Revista Petro E Quimica 347.pdf

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Ano XXXV - nº 347 - 2012

Sustentabilidade Empresas adotam dimensões ambiental e social na gestão

Nesta edição

Editorial

Emissões Evoluções nas legislações ambientais nem sempre são bem quistas. Elas sempre embutem o risco do aumento nos tributos e restrições ao desenvolvimento econômico. Com a Política Nacional sobre Mudança do Clima não é diferente: um ato “amigável” ao futuro do planeta pode não ser tão amigável ao crescimento do setor industrial. Uma política mais ousada poderia incentivar o desenvolvimento de uma economia de baixo carbono. Com 44% da sua matriz energética abastecida por fontes renováveis e o potencial para liderar a química verde, restringir a produção interna pode abrir espaço para a importação de bens produzidos em países que emitem mais gases de efeito estufa, causando um efeito adverso no objetivo de reduzir as emissões globais.

Capa: Unidade industrial da Oxiteno no Pólo de Camaçari / Ary Diesendruck

Há esperanças – afinal de contas, ela é verde e também a última que morre: para transformar em ações práticas a meta de reduzir em 5% as emissões de gases de efeito estufa, o governo montou uma comissão técnica com representantes do setor produtivo. Também encomendou estudos técnicos ao setor acadêmico. A CTPIN não terá função deliberativa – mas abandonar a arbitrariedade não deixa de ser uma evolução. A principal reportagem desta Petro & Química atualiza o fluxo da Política Nacional sobre Mudança do Clima. Também ouve o setor químico sobre a integração da sustentabilidade à sua estratégia de investimentos. O relatório “Do Disclosure à Ação” – elaborado pelo Carbon Disclosure Project - CDP com respostas dadas por 54 empresas brasileiras – aponta que as mudanças climáticas estão integradas à sua estratégia de negócios em 81% delas – embora apenas 19% afirmem que suas decisões levam em consideração o tema. Uma série de artigos escritos por especialistas traz uma análise tecnológica à questão ambiental. Há ainda o mais completo e isento noticiário do setor – com destaque para a retrospectiva da Rio Oil & Gas, que reafirmou seu importante papel na consolidação do Brasil como potência global em petróleo e gás. O editor Próxima Edição: Valete Editora Técn. Coml. Ltda. www.editoravalete.com.br DIRETOR RESPONSÁVEL Waldir Rodrigues Freire DIRETORIA [email protected]

Medição de variáveis na indústria de processo ASSINATURAS [email protected] DEPTO. COMERCIAL/ANÚNCIOS [email protected] FINANCEIRO [email protected]

ENDEREÇO Rua Fernandes Vieira, 45 Belenzinho São Paulo - SP CEP: 03059-023

REDAÇÃO Teresinha Cehanavicius Freire - Diretora Flávio Bosco - Editor Adjunto [email protected] Filiada à

Tel/Fax: (11) 2292.1838 / 3798.1838

ISSN: 0101-5397

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Petro & Química

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Sumário

Índice Retrospectiva

Matéria de capa – Sustentabilidade Ary Diesendruck

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Sustentabilidade começa a moldar decisões de investimentos

Petróleo & Gás

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72 Governo anuncia data para Rodada de Licitações e Congresso aprova royalties. 72 Queiroz Galvão adquire 30% de bloco na Bacia de Campos 72 Sinochem entra em cinco blocos na Bacia do Espírito Santo 73 Pacific Rubiales adquire participação em blocos da Karoon 73 Vale vende participação na Bacia do Espírito Santo 73 Programa vai capacitar indústrias paulistas 73 STJ suspende liminar que proibia operação da Transocean 73 Terceiro poço amplia produção da OGX 73 Keppel fará integração de FPSOs OSX-4 e OSX-5 73 Tomé investirá R$ 120 milhões para produzir módulos de plataformas 73 CGGVeritas adquire divisão de Geociências da Fugro 74 Abimaq firma acordo de cooperação com SSA 74 Asscenon nasce e estuda transporte marítimo 74 Teste de formação indica alto potencial na Bacia do Solimões 74 Petrobras e HRT estudarão planos para Bacia do Solimões 74 Gates instala unidade especializada em Macaé 75 TCU recomenda aperfeiçoamento de fiscalização de conteúdo local 75 Exigência amplia custos de exploração, aponta pesquisa 75 Trelleborg inaugura fábrica de mangueiras 75 Flexomarine fecha fornecimento de mangotes à Modec 75 Manguinhos entra com mandato de segurança contra desapropriação 75 Radix desenvolve plataforma online para módulo de gerenciamento de processos da Repar 75 Genesis adquire a Suporte Consultoria 76 DNV apresenta recomendação de boas práticas para shale gas 76 Petrobras amplia programa de eficiência operacional para mais sete campos

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Rio Oil & Gas mostra que nenhum negócio é tão promissor quando se projeta o futuro econômico do país 98 Investimentos na Bacia de Santos atraem fornecedores à Santos Offshore 101 PCIC BR reúne experiências práticas de engenharia elétrica 102 ABB aposta na melhor exploração dos recursos energéticos 103 Oil & Gas Forum na Automation Fair

Artigos 24 Avaliação da ozonização e O3/UV acoplado com membranas no tratamento de efluentes da indústria de petróleo visando reúso 30 Considerações sobre a norma CNEN-NN 3.01: proteção dos trabalhadores expostos à radiação ionizante aplicada à indústria de petróleo e gás 34 Determinação da concentração de HPAs presentes em gases de combustão oriundos da queima de gás natural e biomassa 38 Impacto da configuração do regenerador e das variáveis do FCC nas emissões de NOX 43 Análise de riscos ambientais para atividades offshore: desafios e oportunidades 47 Compensação ambiental: um estudo sobre a legalidade, aplicabilidade e implicações para o desenvolvimento sustentável nas perspectivas local e nacional 53 Determinação da concentração de compostos BTEX presentes na atmosfera através da aplicação da técnica de microextração em fase sólida 57 FlowView – Sistema de Suporte à Decisão Para Análise de Dados e Reconhecimento de Padrões de Escoamento Multifásico 65 Uma estimativa do incremento no risco social perante o crescimento populacional desordenado no entorno de refinarias ao longo dos anos, uma base para a adoção de medidas de controle

Seções 6 8 12 106 111 115

Agenda Jornal Empresas e Negócios Notícias da Petrobras Excelência Sustentável Produtos e Serviços

Agenda / Gente 18 a 21 Coteq – Conferência Sobre Tecnologia de

2013 março 19 a 21 Fluid & Process 2013 São Paulo Organização: Reed Exhibitions Alcântara Machado tel.: (11) 3060-4954 / www.fluidprocess.com.br

abril 2 a 4 Petrotech São Paulo Organização: Cipa / Fiera Milano tel.: (11) 5585-4355 / www.petrotech.com.br 8 a 10 2° Congresso Brasileiro de CO2 na Indústria de

25 a 28 4ª Feira de Manutenção e Equipamentos Industriais Blumenau / SC Organização: Mega tel.: (47) 3027 1008 / www.feiramanutencao.com.br

setembro 3 a 6 Offshore Europe Aberdeen/Escócia Organização: Reed Exhibitions tel.: 44 (0)20 8910 7797 / www.offshore-europe.co.uk

Petróleo, Gás e Biocombustíveis Rio de Janeiro Organização: IBP tel.: (21) 2112-9000 / www.ibp.org.br/cbco2

24 a 26 Rio Pipeline

16 a 19 LNG17

outubro

Houston / EUA Organização: CWC www.lng17.org

23 a 26 Santos Offshore Santos / SP Organização: Reed Exhibitions Alcântara Machado tel.: (11) 3060-4954 / www.santosoffshore.com.br

maio 6 a 9 Offshore Technology Conference Houston / EUA Organização: OTC http://otcnet.org/2013 7 e 8 AccelerateBrazil 2013 Rio de Janeiro Organização: Faircount tel.: +44 (0)20 7428 7000 / www.acceleratebrazil.com 16 e 17 Congresso Rio Automação 2013 Rio de Janeiro Organização: IBP tel.: (21) 2112-9000 / www.ibp.org.br/rioautomacao

20 a 24 Feiplastic – Feira Internacional do Plástico São Paulo Organização: Reed Exhibitions Alcântara Machado tel.: (11) 3060-4954 / www.feiplastic.com.br

junho 11 a 14 Brasil Offshore Macaé / RJ Organização: Reed Exhibitions Alcântara Machado tel.: (11) 3060-4954 / www.brasiloffshore.com 6

Equipamentos Porto de Galinhas / PE Organização: Abendi tel.: 11 5586 3161 / www.abendi.org.br/coteq/

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Rio de Janeiro Organização: IBP tel.: (21) 2112-9000 / www.ibp.org.br

8 a 10 OTC Brasil Rio de Janeiro Organização: IBP / OTC www.otcbrasil.org/2013 29 a 31 Febraman São Paulo Organização: Cipa Fiera Milano tel.: (11) 5585-4355 / www.febraman.com.br

gente Claudio Makarovsky assumiu a presidência do Conselho de Óleo e Gás da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos - Abimaq, em substituição a Walter Lapietra. Makarovsky é Strategic Account Executive na divisão Measurement & Control da GE Energy e coordenador da Comissão de Instrumentação e Automação do Instituto Brasileiro de Petróleo. José Nuno Carranca é o novo diretor Regional de Vendas da divisão de Energia da Rolls-Royce para a América do Sul. Nascido em Portugal, Carranca começou a carreira na francesa Alstom. Antes de entrar para a Rolls-Royce, Carranca foi o diretor de vendas da MAN Diesel & Turbo, sendo responsável por todas as atividades da Unidade de Negócios de Energia na região. O executivo tem um diploma de engenharia mecânica e especialização em Termodinâmica Aplicada na Universidade Técnica de Lisboa, em Portugal.

Agenda / Gente Agência Petrobras

A presidente da Petrobras, Maria das Graças Silva Foster , recebeu a Medalha Pedro Ernesto, principal homenagem que o Rio de Janeiro presta às personalidades que mais se destacaram na sociedade brasileira em suas respectivas áreas de atuação. O vereador Reimont Luiz Otoni, autor da homenagem à presidente da Petrobras, abordou, em seu discurso, o sucesso profissional de Maria das Graças, lembrando que é fundamental registrar histórias de pessoas que, ao longo da vida, ultrapassaram barreiras e se tornaram um exemplo a ser seguido.

Maria das Graças também recebeu homenagem pelo apoio da Petrobras à indústria naval brasileira, entregue pelo presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Construção

Agência Petrobras

e Reparação Naval e Offshore – Sinaval. O presidente da Transpetro, Sérgio Machado, foi homenageado pelo Sinaval pela contribuição ao desenvolvimento da indústria naval e offshore brasileira. As homenagens foram prestadas durante a entrega do II Prêmio Naval de Qualidade e Sustentabilidade, promovido pelo Sinaval.

Gisela Bellinello assumiu a Gerência Geral da Agilent Brasil, que inclui as divisões de Análises Químicas e Biociências. Graduada em Farmácia-Bioquímica pela Universidade de São Paulo e com especialização em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas, Gisela foi Gerente Geral da GE Healthcare Life Sciences, empresa onde atuou por 21 anos.

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Jornal

IChemE

Atmosferas explosivas 1

Possíveis soluções para alguns dos maiores desafios do mundo estão listados no Chemical Engineers Matters, novo relatório da Institution of Chemical Engineers - IChemE, que foca em assegurar as fontes sustentáveis de energia, de alimento, de nutrição, acesso a água limpa, saúde e bem estar – áreas onde a engenharia química pode ter um impacto positivo. O relatório explora a aplicação da engenharia química e apresenta alguns pensamentos correntes hoje sobre segurança e risco, educação, treinamento e pesquisas. E sustenta que não existe solução universal para o crescimento global da demanda de energia. Afirma que as energias fósseis ainda terão posição central na economia por mais algumas décadas ainda que uma “descarbonização” e sustentabilidade sejam urgentes.

A Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT colocou em consulta pública o projeto de revisão das Normas NBR IEC 60079-0, NBR IEC 61892-1, NBR IEC 61892-2, NBR IEC 60034-6 e NBR IEC 60034-7. A Série ABNT NBR IEC 60079 especifica os requisitos gerais para construção, ensaios e marcação de equipamentos elétricos e componentes “Ex”, destinados à instalação ou utilização em atmosferas explosivas. Esta nova edição irá substituir a edição vigente, publicada pela ABNT em 2008. A NBR IEC 61892-2 prescreve condições para instalações elétricas, em unidades fixas e móveis, utilizadas na indústria marítima de petróleo, com a finalidade de perfuração, processamento e armazenamento, incluindo oleodutos, estações de bombeamento, estações de lançamento e recebimento de “pigs”, estações de compressão e monobóias de ancoragem expostas – essa nova edição irá substituir a edição atual, publicada em 2009. A NBR IEC 60034-6 identifica os arranjos dos circuitos e os métodos de circulação dos fluídos refrigerantes em máquinas elétricas girantes, classifica os métodos de resfriamento, enquanto a NBR IEC 60034-7 especifica os Códigos IM – uma classificação dos tipos de construção, arranjos de montagem e posição da caixa de terminais de máquinas elétricas girantes.

Relatório lista soluções para desafios

Química

Deficit deve bater recorde de US$ 28 bi A balança comercial de produtos químicos no Brasil deve registrar neste ano o maior deficit de sua história. De janeiro até outubro, as importações somaram US$ 35,4 bilhões e as exportações chegaram a US$ 12,5 bilhões. Segundo a Associação Brasileira da Indústria Química, o saldo negativo pode superar US$ 28 bilhões – superando o déficit registrado no ano passado, de US$ 26,5 bilhões. O déficit, na avaliação da diretora de Comércio Exterior da Abiquim, Denise Naranjo, resulta da combinação da desaceleração da demanda internacional por produtos químicos e do reaquecimento do mercado brasileiro. “Nesse contexto, é particularmente preocupante o aumento do déficit em produtos de uso final, que tem reprimido a demanda interna por produtos químicos de uso industrial fabricados no país, sem que as empresas do setor tenham conseguido alavancar suas exportações e reposicionar seus produtos no mercado internacional”. 8

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ABNT em consulta pública coloca revisão de normas

Atmosferas explosivas 2

IEC publica nova norma para proteção s A International Electrotechnical Commission publicou em setembro a Norma IEC 60079-33 - Atmosferas explosivas - Parte 33: Proteção de equipamentos por proteção especial “s”. Essa parte da série IEC 60079 apresenta a metodologia específica para a avaliação e ensaio, bem como os requisitos para a marcação de equipamentos elétricos, partes de equipamentos elétricos e componentes “Ex” com tipo de proteção “s”. Esta nova parte da IEC 60079 é aplicável a equipamentos elétricos que utilizam um método de proteção não coberto por outra norma da série, e também para equipamentos elétricos que utilizam um ou mais tipos de proteção normalizados, quando o projeto e fabricação não estejam totalmente em conformidade com as normas para os tipos de proteção. A IEC 60079-33 também modifica os requisitos gerais da ABNT NBR IEC 60079-0: o requisito desta norma deve ser prevalecente quando estiver em conflito com um requisito da ABNT NBR IEC 60079-0. A elaboração da respectiva Norma técnica brasileira ABNT NBR IEC 60079-33 está sob escopo da Comissão de Estudo CE 03:031.06 do Subcomitê SC-31 do Comitê Brasileiro de Eletricidade, Eletrônica, Telecomunicações e Iluminação – Cobei.

Mercado

Brasil aumenta tarifas de importação para resinas O governo brasileiro aumentou temporariamente as tarifas de importação de 100 produtos, incluindo os polietilenos de alta densidade, de baixa densidade, linear de baixa densidade, policarbonato, etilenoglicol, e polibutadieno – elevando as tarifas para os produtos PE e EG de 14% para 20% e as tarifas de policarbonato de 16% para 25%. Apoiado pela Abiquim, mas criticado pela Associação Brasileira da Indústria do Plástico - Abiplast, o aumento segue decisão da Câmara Brasileira de Comércio Exterior para fortalecer a economia local.

Jornal

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Jornal

Manutenção

Congresso da Abraman reforça necessidade de qualificação da mão de obra O gerente executivo de Educação e Tecnologia do Senai, Rolando Vargas Vallejo, afirmou, durante mesa redonda realizada no 27º Congresso Brasileiro de Manutenção, que técnicos e tecnólogos são os profissionais mais necessários na indústria brasileira atualmente. Segundo Vallejos, as empresas têm atribuído a engenheiros funções que devem ser exercidas por profissionais com formações técnicas. “É necessário mostrar para as empresas que elas precisam de técnicos e tecnólogos”. O Senai construirá 53 novos centros de ensino, incluindo unidades móveis, caminhões e um barco, que oferecerão infraestrutura para aulas e avaliações. Também serão criados 23 institutos de inovação e 38 de tecnologia. O gerente de Recursos Humanos da Refinaria Getulio Vargas, Juarez Casnok, destacou o curso de formação de técnicos de manutenção promovido pela Petrobras – que formou a primeira turma. Durante o Congresso, Alan John Poling, da Solomon Associates, trouxe o tema “Reliability and Maintenance – RAM – The Path to World Class Performance”; Laurent Tetard, da Mazars, falou sobre “How to conciliate industrial and finance world”. John Woodhouse – da TPWL e IAM - e José Antônio Conejo Badilla, doICE, falaram a respeito da “PAS 55”, seguidos de Afonso Sartorio, da Accenture, que discursou sobre a Pesquisa da Gestão de Ativos.

Plásticos

Estudo aponta macrotendências das embalagens até 2020 Conveniência e Simplicidade; Estética e Identidade; Qualidade e Novas Tecnologias; Sustentabilidade e Ética; e Segurança e Assuntos Regulatórios são os temas que deverão nortear a atuação da indústria de embalagens nos próximos anos. Essa é a conclusão do estudo “Brasil Pack Trends 2020”, desenvolvido por uma equipe de pesquisadores do Centro de Tecnologia de Embalagens - Cetea e da Plataforma de Inovação Tecnológica do Instituto de Tecnologia de Alimentos - Ital, com o apoio da Associação Brasileira da Indústria do PET - Abipet. De acordo com o estudo, também foi detectada a preferência por produtos que consigam agregar praticidade ao preparo e no momento do consumo, minimizando uso de copos, talheres e outros utensílios, além daqueles que sejam porcionados, com possibilidade de uso em fornos microondas. 10

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Evento 1

Dia da Engenharia Alemã tem foco na indústria química e petroquímica

Felipe de Mattos Muci

A mesa redonda “A química é inovação para uma vida sustentável” contou com o presidente da Henkel Mercosul, Julio Muñoz-Kampff; o presidente da Evonik Degussa do Brasil, Weber Porto, moderação do presidente-executivo da Abiquim, Fernando Figueiredo, o vice-presidente da Basf para a América do Sul, Antonio Lacerda, o presidente da Bayer, Theo van der Loo, e o Líder Global de Inovação e Tecnologia da Lanxess, Paul Wagner.

Em sua quarta edição, o Dia da Engenharia Alemã, promovido pela VDI-Brasil em parceria com a Câmara Brasil-Alemanha, discutiu as tendências das indústrias química e petroquímica. O evento contou com mais de 500 participantes. Segundo o presidente da VDI-Brasil, Edgar Horny, após a fase em que a transferência tecnológica da Alemanha para o Brasil caracterizava o setor, hoje a inovação local é o grande trunfo para aproveitar todas as chances que o país oferece. O Dia da Engenharia Alemã 2012 demonstrou também que a transferência de tecnologia é um caminho bilateral ao convidar a empresa Braskem para contar a história de seu caminho na direção inversa, quando essa multinacional brasileira chegou à Alemanha.

Evento 2

Feira Química reune cadeia voltada ao setor químico A Feira Química 2012 reuniu fabricantes de máquinas, equipamentos, acessórios, insumos e serviços para todo o setor, atraindo consumidores finais, empresas do segmento petroquímico, química básica e química fina. Segundo o diretor da feira, Igor Tavares, a pre- Química 2012: objetivo de promover troca sença de profissionais que de informações atuam em empresas como 3M, Braskem, Basf, Bayer, Rhodia, Lanxess, Dupont e Syngenta eleva o nível dos negócios que são realizados durante esses três dias de evento. “A Feira Química nasceu para abranger os diversos setores que a química envolve, mas, sobretudo, para permitir que este crescente mercado tenha um ambiente para promover a troca de informações e experiência. Esperamos que este objetivo tenha sido atingido durante esses três dias de evento”.

Jornal

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Empresas & Negócios

Braskem reduz prejuízo no terceiro trimestre

O aumento no volume de vendas e a variação cambial puxaram para cima o resultado operacional da Braskem no terceiro trimestre do ano. Mas não foram suficientes para anular o impacto do resultado financeiro contábil. Com isso a empresa fechou o período com prejuízo de R$ 124 milhões. Em relação ao terceiro trimestre de 2011, as vendas da Braskem cresceram 11%. A receita líquida totalizou R$ 9,45 bilhões no trimestre, um crescimento de 9% – o mesmo aumento observado no custo dos produtos vendidos. Já o Ebitda ficou em R$ 930 milhões. Em nove meses, o prejuízo acumulado soma R$ 1 bilhão. Empresa fecha contrato de EPC para projeto Etileno XXI - A Braskem Idesa, joint-venture da Braskem com a mexicana Idesa, fechou com o consórcio formado por Odebrecht (40%), Technip (40%) e ICA Fluor (20%) o contrato de engenharia, aprovisionamento e construção do complexo petroquímico Etileno XXI, no México – avaliado em US$ 2,7 bilhões. O investimento total no empreendimento, que deve iniciar operações em junho de 2015, é de US$ 3,2 bilhões.

Plano Decenal de Energia calcula investimento do Comperj em US$ 21,6 bilhões

O Plano Decenal de Energia 2011-2021 colocado em audiência pública pelo Ministério de Minas e Energia prevê que o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro - Comperj custará US$ 21,6 bilhões. O valor ainda não havia sido divulgado pela Petrobras – segundo a Empresa de Pesquisa Energética, que elaborou o Plano, o valor divulgado é uma estimativa preliminar, uma vez que o projeto se encontra em reavaliação pela Petrobras. O Comperj será formado por dois trens de refino – um com capacidade de processar 165 mil barris por dia, a partir de abril de 2015, e outro, de 300 mil barris por dia, previsto para 2018 – e unidades de produção de lubrificantes e aromáticos, e de processamento do gás natural produzido no pré-sal – que será utilizado como matéria-prima para as plantas petroquímicas. Petrobras fornecerá gás a preços competitivos para Braskem – A presidente da Petrobras, Maria das Graças Silva Foster, afirmou que o Comperj irá fornecer gás a preço competitivo para a Braskem. “Faz sentido econômico quando é tratado de forma integrada”, afirmou.

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Renomeada Pentair, exTyco Valves & Controls terá portfólio com 60 marcas

A Tyco Valves & Controls anunciou que agora se chama Pentair Valves & Controls. Agora parte da Pentair Ltd., a Pentair Valves & Controls continuará a oferecer produtos, serviços e soluções de gerenciamento de fluxo para clientes do mundo todo. Beneficiando-se do maior alcance global da Pentair, o portfólio de válvulas, atuadores e controles com mais de 60 marcas será disponibilizado em uma gama mais ampla de aplicações e indústrias. “A junção de duas grandes empresas, Tyco Flow Control e Pentair Ltd., é o começo de um futuro brilhante, não só para o nosso negócio, mas também para os nossos clientes. Estamos empenhados em continuar a oferecer os melhores produtos, experiência técnica e serviços, para fornecer soluções completas aos nossos clientes do mundo todo, independentemente da aplicação”, disse o presidente da Pentair Valves & Controls, David Dunbar.

Mercado brasileiro abre oportunidade de crescimento para Kemira

O programa de restruturação global da Kemira, denominado “Fit for Growth”, tem por objetivo obter uma economia de custos da ordem de € 60 milhões anuais, melhoria da produtividade e maior eficiência. O programa está alinhado à estimativa de um crescimento de 3% nos mercados mais estabelecidos e de 7% nos mercados emergentes – entre eles o Brasil. Em sua visita ao Brasil, o CEO da Kemira, Wolfgang Büchele apresentou as metas globais da Kemira e sua perspectiva de crescimento. A empresa especializada em tratamento de água encerrou o ano de 2011 com vendas de € 160 milhões na América do Sul e pretende dobrar este faturamento nos próximos cinco anos. A estratégia de expansão está focada no desenvolvimento de soluções e aplicações diversas em seus principais segmentos: celulose e papel; municipal e industrial; petróleo e mineração. “O potencial de setores como óleo, gás e mineração, bioetanol no caso brasileiro, celulose e papel, bem como o crescimento das cidades e de suas populações, revela excelentes oportunidades de crescimento para a Kemira. Com o apoio dos nossos quatro centros mundiais de Pesquisa e Desenvolvimento, um deles aqui no país, estamos muito próximos dos nossos clientes e de suas reais necessidades de economia e melhoria para a eficiência da água”.

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Empresas & Negócios

Tuper inaugura unidade de óleo e gás

Unidade de São Bento do Sul abrigará o fornecimento de tubos de aço API

A Tuper colocou em operação sua oitava unidade industrial, em São Bento do Sul/SC, na qual foram investidos R$ 198 milhões. A Tuper Óleo e Gás, que abrigará o fornecimento de tubos de aço API para o mercado de petróleo e gás, tem capacidade anual para processar 180 mil toneladas de aço. Na nova unidade passam a ser produzidos tubos de aço carbono para aplicações estruturais e de condução, com diâmetros de até 13 3/8 polegadas e espessuras variando de 3mm até 16mm. Também serão fabricados tubos casing, que são usados para revestimento de poços de petróleo. Nos últimos dois anos, a Tuper investiu R$ 357 milhões

– pouco mais da metade desse valor teve como destino a unidade de são Bento do Sul. Agora a empresa anunciou investimentos de R$ 130 milhões para a construção de sete Pequenas Centrais Hidrelétricas em três rios da região nordeste de Santa Catarina, que deverão gerar 28 MW destinados ao consumo próprio e fornecimento para terceiros. Outro projeto é o início da produção de andaimes tubulares para o segmento da construção civil. Nesse caso, os investimentos necessários serão superiores a R$ 3 milhões. O presidente da Tuper, Frank Bollmann, também revelou que a empresa está finalizando um plano para abrir uma subsidiária da Tuper Comercial em Houston, nos EUA.

Nicsa abre nova nova fábrica

A nova unidade da Nicsa Indústria e Comércio de Válvulas, localizada em Caxias do Sul/ RS, reforçará a sua capacidade de produção de diversas linhas de válvulas industriais. A nova fábrica conta com centros de usinagem e bancada automatizada de testes. Nova unidade da Nicsa: centros de usinagem e bancada automatizada de testes

Petroquímica Suape prepara operação da planta de PTA A Petroquímica Suape deu inicio à fase de comissionamento da unidade de ácido tereftálico – PTA. A previsão é colocar a unidade em operação em janeiro de 2013 – um ano após a previsão inicial. A planta de PTA produzirá 700 mil toneladas por ano. Parte importante dessa produção será absorvida por outras duas unidades que serão integradas: a produção de PET e a produção de filamentos de poliéster.

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Um excedente de 100 mil toneladas de PTA ainda estará disponível para abastecer outras empresas – atualmente o PTA é importado, principalmente pela M&G para produção de PET. Pelo cronograma original, a fábrica de PTA entraria em operação no primeiro semestre de 2012. Entre os fatores determinantes para os atrasos estão três paralisações dos operários – a última greve durou 24 dias, entre outubro e novembro.

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Informativo CSVI A CSVI defende institucional e politicamente os interesses do setor de válvulas industriais, buscando presrevar e ampliar a capacidade empreendedora nacional

A Câmara Setorial de Válvulas Industriais (CSVI) da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) hoje congrega entre seus associados os mais de 65 fabricantes de válvulas industriais, as quais se destacam como as mais representativas do setor, tendo capacidade tecnológica e produtiva para atender aos diferentes segmentos e atividades industriais, tais como: Indústrias Químicas e petroquímica, petróleo e gás, usinas de açúcar e álcool, saneamento básico, siderurgia, alimentícia, papel e celulose, indústria naval e eletronuclear. A CSVI, através da Abimaq, defende institucional e politicamente os interesses do setor de válvulas industriais, buscando preservar e ampliar a capacidade empreendedora nacional. Em 2012 obteve conquistas importantes para o setor como: alteração de tratamento administrativo para válvulas borboleta e solenoide, elevação da alíquota do imposto de importação da válvula esfera. Participação ativa no Sub Grupo de Trabalho Hold Points de Equipamentos, do Grupo de Trabalho da Petrobras / Engenharia / Associação Brasileira de Engenharia Industrial (Abemi) e Associação Brasileira de Consultores de Engenharia (ABCE), que tem o objetivo de estabelecer critérios relacionados ao processo de inspeção de válvulas, gerando assim um Plano de Inspeção e Teste (PIT) Padrão para Válvulas Industriais. Foi reativado o Grupo de Trabalho do Curso de Válvulas, que conta com a participação ativa dos fabricantes para atualizar e inserir novos tipos de válvulas na grade do curso. Esta reativação se deve ao belo histórico deste projeto, já que o mesmo foi ministrado para mais de 2.500 pessoas. Outro motivo para a reativação foi à carência do setor em ter profissionais que conheçam os tipos e aplicações das válvulas. A CSVI e suas associadas participam dos maiores e mais importantes eventos e feiras nacionais e internacionais do setor, onde demonstram que a indústria brasileira esta de-

senvolvendo um trabalho constante na busca de oportunidades, parcerias para aumentar a competitividade da indústria nacional. Nossas associadas são constantemente premiadas pela qualidade de suas válvulas, vindo a comprovar que as indústrias brasileiras estão desenvolvidas tecnologicamente e preparadas para atender toda e qualquer demanda. Para o ano de 2013 a CSVI está acreditando na aplicação do Conteúdo Local pela Agencia Nacional do Petróleo (ANP), para incrementar a participação da indústria nacional nos projetos de exploração e desenvolvimento da produção de petróleo e gás natural. Atualmente, apesar das encomendas feitas aos fabricantes nacionais, a participação dos seus produtos nesse mercado tem caído constantemente, atingindo um patamar estimado em 20% da demanda total do mercado – contra 80% de válvulas importadas. Além da desindustrialização das nossas indústrias, com isto o desemprego será inevitável.

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Matéria de Capa

Ary Diesendruck / Oxiteno

Com o devido respeito Sustentabilidade começa a moldar decisões de investimentos empresariais

M

eses atrás a Oxiteno recebeu uma queixa inusitada de um vizinho de sua fábrica localizada em Tremembé / SP: por que a empresa mantinha uma lâmpada acesa no pátio durante o dia? A resposta era simples: defeito na fotocélula que acende automaticamente a lâmpada. Consertar o equipamento, localizado a 60 metros de altura seria um pouco complexo – só a montagem do andaime demora um dia inteiro. Quando a reclamação chegou, a ordem de serviço até já estava emitida. O que intrigou mesmo foi o questionamento. Por que alguém se preocuparia com uma lâmpada que passa dia e noite acesa

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– e mais ainda, por que alguém gastaria seu tempo para reclamar disso? “Isso dá uma noção de o quanto a sociedade está atenta àquilo que geramos”, avalia o gerente de Qualidade, Saúde, Segurança, Meio Ambiente e Responsabilidade Social da Oxiteno, Claudemir Peres. Em setembro, a Petrobras foi acusada duas vezes – pelo Ministério Público Federal, por crime ambiental envolvendo derramamento de óleo da Refinaria Duque de Caxias e contaminação do rio Iguaçu, e pela Polícia Federal, pelo despejo de água de produção separada do petróleo nos terminais. Uma

Matéria de Capa Operador em área industrial da Oxiteno

nota oficial para explicar que a água produzida junto com o petróleo nas plataformas é tratada e descartada de acordo com as resoluções 393 e 357 do Conselho Nacional de Meio Ambiente - Conama, no entanto, não foi suficiente para evitar que movimentos sociais, pescadores artesanais e comunidades impactadas pela indústria do petróleo realizassem uma manifestação à frente da sua sede, no centro do Rio de Janeiro. Compreender a dimensão que a sociedade passou a dar ao conceito de sustentabilidade – e lidar com isso – é, sem dúvida, um desafio. Um grupo de empresas já posicionado para enfrentar essa questão vem desenvolvendo sistemáti-

cas para permitir que essas prioridades ganhem espaço nas suas decisões. Investimentos que minimizem o consumo de recursos foram gradualmente sendo adicionados aos planejamentos das indústrias – primeiro eles vieram com a obrigatoriedade da legislação, e mais recentemente evoluíram com as estratégias de eficiência. Agora as empresas estão conferindo um caráter matemático à questão. A Braskem, por exemplo, estruturou uma metodologia dentro do software de gestão de projetos e portfólio para pontuar cada projeto segundo seu impacto ambiental – por essa metodologia, os projetos que representarem menor consumo de recursos naturais ou menores emissões de resíduos e efluentes ganham uma pontuação extra. “Não é uma nova forma de encarar o investimento, porque antes de implementarmos essa ferramenta, nosso investimento na melhoria das questões de saúde, segurança e meio ambiente já vinha acontecendo. Essa ferramenta é uma forma mais sistemática para considerar as dimensões da sustentabilidade no processo decisório”, explica o diretor de Desenvolvimento Sustentável da Braskem, Jorge Soto. Os projetos desenvolvidos pela Oxiteno mesclam os critérios de sustentabilidade dentro das ferramentas de Planejamento da Qualidade do Produto - PQP, adotada da indústria automobilística, e Front-End Loading - FEL, de gestão de projetos – em cada etapa da FEL, há correlações com os requisitos ambientais e de segurança e saúde ocupacional. Na empresa, há dois documentos principais que orientam o desenvolvimento de projetos – uma circular normativa e um procedimento corporativo. A primeira aborda desde a classificação do projeto e seus direcionamentos – o fluxograma a ser adotado nos casos de produção de novos produtos ou a ampliação de uma planta – até a validação do produto e do processo. O segundo, mais técnico, aprofunda o detalhamento do projeto. “A concepção de gestão, nesse modelo, não olha um projeto pensando em meio ambiente, mas planeja de maneira integrada, para atender a todos esses requisitos”, explica Claudemir Peres. A Petrobras entrou para o grupo no ano passado, quando começou a adotar a metodologia batizada internamente de Projeto SMS e Eficiência Energética em Projetos de Investimento. Este ano, definiu as ferramentas para gestão que levam em consideração os aspectos de saúde, segurança, meio ambiente e eficiência energética – que já estão sendo aplicadas aos projetos identificados como prioritários. O pacote que dá suporte à decisão para aprovação de um projeto de investimento deve ter um parecer técnico da área de SMES. No mais recente ranking do Carbon Disclosure Project - CDP – uma organização nãogovernamental do Reino Unido voltada a temas ambientais – a petroleira está classificada entre as empresas brasileiras que apresentam a maior compreensão sobre os impactos das mudanças climáticas para seus negócios e que estão adotando medidas como a redução das emissões de gases de efeito estufa.

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Claudemir: sustentabilidade integradas desde início do projeto O mesmo relatório, elaborado com base na resposta dada por 54 empresas, aponta que as mudanças climáticas estão integradas à sua estratégia de negócios em 81% delas – embora apenas 19% afirmam que suas decisões levam em consideração o tema. Faz parte do gerenciamento do negócio minimizar as emissões, efluentes e resíduos – que, em última instância, são matérias-primas que deixaram de ser transformadas durante o processo. Recorrendo ao caso da própria Oxiteno, que produz óxido de eteno a partir da reação catalítica do eteno com o oxigênio, a maior eficiência dessa transformação e redução das perdas é possível com a adoção de catalisadores mais avançados. A premissa é que as abordagens ambiental e de segurança operacional estejam integradas desde a primeira fase do projeto – quando o trabalho está centrado em averiguar as rotas de produção, custos e suprimentos de matérias-primas – e possam derrubá-lo caso encontre algum requisito legal ou nível de criticidade inadequado aos padrões. Na última fase, da validação, o projeto só é aceito se as metas de eficiência e geração de resíduos forem atingidas. “Esse é um modelo de aprendizado: o projeto é aceito pela companhia só quando tivermos o nível aceitável previsto no início. Enquanto não chegarmos nesse ponto, temos o processo de melhoria”, conta o gerente. Um projeto pode surgir até pelo monitoramento do desempenho das unidades – os índices de produção, consumo de matérias-primas, água e energia e a geração de resíduos alimentam o sistema, e quando os engenheiros detectam que algo pode ser melhorado, dão início a um novo projeto. O gerente cita como exemplo a instalação da unidade de etoxilação no pólo de Camaçari / BA, em operação já há dois anos. O projeto adotou um sistema de lavagem por sprays, que reduz o consumo de água em um terço – para limpar os quatro vasos, a Oxiteno consome 24 toneladas de água a menos do que necessita nas outras unidades semelhantes. Há outros dois ganhos relacionados à água: o vapor gerado 20

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na unidade, depois de servir para aquecimento, é condensado e direcionado para a lavagem, e o sistema de filtragem permite uma secagem mais eficiente da torta, minimizando o volume de água em cerca de 80% e os custos para disposição dos resíduos. Na unidade localizada no pólo petroquímico do ABC / SP, a Oxiteno reduziu o volume e o custo dos resíduos após um projeto concebido dentro da metodologia Seis Sigma. Durante o período de implantação, os índices caíram de 105% para 78% – e em abril deste ano estava em 28%. Na Braskem, a instalação de um novo vaso de flash para recuperação de etileno em uma das plantas de polietileno é citada por Jorge Soto como exemplo de projeto que ganhou prioridade no portfólio. A metodologia adotada pela Braskem demandou minucioso trabalho de definição dos modelos e configuração dos softwares de gestão de projetos. “Esse modelo de avaliação é bidirecional: temos muitos projetos e para chegar à conclusão de quais faremos, consideramos tanto a dimensão econômica quanto a dimensão ambiental e social”. A petroquímica também está classificada no ranking do CDP entre as empresas brasileiras que apresentam a maior compreensão sobre os impactos das mudanças climáticas para seus negócios – embora seu nome não apareça na lista das empresas que estão adotando medidas. Resultados significativos já foram alcançados pela Braskem – uma boa medida é o índice de emissões de gases de efeito estufa, que entre 2008 e 2011 caiu 11%. O que essa nova metodologia traz de novo é a sistemática para subsidiar as decisões. Lá estão incluídas questões sobre o consumo de água e emissões de gases de efeito estufa. Os projetos que representarem menor consumo de recursos naturais ou menores emissões de resíduos e efluentes, por exemplo, ganham uma pontuação extra. “Todo projeto passa por essa análise – e queremos em cada projeto contribuir para a sustentabilidade das decisões”, finaliza o diretor.

Soto: metodologia para valorizar sustentabilidade nos investimentos

Matéria de Capa

Comissão formada por representantes do governo e da indústria discutirá caminhos para reduzir emissões Às vésperas da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas - COP-15, o então presidente Lula anunciou o compromisso voluntário de reduzir entre 36,1% e 38,9% as emissões de gases de efeito estufa. O Decreto que regulamenta a Política Nacional sobre Mudança do Clima, publicado em 2010, estima que em 2020 o país emitiria 3,236 GtCO2-eq – medidas de eficiência energética e incremento do uso de biocombustíveis e geração de energia através de alternativas, um dos planos de ação da Política, teriam como meta o corte de 6,1% a 7,7% desse valor. Embora projetada levando-se em conta um incremento anual de 5% no Produto Interno Bruto, a meta oculta um risco que sempre intoxica o setor produtivo quando governos anunciam mudanças na legislação ambiental: reprimir seu crescimento. Bem conduzida, no entanto, a Política deveria incentivar a economia de baixo carbono – levando em conta que o Brasil possui 44% de sua matriz energética abastecida por fontes renováveis, restringir a produção interna pode abrir espaço para a importação de bens que emitem mais gases de efeito estufa na sua produção, causando um efeito adverso no objetivo de reduzir as emissões globais. A partir da publicação do Decreto, os Ministérios do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e de Meio Ambiente passaram a articular um plano para o setor industrial, responsável por 3% das emissões no país – e após um ano, definiram o Plano de Redução e Mitigação de Emissões e Adaptação às Mudanças Climáticas para o Setor Industrial, ou Plano Indústria, que inicia o trabalho com os segmentos que representam a maior parte das emissões da indústria: químicas, de cimento, alumínio e papel e celulose. O Decreto incluiu a meta de abater em 5% as emissões projetadas até 2020 – pelo cronograma, já em 2013 os quatro setores deverão elaborar inventários de emissões. O detalhamento e monitoramento de cada setor – e as contrapartidas econômicas para as ações de mitigação – serão discutidos pela Comissão Técnica do Plano Indústria - CTPIN, instituída em acordo entre os Ministérios e a Confede-

Comin: trabalho em parceria com setor produtivo ração Nacional da Indústria. “Essa passagem de um objetivo geral para objetivos mais específicos pressupõe um esforço técnico considerável – por isso formamos essa Comissão, que conta com a presença da indústria química representada pela Abiquim, mais o setor acadêmico e ministérios pertinentes”, justifica o diretor do Departamento de Competitividade Industrial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Alexandre Comin. A CTPIN tem um papel consultivo – funcionará como fórum de debates e articulação, sem poder para deliberar, mas será das suas discussões que surgirão as propostas para a metodologia adotada para a elaboração dos inventários, O Brasil é responsável por 1,4% das emissões de CO2. De acordo com um levantamento realizado pelo Projeto Carbono Global, as emissões na China, Índia e Brasil aumentaram 9,9%, 7,5% e 1,4%, respectivamente, em 2011, em comparação com 2010, enquanto EUA e União Europeia apresentaram queda na quantidade de CO2 emitida em 1,8% e 2,8%. O mesmo relatório aponta que as emissões de gás carbônico crescerão 2,6% em 2012, atingindo o volume de 35,6 bilhões de toneladas – 58% superior aos índices de 1990.

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Matéria de Capa exigidos para o setor químico a partir de 2013. Na primeira reunião, realizada em outubro, os participantes da Comissão sugeriram a criação de um grupo de trabalho para estudar a estrutura de Mensuração, Reporte e Verificação - MRV. Outra preocupação do governo, segundo Comin, é que a elaboração dos inventários não traga custos elevados, principalmente para as pequenas empresas – a proposta inicial é exigir o inventário para as grandes indústrias a partir de 2013 e deixar a obrigatoriedade para as médias empresas para Fonte: Abiquim 2014 e para as pequenas em 2015. Há também o plano de exigir medições metrológicas para as grandes indústrias e medições por amostragens para as menores. Caberia à CTPIN definir essa classificação do porte das empresas do setor. “Para as grandes empresas o inventário tem um custo pequeno. À medida em que nos aproximamos de empresas menores, provavelmente faremos inventários simplificados – com amostragem ou calculando a partir do consumo de combustíveis”.

Incentivos Para subsidiar a estruturação de políticas, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior contratou as Notas Técnicas Setoriais e de Metodologia de Inventários ao Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas - GVces. “Fizemos uma análise do perfil técnico de cada setor, com viés de emissões de gases de efeito estufa, uma análise do perfil tecnológico e uma análise do perfil econômico. E encontramos em cada setor quais eram os potenciais de redução de emissões”, relata o Coordenador do Programa Política e Economia Ambiental do Gvces, Guarany Osório. De acordo com a Nota Técnica elaborada pela GVCes, ainda existem oportunidades para reduções na intensidade de emissões na indústria química, associadas eficiência energética e aumento no uso de fontes renováveis na sua matriz energética e produção – e até a integração de unidades que podem utilizar o CO2 como insumo, como é o caso da produção integrada de amônia e ureia. 22

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Um dos desdobramentos será entender o custo dessa redução das emissões – o que é classificado como Marginal Abatement Cost - MAC. A CNI contratou um estudo sobre esses custos e sua eficácia – dentro do acordo de cooperação firmado pela entidade com os Ministérios, há ainda a proposta para a criação de um banco nacional de fatores de emissão e a capacitação em inventários corporativos. Há ainda a recomendação para que o governo implemente incentivos tributários e crédito para a aquisição de equipamentos e em P&D – os recursos teriam como fonte o Fundo-Clima, formado com as participações especiais pagas pelas petroleiras. A Abiquim defende que o Plano considere as peculiaridades do setor – diferente dos outros segmentos, há na industria química uma diversidade de produtos e processos – e que a metodologia leve em conta a medição por processos e não sejam descartados todo o trabalho já realizado. As indústrias químicas que já realizam seus inventários utilizam o GHG Protocol – e uma metodologia diferente exigiria retrabalhos. Os dados da Abiquim mostram que entre 2004 e 2010 a intensidade de emissão de CO2 na indústria química brasileira caiu de 411 kg/ton de produto para 290 kg/ton. Incentivada, pode trazer melhores resultados. “Se o governo incentivar o uso de energia renovável, com a redução de custo dos investimentos ou da tarifa associada a esse tipo de projetos, ou incentivo a P&D nesse assunto, conseguirá atingir seu objetivo – que é alavancar a competitividade da indústria brasileira”, avalia Jorge Soto.

Matéria de Capa

Nome Guarany Osório Cargo Coordenador do Programa bienPolítica e Economia Am em os tud Es tal do Centro de P/ ES Sustentabilidade da EA FGV - GVces

Análise

“É possível ainda ter mais ganhos. Para isso é necessário alinhamento contínuo entre o setor privado e o governo” Em dez anos as indústrias químicas brasileiras reduziram em 46% a intensidade das emissões de gases de efeito estufa. Um novo salto, no entanto, depende das articulações entre as empresas e o governo – a missão do setor privado está relacionada diretamente à capacidade de inovar e ao comprometimento com as tecnologias de baixo carbono, enquanto que ao governo caberia incorporar a temática da mudança climática nas políticas fiscal e de crédito. “Um caminho é a CTPIN, um fórum onde estão todos esses atores. E aí é o momento de colocar o que tem que ser melhorado e dar a sua contribuição”, avalia o coordenador do Programa Política e Economia Ambiental do Centro de Estudos em Sustentabilidade da EAESP/FGV – GVces, Guarany Osório. Advogado especializado em ciências jurídico-ambientais pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, Osório coordenou a equipe que elaborou as Notas Técnicas do Plano Indústria – encomendadas pelo Ministério do Desenvolvimento, Industria e Comércio Exterior, que servirão como subsidio para a elaboração das políticas públicas. Entre março e agosto, economistas, engenheiros, advogados e consultores da GVCes estudaram os quatro setores incluídos na primeira fase do Plano Indústria – químico, cimento, alumínio, e papel e celulose – e seus potenciais para a redução das emissões.

