO SÉCULOS. . S. Paulo da Cruz, estandouma noite para meter-se.na cama, ouviu de repenteum granderuído perto de seu quarto.Crendo ser uma visita do demônio,que vinha, como de costume,perturbar o seu sono, aliás brevíssimo,deu-lhe ordem para retirarse. . . Mas, repetindo-sepor três vêzes o estranho ruído, perguntou quem era e o que queria. Sou, disse ao apresentar-se, a alma do sacerdoteque faleceu esta tarde às seis e meia e venho comunicar-lheque estt2 I

\-* \--\_

Ria t

Purgatório por não me haver emendadodos defeitos de l***--,ou*;o me repreendeumuitas vêzes.Oh ! quanto sofro! Pasr. o Ou. t passadojá mil anos neste oceanode fogo. rece-me ter I Comovido até,às lágrimas, levanta-seo Santo, olha o relóI' gio que marcavaseis e três quartos,e diz ao sacerdote: Como? Faz um quarto de hora que falecestese pareceï v o s q u e são mil anos?! I - Oh ! respondeuo outro, como é longo o tempo no PurI gatório! t E pedindocom instânciaque o aliviasse,não se afastouenf quanto o Santo não lho prometeu. l Tomando sua disciplina de ferro, S. Paulo da Cruz açoitase até o sangue,ora e chora pedindo a Deus que livre aquela alma cle tão grandestormentos. Não recebendonenhum aviso do céu, como soía acontecer, toma de novo seus rudes instrumentosde penitência,querendo ïazer violênciaà divina Misericórdia.Como a respostanão viesse, disse num transportede confiançafilial; - 'í$snhor,meu Deus, rogo-vos que iivreis esta alma peio amor que tendes à minha"" Vencido por seus rogos, prometeu-lheo Senhor QUe , no dia seguinte,antes do meio-dia, a alma do sacerdotesairia do Purgatório. Apenas amanheteusubiu S. Paulo ao alt.are celebroucom mais fervor que nunca o Santo Sacrifício,oferecendoa Deus por aquelaalma o preciososanguede JesusCristo. O' maravilha!No momentoda comunhão,viu o Santo passar diante de si, alegre e resplandecente de luz, a alma daquele sacerdoteque subia ao céu.

102. A S C R I A N Ç A SE O P U R G A T Ó R I O S. Perpetua, quefoi marti rizadaem Cartago no ano de 202, refere,em carta escritade seu próprio punho no cárcere,que teve um sonho em que viu seu irmáozinho,falecido na idade de sete anos, encerradonum lugar escuro,coberto de lodo e devorado pela sêde.Ao ,acordarentendeuo que o sonho significavae passou o dia em oraçãopelo defunto.Depois de algumasnoitestornou a vê-lo, mas destavez junto a uma tonte em que bebia; as vestesestavamllnrpas e êle muito melhor e alegle. A Santa ti?esor''o I -

tL

V-

8

1r3

cou muito consoladacom aquela visão e viu que aquêlessonhos foram mandadospor Deus para o bem daquelemenino. a) S. Pedro Damião ficou órfão muito criança e. cresceu sob os cuidados de um seu irmão que o tratava com a maior crueldade,dando-lhealém disso muito pouca roupa e comida. Um dia achou no caminho uma moeda de prata, que para êle seria um tesouro para comida, roupa e sapatos. Estava a pensar no que laria com aquêleachado,quando lhe veio à mente a lembrançade seuspais que tinham sido tão bons para com êle. Ah ! - disse consigo- talvez estejampenando no Purgatório e eu agora os poderia aliviar. Correu à igreja e entregouo dinheiroao sacerdote,dizendo: - Peço a V. R. que celebremissaspor meus falecidospais. Desde aquela data tôdas as portas se lhe abriram para ser sacerdotee um grande santo.

íÌ

I

I

!

b) S. Catarina de Bolonha foi certa vez tavoreciclacom uma visão do Purgatório. Viu o fogo ardente que devoravao íntimo das almas e pareceu-lheque o do inferno não poderia ser mais abrasador. Havia ali, ardendo nas chamas, tanta gente como fôlhas numa floresta. Muitos haviam Ievacrovida muito santa, mas ainda não estavambastante puros para ver a Deus.

I

!

Viu ali, também, muitos meninos que não haviam cometido mais que pecadosveniais, como desafios, discussõescom seus irmãos, desobediência aos pais. . . e as penas que sofriam por essasfaltas leves causavamcompaixão.Com isso compreendeu a gravidadedo pecadovenial que Deus, em sua justiça e santid,ade,castiga tão severamente.

103. M O R R E A M Ã E ; A C R I A N Ç A ,N Ã O Em 15 de junho de 1909 caiu um raio em Serebes(Hungria), atingindoa senhoraJosefinaToth, que trazia no colo seu filhinho. A mãe, fulminada pelo raio, morreu instantâneamente; a cri.ancinha,porém, não sofreu coisa alguma.

t14 \

ï

\a

.T --Ë

I

104. DEVOÇÃO AOS SANTOS ANJOS S. Paulo da Cruz e S. Franciscode Salesnunca começavam seus sermões sem antes saudar os Anjos da Guarda de seus ouvintes,suplicando-lhes seu auxílio. O venerávelB,altasarAlvares, em suas viagenS,ao entrar num povoado ou numa cidade, invocava os Anjos tutelares daqueles habitantese pedia-lhesque o ajudassema salvar as almas; e o seu apostoladofoi semprecoroadode grandeêxito. S. Afonso, bispo de S. Águeda, nunca entravanum quarto estranhosem saudar primeiro os Anjos da Guarda dos donos da casa. O beato Grignion de MontÍort, missionárioe grande devoto de Maria, costumavasaudar os SantosAnjos das pessoascom quem se encontrava.

105. QUANTO SOFREM AS ALMAS O verdadeiro e orincipal tormento do Purgatório é a privação da vista de DEus. Fala-se, porém, do fogo do purgatório como de uma pena semelhante à do inferno,com a diferença de que não ê, eterna. Num convento dos Estados Unidos duas Religiosas,ligadas durante dez anos por uma santa amizade espiritual, pÍocurar,amajudar-sea servir a Deus cada dia com maior perfeição. Veio a falecer uma delas a quem chamavama "santa da casa". Fizeram-sepor ela os sufrágios costumadosna comunidade e sua companheiranão deixou de encomendá-lade modo todo especial. Uma tarde, na mesma semanada mort,e,enquantoceavam, sua amiga que pensavanela, creu ouvir estas palavras: "Venho pedir-lhetrês missas;crê a sra. que rezou muito por mirn e que não estou sofrendo? Para que tenha uma idéia de minhas penas, vou tocá-la apenascom um dedo". No mesmo instante a religiosa sentiu-se tã,o horrìvelmente queimadano joelho que lançouum grito agudíssimo.Tôda a comunidadeficou espantada;calou-sea leitora e tôda a comuni-

j "'t l

i L.

i I

i

115

l,

-,F

l.:,,f'

r:a;ìffi .-+

dade voltou sua atenção para a Írmã. Interrogad,a,referiu à Superiora o que acabava de passar-se e viram, com efeito, no joelho da Irmã um.aprofunda queimadura. Deu-seêssefato em julho de 1869,e o periódico"La Croix" acrescentavaa I de novettrbrode 1889 que a referida Religiose estavaviva e ainda allresentavaas cicatrizesda queimadura. As missasforam naturalmentecelebradaso mais cedo possível e a defunta não tornou a aparecer.

106. ÁTILA E SÃO LEÃO Assim como o Anjo protegeua S. Pedro, o primeiro Papa, Iivrando-o das mãos de Herodes,assim cuidou também que o grande Papa S. Leão náo caísse nas mãos do mais teroz dos bárbaros,Atila, rei dos Hunos. As horciasdos bárbaros avançavampor tôda a Europa, arrasandocidadese levandoos povos como escravos.Já etiia com seus cem mil guerreiros havia penetrado no norte da ltëúia e marchavapara Roma, arrasandoas cidades,arruinandoas searas, roubandotudo quanto tinha algum valor e matando a todos os que se lhe opunham Parecia que tôda a cristandadeia perecer.Deus, porém, pusera à Írente de sua Igreja um homem que foi o martelo'das heresiase o domadordos bárbaros,S. Leão Magno. Era homem de grande ciência,visão clara, decisãopronta e segura, Lirmeza constânciaem seus projetos e grande caridade. inquebrantável, Se era notável como homem de seu século,não o er,amenospor suas virtudes cristãs; sem pretensõespessoais,tôdas as suas atividadeseram consagradasa Deus, à lgreja e ao serviçodos ignorantes,extraviados,pobres e aflitos. Assim foi que, quandoo imperadorValentinianoIII lhe manifestou que seus soldados eram incapazesde defender a ltëúia e Roma dos bárbaros que avançavamvitoriosos,não duvidou em oferecersua vida por suas ovelhas. O terror e o pânico que se apoderaramde Roma e de outras cidades da ltáilia er,amindescritíveis.Ninguém senão Deus podia deter a inundaçãoe as destruiçõesdos bárbaros que iá' assomavamàs portas. O Bom Pastor nã,o faltou ao dever de defenderas suas oveihas. 116 ì\" -t

r

bj'r-=

1.i" ?f

Mandou lazer oraçõesao Deus dos exércitos,suplicandoque velasse por seus rebanhos e por tantos inocentesque Ihe iam perecersem remédio.Dirigindo-seà cidadede Mântua,onde para imentrarao chefedos bárbaros,resolveuapresentar-se-lhe plorar misericórdiae paz. Ia revestido de suas vestes pontificais, tiara e báculo; e seu rosto, embora suplicante,apresentavaa majestadedo Vigário de Jesus Cristo. Atila náo se impress:onariacom essa vista, nem com palavras ou lágrimas; mas aconteceuqualquer coisa de sobrenatural.Dizem que, por detrás do Pontífice,apareceuao bârbaro um Anjo, sem duvida S. Miguel, com rosto severo e celestialque, de espadaem punho, ameaçavaÁtila se não atendesseas súplicasdo venerandoancião. E o teroz conquistador, pel,a primeira vez, sentiu-sevencido e ordenou que suas tropas o caminhode Roma e tomassemoutro rumo. abandonassem 107. NÃO TERIA SIDO UM ANJO? , g r a n d e P a p a d a I m a c u l a d a e, r a t i Pio IX (1846-1878)o lho do conde Mastai-Ferreti.Quando menino, costumavaajudar à missa,na capeladomésticade seuspais. Um dia, estandoajoelhado no degrau do ãltar, notou QU€,do lado oposto, um vulto o chamavapor sinais. O menino teve mêdo de sâir do seu lugar. Mas, como viu que o vulto insistia, cada vez mais, deixou o lugar e passou para o outro lado onde se achavaaquêlevulto. Naquele mesnto instante desprendeu-sedo teto uma grande estátuaque caiu exatamenteno lugar onde o coroinha,havia poucos segundos,estavaajoelhado. E' que os santos Anjos protegem as crianças de modo maravilhoso. 109. INSPIRAÇÃODO ANJO DA GUARDA Em 1890, 31 criançasda escolade uma aldeia,na Boêmia, foram um clia a passeio pelos campos vizinhos. Estandoali, desencadeou-se uma furiosa tempestadeque as obrigou a se refugiaremdebaixo de uma grande árvore até, que cessassema chuva e os raios. l17

'"9i9;lr

I l -

i

De repenteuma das meninasse sentiu impelida a sair daquele abrigo, gritando: - Vamo-nosembora! e pôs-sea correr. Seguiram-nainstintivamente tôdas as crianças. Apen,asse haviam afastadoum pouco, caiu um raio naquela árvore, causandoenorme estrago. Os pais das crianças,gratos aos SantosAnjos, ergueramali um grande cruzeiro para perpetuar a lembrança do acontecimento. 109. P E R D O A RA O S I N I M I G O S João Gualberto era homem como outros. Trazia uma espada à cinta e costumavaviver metido em brigas e desafios.Tinha um irmão a quem amavacom tôda a sua alma. Um dia, porém, um malvado matoq o seu irmão. Gualberto conheciamuito bem o assassino,e dacjüeledia em diante procurava ocasião de varar-lhe o peito com sua espada.Êle o havia jurado e assim o taria. Era uma Sexta-feiraSanta. João Gualberto montou a cavalo e saiu a passearpelo campo.. . Foi_andando, atê que se meteu num caminhoestreitoentre penhascosmuito altos. Nesse momentovê que vem ao seu encontroum viandante.. . fixa-o. . . conhece-o. . . e, veloz como um raio, salta do seu cavalo.Era o assassinode seu irmão. Ali o tinha diante de si; podia saciar seus desejosde vingança,e grita: - Canalha! assassino ! por Barrabásque agora mesmomor . res em minhas mãos. E, desembainhando a espada,lança-sesôbre o outro. Nessemomento,o ass.assino, QU€ia desarmado,prostra-seIhe aos pés e, com voz angustiosae com os braços em ctuz, dirigi-lhe esta súplica: - Irmão, hoje é Sexta-feiraSanta; por amor de Cristo crucificado,perdoa-me!.. . Que se passouentão no coraçãode Gualberto? Conteve-se;ergueu os olhos ao céu. . . olhou para a cÍuz gravada em sua espada.. . Pensouem JesusCristo que do alto da cruz perdoaraa seus crucificadores. - Irmão - disse Gualbertoao assassino- por amor de Jesus Cristo eu te perdôo.. . il8

Èa.

t'ï,

1 A

: O assassinoafastou-searrependidoe danDespediram-se. do graças a Deus. Gualberto entrou numa capela que encontrou no caminho.Ajoelhou-sediante do Cristo que ali estavapregado na quz. Tirou a espada, suspendeu-aaos pés daquela Vítima divina e jurou aos pés da mesma deixar tudo e enveredarpelo caminhoda santidade.E assim të2. A Igreja comemora-oa 12 de julho. I 10, FIRMEZA NA FÉ Naquele tempo perdia-seem tôdas as libertinagense faziase réu de tôdas as crueldadesum dos reis mais perversosda história: HenriqueVIII da Inglaterra. Era chancelerde seus reinos um homem de conduta irrepreensível:Tomás Moro. Quis o rei arrastá-lopelos mesmoscaminhosde dissolação e impiedadeque seguia. O magnânimochanceler,QUe era um católicode grandeenvergadura, resistiucom enérgicaheroicidade. Por fim, o rei o depôsde seu cargo e o condenouà morte. Com a coragem e a intrepidez dos mártires caminhavaêle para o patíbulo, sereno e majestoso.Foi quando saiu ao setl encontrosua mulheí,que, com lágrimasnos olhos,lhe pedia que renegassea fé católica ou ao menos a clissimulasse. Respondeulhe o santo espôso: Luísa (assim se chamavasua mulher), nem tu nem eu somosmoços.. . Quantosanos pensastu que ainda possoviver? - Ao menosvinte anos, Tomás. - V i n t e a n o s ! . . . V i n t e a n o s ! . . . M u l h e r e s t u l t a p, o r v i n t e anos de vida neste mundo, queresque eu perca a vida eterna e seja condenadoeternamente? Assim falou Tomás Moro, hoje canonizadoe veneradosôbre á por tôda a eteros altares. Está no céu, onde recebee receber nidade a recompensade sua firmeza na lé. E onde estará Henrique VIII, aquêle rei crudelíssimo,que antes era católico, e, abr.açandoo protestantismo depois, apostatouvergonhosamente, paÍa viver na devassidão? S. Atanásio diz: "Os santos que praticarama virtude kã'o para a vida eterna; os pecadores,os que obraram m.al, baixarão ao fogo eterno.. . Esta é a fé católica,e não poderá salvar-se quem não a guardar com fidelidadee firmeza até à morte".

1r9

ìi tf q -.i

\.

111. DESFILE DE PRESOS Narram as crônicasdo tempo que um vice-rei de Nápoles foi certo dia visitar uma prisão. Ordenouque num grande pátio formassemtodos os presos.Momentosapós ali estavamalinhados, como soldados,todos os reclusos daquele presídio. Que tipos! que caras! que olhares!que atitudes!Sòmentever aquela gente impressionava.Quase todos levavam na fronte a marca dos crimes cometidos. Apresentou-seo prudente e discreto vice-rei e começoua passá-losem revista.Um após outro, todos tinham que desfilar diante dêle. Passouo primeiro prêso. - Por que estás aqui? - perguntouo vice-rei. - Senhor- respondeuo presidiário- por nada,por uma calúnia. Passou o segundo. - E tu, por que estás aqui? Que crime cometeste? - [q, crime?.. . Não cometi crime nenhum. Passou o terceiro. - Vamos ver se encontroalgum crimloso. Dize: Tu por que estásgqui? - Eu, senhor, porque me trouxeram, pois não tiz mal a ninguém. E assim passaramquatro, vinte, cinqüenta. Todos eram bons, inocentes.Cada um dizia mais ou menos o mesmo: nã.o matei, não roubei, não desonrei,nãa ïiz mal ,a ninguém. Estavam presos apesar de serem todos bons e virtuosos.A justiça humanaera a única culpada. Aconteceu,porém, passaÍ um prêso que respondeude maneira diferente de todos os outros. Era um môço. Manifestava nas faces a vergonha que lhe causavao achar-senaquelelugar.Apresentou-sediante do vice-rei, que lhe perguntoucomo aos demais: - Por que estás aqui? Que crime cometeste? Senhor, respondeuo inïeliz, baixando a cabeça; senhor, tenho cometidomuitos.Estou onde devo estar.A justiça humana teve razã,ode me condenar;esperoque me salve a misericórdia divina.

r20

t\

\ìl

'

E, após êle, foram desfilando todos os restantes;todos uns verdadeirossantos, pois não tinham derramado nem uma gotinha de sangue. Terminou o desfile. O vice-rei chamou aquêle que havia

;

conressado ,';ï'rlïJüi;

ï.ïfiï

és o únicomau,e os outrossão

bons. Para não contaminares a êles.. . sai depressa,vai para a rua ! E, voltando-sepaïa os outros, acÍescentou: - Vós, porém, continuaiaqui. Na rua hâ muitos pecadores e não convémque êles tornem a perder-voscom seus maus exemplos.

ll2. HEROÍSMO DE UMA FAMILTA Foi nos primeirosdias da luta contra o comunismona Espanha. O Exército da África levantara-separa salvar a Espanha das garras moi-taisclo terrível inimigo. Num vilarejo de Navarra vivia um homem já idoso, pai de três filhos robustose sãos de corpo e plma, como seu pai. - Vou (disseèle à mulhere aos tilhos), vou lutar por Deus e pela Espanha. E pôs na cabeçaa boina vermelha. - E eu vou com o senhor- disse o lilho ma:s velho. - E eu também- acrescentou o segundo.. . Duas boinas mais que adornaramas cabeçasde dois soldados da Pâtria... E os três cheiosde santo entusiasmomaÍcharam para a guerra. Chegou a hora da refeição. Na mesa só havia um prato preparado.. . A mãe e espôsa sentou-sediante dêle serena e grave. O último filho, que mal teria dezesse;sanos, olha admirado para a mãe. - Mãe, disse, e eu, não como? - Em minha casa (respondeulacônicamenteaquela verd a d e i r ae s p a r t a n a )n, ã o c o m e mo s c o v a r d e s . . . E o rapaz colocou na cabeça outra boina vermelha e foi atrás de seus irmãos e de seu pai pata lutar e morrer com êles. Até aqui a história é autêntica.Entra agora a lenda. Meses mais tarde regressavamao lar o pai e os três filhos; voltavam t2l

i3

5t

:l

Fif Èl ;.7 ;!i q 3l ,rl

il iI

ft

il

ã {

!.1

i

3

I jI -t

alegres,cantandocançõesguerreiras.. . voltavam com as condecoraçõesdos heróis... Não regressavamsós: um grupo cle soldadosos acompanhava. Falou o último dos lilhos, o mais entusiasmado: - Mãe, aqui estamospor poucos dias. . . Tornaremosà guerra que ainda será longa. Lutaremosaté o fim. Como vês, seguem-nosêstesamigos que ontem eram milicianosvermelhose hoje combatempor Deus e pela Espanhaao nossolado. . . Renderam-se ao nosso heroísmo.. . Falamos-lhesde Deus e da nossa querida Espanha.. . e os conquistamospara a Espanha e para Deus. Por êsse ideal querem lutar até à morte. E aquelamãe de três heróis e espôsade um gigante, abraça-os a todos e fá-los sentar à mesa para servir-lheso melhor que possuí3. E termina a lenda, afirmandoque jamais uma mulher teve uma alegria tã,o grande como aquela.

11 3 . E' DEUS QUEM ME FALA Certamentejá ouvistesïalar em Donoso Cortês. Foi um dos maiorese mais vigorosospensadoresdo sécolopassado;o mais f amoso orador espanhol do seu tempo, consideradoo mestre do pensamentoe a glória da eloqüênci.aparlamentar. Era embaix4dorda Espanhaem Paris. Todos os domingos e dias de preceito abandonavao bulício daquela capital e ia assistir à missa na pobre igreja de uma aldeia vizinha. Ajoelhava-seno chão, Íezava como um Santo, ouvia com tôda a atenção o santo sacrifício. Depois do Evangelhoo vigário daquela paróquia voltava-se para os assistentes e tazia a sua prática ou homilia.. . Donoso quem era Cortês o ouvia com maior atenção e reverência. - Donoso dizia-lhe um amigo se sabes mais que êssepadre, se és maior orador que êle, por que o ouves? O gtande Donoso respondeu: - Pode ser que eu saiba mais. . . talvez possua ntais eloqüência; mas êle tem uma coisa que eu não tenho: é o representanteda autoridadee da palavra de Deus. Quando êle fala, é Deus quem tala; e suas palavras sempre têm o segrêdo de comover-mee tornar-me melhor. E é isso que procuro. 122

It: *

è.-ì .

A exemplo dêssegrande cristão, abandonaios cuidados da vida; deixai por algumashoras as ocupaçõesdêste mundo; correi à casa de Deus para ouvir a doutrina da salvação,para salv a r a v o s s aa l m a ! . . . ?

ll4.

o coRAÇÃo DEouRo O moderno e famoso escritor Tihamér Toth narÍa a seguinte curiosidade. Havia naquelacidade (não se'diz o nome) um senhorcuja fé não devia ser lâ muito profunda. Profundo, sim, e ridículo era o conceitoque tinha das superstições. A todo o transe havia de levar consigo algum amuleto ou talismã. Pensavaque sòmente assim podia ser feliz. Entrou numa joalheria. Pôs-se a contemplaros diterentes talismãsusadospela gentesupersticiosa de nossosdias: uma ferradurinhacom diamantes.. . uma estrêlade ouro. . . um corcundinha.. . um elefantede marfim. . . e outros muitos. Contemplou-osdemoradamente aquêle senhor,mas nenhum daquelesobjetoslhe agradou.Voltando-separa o joalheiro,disse: - Não teria-um coraçãode ouro?.. . Creio que isso seria a minha felicidade. Não tenho, respondeuo outro. Isso iâ nã,o se usa. . . está fora da moda. Talvez noutra casa o senhorencontre. E o homem percorreu pacientementeuma, duas, três casas.. . Os amuletoseram muitos e mui variados,mas todos os joalheiros lhe diziam a mesma co:sa: O coração de ouro está f o r a d a m o d a . . . j á p a s s o us u a é p o c a . . . E , a f i n a l ,q u e m m a n da no comércioé a moda! Desconsoladosaía aquêle senhor da última casa. Não encontrarao coraçãode ouro que lhe poderiatrazer a felicidade.. . - Amigo, (disse-lheo dono da última casa, acompanhando:o até à porta), vá, a uma casa de antiguidades.. . talvez lá, encontreo coraçãozinhode ouro que procura. E o h o m e ml á s e f o i . . . Caro leitor, o coraçã,ozinho de ouro já não se usa... estâ f o r a d a m o d a . . . e , c o n t u d o ,p a r a s ê r e sf e l i z e p a r a f a z e r e sf e lizes aos outros só precisariasdisso, QU€,desgraçadamente, não s e e n c o n t r au: m c o r a ç ã od e o u r o . . .

t23

Como seríamos{elizes, como viveríamosem pã2, se todos ' levássemos, aqui dentro do peito, um coraçãode ouro. . . um coração cheio de caridade par3 com Deus. . . e para com o p r ó x i m o .. .

I 15. O TIO PEDRO ASSISTEÀS MISSÕES Era em 1909. Cedinhofoi o missionárioà pequeninaigreja da vila. A porta ainda estavafechada;mas quem estavaali com a sua lanterninhana mã,oera o tio Pedro: homem muito conhecido em todo o muni,cípiopor sua fé robusta e sua v:gorosa velhice. Entre o .missionârio e o bom roceiro travou-se logo animada conversa. - Quantosanos tem, tio Pedro? - Passeidos oitenta, "sell" missionário. - Tem assistidoàs santasmissões? - Os senhoresiá pregaramquatro nesta comarca.Assisti a tôdas; não perdi nem um sermão e não faltei a nenhum catecismo,porque sempre se aprendealguma coisa. - Muito bem, tio Pedro, bravo; e sua casa, quanto dista L daqui? - Quase nada: uns dois quilômetros. - E o senhorvem tôdas as manhãs? - Tôdas. Acendo a minha lanterninhae. . . toco para a missão. - Pois olhe, tio Pedro, nã,oÌaça isso.. . O caminhoé péss i m o e o s e n h o rj á n ã o é c r i a n ç a . . . P o d e a c o n t e c e r - l hael g u m desastre,uma queda por exemplo,e ficamossem o tio Pedro. - Não tenha pensão,"seu" missionário.Quando saio de casa,digo ao meu Anjo da Guarda: "Meu santo Anjo, cuida do tio Pedro, que iâ está velho, a fim de que não lhe aconteça nada". E até hoje, graças,ao meu Anjo, nada me aconteceu. - otimo, tio Pedro; mas, seja como fôr, não venha. Jâ assistiua quatro missões.. . tique em casa. Ao ouvir essaspalavras,tio Pedro eÍgueu-se,pôs-se de pé direitinhoe disse: - S r . P a d r e , n ã o m e d i g a i s s o n e m p o r b r i n c a d e i r a. . Destascoisasde Deus não se deve perder nem uma migalha! E, com efeito, náo perdeu nenhuma migalha daquelassant24

sl

:. :.Ì

tas missões.Assistiua todos os sermõescom o f e r v o r e a p i e dade de um santo. Oh! se todos t,vcssemuma fé viva como o tio Pedro!



ì 11 6 . HISTÓRIADE UMA PENEIRA Um jovem abandonouo mundo e foi sepultar-seno deserto. Tinha ânsiasde Deus. P,aranão pensar senãoem Deus e viver sòmente para Nosso Senhor, encerrou-senuma cela solitária. Dali saía apenas uma vez por semana:ia ouvir a prática que um velho monge ïazia àqueiessolitários. contam que um dia o jovem foi ter com o santo ancião e falou-lhe: - Meu pai, só tenhoum amor: o amor de Deus... Só tenho um desejo: o de o amar cada dia mais. Por isso deixei o mundo; por isso vim morar nestesdesertos.Sou teliz em minha estreita celazinha Encantam-mea oração e a meditação. Deixo o silêncio de minha cela sòmente para vir ouvi-lo cada s e m a n a . . .M e u p a i , e u o o u ç o . . . e n ã o s e i o q u e s e r á . . . p a rece-rneque não tiro fruto de suas prédicas. Não seria melhor que eu ficasse enr-minha cela consagrandoo tempo à oração? Respondeuo santo velho: - Meu filho, não faças isso; assistea essaspráticas;sempre farão muito bem ao teu espírito, embora pareça que não sirvam para a purificaçãode tua alma. O j o v e m c o n t i n u a v ad u v i d a n d o . . . O v e l h o m o n g ec a l o u - s e , Em seguida,tomandouma peneira,deu-a ao noviço e disse: - Toma, vai à fonte e traze-me a peneira cheia de âgua. O jovem, obediente,foi. . . Passadosalguns instantes,voltaya com a pen'eir a vazia. - Meu pai, disse, a agua se foi pelos buracos. - Anda, insistiu o monge, volta à fonte e traze-mea peneira cheia de á,gua. Segundavez ïoi o noviço.Encheu-acompletamente. . . vortou correndo.Em vão. . . Não ficou na peneiranem uma gôta sequer. o ancião sorriu. o obedientenoviço corre de novo, enche a peneira,e quando,de volta, chega à cela do mestre,diz: M e u p a i ! n e m u m a g ô t a .. . n e m u m a . . .

t25

O santo monge deu-lhe então esta maravilhosalição: 'ela - E' verdade, filho, não me trouxeste a água.. . vaise pelos buracos;mas lavastea peneira. O noviço compreendeu a lição: Vals aos sermões.Parece-te que não tiras proveito nenhum.Continua assistindo.. . e pouco a pouco a alma estará purificada das vaidades e triunfará em teu coraçãoo amor das coisas divinas.

ll7. UM MONCE E A SUA CURIOSIDADE

ri

,.,\

Vivia um monge no silênciode seu mosteiro.. . Era sábio e santo. Permitiu Deus que uma curiosidadeperturbassea paz de sua alma: "Qual será atualmenteno mundo - perguntava-se - das almas a mais santa?" "E a mais sábia e mais feliz, qual será?" Estava no côro, às primeiras horas da manhã,oraya e dirigia a Deus a mesma pergunta: "Senhor, das almas que vivem agora neste mundo, qual será 4 mâis santa, mais sábia e mais leliz?" Ouviu uma voz que lhe dizia: "Vai ao pórtico da igreja e ali te dirão qual é". O monge pôs o capuz na cabeça,meteu as mãos nas largas mangas do hábito e atravessou os claustros silenciosos. Chegouao pórtico. Um pobre ali estava.Passaraa noite estendido num banco de pedra e naquelemomento espreguiçava-se e benzia-se. - Bom dia, irmão disse-lheo monge. - Bom dia, respondeuo mendigo com rosto alegre e em tom de entusiasmo. - Irmão replicou o monge pelo que vejo estás contente. - Sempre estou contente. - Sempre?Então és um homem ïeliz? - Multo leliz respondeuo humilde mendigo. - F e l i z ? . . . n ã , oc r e i o . D i z e - m e :Q u a n d o t e n s f o m e e p e d e s e s m o l ae n ã o r e c e b e s . . . é s f e l i z ? - Sim, padre, sou feliz, porque penso que Deus, meu Pai, quer que eu passeum pouco de fome. . . Êie tambémpassou.. . Mas Deus é muito bom para mim; nunca me falta um pedaço de pão. 126

: È : I

a

] ,ì

- Dize-me - prosseguiuo monge - quando está nevando no inverno e tu, tremendode frio, vais de porta em porta, como um passarinhoque salta de um galho para outro' és feliz? - Sim, padre, muito Ïeliz, porque penso: é Deus, meu Pai, que quer que passe um pouco de frio, pois também êle passou trio. . . Aliás nunca me falta um palheiro,onde passar a noite. Estava o monge admirado.. . contemplando-ode alto a b a i x o ,d i s s e : - Tu me enganas.. . náo és Pobre. Sorriu o mendigo e respondeu: Não, Padre, eu não sou um Pobre. - Logo vi. . . Então, quem és? - paãre, disse o outro, sou um rei que viajo incógnito por êste mundo. U m r e i ? . . . U m r e i ? . . . E q u a lé o t e u r e i n o ? - Meu reino é o meu coração,onde mando sôbre minhas paixões! Tenho, porém, um reino muito maior. . . Vê o senhor êrr. céu imensoi tem visto o sol, as estrêlas,o firmamento? Tudo isso é de Deus, meu Pai. Todos os dias ponho-mede joelhos muitas vêzes e digo: "Pai nosso' que estais nos céus.. ' vos como sois grande,como sois sábio' como sois poderoso!^Não Creia-me: mundo. por êste que anda pobre filho esqueçaisdêtt. para o Quando chegar a m-rte, despirei êstesandrajos e voaÍei pelos séculos êle reinarei com Pai, e meu Deus, céu, onde verei a d o s s é c u l o s ".. . o monge não perguntou mais. Baixou a cabeça e voltou ao côro; estava convenc:dode ter encontradoo homem mais santo, mais sábio e mais feliz neste mundo. 11 8 . FILHA, TEU PAI ESTÁ NO CÉU

rt

) ï

"t

l

{ t F i

t,

N.a vida de s. Margarida Maria Alacoque lê-se um tato muito consolador. Sendo a Santa mestra de noviças, recebeu unla catta em que se comunicavaa morte do pai de uma sua noviça e em que se pedia fôsse transmitida a dolorosa notícia senÌ causar-lhc pena. A Santa chamou a noviça e, com palavras de muito confôrto, anunciou-lhea morte do pai. Compreende-sea dor daquela filha.

t27

\ \ t ! 'l ' i

.':i .

\. 8.,

;

; tf

Passadoo primeiro instantede amargura,disse à mestra: do Sagrado - Rogo-lhq Madre, à Sra., que é tão .devota Coração de Jesus,Qü€ reze por lneu caro pal. Foi a santa e Íezov com todo fervor. Em seguida, tôda contente,chamou a noviça e disse-lhe: - Minh.a querida filha, boas notícias: teu pai iâ está no céu; foi Jesusquem mo disse. A nòviça, diante de tão inesperadanotícia, exclamou: - como assim? Meu pai, é verdade, eÍa um bom cristão, mas estava longe de ser um santo! - Dentro d. três dias, lesponcleua santa, tua mãe virá te visitar: pergunta-lheque tê,2teu pai antes de morrer. A mãe vúo realmente.A filha deu-lhe a consoladoranotícia de que o pai estavano céu e depoisindagou: - Mãe, que é que fêz meu pai antes de morrer? - Teu pai, minha fiiha, quando o padre lhe levou o santo Viático, viu èntre os que o acompanhavamum homem que vá' rias vêzes o ofendera muito. Quando deu conr os olhos nêle, antes de tomar a ganta Comunhão,chamou-o pata junto de si e o abraçoue beijou e, em pÍesençade todos,perdoou-lhede coraçã,oos graves danos e as ofensasque dêle recebera.A seguir, reóebeucõntenteo santo Viático. Julgo por isso que, se teu pai poÍ- âÍÏ1or de Deus e a iá, está no céu, é justamente porque, quem tanto o havia oÏendido' perdoou a Ciisto, de Ëxemplo Jesus 119. .

i



Lembremoso exentplo daquela gloriosa mârtit Írancesa,S' Joana d'Arc. Põe-se à frente das tropas de sua pátri,ae as conduz de vitória em vitória. À frente dos exércitos vencedoresentra peIas portas da cidade de Reims e ali é ungido, consagradoe proclamadoCarlos VI[, o verdadeirorei de França. Algum tempo depoís,aquela valorosa heroína cai em podeL dos inglêses,seus in:migos,e é condenadaà morte. Ergueu-se o patíbulo no meio da cidade de Ruão, onde se ajuntou enorme multidão.Serena,com a serenidadeda justiça, e formosacom a formosura da inocência,subiu Joana as escadasda morte e amarratam-naa um postede terro. Momentosdepois,no meio dum

r28

ç

O C O N S O L A D O RD O S Q U E S O F R E M

.:Ir:

/jv ìf

--:r-< *mF--.._-'-:-r

.{.

inrponentesilêncio,o algoz põe Íogo à lenha que a circunda e as chamasvorazessobeme pegam em seusvestidos.Ardia aquela carne virginal.. . Em frente dela estavaum frade com um crucifixo na mão. - Padre - dizia-lhe a mártir - levantai-o um pouco.. . quero vê-lo. . . Seus olharespregavam-senaqueledivino Crucificadoe uma fôrça divin,apunha em suas faces a beleza do amor'.. . "Mais lenha diziam os algozes- mais lenha!" E atiravamna fogueira feixes de lenha... As chamasenvolvi'am a mârtir por todos os lados e a carne ardia como vítima de santidade.Ela gritava com ânsiasainda maiores: "Padre, levantai-omais atto, mais alto, que não o vejo". E o frade atou o Cristo a um pau e levantou-obem alto, acima das chamasque formavamuma fogueira gigantesca... E Joanarezavae olhava païa o seu Deus crucificadoe dizia: "Jesus! Jesus!" E caiu morta, quase convertidaem cinzas no meio daquelashorríveis chamas. A vista dêsseDeus crucificadode tal modo conscllaas vítimas da dor, que S. Madalenade Pazzi dizia, louca de amor: "Senhor,sofrer e não morrer!" Sim, olhai para o céu: ali se enxugarãoas vossas lágrimas. . . ali está o rdino da felicidadee do amor.

120. S O U U M A S S A S S I N O !S O U U M A S S A S S I N O ! Dia inesquecível naquelecolégio! Era a festa de Nossa Senhoraque se veneravana igreja, e ao mesmo tempo a festa do Padre Diretor. Felicidade,alegria, entusiasnto por tôda parte. Pela manhã,comunhãogeral; às dez, missasoleníssima com sermão; à tarde, esplêndidaprocissão.Como rezavam! Como cantavam aquêles alunos! Que dia formoso! Quem pudera imaginar o desenlacetrâgico que ia ter! As seis da tarde haveria represent açã,oteatral, em que se levaria ao palco "A morte de Garcia Moreno". Meia hora antes que soassea sinêta para aquelafesta, dois rapazesde uns quinze anos entraram num quarto contíguo ao rlesour

:

I

-

I

129

!

:

ç

f'

cenário.Ali estavasôbre a mesa um revólver.Com êle iam disparar pela janela, quando no palco se representassea p.antomima de disparar o tiro em Garcia Moreno. Um dos fapazes, precisamente o que ia fazer de assassinono palco, toma o revólver e diz ao seu amigo: - Toma posição.. . para veres como te vou apontar no palco. O outro, que ia Ïazer de Garcia Moreno, a nobre vítima, apruma-secom energia e diz: - Atira, traidor! O amigo aperta o gatilho, soa um disparo,sai uma bala e enterra-sena cabeçado desventuradorapaz, que cai redondamente, derramandoum rio de sangue pela ferida. O inocenteassassinoatira-se sôbre o ferido, lançandogritos de dor. - Amigo, que Íiz? Eu te matei, eu te matei. Foi sem querer. Perdoa-me.Não, amigo, eu não' queria te rnatar.. . Amigo, levanta-te... não, náo morrast E, tirando o lenço, procurava estancar o sangue. Mas era inútil; o ferido não se movia. - Amigo (continuava gritando), levanta-te.. . não morr a s . . . n ã o q u e r i am a t a r - t e . . . P e r d o a - m * E pegava-o e levantava-oum pouco, mas não podia com naquelesangue. Ensopav,a-se êle. - Morreu (gritava), morreu; matei-o. Sou um assassino! ai! sou um assassino! Entretanto,os outros alunos estavamnos pátios do colégio, em conversaanimada à espera do som da sinêta. De repente ouvem gritos, olham.. . Lá, no fundo do pátio apareceo rapaz todo cheio de sangue.Levantavaos braços e gritava como desesperado,correndode um l.adopara outro: - Matei-o, matei-o! Sou um assassino ! E corria senr Íürto nem destino,como um louco. Por nossos Por nossospecadossomos também assassinos. pecadossofre e morre Jesus.Nossossacrilégios,impurezas,profanações são os punhais que cravamos no coração de Nosso ! Senhor.Somosassassinos Com que grande, imensa, infinita dor deveríamoschegar ao confessionârio. Que santa seria então a nossa confissão! 130

,Ì '

'

k' .r,

&**-'

l2l. D E U S R E C O M P E N S AO S S A C R I F Í C I O S Os sacrifícios escolhidosvoluntàriamentelazem que Deus seja generosoe bom para conosco.Os pequenospresentesque exercemgrande, irresistívelpolhe oferecemosespontâneamente pela bondadedo seu coraçã'o,Deus, der sôbre êle. Forçado então não se cansade cumugenerosidade, que não se deixa Vencerem para com êle. generosos mostram iãr de bênçãosaquêlesque se A propósitoo seguinteexemPlo: Nunt colégiode Friburgo, na Suíça,achava-se,poucosanos taz, uma menina que lazia extraordináriosprogressosnos estudos, e sentia-sefeliz. Certo dia recebeua superiorado Colégio uma carta do pai da criança, comunicando-lhe9u€, por diÌiculdades financeiras, não lhe era possívelmanter a filha no Colégiopor mais tempo" Que rêz a superiora?Mandou chamar a menina e disse-lhe: - lvlinha filha, uma notícia bem desagradâvel.Teu pai acaba de escrever-meque se acha enl grandes dificuldades e que talvez sela obrigado a retirar-te do Colégio. A menina,muito atlita, pôs-se a chorar e dizer: - Madre, que será de mim? Ajudai-me,Madre, ajudai-me! Dizei-me o que der-) f.azet. - Minha filha (disse a superioramuito comovida),tu podes modificar tudo isso. Sabes que dentro de algumas semanas teremoso santo Natal; sabes,igualmente,que atê lâ temos todos os dias a devoçãoao Menino Jesus,náo é? - S i m , M a d r e .. . - Pois bem; ïaze um fervorosopedido diàriamenteao Menino Jesus, paÍa que êle te conserveaqui e oferece-lhealguns pequenossacrifícios.Verás que Jesus não reieitarâ os teus pedidos. - Sim, Madre, farei tudo para que Jesusme ouça, e peço também as vossasorações. A menina, que tinha grande desejo de continuar seus estudos na companhia das [rmãs, cheia de confiança, sentou-Se e escreveuao Menino Jesus uma cartinha. Prometia não só oraçõesfei'vorosas,mas tazia também o propósito de, por amor de Jesus,abster-se,todos os dias até o Natal, de queijo e frutas, de que gostavamuito. E tudo isso para que Deus socorÍesse seu querido pai e ela pudessecontinuar no Colégio. 131

.=l}

No dia do Natal achou a superiora debaixo da imagem do Menino Jesusa cartinha da menina.Leu-a e ficou profundamente comovida. Dois dias depois chegava uma carta do pai, gue, entÍe outras coisas,dizia: - Madre, não sei como agradecera Deus. De modo prodigioso e inesperadoveio o auxílio do céu. . . Minha filha pode c o n t i n n a ra í . . . Pod'enrosimaginar a alegria de anrbas,a aluna e a Superiora, vendo que a sua confiançaenr Deus não falhou. 7.22. O I T O C A D Á V E R E S !.. . Há homens,que parecemferas.. . Entre os comunistasvermelho.shá dêsseshomens.. . Foi no tempo do MovinrentoNacional,QUe liltertou a Espanha das garras do comunismo.O que vamos narrar passouse perto de Córdova. Triunfaram ali, desdeos primeirosinstantes,as hordas comunistas.. . Saítam como saenl as feras de seus coìis e, em poucas horas, mais de cem cadáveresde 'obres e cristãosiaziam por terra junto aos muros do cemitério.. . Enfureceram-se principalmente contra uma família de fé arraigada, de coração generosoe de fortuna regular. Jamais negaram os direitos dos operários.. . Jamais um pobre bateu às portas de sua casa e dali foi despedidosem auxílio.. . Mas o pai, os filhos, as filhas, toclosnaquelanumerosafamília se distirrgu:ampela firmeza de suas cÍençascatólicas. - '/[g6ra, êstes!",bradaramaquelasferas huntanas.E nadando em sanguecaiu o velho pai, homem f idalgo e distinto.. . E nadando em sangue cairant três filhos seus, jovens na flor c l a i d a d e . . . E n a d a n d oe m s a n g u ec a í r a mt a m b é md o i s g e n r o s , que eram o encantode suas espôsase o orguho da religião.. . Havia outros dois jovens que eranÌ noivos das duas filhas " A g o r a , ê s t e s ! " r u g i i , a ma q u e l a sh i e n a s . . . E o s solteiras. dois caíram,também,nadandoem sangue. Oito cadáveresjaziam às portas daquela residência,onde até poucashoras viviam felizesaquêlescoraçõescristãos.. . Oito c a d á v e r e sE! r a m o s s ê r e sm a i s a m a d o s . . . e r a m a e s p e r a n ç a da família.. . eÍam o amor de todos.. . Oito cadáveres !

r32

-G

''.-É

-1..

i+f.j.:rF=_ *

',i

i,

"Agora, êstes!", continuavamuivando aquelasferas setropel penetradentas de sanguehumano.. . E em 'desordenado por ela, roubando, espalhando-se ram naquelatidalga residênci,a, . . Enfim, cansasaqueando, destruindotr-rdoo que encontravam. nos sotás e cadeirasde braço, dos de tantasfadigas,estiraram-se b e b e n d oe c a n t a n d o ; . . .e s t a v a ms a t i s f e i t odse s u a o b r a . . . O i t o ! cadáveres E a espôsa?e as filhas casadas?e as solteiras?e os tenros e delicadosnetinhos? Não os esqueceram,nã,o,aquêlesvis criminosos.. . Tnncaram-nos nurn quarto, dlzendo-lhesque esperassema decisãodo povo. . . ao povo pertenciadispor dêles.. . E o povo dispôsque fôssemenxotadosde sua própria casa,que desde aquêle momentoera propried'adedo comunismo.. . E de sua casa teve de sair a infeliz Íamília. Ia adiante a velha mãe, de cabelosbrancos.. . atrás, as filhas casadas,carregando seus tenros tilhinhos.. . e, por fim, as filhas solteiras sem pai, sem irmãos, senl amôres,sem um pedaço de pão. . . E, asïim foram batendo de porta em porta. . . e viram que âs portas de muitas famílias qlle julgavam amigas se fecharam para elas.. . E isso porque levavam a maldição da "Casa do P o v o " .. . Oh! foi triste, foi doloroso,foi revoltante!Foi, em suma, a obra do comunisnroateu, do qual nos livre a misericórdiade Deus.

t23, BAILANDO COMO DIABO Uma jovem francesa, que freqüentavaas salas de baile, atraída pela fama do santo Cura de Ars, resolveu procurá-lo par'a se confessar. Vejamos como ela narrou o seu colóquio com o Santo. - Lembras-te (disse êle) da última vez que fôste ao baile?. . . Estava lá um môço que te parecia bonito, e te causou sentimentos de ciúmee de inveja,porquebailavasòmentecom as outras e não se dignavadirigir-te um olhar sequer? - E' verdade.Lembro-me,sim. - Lembras-te gu€, em dado momento, êle retirou-se da sala, deixando-tedesiludida,por não se ter dignado dançar contigo nem uma vez?. . . - Sim.

