A Fortaleza/Palácio de S. Lourenço
Sala do Palácio de São Lourenço “Adiante logo da alfândega... está a fortaleza Velha, que é a principal... e, assim como tem dentro água, não lhe faltam atafonas, fornos e celeiros para recolher os mantimentos e ricos aposentos, onde o capitão pousa, adornados com seu jardim e frescura.” [Gaspar Frutuoso, Livro Segundo das Saudades da Terra, Ponta Delgada,1979, p.111]
A construção do primitivo baluarte foi ordenado em 1540 por D. João III. Em 1566, com o assalto dos corsários huguenotes, reconheceu-se a inoperância do mesmo, tendo-se avançado com a total transformação a cargo dos fortificadores Mateus Fernandes e Jerónimo Jorge, dando-lhe a forma do desenho traçado em 1654 por Bartolomeu João.
O conjunto destaca-se na frente marítima pela sua imponência. O torreão leste sobressai por evidenciar as marcas da primitiva construção com é o caso das armas manuelinas em cantaria da ilha
A partir da ocupação filipina o edifício foi reservado a morada das autoridades superiores da ilha, perdendo as funcionalidades de fortaleza e adquirindo as de palácio de acolhimento de visitantes ilustres, convidados dos governadores no decurso dos séculos XVIII e XIX. O próprio rei D. Carlos I nele pernoitou em 1901. São vários os motivos de atenção e visita. Assim, no primeiro piso temos a sala gótica com abóbada de nervuras assentes com cinco ramos, fechada por uma Cruz de Cristo. Ainda, na entrada são de registar os retratos das autoridades da ilha: os capitães do Funchal, os capitães e governadores gerais e os governadores civis. Abaixo do plano da muralha, que se espraia sobre a baía, estavam as célebres fontes de João Dinis, destruídas em 1949 e que nos séculos passados abasteceram a navegação. Em 1993 foi inaugurada uma exposição permanente que conta a História do imóvel.