As notas técnicas sugerem incentivos? Foram sugeridos alguns genéricos: facilitação de crédito e abatimento fiscal para quem adotasse essas medidas. O estudo com a participação integral dos setores – a Abiquim esteve sempre muito disponível e fizemos várias reuniões bilaterais. Até porque se você não envolve o setor e não entende a realidade, o estudo não terá nenhuma aplicabilidade. Primeiro fizemos um trabalho com perfil acadêmico e técnico, depois reunimos governo, empresas, associações e ONGs para apresentar o que havíamos feito e colher inputs. Demos um primeiro passo nesse trabalho, de identificar os potenciais. Agora é necessário fazer um estudo detalhado sobre o custo marginal de abatimento – o Marginal Abatment Cost, MAC – para saber o quanto custaria para o setor trocar uma tecnologia x por y, e quanto representaria de redução. Existia algum estudo que pudesse ser usado como parâmetro? Tivemos um trabalho inicial de fazer essa estrutura. Utilizamos referências e os anuários das associações setoriais – o anuário da Abiquim é muito bem elaborado e detalhado, o que ajudou bastante no estudo. Também usamos estudos internacionais

das associações de alguns setores. Não sei se é inédita, mas é uma estrutura sob medida para os objetivos da construção do Plano Indústria. Mesmo tendo esses dados, há uma dificuldade de ter dados de emissão por planta – por isso a importância da nota técnica sobre Mensuração, Relato e Verificação de Inventários Bottomup de Gases de Efeito Estufa no Brasil - MRV, porque vamos conseguir colher a informação das principais indústrias desses setores e fazer um banco de dados robusto para entender onde estão essas emissões e como elas estão divididas. Com quais dados a CTPIN vai discutir a metodologia para a elaboração dos inventários? Fizemos quase que um road map com o que existe no mundo e alguns caminhos que o Brasil pode seguir. E sugerimos uma agenda, que foi discutida com o Ministério. Mas deixamos abertas algumas discussões metodológicas, porque isso é um processo que tem que ser feito em conjunto. Algum desses casos se encaixa com mais adequação ao Brasil? Algumas ferramentas são corporativas: o GHG Protocol e a ISO 14064. Isso é muito adotado para as empresas fazerem a gestão das suas emissões: elas conhecem onde emitem e conseguem tomar decisão. Só que o MRV do Ministério é específico para processo industrial e energia – então tem que haver uma adaptação. O segundo passo é saber para o que isso vai ser usado: se for para fazer um mercado de emissão no Brasil, é uma abordagem diferente. Nesse caso União Européia, Califórnia, Nova Zelândia, Austrália já fazem – e China, Índia e Coréia do Sul estão no caminho de coletar informação para montar um mercado. Deixamos aberto, porque ele pode ser usado para também direcionar um programa que o governo queira fazer. É possível comparar o setor químico com os demais setores? É muito difícil. Enquanto no setor de cimento está muito claro que existem duas tecnologias, o setor químico é muito mais pulverizado. Trabalhamos por produto.

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Artigo Técnico

Avaliação da ozonização e O3/UV acoplado com membranas no tratamento de efluentes da indústria de petróleo visando reúso Thiago Ferreira de Souza Ribeiro Mestre, PEQ/COPPE/UFRJ

Rafael Costa Esteves Aluno de iniciação científica, LabPol Felipe Henriques de Moraes Técnico em Meio Ambiente, LabPol Resumo Um dos recursos naturais mais importantes da natureza, a água necessita de controles para seus usos através de políticas ambientais, visto que apenas 3% de toda água disponível no planeta é de origem doce e, na maioria dos casos, de difícil acesso. Com o objetivo de adequar o efluente aos padrões requeridos para o seu reúso, este trabalho avaliou o processo O3/UV acoplado com membranas de osmose inversa (OI) para tratamento de um efluente proveniente de uma unidade biodisco da refinaria Gabriel Passos (Regap) da Petrobras. Os experimentos foram realizados em um reator fotoquímico com volume útil de 2 L com camisa de resfriamento e compartimento interno de quartzo para suporte da lâmpada UV-C germicida, empregada nas potências de 15, 55 e 95 W. A vazão de gás utilizada foi de 1 L/min com concentração de ozônio variando entre 3-10 mg/L na fase gasosa. O efluente estudado possui uma natureza recalcitrante, evidenciada pelas baixas remoções de COT obtidas para o processo O3/UV. Já a adição de H2O2 na proporção C:H2O2 1:2 levou a uma remoção de COT de 80%. Após o tratamento, o efluente sofreu polimento em uma unidade de OI, que mostrou ótima eficiência na remoção de sais, gerando um efluente dentro dos padrões de reúso mais restritivos. No que tange ao pré-tratamento da etapa de OI, o processo O3/H2O2/UV se mostrou eficaz, evitando queda significativa no fluxo de permeado da OI.

1. Introdução A disponibilidade de água no mundo excede, em muito, a demanda humana. No entanto, a forma com a qual este recurso está distribuído constitui um grave problema. Isto porque, apesar de abundante, apenas 3 % da água do planeta tem origem doce, condição mais apropriada para o consumo humano; 24

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Ana Cláudia Cerqueira Profissional do Meio Ambiente Pleno da Petrobras

Márcia Dezotti Professora associada do PEQ/COPPE/UFRJ

o restante é constituído basicamente pela água dos oceanos. E destes 3 % apenas 0,5 % desta água está disponível em locais de fácil acesso como aquíferos, lagos e rios. Com relação à disponibilidade de água, o Brasil pode ser considerado um país privilegiado, possuindo cerca de 13% de toda a reserva de água doce do planeta (MIERZWA, 2005). No entanto, estes recursos hídricos estão mal distribuídos geograficamente, visto que a Região Amazônica concentra mais de 80 % das reservas hídricas, enquanto o estado do Amazonas abriga apena 7,5 % da população brasileira (MANCUSO, 2003). Além da pouca disponibilidade de água para o consumo, a crescente poluição dos corpos hídricos, através dos despejos domésticos e industriais, agrava esta questão, impactando no abastecimento de água potável dos centros urbanos. O reúso de água é definido como o aproveitamento de águas previamente utilizadas, uma ou mais vezes, em alguma atividade humana, para suprir as necessidades de outros usos benéficos, inclusive o original. A prática do reúso, portanto, acarreta em diversos benefícios para a indústria, tanto do ponto de vista ambiental, econômico como da imagem da empresa, visto que o conceito de reúso está diretamente alinhado com a política de gestão ambiental vigente. Com relação ao meio ambiente, o reúso de águas contribui para a preservação dos recursos hídricos, provocando, consequentemente, um aumento da disponibilidade hídrica para a população através da redução da captação de água dos mananciais. Os benefícios econômicos, por sua vez, estão atrelados aos ambientais, visto que a empresa passa a não acrescentar a seus produtos os custos relacionados à cobrança pelo uso da água. Portanto, o reúso surge como uma alternativa capaz de aperfeiçoar a eficiência de gestão da água, proporcionando a diminuição do consumo de água bem como a minimização dos efluentes ge-

Artigo Técnico rados. Neste sentido, os processos oxidativos e de separação por membranas são técnicas empregadas quando o reúso do efluente é tido como objetivo (SCHNEIDER, 2010). Os processos oxidativos avançados (POA) são tecnologias promissoras para o tratamento de efluentes complexos, como os efluentes industriais e de refinarias, sendo empregados com o intuito de remover poluentes orgânicos de difícil degradação. Os POA diferem dos processos oxidativos convencionais pela geração dos radicais hidroxila, que são espécies radicalares com elevado poder oxidante podendo atuar na conversão dos contaminantes em produtos menos tóxicos; agir na quebra de moléculas orgânicas gerando subprodutos menos complexos que podem ser tratados biologicamente ou, em condições ótimas, mineralizar a grande maioria dos poluentes orgânicos, convertendo-os a dióxido de carbono (CO2), água e íons inorgânicos. Os radicais hidroxila são radicais com elevado poder oxidante, muito maior do que os dos oxidantes mais comumente utilizados, como o cloro. Além disto, a capacidade dos POA de mineralizar diversos poluentes é favorecida pela natureza não seletiva destes radicais hidroxila, que permite a reação do radical com os mais variados compostos orgânicos. O radical hidroxila se destaca também pela cinética de reação com os poluentes, apresentando valores bastante elevados para a maioria dos compostos orgânicos. A osmose inversa é um processo de separação por membranas muito utilizado quando se deseja reter solutos de baixa massa molar, como os íons inorgânicos. Possui como vantagens o fato ser um processo utilizado no tratamento de águas residuárias, reter micro-organismos e compostos orgânicos antropogênicos, serem sistemas compactos, além de poder atingir mais de 90% de remoção de sólidos dissolvidos. Um dos maiores problemas encontrados na operação da osmose inversa é o controle das incrustações. Estas incrustações são fenômenos indesejáveis no qual o fluxo de permeado é reduzido, podendo inviabilizar os custos de operação do processo.

2. Materiais e métodos O efluente foi coletado após filtros de areia situados na saída da unidade de biodisco da Refinaria Gabriel Passos (Regap) – Petrobras, localizada em Betim, município brasileiro do estado de Minas Gerais. A caracterização foi realizada através dos parâmetros de pH, condutividade, turbidez, demanda química de oxigênio (DQO), carbono orgânico total (COT), absorbância no comprimento de onda de 254 nm (ABS254), nitrogênio amoniacal (NH4+) e sólidos suspensos totais (SST). Os resultados da caracterização do efluente são apresentados na tabela 2.1.

Os ensaios de ozonização e POA foram realizados em um reator fotoquímico de escala bancada, com volume útil de 2,5 L e tubo interno de quartzo, onde foram inseridas lâmpadas UV-C germicidas nas potências de 15 W, 55 W e 95 W. As concentrações de ozônio utilizadas foram de 3 a 10 mgO3/L na fase gasosa. A vazão de gás utilizada (1 L/min) e o volume de efluente (2 L) adicionado ao reator foram os mesmos para todos os ensaios. O tempo de reação foi de 60 minutos para todos os ensaios sendo retiradas alíquotas a cada 10 minutos de modo a acompanhar a remoção de matéria orgânica. Após o tratamento do efluente pela oxidação avançada o mesmo era encaminhado para a etapa de osmose inversa visando reduzir a concentração de sais do efluente, possibilitando seu reúso em torres de resfriamento ou para geração de vapor em caldeiras de alta pressão, por exemplo. Os testes de longa duração consistiram na permeação do efluente de modo contínuo por 150 horas de modo a avaliar a tendência da membrana para formação de biofilme, anotando-se o fluxo de permeado de tempos em tempos. Foram realizados testes de permeação de longa duração para o efluente tratado pelos processos O3/ UV e O3/H2O2/UV, na pressão de 30 bar. A figura 2.1 ilustra o reator fotoquímico utilizado, assim como a unidade de osmose inversa.

Figura 2.1 – Reator fotoquímico e unidade de osmose inversa em escala bancada.

3. Resultados e discussão 3.1 Ozonização Inicialmente, realizou-se os ensaios de ozonização do efluente nas concentrações de O3 de 3, 6 e 10 mg/L, na ausência de irradiação. Os resultados obtidos após 60 minutos de reação estão apresentados na tabela 3.1. Tabela 3.1 – Resultados de ozonização do efluente industrial após 60 minutos de ozonização e na ausência de irradiação Remoções (%) COT ABS254 SUVA

3 mg O3/L 5 53 53

6 mg O3/L 8 67 64

10 mg O3/L 9 66 62

Tabela 2.1 – Caracterização do efluente industrial utilizado no estudo pH

Condutividade (μS/cm)

Turbidez (UNT)

DQO (mg/L)

COT (mg/L)

ABS254

NH4+ (mg/L)

6,73-7,61

1127-1953

0,02-0,26

39-81

12,2-16,6

0,33-0,39

1-17 no 347

Sólidos Totais (mg/L) 7-57

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Artigo Técnico Nestas condições operacionais, os resultados apresentaram baixas remoções de COT. Este fato é justificado pela literatura, visto que a ozonização raramente leva a mineralização dos compostos. Outro motivo responsável pela baixa remoção de COT se deve ao fato do ozônio, no pH utilizado, gerar radicais hidroxila em quantidade menores, já que o mesmo se decompõe completamente em radicais hidroxila somente em pH básico, acima de valores de pH 10 (DEZOTTI, 2008; LUCAS et al., 2010, SOUZA, 2010). Em pH neutro, como o do efluente industrial estudado, apenas em torno de 50% do ozônio dissolvido se decompõe em radicais hidroxila. Deste modo, o mecanismo de degradação predominante nas condições empregadas neste estudo é a reação direta com o ozônio molecular, que devido a sua seletividade não leva a mineralização dos poluentes. A redução de 60 % nos parâmetros de ABS254 e SUVA sugere uma mudança nas características do efluente, possivelmente tornando-o mais biodegradável (GONG et al., 2008; GOTTSHALK et al., 2010).

3.2 Processos Oxidativos Avançados - O3/UV e O3/H2O2/UV O acoplamento dos processos de ozonização e radiação ultravioleta (O3/UV) foi utilizado no trabalho visando uma maior geração de radicais hidroxila, o que possibilitaria um aumento na remoção da matéria orgânica presente no efluente. Os valores de pH e condutividade do efluente permaneceram constantes durante todos os ensaios. A tabela 3.2 resume os valores de remoção dos principais parâmetros analisados para os ensaios nas concentrações de 3, 6 e 10 mg/L. Tabela 3.2 – Remoções de Cor, COT, ABS254 e SUVA para o processo O3/UV em diferentes condições de operação após 60 minutos de irradiação Eficiência de remoção (%) Potência da [O3] Lâmpada (mg/L) UV-C (W) 3 15 3 55 3 95 6 15 6 55 6 95 10 15 10 55 10 95

Cor

COT

ABS254

SUVA

78,0 ± 9,0 79,9 ± 13,5 90,0 ± 2,0 89,0 ± 1,4 93,1 ± 2,0 94,5 ± 4,0 90,0 ± 1,0 91,7 ± 0,6 93,4 ± 1,5

3,6 ± 0,6 11,5 ± 0,3 10,9 ± 0,8 13,4 ± 0,4 18,4 ± 2,7 21,4 ± 2,9 10,6 ± 0,5 16,5 ± 2,1 17,3 ± 2,1

56,3 ± 1,2 68,1 ± 4,2 64,1 ± 3,2 74,7 ± 6,6 84,0 ± 2,7 83,6 ± 1,5 75,6 ± 0,3 84,5 ± 0,1 81,4 ± 2,1

56,0 ± 3,0 64,0 ± 4,6 60,1 ± 4,6 70,8 ± 7,5 80,7 ± 2,2 79,1 ± 1,1 73,6 ± 0,3 81,9 ± 0,1 77,7 ± 0,7

Para a concentração de O3 de 3 mg/L foram obtidas baixas remoções, para todas as lâmpadas UV-C utilizadas (15, 55 e 95 W), sendo estas remoções semelhantes às remoções obtidas quando apenas a ozonização foi empregada, sem a adição de luz ultravioleta. Estes resultados mostram que a adição de luz ultravioleta (mesmo em potências elevadas) não foi capaz de decompor o ozônio em radicais hidroxila, possivelmente devido à baixa concentração de O3 dissolvido na matriz aquosa. Adicionando-se este fato ao pH do efluente, em torno da neutralidade, pode-se supor que o mecanismo de degradação 26

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da matéria orgânica foi novamente predominado pelo ataque direto do ozônio molecular. Para a condição de operação com 6 mg O3/L foram obtidas baixas remoções de COT, apresentando um máximo de remoção de 21%, em média, para a lâmpada de 95 W. Foram obtidas boas remoções de cor, ABS254 e SUVA, em torno de 90% para o primeiro e 80% para os dois últimos. Apesar de não mineralizar a matéria orgânica presente no efluente, o processo O3/UV consegue degradar de certa forma esta matéria orgânica ao ponto de gerar subprodutos menos complexos que, com um tratamento biológico, possam ser removidos (GONG et al., 2008). A utilização de maiores concentrações de O3 (10 mg/L) não apresentou bons resultados novamente, atingindo remoção de COT de 17%, em média, para a lâmpada de 95 W. Os valores de remoção dos parâmetros cor, ABS254 e SUVA mantiveram-se em torno de 90% para o primeiro, e 75% para os dois últimos, respectivamente. Os baixos valores de remoção de COT evidenciam a característica recalcitrante dos compostos presentes na matriz aquosa do efluente, que o processo O3/UV não conseguiu degradar. O aumento da concentração de O3, nas condições utilizadas nesse estudo, causou uma remoção maior de COT, visto que a maior concentração de ozônio na matriz aquosa representa uma maior decomposição de O3 em radicais hidroxila, potencializada pela exposição do O3 à radiação ultravioleta. A concentração de O3 de 10 mg/L apresentou a mesma remoção de COT que a concentração de 6 mg/L, possivelmente devido a limitações de transferência de massa no reator, impedindo uma maior dissolução do O3 na matriz aquosa. O aumento da intensidade de radiação UV teve impacto positivo na remoção de COT. As lâmpadas de 55 e 95 W renderam os mesmos valores de remoção de COT, sugerindo o emprego de um excesso de fótons no sistema, consequência das baixas concentrações de O3 aplicadas no estudo. Após a realização dos ensaios O3/UV foi determinada a melhor condição de operação tendo como base a remoção de COT. As maiores remoções de COT para o processo O3/UV foram obtidas empregando-se a concentração de ozônio de 6 mg/L. Paralelamente, pode-se observar que a lâmpada de 95 W não rendeu uma remoção de matéria orgânica significativa perante a lâmpada de 55 W. Com isso, a condição experimental selecionada para prosseguir as atividades experimentais foi a de concentração de O3 de 6 mg/L e de intensidade de radiação de 55 W. Vale ressaltar que mesmo a melhor condição de operação para o processo O3/UV proporcionou baixas remoções de COT. Visando uma maior remoção de COT e, consequentemente, evitar maiores incrustações da membrana de OI foram realizados ensaios empregando-se um maior tempo de reação (180 minutos) para o processo O3/UV e adição de peróxido de hidrogênio nas proporções C:H2O2 de 1:1 e 1:2. A tabela 3.3 resume os resultados obtidos para os ensaios realizados a partir da melhor condição operacional observada na etapa de O3/UV.

Artigo Técnico Tabela 3.3 – Remoções de COT e ABS254 nos ensaios de ozonização com adição de peróxido ([O3] = 6 mg/L e Lâmpada UV-C de 55 W) Eficiência de remoção (%) Processo O3/UV O3/H2O2/UV O3/H2O2/UV O3/UV O3/H2O2/UV O3/H2O2/UV

Proporção C:H2O2 1:1 1:2 1:1 1:2

Tempo de reação (min)

COT

ABS254

60 60 60 180 180 180

18 ± 3 42 ± 1 67 ± 1 50 ± 1 68 ± 1 80 ± 2

84 ± 3 90 ± 1 92 ± 1 90 ± 1 92 ± 1 93 ± 1

A adição de H2O2 ao processo O3/UV promoveu resultados bastante positivos no que tange a remoção de COT, para as duas proporções C:H2O2 de 1:1 e 1:2, resultando num aumento na remoção de COT de 133% para a proporção C:H2O2 de 1:1 e de 272% para a proporção C:H2O2 de 1:2. Estes resultados estão de acordo com o disposto na literatura, já que o peróxido de hidrogênio proporciona uma maior geração de radicais hidroxila na matriz aquosa, aumentando o poder oxidativo do sistema e, consequentemente, a eficiência na remoção de COT. O processo O3/UV sem adição de peróxido tem sua cinética de reação favorecida com o aumento do tempo de reação para 180 minutos, atingindo aumento em 178% na remoção de COT, o que também já era esperado. Portanto, a reação de O3/UV com a adição de H2O2 na proporção de C:H2O2 de 1:2 e um tempo de reação de 180 minutos proporcionou grande remoção de matéria orgânica (80% de remoção de COT e 93% de remoção de ABS254) e um aumento de 515% na eficiência de remoção de COT quando comparado com o processo O3/UV realizado com 60 minutos de reação. Estes resultados comprovam que a oxidação via radical •OH é muito mais eficiente para este efluente do que a reação via ozônio molecular para a remoção de COT, ainda que pequenas quantidades de peróxido de hidrogênio tenham sido adicionadas. Este efluente foi então encaminhado para a etapa de OI.

3.3 Osmose Inversa De modo a avaliar a redução do potencial incrustante do efluente, foram realizados ensaios de Índice de Densidade de Sedimentos (SDI) para o efluentes tratado pela etapa de oxidação avançada e para o efluente biotratado, visando sua posterior utilização na etapa de osmose inversa. O SDI15 do efluente foi de 5,9 ± 0,1 (pH = 7,5 e T = 25 ºC) o que indica a necessidade de um pré-tratamento antes da etapa de osmose inversa (MOSSET et al., 2008; DIAS, 2011). Os resultados de SDI15 dos efluentes tratados pelos processos O3/UV e O3/ H2O2/UV estão rapresentadas na tabela 3.4. Tabela 3.4 – Resultados de SDI15 do efluente após tratamento oxidativo Processo O3/UV O3/H2O2/UV

Proporção Tempo de C:H2O2 reação (min) 180 1:2 180

pH T (ºC) 7,7 8,3

25 25

no de 5,0, faixa recomendada para a utilização em equipamentos como a osmose inversa. Deve-se ressaltar que nesses ensaios (tabela 3.4) não foi obtida uma boa redução do SDI, no entanto para outras amostras foram obtidos resultados de SDI menores que 3. Durante os ensaios de permeação da etapa de osmose inversa foram analisadas as características da alimentação, do permeado e do concentrado, além do fluxo de permeado. Todos os ensaios de permeação foram realizados em triplicata. Os parâmetros utilizados para a caracterização do efluente foram pH, condutividade, COT e nitrogênio amoniacal. A figura 3.1 ilustra o acompanhamento da condutividade e do COT, respectivamente, durante o ensaio de permeação nas pressões de 30 e 25 bar e graus de recuperação de 0 – 25 %.

Figura 3.1 – Valores de condutividade e COT da corrente de permeado para os ensaios de permeação ( ) P = 30 bar ( • ) P = 25 bar.

Os ensaios de permeação renderam remoções de 95 % de COT e condutividade e redução de nitrogênio amoniacal de 73 % para a pressão de 25 bar. Já com a pressão de 30 bar, houve remoção de 96 % para condutividade, 88 % para COT e 77 % para NH4+, valores obtidos para o grau de recuperação (R) de 25 %. O fluxo de permeado se manteve relativamente constante durante os ensaios, em torno de 95 L.h-1.m-2. A tabela 3.5 apresenta as características das correntes de alimentação, permeado e concentrado para os ensaios nas pressões de operação de 25 e 30 bar. Tabela 3.5 – Características da alimentação, permeado e concentrado para o ensaio de osmose inversa nas pressões de 25 e 30 bar e R = 25% com efluente pós-O3/H2O2/UV e irradiação por 180 minutos Pressão (bar) 25

SDI15 4,9 ± 0,1 5,3 ± 0,1

Os resultados obtidos de SDI15 apresentaram valores em tor-

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COT NH4+ (mg/L) (mg/L) Alimentação 7,2 ± 0,5 1314 ± 152 4,1 ± 0,3 1,04 ± 0,09 Permeado (R = 25%) 6,0 ± 0,7 58 ± 23 0,2 ± 0,1 0,26 ± 0,01 Concentrado 7,6 ± 0,1 1707 ± 1 3,3 ± 1,0 0,49 ± 0,02 (R = 25%) Alimentação 7,5 ± 0,1 1184 ± 15 4,0 ± 0,3 0,52 ± 0,17 Permeado (R 7,9 ± 0,1 42 ± 8 0,5 ± 0,3 0,12 ± 0,05 = 25%) Concentrado 7,7 ± 0,1 1643 ± 103 4,2 ± 0,4 0,37 ± 0,09 (R = 25%) pH

λ (μS/cm)

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Artigo Técnico As características do efluente gerado foram analisadas após a etapa de osmose inversa visando sua possibilidade de adequação aos padrões requeridos para o reúso industrial. A etapa de osmose inversa forneceu efluente apto para reúso nas condições mais exigentes, como caldeiras de alta pressão, como mostrado pela tabela 3.6.

Após os ensaios de osmose inversa foi feita a microscopia de epifluorescência das membranas de modo a analisar as células vivas e mortas no biofilme. Nestes ensaios, as células vivas ficam coradas de verde e as células mortas, de vermelho. Foi realizada a microscopia de epifluorescência do efluente biotratado e do efluente pré-tratado pelo processo O3/H2O2/UV (figura 3.3).

Tabela 3.6 Comparação entre os parâmetros de qualidade do efluente gerado através do acoplamento POA-OI e os requeridos para o reúso em caldeiras de alta pressão Parâmetro pH Condutividade (μS/cm) Turbidez (UNT) DQO (mg/L) COT (mg/L) ABS254 Amônia (mg/L) SST (mg/L)

Efluente biotratado 6,73 - 7,61

Efluente após Efluente após Caldeira de etapa de POA etapa de OI Alta Pressão 7,9 ± 0,1 7,3 - 8,2 8,2 - 9,0

1127 - 1953

1368 - 1463

42 ± 8

60

0,02 - 0,26

-

-

-

39 - 81 12,2 - 16,6 0,33 - 0,39 1 - 17 7 - 57

3,2 - 4,8 0,026 - 0,030 3 - 17 -

0,5 ± 0,3 0,12 ± 0,05 -

1 1 0,5

A queda do fluxo de permeado está representada pela figura 3.2.

Figura 3.3 Microscopia de epifluorescência das membranas: (a) e (b) Efluente biotratado; (c) e (d) Efluente pós-processo O3/H2O2/UV

Com as imagens de microscopia, pode-se observar uma menor presença de microorganismos no tratamento com o processo O3/H2O2/UV, apesar de formação de biofilme pelo tratamento de POA, comprovou-se a eficácia de um pré-tratamento. Ao compararem as figuras 3.3c e 3.3d pode-se observar maior presença de células mortas do que vivas na membrana após o tratamento do efluente pelo processo oxidativo. Figura 3.2 Avaliação da queda do fluxo de permeado durante teste de permeação de longa duração ( • ) O3/UV e ( • ) O3/H2O2/UV

Mesmo apresentando boa remoção de matéria orgânica o processo O3/UV não foi capaz de evitar a formação de biofilme na membrana de osmose inversa, apresentando acentuada queda no fluxo de permeado após as 150 horas. O processo O3/H2O2/UV, no entanto, não apresentou queda acentuada do fluxo de permeado, corroborando os resultados de remoção de matéria orgânica. A tabela 3.7 apresenta um resumo dos valores de queda de fluxo de permeado. Tabela 3.7 – Valores de fluxo de permeado após o teste de permeação de 150 h. Fluxo Inicial Fluxo Final (L Queda do fluxo (L h-1 m-2) h-1 m-2) (%) O3/H2O2/UV 66 52 21 O3/UV 92 26 71 Processo

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4. Conclusões Os ensaios de ozonização não apresentaram remoção de matéria orgânica significativa. No entanto, a redução de ABS254 sugere uma modificação das substâncias químicas presentes no efluente, possivelmente gerando compostos biodegradáveis. A utilização de radiação ultravioleta acoplada com o ozônio comprovou o efeito sinérgico do processo O3/UV, elevando as remoções de todos os parâmetros analisados. A eficiência de remoção de COT, no entanto, apresentou valores baixos, para as condições de oxidação empregadas, indicando que não foi possível obter a mineralização dos compostos presentes no efluente. Com esses resultados, pode-se concluir que a oxidação pelo radical • OH foi mais efetiva que a oxidação via ozônio molecular. Esta afirmação foi suportada pelos resultados obtidos quando se adicionou peróxido de hidrogênio no meio reacional. Foi observado um pequeno aumento do pH do efluente durante os ensaios oxidativos, possivelmente devido ao aumento da

Artigo Técnico concentração de amônia no meio, gerada pela reação do ozônio com os compostos nitrogenados presentes. Os melhores resultados de remoção de COT foram obtidos para o processo O3/UV com concentração de ozônio de 6 mg/L e lâmpada de 55 W. A adição de H2O2 na proporção molar C:H2O2 de 1:2 aumentou consideravelmente a eficiência do processo, caracterizando esta como a condição escolhida para a etapa de osmose inversa. A análise do Índice de Densidade de Sedimentos (SDI) do efluente tratado pelos processos O3/UV e O3/H2O2/UV apresentou valores dentro da faixa aceitável para operação em equipamentos de osmose inversa. O valor de SDI do efluente bruto se apresentou fora desta faixa, caracterizando a necessidade da etapa de oxidação avançada anterior a processo com membranas. Foi observada queda do fluxo de permeado durante os ensaios de osmose inversa, indicando a formação de incrustações na membrana. A formação de biofilme na membrana foi evidenciada pela microscopia de epifluorescência para ambos os processos, porém, a queda de fluxo de permeado foi muito menos acentuada quando o processo O3/H2O2/UV foi aplicado preliminarmente. Os ensaios de osmose inversa apresentaram ótimos resultados de remoção de condutividade, nitrogênio amoniacal e carbono orgânico total, adequando o efluente aos padrões de reúso mais exigentes, como para geração de vapor em caldeiras.

5. Referências bibliográficas DEZOTTI, M., Processos e Técnicas para o Controle Ambiental de Efluentes Líquidos. 1 ed. Rio de Janeiro, E-papers Serviços Editoriais Ltda, 2008.

DIAS, I. N., 2011, MBBR Acoplado a Filtro Lentro de Areia e a Osmose Inversa para o Tratamento de Efluente da Indústria de Petróleo Visando Reuso, Dissertação de Mestrado, COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. GONG, J., LIU, Y., SUN, X., “O3 and UV/O3 Oxidation of Organic Constituents of Biotreated Municipal Wastewater”, Water Research, n. 42, pp. 1238-1244, 2008. GOTTSCHALK, C., LIBRA, J. A., SAUPE, A., Ozonation of Water and Waste Water – A Practical Guide to Understand Ozone and its Applications, 2 ed. WILEY-VCH Verlga GmbH & Co. KGaA, Weinheim, 2010. LUCAS M. S., PERES J. A., PUMA G. L., “Treatment of Winery Wastewater by Ozone-based Advanced Oxidation Processes (O3, O3/UV e O3/H2O2/ UV) in a Pilot-scale Bubble Column Reactor and Process Economics”, Separation and Purification Technology, n. 72, pp. 235-241, 2010. MANCUSO P. C. S. & SANTOS H. F., Reúso de Água, 1 Ed. Manole, Barueri, SP, 2003. MIERZWA, J.C., HESPANHOL, I., Água na indústria - Uso racional e reúso., In: Oficina de Textos, São Paulo, 2005 MOSSET, A., BONNELYE, V., PETRY, M. et al., “The Sensitivity of SDI Analysis: from RO Feed Water to Raw Water”, Desalination, n. 222, pp. 17-23, 2008. SCHNEIDER, E.E., 2010, Avaliação de um Reator de Leito Móvel com Biofilme Para Tratamento de Efluente da Indústria do Petróleo, com Posterior Ozonização Acoplada a Carvão Ativado Granular com Biofilme, Dissertação de Mestrado, COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. SCHON, H. K., VIGNESWARAN, S., KIM, IN S. et al., “Fouling of Ultrafiltration Membrane by Effluent Organic Matter: A Detailed Characterization using Different Organic Fractions in Wastewater”, Journal of Membrane Science, n. 278, pp. 232-238, 2006. SOUZA, B.M., 2010, Avaliação de Processos Oxidativos Avançados Acoplados com Carvão Ativado Granulado com Biofilme para Reúso de Efluentes de Refinaria de Petróleo, Dissertação de Mestrado, COPPE/ UFRJ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

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Artigo Técnico

Considerações sobre a norma CNENNN 3.01: proteção dos trabalhadores expostos à radiação ionizante aplicada à indústria de petróleo e gás Ludmila Maria Perez de Barros Pereira Mestranda em Sistemas de Gestão Especialista em Direito Ambiental Consultora e Advogada - Petrobras

Resumo Este artigo visa descrever os marcos regulatórios aplicáveis à proteção da saúde ocupacional do trabalhador exposto às radiações ionizantes, sejam elas provenientes de usos industriais ou de materiais radioativos de origem natural, e demonstrar que a Norma CNEN-NN 3.01, editada a partir da Resolução CNEN/CD n.º 27, de 17/12/2004, que rege a proteção do trabalhador exposto à radiação ionizante decorrente de processos industriais, necessita ser revista para sua aplicabilidade plena, em se tratando da gestão da segurança e saúde dos trabalhadores da atividade de exploração e produção de petróleo no Brasil, visando dar maior segurança jurídica para as empresas que atuam neste segmento.

Introdução A busca por um meio ambiente de trabalho seguro deve ser uma das metas presente no planejamento estratégico de qualquer organização. A atividade industrial, de modo geral, pelo seu dinamismo e complexidade, traz muitos riscos à saúde e segurança da força de trabalho. O gerenciamento de tais riscos, conjugado com a busca por um meio ambiente de trabalho seguro e saudável deve estar dentre os objetivos de qualquer organização, em pé de igualdade com o foco na produtividade, lucro e respeito ao meio ambiente, o que certamente não é uma tarefa simples.

Contextualização do tema As radiações ionizantes são largamente aplicadas nos processos industriais para controlar a qualidade e a segurança de determinados equipamentos fixos (raios X, radiografia e gamagrafia) ou decorrentes deste, como por exemplo, os materiais radioativos de origem natural provenientes da atividade de exploração e produção de petróleo. 30

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Sergio Pinto Amaral Doutor em ciências em Planejamento Energético e Ambiental pela COPPE/UFRJ Engenheiro Químico Consultor Ambiental da Área Internacional da Petrobras e Professor colaborador da UFF/LATEC Tal espécie de radiação consiste em ondas eletromagnéticas que se propagam com grande energia, em razão da alta velocidade de seu movimento, podendo interagir com outras matérias e, em alguns casos, ser bastante penetrantes, gerando, assim, efeitos diversificados sobre matérias, como, por exemplo, calor. Para a percepção humana, as radiações ionizantes são invisíveis, inodoras, inaudíveis e indolores, mas nem por isso sem potencial de causar alteração nos tecidos e órgãos humanos, causando prejuízos à saúde do trabalhador. Em qualquer hipótese, a radiação ionizante requer um gerenciamento adequado de modo a evitar e/ou reduzir a exposição do trabalhador a esta, na medida em que existe o risco de serem causados danos à sua saúde caso não sejam adotadas as medidas de segurança pertinentes. Existem duas maneiras através das quais os trabalhadores podem sofrer danos em razão de exposição inadequada à radiação ionizante: irradiação e contaminação. A irradiação ocorre quando há exposição à fonte externa pelo organismo, enquanto a contaminação ocorre com a exposição interna à radiação, através da inalação, ingestão e absorção. Consta na literatura especializada que a exposição do trabalhador à radiação ionizante sem a devida proteção pode causar danos a tecidos humanos, através da ionização, que é o processo pelo qual a radiação, por meio de reações químicas, causa efeitos biológicos nos tecidos, acarretando sua alteração estrutural. De acordo com a Enciclopédia de Saúde e Segurança do Trabalho da Organização Internacional do Trabalho OIT (1998), a radiação ionizante pode causar a separação dos elétrons dos átomos e das moléculas com que interage, rompendo as ligações químicas das células e provocando alterações moleculares. Ainda segundo este estudo, as alte-

Artigo Técnico rações celulares podem ocasionar, dependendo do período de tempo de exposição e da predisposição do indivíduo, danos celulares das seguintes espécies: alterações em células em fase de divisão; interferência na substituição de células maduras; atrofia ou deterioração na função de um tecido; fibroses e arterioscleroses, sendo que a pele, medula óssea, tecido linfócito, intestino, órgãos reprodutivos, aparelho respiratório e cristalino dos olhos são os tecidos humanos mais vulneráveis à radiação ionizante, sendo que os efeitos prejudiciais à saúde não se restringem apenas aos indivíduos expostos sem a devida proteção, mas podem, também, ser transmitidos hereditariamente. Especificamente em relação à saúde ocupacional dos trabalhadores, sabe-se que aqueles que trabalham em locais onde a radiação ionizante é utilizada para controle de seus processos ou está associada a alguma etapa de seu processo produtivo podem estar expostos aos riscos provenientes da exposição inadequada à radiação ionizante caso ocorra inalação da poeira, exposição externa da pele e ingestão de água ou comida contaminada. Relativamente ao aspecto normativo que rege o tema, cabe mencionar que cabe à Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN, vinculada ao Ministério de Ciência e Tecnologia, a orientação, planejamento, supervisão, fiscalização, pesquisa científica e regulamentação da matéria no país (Lei 6.189/74. artigo 1º, I). Ao Ministério do Trabalho e Emprego compete a fiscalização do cumprimento das normas de segurança e saúde do trabalhador, dentre as quais se incluem as normas da CNEN relacionadas ao tema (CLT, artigo 155, II), com vistas a cumprir os direitos dos trabalhadores garantidos pela CF, dentre os quais o de terem reduzidos os riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança (artigo 7º, XXII). Diante da complexidade das medidas que devem ser adotadas para dar cumprimento às normas legais e regulamentares que regem a matéria, as empresas devem dispor de uma estrutura interna de gerenciamento dos riscos de SMS (segurança, meio ambiente e saúde), visando planejar, executar, avaliar e corrigir (PDCA) as medidas necessárias para atingir a conformidade legal, de acordo com as melhores práticas de gestão e normas aplicáveis. Ao analisar a regulamentação vigente percebe-se que a Norma CNEN-NN 3.01 é o texto principal que rege a proteção da saúde e segurança ocupacional do trabalhador relacionada ao tema, cujo conteúdo será objeto de análise critica a seguir.

Oportunidades de melhorias da Norma CNEN-NN 3.01 Embora pudesse ser questionada a validade da Norma CNEN-NN 3.01 face ao princípio constitucional da legalidade, a presente análise partirá da premissa de que houve delegação à CNEN para editar normas infralegais na seara de proteção da segurança e saúde do trabalhador exposto a

radiação ionizante. Todavia, o texto normativo deve ser preciso, o que nem sempre acontece com a Norma CNEN-NN 3.01, razão pela qual segue análise crítica de alguns itens da referida norma que poderiam ser objeto de melhoria, para dar maior segurança jurídica ao administrado e à própria Administração Pública, além de evitar questionamentos futuros acerca da validade da Norma. O subitem 1.2, alínea ‘b’, traz um tipo aberto de regulamentação, na medida em que fixa a aplicabilidade da Norma CNEN-NN 3.01 a todas as situações envolvendo material radioativo de origem natural que a CNEN considere necessário, sem estabelecer, entretanto, qualquer critério técnico para tal definição, o que deveria ser objeto de revisão, de modo que estivesse previsto na própria norma quais são os critérios mínimos que podem dar ensejo ao controle da CNEN. O subitem 1.2.5, por sua vez, trata das hipóteses de exclusão do controle da CNEN, mas também não traz qualquer parâmetro objetivo para afastar a incidência da Norma, deixando a critério do órgão regulatório a análise casuística da situação, do mesmo modo como subitem 1.2 ‘b’, acima ressaltado. A mesma situação ocorre para as hipóteses de dispensa, prevista no subitem 5.3.7. Em todos os dispositivos invocados acima, diante da omissão contida na norma, a Administração Pública poderia aplicar critérios distintos em situações análogas, o que violaria o princípio da isonomia (CF, artigo 5º). Pelo exposto, sugere-se a revisão dos critérios para incidência, exclusão e dispensa do controle regulatório pela CNEN, de modo que conste na própria Norma CNEN-NN 3.01 elementos objetivos para a caracterização de tais hipóteses, de modo a garantir a segurança jurídica ao gestor da organização que utilize o material radioativo em seu processo produtivo e viabilizar a gestão adequada dos riscos e perigos identificados no meio ambiente de trabalho. Outro ponto que poderia ser objeto de melhoria na Norma CNEN-NN 3.01 relaciona-se ao subitem 5.1, que não se mostra adequado para disciplinar a gestão do material radioativo de origem natural nas atividades de exploração e produção de petróleo, na medida em que, na maior parte das vezes, a identificação da radiação associada ao petróleo somente ocorre ao longo do processo produtivo, impossibilitando que o gestor da unidade adote previamente os requisitos descritos nos subitens 5.2 – Requisitos Gerais, 5.3 – Requisitos Administrativos, 5.4 – Requisitos Básicos de Proteção Radiológica e 5.5 – Requisitos de Gestão da norma em tela. Tal situação poderia dar ensejo à caracterização de uma desconformidade da instalação produtora de petróleo à Norma CNEN-NN 3.01, impactando negativamente na certificação do SGSSO e dando ensejo à aplicação de penalidades na esfera administrativa. Sendo assim, sugere-se como ponto de melhoria, a inclusão de prazo mínimo para que a instalação se adapte à Norma CNEN, a partir da identificação do material radioativo de

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Artigo Técnico origem natural, caso a CNEN entenda que a referida norma é aplicável à gestão de tal material radioativo. Quanto ao subitem 5.3.1, percebe-se que este exige a obtenção de prévio ato administrativo da CNEN, a partir da mera “intenção” de se utilizar radiação ionizante em âmbito industrial, o que também não parece adequado para a hipótese de ocorrência de material radioativo de origem natural nas atividades de exploração e produção de petróleo. Tal assertiva se justifica pelo mesmo fundamento utilizado para ao subitem 5.1 acima, posto que na maior parte das vezes a identificação da radiação associada ao petróleo somente ocorre ao longo do processo produtivo, situação que impossibilita que o gestor da unidade obtenha, previamente ao início da atividade de E&P, ato administrativo da CNEN regularizando a prática, o que, embora não dispense a organização de obtê-lo posteriormente, sujeita a mesma a eventual aplicação de sanções e a desconformidades em seu SGSSO. Sendo assim, sugere-se, como ponto de melhoria, que seja criado subitem próprio, prevendo prazo específico para que o gestor da unidade requeira junto a CNEN ato administrativo correspondente, quando houver a identificação de ocorrência de material radioativo de origem natural ao longo do processo produtivo de E&P, caso a CNEN entenda que a referida norma seria aplicável para a gestão de material radioativo de origem natural. Acrescente-se, por outro lado, que a Norma não estabelece qual seria o procedimento a ser seguido pelo gestor onde haja a ocorrência de material radioativo, nem deixa claro qual a espécie de ato administrativo que deve ser expedido pela CNEN para a hipótese, fazendo referência, tão somente, à “obtenção das licenças, autorizações ou quaisquer outros atos administrativos pertinentes, de acordo com Normas aplicáveis da CNEN”, o que certamente traz insegurança jurídica ao administrado e dificuldades na aplicação da Norma pela Administração Pública. No que tange à espécie de ato administrativo que deve ser obtido pelo administrado importa mencionar que, sob o ponto de vista jurídico, é muito importante que a CNEN o defina previamente, diante da diferença de alcance de cada um deles. Pelo conteúdo da Norma CNEN-NN 3.01, parece que preenchidos os requisitos descritos na Norma pelo administrado, especialmente de proteção radiológica (justificação, limitação da dose individual e otimização), este possui o direito subjetivo à obtenção do ato administrativo que viabiliza a utilização de radiação ionizante em nível industrial, cuja natureza jurídica consiste em uma licença. No que tange ao subitem 5.3.4, percebe-se que faltam critérios objetivos, definidos na norma, relacionados à estrutura de proteção radiológica que pode vir a ser exigida pela CNEN, o que representa outro ponto de melhoria da norma, de modo a dar maior segurança jurídica em sua aplicação. Quanto ao subitem 5.3.8, alínea ‘r’, a norma prevê que deve ser fornecido pelo titular da instalação um “Programa 32

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de Garantia da Qualidade aplicável ao sistema de proteção radiológica”, sem especificar, ou ao menos conceituar no item 3 da Norma, em que consistiria tal programa, o que certamente pode trazer dificuldades na aplicação da norma e poderia ser objeto de uma definição normativa sobre seu conteúdo mínimo. Outro dispositivo que poderia ser objeto de revisão por parte da CNEN está disciplinado no subitem 5.6.1, alínea ‘b’, ao prever que o titular da instalação deve determinar a magnitude das exposições ocupacionais “normais” em todos os estágios envolvidos, o que não se mostra adequado para a hipótese de material radioativo de origem natural, proveniente da atividade de exploração e produção de petróleo, na medida em que nem sempre o titular da instalação consegue determinar a magnitude prevista para a exposição ocupacional logo no início da atividade, já que a concentração de radionuclídeos pode variar de poço para poço e ao longo do próprio processo produtivo. Sendo assim, entende-se que deveria ser adequada a alínea ‘b’ do subitem 5.6.1, de modo a prever que na ocorrência de material radioativo de origem natural, a magnitude da exposição ocupacional será estimada, por exemplo, com base nos valores identificados durante um período determinado de tempo para aquele poço ou mesmo em casos análogos (de poços localizados na mesma região geográfica), caso a CNEN entenda que a referida norma seria aplicável para a gestão de material radioativo de origem natural. Por fim, o último dispositivo que poderia ser revisto diz respeito ao subitem 5.7.4, que estabelece que o titular da instalação deverá obter, previamente ao início dos trabalhos, o histórico de exposição ocupacional dos empregados terceirizados, o que pode não ser possível na hipótese material radioativo de origem natural proveniente da atividade de exploração e produção de petróleo, na medida em que, como dito anteriormente, nem sempre é possível identificar de plano que aquele campo de petróleo está associado a radiação ionizante, já que a própria ocorrência de tais radionuclídeos pode não estar presente em todos os poços de petróleo. No mesmo sentido, entende-se que deveria ser adequado o subitem 5.7.4, de modo a prever que na ocorrência de material radioativo de origem natural, o titular da instalação, em prazo determinado, exigirá do empregador o histórico das exposições ocupacionais dos terceirizados expostos a tal agente, caso a CNEN entenda que a referida norma seria aplicável para a gestão de material radioativo de origem natural.