133

\----; V

E

,f

t

- E notaste,então,um pequenofenômeno:duas como chamazinhasentre as solas dos sapatosdêle e o pavimentoda s,ala, quando se retirou. . . E não fizestecaso,atribuindo,aQuiloa uma ilusão de ótica do contrasteentre as luzes e a obscuridadeda porta de saída.. . lembras-tedisso? - Sim; Iembro-me. - P o i s b e m .A q u ê l eq u e t e p a r e c i au m r a p a z e n c a n t a d o r . . . que te causoutantosciúmes.. . tanta inveja.. . tanto despeito.. . Quem era? - Aquêle era o diabo. Dançou com aquelasque já lhe pertencem,com aquelasque não têm o menor escrúpuloda impureza.. . Contigo não quls dançar, porque ainda eras pura, e sabia que virias te confessar.. . Ficou a jovem impressionadíssima com aquelas revelações do Santo e prometeuque nunca m.aisiria a um baile. E tu, jovem leitora, não achas que contigo poderia Scontecer. .

124. UM PREFEITO LIVRE-PENSADOR LLVA NA CABEçA Há cêrca de quarentaanos entrava numa vila d,a Áustria o coronelDobner von Dobenaucom o seu batalhão.Ia estabelecer ali o seu quartel de inverno. A populaçãoalegrou-secom isso, pois esperavaïazer bons negócioscom os oficiais e soldadose contava,além disso, com bom número de distracões. O prefeito da cidade, acompanhadode seus conselheiros municipais,saiu a sauclaro coronel.Êste era fervorosocatólicoe um de seusfilhos era padre.Mas, ignorandoessascircunstâncias, e julgando-olivre-pensador, s prefeitodirigiu-lhelongo discurso, insistindona alegria que os habitantesda cidadesentiamcom a presençada tropa QUe,certamente,viria quebrar a monotonia da estaçãohibernal. Não pôde deixar, porém, de mostrar seu desagradopelas práticas religiosas,dizendo: - Uma só coisa desagradávelhá aqui, meu coronel: E' que hoje, precisamente, os padres deram início a uma grande ntissãoque vai durar mais de oito dias. Infelizmentenão a podemos impedir, apesar de vermos na mesma um grande des134

+Ëìr"

ïE

i

t;

O batalhão deve, entretanto,consolar-secom mancha-prazeres. o pensamentode que êssesdias passarãoe, logo depois,a alegría será muito maior. Í- , Terminado o discurso,o coronel, carregandooS sobrolhos' respondeuem tom sêco: ne- senhor preteito, não vejo na missão absolutamente assistirei não nhum desmanchã-ptur.r.r.Pelo contrário; eu só permitir. E aos sermõesda missão, quando o serviço não mo de me prazer, meus oficiais, bem como iOOa a tropa, terão o de prefeito, acompanhar.Eu só sinto não ter o poder, senhor seroS todos a l,nundff também a vós e aos vossosconselheiros mões. As pregaçõesnão vos fariam mal nenhum; muito ao contrário, elas vos fariam imenso bem. Após o seu destemidodiscurso,retirou-setriamente o cofoe contusosos seusvisitantes' nel, deìxandobastantedesapontaclos E a lição toi bem merecida. 125.

O L Á ! V O C Ê V I R O U C A R O L A ? .. ,

Pedro Jorge Frassati,falecidosantamenteem Turim a 4 de abril de 1925,era Ïirho de um ilustre embaixador' entretanto,Sua inocênCia'Sua fé e Muito rico, Con-Servou, sensívelàs misérias alheias. um coráção extrem.amente Tornou-se um campeão de cristo e um apóstolo do bom exemplo.Frassati náo era dêssesque só praticama religião quando encerradosdentro de quatro paredes.A propósito lê-se em sua biograti.ao fato seguinte: um dia, ao sair duma igreja, conservavaainda na mão o seu rosário.Um conhecidopassapor ali justamentenaquelemomento e, não perdendoa ocasião,diz-lhe, mofando: - Olá, Jorge! você virou carola?.. . E Jorge, sem se perturbar,respondeprontamente: - Não; eu continuoapenasum bom cristão; e disso não me envergonho,antes me glorio. AnteJ de expirar - e contav.asòmentevinte e quatro anos de idade - Frassati lë'z a seguinteprofissãode fé: cada dia compfeendomelhor a graça de seÍ católico. Pobres, infelizes os que náo têm fé. Viver sem a té, sem uma que se possa herança que -porse possa delender,sem uma verdade vegetar' Não é viver, é não contínuo, um combate sustentar

135

F ,

r-ç

devemosvegetar, devemosviver; porque, apesar de tôdas as decepções, . devemoslembrar-nossemple que somos os únicos a possuira verdade.Temos uma fé que defender,e a esperança de chegar à nossa pâtria. Para o alto os coraçõese avante semprepelo triunfo do reinadode Cristo na sociedade. E Jorge Frassatifoi um dêssesapóstolosdo reino de Cristo na sociedade;foi um militante da Ação Católica,foi um combatente ardoroso até à morte.

126. A COLEGIAL QUE SE CONVERTEU Estudavanum colégio de irmãs uma menina de treze anos apenas. Era alma forte; era coraçãoindômito.Não sei o que tinha aquela criatura, mas exercia uma influênciapavorosasôbre tôdas as colegasque viviam com ela. . . Quando pregavaa revolução entre suas companheitascontra as ordens das Irmãs, a revolução estalava tumultuosa,e só a mão forte da Superiora conseguiaimpor de novo a disciplina. Um dia aquela menina altiva e insolentefoi severamente v repreendidae castigada. Aquela tarde nã.o poderia sair a passeio com as colegas. Tinha que ficar no colégio, escrevendocem vêzes estas palavras: Primeiro mandamentoda lei de Deus: Amarás o senhor, teu Deus, com todo o teu coração,com tôda a tua alma, com tôdas as tuas fôrças. Ficou na sala vigiada por uma professôr a. . . Pôs o papel diante de si e começoua escrever:Primeiro mandamentoda lei d e D e u s : A m a r á s o S e n h o r ,t e u D e u s . . . E c o n t i n u o ue s c r e v e n d o .. . L o g o e s t a v ac a n s a d a... L a r g o u a p e n a e p a s s o uo s olhos pela sala.Bem em frente,pendurada na parede,estavauma devota imagem de JesusCrucificado.. . Contemplou-ocomo jamais o conternplara.Parecia-lheque aquelaspalavras que acabava de escrever,a ela eram dirigidas por aquêle santo Cristo, que tinha diante dos olhos.. . Lentamente,solenemente,com acentode ternura.. . com olhos cheiosde lágrimas.. . dizia-lhe aquêle Deus amoroso:Amarás o Senhor,teu Deus, com todo o teu coração.. . Que se passou então naquela alma forte e naquelecoração 136

ffi,

ãôír

W1;i: :-,

.'

"ì*E

ry

jr'ij 'j I l

'

i n d ô m i t o ,Q U e - l h es a l t a r a ma s l á g r i m a s . . . e a l i m e s m os e a j o e lhou. . . e se fixaram longo tempo os olhos daqueleDeus-amore daquela menina-revolução? Em seguida levantou-se. . . pediu humildementelicença à mestra para ir uns instantesà capela.Tinha sêde de falar de mais perto com Deus.. . e Deus estavaali, a dois passosdela, no sacrário. . . Desde aquêledia Quando se levantouestavaregenerada. foi a santa do colégio.. . Anos mais tarde, quando o capelãoe o confessorfalavam dela, diziam: As almas assim ou são grandes santas ou grandes pecadoras. Naquelatarde de sua vida começoua ser santa e o foi até o fim, até o heroísmo.. . l ^

127. COMO MORRE UM VIGÁRIO O pároco de Constantina,em terras de Sevilha,era um homem de fé ardente. PrenderarÌ-Íto*,,S bárbaros comunistas,lançaram-no numa asquerosaprisão, deram-lhemuitas pauladas,negaram-lhetodo o alimentoe, por fim, tizeram em nome do comunismoo que não poderiamdeixar de ïazer, isto é, saquearama casa paroquiale a igreja. Mas foram mais longe: conduziram-noà praça púbrica e ali o apresentaram àquelesmesmosparoquianospelos quais êle trabalhara durante vinte e seis anos. A multidão, enfurecidapeIos vermelhos,sacioucontra êle o seu ódio vil. Levaram-nooutra vez à igreja. cinco dias durava já,o martírio; há cinco dias que não via sua querida igreja paroquial. Ao entrar nela voltou-secom grave dignidade para aquêlessacrílegos,e disse-lhes: - Perdôo-voso que a mim me tendesteito; mas profanastes a igreja de Deus e sentireiso pêso da justiça divina.. . Aproximou-sedo altar do Santíssimoe. .. que dort viu que as sagradaspartículastinham sido atiradasao chão.. . Quis ajuntá-las.. . mas não pôde. Derrubaram-nopor terra e ali mesmo o golpearambàrbaramente.Quis dizer:

r37

: :{ :i:

's .{

I

Viva Cristo Rei! e não terminou.Um vil aósassinoatravessou-lhea cabeçacom uma bala. . . Alguns mesesmais tarde, a 15 de dezembro,quandg a cidade dã Constantinacaiu em poder das tropas espanholas,oro cadáver do pároco. Esdenou a cãmata que desenterrassem tava perfeitamenteincorrupto.Tinha sôbre o peito' um crucifixo' Aquêle santo Cristo se lhe incrustara completamentena carne. . . Conseguiramsepará-lo, mas a cÍrtz ficou para sempre gravada no peito do mártir. Ficou incrustada a cruz em seu p e i t o .. . Trazei também vós no coração o espírito de Jesus Cristo e, estou certo, náo deixareis de perdoar a todos oS VoSSoS inimigos.

128. OLHAI PARA O ALTO S. Aïonso, um dos homens mais santos e sábios, gostava de recordar o Íato seguinte. Caminhavampor montes e Valesuns homensricos e amigos dos prazeres.Eram caçadores?Não saben-cs;o certo é que se internaram pela floresta adentro e no rieio dela, entre as árvores ïrondosas,encontraramuma choupana.Aproximaram-Se e dentro dela viram um anacoreta,'cuio rosto era o retrato duma alma que gozava de P,az. que fazes perguntaram aquêles senhores Irmão

uquir - Irmãos - respondeuo ermitão vim procurar a felicidade. - A felicidade?Nós gozamosda abundânciadas riquezas; corremosde diversãoem diversãoe, contudo,não pudemosachat a felicidade;e tu a procurasteaqui? - Aqui a procurei e aqui a encontrei. - Encontrastemesmo a felicid,ade? - Sim; olhai por esta janelinha da minha choupana.Por aí so vê a minha felicidade. Os caçadoresprecipitam-separa a janelinha e olham ansiosos.Em seguida,mal-humorados,dizem: - Irmão, enganaste-noscomo um velhaco. 138

h ç , i.r lì:

'\,

rn|r

llFqtr

-.

{::i.

- Nunca,nunca- replicouo santo solitário;é porquenão olhastesbem; tornai a olhar. Garanto que por aí se vê a minha felicidade. Segundavez chegam-seos homensà janelinha,olham por todos os lados e, agastados,dizem: - Irmão, pel,asegundavez nos enganaste.És um impostor. E o solitário, com aquêle aÍ de paz que nunca o abandonava, responde: - Irmãos, não olhais bem. Asseguro-vosque nã,ovos engano: olhai melhor, pois garanto que daí se vê a minha felicidade. Os homens,desejososde descobrira felicidade,olham, tornam a olhar para baixo, para cima, para os lados.. . e por f im dizem: - Irmão, não nos enganesmais. Por aqui não se vê nada; a p e n a sá r v o r e se u m p e d a c i n h od o c é u . . . - Isso, isso (exclamouradiantede alegria o ermitão),isso, isso. Aí está a minha felicidade.Quando tenho algum sofrimento, quando a dor me atormenta,contemploêsse pedacinho de céu e digo a mim mesmo: Tudo passa; dentro em pouco estareino céu. A a'.:gria enchea minha alma.. . Êsse solitário eÍa S. Antão. Fôra para o deserto em busca da felicidade.Passou os longos anos de sua vida em orações e penitências.Olhava para o alto e via um pedacinhodo céu! Teve lutas terríveis com o espírito do mal; não via o fim daquela guerra; mas olhava para o alto, e via um pedacinhodo céu! Sofreu fome, calor e sêde; a carne pedia comodidade,o cilício atormentava-o,molestava-oa pobrezado hábito. . . Olhava para o alto e via um pedacinhodo céu! Passaram-seos dias e passaram-seos anos. Olhava sempre para s alto, e o pedacinhodo céu parecia-lhecada vez mais próximo, caclavez maior. Afinal, um dia não vê mais a terra, não vê mais o deserto.Ante seusolhos surgia uma cidadefantástica. Aquilo eÍa a terra da promissão,era a pátria de Deus, era o que tantas vêzes vira de longe: o céu! o céu! E a alma de S. Antão, que vivera para Deus, para a oraÇão, para a penitência,para a santidade,para o céu, entrava gloriosa no paraíso.. . 139

r\'r

-

lr'"

;r.\rra+*-y\?.a^*-.r

.Ì.\*; :ì:'t . !

l2g. A MENINA QUE REZAVA PELOS AVIADORES

ê i

Do alto do púrlpitoum dos mais famososoradoÍescontemporâneos da Espanha dirigia sua palavra eloqüentea um seleto auditório. Era na festa de Nossa Senhorade Loreto e êle talava aos aviadores que a haviam escolhido por padroeira. Falou-lhes assim: "Aviadores de minha pâtria, ainda vos lembrais? Era nos primeiros dias do nosso Movimentocontra o comunismo.Vós, tôdas as manhãs,em vossosaviões de bombardeio,em formação impecável,voáveissôbre terras de Castela,e, ousadose destemidos,internando-vosnas zonas montanhosasde Biscaia,"íeis Íomper com vossasbornbaso cinturão de terro de Bilbao. O QUe,porém, não sabeisé que ali, nas margensclo Ebro, todos os dias, guardando o seu rebanho,estava uma menina que não passariados onze anos. Ao ver-vos ficava emocionada: ajoelhava-se e com as mãos postasrezavaa Nossa Senhora por vós para que triunfásseisdos inimigos de Deus e da Espanha, e para que não sofrêsseisnenhuma desgraça.E quando ao longe, a menina, sempre de em vossosaviões desaparecíeis joelhos, levava os dedos da ntão direita à l-lca, imprimia nêles um beijo e vo-lo mandava a vós, heróis da pátria e soldados da fé. Os aviões tinham iá desaparecidoe a menina continuava ainda de joelhosrezandopor vós. Graçasa Deus estaiscom vida. Não deveis (quem sabe?) a vossa vida às oraçõesdaquele anjo de onze anos que guardava seu rebanho de ovelhas em terras de Castela?" E aquêlesfrios aviadores,acostumadosa desafiar a morte e a permanecertranqiiilose calmosno meio dos tremendosperigos dos ares, choravamcomo crianças. , 130. CAI-VÁRIO DE UMA MÃE Quereisum exemplode paciênciae resignaçãode uma mãe sublimee heróica? Foi sempre boa aquela senhora.Nascera na pobreza e nos trabalhos dos campos passara os anos da juventude.Quando estava para completarvinte e cinco anos casou-secom um môço 140

ìr:,iì!,FE:

\"

tffi \*.+r"

\ bom como ela, e, como ela, lavradorde pobrescanlpos,que eram tôda a sua fazenda. Tiveram cinco filhos: três meninose duas meninas.Estavam todos ainda na infância,quando lhes morreu o pai. A pobre viúva pôs a sua confi.ançanaquele Senhor que nos livros sagradosse chama a si mesmo "consôloe amparo das viúvas,,. E não esperouem vão. Trabalhoumuito a pobre mãe; mas afinal teve a consolaçãode ver que seus filhos cresciarnfortes e bons. Naquela casa não faltava o pão ganho com o trabalho honestoe comido em paz e graça cle Deus. O mais velho dos filhos disse um dia à mã,e:,,Mãe, vou a N. para ver se ganho algum dinheiro para nós,'. Foi a N. e, poucos dias depois de lá chegar, morreu. ' Disse o segundofilho: "Mãe, eu não vou a N.; vou à Capital à procura de uma colocaçãopara que não tenhasde trabalhar tanto". E foi à Capital; mas apenas lá, chegou, pereceu num incêndio. O terceirofilho disseum dia à mãe: "Mãe, eu não vou nem a N. nem à capital; ficarei em casa cultivandonossospobres campos.Deus jamais nos negará um pedaçode pão". E um dia subiu a um morro em companhiade um amigo; e êste, ao experimentaruma arma, sem querer destechou-lhe um tiro e matou-o; e o pobre atl ficou no meio do caminhoestendidoe banhado no próprio sângue. A filha mais velha, derramandolágrimas sôbre os finados irmãos, disse à mãe: "Mãe, que pecado teremoscometiclopara que Deus nos prove tanto? Vou para o convento".E para o conventofoil e oito dias depois a levavamao cemitério. Por fim, a última filha, que contaria uns dezesseisanos, disse à mãe: "Mãe, não chores; enquantseu viver, nã,ote faltará um pedaço de pão. vou para a cidade aprendercostura'e corte". E foi para a cidade; mas, no primeiro motim comunista, uma bala perdida varou-lhea cabeçae ela caiu morta. A mãe não tinha mais lágrimas nos olhos. Inclinavaa cabeça, chorava e rezava. Por fim, ficou doente,teve de meter-se na cama, onde, durante anos, dores horríveis não ltre deram descanso.Contudo,a Providênciadivina não a desamparou:nunca faltaram almas boas que cuidassemdela. um missionário,que por ali pregava,foi um dia visitá-la. Sentou-seà cabeceirado catre e ela contou-lhea sua trágica história. Quando terminou, chorava e soluçava. t4l

\

l1

ï

i*""Ê'

estás agora - Filha disse-lheo Padre Missionário Deus? de conformadacom a vontade respondeu iâ sou velha; já completeioiPadre tenta e quatro anos. Oitenta e quatro anos, Padre, dizendomuitas vêzes ao dia: "Faça-se a vossa vontade,assim na terra como no céu". Virou a cabeça e fixou o crucifixo pendurado à parede.

u'"

l: -ïJ* ïìïïïi,ï;er

que umamurhercamponesa, simpres,

aprendeu,na sua fé e no seu amor a Deus, a lição dificílima da pãciênciae da conformidadenas penas e dores da vida.

t \ ;\

:ì ;'f

'i

131. O C O N S Ô L OD E L Ú C I F E R Um dia, voltando da terta, chegou um demônio ao infertriste e abatido. Dirigindo-se a Lúciter, o rei das Estava no. trevas,disse: - chefe, Íalhou completamenteo meu esfôrço. Mostrei ao Filho do homem tôdas as riquezas e grandezasdo universo 3 prometi-lhe dar-lhe tudo aquilo com a única condição de quc me adorasse.. . E eis que êle me repeliu çom desprêzo. - Consola-te,meu filho, respondeLúctier, mesmo que êsse e s t e j ap e r d i d o ,t o d o s o s o u t r o s n o s p e r t e n c e m . . . Depois de algum tempo regressa o demônio de sua nova excursãopela terra e diz: chefe, está tudo perdido. o Filho do homem acaba de lazer ao povo, no monte Tabor, um sermãosem igual. Êle afasta a todos das vaidadesterrenase impele-ospara o reino de Deus. - consola-te,meu filho, diz Lúcifer,.êles gostam de ouvir palavrasnovas e belas,mas não as põem em prática. Esquecerie-ão delas como Se esqueceramdos ensinamentosdos profetas. Faz o demônio outra excursãopela terra. Quando volta ao inferno, chega-seao poderosorei Lúcifer e, desanimado,diz: - Meu chefe, o nosso poder está liquidado pafa sempre. O Filho do homem selou sua doutrina com a própria vida, provando assim que é realmenteo Filho de Deus. - Não te atlijas demais,meu filho, replicou Lúcifer, êles serão nossosApesarde tudo. O Filho do homem provou' é verdade, por sua morte na cruz, que é o Filho de Deus. . . mas consolá-te,meu fiel emissário,os homens não crerão nêle. t42

I

:

.t i I

,t

'l -l

i,l

"w

?_.

F !

il

, Meu irmáo, tira dêste imaginârio diálogo uma preciosalição para tua at'ma,isto é., que não deves viver, como os pagãos e os libertinos,sem fé, sem religião, sem Deus. it

ç

132. SEMPRE MAIS Perguntai .a S. Paulo o que deveis ïazer para vos tornardes semelhantesa JesusCristo. S. Paulo não vos enganarâ.Ê,le é o doutor que mais admiràvelmenteexpõe as leis divinas de nossaperfeiçãona vida espiritual.. . - Santo Apóstolo, temos a ïé de Pedro, o dlscípulo escolhidopor JesusCristo para seu vigário na terra... Basta-nos? - Não basta. - Temos a caridadepara com Deus e o amor para com o próximo, que aprendemosdo discípulo predileto de Jesus.. . Basta? - Não. - Temos a fortaleza heróica demonstradapelo Batista ante os inimigos.. . Basta? - Não. - Temos a ç nfiança em Deus que distinguiu o patriarca S. José,o qual mer€ceuser tido por pai de Jesus.. . Basta? - Não basta,não. . . Escutai o que vos digo: JesusCristo é o modêlo que deveis ter sempre diante dos olhos. . . é o retrato que haveis de reproduzir em vosso corpo e em vossa alma. E quem era JesusCristo? Era a caridade, era a justiça, a mansidão, a prudênciae a paciência.. . Era a beleza de Deus manifestando-seaos olhos humanos, para que nêle nos transformemos.Tendes, pois, de trabalhar, trabalhar muito, até que sej a i s r e t r a t o sp e r f e i t o sd ê s s ed i v i n o M o d ê l o . . . - Mas, santo Apóstolo,nossa carne é ï.raca,nosso coração é louco, nossa concupiscênciaé animal, nossas inclinações perversas,as tentaçõessão muitas, os demôniosrodeiam-nosdia e noite, o mundo nos fascina.. . - Trabalhai! E' preciso imitar a Jesus Cristo. Essa e a única segura garantia de nossa eterna salvação.Se temos a s u a graça, temos tudo. . . - Mas isso será trabalho de muitos anos. - Tendes razão: é trabalho de tôda a vida. Mas para isso 143

L;

1',

ïr*"'-

é que Deus nos pôs no mundo,para isso é a vida. Se não a entendeisassim, estais tristementeequivocados. .. Trabalhai! . . . Tendes diante de vós uma eternidade para descansare gozaï de vossas virtudes.

L

133'

'

c A S T o . . . s E M R E L I G I Ã ' ?t Estava aquêlemédlco na flor da idade. Era cabeçaleviana e andavacheio de orguÌho por sua ciência vá. AIém disso, relegara a fé a um canto de sua inteligênciae, segundo havia aprendidode seus mestressem religião,afirmava que para viver bem e ser feliz bastavaa luz da razão Por aquêlesdi,as um famoso pregador, uffi homem de eloqüênciasingular,alvoroçaratôda a cidade. O vaidoso doutor afirmava à bôca-cheia,no círculo de suas amizadesrQU€iria entrevistaro famoso orador e que o havia de encurralarCom a fôrça de sua discussão. E lá se foi, com efeito, seguido de alguns amigos zombeteiros e curiosos.Achando-sefrente à frente com o missionário, o doutor disse entre outras coisas: - Padre, eu nã,opraticoa religião; ,ou,-oporém, homemhonrado e posso garantir-lhe que sou casto. Sorriu maliciosamente o ilustre pregador e observou: - C a s t o ? . . . C a s t os e m r e l i g i ã o ? ! - Sim, casto - insistia o doutor. - E vai a tôda espéciede cinema? - Naturalmente. - E lê tôda espéciede livros? Tudo o que tai sob os meus olhos. - Desvia o olhar quando se encontracom alguma beleza provocadora? - Oh ! pelo contráno. - E diz que não reza? - Nada. - E diz que é casto? - Digo. - Pois bem replicou aquêle homem apostólico,aquêle profundo conhecedordo coraçãohumano;- acreditoque o senhor seja casto,mas casto como os cachorros.

r44

r

^

ì

*r=- É-,*; ff.

s\"

Ç$ ',.: :

.\ tÍ

.a

,s

E nada mais disse.. . E havia dito tudo. . . O doutor mord e u a l í n g u a . . . o s a m i g o ss o r r i r a mm a l i c i o s a m e n t e .e. . o m i s sionário interrompeubruscarnenteo diálogo. Todos estavam de acôrdo: sem a prática da oraçãonão podiam ser castos.E seria refinada loucura afirmar o contrário.

,+

.ì È j i:.

.t i 1 I

134. DIÁLOGO COM SÃO PAULO JesusCristo diz de si mesmo: "Eu sou a luz do mundo". Nos lábios seus e nos lábios de seus apóstolos,effi poucos anos, viu o mundo a formosura dessa luz e ficou envolvido em seus raios. Duvidais? Interrogai S. Paulo, o gigante da verdade e do amor, o apóstolo que náo descansa,a bôca que náo cala, as mãos que náo desmaiam,o coração que nunca se apaga. Aí o tendes:interrogai-o. - Santo Apóstolo,donde vens? - Da Grécia. - Percorrestea Arëtbia? - Tôda. - E s t i v e s t en a ' Á s i a ? .- Chegueiàs Éuas praias mais remotas. - E visitasteAtenas? - Falei no Areópago,bem como nas ruas de Corinto, de Tessalonicae Éfeso. - Pensasem ir a Roma? - Até lâ chegarei. Tenho ardentes clesejosde avistar-me com os césaresdo mundo. - Estivestena prisão? - Muitas vêzes. - Sofrestenaufrágios? - Três vêzesme vi nos abismosdo mar. - Estivesteem perigo de morte? _- Em muitos; a cada passo. - Sofrestefome? - Sim. - Frio? - Também. - odios e calúnias? Tesor'*'t I -

10

t45

t

*

'r L

F

- lss6, tôda a vida; prego a verdaclee não n-ÌecÍêem;pregooamoreodeianl-me. - Santo Apóstolo, descansa ! - Não posso. - Modera tuas energias. __ Tuclo nÌe parece pouco. - Es incompreensível. - Sor"ra lógica, a lógica da verclade,a logica clo amor. O Apóstolocala-seum instante.Pensa.Levantaa cabeçae prossegue: - Vi o meu divino Mestre. Conheci-ona estraclade Damasco.Compreendique é a verdade,a luz. Levo-o no coração: é um fogo que me abrasa. Levo-o nos lábios: é urÌa luz que me guia e me arrebata. Poucos anos ïaz qlle andamos pelo mundo, eu e os demais Apóstolos,pregando a sua doutrina, anunciandoa sua lei. Erguei os olhos e vêde: a fé tem sido pregada enl todo o universo.Jesus Cristo conquistatôda a terra, porqLleêle é a luz, é o sol da verdade.Viva JesusCristo!

i

135. UM MENTIROSO CRUFIO czar Nicolau,que há cem anos goverhouo império russo, foi um dos homensmais sanguinários. A sua crueldadearrancou a vida a milhares de filhos da Igreja Católica; nraior, porém, foi o número dos que tiverarl uma nrorte lenta nos trabalhos forçadose nos horrendoscárceresdo clima horrível da Sibéria. Entretanto,cliantedos reis europeuse sobretudodiante do SoberanoPontíÌice,lazia semprealarde de sentirnentos religios o s e h u n r a n i t á r i o sI n. d o a R o m a ,o p o d e r o s oe s a n g u i n á r i oc z a r Ìoi recebicloenr audiênciapor slla Santidadeo Papa Pio IX. O Pontífice perguntou-lhecomo tratava os católicos.E o czar, conl a mais vil hipocrisia,respondeu: - Muito bem, SantíssimoPadre. Não pôde o Papa sofrer a vileza daquelecoraçãotraidor. Levantou-secle seu trono, fitou o poderosoimperadorconl májestosacligniclacle e com voz forte e enérgicadissc: - M e n t i s! O imperadorÍusso não pôde conservar-se em pé; Ìicou como que aniquilado.. . e saiu dali aterrado,conro se unia tem146

*!

1'"::rr

-_

pestadetivesseestaladosôbre sua cabeça e o fogo de um raio Desceuràpidamenteas escaclasdo Vaticano e foi o ameaçasse. ocultar-seno palácio em que se hospedava. Também a vós, milharesde cristãos.. . tambéma vós, rnilhares de católicos.. . pergunta o vigário de JesusCristo: - Amais a JesusCristo? E respondeiscom hipócrita serenidade: - Amamos! - Mentis! vos clirá o Papa e coÍn razã,o,pois: Não sois vós que profanaisos dias santos de guarda?.. . .. Não sois vós que abandonaisa oração e os Sacramentos?. Não sois vós que desprezaisos Mandamentosdivinos?.. . E não mentis aos homens,mas a Jesus Cristo.. . ao próprio Deus!..

136. O PUNHAL DA IMPUREZA Aquêle môço não conheciamaior tesouro neste mundo do que o coraçãode sua mãe. Filho e mãe viviam sòzinhos no ntundo. E eram felizes, porquepossuíama n lior felicidadeda vida: a felicidadedo amor. Mas aquêle môço começoua soÌrer de uma doençaesquisita. Tremiam-lheas pernas.. . O tremor nervososubia pouco a poucopelo corpo e, quandochegayaà cabeça,estouravaa loucura. Naquelesmomentosde furiosa loucura, o rapaz procurava uma faca, empunhava-a e corria por tôcla a casa, com os olhos arregalados,gesticulandoterozmente,e gritando: "Minha mãe, minha mãe! Onde está minha mãe? Quero matar nrinhanrãe!" Cessavaa loucura.O filho voltava a si. Conheciaslla louc u r a e , d e j o e l h o s ,p e d i a m i l v ê z e sp e r d ã oa s u a m ã e . D i z i a - l h e : "Mãe, rninha mãe, se um dia, nullì dêssesarrebatamentos, eu te t i r a s s ea v i d a ? .. . Q u e s e r i a d e m i n t ? M o r r e r i ad e d o r " . Assim, tão grandes eram os temores da mãe conlo as angústias do filho. Sabeiso que êle resolveuïazer? Quando sentia que o ïremor começavaa subir-lhepelo coÍpo, pegava unla corda muito forte, corria para a mãe e dizia-lhe: "Amarra-me, mãe, amarÍa-me".E a mãe amarravafortenienteas nrãosdo filho. No momentoenr que a loucura subia à cabeça,êle soltava rugidos de fera e gritava: "Onde está minha mãe? Quero matar 10i'

t47

jF4s;

minha mãe!" Mas, como poderiafazer-lhemal, se tinha as mãos bem .amarradas? Passada a loucura, o môço tomava aquela corda e beijava-a.com loucurasde amor. . . Meu irmã,o,alerta! Quando sentires que vem chegando a tentação,o perigo, toma o rosário, cinge-tecom as cadeiasda o r a ç ã o .R e z a e s e r á sf o r t e . . . Q u a n d op a s s a ro p e r i g o ,b e i j a r á s , reconhecidoe grato, o teu rosário, que te livrou do punhal da impureza.

137. D . B O S C O C O N F E S S AU M D E F U N T O Havia um jovem, chamado Carlos, que só pensava em viver e divertir-se.Mas eis que cai doente, táo doente que o médico lhe dá apenasalgumashoras de vida. Quis confessar-se a D. Bosco,que lhe era muito afeiçoado,mas D. Bosco não pôde ir. Confessou-sea outro sacerdote,mas a confissãonão foi sincera, pois ocultou faltas graves. E o jovem morreu.. . Comunicaram logo a D. Bosco que o seu querido Carlito falecera. Nesse momento uma voz misteriosa parecia segredar a D. Bosco que c infeliz náo se confessarabem. Saitou do leito, correu à cas* do defunto.. . Ali estava Carlito imóvel, am,arelo,endurecido:ia ser colocadono c a i x ã o . . . D . B o s c o o r d e n o uq u e t o d o s d e i x a s s e mo a p o s e n t o ; ali só ficaram o santo e o cadáver.. . D. Bosco, falando ão ouvido do defunto,disse: - Carlito! O rapaz abriu os olhos e fitou-os em seu santo diretor. - Onde estiveste?- perguntou-lheo servo de Deus. - p36l1s,numa região misteriosae desconheclda. Vi muitos demôniose todos me queriamarrastarao inferno.Diziam que tinham direito sôbre mim. - Filho, é porque não te confessaste .bem. Ocultasteum pecadopor vergonha,não é verdade? - Sim, padre; mas agora quero declará-lo. E o r,apazconfessoucom grande hum:ldadeseus pecados e sacrilégios. - Padre, se não fôra esta grande misericórdiade Deus, eu estaria perdido païa sempre.

r48

rc D. Bosco, erguendoa destra, deu-lhe a absolvição.Recebeu-a o jovem com grande recolhimentoe na atitude da mais profunda gratidão. O santo abriu a porta e disse aos que esperavam do lado de fora: - Podem entrar. Entraram.. . e l,ançaramum grito de surprêsae de terror. O morto estava sentadona cama. Parentese amigos caíram de joelhos,mudos de assombro. D. Bosco inclinou-see disse ao ouvido do jovem: - Carlito, agora que estás na graça de Deus, que é que desejas:viver ou morrer? - Padre, respondeuo rapaz, quero morrer. Enquanto o santo lhe dava a bênção,Carlito deixava cair a cabeça sôbre o travesseiro,juntava as ,mãossôbre o peito, fechava os olhos e. . . morria.

r i' i

I

139.

I

OFILÓSOFOEOBARQUEIRO F

Um barqueiro transportavaum filósofo em sua barca. Durante a trave^sia,disse o filósofo ao barqueiro: - Então, meu'-velho,você sabe alguma coisa? - Eu? Sei remar e nadar. - Não sabe filosofia? - Nunca ouvi talar disso. - Não sabe astronomia? - Não, senhor. - Não conhece a gramãtica? - Também não, senhor. E assim foi o filósofo perguntandomuitas coisase o barqueiro respondendo: - Não sei nada disso. - Pois, assim, você perdeu a metade da vida, acrescentou o filósofo. Nisso, distraídos pela conversa,deram contra um rochedo, partiu-se a barca e os dois naufragaram.. . O barqueiro, frãdando, alcançoua margem; ao passo que o filósofo se afogava. O barqueiro,malicioso,gritou-lhe: - Senhor filósofo. não sabe nadar? - Não.

È

L I

i I

;i

t49 L r

- Ah! não sabe? Então o sr. é um infeliz; perdeu a vida inteira. Suas astronomiase filosofiasnão lhe servem para nada. Isto mesmo se pode dizer dos que sabem tudo dêste mundo, menos a doutrina cristã, pois: A ciência mais apreciadaé que o homembem acabe:porque,no fim da jornada,aquêleque se salva sabe, e o que nã,o,nã,osabe nada. 139. OSOLDADOEOÕVO A pessoa que sabe sofrer com paciênciaé semelhantea um anjo. _ Conta Spirago QUe, num hospital servido por Irmãs de Caridade,achava-seum soldado em tratamento.Certo dia pediu lhe trouxessenrum ôvo cozido. Poucos instantesapós uma claslrmãs serviaao enfêrmoo ôvo coziclo;mas aquêleindivíduo, querendo,ão que parece,provar a paciênciada religiosa,rej e i t o u o ô v o b r u s c a m e n t ed,i z e n d o : - Está duro demais. Retirou-sea Irmã em silêncioe, depois cle alguns minutos, trouxe outro ôvo; mas o doenterejeiton-ode novo, alegando: - Está mole demais. sem mostrar o menor indício de imp .ciência,foi a lrmã, pela terceiravez, à copa e trouxe ao soldad'oLlm vaso com água ferventee um ôvo fresco e disse-lhecom tôda calma: - Aqui tem o senhor tudo que é necessário;prepare o ôvo do moclo que lhe agradar. Essa paciênciainalterávelda boa Religiosacausouao soldaclo tal impressão,que não pôde deixar de exclamar: - Agora compreend6que há um Deus no céu, uma vez que há tais anjos na terra. Por aí se vê que pela paciênciase pocle lazer um grande bem ao próximo. 140. POR QUE DEVO SOFRER TANTO? s. Pedro Mártir (ï 1252), da ordem Dominicana,teve de sofrer incríveis calúniase perseguições, sendo êle, afinal, inocentee santo.Ajoelhouum dia aos pés do Crucifixoe queixou-se a Nosso Senhorde seus sofrimentos: 150\.

k€

- Senhor,qlle mal tiz eu para sofrer tanto? Enquantoassim se lamentavaouviu o Santo, colllo vindas da Cruz, estaspalavras: - E que mal tiz eu pata sofrer tanto na cruz? Teus sofrirnentosnão se podent compararcom os meus. Suporta-ospor isso com paciência. Estas palavras deram ânimo ao Santo. Daí em diante, quando tinha de sofrer, olhava païa o Crucifixo, lembrando-se mais do que êle. qlle o Filho de Deus teve de sofrer imensamente

j

-+

,'1i

l4l. A CONFIANÇA RECOMPENSADA O imperador Napoleão I entrou, certa vez, num restaurante de Paris, acompanhadocle seu ajutlante Dttroc. Ali ninguém os conhecia.Depois de haveretntomado a sua refeição, e apresentadaa conta de 14 francos, aconteccuque nenhttm clêlestinha dinheiroconsigo. O imperadorestavaincógnitoe não queria dar-se a conhepecer. Seu ajuclanteDuroc, dirigindo-seà dona do restattrante, pagamento cliu-lheque tivessepaciênciade esperaruma hora e o seria feito pontual',€Íìte.A dona, porém, uma velha muito segura, nã,oconcordou;pelo contrário,ameaçou-oscom a polícia se não pagassemimediatamente. A coisa ia ficando feia, quando o garçon, interessairdo-se pelos hóspedes,disseà patroa: - Êstes senhoresfazem-meboa impressão;náo devem ser gente mâ. Pagarei por êles os 14 francos.Se me enganar,perderei eu o dinheiro e não a senhora; ntas peço-lheque deixe os homensem paz. Em seguidapagou a conta. Os dois senhoresagradeceram e logo se retiraram. Passadauma hora, ou pouco tnais, aparecede novo o ajudante do imperadore, dirigindo-seà dona, pergunta: - Dona, quantovale êste seu restaurante? - Em todo caso mais que 14 francos, respondeuela um tanto agastada. Mas o senhorinsiste: - Diga sèriamente:quanto quer por êste seit restattrante? - Bem; 30.000 francos e nem um cêntimopor menos.

151



Ì t

:1 .A t:r



i lr i

ï ,-l

n- !

{

Puxando a sua carteira, pagou-lhe Duroc aquela soma e disse: - Por ordem de meu âÍï1ofaço presentedêste restaurante garçon ao em reconhecimentopela confiança que depositoú em nós. Admirada,perguntoua velha: - E quem era aquêle seu companheiro? - E' o imperadorNapoleão.. . se assim recompensaum homem a confiançanêle depositada, como não recompensaráo bom Deus a que nêle deposit a r m o s ?. .

142. VOCÊ TEM RAZÃO Havia um senhor rico à moderna,que não queria saber de religião,nem de igreja, nem de preceitopascal,n.m de oração. com êle vivia, hâ muitos anos, um ótimo criado, piedóso, fiel e que ihe queria muito bem. Êsse criado,valendo-seda confiança que lhe dava o patráo, dizia-lhe às vêzes: - Mas, senhor patrão, pense também um pouco em Deus e em sua alma. - Fique traqüilo, respondia-rhe o patri;.veja: ou eu sou predestinadoe entãome salvareida mesmaforma sem ir à igreja receberos sacramentos e rezar; ou não sou predestinado, . .ìtão, faça eu o bem que ïizer, me condenareidó mesmomodo. AconteceuQUC,um clia, aquêlesenhorcaiu doente.chamou logo o servo fiel e disse-lhe: - Vâ chamar o médico para mim. o criado ouviu, mas não foi. chegada a tarde sem que o médico aparecesse, perguntouo enfêrmõ: - Você não chamou o médico? - Escute, senhor patrão; eu pensei assim: ou Deus destinou que meu patrão sare, e então sararâtambém sem médico; ou destinouque morra, e então, mesmo com todos os médicos clo mundo, morrerá, igualmente; por isso é inútil chamar o médico. - você é um bôbo, um imbecil! gritou o patrão, furioso. Deus não quer ïazer milagres sem motúo, quer que empreguemos os meios que estabeleceu. Em caso de doençãquer que se c h a m eo m é d i c o ;e v o c ê v á c o r r e n d oc h a m á - l o .o u v i u ? . . . ^ t52

.

-*",.

- Sim; sim, senhor;vou iá: tlas, pur que o senhoÍ patrão não raciocinado mesmomodo quandose trata de sua aima?.. . A observaçãoera acertadae o patrão teve de responder: - Você tem razã,o!

143. O PRESENTEDE NATAL Conta o acadêmicofrancês J. Marmier QU€,n,a manhá de Natal, Bertinha, filha do porteiro, entregou-lheseus jornais e cartas. Tinha na mão uma moeda de prata novinha de cinco francos e disse-lhe: Olha o que o Menino me encarregoude te dar. ' Olha a meninacom olhosJesus grandesaquelamoedae cxclama: - Como é bom o Menino Jesus! - Sim, êle queria pôr esta moeda em teus sapatinhosna chaminé,mas não os viu. - Meus sapatinhos!E' possível?Lá estavam e de manhã, lá encontreiuma bonecae uma laranja. . . - Sim, mas como nesta noite de Natal tem Jesus muito que fazer e me conh-cebem, parou só um instantee disse: "lsto é para a Bertinhâ".- Jesusinhosabe o meu nome? - Como não? Sabe e deu-me essa moedinha para ti. - Ah ! murmurou Bertinha iuntando as mãozinhas.terei que lhe agradecermuito. E subiu correndo escadaacima para mostrar à mamãe o presenteque lhe mandarao Menino Jesus. Se algum livre-pensadorlessepor acaso esta história,diria provàvelmente que o acadêmicoe a Bertinha são dois idiotas, mas. . . que talentosos,que sábios são os livre-pensadores !

-'

'.q

'Ì: rr i

\' ':

*çi

\.h

.j

.3i

144. '

o sAcRrFicro PoRJESUS

il i

Um sacrifício disse a mãe seria, por exemplo,em lugar de gastar em brinquedosos cinco cruzeirosque te deu a vovó pelo Natal, dá-los por amor de Jesusa algum menino pobre que não tem o que comer nem o que vestir.

Ì

153

i' " *ì

ì* : +'

sÂ-

* * .. .\ ìc:. I



--------"-

O menino calou-se.Na manhã seguinte,porém, quando foi abraçar a mamãe, disse-lhe: - Mamãe, queÍo lazer um sacrifício pelo Menino Jesus, Vou dar os cinco cruzeirosao pobrezinhoenfêrmoque um dia dêstesfomos visitar. Ao café pôs de lado o pão com manteiga. - Não tens fome, filhinho? - Guardo-o para 0 pobrezinho. - Come, eu te darei outro para o pobrezinho. - Não, não, mamãe! Não seria a mesma coisa; não seria um sacrifíciopara 0 Menino Jesus. Brotaram lágrimas dos olhos da ïeliz mãe. . . 3 i., h

:.

s-.

í_. Ë !àì

-

È.'"'. éÍ' ! n

!Èì

,i: ç Ç9-

fk I !'

*

-i L

,

:: ,ilg :

145. MAÇÃS E ROSAS DO CÉU No ano de 304, no maior furor da perseguiçãomovida poÍ Diocleciano,um,a virgem cristã, chamada Dorotéia, foi couduzida ao tribunal do governadorde Cesaréia,na Capadócia.Como nâo quis sacrificar aos deusese aos ídolos pagãos,a espôsa cle Cristo teve de sofrer horrível mertírio. Tranqüila no meio dos tormentos,disse ao juiz - Apressa-tea fazer o que queres,e sejam os suplícioso caminhoque me leve ,ao celesteespôso.Amo-o e nada temo. Desejo os tormentos,pois são leves e passageiros,uma vez quc por êles chegamosàs deÌíciasdo paraíso,onde há frutos e flôres de maravilhosaformosurae suavidade,que nunca murcham, fontes de águas vivas, onde os santosse desalteramna alegria eterna de JesusCristo. Ao ouvir estaspalavraso assessordo juiz, um letraclocham a d o T e ó f i l o , d i n g i u - s e à S a n t a c a ç o a n d oe r i n d o : Envia-nte Íosas e maçãs do jardim de teu espôso do paraíso quando lâ chegares. - Sim, eu as enviarei,respondeua jovem. Notemosquc se estavaem pleno inverno. O verdugo apoclerou-seda virgent e cortott-lhe a cabeça. Teófilo, chegandoem casa, contou a pilhéria aos amigos entre zombariase sarcasmos.De repente,porém, apareceu-lhe um menino de rara beleza, levando nas pregas de seu manto t54

---J

GTË*

'-rd

três magníficas maçãs e três rosas de cxtraordinâriafrescura e fragrância. - Eis aqui, disse, o que a virgenr Dorotéia prometeuenviar-lhe da parte de seu espôsodo céu. Teótilo, estupefato,tomou as maçãs e as rosas e, contemplando-asum instante,exclamou: - Verdadeiramente Jesus Cristo é Deus, o Deus que não engana. Fazendo esta confissão,Teófilo selava a sua sentençade morte. Algumas horas depois conduziam-noao suplício, tornando-se mártir da mesma fé católica de que antes zombara.

146. UM INSTINTO DIVINO Há coisasque só Deus pode ensinaràs crianças.Elas tênt às vêzes icléiasde anjos que espantamos grandes.Para celetrrar a primeira comunhãode seus filhinhos,costumamas mães preparar lindos vestidos brancos que simbolizama alvura da alma e completama testa interior do coração. Lindas flôres enfeitamo dia da'-primeiracomunhão.A alma, entretanto,tem lá suas flôres que ninguémvê nem suspeita. Uma menina se preparava com admirável fervor pata recelrer Nosso Senhor,pela primeira vez, em seu coração. Faltavam poucos dias para a solenidadee a mãe, julganAmélia, venha experido causar alegria à filhinha, disse: nrentaro vestido branco. Sôbre a mesa do quarto estavaestendidoum belíssimovesticlo de sêda branca. A mãe esperavauma explosãode alegria, mas enganou-se.Vendo o vestido,Amélia parecia cobrir-se de tristeza. - Que é isso,Amélia? Não gosta do vesticlo? - Ah ! mamãe, êle vai me distrair. Naquele clia quisera ver só Jesus,pensar sòmentenêle e talar só com êle. Faça, ffiãmã,e,um vestido mais simples e serei feliz, como os pobrezin h o s .. . - Você é um anjo, dissea máe abraçando-a.Só Deus pode ter ensinadoa você essascoisas! tcc

={

1,

..