Conclusão Diante de todo o exposto percebe-se que o tema tratado neste artigo guarda relação estreita com a proteção da vida e saúde do trabalhador que presta serviços em locais onde haja a ocorrência de radiação ionizante. Realizada a contextualização dos aspectos técnicos e legais da saúde e segurança do trabalhador exposto à radiação ionizante de uso industrial ou proveniente de materiais radio-

Artigo Técnico ativos de origem natural, foi trazido um panorama geral sobre o tema no país, identificando-se que as radiações ionizantes têm ampla aplicação no âmbito industrial, visando controlar a qualidade/segurança de determinados equipamentos fixos. Por outro lado, foi exposto que a radiação ionizante tem potencial para causar alteração nos tecidos e órgãos dos trabalhadores expostos, os quais também podem ser transmitidos hereditariamente. Por fim, verificou-se que a Norma CNEN-NN 3.01 necessita de uma série de melhorias para sua aplicação aos materiais radioativos de origem natural, visando dar maior segurança jurídica nas relações entre o Estado e os administrados assim como evitar dúvidas na interpretação de seus dispositivos, para a plena proteção da integridade física dos trabalhadores expostos e conformidade legal da empresa.

Referências bibliográficas BRASIL. Constituição Federal, de 05 de outubro de 1988. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 05 de outubro de 1988. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao.htm. Acesso em: 10 out. 2007 BRASIL. Resolução CNEN-NN 3.01. Diretrizes básicas de proteção radiológica. Resolução CNEN/CD 27, de 17 de dezembro de 2004. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 06 jan. 2005. Disponível em: http://www.cnen.gov.br/seguranca/normas/mostra-norma.asp?op=301. Acesso em: 13 out. 2008.

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Determinação da concentração de HPAs presentes em gases de combustão oriundos da queima de gás natural e biomassa Faria, A. P. S.; Ulson de Souza, A. A.; Guelli U. SOUZA, S. M. A. UFSC - Programa de Pós-graduação em Engenharia Química – Laboratório de Transferência de Massa

Resumo A queima de combustíveis fósseis e biomassa em equipamento industrial tem um papel importante nas emissões de gases de efeito estufa para a atmosfera. Muitos compostos gerados pela queima incompleta de combustíveis podem causar sérios riscos para saúde humana e ambiente, sendo genotóxicos, mutagênicos e carcinogênicos. Dentre estes compostos, destacam-se os hidrocarbonetos aromáticos policíclicos, conhecidos como HPAs. Uma alternativa para a redução destes compostos poluentes é o uso de combustíveis mais limpos. O principal objetivo deste estudo é investigar a presença de quatro HPAs (fluoreno, fenantreno, benzo(a)antraceno e criseno), os quais apresentam maior efeito carcinogênico e mutagênico, nos gases de combustão oriundos da queima de gás natural e biomassa de dois fornos industriais de uma indústria cerâmica na região sul de Santa Catarina. Esta informação é importante na avaliação do impacto tanto da qualidade do ar, quanto da saúde humana para toda a região, assim como para a avaliação do combustível mais adequado, em termos ambientais. Através dos resultados obtidos neste trabalho, pode-se concluir que o gás natural produz compostos mais leves e em uma concentração menor, enquanto a lenha, por se tratar de um combustível mais pesado, tem como produtos de sua combustão poliaromáticos de maior massa molecular.

Introdução A queima de combustíveis para a obtenção de energia tornou-se primordial nos meios de produção desde a Revolução Industrial, no século XVIII. Este padrão energético culminou em um aumento gradativo das emissões de gases tóxicos à atmosfera, dentre eles os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs). A região sul de Santa Catarina é conhecida como um dos principais pólos de produção cerâmica do país, fabricando desde telhas, até produtos de alto valor agregado como 34

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alguns tipos de revestimentos cerâmicos. A principal etapa de geração destes produtos é o cozimento da cerâmica nos fornos. Portanto, este setor apresenta um gasto significativo de energia, inviabilizando o uso da energia elétrica (Kawagutti, 2004). Embora algumas indústrias desta região já façam uso do gás natural como meio de obtenção de energia, a lenha ainda é uma de suas principais fontes. A grande demanda de lenha para a indústria vem de encontro com as políticas de reflorestamento, além de contribuir para o aumento dos níveis de dióxido de carbono e monóxido de carbono na atmosfera. Este cenário torna-se bastante propício para a inserção de novos combustíveis, menos poluentes, como é o caso do gás natural. Este se apresenta tecnicamente viável para o setor, contribuindo para a redução do uso da lenha e das emissões de poluentes. Diferentemente dos óleos, é considerado isento de enxofre; por estar no estado gasoso torna-se mais fácil seu controle de queima, além de possuir uma baixa produção de particulados. É possível controlar a sua queima até altos níveis de temperatura, possibilitando a fabricação de produtos mais nobres e de maior valor agregado (Dos Santos, 2001). De acordo com Lopes e Andrade (1996), os HPAs são formados em processos de combustão incompleta, a altas temperaturas, sendo emitidos essencialmente por todos os tipos de combustão. Tais compostos são formados por núcleos condensados de anéis aromáticos, conforme mostrado na figura 1. Pode se apresentar tanto na fase gasosa como na fase sólida, depositados no material particulado, ou mesmo em ambas as fases (Cavalcante, 2007). Os HPAs de menores pesos moleculares possuem uma pressão de vapor maior e, então, são predominantemente encontrados na fase gasosa. Já os com maiores pesos moleculares, tendem a possuir menores pressões de vapor e desta forma são predominantemente encontrados nos materiais particulados. Os compostos aderidos à fase particulada podem estar ou não em equilíbrio com sua fase gasosa devido ao tipo de ligação com o sítio da matriz sólida.

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Figura 1. Quatro HPAs típicos

A US-EPA classifica dezesseis compostos como hidrocarbonetos policíclicos aromáticos, chamados de HPAs prioritários, através do CWA (Clean Water Act). A maior preocupação com estes compostos é seu efeito mutagênico e carcinogênico (Netto et al., 2000). Dentre os mais voláteis, com maior probabilidade de serem encontrados na fase gasosa, há o fluoreno, fenantreno, benzo(a)antraceno e criseno, os quais apresentam maior efeito carcinogênico e mutagênico, entre os mais leves. O principal objetivo deste estudo é investigar a presença dos quatro HPAs supracitados nos gases de combustão oriundos da queima de gás natural e lenha de dois fornos industriais de uma indústria cerâmica na região sul de Santa Catarina. Esta informação é importante na avaliação do impacto tanto da qualidade do ar, quanto da saúde humana para toda a região, assim como para a avaliação do combustível mais adequado, em termos ambientais.

Metodologia Os gases de combustão foram coletados na base de duas chaminés de uma indústria oleira na região sul de Santa Catarina, uma com queima de gás natural e outro com queima de lenha. Os gases foram impregnados em uma resina polimérica, XAD-2, então foi feito um processo de extração dos analitos desta resina, seguido de um processo de clean-up, para purificar a amostra. a) Sistema de amostragem dos gases de combustão Aqui foram utilizados como base os métodos apresentados por Li et al. (1999) e o método da US-EPA, TO-13A, o qual indica o uso da resina polimérica XAD-2 para a amostragem de HPAs. Os gases foram amostrados na base da chaminé dos fornos, recolhidos em cartuchos contendo a resina adsortiva XAD-2, conforme o método TO-13A da US-EPA, onde os HPAs ficaram adsorvidos. Para auxiliar na amostragem, uma mangueira foi conectada à chaminé e aos cartuchos. Na outra extremidade foi colocada uma bomba a vácuo a fim de succionar os gases da chaminé, e forçá-los a passar pela resina. Entre a bomba e os

cartuchos foi colocado um rotâmetro para medir a vazão e um termopar, permitindo calcular o volume de gás amostrado. b) Extração / Clean-up Após a coleta, foi realizado um procedimento de extração para que todos os analitos adsorvidos na resina fossem dessorvidos. Deste modo, foi realizado um procedimento de extração por ultrassom, conforme descrito por Cavalcante et al. (2008). A resina foi extraída por ultrassom com uma solução de 40 mL (1:1) de diclorometano/hexano, por quatro vezes durante vinte minutos cada uma das vezes. Após as quatro etapas, o extrato foi reconcentrado para, aproximadamente, 5 mL, em um rota evaporador, inicialmente a 60º, para evaporar o diclorometano, e então a temperatura foi aumentada para 85ºC, para evaporar o restante do solvente, hexano. O extrato foi reconcentrado com purga de nitrogênio para 2 mL. Seguido da extração, foi executado o clean-up do extrato, visando separar os HPAs retidos na resina de qualquer impureza que tenha passado pelo processo, como hidrocarbonetos alifáticos. Existem vários procedimentos de cleanup, porém a cromatografia de adsorção é o mais utilizado na análise de HPA (Cavalcante et al., 2008). Nesta etapa foi utilizada uma coluna de 1 cm de diâmetro por 50 cm de comprimento com lã de vidro na base. Uma suspensão com 11,6 g de sílica gel ativada a 200ºC por 24 horas e diclorometano foi adicionada sobre a lã de vidro, seguida de 2 g de sulfato de sódio anidro e 5 g de cobre em pó, sendo o primeiro, para reter umidade e o segundo, para reter possíveis compostos sulfurados. A coluna foi pré-eluída com 40 mL de hexano, sendo então adicionados os 2 mL de extrato. Após foram adicionados 55 mL de hexano para retirar os compostos alifáticos e, por último, foram adicionados 70 mL de uma solução (1:1) de diclorometano e hexano, para a retirada dos aromáticos. Esta última fração foi reconcentrada para 1 mL, inicialmente em um rota evaporador até 5 mL. Foi utilizado um surrogate para mensurar a recuperação do processo. Para tanto, foi utilizada como surrogate uma mistura, da marca Accustandard, de 5 padrões de HPAs deuterados, sendo eles: naftaleno-d8, acenafteno-d10, fenantreno d-10, criseno d-12 e perileno d-12. c) Cromatografia Gasosa / Espectrometria de Massas A identificação e quantificação foram realizadas em um cromatógrafo a gás acoplado a um espectrômetro de massas (GC/MS), modelo Saturn 2100, equipado com uma coluna DB-5 (30 m de comprimento, 0,25 mm de diâmetro, 0,25 μm de espessura de filme), da marca Varian. A programação de temperatura teve início em 80ºC, aumentando em uma taxa de 6ºC/min até 180ºC; foi mantida nesta temperatura por 2 minutos, em seguida aumentando para 280ºC com uma taxa de 5ºC/min; foi mantida nesta por 5 minutos e, finalmente, com uma taxa de crescimento de 6ºC/min, até 300ºC e mantida nesta por 10 minutos, totalizando uma corrida de apro-

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Artigo Técnico ximadamente 63 minutos. Foram injetados 2 μL de amostra no modo splitless, utilizando nitrogênio como gás de arraste. Os compostos foram quantificados com o auxílio de curvas de calibração construídas a partir de injeções de diferentes concentrações de padrão interno. O limite de quantificação foi de 75 μg/L. As concentrações encontradas a partir das análises no GC/ MS são as concentrações do extrato obtidos a partir do procedimento de clean-up. Desta forma, esta concentração foi corrigida para o gás analisado, pois a concentração do extrato é a massa total do analito contida em 1 mL de extrato, devendo ser corrigida para o volume de gás.

Resultados e discussão Para a análise dos gases provenientes da queima do gás natural, os picos encontrados no cromatograma ficaram abaixo do limite de quantificação, no entanto era possível identificá-los. Desta forma, como foi observado durante os testes de quantificação e identificação com os padrões que o limite de quantificação era de 75 μg/L e abaixo de 50 μg/L não era mais possível identificar os picos, conclui-se que a concentração do extrato injetado esteja entre estes valores. A análise dos gases provenientes da lenha apresentou uma recuperação de 82%. Nestes não foi identificada a presença de fluoreno, no entanto foram encontrados os outros três HPAs em uma concentração bastante elevada. A tabela 1 apresenta as concentrações no extrato de cada um dos quatro HPAs para os gases de combustão provenientes da lenha em cada uma das amostras realizadas. Tabela 1. Concentração do extrato de cada amostra retirada do forno à lenha HPA

C extrato −1 (μg/L) Fluoreno NI* Fenantreno 204,5 Benzo(a)antraceno 1.421,3 Criseno 3.042,06 NI*: Composto não identificado

C extrato − 2 (μg/L) NI* 28,0 1.363,75 3.207,96

Analisando-se a tabela 1, observa-se que há uma diferença entre as concentrações do fluoreno e criseno entre a primeira amostra realizada e a segunda. Tal comportamento é explicado pelo fato de que, nos fornos a lenha, o combustível é abastecido a cada duas horas, diferentemente dos fornos a gás natural, onde os bicos injetores fornecem combustível de forma contínua. Quando foi realizada a primeira análise, fazia aproximandamente 45 minutos que o forno havia sido abastecido com lenha. A segunda análise foi realizada cerca de 35 minutos após a primeira, já no fim da batelada de lenha colocada. Portanto, a primeira amostra foi retirada na metade do ciclo de queima, enquanto a segunda, no fim do ciclo, justificando a diferença entre as concentrações do fenantreno no 36

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início e no final da queima. Enquanto a concentraçao do fenantreno diminuiu, a concentração do criseno aumentou, podendo-se dizer que nas condições finais de queima a produção de criseno é favorecida, colocando a lenha cada vez mais em desvantagem em relação ao gás natural, pois o criseno é um composto altamente carcinogênico, segundo Netto et al. (2000). Este comportamento pode ser atribuído à temperatura do forno que mudou durante o processo, devido à redução do combustível alimentado, tornando a queima mais incompleta, e segundo Massone (2004) apud Simoneit (1985), a temperatura de queima influencia na produção de compostos mais pesados. A concentração final do gás para os dois combustíveis está apresentada na tabela 2. Comparando-se os resultados obtidos para os dois combustíveis, através da tabela 2, observou-se que a produção de HPAs a partir da queima da lenha é superior a do gás natural, corroborando com os resultados de Massone (2004) apud Simoneit (1985) e Lopes et al. (1996). Portanto, o gás natural apresenta-se como um combustível mais limpo, gerando menos prejuízos à saúde humana e ao meio ambiente que a lenha. Tabela 2. Concentração final do gás para os dois combustíveis Cgás-GN(ng/L) Cgás-Lenha (ng/L) HPA Fluoreno I/NQ* NI** Fenantreno I/NQ* 1,27 Benzo(a)antraceno I/NQ* 15,3 Criseno I/NQ* 34,3 I/NQ*: Identificável, porém abaixo do limite de quantificação; NI**: Não identificado

Conclusões Através dos resultados obtidos neste trabalho, pode-se concluir que o gás natural produz compostos mais leves e em uma concentração menor, enquanto a lenha, por se tratar de um combustível mais pesado, tem como produtos de sua combustão poliaromáticos de maior massa molecular. Outro fator importante observado foi a influência das condições de operação dos fornos. Os fornos operando com gás natural possuem uma maior estabilidade de operação, o que não gera oscilações nas concentrações de seus produtos de queima. Por outro lado, os fornos à lenha, por serem abastecidos com combustível de forma intermitente e não contínua, estão constantemente variando suas condições de combustão e, consequentemente, seus produtos de queima, podendo gerar compostos extremamente tóxicos à saúde humana e ao meio ambiente.

Agradecimentos Agradecimentos especiais ao IBP, órgão financiador deste projeto, ao PRH 009/MECPETRO/ANP, assim como ao laboratório de Transferência de Massa – LABMASSA, da Universidade Federal de Santa Catarina, onde foram realiza-

Artigo Técnico dos todos os ensaios e experimentos viabilizando a realização deste trabalho.

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Impacto da configuração do regenerador e das variáveis do FCC nas emissões de NOX William Richard Gilbert - Petrobras/Cenpes

Rodrigo Gobbo – Petrobras/SIX

Hugo Borges Pereira - Petrobras/Cenpes

Patricia Elaine Bridi - Possebon

Luiz Carlos Casavechia – Petrobras/SIX

Henrique Wilmers de Moraes – Possebon

Resumo O FCC é o principal processo de conversão de uma refinaria de petróleo, transformando hidrocarbonetos pesados, tipicamente na faixa de 350°C a 600°C, em produtos mais leves, sobretudo gasolina e GLP. O coque formado como subproduto das reações de craqueamento se deposita sobre o catalisador (catalisador gasto), que precisa ser queimado em um regenerador para recuperar a sua atividade e gerar a maior parte do calor necessário para atender a demanda energética do processo. Durante a queima do coque, uma parte dos compostos nitrogenados da carga é convertida em NOx, um poluente controlado, que é emitido para a atmosfera juntamente com os gases de combustão do FCC. As emissões de NOx do FCC, diferente de outras fontes de NOx espalhadas pela refinaria, se concentram em uma única chaminé e representam uma fração substancial das emissões totais (de 20% a 30%); o que torna o FCC uma escolha natural na estratégia de mitigação das emissões de NOx. Não existe uma solução única para todos os tipos de FCC. Metade das unidades da Petrobras é de combustão total, onde todo carbono do coque é queimado diretamente a CO2 no próprio regenerador e a outra metade das unidades é de combustão parcial, em que metade do carbono do coque é convertida a CO2 no regenerador e o restante é convertido a CO, que também é um poluente controlado e precisa ser convertido a CO2 em uma caldeira de CO. Os mecanismos de formação de NOx são diferentes em cada caso. Para simular e estudar opções para os diversos tipos de FCC da companhia, foi feita uma série de adaptações na unidade de teste multipropósito da Petrobras na Industrialização do Xisto (SIX) em São Mateus do Sul / PR. Foi instalada uma pequena caldeira de CO na unidade e foi confeccionado um sistema de cartuchos, de forma a trocar de rapidamente a configuração dos internos do regenerador de simples estágio para duplo estágio em paralelo ou para duplo estágio com recheio. As diferentes configurações de regenerador foram testadas variando o tipo de carga – Gasóleo Pesado de Vácuo (GOP) 38

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e Resíduo Atmosférico (RAT); o tipo de catalisador (com e sem promotor de combustão) e o tipo de combustão (total e parcial). Além das emissões de NOx foram monitoradas também várias outras funções do regenerador: os efeitos térmicos como a pós-queima de CO na fase diluída, a eficiência de regeneração do catalisador e o desempenho geral do conjunto do conversor. As emissões de NOx da unidade multipropósito reproduziram os valores das duas unidades comerciais utilizadas como modelo, uma de combustão parcial e carga GOP, e a outra de combustão total e carga RAT. Os testes mostraram também que no caso de combustão total o principal fator determinante na formação do NOx, além do excesso de O2 era o promotor de combustão do catalisador; no caso da combustão parcial o teor de NOx do gás de combustão foi relativamente insensível as variáveis operacionais do regenerador. Na combustão parcial, a detecção de NH3 no gás de combustão do regenerador confirmou o mecanismo de produção de NOx na caldeira de CO pela queima de compostos nitrogenados precursores.

Introdução A carga de FCC contém tipicamente de 1000 a 3000 mg/ kg de nitrogênio, sendo que 30% a 50% na forma de nitrogênio básico com grande afinidade pelo catalisador ácido. O nitrogênio da carga se distribui pelos produtos, sendo que cerca de 10% é eliminado como NH3 no gás combustível, 45% é convertido em nitrogenados do produto líquido e 45% é transformado em coque [Peters 1995]. No regenerador do FCC, o nitrogênio do coque passa por uma série de reações (figura 1), começando por uma pirólise que libera espécies reduzidas de nitrogênio (NH3 e HCN), seguida pela oxidação destas espécies gerando nitrogênio molecular (N2) e óxidos de nitrogênio (predominantemente NO). A oxidação do N2 do ar nas condições do regenerador (temperatura ≤ 720°C) é termodinamicamente desfavorecida e praticamente não contribui para a formação de NOx [Peters 1995]. O CO formado

Artigo Técnico nas etapas iniciais da queima do carbono do coque e em condições de combustão parcial é um forte redutor de NOx. Na combustão parcial, a baixa concentração de O2 faz com que as espécies reduzidas de nitrogênio (NH3 e HCN) sobrevivam ao regenerador do FCC e sejam oxidadas na caldeira de CO. Promotores de combustão, utilizados para oxidar CO a CO2 em unidades de combustão total e reduzir a pós-queima de CO, interferem com o equilíbrio do sistema reacional normalmente levando a um aumento do NOx.

Figura 1 – Mecanismo de formação de NOx no regenerador do FCC

Unidades de combustão total costumam ter emissões de NOx mais baixas do que as unidades de combustão parcial. Nas unidades de combustão total as estratégias de controle mais usadas se baseiam no controle do excesso de O2 e da dosagem aditivos de promoção de combustão ou na utilização de promotores de combustão de baixo NOx [Davey 2000]. Em unidades de combustão parcial, o avanço da queima, quando possível, consegue algumas vezes reduzir o NOx da caldeira de CO [Altrichter 1991]. Tanto na combustão total, quanto na combustão parcial é possível usar acessórios específicos para o abatimento de NOx, como lavadores de gases com injeção de ozônio [Niccum 2002] e sistemas SCR (Selective Catalytic Reduction) [Niccum 2002]. Estes equipamentos exigem, porém, investimento significativo, geram custos operacionais e podem reduzir a confiabilidade da unidade. Portanto, só são usados em último caso. Um melhor conhecimento do problema do NOx do FCC através dos testes na unidade multipropósito da SIX auxiliarão a Petrobras no esforço de redução do impacto ambiental das suas operações de refino.

queima do coque gerando a maior parte da energia necessária para a vaporização da carga e para as reações endotérmicas de craqueamento. A separação do catalisador dos produtos gasoso do reator e do regenerador é feita com a ajuda de pares de ciclones. Analisadores em linha medem em tempo real a composição do gás de combustão antes e depois da caldeira de CO e pontos de amostragem do catalisador gasto e regenerado permitem que amostras sejam recolhidas para a medida do teor de carbono no catalisador. A figura 2 apresenta um desenho esquemático do conjunto conversor e detalhes dos internos de regenerador avaliados na série de testes. Das três opções de interno de regenerador testadas, o simples estágio (figura 2 - A) representou a configuração padrão da unidade; o duplo estágio com recheio (figura 2 – B) foi montado para avaliar a patente US 6503460 de 2003 da Kellogg [Miller 2003] e o cartucho de dois estágios em paralelo (figura 2 – C) a configuração do modelo Kellogg Orthoflow F [Murcia 1992], utilizada nas três refinarias da Petrobras de mais alta emissão de NOx pelo FCC. Na configuração com recheio a porção superior do leito representava aproximadamente 70% do volume total e na configuração de dois estágios paralelos o primeiro estágio representava 80% do volume do total. A temperatura da caldeira de CO foi controlada pela queima de gás combustível complementar, contendo tipicamente 35%v H2, 35%v C1, 20%v C2 e 10%v C3+.

Desenvolvimento A unidade multipropósito de FCC consiste de um Riser de 18m de altura e 5cm de diâmetro, que desemboca num vaso separador de 400L, que por sua vez descarrega o catalisador gasto num vaso regenerador de 1000L. A vazão de carga típica é de 200kg/h de GOP ou 100kg/h de RAT e o inventário de catalisador é de 400kg. A unidade dispõe de um sistema de controle adiabático, que mantêm um diferencial de temperatura nulo nas paredes dos vasos dos principais equipamentos, evitando a perda de calor para o ambiente. O sistema de controle adiabático permite que a unidade reproduza de forma fiel os efeitos térmicos observados nas unidades comerciais. A circulação de catalisador é controlada por uma válvula corrediça atuada pelo controle de temperatura do Riser, exatamente como numa unidade comercial. O catalisador é regenerado pela injeção de ar no regenerador para a

Figura 2 – Diagrama esquemático da unidade multipropósito e das configurações de recheio utilizadas nos experimentos.

A tabela 1 e a tabela 2 apresentam um resumo das principais propriedades das cargas e dos catalisadores utilizados nos estudos. O catalisador Cat-G e a carga GOP+ODES foi fornecida pela unidade de processamento de GOP operando em combustão parcial e o catalisador Cat-R e a carga RAT pela unidade de resíduo operando em combustão total. O catalisador Cat-G era isento de promotor de combustão e o catalisador Cat-R tinha uma quantidade considerável de promotor, caracterizada pelo teor de platina mostrado na tabela 2. Condições operacionais foram escolhidas de forma a simular as unidades comerciais de referência. Na operação em

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Artigo Técnico combustão total a temperatura de reação foi de 540°C, a temperatura de regeneração variou de 690°C a 730°C. O excesso de O2 no gás de combustão foi variado para avaliar o impacto desta variável. Na operação em combustão parcial a tempeTabela 1. Propriedades das cargas d20/4 Nitr.Básico Enxofre mg/kg %p GOP 0.940 1281 0.63 GOP+ODES 0.941 1291 0.68 RAT 0.950 1439 0.44 Tabela 2. Propriedades dos catalisadores Atividade MAT SA BET %p m2/g Cat-R Cat-G

72 71

144 143

ratura de reação foi de 550°C, a temperatura de regeneração variou entre 670°C e 720°C, a relação CO2/CO variou entre 1.5 e 3.0, a temperatura de queima da caldeira de CO foi de 1000°C e o excesso de O2 na caldeira de CO de 3%.

Nitrogenio %p 0.35 0.36 0.39

Viscosidad@100°C cStk 16.57 22.09 53.05

RE2O3 %p

V ppm

Ni ppm

Pt ppm

3.49 2.69

5656 1914

5080 2962

1.2 ---

MRCC %p 1.4 2.0 7.0

regenerador e o excesso de O2 no gás de combustão; não sendo possível perceber nenhuma influência significativa da carga ou da configuração do regenerador sobre as emissões de NOx. Em seguida foi feito outro experimento utilizando a configuração Simples Estágio, catalisador Cat-R (com promotor) e carga RAT. O nível de NO no gás de combustão aumentou quatro vezes em relação à curva do catalisador Cat-G e reproduziu com precisão o nível de NO observado na unidade comercial de referência. Ao trocar a carga de RAT para GOP, mantendo o mesmo catalisador Cat-R, repetiram-se os altos níveis de NO observados com a carga RAT. No experimento realizado com catalisador Cat-R, carga RAT e configuração de recheio, o nível de NO foi reduzido para a metade do valor observado para o mesmo par carga-catalisador e configuração simples estágio, confirmando a expectativa de redução do NO no ambiente pobre de O2 existente na porção do leito acima do recheio. A temperatura da porção do leito de catalisador acima do recheio em todos os testes de combustão total foi cerca de 15°C mais alta do que a da porção abaixo do recheio, uma indicação de uma substancial queima de CO naquela seção (a queima de CO libera 2/3 da energia da queima do coque). 200 160

NO ppm

Os casos de regeneração em dois estágios merecem uma análise mais cuidadosa (figura 3). No caso do recheio (figura 3A), o catalisador gasto frio (~530°C) é distribuído na seção superior do leito e queima em baixo excesso de O2. O CO liberado no topo do leito, dependendo do volume da porção superior do leito, tem pouco tempo para reagir e pode escapar para a fase diluída e queimar lá se houver O2 em excesso. A queima do CO na fase diluída (pós-queima), onde a capacitância térmica é menor, provoca um grande aumento da temperatura e coloca em risco os equipamentos nas linhas de saída dos gases do regenerador. No topo do leito do regenerador com recheio, o alto teor de CO inibe a formação de NOx. Da seção superior do leito o catalisador parcialmente regenerado passa para a seção inferior onde a queima num ambiente rico em O2, resultando numa queima eficiente do coque residual. O NOx formado nesta seção é obrigado a passar pela seção superior onde é reduzido pelo CO. No caso dos dois estágios paralelos (figura 3B), o catalisador gasto frio entra no primeiro estágio e queima num ambiente rico em CO e pobre em O2. O catalisador parcialmente regenerado passa do primeiro estágio para o segundo onde a queima é completada num ambiente rico em O2. Os gases efluentes do primeiro e do segundo estágio só se misturam na fase diluída, existindo a possibilidade de pós-queima pela reação do O2 em excesso do segundo estágio com o CO do primeiro.

DS T50% °C 471 486 523

R EF

120 80 40 0 0 .0

1 .0

2 .0

3 .0

4 .0

5 .0

6 .0

O2 %

Figura 3 – Esquemas de fluxo de catalisador e gás nas configurações de dois estágios de regeneração

Numa primeira série de experimentos em combustão total (figura 4) foi utilizado o catalisador Cat-G (sem promotor) e foram variadas a carga (GOP, GOP+ODES e RAT), a configuração do 40

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Figura 4 – Teor de NO no gás de combustão dos testes de combustão total. Legenda: catalisador Cat-G sem promotor, carga GOP e GOP+ODES e várias configurações de regenerador; Cat-R (com promotor), carga RAT e configuração de Simples Estágio; catalisador Cat-R, carga GOP e Simples Estágio; catalisador Cat-R, carga RAT e configuração com Recheio; Emissões da unidade comercial de referência, configuração Simples Estágio, catalisador Cat-R e carga RAT

Artigo Técnico ma da pós-queima não apareceu. Nos testes onde a queima de CO era mais lenta, a temperatura de pós-queima apresentou uma dependência linear com a velocidade espacial dos gases (inversamente proporcional ao tempo de residência do gás). O problema de pós-queima foi ainda mais grave quando a temperatura do regenerador foi reduzida atrasando ainda mais a queima do CO.

100 TFD=690°C

80

Pós-queima °C

60 40 TFD=730°C

20 0

350 -2 0 0 .6

0 .7

0 .8

0 .9

1 .0

1 .1

1 .2

1 .3

250

A configuração com recheio reduziu o nível de NO para a carga RAT e catalisador com promotor de combustão, porém, nos testes com catalisador sem promotor de combustão (CatG) apresentou uma tendência preocupante de agravamento da pós-queima de CO (figura 5). Como foi discutido anteriormente, a configuração com recheio apresentava um risco mais alto de escape de CO para a fase diluída do regenerador, acima do leito catalítico. Nos testes onde a cinética de queima do CO era rápida (catalisador Cat-R com promotor) o proble-

NO ppm

Ve lo cid a d e S u p e rficia l m /s

Figura 5 – Magnitude da pós-queima nos testes de combustão total em função da velocidade espacial dos gases no regenerador. Legenda: Simples estágio, catalisador Cat-R, carga RAT; Simples estágio, catalisador Cat-R, carga GOP; Simples estágio, catalisador Cat-G, carga GOP; Recheio, catalisador Cat-G, carga GOP, T. Regenerador 730°C, Recheio, catalisador Cat-G, carga GOP, T. Regenerador 690°C

R EF

300

1 .4

200 150 100 50 0 1 .0

1 .2

1 .4

1 .6

1 .8

2 .0

C O 2 /C O

Figura 6 – Teor de NO no gás de combustão dos testes de combustão parcial. Legenda: , , respectivamente: Simples Estágio, Duplo Estágio e Recheio com Cat-G e carga GOP+ODES; , respectivamente: Simples Estágio e Duplo Estágio com Cat-G e carga GOP; Emissões da unidade comercial de referência, configuração Duplo Estágio, catalisador Cat-G e carga GOP+ODES. A linha horizontal tracejada representa os níveis médios de NO na combustão total com promotor de combustão

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Petro & Química

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Artigo Técnico

40 30 Pós-queima °C

20 0 -1 0 -2 0 -3 0 680

690

700

710

720

730

T .R e g e n e ra d o r °C

Figura 7 – Pós-queima nos testes de combustão parcial em função da temperatura do regenerador. Legenda: Simples estágio, Duplo estágio

Em dois dos testes de combustão parcial, o teor de amônia no gás de combustão antes da caldeira de CO foi medido, pela absorção de amônia numa solução ácida e posterior titulação. A amônia medida no gás representou 2% e 5% do nitrogênio da carga, mesma ordem de grandeza do percentual de nitrogênio da carga transformado em NO; o que confirmou o mecanismo de formação de NO na caldeira de CO a partir de precursores (amônia) presentes no gás efluente do regenerador. Para mapear a transição das emissões de NOx no regenerador da combustão total para combustão parcial, a unidade foi operada com a caldeira de CO em funcionamento e o excesso de O2 do regenerador foi reduzido progressivamente. A medida do NO no gás de combustão após a caldeira de CO mostrou uma transição de NOx baixo para NOx alto quando a relação CO2/CO era reduzida para menos do que 4 (figura 8). Existe, portanto um limiar de concentração de CO abaixo da qual a reação de oxidação de NH3 é inibida. Se este limiar puder ser deslocado para valores ainda mais baixos da relação CO2/CO, de forma a se aproximar dos valores típicos das unidades comerciais que operam em combustão parcial, o problema das altas 42

200 180 160 140 120 100 80 60 40 20 0 0.0 1

0.2

2

0.4 3

0.6 4 5

0.8 6 7

1.0 10

1.2 20 1.4

CO2/CO

Figura 8 – Transição das emissões de NO do FCC operando com uma caldeira de CO na medida em que a relação CO2/CO passa de um nível alto (combustão total) para um nível baixo (combustão parcial). Condições operacionais: Catalisador Cat-G, carga GOP, configuração Simples estágio e caldeira de CO operando com 3% de excesso de ar e 1000°C de temperatura

Conclusão

10

-4 0 670

emissões de NOx destas unidades seria melhorado substancialmente.

NO ppm

Os testes em combustão parcial (figura 6) confirmaram a experiência industrial de níveis mais altos de NO no gás de combustão comparados à combustão total. As emissões de NO foram um pouco mais baixas do que às da unidade comercial de referência. Não houve influência da configuração do regenerador, porém, houve uma aparente piora do nível de NO quando a carga foi trocada de GOP+ODES para GOP. Esta piora não era esperada, uma vez que as cargas não eram substancialmente diferentes e novos experimentos serão necessários para confirmar este efeito. Em relação às pós-queima (figura 7), a configuração de Duplo Estágio apresentou em média valores mais altos do que o Simples Estágio. Confirmando a expectativa de risco de pós-queima, mesmo na combustão parcial, pela mistura dos gases de combustão do primeiro e segundo estágio, respectivamente rico em CO e rico em O2.

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no 347

A adaptação da unidade experimental multipropósito de FCC da Petrobras/SIX viabilizou o estudo do impacto de uma série de parâmetros de processo sobre as emissões de NOx e sobre o desempenho geral do regenerador. Na operação em combustão total o principal fator determinante do nível de NO, além do excesso de O2, foi o promotor de combustão do catalisador. O uso do recheio estruturado dividindo o regenerador em duas seções foi capaz de abaixar o nível de NO do gás de combustão em 50%, porém, trouxe junto a ameaça de agravamento da pós-queima de CO na fase diluída do regenerador. Na combustão parcial os impactos das variáveis de processo do conversor (carga, configuração, etc.) foram pequenos. O excesso de oxigênio da caldeira de CO foi a variável preponderante nas emissões de NOx. Foi detectada a presença de amônia no gás de combustão antes da caldeira de CO, confirmando o mecanismo de formação de NOx pela queima dos precursores na caldeira. Na operação do conjunto FCCcaldeira de CO ocorre uma transição de NOx baixo para NOx alto quando a relação CO2/CO cai abaixo de 4.

Referências ALTRICHTER, D. M. Process for the reduction of NOx in an FCC regeneration system by select control of CO oxidation promoter in the regeneration zone. US Pat 5,021,144. Jun 4 (1991). DAVEY S.W., Environmental catalytic cracking technology. PTQ / Q2, 2000, www.eptq.com. MILLER, R., YANG, Y.L., Staged Catalyst Regeneration in a Baffled Fluidized Bed; US 6,503,460; January 2003. MURCIA, A., Numerous changes mark FCC technology advance. O&GJ Special, May 8, 1992. NICCUM, P.K., FCC flue gas emission control options. AM-02-27, NPRA Annual Meeting, San Antonio, March, 2002. PETERS, A.W., WEATHERBEE, G., ZHAO, X., Origin of NOx in the FCCU regenerator. Fuel Reformulations, pg. 45. May/June 1995.

Artigo Técnico

Análise de riscos ambientais para atividades offshore: desafios e oportunidades Gabriela Azevedo Biologist, M. Sc. - Aecom

Ana Cristina Santos Chemical Engineer, M. Sc. - Aecom

Adriana Moreira Biologist, M. Sc. - Aecom

Julio Pellegrini Oceanographer, D. Sc. - Prooceano

Natalia Santos Oceanographer - Prooceano

Silvia Schaffel Naval Engineer, D. Sc. - Aecom

Resumo A Análise de Riscos Ambientais (ARA) consiste em uma análise de risco, que considera a probabilidade de Componentes de Valor Ambiental (CVA) serem atingidos por óleo no caso de um vazamento. Tal abordagem permite que esta seja uma análise mais abrangente, apesar da complexidade inerente ao processo. Assim, enquanto o risco da operação está focado na falha do funcionamento dos equipamentos e procedimentos implementados, o risco relativo ao ambiente atenta para os recursos ambientais da região onde a atividade será desenvolvida, e que consequentemente poderão ser impactados. Para a ARA ser realizada, são necessários o cálculo do Risco Operacional, a modelagem de Dispersão de Óleo no Mar, a identificação dos CVA e seus Tempos de Recuperação, e a determinação da probabilidade de um dado CVA ser atingido por faixa de volume de óleo. Integrando essas categorias de análise, é possível calcular o Risco Ambiental para cada faixa de volume e cenário sazonal. Assim, uma abordagem metodológica em que, após várias análises em regiões diferentes, foram observadas oportunidades de melhoria e desafios nos estudos de licenciamento na área de Óleo e Gás. A ARA é uma análise mais abrangente e uma avançada ferramenta de apoio à Avaliação de Impacto Ambiental, uma vez que integra três áreas importantes, até então apresentadas separadamente no processo de Licenciamento, dentro de um único indicador ou índice global de tolerabilidade de um dado projeto de Óleo e Gás.

1. Introdução O Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente), responsável pelo processo de Licenciamento das atividades offshore de Óleo e Gás no país, lançou em 2009 um novo Termo de Referência (TR) requisitando uma análise de risco ambiental. Para atender a este novo requerimento foi desenvolvido um estudo baseado na interpretação das requisições do Ibama.

Uma equipe multidisciplinar composta por biólogos, oceanógrafos, engenheiros, bem como especialistas em análises de risco, modelagem e GIS desenvolveu estudos de Análise de Risco para o Licenciamento de atividades offshore do setor de Óleo e Gás e as lições aprendidas, que refletem desafios e oportunidades, são mencionadas nos próximos itens.

2. Metodologia da ARA e definições principais A ARA é baseada em três etapas principais: cálculo de risco operacional; resultados de modelagens numéricas de óleo; e a identificação dos CVA, com os seus Tempos de Recuperação e a probabilidade de um dado Componente de Valor Ambiental ser atingido por faixa de volume de óleo. A junção desses componentes (figura 1) permite calcular o Risco Ambiental para cada faixa de volume e cenário sazonal.

Figura1. Componentes necessários para o cálculo do Risco Ambiental

2.1. Risco Operacional O Risco Operacional corresponde a um dos pré-requisitos necessários para o cálculo do Risco Ambiental e é obtido por meio da aplicação da técnica de Análise Preliminar de Riscos – APR para os sistemas das unidades de perfuração/produção, bem como para as estruturas de apoio às atividades. Na ARA, o objeto de interesse são as frequências das hipóteses acidentais que resultam em vazamentos de óleo para o mar, ou seja, que caracterizem contaminação ambiental. no 347

Petro & Química

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Artigo Técnico Essas frequências são determinadas por meio dos fluxogramas de processo das unidades de perfuração/produção (Process Flow Diagrams – PFD, Pipingand Instrumentation Diagrams - P&ID’s, General Arrangement, etc), onde se busca definir os componentes envolvidos em cada sistema sob análise e, a partir daí, extrair de bancos de dados as respectivas taxas de falha. Destaca-se que, de forma a atender ao preconizado na Resolução Conama 398/2008, as hipóteses acidentais referentes a cada um dos sistemas analisados são divididas em três faixas (figura 2) de volume de óleo liberado. Após isso, as frequências são somadas por faixa de volume de categoria.

Figura 2. Faixas de Volume utilizadas na ARA (conforme Resolução Conama 398/08).

2.2. Componentes Ambientais e Tempo de Recuperação Para o cálculo do Risco Ambiental é necessário identificar os CVA e o estabelecer os tempos de recuperação. O tempo de recuperação é aquele em que um CVA, após ser atingido, levaria para se recompor aos níveis anteriores à exposição por óleo. Ele é essencial para o cálculo da tolerabilidade e é buscado em referências bibliográficas. De acordo com as determinações do Ibama no TR para o Licenciamento Ambiental de Atividades Offshore, os CVA devem: • Ter presença significativa na área afetada; • Ser vulnerável à poluição/contaminação por óleo; • Atender os seguintes critérios: Ser relevante (e não apenas financeiramente) para a comunidade local; Ter um interesse nacional ou internacional; Ter importância ecológica.

estudo ambiental desenvolvido para a atividade. Os resultados do mapeamento são integrados aos da modelagem para o cálculo da probabilidade de o CVA ser atingido por óleo, em cada faixa de volume.

2.3. Modelagem de óleo Estudos de modelagem numérica de transporte de óleo no mar representam importante ferramenta de avaliação de áreas com potencial de serem atingidas em casos de derrame. Além disso, o cálculo do tempo de chegada e o volume de óleo em uma dada área são subsídios para a elaboração de ações de contingência. Para que a modelagem de óleo possa ser realizada deve-se desenvolver o modelo hidrodinâmico, de forma a representar as condições ambientais da região principalmente em termos de correntes marinhas e fenômenos a elas associados. A partir daí é que são realizados os estudos de transporte dos poluentes (como o óleo), em modelos computacionais específicos, que consideram os agentes que atuam no intemperismo do óleo no ambiente. No que diz respeito à modelagem de óleo, um dos principais pontos a serem destacados é o fato de que em estudos próximos à costa, quando o toque ocorre em período inferior a 60 horas, é necessária a realização de estudos com maior grau de refinamento e, consequentemente, mais complexos. Nestes casos, deve-se considerar a influência de fenômenos associados a ambientes costeiros (marés, por exemplo) cujas escalas espaço-temporais são reduzidas em relação aos estudos offshore. A figura 3 apresenta um caso hipotético de vazamento de óleo na Bacia de Campos. Usualmente, neste tipo de estudo é empregado um grid de 2,5 x 2,5km e um intervalo de tempo de 20 minutos, os quais são considerados suficientes para representar as variações espaciais e temporais inerentes à região de interesse. Um maior refinamento levaria aumento do custo computacional necessário para modelar o caso, resultando no aumento de elaboração do estudo.

A Tabela 1 abaixo apresenta as classes dos tempos de recuperação usadas em nossos estudos. Tabela 1. Classes do tempo de recuperação Classes do Tempo de Recuperação 0,1 – 1 ano 1 – 3 anos 3 – 10 anos > 10 anos

Os CVA podem ser comunidades biológicas e/ou ecossistemas, enfatizando ecossistemas sensíveis e comunidades que possuam espécies endêmicas e/ou ameaçadas de extinção. Uma vez que os CVA tenham sido identificados, realiza-se o mapeamento destes em termos de área de abrangência, utilizando-se informações disponíveis na literatura e no próprio 44

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Figura3. Probabilidade do óleo (ilustração à esquerda) e tempo de chegada do óleo (ilustração à direita) no caso de um vazamento hipotético em uma área offshore na Bacia de Campos

A solução de modelos numéricos em estuários e regiões de baías, por exemplo, requer, necessariamente, que os grids do modelo hiodrodinâmico tenham a maior resolução possível. Este aspecto representa um desafio no que diz respeito ao custo computacional x qualidade desejada dos resultados

Artigo Técnico e, mais uma vez, pode impactar no tempo necessário para a elaboração do estudo. A figura 4 apresenta um caso hipotético de vazamento de óleo na Baía de Guanabara, onde o grid e o intervalo de tempo do modelo foram ajustados para representar toda a variação costeira.

Figura 4. Caso hipotético de vazamento de óleo na Baía de Guanabara ilustrando o grid empregado (ilustração à esquerda) e o resultado da probabilidade do óleo (ilustração à direita). Na ilustração da direita apresenta-se em vermelho o CVA Manguezais.

2.4. Integração dos três pilares: risco ambiental Um dos pontos mais desafiadores da metodologia é a correlação e integração dos seus três pilares: Risco Operacional, Modelagem Numérica e Recursos Ambientais (Componentes Ambientais e Tempo de Recuperação). A integração dessas áreas caracteriza a abordagem de análise de risco ambiental, que irá conduzir ao índice de tolerabilidade, objetivo do estudo da ARA. O risco ambiental (RAcomp(x)) é o risco de um CVA ser atingido dentro de uma faixa de volume específico. Logo, o RAcomp(x) = Ftotal-y x Prob(x), onde F é a frequência global dos cenários acidentais na faixa de volume; Prob(x) é a probabilidade global de o óleo atingir o CVA-x para uma certa faixa de volume e cenário sazonal; e y é a faixa de volume. Depois do cálculo do Risco Ambiental, o próximo passo é determinar se o valor do risco é considerado tolerável, ou se o tempo de recuperação do CVA é negligenciável se comparado com o tempo de recorrência do dano. Assim, a presença de um determinado empreendimento pode ser considerada tolerável, se o tempo de recuperação dos componentes ambientais for insignificante comparado com o período de recorrência do dano esperado. A tolerância ao risco pode ser entendida como um limite em que os riscos são aceitáveis. No evento de risco intolerável,os procedimentos e as instalações que originaram o quadro de riscos e cenários acidentais serão revistos.

3. Desafios e oportunidades 3.1. Risco operacional No que diz respeito ao Risco Operacional, dada a relevância das frequências das hipóteses acidentais analisadas para o cálculo do Risco Ambiental, é necessário adoção de premissas que possibilitem tornar a avaliação dos sistemas mais próxima da realidade operacional da unidade. Para tal, é necessário que a análise dos sistemas seja realizada em conjunto com membros do corpo operacional da unidade. Este ponto muitas vezes representa um desafio em virtude de os estudos

elaborados para subsidiar as licenças ambientais serem feitos em um período muito anterior ao início das atividades. Desta forma, em alguns casos o operador ainda não possui um contrato com a unidade, fato que dificulta a obtenção de informações específicas e leva à adoção de conceitos genéricos. Outro ponto que dificulta a aproximação à realidade operacional diz respeito aos bancos de dados dos quais são extraídas as taxas de falha dos componentes constituintes de cada sistema. Os bancos de dados contemplam, para a obtenção dos dados estatísticos, unidades construídas em diferentes épocas. Assim sendo, uma vez que se esteja analisando uma unidade nova, a qual possua dispositivos modernos de segurança, e se considere as taxas de falha obtidas a partir de bancos de dados, a determinação da ocorrência de um dado evento poderá ser muito conservadora. Adicionalmente, em função da escassez de bancos de dados específicos para processos offshore, muitas taxas de falhas são obtidas a partir de bancos de dados genéricos aplicáveis a instalações industriais. Nota-se que o trabalho em conjunto com o operador é de suma importância para a determinação de frequências mais próximasda realidade operacional, o que propiciará a obtenção de resultados relativos à tolerabilidade mais próximos à realidade. Ainda, este fato influencia também o tempo necessário para a elaboração do estudo. A abordagem da ARA conecta resultados para a Avaliação de Risco, até agora focada em falhas de operação de equipamentos e procedimentos implementados, para os recursos ambientais na região e no entorno do local onde a atividade será desenvolvida, e que, portanto, podem sofrer impacto. Então, o operador pode intervir em sua atividade (escolhendo o cenário sazonal mais adequado considerando os resultados dos riscos ambientais- inverno/verão para operar ou selecionar plataformas/ unidades com características específicas, como casco duplo, que podem exercer uma grande influência sobre os resultados finais), a fim de proteger os CVA mais vulneráveis.

3.2. Componentes Ambientais e Tempo de Recuperação No que diz respeito à identificação dos CVA e o estabelecimento de períodos de recuperação, é importante ressaltar que seu estabelecimento é, reconhecidamente, um dos itens mais discutíveisda ARA, inclusive para a comunidade científica. As questões são concentradas em informações sobre como a comunidade foi composta antes do impacto ocorrer. Além disso, estabelecer quando a comunidade ou o ecossistema pode ser considerado recuperado, é um artigo de discussão constante entre cientistas sendo objeto de estudos em todo o mundo. Estudos prévios sobre as espécies que vivem na região impactada são de extrema importância, pois algumas questões que devem obrigatoriamente ser respondidas se baseiam nessas informações, tais como: época de reprodução da espécie, assim como o número de períodos reprodutivos por ano, número de filhotes que nascem, quantos animais foram

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Artigo Técnico perdidos com o vazamento e tamanho da população anterior. Além disso, é preciso ter informações posteriores ao vazamento, como: quantos indivíduos sobraram? São de extrema importância que se realizem mais estudos de base para que seja possível se estabelecer apropriadamente valores de tempo de recuperação, com foco em espécies do litoral brasileiro. Enquanto tais informações não estão disponíveis, estimam-se valores bastantes conservadores para as comunidades e ecossistemas possíveis de serem impactados.

3.3. Modelagem de óleo No que diz respeito à modelagem de óleo, o aspecto mais desafiador reside no modelo hidrodinâmico. A resolução da grade precisa ser o mais resoluto possível para representar todas as variabilidades – temporal e espacial – presentes no estudo da área. No entanto, é sempre necessário levar em consideração o custo computacional x qualidade dos resultados desejados. Particularmente em estudos offshore, a maior precisão dos resultados para regiões costeiras pode oferecer subsídios para o Plano de Emergência Individual, por exemplo. Finalmente, as tabelas 2 e 3 resumem os desafios enfrentados e oportunidades que podem surgir a partir do desenvolvimento da ARA. Tabela 2. Desafios para cada pilar da ARA Pilares da Desafios ARA a) Transformar os sistemas de perfuração/ produção das unidades mais próximos da realidade da unidade operacional, em vez de adotar conceitos genéricos; Risco b) Falta de bancos de dados específicos para as Operacional taxas de falhas nos processos offshore (muitos são obtidos a partir de bancos de dados genéricos aplicáveis a instalações industriais). c) Graus mais elevados de refinamento/complexidade da modelagem de óleo para o óleo que chega à costa em menos de 60 horas (escalas Modelagem espaciais e temporais são completamente difede Óleo rentes de estudos offshore); d) Custo computacional x qualidade dos resultados esperados x tempo para elaboração do estudo. e) Estabelecimento do tempo de recuperação das CVA; f) Estabelecer quando a comunidade ou o ecossistema pode ser considerado recuperado. g) Falta de estudos prévios e da biologia das espécies que habitam a área que pode ser potencialCompomente impactada de modo que seja possível esnentes tabelecer apropriadamente os valores de tempo Ambientes e de recuperação; Tempo de h) Falta de estudos sobre o impacto de óleo em Recuperação espécies normalmente encontradas na costa brasileira (estudos internacionais vêm sendo usados e valores bastantes conservadores vêm sendo estimados para as comunidades e ecossistemas que podem ser impactados).

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Tabela 3. Oportunidades para cada pilar da ARA. Pilares da Oportunidades ARA a) Conectar os resultados da análise de riscos com os recursos ambientais na região onde a atividade será desenvolvida e no seu entorno; Risco b) Permitir que os operadores identifiquem Operacional sistemas críticos dentro das unidades que possam ser modificados acrescentando garantias, por exemplo, a fim de ajudar a diminuir o valor de risco. c) Particularmente em estudos offshore, a maior precisão dos resultados para reModelagem de giões costeiras pode oferecer subsídios Óleo para o Plano de Emergência Individual, por exemplo. i) Promover estudos da biologia das espécies que vivem na área que pode ser potencialComponentes mente impactada; Ambientes e Tempo de j) Promover estudos de impacto de óleo em Recuperação espécies normalmente encontradas na costa brasileira.

4. Conclusão A ARA correlaciona três áreas de avaliação de impacto ambiental (Risco Operacional, Modelagem Numérica e Recursos Ambientais) e responde sobre a viabilidade do empreendimento, não só em relação à segurança operacional (escopo da análise de risco tradicional), mas também em relação ao risco ambiental da área do empreendimento. Considerando as questões levantadas neste trabalho, pode-se dizer que há incertezas envolvidas no processo, em termos de informações básicas destas três áreas, que devem ser minimizadas para que os resultados sejam mais próximos da realidade. Para tanto, cada etapa deve ser observada a partir de uma relação estreita entre operador, consultores e órgãos públicos competentes. Este trabalho apresentou os desafios e oportunidades sobre as etapas fundamentais do desenvolvimento da ARA: o cálculo do risco operacional, modelagem numéricae recursos ambientais (Componentes Ambientais e Período de Recuperação), resumidas nos itens acima. Finalmente, a Avaliação de Risco Ambiental consiste em uma metodologia inovadora para o licenciamento ambiental no setor de Óleo e Gás no Brasil e, além disso, é uma análise mais abrangente do que era feito nos estudos ambientais e, pela definição de um único indicador ou índice de tolerabilidade global, simplifica o processo de avaliação da viabilidade e os riscos ambientais de projeto.

5. Referências Resolução CONAMA No. 398/2008.

Artigo Técnico

Compensação ambiental: um estudo sobre a legalidade, aplicabilidade e implicações para o desenvolvimento sustentável nas perspectivas local e nacional Bruno Luís Carneiro da Cunha Cruz Mestre em Gestão do Desenvolvimento Local Sustentável - Direito Ambiental pela Universidade de Pernambuco – UPE

Cristiano Carrilho Silveira de Medeiros Gestor de Educação Ambiental e Agenda 21 da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) do Governo do Estado de Pernambuco. Johnson Pontes de Moura Engenheiro Doutorando- UFPE.

Resumo

1. Introdução

Este artigo tem como finalidade discorrer e analisar a legalidade e aplicabilidade do instituto jurídico da compensação ambiental, analisando suas implicações sobre o desenvolvimento local sustentável no contexto do Estado de Pernambuco e na perspectiva nacional. Constitui o foco dessa pesquisa a análise dos aspectos legais que definem a legislação ambiental pátria, em especial as relacionadas ao instituto jurídico da compensação ambiental, com especial atenção às legislações que fazem alusão e se correlacionam com a matéria, concentrando os estudos na Constituição Federal de 1988, Lei Federal nº 6938/81 que trata da Política Nacional do Meio Ambiente – PNMA, Lei Federal nº 9985/00 que estabelece o Sistema Nacional de Unidades de Conservação, Decreto Federal nº 4340/02, Resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente – Conama. No contexto local são analisadas as legislações estaduais de Pernambuco, sendo consideradas a Constituição do Estado, a Lei Estadual nº 11.206/95 que traça a Política Florestal do Estado de Pernambuco, a Lei Estadual nº 13.787/09 que regulamenta o Sistema Estadual de Unidades de Conservação – SEUC e as regulamentações da Agência Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – CPRH, órgão executor das políticas ambientais no Estado. O estudo foi realizado no intuito de traçar um conhecimento acerca da previsão e funcionamento da Compensação Ambiental em nível federal e estadual, suas características e aplicabilidade, visando detectar aspectos que possam contribuir para o aprimoramento do instituto, tendo como parâmetro basilar e primário o melhor atendimento aos princípios e diretrizes do desenvolvimento local sustentável.

O desenvolvimento e evolução mundial trouxeram inúmeras benesses e facilidades, oferecendo, em geral, um maior conforto aos seres humanos. No entanto, as formas de produção, crescimento e evolução acarretaram em diversos malefícios ao meio ambiente, que até algumas décadas não eram contabilizados, mesmo quando a natureza demonstrava que o ambiente apresentava níveis de desgaste que ultrapassavam a sua capacidade de recuperação. Sendo relacionadas às descontroladas intervenções humanas na natureza. Diante de todas as consequências que o planeta vem sofrendo em razão dessas intervenções, uma nova perspectiva de crescimento está sendo repensada e adotada, de forma a garantir um desenvolvimento sustentável e a preservação da vida na terra para essas e futuras gerações. O desenvolvimento sustentável defende que se pondere sobre a real qualidade de vida, e se é necessário que se priorize o desenvolvimento econômico e social em detrimento do Meio Ambiente. É necessário incluir no modelo de desenvolvimento uma prioridade para preservação e conservação do meio ambiente no qual o ser humano está inserido (VEIGA, 2005). Sem embargo, da necessidade social de crescimento e desenvolvimento, defende-se que o desenvolvimento deva ocorrer de forma sustentável. Com a difusão e aceitação coletiva desse entendimento, tiveram início movimentos mundiais e generalizados em prol da conscientização, atenuação e controle das atividades humanas causadoras dos impactos ambientais, dentre eles os decorrentes da instalação e funcionamento de grandes empreendimentos, a chamada Compensação Ambiental. no 347

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Artigo Técnico O instrumento jurídico da Compensação Ambiental foi criado com o propósito de atenuar danos causados ao meio ambiente pela instalação e funcionamento de empreendimentos classificados como provocadores de relevantes impactos ambientais, em que o empreendedor é obrigado a apoiar a implantação e manutenção de uma unidade de conservação do Grupo de Proteção Integral, sendo o recurso utilizado, teoricamente, na melhora da qualidade ambiental, não estando, todavia, obrigatoriamente vinculado às áreas afetadas diretamente pelos empreendimentos, como preconiza o Decreto Federal nº 4.340/02. (BRASIL, 2002)

2. Objetivos 2.1 Objetivo geral

3.1 Caracterização do objeto de estudo

Analisar a aplicabilidade da compensação ambiental para o desenvolvimento local sustentável na perspectiva da legalidade através dos princípios que fundamentam a base de sua criação nas esferas federal e estadual em Pernambuco.

2.2 Objetivos específicos • Analisar a história, os princípios e os fundamentos do desenvolvimento sustentável, como instrumento norteador da proteção ambiental e preservação da identidade local; • Identificar e investigar o arcabouço normativo que originou, regula e fundamenta o instituto da Compensação Ambiental e seu rebatimento sobre o Desenvolvimento Local Sustentável; • Selecionar e comparar os dispositivos legais na esfera federal, e estadual em Pernambuco, relacionados com a compensação ambiental; • Examinar as implicações do instrumento jurídico da compensação ambiental nas esferas federal, e estadual em Pernambuco, que assegure sua aplicação local, na perspectiva da sustentabilidade.

2. Metodologia Na presente pesquisa utilizou-se o método dedutivo, com uma abordagem exploratória. Gil (1999) afirma que a pesquisa exploratória é desenvolvida com o objetivo de proporcionar uma visão geral acerca de um determinado fato, que é realizado, sobretudo, quando o tema escolhido é pouco explorado. Triviños (1987) preceitua que o estudo exploratório tem por característica a construção do conhecimento em uma área nova ou pouco trabalhada, permitindo ao investigador majorar sua experiência em torno de um determinado problema. Nessa perspectiva buscou-se na abordagem do problema da pesquisa focalizar o aspecto qualitativo. Lakatos e Marconi (2003) afirmam que a metodologia qualitativa preocupa-se em analisar e interpretar os diversos aspectos do objeto em questão, descrevendo suas nuances e características sem o emprego de métodos quantitativos. Sob esse enfoque metodológico o estudo desenvolveu a análise de leis, decretos e resoluções, bem como se baseou em uma fundamentação teórica sobre os pressupostos que 48

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nortearam a temática da compensação ambiental e do Desenvolvimento Local Sustentável. Quanto aos procedimentos, a abordagem da pesquisa foi documental e bibliográfica, caracterizando nos aspectos de uma documentação direta e indireta. Da consulta da obra de Souza (2005, 58), é possível verificar a diferença entre as duas abordagens: A pesquisa documental assemelha-se à pesquisa bibliográfica. A diferença essencial entre ambas está na natureza das fontes. Enquanto a bibliográfica utiliza as contribuições de diversos autores sobre determinado assunto, a documental vale-se de materiais que, basicamente, ainda não receberam um tratamento analítico.

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O objeto teórico desse estudo se baseia na pesquisa e análise dos fundamentos, das regulamentações, diretrizes globais, nacionais e locais que contemplam o tema da compensação ambiental e do desenvolvimento sustentável. O objeto propositivo se concentra na tentativa de analisar, interpretar e contribuir para a regulamentação local da compensação ambiental de forma a influir positivamente no desenvolvimento local de forma sustentável no estado de Pernambuco.

3.2 Coleta de dados À elaboração do presente, foram utilizadas fontes bibliográficas e documentais que podem ser classificadas segundo as categorias: a) Diretrizes mundiais e nacionais para o desenvolvimento sustentável. Agenda 21 Global; Agenda 21 Nacional; Relatórios mundiais que traçam as diretrizes do desenvolvimento sustentável. b) Compensação Ambiental. A Constituição Federal de 1988, A Lei nº 6938/81 que indica regulamenta a Política Nacional do Meio Ambiente; Lei Federal nº 9985/00 que estabelece o Sistema Nacional de Unidades de Conservação, Decreto Federal nº 4340/02, Resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente – Conama 01/86; 237/97 e 371/06. c) Legislações Estaduais de Pernambuco. Constituição do Estado de 1989, a Lei Estadual nº 11.206/95 que trata da Política Florestal do Estado de Pernambuco e a Lei Estadual nº 13.787/09 que regulamenta o Sistema Estadual de Unidades de Conservação – SEUC.

3.3 Análise e interpretação dos resultados A análise dos documentos foi realizada no intuito de traçar um conhecimento acerca da previsão e funcionamento da compensação ambiental em nível federal e estadual, numa análise exploratória, propositiva e comparativa e, em vias destas, possíveis sugestões de otimização do instituto da compensação ao nível estadual e federal, tendo como parâmetro basilar e primário o atendimento aos princípios e do desenvolvimento local sustentável.

Artigo Técnico 4. Desenvolvimento sustentável O tema desenvolvimento sustentável será analisado a partir das definições e evoluções trazidas através das conceituações, segundo órgãos e instituições nacionais e internacionais, influenciadores e influenciados por essa nova percepção humana frente aos impactos causados ao meio ambiente. São expostas, nesse sentido, a trajetória a partir do surgimento, evolução e impacto na estrutura societária mundial, brasileira e local. O estudo foi realizado a partir de um breve levantamento histórico do surgimento e fortalecimento do movimento pela sustentabilidade planetária, a ponto de tê-la como referencial de intervenção nos arcabouços políticos e normativos da sociedade.

4.1 Contextualização do desenvolvimento sustentável Historicamente, o empenho humano em trazer melhorias para a satisfação das insaciáveis e incessantes necessidades vem acarretando em uma crescente demanda por recursos naturais. Para que esses desejos sejam atendidos, é necessário fazer uso de recursos naturais renováveis e não renováveis, de forma a alimentar e manter os meios de produção e os padrões de desenvolvimento estabelecidos. Além dos aspectos ambientais envolvidos existem as repercussões no âmbito social e político, gerados a partir do aperfeiçoamento de métodos e técnicas de produção. O marco evolutivo da ascensão desenvolvimentista se deu com o advento da revolução industrial (séc. XVIII) que, aliando a melhoria dos aspectos produtivos, empresariais e tecnológicos, incrementaram a exploração dos recursos naturais e energéticos, repercutindo no cenário político-social. O fato é que as benesses trazidas pela evolução acarretam numa constante alteração do cenário ecológico mundial, provocados pelo desenvolvimento desenfreado, gerando uma série de preocupações quanto ao surgimento de problemas de ordens social e ambiental. O modelo econômico consumeirista acaba gerando graves distúrbios na biosfera a ponto de ameaçar a base de sustentação da vida. As repercussões negativas advindas do processo evolutivo das sociedades humanas foram ganhando um espectro cada vez maior, a ponto de se tornar uma preocupação mundial. Dados levantados a partir do estudo intitulado “Os mercados do amanhã, tendências globais e suas implicações para as empresas” anuncia que atualmente o mundo tem aproximadamente 78% de pobres, e que em por volta de 25 anos, a população alcançará 8 bilhões, cerca de um terço a mais que a atual, causando um considerável aumento no consumo, gerando riscos ambientais e sociais, afirmando que o progresso mundial só será possível com a revisão da equação: redução da pobreza e equilíbrio ambiental. (WBCSD, 2002) Hoje já está pacificado o entendimento de que os impactos ambientais sofridos são frutos do uso desmedido de recursos naturais pelo homem. Uma vez impactado o meio natural, há

um reflexo direto na saúde pública e na qualidade de vida. Os estudos mostram que não se pode mais negar a complexa interrelação entre sistemas sociais, econômicos e ecológicos, considerando que as atividades econômicas e comerciais estão inseridas e fazem uso de parte dos sistemas ecológicos e sociais. São conforme Waage (2004) e Capra (2006), verdadeiros sistemas entrelaçados. Em recentes discussões, como as ocorridas no Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas em 2007, que tratou do aquecimento global, e as divulgadas no documentário “Uma verdade Inconveniente” dirigido por Al Gore (2007), mostram que a preocupação sócioambiental é tão urgente que não se cabe mais apenas uma reflexão, mas uma incorporação dos princípios da sustentabilidade nos conceitos e ações gerenciais e governamentais, por tratar-se de uma questão não mais de melhoria, mas de sobrevivência.

3. Revisão da literatura A Constituição do Estado de Pernambuco fora promulgada em 5 de outubro de 1989, tendo sido modificada através de 32 emendas à constituição, a última delas em 2008. O texto traz, em 253 artigos, questões primárias e fundamentais para regulamentação e estruturação organizacional do estado. Atestando, no artigo 5º, sua autonomia e independência no exercício de todos os poderes que não sejam vedados ou que firam os princípios constitucionais federais. Sobre o meio ambiente, referencia em diversos artigos algumas definições e regulamentações sobre o tema, dispondo logo nos seus artigos iniciais, a competência e obrigatoriedade na defesa do meio ambiente, patrimônio histórico e cultural: Art. 5º - (...) Parágrafo Único - É competência comum do Estado e dos Municípios: (...) III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos e as paisagens naturais notáveis, os sítios arqueológicos, e conservar o patrimônio público; IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico e cultural; (...) VI - proteger o meio ambiente, combatendo a poluição em qualquer de suas formas; VII - preservar as florestas, a fauna e a flora; (...) A Constituição do Estado quando trata das questões relativas ao desenvolvimento econômico de Pernambuco define que este será conciliado com a liberdade de iniciativa e com os princípios superiores da justiça social, com a finalidade de assegurar a elevação do nível de vida e bem-estar da população (art. 139) (PERNAMBUCO, 1989). A Carta do Estado estabelece ainda que, para que se atinno 347

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Artigo Técnico jam essas metas serão considerados alguns aspectos, dentre eles a proteção ao meio ambiente, através principalmente do combate à exaustão dos solos e à poluição ambiental, em qualquer das suas formas; proteção à fauna e à flora; delimitação das áreas industriais, estimulando para que nelas se venham instalar novas fábricas e que para elas se transfiram aquelas localizadas em zonas urbanas. Nota-se que ao instituir os aspectos do desenvolvimento econômico se atentou para a preservação e conservação do meio ambiente, sendo posto como uma das vertentes garantidoras da qualidade de vida, não podendo os aspectos e interesses puramente econômico-desenvolvimentistas prevalecerem sobre a importância da preservação natural. Quando o texto trata do desenvolvimento urbano, também expõe como um limitador ao crescimento e expansão espacial e populacional, a garantia de preservação e conservação da qualidade ambiental, visando à qualidade de vida dos cidadãos, assegurando ainda a utilização adequada do território e dos recursos naturais mediante o controle de implantação e de funcionamento, dos empreendimentos industriais, comerciais, habitacionais e institucionais e a administração dos resíduos gerados no meio urbano, através de procedimentos de coleta ou captação e de disposição final, de forma a assegurar a preservação sanitária e ecológica. (art. 144) (PERNAMBUCO, 1989). A política urbana foi traçada, conforme Art. 145, de forma a conservar as funções sociais da cidade, entendidas estas, na forma da lei, como o direito do cidadão ao acesso à moradia, transporte coletivo, saneamento, energia elétrica, iluminação pública, trabalho, educação, saúde, lazer e segurança, bem como a preservação do patrimônio ambiental e cultural. Indicando a necessária tutela aos aspectos garantidores da qualidade de vida, a partir da conservação; também dos patrimônios ambientais e culturais, fincando as limitações ao crescimento desordenado. Já a política cientifica e tecnológica foi incentivada no principio do respeito à vida, devendo ser aplicado com o devido respeito e o aproveitamento racional e não-predatório dos recursos naturais, a preservação e a recuperação do meio ambiente e o respeito aos valores culturais (art. 203) (PERNAMBUCO, 1989). Acompanhando a devida importância dada ao meio ambiente a nível federal, a constituição do Estado de Pernambuco também destinou um Capitulo só para o Meio Ambiente (capítulo IV). Reverbera o texto legal a indissociabilidade do desenvolvimento à preservação e conservação natural, devendo o desenvolvimento ocorrer de forma a conciliar com a proteção ao meio ambiente, obedecendo, ainda, aos seguintes princípios: preservação e restauração dos processos ecológicos essenciais; conservação do manejo ecológico das espécies e dos ecossistemas; proibição de alterações físicas, químicas ou biológicas, direta ou indiretamente nocivas à saúde, à segurança e ao bem-estar da comunidade; proibição de danos a fauna, à flora, às águas, ao solo e à atmosfera. (art. 50

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204) (PERNAMBUCO, 1989). O art. 205 do texto Constitucional Estadual referencia um cuidado diferenciado às áreas de interesse cultural e ambiental, citando como especiais os recifes, os mananciais de interesse público e suas bacias, os locais de pouso, alimentação e/ou reprodução da fauna, bem como áreas de ocorrências de endemismos e raros bancos genéticos e as habitadas por organismos raros, vulneráveis, ameaçados ou em via de extinção. O que se compreende do exposto é que estas áreas bem se enquadram no Sistema de Unidades de Conservação, por serem zonas que merecem uma especial atenção do estado, neste caso, devendo ser enquadradas dentro dos grupos de proteção integral definidos através do Sistema de Unidades de Conservação do Estado – SEUC: Lei nº 13.787/09 (PERNAMBUCO, 1989) e, uma vez a área suplantando o espaço geográfico do estado, ao Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC (Lei nº 9.985/00) (BRASIL, 2000). A constituição ainda indica como estruturação da gestão e controle ambiental a criação de três instrumentos: Política Estadual de Meio Ambiente, Sistema Estadual de Meio Ambiente e Plano Estadual de Meio Ambiente, cada qual com as seguintes definições e atribuições (art. 206 a 210) (PERNAMBUCO, 1989): a) O Conselho Estadual de Meio Ambiente - órgão colegiado e deliberativo, constituído por representantes governamentais e não-governamentais, paritariamente, e encarregado da definição da Política Estadual de Meio Ambiente. b) A Política Estadual de Meio Ambiente - tem por objetivo garantir a qualidade ambiental propícia à vida e devendo ser aprovado por lei, a partir de proposta encaminhada pelo Poder Executivo, com revisão periódica, atendendo aos seguintes princípios: • ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo; • racionalização do uso do solo, subsolo, da água e do ar; • proteção dos ecossistemas, com a preservação das áreas representativas; • planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais; • controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras; • incentivo ao estudo e à pesquisa de tecnologia, orientados para o uso racional e a proteção dos recursos ambientais; • recuperação das áreas degradadas; • proteção de áreas ameaçadas de degradação; • concessão, na forma da lei, de incentivos fiscais à implantação de projetos de natureza conservacionista, que visem ao uso racional dos recursos naturais, especialmente os destinados ao reflorestamento, à preservação de meio ambiente e às bacias que favoreçam os mananciais de interesse social; • educação ambiental a todos os níveis de ensino, de manei-

Artigo Técnico ra integrada e multidisciplinar, inclusive a educação da comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente. c) O Plano Estadual de Meio Ambiente - disciplinado por lei, é o instrumento de implementação da política estadual e deve prever a adoção de medidas indispensáveis à utilização racional da natureza e redução da poluição resultante das atividades humanas, inclusive visando: • proteger as praias marítimas e fluviais, as zonas estuarinas e manguezais, as matas de restinga e os resquícios da mata atlântica e a realização de estudos de balneabilidade, com ampla divulgação para a comunidade; • proteger os rios, correntes de águas, lagos, lagoas e espécies neles existentes, sobretudo para coibir o despejo de caldas e vinhotos das usinas de açúcar e destilarias de álcool, bem como de resíduos ou dejetos, suscetíveis de torná-los impróprios, ainda que temporariamente, para o consumo e a utilização normais ou para a sobrevivência da flora e da fauna; • preservar a fauna silvestre que habita os ecossistemas transformados e as áreas rurais e urbanas, proibindo a sua caça, captura e a destruição de seus locais de reprodução; • limitar a exploração econômica dos recursos pesqueiros, exigindo a instalação de criadouros artificiais, sempre que essas atividades ameacem exceder os limites estabelecidos pelos órgãos governamentais competentes; • proibir os remédios e agrotóxicos cujo uso comprometa o meio ambiente. Ao que se depreende do sistema constitucional estadual traçado é que a defesa, proteção e atenção que deve ser dada ao meio ambiente corresponde a toda extensão territorial do estado, com os devidos cuidados e resguardos legais e, em situações excepcionais, de acordo com a especificidade, se ter uma cautela e sistemática protetiva maior em situações e condições excepcionais às áreas restritas e específicas, as chamadas áreas especiais de conservação.

4. Conclusões No presente estudo constatou-se que a legislação relacionada especificamente ao instituto da compensação ambiental não aponta para a obrigatoriedade de implementação dos recursos pagos à área diretamente ou, no mínimo, indiretamente afetada. Dessa forma, questiona-se a eficácia de um instituto criado para “compensar” um dano local causado onde, na verdade, deixa de vincular a implementação de seus recursos especificamente ao ambiente afetado, deixando de contemplar a efetiva compensação a gama de informações culturais e genéticas locais da área diretamente ou, no mínimo, indiretamente prejudicadas. O discurso, inserido na lei, aparenta estar vinculado ao pensamento sistêmico de que, uma vez contemplando qualquer outra localidade com os recursos da compensação estar-se-ia, de certa forma, compensando toda a natureza pelo dano localmente causado. Tal tese, no entanto, não merece

prevalecer, pois toda a localidade detém características únicas que a atribuem uma identidade única e insubstituível, uma vez prejudicada e comprometida, não poderá ser suprida ou substituída por qualquer outra. Entende-se que a implementação dos recursos da compensação ambiental em outra área de influência não poderá substituir ou “compensar” a perda localmente causada, o que acaba por comprometer o desenvolvimento local sustentável, colocando em xeque a eficácia desse instituto, no viés do propósito existencial da legislação ambiental, que é a sustentabilidade. Uma das considerações, a título de sugestão, é a elevação de aplicabilidade e incidência dos resguardos legais previstos no Sistema de Unidade de Desenvolvimento Sustentável a todo o perímetro geográfico nacional e estadual, de forma que, todo o espaço territorial seja contemplado pelas obrigações, direitos e garantias das políticas ambientais já traçadas e delineadas no âmbito prático. Desta forma poder-se-ia, desde logo, viabilizar o cumprimento das ações pró-sustentabilidade almejadas. Já nos casos e situações excepcionais, em que se necessitasse de uma restrição maior do estado ao uso, acessibilidade e disponibilidade aos recursos naturais de uma determinada área ou região, ai sim, adotaria o sistema de Proteção Integral, restringindo ainda mais a intervenção humana sobre determinada zona, ecossistema, habitat ou ambiente. Conforme se depreende da própria definição legal, o Sistema de Unidade de Conservação é entendido como sendo o “(...) conjunto de unidades de conservação que, planejadas, organizadas e manejadas de forma coordenada, é capaz de viabilizar os objetivos de conservação da natureza” (PERNAMBUCO, 2009). Em uma análise conclusiva pode-se compreender que para que a conservação da natureza seja garantida nos moldes das garantias fixadas no SNUC, e agora SEUC, necessário seria destrinchar todo o território brasileiro em diversas unidades de conservação, obedecendo todo o rito traçado em lei para a transformação do território em unidades para que, assim, cada espaço físico e suas características únicas e insubstituíveis, bem como suas culturas e identidades possam ser resguardadas através dos benefícios da legislação ambiental vigente. Sendo a Compensação Ambiental ligada eminentemente a UC’s e, em especial as de Proteção Integral, atina-se que a lei, da forma ora vigente, acaba por restringir e limitar o uso do recurso a estas áreas, deixando de possibilitar o fomento e incentivo de inúmeros outros projetos pró-sustentabilidade que permitissem, de fato, atender às diretrizes do desenvolvimento sustentável propiciando a compensação do dano localmente causado nas áreas efetivamente impactadas pelo empreendimento licenciado, dentro das dimensões não apenas ambientais, como econômicas e sociais. Caso sejam acatados os argumentos apresentados, estando os recursos da compensação vinculados às unidades de conservação do grupo de proteção integral e, excepcionalmente, a outras categorias de unidades, se faz necessário a promoção no 347

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Artigo Técnico de uma alteração legal do artigo 36 da lei nº 9985/00 (federal) e, posteriormente, do art. 47 nº 13.787/09 (estadual), por serem, respectivamente, a lei federal que trata das normas gerais sobre a matéria e, logo em seguida, a segunda, que regulamenta o instituto na esfera estadual em Pernambuco. A ordem lógica de implementação dos instrumentos ambientais constitucionais é a instituição do Conselho Estadual do Meio Ambiente para que através dele se institua a Política Estadual do Meio Ambiente, a ser viabilizada através do estabelecimento do Plano Estadual do Meio Ambiente. Assim com base na reflexão disposta neste estudo, bem como nas propostas de otimização apresentadas vislumbra-se uma maior aplicabilidade do instituto da compensação ambiental com finalidade de majorar a promoção do desenvolvimento local sustentável.

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Artigo Técnico

Determinação da concentração de compostos BTEX presentes na atmosfera através da aplicação da técnica de microextração em fase sólida Bonetti, T. M., Guelli U. Souza, S. M. A., Ulson de Souza, A. A. UFSC - Programa de Pós-graduação em Engenharia Química - Laboratório de Transferência de Massa Resumo O abastecimento de gasolina aos postos de combustíveis gera elevadas concentrações instantâneas de vapores na atmosfera que são prejudiciais à saúde. Neste trabalho foi desenvolvida uma metodologia analítica para a análise de concentrações de compostos BTEX em amostras atmosféricas utilizando cromatografia gasosa, GC/FID. A técnica consiste em coletar amostras em ampolas, extraindo compostos voláteis da fase gasosa através de uma fibra de microextração de polidimetilsiloxano (PDMS) de 100μm. A metodologia proposta fornece um procedimento simples e rápido de análise com limites de detecção entre 21 ng l-1 (o-xileno) e 72 ng l-1 (benzeno). Os coeficientes de partição dos compostos BTEX em microfibras foram determinados experimentalmente à temperatura de 40°C e extrapolados para 13,6°C. O máximo erro relativo obtido foi de 21%. Análises de amostras coletadas em postos de gasolina tiveram resultados dentro da faixa de concentração adotada nas curvas de calibração.

Introdução A determinação da concentração dos contaminantes atmosféricos faz-se necessária para garantir a qualidade do ar e a saúde do trabalhador. Os BTEX são compostos derivados do petróleo utilizados, por exemplo, na produção de substâncias químicas básicas, na fabricação de pesticidas e como solventes ou aditivos na síntese de fármacos [1]. A ocorrência de situações de exposição à atmosferas de risco deve ser avaliada com cuidado, especialmente em ambientes ocupacionais, tendo em vista a elevada toxidade dos BTEX [2,3]. Além disso, com o desenvolvimento industrial e a urbanização, há também um grande aumento das emissões desses contaminantes na atmosfera causando impactos ambientais. A análise de compostos orgânicos voláteis na atmosfera caracteriza-se, no que diz respeito ao dispositivo de amostragem adotado, pelo tempo de coleta [4]. Amostras podem ser coletadas de forma instantânea ou contínua (ex: coletas de até 24 horas). A escolha da técnica a ser adotada depende dos objetivos do estudo, dos compostos químicos envolvidos

e das características da contaminação. Amostragens instantâneas devem ser realizadas em situações onde ocorram picos de concentração e quando se deseja caracterizar o nível de concentração atmosférica de contaminantes de alto risco. A escolha de uma técnica de coleta está diretamente relacionada à técnica de análise química a ser utilizada. A amostragem de alíquotas de gas em ampolas de vidro associada à análise por cromatografia, via SPME, pode proporcionar uma análise simples e rápida, com baixos limites de detecção e menor custo operacional, quando comparada aos métodos tradicionais de análise [5]. O objetivo deste trabalho é propor uma metodologia para análise de BTEX no ar atmosférico, por cromatografia gasosa, utilizando a tecnologia de SPME associada à amostragem de alíquotas gasosas em ampolas de vidro, para avaliação de concentrações de curta duração.

Metodologia A unidade de SPME consiste em uma haste capilar (ex: microfibra de sílica, sílica fundida, liga metálica inerte, etc.) recoberta de um material polimérico ou sólido, com espessura definida. Essa fibra é acoplada à ponta de um êmbolo que corre internamente em uma agulha passível de ser injetada através de um septo (e.g. vials e injetor de um cromatógrafo) como pode ser observado na figura 1. Neste trabalho foi adotada a fibra de polidimetilsiloxano (PDMS) de 100μm.

Figura 1 – Esquema construtivo de uma fibra SPME de 100μm de espessura no 347

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Artigo Técnico Quando uma fibra de SPME é colocada em contato com uma amostra, os analitos tendem a se deslocarem da matriz solubilizando-se no material de recobrimento. A dessorção dos analitos é feita por aquecimento instantâneo da fibra de SPME no injetor do cromatógrafo gasoso (CG). Esta transferência de massa ocorre até que se estabeleça um equilíbrio de partição entre as fases. Esse equilíbrio é definido a partir da lei de distribuição de Nernst, em termos do coeficiente de partição , dado pela equação (1), para uma determinada temperatura [5]:

(1) onde é a concentração molar do componente na fibra no equilíbrio, é a concentração molar do componente no gás no equilíbrio. A partir do balanço de mols o sistema, constituído de uma ampola contendo um analito de interesse na fase gasosa e uma fibra SPME exposta nesse meio, pode ser representado pela equação (2). Essa equação é deduzida com base na hipótese de que o volume da ampola é muito maior do que o volume ), ou seja, no desenvolvimento da fibra de SPME ( matemático assume-se que .

(2) sendo o número de mols do componente na fibra, no equilíbrio, a concentração inicial na fase gasosa e o volume da fibra (e.g. 0,69μl para fibra com espessura de filme igual a 100μm, comprimento de 1 cm e bitola da agulha 23). O coeficiente de partição da equação (2) é inversamente proporcional à temperatura da amostra. Segundo Martos e Pawliszyn (1997), a solubilidade de um composto na fibra pode ser estimada a partir da lei de Raoult para soluções não ideais, equação (3), escrita em termos de concentração, por meio de e da equação dos gases ideais, um coeficiente sendo que . A pressão de vapor do componente puro pode ser corrigida pela equação de Clausius-Clapeyron. O arranjo matemático mostrado na equação (4) correlaciona o coeficiente de partição com a temperatura [5]. (3) (4)

Nas equações acima, é a concentração inicial no gás, a concentração na fibra no equilíbrio. O é o calor da vaporização do componente puro, é a pressão de vapor do componente puro à temperatura é o coeficiente de atividade do analito na fibra, enquanto . é um novo coeficiente de atividade do analito na fibra. é a temperatura de equilíbrio do sistema e R é a constante universal dos gases ideais. Os dados de entrada dessa equação devem estar nas unidades do sistema internacional (SI). Os dados de calor de vaporização podem ser calculados a partir de modelos empíricos como os modelos de Riedel, Vetere e de Liu [7,8,9]. Os coeficientes de atividade não são facilmen54

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te encontrados na literatura. Entretanto a determinação experimental do coeficiente de partição em uma única temperatura para outras temperaturas. permite calcular dados de Um procedimento experimental simples para determinação do coeficiente de partição baseia-se na equação (1) e na possibilidade de se injetar uma única amostra no CG de duas formas: via SPME e utilizando uma seringa gas-tight [6]. Haja vista a proporcionalidade entre a massa injetada e a área de um pico cromatográfico e, considerando que a partir dessas injeções são obtidas, respectivamente, as áreas e , a equação (1) pode ser reescrita da seguinte forma: (5) O pode então ser determinado a partir do resultado dessas duas análises cromatográficas, conhecendo-se o volume da fibra e o volume de gás . O cálculo das concentrações atmosféricas de amostras reais pode ser realizado com base em uma curva de calibração. Em análises SPME essa curva pode ser feita de duas formas, com ou, como segunda ou seja, correlacionado o opção, correlacionando com . Nos dois casos concentrações conhecidas dos analitos na fase gasosa são preparadas, extraídas via SPME e injetadas no cromatógrafo. No primeiro caso, a extração de uma amostra deve ser realizada sempre a mesma temperatura utilizada no procedimento de calibração, pois os efeitos de temperatura sobre o irão distorcer os resultados, sem possibilidade de correção. O que não ocorre no segundo caso, onde o cálculo da concentração é feito com base no , determinado para a temperatura de análise por meio da equação (4). O cálculo de concentração para fluidos compressíveis deve levar em consideração os efeitos da pressão e temperatura sobre o volume de gás [10]. Para que os dados sejam comparáveis, dados de concentração são sempre retificados para as condições padrão de temperatura e pressão – CPTP e ), por meio da (i.e. correção do volume (equação (6)). (6) As calibrações são determinadas em condições conhecidas de temperatura e pressão que permitem o cálculo da concentração e sua correção para as CPTP. Se essas condições de calibração foram e a equação (6) pode ser reescrita da seguinte forma: (7) onde sendo que e são o volume corrigido para as condições padrão de análise e o volume da ampola utilizada na calibração, respectivamente. Uma área cromatográfica, quando utilizada para cálculo da concentração a partir de uma curva de calibração, irá resultar em uma concentração equivalente , referente à correção das condições padrão de análise. Entretanto, em uma amostragem real, o volume da ampola pode ser ligeiramente diferente de , além de a coleta ser feita em

Artigo Técnico condições variáveis de pressão e temperatura. Tais diferenças acabam por gerar fatores de correção diferentes de , de forma que é necessário aferir o valor de para um novo valor corrigido por meio de outro fator (equação (8)). onde

.

(8)

sendo que é o volume da ampola utilizada na amostragem, é o volume corrigido para as condições de amostragem, e são as condições de temperatura e pressão medidas no momento da coleta e e são as condições de temperatura e pressão utilizadas na calibração (i.e. e . Nos procedimentos de calibração foi utilizada uma ampola com e, a partir dos valores conhecidos de , a equação (8) pôde ser simplificada, sendo essa utilizada para o cálculo da concentração em amostras reais. (9)

Procedimento experimental Um cromatógrafo gasoso GC-17A da Shimadzu com um detector de ionização por chama (DIC) e uma coluna DB-5 (30m, 0,25 mm I.D., 1.0 μm esp. filme) foi configurado para uma temperatura inicial de 35°C por 10min e uma rampa de 5°C/min. até 110°C. Foi utilizado nitrogênio como gás de arraste a 40kPa e injeção splitless, por 5 min., a 270°C, utilizando-se um liner específico para SPME (I.D. 0,75mm). Os compostos benzeno, tolueno, m-xileno, p-xileno e o-xileno foram adquiridos puros da Fluka, sendo os dois primeiros com pureza ≥99,9% e os demais com pureza ≥99,5%. O etilbenzeno foi adquirido puro da Sigma-Aldrich, com pureza ≥99,8%. O isooctano, utilizado como composto de recuperação foi adquirido da Merck, com pureza ≥99,5%. A solução padrão de calibração foi preparada pela mistura de 100μl de benzeno, tolueno, etilbenzeno, o-xileno e isooctano e 50μl de m-xileno e p-xileno individualmente em um vial de 2mL. As curvas de calibração foram feitas por meio da preparação de soluções gasosas padrão em ampolas de vidro, por meio da adição em fase líquida de 5μl da solução padrão em uma ampola de volume utilizando um auto-injetor AOC-5000 da Shimadzu. Duas diluições subsequentes da mistura gasosa foram realizadas para alcançar as concentrações de interesse. Foi utilizada uma seringa gas-tight de 25ml, com válvula e as ampolas possuíam os volumes e . Todas as ampolas foram previamente preenchidas com nitrogênio puro e estabilizadas a pressão atmosférica e temperatura de 40°C. As concentrações foram calculadas por intermédio da equação geral da lei dos gases ideais, conhecendo-se a número total de moles de cada componente dentro do recipiente. Para determinação dos coeficientes de partição foi adicionado 1 μl da solução padrão em uma ampola. A determinação dos limites de detecção foi feita com base nos procedimentos da regulamentação federal dos Estados Unidos (40 CFR 136 Apêndice B), a partir do ruído da linha-base das análises da curva de

calibração, para uma relação sinal-ruído de 3. O tempo de 15 minutos foi adotado como tempo de extração por SPME em todos os experimentos. A coleta de amostras reais foi feita através de um sistema montado de acordo com o esquema apresentado na figura 2.

Figura 2 – Esquema de montagem de um dispositivo de coleta de gases

O dispositivo de coleta é uma ampola confeccionada em vidro borossilicato com uma boca para septo e duas válvulas do tipo stop flow para entrada e saída de gás, totalizando um volume nominal de 270 ml. Determinou-se o volume exato de cada ampola por meio da densidade, pesando-se o volume de água destilada que preencheu os recipientes.

Resultados e discussão As curvas de calibração foram construídas a partir da análise em triplicata de seis amostras padrão com concentrações variadas dentro dos limites do Limite Inferior de Quantificação (LIQ) e do Limite Superior de Quantificação (LSQ). A Tabela 1 apresenta os resultados da calibração. Os coeficientes angulares mostrados correlacionam com . Tabela 1 – Dados das curvas de calibração do BTEX e isooctano (surrogate) Tempo de LIQ (ng/L LSQ (ng/L Coef. retenção nas CPTP) nas CPTP) Angular (min.) Isooctano 2,196 8,75 688,5 5777,1 Benzeno 1,721 7,725 154,0 7389,5 Tolueno 4,590 13,431 196,7 7334,7 Etilbenzeno 11,226 18,935 178,0 7302,1 m,p-Xileno 12,296 19,376 211,4 7225,6

Componente

o-Xileno

16,298

20,595

131,0

6717,5

R2

DPR máx

DPR min.

0,9991 0,9991 0,9985 0,9969 0,9951

3,85% 4,86% 4,65% 5,54% 8,31%

0,66% 0,96% 3,06% 2,97% 1,54%

0,9957 5,58% 1,45%

NOTA: DPR=Desvio Padrão Relativo

Para a metodologia proposta foram alcançados limites de detecção de 23,63 ppbv para benzeno, 7,59 ppbv para tolueno, 6,83 ppbv para etilbenzeno, 12,60 ppbv para m,p-xilenos e 5,0 ppbv para o-xileno. Os coeficientes de partição foram determinados experimentalmente à temperatura de 40°C e extrapolados até 13,6°C, por meio do modelo proposto. A Tabela 2 mostra a comparação dos dados obtidos em ampolas com os resultados apresentados por Martos e Pawliszyn (1997). Tabela 2 – Comparação entre os coeficientes de partição experimentais obtidos para temperatura de 40°C em ampolas e os valores extrapolados para a mesma temperatura pelos ajustes lineares propostos por (Martos e Pawliszyn, 1997)

Composto

Kexp (40°C)

DPRexp

Benzeno Tolueno Etilbenzeno m,p-Xilenos p-Xileno o-Xileno

134,4 397,6 953,6 1030,4 -1264,2

1,86% 0,76% 2,08% 4,07% -2,31% no 347

K autor (40°C) 145 373 963 -1089 1297

er -7,55% 6,69% -0,93% ---2,50%

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A Figura 3 mostra a correlação entre o versus , obtida a partir do modelo de Vetere com referência nos coeficientes de partição determinados experimentalmente a 40°C. 3,5

Log10(K)

3,0 2,5 2,0 1,5 1,0 3,15

3,20

3,25

3,30

3,35

3,40

3,45

3,50

3,55

1/T (x10-3) (K-1) Benzeno

Tolueno

Etilbenzeno

m,p-Xilenos

o-Xileno

Figura 3 – Efeito da temperatura sobre os coeficientes de partição a partir da equação de Vetere.