*t:

+_\rì

s

147. BEIJARA MÃO DO PADRE um grupo de alegres rapazescombinaram ïazer uma excursão. Iam bem dispostos,levando cada um a sua merenda, quando se encontraramcom um padre modestoe bondoso.Todos beijaram a mão do ministro de Deus. Todos, nã,o,porque dois, que pareciam ter idéias revolucionárias, Iogo depois cae disseram: çoaram dos companheiros - Vocês não passam de uns beatos. - De modo nenhum, respondeuum dêles; bons cristãos, isso sim. Por que beijam vocês as mãos de suas mães? porque Ihes dão de cornere vestir, ou os curam quando é preciso,Ãão é? Pois bem; nós beijamosa mão do sacerdotepotque com ela nos reparteo pão da Eucaristia,nos abençoa,perdoa-nosos pecados e dirige-nosno caminhodo céu. - Bobagens ! responderamos mal educados.Isso era costume em tempos atrasados;hoje não se beija mais a mão cla mãe e menosainda do padre. - Vocês estão muito enganados.Se nãa beijam sua mãe, nem são agradecidosao sacerdote,tambémnão merecemo nome de homens,pois faltam-lhesos sentimentos t, 'manos.Temos que respeitaros ministros de Deus, corllo a nossospais, porque realmente são pais de nossasalmas.

i;t \:

.i

l4g. CASTIGO DO CÉU A 18 de fevereirode 1881,numa sexta-feira,houve em Mônaco um escandaloso baile de máscaras.Muitos dos mascarados ridicularizavam as vestessacerdotaise os hábitosreligiosos,fantasiando-sede frades e de freiras,fingindo-semuito gordos com enchimentosde estôpae lã. Alguém imprudentementeusou de fogo para acender o cigarro, fogo êsse que pegou num dos vestidos e as chamas se propagaram como um rastilho de pólvora. Doze daqueles sa_ crílegos mascaradosmorreram no meio do pânico, è os outros, sofrendodores horríveis,foram transportadosao hospital. onde alguns vieram a falecere outros ficaram com as cicatrizes das queimadurascomo lembrançado inteliz divertimento. 156

ft=:,r

Em presença desta horrível catástrofe,tôda a cidade exclamou: - Castigo! Foi castigo do céu! 149. O RESPEITO DO IMPERADOR No ano de 325, após três séculos de cruéis perseguições, movidas pelos imperadorespagãos contra os discípulosde Jesus Cristo,puderamafinal reunir-seem Nicéia os bisposde todo mundo, para celebraro primeiroConcílioecumênicoou universal A êsseconcílioassistiramtrezentose quinze bispos e inúmeros sacerdotes.A êle assistiu também o grande imperador Constantino,que tizera cessara perseguiçãocontra a lgreja, convertendo-seêle próprio ao catolicismo. O imperador,cheio de respeitopara com os iiustresprelados, quis ocupar o último lugar na augustaAssembléiae, além disso,não se assentavaantes dos Bispos ou sem obter permissão para isso. Terminadoo grandiosoConcílio,perguntoualguém ao monarca: - Por que mostrava vossa majestadetanto respeito àqueles homens? - Meu amigo,'disseo imperador,o sacerdote,embora revestido de uma dignidadedivina, é homem e pode pecaÍ; mas nenhum de seus pecadosdeve diminuir o nosso respeito.Digolhe mais: se visse um sacerdotepecar, em vez de publicar ou divulgar o pecadodêle, cobriria o sacerdotecom meu manto irnperial paYasubtraí-loàs murmurações. Aquêle imperador tinha razáo. o carâter sacerdotal é deum valor imenso, impressoembora, algumas vêzes, numa alma fraca. 150. V I V A C R I S T O R E I! No México, não taz muitos anos, unt presidente,chamaclo calles, perseguiucom furor não só os padres, mas também todos os católicosmilitantes.Em setembrode lg27 os soldados de Calles prenderamtrês jovens: José Valência, Nicolau Navarro e Salvador Vei'gas, porque laziam propaganda em favor da religião.

t57

Depois de maltratá-losbrutalmente,conduziram-nos'a 3 janeiro cle 1928, para longe da cidade,e ali os espancaram cle e ïeriram com cutelos.Repreendeu-os José Valência,dizendo: - Sois uns perversos,martirizando-nosferozmente;Deus vos perdoe! E dirigindo-seaos companheiros,recordou-lhesque eram catolicosrQU€ a verdadeira pâtria era o céu, para onde logo partiriam. E toclosos três gritaram: Viva Cristo Rei! Viva a Mãe cle Deus! Furiosos,os cruéis soldadosoS espancaramcle novo e cortaram-lhesa língua, dizendo: - Vanrosver se agora falais e rezais! Ao vo:ver-seo nrártir para seus compattheirospata mostrar-lhess céu, fuzilaram-noe em seguidacortaram-lhea cabeça. Os outros dois companheirosimitaram o heroísurodo primeiro. Enr seguida aquela soldadescatomou os cadáverese, leVando-osà ciclade,deixou-os no meio da praça, como Se tivesse realizadouma grande façanha. Acucliu logo uma multidão imensa de curiosos.Chatnaram também a mãe do jovem mártir José Valência. A heróica senhora, em vez cle chorar,olhos tixos no cétl exclamou: - Senhor,bendigo-vospor terdes displrstoque eu fôsse e mãe de um mártir! E julganclo-seindigna de abraçar o corpo do filho, beijou-lhe os pés devotamente.

"151. QUE LHE PARECE? certo dia, num convento,ttma jovem que cleApresentoll-se, nlas a sejava seÍ rel;giosa.Parecia ter muito boas clisposições, Com percorreu vocação, a querendo experimentar-lhe Supcriora, dizendo: foi casa, da e ela as dependências - Esta é a nossa capela.Aqui moÍa o Dono da casa: é o Jesus.o qlle Êle ntanda se laz; o que Êle proíbe, se deixa; que não pecle,se adivinha. Rezaram ali unÌ instante e, continuandoa visita, disse a Superiora:

r5B

=

- Aqui é a sala de jantar: tudo pobre. Sendoassim,neste refeitório não se prova nenhum manjar delicado,entende? - Sim, senhora,respondea jovem. - Esta é a sala de trabalhos;como sabe, tôdas as religiosasvivem trabalhandoe rezando;descanso,só no céu. Passarama outro corredore a Superioraindicou uma cela à j o v e m ,d i z e n d o : Êste será o seu quarto; é limpo, mas pobre, até na mobília. Será a sua morada para tôda a vida: aqui você ïarâ penitênciapor seus pecadose pelos pecadosdo mundo, ouviu? - Sim. senhora. Saíram païa fora cla casa, andaramalguns passose: - Olhe, disse a Superiora,neste hôrto, quando você falecer, será enterrada,sem nenhuma pompa, aos pés claquele grande Cristo. A jovem, sem dizer palavra, contemplavaa bela imagem de JesusCrucificado.. . - Q u e l h e p a r e c e ?T e m m ê d o ? . . - Não, madre, respottdeu.Está tudo bem. Não tenho mêdo, não; porque na capela,na sala de trabalhos,no refeitório, na cela, no jardim e em tôda parte vi o Crucifixo; êle me darát fôrças païa sofrer. Se tanto padeceuJesus por minr, por que não hei de padecer, m pouco por êle? E a jovem foi ateita. E tornou-sesanta.

i*

t t; l

l.

152.

i

H E R O Í S M OD E U M A N C I Ã O S. Policarpo,uffi dos grandesheróis da Igreja Catolica,era bispo de Esmirna e discípulo de S. João Evangelista.Foi um clia detido por um piquêtede soldados,aos quais recebeue tratou com rnuita caridade,convidando-osa se assentarenr à sue lnesa para a ceia. Pediu-lhes clepois lhe dessem tempo para encomendar a Deus a Igreja e seus perseguidores. Feita a sua oração,pôsse a caminho com os soldados,QUe o maltrataramcruelmente durante tôcla a viagern,pagando com violênciasos benetícios que lhes fizera o santo bispo. Conduzidoà presençado governador,quis êste convencê-lo que era melhor sacrificaraos deusese salvar a vida do que deixar-se martirizar.Falou-lheassim: 159

ï

I

I

ã,

.-:

s g

É t'!'

- Venerávelancião,amaldiçoaa Cristo e eu te porei em liberdade. - Faz oitenta anos que sirvo a JesusCristo e dêle só tenho recebido favores e benefícios;por gu€, pois, haveria de arnaldiçoá-lo? - Se as feras não te dilacerar insistiu o governadoí - serásqueimadovivo. - Bem se vê que desconheceis o fogo eterno do inferno, e por isso me ameaça:scom o tormento do fogo terreno e passageiro. Condenadoà fogueira,o fogo, em vez de queirnâ-lo, formou uma como grinalda ao redor dêle, não lhe causandoo menor riaao. Atravessaram-noentão conl a espada e, assim, terminorr gloriosamentea sua vida terrena o heróico confessorde Jesus Cristo e defensorintemeratoda Santa Igreja.

153. SÃOCARLOSEAEPIDEMIA .: tr

Em 1576 pfopagou-sea peste na cidale de Milão (ltália) com fôrça e velocidadeaterradoras.As mçrtes eram contínuas. s. carlos Borromeu, zelosíssimoarcebispodaquela infeliz cidade, nã,o encontravapessoasque quisessemcuidar dos empestados,nem sacerdotes que sacramentassem os agonizantes. A angústiado Santo era grande; não podia ver aquela calanidade; precisavaremediá-la.Ia, êle mesmo,de casa em casa, visitava e socorria os enfermos,começandopelos mais graves. Saía, depois,à janela das casase, com vozes que cortavantos corações,convidavatanto a sacerdotescomo a secularesa que o ajudassemnaquelaobra de caridade. Ante aquêle formoso exemplo do santo Arcebispo,muitos cidadãosse sentiram impelidosa socorrer os empestados.Até os sacerdotes,que haviam fugido, voltai:ampara sacramentar os moribundos,sendo coadjuvadospor outros vindos do estrangeiro. Naquelaterrível epidemia,gue durou ano e meio, perderam a vida dois jesuítas,dois barnabitas,quatro frades capuchinhos e centoe vinte sacerdotes seculares. 160

.\

lls;,:.-

'', .

Assim sacrificarama sua vida corporal aquêleszelososministros de Deus para a salvaçãoeteÍna das almas, muitas das quais, sem os auxíliosda religião e sem os santossacramentos, se teriam precipitadono inferno eternamente. Para aplacat a cólera divina, organizou S. Carlos grandes procissõesde penitência,sendo êle o primeiro a tomar parte nelas. caminhandoa pé e descalçoe dirigindo ao céu fervorosas preces.

154. NÃO QUERO QUEBRAR O JEJUM S. Frutuoso,bispo que era de Tarragona,na Espanha,foi encarceradopor certo governador romano chamado Emiliano. Condenadoa morrer queimadoa fogo lento, achava-seao pé da fogueira quando, alguns cristãos,compadecldos, lhe ofereceram de comer para que não desïalecesse. - Não, disse o confessorda fé, não quero quebrar o jejunr; assim chegareiao céu mais depressa. Todos ficaranr muito edificados com tal exemplo de ficlelidade às leis da Santa lgreja.

155. CORTEM-LHE A CABEÇA Conta-se que Teodorico,famoso prínc;pe ariano, tinha a seu serviço um católico, a quent estimava nruito, a ponto de nomeá-loseu ministro. Êsse indivíduo,querendomerecerainda mais as graçasdo príncipe,renunciouà Lelig:ãocatólicae abraçou a ariana, qlle era uma perigosaheresia. Ao ter notícia dessa resoluçãodo seu ministro, dirigindose aos seusdois guardas,disse-lheS o príncipe: __ Cortem-lhea cabeça! Estranhandoos guardas aquela ordem, acrescentouTeoclorico: Cortem-lhea cabeçaporque, se êste homem é infiel a Deus, não deixará de ser infiel a mim, que não passo de um puro homem. E o ministro, que esperavagrandes favores à custa de sua religião,foi imediatamente decapitado. Tesour"'I -

11

161

-'t

;. { t:!

I

iì 156. OSSANTOSEACARIDADE a) S. Pedro Nolasco,filho de uma nobre família da Prode vença,era devotíssimode Nossa Senhora.Em conseqüência tunI, rei e que êle, S. tivera Raimundo o uma visão Jaime daram uma Ordem (de Nossa Senhoradas Mercês) para remir oS cristãos cativos dos mouros. Os religiososcomprometer-seiam, se necessáriofôsse,a resgataros cristãosà custa da própria liberdade. S . P e d r o f o i o p r i n t e i r oa d a r o e x e n r p l o... V e n d e ut u d o quanto possuía,viveu paupérrimo,conìo bom religioso,e certa vez, que pregava na Africa, ficou como refénl paÍa libertar alguns cativos.Sofreu inúmerose indizíveismartírios dos mouros naquelasterras de bárbaros. por fim, a liberdade,vincloa faleceraos sessenta Recuperou, e nove anos de idade, numa noite de Natal. Seu corpo exalava um suave odor que encheu todo o convento, e seu rosto apresentavaum resplendorceleste:eram o odor e o resplendorda santidade. b) S. Pedro Claver foi, como todos q santos,um perfeito imitador de Jesus Cristo.. . Não se dedicou, como S. Pedro Nolasco, a remir os cativos, mas passou tôda a sua vida no meio dos escravosnegros.Nascido em Verdú, perto de Lérida, em Barcelona.Aos vinte e um allos lëz sua carreira eclesiástica entrou na Companhia de Jesus,e logo embarcou para a América, onde aguardayaa chegada das naus carregadasde escravos negros. Explicava a doutrina cristã àqueles pobrezinhos, curava os enfermose purgava-lhesas chagas, chegandoa beijá-las por mortificaçãoe amor de JesusCristo. Conseguiudesta forma convertera muitos milhares de escravos.E como se lhe mostravamgratos todos aquêlesque por seu ministériose viam livres das enfermidadesdo corpo e da ! ignorânciareligiosa Assim entendiame praticavamos santoso verdadeiroamor ao próximo.

t62

fu.*.*

F

157. . . .SAIU TOSQUIADO! Um senhor,que gostava de festas farniliares,convidou seus parentese amigos paÍa uma testa de família. No meio dos convidadosapareceutambém um môço dêsses que querem,nessasocasiões,passarpor engraçados. Quando o dono da casa se pôs a ïazer as oraçõesda mesa, o rapaz negou-sea rez.ar alegando ser ateu, isto é,, não crer em Deus. Todos reprovaram tal procedimento.Vendo-se contrariado e meio envergonhado,disse: De maneira que o único que nesta casa náo crê em Deus sou eu? E deu uma grande gargalhada:ah! ah! ah! ao lado dêle, replicou: Uma senhora,que estavaassentacla - Não se ria tanto, môço: nesta casa, além do senhor,há dois gatos e um cachorro que também nã,o crêem em Deus. Mas, coÍÌro não têm entendimentonem sabem talat, não podem dizer que pensamcomo o senhor.. . F o i b u s c a rl á e . . .

158'

I castr.uE-ME!...

Chegou a uma vila uma professôraque náo cria em Deus. E querendocorromper as alunas, disse-lhes: Vamos ao ditado; escrevei!E ditou-lhesdespudoradamente: - Não existe Deus; os que crêemnêle são uns bobos,aos quais se deveriampôr orelhasde burro. Ao recolhere corrigir os ditados viu que uma menina escrevera: - Eu creio que existe Deus. - Por que escrevesteisto, senhorita?Olha que te castigarei. - Minha mãe - disse a menina- ensinou-meque existe Deus, e acrescentouque é preferível deixar-se matar a ofender a Deus, nosso Criador. Se a senhoraquiser castigar-me,castigue-me; Deus e minha rnãe estarãocontentescomigo. Comoveu-sea professôradiante daquelaspalavras pronunciadas por sua alunazinha,e mais tarde converteu-se. 11.

163

159. NA MINHA FÁBRICA NÃO SE TRABALHARÁ Um comerciantetinha em sua fábrica centenasde operários, cujo trabalho devia ser contínuoe a suspensãodo mesmo nos dias festivosimportava na perda de grandeslttcros.Aprescntou-scao bisptr e perguntouse podia considerarrazã'osuperda que Ìiciente para trabalhaÍ ent dias festivosa considerável sofria, e em consciênciapedia-lhelicençapara trabalhar depois que os operáriostivessemouv:do ntissa.O bispo disse-lheque ao Papa. Êle'o ïêz e a respostafavorávelfoi enviada escrevesse ao próprio bispo, que toi encarregadode comunicá-laao coe disse-lhe: merciante.Cham.r-ru-o - O Papa outorgou-vosa dispensasolicitada;mas o vosso exemplo hâ de influir nos outros, os quais nunca entenderão o motivo da dispensa,pois o público não raciosuficientemente cina e só verá um favor concedidoa um rico. Vêde se quereis e Se na hora da morte não tomar sôbrevós essaresponsabilidade tereis de arrepender-vosde haver dado motivo para que outros faltassemcontra a lei de Deus. Está bem, senhor bispo; na minha fábrica náo se trabalharâ em nenhum dia de festa. Prefiro perder bom dinheiro a aÍcar com tanta responsabilidade. 160. CONTA UM MISSIONÁRIO Foi chantado para assistir um velho moribundo que vivia numa casinhaperdida numa vasta planície.Levou consigoo necessáriopara celebrara missa.Tratava-sede um senhorde origem francesaque há quarentaanos vivia na região de Filadélfia e tazia vinte anos que não vira mais um padre. O missionário atendeuao enfêrmo,celebroua ntissa païa dar-lhe a comunhão e, terminadaa ação de graças,perguntouao doente: Que prática especialïêz o senhor durante a sua vida pafa merecera assistênciade Deus ttos seus derradeirosins-" tantes? O velho pensouum pouco e disse: - O único bem que fiz foi caminhartodos os sábadossescomungare Ouvir senta quilômetrospara ir à vila confessar-me, a missa no domingo. Isto tiz sempre até que meus incômodos mo impediram. t64

ga!.Ë,t;i,..

Foi isso precisamente que lhe mereceua graça de receber os últimos sacramentos. 161. COMO ÊLE MEDITAVA NA MORTE S. Efrém ia freqüentemente, à tardinha, meditar junto às sepulturas.Triste e pensativoia de túmulo em túmulo, lendo as inscriçõese nomes dos defuntos: príncipesda cidade, magistrados da província, ricos senhores,sábios admirados pelo mundo. . . As vêzes o Santo chamava-osem voz alta por seus nomes: ninguémlhe respondia.Onde estão aquelassoberbasfiguras de homense de muiheresaos quais todos se sujeitavam? Aquelaslínguas que só falavam de seus próprios méritos e dos defeitosalheios?Onde estão? Onde estão aquêlesouvidos que só queriam ouvir seus próprios louvoies? Tudo se tornou pó e cinza. Lembra-te,ó homem soberbo, que és pó! Então S. Efrém voltava para casa mais humilde e mais paciente. 162.

G MUI\DO PERVERTE. S. Gabriel da Virgem Dolorosa,depoisde passara primeira juventudeentre as lisonjasdo mundo, refugiou-sena religião e nos primeirosdias de convento,pensandoem seu amigo Filipe Giovanetti, que eÍa estudanteno liceu de Espoleto, e temendo por êle, que se encontravaem muitas tentaçõesde pecado, escreveu-lheassim: "Tens razã.ode dizer que o mundo está cheio de perigos e tropeçose que é coisa muito difícil poder s.alvarnossa única alma; não devespor isso desanimar.Desejasa tua salvação?Foge dos maus companheiros. Desejasa tua salvação?Foge dos teatros. Oh! é verdade,e eu sei por experiênciaque é impossívelentrar nêles conl a graça de Deus e sair sem a ter perdido ou pôsto em perigo. Desejasa tua salvaçáo? Foge das diversões,porque naqueles lugares tudo se conjura contra a nossa alma. Foge enlim dos maus livros, pois é indizível o mal que êles podem causar aos coraçõesde todos e especialmente dos jovens. Dize-me: podia ter eu maiores diversõese prazeresdo que gozei no mundo? Pois bem: que me resta agora?Confesso-oa ti: Não me restamsenãoamarguras".

165

-

163. QUERIA MORRER MÁRTIR O pequenoOrígenestinha uma alma ardente e pura. Naquele havia perseguiçõescontra os cristãos. Bem o sa"tempo bia o menino, e não tinha mêdo, antes tinha grande desejo do martírio para testemunharcom a vida e o sangue seu amoÍ a Jesus Cristo. Resolverasecretamenteentregar-senas mãos dos verdugos e teria morrido mártir se a astúcia de sua mãe não tivesseconseguidoimpedi-lo.Aquela santa mulher compreendera o propósitodo filho e, antes que êste despertasse naquelamanhã, perigosa, escondeu-lheos vestidos e obrigou-o a ficar na cama (Eusébio,Hist. Eclesiástica). Como é possível que um menino tivesse tanta coragem, tanta fé e tanto entusiasmoa ponto de desejar a morte? Era possível,porque seu pai, o beato Leônidas,também morrera como mârtir. Aí está, prezados pais, vossos filhos crescerãosegundo os vossos exemplos.Vós os quereis obedientes:obedeceitambém vós a Deus. Vós os quereisreligiosos,puros, honrados,trabalhadores: freqüentai também vós os sacramentose exercitaivos nas virtudescristãs. ' a

164. AMOR AOS ENFERMOS os missionárioscatólicos não encontramcampo mais difícil de conquistarpara a fé do que entre os maometanos. euantas experiênciasnão terminaramem sangue?! Escolheram,então, o método de praticar a caridadeantes de a ensinar.Ante os missionários,que curam os enfermose protegemos infelizes, também o orgulho muçulmans se dobra. rrmã Rosália, filha da caridade,trabalhavanum dispensário.Para extrair os dentesdaquelespobrezinhos,era mister primeiro vencer o horror às pinças, e a lrmã, usava das mais carinhosasexpressõesárabes: Coragem, meu coração,minha alma, meus olhos! E a pobre mulher, depois de curada, retira-se dizendo: Que Alá cqnserve s u a sm ã o s ! Alguns muçulmanos,que esperavamseu turno, diziam: "Se todos os infiéis (chamam assim aos cristãos) vão para o inferno, para lrmã Rosália far-se-á uma exceção,'.

166

Ê*;:....-

RT

'.ã-l

q

Quando, em Damasco, a religiosa cuidava de um doente, êste lhe disse: "Estou reduzido à última miséria; tenho espôsa e filhos e nenhum dos meus pensa em consolar-me.Tü, que és estrangeira,vens à minha pobre casa para me socorrer; tua religiãoé melhordo que a minha". Assistindoa uma jovem muçulmana,Irmã Rosália deu-lhe uma medalha de Nossa Senhora que a enfêrm.abeijou e pôs um Cruciao pescoço.A Irmã criou corageme apresentou-lhe fixo. E' coisa inaudita para um muçulmanobeijar o Crucifixo.. . entretantoa jovem o beijou; e os parentese amigos não só não o impediram,como até o aprovaram. Oh! quanto bem se pode fazer, tratando os doentes com amor, com verdadeira caridade cristã. ì

t'

165. T E N S O N O M E D E C R I S T Ã O .. .

'* .è

O pobre "rei de Qoma", o pálido filho de NapoleãoI, teve que passar na Austria os poucos anos de sua juventude.Foram dias dolorosospara êle. O ministroMetternich,quandoqueria mortificá-lo,dizia-lhe que não tinha nada de seu Pai, nada que o fizessecapaz-Je governar."Tens o chapéu,mas não tens a cabeçade teu pai". A quantos que se dizem cristãosse poderia repetir o mesmo reproche: "Tens o nome, mas náo o coração de JesusCristo". Por quê? Porque não ajudas o teu próximo nem te compadecesdêle. 166. O QUE FALTAVA ERA A HUMILDADE Serapião, o famoso Santo do deserto, recebeu um dia a visita de certo monge que contìnuamente se dizia pecador,e pedia-lhe conselhosde perfeição.O Santo, depois de havê-lo feito assentar-seà sua mesa, permitiu-sefazer-lhealgumas observações paÍa o bem de sua alma. "Filho, - disse-lhecom grande mansidãoe caridade estás no reto caminho,mas se queres progredir na perfeição,não andes demaispor aqui e acolá; fica em tua cela, atendeà oração, ao trabalho,ao recolhimentointerior, do contrârio, , ,"

t67

-t

f !al

È,' i:. àtl :i

l: i:: a.

.1.

Não pôde nem acabar a frase, porque o Ínonge ficou pâlido, agitado e gritava como um possesso."lrmão meu, disse Serapião,o que te falta é a humildade". Vá alguém ï,azera mesma correçãoa uma senhora,a uma jovem, e diga-lhe: Criatura de Deus, estássemprefora de casa, de manhã,,de tarde e à noite, gastando horas inteiras sem fazer nada, proseandoinütilmente.. . Vereis que tempo-quente !. . .

:-:È:

167. B E T J O UA M Ã O D E S Ã O D O M T N G O S

L.: t . .

Um homem entreguea todos os vícios e atormentadopelo demônio,ouvindo d;zer que S. Domingos estava em Bolonha, foi vê-lo, assistiuà missa que o Santo celebroue depoiscorreu a beijar-lhea mão. Apenas deu o respeitosoósculo, experimentouum tal perfume, que lhe parecia.fôssedo céu, e como jamais experimentara em tôda a sua vida. O mais maravtlhosoé que, imediatamente, se lhe apagou o fogo da luxúria e êle se converteua uma vida sinceramente cristã. Era o efeito da palavra de Cristo: "lrle e mostrai-vosaos ', s a c e r d o t e s("L c 1 7 , I 1 ) . cristãos! quandoas tentaçõesvos assaltarem;quandoo demônio conseguir escravizara vossa alma, apresentai-vosao sacerdote para ouvir a santa missa ou, melhor, para vos confes*, sardes.Também vós, como o pecadorde Bolonha,experimentareis um perfume celestial,que é o odor da graça divina. 169.

AQUÊLEFUSOFLORESCEU conta-se que uma sanfa, a virgem Libéria, fiava todos os dias por amor de Deus e dos pobres,e eis que, de repente,em seu f uso f loresceramperfumadasf lôres como nunca se viranr em parte alguma do mundo. oh ! s€, como nos aconselhas. Paulo, f izéssemostudo por amor de Deus, os Anjos veriam floresceros instrumentos de nosso trabalho: a enxada do lavrador, o malho do ferreiro, a tesoura da costureira,a vassourada criada, a panela da cozinheira, a pena do escritor! Í68

\

,,--ï \q \\r. \

169'

, r\

sóFocLESE 'EUS FrLHos Um dos grandespoetas da Grécia e do tttundo,Sófocles, foi denunciadocomo louco por seus próprios filhos, que antes do tempo pretendiama herança paterna. O processofoi intee muita gente acudiu ao tribunal. Por unl lado o ressantíssimo velho poeta estava tranqüilo e por outro seus desnaturadose rebeldesfilhos se esforçavampor demonstrara demênciado paì. Quando se calaram,reinou um profundo silêncioe todos ticaram na expectativa.Então Sófoclespuxou de sob a toga a sua última tragédia e declamou-acliante dos acusadores,juízes e e pepovo. Quando terminou,todos o aplaudiramtrenèticamente coroa de louro, glorioso coroado com fôsse diram que o ancião enquanto seus indignos filhos, humilhados,correram a esconder-se. Para defender-se das acusações e calúniasde seusfilhos rebeldes não tem a lgreja necessidadesenão de apresentarsell Evangelhoe suas obras.

170.

^ - ZOMBAVAM DE NOÉ

Eram tantos os pecadosdo mundo que um dia Deus se arrependeude ter criado o homem. Chamou a Noé, que era justo, e ordenou-lheconstruísseum grande navio: a arca. Cento e vinte anos levou êle na construção.S. João Crisóstomodescreve as zombariasque os homenscorrompidosdirigiam a Noé. Diziam: Caduco! ó velho caduco! ó falso profeta! não vês, como o céu está limpo e sereno,enquantotu ameaçascom o dilúvio? Noé, porém, continua,martelandosem descanso.E aquêles homensdiziam: Todos anseiampelo ar livre e o céu espaçoso e êste está a fazer uma casa de madeirapara meter-sevivo nela com sua família, com seus bens e com os animais! . . . Noé termina a arca e entra. E aquelagente mâ andaao redor assoblando Mas depois de sete dias as cataratasdo cétr e escarnecendo. abrem-secom estrondo,todos os rios transbordame as ondas do mar inundama terra. Todos pereceramno dilúvio universal; mas a arca flutuava sôbre as águas e Noé louvava a Deus. Nossavida na terra é como a arca de Noé. Tôda boa obra, gü0 169

\ \'

I

praticamos, é motivo de zombaria e de perseguiçõesda parte dos inimigos de Deus. Não recuemos,nã.o nos envergonhemos do Evangelho,não nos deixemosvencer pelo respeito humano-

17l. FASCINADO PELO DINHEIRO Num domingo, em Nova-York, um excêntrico milionário chamou um de seus empregadose disse-lhe:"Sôbre esta mesa há um milhão de notas de um dólar. Tudo é teu, se conseguires contá-lasaté meia-noite.Olha, são seis horas da manhã". O empregado ficou por uns instantesatordoado diante daquela mesa coberta de notas. Em seguida,com mão febril começoua cont a r : u f f i , d o i s , d e z , c e m . . . u m p a c o t e ,d o i s p a c o t e s . . . e q u a s c que nem respirava.Está ali com a cabeçareclinada,o olhar fiXo, o corpo imóvel.. . só as mãos se agitam, e vão e vêm ràpidamentecom a regularidadede uma máquina.Os sinos tocam para a santa missa, chamandoo povo. Êle, debruçadosôbre o dinheiro, não ouve nada. Passamas horas.. . é meio-dia.Deve sentir fome, mas nem pensaem comer.Conta e conta.. . Entra o sol. Onde estarãoseus filhos? terão o cÌr€ comer? Chega a noite.. . as ruas estão desertas.. . a habitaçãocheia de silêncio e de sombras.Um criado acendea luz e leva-lhe um copo de vinho. O contador nem o percebe.Os olhos já estão pesados, . . Está os músculosdas mãos entorpecem. os nervosretraem-Se, próxima a meia-noite.Êle, conta e conta sempre.Diante dêle, o milionário que o contemplacom frieza e de repentetoma-lhe as mãos e grita: "Basta! é meia-noite".O infeliz não tinha chegado nem à metade de sua faina. Dilata horrìvelmenteos olhos sem luz e um ataque cardíaco o acometee êle cai morto. Pobre louco que se deixaraalucinare seduzirpelo ouro! Em só encontroudesenganose a morte. Dêslugar do que esperava,. tes loucoshá por aí inúmeros.Para a igreja, para a missa,para a alma, não há tempo: devem ganhar dinheiro! Até que vem o d e m ô n i oe d i z : " B a s t a ! "

ì í'É Ê F. t: n E !

a " l: t :

FÌ.

t'

170

st:.:-.:l

=,{

172. A VOZ DO SANGUE CRISTÃO O sanguedos mártires dâ testemunhoda verdadecatólica. Não foram raros os episódioscomo o seguinte: Nas catacumbas,no dia de Páscoa,muitíssimoscristãosestavam reunidose assistiamà missa do PontíficeCaio. Durante a elevaçãoda hóstia, enquanto o povo a adorava, ouviram'se gritos: "Morte aos Cristãos!"Eram gritos dos beleguinsde Diocleciano'queali penetrarampor traição.Sem se mover do lugar, a multidão continuouadorandoa Cristo na Eucaristia.Os soldados com suas espadasiam ferindo à direita e à esquerda. exclamouo PontíficeCaio - Cristo "Filhos caríssimo por nós. Coragem! êle quer coroar-nos".E morreu e ressuscitou todos a uma voz gritaram: "Somos cristãos". A matança continuou,mas ninguém vacilou. As mães, apertando ao peito os filhinhos, dlziam: "Vamos paÍa o céu; o SenhorJesusvem buscar-nos". O Papa Caio disse por sua vez: "Sou cristão"; e ao ser clecapitado,sua cabeça rolou pelos degraus do altat. Morreram o s c r i s t ã o s... l ï l o Í f r u o P a p a .. . m a s a I g r e j a n ã o m o r r e ! O tempo dos mártireç não terminou. Em nossos dias temos tido mártires gloriosos, cujo sangue ilustra a nossa fé, fortalece a o nOSentUsiasma o nosso ardor e laz CreSCer COntiança, nOSSa so amor à lgreja. 173. E' ÊLE, E' A VIDA! Numa linda manhã,assentadodebaixode frondosocarvalho do cabo Montenegro,Lamartineassistiaà saída do sol. Tôda a criaçãopareciaolhar para o oriente.Num instantebrilhou o sol e pareciaincendiarcom seus raios o mar Mediterrâneo.Então c p o e t al a n ç o uu m g r i t o d e e n t u s i a s m o":E ' ê l e , é a v i d a ! " Ah ! êsse grito do poeta deveria ser também o nosso; conheço outro sol, o Sol divino, em comparaçãodo qual (diz Miguel Ângelo) o nosso sol é uma sombra. O Sol clivino é Jesus.Quando todos os dias se eleva sôbre o altar, quando irra' dia sôbre o cibório, deveríamossentir fome dêle; sim, deveríamos correr à sagradamesa cantando:"E' Êle, é a vida!"

17l

174. AGORA ÉS MUITO RICO Quando Jacob entrou na casa de Labã,o,tôdas as coisas começarama prosperar:aumentoua propriedadedos campos,o número dos servos,o número do gado e tôdas as riquezas aumentaram. - Olha, Labão - disse-lheum dra Jacob - muito pouco possuíasquando eu cheguei;"agora és muito rico". Estas palavrascom mais verdadeno-las repeteJesus,quando vem à nossaalma na comunhão."vê como eras pobre antes que eu entrasseem tua alma! agora és rico com os meus dons". Os que se aproximamdo banquetedivino terão tudo o que necessitame ainda mais.

ì. !

1

175.

t:

SANTA CLARA E OS SARRACENOS Muitos sarracenos,seclentosde sangue e de ódio, assaltaram uma noite o convento de Santa Clara, em Assis. No meio do pranto e das oraçõesdas boas religiosas,a Irmã Clara corre à capela, toma o cibório que continha as hóstias consagradase, por divina inspiração,levanta-o contra os bárbaros que subiam ao mosteiro.os primêÌrosficam cegos por uma luz deslumbrante;os demais,batidos por uma fôrça prodigiosa,fogem aterrorizados. o demônio,o mundo e as paixõessão como ondas de ferozes sartacenosque de vez em quando assaltama nossa alma. Nós somos fracos e medrososcomo aquelasreligiosas,inermes contra um exércitode bárbarosarmados;mas, se, como s. clara, corrermosa Jesus,se levarmosa Eucaristiano coração,seremos valorosose invencíveis.Os apóstolos,os mártires,as virgens de onde tiraram fôrça e coragem nas perseguições,nas lutas contra o mal, contra os inimigos de criito? à comunhão foi a sua fôrça; a comunhãoserá tambéma nossa fôrça. :

:.t,

í.t

.\.

176.'

A RECOMPENSADA ESMOLA

Um dia apresentou-seum pobre a S. Catarina de Sena e pediu-lheuma esmolapor amor de Deus. Encontrava-se a Santa na igrejados frades Pregadorese não tinha nada para dar ao mendigo."Vem à minha casa e te darei bastante,'. t72

-il+St,':--==.--.-,

ìt*

Mas o pobre insistiu: "Se tens alguma coisa, dá-me logo; posso esperar". não Catarin,aprocurou ansiosamentee encontrou uma cruzinha de prata, Qü€,com gôsto, passouàs mãos do pobre Na noite seguinte,Nosso Senhor apareceuà Santa, tendo na mão a pequeninacruz adornada de pedras preciosas."Conhecesesta cruzinha?" mas não era tão respondeuCatarina Conheço-a linda". "Ontem tu a deste: a virtude da caridade tornou-a tão bela. Prometo-tegue, no dia do Juizo, em presençados anjos e dos homens,mostrarei esta cruzinhapara que tua glória seja infinita".

; d

': : { ; Ì i

i

ì

177. SANTA TERESA E A SECURA ESPIRITUAL Durante dois anos não soube a Santa abrir a bôca para rezaÍ. Quando se punha de joelhos,apenasjuntava as mãos e ficava recolhida,sentia um fastio tal que se levantavae ia fazeÍ outra coisa. Até na comunhãosentia sua alma vazia e não conseguiapronunciar nenhuma palavra. E, por dois anos, iâ que o confessor lhe ordenava que comungasse,em lugar de tazer a açãode graças,punha-sea limpar os bancosda igreja. ('O' não é disse uma vez com grande aflição Jesus verdadeque me abandonastes?" "Em tôda a tua vida nunca fizeste E Jesusrespondeu-lhe: tanto bem como nestesdois anos". Também a muitos cristãos vem a provação da secura e perdem o gôsto da oração,das boas obras. Ai daquelesque se deixam vencer e não Íezam, não praticam o bem, não obedecem ao confessor!

À ì I

1

I 1 i

t

t i I !t

178.

I

O SINAL DA CRUZ E AS CRUZES

I

I

,l Quando S. Gregório Magno era secretáriona côrte de reinava no trono do Oriente o jovem imperador Constantinopla, Tibério II. Êste,passandoum dia por um corredorestreitoe escuro de seu palác:o,viu no mármoredo piso gravada uma cïvz e exclamou:"Meu Deus! fazemoso sinal da cÍuz na testa, na

t73

! I

1 i I

bôca e no peito e depois a pisamos". Imediatamentemandou arrancar aquela do piso; debaixo, porém, havia outra gravada com o mesmo sinal. Depois a terceira,a quarta e mais outras semprecom o sinal da cruz. Quando estavamretirando a sétima pedra, ouv;u-seum murmúrio de admiração.Havia debaixo daquela pedra anéis de ouro, prata, rubis, pérolas,esmeraldas,colares, um tesouro de grandíssimovalor. O imperador contemplava aquelasjoias a tremer de al'egriae sem dizer uma palavra. O imperadordo Oriente pode ser um símbolo de todo homem que passa peio corredor escuroe estreito desta vida. Apresentam-se-nosmuitos anos dolorosos,gravados com a qvz do sofrimento.Passam-seos anos, termina a nossa carreira e, na outra vida, encontramosas cruzes transformadasem intenso tesouro. ï I í, i

-f,

l7g' coRAçÃo APEGAD' À TERRA

f

i.

: .; i

' i

l.

I I

I t t

S. Ambrósio fôra convidado a visitar a casa de um rico banqueirode Milão. Recebidocom grande honra, o dono ostentava todo o luxo de seu palácio, mostrant'o ao bispo as colunas vindas de Constantinopla,os vasos de\ ouro, os ricos aposentos e a criadagem.S. Ambrósio calava-se; o banqueiro começou, então, a contar-lhe os êxitos extraordinários de suas comerciaislos contratosde comprae vendal o elenespeculações co de seus bens na cidade e na campanha.Dizia-se Ïeliz em tudo e tudo atribuía à sua habilidadee boa sorte. O semblante clo bispo denotavatristeza; sem aceitar coisa alguma, levantou-se daquela casa. e retirou-seapressadamente No dia seguintechegou-lhea notícia de que o palácio do banqueiro ruíra, sepultandodebaixo de seus escombrosas colunas vindas de Constantinopla, os vasos de ouro e com êles o seu proprietário. O que sucedeucom aquêleproprietário,mais ou nlenos se dá com tôdas as pessoasque se deixam seduzir pelas riquezas e prazeres,e se esquecemque tais bens, embora vindos da bondade de Deus, duram pouco. E que aproveitatudo o mais, se a alma vier a perder-se?

174

\

'::;":S

Ìì.\ *t

i

:.. Ì Ì'

190. FAZENDO SENTINELA A JESUS

Ì . i

Ì I

Estando um regimento de infantaria estacionadoem Orleans,notou o cura da catedralque, todos os dias, das treze às quinze horas, um devoto soldado estava imóvel no meio da aprumado duigreja. Chegava,ïazia genutlexãoe conservava-se rante duas horas a fio e com o olhar fixo no tabernáculo. Certo dia foi um capitão visitar a catedral e o cura expôs-lhe o que se passava,dizendo: "Se o senhor esperar um pouco poderá vê-Io". Passadoalgum tempo chegou o bom solchadado e pôs-se em seu lugar. O capitão, reconhecendo-o, "Que fazes neste lugar?" mou-o e dis.se-lhe: "Duas horas de sentinel.aao meu Deus", respondeucom "Em Paris os grandesdignifranquezao soldado,e acrescentou: general guardas, meu tem dois, o coronel tem têm seus tários n ã o t e r á n e n h u m ?V e n h o C r i s t o , d o s e R e i s , um... o Rei Jesus porque guarda, de amo a Jesus". horas duas ï.azer Sejamos também nós sentinelasde Jesus Cristo não pela Íôrça, mas pelo amor. Êle é o Rei dos céus e da terra. Diante dêle, na igreja, devemos guardar muito respeito e sobretudo confiançae amor Íil al.

t'

.\Ì _í [: t

i

j

1

ì

181. E ' P R E C I S OD E S T R U I RO S I D O L O S Cromácio, governador de Ronta, estava atacado de uma doençaestranhaque nenhum médico era capaz de curar. Disseram-lhe então que em Roma havia dois cristãosque taziam curas miraculosase talvez curassemtambém a êle. Cromácio mandou chamá-los.Eram Sebastiãoe Policarpo. - Cromácio,- disseramos dois santosao governadorpagão se queressarar, dá-nos todos os ídolos de tua casa para os destruirmos. - respondeumuito a seu pesar - eu - Se é necessário, vos d:rei onde êles estão e vós os levareis para que eu não os veja mais. Sebastiãoe Policarpo levaram tôdas as imagens dos falsos deusese as quebraram.Depois voltaram a Cromácio,mas êle não estavacurado, antes pior.

Ì -..! I I

i I

t

ì

I t:.

ì

175

' j1i:t-, '

-==--_ì í--ï.:

t I

I

t':

t-

[' r. í

.-, i1 l-'o: ;:Ì':i' 't..

';

- Cromácio disseramos santos, olhando fixamente a névoa que tinha no branço dos olhos - Cromácio,mentiste,em tua casaainda há dois ídolos. E o governador teve que dizer a verdade. Escondera alguns em seu quarto, bem junto de si, porque os queria muito. Só depoisque os entregou,pôde sarar da enfermidade. O mesmoacontececom a conÍissão.Aos que têm escondido no fundo .da alma um só pecado mortal, não se lhes perdoará nem êsse nem os outros; antes ficará a consciênciaagravada com um grandesacrilégio.

l I !

fa

E.

182. FICOU A FOLHA EM BRANCO a S. Antônio de Pádua um pecador Certo dia apresentou-se para confessar-se.Estava, porém, tão perturbadoe confuso,que apenas soluçavasem poder pronunciar nem uma palavra. disse o Santo Vai, meu filho, escreveteus pecados e volta de novo. Voltando,o pecadorfoi lendo seus pecados,como os havia escrito. Quando terminou a l,eitura,com r'rande surprêsa viu que desaparecerado papel tudo o que escràverae só restava a fôlha em branco. Assim sucederácom a nossa alma quando nos confessarmos com humildadesincerae dor profunda. Tôda mancha de pecado desaparecerá do nosso coraçãoe aparecerâo candor, todo o candor da inocênciarecuperada.

183' A MoDÉsrrADE sÃo LUis No ano de 1581, Maiia da Austria, filha do imperador Carlos V, passavapela ltéúìa.O imperador e todos os príncipes foram convidadosa recebê-lae entre os demaisestavatambém Luís Gonzaga,filho do marquês de Castiglione.Que magnífica festa naquelebelo dia de outono, em todo balcão,em tôda janela! Todos queriam ver a soberana.Finalmenteela aparece. Todos agitam seuslençosde sêdae a contemplam.O jovem Luís naqueleinstantelevantoua mã,oassociando-se à festa, mas con176

\*

ib:

'*,R:.,,.

**s|*-.

-''

servou os olhos fechados;a filha do imperador passou e êle nã(l a viu. Alguns pensarãoque isso era escrúpuloe exagêro; tambem S. Luís sabia que não cometia pecado por ver a rainha, nras sabia igualmenteque a pérola preciosada castidadenós a levamosem vasos frágeis e às vêzesbasta um só olhar impruclentepara perdê-la.

I 84. O VESTIDO CELESTIAL Caía a noite. Em sua celazinha cheia de sombra, S. Catarina de Sena pensava na festa que terminava. Via os estandartes agitados pelos jovens; via a multiclãoapinhada no campo sob o sol de verão, os palcos repletosde luxuosasdamas. Naquele momento começouo demônio a tentâ-la: "Também.tu, Catarina,poderias estar com êles. Por que cortaste teus cabe* los louros, por que trazes o cilí'cio sôbre o teu corpo delicado, por que queres ïazer-te religiosa?Olha êste vestido,não é mais lindo que o místico hábito claustral?" Na dúbia claridade da noite,a Santajulgou ver diantede si um jovem que lhe apresen.. tava um rico vestido feito de pétalas de rosas. Enquanto Catatina estava como que suspensa,apareceu-lhe Maria Santíssima.Como o tentador, também ela trazia nos braços um esplêndidevestido bordado a ouro e pérolas,radiantc cle pedraspreciosas."Deves saber,minha filha, disse a Mãe dc Jesuscom voz dulcíssima,que os vestidostecidospor mim no coração de meu Filho, morto por ti, são mais preciososque qualquer outro vestido trabalhado por outras mãos que náo as minhas". Então Catar:na,ardendo em desejo de possuí-loe tremendo de humildade,inclinoua cabeçae a Virgem vestiu-acom a túnica celestial. O demônioapresenta-se às almas com seu vestidode rosas e prazerescarnais;Maria, ao contrârio,com seu vestido de pureza e santidade. Dai preferênciaa êste último; sòmentecom êle podereisentrar no céu.

Tesouro L -

Lz

t77

..-

--

-

-..1i

185. O SINAL DA CRUZ Henrique IV, clepoisde hunrilhar-seetn Canossa,tnostrouse de novo inimigo do Papa e ïoi com seu exércitositiar Roma. No segundoassalto,apesarda heróicaresistênciados sitiados, incendioutôdas as muralhas.Um espantosoanel de fogo rodeavaa cidade, da qual não se erguianl senão gentidosdos agonizantese pranto das mulheresaterrorizadas.Então no alto de uma tôrre, majestosoe pálido, entre o clarão e o fumo do incêndio,apareceuo Papa Gregorio VII, e colll gesto solenee o calmo tëz o sinal da crrtz contra aS chamas,e imediatatnente togo se apagoll como se tivesserecebidouma chuva torrencial. 'fôclas as vêzcs que nos encontraÍnlosenl perigos e angúsa SS. Trinclaclefazencloo sinai da ctuz, e tias, contessentos grande alívio sentirá a nossa alma.

196.