Amostras reais foram coletadas em um posto de combustíveis em condições normais de temperatura e pressão. A pressão e temperatura foram medidas por um barômetro de Torricelli e um termômetro de bulbo. Essas variáveis, bem como o volume das ampolas, foram registradas a cada coleta e utilizadas para correção das concentrações equivalentes. A vazão de coleta foi ajustada para 6,0 L/min., equivalendo, em um período de 30 s, a aproximadamente dez vezes o volume nominal de uma ampola. Adotando-se essa vazão, todo o ar contido em uma ampola é trocado a cada 2,7 s, caracterizando a coleta instantânea. A Tabela 3 apresenta os resultados obtidos.

Tabela 3 – Resultados da análise de amostras atmosféricas coletadas na altura de respiração do trabalhador durante o abastecimento de carros com gasolina tipo C. Componente Isooctano Benzeno Tolueno Etilbenzeno m,p-Xileno o-Xileno er (surr.)

Branco 2832,8 -----100,86%

Concentração (ng/L nas CPTP) Amostra 1 Amostra 2 Amostra 3 Amostra 4 2344,05 2621,41 2730,38 2525,25 4055,09 6318,94 3162,97 7704,66 2626,38 4113,95 2048,58 4990,13 136,99 2183,45
A Figura 4 mostra o cromatograma dos vapores de gasolina e as separações dos BTEX e isooctano obtidas por meio do método configurado em uma coluna DB-5 de 30metros.

Figura 4 – Cromatograma demonstrativo da análise de vapores gasolina, por SPME, em coluna cromatográfica de 30 m

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Conclusões Neste trabalho foi desenvolvida a calibração do CG para análise de BTEX, via SPME, coletados no estado vapor em ampolas de vidro. A partir da calibração foi demonstrada viabilidade de aplicação da metodologia para análise de vapores de combustíveis em postos de abastecimento. Por intermédio da técnica de SPME, foram obtidos limites de detecção satisfatórios para a temperatura de análise adotada, tendo em vista o pequeno volume de amostra. Os resultados permitiram inferir a magnitude da influência da temperatura sobre os coeficientes de partição, levantando indícios da possibilidade de redução dos limites de detecção por meio da redução da temperatura de análise. Análises de amostras coletadas em postos de combustíveis apresentaram resultados dentro da escala de concentração adotada nas curvas de calibração. Os resultados do erro relativo do surrogate, em todas as amostras, ficaram dentro da margem da média de dez analises padrão ±3σ, demonstrando a aplicabilidade do método proposto. Por meio desta metodologia, foram detectadas elevadas concentrações de pico durante o abastecimento de carros em postos de combustíveis.

Agradecimentos Os autores agradecem o apoio financeiro do CNPq e CAPES pela concessão de bolsa, ao LABMASSA- UFSC pela utilização da infraestrutura analítica no desenvolvimento deste trabalho e à ANP_PRH9 por melhorias realizadas em equipamentos analíticos no laboratório.

Referências Bibliográficas 1. BRASIL. Risco químico: atenção à saúde dos trabalhadores expostos ao benzeno. Ministério da Saúde, Brasília, 2006. Disponivel em: . Acesso em: 19 mai. 2011. 2. GONZALEZ-FLESCA, N. et al. Personal exposure of children and adults to airborne benzene in four French cities. Atmospheric Environment, v. 41, p. 2549–2558, 2007. 3. LARINI, L. Toxicologia. 3. ed. São Paulo: Manole Ltda, 1997. 301 p. 4. BRASIL. Instrução Normativa N.º 1 de 20 de Dezembro de 1995. Aprova o texto que dispõe sabre a “AVALIAÇÃO DAS CONCENTRAÇÕES DE BENZENO EM AMBIENTES DE TRABALHO”. Ministério do Trabalho e Emprego, 1995. 5. MARTOS, P. A.; PAWLISZYN, J. Calibration of Solid Phase Microextraction for Air Analyses Based on Physical Chemical Properties of the Coating. Analitycal Chemistry, v. 69, n. 2, p. 206-215, 1997. 6. CHAI, M. et al. Determination of Volatile Chlorinated Hydrocarbons in Air and Water With Solid-p hase Microextraction. Analyst, v. 118, p. 1501-1505, 1993. 7. LIU, Z.-Y. Estimation of heat of vaporization of pure liquid at its normal boiling temperatur. Chemical Engineering Communications, v. 184, n. 1, p. 221– 228, 2001. 8. VETERE, A. A new correlations for predicting vaporization enthalpies of pure compounds. Chemical Engineering Journal, v. 17, p. 157-162, 1979. 9. SMITH, J. M.; NESS, H. V.; ABBOTT, M. Introduction to Chemical Engineering Thermodynamics. 7. ed. New York: McGraw-Hill, 2004. 840 p. ISBN -10: 0073104450. 10. REYNOLDS, J. P.; JERIS, J. S.; THEODORE, L. Handbook of Chemical and Environmental Engineering Calculations. New York: A John Wiley & Sons, Inc., 2002. 959 p. ISBN 0471402281.

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FlowView – Sistema de Suporte à Decisão para Análise de Dados e Reconhecimento de Padrões de Escoamento Multifásico

Mateus Neves Barreto, Ricardo Menezes Salgado Instituto de Ciências Exatas - Universidade Federal de Alfenas

Resumo Este trabalho propõe um Sistema de Suporte à Decisão (SAD) denominado FlowView. Este sistema foi desenvolvido para processar dados de escoamento multifásico de forma rápida e precisa além de realizar identificação de padrões em sistemas que operam em tempo real. O FlowView foi projetado para ser utilizado em situações reais e que necessitam de respostas rápidas. Pelos resultados obtidos em estudos de campo pode-se afirmar que o sistema FlowView é robusto e atende aos requisitos necessários na área de escoamento multifásico.

I. Introdução Sistemas de Apoio à Decisão (SAD) possuem grande importância em contextos que demandam de escolhas precisas e contêm inúmeras variáveis. Atualmente o avanço de tecnologia nesta área tem sido exorbitante, gerando a necessidade de manipular grandes quantias de informação simultaneamente. Neste sentido, técnicas de mineração de dados vêm sendo aplicadas em conjunto com ferramentas de apoio ao processo decisório para auxiliarem tomadas de decisões e também informarem os possíveis riscos de cada operação. (Bispo, 1998) destaca as linhas de pesquisa dos SADs; sendo elas: sistemas de apoio à decisão em grupo, fundamentos sobre sistemas de apoio à decisão, estudos voltados à interface homem máquina, modelos de gerenciamento e inteligência artificial. Com o surgimento entre a década de 60 e 70, segundo (Pearson & Shim, 1995), (Costa, 1997) e (Fisher, 1998), os SADs mantiveram desde o início o papel de facilitar o gerenciamento e tomadas de decisões em comparações que demandam de escolhas precisas. Porém, grandes investimentos em pesquisas, neste setor, se iniciaram apenas na década de 90 quando a concorrência industrial, devido ao capitalismo, atingiu seu auge. Na área petrolífera, decisões imprecisas podem gerar prejuízos incalculáveis, como ocorreu no Golfo do México. “Quando a plataforma Deepwater Horizon pegou fogo, um sistema automático deveria ter fechado imediatamente uma válvula no fundo do mar. Deveria, mas não fechou.” (G1, 2010). O SAD apontou

a decisão errada, gerando um grande prejuízo e uma catástrofe irreversível. Por motivos como este, o número de investimentos em pesquisas para tornar os SADs mais seguros tem sido cada vez maior, gerando um grande avanço tecnológico. Sistemas SAD são encontrados na área petrolífera, com grande abrangência de mercado. Em contra partida, nota-se a carência da existência de sistemas especializados, devido ao alto custo de produção dos mesmos sem a garantia de retorno imediato. Os sistemas que possuem robustez e tempo curto de resposta são os mais indicados, porém estes quesitos geralmente não são encontrados em sistemas muito abrangentes. Na literatura especializada é possível encontrar alguns SADs que atuam em domínios específicos. Por exemplo, temse o Gas Flow Rate Calculation, o PGAS Flow Measurement - Software Solution bem como algumas ferramentas Pipenet que realizam análises de fluxo e possuem módulos para cálculos de fluxos instáveis, sistemas de proteção contra incêndio e um módulo para resolver problemas em geral. Na área de petróleo e gás o problema de análise do escoamento multifásico, isto é, a disposição dos fluidos no interior de um duto é uma área de constante pesquisa por envolver uma grande quantidade de variáveis e dados. Mais especificamente, o problema de escoamento multifásico é largamente estudado por universidades e empresas devido a sua importância em aplicações de campo em diversas áreas. O ponto principal do escoamento multifásico é a quantidade de dados que devem ser processadas e tratadas em um curto espaço de tempo para que decisões sejam tomadas evitando a ocorrência de problemas técnicos e operacionais. Neste contexto, a proposta deste trabalho é apresentar o sistema de suporte à decisão denominado FlowView. Este SAD foi desenvolvido para proporcionar ao operador, facilidades em termos de interface gráfica, banco de dados dedicado, e principalmente um conjunto de modelos que tratem as peculiaridades existentes no problema de escoamento multifásico suprindo as especificidades desta área. No decorrer deste artigo serão apresentadas as características do sistema FlowView bem como um estudo de caso mostrando a no 347

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Artigo Técnico aplicabilidade deste SAD em um problema de campo. O conteúdo deste trabalho encontra-se organizado de acordo com a seguinte sequência: na seção II é descrito o problema do escoamento multifásico e suas aplicações industriais, a seção III aborda o sistema FlowView destacando suas ferramentas e métrica de construção. A seção IV contém dois estudos de casos práticos da área de escoamento multifásico solucionados com o SAD FlowView. As conclusões e comentários finais estão descritos na seção V.

II. O problema de escoamento multifásico Escoamento multifásico pode ser definido como um fluxo de substâncias distintas, homogêneas ou heterogêneas, que se dispõem, no interior de uma tubulação, formando um conjunto de padrões ou regimes de escoamento. Estes padrões podem ser captados por sensores para estudos de comportamento na área petrolífera. Modelos de escoamento são encontrados na natureza e aplicados em diversas áreas industriais. A identificação precisa do regime é crítica para sistemas de escoamento, e dessa forma, essencial para diversos processos em indústrias químicas, nucleares e petrolíferas, tais como caldeiras, condensadores, linhas de transporte de gás e óleo e sistemas de resfriamento de reatores nucleares (Júnior, 2009). O fluxo das substâncias gás-líquido no interior de um duto formam regimes de escoamento específicos. Para escoamento no regime vertical: Vazio (1), Anular (2), Semi-Anular (3), Agitado (4), Golfadas (5), Capa Esférica (6), Bolhas (7) e Cheio (8) (figura 1). Para escoamento no regime horizontal: Estratificado, Pistonado, Bolhas Dispersas, Disperso, Ondular, Pistonado Aerado e Anular (figura 2) além dos padrões Cheio e Vazio.

Sistemas de escoamento apresentam aspectos peculiares que os tornam diferentes de outros sistemas de escoamento. O escoamento pode apresentar diversos padrões, variando a velocidade, pressão, densidade e outras características da vazão. Estas variações podem ocorrer em frações de segundos apresentando riscos para o escoamento. A opção para sanar estes riscos é a utilização de um sistema que seja capaz de identificá-los em tempo hábil, ou seja, em tempo real (online). A identificação do padrão e a resposta rápida dependem diretamente do SAD utilizado, ficando com uma grande parcela de responsabilidade da tomada de decisão. Outro problema encontrado em sistemas deste setor é a manipulação de um grande número de informações, em que o usuário final demanda de grandes conhecimentos para operá-los. Sistemas especialistas devem tratar estes dados e apresentar de maneira amigável ao usuário final. O grande número de informações se deve a frequência de aquisição dos dados, que geralmente é alta. Por exemplo, uma aquisição realizada durante 60 segundos (s) a frequência de 3000 Hertz (Hz) gera 180000 valores medidos que devem ser armazenados e analisados em curto espaço de tempo. Outro ponto crucial de um SAD é a dificuldade de apresentar um grande número de informações ao usuário de modo que o mesmo fique satisfeito. Para suprir esta necessidade, o sistema deve destacar informações mais relevantes. Como descrito anteriormente o objetivo deste artigo é apresentar o SAD FlowView. Este SAD oferece um módulo de classificação de padrões que usa uma base de dados especializada, módulos de visualização e manipulação de dados que facilitam análises e testes. Além disso, pode ser aplicado para classificar padrões de escoamento em tempo real, por meio de uma interface gráfica de fácil uso e interativa.

III. Sistema FlowView

Figura 1. Regimes de escoamento gás/líquido vertical.

Figura 2. Regimes de escoamento horizontal (Corrêa, 2009)

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Existem programas estatísticos como o Matlab, GNU Octave, Minitab e outros, que dão suporte as visualizações e análises de dados. Porém para o usuário final, a utilização das ferramentas citadas fica inviável decorrente da necessidade de mão de obra especializada. Em contra partida, o FlowView foi desenvolvido para suprir esta deficiência, oferecendo facilidades de manipulações estatísticas que podem ser utilizadas sem a necessidade de profundos conhecimentos em ferramentas matemáticas e modelos específicos. O FlowView também conta com módulos de classificação de escoamento, exportação e importação de modelos treinados a partir de bases previamente cadastradas, auxiliando no suporte à decisão. Uma das características que o FlowView possui é a liberdade que o usuário possui para fazer análises detalhadas das aquisições de escoamentos. Para o controle de segurança, foi necessária a criação de logins, onde cada usuário possui visões e permissões parciais do sistema, justificada pela personalização de papéis (roles) que os mesmos assumem dentro do sistema. O papel de administrador tem a opção de gerar visões reduzidas do banco de dados. Esta ferramenta é vital para ambientes que necessitam de um

Artigo Técnico sistema ágil e não podem esperar o carregamento detalhado de todas as informações em seus terminais. O usuário standard, em contrapartida, pode acessar todas as funcionalidades do sistema, mas não tem permissão para alterar a base de dados. A escolha de utilizar um Sistema Gerenciador de Banco de Dados (SGBD) é justificada pela segurança, portabilidade e organização dos dados. O foco da modelagem relacional (MR) do sistema (figura 3) foi otimização e eficiência, por se tratar de um sistema que pode ser utilizado em situações críticas. Preocupações como velocidade de consulta e eficiência são essenciais. Ressaltando a definição de sistemas distribuídos, no qual todo sistema integrado e distribuído deve ser eficiente. Como mencionado anteriormente, o problema modelado trata-se de aquisições de dados em uma rede de escoamento multifásico. Para representar corretamente as aquisições, a

modelagem relacional deve considerar o relacionamento das aquisições com as seguintes entidades: • Estação; • Aparato experimental; • Padrão identificado; • Responsável; • Fases; • Dado. A partir da relação “aquisicao” (figura 3) é possível selecionar todos os dados presentes do momento do escoamento. Cada registro referente à relação “dado” corresponde a um sinal adquirido pelo aparato experimental. Cada sinal adquirido corresponde a um ponto no gráfico de sinal apresentado na figura 13, na qual é possível observar outras informações como, por exemplo, os momentos estatísticos do respectivo sinal.

Figura 3. Modelagem Relacional do Sistema FlowView no 347

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Artigo Técnico Normalizações são utilizadas para minimizar as redundâncias e as anomalias que podem ser encontradas em um banco de dados (BD). Seguindo este pretexto, a MR do sistema (figura 3) garante as três primeiras formas normais encontradas na área de banco de dados. O FlowView oferece um módulo de redução de dados que garante a eficiência e a qualidade das informações. Sabe-se que todo sinal é obtido por meio de um aparato experimental, instalado em ponto específico do duto do escoamento. A figura 4 mostra um sinal adquirido a uma frequência de 3KHz durante 60s, gerando um total de 180000 pontos que representam o sinal.

Figura 5. Redução de dimensionalidade I

Figura 6. Redução de dimensionalidade II

A figura 7 apresenta o mesmo sinal mostrado na figura 4 com 99% de redução, ou seja, apenas 1800 pontos do conjunto original. Desta forma utilizou-se um intervalo K igual a 100, o que significa uma coleta a cada 100 pontos.

Figura 4. Sinal Original Medido.

Para obter informações relevantes destes dados é necessário aplicar operações matemáticas, porém estas funções podem consumir um alto tempo de processamento inviabilizando a utilização do sistema em tempo real. Uma alternativa para este problema é realizar o procedimento estatístico de redução de dimensionalidade denominado amostragem sistemática discutido e detalhado por (Bolfarine et al, 2005), (Cochran et al, 1977) e (Thompson, 1992). Este procedimento visa reduzir a dimensão do conjunto original mantendo características inalteradas. A seguir serão descritos os passos para a realização da amostragem sistemática: • Define-se inicialmente o número de pontos (R) que irão compor o subconjunto de dimensão reduzida; • Deriva-se o intervalo de coleta de pontos através da divisão do número de pontos do conjunto original (N) pelo número de pontos do conjunto reduzido (R), obtendo o intervalo (K); • Finalmente, a partir do ponto inicial, do conjunto original, retira-se um elemento a cada K intervalo para o conjunto reduzido. As figuras 5 e 6 ilustram o procedimento de redução de dimensionalidade aplicado nos padrões de escoamento bifásico. 60

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Figura 7. Redução de 99% do Sinal Original

Estas reduções reproduzem fielmente a informação do sinal, não tendo perdas na confiabilidade. Isso possibilitou um grande ganho na velocidade de consulta ao banco de dados, ou seja, no desempenho. Após a redução, é necessário validar a representatividade do subconjunto. Esta validação pode ser apresentada por meio da função densidade probabilidade (Probability density function - PDFs) para ambos os conjuntos, original e reduzido. Percebe-se que a redução de frequência passou de 3KHz (sinal original) para 30Hz (sinal reduzido), uma redução 100 vezes menor, o que representou um ganho de processamento significativo, viabilizando a utilização do FlowView em um ambiente de campo através de comunicação em tempo real.

Artigo Técnico A figura 8 mostra as PDFs geradas a partir dos conjuntos apresentados nas figuras 4 e 7. Nota-se que ambas possuem similaridades em seus comportamentos, destacando que é possível utilizar um sinal de menor dimensão com a mesma capacidade de representação.

Figura 8. PDFs do Sinal Original e Reduzido

Realizando uma análise visual das PDFs apresentadas na figura 8 é possível perceber que ambas tem comportamento similar, entretanto apenas a análise visual não é suficiente para garantir que os sinais são similares e tem mesma representatividade do fenômeno medido. Para validar a taxa de representatividade do sinal reduzido deve-se utilizar medidas estatísticas que mostrem o comportamento de cada sinal. As medidas utilizadas para medir e/ou comparar os sinais foram: • Média Aritmética; • Valor Máximo e Valor Mínimo; • Desvio padrão, variância, coeficiente de variação e mediana; Observando a figura 9 e a tabela 1 é possível perceber que os sinais original e reduzido apresentam praticamente os mesmos valores para todas as medidas. Isto mostra que ambos representam o fenômeno de escoamento de maneira satisfatória. Assim, é possível utilizar apenas o sinal reduzido para realizar as análises e estudos do experimento.

Tabela 1. Momentos Estatísticos Sinal Original e Reduzido Sinal Original

Sinal Reduzido

Frequência

3000 Hz

30 Hz

Média

0,441

0,439

Mediana

0,263

0,263

Máximo

0,984

0,975

Mínimo

0,018

0,026

Desvio Padrão

0,334

0,334

Assimetria

0,49

0,494

Curtose

1,45

1,45

Coef. de Variação

0,75

0,76

Além de estratégias de manipulações de dados, o FlowView possui um módulo de conexão que possibilita referenciar o servidor de BD a partir da escolha do usuário, Figura 9, e/ou criar um nova base de dados, Figura 10. Através deste módulo, o sistema pode tanto funcionar de forma distribuída através de acesso remoto, quanto funcionar com servidor local em uma intranet ou local na própria estação do sistema.

Figura 9. Módulo Configuração Servidor de BD

Figura 10. Criação do Banco de Dados - FlowView

Figura 9. Informações Estatísticas: Sinal Original e Reduzido

Se a base referenciada pelo usuário não existir no servidor de banco de dados, a mesma será criada, porém apenas com dados padrões, como logins de usuários e permissões. Para permitir visualizações de aquisições de escoamentos, o usuário deverá importá-las a partir de um módulo de importação (figura 11).

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Artigo Técnico

Figura 11. Módulo de Importação - FlowView

Facilidade de visualização dos dados e a navegabilidade, é um quesito importante para o sistema FlowView. Estas características estão apresentadas por meio de um layout amigável apresentado na figura 12, permitindo que o usuário possua um maior rendimento no uso do software.

Para a utilização do modelo inteligente, o usuário pode criar ou carregar um estudo, podendo selecionar os padrões, aquisições, para treinamento de forma manual ou automática, conforme apresentado nas figuras 14 e 15, respectivamente. Na figura 15, a seleção dos parâmetros do modelo inteligente é feita de forma manual, possibilitando que o usuário execute ajustes, para verificar a taxa de acerto, e varie manualmente até encontrar os parâmetros otimizados para o sistema. Uma inovação presente no FlowView é a funcionalidade de busca exaustiva. Este dispositivo é utilizado para encontrar um modelo de classificação otimizado para o conjunto de dados que está inserido no BD do sistema. Utilizando um modelo otimizado pela busca exaustiva, normalmente a taxa de acerto na classificação de escoamento aumenta significativamente. Para realizar a busca exaustiva, basta que o usuário escolha os intervalos de parâmetros que irão variar no modelo. Realizada a busca, são apresentadas na tela, todas as taxas de acerto em ordem decrescente (figura 16). Tanto na figura 15 quanto na figura 16, após ajustar os parâmetros, do estudo, para a utilização do modelo inteligente, há a possibilidade de salvar as configurações e exportar os pesos encontrados. Está exportação pode ser utilizada para classificar padrões de escoamentos em tempo real.

Figura 12. Layout da interface gráfica com o usuário (Cicogna, 2003).

A Figura 13 apresenta a tela principal do SAD FlowView segundo o modelo proposto na Figura 12. Nota-se que é possível visualizar informações da aquisição, uma fotografia ilustrando o padrão referente ao sinal apresentado, o gráfico do sinal no momento da aquisição, sua PDF e os quatros momentos estatísticos: média, desvio padrão, assimetria e curtose, que são utilizados como entradas para os modelos inteligentes de reconhecimento de padrões.

Figura 13. Tela de apresentação do Sistema FlowView

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Figura 14. Estudo Modelo Inteligente - FlowView

Como foi observado, a métrica de desenvolvimento do FlowView foi traçada objetivando desenvolver um SAD com interfaces amigáveis e boa navegabilidade, gerando um ganho de performance e evitando que o usuário final desperdice seu tempo à procura de uma funcionalidade específica.

Artigo Técnico desempenho. Além disso, o sistema conta com um módulo inteligente para reconhecimento de padrões de escoamento. As principais inovações do sistema são apresentadas por meio de dois exemplos práticos. Os estudos de casos realizados neste trabalho objetivam mostrar a aplicabilidade do sistema FlowView em um ambiente de campo. Os estudos estão organizados da seguinte forma: Desempenho do banco de dados e Desempenho do modelo de classificação de padrões.

A. Desempenho: Banco de Dados

Figura 15. Ajuste Manual Modelo Inteligente - FlowView

Com a utilização dos sinais de aquisição completos, o sistema se mostra lento e inviável dependendo da situação (tomadas de decisões em tempo real), porém se mostra bem detalhado e eficiente se a situação for análises minuciosas de aquisições armazenadas no BD (onde a preocupação com o tempo de processamento não é tão crítica). Em contrapartida, o sistema se posta hábil em ser utilizado em tempo real através dos métodos de reduções em bases de dados projetados para o sistema. A tabela 2 apresenta resultados de consultas realizadas no BD projetado para o sistema FlowView, de 1, 10 e 50 aquisições, na qual cada aquisição possui um sinal de escoamento de 60 segundos a uma frequência de 3000Hz. Além das repetições, foram feitos três tipos de consultas para validar os testes, as consultas de acesso: remoto, por intranet e local, respectivamente (figura 17). Tabela 2. Testes Desempenho - BD Número de Aquisições Tipo Consulta 1 10 50 Remoto 0,265 2,982 15,916 Intranet 0,108 1,121 6,169 Local 0,046 0,453 2,179

Figura 17. Consulta BD - FlowView Figura 16. Busca Exaustiva Modelo Inteligente - FlowView

IV. Resultados Os resultados obtidos pelo Sistema FlowView são satisfatórios, considerando que o mesmo possui uma boa navegabilidade, interface amigável e assegura que os dados sejam protegidos contra possíveis intrusos. Também nota-se que ele é um sistema completo com um BD projetado especificamente para sistema de escoamento, oferecendo um melhor

De acordo com os resultados apresentados na tabela 2 e figura 17 pode-se verificar que o acesso aos dados mostrou-se rápido e eficiente. Como era esperado, as consultas realizadas remotamente apresentaram maior tempo de resposta em todas as simulações realizadas. Pelos resultados apresentados percebe-se que, mesmo em consultas remotas o desempenho do sistema apresentou a resposta em frações de segundos, mostrando que o FlowView é indicado para aplicações de campo realizadas em tempo real.

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Artigo Técnico B. Desempenho: Classificação de Padrões Com uma base de dados com 174 aquisições, sendo 85 pertencentes ao regime de escoamento vertical e 89 ao escoamento no regime horizontal, foi possível realizar os testes de identificação de padrões tomando como base os padrões descritos na seção II deste trabalho. Realizando o treinamento de padrões em simulações distintas, os modelos inteligentes atingiram 96% de acerto no regime vertical. E para o regime horizontal isoladamente, os modelos atingiram 94% de taxa de acerto. A tabela 3 apresenta as taxas de acertos dos padrões do regime vertical. Observando há ocorrência de erros apenas nos padrões: Golfadas e Capa Esférica. Tabela 3. Taxas de Acertos Padrões – Regime Vertical. Padrão de Escoamento Tx. Acerto Vazio 100,00% Anular 100,00% Semi-Anular 100,00% Agitado 100,00% Golfadas 97,65% Capa Esférica 98,82% Bolhas 100,00% Cheio 100,00%

A tabela 4 apresenta as taxas de acertos dos padrões do regime Horizontal. Observando há ocorrência de erros apenas nos padrões: Anular, Estratificado, Disperso e Cheio. Tabela 4. Taxas de Acertos Padrões – Regime Horizontal. Padrão de Escoamento Tx. Acerto Vazio 100,00% Anular

97,75%

Estratificado

98,88%

Pistonado

100,00%

Bolhas Dispersas

100,00%

Disperso

98,88%

Ondular

100,00%

Pistonado Aerado

100,00%

Cheio

98,88%

Analisando os resultados apresentados nas tabelas 3 e 4 podese notar que o módulo de classificação de padrões implementado no sistema FlowView foi capaz de apresentar resultados robustos com altas taxas de acerto na identificação dos regimes de escoamento. Destaca-se que o processo de classificação de padrões consome pouco processamento sendo a resposta obtida em poucos milissegundos mostrando novamente a aplicabilidade do sistema em ambientes que realizam simulações em tempo real.

V. Conclusão A utilização de SAD nem sempre é uma tarefa fácil, sendo responsabilidade do usuário analisar os resultados e confiar plenamente em uma ferramenta. Entretanto, quando um SAD 64

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proporciona informações confiáveis, sua utilização pode gerar grandes lucros e tomadas de decisões precisas, diminuindo riscos de acidentes e perdas. Conforme foi apresentado o FlowView é um SAD desenvolvido para processar dados de escoamento multifásico de forma rápida e precisa. Além disso, conta com um sistema de identificação de padrões que pode ser aplicado em sistemas que operam em tempo real. De acordo com a descrição apresentada anteriormente o SAD FlowView foi criado para ser utilizado em situações reais e que necessitam de respostas rápidas. Pelos resultados obtidos pode-se afirmar que o sistema proposto é robusto e atende aos requisitos necessários na área de escoamento multifásico. Neste sentido, conclui-se que o FlowView desponta como um sistema seguro e confiável para a área de análise de aquisições e reconhecimento de padrões de escoamento multifásico.

VI. Agradecimentos A Equipe agradece ao Laboratório de Inteligência Computacional (LInC) pelo apoio e incentivo à pesquisa.

VII. Referências Bibliográficas Bispo, C. A. F. (1998). Uma Análise da Nova Geração de Sistemas de Apoio à Decisão. São Carlos. Dissertação de Mestrado. Bolfarine, H.; BUSSAB, W. O.. Elementos de Amostragem. ABE - Projeto Fisher. São Paulo: Editora Edgard Blücher, 1ed., 2005. Cochran, W.. Sampling Techniques. New York: John Wiley, 3ed., 1977. Cicogna, M.A. (2003). Sistema de Suporte à Decisão para o Planejamento e Programação da Operação de Sistemas de Energia Elétrica, PhD thesis, FEEC/Unicamp. Corrêa, F. C. (2009). Sistema Embarcado Para Medidas De Escoamento Bifásico Gás-líquido. Dissertação (Mestrado em Engenharia Mecânica), Unicamp, Faculdade de Engenharia Mecânica, Campinas. Costa, P. W. A. (1997). Como surgiram os data warehouses? Computerworld, 03 nov., p. 16. Fisher, L. M. (1996). Along the infobahn: data warehouses. Strategy & Business, Third Quarter. G1,2010.Vazamento de petróleo desafia a tecnologia no Golfo do México. Disponível em http://g1.globo.com/mundo/noticia/2010/05/ vazamento-de-petroleo-desafia-tecnologia-no-golfo-do-mexico.html. Acessado em 04-nov-2010. Gas Flow Rate Calculation by EUCALYPT Systems, Inc. Disponível em http://www.softscout.com/software/Energy-and-Natural-Resources/ Oiland-Gas/Gas-Flow-Rate-Calculation.html. Acessado em 30-mai-2011. Júnior, E. F. F. (2009). Classificação de Padrões para o Escoamento Gás/ Líquido via Modelos Inteligentes. Dissertação (Graduação em Bacharelado em Ciência da Computação), Unifal-MG, Universidade Federal de Alfenas, Alfenas-MG. MathWorks. Disponível em http://www.mathworks.com/products/ matlab/. Acessado em 01-jun-2011. Minitab. Disponível em http://www.minitab.com/pt-BR/ default. aspx. Acessado em 01-jun-2011. Octave. Disponível em http://www.gnu.org/software/octave/. Acessado em 01-jun-2011. Pearson, J. M.; SHIM, J. P. (1995). An empirical investigation into DSS structures and environments. Decision Suport System, n. 13, p. 114-158. PGAS Flow Measurement - Software Solution. Disponível em http:// www.qbsol.com/software/pgas-flow-measurement-software/. Acessado em 30-mai-2011. PIPENET. Disponível em http://www.sunrise-sys.com/. Acessado em 30-mai-2011. Thompson, S.K. Sampling. New York: John Wiley, 1ed., 1992.

Artigo Técnico

Uma estimativa do incremento no risco social perante o crescimento populacional desordenado no entorno de refinarias ao longo dos anos, uma base para a adoção de medidas de controle Paula Dias Silveira Eng. Química e de Seg. Trab., Consultora Sênior DNV Risk Advisory Rio de Janeiro Resumo No Brasil os órgãos governamentais foram motivados a requisitar estudos de riscos e implantação de sistemas de gerenciamento de riscos às indústrias que utilizam de produtos perigosos em seus processos produtivos capazes de causar danos às pessoas e ao meio ambiente. Apesar da conscientização por parte do governo e dos empreendedores com a prevenção de grandes acidentes, aliado ao aumento da atividade industrial, surge uma preocupação com o crescimento populacional desordenado no entorno de indústrias químicas. Este estudo visa obter resultados que representem o comportamento do risco social em função do crescimento populacional no entorno de uma refinaria através do uso do programa Phast Risk 6.7 da DNV e metodologia consagrada de análise de riscos. Os resultados são apresentados graficamente em forma de curvas F-N, para diferentes grupos de pessoas locados a diferentes distâncias de uma determinada unidade da refinaria. Estes resultados podem servir como ferramenta para que as refinarias sejam capazes determinar se o risco social encontra-se dentro dos limites de tolerabilidade e antevir a necessidade de adoção de medidas preventivas e de controle para manter o risco tolerável, possibilita ainda uma resposta rápida ao crescimento populacional, independentemente da atualização dos estudos de análise quantitativa de riscos de tempos em tempos conforme imposto pelo órgão ambiental.

1. Introdução O crescimento industrial traz, além de benefícios para a economia nacional, uma preocupação embutida em seu desenvolvimento, principalmente quando se trata de indústrias químicas e petroquímicas, as quais lidam com produtos de potencial de dano significativo. No Brasil os órgãos governamentais foram motivados a re-

Assed Naked Haddad Eng. Civil e de Seg. Trab., D.Sc., Prof. Associado Escola Politécnica da UFRJ quisitar estudos de riscos e implantação de sistemas de gerenciamento de riscos às indústrias que utilizam de produtos químicos, inflamáveis, tóxicos ou corrosivos em seus processos produtivos capazes de causar danos às pessoas e ao meio ambiente no entorno de suas instalações. Esta motivação se deu nas décadas de 70 e 80 com a ocorrência de grandes acidentes em indústrias químicas e petroquímicas. Segundo Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), um dos acidentes de maior relevância já registrados ocorreu em Cubatão, São Paulo, em 1984, ocasionando a morte de 93 pessoas. Em decorrência desse e de outros constantes acidentes, a Cetesb, que já atuava de forma corretiva, passou a incorporar os estudos de análise de riscos no processo de licenciamento ambiental, visando a prevenção de grandes acidentes. Apesar da conscientização por parte do governo e dos empreendedores com a prevenção de grandes acidentes, aliada ao aumento da atividade industrial, surge também ao longo das décadas uma preocupação com o crescimento populacional desordenado no entorno de indústrias químicas. Essa migração se dá por uma necessidade econômica das famílias brasileiras carentes, que são atraídas por uma possibilidade de sustento usufruindo do crescimento econômico gerado por estes empreendimentos. Esses grupos migratórios, principalmente por serem em sua grande maioria de baixa renda, não possuem informação suficiente que os permitam identificar o grau de risco a que estão sendo expostos, colocando suas vidas em perigo ao se instalarem no entorno das indústrias químicas e petroquímicas. FREITAS, C.; PORTO, M.F.S. e MACHADO, J. M. H. (2000), já no ano de 2000, afirmam que uma das mais importantes decorrências do deslocamento de um imenso contingente populacional do campo para os novos pólos industriais no 347

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Artigo Técnico à procura de possibilidades de trabalho foi a proliferação de residências de baixa renda nas proximidades de unidades químicas com alto potencial de risco, ampliando a vulnerabilidade social destas áreas. Ou seja, a migração de famílias em busca de uma oportunidade de negócio e ganho de capital se dá em taxas cada vez maiores para os grandes centros e no entorno das indústrias químicas e petroquímicas, dificultando o gerenciamento dos riscos impostos a estes. Frente a falta de instrução da população quanto aos riscos a que se expõem e principalmente a falta de perspectiva de que um dia haja tal consciência, só resta às empresas adotarem uma postura preventiva que possibilite reduzir ou mitigar os riscos impostos por suas operações. Visando ajudar as empresas neste contexto, o resultado deste estudo pode servir como ferramenta para que as indústrias sejam capazes de prever o incremento no risco e determinar se este ainda encontra-se dentro dos limites de aceitabilidade, levando em conta um critério de tolerabilidade de riscos impostos pelo órgão ambiental competente, e com estes dados identificar a necessidade de adoção de medidas preventivas e de controle visando manter o risco tolerável. Ressalta-se ainda que, para tal, este estudo irá avaliar o incremento no risco social imposto pelo acúmulo de pessoas no entorno das refinarias e traçar um perfil de crescimento deste possibilitando uma resposta rápida ao crescimento desta população, independentemente da atualização dos estudos de análise quantitativa de riscos, que se dá de cinco em cinco anos conforme imposto pelo órgão ambiental.

2. Relevância Este estudo justifica-se principalmente pelo crescimento industrial no Brasil nos últimos anos e na perspectiva futura de novas refinarias frente a grande produção petrolífera do país representada principalmente pela Petrobras, empresa que está no ranking das maiores petrolíferas de capital aberto do mundo e, em valor de mercado, foi eleita a quarta maior do mundo no ano de 2010. Em entrevista do presidente da Petrobras ao site GazetaOnline da Globo.com em 21/02/2011, o mesmo afirmou que a capacidade de refino no Brasil está chegando ao seu limite, sendo que as refinarias existentes no país operam já com 90% de sua capacidade instalada. Segundo ele, o país está “no limite do refino” e há um crescimento exponencial na produção de petróleo. Hoje a Petrobras conta com 11 refinarias em funcionamento no país, mas sua capacidade de produção de combustíveis (1,9 milhão de barris diários) é inferior ao volume de petróleo que extrai (2 milhões de barris diários). Ainda segundo o presidente da empresa, as previsões indicam que a Petrobras produzirá em 2020 cerca de 3,9 milhões de barris de petróleo diários, mas sua capacidade de refino, incluindo as novas fábricas, se limitará a 3,2 milhões de barris. Para atender à crescente demanda, a Petrobras está construindo três refinarias no Rio de Janeiro, Maranhão e Pernambuco, e tem projetadas outras duas no Ceará e Rio Grande do Norte. 66

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Esses fatos demonstram a importância dos estudos de análise de riscos, uma vez que tais empreendimentos, mesmo que instalados em regiões distantes dos grandes centros, movimentam economicamente seus arredores e atraem a população mais carente em busca de fontes de renda alternativas. A migração da população para as regiões próximas à essas unidades acrescenta às empresas uma preocupação maior, a exposição das vidas ao risco imposto por suas operações.

3. Objetivos Este estudo visa obter resultados gráficos que representem o comportamento do risco social em função do crescimento populacional no entorno de uma refinaria. Esta unidade será elaborada com base nas características das refinarias do Brasil e seus principais cenários, ou seja, aqueles que apresentam substâncias perigosas em seu processo e, consequentemente, quando da ocorrência de acidentes possuem potencial para causar grandes danos a sociedade. Estes resultados poderão embasar as indústrias na tomada de decisão no gerenciamento do quantitativo populacional, podendo desta forma adotar medidas preventivas ou de controle, que impedem o crescimento desordenado no entorno de suas instalações, levando em conta o critério de aceitabilidade de riscos imposto pelo órgão ambiental e/ou política da empresa.

4. Metodologia 4.1. Análise dos movimentos migratórios Para as regiões onde refinarias estão instaladas e identificação do comportamento do crescimento populacional dessas regiões ao longo dos anos e no ano da implantação da refinaria, comprovando a migração de pessoas para essas áreas através de dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) obtidos através do site do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) (http://www.ipeadata.gov.br) em 14/04/2011. Tendo em vista o caráter demonstrativo deste trabalho foram selecionadas apenas algumas refinarias para análise de suas regiões quanto aos movimentos populacionais. O critério utilizado foi a seleção de refinarias com as maiores produções de petróleo e que estão presentes nos estados mais desenvolvidos economicamente no país dentre aqueles que possuem refinarias, limitando a quatro o número total de refinarias, Regap, Replan, Reduc e Refap sendo os municípios estudados: Betim / MG, Paulínia / SP, Duque de Caxias / RJ e Canoas (RS), respectivamente. Neste artigo serão apresentados os resultados apenas para um dos municípios tendo em vista o caráter demonstrativo deste documento.

4.2. Seleção dos cenários para a análise dos riscos Com base em estudos técnicos desenvolvidos por uma empresa de consultoria internacional foi identificado através de resultados de análises de risco quantitativas quais unidades em refinarias poderiam representar maior risco para as pessoas no entorno das instalações e a partir daí selecionar

Artigo Técnico apenas algumas unidades para avaliação neste trabalho. Os estudos utilizados fazem parte de um tratado de confidencialidade entre contratante e contratada e portanto não podem ser divulgados. A opção por considerar apenas algumas unidades se deve ao caráter demonstrativo deste trabalho. As unidades selecionadas foram aquelas que geraram áreas vulneráveis capazes de atingir áreas fora dos limites da unidade e consequentemente poderiam representar maior risco para as pessoas no entorno das instalações. As unidades selecionadas foram: Unidade de Destilação, Unidade de Hidrotratamento Catalítico, Unidade de Geração de Hidrogênio, Unidade de Reforma Catalítica e Parque de Esferas. A tabela 1 apresenta o número de cenários simulados por unidade e os produtos perigosos modelados. Todos os cenários selecionados tem como base projetos reais desenvolvidos por uma empresa de consultoria internacional. Estes estudos fazem parte de um tratado de confidencialidade entre contratante e contratada e portanto não podem ser divulgados. Tabela 1 - Cenários simulados por unidade e os produtos perigosos modelados No. De Unidade Produtos Modelados Cenários U-01- Unidade de Octano, Pentano, 6 Destilação Heptano U-02-Unidade de Hidrotratamento 6 H2S, Hidrogênio Catalítico Nafta, Monóxido de U-03- Unidade de Carbono, Metano, 3 Geração de Hidrogênio Dióxido de Carbono, Hidrogênio U-04-Parque de Esferas 7 GLP Nafta, Metano, U-05- Unidade de 23 Hidrogênio, Etano, Reforma Catalítica Propano, GLP, Hexano

4.3. Cálculo da frequência dos Cenários O risco é calculado a partir da frequência de ocorrência dos eventos e sua consequência. As frequências das falhas são requeridas para dar um peso apropriado para o risco de um perigo particular em uma AQR e para tal foi utilizado o banco de dados do HSE (Health and Safety Executive) da Inglaterra. Vários fatores, como pressão e temperatura de operação e estado físico da substância, são considerados durante o cálculo da descarga de material para o ambiente. A fim de melhor representar todas as dimensões/ classes de vazamentos relatados em instalações envolvendo produtos químicos, conforme mencionado anteriormente, foram considerados neste trabalho quatro categorias de vazamento, conforme listado a seguir: Pequeno vazamento – representado por vazamentos decorrentes de furos com dimensões que variem entre 0 e 10 mm de diâmetro. Médio vazamento – representado por vazamentos decor-

rentes de furos com dimensões que variem entre 10 e 50 mm de diâmetro. Grande vazamento – representado por vazamentos decorrentes de furos com dimensões que variem entre 50 e 150 mm de diâmetro. Falha Catastrófica – Vazamentos decorrentes de furos superiores a 150 mm de diâmetro (6”). No estudo em questão foi utilizado o banco de dados do HSE, 2002. Considerando as taxas de falha para diferentes tamanhos de furo e combinando estas taxas com a contagem dos equipamentos feita para cada cenário com base nos fluxogramas de engenharia de cada instalação, foram obtidos os valores das frequências de ocorrência de cada evento iniciador. Os dados de frequência foram utilizados como dados de entrada do programa PHAST RISK 6.7 da DNV e por ser um dado de base para o desenvolvimento desta análise e não o foco principal optou-se por não apresentar os detalhes do resultado.

4.4. Cálculo das Consequências dos Cenários A metodologia para o cálculo das consequências consiste no conjunto de modelos e técnicas usadas para estimativa das áreas potencialmente sujeitas aos efeitos danosos de liberações acidentais de substâncias perigosas ou de energia de forma descontrolada. Estas liberações descontroladas geram os chamados efeitos físicos dos acidentes (sobrepressão, fluxo térmico e nuvens de gases tóxicos) que potencialmente podem gerar danos às pessoas e/ou instalações. A extensão dos possíveis danos é delimitada pela intensidade do efeito físico causador do dano, sendo que a relação entre a intensidade do efeito físico e o dano correspondente fica estabelecido por meio dos modelos de vulnerabilidade. As consequências dos eventos iniciadores foram calculadas pelo programa Phast Risk 6.7 da DNV conforme metodolgia consagrada do TNO. Os dados de entrada do programa são: os dados meteorológicos da região em análise e propriedades físico químicas de cada evento (temperatura, pressão, volume, produto químico etc). Todos os dados dos cenários estão baseados em um estudo real de forma a retratar o risco imposto por uma unidade dentro da refinaria o mais próximo do praticado hoje nas análises de risco. Por acordo de confidencialidade não podem ser apresentados neste trabalho. Os valores de referência utilizados neste estudo para dados meteorológicos, tempo de vazamento, níveis de radiação térmica, sobrepressão e concentração inflamável são baseados na instrução técnica da Cetesb. Esta foi selecionada pois se apresenta de forma mais completa e em geral é utilizada como base para os demais estados no desenvolvimento de suas instruções técnicas de análise de riscos.

4.5. Apresentação do arranjo para análise dos riscos Este item visa apresentar o layout utilizado para o cálculo do risco. Tendo em vista que as refinarias podem apresentar no 347

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Artigo Técnico diferentes arranjos optou-se por desenvolver o cálculo para cada unidade selecionada, desta forma os resultados poderão ser utilizados por qualquer empresa independente do arranjo de suas unidades. A figura 1 apresenta o layout utilizado no programa Phast Risk como base para o cálculo do risco social. Como pode ser observado a unidade é o centro da figura e as curvas representam as distâncias onde podem estar localizadas as populações no entorno na unidade.

como pelos Estados e Municípios. Alguns dos critérios de risco social no Brasil são apresentados pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), pelo Inea (Instituto Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro), pela Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental de São Paulo) e pela Fepam (Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler). Para este estudo será utilizado o critério de aceitabilidade de risco social da Cetesb, apresentado na Figura 2 abaixo, sendo este considerado um órgão de referência para os demais.

Figura 2 – Critério de Curva FN da Cetesb. Fonte: Cetesb, 2003.

Neste artigo serão apresentados os resultados apenas para uma das unidades estudadas, tendo em vista o caráter demonstrativo deste documento.

5. Resultados FIGURA 1 – Layout utilizado para o cálculo do risco

Para efeito de cálculo a população foi distribuída em apenas um dos lados da unidade considerando que o acúmulo de pessoas ocorre mais facilmente nesta conformação do que homogeneamente distribuído em todo o seu redor. Os cálculos foram realizados para cada grupo de pessoas em cada uma das distâncias, ou seja, entre 100 e 200 m, entre 200 e 300 metros e assim por diante, de forma a obter um risco social para cada distância e para cada população, sendo que esta última será variável entre 100 pessoas e 1000 pessoas em intervalos de 100 em 100. Os resultados do risco social foram apresentados graficamente em forma de curvas F-N conforme exemplos para cada distância de interesse.