CREDO-

EU CREIO

S. Pedro cle Verona, apostolo cle Jesus Cristo, eÍ.a perseguido de morte pelos ininiigos de sua fé. Unr dia teve de atravessarulra Ìloresta. Ia rezandoo satttcl varã,o.. . Naquele ntomentoarrojaln-sesôbre êle os initnigos, cravam-lheno peito o punhal assassinoe fogent.Caiu ferido de morte o santo mâr|ir. Compreendeuque chegara a sua última hora. Queria ainda confessara sua santa té, mas não podia f a l a r . . . M o l h a n d oo c l e d on o s a n g u eq u e j o r r a v a c l e s e u p e i t o , escreveusôbre o pó: Cretlo,Dontine. . . Senhor,eu creio.

t.: 1,,,:

:ì-.ì;. ì:'.,

aì.4 -

-É*'+

Tambémeu não sei quandonem como me sobreviráa morte, Enqrrantocanrinho,vou rezandoo credo de minha fé e dizendo: Creio em Deus - çrsie stx JesusCristo - creio na Igreja cat ó l i c a ,a p o s t o l i c ae r o m a n a . . . P r o t e s t oq u e n e s t af é q u e r o v i v e r e morrer. E quando morrer, qllero que gravenl no meu túnrulo estas nlesnlaspalavrasdo santo rnártir Credo, Dontine... Senhor, em ti creio, em ti cspero,e te amo. Senhor,clá-nleo céu que prometesteaos que crêem,esperante amam.

178

.,r",{

Ëâ*---**"' ì-_;..

187. MIGUEL ÂNGELO Foi, talvez, o maior dos escultoresqlle os séculosjamais viram. A história o admira. Num dos famosostemploscle Roma há um sepulcrovisitadopor todos os turistasdo mundo.E' obra de Miguel Ângelo. Ali aparece Moisés sentado no trono da autoridade,que exerciacomo chete do povs de Israel.Que f ronte, que olhos.. . q u e r o s t o , q u e a t i t u d e . . . q u e n r a j e s t a d eS ! ó unl gênio podia dar uma vida assim ao mármore,à pedra morta.. . O maravilhosoartista, terminaclaa obra, conternplou-ae ficou extasiadodiante del,a.. . Dizem que, com o marteloque tinha na mão, deu-lheïortes marteladassôbre o joelho, dizendo: "Fala, Moisés,que só isso te falta: falar!" Mas a estátuacontinuoumuda. Repicam os sinos de nossasigrejas. Católicos,não ouvis? Das altas tôrres vem essa voz do céu. E' a voz de Deus. do Artista divino, que vos chama à santa rnissa.Sois cristãos,sois a o b r a - p r i m ad o A l t í s s i m o . . . P a r a s e r d e sc r i s t ã o sc l e v e r d a d e , levantai-vose can nhai para a igLeja, onde cumprireiso preceito da oração, da Missa. Mas tantos cristãosde hoje são como estátuaspetrificadas pela ignorância reiigiosa.. . são blocos de bronze e mármore, modeladospela indiferençae impiedade.. . Não se nloveÍn.. . E quandose movent,é, para ir aos jogos, às praias,aos cinernas.. . P a r a a i g r e j a :n ã o v i v e m . . . m o r r e m !

189. PROPóSITO TNQUEBRAÌ.{'rÁVEL Cambronnepertenciaao reginrentode Nantes. Bebia com freqüência.um dia, em estado cle cnrbriaguez,bateu em seu chefe.Seu coronel,depoisde conscguirque se revogassea sentença,chamou-oe disse-lhe: - D e t : d e p e n d ea t u a h o n r a e a t u a l i b e r c l a d e ! - Meu coronel,a sentençaé rtruitojusta. - Não importa respondeuo chefe; - não morrerás; deves,porém, pronteterque não mais te embriagarás. 72*

r7g

# :iì' .f I

1

ì

vida. -

Meu corÒnel,prefiro nunca mais beber em tôda a minha

Seriascapaz de tal promessa? sim; já que meu coronelfoi capaz de tanta generosidade. Passaram-seanos. cambronne subiu a general e estava em Paris, acompanhandoa Napoleão. Hospedou-sena casa de seu antigo coronel.À hora do brinde foi oferecidoa Cambronneo rnelhorvinho. Êle, porém, recusou,lembrandoa seu antigo chefe .a promessaà qual devia a vida.

199. OS PAIS DESEDUCAM

ii. F.!1

+l

È,

Aquêle colégio figura entre os mais afamados.Dirigem-no religiosos eminentespor sua ciência e virtude. Desfilaramdiante de nós primeiramente os estudantes. Eram uns 130 internos.. . Havia entre êles jovenzinhosde poucos anos; e havia outros já crescidos,belos rapazes.Todos traziam no rosto a alegria, a esperanç a. . . - Padre (dizia-me o Diretor), aí vê o sr. cento e trinta rapazes.Dêstes,uns cento e vinte comungan todos os dias; os outros, ao menos um3 vez por semana. Atrás vinham os PadresProfessôres. Seriamuns trinta aproximadamente.Uns começavama carreira do magistério, outros haviam encanecidono ensino. Depois que passaram clisse-me o Reitor: - Todos êles têm, às vêzes, tentaçõesde desânimo.. . quase de desespêro. - Por quê? - interroguei. Porque trabalham nove meses no ano. Com grandes sacrifícios conseguemimplantar nos coraçõesdêssesmeninos o amor da virtude e o lespeitoàs leis divinas.. . São bons.. . são h o n e s t o s. .. Mas saem daqui e em quinze dias os pais, meio descrentes, indiferentese relaxados no cumprimento dos deveres cristãos,1 destróemo labor de um ano inteiro.. . Nas férias, a exemplo dos pais, f.altamà missa,aos sacramentos. . . Terminadoo curso, tornam-se ímpios, Iibertinos.. . Lançam muitos a culpa nos reIigiosos,esquecendo-se de que os pais é que deseducamos filhos. 180

\

190. VINHAM NADANDO Conta um missionáriogu€, quando chegava a alguma ilha da Oceânia, para anunciar a sua presençalevantavaum mastro bem grande. Os negros acudiam de tôda a parte e vinham até de muito longe. Um domingo, pela manhã, viu chegar uma turma de negros que vinham nadando de outra ilha, para terem o consôlode ouvir a santa Missa. ,

-rl:,*

l8

:-*! 'i.l

191.

ij

,.

DOMINCOS SÁVIO AJUDA À MISSA Êste angélico jovem, aos cinco anos de idade, iâ sabia de amor a ajudar à missa e fazia-o com grandes demonstrações de mudar pâdre tinha mesmo pequeno, muito o Como era Jesus. o missal. Mas era tão grande o seu desejo de servir ao altar, que muitas vêzes chegava à igreja quando esta ainda estava fèchada,e ali permaneciaesperandoe rezando.Numa fria manhã de janeiro de 1847 ali o encontraramtiritando de frio, e coberto de neve que caía copiosamente. Pode servir dr modêlo aos coroinhas.

lg2' sAcERDorE MÁRTIR Santo era aquêle sacerdote.Foi condenadoà morte tão sòmente pelo "crime" de ser sacerdote,porque os comunistasespanhóis (êle era cônego de Vich) tinham ódio mortal aos ministros de Cristo. Saiu para a morte.. . Tem iá diante dos olhos o pelotão de milicianos que o hão de matar. Êle está calmo: tem a paz da alma. . . Pode-sedizer que um gõzo celestialse espelh,aem seu semblante.Abriu a bôca e disse: Milicianos, três graças pedi a Deus durante a minha vida: a gr.açade ser sacerdote, a de morrer mártir e a de ser a minha morte a salvaçãode algum de meus assassinos.Consegui a primeira. Agora morro mártir de minha fé e de amor a Jesus Cristo. . . E neste momento peço-lheque me concedaa úrltima:que algum de vós se salve pelos méritos do sangue que vou derramar por amor de Deus. 181

---T--

Acabou de falar; e um de seus assassinos ajoelhou-seatrependidoe quis ser assassinadoe martirizado ao lado daquele sacerdoteque até à hora da morte era tão santo e generoso. 193. TUDO PELO CÉU S. Martinho era naqueletempo um soldado.. . Encontra-se , u e l h e p e d e u m a e s m o l a. . D á - l h e a c o m u m p o b r e d e s n u d oq metade de sua capa.. . Pelos sécr-rlos dos séculosgozará dêsse a t o d e g e n e r o s i d a d e. !.. a ) S . J o ã o d e D e u s e n c o n t r o uu m p o b r e c h e i o d e c h a g a s e horrível de ver. . . Tomou-o sôbre seus orlbros, levou-o a seu hospital e, ali, o curou com carinhosquase maternais.. . Pelos s é c u f o sd o s s é c u l o sg o z a r â d ê s s ea t o d e c a r i d a d e !.. . !-.. i.:

ì' s'.

b) S. Isidoro, lavrador,ia para a roça. Arava a terra duÍã, recolhia os feixes à eira e com o calor do verão batia o trigo e dorntia ao relento.Em meio de suas ocupaçõeselevava o coraçãoa Deus. . . Pelos séculosdos séculosgozarâ da recompensadessasfadigas suportadascom paciência.. . c) S. Zita servia na casa de uma distirÌrasenhora.. . Ía à fonte buscar água, varria a casa, acendia o lume na cozinha, agtientavaas insolênciasde sua patroa e remendavaseus próprios e pobres vestidos.. . Enquanto suas mãos trabalhavam, seu coração orava.. . Pelos séculosdos séculosgozarâ a recompensadessas hurnilhaçõesdos serviços domésticos. .. d ) S . B e n t o J o s éL a b r e p e d i a e s m o l ad e p o r t a e m p o r t a .. . Comia a mísera comida que lhe deitavamna pobre escudela.. . Levava aos ombros um saco.. . suas vesteseram um mosaico c l e m a l c o s t u r a d orse m e n d o s . . .O n d e d o r m i a ?N u m p a l h e i r o . . . Onde descansava de suas longas canrinhadas? À sombra de alguma árvore ou à beira dos caminhos.Onde rezava?Sua vida de peregrinoera uma oração contínua.. . Pelos séculosdos séculos gozará de seu surrão de pobrezae do ladrar dos cães e d o d e s p r ê z od o s h o m e n sq u e p a s s a v a ma o s e u l a d o . . . Q u a l é a v o s s a v i d a ? Q r " r a i sa s v o s s â so c u p a ç õ e s ? . . .O que importa é que penseisno céu, suspireispelo céu e pelo céu e para o céu trabalheis,porque sòmenteassim gozareisdos méritos de vossasobras pelos séculosdos séculos.. .

182

.

#'

'-\á

:r

"1";:Ë-\

194.

)

S N O S! . . . M Ã 8 , T E N H OD E Z E S S E IA

MonsenhorBougaucl,Uffi dos lnais ilustres escritoresfrançg,ieSdo sécttlopassado,fala-nos de uma Senhoracatólica,com que vamos transcrever. Se passouo triste acontecimento Qt.rem Tinha aquela senhora um filho. Nos primeiros anos educjoll-o cristãmente.Ensinava-lheas rezas,levava-oà igreja, da,'ra-lheconselhos. . . Aos doze anos o menino entrou no Instituto de França.. . A n t e s n ã o t i v e s s ee n t r a d o !Q u e v i u a l i ? . . . q u e o u v i u n a ' quela escola?.. . A mãe julgava-o ainda um rapaz piedoso e honesto.Mas não era assim. Como havia de sê-lo, se em casa tivera semprediante dos olhos os exentplosperversosdo pai. . ' e no Institutovivia no meio dos amigosmais ímpiose dissolutos? A m ã e s o n h a v aa i n d a . . . s o n h a v aq u e s e u f i l h o ( c o m a q u ê les dezesseisanos que começavama despertarno coraçãoloucuras cle libertinagem)era ainda uma alma de fé. Chegou Llm dia cle grande festa religiosa.Pela manhã disse-lhea mãe: _'- Filho, qllere'sir comigo à igreja? Farás ttta confissãoe comungaráscomigo.. . Ao que o rapaz respondeufria e secamente: - Mãe, já tenho dezesseis anos.lâ náo creio dm Deus' nem

Ê

3

N E S S A SC O i S A S .

Q u e g o l p e , q u e f a c a d a n o c o r a ç ã od a q u e l ap o b r e m ã e ! . . " - l)aquele tempo a esta parte os jovens como aquêle,os operários, os cavalheirosassim, multiplicam-secoÍt1olarvas de insetos nos charcosde água podre. Só uma graÇa extraordinária de Deus os poderâ arrancardêssescharcos.

195.

DUAS MORRERAA4. S A L V O U - S E U M A ! Eram três jovens.. . quase meninas.Acabavam de deixar o colégio, um bom colégio, onde tinharrrsido eclucadas.Lançaram-Seao mundo e o mundo,colllo ttm absorventeredemoinho, arrastott-asa suas festas e diversõcs.Não sonhavatnSenãocom c i n e m a st,e a t r o se b a i l e s . . . E r a m j o v e n s ! . . . A i n d a t e r i a mt e m ! Não iriam passar os rnelhoresanos po para tazer penitência cta vida encerradas,colno freiras, em casa e na igreja! Ah! isso não! 183

\5ì ..*'

-.-..1b."{èj+!*+.-._

_ *J

_,

\ l

ii

il

{,

"Jl 'I

,5

.

.:.ì ïÍ

f. i; "'\

a

- *Èr

+t

uma tarde, uma delas me procurou.chegou chorandoe o terror espelhava-seno seu rosto. sabeis o que se passara? . Poucos dias gntes as três amigas tinhàm suiumbido, c!eixando-se vencer por uma tentação perversa. Das más leitur.as haviam passado às más conversas,das más conversasàs peligosas amizadese das perigosasamizadesao passo fatal. . . Es,tavam nas garras do demônio! . . . Isso acontecerapoucos dias antes da festa da Imaculada, Conceição.Como ainda não tinham perdido a fé, os remorsos gritaram em seus corações protestando contra a sua conduta louca e pecadora.Mas as três convieramem responderà consciência: - No dia da Imaculadairemos confessar-nos tudo e estará em ordem.. . No dia seguinteiriam a uma cidade vizinha para se divertirem.. . Encontrar-se-iam na estaçãoà hora da pârtida... só chegaramduas. A terceira,chegavaapressada,quundo o trem ia saindo.. . As arnigas,da janela do caÍro, diziamlhe adèus entre lsos e gargalhadasde alegria.. . Elas, quanto i r i a m g o z a r l . . . E l a , a b a n d o n a dea s ó . . . q u e r a i v a ! Poucas hlras se passaram. um tremendo telegrama. . . e uma notícia aterradoracirculava por tôda a cidade,ìera-se um encontrode frens.. . e as vítimas eram muitas.. . Entre as vítimas achavam-seas duas amigas,mortas instantâneamente! - Paclre!- disse-mea que ticara - hoje Deus me livrou do inferno. Se tivesse i,do com minhas amigas, com elas estaria morta e com elas condenada.Bendita seja a misericórdiade D e u s! "Filhos dos homens,temei a justiça divina!,' l96. TUDO POR DEUS

' i I J i

:t

'i i

i{

,ü 9

Quereisum exemplo?Ei-ro: s. FranciscoXavier. Amou a ciência.. . as ilusõesda juventude.. . as alegrias dos camaradas. . . os entusiasmosda esperanç a. . . amou as diversões,o mundo.um dia, porém,compreendeu que tudo aquilo era vaidade e que corria perigo a sua salvação eterna e. . . deixou tudo. ?.r_d. fguêle dia só teve um ideal, o ideal de seu amigo Inácio de Loiol.a:A maior glória de Deus. Ei-lo: não é velho, completouquarentae seis anos, está no vigor da vida. . . consomem-noas ânsias da salvaçãodas al184

ì,i.:. Jtìì

.,.i'

sìl

ì

nas e da glória de Deus. . . Não o interrogueisporque nunca '.alarâdo que realizoupelo nome de Deus. Eu o recordareiràl i d a m e n t e .P e r c o r r e ua I t á l i a . . . E m b a r c o up a r a a i n d i a , p e n e : i - o ue m G o a e a l i f o r m o u u m a c r i s t a n d a d n eu m e r o s a . . . E d a l i ? F,ri a Pesc.aria.E dali? A Travancor. E dali? Foi percorrer as . has Molucas e alcançouo arqurpélagofilipino. E daii? Vol: ru novamenteà Índia para visitar as cristandadese consolidar :elas a fé cristã. - E não descansoununca? - O amor de Deus náo consenteque repouse;parte païa :rs costasde Yamaguchie de Bungo. - E continuoucaminhando? - Sim; soube que além de mares longínquoshavia um irovo de muita inteligênciae amigo de grandesemprêsas:o Japão, e. . . para lá se foi. Percorreu-osem descansoe regressoll l e n o v o à Í n d i a .. . - Nem então lhe deu descansoo seu zêlo? - Pelo contrário;soubeque havia um império imenso,cha:lado império da China, e concebeuo pensamentode ganhá-lo para Deus. E põe-se logo a caminho. - E percorreumuitas léguas? - Mais de três mil léguas. - E batizou muitos pagãos? - Contam-sepor milhares, talvez por milhões. - Sofreu muito? - Não hâ língua humana que o possa d i z e r . - Sofreu muitas perseguições? - Contínuase grandes. - E nunca desanimou? - Nunca. Teve a sublime loucura de ganhar almas para Deus e levar a luz da fé e da verdade a todos os povos do mundo. Abraçado ao crucifixo, morreu amando com todo ardor a Deus e as almas imortais.

F

** ih it Ìç Í Í * * t

;t it fÌ

ìt

Ì.

l}

JT \i



i[:

lg7.



UMA ÚLTIMA COMUNHÃO NO BOSQUE No Tirol (austria), uffi sacerdotefoi chamado para socorrer a um doente num sítio distante,na montanha.Tomou logo os Santos oleos e o Santíssimoe montou a cavalo. 185

rt il 5 lc !

!!

.[

:É {

Muito linda era a serra, entrecortadade límpidos regatose vales cobertos de árvores. Ao voltar, pensava o padre, desfrutaria do ar fresco e perfumadodos pinheirais. Chegou ao sítio, socorreuao doente,mas. . . ao dar-lhe a comunhão,notou que levara duas hóstias.Isto o contrariouum pouco, pois, enl vez de passear,teria de regressarcom o Santíssimo,em silêncioe rezando. De sobrepelize estola ia descendoe rezando,quando ouviu um gritoi - Um padre! Um padre! Um môço veio correndoe disse: - SenhorVigário, depressa,depressa ! Um lenhadoracaba de ter o peito esmagadopor uma árvore. Compreendilogo por que levara duas hóstias.Era a Divi! Confessou-se o pobre homente recebeuali m e s na Providência mo a última comunhão.Perguntei-lhese, em vida, lizera algo especialpaÍa merecertáo grande graça. - Padre, disse-me,cada vez que via um sacerdotelevar o viático a algum doente,rezav.auma Ave-Maria para ter a graça de não morrer sem recebero SantíssimoSacramento. 198. PROFANAÇÃO DAS FESTAS O famoso Antíoco, querendodestruir Jerusalém,enviou o odioso capitão Apolônio com um exército de vinte e dois mil homens,com ordem de matar os homense vender as mulheres e os adolescentes. Apolônio entrou na cidade e, simulandopã2, estêvetranqüilo algum tempo, esperandoo dia de festa em que todo o povo com as mulherese criançassairiam alegrementeàs praças e ruas a fim de gazar do espetáculode seus soldados. Na hora em que a multidão era mais densa,a um sinal do capitão, todos os soldadosse lançaramsôbre aquêlepovo e percorrendoa cidade encheramas ruas de mortos e de sangue. Essa matançade corpos é figuia de outra mais horrível,a das almas, que o demônio mata nas festas realizarlasnas vilas e cidades.Vêclecomo a juventude(e os outros também) espera o domingo, o dia santo (mesmo os maiores) para correr aos camposde jogos e desportes.A religião não proíbe os divertimentos honestos,ufiÌa vez que se não omitam os deveresreligiosos.Quais são, porém,os dias em que mais se peca e ofende a Deus? 186 : ?

: L

199. CAÍRAM MORTOS N o s é c u l oV , d o i s i r m ã o s g r e g o s ,ó r f ã o s e d o n o s d o s b e n s paternos,tiveram a crueldadede expulsarde casa e abandonar na rua a sua única irmã chamadaAtenais.De nada valeram as lágrimase súplicasda abandonada,que teve de ir errando pela terra. 'desapiedados D e p o i sd e a l g u n sa n o s o s d o i s i r m ã o sf o r a m c h a m a d o sp e ) o i r n p e r a d o rd e C o n s t a n t i n o p l aA.p r e s e n t a r a l l - see foram conduzidosà sala do trono e ali viram sentaclano esplendor de sua beleza e poder a Atenais, a rainhazinha,a errante, gue, por uma série de casosprovidenciais,chegaraa ser imperatriz e espôsado imperadorTeodósio.Ela pôs-se cle pé e dirigiu-lhes estas tremendaspalavras: "Vós não me conheceis? Sou vossa irmã Atenais". Vendo o que viar.n,e ouvindo o que ouviram, aquêlesdesgraçadoscaíram mortos.

\,',t .

Tambérl nós, com nossospecados,nã.oï.az.emos outra coisa que expulsarde casa rlossoirmão maior, JesusCristo; mas, dentro de poucosanos,quando a morte nos chamar,nós o veremos no seu trono resplandecente e ouviremosa sua voz: "Não me conheceis?sou Jesus-Cristo,vosso irmão,.a quem tanto maltratastes".

Í

.,

I

ï, ,

li

.r'

i . Ì

t,

Ì J ,

,i

'

I I

i

L

f'*

t;I 'g:l l-1

Ì

It - .

i, il

I I

r[ . 'I I

è

i t I. l

,.t la

t"

nl

200. O TESOURODA FÉ

1 1

a) Dizem que.S. Luís, rei de França,todos os anos se dirigia à vila, onde nascerae Íôra batizado.Ali passavaalguns dias em recolhimento e oraçã,o. No último dia dirigia-seà igreja, aos pés da pia batismale a beijava e regava com ajoelhava-se suas lágrimas,por ter sido ali feito cristão e filho de Deus, que lhe dera o dom da santa té. b) O grande S. Afonso de Ligório, que recebeude Deus, a mãos cheias,o dom da santidadee o dom da c:ência,tôdas as noites,antes de recolher-seao descanso,ajoelhava-sediante do Sacrárioe dava graçasa Deus pelo tesouroda fé e pelo batismo que o tornarafilho do mesmoDeus, irmão de JesusCristo e herdeirodo Céu.

r87

I

!

L n-

201. MORTO E CONDENADO O conde Orloff e um general russo, ambos incrédulos,juraram por zombaria que o, primeiro dêles que morresseapareceria ao outro, paÍa comunicar-lhese há inferno. Poucos mesesmais' tarde, teve o general de seguir para a guerra, pois as tropas do imperador trancês Napoleão haviam invadido a Rússia. Eis que um dia, ao amanhecer,estandoo conde Orlotf em seu leito, mas bem acordado,abrem-se de par em par as cortinas do aposentoe apareceo general,em pé, com o rosto muito pálido e as mãos sôbre o peito. Espantou-senão pouco o conde; maior, porém, foi o seu espanto,quando ouviu estas palavras: - ('[xisfs e inferno e eu estou nêle!" - E a visão desapareceu. Poucos dias depois recebia o conde uma carta em que se no dia e hora, lhe comunicavaa morte do general.Precisamente peito e falecera. recebera uma bala no que conde, em apareceraao que o reFoi Deus E' O inferno existe. uma verdadede fé. velou. De Deus não se zomba impunemente.

202. VENCIDO PELA PACIÊNCIADE DEUS A vida do venerávelQueriolet,contemporâneo de S. Vicente de Paulo, é a mais bela prova da paciênciade Deus com o pecador. Até aos trinta anos, esta alma impetuosa vivera numa contínua alternativa de confissõese pecados. Depois, possuídode um ódio satânicocontra Jesus Cristo, partiu para Constantinoplapara se lazer maometano.Num bos-. que da Alemanhafoi assaltadopor assassinosque, depois de matarem seus dois companheiros,queriam acabar com êle também. Diante da morte iminente, Queriolet ïêz voto a Nossa Senhora de converter-sese ela o livr.assedos assassinos. Ela o livrou, mas êle não se converteue, não tendo podido fazer-se maometano, fêz-se huguenoteao regressarà França. Deus, p,orém,o seguia como o pastorprocuraa ovelhadesgarrada. Numa tenebrosanoite cle grande tempestade,acorda com a queda de um raio sôbre a 188

. L*r

rçi

casa. Queriolet salta do leito coms üÍïlâ fera, cerÍa os punhos e blasfema.Qualquer homem lâ se teria cansadode suportá-lo; mas Deus não se cansa e o segue.Em Loudun, uma pobre mulher desconhecida o detém e lhe diz: ',Tu tens um voto a cumprir. Lembras-t9d9 Que, naquele bosque na Alemanha, te queriam assassinar?"Queriolet treme como naqueledia, em que estêve nas mãos dos assassinos. Mas, como o sabia aquela mulher, se êre a ninguém o comunicara? Teria Deus suscitadoaquela mulher para a sua conversão? Deus ainda tinha compaixão dêle pata o chamar daquela maneira? Êste pensamentovenceu-ofinalmentee, depois àe alguns 'à anos, Queriolet ressuscitava graça para nunca mais cair, tornando-sea admiraçãodo mundo inteiro por suas virtudes. Não obstante nossos grandes pecados, não desesperemos; voltemosa Deus. Êle nos espera. 203. A CONFIANÇA NA PROVIDÊNCIA Uma vez, estanC I S. Catarina muito atribulada,apareceulhe Jesus e disse-lhs "catarina, pensa em mim e eu pensarçi em ti e em tuas necessidades". Quando as cruzes, as desgraçase perseguiçõesnos afligirem' pensemosem Deus, pondo nêle a nossa confiança. Sem a confiançana Providência,como S. Camilo, S. Jerônimo Emiliani, S. J,oãoBosco,S. José Cottolengoe tantos outros teriam podido asilar e manter milhares de pessoas,milhares de infelizes?Lede a história dêles. Alguma vez chegou a faltar o dinheiro, a roupa, o páo. . . e o único que não faltou foi a confiança na pr,ovidência.E esta encarregava-se de provê-los de tudo.

204. PENSAI NO VOSSO FIM! Quando otão III, imperador da Alemanha,impelido pela extraordináriafama de santidadee dos milagresde S. Nilo, foi visitá-lo e ofereceu-lhemagníficos presentes,o Santo, agrade_ cendo humildemente,assegurou-lheque em sua pobreza.ia táo rico, que não careciade coisa algumã. 189

H

t ,:ã

l:'r lç t,.

r:i-: -ì

- Se não quereisaceitar os meus pÍ€sentes- replicouo imperador- ao menospedi-mealguma graça para que se rÌão diga que uíÌl monarca veio pedir-vos conselhoscom as mãos vazias. Isto sim, respondeo Santo com o rosto iluminado isto sim. Uma graça, uma so graça desejo muitíssimo,isto é: " P e n s a in o v o s s o f i m ! " O imperador prometeu não se esquecerdaquela recomendação. Feliz dêle, pois, tendo apenas22 anos, quando esperava grandestriunÌos políticos,e quando sua noiva vinha da Grécia para a ltâlia, trazendo em dote grandes tesouros e terras, êle morria em Paternó.

't

t

205. O MUNDO É ENGANADOR em CristóvãoColomboda América,espalhou-se Regressando tôda a Europa a notícia desta região mai:avilhosa, onde os frutos eram tão grandesque quebravamos galhos das árvorese as ntontanhasescondiamouro e prata e as criançasbrincavamcont pérolas.Acudiram então muitos aventureirosdesejososde riquezas e gozos.Por meio de enganoe dissimr'açãoaproximaram-se trocavamespelhos,campainhase oudos índiose, enganando-os, tras bagatelaspor barras de ouro e prata. E se alguns, percebencloo engano,não queriam dar a verdadeira riqueza em troca cle ninharias,obrigavanl-nos com violênciae matavam-nosaté. A indignaçãoque sentis ao pensar nessa ignóbil astúcia e . muna j u d a r - v o s - á a c o m p r e e n d e r o q uoe ém u n d o O crueldade do é um mercadocliabólico.Satanássabe gue, pelos rnéritosde JesusCristo, possuímosriquezasinestimáveis;conhece,também. a rÌossaingenuidade;e por isso percorre as praças do mundo com slras mercadoriasinfernais (principalmenteas más Ieituras) e ninitos são os que se deixam iludir e engodar. 206. CUIDADO COM O MUNDO! S. Anselmo,arroubadoem êxtase,vitt um grande rio cheio de imundíciese as águas coalhadasde cadáveresde homens, mulherese crianças.Interrogandoo céu sôbre o sign:ficadodaquela visão, foi-lhe reveladoque o rio é o mundo e os nâufuagos são os seus amadores

r90 \

b

---

r

^

+

u.fuJf

Essa visão seria, hoje em dia, muito mais espantosa.Por isso é precisolevantara voz e clamarcom Jeremias:"Fugi dessa Babilônia,se quereissalvar a vossa alnta". Sim; é precisofugir do mundo, de seus enganos,de suas loucuras,de suas obras. Não podeis servir a dois senhores! 207. NÃO ACREDITAVA NA ALMA Flerbois,íntimo amigo do famoso Robespierre,ambos homens sanguinários,atacavacom fúria a existênciade Deus e a inrortalidacle da alma. Foi desterradoem 1795. No destêrro foi acometidodum.aÍebre violenta que o consumia.Com granclesgritos pedia a Deus (êle que dizia não existir Deus) que o socorresse.Um soldado,a quem perverteracom suas couversasímpias,perguntou-lhe: - Olhe: conroó que há algunsmeseso senhorzombavade Deus e da alma? - Amigo, quem mentia pela bôca não era a cabeça,mas E hortorizava aos que o ouviant, gritando: o coração. M e u D : u s ! m e u D e u s ! n ã o p o s s o e s p e r a ro p e r d ã o d e minhas maldadçs? invia-me quem me console.. . Era tão horrível a agonia, que correram a chamar um pamas, quando chegouo padre, o indre para que o confessasse; ïeliz iâ estava morto. E o corpo daqueleque vivera como animal, foi devorado pelos animais,para os quais não existe outra vida.

:l

À' ,i

*r

;,ij ::.1

.::

,

a..;

.ï{

'.,,:!

208.

;{ ,: ì

U M A C O N T R A R I E D A D EQ U E S A L V A A V I D A S. Franciscode Sales embarcouum dia païa Veneza.Naquele navio iá estava alojada uma dama distinta com seu séquito. Ao ver a dama que o santo Bispo viajaria no lneslnonavio. irritada, insultou-o e exigiu conr ameaçasque êle ficasse em terra. Os companheirosdo Santo também se irritaram; êle, porént, cheio cle mansidão e doçura, clesceuda rÌau, dizendo: "Neste mar são nruito freqiientesas tempestacles. Quem sabe se não está algurnarriuitopróxima!" A embarcaçãopôs-sea caminho. Poucashoras depois chegavaao Santo a notícia de que o navio fôra engolidopelas águas.

: {í-

-

;l'

:. . í'.: .d

;,',.. -, ;:i':;

191 :ì.,.

*.t-\

:. \, tr\

209. DANDO A VIDA POR SUAS OVELHAS

ìt. 'Èi , i:ì-.

Era em 1849.os canhõesretumbavamespantosamente peras ruas de Paris; uma revoluçãodo povo contra o exército enchia a cidade de ruínas e de ódios, e regava as ruas com sangue humano. um homem de aspectovenerando,com o rosto transfigurado de dor, apareceentre os mortos e feridos e exclamacom a c e n t od e c a r i d a d ee a f l i ç ã o :- M e u s f i l h o s ,b a s t a ! p a z l p a z l Ao surgir aquela figura e ao ouvir aquela voz, cessouo fogo; os feridos perguntavam:- Quem é êste homem? lrlaqueleinstante ouve-seuma descarga.Aquêle homem cai ferido. . . Corre-lheo sanguedo peito.

À... 'À .."*ì :* f +-" . ÍÌt 'ls ,|',

{: :ì '

bl.r' ilr ï!i-

As suas últimas palavras'foram: - Meu Deus, que o meu sangueseja o último que se derrameaqui. Assim foi. Cessoua luta. Aquêle homem era o arcebispode Paris, Mons. Affre; era o Pastor que dava a vida por suas ovelhas.

1ìi i.,

\**. 210. UM TRABALHO DESTRUIDO,UUTRO RECOMPENSADO

t çit "

'ì,r $-,ll

A naturezaé mestra do homem. Há dois insetos muito laboriosos: a aranha e a abelha. A aranha trabalha de manhã e de noite, estendesua teia sutil e anda sem descansode um fio a outro. Alarga, une, uuza os fios e forma polígonosconcêntricos. A abelha,ao contrário,vai de flor em flor, liba o néctar, transformando-o, ao chegarà colmeia,em dulcíssimomel. Passao dono da casae com a vassouradestróifuriosoo trabalho da ar,anha;diante do favo de mel, fabricado pela abelha, porém, pfua e sorri contente. Assim é no mundo: todos trabalhamos,uns segundoa palavra de Deus e outros segundoa palavrado demônio.Mas quando Nosso Senhor passaÍ, destruirá a obra dêstese recompensará a daqueles.

t92

LB:*". '-

.-

."

\--

l

ï 2ll. A ALMA OCIOSA NÃO ENTRARÁ NO CÉU Como é triste ver um cadáver,frio, inerte, estendidonuma cama!Aquêlesolhos outrora brilhantes,agora não se movemmais, estão apagadospaÍa sempre. Os lábios, antes abertosaos sorrisgse às mais doces expressõesdo coração, agora estão cerrados e imóveis para sempre. Mais alguns dias e aquêle corpo será reduzido a um punhado de pó que o vento poderáespalhar. Ora, o apóstoloS. Tiago diz que, se a nossafé não estiver acompanhadade boas obras, também ela estará morta (Tiago 2, 26). E'um corpo que tem todos os meios para agir, para trabalhar, para mover-se.. . mas não ïaz nada. Mas, então, que aproveitamos olhos, se náo vêem? Para que servem os lábios, se não falam? Para que as mãos, se não apalpam? Façamoso bem enquantotemos tempo, pois como o corpo acaba numa cova, como a planta inf rutuosa é cortada e lançada no fogo, do mesmo modo a alma ociosa cairâ no inferno. No reino do céu entra sÒmentequem faz a vontade do Pai celeste.

212. Q U E MS E H U M I L H A . Quando S. Hilário chegou,o Concíliojá havia começadoe os demaisbispos estavamreunidosem assembléia. O Santo entrou. Todos ocupavamsolenementeseus altos assentose ninguém se moveu, ninguém se levantou para oferecer-lheo lugar. Então o santo bispo, que se tinha por indigno de estar ao lado dos outros, assentou-se no chão, dizendohumildementea palavra do profeta: Dómini est terra: a terra é de Deus.No momento em que o corpo de S. Hilário, ao assentar-se, tocou a terra, esta ergueu-sede tal modo que colocou o santo à mesma altura dos outrosbispos;e todos,vendo o exemploe o milagre,lembraramse das palavrasde Cristo SenhorNosso: Qui se himiliat exaltabitur: aquêleque se humilha será exaltado. Não nos queixemosse outros nos estimam pouco, ou nos deitam só o último pôsto, ou nos negam aquêle pouco mérito que poderíamoster. Deus saberá exaltar-nosno paraíso. 'Iesour- I -

13

193

213. O DOM DA FORTALEZA Prenderama virgem S. Apolônia e, diante duma Íogueira, declaratam-lheQU€,se não renegassea JesusCristo, seria lançada ao fogo. Vendo a enormefogueira,ela não só não se espantou, mas ainda, movida interiormentepelo Espírito Santo, desembaraçou-se dos soldados,e ela mesma se arrojou às chamas. Foi efeito do dom da tortaleza.

1

t

aL

'

214. COMO SE CONVERTEU LUÍS VEUILLOT

Êste grande escritor católicotinha um filho de muito mau gênio.A mãe dizia a miúdo ao pai: "Tem paciêncialverás como mudará de gênio quando ïizer a primeira comunhão". E assim toi. Tornou-setão bom, que chegoua conseguira conversãodo pai, até então incréduloe inimigo de nossareligião. I'a

215. O TRABALHO INÚTIÈ

I

l

Ìi

na côrte de HenriqueIV um homem pedindo Apresentou-se ao rei permissãopara executarum jôgo de muita habilidade,que nunca se vira em nenhumafesta. O rei consentiue todos foram assistirà façanha. O homem afincouno meio da arena uma estacade madeira e na pontg colocouuma agulha de coser. Nos olhos cle todos notava-segrande curiosidade.Eis que o homem, montandoum cavaloarreado,e tendo na mão uma linha muito comprida,passa galopandoao lado da estacae enfia a linha na agulha,tirando-a pelo lado opostosem parar. Entre os calorososaplausosda ntulao rei para receberum prêmio ou um louvor. tidão, apresenta-Se indagou empregastenesse trabalho? anos Quantos o rei. Doze anos. Ensaiei,e tornei a ensaiar,trabalhandodurante doze anos - respondeuo homem. ticarás encarceradodureplicou o rei Pois bem rante cloze anos, por teres gasto tantos Sem honra paÍa teu rei e sem utilidade para tua pâtria. 194 \

l-:1-. ffi

I

I

; a

;

t i,

t t I t, I I I l

i i l I

t I

t-

I

-

'r ^,eF

I Ah ! quantoscristãosnão terão de ouvir no dia do luizo: tôda a vida num trabalho que não honrou a Deus empregastes no nem aproveitouà vossaalma. E é por isso que permanecereis 25). (Cf Mt . a eternidade por tôda cárceredo inferno 216. P E R D O A RA O S I N I M I G O S Sublime é o exemplode S. Joana d'Arc, a jovem singular vinda da Lorena para salvar v França. Depois de haver rompido o cêrco de Orléanse de haver levado Carlos VII de triunfo em triunfo até a coroação do mesmo em Reims, foi desprezada, abandonada,atraiçoada.Deus queria indicar-lheque sua missão terminarae só faltava o supremosacrifíciode sua vida. Em Compiegnetoi feita prisioneirae vendida aos inglêses que a condenaramà fogueira.Apareceuna Ptaça de Ruão, aos 18 anos de idade,condenadaà morte, mas não mostrounenhum temor. bem distante dali sem nenhum sentiO rei banqueteava-se mento de compaixãopara com aquelaque viera da Lorena para salvar a França. tas envolvefam,como numa tormentosaauQuando as cha*.inocente, réola, aquêle corpo Joana ergueu os olhos cheios de esperançae exclamouem alta voz que perdoaYaao rei, aos franceses,e aos inglêsesque a queimavam. 217. E S C O L H E I !.. . Depoisque Moisésexplicouao povo a Lei de Deus,concluiu assim: "Filhos de Israel, eis que eu ponho hoje diante dos vossos olhos a bênçãoe a maldição;a bênção,se observardesos aos mande Deus; a maldição,se não obedecerdes mandamentos ( D t 11, 26 ss). c l a m e n t od s o S e n h o rv o s s o D e u s " . E s c o l h e i ! 218. A MALDIçÃO DE UMA MÃE Antes da aurora foi Agostinho,o santo bispo de Hipona, despertadopor uns gemidose profundossoluçosque vinham da rua. Dois homensseminus,de barba e cabeloscompridos,sujos, 13*

195

fracos e famintos, tremiam convulsivamente diante da residência do bispo. - Como vos chamais?- perguntouAgostinho. - Paulo e Paládio,responderamsern cessarde choiar. - Tranqüilizai-vos,nós vos socorreÍen1os. - E' impossíveltranqüilizar-nos. Vimos de Cesaréiada Capadócia;em nossafamília éramosseteirmãose três irmãs.Ofendemosa nossamãe viútvae ela nos amaldiçooue a maldiçãopenetrou em nossa carne, em nosso sangue,em nossosossos.Livra-nos,Santo de Deus, da maldiçãode llossa mãe. E se não o podes,faze-nosao menosmorÍer. S. Agostinhorogou a Deus por êles e curou-os. Se tanto pôde naquelesfilhos a maldiçãode uma mãe terrena, que não será a terrível, irrevogável e final maldição de Deus, pai nosso ofendido por nossospecados:Ite, maledicti, in ) ignem aeternum? 2lg. OS MORTOS ESTAVAM DE PÉ. . . Quando, na grande guerra européia,os bolcheviquesentraram em Sebastopol,mataram muitas pesso s sem processoal-atavam-lhes gum. Levavamaos escolhosos condenados, aos pés precipitavam-nos maÍ. grandes pedras e ao Assim foi executadotambém um almirante;mas quando o atiraram ao mar, desconfiaramque levava consigo documentos importantes.Ordenarama um escafandristaque fôsse buscar o cadáver.Desceuo homem, mas antes de tocar o fundo do mar, fêz sinal para que o erguessemà superfície. Voltou louco de terror e pronunciavapalavras sem sentido. Curado após alguns dias, contou Qüê,ao aproximar-sedo funtodo do mar, se encontrouno meio duma espantosaassembléia: dos os mortos estavamali de pé e pareciam ir-lhe ao encontro ameaçando-ocom vingançasterríveis. Era um fenômenonatural QU€,naquele momento,o escafandrista não soube explicar. Os cadáveresque hâ alguns dias tendiama suestavamnas águas,aligeiradospela decomposição, bir à superfície; mas nã,o podiam pelo pêso das pedras que tinham atadas aos pés. pelo imSe a vista de alguns cadáveres,que cambaleavam de susto um hopulso das correntes,fêz desmaiare enlouquecer 196

't .'

-

mem habituado ao perigo, pensai o que será, então, quando os maus se encontraremdiante do Filho de Deus vivo, agitado pela ira terrível de sua inexoráveljustiça. lâ náo será o Cordeiro que tira os pecados,mas o leão prestesa destroçarseus inimigos.

220' A REC'MPENSA Do MUND' A rainha Isabel da Inglaterra, de tnste memória, tinha entre os nobresde sua côrte um extraordináriobailarino,chamado Tomás Pando. Quando bailava, todos gritavam com delírio: "Outra vezt bis, bis!" E êle continuavabailando. Mas um dia estava tão cansado que suas fôrças não lhe permitiam nenhum estôrço.Mas a fanátìca rainha gritou: "Repete, repete". E Tonrás, para fazer-lhe a vontade,bailou,nas últimas voltas, porém, teve vertigem e caiu ao solo. Puseram-setodos a rir, e a rainha gritou: "Levantate, boi !" O pobre bailarinoouviu o insulto,mordeuos lábios e levantou-se. No dia seg-inte desapareceuda côrte. Fugiu para os montes e nunca mais foi visto bailar. Assim são as recompensas do mundo. Aos aplausos,Iouvores e sorrisossucedemquasesempreo abandono,o desprêzo e o amaÍgo insulto: "Levanta-te,boi!"

à È --i t; I

221. A ORAçÃONASTENTAÇÕES

l" r I

Em Roma foi metida no cárcere Daria, a santa espôsade Crisanto,por seÍ cristã e haver convertidoinúmerasmulheresda idolatria à verdadeirareligião. Empregaramcontra ela os mais dolorosostormentosl puseram em prática tôdas as astúcias infernais para arrebatar-lhea virtude, nada conseguindo. Levaram-na,finalmente,a um lugar infame; mas Daria, levantandoas mãos e os olhos aos céus,pôs-sea oraÍ. Nem bem começaraa Íezar e eis que aparece,ao lado dela, uffi majestoso leão dispostoa despedaçara quem quer que se atrevessea molestá-la (Leonis tutela a contuméliadivínitusdefénditur).

t97

It :

l: I I I .

tI I

I t'

t

i i

Nossa alma está rodead.ade terríveis inimigos, como a de S. Daria. Qual será a nossa deÍesa?A oraçã,o.Sem ela não há salvação. ì.-

222. SÃO E SALVO NO MEIO DOS LEÕES Houve um rei que proibira severamentetôda oração. Ora, numa casa com a janela aberta, vê-se um homem orando de joelhos e com o rosto voltado para Jerusalém,a cidade santa. Quem orava era Daniel, o grande ministro do rei. Espiaram-nomuito os inimigos e viram que três vêzes ao dia (de manhã,,ao meio-drae à noite), naquelahumildeatitude, a morfazia sua recolhidaoração.Foi denunciadoe condenado. pelos leões.Meteram-nona cova dessasteras rer despedaçado e fecharama aberturada mesmacom uma grande pedra selada com o sêlo real. Ao amanhecerDario, que não pregara os olhos, correu à cova e encontrouDaniel ileso e sorridente. O homem que ora em nome de Jesus-será vitorioso. Nem o mundo, nem o teroz leão (o demônio) poderãocausar-lhealgum dano.

223. o T E M O RD O I U | Z O Na ntanhãde 14 de setembrodo ano de 258, no campoSéxtio, molhadoainda pelo orvalho da noite, degolaramo bispo de Cartago. Prenderam-noos inimigos de Cristo e conduziram-no ao tribunal do procônsulGalério,QU€lhe lêz esta pergunta:"É,s tu Táscio Cipriano?" Cipriano respondeucom tirmeza: "Sou". Galério ordenou: "Táscio Cipriano seja degolado".E o mártir respondeu:"Deo gratias". Mas, quando os soldadosse dispunhama executara sentença; quando, despidosos ornamentosepiscopais,os fiéis estendiamseuslençospara recolhero sangueque ia jorrar, o Santo tremeu e cobrindo as faces com as mãos exclamou:"Vae mihi cum ad judícium vénero", isto é, ai de mim! quando chegar ao

r98

*

.*-

rel="nofollow">;-

--.È--!"*;:#ìi-_

-*\:.

luízo! Foi um instante, pois logo inclinou a cabeça e ofereceu a Deus o sacrifício. Se a lembrançado Juízo ïazia tremer os mártires, que será de nós? que diremosao divino luiz? 224. A VITÓRIA SERÁ NOSSA S. Joana d'Arc está no sítio de Orléans. Combaterasete horas, Semprecalma e intrépidano meio dos soldados.E' chegado o momento de totnar ao inimigo a famosa lortaleza de Tourelles.De repenteavança,toma a escadae sobe impetuosa à tôrre. Fere-a no peito uma flecha.Jorra o sangue.Ela empalidece, treme indecisano meio da escada.Chora de dor e de mêdo. Descee oculta-separa se curar. Era a debilidadehuntana. Os inglêsesanimam-see oS francesesatemorizadoscedem o campo e tocam a retirada.Mas ao primeiro toque de clarim vozes que Joana levanta-se,recorda-seda visão que tivera, das ôuvira e laz uma breve oração. Em seguida, de um golpe arrancaa flechae conl o peito manchadode sanguegrita: "Avante! Somosos vencedores".E venceu. ida é uma batalha pela conquistado reino Cristãos,a *dia nos assaltaremo temor e a debilidade' de Deus. Se algum notú fé, avivemosnossasconvicçõese fortaleçamorecorclemos nos cont a oração.Em segttida,como S. Joana, sigamosavante' segurosde que a vitória será nossa.

225.

ANIMAVESTRAIN MANIBUSVESTRIS

O Pe. Segneri costumavacontar o seguinteepisódio: Havia na praça de Atenasum famosoadivinho,que a todos prediziao futuro e descobriao passado.Um dava prognósticos, um homem astuto dia, querendo zombar dêle, apresentou-se-lhe que tinha um pequenopassarinhotechadona mão. se êste perguntou ao adivinho Sabes dizer-me passarinhoestá vivo ou morto? O astuto pensavaassim: se êle disser que está morto, eu o cleixareivoar; e se disserque está vivo, eu o apertareicom o polegar e o Ïarei morrer.

199

t

-- ii

I

O adivinho,porém,foi mais espertoe respondeu:Cavalheiro, êsse passarinhoestá como o Sr. quiser: se o quiser vivo, está vivo; se morto, morto. Todos os espectadores aplaudiramo adivinho. - Amigos, aquela sagaz respost4 nós a podemos dirigir também a vós. Vossa alma será tal qual a quiserdes:se salva, salva; se condenada,condenada. Anima vestra.. .

226. CUIDADO COM A ALMA Conta um poeta latino, Horácio,que um jovem, levado pela loucura de gastar seu patrimônio,dissolveuem vinagre uma pér o l a p r e c i o s í s s i meab e b e u - ad e u m t r a g o ( H o r . , S a Í . I I , 3 ) . U r n movimentode indignaçãose apodera do leitor ao recordar tamanha falta cle juízo daquelejovem. Mas, que dirão os Anjos, quando vêem os homensdestruir a formosurade sua alma por um amargo prazer? Um quadro do célebrepintor Rafael,u ra estátuade Miguel Ângelo são avaliadasa preços Íabulosos,'porquesaíram das mãos de artistas famosos.E a nossa alma não saiu das mãos do.Artista supremo?Notai ainda que ela foi criada à semelhança de Deus; leva, pois, em si algo de sua beleza,de sua grandiosidade,da sabedoriade Deus.

227. VIVIA NUMA COLUNA um santo ermitão mandou levantar no desertouma coluna muito alta e no tôpo da mesmaviveu muitos anos. Aii no alto, elevado sôbre a terra má e olhando para o céu sereno,repetia com freqiiência:"Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo,'. Se tôdasas vêzesque temosrezadoo Gloria patri o tivéssemos feito com o respeito daquele anacoreta, quantos méritos não teríamosacumuladopara o céu! euantos méritos se tivéssemos começadoe terminadocada uma de nossasoraçõesem nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo!

200

-__----.-ík

.a;\

'.

t

1

229. POR QUE OS PADRES NÃO SE CASAM i

Íamos passandodiante duma igreja e um companheiromanifestou desejo de conhecê-la. Como havia na fachada uma grande crt)z, julgamos ser uma igreja católiea. A um menino, que estava ali perto, perguntei: - Sabesonde está o pároco? - Sim; o pastor é meu pai, eu vou chamá-lo. - Não; não é precisoincomodá-lo.Eu tinha compreendido que se tratava.de um templo protestante.Mas, por cortesia,tivemos de esperar,pois o menino toi correndochamar o pai. Passadosalguns minutos, aparece o sacristão e diz: - Desculpai,senhores;o pastor não pode vir. Tendo volt a d o h á p o u c o p a r a c a s a ,e n c o n t r o ua s e n h o r ad ê l e d e s m a i a d a . . . O menino,que foi chamá-lo para os senhores,saiu correndoà procura do médico. Disse-meo pastor que despedisse, sem mais, todos os que a l a r - l h e . . . P o b r e p a s t o r !Q u e p e n a t e n h o d ê l e ! . . . d e s e j a s s e fm Uma filha dêle está doente no hospital; um dos filhos está no manicômioe outro num reformatório.. . O ún:co filho que tem saúde é o menino_1ueencontrastes aqui. Apenas saímos do templo, disse-meo meu companheiro, um advogado: Desculpai-me,senhor Padre, se vos digo sinceramente que as palavras dêsse sacristão me convencerammais do que as vossas da conveniênciado celibato do clero católico.Como poderia cuidar sèriamentede seus paroquianosquem se achasse nas condiçõesdêssepobre pastor? (José Colombo, Uma tt'iagem ao redor do mundo). ', 229. DOIS ITALIANOS E O VÍCIO DE BLASFEMAR Infelizmente, na Itâlia muitos têm o detestável vício de blasfemarou xingar a Deus. Numa cidade dos EstadosUnidos, onde a blasfêmiaé punida severamente, um italiano várias vêzes admoestouum patrício que deixassede blasfemar.Mas a respostaeÍa sempreesta: "Vai cuidar dos teus negócios!" Um dia, porém, um polícia, que entendiaitaliano, ouviu-o

20r

t r{

.ï* 1

*

\

\

blasfemare sem clemoraprendeu-oe levou-o ao iuiz. Êste perguntou-lhe: - Que respondeisà acusaçã,o dêste polícia? - Que blasfemei,mas foi em italiano. - Então pensaisque Deus não entendeo italiano?! - Mas foi na Itália que me habituei a blasfemar. - [ su, na América, me habituei a condenaros blasfemadores. Por esta vez, condeno-vosa pagaÍ ap'enasa multa de dez dólares. - Como! tanto dinheiro por uma só blasfêmia?! E aqui o tal perdeu o contrôle de si mesmo e soltou outra logo: blasfêmia.E o juiz acrescentou - Por esta segundablastêmiapagareisvinte dólares. - Mas isso é uma grave injustiça,senhorjuiz. Não sabeis que na ltália. . . e solta a terceirablasfêmia. - Por esta terceira blasfêmia pagareis trinta dólares; a não ser que pretirais ficar tantos clias na cadeiaquanto são os dólares que deveis pagar. O blasfemadorcalou-see aprendeua lição. Desde aquêle dia não mais o ouviram blasfemar. 230. D E V E P R E F E R I R - S EA T I . D O 'l

S. João de Gota, um dos mártiresdo Japão,foi condenado pelo tirano. Contavaapenasdezenovqanos e pouco tempo tazia L que entrara na Companhiade Jesus..lndo seu pai despedir-se dêle, o jovem, no momentode ser crucificado,disse-lhe: - Meu pai, a salvaçãodeve preferir-se a tudo. O senhor, paía assegurá-la, não se descuidede nada. - Muito obrigado,meu f ilho! e você, também,agüentefirme. Sua mãe e eu estamospreparadospara morrer pela mesma causa. E o generosopai, tendo beijado seu filho mârtir, retirou-se molhaclopelo sangue da generosavítima. 231. S U P E R S T I C I O S OC R U E L Luís XI, rei dc França, condenaraà morte um astrólogo por haver pressagiadocoisas desagradáveis. Êste, em tom pÍofético, disse aos familiares do r e i : 202

% ,,LinoSaStroSquevivereiatéumaidadeavançadae que morrerei três dias antes de sua majestade". Bastou isso para que o rei revogassea sentençae prodigalizasseao astrólogotôda sorte de cuidadospara prolongar-lhe a vida.

232. UMA REPRESENTAÇÃO SACRÍLEGA O imperadorMiguel II, de Constantinopla, que contribuíra para o cisma d,a Igreja Grega, ordenaraque no dia da Ascensão se representasse uma comédia para escarneceros sacramentos. Na noite seguinteum espantosoterremoto,acompanhadode furiosa tempestadeno mar, devastouaquelacidade.Pouco depois, o imperador,enquantodormia após uma de suas bebedeiras,foi assassinadopoÍ/ seJJ filho. ..próprio

\

a

233.

I t

l

CORTADOSOS LÁBIOS ,(

il

A perseguiçãoreligiosa, ordenada pela rainha Isabel, da Inglaterra, fêz inúÈrerasvítimas. Entre os muitos confessôresda nossa fé, achava-seo sacerdote Tiago Bell, que afostatara, mas QU€,depois'de haver refletido melhor, se arrependerae trabalhavacom muito zêlo pela salvaçãodas almas. Prêso e condenadoà morte, pediu ao luiz que lhe fôssem cortadosos lábios e os dedos por ter pronunciadoo juramento e ter assinado,os artigos heréticoscontráriosà consc:ência e à verdadedivina.

.Ë {ì

234. DE ONDE FUGIU O SENHOR? Um pastor protestante,que sempre afirmava que os católicos adoram as estátuase imagens,e que por isso são idólatras, vendo certo dia que uma boa velha rezavadevotamente ajoelha' da diante dum crucifixo, disse-lheem tom de mofa: - A senhoraador.aessa imagem? A mulher fixou-o admiradae disse:

, 'ì

203

\

-"* - 0 senhor está louco? De que manicômiofugiu? Ajoelho-me diante desta imagem que nte representaJesus Cristo, mas meu coraçãoê para Deus. 235. UM TIRO SACRÍLEGO

$...

Ì

È1

s: F .

Perto de valença, na Espanha,celebrava-se uma festa em honra do Santo Cristo numa ermida. Muita gente desfilara durante o dia, rezandodiante de Jesus.À tarde, quando todos se tinham retirado, voltava da fábrica um operário, o qual, parando, puxou do revólver e com um riso satânico,apontotr para a imagem e atirou, esmagando-lhe o dedo do pé direito, e depois retirou-se. À noite, indo a um baile, enquantose divertia,deixou cair o revólver, saiu um tiro e a bala esmagou-lheum dedo do pé direito, como esmagarao do Cristo da ermida. um médico. o tratou, mas a ferida nunca se fechava.Foi necessáriocortar-lhe o dedo, depois o pé, mais tarde a perna,e a gangrenacaminhavasempre,e ninguém compreendiapor que aquela ferida nã,o se fechava. Era uma ci.aga produzida pela justiça de Deus, chaga que levou o operárioaçumamorte horrível. 236. QUERIA PÔ-LASCOMO FLORES

t

:

Em 1873 um homem de Wisembach,povoado dos Voges, amontoavaimundíciesnum depós:to.Aos que lhe perguntavam para que serviria aquilo, respondia: - Este lixo eu o porei como flôres nas ruas por onde há de passara procissãode Corpo de Deus. Três dias depoisfoi atacado de apoplexia,morrendosem recobraros sentidose sendo enterradono próprio d:a de Corpus Christi. 237. CAIU A PEDRA N o d o m i n g o , 2 2 d e d e z e m b r od e 1 8 6 l , e m V o l t e r r a ,a l g u n s jovens se haviam reunido perto duma muralha, sôbre a qual sobressaíauma graqde pedra. Um dêles,que perdergno jôgo, co204

\

-

-.* -Èç

t'

meçou a dizer horríveis blasfêmiascontra Nossa Senhora.Os companheirosprocuraramacalmá-lo,mas foi pior. Chegada a hora da missa, convidaram-noa entrar com êles na igrefa; respondeu-lhes,porém, com a mais horrível das blastêmiãs.Apenas fechoua bôca, ca:u sôbre êle a grande pedra e o e.magou. 23g. VEREISCOMO ISTO PÁRA! _Em agôsto de tSgl foi uma ardeiaaçoitadapor uma chuva de pedras, que devastouvinhedose hortas:"Váiios camponeses reunidos numa taberna se queixavãm,blasfemando,da tempestadeque os arruinava.O taberneiro,furioso, blasfemavamais que todos e, tomando uma espingarda,sai,uà rua, dizendo: "Atirarei contra Deus e vereis como isto pára jâ!". o blasfemoergueu a espingardacontra o céu. . . nlas, no momentoprecisamente,caiu um raio, matando-oiuntamenteconl um cigano que o acompanhava. 239. Cí MPADECIAM-SE DÊLE Na cidade de õunour, em maio de rgoz, enquantoos fiéis saíam da igreja de s. Teodoro, após as funçõessagradas,um indivíduo começoua insultar os que tinham ido à Ìgreja e a blasfemarcontra Deus e Nossa Senhora.os fiéis qu. f,us avam, espantados, compadeciarn-se dêle. De repente,o hômem cala-se, empalidecee cai como que fulminadopor um raio. Tôda tentativa para socorrê-lo foi inútil. 240. CEGO PELO RESTO DA VIDA um homem voltava da venda depois de ter ouvido ali tôda sorte de impiedades.Ao' ver o crucifixo à cabeceiracla cama, pôs-se a blasfemare xingar a sagrada imagem. Foi além: tomou uma faca e arrancousacrìlegamente os o,lhosdo cruciÍixo. No dia seguintecomeçoua sentir uma dor agudíssimanos olhos. Levaram-noao hospital, donde saiu completamentecego, vendose obrigadoa mendigaraté o fim da vida.

205 J

241. NEGRO COMO CARVÃO Um jovem universitário,inteligentemas incrédulo, achavase em térias em casa de família amiga. Uma noite, à hora do jantar, proÍeriu horríveisblasfêmias contra a ImaculadaConceição;tais, como nunca se tinham ouvido naquelacasa. Ficaram todos horrorizadose a dona estêve a ponto de despedi-lo.Retiraram-seaborrecidose silenciosos,pedindo a Nossa Senhoraque lhe perdoasse.Na manhã seguinte,quando o toram despertir, enconlraram-nomorto e negro como carvão'

242. EXPIAçÃO Um capelãofrancêsvisitava uma ambulânciae aproximando-se dum soldadodisse-lhe: - Amigo, disseram-meque você está gravementeferido e sofre muito. - O sr. levante o cobertor que nle cs'bre. Horrorizadoviu s capelãoum peito rofisto sem braços' - Não se assuste- disse o soldado; levante agora a coberta dos pés. Faltavamas Pernasaté os joelhos. - Pobrezinho!- exclamouo sacerdote' - Não se compadeçade mim, padre; dê-meantesparabéns' porque antes da guerra eu reduzi ao mesmoestadouma imagem de -JesusCruciflcado. Foi assim: Ao chegarmosà encruzilhadado caminho,eu e encontramosum grande crucifixo e o enmeus cornpanheiros chemosde insultos e blasfêmias.Quis avantajar-mea êles em impiedadee com meu sabrecortei os braçose as pernasda imag.nr. Quandocomeçarama sibilar as primeirasbalas é que comde meu crime. Lembrei-mede minha igreja, fireendia enormid.ade d. r.u vigário, de minha defunta mãe, de meu catecismo' pedi ã D.ur que me castigassenesta vida. E Deus me ouviu como o sr. est'ávendo. como tratei ao crucifixo' assim fui tratado. Q,uantomaioresforem os meus sofrimentos,tanto maior será o meu consôlo;pois assim estou se$uro de que DeuS quer perdoar-me.

206 \

-,ffiË

qFè.. : {.:::r::. ;É{ -: íì á

:-+

243. JORGEWASHTNCTON Estava certa vez sentadoà mesa com alguns oficiais,quando um dêlesproferiu uma vil blasfêmia.Washingtonsentiu-seinteriormenteferido e, deixando cair o talher com indignaçãoe olhando com desdém para o infeliz que acabava de blasfemar, disse: "Senhores;eu julguei que todos os que aqui nos encontlamos éramospessoasdecentes".Todos se calarame o culpado corou e baixou os olhos envergonhado. 244. O HOMEM DO FUZIL Em 1915 o capelãode um regimentofoi transferidopara outro corpo. Em seu lugar puseramum padre trapista que foi bem recebidopor todos, menospor um anticlerical,que, furioso, dizia: "Que necessidadetemos de padres? Deus não existe. Se hit Deus, vejamos se é capaz de quebrar o tuzil que tenho na mão". E acompanhandoas palavras com a açã,o,apontou o fuzil para o céu em atitrrJe de desafio. No mesmo instante, porém, uma bala inimiga - eu no f.uzil, despedaçando-oe penetrando no crânio do blasfemo,que caiu morto ali mesmo.

245. UM MENINO HERÓI Não taz muito tempo, numa vila da ltália chegavaem casa um meninode 12 anos, pálido e choroso. Que acontecera?Alguns malvatlos,movidos de ódio contra êle porque ïizera a primeira comunhão,disseram-lhe: - Tens cle repetir as blasfêmiasque dissermos. - Não (disseo meninocom firmeza), eu não blasfemo. . - Tens de blasfemar,por bem ou por mal. Dito e feito: atiraram-noao chão e bateram-lhebrutalmente, Mas dos lábios do menino não saiu nenhumablasfêmiae nem sequer uma palavra de queixa.

207

É F-

r-'-

È. 246. DECORAI ÊSTES CINCO PONTOS O trabalho de domingo nunca enriquece. A fortuna mal adquirida nunca aproveita. A esmolanunca empobrece. O encomendar-se a Deus pela manhã e à noite nunca atrasa o trabalho. Um filho rebeldee libertinoiamais será feliz. 247. . PRIMEIRO IREI À MISSA Refere S. Afonso que três negociantesestavamprontos para partir juntos da cidade de Gúbio. Era domingo,e um dêlesquis ouvir antesa missal os outros,porém,não qu:seramnem mesmo esperá-lo.Mas, quando atravessavam a ponte do rio Borfoune, perecendoafogados ponte, cheio pelas últimas chuvas, caiu a os dois negociantes.

B i

249. POR UM PECADO MENìS Voltava da missa um domingo,em Londres,uma dama, irmã dum ministro do reino. Encontrouuma mulher a varÍer a tva, Soubeque era católica.Perguntou-lhese tinha ido à missa. Respondeúa vaÍredouraque não tinha tempo,porque antes do meio-dia tinha de acabar a limpeza. A dama deu-lhe uma moeda e, mandandoque fôsse à missa, disse-lhe: - Cumpra o seu dever de cristã,QUeeu farei seu trabalho. E assim dizendo,pegou da vassourae pôs-sea vaÍÍer. Interrogada por que se humilhavaassim em lugar tão público, respondeu: - Por um pecadomenos! 249. A ÁRVORE CRESCIA O erm:tão Nicolau, de Suíça, estandoa ouvir Missa, teve uma visão. Viu uma àrvorezinha,que, brotando do piso da igreja, crescia ràpidamentee em poucos segundosestava coberta de

208 \ '::.:, èR=

t;

t

:{q_-

flôres, resplandecentes como estrêlas.Essas flôres caíam sôbre a cabeçados f iéis: em alguns murchavame perdiam o brilho; em outros aumentavamde resplendor,adornando-lhes as frontes como uma coroa de luz. A á,rvoreeÍa figura da bênção celestee as flôres simbolizavam a bênção que caia sôbre cada üffi, frutificando nos fervorosose murchandonos distraídose desatentos.

250. SEMPRE CHEGAVA TARDE Um homem da Westïâlia,durantemuitos anos semprechegava tarde à Missa nos dias de preceito. Adoeceupan morrer e mandou chamar o padre com urgência. O Vigário sem demora pôs-se a caminho, mas dizia consigo:"Não será para estranharque JesusCristo cheguetarde a êle, como castigo de sempre ter chegadotarde à Missa". E com efeito; quando o padre chegavaà casa, o enfêrmo expirava sem os sacramentos. 251.

-

SAÍAM DA IGREJA

S. Hilário, vendo que algumas pessoas,depois da leitura do Evangelho,saíam da igreja, interrompeua prâtica exclamando: "Podeissair da igreja, mas do infernonão podereissair!" 252. SANTA JULIANA Era uma religiosade clausuraem Florença,ltália. Adoeceu tã,o gravemente,QUe,ao administrarem-se-lhe os sacramentos, nã,o foi possível dar-lhe a comunhão,porque não podia reter nada no estômago.Chorandorogava ao sacerdoteQU€,iâ que não podia receberJesus pela bôca, pelo menos o colocassealguns instantessôbre o seu peito, para que estivessemais perto de seu coração. Assim o lêz o sacerdote,desaparecendo a sagrada Partícula, ao mesmo tempo que a Santa morria de gõzo. Sôbre seu peito acharamgravada, à maneira de sêlo, a imagem de Jesus. fesoul.,

I -

14

209

:!

i f' i F

---\--* I

; -l

253.

i

.

TRÊS COMUNHÕES

S. Catarina de Gênova achava-semuito doente, e os ntéde sua vida e não encontravamremédio dicos desesperavam para aliviá-la. A Santa recebeuuma luz do alto que lhe fêz conhecerque com três comunhõesrecobrariaa saúde. O confessoradministrou-lhe êsse remédiodivino, e depois da terceiracomunhãoela estava perfeitamentecurada. Uma noite, sonhouque no dia seguintenão poderiacomungãr, e sentiu uma dor tã.o viva que ao despertar encontrou o travesseirobanhadode lágrimas. 254. O QUE VALE UMA MISSA Achava-seum missionáriomuito esgotadopor seus trabapara induzi-lo ao descanso, lhos apostólicos.Seus companheiros, médico conhecesse diziarn-lhe:"Se o o vosso estado de saúde, d a M issa'. p e r m i t i r i a c e l e b r a ç ã o não vos a ìo, se o médico soucontrá replicou: "Pelo Mas o enfêrmo a dizê-la diàêle me Missa, que uma aniàaria vale besse o riamente".

'' :

.' 255. PAI TODO-PODEROSO Falava um pastor protestantecom um menino que se prepatava para a primeira comunhão,e perguntou-lhe: Você crè que na Hóstia, que vãi receber,está Jesusem corpo e alma? - Creio, sim, senhor. - Você sabe o Pai-Nosso? - Sei, sim, hâ muito tempo. - Então,Íeze-o. - Pai nosso que estaisno céu. . - Chega! Você compreendeque Deus está no céu; logo, não pode estar na Hóstia. O meninopensouum instantee d:sse: - O senhoré capazde rezaÍ o Credo?

2t0

=.

ìì

-*s

r€

W

ffi:

g

5

I r:

- Sou, sim: Creio em Deus Pai todo-poderoso... - Basta! O sr. iâ compreendegu€, sendo Deus todo-poderoso, pode lazer o que quiser, e assim pode estar no céu e ao mesmo tempo na Hóstia consagrada. O pastor, não sabendoque responder,contundido,deu por terminadoo diálogo.

È * 'ï Ì: ã :i

-'

't{

-q

Ìt



iil , E

:,

256.

.i

Ì

MEU ÚNICO REMÉDIO

_ì 'Ìl

Carlos V perguntoua um servo de Deus, que vivia na côrte, coÍïlo lazia para conservar-sena graça de Deus no meio da licençade costumesdos cortesãose de tantas ocasiõesde pecado. - Majestade- responcleu- meu único rentédiopara não sucumbir é o temor de Deus e a comunhãodiâria.

.f



'.a

-

.

.Ìj.

3

-.

,.4

257. ESTOU MELHOR O gar o -

generalDrourt estiveragravementeenfêrmo.Vendo chemédico, dissc,lhe: Doutor, esl,u melhor. De onde lhe vem esta melhora? Doutor, comungueiesta manhã - respondeuo general.

259. OS DOIS VASOS ApareceuJesusà serva de Deus Paula Maresca,e mostrando-lhe dois vasos,um de ouro e outro de prata, disse-lhe: "Neste vaso de ouro guardo as comunhõessacramentais, e neste de prala guardo as comunhõesespirituais". 259. S E R V I A . S ED O S M E N I N O S S. FranciscoXavier, não podendono curso de suas missões cuidar dos enfermose da instruçãodos fiéis, servia-sedos nreninos que batizara,os quais, seguindosuas recomendações, rezavam muito. Por suas oraçõessaravam os doentes,os demônios eram afugentadose os idólatras, convertidos. L4.

.--

2tl

---_.--

- J-::rl+---'í-

260. PROCISSÃO UMAGRANDIOSA Em 1450 a cidade de Paris foi testemunhade um formoso espetáculo.Por ordem do bispo Guilherme,uma procissãode doze mil criançasde menos de catorzeanos saiu da igreja dos Santos Inocentes,percorreua cidade cantando e dirigiu-se à igreja de Notre Dame. A voz da infância atraiu os olhares de todos e abrandou os corações.Foi o meio mais eïicaz para desarmar a cólera divina. 261. POUCAS PALAVRAS Um dia foram duas pessoasperguntara S. Macário como deviam rezar. Respondeu-lhes o Santo: "Não são necessárias muitas palavras; dizei sòmente: Senhor, seja feita a vossa vontade!" 262. DIANTE DE UMA IMAGEM Db MARIA Conta o bispo cle Verdun: Dois homenstiveram uma discussãomuito forte e um dêles, enfurecido,pôs-se a correr após o outro, com uma taca na mão. Quando estava para ser alcançadoo que fugia agarrou-sea uma estátuade Nossa Senhora,dizendo: "Terás coragemde ferir-me em presençada Virgem, nossa Mãe?" A estas palavras, ao homem antes táo fur:oso caiu-lhe a faca da mão. 26g. ESTUDE MEIA HORA MENOS - Como vão seusestudos ? - perguntouum sacerdotea um seu antigo aluno. - Muito mal! Estudo o mais que possoe sempretiro notas baixas. 212

\. --Br E-.'-' G

-:-

.Ìa.jE-ú€lÀàÈ;

b\

.;;:

\ftf--"-

- Estudemeia hora menos- disse-lheo antigo mestree empregueessa meia hora em pedir a Nossa senhora que o ajude. O rapaz seguiu o conselho,e após algumas semanascomeçou a progredir nos estudos,obtendsqualificaçãohonoríflca. 264. UMA BÊNÇÃO POR TELEGRAMA fôra a Nice para pedir a D. Bosco que fôsse Uma co,ndessa benzer a um seu netinho, que padecia dolorosasconvulsõese parecia que se afogava.Não encontrandoa D. Bosco, enviou-lhe um telegramaa Cannes,onde se achava. O Santo, ao recebê-lo,enviou-lhea bênçãode Maria Auxiliadora também por telegramae na mesma hora cessaramas convulsõese a criança sarou. 265. SAÍA SEM ESCOLTA Os cortesãosce lsuravamo rei HenriqueIV por sair, às vêzes, sem escolta.i e respondia: "O mêdo não deve existir na alma de um rei. Encomendo-mea Deus quando me levanto e quando me deito, e durante o dia lembro-medo Senhor. Estou sempreem suas mãos". 266. OITO HORAS POR DIA S. Alfredo Magno, rei da Inglaterra, consagravatodos os dias oito horas à oração ou à leitura de livros piedosos.Oito horas aos negóciosdo Estado e oito horas ao descansoe às demais necessidades e ocupações.Levantava-semuito cedo e ia à capela,onde, prostrado por terra, ïazia sua oração. 267, UM PROTESTANTE Um protestanteteve a curiosidadede entrar numa igreia durantea Missa num domingo,e pôs-sea observaros fiéis. Ao sair d:sse: "Os católicosdizem que Jesus Cristo está presente

2t3

__-_F

--rZ

na Eucaristia;mas muitos dêlesnão o crêem; do contrárioprocederiamcom mais respeitodurantea Missa".

268. EM QUE TE OCUPAS? Queixava-seum jovem ao seu confessor,dizendo-lhe que ouvia mal a missa. - Que fazes durantea Missa? Em que te ocupas? - Não faço outra coisa senãochorar os meus pecados. - Continua,meu amigo; dêssemodo ouves muito bem a missa.

269. AQUÊLE É MEU PAI O imperadorda Austria, José II, ordenaraque os presidiários fôssemempregadosem trabalhospúblicos.Alguns dêlesvarriam a praça de S. Estêvão,em Viena. Um ministro observou que um môço bem trajado se aproximavad um daquelesvarredores e beijava-lhe a mão. Um dia m.andor,chamar o môço e disse-lheque aquêlemodo de agir não lhe co-nvinha. (($s1fie1disse o jovem êsse condenadoé meu pai". Comovido,o ministro referiu o fato ao imperador,o qual pôs o prêso em liberdade,dizendo: "Quem sabe educar seus tilhos destamaneiranãe pode ser um malfeitor".

270. GUARDÁ-LO-EI COMO LEMBRANçA . Um inglês visitavaa cidadede Viena. Entrou numa loja de cabeleireiro no momentoem que uma jovem ofereciasua formosa cabeleirapelo preço de dez coroas.Já se dispunhao cabeleireiro a cortá-la,quandoo visitantequis saber por que a jovem ia sacrificar seuscabelos. - Senhor- dissea jovem - meu pai foi negocianteopulento; mas as coisasforam mal; agora é velho e desamparado; minha mãe está enfêrma e, como não encontro outra solução. vejo-me obrigada a vender a minha cabeleira.

2t4

-

\

*".':::

l

ËiãÈ*.,-..,:::

.r..o.5.-r,.,-....-

1 :í':f:tt-

-

'i.

:

t t

. 1 -

o, A senhora não venda seus cabelos tao úíríÍu pagarei melhor. E, entrtgando-lhecem libras esterlinas,tomou I a tesourae disse: - Permita-meque lhe corte um só fio de cabelo,que guardarei como lembrançade seu.amor filial. Aquelas cem libras serviram de base para,.em pouco tempo. reconstituira fortuna perdida.

271. DEU-LHE A LIBERDADE Serapião,o Dionita, fêz-seescravode um pagão, pata convertê-lo, e conseguiu-ode fato. Seu amo deu-lhe a liberdade,e com um vestido,uma túnica e um Livro dos Evahpresenteou-o gelhos. Serapiãodeu o vestido ao primeiro pobre que eniontrou e, pouco depois, a túnica a outro e, depois,mostrandoo Evangelho, dizia: "Eis aqui o que me despojou de tudo". Entretanto,vendeu também o livro para socorrer a uma viúva.

272' s. ToMÁs MoRo Êste grande chancelerda côrte da Inglaterra,sendo iâ casado e em idade avançada,nunca saía de casa sem pedir de joelhosa bênçãode seu velho pai, a quem demonstravaaliás a maior veneraçãoe respeito.

273. CASTIGO DE UM MAU FILHO A 19 de outubro de lgl4, próximo de Turim, uffi rapaz discutiu com sua mãe por questão de interêsses,chegandoa espancá-la brutalmente,quebrando-lheo braço e causando-lheferimentosgraves. A mãe teve de ser hospitalizadae o filho foi prêso. Quando o levaram à estaçãopara cond,uzi-loao tribunal de Turim, o rapaz tentou atirar-se debaixo do trem que se aproximava.

2t5

I

I t"

: t

Caindo,porém,ao lado, o trem cortou-lhesòmenteas duas mãos com que maltratara a mãe e, assim, t€ve de apresentar-seno tribunal.

274. QUERO IR COM MINHA MÃE Enquantose torturava a má,rtirS. Julieta,Ciro, seu filhinho de três anos, ao ver que sua mãe derramavasangue,começoua gritar de maneira enternecedora. O governadortomou-o nos braços para acalmá,-lo,mas êle o repeliu, gritando: "Sou cristão e quero ir com minha mãe". E para escapar-se,arranhava-lheo rosto. Furioso,o governadortomou-o pelo pé e partiu-lhea cabeça contra as grades do tribunal.A mãe deu graças a Deus e logo a ela mesmase lhe cortou a cabeça. 275. SANTA MACRINA Era irmã de S. Gregório Nisseno.Est santa mulher nunca perdeu de vista sua mãe. Concentrounela todos os seus cuidados e afetos e jamais permitiu que os lnados a servissem, reservando-se a honra de preparar-lhea comida e de servi-la. Quando a mãe enviuvou,Macrina dedicou-seinteiramentea ajudâ-la na educaçãodos quatro filhos e das cinco filhas que restavam. 276. MINHA MÃE ERA POBRE O papa Bento XI, filho de pais pobres,foi elevadoao pontificado em 1303. Estando o papa de passagemem Perúsia, sua mãe mandou pedir para falar-lhe. o papa perguntoucomo ela estavavestida.Responderam-lhe que estava com vestido de sêda."Então não é minha mãe - disseo papa - minha máe é pobre e mulher do povo". Levaram-lheessa resposta clo papa; ela pôs seus vestidoshumildese apresentou-se de novo. Desta vez o filho recebeu-ae abraçou-acom efusão.

2t6

r[-

*'\+!*'*-?'

277. G U I A V A - O .. . o célebrecornélio cipião, por gratidãoe respeitoa seu pai que ficara cego, guiava-o êle mesmoa tôda a parte e tinha para com êle as maioresatenções.

.:

278. QUANTO CUSTASTE A TEUS PAIS? o arcebispode salzburgo,D. AgostinhoGruber, ao visitar uma escolano Tirol, perguntoua uma menina se sabia quanto custaraa seuspais. A menina,surpreendida,corou e não soube responder. - vamos ver, disse:quantosanos tens? euanto lhes custas por dia, por mês e por ano? - A menina, auxiliada pelo arcebispo,consegui,ulazer as contaspedidas. O arcebispoacrescentou: - como poderáspagar os cuidadosde tua mãe e os suores de teu pai? Não com ollro ou prata, lras com amor, respeito e obediência. Êsse cálculo i-rpressionoude modo salutar toclosos meninos da escola.

! i

1 l

.l

279. E S Q U E C E R I AM E U S D E V E R E S o imperadorDécio quis coroar imperadora seu filho, mas êste recusoua honra, dizendo: "Eu creio QUe,sendo imperador,esqueceria meus deveresde filho. prefiro não ser imperador mas filho bom e obed:ente,a ser imperadore filho revoltoso. Que meu pai mande e minha glória consistiráem obedecer-lhe com tôda fidelidade".

., _{

t a

ì Ì i

I

290.

i

O RETRATO DO PAI

â

Boleslau,rei da Polônia,levavasempreao pescoÇoo retrato de seu pai. Quando tinha argo de importante,olháva para o retrato, beijava-o e dizt^a:"Deus não permita faça eu âlguru coisa que desonrea memóriade meu querido pai,'.

1

a

ì 'Í I I

I

2t7

{TÍ ' t+

t t

:ï ìï

,I t I I

;':---rl:

x

è-l.

.+

..-,='

281. OS FILHOS DE TEODÓSIO O imperadorTeodósioentregaraseus dois filhos a Arsênio para que os educasse.Um dia entrou o imperador para assistir à aula e encontrouos dois meninossentadose o mestrede pé. - sois discípulose, portanto,de"Neste momento- clisse-lhes veis respeitoa vosso mestre". E obrigou-osa assistir à aula de pé. 282, SENTENçA SEVERA Em Esparta,os juízes condenaramà morte um menino por ter arrancadoos olhos a um animal. Aos que reclamaramque a sentençaera muito severa,responderam:"O ânimo cruel de um menino que assim procedecom os animais,amanhãse voltarâ contra os homens".

Ìi.

1.

283'

DEVoRADos PELosuRsos

O profeta Eliseu,venerávelancião,sub a à cidadede Betel. Um bando de meninosmal educadossaírat -lhe ao encontroe * insultaram-nodizendo: saíram do Naquele momento Sobe, calvo!" "Sobe, calvo! bosquevizinho dois ursos e matarama quarentae dois dêles. 284. SALOMÃO HONRA SUA MÃE Durante uma audiênciasolene,estava Salomão sentado em magníficotrono. Ao ver entrar sua mãe, a rainha Betsabé,que ia pedir-lheuma gÍaça, pôs-sede pé, foi ao seu encontro,fêz-lhe profunda reverênciae mandou preparar-lheum trono para que se sentasseà sua direita.

)t

{.

295.

i

AMOR FILIAL Èâ

N. era pai de vários tilhos e havia anos que estava de cama. A filha maior tazia de enfermeira;ao vê-lo próximo da morte e sem sentimentosreligiosos,chorava sem consôlo. O doente indagou a razão de tanto chôro.

k.'

l

r iç.

_

Ì, 'i

:l'

Êi i'i'tì

i -

tu; i.r[. ! I', l t::

!:*

2t8

r --: Papai, o que me laz chorar é o pensamentode que temol; de separar-nose não nos veremosmais. - E' preciso ter paciência,replicou o pai; a separaçáonão será para sempre,pois no outro mundo nos tornaremosa ver. - Oh! não - dissea menina;nunca mais nos veremos. - Sim, filha, havemosde ver-nos; por que não? - Não, meu pai; porque,se o sr. morrer em pecadomortal, para irâ o inferno e eu quero ir para o céu. E não quero vê-lo no inferno, mas no céu. A estas palavras cheiasde dor e c a ri n h o da fi l ha, o enfêrmo resolveuconfessar-see morreu s a n ta me nte. 286. CASTIGO SEM PRECEDENTE

I

Em Palma, Colômbia,deu-seum fato duplamentetriste. Um velho de nome Ruben Miranda tinha um filho chamadoRogério, de péssimosantecedentes. Várias vêzeshavia batido no pai. Desta vez espancou-obrutalmentecom um pau diante de muita gente. As pessoasque assistiramà cena quiseram castigar o mau filho, qu(, vendo-seem perigo, fugiu para um potreiro. Apengs ali ct :gado, abriu-seuma fenda aos pés do fugitivo. Produziram-s tremores e a terra começoua tragar o Foi tragadopouco a pouco.Nenhum dos prefilho desnaturado. sentesse atreveua socorrê-lo,pois temiam afundar-se.Foi deque cessaramquando saparecendo no meio de gritos espantosos, a terra lhe fechou a bôca. retiraram-sehorrorizados. Os assistentes

.:, \

{ 287.

1

FAÇO UM PRATO DE PAU

i

\

; Um camponêsestava ocupado a ïazer um prato de pau. Seu filho, que o observava,perguntou-lheo que ïazia. - Faço um prato de pau para seu avô, - respondeuo homem - porquesempredeixa cair e quebraro prato de louça. O meninoreplicou: - Pai, faça-o resistente,pâr4 qus eu possa dar ao senhor quandofôr velho. Estas pafavras causaram-lhetal impressão qLle imediatamente desistiuda obra e tratou melhor a seu velho pai.

: \

2t9 <

*\ "l

..Ë\ 'f.:

tr -.=.;

Ì .í * li

91-

AONDE IDES?

E, t'iJr !

':. : 2

t-.

I t' I t."

ì E''

'

288.

Crates, filósofo pagão, indignava-semuito contra os pais que descuravamo dever da educaçãodos filhos, e costumavâ dizer: "Se me fôsse possível,subiria à parte mais alta da cidade e gritaria com tôdas as minhasfôrças: Aonde ides, homens, cuja única preocupaçãoé amontoar riquezas,descuidando-vos de vossostilhos, aos quais as deixareis?

289. COMPRA-OE ASSIM TERÁS DOIS

f,

3ì;

F r-

t F-a

Um pai perguntoua Aristipo quanto lhe cobraria pela educação de seu filho: - Mil dracmas respondeuo educador. - E' muito - replicouo pai; por êssepreço eu possocomprar um escravo. Compra-o e assim terás dois (o,,escravoe teu filho), acrescentou Aristipo.

290. SEI SER FIEL uma mulher espartanapediu emprêgonuma casa. euando Ihe perguntaramo que sabia fazer,respondeu:"Eu sei ser fiel". 2gl. EU O SEREI, MAMÃE Uma boa mãe tinha quatro filhos, aos quais formava na piedade.uma noite, depois de Íezar com êles e falar-lhes de Deus, disse-lhescom grande ternura: "Que feliz seria eu se um de vocês chegassea ser santo!" O mais pequeno lançou-senos braços da mãe, dlzendo: "Eu o serei,mamãe!" E cumpriua palavra:Foi o papa S. Pedro Celestino.

tï'rL l'1

,ì Yz

-_ã

292.

'-..i

A C O N T E C I M E N T OF U N E S T O

L:

Um jovem foi condenadoa quinzeanos de presídio.Ouvida pediu lhe permitissemralar, e disse: "Perdôo aos juía sentença, zes pela sentença,que é justa; perdôo a quem me conduz ao cárcere,porque cumpre o seu dever; mas não posso perdoar a meu pai, que ali está, porque se me tivessedado bom exemplo, corrigidoe castigadoa tempo,eu não estariaaqui". Ouvida esta acusação,o pai caiu morto.

;

, : J

&

. Ì *: \

293.

-&

,. :

QUEM É ÊSSEMORTAL?

4-

? :

A irmã do rei S. Luís estavaum dia a confeccionar um vestido.O santodisse-lhe: - Minha irmã: logo me fareis presentedêssevestido,não é ? - Meu irmão: eu o destino a um príncipe maior que V. Majestade. - E quem é êss: afortunadomortal? - E' um pobre de Jesus Cristo, e portanto é Jesus Cristo mesmoa quem eu o prometi.

q

JL+

ì . :-. \\*^ Ìì ì -:r

ri

L

a.

!i

\;

294.

'? t '3

S E R V I A - O SE L E M E S M O

:: :-

A caridadede s. Luís, rei de França, era prod:giosa.Tô. das as quartas, sextas e sábados da euaresma e do Advento dava de comer em seu palácio a treze pobres que êle mesmo servia. Servia-lhesuma sopa e duas espéciesde alimentos.Cortava e distribuíao pão. Punha, além disso,ao lado de cada um dois pães, para que levassempara casa. Se entre os pobres havia algum cego,punha-lheas coisasna mão e guiava-o.Dava, também, a cada um dêlesuma esmolaem dinheiro,conformeas necessidades.Finalmente,aos sábados,tazia separar os três mais pobres e lavava-lhesos pés.

í ii

ï

n ,i

\\ ì r' 1

È ,:'.-

221

\ i-l

:

---;-.*tXi-ej

r,: -:: .:l ir -:::

tl F]

i.ç .

Ì+ ^.

295. O B E D I Ê N C I AA O M A R I D O

àt-, i:

\i ,i

F=, :; ,f:. '--t'a

Ì' ,F-t

S. FranciscaRomanaestavarecitandoo Ofício da SS. Virg€ÍTì,quando seu marido a chamou.Deixou a oraçãoe foi atendê-lo; depois continuou.Mas, enquanto Íezava uma antífona, quatro vêzes a chamou o rnarido, e quatro vêzes interrompeua oração e foi atendê-lo,continuandodepois de terminadaa ocupação. Na quarta vez, viu com surprêsaque a antífona estava escrita com letras de ouro, e foi-lhe reveladoque Deus lhe concederaaquela graça para que soubessequanto a Nossa Senhora agradavaa obediênciaao marido. 296. INFLUÊNCIA DA MÃE RELIGIOSA O tamoso pianista Chopin teve uma mãe muito boa. Êle, porém, freqüentandoo mundo corrompido,perdeu a fé. Em sua derradeiraenfermidadevisitou-oum grande.amigo seu, o sacerdote polonêsJelowieski,que lhe talou de )eus. Nada conseguiu' E vendo que os dias iam passandosem n, da conseguir,toma o Crucifixo,coloca-onas mãos de Chopin e . liz-lhe: "Tu te recusarás a crer o que tua mãe te ensinou qu-andoeras ctiança?" que reChopin pôs-sea chorar e pediu os santossacramentos, cebeucom grande fervor. Agradecidoa tão bom amigo, ao despedir-sedêle antesde morrer, disse: "Adeus,Jelowieski;tu fôste para mim o amigo mais fiel". A lembrançada sua mãe salvou a Chopin. 297. DESTINO DE UMA ALMA Um comercianteque se enriqueceramttito cometendotôda a sorte de fraudes,à hora da morte,chamouum tabeliãoe ordeo seguinte: nou-lhe que ao seu testamentoacrescentasse "Quero QUe,depois de morto, o meu corpo seja devolvido à terra de onde saiu, e minha alma ao clemônioao qual pertence". As pessoaspresentesticararn.aterrorizadas,e esforçaram-se por d:ssuadi-lo;mas êle insistiu conl energia,dizendo: "Não me retrato. Quero que minha alma seja entregueao demônio,junto com a de minha espôsae de meus filhos. A minha,

222

e'

.:ã].=r-,:;::.-:

I

: F

porque me enriquecia custa de f urtos e f raudes; a de minha espôsa,porque ela me induziu a tais pecadoscom seu luxo desmedido; as de meus filhos, porque, levado pelo amor que lhes tenho,nunca me decidi a restituiro que não é meu". Ditas essas palavras, expirou o infeliz sem poder reparar o mal que ïizera.

I

299. I N T E R E S S A N T EE L O C I O F Ú N E B R E Em 1887 morreu na cidade de N. uma velhinhaque passava dos cem anos. Fôra sempre muito admirada, porque em sua longa existêncianunca a ouviramfalar mal do próximo nem murmurar. E como ao morÍer ainda conservavatodos os dentes, fêz-lheo párocoêste elogio original: "Esta boa mulher conservou todos os dentes porque nunca mordeu a ninguém". 299.

':. :

ì

.!r

ACHADO FUNESTO Um pedreiroencrntrou uma caixinhana parededa casa ent que trabalhava.Abr r-a, e encontÍou-acheia de jóias e moedas de ouro e prata. A'uinguém deu parte do achado,e levou a caixinha para casa. Três dias depois, indo a uma joalheria paÍa a o joalheirochamouimediatamente venderas jóias encontradas, polícia para que o prendessem:é que o joalheiro reconheceuas jóias que há um ano apenasvendera a um senhor que fôra assassinadoe roubado.O pedreironão pôde justificar a possedas jóias e foi condenadoa muitos anos de prisão. 300. A CAPA DE SÃO MARTINHO MonsenhorGuibert, arcebispode Tours, numa de suas visitas pastorais,advertiuque as meninas,que se apresentavam para recebero sacramentoda crisma, vestiam com muita imocléstia. Não as teria admitido ao sacramento,se o vigário não lhe houvesseapresentado tôda a sorte de escusas.Contudo,o santo prelado não se absteve de dizer em voz alta, para que o ouvissem: "Seria mister que S. Martinho dessea estas meninasa metade de sua capa".

223

F : ts .\

301. JUSTO REMORSO O heregeBerengário,mesmo depois de ïazer penitênciade seus pecados,à hora da morte experimentougrandesangústias, causadaspelos remorsosda consciência.E dizia ao sacerdote qlle o socorria e animava naquela hora ,tremenda:"Não temo os meus pecados,mas os que cometeramas almas a quem dei escândalo".E tudo isto, apesarde QUe,pan reparar êssespe: cados de escândalo,dera muito bom exenrploe se dedicaraem sua casa ao ensinodo catecismo. 302. MAUS CONSELHEIROS

t: t

Os cortesãosdo imperadorFredericoIII, tutor do rei Ladislau da Hungria, sugeriram-lheo envenenamento de seu pupilo para se apoderarda coroa. Mas o nobre imperadorreplicou-lhes: "E' êste o conselhoque nte dais, homens sem fé e sem honra? Fora daqui! Que meus olhos não vos tornem a ver". E os cortesãosforam expulsosda côrte d( desterradosem castigo de seu criminosoconselho. 303, O MELHOR CILÍCIO Uma senhorapiedosa- ou qug o julgava ser - era muito inclinada à maledicênciae encontravadefeitos em tôda gente. Um dia pediu ao diretor espirituallicençapara pôr-se o cilício. O sacerdote, homemde muita experiência, conheciaa fundo a sua penitente.Pôs os dedos sôbre os lábios e clisse:"Filha, para a senhorao melhor cilíc:oserá prestaratençã,o a tudo o que passa por esta porta". 304. FUNDAMENTO DO DEVER O dogma é a base da moral. Quando Miguel Renaud,em 1871,foi eleitodeputado,ao chegara Versalhesalugouum apartamentopor 150 francos mensais.Pagou adiantado.O proprietário perguntou-lhese queria que lhe passasseo reciho.O .Jeputado respondeu:

224

,;'

ËS**-,

e

$n*

* *t

'-!