4.6. Comparação dos resultados do risco social com um critério de aceitabilidade De forma a avaliar os riscos é necessário se utilizar de um critério de riscos apropriado. Os riscos sociais são medidos através de critérios de curvas FN, seguindo o critério de três regiões de níveis de aceitabilidade. O Brasil, através de seus órgãos estaduais desenvolveu alguns critérios de aceitabilidade de riscos sociais. Segundo SERPA, R.R. (2010), a legislação ambiental brasileira é considerada uma das mais avançadas do mundo e prevê em sua Constituição Federal que as questões ambientais devem ser tratadas tanto pela União, 68

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Neste item estão apresentados os resultados da análise proposta. Os resultados estão divididos em: 1º) Apresentação dos gráficos de crescimento populacional da região de interesse ao longo dos anos e no ano da implantação da refinaria, comprovando a migração de pessoas; 2º) Apresentação dos gráficos de risco social para a unidade de processo em questão.

5.1. Resultados da pesquisa de migração populacional para áreas de refinarias no Brasil Este item apresenta graficamente o comportamento do crescimento populacional nos municípios onde estão instaladas as principais refinarias no Brasil. O objetivo é identificar o comportamento migratório para estas áreas na década de implantação da refinaria, se houve realmente um crescimento, comparar o crescimento populacional deste município com o da respectiva capital e identificar possíveis semelhanças entre os municípios no que diz respeito ao crescimento populacional. Os gráficos a seguir contemplam o município de Betim/MG, onde está localizada a refinaria Regap (Refinaria Gabriel Passos). Como pode ser observado na figura 3, o maior crescimento populacional de Betim identificado foi de 123% na década da implementação da Regap e nas décadas seguintes manteve uma curva ascendente até 2007. Na figura 4 compara-se o comportamento do crescimento populacional de Betim com a capital Belo

Artigo Técnico Horizonte e verifica-se que Betim apresenta um comportamento bastante parecido com o da sua respectiva capital.

Figura 3 - Crescimento populacional de Betim/MG. Fonte: IPEA, 2012.

Figura 4 – Comparação do crescimento populacional de Betim com a capital Belo Horizonte. Fonte: IPEA, 2012.

5.2. Resultados do risco social Este item apresenta os resultados do risco social através das curvas FN conforme mencionado anteriormente. Aqui serão apresentados somente os resultados para a Unidade de Destilação tendo em vista o caráter demonstrativo deste documento. Nas figuras 5 e 6 estão apresentadas as curvas FN para a Unidade de Destilação. São apresentadas apenas duas figuras representativas para os resultados obtidos, sendo a primeira com o resultado para populações alocadas a 500 metros de distância da unidade e a segunda figura para 600 metros. Cada uma delas apresenta as curvas FN para 10 populações, apresentadas como Combinação 1 correspondente a 100 pessoas, Combinação 2 correspondente a 200 pessoas e assim por diante até a Combinação 10 correspondente a 1000 pessoas. Note que os resultados de risco social para 500m de distância, figura 5, se apresentam parte na região inaceitável e parte na região ALARP. Conforme a população de afasta, ou seja, conforme se aumenta a distância da população exposta em relação a unidade de Destilação, representada pela figura 6 para 600 metros de distância, essas curvas se movem

em direção a região ALARP. Um exemplo de utilização desses gráficos: supondo que uma determinada refinaria identifique uma população se estabelecendo à 500 metros de distância da sua Unidade de Destilação, através do gráfico de Curvas FN apresentado na figura 5, os responsáveis pela refinaria podem verificar que até 200 pessoas a curva FN (combinação2- curva amarela) encontra-se na região ALARP e que a partir de 300 pessoas a curva do risco social encontra-se no limiar entre a região ALARP e região de risco não tolerável, ou seja, antes mesmo da interferência do órgão ambiental quando da atualização do estudo de análise de riscos, os responsáveis pela refinaria já têm uma perspectiva aproximada dos riscos a que sua unidade impõe àquela população que se estabelece de forma desordenada em seu entorno, e com isso pode adotar medidas preventivas de controle desse crescimento populacional reduzindo as chances de futuros problemas com a renovação de sua

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Artigo Técnico licença ambiental e, principalmente, reduzindo as chances de que possíveis acidentes em sua unidade de destilação gerem fatalidades nas populações expostas.

demais como uma referência, como um orientador na tomada de decisões proativas, não diminuindo ou excluindo a importância da realização dos estudos de análise de risco específicos para suas instalações. A atuação proativa na adoção de medidas preventivas quanto à segurança de processo e quanto à magnitude dos possíveis efeitos decorrentes de acidentes advindos de unidades industriais pode reduzir significativamente as chances de acidentes de grandes impactos. A prevenção de acidentes e seus efeitos é parte da busca pela excelência na política de segurança das empresas.

7. Referências

Figura 5 - Curva de 500m para a Unidade de Destilação. Fonte: Phast Risk 6.7.

Figura 6 - Curva de 600m para a Unidade de Destilação. Fonte: Phast Risk 6.7.

6. Comentários Finais Este artigo apresenta de forma resumida alguns resultados da dissertação de Mestrado de mesmo título motivada pelo número deficiente de estudos sobre o tema principalmente no que tange a análise de riscos, ou seja, não foi encontrado estudo com o enfoque proposto. Este estudo viabiliza a identificação do incremento no risco social das indústrias que utilizam em seus processos produtos químicos danosos a saúde, devido ao acúmulo de pessoas ao seu redor, sem que seja necessária a realização de uma constante atualização da análise de risco quantitativa, até que esta seja revisada conforme requisito do órgão ambiental. Em posse desses dados as indústrias terão subsídio para a tomada de decisão no processo de gerenciamento de riscos com base no critério de aceitabilidade adotado utilizando-se de medidas de controle e medidas preventivas. Vale lembrar que os resultados deste estudo estão baseados em um estudo quantitativo de riscos realizado para uma refinaria, desenvolvido por empresa de consultoria internacionalmente reconhecida e portanto deve ser utilizado pelas 70

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CLICKMACAE. As refinarias da Petrobras. Site oficial. Disponível em: http://www.clickmacae.com.br/ ?sec=368&pag=pagina&cod=216. Acesso em: 08 fev 2012. CLICKMACAE, 2012. COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO. Norma CETESB P4.261 Manual de Orientação para a elaboração de Estudos de Análise de Riscos. CETESB, 2003. Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente. Instrução Técnica para Elaboração de Estudo de Impacto Ambiental EIA e seu Respectivo Relatório de Impacto Ambiental RIMA. Rio de Janeiro, INEA, 2007. Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler. Manual de Análise de Riscos Industriais. Porto Alegre, FEPAM, 2001. FREITAS, C; PORTO, M.F.S. e MACHADO, J.M H. Acidentes químicos ampliados: desafios e perspectivas para o controle e a prevenção. A questão dos acidentes ampliados. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2000. Health and Safety Executive. Offshore Hydrocarbon Releases Statistics and Analysis, 2002. HSE, 2002. LESS, F. P. Loss Prevention in the Process Industries – Hazard Identification, Assessment and Control. Butterworths Heinemann, 1996. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Reflexões sobre os Deslocamentos Populacionais no Brasil. Estudos e Análises: Informação Demográfica e Socioeconômica número 1. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, Brasil, IBGE 2011. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. Termo de Referência Estudos de Análise de Riscos em Gasodutos. Brasília, IBAMA, 2007. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Site oficial. Disponível em: http://www.ipeadata.gov.br. Acesso em: 14 abr 2012. IPEA, 2012. SERPA, R.R. Critérios de Avaliação de Riscos Aplicados ao Licenciamento Ambiental no Brasil: Uma Análise Crítica. Abiquim, CCPS, 2010. The Netherlands Organizational of Applied Scientific Research. Guidelines for quantitative risk assessment, (The Purple Book). Committee for the Prevention of Disasters (CPR 18 E). TNO, The Netherlands, 1999. The Netherlands Organizational of Applied Scientific Research. Methods for the Calculation of Physical Effects (Yellow Book), Part 1 & 2, CPR 14E. Third Edition. TNO, The Netherlands, 1997. The Netherlands Organizational of Applied Scientific Research. Methods for the determination of possible damage (Green Book), CPR 16E. First Edition. TNO, The Netherlands, 1989. WIKIPEDIA. Refino. Site oficial. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/ wiki/Refinaria. Acesso em: 01 fev 2012.

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Algo mais impedirá?

Governo anuncia data para Rodada de Licitações e Congresso aprova redistribuição de royalties. IBP calcula que governo arrecadará US$ 1 bilhão com bônus O anúncio de que a 11ª Rodada de Licitações de Blocos Exploratórios ocorrerá em maio de 2013 renovou o ânimo das operadoras. Pelos cálculos do presidente do Instituto Brasileiro do Petróleo, João Carlos de Luca, o governo federal arrecadará cerca de US$ 1 bilhão com os bônus de assinatura – a projeção se aproxima do valor recorde arrecadado na 9ª rodada. A notícia, dada durante a Rio Oil & Gas, veio de Brasília, anunciada pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. A 11ª Rodada já estava preparada e aprovada pelo Conselho Nacional de Política Energética desde junho de 2011. Faltava apenas a aprovação da presidente Dilma Rousseff. Ela preferia aguardar a definição da Lei de partilha dos Royalties. Mas diante de um cenário de desânimo, decidiu dar o aval. Lobão fez questão de ressaltar a esperança de que a Câmara dos Deputados decidisse a questão ainda este ano. O Congresso Nacional aprovou, no início de novembro, um projeto que redistribui os royalties tanto das áreas a serem licitadas quanto das áreas já em produção. Os estados produtores de petróleo do país terão sua parcela diminuída a partir do ano que vem, de 26,25% para 20%. A parcela destinada aos municípios produtores cairá de 26,25% para 17% no próximo ano, chegando a 4%, em 2020. Os municípios afetados pela exploração de petróleo também sofrerão redução, de 8,75% para 2%. Os demais estados e municípios do país, que recebem atualmente 8,75%, passarão a receber 40% até 2020. Para as novas áreas a serem concedidas sob o regime de partilha, 22% dos royalties irão para os Estados produtores, 5% para municípios produtores, 2% para cidades afetadas pela produção, 22% para a União e 49% para demais Estados e municípios. A presidente vetou a mudança na divisão dos royalties das áreas que já foram licitadas e manteve as novas regras para o modelo de partilha que será adotado para as áreas do pré-sal – nas áreas que forem licitadas pelo regime de concessão, a

10ª Rodada, realizada em 2008: quatro anos sem ofertas de novas áreas

distribuição de royalties também será feita segundo os novos critérios fixados no Congresso. Para isso ainda será editada ainda uma Medida Provisória. “Não há desapreço com o Congresso, mas a defesa dos princípios constitucionais que asseguram contratos firmados até esta lei”, disse ministro Lobão. A última Rodada foi realizada há quatro anos. O desânimo contagiou até os produtores independentes, que já viam a produção de seus campos cair de 3,5 mil barris para 3 mil barris por dia este ano. O presidente da Associação Brasileira de Produtores Independentes de Petróleo e Gás - Abpip, Alessandro Novaes, afirmou que sem uma nova oferta de blocos onshore nos próximos cinco anos, os pequenos produtores poderão ter de parar as atividades no Brasil. Atualmente 19 operadores de pequeno e médio porte produzem em 39 campos. Lobão lembrou que, com a aprovação da Lei dos Royalties, em novembro de 2013 será possível fazer a primeira licitação sob o regime de partilha. A expectativa inicial é que a área de Libra, na Bacia de Santos, seja ofertada. A 11ª Rodada deverá trazer 174 blocos exploratórios – metade deles em áreas terrestres e metade na margem equatorial.

Farm in 1

Farm-in 2

A Queiroz Galvão Exploração e Produção assinou com a Petrobras acordo de cessão de 30% dos direitos de exploração e produção do bloco BM-C-27, localizado em águas rasas na Bacia de Campos. A área engloba o prospecto Guanabara Profundo. A Petrobras permanece como operadora, com 70% nos blocos.

A ANP aprovou a aquisição da Sinochem nos blocos BM-ES37, BM-ES-38, BM-S-39, BM-ES-40 e BM-ES-41, em águas profundas da Bacia do Espírito Santo que pertenciam à Perenco. A Sinochem passa a ter 10% de participação nos ativos, que continuarão a ser operados pela canadense, com 40% de participação. A OGX tem 50% dos blocos exploratórios.

Queiroz Galvão adquire 30% de bloco na Bacia de Campos

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Sinochem entra em cinco blocos na Bacia do Espírito Santo

Farm in 3

Pacific Rubiales adquire participação em blocos da Karoon

A canadense Pacific Rubiales firmou acordo com a Karoon para adquirir uma participação de 35% nos blocos S-M-1101, S-M-1102, S-M-1037 e S-M-1165, na Bacia de Santos, por US$ 40 milhões. A Karoon permanecerá como operadora dos blocos.

Farm out

Vale vende participação na Bacia do Espírito Santo

A Vale vendeu à Petrobras e à Repsol Sinopec a participação de 10% que detinha no bloco BM-ES-21, na Bacia do Espírito Santo. Com o farm out, a petroleira brasileira ficou com 88,89%, e a Repsol, com 11,11%.

Fornecedores

Programa vai capacitar indústrias paulistas

O Programa Núcleo de Apoio à Gestão da Inovação na Cadeia de Petróleo e Gás - Nagi PG, uma parceria entre a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo e a Universidade de São Paulo irá capacitar 400 indústrias paulistas de pequeno e médio porte em uma cultura de inovação. O Programa compreende uma capacitação coletiva e uma assessoria individual. Ainda este ano o programa será implantado em quatro regiões – São Paulo, Vale do Paraíba, Baixada Santista e Sertãozinho – e, em 2013, em Osasco, Guarulhos, ABC, Campinas, Sorocaba e Piracicaba. Nessas regiões serão montados núcleos com 40 empresas.

Perfuração

STJ suspende liminar que proibia operação da Transocean

O presidente do Superior Tribunal de Justiça, ministro Felix Fischer, acatou o recurso da ANP e suspendeu a liminar do Tribunal Regional Federal da 2ª Região que determinava a paralisação das atividades da Transocean no Brasil. O ministro reconheceu que a suspensão das atividades da Transocean no Brasil poderia acarretar grave lesão à economia pública, uma que vez a atuação do grupo não está limitada a Frade. A decisão beneficia apenas a Transocean, mantendo a proibição de operação à Chevron, operadora do campo de Frade, na Bacia de Campos.

Produção 1

Terceiro poço amplia produção da OGX

A OGX pretende iniciar em dezembro a produção do terceiro poço do campo de Tubarão Azul, na Bacia de Campos. Cada um dos dois poços atualmente em produção garante a extração média de 5 mil barris de petróleo por dia. A petroleira acredita que há entre 209 e 270 milhões de barris de óleo recuperável no campo. A OGX também prevê a entrada em operação do campo de Tubarão Martelo, vizinho ao de Tubarão Azul no último trimestre de 2013. A estimativa de investimentos da OGX em 2013 é de US$ 1,2 bilhão – 20% destinados à exploração e o restante em desenvolvimento da produção.

Produção 2

Keppel fará integração de FPSOs OSX-4 e OSX-5

A OSX fechou contrato com o estaleiro Keppel para a conversão dos cascos dos FPSOs OSX-4 e OSX-5. As obras de conversão serão realizadas em Singapura, e devem durar 12 meses. A integração será realizada no estaleiro que a OSX está construindo no Porto do Açu, no Rio de Janeiro.

Produção 3

Tomé investirá R$ 120 milhões para produzir módulos de plataformas

A Tomé Engenharia irá investir R$ 110 milhões na construção de uma planta que fabricará módulos de plataformas, em Charqueadas / RS. A cidade também irá receber uma unidade da Iesa Oléo e Gás.

Exploração

CGGVeritas adquire divisão de Geociências da Fugro

A CGGVeritas adquiriu, por € 1,2 bilhão a divisão de geociências da Fugro. A transação adicionará ao portfólio de equipamentos da CGGVeritas quatro embarcações para sísmica 3D, excluindo a biblioteca multi-clientes e o negócio de “nodes”.

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Naval 1

Gás 1

A Câmara Setorial de Equipamentos Navais e Offshore da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos firmou um acordo de cooperação com a UK Shipbuilders & Shiprepairers Association – principal associação que reúne estaleiros e empresas britânicas de equipamentos marítimos – para promover investimentos, comércio e intercâmbio de tecnologias entre Brasil e Reino Unido nas áreas de construção naval e de fabricação de equipamentos marítimos.

O teste de formação do poço 1-HRT-9-AM, no bloco SOLT-169, na Bacia do Solimões, atingiu uma produção estabilizada de 510 mil m³/dia de gás natural. A HRT acredita em um potencial de produção de 3 milhões de m³/dia – o maior poço produtor de gás natural no Brasil, o 7PERZESS, no campo de Peroá, na Bacia do Espírito Santo, produz 1,8 milhão de m³/dia.

Abimaq firma acordo de cooperação com SSA

Gás 2

Naval 2

Asscenon nasce e estuda transporte marítimo entre Niterói e São Gonçalo

Diretoria da Asscenon: Presidente: Elizio Moreira da Fonseca (Brasilamarras), Vice-Presidente: Claudio Lanna (Estaleiro Brasa), Diretor Financeiro: Renato Bittencourt (Equipemar), Diretor Secretário: Rogério Araujo (Subsea7)

Com a instituição formal da Associação Conselho Empresarial Naval-Offshore e Serviços de Niterói - Asscenon, empresários de Niterói / RJ acreditam que chegou o momento de se implantar uma linha, pelo mar, para transporte de passageiros entre São Gonçalo e Niterói, especificamente para funcionários de estaleiros e empresas que atuam na Ilha da Conceição, Ilha do Caju e Ponta da Areia. Estudo da entidade mostra que 5.500 homens fazem o trajeto entre seu de trabalho e São Gonçalo. A Asscenon reúne a Brasilamarras, Brasco Logística; CCR Barcas, CCR Ponte, Codepe, DSN, Eletrotecnica Guedes e Farias, Equipemar, Estaleiro Brasa, Estaleiro Mauá, Girassol Apoio Marítimo, Oceaneering/Marine, Lifting, Mac Laren Oil, Mecanavi, Naproservice, Nitport/Nitshore, Renave/Enavi, Rolls-Royce e Subsea7.

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Teste de formação indica alto potencial na Bacia do Solimões

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Petrobras e HRT estudarão planos para Bacia do Solimões Herick Pereira/Front

O protocolo, assinado pelos presidentes da Petrobras, Maria das Graças Foster; da HRT, Marcio Mello, e da TNK-Brasil, George Michael Morgan, tem prazo de vigência de 6 meses

A Petrobras e a HRT vão estudar a monetização do gás natural na Bacia do Solimões. As empresas firmaram um protocolo de intenções para a elaboração de um plano de trabalho que definirá atividades e cronogramas do desenvolvimento de áreas contíguas ao campo de Juruá, na Bacia do Solimões.

Equipamentos

Gates instala unidade especializada em Macaé

Macaé foi escolhida para receber a primeira operação Gates Service da América do Sul dedicada ao segmento de energia. Em parceria com a Hitorin, distribuidor de mangueiras e terminais da marca, a empresa montou uma unidade com 300 m², com estoque de mangueiras especiais e células para a montagem de terminais.

Conteúdo local 1

TCU recomenda aperfeiçoamento de fiscalização

Auditoria realizada pelo Tribunal de Contas da União apontou fragilidades na fiscalização feita pela Agência Nacional de Petróleo sobre o compromisso de conteúdo local na exploração de petróleo e gás natural – como a falta de auditoria sobre os documentos e notas fiscais fornecidos pelas concessionárias e os critérios adotados para escolher quais blocos passariam pela análise. O TCU recomendou o aprimoramento de metodologia de seleção desses blocos, além da identificação de técnicas de auditoria e da elaboração ou atualização de manuais de procedimentos.

Conteúdo Local 2

Exigência amplia custos de exploração, aponta pesquisa

Pesquisa elaborada pela PwC Brasil aponta que 68% dos fornecedores e operadoras apoiam as exigências de conteúdo local da Agência Nacional de Petróleo. No entanto, 61% consideram que a regra aumentará em mais de 10% os custos de exploração e desenvolvimento do setor no Brasil – menos de 4% acreditam em redução de custos. A pesquisa também mostra que 70% dos entrevistados acreditam que as regras não são claras – e metade considera que a Agência não tem condições de fiscalizar o cumprimento do coeficiente de nacionalização.

Transporte 1

Trelleborg inaugura fábrica de mangueiras

A Trelleborg inaugurou sua linha de fabricação de produtos destinados ao mercado de petróleo e gás. A fábrica, que originalmente pertencia à Goodyear, localizada em Santana de Parnaíba / SP fornecerá mangueiras para transporte de petróleo em ambiente marítimo. A unidade da Trelleborg em Macaé / RJ foi preparada para desenvolver soluções de isolamento térmico e flutuabilidade de alto desempenho.

Transporte 2

Flexomarine fecha fornecimento de mangotes à Modec Brasil

A Flexomarine fechou um contrato de fornecimento de 44 mangotes, dos tipos flutuante e submarino, destinados ao projeto Cernambi-Sul. Os mangotes serão instalados no FPSO Cidade de Mangaratiba a ser operado pela Modec Brasil em lâmina de água de 2.300 metros.

Refino 1

Manguinhos entra com mandato de segurança contra desapropriação

A Refinaria de Manguinhos impetrou mandado de segurança no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro contra o Decreto que desapropria a área onde está localizada a empresa. Segundo a empresa, o imóvel foi concedido à refinaria pelo governo federal para que fosse incorporado ao patrimônio da empresa – o que impediria o estado de desapropriá-lo. O Decreto publicado em 16 de outubro, declara o terreno da refinaria de utilidade pública para fins de desapropriação. O plano do governo é construir um bairro popular na área. O governo cobra R$ 675 milhões, entre créditos de ICMS que deixaram de ser recolhidos nos últimos anos. O governador Sérgio Cabral disse que não aceita negociar com a empresa, que ofereceu ao estado 20% da área – onde funcionam instalações administrativas e estacionamentos e não haveria contaminação do solo.

Refino 2

Radix desenvolve plataforma online para módulo de gerenciamento de processos da Repar

O novo sistema de gerenciamento da Refinaria Presidente Getúlio Vargas vai atuar como um manual online, facilitando a operação de toda a refinaria. O novo sistema de gerenciamento possibilita que novas informações sejam inseridas no sistema com facilidade.

Engenharia

Genesis adquire a Suporte Consultoria

Gênesis Oil and Gas Consultants assinou um acordo vinculativo para a aquisição da Suporte Consultoria e Projetos, empresa de engenharia estrutural e de tubulação. A aquisição vai permitir que a Gênesis aumente imediatamente o acesso ao mercado brasileiro em crescimento e sua força de trabalho local com 80 profissionais. A Genesis vem trabalhando com a Suporte desde 2002, quando assinaram um primeiro contrato em conjunto para projetar um duto de exportação de gás da Bacia de Campos. no 347

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Shale gas

DNV apresenta recomendação de boas práticas A DNV elaborou uma Prática Recomendada para a extração de gás de xisto, com base em princípios de gestão de risco. A prática fornece uma referência para a verificação independente de projetos de gás de xisto. O objetivo do documento é criar a

base de um padrão internacional de segurança e sustentabilidade na extração do shale gas. A prática foi desenvolvida após consulta a companhias de petróleo e gás, autoridades europeias e norte-americanas, ONGs e entidades da indústria.

Petrobras amplia programa de eficiência operacional para mais sete campos A Petrobras decidiu estender para os campos mais novos da Bacia de Campos o Programa de Aumento de Eficiência Operacional da Unidade de Operações - Proef, elaborado para elevar a produtividade de campos. Entraram no âmbito do Proef os sete campos gerenciados pela Unidade de Operações de Exploração e Produção do Rio de Janeiro - UO-Rio: Albacora Leste, Barracuda, Caratinga, Marlim Leste, Marlim Sul e Roncador. Esses campos respondem por mais de 900 mil barris por dia, com eficiência operacional de 91%. A meta é atingir eficiência superior a 94% até 2016. Para os 28 campos gerenciados pela Unidade de Operações de Exploração e Produção da Bacia de Campos - UO-BC, que produzem 450 mil barris diários, a meta de eficiência é de 90% até 2016. Uma das principais medidas será a redução no intervalo de manutenção das plataformas – as plataformas devem parar para manutenção por cerca de 15 dias a cada três anos. Contando com as plataformas P-55 e P-62, que irão entrar em operação em 2014, a UO-Rio tem 15 plataformas. A inclusão da UO-Rio no Proef vai custar US$ 710 milhões – em intervenções em poços, sistemas submarinos e novas Unidades de Manutenção e Segurança. A companhia calcula um valor presente líquido - VPL entre US$ 700 milhões e US$ 2,2 bilhões. “O retorno desse investimento é ele-

Geraldo Falcão / Agência Petrobras

UO-Rio

UO-BC

vado e grandes ganhos já ocorrerão no curto prazo“, afirmou a gerente executiva de Engenharia de Produção, Solange da Silva Guedes. Em julho, a Petrobras já havia anunciado um investimento de US$ 5,6 bilhões para aumentar a eficiência operacional da UO-BC – o valor é maior devido ao número de campos e aos menores índices de eficiência. As iniciativas envolvem a aquisição de equipamentos submarinos, reparos e investimentos em novas Unidades de Manutenção e Segurança.

Petrobras enxuga custos operacionais

A Petrobras pretende reduzir seus gastos em até R$ 15 bilhões em 2013. A companhia apresentou o detalhamento do Programa de Otimização de Custos Operacionais - Procop, que prevê 28 oportunidades com potencial de redução de despesas que em 2011 chegou a R$ 63 bilhões. Em apresentação aos funcionários da Petrobras, a presidente Maria das Graças Silva Foster explicou que as ações do Procop visam três objetivos principais: no plano financeiro, aumentar a geração de caixa, no plano operacional, aumentar a produtividade de suas atividades, e no plano organizacional, reforçar modelo de gestão voltado para a eficiência em custos. O foco da redução de despesas na área de E&P será o segmento de produção de óleo e gás, por meio da redução do consumo de insumos em plataformas e campos,

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da otimização de recursos empregados na operação e manutenção de plataformas, poços e instalações, e do aprimoramento dos recursos de logística. Na área de refino e logística, o foco está na busca do nivelamento da produtividade das refinarias, redução de estoques e menos gastos de manutenção e operação de oleodutos, terminais e navios. As medidas para a área de Gás e Energia serão a redução do custo operacional dos gasodutos e do consumo de insumos em termelétricas e plantas de fertilizantes. As metas de cada iniciativa serão consolidadas até dezembro. A expectativa é que a implementação das iniciativas identificadas ocorra a partir de janeiro de 2013. As 28 oportunidades de redução de custos estão baseadas em comparações entre o desempenho de cada ativo com outros similares e mais eficientes atualmente em operação.

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Retrospectiva

A força do petróleo

16ª edição da Rio Oil & Gas lota RioCentro e mostra que nenhum negócio é tão promissor quando se projeta o futuro econômico do país

A

resposta do governo ao apelo bradado na abertura da Rio Oil & Gas é o melhor exemplo da importância que o setor de petróleo obteve sobre a economia brasileira. Um dia após os representantes da cadeia pedirem a retomada das Rodadas de Licitações de áreas exploratórias, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, anunciou a realização da 11º Rodada em maio e a primeira Rodada do Pré-Sal, em novembro de 2013.

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“Ainda que na dependência da aprovação da legislação dos royalties, o anúncio mostra o reconhecimento e alinhamento do governo com as necessidades do setor”, disse o presidente do Instituto Brasileiro do Petróleo, João Carlos de Luca, na solenidade de encerramento do evento. Reflexo da evolução do setor de petróleo no país, a 16ª edição comprova que a Rio Oil & Gas tornou-se um dos três maiores eventos mundiais do segmento e

Retrospectiva sil empresas dos EUA, Noruega, Alemanha, China e até Austrália. 53 mil pessoas circularam pelos corredores da Rio Oil & Gas durante quatro dias – o número iguala o recorde registrado na edição de 2010. “O Brasil, como país e como mercado, está se tornando um dos mais importantes do mundo nesse setor. Essa feira é um bom exemplo”, avalia o presidente da Festo no Brasil, Waldomiro Modena Filho, expositor da Rio Oil & Gas. Sob o lema “Inovar e crescer com Responsabilidade”, a conferência reuniu 4.250 congressistas, que assistiram a quatro plenárias, 24 painéis e a apresentação de 586 trabalhos técnicos – uma mostra de que o país está entre os mais atrativos para a cadeia do petróleo. João Carlos de Luca traduziu o ânimo do setor depois de o governo ter anunciado a retomada das Rodadas. “A sensação era que a indústria estava voando e o anúncio do piloto era ‘senhores tripulantes, preparados para o pouso’. E o sentimento agora é de ‘portas em automático, vamos decolar’”.

Oportunidades além do présal

Abertura do Congresso: pedido do setor ouvido pelo governo

desempenha um papel importante na consolidação do Brasil como potência global em petróleo e gás. O estado da arte em equipamentos, simuladores 3D e maquetes de plataformas chamavam a atenção para vários stands – 1.300 expositores, de 27 países, ocuparam 39,5 mil m², o que corresponde aos quatro pavilhões do Riocentro e mais quatro tendas anexas. Metade da área já está comercializada para a próxima edição, em 2014. 14 pavilhões internacionais trouxeram para o Bra-

A Associação Brasileira de Produtores Independentes de Petróleo e Gás – que representa 21 petroleiras – também aproveitou o evento para pedir a sanção da proposta que permite a realização de leilões de concessões exclusivos para os independentes a cada seis meses – assim como a realização da 11ª Rodada, essa proposta já foi aprovada pelo Conselho Nacional de Política Energética. “Nossa produção era de 3,5 mil barris por dia, mas neste ano já baixou para 3 mil barris por dia. Já sofremos influência direta da falta de oportunidades”, disse o presidente da Abpip, Alessandro Novaes. Não seria estranho esperar que o tema recorrente no evento fosse a falta de Rodadas – não realizadas desde 2008. Ainda durante a abertura do evento, a diretora da Agência Nacional do Petróleo, Magda Chambriard, disse que o potencial para descobertas de petróleo e gás no Brasil vão além do pré-sal. “Os dados coletados pela Agência indicam potencial para recursos convencionais e não convencionais”. nº 347

Petro

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Retrospectiva

Fontes fósseis ainda dominarão matriz energética

Desenvolvimento econômico amplia demanda

Os combustíveis fósseis ainda responderão por 65% da demanda de energia em 2050. Por essa razão, a empresa investe em projetos de captura e armazenamento de carbono no Canadá e na Austrália. “A energia que fornecemos ao mundo deve ser produzida de forma correta, com respeito ao meio ambiente”, disse o presidente da Shell Brasil, André Araújo, na seção plenária O Papel da Indústria do Petróleo na Promoção do Desenvolvimento Econômico Sustentável. “Pode ocorrer uma mudança drástica que modifique esse cenário. Mas hoje não há nada visível que nos permita antecipar um cenário diferente”, afirmou o CEO da Barra Energia, Renato Bertani. A demanda de petróleo, que hoje gira em 87 milhões de barris, deve atingir 108 milhões de barris em 2030. Segundo projeções da IEA apresentadas por Bertani, o segmento de E&P deverá concentrar US$ 20 trilhões em investimentos nesse período. O diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, destacou que o investimento tem crescido à medida em que as curvas de produção e demanda se aproximam. “O mundo investiu US$ 556 bilhões no ano passado em petróleo. Neste ano, deve superar US$ 600 bilhões. Essa é a resposta do setor para atender à demanda”.

O presidente do World Petroleum Council, Renato Bertani, destacou, durante a seção plenária Desafios para o Suprimento Energético para o Século 21, que as dez maiores descobertas de petróleo anunciadas nos últimos anos estão na Bacia de Santos e no Golfo do México – áreas que demandam novas tecnologias, novas ideias, que por isso e devem influenciar a formação de preços. As projeções apresentadas pelos participantes da plenária indicam que a demanda crescerá para 110 milhões de barris de petróleo por dia até 2030. Bertani lembra que o desenvolvimento econômico no Brasil, Indonésia e Índia – que apresentam baixo consumo per capita – vai trazer novos consumidores para o mercado. O desafio é trazer à superfície esse petróleo de forma “amigável” ao meio ambiente. O diretor da Energy Information Administration, Adam Sieminski, afirmou que o avanço tecnológico mudou o cenário de referência no setor de óleo e gás. “Gastos em pesquisa e desenvolvimento têm um potencial de transformar as ofertas de energia no século XXI como não podemos imaginar”.

A Arena + 10, instalada nesta edição da Rio Oil & Gas, trouxe especialistas para debaterem o tema “Avanços e Desafios do Desenvolvimento Sustentável no Setor de Petróleo, Gás e Biocombustíveis”. Jorge de Castro, do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada, defendeu um modelo de desenvolvimento em que a riqueza do petróleo possa se traduzir nos índices sociais. Lucila Martinez, do Instituto de Lógica, Filosofia e Teoria da Ciência, mostrou experiências adotadas no entorno da Refinaria de Paulínia / SP.

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Parceria será fundamental para aumentar a segurança

O acidente com a plataforma Deepwater Horizon, no Golfo do México em 2010, despertou entre as petroleiras a certeza de que o compartilhamento de experiências é a melhor maneira para garantir uma segurança operacional mais eficiente. “Ainda há muito a ser feito, mas temos tido sucesso por meio do compartilhamento de experiências com outras empresas e reguladores”, disse o vice-presidente da BP, Richard Morrison, na seção plenária Segurança Operacional Offshore e seus Impactos. Morrison lembrou que a empresa passou a ser muito vigiada após o acidente, redefiniu responsabilidades, e aprimorou o treinamento e a sistemática de inspeção de equipamentos. O diretor do Bureau of Safety and Environmental Enforcement, James Watson, apontou melhoras na regulação relativa ao gerenciamento de riscos – que inclui projeto de poço, engenharia de revestimento e cimentação. O organismo já está realizando as primeiras auditorias para saber se as operadoras estão implantando as novas regras. O superintendente de Segurança Operacional e Meio Ambiente da ANP, Raphael Moura, destacou que entre 2010 e 2011, a Agência realizou 150 auditorias e constatou 1076 não-conformidades.

Por crescimento da produção, Petrobras não admitirá atraso de fornecedores

A presidente da Petrobras, Maria das Graças Silva Foster, avisou que a companhia irá encerrar os contratos com fornecedores que não cumprirem prazos. “Qualquer movimento fora do prumo, trocamos de fornecedor. Não vamos esperar atrasar”, disse a executiva, durante a seção de encerramento da Rio Oil & Gas. Graça fez um grande balanço da construção de plataformas no país e explicou que uma equipe com mais de 100 técnicos da Petrobras trabalhou durante quatro meses para verificar a capacidade dos seus fornecedores e mitigar os riscos de atrasos. Além das 23 plataformas já contratadas, até 2017 a companhia irá contratar outras 15 unidades. A própria presidente tem visitado os estaleiros – desde fevereiro, quando tomou posse, já esteve quatro vezes no Estaleiro Rio Grande. “O boi só engorda debaixo do olho do dono, por isso a diretoria não tira os olhos do boi.” A prioridade da Petrobras é a produção de petróleo, que deverá passar dos atuais 2 milhões para 4,2 milhões barris em 2020. O aumento da produção será acompanhado pela expansão– atualmente a Petrobras possui 15,7 bilhões de barris de óleo equivalente em reservas provadas e 15,8 bilhões de barris em reservas potenciais.

O avanço tecnológico chegou também às sessões de posters do congresso. As apresentações contaram com aparato digital. Foram apresentados 586 trabalhos nas seções posters e seções orais – o congresso reuniu 4.250 participantes. O trabalho “"Os Benefícios e Desafios da Aplicação de Técnicas de Controle Avançado e Otimização em Tempo Real em Unidades Marítimas de Produção”, apresentado por Alex Furtado Teixeira e Mario César Massa de Campos, recebeu o Prêmio Plínio Catanhede, dado ao melhor trabalho técnico apresentado em congressos do IBP nos últimos dois anos. nº 347

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Indústria petroquímica enfrenta nova dinâmica

Reliance e Total apresentam projetos de refino

Até 2020 a demanda global por petroquímicos básicos e plásticos alcançará 1 bilhão de toneladas – isso representará um crescimento de até 200 milhões de toneladas no comercio internacional, em função da disposição dos mercados, disse o vice presidente da IHS, Mark Eramo, no painel Competitividade da Indústria Petroquímica no Brasil. O consultor explica que o advento do shale gas nos EUA tem mudado a dinâmica da indústria petroquímica global. “O planejamento dos investimentos é fruto dessa dinâmica”. A indústria petroquímica nacional aguarda a definição do potencial que as reservas do pré-sal significarão para a obtenção de matérias-primas. O gerente geral de Desenvolvimento de Projetos Petroquímicos da Petrobras, Luiz Fernando Marinho Nunes, afirmou que a integração entre as refinarias e petroquímicas significa redução de custos desde a fase de projeto. “Há saídas para encontrar eficiência onde ela não está dada a partir da matéria-prima”.

O diretor de Planejamento e Desenvolvimento da Reliance, Partha Maitra, defende que os novos empreendimentos de refino sejam bem planejados desde o início, para evitar custos com retrabalho ou redesenho. E que as refinarias sejam concebidas para operar por 50 anos. Maitra mostrou, durante o painel Desafios para a Implantação de Novos Projetos em Refino, como a Reliance conduz o projeto da Jamnagar, na Índia, que tem capacidade para processarr 1,3 milhão de barris por dia. A utilização de equipamentos de maior porte e redução de trabalhos on site permite economia de escala. O vice-presidente da Total para o Oriente Médio e Norte da África, Olivier Alexandre, apresentou o projeto de Jubail, com capacidade de processar 400 mil barris diários, tocado em parceria com a Saudi Aramco. Segundo projeções apresentadas pelo vice-presidente da IHS, Gil Nebeker, até 2015 o crescimento da demanda mundial deve chegar a 1,7 milhão de barris por dia. “Serão necessários investimentos de US$ 500 bilhões até 2030”

O IBP realizou na Rio Oil & Gas a 6ª edição do programa “Profissional do Futuro”, que promoveu apresentações dedicadas a universitários. O ciclo de palestras sobre a cadeia produtiva de petróleo e gás, as perspectivas do mercado de trabalho e a importância de aprimoramento constante reuniu 2.300 estudantes, de 35 universidades brasileiras.

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Petrobras defende padronização de projetos

Empresas estudam redução de água na extração de shale gas

No painel Os desafios dos grandes empreendimentos e a importância da engenharia de projetos no Brasil, o presidente da Rolls-Royce para América do Sul, Francisco Itzaina, avalia que o Brasil precisa avançar em temas como planejamento de longo prazo e criação de uma política industrial de Estado que incentive setores. Na avaliação do presidente do Estaleiro Enseada do Paraguaçu, Fernando Barbosa, o gerenciamento de projetos no Brasil esbarra na inflação de custos, baixa produtividade, mão de obra pouco qualificada e logística. O Enseada do Paraguaçu, que está sendo construído na Bahia, vem implementando processos simples e repetitivos para reduzir a relação homem/hora. Segundo o diretor de Engenharia, Tecnologia e Materiais da Petrobras, José de Figueiredo o aprimoramento da gestão e o uso de métricas internacionais são o grande desafio da indústria brasileira. Figueiredo cita os oito FPSOs replicantes contratados pela companhia para defender a padronização de projetos. “Já sabemos como fazer, agora temos que replicar da forma mais simples. É uma questão de gestão”.

A Shell estuda formas para reduzir o consumo de água utilizada no fraturamento hidráulico para viabilizar projetos de shale gas em regiões áridas. Segundo o vice-presidente executivo da petroleira, Gerald Schotman, é preciso compartilhar experiências e recursos para aperfeiçoar a tecnologia de fraturamento. “Nenhuma empresa pode se dar ao luxo de desenvolver essa tecnologia sozinha. Porque custará mais e demandará mais tempo”. Para o vice-presidente de Pesquisa Energética da IHS, Bob Fryklund, que vê um forte potencial na Bacia do São Francisco, o Brasil está numa situação mais confortável por possuir muita água e areia. “Temos de pensar em como reduzir água e areia injetada”. Segundo o assessor especial da ANP, Olavo Colela Junior, estudos da Agência apontam que o volume recuperável de gás não-convencional pode chegar a 208 trilhões de pés cúbicos nas Bacias do Parnaíba, Parecis e do Recôncavo. Os números foram estimados a partir de uma comparação com a formação de Barnett Shale, nos EUA.

A Rodada de Negócios promovida pela Onip e pelo Sebrae gerou uma expectativa de negócios de cerca de R$ 152,8 milhões nos próximos 12 meses. Foram realizadas 662 reuniões entre 32 empresas âncoras e 238 pequenos e médios fornecedores. A novidade desta edição foi a realização da Rodada Tecnológica e os Encontros Joint Venture, que reuniram 30 empresas – 13 estrangeiras e 17 brasileiras – em busca de oportunidades de transferência de tecnologia e criação de soluções integradas. nº 347

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Pré-sal e shale gas adquirem novos papéis na geopolítica do petróleo

Maior teor de etanol reduzirá importação de gasolina

Com o aumento da participação do shale gas (gás de xisto) e do tight oil (óleo não convencional) na matriz energética norte-americana, aliado à maior eficiência dos derivados e os investimentos em biocombustíveis, os EUA caminham para reduzir consideravelmente a dependência energética norte-americana, hoje situada na faixa de 60%. “Isso muda tudo e pode fazer dos EUA um futuro exportador”, disse o diretor geral do U.S. Energy Information Administration, Adam Sieminski, no painel Geopolítica do Petróleo e os Novos Caminhos para a Inserção Brasileira. Para o diretor da ANP, Helder Queiroz, não será possível reproduzir no Brasil a experiência norte-americana. “Não temos uma infraestrutura de gasodutos similar à dos EUA, nem o mesmo modelo de negócios e instrumentos regulatórios. Sem falar nas controvérsias em relação ao impacto ambiental”. Segundo Helder, o Brasil será o sexto maior produtor mundial de petróleo em 2016, e o quarto em 2020. “O protagonismo do Brasil é inquestionável. Produzindo 4,5 milhões de barris/dia em 2020, o país vai exportar de 1,5 milhão de barris/dia a 2 milhões de barris/dia, o que irá configurar uma posição relevante no mercado”.

Na avaliação do consultor Plínio Nastari, da Dastargo, o retorno do teor de mistura do etanol de 20% para 25% já diminuiria a necessidade de importação de gasolina. “Há a necessidade de se planejar o abastecimento com antecedência”, disse, lembrando que a cana-de-açúcar a biomassa mais produtiva e mais sustentável quando comparada com o milho e a beterraba. A participação foi reduzida em outubro de 2011, depois que adversidades climáticas afetaram a produção de cana-de-açúcar. O secretário de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia, Marco Antonio Martins Almeida, afirmou que o governo estuda um conjunto de estímulos fiscais para estimular o mercado de etanol. “O planejamento do mercado de ciclo Otto depende do etanol”, justificou, durante o painel Desafios do Mercado de Combustíveis para o Ciclo Otto no Brasil. Para o presidente interino da União da Indústria da Cana-de-Açúcar, Antonio de Pádua Rodrigues, o governo precisa definir o papel do etanol na matriz energética no médio e longo prazos.

William Zattar, que ingressou no setor de óleo e gás em 1950, e foi um dos fundadores do Instituto Brasileiro do Petróleo, foi o agraciado do Prêmio Leopoldo Américo Miguez de Mello – reconhecimento do IBP às personalidades que tenham contribuído para o desenvolvimento das indústrias de petróleo no Brasil.

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ANP intensifica trabalhos em áreas de nova fronteira

Até 2014 a Agência Nacional do Petróleo irá investir R$ 1,8 bilhão para ampliar o conhecimento sobre as bacias sedimentares brasileiras – sobretudo em áreas de novas fronteiras terrestres. Desde 2007, quando o Plano Plurianual de Estudos Geológicos e Geofísicos começou a ser desenvolvido, a Agência já aplicou R$ 500 milhões em levantamentos em 22 bacias sedimentares, de um total de R$ 1,8 bilhão aprovados para o período de 2007 a 2014. As pesquisas envolvem sísmica, processamento, levantamentos gravimétricos, magnetométricos e magnetotelúricos, geoquímica e perfuração de poços estratigráficos. Segundo a superintendente de Definição de Blocos da ANP, Eliane Petersohn, graças aos dados adquiridos, as bacias de São Francisco, Paraná e Parnaíba foram incluídas na Décima Rodada de Licitações da ANP em 2008 – a Bacia de São Francisco já tem doze notificações de descobertas, e na Bacia do Parnaíba a OGX deve colocar em produção os campos de Gavião Azul e Gavião Real ainda este ano.

Exploração do gás não convencional exige mais tecnologia

Apesar de concentrar 29% das reservas mundiais de shale gas, a América Latina ainda terá que superar uma série de desafios para monetizá-las. Na avaliação do presidente da Schlumberger no Brasil, José Firmo, será necessário abandonar a fratura sequencial das richas e adotar um método mais eficiente para definir a localização de poços – como exemplo, o executivo cita a técnica de fraturamento HiWay, que tem alcançado reduções de 25% no consumo de água e aumentos de 53% na produção de gás em campanhas na Argentina. “A eficiência operacional vai depender de uma indústria ativa e colaborativa”. O gerente de Risco Econômico, Global e Estratégia Comercial da Halliburton, Paul Guthrie lembra que o ritmo de perfuração é muito importante. “Foi o que garantiu o sucesso das empresas americanas.” O diretor de E&P da Imetame Energia, Renato Darros de Matos comentou sobre a experiência de exploração da bacia de São Francisco.