'.

* Para que passar recibo entre homens de bem? Deus nos vê. - O senhorcrê em Deus? - perguntouo dono da casa. - Creio, naturalmente respondeuMiguel. - Pois eu não - replicouo outro. - Nessecaso,passe-melogo o recibo- disseo deputado - porque quando nã,ohâ fé, a moral carecede fundamento.

.. : d

1

: *

305. CARLOS MAGNO E OS MANDAMENTOS Carlos Magno, um dos maiores soberanos,foi provado por Deus com a morte de qu.atro de seus filhos. Restando-lhesòmente seu filho Luís, quis associá-loao império. Chegadoo momento solene,quando todos os magnatasrodeavamo altar sôbie o qual estava a coroa, Carlos Magno volveu-se para o filho e, cheio de emoção,disse: "Filho querido de Deus e do povoi tu, a quem Deus conservoupara meu consôlo,vês que minha vida está declinando;que os meus anos passame a morte se aproxima. Prometes-metemer a Deus, guardar os manclamentose protegera lgreja?" [-tís prometeuchorandode comoção.Carlos Magno, pondo a corc.âsõbre a cabeçade seu filho, acrescentou: "Recebe,pois, a coL)a e jamais te esqueçasde teu juramento!" 306. POR TER QUEBRADO UM VASO Um grande de Roma convidou à sua mesa o imperador Augusto. Durante o festim, um escravoquebrou um vaso de cristal, pelo que seu amo o condenouà morte. Indignado,Augusto quebrou tôda a baixela, dizendo: "CrueMgnoras que a vida de um homem é mais preciosaque tôdas estasbaixelas?" Deus, às vêzes,faz o mesmo com algum pecador: tira-lhe todos'os bens païa que abra os olhos e veja o grande mal que fê2, porque,se lhos deixa ate ao fim, o castigo será mais terrível. 307. É S UMA GRANDE PECADORA S . F i l i p e N é r i ïoi visitar a lrmã, Escolástica,da Congregação de S. Marta, que se julgava condenada,e disse-lhe: - O céu lhe pertence:é seu. Teso,uro I -

15

225

-€

.+

.s

-

E' impossível,sr. padre - disse ela. - Aí está a sua loucura Por respondeuo santo. quem morreu Jesus? - Pelos pecadores. - Pois bem, a sra. é uma grande pecadorae JeSusmorreu para salvá-la;portanto,o céu é seu.

309. DEUS EXISTE Tornou-se muito conhecido nos Estados Unidos o ateu ültimamente,num hotel de Baltimore Whitney. Encontrando-se, alguns começarama falar de assuntos de companhia amigos, em ìmpiamente negou a existênciade Deus, e rellgiosos.Whitney provar-vos que Deus não existe. claramente acrescentou:"Vou Exijo que o assim chamadoTodo-poderosome mate imediatamente; náo o farâ porquenão existe". Apenas o ateu tinha pronunciadoessa blasfêmiae já caiu por terra. 'Os amigos acudiram, mas em ão. O homem estava morto. A morte trágica dêsseateu causou I or tôda a parte uma .*, terrível impressão(N. Y. H., 1904).

309. NAPOLEÃO E LAPLACE O imperadorNapoleãoI perguntouum dia ao ímpio astrôÍÌolÌ1oLaplace se admitia a existênciade Deus. Laplace respondeu: "Estudei e observeiminuciosamente o f irmamentoe não encontreiDeus". Napoleãoacertadamente observou:"Coisa estranha! Se encontrouma obra de .arte, suponhoum artista, e se contemploo universo,essaobra tão maravilhosaem si e em tôdas as suas partes, digo a mim mesmo: Deve ser obra de um artista que é tanto mais superior que o universo,pois sobrepuja tôdas as obra-primasfeitas pelos homens.[Jma máquina pressupõeo engenheiro,uma casa um construtor,o relógio um relojoeiro,etc. A simples razão nos diz isto, e não é preciso ser grande sábio para possuirum tal conhecimento".

226

h-

_-=

310' A GRATTDÃ'PARAcoM DEU' A venerávelAmélia de Vannes tinha o santo costume de elevar o seu espírito a Deus. Vendo um cão, por exemplo, ela fazi.aesta consideração:Ê,steanimal é amigo do homem; fiel e grato, acompanha-osempre, faz-lhe festa, retribui com carícias o bom trato que se lhe dá. O homem, porém,'que recebe de Deus benefíciossem conta, benefíciosa cada instante- o homem, pel,asalvaçãodo qual Deus deu seu Filho Unigênito, muitas vêzes se esquecede agradecerao seu supremobenfeitor. Se toma alimento,não se lembra de quem lho deu; se se entregaao repouso,nenhuma palavra de gratidão pelos benefíciosque recebeu no correr do dia. O cáo, o animal grato, envergonhao homem ingrato e mal agradecido. 311. AMABILIDADES ENTRE ESPOSOS Ao falecer uma rainha da Espanha, dizia o rei: "Com sua morte causou-meo p'.'imeirodesgôstoapós vinte e dois anos de casados".Oxalá se pudessedizer o mesmo de tôdas as espôsas. . . e de todos5rs maridos! 312. P R E F E R I R U M E S P Ô S OR E L I G I O S O Aconselharamà jovem Joana Franciscade Chantal,hoje vecom um môço muito nonerada sôbre os altares,que se cas.asse bre. A isso estava a Santa muito inclinada, quando, üÍïr dia, da janela de seu castelo,viu que aquêle nobre senhor no momento em que passou o sacerdotelevando o santo Viático não exclamouela indignada se ajoelhou."Não se ajoelhou nem sequerse descobriu.Não será jamais meu marido". 313. TRATO AFÁVEL ENTRE ESPOSOS Ao grande Franklin chamou a atençãoum trabalhadorque sempreapareciaalegree sorridente.Perguntou-lheum dia: "Por que estais sempre táo contente?" "E' porque em casa vivemos 15{,

227

em muita paz; tenho uma espôsaque vale ma:s que pesa. Quando saio de casa despede-memuito anrável;quando volto recebe-me muito alegre.Traz tudo em ordem: a casa limpa como uma taça de prata; a comida preparada,que é uma delícia. Minha mulher - eis o segrêdoda minha alegria".

314. NÃO SE DEIXAR ENGANAR PELA FORMOSURA Um.a jovem, não obstante as advertênciasde seu pároco, obstinou-seem casar-secom um perdido. "Senhor Vigário, aïirmava ela, depois de casados,eu o converterei. . . Êle é rico, e sobretudoé a f igura mais eleganteque conheço;no casamento é preciso haver também alguma coisa que entre pelos olhos". Calou-se o vigário. Celebrou-seo casamento.Passadosalguns meses,o vigário encontra-secom a recém-casada.Ela tem um dos olhos feridos e horrìvelmenteinchado. "Veja, senhor vigârio, o que me fêz meu m.arido!""Filha - respondeuo padre náo dizias que no casamentoprecisa haver alguma coisa que entre pelos olhos? Pois aí o tens; não te rodes queixar".

315. O QUE OS ESPÍRITASDEVEM SABER Em 1875,o CardealBonnechèse, arcebispode Ruão (Franacêrca do espiritismo, ça), desejandoinformar-sepessoalmente assistiua uma sessãoespírita na residênciado barão de Guldenstube,€ffi Paris. Ao iniciar-se a sessão,o Cardeal colocou um crucifixo sôbre a mesa.A sagrada imagem foi imediatamente atirada ao chão, sem que se pudesseverificar por quem. Colocado novamentesôbre a mesa, repetiu-sea mesma cena. Teve o Cardeal uma prova de que os tais espíritosnão são amigos nern sequeÍdas imagensde JesusCristo.E' isso.Nas sessões, em muitos casosatua o demônioe em muitos orrtrosimpera a fraude. Desculpam-seos espíritas,dizendo que são cristãos. (tE' poÍ isso mesmo que eu aborreço os invocadoresde espíritos e os detesto,porque abusam do nome de Deus e o desonram;chamam-se cristãos,e tazem obras de pagãos".

228

re::'

=5 ' : t

è 316. POR QUN ERA ATEU Encontraram-se,certo dia, um pároco e um homem notòriamente ímpio e avarento.Na conversacom o padre náo tëz segrêdo de sua irnpiedadee declarou abertamenteQU€, embora respeitadordas crençasalhelas, nã,oacreditavaem Deus. O vigário, tomando uma fôlha de papel, escreveusôbre ela a palavra "Deus". - O senhorestá vendo esta palavra?- perguntouao ateu. - Perteitamente,respondeuo outro. O pároco tirou do bôlso uma moeda de dois mil réis (das antigas) e colocou-aexatamentesôbre a palavra que escrevera e tornou a perguntar: - Ainda vê a pal.avra"Deus"? - Agora náo a vejo, porque a moeda mo impede. - Pois é isso mesmo,meu amigo,o que se está dando com a sua pessoa.O sr. vê só o dinheiroe por isso não enxergamais a Deus. O Salvadordisse: "Os cuidadosdêstemundo e a ilusão das riquezas sufocam a palavra de Deus". I

317. OCULTARA OS PECADOS Em Lima, capital do Peru, uma senhoratinha três criadas. Uma era cristã, convertida do paganismo. Deixou, porém, a prática da oração, tornou-se leviana e livre nos costumes.Tendo adoecido,recebeuos sacramentoscom pouca devoção.Revelou, depois, às suas companheirasde serviço, que tivera o cuidado de ocultar ao sacerdotetodos os pecados que cometera. Alarmadas,as companheiraslevaram o fato ao conhecimentode su,a patroa, a qual alcançou da enfêrma a promessa de tazer .uma confissãosinceral Marta, assim se chamava ela, contessa-se de novo e morre depois de algum tempo. Apenas exalou o último suspiro, começouo seu cadáver a espalhar um mau cheiro insuportável,e tiveram de levá-lo para fora da casa. O cão, por naturezatranqüilo, pôs-se a uivar lügubremente.Uma das criadas, indo dormir no quarto onde Marta falecera,foi despertada por rumores espantosos;todos os móveis eram como que agitados por uma fôrça invisível e atirados ao solo. Com a outra criada deu-se a mesma cena espantos.a. Resolveram,pois, pas-

229

sar juntas a noite. Ouviram, a certa altura, a voz clara e distinta de Marta, eu€ se lhes apresentouem estado horrível e rodeada de chamas. Disse-lhes que, por ordem de Deus, vinha fazer-lhes conhecerem que estado se achava e que fôra condenada por seus pecadosde impureza e por suas confissõesmal feitas. E acrescentou:"Contai a outros o que acabo de revelarvos, para que não sejam vítimas da mesma desgraça".A estas palavras lançou um grito de desespêroe desapareceu(Villard, v. III).

318. DUAS CLASSESDE PESSOAS Um pároco convidou um seu paroquianoa ïazer a páscoa. Mas, senhor vigário, para que contessar-mese eu não tenho pecado? o padre: - Olhe, senhor;só há duas classes Respondeu-lhe de pessoasque nâo têm pecados: os que ainda não chegaram ao uso da razão e os que já a perderam. !

319.

l^ FÊ,2 A PÁSCOA? Um dia, indo D. Bosco a Carignano,sentou-seao lado do cocheiroe durante a conversadisse-lhe: - Espero que o sr. iâ tenha feito a páscoa. - Ainda não - respondeuo bom homemi - €, ademais, ïaz muito tempo que não me confesso.Eu gostaria de confessarme com o padre com quem me contesseia última vez, se o encontrasse. - E quem é êssepadre? - E' D. Bosco; não sei se o sr. o conhece;confessei-me com êle no cárcerede Turim. - Sou eu mesmo,respondeuo Santo. Fixando nêle o olhar, o condutorreconheceu-o. - Como farei para confessar-meagora mesmo? - Dê-me as rédease ajoelhe-se. E enquanto os cavalos caminhavamlentamente,o homem confessou-secom grande alegria de alma. \

230

Èa^ S..t

=tv*. t\-,_*-.-.*áè+:;-€ -*",

S.ï(

,ì* ï ..

---=.

t

i

320. NÃO SABECALAR Sócrates talava muito pouco. Um indiscreto perguntou-lhe, certa ocasião,se guardavasilênciopor ignorância. Sócratesrespondeu:"Um ignorantenão sabe calar-se!"

.t ij

: j

32r. t tl

UMA SÓ BÕCA Zenão, est3ndoem companhiade um jovem que falava demais, disse-lhe:"Fica sabendoque temos dois ouvidos e uma só bôca, para escutarmosduas vêzes mais do que falamos".

Ë s :.

322. SILÊNCIO GUARDANDO Alguém perguntoua Pitágoras como poderia chegar a ser seu discípulo.O lilósofo respondeu:"Guardandosilêncioaté que seja necessáriotalar; não dizendosenãoo que sabeisbem; fazendo o maior bem possívele talando pouco, porque o silêncio é sinal de prudênciae a tagareliceé sinal de tolice. Não vos apresseisa respondrr, e deixai que aquêle que pergunta acabe de Íalar. Não faleis'mal de ninguém".Costumavacondenarseus discípulosa cinco anos de silêncio. 323. ADULAçÃO EXAGERADA Alexandre Magno atravessavaum grande rio numa barca em companhia de Aristobulo. Êste, durante a travessia,pôs-se mescladacom eloa ler em alta yoz 4 história do conquistador, gios de uma adulaçãoexagerada.Alexandre tomou o livro e atirou-o ao rio, dizendo que o autor mereciaa mesma sorte, pof ser mais culpadoque seus escritos. 324. NÃO RESPONDEREI Um dia estava Metelo a falar mal de Tácito, Qüe, ouvindo-o, disse-lhe:"Podes falar como te aprouver, porque eu nã'o responderei.Se aprendestea ïalar mal, eu aprendi a desprezar a maledicência".

231

-ç , I

F

t

È: :

325. DIANTE DE UM QUIOSQUE

5. i

È t

RegressavaD. Bosco ao oratório numa tarde de 1851. Ao passar diante de um quiosque,parou para olhar os livros. O vendedordisse-lhe: Êsseslivros não servem para o senhor porque são todos protestantes. - Estou vendo, disse o Santo; mas, na hora da morte estarâ o sr. tranqüilo,depois de haver vendido tais livros e haver propagadoo êrro? Ditas estaspalavras,saudou-oe retirou-se.O vendedorperguntou quem era aquêlesacerdotee, ao saber que era D. Bosco, tratou de conversarcom êle. Em seguida levou-lhetodos os livros para serem queimados,e dali em diante seguiu sempre o bom caminho. 326. DOIS ANÉIS S. Edmundo de Cantuâria,ao terminâr seus estudos,consultou sôbre sua vocação a um doutor da . tniversidadede Oxford, célebre por sua ciência e piedade. Èste, conhecedorda virtude de seu discípulo,aconselhou-oa consagrar-sea Deus com o voto de castidadeperpétua.Edmundo mandou confeccionar dois anéis, gravando nêles as palavras: "Ave Maria": em seguida, diante da imagem de Maria pronunciou o seu voto e, tomandoos anéis,colocouum no dedo da estátuada Virgem e outro em seu dedo, protestandoque não queria outra espôsa senão Maria Santíssima.Tôda a sua vida conservouo anel como lembrançade seu juramento. 327. TERRÍVEL TESTAMENTO Uma jovem, pouco antes de morrer, escreveu:"Tenho 18 anos; sou a criatura mais desgraçadae por isso vou morrer. Aos 15 anos eu era inocente.Maldito o dia em que meu tio me abriu a bibliotecae me disse: "Lê!" Melhor fôra güe, dando-meum punhal, me dissesse:"Mata-te!" Eu não teria percorridoo caminho da desgraça". 232

k,._

. -.

.$:Ë*-

tr;

329. TERRÍVELCASTIGO O imperador Leão IV retirou da catedral de Constantinopla uma coroa de ouro adornada com brilhantes que o imperador Heráclio dera àquela igreja. Apenas a pôs na cabeça,cobriu-se de pústulas e chagas repugnantes.Três dias depois morria no meio de atrozessofrimentos,recebendoassim o castigo de seu roubo sacrílego. 329. UMA COROA DE OURO E DIAMANTES Na igreja de Poli, próxima de Roma, venera-seuma imagem maravilhosade Nossa Senhora.Possui muitas joias e uma coroa de ouro e diamantesque custou 25 mil liras e que foi doada pelo papa Pio IX. Um ladrão entrou, na noite de 23 de dezembrode 1911, para roubar as jóias e as pedras preciosas. Para conseguirseu intento sacrílego,subiu ao pedestalda imag€ffi, o qual cedeue caíram ambos pesadamente ao solo, ficando pela estátua.Encontraram-nomoro ladrão sacrílegoesr-tagado to na manhã seguinte. 330. ACHO-O ENCANTADOR Duas damas num teatro assistiramà atuaçãodum afamado ator. Uma delas disse à outra: Não sei coÍÌlo poclemaplaudir tanto a êsse homem repugnante.Não acho graça no seu modo de trajar. Eu, ao contrário, acho-o encantador respondeua outra. - Será possível? - Certaúente,porque é meu marido. A primeira corou de vergonhae não se atreveua dizer nem uma palavra mais 331. COISAS PIORES S. Vicentede Paulo fôra caluniado,e Ana de Austria, rainha de França,disse-lhe:- Sabe,padre, que coisa dizem do senhor? - SenhoÍa- respondeuo santo,- sou um pobre pecador.

233

Ë, ç-. hr Êl

FI

EI

Mas é preciso que se defenda- Íeplicou a rainha. Mas Vicente, sem perder a calma: - Senhora,coisas piores disseram contra Nosso Senhor e Êle calou-se! . . .

FÏ FI

332.

Ër F} 5-f

-

FJ Ê.-À CINCO FRANCOS

pÌ Frl

ãf =f FI rl E Fl e:

O generalDasmene,ferido mortalmenteem 1848 pela bala de um rebelde,antes de morrer entregou à lrmã de Caridade, que o tratava, cinco francos, dizendo-lhe: "lrmã, peço-lhe que mandecelebrarduas missas,sendouma por quem me assassinou e outra por mim".

333' 'ERD'AR

+'

FÌ tr-:' .'*

:È ì:l

:tt.

si Í.t. ',,t a.l

:i

j:t

;i

O duque de Guise, grande defensor da religião católica, estava sendo espreitadopor um protestanteque o queria matar. Quando soube disso o duque chamou-oe disse-lhe: - Fiz alguma coisa contra ti? ,r - Não senhor, respondeuo protestante. - Quem te induziu a atentar contra a minha vida? - Ninguém; sòmentequeria defenderos direitos de minha seita, matando ao seu maior inimigo. - Se a tua religião - disse o duque - manda matar, a católicamanda perdoar.Eu te perdôo.Julga por aí qual será a verdadeira.

334. NOVELAS SENSACIONAIS O tribunal de Colôniacondenou,em 1908,um rapaz de 16 anos a 12 anos de prisão,por ter matadoum meninode 9 anos, O rapaz, leitor assíduo de novelas de bandidos, Quis imitar os protagonistas;e para isso amarrou o menino a uma árvore e deu-lhe a morte como havia lido nos livros.

234 . Ê F

r

335.

l't UMAFAMÍLIADE HOMICIDAS

Certo senhor Barat do Alto Loire (França) exigira que seus filhos não fôssem à missa nem ao c.atecismoe que odiassem ao padre. Dizia-lhes: "Deixo-vos livres e podeis Ïazer o que quiserdes;mas, se vos encontrar rezando,eu vos mato". Os seis filhos aprenderama lição. Cinco morreram guilhotinados; e o último, porque seus pais lhe negaramdois francos, para seus vícios, matou-os cìnicamente. 336' DEV'

EscoLHER AS ARMAS

O padre Fidélis, franciscano,dirigia-se a uma igreja de Paris para celebrara santa Missa. Passandoem frente dum café, um oficial o insultou.Parou o padre e disse-lhe: O sr. insultou-mee eu exijo satisfação,e como ofendido tenho direito de escolheras armas. Escolhoa confissãoe espero-oesta noite. E retirou-se, deixando as senhas. O oficial, homem honrado, não faltou; cc tfessou-sedevotamentee comungou no dia seguinte. 337. OFÍCIO DO DIABO S. Ambrósio encontrou à porta da Igreja uma jovem vestida com vaidade e imodéstia.Perguntou-lheaonde ia. - À igreja, para Íezar - respondeuela. - Vestida dessa maneira?Não vais rezaÍ, mas escandalizar os fiéis, lazer o ofício do diabo, isso sim. Fora daqui, es! ! Retira-te a tua casa, para chorar os teus pecados candalosa

338. E' DEMASIADO PARA UMA CRISTÃ S. Elói, vendo um dia a rainha Batilde, espôsade Clodomiro II, vestida com magniticênciaexagerada,fêz-lhe alguma observação.

235

,!

ill-l

:

- Meu padre - disse a rainha - isto não é demais paft uma rainha. - Para uma rainha, não - replicou o santo - mas, para uma cristã, ë demais. Batilde aproveitoua lição e chegoua ser santa. 339. O CRUCIFIXO NUM ESPELHO Uma jovem demorava-secom freqüência a contemplar-se com vaidadenum espelho.Em vésperasde casar-se,ataviadapara a cerimônia,admirava-sevaidosamenteno espelho.De repente, em lugar de sua figura, viu nêle Jesus Crucificado,coberto de chagas,derramandosangue.Tal foi a sua impressãoque caiu desfalecida.Voltando a si, pediu perdão a Deus, prometendomudar de vida. Jesus,na visão, ordenou-lheque fôsse paÍa Roma e ali fundasseuma ordem destinada à adoraçãoperpértuado SS. Sacramento. E' S. Madalenada Encarnação. 340. CAÍRAM AS ARMAS'

i

{

Ninguém ignora o nome e os feitos de NapoleãoBonaparte. Polìticamentefoi grande inimigo da Igreja e do papa, a quem perseguiude diversosmodos. Ameaçadocom a pena de excomunhão, vangloriava-sede que "as excomunhõesdo papa não fariam cair as armas das mãos dos seus soldados". Pouco tempo depois, na campanha da Rússia, as armas 'caíamdas mãos de seus soldadosvencidospelo frio; e na bata.. lha de Waterloo, pelo pânico. Destronadoe desterrado,o grande imperador terminou sua vida como triste prisioneiro em Santa Helena. Quem luta contra Deus será vencido. 341. O S E N H O RM E S M O O V E R Á um capelãoda Escola Militar de saint cyr acabavade pregar sôbreo interno,quandoum capitãoirônicamenteo interrogou: - Padre, no inferno seremosassados,Ìritos ou cozidos? 236

+\ b"\

v

\1

\.

I

-- Capitão, o senhor mesmo o verá quando lá estiver. o capitão riu-se da resposta,'masaquelaspalavr.asnão rhe deram sossêgo.Lutou cinco anos com sua incredulidade, mas por fim converteu-se.

342. CASTICO DA IRA Após a grande guer(a emigiou para a América um homem de Neusadeuz,na Galícia. Passados alguns anos sua espôsa, que o tinha por morto, recebeuma cartê do ausente.Aberto o envelope,encontraapenaso retrato e a assinaturado marido. Desenganadapor não encontraro que desejava,atira ao fogo a fotografia. No dia seguinterecebeoutra carta do marido: Êle avisava que 'na fotografia ela encontrariaescondidosseiscentosdólares, auxílio que lhe enviava. Foi tamanha a tristeza daquela mulher, vítima de seu mau gênio, que logo depois faleceu.

343. ÃMOR AOS INIMIGOS o arcebispode Paris, Mons. Darboy, prêso e injustamente condenadoa ser fuzilado pelos revolucionáriosde l Bz0, enquanto aquêlesdesumanoslhe apontavamcontra o peito os fuzis, gritou: "Meus filhos, esperaium momento,que pela última vez vou darvos a bênção pastoral". Ainda estava dando a bênção, quando uma descargaprostroupor terra o bondosoarcebispo.

344. BATISMO DE SANGUE s. Enrerenc:ana, ainda catecúmena, (portanto,ainda não batizada), ia orar junto ao sepulcrode S. Inês. Ali a encontraram os pagãose a matarama pedradas.Pelo batismo de sanguevoou para o céu, e a Igreja venera-âcoÍïte mârtir, isto é, como santa.

237

\ \ \\ Ì \

E

I

345. QUANDO MUDARÁS DE VIDA S. Tomás Moro disse muitas vêzes a um libertino: "Muda de vida, que já é tempo!" e o outro respondia:"Não temas,amigo, em caso de morte repentinatenho esta jaculatória:Perdão, S e n h o!r" Uma vez ao passar a cavalo a ponte do rio Tâmisa, o cavalo empacoue atirou o infeliz ao rio, onde, não sabendonadar, pereceuafogado. Os amigos, que o acompanhavam,ouviram-lhe as últimas palavras,Qü€, por certo, não eram uma jaculatÓria, mas uma blasfêmia.Dirigindo-seao cavalo disse: "Que o diabo t e c a r r e g u e a t ie a m i m ! " diz S. Paulo.Por isso Com Deus não se brinca impunemente, é temeráriopretenderna hora da morte aquela graça que agora repelese desprez.as. 346. A GLÓRIA Và DÊSTE MUNDO Napoleão, para conquistar um reinoy sofreu frio, cansaço, sono e expôs-semuitas vêzes aos perigos da guerra. Seu reinalágrimas do toi meteorode um instantee êle morria*derramando do mar. meio de Helena, na S. no de desengano, ilha César, suspirandopelo império de Roma, combateuárduas batalhasnas Gálias e apenasalcançouo umbral do sonhadoimpério, caiu apunhaladoaos pés da estátuade Pompeu. Alexandre combateucom fôrça de vontade jamais vista na terra; e quando conseguiuo domínio do mundo, colheu-oa morte, o seu império. e com êle esfacelou-se do séculosabemsofrer indizíveistormentos, filhos Ora, se os para alcançaro re:no de um dia, dificuldades terríveis superar por que os fiihos da luz não hão de saber suportar pequenos sofrimentos,comb.ateras paixões, repelir a lisonja do mundo para conquistarum reino eterno de telicidade? 347. EIS AQUI OS MEUS TESOUROS (ìuando levavamà morte o diáconoS. Lourenço,os soldados, sendoinformadosde que êle era o tesoureirodo Bispo, começaram a maltratá-lo para que lhes contasseonde havia escon238

tÊâi--:

ì

!lRF:.

dido os tesouros.. . O santo diácono mandou chamar os pobres, com os quais repartiratodos os bens,e disseaos soldados:"Eis aqui os meus tesouros". Tinh.a razão, porque tudo o que se dá aos pobres se converte em tesourospara a eternidade.

349. VERDADEIRACARIDADE Qualqueramor não é caridade.Amor de caridadeera aquêle de S. Joana de Chantal,que curava os enfermos,levava-osà sua casae beijava-lhesas chagas."Mas que fazes?" perguntaram-lhe um dia. "Beijo as chagasde Jesus".se alguém ama a uma pessoa, porque é rica e poderosaou porque ê, capazde socprrê-loe protegê-lo,seu amor não é caridade;é interêsse. "caridade é. . amar ao próximo como a si mesmopor amor de Deus.

349. PEDIR A VOCAçÃO PARA OS FILHOS "peoir os pais podem a Deus a vocação para seus firhos. Durante trinta anos rezava uma mãe de Íamíiia para que Deus concedesse a seus filhos a vocaçãoreligiosa,e Deus a ouviu. Teve cinco filhas freiras e seis filhos padres,dentre os quais dois arcebispose um cardeal, o célebre Vaughan, falecido em 1903. 350. O PADRE NÃO SE CASA um rei da Escócia,antepassadodos stuart, tinha grande admiraçãopor S. Columbano,e chegoua oferecer-lhesua p1ópria filha em matrimônio. Agradeceu-lheo santo a distinção,porém não a aceitou.Admirou-seo rei de que fôsserejeitadaa sua filha, famosapor sua formosurae distinção;mas o santo respondeu-lhe que preferia ser tôda a vida sacerdotede Cristo, € o sacerdoterenúnciaa formar família própria, para poder constituir uma grande família espiritualcom todos os fiéis.

239

351. MÃES BOAS, FILHOS SANTOS Vão aqui alguns exemplos mais conhecidos.S. Agostinho, Íilho de S. Mônica; S. João Crisóstomo,filho de S. Antusa; S. GregórioMagno, fiiho de S. Sílvia; S. Basílio, S. Gregório Nisseno, S. Pedro de Sebastee S. Macrina, filhos de S. Emélia; S. Bento, filho de S. Nona; S. Bernardo,filho, de S. Alata; S. Domingosde Gusmão,f:lho de S. Joana de Aza; S. Catarinade Suécia,filha de S. Brígida, etc. 352. VIRTUDE DA ÁCUA BENTA Evélia, nobre dama de Antioquia, recorreua S. João Crisóstomo, pedindo-lheque rogassepor um ïilho seu enfêrmo, o último que lhe restava de quatro que tivera. Foi o Santo à casa daquela senhora,deu uma bênção ao entêrmo e aspergiu-ocom água-benta.A graça da cura não se fêz esperar.

353. AS VELASNO DIA DE SÃGBRÁS S. Brás primeiro Íoi médicoe depoisbispo. Certo dia apresentou-se-lheuma mulher cont um menino que tinha atravessada na gargantauma espinhade peixe e se achavaem perigo de vida. O Santo colocousôbre o pescoçodo menino duas velas em forma de cruz e deu-lhe uma bênção.Saltou fora a espinhae o menino salvou-se.Em memória dêsse fato benzem-se,na festa de S. Brás, velas apropriadaspara preservarda dor de garganta e do engasgo. 354. VIRTUDE DA MEDALHA "MILAGROSA'' em abril de 1904, [Jm rapaz de vida selvageme escandalosa, entrou no hospital de Lérida ferido por duas punhaladas.Seu nome eÍa Libório Menasil, mais conhecidopela alcunha de "o Demônio'.'.No hospital blasfemavacontìnuamente,insultava as Irmãs e escandalizavaa todos; quis mesmo agredir a lrmã por240

*. !:'

''.:.' Ç\-ì.ij,;+'-

:1Í

-_--

--

i::

:

q=

,l:. -:.=:.---,t= :F!

que lhe falou de Deus.Apesarde tudo, puseÍam-lhedissimuladallìenteuma medalhamilagrosadebaixodo travesseiroe começaÍam a orar por êle na capela.Pouco depois"o Demônio" pedia com grende arrependimentoe pedia um sacerdote,confessava-se a todos perdão dos escândalosdados. 355. POR QUE ME CONDENASTE? Um santo teve uma visão, na qual viu como Satanás,de pe diante de Deus, dizia-lhe: "Por que me condenastepor um só pecadoque cometi,e ao contráriosalvasa tantosque te ofenderam milharesde vêzes? E Deus respondia:"Porqueo homemme pede perdão,e tu, nunca.O homemse confessa.tu. não". 356. A CONFISSÃODÁ-NOS A PAZ A condessaHahrI-Hahnpercorreumuitos países,visitando suas cidades,museus,teatros, para ver se encontravaa tranqüiroi tudo inútil. Por fim, um dia entrounuma lidadeque desejava. igreja e confessou-se,declarandoo pecado, que) con.Ìoenorme pedra, lhe oprimia o coração.A conïissãodeu-lhea paz e a tranqüilidadeque em vão buscaraem suas viagens. 357. ÊLE ERA DESCENDENTE DE MACACO A senhoraBrossard, anciã rica e piedosa,tinha só um parente, o senhorAumaitre,grande propagandistado darwinismo. Ao morrer aquela senhora,o senhor darrvinistanão faltou aos funeraisda parentarica, cuja tortuna esperava. No d:a seguinteapresentou-se em casa do tabelião,que leu para êle o testamentoda deÍunta, redigido na seguinteforma: "Deixo tudo ao Hospital.Cria ter um parente,Luís Aumaitre,a quem deixar minha fortuna. Êle me fêz saber que descendedo macaco; ora eu sei que nem meus pais, nem meus avós, nenhum outro de minha famíiia descedemde macacos;portanto,não podemosser parentes". Tesouro I -

16

241

358. MODÉSTIADE UM PRINCIPE Um missionárioconverteraum príncipe de certo país do Oriente.Tendo, em seguida,de assistira uma função na igreja, preparadoespecialmente para êle. indicaram-lheum genuflexóLio igrela príncipe dizendo: da negou-sea ocupá-lo, "Fora O poderei ser um príncipe real; mas aqui não sou mais que um pecador".E foi colocar-seno meio dos simplesfiéis.

359. A MISSA OBTÉM GRAçAS João Sobieski, antes cle dar combate aos turcos, mandou celebrara santa Missa diante de seu exércitoformado em ordem de batalha,e quis ajudá-la êle mesmocom os braços em cruz. Preparadocom a santa Missa, atacou os turcos, e ganhou a memorávelbatalhade Viena,que a Históriaimortalizou.

360. OUVIA A MISSA DE JOE.HOS A imperatrizEleonora,espôsade LeopoldoI, ouvia sempre dejoelhosasantaMissa'Disseram-lhequeseassentasseaomenos durante a prática; mas ela respondeu:"Se meus cortesãos não se atrevema sentar-seem minha presença,apesarde ser eu uma pobre pecadora,hei de atrever-mea assentar-mediante de Deus?"

ì

36r. E ' P R E F E R IV EALMISSA HenriqueIII, rei cla Inglaterra,ouvia duas ou três missas cada dia. Quandoum cortesãolhe disseque, a seu juízo, era preferível ouvir sermões,replicouo rei: "Ouvir serrnõesé muito bom; mas eu prefiro ver o amigo a ouvir falar dêle, por muito que o louvem".

k

:

,

j

362. O SEGRÊDO DA CONFISSÃO Um sacerdoterenegado,excomungadoe apóstata,anunciotl que, no teatro Lírico de Santiagodo Chile, revelariaos mais interessantessegtedos de confissão dos tempos de seu sagrado ministério.Era 18 de maio de 1905. No momentoexato em que o desgraçadoia abrir a bõca para as galerias do teacomeçara falar, desabaramestrepitosamente tro, ficando sepultadas debaixo de suas ruínas 600 pessoas. Assim Deus os castigou, não permitindo que se violasse o segrêdo da Coniissão. 363. SE NÃO BLASFEMARES, DOU-TE UMA MOEDA Um soldadoblasfemadordizia que não se corrigia por não poder. Disse-lheum dia um cavalheiro:"Se hoje não blasfemares, dou-te uma moeda de ouro". O soldado,naqueledia, percorreu a caserna,falou, discutiu com os outros soldados,mas não deixou escaparnem uma blasfêmia.Deu-lhe o cavalheiroa moeda, mas fêz-lhe notar qte se não se corrigia era porque não queria, não lazia propósito eïicaz; pois, se pôde abster-sede blasfemar por uma moeda,muito mais devia abster-separa ganhar o céu. E com esta lição emendou-seaquêle soldado. 364. P E Q U E N O SE X E M P L O S Em 1763,o generalmarquêsde Broc inspecionava o regimento do conde de Provença.Perguntoua um cabo do regimento: - Camarada,por onde começaso dia? - Meu general,começo rezando as minhas orações.- Basta, venha outro. Um soldado que como tu começa por aí, seguramentecumprirá seu dever. a) Um senhor Bispo visitava um hospital militar. Aproximando-sede um soldado, recomendou-lheque não deixassede rezar pela manhã e à nolte. Respondeu-lhe: Senhor,eu rezo tôdas as manhãse tôdasas noites,mas à moda militar,brevemente. - E comoé que fazes?- Assim: de manhã,ao despertar,.digo: 16*

_

,----

-;-:,,=Êl

Meu Deus, teu servo se levanta,tem compaixãodêle. E ao deitar-me, digo: Meu Deus, teu servo se deita, tem compaixãodêle. - Bravo! Magnífico! b) Nos terremotosde 1906 em São FranciscolCalifórnia), enquantotodos corriam como loucos de um lugar para outro, as Irmãs do SagradoCoraçãode Jesus,cla rua Franklin,com sua superiora Madre German, refugiaram-sea oÍar na capela e rezavam a ladainha do Coraçãode Jesus,entre os gritos de espanto da multidão.Num instanteum maÍ de fogo e Ìumo cercoutodo o convento;mas, acalmadoo incêndio,entre as ruínas dos arredores apareceuo conventsintacto,sem se ter queimadonem uma persiana. c) Um homem casado,mas muito desordeiro,que por conselho de sua espôsa íezava sempre uma Ave-Àilaria,viu que o Menino Jesusestavacoberto de chagase lhe virava as costas. Compreendeuque eram seus pecadose pediu perdão, e rogou a Nossa Senhoraque intercedesse por êle. Assim o fêz Nossa Senhora, mas o Menino recusava-sea perdoar. Pareceuentão que a Virgem se pôs de joelhos drante do Filho. Êste comoveu-se, perdoou,mas exigiu que o pecadorlhe beijasseas chagas,e estas, à medida que as beijava, desapareciam. Aquêle espôsomudou de vida e tornou-se cristão fervoroso.d) Era na Alemanha.Um capelãonão conseguiaconverter um condenadoque ia ser enforcado.Por fim, disse-lhe:Reze comigo ao menos uma Ave-Maria. Êle a Íezou e, banhado em lágrimas, confessou-see morreu bem. e) A missaé tão longa! - dizia alguémao bispo de Amiens, Mons. de la Motte. - Que vergonha!- respondeuo prelado- Llm filho se cansa de estar com seu pai; um homem se cansa de estar cont seu Deus! f) CarlosXII, rei da Suécia,embriagou-se e fêz um insulto à sua mãe. Esta retirou-se, e no outro dia não se apresentou ao filho. Carlos,ao saber da causa,tomou unl copo de vinho e, apresentando-se à rainha, disse: "Senhora,sei que ontem vos insultei; perdoai-me.Bebo êste vinho à vossa saúde". Em seguida quebrouo copo e acrescentou: "Êste é o último copo de vinho que bebo em minha vida". - E cumpriu a palavra. 244

f:.i

g) HenriqueVIII, rei católico,paÍa casar-secom Ana Bolena (pôsto que já era casado com outra), abjurou a religião católica e tornou-se um rei perseguidore sanguinário.Imolou 2 cardeais,13 abades,l8 bispos,50 doutôres,200 padres,3ô0 senhorese mais de 72.000 vítimas.Ao morrer dizia: "Desgraçado de mim ! Não perdoei durante minha vida nem a urn homem em minha cólera,nem a uma mulher em minha sensualidade, e morro execradodos homense amaldiçoadocle Deus". h) S. Medardo possuíauma novilha, que trazia ao pescoço' um cincerro.Um dia um amigo do alheio roubou-lhea novilha.O cincerro começoua soar; o ladrão encheu-ode palha, e soava; tirou-o do pescoçoda vaca e meteu-onum balaio, e continuavaa tinir; enterrou-o,e ali estava a tinir. Cheio de terror, devorado pelo remorso,aquêleladrão confessoua sua culpa, entregandoa noviiha a seu iegítimo dono. i) Um rapaz foi condenadoà morte. Estava prêso e naqueledia seria executado.Sua mãe foi visitá-lo,mas êle repeliu-a, não a quis receber,di:endo: "4 senhoratem a culpa. Se, quando eu ïazia pequenosfurtos, me tivesse castigado,eu não estaria aqui. A senhora,mã3 má, aprovou aquêlesfurtos e agora estou condenado". j) Washington,um dos mais célebrespresidentesdos Estados Unidos, era um menino travêsso.Um dia, deu uma machadada numa cerejeira, que seu pai estimava muito, e a àrvorezinhasecou. Perguntou o pai aos criados quem tinha feito aquelabarbaridade.Não fôra nenhumdos criados.O menino,a essa altura, apresentou-se ao pai e disse: "Papai, eu não devo mentir: fui eu". E o pai: "Muito mais estimoa tua sinceridade que tôdas as cerejeirasdo mundo. Perdôo-te por teres dito a verdade". k) O médico Hipócrates,que chegou à idade de 140 anos, dizia: Nunca comi até Ìicar farto. S. Franciscode Paula chegou aos 9l e S. Afonso também; S. Hilário chegouaos 104 e, comoêles,muitosoutrosjejuadoreschegarama idadesavançadas. l) Um santo bispo mandou pôr em seu epitáfio estas palavras: "Lembrai-vos de santificar o dia do Senhor". O santo bispo de Poitiers,Mgr. Pie, dizia: "Quisera que 245

È I F

\**,-"=

na sepulturade todos os nossosdiocesanosse pudessepôr êste epitáfio: "Êste homem descansoutodos os domingos,e os santificou". O s a n t oc u r a d e A r s d i z i a : " O d o m i n g oé d i a d e D e u s . . . Conheço dois meios de empobrecer:trabalhar em domingo e roubar". m) Alguém perguntou ao sábio Diógenesque deveria fazer para vingar-sede um inimigo. Diógenesrespondeu:"Ser mais virtuoso que êIe". 365. .

SAVONAROLA E O CARNAVAL

Conta-se que, em represáliaaos excessosdo carnaval florentino, organizouSavonarolaem 1496 uma procissãode 10.000 jovens, que desfilou pelas ruas principais da cidade cantando hinos religiososde penitência.Chegandoa uma praça, onde se erguerauma grande pirâmide de livros maus, recolhidoscom antecedência,a um sinal dado, deitaram-lhesrfogo.Ao mesmo tempo soavamas trombetasda "Signoria",repicavamos sinosde S. Marcos e a multidão prorrompia em aclanuções.Encerrou-sea função.com uma missa solene no meio da praça, onde fôra erguido um grande Crucifixo. 366. O MELHOR CARNAVAL Um oficial espanholviu um dia S. Pedro Claver com um grande saco às costas. - Padre, aonde vai com êssesaco? - Vou tazer carnaval; pois não é tempo de folgança? O oficial quer ver o que acontece:acompanha-o. O Santo entra num hospital. Os doentesalvoroçam-see fazem-lhefesta; muitos o rodeiam,porque o Santo, passando com êles uma hora alegre, lhes reparte presentese regalos até esvaziar completamenteo saco. - E agora? - pergunta o oficial. - Agora venha comigo; vamos à igreja Í.ezarpor êssesinfelizes que, lâ Lora, julgam que têm o direito de ofender a Deus livrementepor ser tempo de carnaval. 246

-+-J

..?

367. PROFANAçÃO DAS FESTAS RELICIOSAS Diz uma lenda que certo dia os demôniosse reuniram em congressopara estudar o melhor meio de cancelardo calendário os dias festivos.Os dias santos- diziam êles - são um desastrepara nós: nessesdias honra-sea Deus,celebra-se a missa pela remissãodos pecadose muitos dos que conquistamosdurante a semanaescapamde nossasmãos!... E' preciso acabar com as festas religiosas! Mas, hoje em dia, creio que, se Deus mesmo quisesseabolir as festas,os demôniosse reuniriamnum segundocongresso para protestarcontra essa medida e diriam: "Não, não; deixai como está; os dias festivossão para nós os de maior negócio; preferimosque multipl:queisos dias festivos,porque assim lucraremosmuito mais!" Acautela-te,meu irmão; não entres na fila dêssesprofanadores dos donringose dias santos, dêssessequazesdo demônio!

368.

-

EIS O LIVRO

S. Boaventurarecebeuum dia a visita de S. Tomás de Aquino, o qual lhe mani{estouo desejo de conhecera biblioS. teca onde adquirira tantos e tão sublimes conhecimentos. Boaventura,em lugar da biblioteca, mostrou-lheo seu Crucifixo gasto pelos ósculose lágrimas com que o inundava.Aquêle dêle hauriraa ciênciaque possuía. era o seu livro de meditações;

369. VAI E ENTERRA-O! Dois mendigos,que com falsos remendosfingiam necessidade, sabendoque por ali ia passaro bispo S. Epifânio, paÍa conseguirdêle uma gorda esmola,usaramdo seguinteardil. Um se fingiu de morto e o outro começoua lamentar-sepedinclo dinheiroao Santo para a mortalhae o entêrro.O Santo paÍou, fêz uma oração e, tendo-lhedado o quÈ pedia, prosseguiuo seu caminho,

247

"Pregamos-lheuma boa! Levanta-tel"Mas, que levantar-se nada! O homemmorÍera deveras.Aflito, correuo outro atrás do Santo e confessou-lhe o seu pecado,pedindo misericórdia.Mas o santo bispo, muito sério e gÍave, disse-lhe:"Com Deus não se bfinca. Essa é a recompensados mentirosos.Agora vai e enterra-o !"

370. AONDE VAIS? O venerávelPadre José de Anchieta,fundador da cidade de São Paulo e grande missionário,viu um dia um homem, que para ir matar um inimigo seu. saía precipitadamente - Aonde vais? - pergunta-lheo seÍvo de Deus. - Vou dar um passeio,Padre. - Não, meu amigo; vais lançar-teno inferno,como bem o prova o punhal que levas aí escondido. Vendo-sedescoberto,o homem se arrependeue desistiu de seu mau intento.

37t. ENORME PERDA Nero, antes de ser imperador, numa noite cle jôgo perdeu um milhão de sestérclos. Sua mãe mandoupôr sôbre uma mesa uma quantia igual em moedas e disse-lhe:"Vê o que perdeste, o que te custou uma só noite de jôgo!" Ao ver aquilo, Nero concebeugrande horror àquelaespéciede jôgo.

372. A MÃO COM QUE JURARA RodolÍo da Suéciajurara fidelidadeao imperadorHenrique IV. Rebelou-se violandoseu juramento,e na batalha de Mersebuigo sofreu a amputaçãoda mão direita por parte de Godofredo de Bouillon. Rodolfo,agonizando,contemplavaa mão truncada e exclamou:"E' a mão com que eu tinha jurado fidelidade a meu imperador!" 248

ç :>... ìê==

-;':.:'ç-

_:_:; .\--í-/

Ã,

373. MARTÍRIO DE SÃOCANUTO S. Canuto, rei da Dinamarca,ordenaraque em s.u reino se pagasseo dízimo à Igreja, como era de justiça. Um tal Blancon excitou o povo, o qual, ind:gnado contra o soberano,lhe deu morte cruel. Deus enviou sôbre a Dinamarcauma terrível carestia,enquantoque nos povos vizinhos havia abundânciade tudo. Êsse castigo não cessouenquantoo povo não reconheceu o seu crime e pediu perdão a Deus.