A história da Rio Oil & Gas passa pelas páginas da Revista Petro & Química. E a história da Petro & Química passa pelos corredores da Rio Oil & Gas. A revista esteve presente em todas as 16 edições do maior evento de petróleo da América Latina. Visitantes, congressistas e expositores receberam, de forma gratuita, a edição sobre produção de petróleo. nº 347

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Fornecedores ainda enfrentam problemas para ganhar competitividade

Maior interação entre setor produtivo e academia ampliará desenvolvimento

Estudo da Organização Nacional da Indústria do Petróleo mostra que serão investidos US$ 400 bilhões em Exploração e Produção no país até 2020. “O volume dc investimento para o pré sal será alto e devemos estar prontos para aproveitar essa oportunidade”, disse o superintendente da Onip, Luiz Mendonça, no painel Desenvolvimento da Cadeia de Fornecedores. O diretor da Área Upstream da Shell no Brasil, Antonio Guimarães, ressaltou que o desenvolvimento da cadeia não deve se resumir apenas aos próximos 20 anos e depois cair em declínio, mas que é fundamental desenvolver capacidade competitiva de exportação. O coordenador executivo do Prominp, Paulo Sergio Rodrigues Alonso, cita o Parque Tecnológico do Rio como exemplo de uma estratégia bem-sucedida de integração entre a indústria e o meio acadêmico. “Essa integração vai gerar conteúdo local com maior valor agregado”. O Parque Tecnológico já concentra 12 empresas de grande porte, 12 start ups e nove de pequeno e médio portes. O vice-presidente da Agência Gaúcha de Desenvolvimento, Aloísio Nóbrega, defende que entidades como o Senai trabalhem em parceria cada vez mais estreita com as empresas para acelerar a capacitação.

A Petrobras pretende, em cinco anos, dobrar a atual média de 60 patentes por ano. A ideia, apresentada pelo gerente executivo do Centro de Pesquisa da Petrobras, Marcos Assayag, no painel Desenvolvimento Tecnológico na Indústria, inclui novas alternativas no relacionamento com o meio acadêmico e a cadeia de fornecedores. Atualmente a companhia possui cerca de 1.300 contratos com mais de 100 instituições de pesquisa no Brasil, e para cada pesquisador da companhia existem 15 pesquisadores externos – 15% do total de patentes obtidas por ano são registradas em conjunto com as universidades. O supervisor de Propulsão Marinha e Elétrica da Weg, Marcos Menezes, destaca o aumento no número de pesquisadores no setor produtivo – a empresa, que investe 2% da receita anual em P&D, possui 1.200 engenheiros que atuam no desenvolvimento de novos produtos. A Weg recebe demandas do mercado e também utiliza a parceria com as universidades para o desenvolvimento de novos produtos - um comitê internacional se reúne para definir quais produtos serão criados e que tipo de tecnologia será utilizada.

A Petrobras levou para seu stand o Simulador Marítimo Hidroviário, desenvolvido em parceria com a Universidade de São Paulo. O simulador, equipado com visualização 3D para o treinamento de operadores de balsas hidroviárias, já está sendo utilizado pela Transpetro para a análise de procedimentos e dimensionamento de sistemas e para o treinamento inicial ou reciclagem de capitães e pilotos fluviais que atuarão no transporte de combustíveis na hidrovia Tietê-Paraná.

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Expansão das economias emergentes muda dinâmica do mercado

O aumento da demanda nos países emergentes, sobretudo na América Latina, e a expansão da oferta, tanto de petróleo no Oriente Médio como de shale oil nos EUA, estão mudando o panorama mundial de petróleo no mundo. O vice-presidente executivo da KBC Advanced Technologies, Ed Kleingueti, avalia que a América Latina permanece uma importadora líquida, por conta do aumento do PIB e o atraso nos projetos de refinaria. Com o shale oil, os EUA se tornarão os principais fornecedores para o mercado latinoamericano. Na análise do diretor presidente do Boston Consulting Group, Daniel Lopez, as margens de refino sofreram pressão a partir de 2008, decorrente da crise mundial, e deverão se manter estreitas nos próximos cinco anos, comprometendo os investimentos para o final da década. “A boa notícia é que depois disso bons tempos virão”, disse Lopez, durante o painel Panorama do Mercado Mundial de Petróleo e Derivados - Uma Nova Ordem?

39% da oferta de gás virá do pré-sal em 2020

O professor Edmar de Almeida, da UFRJ, defende a competição entre empresas no upstream para ampliar a oferta de gás natural. “É preciso estimular a exploração”, disse Edmar, durante painel O Futuro do Mercado de Gás no Brasil. Segundo estudos da Empresa de Pesquisa Energética, entre 2016 e 2017 o Brasil terá um excedente no balanço entre oferta e demanda de gás De acordo com projeções da Petrobras, apresentadas pelo gerente executivo corporativo da área de Gás e Energia, Hugo Repsold, até 2020 as áreas do pré-sal responderão por 39% da oferta de gás natural, com 33 milhões de m³/dia. O presidente do Conselho Diretor da Associação Brasileira de Indústria Química, Henri Slezynger, chamou atenção para a urgência de investimento na produção do gás não convencional. “A liderança brasileira na indústria petroquímica latinoamericana corre riscos pelo desenvolvimento do shale gas na Argentina”.

Em seminário "a busca da produtividade" realizado pelo Centro de Excelência em EPC, integrantes da entidade apresentam estudos sobre fatores que influenciam a produtividade: João Mariano, da Shell, apresentou o trabalho Implementação das propostas para redução de custos e prazos na construção de unidades para indústria de óleo e gás e Gilson Faissal, da Ecovix, falou sobre Maior e melhor integração da engenharia nos empreendimentos de EPC. Octavio Pieranti apresentou os resultados de um estudo que avaliou contratos para identificar cláusulas e riscos que incorreriam em perdas de produtividade e aumento dos custos. nº 347

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Petroleiras investem em novas tecnologias para aumentar fator de recuperação

Tecnologia permite transformar pré-sal em realidade

A revitalização de campos maduros em todo o mundo pode resultar em um acréscimo de 25 milhões de barris de petróleo por dia em até 30 anos, avalia o superintendente de Jazidas da colombiana Ecopetrol, Jaime Orlando Castañeda. O vice-presidente da Cenovus, Ian Young, contou que a companhia, que atua em ativos terrestres no Canadá, ampliou sua produção em cerca de 25% ao ano desde 1998 e hoje produz cerca de 125 mil barris por dia. A argentina YPF planeja expandir a sua produção em campos maduros, de cerca de 30.000 barris para 80 mil barris por dia até 2015, como parte de um plano bienal que também inclui um aumento da produção não-convencional, disse o diretor da Neuquen Oil, Ignacio Swinnen. As técnicas aplicadas pela Petrobras no Programa de Revitalização de Campos com Alto Grau de Explotação - Recage – como injeção de água e vapor, sísmica permanente e injeção de água pulsa – foram apresentadas pelo gerente de Reservas e Reservatórios da petroleira, Carlos Eugênio Melro da Ressureição. A Petrorecôncavo pretende investir US$ 350 milhões até 2016 também para revitalizar áreas e manter sua produção.

O gerente-executivo do pré-sal da área de Exploração e Produção da Petrobras, Carlos Tadeu Fraga, disse, durante o painel Desenvolvimento da Produção Offshore no Pré-Sal, que a área requer uma gestão rigorosa e excelência em todas as frentes, da concepção e gestão de projetos ao fornecimento de bens e serviços, com ênfase especial na gestão e no desenvolvimento de pessoas. A evolução dos trabalhos de exploração, segundo o executivo, têm reduzido os custos. Além da Petrobras, os fornecedores também apresentaram suas experiências. O vice-presidente da Baker Hughes, Maurício Figueiredo, apresentou os sistemas de perfuração que foram aplicados em cerca de 70% dos poços perfurados no pré-sal para a Petrobras. O vice-presidente da Subsea 7 Brasil, Victor Bomfim, abordou os sistemas Buoyancy Supported Risers, para interligação de risers, adotados nos campos de Lula Nordeste e Sapinhoá . O vice-presidente sênior para o Brasil da Technip, José Jorge Araújo, mostrou o desenvolvimento de revestimentos anti-H2S e a substituição de aço por fibra de carbono, para redução de peso nas linhas flexíveis.

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Remote Operations, da ABB, permite redução na quantidade de operários em plataformas

Bray nacionaliza produção de válvulas triple offset

Wellington Cintra: inovação para otimizar produção no campo de Papa Terra

O desenvolvimento tecnológico já permite o monitoramento e controle de equipamentos embarcados em uma plataforma em alto mar a partir de centros de operação localizados em terra. A ABB mostrou em seu stand como isso é feito em plataformas da Shell e da Statoil no Mar do Norte. O conceito do Remote Operations, baseado em uma arquitetura orientada para operação e manutenção remota, inclui a integração do sistema de automação com todos os sistemas auxiliares – até mesmo a parte elétrica e de telecomunicações. Uma das principais vantagens destacadas pelo gerente regional de Óleo, Gás e Petroquímica, Wellington Cintra, é reduzir o número de pessoas embarcadas mantendo o mesmo nível operacional – algo bem mais complexo do que simplesmente disponibilizar dados para visualização. “Olhando os desafios de logística do pré-sal, esse conceito pode ser aplicado no Brasil – e quando você fala dessa tecnologia, tem que ter por trás toda estrutura de sistemas inteligentes para que isso possa ser possível”. Na costa brasileira, a plataforma de Peregrino, da Statoil, foi equipada com os sistemas de automação, elétrica, telecomunicações e simulador de processos fornecidos pela ABB – e a manutenção de todos esses sistemas é dividida entre as unidades da ABB no Brasil e na Noruega. Para a Petrobras, a ABB desenvolveu em parceria com a Technip um módulo elétrico para aquecimento de risers – batizado de IPB, módulo que será instalado na plataforma P-63, e irá operar no campo de Papa Terra, na Bacia de Campos, que tem óleo entre 14º e 17º API. “Caso ocorra algum problema que interrompa o fluxo do óleo, ele aquece as linhas para evitar entupimento”, explica Wellington Cintra. A plataforma terá também o módulo elétrico fornecido pela ABB, já com a tecnologia IEC 61850 – também adotada nos FPSOs P-58 e P-62.

A Bray irá nacionalizar a produção de válvulas triple offset – muito utilizada no setor de petróleo por sua estanqueidade. O primeiro passo foi a aquisição de duas bancadas de testes – um investimento de € 500 mil em equipamentos que permitem realizar testes de estanqueidade das válvulas. No parque fabril da empresa, em Paulínia / SP, uma área de aproximadamente 600 m² está reservada para a iniciativa. “Agora estamos desenvolvendo fornecedores no Brasil, na área de fundição e usinagem, para começar a produzir no país”, conta o gerente geral da Bray no Brasil, Alfeu Cabral. Para apoiar o investimento, a Bray enviou ao país o especialista Davide Zirondelli, que possui 30 anos de experiência com esse tipo de válvula. A empresa já fornece válvulas com a marca TriLok, para indústrias brasileiras – o portfólio de clientes tem nomes como Petrobras, Rhodia e FCC. O objetivo agora é atingir um índice de 90% de conteúdo nacional. Um dos potenciais clientes é a Shell – com o qual a Bray tem um Enterprise Framework Agreement válido até 2015 para fornecimento de mais de 2.500 itens para todas as operações da petroleira no mundo. “Isso requer que façamos válvulas até 48 polegadas, chegando a classe 900 libras”, destaca Alfeu. Zirondelli, Robert Bloem (vice presidente da Bray para a América Latina) e Alfeu: conteúdo nacional na produção de válvulas

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Novo medidor de gás da Conaut traz autodiagnóstico

A Conaut apresentou na Rio Oil & Gas o medidor ultrassônico de gás Altosonic V12, com 12 canais que tem como diferencial o auto-diagnóstico – além dos canais de medição, o instrumento possui um canal de diagnóstico, que consegue identificar incrustração, deposição de material ou corrosão. “Um feixe no sentido perpendicular aos canais de medição permite fazer esse diagnóstico. Caso haja deposição de material, ele indica a perda de sinal”, explica o diretor Industrial da Conaut, Ricardo Fuchs. O Altosonic V12 já vem sendo utilizado no Brasil por distribuidoras de gás, para transferência de custódia. Outra novidade encontrada no stand da Conaut foi o computador de vazão Summit 8800 – aplicável a líquidos e gases. Nesse caso, o diferencial é a interface com o operador: o Summit 8800 traz uma tela touch e um botão navegador para facilitar seu acesso às medições. A Conaut já recebeu uma encomenda de 175 desses computadores de vazão para 18 novos petroleiros da Petrobras. Os dois instrumentos são produzidos pela holandesa Krohne – representada no Brasil pela Conaut. A empresa também tem se destacado na prestação de serviços para as plataformas da Petrobras. Atualmente a Conaut mantém 120 técnicos na unidade de Macaé / RJ, para atender ao contrato firmado com a Petrobras para gerenciamento de medição, que engloba 19 plataformas.

Fuchs: prestação de serviços em 19 plataformas da Petrobras

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Festo desenvolve equipamentos para ganhar relevância na indústria de processos O investimento que a Festo realizou em sua subsidiária brasileira tem resultado em bons frutos: dois produtos desenvolvidos nos laboratórios da empresa receberam prêmios de estilo e de tecnologia na Alemanha. “Todos os engenheiros brasileiros já passaram pelo menos um ano em treinamento na Alemanha. E nossos laboratórios estão em linha e correlacionados dimensionalmente com os alemães”, destaca o presidente da Festo no Brasil, Waldomiro Modena Filho. No Brasil está o centro de P&D para válvulas mecânicas e manuais. Daqui são fornecidos equipamentos para 186 países. Uma das novidades apresentadas na Rio Oil & Gas foi desenvolvida sob medida para a Petrobras: o Foundation Fieldbus Remote I/O, que possibilita a integração das válvulas on-off e outros equipamentos discretos aos sistemas de comunicação Foundation Fieldbus H1. Embora esse equipamento tenha aplicação em outros segmentos industriais, a petroleira é a primeira usuária da lista – os Remote I/O serão instalados na Rnest, em plataformas da Bacia de Campos e no Terminal de São Sebastião. Outras novidades destacadas no stand foram as válvulas solenóides para atmosferas explosivas VOFC / VOFD, válvulas esfera com atuador pneumático e sensor box, os terminais de válvulas CPX/MPA e CPX/VTSA, utilizados para trocar dados entre elementos de campo e CLP mestre ou como uma remota com CPL integrado e manifold pneumático para pilotar válvulas de processo, e soluções com painéis de comando. Os componentes da Festo são aplicados em várias áreas da indústria – a empresa tem fornecido subsistemas para controle de tratamento de água em refinarias e controles para os módulos de acionamento de portas em plataformas. “Nossos terminais de válvulas fazem parte de um pacote padrão que a Petrobras estabeleceu para as linhas de automação”, acrescenta Waldomiro. A empresa também atende a demanda por qualificação de mão-de-obra, através da divisão Didatic. “Temos colocado vários esforços na força de vendas e na engenharia para firmar presença e desenvolver outras aplicações de sucesso nessa área”, ressalta o diretor de Marketing e Novos Negócios da Festo, Carlos Padovan. Padovan e Modena Fº: atendimento às demandas da Petrobras

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Flutrol amplia estrutura para atender a demanda do setor

O aumento da demanda do setor de petróleo e gás levou a Flutrol investir em uma nova unidade no Rio de Janeiro. O prédio onde a empresa estava instalada havia sete anos tornou-se pequeno para abrigar a estrutura de vendas, serviços e manutenção, e a empresa decidiu mudar sua filial para um novo galpão, com 650 m². O principal cliente da empresa no Rio de Janeiro é a FMC – para a qual a Flutrol tem fornecido painéis de assinatura, que qualificam as válvulas subsea. “Antes esses painéis eram importados – conseguimos know how para fabricar isso no Brasil”, destaca o coordenador administrativo comercial da empresa, Ronaldo Gomes de Almeida. Outro produto desenvolvido pela engenharia da Flutrol e fornecido para a FMC é o sistema de flushing. Essas unidades, utilizadas na limpeza de equipamentos, são fabricadas com bombas de alta pressão da Hammelmann – para a GE, a Flutrol desenvolveu um sistema de flushing com pressão de 10 mil PSI e vazão de 60 litros / min. A Flutrol é representante da Hammelmann no Brasil. A engenheira alemã Britta Frank esteve na Rio Oil & Gas para apresentar a linha de bombas que atingem até 3800 bar e vazões de 750 litros / min. O portfólio de equipamentos da Flutrol também inclui bombas multifásicas da Bornemann. A empresa forneceu três conjuntos, com vazão de 1798 m³ cada, que serão instalados no campo de Papa-Terra, na Bacia de Campos, que tem óleo entre 14º e 17º API. Britta e Ronaldo: fornecimento de bombas de alta pressão

FT Automação apresenta soluções para segurança operacional A FT Automação está trazendo para o Brasil a tecnologia de fibra óptica distribuída para monitoramento da integridade de dutos. A técnica utiliza a fibra óptica como elemento sensor de temperatura ou de tensão – uma alteração em uma dessas variáveis indica um vazamento. A fibra óptica distribuída é indicada para detectar problemas de pequenos vazamentos em dutos que atravessam regiões de movimentação de solo, deslizamentos, erosão e áreas em que as escavações não são controladas. “Esperamos que a solução seja aceita pelas companhias de petróleo no Brasil, como Petrobras e Transpetro. Eles necessitam de um melhor controle, funcionalidade, operação e segurança na rede de dutos – acreditamos que a nossa solução está habilitada para isso”, disse o engenheiro Roberto Walder, da Smartec – detentora da tecnologia. Walder esteve na Rio Oil & Gas para apresentar um paper sobre o teste de qualificação feito com a Eni para provar a capacidade de detecção de micro vazamentos em dutos multifásicos. A Smartec faz parte de um grupo que reúne a americana Novametrix – fabricante de sistemas de medição – e a inglesa Sensormet – que produz os interrogadores. No Brasil, é representada pela FT Automação. No stand, além da tecnologia, a FT Automação destacou a linha de painéis pressurizados e a pressurização de máquinas rotativas instalados em áreas classificadas. Nos painéis, para impedir a entrada de gases ou poeira, a pressão interna é mantida acima da pressão atmosférica – a diferença é que o sistema de controle de pressurização não necessita de alimentação elétrica: ele consome o ar comprimido também utilizado para o controle do processo. “Esse conjunto necessita ser certificado conforme a portaria 179 do Inmetro e a FT é credenciada por organismos certificadores de produto para a realização de ensaios de pressurização. Isso nos permite fornecer para o cliente uma solução completa”, destaca o diretor da FT, Peter Strimber. Walder e Peter: sistema para detectar pequenos vazamentos e intrusões em dutos nº 347

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Metso destaca soluções para segmento offshore

Mokveld apresenta válvulas de controle subsea

Fornecedor de automação e instrumentação bastante conhecido das refinarias da Petrobras, a Metso agora quer ampliar a presença no segmento upstream – no stand montado na Rio Oil & Gas a empresa destacou suas soluções para plataformas offshore e sistemas de controle para a área marine. “Trouxemos especialistas da Noruega e da Finlândia, para mostrar um segmento que o mercado local ainda não conhecia”, comenta o gerente nacional de vendas da Metso, Eron Fernandes. Uma dessas soluções foi desenvolvida para ocupar menos espaço e peso em plataformas: a linha de válvulas borboleta Mapabloc. Uma válvula de 48 polegadas dessa linha pesa menos de três toneladas, enquanto as válvulas gaveta, comumente utilizadas, chegam a pesar 11 toneladas. Em sua lista de projetos, o de maior destaque nos últimos anos está relacionado à modernização da Refinaria Henrique Lage - Revap, que incluiu o SDCD, válvulas e o sistema de gerenciamento de ativos. “A Revap vai ser a primeira planta da Petrobras a ter um gerenciamento de ativos com mais de 10 mil pontos”, destaca Eron. Dois resultados da modernização já são contabilizados pela Petrobras: o sistema de gerenciamento de ativos possibilitou a redução na necessidade de manutenção nos equipamentos, e o start up da planta foi antecipado com o comissionamento através da rede integrada. “Dentro de um projeto isso significa uma economia muito grande em H/H e redução do risco operacional”.

Ao visitante da Rio Oil & Gas, o nome Mokveld não soa estranho – afinal de contas, as válvulas produzidas pela empresa holandesa já foram apresentadas em outras edições da exposição pela empresa que a representava no Brasil. Mas nesta edição, a Mokveld Valves teve stand próprio para marcar seu desembarque no território brasileiro com estrutura de engenharia, manutenção, vendas e administrativa – montada a partir deste ano para prestar um atendimento diferenciado aos clientes. As válvulas da Mokveld já são utilizadas por empresas como Braskem, Petrobras, Ultrafértil e TBG. A maior novidade, no entanto, é a linha de válvulas de controle subsea – normalmente as válvulas instaladas no fundo do mar são do tipo on/off. Trata-se de um desenvolvimento da Mokveld para atender a um projeto da Statoil. “É uma tecnologia que para os próximos anos vai estar bem implementada”, aposta o country manager da empresa, Vitor Venâncio Dias. A linha de válvulas exposta pela Mokveld aponta a tendência tecnológica do setor: processamento submarino e segurança operacional. É o caso, por exemplo, dessas válvulas de controle subsea e da linha de válvulas de retenção subsea – que levam para o fundo do mar parte das atividades realizadas em plataformas – e das válvulas choke axial e dos sistemas High Integrity Pressure Protection Systems - hipps.

Eron: tradicional fornecedor de automação e instrumentação das refinarias

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Vitor: tendências tecnológicas em válvulas

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Desafios do pré-sal despertam interesse da National Instruments Habituada a dar suporte a projetos de pesquisa e inovação, a National Instruments aposta no potencial do pré-sal. Na avaliação do gerente de Desenvolvimento de Negócios para o segmento de Energia, Marco Amorim, a exploração da camada présal tem estabelecido uma série de exigências específicas. “E a National Instruments, como uma empresa de tecnologia e inovação, apresenta ferramentas que possibilitam aos técnicos, engenheiros, cientistas e especialistas do segmento de petróleo e gás serem mais eficientes e mais produtivos em seus projetos”. Um dos principais produtos da empresa é o LabVIEW, um software gráfico de desenvolvimento de sistemas já utilizado por petroleiras, fornecedores e centros de pesquisa – o Centro de Pesquisas da Petrobras, por exemplo, desenvolveu um sistema de instrumentação e controle para um separador de lama-gás usado em perfurações sub-balanceadas com o LabVIEW. A Nexans também adotou o LabVIEW e os NI PACs para desenvolver as interfaces e controles hidráulicos de um ROV que opera no Mar do Norte. Nos EUA, a Lime Instruments utiliza tecnologia embarcada da National Instruments no sistema de controle das bombas que são utilizadas nas atividades de fraturamento hidráulico. “No segmento de petróleo e gás há várias tecnologias disponíveis e muitas vezes elas exigem especialistas dedicados. O Labview tem a vantagem de ser uma plataforma extremamente amigável, que possibilita transferir o foco do profissional para o desafio a ser resolvido, e não ao tempo que a aplicação consome dele”, ressalta Amorim. No stand montado na Rio Oil & Gas, a National Instruments apresentou também outras ferramentas utilizadas no desenvolvimento de projetos – como os dispositivos single-board Rio, uma plataforma de aquisição de dados e sistemas de controle embarcado que utiliza os chips de alto desempenho com a tecnologia FPGA. Amorim (na foto com a gerente de comunicação para o segmento de Energia, Theresa Woodiel): ferramentas que possibilitam eficiência e produtividade nos projetos

Presys desenvolve calibrador de pressão para uso em áreas classificadas

Para a Presys, que já participa da Rio Oil & Gas desde 2008, a exposição tornou-se a mais importante oportunidade para apresentar suas novidades aos técnicos de automação e instrumentação do Rio de Janeiro. “Recebemos visitas de clientes da área petroquímica e até da indústria farmacêutica”, destaca o gestor de negócios para RJ, André Gomes. Nesta edição, a empresa lançou um calibrador de pressão para uso em áreas classificadas. A empresa já produz calibradores utilizados em laboratório – o diferencial desse modelo PC-507-IS é a certificação do Inmetro para uso em atmosferas explosivas. Outra vantagem é a integração com o software Isoplan, também desenvolvido pela Presys, que permite automatizar e documentar as calibrações. Além de calibradores para instrumentação, a Presys fornece instrumentos para controle e automação de processos industriais – linha que inclui controladores, indicadores e bancada para calibração de válvula de segurança. Seu maior cliente é a própria Petrobras – que possui essas bancadas na Reduc, no ativo de Marlim, na UO-Rio e nos terminais da Transpetro.

André: lançamento de calibrador para uso em áreas classificadas nº 347

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RTS firma acordo com alemã Hartman para nacionalizar produção de válvulas esfera

Há dois anos a RTS ampliou sua linha de produtos com a aquisição da Metalúrgica Brusantin – que trouxe para seu portfólio as válvula gaveta, globo e angular, além de uma unidade industrial localizada em Piracicaba / SP. Agora a empresa produzirá no Brasil as válvulas esfera da alemã Hartmann. O presidente da RTS, Pedro Lucio, destaca que as válvulas esfera metal x metal produzidas pela Hartmann são utilizadas em aplicações offshore e altas temperaturas e pressões. “A Hartman já está presente no Brasil através de um representante. Mas diante da necessidade de ampliar esse mercado, precisariam ter um parceiro”. O objetivo é dar início a produção local ainda este ano – enquanto os diretores da RTS e da Hartman fecham parcerias com fornecedores de insumos, uma equipe de técnicos receberá treinamento na matriz da empresa. A parceria permitirá, além de um maior índice de conteúdo local, a prestação de serviços. “Temos o mesmo entendimento do negócio. E a RTS tem experiência no mercado”, ressalta o diretor geral da Hartmann, Carsten Braun.

João Henrique Borges, representante da Hartmann no Brasil, Carsten Braun e Pedro Lucio: válvulas utilizadas em aplicação offshore

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SEW negocia fornecimento para fabricantes de sondas

A política de conteúdo local pode abrir espaço para a SEW no setor de petróleo. A empresa já fornece acionamentos, motores e equipamentos eletrônicos para plataformas. Agora vem negociando o fornecimento desses equipamentos para fabricantes de sondas de perfuração. “Como temos fábricas no Brasil, é uma chance de entrar nesse mercado”, avalia o gerente regional da empresa no Rio de Janeiro, Cláudio Carvalho. A SEW possui fábricas em Guarulhos e Indaiatuba / SP – onde são produzidos redutores planetários utilizados em içamento e lançamento de umbilicais. Rail Car com acionamento fornecido pela SEW equipam as plataformas P-51 e P-52. Mesmo na atividade onshore, os equipamentos da SEW podem ser encontrados – o maior exemplo é a unidade de bombeio inteligente desenvolvida pela Petrobras em parceria com a UFRN: o contrapeso da unidade, equipado com equipamentos mecânicos, eletrônicos e painéis fabricados pela empresa, permitem a automação do balanceamento da unidade, com redução no tempo gasto. “Normalmente uma unidade dessa demora dois dias para conseguir regular o contrapeso. Fizemos um trabalho junto com a UFRN utilizando o Movitrans – um sistema de transmissão de energia sem contato – para controlar esse contrapeso”, explica Carvalho.

Carvalho: equipamentos para automatizar perfuração e produção onshore

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Siemens destaca tecnologias submarinas

Triple M amplia portfólio de válvulas

A Siemens aproveitou o stand montado na Rio Oil & Gas para apresentar os sistemas elétricos submarinos, painéis e equipamentos para plataformas. Com o objetivo de aprimorar o know-how em eletrificação e atividades de pesquisa e desenvolvimento para uso no leito do mar, a Siemens reforçou sua atuação com a recente aquisição da unidade da Expro que projeta e fabrica componentes submarinos – como conectores de cabos, sensores e dispositivos de medição. Com a transação, as marcas Tronic – de conectores elétricos que permitem tanto a transmissão de energia como a comunicação em instalações submarinas – e Matre – de sensores de temperatura e pressão para uso submarino – passam a compor o portfólio da empresa. Outro destaque da empresa é o Subsea Powergrid – uma rede elétrica submarina que permite produção e processamento de óleo e gás a partir de módulos instalados a até 3 mil metros de profundidade. A rede elétrica submarina pode ajudar a aumentar a capacidade de produção de um reservatório no leito do mar e a viabilizar a extração em reservatórios de menor porte. Para acompanhar o crescimento do setor de petróleo e gás, a Siemens tem aumentado ainda mais o nível de nacionalização de seus produtos e equipamentos e segue investindo em instalações e centros de competência no País. Além das novas fábricas instaladas no complexo fabril de Jundiaí / SP nos últimos anos – Large Drives Aplication, Voltage Regulators e de capacitores – a empresa irá inaugurar, até o final do ano, o novo centro de Pesquisa & Desenvolvimento para o setor de óleo e gás. Instalado no Parque Tecnológico da Ilha do Fundão, no Rio de Janeiro, o empreendimento ocupa uma área construída de 4 mil m² e irá operar, inicialmente, com 800 pesquisadores e engenheiros, além de gerar vagas para pelo menos outros 200 profissionais até 2016.

Além de um stand maior – dessa vez com 50 m² a – a participação da Triple M na Rio Oil & Gas trouxe seus dois novos parceiros: a fabricante de válvulas borboleta triplo excêntricas Tomoy e a fabricante italiana de válvulas de instrumentação e válvulas de duas esferas em um corpo único Vimec. A Triple M faz parte do Grupo IPPG, com fábricas na China, Indonésia e EUA. No Brasil, possui uma unidade de 2 mil m² em Sorocaba / SP – onde já produz válvulas borboletas da marca Mack Valve. “Agora vamos ter uma linha de fabricação de válvulas esfera, com conteúdo local”, adianta o gerente geral da Triple M, Antonio Marchina. A empresa também negocia com a chinesa YDF a nacionalização de válvulas gaveta, globo, retenção e esfera – como forma de ampliar os índices de conteúdo local. As válvulas da Tomoy já são encontradas na RPBC e na Rnest, fornecidas pela Triple M. Outro fornecimento relevante da empresa foi feito para a nova planta de PVC da Braskem – o pacote incluiu mais de 2 milhões de válvulas.

Mack Mcdonald Jr (CEO da IPPG) e Marchina: investimentos para ampliar conteúdo local de válvulas nº 347

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UTC conclui módulos da P-58 e P-62

Vibropac lança sistema de odorização de gases

A UTC Engenharia começou a entregar os 14 módulos de processamento de óleo e de desidratação de gás, remoção de CO2, injeção de água e remoção de sulfato que serão instalados nas plataformas P-58 e P62. Os módulos foram montados na base da empresa em Niterói / RJ, e serão integrados pela Quip no Estaleiro Rio Grande (P-58) e pelo consórcio TOP 55 no Estaleiro Atlântico Sul (P-62) – a construção e montagem dessa quantidade de módulos em um único canteiro mobilizou 4.850 toneladas de estrutura metálica, 1.650 toneladas de tubulação e 7.631 válvulas. A P-58 será instalada no campo de Baleia Azul, na Bacia de Campos – a unidade deve produzir o primeiro óleo em 2014. Já a P-62 será instalada no campo de Roncador, e também deve entrar em operação em 2014. Agora a UTC aguarda as novas licitações da Petrobras. “Estamos em busca de outras oportunidades”, conta o presidente da empresa, Ricardo Pessoa. Na área offshore, a empresa mantém contratos de serviços de manutenção e pintura para plataformas na Bacia de Campos. E faz parte do consórcio Quip – responsável pelas plataformas P-55 e P-63 – e do consórcio que irá converter navios VLCC nos cascos das plataformas P-74, P-75, P-76 e P-77. No downstream, a UTC vem trabalhando na construção de uma nova unidade de hidrotratamento de diesel na Refap.

A Vibropac aproveitou a presença na Rio Oil & Gas para lançar o sistema de odorização de gases – um sistema de injeção química que tem a função de injetar mercaptana no gás natural desenvolvido em seu departamento de engenharia. “A aceitação de nosso sistema de odorização de gases em lançamento foi surpreendente, pois nos ajudou a fechar novos negócios”, conta o diretor comercial da empresa, Carlos Dompieri. A Vibropac participou pela nona vez da Rio Oil & Gas, com o objetivo de consolidar a posição no fornecimento de sistemas de injeção química e bombas API 610, 676 e 675. “Este evento tem data garantida em nosso calendário”, destaca Dompieri. Recentemente a empresa fechou o fornecimento de um pacote de sistemas de injeção química e bombas API 610 da americana Sundyne para a Refinaria Abreu e Lima – através do Consórcio Conest. A lista de representadas inclui, além da Sundyne, a japonesa Yamada - fabricante de bombas pneumáticas – e a alemã Leistritz – fabricante de bombas de fuso e sistemas multifásicos.

Pessoa: construção de módulos para plataformas e refinarias

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Dompieri: destaque para bombas API nº 347

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Villares Metals apresenta linha de aços e serviços agregados

Há grandes motivações para a Villares Metals participar da Rio Oil & Gas: além de divulgar a marca, estreitar relacionamento com os clientes e captar novas oportunidades de negócios, o evento tornou-se referência internacional no segmento de petróleo e gás, e a política de conteúdo local tem impulsionado as empresas buscarem parceiros brasileiros. Esta é a quarta vez em que a Villares Metals participa do evento – nesta edição, a empresa procurou apresentar a linha de aços inoxidáveis duplex e super-duplex, peças forjadas e ligas de níquel, além dos serviços agregados. A Villares Metals fornece peças forjadas próximas do acabado e barras laminadas e forjadas em aços construção mecânicas, inoxidáveis – incluindo duplex e super duplex – e ligas de níquel.

Weidmüller foca em soluções sob medida para o setor

Quando a alemã Weidmuller adquiriu a Conexel, no ano passado, já tinha uma estratégia bem estabelecida para o mercado brasileiro: atender às demandas dos setores de petróleo e gás, energia e infraestrutura. Para isso, estruturou suas equipes de engenharia e vendas para compreender as necessidades do mercado. “Acreditamos que apenas entendendo a aplicação, estaremos aptos a ser um bom player”, explica o gerente-geral da empresa, Sune Mellgren. As soluções apresentadas pela Weidmuller Conexel na Rio Oil & Gas permitem visualizar essa proposta: maior ênfase às especificações sob medida, um novo portfólio voltado para segurança operacional, blocos de terminais e equipamentos elétricos, e soluções que combinam caixas de passagem, cabos e conectores. Na avaliação de Melgren, a presença na feira possibilita apresentar todo esse potencial às empresas de petróleo e também às prestadoras de serviços. “Para nós é um fórum importante para comunicar aos clientes as possibilidades”. Na unidade localizada em São Bernardo do Campo / SP, além da produção blocos de terminais e conversores de sinais, a Weidmuller monta os equipamentos importados da matriz para entregar essas soluções.

Mellgren: destaque para soluções complexas nº 347

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Investimentos na Bacia de Santos atraem fornecedores à Santos Offshore

O

s fornecedores de bens e serviços localizados na Baixada Santista vêm aumentando a participação nas compras da Petrobras. Dos R$ 238 milhões investidos pela Unidade de Operações de Exploração e Produção da Bacia de Santos - UO-BS e pela Refinaria Presidente Bernardes - RPBC nos últimos 10 meses na compra de equipamentos, as empresas da região responderam por 5,6% dos fornecimentos. Com

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a prestação de serviços, esses fornecedores atenderam a 3,5% dos R$ 1,5 bilhão empenhados pela Petrobras. Há um ano, quando a UO-BS e a RPBC investiram R$ 200 milhões, 4% das compras foram fornecidas pelas empresas da Baixada Santista. A empresa aproveitou o stand na Santos Offshore para montar uma estrutura de atendimento a novas empresas dispostas a entrar para seu cadastro de forne-

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Marcusso: Bacia de Santos é a que mais vai contribuir para o crescimento da produção de petróleo e gás até 2020

mento da produção nacional de petróleo e gás natural até 2020. “Dos 38 novos sistemas de produção para entrar em operação, 25 serão instalados na Bacia de Santos, sendo 24 no pré-sal”, disse o gerente Geral da UO-BS, José Luis Marcusso. O executivo lembra que a produção de gás natural na Bacia de Santos teve crescimento significativo com o início das operações da Unidade de Tratamento de Gás Monteiro Lobato, localizada em Caraguatatuba / SP. “Atualmente a Bacia de Santos entrega na costa do estado de São Paulo cerca de 12 milhões de m³ por dia de gás. Há um ano e meio, essa entrega era de apenas 1,5 milhão de m³ por dia na Baixada Santista”. Um dos fornecedores que escolheram a região da Baixada Santista para se instalar é a Saipem. A empresa italiana está investindo US$ 300 milhões na construção de um centro de tecnologia para a fabricação de dutos e equipamentos submarinos. O gerente geral da empresa no Brasil, Giuseppe Surace, disse que os convênios

cedores – nos quatro dias do evento, foram atendidas 530 empresas. Outra equipe com profissionais ligados aos FDICs e ao Programa Progredir atendeu aos fornecedores interessados em obter informações sobre os programas de financiamento para a cadeia de petróleo e gás. As projeções da Petrobras apontam que a Bacia de Santos é a que mais trará contribuição para o cresci-

A Fiesp montou em seu stand a Sala de Créditos, que tem como objetivo prestar consultoria para micro, pequenas e médias empresas que buscam financiamentos nº 347

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Vibropac: destaque para as bombas de fuso e as bombas multifásicas fabricadas pela Leistritz

firmados com universidades serão a base para a contratação de até mil funcionários. A Vibropac aproveitou a presença na Santos Offshore para divulgar as bombas de fuso e as bombas multifásicas fabricadas pela alemã Leistritz – sua parceira internacional. “Um produto já consagrado mundialmente, com várias aplicações no mercado brasileiro”, destaca o diretor comercial, Carlos Dompieri. O Sistema de Bombeamento Multifásico Submarino instalado pela Petrobras para testes no campo de Marlim, na Bacia de Campos, por exemplo, possui um subsistema motor-bomba fornecido pela Leistritz em parceria com a Westinghouse. Há um ano a Vibropac passou a representar a empresa no Brasil. A empresa também apresentou em seu stand o sistema odorizador de gases – um sistema de injeção química que tem a função de injetar mercaptana no gás natural desenvolvido em seu departamento de engenharia. Quatro desses sistemas já foram fornecidos pela Vibropac – sendo três para a própria Petrobras. No stand da RTS, o destaque foi a linha de válvulas – composta de válvulas borboleta convencionais de alto desempenho - HPW e triexcêntricas nas classes de 150 a 1500 lbs, e as válvulas de retenção dupla portinhola produzidas até 2500 lbs. Com a aquisição da Metalúrgica Brusantin, além da unidade fabril localizada em Piracicaba / SP, a RTS incluiu em seu portfólio a linha de válvulas gaveta e globo. “Estamos trazendo como novidades as válvulas de retenção de dupla portinhola com revestimento orgânico e revestimento com Inconel 625, com 100% de conteúdo local para aplicações críticas na produção de óleo e gás; bem como a nova linha de válvulas pressure seal, de extrema confiabilidade”, conta o diretor comercial

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da RTS, Wagner Montanari. O diretor executivo do Conselho de Óleo e Gás da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos, Alberto Machado, disse, durante o painel “Oportunidades de Negócios na Bacia de Santos”, que o estado de São Paulo possui uma das áreas mais promissoras de petróleo em todo o Brasil e precisa estar preparado para essa realidade, ressaltando a importância da preparação de recursos humanos para atender a demanda. “Precisamos pensar que em volta de uma grande empresa do setor sempre surgem uma série de outras e todas elas precisarão de espaço e pessoas para desenvolver seu trabalho”. Durante o painel “Desafios & Soluções Tecnológicas para a produção de novos Campos na Bacia de Santos”, o consultor da Petrobras, Elísio Caetano, disse que o projeto do Centro de Pesquisa Tecnológica em Petróleo e Gás da Baixada Santista – que integrará o Parque Tecnológico de Santos – será finalizado no primeiro semestre de 2013. No Cenpeg, que deverá entrar em operação em 2015, serão estudados temas para o Gerenciamento Integrado de Operações. A 6ª edição da Santos Offshore recebeu, segundo os organizadores, 12.820 visitantes, mais de 100 expositores e 298 conferencistas. As duas rodadas de negócios deverão movimentar cerca de R$ 88,3 milhões entre empresas âncora e micro e pequenas empresas nos próximos 12 meses. A rodada realizada pelo Comitê da Cadeia Produtiva da Indústria de Petróleo e Gás - Competro Fiesp / Ciesp contou com a participação de 18 empresas âncoras, 108 empresas fornecedoras e 1.019 agendamentos. O Escritório Regional do Sebrae-SP na Baixada Santista reuniu 26 empresas âncoras e 101 empresas fornecedoras em 300 reuniões.

RTS: lançamento da válvula de retenção de dupla portinhola com 100% de conteúdo local

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PCIC BR reúne experiências práticas de engenharia elétrica O Petroleum and Chemical Indussoal mais novo e treinado gera, durantry Conferece - PCIC é um evento reate sua apresentação “Novos requisitos lizado anualmente pelo IEEE nos EUA para conjuntos de manobra e controle desde 1954 – o 60º estará acontecendo de MT aplicados em parques petroquíano que vem em Chicago. Em 2011, o micos”. Luis aprofundou a comparaevento reuniu 1300 pessoas em Toronção entre as filosofias construtivas da to; este ano, acontece em New Orleans, IEEE, IEC e ANSI de forma técnica em setembro. O foco do grupo é engemesmo reconhecendo que o mercado nharia elétrica nos setores de petróleo, petroquímico dá preferência às normas gás, química e petroquímica e engloba, ANSI. “Mas temos visto que a harmoEstellito: oportunidade para atualizar a além dos trabalhos na área elétrica, nização entre as normas ANSI e IEC comunidade técnica a instrumentação, a manutenção e os buscam as melhores práticas, a seguprojetos. “O evento tem partes de instrumentação e manurança, a confiabilidade e a disponibilidade, sem valorar tenção, mas a maior parte é voltada para sistemas elétricos. se uma ou outra é a melhor. Temos sorte de termos a inNo Brasil, também estamos focados no setor de petróleo e fluência das duas”. gás e reunimos quase 150 pessoas de 40 empresas na quarEstellito reforça a necessidade de participação dos ta edição do Petroleum and Chemical Industry Conference profissionais nos mais diversos eventos técnicos porque Brasil. Como é um evento puramente técnico, de apresenas tecnologias evoluem, normas são atualizadas e novas tação de casos e discussão de soluções, a maior dificuldade alternativas de instalação surgem a cada dia. Cabe ressalé a disponibilidade do profissional: para escrever o artigo e tar que o IEEE tem mais de 370 mil sócios no mundo e é depois, vir apresentá-lo”, comenta o coordenador geral do o lugar para o profissional do setor elétrico se atualizar. PCIC BR, Estellito Rangel Jr. Um bom exemplo é a harmonização entre normas ANSI e A carreira de engenharia no país vem sofrendo declíIEC – as européias são mais enxutas e as americanas mais nio desde a década de 1980, o que gera déficit em alguexigentes. E é preciso ainda contextualizar para cada setor mas funções. Mas, como lembra Estellito, o Brasil tem industrial – no caso do setor de petróleo e gás, existem as profissionais excelentes, que se destacam, ainda que o normas API, por exemplo. “Nossos técnicos sabem que é número de engenheiros que possa dedicar um tempo para preciso fazer um balanço entre o que é mais seguro, mais escrever seja pequeno. “As empresas precisam se consrápido, mais viável, o que dá maior vida útil, etc”. cientizar que é preciso planejar o desenvolvimento de Os trabalhos desta edição do PCIC Brasil abordaseus profissionais. Então, gerências que não liberam proram temas como: Projeto, Instrumentação, Comissiofissionais para eventos cometem erro estratégico porque namento, Proteção de Sistemas Elétricos, Construção para que esses profissionais produzam cada vez melhor, e Montagem. “A seleção de trabalhos reuniu estudo de eles precisam de conhecimento – adquirido em cursos, casos, experiências práticas, o que uma empresa fez congressos, feiras e networking” completa Estellito, que e deu certo. O ambiente do PCIC Brasil não é acadêatua no Instituto dos Engenheiros Eletricistas Eletrônicos mico, teses e perspectivas não são nosso foco. Nesta - IEEE, entidade que trouxe o PCIC para o Brasil e o edição tivemos trabalhos práticos do Brasil, Espanha, Electrical Safety Workshop Brasil – um evento totalmenCanadá, Estados Unidos e Itália. É uma oportunidate voltado para segurança elétrica. de ímpar para atualizar a comunidade técnica, em esO engenheiro Luis Felipe Costa, da Eaton, também pecial porque são mostradas soluções comprovadas”, tocou na defasagem de conhecimento que a falta de pescompleta Estellito.