'.t

ã

t

ì

J

I 1 i

374.

I

NÃO MURMURAR Santo Agostinhonão admitia que, em sua presença,se murmutasseou ofendessea honra do próximo. Razão por que nrandou pôr sôbre a sua mesa esta inscrição: "4 esta mesa não se assentequem fala mal do ausente".

\ ã:{ J

.n â ã, ,-! ã + .4

375, NÃO TINHA O NECESSÁRIO

a

Apresentou-seão missionárioum velho chinês, e pediu-lhe que mandasseconstruiruma igreja em sua vila. Respondeu-lhe o misslonário que não era possível por não dispor dos meios necessários. - Eu vos ajudarei- disse o chinês. - Sim; mas seriam necessários cêrca de dois mii escudos - respondeuo missionárioao ver a aparênciatão pobre de seu interlocutor. - Tenho-ose estão à vossa disposição- disse o velho de uma igre.la porque há quarentaanos que pensona necessidade e, gastando apenas o necessário,para comer e vestir, consegui economizaressa soma. Belíssimoexemplode um pagão convertidol 376.

,. {

I I

COMO RECEBIA AS INJÚRIAS

.-J

S. Joana de Orvieto suportava com indizível alegria tôdas as injúrias de que era alvo. Tinha o costumede rezar duzentas vêzes a oraçã,odominical por aquêlesque lhe haviam feito mal.

Il l ' lì I

I

._l I '1

249 I

l

1

.'ì I

_1 l

L

,. E g !l

Suas amigas diziam: "Se alguém deseja obter as orações de Joana, basta cobri-la de injúrias".

a

. : \ t"

t ltò: I

\

-. ì\ :{.

3V7. ULTRAJE CASTIGADO O doutor Favas narrou a Luís Veuillot o seguinte: "Um dia apresentou-se-me um indivíduo com uma chaga na perna por direita,causada uma bala de fuzil. A ferida era de um caDepois de deixar-se examinar, disse-me o todo especial. ráter pacienteem tom resolutoe seguro: - Senhor doutor, todo o remédio será inútil: esta chaga me acompanharáaté à sepultura. - Por quê? - perguntei-lhe. - E' o seguinte:"Em 1793 o meu regimentorecebeuordem de paLticiparda campanhada Espanha.Tendo transposto numa pequenaaldeia. Eu estavaem os Pirineus,encontramo-nos dois soldados, Franciscoe Tomás; tínhacompanhiade outros idéias daqueles tempos, isto é, é_.amosincrédulos ou, mos as melhor, ímpios, como era a moda então. Tomás, vendo uma estátua de NossaSenhorasôbre a porta de uma casa,disse: "Vejamos quem acerta melhor naqueleinlame objeto de superstição". Dispara e a bala fere a estátuana fronte. Francisco,por sua vez, aponta o fuzil e fere-a no peito. Eu não queria seguir o lembrava-mede minha mãe, que era exemplodos companheiros: muito religiosa;não pude, porém,resistiràs zombariasdos companheiros:tremendo,encosteio fuzil ao ombro, fechei os olhos quase involuntàriamente e feri a estátua.. . - Na perna? indaguei. - Sim, exatamenteonde recebi esta ferida. Uma velha que nos observavaexclamou: "Os senhoresvão à guerra, e o que acabamde fazer não lhes trará felicidade!"E a profeciarealizou-se. Tomás foi o primeiro ferido, e precisamentena testa, como êle ferira a estátua. logo que era uma lição do céu. No outro dia Reconhecemos bem cedo, Francisco,prevend6o que ia acontecer,apertou-mea mão e disse-me:"Hoje é a minha vez!" E não se enganou. Meu Deus! Não me esquecerei nunca do que vi: Uma bala atravessou-lheo peito de um lado ao outro. Êle rolava no pó, chamando um padre que naquele momento foi impossívelencon250

gs-;

,E

trar. Eu não tinha mais dúvida, e esperavao que ia ne acontecer.Realmente:Íui ferido na perna; aí está o meu caso. Não sararei nunca, mas dou graças a Deus e a Nossa Senhora que tempo para reparar o mal que fiz". me concederam i

378. O CASTIGO NÃO SE FÊZ ESPERAR

'\u

Em 1931, na festa de Corpus Christi, o bispo de Nantes (França), por causa do mau tempo, suspendeua procissãodo SS. Sacramento.No dia seguinteos jornais socialistase maçônicos de Nantes zombavamda decisão do prelado. "Que faz o' vosso Deus? (escreviaum dêlesem tom de desprêzo).Nós nos rimos dêle. Para o próximo domingo, 7 de junho, organizamos uma excursãoa Saint-Nazairepelo vapor "Saint Philibert".Vereis como tudo correrá bem, apesar de que todos os excursionistas perderãoa missa par,atomar o cruzeiro". Chegou o domingo 7 de junho. Eram 600 os passageiros que bem cedo embarcaramno vapor. O "Saint Phiiibert" desceu bem o Loire, chegou-a Saint-Nazairee depois saiu do estuárìo e entrou no Atlântico para um breve giro ao largo. De repente formou-se um densc nevoeiro; não se via nem se ouvia nada a dez metros de distância.Não demoroumuito a catástrofe:um choque tremendo com um poclerosotransatlântico,que partia pelo meio o pequenovapor francês.Após dois minutosde gritos de terror, um silênciode morte. O "Saint Philibert" submergia no oceano para sempre. 499 excursionistasdesapareceramnas ondas; quatro enlouqueceram;os outros foram salvos com dificuldade por outro vapor; o capitão, desesperado,deixou-se afundar com seu navio. Assim respondiaDeus à provocaçãodos míseroshomenzinhos da seita. 379. HEROINA CHINESA Maria Lu-te, presidenteda CongregaçãoMariana das môças de Wu-hu, na China, apesar de recebidana Religião há dois anos apenas,distingue-sepor sua modéstiae fervor. Topara a dos os professôres de certa escolacatólicabandearam-se igreja cismâïica,organizadapelos comunistas,exceto Maria. No

251

\

t a

dia 12 de maio, vésperade Pentecostes, enfrentouo tribunal popular, permanecendo firme na fé, sem que a pudessemde modo algum seduzir ou amedrontar.Até os professôres,seus colegas,a injuriavam.Antes que lhe atassemas mãos, escreveunum bilhetinho: "Eu sou chinesae, como tal, amo a minha pátria. Eu sou cristã e, assim sendo,amo a Deus, a lgreja, o Santo Padre e os missionários".Enquanto isso o povo estendiao punho, exclamando: "Matem-na! Matem-na!" - Maria olhava para todos com grande serenidadeaté que a arremessanm à prisão (A. o. 1951). 380. RESPEITO HUMANO CASTIGADO

,ut":':

ì F.

" s. q

É ; t:

Ë: È E. !

,_

O respeito humano é uma vileza e uma escravidão.Eusébio, pai de ConstantinoMagno, passavaem revista os seus soldados. Parado no meio do campo,exclamou: - Os que forem cristãos venham para a minha direita. Alguns tremeram,pois sabiam que Eusébio era idólatra. Eusébio por sua vez sabia que muitos dos seus soldadoseram cristãos.Alguns valentes,com passo resoluto,puseram-seà sua direita,exclamando: - Nós somos cristãos. O imperadorolhou para êles com ferezae disse: - Sois vós sòmente? Nenhum dos outros se moveu do lugar. Então dirigindo-se aos que estavamà sua direita, disse Euséb:o: - Vós formareisa minha legião de honra e todos os outros serão expulsos de minhas f ileiras, porque da mesma maneira com que hoje se envergonharamde seu Deus diante do imperador, amanhã,terão vergonhado imperador diante do inimigo.

F

381. NA IGREJA ESTÁ A SALVAçÃO Terrível foi o dia em que Deus abandonoua terra às vinganças das águas do dilúvio. Tôda a ordem do universo foi transtornada.Condensaram-seas nuvens umas sôbre as outras com trovões espantosose o munclo foi sacudido por grandc convulsão.Os mares transbordaram;as cataratas do céu abriram-se e todos os sêres viventes pereceramafogados. 252

.

.:|@---\É,
-t-

Incólumesôbre a universalruína, flutuava a arca de Noé. Todos os que nela se haviam refugiado cantavam os louvores de Deus. Esta é a mais bela imagemcla Igreja Católica,a lgreja de Jesus Cristo, que, no meio do ditúvio universal dos erros e da fúria das perseguições, flutua incólumesôbre os séculos,levando à eterna salvaçãoos que nela se refugiam. Quem por sua culpa estiver f ora da Igreja Católica não esperesalvação,como, fora da arca de Noé, ninguém se salvou, porque é a única verdadeiralgreja ïundada por Jesus Cristo.

382. O CRANDELIVRO S. Filipe Benício estavapregado em seu leito cle morte e exclamava:"Dai-me o meu livro, dai-nleo meu livro!" Os assistentesapresentaramum após outro toclos os livros encontradosno quarto do enfêrmo, mas nenhum o satisfez.Finalmente,tendo alguém notado que o Santo tinha os olhos voltados para o Crucifixe suspensoà parede,deram-lhoe êle, abraexclamou: çando-o afetuosamente, "Êste, sim, é o rnïu livro predileto,e será o meu testamento: eu o li e reli muitgs vêzes e com êle quero acabar a minhzr vida".

\

i I

l t

383. PENSAVA NA MORTE S. Adelaide, viú_vade Lotário, rei da ltália, e depoiò do impelador Otão, o Grande, passou seus últimos anos àe vida no mosteirode seiy. Três dias antes de falecer terminou a confecçãode sua veste mortuâriae disse ao seu confessoÍ:,,Eu a fiz ôda com as minhas mãos, cada dia um pouco. Convinha que eu aparecesseem público com tôda a magnificênciaimpe_ rial, com um longo manto de sêda cintilante de ouro e prata; mas, regressandoaos meus aposentos,tr abalhava nesta veste para lembrar-medo meu fim último e não me deixar cegar pelrr mundo. Vendo-a,tocando-a,dizia: ,,Adelaide,pensa no caixão, na sepultura,nos vermesdo cemitério!" Pensa,tambémtu, meu irmão, na morte! pensa que os pÍa_ zeres terminarão depressa,ao passo que as penas do inferno não terão fim.

253

1t

384' os sANTosPERD'AM Na vida de S. Franciscode Saleslê-se o seguinteepisódio; Um dia, quando o Santo atravessavaum pequenobosque acompanhado apenasde um sacerdotee um criado, um fanático quc' o odiava por causa de suas pregaçõescontra a heresia,estando oculto atrás de uma moita, fêz Íogo contra êle para matá-lo. Felizmenteerrou o alvo e Francisconada sofreu.Pessoas,que ouviram o tiro, acorrerame quiseramprendero assassinoe entregá-lo à justiça. O santo, porém, manso e sorridente,procurolt acalmar a gc'nte,pedindo que deixassemem paz aquêlepobre iludido, e o assassino,vencido pela bondade do Santo, converteu-see abjuroua heresia.

385. RESPOSTAPREMIADA

\

Aos leitoresde um jornal francêsfoi ieita, há poucosanos, esta pergunta:"Por que há na cadeiama,s homensque mulhe1gs?" - O jornal recebeuas mais disparatadasrespostas.Declarada digna de prêmio foi a seguinte:"Só Deus pròpriamente sabe por quê; mas o que todos podem constataré que: nas ruas se vêem maìs rapazesque môças, nas vendas mais homens que mulheres,nas igrejas muito mais senhorasdo que cavalheiros". E' exato.Confere.

386. O MÀRTIRZINHODE UM BEIJO Era um menino albanêsde oito anos apenas.Residia em Ilbah, na Albânia.Perdidosos pars,foi acolhidopor um tio turco. Cheio de ódio contra JesusCristo, Quis êsseinimigo da religião obrigar o meninoa renegara fé cristã que herdaracle seuspais. Empregoutodo artifício, todo embuste,mas em vão: o menino não renegavaa fé. Um dia, enfurecido,tonta o turco um crucifixo e entregando-oao menino,exclamacom rosto carregadoe olhos "Cospenêle!" O meninonão se perturba;toma resameaçadores: peitosamente a querida imagem do Salvador e imprime-lhena chaga do coraçãoum quentee prolongadobeijo.

Íf..

*'-

--,r

E

Ìl 1:

l'l t;

Foi a causa de seu martírio. Com dois tiros de revólver aquêle tio desnaturadoabate o pequenoherói da fé.

l: 1

i:

l,-i

Ì'.

Ìr I'

387.

j, REI DAS NOSSAS ALMAS

i', i I

JerônimoSavonarolapregava em Florençasôbre JesusCristo no Domingo de Ramos de 1496. Suas palavras caíam como granizo sôbre as almas de seu numerosíssimo auditório.No ardor do discurso,mostrandoao povo um crucifixo, exclamou: - Florença!Eis o Rei do universo,que quisera ser também o teu rei. Tu o queres? Uma imponentíssimaaclamaçãoïoi a resposta.Quando ..r frade desceudo púlpito, a multidão,comovidaaté às lágrimas, ao conventono meio de vivas a Jesus-Rei. acompanhou-o As au. toridadesde Florençamandaram gravar sôbre a entrada do palácio da "Signoria" estas palavras: /esas Christus Rex Florentini Populi SenatusqueDecreto Electus,isto é, JesusCristo eleito rei por decretodo senadoe do povo de Florença. Gravemostambém nós essaspalavrasem nossoscorações:é uma exigênciada gratidão, da necessidadeque temos de Jesus e sobretudodo amor que lhe devemos.

Ì Ì,

388. O FATO FALA POR SI 'Na vida de S. Franciscode Sales, grande Bispo o de Genebra, lê-se o seguinte: Uma vez o Santo, movido por espírito de zêlo, fêz uma visita ao famoso filósofo apóstataTeodoro Beza, esforçando-se por reconduzi-loà Igreja Católica que abandonaraignominiosamente. Na discussão,que teve com o filósofo, soube apertá-lo de tal modo com a sua argumentação, que o apóstatateve de confessar o seu êrro. dizendo: - Sim, tendesrazão. - E agora, concluiuo Santo, o que é que vos impedede abjurar à heresiae retornar à verdade católica? Teodoro Beza, a esta respostaconclusiva,abre a porta de um aposentocorrtíguoe indicando-lheuma criatura, que era o objeto de sua paixão, disse: - Eis o que me impedede retornara vós!

255

i I

f \. ï

-\J

\ a\

O Santo compreendeuque se tratava de um caso perdido e retirou-sedeplorandoaquela pobre vítima da paixã.osensual. 389. SACRILÉCIO DESCOBERTO Do venerávelPe. Antônio Chevrier lê-se que na noite de Natal de 1862, enquanto distribuia o Pão Eucarísticoa numerosas meninas de um Instituto, de repente empalideceue ficou indeciso:os rostosde duas meninasque estavamdiantedêle para recebera santa Comunhãopareciamnegros como carvão. O serlogo que elas não estavamem estado vo de Deus compreendeu de graça. Após um instante de hesitação,para obedeceràs leis da Igreja e não ditamá-las diante do público, depositou cont mão trêmula o Deus de tôda santidadenaquelescoraçõespossuídos do demônio. Chamou-as,depois, à parte e deu-lhes a entender que conheciao sacrilégioque tinham cometido.As duas meninas, surpreendldas,puseram-sea chorar. O Padre chorou também e, a seguir, ouviu-lhesa confissãoe reconciliou-ascom Deus, aquêle Deus a quem tinham ofendido tão gravemente. 390. TERRÍVEL REMORSO Foi em agôstode 1860.Uma jovem senhora,vestidade luto, viajava entre Civittavech!ae Marselha. Estava pálida e triste. Assentadanuma preguiceira,olhava, ora para o céu estrelado, ora para as ondas do mar e grossas lágrimas deslizavam-lhe pelas faces. Uin jovem senhor,Augusto Prenni, alma fervorosae cândida, aproxima-se da angustiada senhora e, com suma delicadeza, procura um lenitlvo para aquêle coração ferido. A jovem senhora, ouvindo aquelas meigas palavras, abrelhe o coração."Vós só, diz, sabereiso secretoremorso de meu coração.Tive uma irmã, chamadaAdélia,inocentee piedosa,um verdadeiroanjo. Contavaentão 15 anos, quando eu, já corrompida pelas más leituras, um d:a ïiz o papel de demônio tentador e arrastei-aao pecado.Foi o primeiro e o último pecado de minha pobre Adélia, a qual no entanto continuavaa ser o encanto da família: piedosa,simples,pura. Aos l7 anos, acometidade terrível enfermidade,ïoi em 256

! ;,, l: :. '.*È*,a';.

!Ç$1'"-'i1"' i

breve reduzida às últimas. Depois de recebero Santo Viático e os últimos confortos da Religião, chamou-me: - Ermelinda, venha cá. Corri ao seu leito. Ela, com sua mão gelada, apertou a minha mão e, fitando-me com olhar moribundo,disse: - Ermelinda,lembras-tedaquelepecado? - Lembro-me,siml mas' já te conÍessaste, já fôste perd o a d a. . - Não - respondeuela - nunca o confessei;com aquêle pecado fiz tantas confissõessacrílegase sacrìlegamentecomunguei, agora, neste leito de morte. Aquêle pecado,meu primeiro e último pecado, está aqui no meu coração. Vou morrer e por causa dêle me condeno;mas ai de ti! ai de ti! Apertou-mecom mais fôrça a mão e expirou.. . Daqueleinstantepara cá não tive mais sossêgo.Parece-me sempre ver a ntinha pobre Adélia no meio das chamas eternasl paÍece-n1e ouvir o seu derradeirobrado: "Ai de ti!"

301' A sAUDAçÃocRrsrà O famoso poeta protestanteKlopstock contava, numa carta ao poeta ÌVl;chaelDènis, que, numa viagem pela Suíça, todo.s os homens,quando desciado carro, lhe dirigiam a bela saudação: "Louvado seja Nosso SenhorJesusCristo". Êle nunca ouvira aquelaspalavras e não sabia que fôssem uma saudação,e por isso não sabia responder.Mas elas calaram no seu coração e mais tarde admirou-sede não ter pensadonuma Íespostatão natural e tão simples,como: "PaÍa sempreseja louvado".Quando a ficou sabendo,aquela saudaçãopareceu-lhe"tão bela e tão oportunapara os cristãosde tôdas as cond:ções, que desejaria ouvi-la em tôdas as circunstâncias e em todo o lugar". Como seria belo, realmente,se todos os cristãosa adotassem! E' a saudaçãocristã por excelência. 392. UMA BOA LIçÃO Foi nos primeiros anos do govêrno de Napoleão. Na vigília de Natal um general convidara para uma ceia alguns oficiais gradu.adose um marechal. Tesouro | -

f7

257

.â ,ì Terminado o banquete, surgiu a questão como passariam alegrementemais algumashoras. Um dêles disse levianamente: "Vamos à missa da meia-noite". - Otimo! à missa da meia-noite! Entraramna igreja de S. Roque.Pode-seimaginarcom que devoção entravam na igreja aquêlesque haviam ceado lauta e alegremente:sem dúvida não procuravamoutra coisa que satisfazer a curiosidadee passar o tempo. Mas eis que inesperadanrente um homem de baixa estatura, que se oculiarano seu capote,surge diante dêles e diz-lhesenr voz alta e em tom sêco e imperioso': - Estais procedendomal. Quando se vem à igreja, é preciso ter uma conduta convenienteao lugar sagrado. Guardai respeitoe permaneceiem silêncio,senhores! O homenr oculto no capote era o Imperador em pessoa, Napoleão I, que ïazia guarda na igreja de S. Roque, em Paris. 393. UMA LUZ SAIA DO TÚMULO Numa ilha do Lago Maior, na Itálil, um jovem e ardente diácono foi martirizadocruelmente.Seu Lome era Arialdo. Os carrascossepultaram-lhe o cadáverno mesmosít:o do martírio, julgandoque tudo estavaacabado.Mas eis que, à noite,uma luz vivíssimasaía da tumba e todos os pescadores do lago, vendo-a, acudiram ao local. Oliva, a mulher peÍversa que o mandara matar, cansaclado que se falava, ordenou que levassemo cadáver para outra ilha. Ali também se renovouo prodígio e com mais luzes ainda. O cadáverfoi então arrojado a um sótão do castelode Travallio.Mas fachos de luzes,que traspassavam as paredese as profundidades, :ndicavamaos homensonde se achava o corpo do Santo. Resolveu-se, por isso, lançá-lo ao lago atado com uma grande pedra, para que o corpo não voltasse nunca mais à superfície. Note-seque o que aqui se refere está nas memóriascontemporâneas sôbre as quais não há motivo de dúvida alguma. Dez mesesdepois,reapaÍeceuo coÍpo à fÌor cla água e foi pôsto intacto sôbre a margem do Valtravaglia. Oliva teve receio e procurousufocar a notícia do maravilhosocaso.Mandou transportaro corpo ao penhascode Arona, encarregandoseus servosde o destruírema ferro e fogo. Mas tudo em vão. O povo 258

t.

F

,t

da cidade de Milão, logo que soube do sucesso,saiu com bandeiras e armas à conquistado santo corpo. Foi numa manhã luminosa: O corpo do mártir Arialdo, colocadonuma nau, navegava ao largo do rio Ticino. O'maravilhoso triunfo da fé! Sôbre as duas margensdo rio o povo estavaapinhado,empunhando cruzese velas. Repicavamos sinos.As criançastocavamcampainhas, tôda árvore e todo lugar alto era ocupado pelos fiéis desejososde ver o corpo; os enfermos saravam, os pecadores choravam suas culpas e todos se sentiam trocados e mudados para uma vida melhor (Cf. Meda, Bassorilievi). Como o esplendordds santos, assim é a Ìôrça e a luz d,a verdade que emana da Igreja. Em vão se quer combater a fé, combatero papa. A Igreja triunÍarâ com Cristo hoje e sempree por todos os séculos. Lendas PODER DE SÃO JOSÉ Havia um homer., devoto de S. José, que não se preparo,.r para a morte e, assim mesmo,quis entrar no céu. Mas' S. Pedro,vendo-ochegarmanchado,fechou-lhea porta e deixou-osentadono côrno da lua. Entretanto,não faltou quem fôsse contar o caso a S, José, o qual se apresentoudiante do trono de Deus para pedir graça para seu devoto. O Senhor negou-lhe a graça. S. José disse que era um devoto seu. "Devoto q u e a c e n d eu m a v e l a a t i e d u a s a o d e m ô n i o ? . . . " S . J o s é ,p o rém, decidido a vencer, disse: - Se meu devoto não entrar no céu, eu me vou embora. - Pois, vai-te! - disse o Senhor. S. José,que não esperavaessa resposta,de chapéu na máo dirigia-se para a porta; mas, no meio do caminho,virou-se e disse: - Se eu fôr, não irei só; deve ir comigo minha espôsa. - Pois que vá! - Mas levando minha espôsa, clevo levar tudo que lhe pertence.. . - Pois leva tudo! - disse o Senhor. - Tenho aqui uma lista completa.- E S. José,ent pé no meio do paraíso,começoua ler: "Rainha dos Anjos!" - E iâ todos os Anjos voam para a porta. Rainha dos Patriarcas!e

259

':

J,

:+

-l

...*I

êles vão se enfileirando perto da porta; Rainha dos Mártires! vão também êles para a porta". E quando.S. José ia cantar: Rainha de todos os Santos! disseo Senhor: - Olha, José; corre, vai dar um banho no teu devoto e, depois,fá-lo entrar no céu; porque, se me empenhoem não deixá-lo entrar,poÍ justiça fico sòzinhono céu! 395. A S S O P I N H A SD E J E S U S A SagraclaFamília'estavano destêrrodo Egito. Ia caindo a tarde e S. José não conseguiraterminar seu trabalho para receber o pagamento. Suspirando olhava para sua castíssima espôsa, a qual, adivinhando o que se passava no coração de José,disse-lhe: - "\f,e temas;tenho um pouco de leite e,pão e farei uma sopinha paÍa o nosso querido Menino; nós comeremosamanhã, se Deus quiser". No mesmo instante em que se dispuSha a dar a Jesus tl humilde alimento,uma voz trêmula implorava uma esmola.O Menino olhou para sua Mãe e ela disse: -; "Não temos nada, meu Filho!" O Menino corre, toma a tigelinha de sopa e leva-a ao velhinho que pedia esmola. Entretanto José e Maria choram em silêncio, vendo Jesus fazer aquêle sacrifício, prelúdio do sacrifício da Cruz, que êle mesmo ofereceriaao Pai eterno. 396. A S P O M B I N H A SD O M E N I N O J E S U S O Menino Jesus eslava brincando com outros nleninos às de areia.Jesusfazia-os margensdo rio Nilo. Faziam passarinhos tã,o lindos, que Nossa Senhora, ao contemplá-los,exclamou: "Que pena que não tenhamvida!" Jesuspara comprazera sua mãe, deu vida às suas duas pomb:nhase Ïê-las voar. Recomendou-lhesque não fôssem para muito longe e não se ajuntassem com as aves de rapina. Sôbre a cúpula do templo de MenÍis estavam as outras pombas e para lá se foram elas também. Eis que, ao chegar o gavião para persegui-las,uma fugiu imediatamente e foi refugiar-sejunto de Nossa Senhora; a outra clemo260

--**r::a

H

. l

rou-se e, ao regressarà tarde, apresentavamuitos ferimentose poucaspenas.Jesustomou-a entre as mãos e curou-a.No dia seguinterepetiu-sea cena,e a pombinhaferida regressouquando a Sagrada Família já se havia recolhido em su,a casinha. Assentou-sena janela e S. José recebeu-ae Jesus curou-a de novo e fêz-lhe muitas advertências,deu-lhe muitos conselhos. Na manhã seguinterepetiramas pombas o seu passeio,mas a foi devoradapelo gavião. desobediente O mesmo acontececom tantos cristãos que, por sua imprudência, caem nas garras do demônio, que os corrompe e mata!

397. A MÃO MAIS LINDA Três meninos iam muito alegres à cidade, onde o que tivessea mão mais linda ganhariaum prêmio. Chegou um clêlesao bosquezinhode nardos: uma a unla foi tocando as olorosasflôres que, em sinal de gratidão, deixavam naquelasmãos brancas suas côres e seu aroma. Encontrou o oütro um regato e, em suas cristalinaságuas, perfumadasde tlôres de laranjeiras,banhou suas mãos, que saíram mais formosas.Tímido e modesto,o outro vacilava em pedir perfume às flôres e beleza ao regato. Passou um mendigo que pediu uma esmolapor amor de Deus. Puxou o meninouma moeda e deu-lha. Ao recebê-la,o mendigo beijou aquela mão benfeitora,deixando cair uma lágrima de agradecimento.Aquela lágrima transformou-seem belíssimapérola que tomou mil côres do arco-íris e esmaltoua mão do angélicomenino. Esta foi a mão que brilhou com encantadorascintilações, porque foi purifrcadapela lágrima de um pobre.

398. AS ROSAS Segundouma lenda antiga, Maria, com São José, Fugindo à gente inimiga, Transpôs caminhosa pé. 261

E à proporçãoque Maria Deixav.arastro no chão, Todo o caminho floria De rosas em profusão. Pelos trilhos e barrancas Das estradas,viu-se em breve O estendalde rosas brancas Tudo enteitandode neve. De um branco suave e doce As rosas; nenhumahavia Pela terra, que não fôsse Da côr dos pés de Maria. Depois de tempos volvidos, Ao pêso de imensacruz, Pelos caminhosfloridos Um homempassa- Jesus. E sôbre o estendalde flôres. De seu corpo o sangue v.ai Caindo,e Êle entre mil dores Não geme, não solta um ai. Passou e pelas barrancas, Sob as asasdas abelhas, Dos tufos das rosas brancas Brotavam rosas vermelhas. Só duas côres havia De rosas que aqui registo: A côr dos pés de Maria E a côr das chagas cle Cristo. B. Braga 399. o ORGULHOSONÃO SE AJOELHA Diz uma lenda que na cidade de Colônia vivia um padre santo.Não era sábio; não era eloqüente;era um grandeconfessor. Dizem que toclosos que se levantavamde seu confessionário levavamna fronte o ósculo da paz,

262

h

ì, fr;*-*-..-

.

Foi na vésperade uma gr.andesolenidade.Uma grande muldaquele :1-, de penitentesesperavaao redor do confessionário ::i.il sacerdote.Entre êles achava-seum homem, o único que a e p é . . . E r a u m r o s t o t r i s t e . .' e s c u r o 'q u a s e : = c o n s e r v a vd negro. . . atitude que revelava imensa ttisteza e desconcertante inquietação.Chegou a sua vez. Acercou-se do confessionário, mas não se ajoelhou. - Irmão - disse brandamenteo contessor- ajoelhe-se" - N u n c a ! .. . E u n u n c am e a j o e l h o . - Q u e mé ' o s e n h o r ? - Isso não lhe imPorta. - De onde vem? - Também isso não lhe imPorta. - O sr. tem razão - respondeuhumiidemente o confessor - n a d a d : s s om e i m p o r t a . . . M a s , e n t ã o ,q u e d e s e j a ? - Confessar-me,porque trago dentro do meu coração um inferno que me abrasa.Busco a Paz. - Irmão - replicouo confessorcom iôcla a humildadede se procura a paz, aqui a encontrará,mas. . . slra alma ! ajoelhe-se O penitente,com um gesto de soberba,respondeu: - N u n c a !J á l h e d i s s eq u e n u n c am e a j o e l h o . .' - Irmão - disse então o conÍessorcom grande ntansidão - compadeço-me clo senhor; faça de pé a sua confissão,pois quandotiver diante dos olhos a gravidadede seuspecados,certamentese ajoelhará. - Nunca! atalhou o penitente.- Ajoelhar-me?NUnc a l M : l v ê z e sl h e d i r e i q u e n ã o m e a j o e l h on u n c a ! . . . - I r m ã o ,c o m e c e .! . E começouo penitentea contar os seuspecados.. ' E eram tantos e tão horríveis,que o confessor,que até então conservara os olhos baixos, levantou-os,fixou o penitentee disse-lhecom extremabondade: - Irmão, o senhorestá me enganando. - Não o engano. - Êssespecadoso sr. não pôde cometê-los. - Mas eu os cometi. - Para ter cometidotantos pecadosseria mister qtle o sr. Ì ô s s em u i t o v e l h o . . . e o s r . é m ô ç o . , - M ô ç o ? . . . J á t e n h o m u i t o ss é c u l o s ! . - i l l u i t o ss é c u l o s ? . . ,

263

Ì.

- Sim. . . muitos séculos! - Quem é o sr., afinal? - Não lhe importa. - De onde vem? - De uma região onde não há sol. - Então já adivinho quem é... Irmão, ainda há perdão e misericórdiapara o sr.. . . mas ajoelhe-se. - N u n c a ! . . n u n c am e a j o e l h a r e i . . . - E n t ã oo s r . é . . . - SouSatanás... E desapareceu. .. Nosso SenhorexiSim; há perdãopara todos os pecadores. ge apenas que o pecador, reconhecendoe detestandoseus pecados,humildee sinceramente os acuseno tribunalda penitência.

.Y

400. A MORTENIVELATUDO Morreu em 1916 FranciscoJosé,imperadorda Áustria,que por muitos anos souberaconservarsob o -poderiopaternal de seu cetro a muitos povos que antes viviam em contínuasguerras.O féretro foi levado à cripta da igreja dos Padres Capuchinhosde Viena, onde jazem outros reis e imperadores. O mestrede cerimôniasbateu à porta. - Quem é? - perguntoudo outro lado de dentro, segundo o cerimonial,um padre capuchinho. Os cortesãosresponderam: - FranciscoJosé,imperadore rei. De Iá de dentro a mesmavoz austerado frade respondeu: - Não o conheço. U m m o m e n t od e s i l ê n c i od e n t r o d a c r i p t a . . . D o l a d o d c fora, à porta, deliberavamos senhorese políticos.. . Batem outra vez. E outra vez insiste de dentro o guardião daquelas \ tumbas: - Quem é? - Francisco José de Habsburgo- respondemde fora os que sustentamem seus ombros o régio féretr-o. E de novo ouve-sea voz do frade: - Não o conheço. Mais um momento de silêncio.. . mais um instante de deliberação... Urge, porém,entregarà terra aquêlesrestosmortais

--.^''=--

ttsrffih+,-

-ì.*ï*'

113ïq

que foram ontem de homem tão grande e que hoje ninguém os quer em parte alguma... Por isso, após um instantede imponente silêncio, outra vez a voz do Capuchinhointerroga: - Quem é? E o que respondeem nome da política e da grandeza do império austríaco,respondeagorai - Um pobre morto.. . A voz seÍenae imutável do guardião daquelestúmulos responde imediatamente: - Entre! E abriram-se as portas, e entrava o cadáver e ali, como pobre morto, foi enterradoo célebreimperador: FranciscoJosé, rei e imperador da Áustria. E' certo que a morte nivelatudo. De tôda a grandeza,como de tôda a miséria, após a morte resta um cadáver que dentro em pouco não será mais que pó e cinza.

401. O REI MIDAS Narra a mitologia que o rei Midas, o qual era muito avarento, por ter tratado bem a Sileno,seu prisioneiro,recebeudos deusesa grancle recompensade converter em ouro tudo quanto sua mão tocasse.Uma beta fortuna, não é verdade? Uma fortuna?!.. . Fora de si de contente,aquêle rei tocou seu bastão, e o bastão se converteuem ouro cintilante; tocou a parede e a parede tornou-setôda de ouro; meteua mão na algibeira,e tôda .. a sua veste converteu-senum bloco de ouro preciosíssimo. No palácio real, tudo agora erâ ouro. . . O rei assentou-seà mesa... A sopa, apenaslhe tocou os lábios, tornou-seouro; o pão, a carne,tudo ouro... de sorte que o rei M:das não pôde tomar alimento algum e depois de alguns dias ia morrendo de fome rodeadode ouro. Assim diz a tá-óula. Mas eu vos digo, em outro sentido, que também nós possuímos um meio de converter em ouro, isto é, em mérito preciosíssimo, tôdas as nossasobras.Êsse meio é: Conformarsempre e em tudo a nossavontade com a vontade de Deus. { {

t

I

:, .. ;ì: ,ì,' ,

402. . . ENCHE-ODE ÁGUA TOMAÊSTECÁLICE, Meninos, ouvi. Sabemosque era um jovem e que cometera pecadoshorríveis.Mas tinha fé e, às vêzes, punha-sea pensar na hora da morte e na eternidade... e aquêlejovem sentiaque o desespêroo arrastava à condenaçãoeterna. De vez em quando sentia um desejo ardente de voltar ao bom caminho, de converter-sea Deus, de tazer penitência.Entretanto, do fundo da alma parecia que uma voz lhe gritava: - Não há perdão para ti. Ao passar um dia por uma igreja, não pôde vencero desejo de entrar. Qualquercoisa o atraía. E acertouencontrar-se diante do Cristo crucificado.Rezoue com os olhos rasos de lágrimas, disse: - Senhor,haverá ainda misericórdiapara mim? E ouviu uma voz que lhe dizia: - Teus pecadosserão perdoados,quando tiveres chorado muito. - Senhor- replicouo jovem - chorareitôda a minha vida; mas qnisera ter certeza de que choréi bastante e de que me perdoaste. Então o divino Crucificado,estendendoã mão, entregou-lhe um cálicee disse: - Toma-o. Quando o encheresde água, será sinal de que teus pecadoste foram perdoados. Tremendode comoção,tomou o penitenteo preciosocálice. Pouco distantedali havia uma grande pedra. Das entranhas daquela rochg brotava uma fonte. - No jato daquela fonte enchereio meu cálice. Subiu ao alto do morro. Acercou-seda rocha. Encostou o cáliceà água, mas. .. a fonte secou. - Secou-sea fonte - diz consigoo pecador- mas não secaráa torrenteque corre atrás daquelasmontanhas. E subiu aos montes e desceuaos vales e, por fim, chegou à susplradatorrente.Mas, quando quis encher o cálice.. . a torrente secou. -- Secou-sea fonte e secou-sea torrente - murmurou o jovem; certamentequer Deus que eu faça penitênciae busque com trabalhose suoresa água do perdão. Detrás daquelesmontes, do outro lado destas terras, está o mar. Secou-sea fonte, 266

E:.9{:;u

j.

çÌ

5

secou-sea torrente.. . não secará o mar. Nas águas salgadas do mar enchereio meu cálice. E pôs-se a caminho.Andou muito através de campos,montes e vales e, finalmente,do alto da gigantescaserra contemplou o mar distante,- O' mar - exclamou- és a minha esperança. . . em tuas águas inesgotáveisenchereio meu cálice. . . Já estavammuito perE desceue correu ansiosamente. to as praias do mar. Dá um grito de alegria e avança com o cálice na máo para enchê-lo nas ondas que vinham beijar-lhe os pés. . . Mas, de repente,vê com horror que as ondas se afasdiante dêle... Cai de joelhoso tam e fogem e o mar retrocecle pobre jovem e não se atrevea erguer os olhos ao céu; inclina o cabeçae rompe em copiosopranto de arrependimento. Chorou muito, muito. Quando voltou a si, quando quis enxugar a última lágrima de seus olhos inilamados,viu que o cálice estavacheio de água, de água de suas lágrimas.. . Aí está: essa é a água que lava nossasalmas e nos obtém o perdão.

l

i ì5 f

403. A CRUZ DO ROSÁRIO Sôbre S. Pedro, o chaveirodo céu, há várias lendas,sendo a seguintebastanteinteressante e instrutiva. Dizem que, um belo dia, S. Pedro fechou a porta do céu por fora e veio dar umas voltas pelo mundoI paÍa ver como andavam as coisaspor aqui. Parecia-lheque estavachegandopouca gente ao céu e era preciso conhecera causa dessa triste situação. Terminado o seu inquérito,e achandomais prudente não concederentrevistas aos jornais bisbilhoteiros, dirigiu seusapÍessadospassoslá para cima. Aconteceu,porém, QU€,ao chegarà porta do paraíso,meteua mão nos bolsose, ai! não encontrou mais a chave.Perdera-ae não sabia nem onde nem como. Que fazer em tamanha aflição? - Descereide novo à terra, disse,e procurareium bom serralheiroque me faça um,anova chave. De fato, não custoua encontrarum muito entendido,e disse-lhe: - Olhe, eu precisocom urgênciade uma chavepara abrir a porta do céu. Você pode tazê-la?

.\

I i ti

267

j

i. I

n i, È r ' ,:' l:

- Perfeitamente;mas custará mais, porque há de ser uma chave extraordinária. - Que homens!disse consigoS. Pedro, nem para o céu Ì.azemuma chave de graça!... Bem! Não há dúvida; vamos lá para cima. Subiu o serralheiroao céu e, orgulhosode sua arte, examinou o modêlo,tirou as medidase voltou à terra. Tomou dos instrumentos,talhou a chave, Iimou-a, poliu-a e, triunfante, apresentou-seà porta do céu. Mas, ai! a chave entrava no buraco da fechadura,dava voltas, mas... nada! não abria. - Venha outro serralheiro,mas depressa,disse S. Pedro. Chegou outro, mais presumidoque o primeiro, fêz as mesm a s m a n o b r a se . . . n a d a ! a c h a v en ã o a b r i a . Assim foram fracassando,uns após outros, todos os serralheiros.Entretanto,as almas que vinham chegando,dos quatro cantos do mundo, começavama impacientar-se,porque demorava muito a entrada no céu. S. Pedro suava frio, pois, por seu descuido,já ninguémpodia entrar na glória. Por fim, uma humilde velhinha se ofereceupara abrir a porta. - Bem. Experimente;vamos ver, disse S. Pedro. E a velhinha,que, na terra, fôra devotíssimade Nossa Senhora, meteu a cruz de seu rosário na fechadura,deu meia volta à chave improvisadae a porta estava aberta. - Bravo! Bravo! exclamaramtodos. é o rosário de Nossa Senhoraque nos abre o céu. E lá entraram cheios de alegria e contentamento.

,. I

: h.

: . i

..

,$ t3. i+:

;i. : ti

t: a:. 't, , 1 ,.

;ç: it:

*

'ii. {a.:

t ' ,'

1-Ì.:

i,,. 5.

s

& >:" ri'

404. POBREZA FELIZ Corre entre os russos a segulntenovela. O czar (imperador) caiu gravementeenfêrmo. Não encontrando remédio,disse: - Darei a metadede meu reino a quem me curar. Reuniram-seentão todos os sábios para uma consulta,cujo tema era: - Como havemosde curar o imperador? Depoisde muito discutirem,disseum: - Procurai um homem feliz, tirai-lhe a camisa e levai-a ao czaÍ e, vestindo-a,êle sarará.

:ì ii

;. tt' f.



à :* ír

F.,

*s i . : i

''..:;ü-id*.ì.i

. :

.*i*n#.:ir

M.nrugeiros percorriamtodo o império à procura do homem . .. feliz, mas não o encontravam,porque: um era rico, mas sempre doente; outro era.são, mas pobre; êste, são e rico, mas sem filhos; aquêle são, rico e com filhos, mas atribuladol todos, enfim, tinham do que lamentar-se. Um dia, o filho do czar aproximou_se à noitinhade uma ca_ bana, parou e ouviu que denlro um homem lalava assim: - Gr.açasa Deus, trabalhei,comi e vou para a cama con_ tentede ter cumpridoo meu dever.Nada me ialta, sou feliz. .. o filho do czar não cabia em si de contente,pois encontrara afinal o homemfeliz e estavadispostoa dar-lhe qrunto dinherro quisessepela camisa, que Ievaria imediatamenteao czar, seu pai. Bateu à porta, entrou, pôs-se diante do homem leliz para comprar-lhe a c o b i ç a d ac a m i s a ,m a s . . . q u e é q u e v i u ? O homem ïeliz náo possuís nem uma camisal! Bem-aventurados os pobres 405. A LENDA DE FREI PACÔMIO princípios dJ século décimo, vivia num convento.de _fm Beneditinosum santq religioso, chamado frei pacômio, qr" nao podia compreendercomo os bem-aventurados não se cansam de contemplar por tôda a €ternidade as mesmas belezas e gozar dos mesmosgozos. Um dia mandou-oo p. prior a um bosquevizinho para re_ colher alguma lenha. Foi com gôsto, mas mesmono trabalho não o largavam as dúvidas.De repenteouviu a voz de uma avezinha que cantava maravilhosamente entre os ramos. Ergueu-se e viu -em um animalzinhotão encantadorcomo jamais vira sua vida. Saltava de um ramo para outro, cantando,brincando e inter_ nando-sena selva. Seguiu-o frei pacômio, todo encantado,sem dar-se conta nem do tempo nem do lugar. A certa allura a avezinhaatirou aos ares o úrtimo e mais doce gorjeio e desapareceu.Lembrando-seentão de seu traba_ Iho, procurou o machado para voltar ao convento, mas, coisa esquisita!- achou-o enferrujado.euis pegar o feixe de renha, que ajuntala, mas não o encontrou. Alguém mo terá roubado? disse consigo. pôs_se a an_ dar, mas não encontravao caminho.Chegou,ãÍinal, à beira do bosque,mas não encontrouo mato de ouïroia; ali estava agora

À

I



1I

l

I

I

II.

íÈ

h *: 'Ì t I

q.

F-. ï'. + Ë !t.

B ;j: n

:r it. Éi:

I r! ri ,,1 i

I

j I

'l :f ,t-t; t

:l

,-\ { ,t :I

,,1 i' .i

:

um campo de trigo, em que trabalhavamhomens desconhecidos. Perguntou a um dêles o camtnho do mosteiro,pois de certo se havia extraviado,Todos olharam para êle com surprêsa;em seguida indicaram-lheo mosteiro. grande Deus! como estava mudado! Chegou,mas, Em lugai da casa modeita de sempre,viu um edifício magnífico ao lado de uma grandiosa capela. lntrigado, bateu à porta; ve:o abrir. um irmão desconhecido - Sois recém-chegado, disse-lhePacômio,eu venho do bosque onde me mandouest,amanhã o Prior D. AnselmopaÍa buscar lenha. Admirado o porteiro,deixandoali o hóspede,foi avisar o Prior que na portaria estavaum monge com hábito veiho,barba e cabelosbrancoscomo a neve,perguntandopelo prior Anselmo. O caso era curioso. O prior, abrindo os registos do convento, descobr:iuna lista o nome do prior Anselmo, que ali vivera há quatrocentosanos. Continuou a ler e achou nos anais tempo o seguinte: daquele - Está manhí Frei Pacômio foi mandado buscar lenha no bosque e desapareceu. -Chamaram -entrar e contar a sua o hóspedee fizeram-no história. Frei Pacômio narrou o caso de ruas dúvidas sôbre a o mistério do paraísoe o prior começoua cõmpreender felicidacle Deus quis mostrarao pio religiosoque, se o canto de uma avezinhaeÍa capaz de encantar-lhea alma por séculosinteiros, quanto mais a formosurade Deus nã,ohâ de embeveceros bempor tôda a eternidade sem que êlesjamais se cansem. aventurados

af I.t

rti :i{

j

406. O GIGANTE SÃO CRISTÓVÃO A história clêstegigante tem para as criançasum atrativo especial. Era S. Cristóvão um gigante que ganhava a vida carregando em seus ombros os viajantes de uma margem par,aoutra de um rio caudalososôbre o qual não havia ponte. A correnteza não podia com êle. Dava alguns passoslargos e já estava do outro lado. Largava ali o passageiro,recebia os cobres e ia carregar outro. Contam que um dia S C apresentouà beira do rio um menino louro como um raio de sol e sorridentecomo uma rosa de 270

+-1

È

,

!'lF*-

l:-:!+.

!:

i.

í primavera. Era pequeno,pesava pouco, mas era lindo como um anJo. Logo que o viu, disse S. Cristóvão com muito carinho: -.Menino, queresque te passepara o outro lado? Andas tão sòzinho por êstes caminhos.' O formoso menino respondeu: - Ando pelo mundo ã procura de. um tesouro que perdi. Quiserapassar para a outra banda Oo ,i.,-.,rrì;;:""::, ^

campose caminhos o encontrol *u. ,#3 ?:'âr"rï ;;,'ÏË:.uttt' Cristóvãosoltou

uma gargalhada: - Não poderei contifo? Anjinho de Deus, não te levarei ao ombro, mas na ponta do dedo. Dito isso, aquêleviqoloso--gigante tomou o menino e, co_ *o fôsse uma pena, pô_lo sôbie-os ombros e, saltanJo ao rio, :.. caminhavapara a margem oposta. Mas, quando estava no meio da torrente, o menino a pesar tanto, tanto que o gi_ ^i:r.çb" gante tremia. Vendo que a correntezao arrastava, exclamou estupefato: Menino, pesas muito; tens que ser mais que um simples .menino. E o menino resfondeu: - Tens razão_Cristóvão; eu peso mais que todo o mun_ do, porque eu sou o- menino Deus. Ando por estas terras à pro_ cura de um tesouro que são as almas. Agora ;;;;;r*a tua alma. Se crês em mlm e ,n" urnur, não ,õ não"i;te j.ruÃì ,our. os ombros, mas ainda te levarei no meu coraçãoe te farei Ìeliz neste mundo e no outro. Chegandoà margem oposta, Cristóvão pôs o menino - sen_ tadinho sôbre a areia-e,ajoìlhando_se diante'OCle, Oisse: - Menino, tu és Deus. Creio em ti e amo_te,e só a ti quero amar por tôda a vida. E - _ cumpriu a sua palavra, porque aban,donouaquêle rio e desdeaquêle dia se dedicoua sórvir e amar a Deus.

407. AS TRÊSLÁGRIMAS Haviano céuum anjo curioso! s a v ap e l o m u n d o :e s c a p o u _dsoe eueria sabero que se pas_ c é u b a i x o uà t e i r a . . . e u e amargafoi a suadecepção!...Não e viu senão."ngu.; nao'pisou t.nto, barro.Agitourúui uru, nrun.u, . rumou parao céu.. . 271

€:-

F?

í\

Estavamfechadasas portas. Ouviu uma voz que lá de dentro Ihe dizia: - Anjo, não poderás entrar de novo no céu se não irouxeres da terra, num cálice, uma lágrima que recolherespor um ato de caridadeque fizeres. Rápido baixou o anjo à terra... Ouviu um leve gemido, que saía de uma casa perdida no meio do campo.. . Entrou. . . Era um menino que estava a morÍeí sòzinho, abandonado de todos.O anjo olhou para êIe... O pobrezinhosorriu-lhç e de seus olhos correu uma lágrlma... e morÍeu. O anjo recolheu em seu cálice de ouro aquela \ágrima e, rico com aquêle tesouro, Íende os ares, atravessa as nuvens, chega às portas do céu. - Anjo, que trazesaí? - Senhor, uma lágrima que recolhi dos olhos de um menino agonizanteque não tinha a seu lado nem os olhos carinhosos de sua mãe. . . - Anjo, não basta. E à terra desceunovamenteo anjo... E outro ai lastim o s oc h e g o u - l haeo s o u v i d o s . . . V i n h a d e m u i t ol o n g e . . . V o a . . . chega ao fundo do deserto e entra numã caverna. Um santo anacoretaentraYaem agonia. . . ! Pôs o anjo a sua mão esquerdadebaix-oda cabeçado homem de Deus, à maneira de macio travesseiro,e com a mão direita indicava-lhe os belos horizontes da eternidade.O anacoreta sorriu e morreu. . . Uma lágrima caía de seus olhos abertos. . . O anjo colheu aquela lágrima e, rico com aquêletesouro' fende os ares, atravessaas nuvens,chega à porta do céu. - Anjo, que trazesaí? - Senhor, uma lágrima recolhida dos olhos de um anacoreta a quem consoleiem sua última agonia. - Não basta! E outra vez o anjo desceuà terra... Uma multidão imensa conduzia à fôrca uma jovem rainha. Já se achava no fatal banquinhodos condenados.O anjo aproximou-sedela, ouviu-a e viu que era inocente.Levanta-se,f.az um discursoe prova àquela multidão revoltadaque aquela jovem rainha é inocente... E a multidão entusiasmadaproclama-a de novo sua rainha e soberana. De seu banquinhofatal levanta-sea rainha.. . cai de joelhos diante do anjo. . . Uma lágrima de gratidão rola de seus olhos. 272

-ta--r,'

t-

k**:

@f.-.!.:iÍË,:.

:ì''rrã--Ì-r

r

O anjo recolhe em seu cálice aqueia preciosa lágrima e, rico com aquêle tesouro, fende os ares, atravessa as nuvens, chega às portas do céu. - Anjo, que trazes aí? - Senhor, uma lágrima colhida dos olhos de uma rainha vilmente caluniadae por mim defendida.. . - Não basta. não. O anjo baixou de novo à terra triste e acabrunhado. . . Assentou-senuma pedra. . . Olhou para o céu e exclamou chor a n d o :A d e u sc é u ,a d e u s ! . . . E u t e p e r d i e n ã o t e g o z a r e im a i s , porque não encontro na terra uma lágrima que mereça tuas alegrias... Deixou cair a cabeça... O desespêro c o m e ç a v aa apoderar-sedêle.. . De repente a terra treme, o mundo estremece,o sol oculta sua face, as rochaspartem-se,as trevas cobrem o universo..'. O anjo levanta espantadoa cabeça,olha por tôda a imensidade do escuro horizonte.. . Lá, ao longe, descobreum ponto de l u z . . . u m a c o l i n a . . . s ô b r ea c o l i n a u m a c Í u t . . . n a c Í u z u m a vítima... ao pé da ütima uma mulherque chora... O anjo agitaimpetuoso a s a s a s . . . V o a , c h e g a . . . o l h a : S a n t oD e u s !e x c l a m a q u e é q u . v e j o ? E s t a v í t i m aé J e s u s é ! meuDeus!... Esta mulher é minha rainha... é Maria! Jesus,uma de tuas lágrimas.. . Maria, outra de tuas lágrimas.. . E o anjo recolheuem seu cálice de ouro uma lágrima de Jesuse outra lágrima de Maria... O anjo chorou também, e aquela lágrima sua caiu no mesmo cálice e fundiu-se com as outras duas... E o anjo, rico com aquêle tesouro,fende os ares, atravessaas nuvens,chega às portas do céu. - Anjo, que trazesaí? - Senhor,uma lágrima de Jesus,uma lágrima de Maria e outra lágrima que é minha.. . - E n t r a !e n t r a ! . . . E entrava de novo no reino da Ìelicidade o anio das três lágrimas.. .

Teso,uro-I -

18

Éq*e:

iNDICE ONOMÁSTICO Adelaide,383. Afonso de Ligório, lO4, 2W. 247. Alonso Rodríguez,42. Agostinho,208,374. Aliredo, 266. Ambrósio,179,337. Anselmo,206. Antão, 128. A n t ô n i o ,1 8 2 . A p o l ô n i a2, 1 3 . Bárbara,98. Bento Labre, 193. 368. Boaventura, Brás, 353. Caio, 172. Canuto,373. Carlos, 153. Cassilda,87. Catarinade Bolonha,102. Catarinade Gênova,84, 253. Catarinade Sena,88, 176,184. Cecília,97. Cipriano, 223. Clara,175. ClementeMaria, 83. Cura de Ars, 47. Daniel, 222. Daria,221. Dimas,85. D o m i n g u i n h o9,4 . Domingos,167. D o m i n g o sS á v i o ,1 9 1 . D o r o t é i a ,1 4 5 . Edmundo,326. Efrém, 161. Eliseu,283. Erói, 338. Ernerenciana, 344. Epifânio,369. Filipe Benício,382.

274

Filipe Néri, 307. Frarrcisca Romana.99. 295. Franciscode Sales,208, 384,388. FranciscoXavier, 196.259. Frutuoso,154. Gabriel da Virgem Dolorosa,162. GemaCalgani,22. CeraldoMajela,32, 95, 96. GregórioMagno, 178. Gregório Nisseno,275. Grignion de Montfort, 104. H i l á r i o ,2 1 2 , 2 5 1 . Isidoro, 193, Joana d'Arc, ll9, 216, 224. Joanade Chantal,312, 348. Joanade C;vieto, 376. J o ã oB o s c o ,4 1 , 1 3 7 , 2 6 4 , 3 1 9 , 3 2 5 . João Crisóstomo,352. João de Deus,193. João de Cota, 230. João Guatberto,109. 89. João Nepomuc,eno, João Vianney,93, 123. José,67-78. José de Anchieta,370. Julìana, 252. lulieta, 274. Leão, 106. I-uís Oonzaga,183. L.uis, rei, 2W, 293, 294. Lourenço,347. Macário,261. Macrina,275. 339. Madalenada Encarnação, À/tãesSantas,351. M a r g a r i d aA l a c o q u e1, 1 8 . Margarida de Cortona,80. Maria SS.,43 ss. Maria Madalena,92. Martinho. 193.300.

F

;:1ìr 'r

-',i:

Militão, 82. Nicolau.249. Nilo, 204. Paula,79, Paulo, 132, 134. Paulo da Cruz, 101, 104. P e d r o .9 1 . Pedro Claver, 156,366. Pedro Damião, lO2. Pedro Mártir, 140. Pedro Nolasco,156. Pedro de Verona, 186. P e r p é t u a8, 1 , 1 0 1 .

Policarpo,152. Rita de Cássia,90. Sebastião,181. S e r a p i ã o1, 6 6 , 2 7 1 . Simeão Eslilita, 227. Tarcísio,17. Teresa,43, 177. Teresinha,37. Tiago, 211. T o m á sM o r o , 1 1 0 ,2 7 2 , 3 4 5 . VicenteFerrer,86. Vicentede Paulo,331. Zita, tg3.

, J

ÍNDICE ALFABETICO dos principaisassuntostratados Adulação,323. Água benta, virtude da 352. Alma, salvar a 10, 31; amava mais a 9, amava as almas 192, nã,oacreditava na 207; salva ou condenada225; valor da 226; amor à 285; a ao demônio297. A m o r a D e u s ,1 1 4 ,v . D e u s . Amor ao próximo (fi$l) 279, 280, 284, 285, 348. A n j o s , 9 9 , 1 0 0 ; d e v o ç ã oa o s I 0 4 ; p r o t e ç ã o , 1 0 7 , 1 0 8A; n j o , Á t i l a e S . Leão,106; ll5. A t e u , 1 5 7 ;p o r q u e e r a 3 1 6 . B a i l e ,1 2 3 . Batismode sangue,344. Bernadete,o sorriso de 50. Blasfêmia,229; caiu a pedra, 237; um raio,238,239; cego, 240; como carvão,241; rüashington,243; 244, 245, 308, 363. C a r i d a d e1 , 56,156 a,164,168, 209,271; náo falavamal, 298; maledicência,303. Carnaval,365, 366. C a r o l a ,o u C r i s t ã o ,1 2 5 . Castidade,183; dois anéis,326, Casto? 133,388. C a s t i g od, e u m e s t u d a n t e , 5 4d;e u m l i b e r t i n o , 3 4 5d; o c é u , 3 7 3 . C é u , t u d o p e l o 1 9 3 ; o o c i o s on ã o e n t r a r án o 2 1 1 ; m é r i t o sp a r a o 2 2 7 ; o é s e u ,3 0 7 ; à c a ç a d o 3 0 . . . . C o l e g i a lc o n v e r t i d a1, 2 6 . Comunhão,dos cruzados12, lreqüente,12 b, diária, 35, a de dois sábios é a v i d a , 1 7 3 ; é a r i q u e z a ,' 1 7 4 ;u m m e n i n od i s t r i b u ia 1 5 ; d e s e j od e ïazer a l" 20, 21, 22, 27 tt; de S. Teresinha,43; dá lôrça, 24, 175; d á c o r a g e m , 2 5d;á s a ú d e , 2 5 7d; e s e j od a 3 4 a , 3 5 a , 2 5 2 ; q u eé a 2 7 ; a g r a v a t ab t a n c a ,2 8 ; v a l o r d a 3 4 ; i m p e d i aa d o f i l h o , 3 8 ; a n o b o s que, 197; graça da 14 214; sarou com a 253; livra do pecado,256; sacramentale espiritual,258. 18r

v

275

ç

,

,,tìh'l

i

Comunismo.122. ConÍiançaem Deus, l4l; na Providência, 203; depoisme confessarei, 1g5.' C o n f i s s ã om , a l f e i t a , 3 3 , 1 3 7 , 1 8 1 , 3 1 7 ; b e m f e i t a , 1 8 2 ; r e m o r s o ,3 0 l ; i á t ë z a p á s c o a ?3 1 9 ; p r o p ó s i t o 1, 8 8 ; d . áa. p a z , 3 5 6 ; s i g i l o , 3 6 2 ; a r r e pendimento,370, 371; sacrílega,389; mártir da 23. çristão, de'nome,165;ingratos,169;sou crístão!274; saudação cÍistã,391. Cruz, sinal da 185. Cruzc.s,l7B. Dcsmancha-prazeres,124. D e u s ,n ã o a c r e d i t a v ae m 1 5 7 ,3 0 4 ; e x i s t e ,1 5 8 ,3 0 8 , 3 0 9 ; t u d o p o r 1 g 6 ; paciênciade 202; de Deus não se zomba,232, 236,269,378; confiança em 265; guardar os mandamentos c1e305; gratidão a 310; amaldiçoado de 364 f. D i a b o ,b a i l a n d oc o m o 1 2 3 . D o m i n g os, a n l i f c a ro 1 0 6 ,1 7 1 ,1 8 7 ,1 9 8 ,3 6 4 l ; p r o l a n a ç ã o ' d afse s t a s3, ô 7 . E s c â n d a l o3, 0 1 , 3 3 4 . Esmola,167. E s p í r i t a s3, 1 5 . E s p o s o s3, 1 1 ,3 1 2 , 3 1 3 ,3 1 4 . Eucaristia,mártir da 17; S. Ceraldoe a 32; presençade Jesusna 255. Fé, 1, 2, 6, 12 c; Íirmezana 110, 150,152;tesouroda 2O0,200 a; viva, 115, 1 2 2 ,1 2 5 ; m o r r e rp e l a 1 8 6 ,3 8 6 ; i n f i e ta D e u s ,1 5 5 . F e l i c i d a d el 2 , B. Festasreligiosasprofanadas,367. Fim, pensaino 204. Cárcia Moreno,54. Cenerosidade, 375. Graça da conversão, 4. H e r o í s m o1, 1 2 ,1 2 7 ,1 5 2 ,1 5 3 ,1 7 2 , 2 1 3 , 3 7 9 . H u m i r d a d e1, 8 ( P i o X ) , 1 6 6 ,2 1 2 , 3 3 1 . l g r e j a ,n ã o m o r r e , 1 7 2 ;r e s p e i t on a 1 8 0 ,3 9 2 ; n a - e s t á a s a l v a ç ã o , 3 8 1 ; a Igreja triunfará, 393. Inferno,201, 341. Injúria, 37ô. Inirnigo,perdoar ao 109, 118, 127, 1g2, 216, 332, 333, 343, 364 m; ia matar, 370. I n v e j a ,B . Ira castigada,342. Jejun, 154; e vida longa, 364 k. J e s u s ,d e f e n d i a ma 1 6 ; n ã o f i c a r a s ô ; a n r o r d e à s c r i a n ç a s , 1 ;s e n t i n e l a a 1 8 0 ; c o m p a i x ã od e 2 ; q u e m é 7 , 1 3 4 ; c r u c i f i c a d oc o n f o r t a ,1 l g , d á c o r a g e m ,1 5 1 ; a m a i s a J e s u sC r i s t o , 1 3 5 ; m e u l i v Í o , 3 ô g , 3 g 2 ; n o s s o Rei, 387. p o r 6 9 , 7 3 ; s o c o r r en a s J o s é ( S . ) , , e a 1 r c o m u n h ã o , 6 7 ;c o n v e r t i d o d i f i c u l d a d e s6 ,9 , 7 7 ; n a s d o e n ç a sZ, 0 ; o u v e a s o r a ç õ e sd a s c r i a n ç a sZ, l , 7 l a ; e a b o a m o r t e , 7 2 ; c o n l . i a n çeam Z 3 i o c o r d ã o d e 7 4 ; o I . " asilado,78. Juiz eterno, 199, 219. Juízo,lembrançado 223; toma êste cálice,402.

t. í^ F: Ë., :: ,,. j: ., :: '. ,. 1", i , ." ,, , i' i. ' i; t' i

,-. ì,' .,.. i: i i F

'



276

i.

f. ãl

ls

+::ètF:.

ì

r

:.

,::..i+::i,.r".

-

i:,.:aà

ril:e1,i.

.:",ìt:L-lè**

_

l!r{a*lbì:' F$..*. Ì.!:.Ë&k-J -.:1\È

L r e n d a sp,o d e r d e S . J o s é , 3 9 4 ; s o p i n h a sd e J e s u s , 3 9 5 ;p o m b i n h a sd e Jesus,396; a mão Ínais linda, 397; as rosas, 398; o orgulhoso,399; a morte, 4C0; o rei Midas, 401; a cruz do rosáÍio, 403; pobreza f.efiz, 404; frei Pacômio,405;o giganteS. Cristóvão,406;as três lágrimas,407. L ú c i f e r ,c o n s ô l od e 1 3 1 . Maçãs (e rosas) do céu, 145. Mãe, calvário de 130; de mártir, 150; maldiçãode 218; desejode 291; i n f i u ê n c i ad e 2 9 6 ; m ã e se f i l h o ss a n t o s , 3 5 1 ; i n s u l t oau m ã e , 3 6 4Í . Maledicência,303, 324. Maria, amor a 42,44; mãe dos órÍãos,43; e uma conversão,45; Filhas de 46; devoçãodo Cura de Ars a 471,de Garcia Moreno,54; socorre nos perigog 55, 56,57; o rosário de Ampère,47a, de Garcia Moreno, 5 4 ; o r o s á r i on o , sp e r i g o s , 5 9 , 6 2 ; o v e l h o r n i l i t a r€ o r o s á r i o ,6 3 ; o rosário livra da rnorte, 65; Ave-Maria dos agonizantes,55; devoçãoa Maria, 55; dá valor, 61; converteo pecador,58, 64; o Anjo do Senhor ante a fôrca, 66; o sr. ama sua mãe? 60; proteçãode Maria, 262; oÍar a Maria. 2ô3. Más leituras, 325, 327, 390. Medaiha milagrosa,354. Mentira,8, 135; não mentiu,364 j; 369; 370. M i s s ap , e l o p a p a i ,1 0 ; p e l a sa l m a s ,1 l ; h o n r a d e a j u d a rà 1 8 , 1 9 1 ; m ê d o d o c o r o i n h a , 4 0a; n t e si r à 2 4 7 ; c h e g a v at a r d e à 2 5 0 ; o q u e v a l e a 2 5 4 ; respeitodurante a 267; como ouvia a 268; a obtém graças,359, 360' 3 6 1 ; v i n h a mà n a d a n c t o1,9 0 . Micsões,115. Modéstia,183, 358. Morte, meditavana 1b'1,383, 400. do 220; Mundo,perigosdo 162;enganador,205; Iugir do 306; recompensa glória vã do 346. Murmuração,374. O b e d i ê n c i aa,n l e s a D e u s , 9 ; a o s p a i s , 2 7 8 ; a o m a r i d o , 2 9 5 . Oração, de criança,129; nas tentações,221, 222; vitória pela 224; dos a t e n t o se d o s d i s t r a i d o s , 2 4 9d; o s m e n i n o s , 2 5 S , 2 6 0 , 2 6 l ;o r a v a B horas, 266; pequenosexemplos,364 a, b, c, d, Paciência,130, 139, 140,208. Padreq , u e r i as e r 2 1 ; a m ã e n ã o c o n s e n t i a . 4 lr;e s p e i t aor 1 4 7 , 1 4 8 , 7 4 9 , 1ô7; por que o não casa,228, 350; insultouo 336. P a i s ,e x e m p l od o s 1 6 3 ; o s d e s e d u c a m , 1 8 9s ;a b i ae d u i a r , 2 6 9 ; a m o r a o s 2 7 0 , 2 7 2 , 2 7 7 ;m a u f i l h o .2 7 3 ,2 8 6 ; n ã o p e r d o aa o 2 9 2 ;c a s t i g od o s 3 3 5 . P a l a v r ad e D e u s ,1 1 3 ; o u v i r a 1 1 6 , 1 2 4 ;s a í a md a i g r e j a , 2 5 1 . Papa, delpastorzinhoa 36; maltratouo 340. Paula, santa 79. 233; um Pecado, não dormir em 51; assassino,120; arrependimento, menos,248; grande mal, 306; não tenho, 318. Perdoar, 384; v. vossosInimigos. Pobre, (ou rei), 117; minha mãe é 276; para um 293; o rei servia aos 294; dera tudo aos 347. Prazeres,179. P r e s o s ,i n o c e n t e s ?l l,l . Proteslantes,imagens,234.

277

'ì 'q*"

Provação(secura), I77; sofrimento,178. P u r g a t ó r i o , 1 0 1c; r i a n ç a sn o 1 0 2 s s . ; a s a l m a ss o f r e mn o 1 0 5 . Respeito,humano,52,53, 170; respeitohum. castigado,380; à velhice,283. Riquezas,apêgo às 5. Rosárlo,136; v. Maria. Roubo, sacrílego,328, 329, 364 g; furtos, 364 h. Sacrifício,13, 261,reco,mpensado, 121; por Jesus,144. Sacrilégio,um tiro sacrílego,235; pernas cortadas,242; 377. Salvação,trabalhar pela 132; ciênciada 138; salvar-sesem mérito, 142; a salvaçãoantes de tudo, 230. Santíssimo,visita ao 14, 2O; Jesus no 29; hóstias consagradas,30; uma cura, 39. Silêncio,320, 321, 322, 330. Superstição, 231. Tentação,184, 221, 3W. T r a b a l h o ,n o s d i a s s a n t o s , , 1 5 9 ;p a r a D e u s , e p a r a o d e m ô n i o ,2 1 0 ; infrtil para o céu, 215. Velas de S. Brás, 353. Vestido,da 1Ecomunhão,146; imodestos,300, 337, 338, 339. Vocação,dos filhos,349. Vidas santase exemplares:Bárbara, 98; Cassilda,87; Catarinade Gên o v a , 8 4 ; C a t a r i n ad e S e n a , 8 8 ; C e c í l i a , 9 7 ;C l e m e n t M e aria,83; D i m a s , 8 5 ; G e r a l d oM a j e l a , 9 5 ; D o m i n g u i n h o9, 4 ; J o a n a d ' A r c , l l 9 ; J o ã o N e p o m u c e n o , 8 9J; o ã o V i a n , n e y , 9 3 ;M a r i a M a d a l e n a g, 2 ; M a r garida de Cortona, 80; Pedro, 9l ; Perpétua;8l; Quarenta Legionários, 82; Rita, 9ô; Vicente Ferrer, 86. Z ë l o , d e S . P a u l o ,1 3 4 ; d e S . C a r l o s ,1 5 3 . s

Nola: Muitos exemplos,além das aplicaçires sugeridas,uma vez lidos e meditados,poderão servir a várias outras ,explicaqões, segundoo critério do narrador. o. M. D. G.

:-e *

-

;:..::-.

FjF

:Ì}i.fJ

INDICE GERAL 1. Menina, levanta-te! 2. O filho da viúva 3. A cura de um criado 4. Hoje entrou a salvaçãonesta casa 5. O môço rico . . 6. O cegoà beira da estrada 7. Sejamosretratos de Deus .....'. 8 . O p a j e ms a l v op e l aM i s s a. 9. O meninoque foi enforcadotrês vêzes 10. As missaspelo papai 1 1 . U m a m i s s a ,u m c a v a l h e i r ou, m r e t r a t o 12. Bravos cruzadinhos(4) 1 3 .C r u z a d ae s a c r i t i c i o 14. Visitandoo Santíssi'no 15. Um meninodistribui a Comunhâo 16. Meninos mártires 17. O primeiro mártiÌ*da Eucaristia 18. A honra de ajudar à missa 19. Jesus não ficará só 20. Que é que pedes a Jesus? 2 1 . Q u e r os e r p a d r e ! 2 2 . D a i - m eJ e s u se s e r e ib o a z i n h a. . . . 23. Um mártir da Conlissãoe da Eucaristia. . . 24. A Comunhãodá fôrça 25. O pão dos lortes 26. A fôrça para o sacrifício 27. O amor dos pequeninos(2) . 28. A gravata branca 29. Quero ir aondeestá Jesus 30. Num tribunal revolucionário 31. Estou vendo os chineses 32. S. Ceraldo e a Ettcaristia. . 33. Novo Judas . 34. O valor da Comunhão(2) . 35. As criançasdão belos exemplos(2) 36. O pastorzinhoveio a ser PaPa 37. Uma primeiraComttnhãoe uma cura 3 8 . N ã o o s a l a s t e i sd o s s a c r a m e n t o.s. . 39. Uma cura em Lourdes 40. O rnêdodo coroinha

9 10 ll

12 13 15 16 17 18 l9 20 21 22 23 24 25 25 27 27 28 29 30 31 32 33 34 36 JO

37 38 39 40 4l 42 42 43 44 45 46

279

*oç

41. Êste menino será padre 42. Amor de um velhinho . . .. 43. Senhora,sêde vós a minha mãe .. 44. Não chores, minha mãe 45. Diante da imagem de Maria 46. Valor digno de imitação 47. A devoção a Nossa Senhora (2) 48. Um grande devoto de Maria . 49. Os dois soldados .... 50. O sorriso da Imaculada . .. . 51. Não irei dormir em pecado 52. Entre na minha guarita 53. Um castigo e uma gtaça . 54. Castigo de um estudante 55. Deus me chama 56. Um sacristão e uma voz misteriosa 57. Salvo por Nossa Senhora 58. Nossa Senhora e o famoso caçador 59. O rosário nos perigos .... 60. O senhor ama a sua mãe? 6 1 . A d e v o ç ã oa M a r i a d á v a l o r 62. Salvo pelo rosário 63. última Ave Maria, último suspiro .... 64. Um pecador se converte 65. Escaparam da guilhotina 66. Os três degraus da fôrca 67. S. José e a primeìra Comunhão 68. A estàtuazinha de S. José 69. A pomba mensageira de S. José 70. S. José chama o padre para uma doente 7 1 . S . J o s é e a s c r i a n ç a s( 2 ) . . . 72. Padroeìro da boa morte . 73. Recuperou a vista 74. Um lôbo que se torna cordeiro 75. Padroeiro dos impossiveis . . . 76. A casa da Sagrada Família 77. O viajante e S. José 78. S. José e o primeiro asilado 79. S. Paula 80. S. Àitargarida de Cortona 81. Visões de S. Perpétua 82. Os Quarenta Legionários 83. S. Clemente Maria 84. S. Catarina de Gênova 85. A vida lendária de S. Dimas 86. Pregador que sacudia o auditório 87. S. Cassilda . . . 88. S. Catarina de Sena 89. O sigilo da confissão (S. João Nepomuceno) 90. S. Rita de Cássia

280

47 48 48 49 50 51 52 53 53 54 5J

5r) 3t 58 59

6l 62 63 64 65 66 OI

68 69 70 71 72 73 1^

75 76 lt

78 79 7S 80 80 82 83 84 86 87 88 90 91 93 94 95 97 98

lfçFõ

.aìs ,:_

ÌÌAè,:FìÁ:ìit-+:,È*!ã*:

-

l

91. S. Pedro, o Apóstolo 92. S. Maria Madalena 93. S. João Maria Vianney . . . 94. Nunca pisarei em meu Deus 95. S. Geraldo Majela 96. O nigromantesanto 9 7 . H i s t ó r i a , d eS . C e c í l i a 98. Um pai bárbaro, uma filha santa . 99. Demônios,Anjos e uma Santa 100.Um salto maravilhoso 101.As horas são séculos 102.As criançase o Purgatório(3) . 103M . o r r e a m ã e ;a c r i a n ç an, ã o . . . . . . . . . 104.Devoçãoaos SantosAnjos . 105.Quantosofremas almas 106.Átila e S. Leão 107.Não teria sido um anjo? 108.Inspiraçãodo Anjo da Guarda 109.Perdoar aos inimigos 1 0 . F i r m e z an a f é 1 1 .D e s i i l ed e p r e s o s 12. Heroísmode uma família 1 1 3 .E ' D e u s q u e m e f a l a 114. O coração d,e ouro l15. O tio Pedro assisteàs missões 1 1 6 .H i s t ó r i ad e u m a p e n e i r a 1 1 7 .U m m o n g ee a s p a c u r i o s i d a d e . 1 1 8 .F i l h a ,t e u p a i e s t án o c é u . . . l l 9 . O c o n s o l a d odr o s q u e s o f r e m 1 2 0 .S o u u m a s s a s s i n o. .! . . . 121.Deus recoÍnpensa os sacrifícios 122. Oito cadár,reres 1 2 3 .B a i l a n d oc o m o d i a b o 1 2 4 .U m p r e f e i t ol i v r e - p e n s a d.o. .r . . 125.Olá! vocêvirou carola?. 126.A colegialque se converteu 127.Como morÍe um vigário 128.Olhai para o alto . . 1 2 9 .A m e n i n aÍ e z a v ap e l o s a v i a d o r e s. . . 1 3 0 . C a l v á r i od e u m a m ã e . . l 3 l . O c o n s ô l od e L ú c i f e r . . . . . 132.Sempremais . 1 3 3 .C a s t o . . s e m r e l i g i ã o ? ! 134.Diálogo com S. Paulo . 135.Um mentirosocruel . 1 3 ô .O p u n h a ld a i m p u r e z a. . . . 1 3 7 .D . B o s c oc o n f e s s a u m d e { u n t o. . . . 1 3 8 . O f i l ó s o f oe o b a r q u e i r o l39.Osoldadoeoôvo 140.Por que devo solrer tanto?

99 101 102 104 105 106 108 109 110 112 112 113 l14 115 115 116 r17

n7 118 n9 r20 121 t22 123 t24 125 126 127 128 t2s 131 132 133

\ i i

1 a,l

135 136 137 r38 140 140 142 143 144 145 146 147 148 t49 I50 I50

281

1 \ \ -'t

ì

::r,,. r.i

l 4 l . A c o n f i a n ç ar e c o m p € n s a d. .a. . . . . 142.Você tem razão 143.O presentede Natal 144.O sacrifíciopor Jesus 145.Maçãs e rosas do céu 146.Um instinto divino 147.Beijar a mão do padre . 148.Castigo do céu 149.O respeitodo imperador l5O. Viva Cristo Rei 1 5 1 .Q u e l h e p a r e c e ? 152.Heroísmode um ancião . 153.S. Carlos e a epidemia 154.Não quero quebrar o jejum 155. Cortem-mea cabeça 156.Os Santos e a caridade (2) 1 5 7 .. . . s a i u t o s q u i a d o 1 5 8 .C a s t i g u e - m e. .! 159.Na minhafábricanão se trabalhará.. 1 6 0 .C o n t a u m M i s s i o n á r i o. . . . l6t. Como êle meditavana morte 162.O mundo perverte 163.Queria morrer mártir . 164.Amor aos enfermos 1 6 5 .T e n s o n o m e d e c r i s t ã o 166.O que faltava era a humiïdade.. 167.Beijou as mãos de S. Domingos 1 6 8 .A q u ê l ef u s o f l o r e s c e u. . . . 169.Sófoclese seus filhos . l 7 O .Z o m b a vdae N o é 1 7 1 .F a s c i n a dpoe l o d i n h e i r o 172.A voz do sangue cristão ... ..,. 1 7 3 ,E ' ê l e ,é a v i d a . . 174. Agora és muito rico 1 7 5 .S . C l a r a e o s s a r r a c e n o. s. . . 176.A recompensada esmola 177.S. Teresa e a secura 178.O sinal da Cruz e as cruzes l?9. Coraçãoapegadoà terra 180.Fazendosentinelaa lesus l 8 l . E ' p r e c i s od e s t r u i ro i í d o l o s . 182.Ficou a fôlha em branco 183.Modéstiade S. Luís 184.O vestidocelestial 1 8 5 .O s i n a ld a C r u z 1 8 6 .C r e d o . . . e u c r e i o 187.Miguel Ângelo .. 188.Propósitoinquebrantável 1 8 9 .O s p a i s d e s e d u c a .m. . . 1 9 0 .V i n h a mn a d a n d o

282

..:....

l5l 152 153 153 144 155 156 r56 r57 r57 r58 159 r60 161 161 r62 163 163 164 164 165 165 166 166 r67 167 168 168 169 169 ........ 170 . ....... l7l l7l 172 172 ........ 172 173 173 174 115 175 176 176 177 178 178 179 179 180 .. ' '.. ' ' 181

Fr'"-

:+:**kÈì.-Ì

F:J+

-+ì

\

191.DomingosSávio ajuda à Missa . 1 9 2 .S a c e r d o m t eá r t i r

r8l ........

l?s. Ilo" pelocéu(b) ... 194. Mãe, tenho dezesseisanos

222. São e salvo no meio dos leões ??1 9 temor do Juízo . 224. A vitória será nossa . 225. Anima vestra in manibus vestris . 226. Cuidado com a alma . 227. Yivia numa coluna 228. Por que os padresnão se casam 229. Dois italianose o vício Oe ütasiemar . 2 3 0 .D e v ep r e f e r i r - sae t u d o . . ...... 231. Supersticioso cruei sacrílega ll2_. U_narepresentação 233. Cortadosos lábios ? 1 ! . D _ " o n d ef u g i u o s e n h o r ? ?ll Ir tiro sacrílego 236. Queriapô-lascomo flôres . 237^.Caiu a pedra 238. Vereis como isto pârat! . zJy. uompadecíam_se dêle 240. Cego pelo resto da vida

t

r92

:

'

I

{

183 r83 184 185 186 187 t87 188 188 189 t89 r90 190 l9r r91

1 9 5 .D u a s m o r Í e r a m . . . s a l v o u _ suem a . . 1 9 6 .T u d o p o r D e u s 197.Uma última Comunhãono bosque 198P . r o f a n a ç ãdoa s f e s t a s. . . . . . : . 199.Caírammortos 200. O tesouro da fé (2) 201.Morto e condenado 202. Vencidopela paciênciade Deus 203. Confiançana providência.. 204. Pensaino vosso fim ... ?O^1I mundo é enganador 2 0 6 .C u i d a d oc o m o m u n d o ! . . . . 207.Não acreditavana alma 208. Uma contrariedade que salva a vida . 209. Dando a vida por suasovelhas 210. Um trabalho destruído,outro recompensado 2 1 1 .A a l m a o c i o s an ã o e n t r a r án o c é u . : . . . . , 2 1 2 .Q u e m s e h u m i l h a.. . 213. O dom da iortaleza 214. Como se converteuLuís Veuillot 2 1 5 .O t r a b a t h oi n ú t i l 2 1 6 .P e r d o aur o r i n ì Ã i g o r ' .:.. . : . . . . : : : . . : . : 2 1 7 .E s c o l h e i ! . . . . . . : . 218.A matdiçãode uma mãe . .

3i3?',#:;ï:":Íïïï;i"oi:: . 2?! A oraçãonas tentações

\

l8l 182

,.

t92 t93 193 r94 r94 154 t95 r95 195 r96 197 197 198 t98 199 199 200 240 201

,''

20r 202 202 203 203 203 204 204 204 205 205 205

283

I

i f

Ì

(6:::s.

-S*;

fi:i' , i: i

'

1..

i., l

2 4 1 .N e g r o c o m o c a r v ã o 2 4 2 .E x p i a ç ã o. . . . 243. Jorge Washington 244. O homemdo fuzil 245. Um m,eninoherói 246. Decorai êstes cinco pontos 247. Primeiro irei à missa 248. Por um pecadomenos . 2 4 9 .A á r v o r ec r e s c i a. . . . . 250. Sempre chegavatarde . 251. Saíam da igreja 252. S. Juliana 253. Três Comunhões 2 5 4 .O q u e v a l e u m a m i s s a 2 5 5 . P a iT o d o - p o d e r o s o . . . . 2 5 6 .M e u ú n i c or e m é d i o ..... 257. Estou melhor 258. Os dois vasos 2 5 9 .S e r v i a - sdeo s m e n i n o s. . . . . 260. Uma grandiosaprocissão 2 6 1 .P o u c a sp a l a v r a s 262. Diante de uma imagem de Maria 263. Estude meia hora menos . 264. Uma bênçãopor telegrama . . . . 2 6 5 .S a í as e me s c o l t a 2 6 6 .O i t o h o r a sp o r d i a . . . 267. Um protestante 2 6 8 .E m q u e t e o c u p a s ? 269. Aquêle é meu pai 270. Guardâ-lo-eicomo lembrança 271. Deu-lhe a liberdade 272. S. Tomás Moro 273. Castigo de um mau filho 274. Quero ir com minha mãe 275. S. Macrina 276.Minha mãe era pobre . 2 7 7 .C u i a v a - o ..... 278. Quantocustastea teuspais? 279. Esqueceriameus deveres 280. O retrato do pai 281. Os filhos de Teodósio 282. Sentençasevera 283. Devoradospelos ursos . 284. Salomãohonra sua mãe .. 285. Amor filial . 2 8 6 .C a s t i g os e m p r e c e d e n t e. . . . 287. Faço um prato de pau 288. Aonde ides? . 289. Compra-o e assim terás dois 290. Sei ser fiel

'&i i i .:

fi'

l', l l:r ìr-.

: I

i,

I ,'. ]'

.i

284

t:ì

'i:r.ì tEè.!::É,

.,:

--

:"j:.ç;t:tv.:3ç1*-

206 206 207 207 207 208 208 208 208 20s 209 209 210 214

.......

..:.... .:.....

..:.... .....* .....1.....

2ro 211 211 211 211 212 212 212 212 213 213 213 213 214 214 214 215 215 215 216 216 216 217 217 217 217 218 218 218 218 218 219 219 220 220 220

FÌi 'ii.ìr. 'Ì:+l .i.:i.

::ffi&!;

ìar;

iiri.ã!ïkpì:a-

qr:.si.ì*F,ql Ì., È "i:.

'iÉ

. ,, ,,._:

291. Eu o ser,ei,mamãe 2 9 2 .A c o n t e c i m e n {t o u n e s t o. . . . 2 9 3 .Q u e m é ê s s em o r t a l ? . . . . 294. Servia-osêle mesmo 2 9 5 .O b e d i ê n c i a o m a r i d o . . . . 296. Influênciada mãe

220 Z2l 221 Z2l Z2Z 2Zz 297. Destino de uma alma . 222 298. Interessante elogio Íúnebre 223 299. Achado funesto 223 300.AcapadeS.Martinho ........223 301. Justo remoÍso 224 302. Maus conselheiros 224 303. O melhor cilício . 224 304. Fundamentodo clever . 224 305. Carlos Magno e os Mandamentos. 225 306. Por ter quebrado um vaso 225 307. És uma grande pecadora 225 3 0 8 .D e u s e x i s t e ....... 226 309..Napoleãoe Laplace 226 310. A gratidãopara com Deus . 227 311. Amabilidadesentre esposos 227 312. Preferirum espôsoreligioso 277 313. Trata afável entre esposos 227 3 1 4 .N ã o s e d e i x ee n g a n a rp e l a f o r m o s u r a. . . . 228 3 1 5 .O q u e o s e s p í r i t a d s e Í e ms a b e r ........ ZZB 3 1 6 .P o r q u e e r a a t e u . . 229 317.Ocultara os pecafnn 229 318. Duas classesde pessoas 230 3 1 9 .J á f ê z a p á s c o a ?. . . . 230 3 2 0 .N ã o s a b e c a l a r ........ 231 321. Urna só bôca 231 322. Cuardando silêncio 231 323. Adulação exagerada 231 3 2 4 .N ã o r e s p o n d e r e i ........ 231 3 2 5 .D i a n t ed e u m q u i o s q u e. . . . 232 326. Dois anéis . 232 327. Terrível testamento 232 328. Terrível castigo 233 329.Umacoroadeouroediamantes ........233 330. Acho-o encantador 233 331. Coisaspiores . 233 332. Cinco lrancos 234 333. Perdoar 2s4 334. Novelasse.n.u.ion.i, . . : . : . : : : : : : : : : : : : : : : : : : : . . . . : . : . : : . : : . 234 3 3 5 .U m a Í a m i l i a d e h o m i c i d a s. . . . 235 33ô. Devo escolheras armas 235 337. Ofício do diabo 235 338. E' demasiadopara uma cristã . 235 339. O crucilixonum espelho 236 340. Caíram as armas 236

285

:,

,;i i; i

Ì

JJ 1.

ï t

I l

n Ì; i'

.!

't

1j

ì

it

i I

t r

Ì: ri

i :

*r-r

:

P

í t._

F

341. O senhor mesmo o verá 342. Castigo da ira iì43. Amor aos inimigos 344. Batismo de sangue 345. Quando mudarás de vida? 346. A glória vã dêste mundo 3 4 7 . E i s a q u i o s m e u s t e s o u r o s. . . . . 348. Verdadeira caridade 349. Pedir a vocação para os Iilhos . 350. O padre não se casa 351. Mães boas. filhos santos . 352. Virtude da água benta . 353. As velas no dia de S. Brás .. 354. Virtude da medalha milagrosa 355. Por que me condenaste? 356. A confissão dá-nos a paz . 357. ,Êle era descendentede macaco . . . . . 358. Modéstia de um príncipe . . . 359. A missa obtém graças 360. Ouvia a missa de joelhos 361. E' preferivel a missa 362. O segrêdo da confissão 3 ô 3 . S e n ã o b i a s Í e m a r e s. . . 3 6 4 . P e q u e n o se x e m p l o s ( 1 3 ) . . 365. Savonarola e o carnaval 366. O melhor carnaval 3 6 7 . P r o f a n a ç ã od a s l e s t a s r e l i g i o s a s . . . . . . . . . : . 368. Eis o livro 369. Vai e enterra-o! 370. Aonde vais? . 371. Enorme perda . 372. A mão com que jurara 1173.Martírio de S. Canuto 374. Não murmuraÍ 375. Não tinha o necessário 376. Como recebia as injúrias 377. Ultraje castigado 378. O castigo não se fêz esperar 370. Heroína Chin,esa 330. Respeito humano castigado 381. Na lgreja está a salvação 382. O grande livro .. 3 8 3 . P e n s a v an a m o r t e 38.1.Os santos perdoam . . . 385. Resposta premiada 386. O nràrtilzinho de um beijo 387. Rei das nossas almas . 388. O fato iala por si . 389. Sacrilégio descoberto 390. Terrível remorso

286

--;:-;;.." \-*

236 237 237 237 238 238 238 239 239 239 240 240 240 240 241 24r 24r 242 242 242 242 243 243 243 246 246 z+I

.:.....

247 247 248 248 248 249 249 249 245 . 2fi 251 251 252 252 253 253 254 254 254 255 255 256 256

Fi

391. A saudaçãocristã . 392. Uma boa lição 393.Umaluzsaíadotúmulo 3 9 4 .P o d e rd e S . J o s é 395. As sopinhasde Jesus 396. As pombinhasdo Menino Jesus . 397. A mão mais linda . 398. As rosas . 399. O orgulhoso não se ajoelha 400. A morte nivela tudo

257 Zb7 ........258 ........ 2Sg 2ffi 260 2ú 26l 262

4or.o reiMidas ... :::..: : : :. : : : : : :. : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : : ffii 402.Toma êste cálioe... enche-ode água

4O4.Pobreza feliz .. AO5

A

lpnÃq

do

Froi

Dâ^^-;^

zffi

"

#*.o5

' ' $, ' ç.d-''ã{i

1q. O giganteS. Cristóvão 407.As três tágrimas

.. ?70 . &Zf, "Fj-

.;ìrï'

{A'

. -,* *.,',

i.:,r.., : .ï'

L*'

.-,-'-!#..--*

.,__**ã,:Ì{|i!+



ì : n

ï



.ì ,ffic*

,-*t

OBRAS DE PALPITANTE ATUALIDADE: A Família. Sua Origem e Evolução. Pelo Cgo. Florentino (Findo) Broclr. Barbosa.320 pp. A Reconstruçãodo Mundo. Anotações às ilIensagensde S. S. Pio XII. Por Guido Gonella. Tradução de Afonso J. Iìo(Frasco) Broch. cha. 378 pp. Bases de uma Ordem Social. Anotações às l\lensagens de S. S. Pio XII. Por Guido Gonella. 3M pp. '" (Frasca) Brocb. Psiquiatria Pastoral. Pelo P. Paulo Lachapelle. Tradução do (Fasto) BlocltP. Dinarte PassosC. M. 222 pp. O Carddal Newinan. Pelo P. Dr. i\t. Teixeira-Leite PrftÍdo.

222 pp.

tt-, tt : l,o l:,

ìf, , : ?

t

ç, ] '. ì ,

(Embu) BrccÌr

O Itinerário Místico de São João da Cruz. Pelo P. Dr. M. (Alne) Brcch. Teixeira-Leite Penido. 256 pp. História do Povo de Israel. Pelo P. Américo- Ceppi S. S. (Slori) Brocb. 352 pp. Apontamentos de tlistória Eclesiâstica. Por D. Jaime de Barros Câmara, Cardeal-Arcebispo do Rio de Janeiro. 392 pp. (Mirti) Enc. Compêndio da História da lgreja. Por Frri Dagoberto Romag O. F. l!Í. 3 vols. Volume I: Antiguidade Cristõ. 315 pp. (l\Iaci) Euc. Volume II: A lãade \Íédia. 356 .pp. (Mafa) Enc Volume tII: A Idade Moderna. 385 pp. (NÍapu) EucDicionário Litúrgico. Por Frei Basilio Rõwer O. F. M. S edi(Fane) Broch. - (Fala) Enc" ção. 233 pp. Problemas do Catolicismo Contemporâneo. Por l\Iesquita Pimentel. 336 pp. (Falce) Broch. Catecismo Romano. Tradução de Frei Leopoldo Pires NIar(l\Íilta) Enctins O. F. l\I. 734 pp. Iniciação Teológica. PeÌo P. Dr. lI. Teixeira-Leite Peuido. I. O Mistério da Igreja. 4(D pp. (Nlacu) Broch. II. O i\Íistério dos Sacramentos.480 pp. -Por (i\Iarte) Broch. O Conflito Maçônico-Religiosode f8?2. Ramos de Oliveira. 240 pp. (Fade) Broch. Os Jesuítas de sua origem aos nossos dias Por Henrique Rosa.S. J. Pieparada e completadaaté 1951 por P. -Fèrnando Pedreira de Castro. 480 pp. (Mága) Brpch. História Literária das Grandes Invasões Germânieas. Por Pierre Courcelle. Tradução de Frei Evaristo Paulo Arns O. F. II. 352 pp. (Fanga) Broch. Compêndio de Teologia Pastoral (oferecido aos Seminaristas do Brasil pelo Cardeal Jaime de Barros Câmara, Ar* cebispodo Rio de Janeiro). 400 pp. (Mani) F.nc" Palavra telegráfica dêste volume -

MIVA Broch.

Related Documents

Exemplos De Abrigos
December 2019 30
Exemplos Css
November 2019 62
Geotools-exemplos
November 2019 25

More Documents from ""

- Instructions -.txt
June 2020 8
November 2019 22
May 2020 12