Hospitality suítes dos patrocinadores nº 347

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Retrospectiva

ABB aposta na melhor exploração dos recursos energéticos

10 bilhões, um movimento bastante agressivo para preNos últimos três anos, a ABB investiu US$ 10 biencher algumas lacunas de produtos e algumas lacunas lhões na aquisição de empresas que complementassem geográficas”, pontua Taylor. seu portfólio de soluções ou assegurassem uma preAssegurar a liderança, no entanto, exige entender o sença geográfica mais diversificada. Os investimentos comportamento dos diversos mercados e das megatenem P&D também cresceram – 57% de 2007 a 2011. O dências globais – duas delas especialmente interessanmovimento, bastante agressivo, na análise do presidente tes para o mercado brasileiro, na análise de Taylor: elemundial da unidade de óleo, gás e petroquímica, Sandy trificação, que permitirá o crescimento do suprimento Taylor, teve como premissa aproveitar as oportunidades de energia para uma população que vem de deslocando inseridas nas megatendências globais – recursos econôpara os centros urbanos, e recursos econômicos, que micos, eletrificação, mobilidade, green, urbanização, inestão disponíveis mas precisam ser precificados. formação digital e crescimento das economias. “É muito Um exemplo dado pelo executivo é a tecnologia mais fácil navegar com o vento a favor do que contra HVDC, de sistemas de transmissão de energia em cor– embora haja volatilidade nos mercados, saber onde rente contínua em alta tensão, que interligará as usinas está o crescimento é o que vai garantir o nosso futuro se do Rio Madeira a São Paulo – distante 2,5 mil km. Ouinvestirmos nos mercados corretos”, disse o executivo, tro destaque é o desenvolvimento de sistemas submaridurante o ABB Automation & Power World Brasil. nos de eletrificação e automação para a O evento – que ocorreu pela quarta extração de petróleo no mar – uma nova vez no Brasil – teve 88 palestras sobre geração de equipamentos que levará para automação e energia em oito sessões o fundo do mar parte das atividades reasimultâneas, além de uma exposição lizadas em plataformas. Taylor conta que com equipamentos e sistemas que ocua ABB já trabalha no desenvolvimento de pou mil m². um transformador e um conversor submaSandy Taylor lembra que a Amérinos e na adaptação da HVDC para levar rica do Sul – e em particular o Brasil energia às plataformas e equipamentos – chama a atenção da ABB pelo cressubmarinos. Uma vantagem direta desses cimento do PIB acima da média munequipamentos reside na otimização do fadial e existência de recursos naturais tor de recuperação dos campos maduros nesses países. “Vocês estão acostuma– no projeto Troll, na costa norueguesa, dos a utilizar a tecnologia e aproveitar todos esses recursos. E também estão Taylor: América do Sul – e em particular a adoção do sistema HVCD para operar se tornando grandes consumidores de o Brasil – chama a atenção da ABB pelo compressores submarinos de 100 MW permitiu o aumento da produção de gás. energia. Queremos ajudar aos nossos crescimento do PIB acima da média clientes a atuar nesse mercado e tam- mundial e existência de recursos naturais Agora a petroleira Statoil trabalha para, até 2015, eliminar a geração de energia bém a utilizar a energia de forma mais na plataforma. “Queremos colocar mais equipamentos eficiente”, disse o executivo a uma palestra composta elétricos – chaves, conversores – que vão nos permitir por 700 clientes e parceiros da ABB. reduzir o número de cabos. E no final das contas queEntre os itens do direcionamento estratégico deremos ter a distribuição de corrente contínua para ter a senhado pela empresa está a competitividade – o que distribuição de energia em longas distâncias”. na prática, significa atuar tanto nas características dos O presidente da ABB no Brasil, Sérgio Gomes, desprodutos quanto na organização. Também fazem partacou a expansão da empresa no país – com a quinta te dessa estratégia a exploração de oportunidades e os unidade fabril, localizada em Sorocaba / SP. É nessa investimentos – para manter a posição nos mercados nova área de 125 mil m² que a ABB irá fabricar mode automação e potência, a ABB seguirá investindo na tores e geradores, acionamentos, interruptores e tomaexpansão através de aquisições. “Fazemos projetos de das, automação residencial, disjuntores de baixa tensão investimentos conjunto para desenvolver tecnologia e instrumentação analítica. A nova fábrica é parte dos e compramos start ups para aproveitar as idéias que US$ 200 milhões que a ABB está investindo entre 2011 vêm de fora da ABB, para que sejam implementadas e 2015 no Brasil. “Queremos com essa unidade a exno mercado mais rapidamente. Claro que nem tudo isso pansão do conteúdo nacional e o desenvolvimento de preenche plenamente. Também buscamos adquirir emsoluções locais”. presas – nos últimos três anos a ABB despendeu US$

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Retrospectiva

Oil&Gas Forum na Automation Fair

A

resposta da Rockwell Automation aos desafios do ano de 2012 foi um faturamento de U$6.26 bilhões – mais da metade vindo de fora dos EUA – e foco em tecnologia, que deve acelerar a performance e conectar as empresas. Na América Latina, os negócios da companhia cresceram mais que na região Ásia-Pacífico. No Brasil, onde o seu forte ainda é o controlador, mesmo com os outros produtos também vendendo bem, a nova fábrica – em Jundiaí / SP – já está produzindo os inversores de média tensão e, em uma segunda etapa, iniciará a fabricação dos controladores Logix, parte integrante do DCS da Rockwell Automation. Essa nova unidade fabril no Brasil coloca a Rockwell Automation em posição mais forte no que se refere ao Conteúdo Local exigido pelo setor de petróleo e gás brasileiro. “Estamos otimistas”, afirmou Keith Nosbusch, presidente da Rockwell Automation. Ele abriu a Automation Fair 2012, realizada em novembro, na Filadélfia / EUA, afirmando que a próxima década será a primeira em que os mercados emergentes vão contribuir mais que os desenvolvidos para a economia mundial. E que as incertezas econômicas estarão temperando as macrotendências, com crescimento do consumo, da inflação e da volatilidade e queda na estabilidade de fornecimento de matérias primas e expertises. Com base em pesquisas que mostram correlação entre crescimento dos países e seus respectivos parques industriais, Creig Giffi, especialista da Deloitte, pontuou, durante o evento paralelo Manufacturing Perspectives – encontro para imprensa e analistas industriais de todo o mundo – que a manufatura é de fundamental importância para desenvolvimento das economias. De certo que ela passa hoje por uma reestruturação que inclui o crescimento da infraestrutura digital, o fortalecimento de uma classe média global e a desagregação dos fornecedores – com cada peça podendo vir de um canto do mundo, a exemplo do que acontece quando se monta um avião Boeing 787, usado

como exemplo na apresentação. Nesse cenário, os países que têm maior significado no comércio global são EUA, Brasil, Alemanha, China, Índia e Japão. E o crescimento da China é outra grande prova da importância da manufatura. Mas o especialista da Deloitte reforça que é preciso colocar hoje nos cálculos o aumento do protecionismo político e a volatilidade do câmbio. E que o uso do RFID deve aumentar, bem como a competição pelas matérias-primas, o que aumenta a importância da inovação, das políticas regionais e dos recursos humanos. Então, ele sugere que as empresas tenham alcance global, estratégias de negócio, boa imagem, rapidez nas entregas, sejam percebidas como empresas cujos produtos tenham qualidade e tenham prudência financeira. “O que parece impossível hoje parecerá inevitável no futuro”, afirmou Giffi. Ainda no Manufacturing Perspectives, um executivo da Ford falou sobre a produção flexível que a empresa elegeu, fazendo com que suas unidades no mundo inteiro se adaptassem às padronizações e compliance. O sistema global de standardização da Ford é chamado de One Ford e está sendo aplicado nas 70 plantas da companhia, bem como nas nove plantas novas que estão previstas para a região Ásia-Pacífico. Segundo ele, o custo do investimento fica reduzido com essa estratégia, que inclui fornecedores globais, princípios de engenharia verde, forte integração da manufatura com a TI, design e manufatura integrados, globalização do portfólio, mais informação compartilhada – mostrando que evoluir pede infraestrutura de network segura e de qualidade. A computação em nuvem também não ficou de fora dos debates, como forma de fazer mais com menos e dirigida pelo aumento de poder dos consumidores, sustentabilidade, legislações e nornº 339

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Retrospectiva mas, conectividade e alianças entre empresas. E para mostrar que já se pode pensar em controle industrial em nuvem hoje, a M.G.Bryan, que produz equipamentos para o setor de petróleo e gás, apresentou sua experiência no Oil & Gas Fórum. A M.G. Bryan implementou um sistema híbrido de cloud computing com ajuda da Rockwell Automation e do Azure, da Microsoft, em seus fracking trucks. O sistema permite conexão com Internet através de tablets, PCs ou smartphones, para que os engenheiros possam trocar dados de maneira segura, dos trucks até os sites de perfuração. Os trucks estão aptos, por exemplo, a alertar os operadores quando seus filtros de ar precisam ser trocados. Esses trucks de US$ 1 milhão de dólares trabalham em ambientes hostis, de -30 °F a+120 °F, então, é importante que cada um dos seus filtros de ar cuide da poeira e da areia. É uma prioridade trocá-los a tempo, e o novo sistema coleta esses e outros dados e os envia aos equipamentos móveis para a tomada de decisão, deixando todos os dados guardados na nuvem. Segundo o time responsável por petróleo e gás da Rockwell Automation, apesar de toda a preocupação com a sustentabilidade, o crescimento da demanda por óleo e gás vai continuar a crescer, forçando os produtores a irem mais fundo, lutando com os custos de exploração e operação e regulamentações locais cada vez mais apertadas. Ao mesmo tempo em que os dados vão se avolumando, os experts estão escasseando, de forma que os recursos da experiência devem ser compartilhados, o que fortalece a ideia de campos digitais e sistemas remotos, assistidos de longe por um pool de

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serviços e especialistas. Isso inclui automação e controle para otimização desses sistemas – que também vão precisar de uma rede de comunicação e computação em nuvem confiáveis. Ainda no Oil & Gas Fórum, o CEO da companhia chinesa Jiangsu Great River Petroleum Technology, Mei Lixin, em sua primeira visita ao ocidente , falou sobre o novo CHCG – Composite Heat Carrier Generator, método que maximiza a extração de óleo e gás, à prova de explosão, para plataformas offshore. A empresa já atende clientes como a Sinopec, CNOOC e CNPC. Segundo Mei Lixin, os controladores, softwares e outros instrumentos da Rockwell Automation tornaram possível o sistema, que se baseia em injetar combustível, ar e água num lugar selado e sob altíssima temperatura e pressão, quase como um motor de foguete, dentro do reservatório. O sistema tem menos de 2% de oxigênio residual, o que o torna seguro – apesar de lidar com CO2, nitrogênio, vapor e químicos. A recuperação de óleo cresce de 10% a 15% com essa tecnologia. Na sequência, Gonzalo Maldonado, supervisor de infraestrutura de TI da Petroamazonas, mostrou como melhorou a operação em dois dos sete blocos da empresa no Equador, com o RSView32, Factory Talk, um up grade nos controladores e com a plataforma ControlLogix, da Rockwell Automation. O primeiro bloco, Eden Yuturi, produz 53 mil barris por dia, e o segundo, Indillana, 39 mil BPD. Segundo Maldonado,

Retrospectiva o time de automação e TI ficou responsável pela arde de que toda essa solução seja acompanhada de pequitetura do RSView32, mas ele era como uma caixa rímetros de segurança, firewalls, identificação, senhas preta, sem falar dos sistemas obsoletos, licenças perdie toda a infraestrutura necessária para uma colaboradas, chaves duplicadas etc. Além de fazer o upgrade do ção segura. FactoryTalk View e do ControlLogix, Maldonado tamA Rockwell Automation já havia disponibilizado bém implementou o sistema HMI redundante nos dois uma arquitetura de virtualização, a possibilidade de blocos. Também estabeleceram que os trabalhar com Foundation Fieldsistemas fossem compatíveis com combus e ethernet/IP e uma estratégia ponentes da Cisco, da Hewlett-Packard para wireless. Agora, para 2013, e da Microsoft, além de virtualizarem os lançou mais ferramentas de deservidores. A solução permite adicionar sign de sistemas e uma estratégia outro servidor em 15 minutos, em lugar de migração de DCSs; devendo dos 45 dias de antes. ainda entregar um software caMaciej Kranz, vice-presidente e gepaz de apontar quais os pontos do rente-geral de Connected Industries da sistema precisam de upgrade. A Cisco, e Sujeet Chand, vice-presidente Sujeet Chand e Maciej Kranz empresa vem investindo cada vez e CTO da Rockwell Automation, falaram sobre como mais em P&D em controle de processo e sistemas de tornar mais flexível a produção e como usar serviços suporte, ciclo de vida, novos treinamentos e serviços de cloud computing e mobile de maneira mais eficiende consultoria. E, como havia anunciado, o PlantPAx te e segura. Segundo Kranz, pesquisas mostram que dobrou a capacidade de processo de seus usuários e 63% das empresas permitem aos seus colaboradores se coloca hoje como mais que um DCS: quando um o uso de smartphones e outros equipamentos móveis cliente se decide por uma migração ele não quer tropara acessar informações de maneira colaborativa, ao car seis por meia dúzia; quer aproveitar o investimento mesmo tempo em que são gastos US$ 60 bilhões em e se colocar pronto para o futuro processo, utilidacybersegurança. Sujeet Chand explicou que o voludes e energia. E essa tem sido a estratégia usada pelo me de dados produzidos é tão grande que os usuários PlantPAx, somada ao fato de que a virtualização que quase se afundam nele, o que fica ainda pior com o a Rockwell Automation oferece possibilita tratar os formato proprietário de algumas plataformas. E é nedados do processo de maneira otimizada, sem necescessário extrair informação desses dados todos, para sariamente mudar a tecnologia existente. Junto com mais de um fim. Esse cenário vai levar fatalmente à a parceira Endress+Hauser, a Rockwell Automation maior conectividade, ao ethernet standard e à nuvem. tornou possível um melhor suporte para ethernet/IP A Rockwell Automation tem usado sua arquitetudireto no instrumento e no controle de energia, e com ra para desenvolver e produzir switches e pontos de a Schweitzer, implementou a IEC 61850 no controle acesso para, através da ethernet, conectar todos os níde energia. Para o ano de 2013, o PlantPAx deve ter veis desde o chão de fábrica até o corporativo. Sujeet sistemas de setup que possibilite focar uma aplicação acrescentou que a tecnologia de nuvem permite aos específica e uma ferramenta para construir o sistema usuários mover informação e dados de processos de de alarme de maneira mais fácil e segundo a norma sistemas legados do hardware para sistemas virtuais ISA 18.2. Também para 2013, a escalabilidade tornará que permitem otimizações e mobilidade, preparando possível que uma pequena parte remota da planta tenha a planta para o futuro, no compasso de investimentos os benefícios completos de um DCS enquanto opera no possíveis. Sujeet chamou a atenção para a necessidamodo stand-alone.

Equipe oil & gas, Joe Quin e Alejandro Caparelli

Bob Becker e Ronaldo Carneiro

Brasileiros no evento

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Notícias da Petrobras

Promef

Petroleiros ao mar

Sondas Agência Petrobras

Contratação cancelada A Petrobras cancelou o processo de contratação para o afretamento de cinco sondas de perfuração para 3.000 m de lâmina d’água da Ocean Rig. A decisão foi motivada, segundo a Petrobras, pela redução de necessidade de sondas, em razão da previsão de número menor de poços a serem perfurados no pré-sal da Bacia de Santos. A redução é justificada pela produtividade obtida atualmente nos poços em desenvolvimento, superior ao projetado.

Plataforma 1

Bônus para entrega antecipada O diretor de Abastecimento da Petrobras, José Carlos Cosenza, a madrinha do Anita Garibaldi, Rosa Cristina da Silva Carvalho de Azevedo, técnica de enfermagem e trabalho da Transpetro, o Presidente da Transpetro, Sergio Machado, e o empresário German Efromovich, do Estaleiro Mauá, durante lançamento do navio

A Transpetro e o Estaleiro Mauá lançaram ao mar o navio Anita Garibaldi, primeiro de uma série de quatro petroleiros do tipo panamax que serão batizados em homenagem a mulheres que ajudaram a construir a História do Brasil. O navio é a sétima embarcação do Programa de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro Promef lançada ao mar. Os petroleiros Celso Furtado, João Cândido e Sérgio Buarque de Holanda já iniciaram as operações. Outros três navios – Rômulo Almeida, José Alencar e Zumbi dos Palmares – estão em fase final de construção. O suezmax Zumbi dos Palmares foi lançado ao mar no Estaleiro Atlântico Sul - EAS.

Catalisadores

Nova unidade de pesquisa em operação Uma parceria firmada entre Petrobras, UFRJ e a Fábrica Carioca de Catalisadores – FCC colocou em operação a Unidade Protótipo de Catalisadores - Procat, destinada à pesquisa de novas tecnologias de preparo de catalisadores. Foram investidos R$ 27 milhões – o Procat ocupará 1.660 m² de área construída e terá capacidade de produzir até 100 quilos de catalisadores por dia. O primeiro projeto de pesquisa possui três linhas de trabalho: catalisadores para craqueamento catalítico fluido, catalisadores para abatimento de emissões de CO2 em processos industriais e catalisadores para área de polímeros. Outro foco deste projeto de pesquisa é a produção de zeólitas em escala piloto. A FCC planeja também a produção de catalisadores de hidroprocessamento. 106

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A entrega da plataforma FPSO Cidade de São Paulo 19 dias antes do previsto garantiu à Keppel Fels Brasil um bônus de US$ 2 milhões. A plataforma chegou ao estaleiro BrasFels, em Angra dos Reis / RJ, no fim de 2011 para integração dos módulos. O FPSO Cidade de São Paulo será instalado no campo de Sapinhoá, no pré-sal da Bacia de Santos, a partir de janeiro de 2013.

Plataforma 2

Promon fará projeto da P-66 e P-69 A Promon fechou contrato com o Keppel Fels para a elaboração do projeto de engenharia de detalhamento das plataformas P66 e P-69, que serão instaladas nos campos de Lula e Sapinhoá, no pré-sal da Bacia de Santos. A primeira etapa do projeto, que deve ser concluída ainda este ano, é a análise de consistência dos documentos da Doris Engenharia no Feed contratado pela Petrobras.

Plataforma 3

Jurong fará módulos da P-68 e P-71 A Petrobras assinou contrato de US$ 674 milhões com o Estaleiro Jurong para a construção de oito módulos e a integração das plataformas P-68 e P-71, FPSOs replicantes que serão instaladas nos campos de Lula e Sapinhoá, no pré-sal da Bacia de Santos.

Etanolduto

Novo aporte na Logum Logística em estudo O diretor de abastecimento da Petrobras, José Carlos Cosenza, disse que a petroleira analisa um novo aporte na empresa Logum Logística – decisão que deve ocorrer até março de 2013. Ele disse que a Petrobras já aportou recursos de forma proporcional à sua participação no projeto, que é de 20%, para o primeiro trecho do etanolduto, entre Ribeirão Preto e Paulínia, em São Paulo, previsto para entrar em operação em março do ano que vem. A Logum Logística é responsável pela construção do etanolduto de 1,3 mil km ligando Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. Além da Petrobras, a Logum tem como sócios a Raízen, Copersucar, Odebrecht, Uniduto e Camargo Corrêa. O empreendimento está orçado em R$ 7 bilhões.

Notícias da Petrobras

Produção

Petrobras vai arrumar a casa

Energia

Agência Petrobras

O FPSO Cidade de Anchieta começou a produzir no pré-sal do Parque das Baleias em setembro. Com quatro poços produtores, produz 65 mil barris diários de petróleo e 1,7 milhão de m³ de gás natural por dia – em fevereiro de 2013 deve atingir a capacidade total de 100 mil barris de óleo e 3,5 milhões de m³ de gás por dia com mais três poços produtores e três injetores de água

A presidente da Petrobras, Graça Foster, disse, durante visita à plataforma FPSO Cidade de Anchieta, que a produção de petróleo vai “andar de lado” em 2012 e 2013. O restante deste ano e o próximo serão para “arrumação da casa”. Hoje o grande desafio da companhia é a curva de produção. Segundo o diretor de Exploração e Produção, José Formigli, a queda de produção só vai ser corrigida a partir da entrada de grandes sistemas nos campos de Roncador – P-55 e P-62 – Parque das Baleias – P-58 – e Papa-Terra –P-61 e P-63 – previstas para começar a operar em 2013 mas só devem atingir a capacidade total de produção em 2014. A entrada em operação do FPSO Cidade de Itajaí, que sofreu um incêndio durante testes de mar, ainda em Cingapura, foi adiada de outubro para 31 de dezembro. A plataforma será instalada nos campos de Baúna e Piracaba, na Bacia de Santos.

FPSOs replicantes

Estaleiro Rio Grande inicia construção A construção dos oito FPSOs replicantes, que serão instalados nos blocos BM-S-9 e BM-S-11, da Bacia de Santos, deverá deslanchar a partir de agora. No final de outubro o primeiro bloco da primeira plataforma, pesando cerca de 170 toneladas, foi colocado no dique-seco do Estaleiro Rio Grande. O FPSO deve sair do dique em outubro de 2013 – e, a partir daí, haverá saídas de plataformas a cada seis meses. Cada FPSO exige 288 blocos – a fabricação dos primeiros blocos começou fora do dique-seco em maio de 2011.

Novo sistema economiza 2.667.466 KWh Um novo sistema adotado pela Petrobras para reduzir o consumo de energia na área de Tecnologia da Informação e Telecomunicações resultou em economia de R$ 15 milhões em um ano e redução de 2.667.466 KWh ao mês, o que representa 63% a menos de consumo de energia. O projeto desenvolvido pela área de Tecnologia da Informação e Telecomunicações da companhia e implantado em 2011, no novo Centro Integrado de Processamento de Dados. A compra de novos servidores e equipamentos de armazenamento de dados feita por meio da criação de um conceito “verde” resultou em redução mensal de mais de 240 mil KWh/mês, com critérios como baixo consumo de energia, dissipação de calor e redução do espaço físico. A compra de equipamentos mais modernos também permite a redução em R$ 26 milhões dos custos de operação ao longo do ciclo de vida de quatro anos.

Sinal vermelho

TCU vê sobrepreço em obra do Comperj O Tribunal de Contas da União encontrou irregularidades graves no contrato de construção das tubovias do Comperj. O TCU concluiu que os preços acertados no contrato, de R$ 731 milhões, ainda com 1% de execução, são mais altos que os do mercado. A Refinaria Abreu e Lima - Rnest também aparece na relação do TCU, por seis contratos, que somam R$ 12 bilhões, que estão com indícios de sobrepreço de R$ 1,5 bilhão.

Sinal verde

Licença para porto de acesso ao Comperj A Petrobras recebeu licença de instalação para o Porto de São Gonçalo, que permitirá levar os equipamentos pesados até uma estrada de acesso ao local onde está sendo erguido o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro. Há mais de um ano a companhia não tem conseguido transportar os reatores que pesam mil toneladas entre o Porto do Rio e o Comperj porque as rodovias locais não suportam seu peso e o transporte por balsa atravessaria uma Área de Preservação Ambiental.

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Notícias da Petrobras

Farm in

Sergipe-Alagoas

A Agência Nacional do Petróleo autorizou a cessão de 30% que a norte-americana Anadarko detinha na área ES-M-661, na Bacia do Espírito Santo, para a Petrobras, que já era operadora – a companhia passa a ter 70%, e terá como sócia apenas a IBV Brasil. No bloco se localizam os prospectos de Grana Padano, Gouda, Serpa e Requeijão.

A Petrobras comprovou a ocorrência de hidrocarbonetos leves no bloco SEAL-M-426, em águas ultraprofundas, da Bacia de Sergipe-Alagoas. Esse bloco é parte da concessão BMSEAL-11, operado pela Petrobras com 60% de participação, tendo como parceira a IBV Brasil, com 40% de participação. A descoberta ocorreu durante a perfuração do poço 1-BRSA-1083SES (1-SES-167), informalmente conhecido como Farfan e situado em lâmina d’água de 2.720 metros.

Farm out

Financeiro

A Petrobras vendeu seu primeiro ativo incluído no programa de desinvestimento. Por US$ 270 milhões a OGX adquiriu a participação de 40% que a companhia detinha no bloco BS-4, na Bacia da Santos. Na área estão os campos de Atlanta e Oliva. A Queiroz Galvão Exploração e Produção permanece como operadora da concessão, com participação de 30%. Os outros 30% pertencem a Barra Energia.

A Petrobras fechou o terceiro trimestre com lucro líquido de R$ 5,6 bilhões – em relação ao período julho-setembro de 2011, o resultado significa uma retração de 12,1%. A receita líquida alcançou R$ 73,8 bilhões, alta de 16,1% em igual comparação – o que reflete os aumentos de combustível aplicados entre junho e julho e um cenário cambial mais estável.

Fatia no ES-M-661 sobe para 70%

Fatia no BS-4 vendida para OGX

Refino

Inovação em construção de HDS O Consórcio HDS, formado pela Promon e Skanska, concluiu as obras da Unidade de Hidrodessulfurização da Refinaria Alberto Pasqualini. O empreendimento incluiu ainda três unidades auxiliares – Dietanolamina, Águas Residuais e uma subestação de energia elétrica. Um dos diferenciais da nova planta é a sua verticalização e compactação, que viabilizaram sua implantação na pequena área destinada à obra. Para a construção, foi adotado um sistema de soldagem orbital nas linhas de até duas polegadas de diâmetro. A máquina, que gira automaticamente em torno da área na qual se aplica a solda, conferiu ao processo de montagem altos níveis de produtividade e qualidade. A inspeção da qualidade das soldagens foi agilizada com o sistema de ultrassom. Outro destaque foi a montagem, na horizontal, da torres de 48 metros de altura e mais de 150 toneladas de peso. Na fase de comissionamento foram utilizados dois robôs para a inspeção visual remota do interior de tubulações e equipamentos, além de boroscópios flexíveis nas varreduras internas de linhas mais finas, para maximizar a confiabilidade das inspeções.

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Descoberta em águas ultraprofundas

Lucro da Petrobras cai 12,1% no 3° trimestre

Resultados financeiros (no 3º tri/2012)

Notícias da Petrobras

Bacia de Santos

Equipamentos

A Petrobras confirmou que resultados preliminares da perfuração do poço 3-BRSA-967A-RJS (3-RJS-683A), informalmente conhecido como Júpiter Nordeste, confirmam a presença de gás natural e condensado, bem como a existência de um reservatório contínuo entre os dois poços. A área está localizada a 7,5 km do poço descobridor da área de Júpiter (1-BRSA-559A), na Bacia de Santos.

A Voith Turbo será responsável por fornecer equipamentos que vão compor oito plataformas de produção de petróleo do pré-sal. São mais de 60 variadores de velocidade Vorecon, especificados pela Petrobras para aplicação nos compressores responsáveis pela extração do óleo das reservas abaixo da camada de sal. Já estão em produção na matriz da Voith Turbo na Alemanha as primeiras unidades do Vorecon para o fornecimento ao projeto pré-sal. Mas, visando atendimento à legislação brasileira de conteúdo local, a Voith está investindo R$ 11 milhões na ampliação de sua fábrica em São Paulo, onde uma parte dos equipamentos será produzida numa nova linha de montagem.

Nova descoberta na área de Júpiter

Fertilizantes

Foster Wheeler fará projeto de complexo gás químico A Foster Wheeler fará o projeto básico e o Feed da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados que a Petrobras irá erguer em Linhares / ES. O contrato inclui assistência técnica e treinamento durante a fase de EPC até a conclusão e testes de performance – o valor do contrato não foi divulgado. As fases de engenharia básica e Feed serão concluídas no final de 2013. A previsão de operação da UFN IV é 2017.

Equipamentos

GE fornecerá 380 cabeças de poço A GE Oil & Gas assinou um contrato com a Petrobras, no valor de R$ 2,28 bilhões, para produção de cabeças de poço e ferramentas de instalação necessárias para a exploração de poços de petróleo. A produção na fábrica da empresa, em Jandira / SP terá mais de 75% de conteúdo nacional.

Manutenção

Man Diesel & Turbo renova contrato A Man Diesel & Turbo fechou contrato de serviços de longo prazo com a Petrobras para manutenção, reparo e operação de 20 turbinas a gás THM, fabricadas pela própria Man, nas plataformas Cherne 1 e 2, Garoupa e Pampo, na Bacia de Campos. O acordo de €150 milhões tem duração de cinco anos – é a segunda renovação deste contrato, que foi originalmente assinado em 2002.

Contrato incentiva Voith Turbo nacionalizar produção

Solda

Subsidiária da Vallourec fornece à Petrobras A Serimax, subsidiária do Grupo Vallourec, foi contratada pela Technip para fornecer a solução de solda para o campo marítimo de Ubarana e para o projeto UGG na costa de Fortaleza. A Serimax fornecerá equipamentos e manutenção à embarcação DLB Iroquois, da Technip, que terá quatro estações de solda Saturnax - um sistema do tipo “bug and band” para tubos premium e tubos que oferecem produtividade e qualidade aprimoradas - e sete membros de sua equipe a bordo durante a produção. O escopo do trabalho inclui a solda de 39,5 km de tubos em dois campos marítimos de águas rasas. Deste total, a Serimax fará a solda de 19 km de tubos de 12” revestidos internamente a serem instalados no campo marítimo de Ubarana e 19 km de tubos de 20” no campo UGG. Parte desses tubos foi fornecido pela Vallourec.

Engenharia

Chemtech responde por detalhamento de FPSOs A Chemtech foi escolhida pelo consórcio Mendes Júnior/OSX para realizar o detalhamento de oito dos 17 módulos para os FPSOs replicantes destinados à operação no pré-sal. Além disso, a Chemtech atuará na integração de duas unidades dos FPSOs: P-67 e P-70. Com valor total de US$ 900 milhões, os trabalhos já começaram e a previsão de entrega é setembro de 2013.

Comperj

Softwares viabilizam integração 3D Os softwares da Aveva foram considerados fundamentais pela JPNOR Engenharia, para a realização dos serviços de integração dos modelos 3D de todos os projetos do Comperj. A empresa de engenharia adquiriu os softwares Aveva PDMS, Aveva Review e Aveva Global, integrantes do portfólio Aveva Plant para realizar todo o processo. A empresa de engenharia tem como uma de suas funções integrar as maquetes de cerca de 20 projetistas e epcistas.

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Notícias da Petrobras

Manutenção 2

Skanska fará manutenção de plataformas A Skanska assinou dois contratos de manutenção industrial offshore com a Petrobras, com valor de aproximadamente R$ 200 milhões. Com prazo de execução de dois anos, os contratos se integram à carteira do Projeto Macaé e prevêem a prestação de serviços de manutenção de facilidades nas especialidades de elétrica, mecânica, instrumentação, escalada industrial, caldeiraria básica, além de manutenção de guindastes e equipamentos auxiliares de movimentação de cargas em 15 plataformas da Bacia de Campos.

Fluido para perfuração

Petrobras testa sistema de tratamento A Cubility, empresa norueguesa de tecnologia de perfuração, fechou contrato com a Petrobras para testar o sistema MudCube – um sistema de tratamento de lama a vácuo que combina a remoção de vapor de óleo, reduzindo em 25% os efluentes. Os testes vão focar na capacidade, filtração, parâmetros HSE, material seco e fluido, diferentes estados da lama.

Alimentação

Problemas em 41 plataformas Falta de itens de alimentação, problemas com a qualidade dos produtos e número reduzido de trabalhadores na área são as três reclamações mais presentes nos relatos feitos pelos petroleiros da Bacia de Campos ao Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense - Sindipetro-NF -. As plataformas, que já foram conhecidas por oferecerem bons alimentos em seus restaurantes, hoje registram problemas que, na avaliação do sindicato, não poderiam fazer parte da rotina de uma atividade altamente lucrativa como a do petróleo. O levantamento foi feito em 41 plataformas, das 46 em operação na região. Destas, 12 citaram problemas com a “falta de itens de alimentação”; 12 com a “péssima qualidade na alimentação”; e 10 com o “baixo efetivo na hotelaria”. Outras nove apontaram falta de produtos de higiene e sete registraram infestação por vetores (insetos e larvas). Também foram lembrados pelos petroleiros a falta de higiene nos ambientes comuns e nos camarotes (6); falta de condições de higiene em banheiros (6) e o mau estado da rouparia (6), entre outros itens.

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Plataformas

Geradores de nitrogênio ampliam segurança A Parker Hannifin está fornecendo seis geradores de nitrogênio que serão implementados nas plataformas P-58 e P-62. Ao final da instalação, cada plataforma contará com três sistemas completos para geração de nitrogênio. Estes sistemas têm a vantagem de substituir o uso de nitrogênio em garrafas, eliminando estoques e o manuseio, além de reduzir os custos de consumo deste material. A Parker fornecerá dois sistemas distintos. O primeiro será utilizado no flare para inertizar a queima da purga e será alimentado com o ar comprimido gerado na própria plataforma. O outro sistema será fornecido em dois skids que contarão com geração própria de ar comprimido. Os skids incorporam compressor de ar, e tanto o sistema de tratamento do ar comprimido quanto as membranas de geração de nitrogênio são de fabricação Parker. O nitrogênio gerado por estes skids será empregado para inertizar os sistemas de instrumentação das plataformas.

Pesquisa 1

Pesquisa 4

A BP irá investir US$ 10 milhões em um projeto de pesquisa com o propósito de aprimorar o entendimento da formação da Bacia do Parnaíba. O objetivo é combinar dados sísmicos de reflexão da crosta profunda, sismologia e estudos geológicos de campo. O projeto envolve a colaboração de cinco universidades brasileiras – UFRN, UFPE, UFBA, UNB e o Observatório Nacional – e três universidades britânicas Aberdeen, Cambridge e Oxford.

A Agilent Technologies e a Universidade de Houston anunciam pesquisa conjunta para maior compreensão sobre a geologia e a composição de petróleo. Por este acordo, a Agilent fornece um portfólio de instrumentos avaliado em mais de US$ 1 milhão, incluindo tecnologia avançada como espectroscopia de emissão atômica de plasma por microondas (MP-AES), espectroscopia de emissão ótica de plasma (ICP-OES), espectrometria de massas de mono e triplo estágio (GC-MS & GC-QQQ), bem como espectrometria de massas de alta resolução por tempo de voo, acoplados à cromatografia gasosa. Os instrumentos serão usados para identificar e medir os compostos de amostras geológicas, ou para separar, identificar e medir milhares de compostos encontrados em petróleo.

BP irá pesquisar Bacia do Parnaíba em parceria com universidades

Pesquisa 2

BG assina memorando de entendimento com Innovation Norway A Innovation Norway, agência de promoção do governo da Noruega e a BG Brasil assinaram Memorando de Entendimento para colaboração em tecnologias relacionadas aos desafios da perfuração em águas profundas e a produção submarina, operações integradas e tecnologia de monitoramento ambiental. A duração do Memorando é de cinco anos e é baseado no Contrato de Pesquisa e Desenvolvimento Industrial da Innovation Norway, em que são concedidos apoios financeiros para fornecedores noruegueses – normalmente de pequeno e médio porte – para pesquisa de novas tecnologias.

Pesquisa 3

Aker Solutions fecha acordo de cooperação com Coppe/UFRJ A Aker Solutions assinou um acordo de cooperação tecnológica com a Coppe/UFRJ para o desenvolvimento de projetos com foco em tecnologias de processamento submarino, processamento de superfície em plataformas e perfuração. Num primeiro momento, a expectativa da empresa é aperfeiçoar tecnologias que se encontram em fase de desenvolvimento, com foco no pré-sal. Em uma segunda etapa, a meta é iniciar o desenvolvimento de tecnologias com potencial de aplicação no Brasil, como novos materiais e automação robótica de veículos autônomos submarinos.

Agilent Technologies firma parceria com Universidade de Houston

Água 1

Veolia Water fecha contratos com empresas brasileiras A operação brasileira da Veolia Water fechou três novos contratos para fornecer tecnologias e soluções integradas em tratamento de água, efluentes e reuso para a Energias Renováveis do Brasil - ERB, o Consórcio SPS e a Petrobras. A ERB comprou da Veolia um sistema de polimento de condensado por troca iônica composto por duas linhas em paralelo com capacidade cada de 80m³/h. O contrato deve ser implantado em oito meses na unidade Aratinga, localizada em Candeias / BA. O Consórcio SPS – formado pelas empresas Skanska, Promon e Setal - adquiriu o Sistema de Água Desmineralizada composto por duas linhas em paralelo de vasos de troca iônica (cátion + anion) automatizadas, para uma Unidade de Desmineralização de Água que vai atender às Unidades de Remoção de CO2 no Terminal de Cabiúnas. O contrato fechado com a Petrobras tem caráter emergencial de prestação de serviço para processamento de água desmineralizada para implementação do ciclo combinado da Usina Termelétrica Luis Carlos Prestes, em Três Lagoas / MS.

ELGA A Veolia Water Solutions Brasil adquiriu o negócio Elga Labwater da Nova Analítica e passa a cuidar de 100% da operação no mercado nacional. ELGA é uma marca global de purificadores de água para laboratório pertencente à Veolia, sendo que no Brasil os produtos eram comercializados pela Nova Analítica.

no 347

Petro & Química

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Certificação

Água 2

A Villares Metals estendeu a homologação de suas barras de aço superduplex pelas normas Norsok para o setor de petróleo e gás. Após dois anos desde a obtenção da sua primeira certificação, através do Teknologisk Institutt da Noruega, como fabricante qualificado de barras de até 6 polegadas de aços inoxidáveis superduplex de acordo com a norma M 650 revisão 3, a Villares obteve a homologação para barras de até 7 polegadas para o grau 4507 - além dos aços superduplex graus 4501 e 4462, já certificados para diâmetros de até 10 polegadas e 13 polegadas respectivamente. O próximo passo do desenvolvimento, já em andamento, será obter a certificação para barras com diâmetros de até 12 polegadas do grade 4507.

A Clark Reliance do Brasil é uma joint venture entre a americana Clark e a Aselco, formada em setembro de 2011, que oferece soluções para sistemas de proteção a turbinas a gás em unidades de geração de energia termelétrica, plataformas e refinarias, além de atuar também no setor de filtração e separação. A inovação se dá com a composição dos sistemas desenvolvido em alta eficiência levando em consideração o conhecimento na fabricação de equipamentos de separação e filtragem sobre skid pela National Filtration System alinhados à qualidade dos coalescedores e Separadores da Anderson, que aplicam a excelência da Filcoa na fabricação e desenvolvimento de elementos utilizados nas correntes de líquidos e gás. Some-se a isso um diferencial no tratamento e purificação de óleo lubrificante, hidráulico e combustível, dado pela Oil Filtration System. Desta forma, o mercado de filtragem e separação brasileiro ganha um fabricante de equipamento e filtros provedor de soluções, no momento em que a indústria precisa de suporte para o crescimento de forma sustentável e eficiente.

Villares homologa barras de aço superduplex pelas normas Norsok

Tecnologia

Seminário discute inovação no setor químico O chefe do Departamento de Indústria Química do BNDES, Gabriel Gomes, vê na Química Verde uma oportunidade excepcional, principalmente no que diz respeito à química de renováveis. Durante o Seminário Abiquim de Tecnologia, Gomes ressaltou que os investimentos em P&D têm apresentado uma queda nos últimos anos – em 2009, os investimentos em pesquisa e desenvolvimento na indústria brasileira representaram 0,70% do faturamento das empresas, enquanto que em 2010 caíram para 0,58%. O executivo também apresentou um diagnóstico do Plano Brasil Maior para a indústria química. “O Plano enxerga uma fraqueza na indústria devido ao custo elevado de matérias primas e energia, além da concentração na produção de commodities, mas também vê oportunidades como o pré-sal, que deve aumentar a disponibilidade de matérias primas, o estímulo para o uso de fontes renováveis de matérias primas e o crescimento e diversificação de setores como automotivos, bens de consumo e construção civil”. Para a professora Adelaide Antunes, do Instituto Nacional da Propriedade Industrial, mais investimentos são necessários na agricultura no Brasil, para ampliar a produção de fontes renováveis – segundo a professora, a produção de bioprodutos está entre as dez maiores tendências da indústria química global.

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Petro & Química

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Aselco se junta à Clark para oferecer filtração e separação

Prêmio 1

Professor brasileiro vence Green Talents 2012

Divulgação

O professor assistente de Química Inorgânica na Universidade Federal de Uberlândia, Antonio Otávio Patrocinio, foi um dos 25 vencedores do Green Talents 2012, promovido pelo Ministério Federal de Educação e Pesquisa da Alemanha para premiar estudos e iniciativas de todo o mundo em prol do desenvolvimento sustentável. O “Green Talents – International Forum for High Potentials in Sustainable Development” atraiu este ano mais de 400 candidaturas de 69 países. Patrocinio sintetizou e caracterizou rutênio fotoativo e complexos de rênio, utilizando moléculas de extrato de amora e de outras frutas brasileiras como sensibilizadores em células solares.

Prêmio 2

Enfil vai reconhecer pensamento inovador na busca de soluções ambientais A Enfil Controle Ambiental lançou o Prêmio Enfil “Inovação em Tecnologias Ambientais” para reconhecer o esforço dos pesquisadores brasileiros que atuam no desenvolvimento de tecnologias destinadas ao controle do impacto ambiental. O prêmio contemplará o autor e o orientador da melhor dissertação de mestrado e da melhor tese de doutorado que apresentem inovações tecnológicas destinadas ao controle e mitigação de impactos ambientais gerados por sistemas associados ao desenvolvimento econômico e social. Poderão concorrer os trabalhos que participem de programas de pós-graduação do país, defendidos perante as bancas julgadoras respectivas e durante os anos de 2011 e 2012.

Energia

DNV desenvolve projeto para aprimorar performance de baterias O Departamento de Energia dos EUA aprovou a destinação de recursos da Agência de Projetos de Pesquisa Avançados em Energia para um projeto que busca o aprimoramento da performance de baterias. O projeto desenvolvido pela DNV Kema utilizará um modelo de previsão de vida útil da bateria e sensores de monitoramento para identificar onde os limites do funcionamento da bateria podem ser estendidos.

Qualificação

Programa de Qualificação Profissional em Construção Naval forma primeiras turmas O Instituto Tecnológico Naval, em parceria com o Senai, realizou a formatura das primeiras turmas do Programa de Qualificação Profissional em Construção Naval. As nove turmas que se formaram nesse primeiro momento são dos cursos de soldador de estrutura metálica, inspetor de solda, técnicas de montagem de estrutura e soldador de tubulação. A OSX selecionou 85 dos recém-formados para o desenvolvimento prático, aprofundamento do conhecimento do Senai e treinamentos de segurança em construção naval. Esses técnicos serão contratados pela empresa para atuar no início das operações do estaleiro, previsto para o primeiro trimestre de 2013. Em sua primeira fase de desenvolvimento, o ITN está treinando e capacitando profissionais dedicados às carreiras que compõem as equipes da Unidade de Construção Naval e da OSX Serviços. Do convênio firmado com a Firjan, por meio do Senai-RJ, foi desenvolvido o Programa de Qualificação Profissional em Construção Naval, que viabilizará a capacitação de 3,1 mil profissionais até 2013 - a iniciativa conta com investimento de cerca de R$ 13 milhões.

Eficiência 1

Japoneses financiam projetos de eficiência da Petrobras A Petrobras assinou contrato para financiamento de até US$ 1 bilhão com o Japan Bank for International Cooperation - JBIC, destinados a projetos de eficiência energética. O banco será responsável pelo empréstimo de até US$ 600 milhões do total e por prover garantias parciais aos outros US$ 400 milhões que serão emprestados pelo The Bank of Tokyo-Mitsubishi UFJ - BTMU. Foram escolhidos a unidade de cogeração de energia e vapor do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro e o programa de redução de queima de gás em tocha da Bacia de Campos.

Eficiência 2

Shell estimula a inovação entre estudantes A sétima edição anual da Shell Eco-marathon Americas 2013 já está aberta para inscrição de estudantes secundaristas e universitários de toda América do Norte e do Sul. O evento desafia os estudantes a desenvolverem suas criações com eficiência de combustível e a competirem com as escolas de todos os continentes para ver quem pode viajar mais longe com a menor quantidade de energia. As equipes podem optar por participar das classes Protótipo e Conceito Urbano da Maratona Ecológica Shell - a classe Protótipo desafia as equipes a inscreverem protótipos futuristas e a classe Conceito Urbano foca em veículos de eficiência energética adequados.

Plástico Verde 1

Parceria entre Braskem e DuPont cria nova linha de produtos A DuPont Packaging & Industrial Polymers anunciou o lançamento de uma nova linha de resinas adesivas e modificadores de polímeros em parceria com a Braskem, ampliando suas linhas DuPont Bynel e DuPont Fusabond. Os produtos foram desenvolvidos para igualar ou superar o desempenho de seus equivalentes derivados de petróleo, além de complementar a carteira de soluções da DuPont. As resinas adesivas de coextrusão DuPont Bynel, chamadas de tie layers, ajudam fabricantes de embalagem a melhorarem suas barreiras, vedação de calor e outras funções em estruturas multicamadas. As resinas na linha de produtos DuPont Fusabond são polímeros modificados que foram desenvolvidos para facilitar a combinação de polímeros diferentes utilizados em compostos endurecidos, preenchidos ou misturados. no 347

Petro & Química

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Plástico Verde 2

JBF produzirá garrafas de BioMEG no Brasil Araraquara / SP terá a maior fábrica de produção de BioMEG do mundo. O produto será matéria prima das embalagens plantbottle – garrafa PET reciclável feita parcialmente de origem vegetal. Segundo o acordo da indiana JBF Industries e da Coca-Cola com o governo do estado de São Paulo, o investimento na unidade será de aproximadamente R$ 1 bilhão e a operação está prevista para começar em 2014. Hoje, as embalagens são importadas da Índia. A capacidade de produção deverá ser de 500 mil toneladas ao ano.

Multa

Chevron pagou R$ 35 milhões por acidente na Bacia de Campos A Chevron pagou multa de R$ 35 milhões imposta pela Agência Nacional do Petróleo devido a irregularidades encontradas durante a investigação sobre o primeiro vazamento no campo de Frade, na Bacia de Campos, em novembro de 2011. Uma falha durante a perfuração do poço provocou o vazamento de 3,7 mil barris de óleo no mar. A ANP indica que, além de equívocos no gerenciamento da pressão, na interpretação de dados geológicos, na injeção de água e no revestimento do poço, a Chevron não considerou dados de resistência da rocha na região do campo e descumpriu o seu próprio manual de procedimentos. Como não recorreu da decisão, a empresa se beneficiou do desconto de 30% previsto na legislação. A empresa também foi multada pelo Ibama, em R$ 50 milhões – nesse caso, houve recurso.

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Petro & Química

no 347

Patrocínio

Braskem doa instrumentos musicais para o programa Neojiba A ação colaborativa da campanha em comemoração aos 10 anos de Braskem resultou na doação de 34 instrumentos musicais para o programa Neojiba. A iniciativa convidou o público a enviar vídeos musicais inspirados no tema da campanha e, com isso, cooperar com a doação de instrumentos para o Neojiba, que forma orquestras infantis na Bahia. Os instrumentos serão destinados à Banda Sinfônica da Paz, um novo núcleo do projeto Neojiba, em Salvador, formado por 80 crianças e jovens de 10 a 18 anos. “O resultado desta ação nos ajudou a mostrar o poder da colaboração e da união. Quando pensamos e sonhamos juntos, os benefícios são para todos”, destaca Frank Alcantara, diretor de marketing da Braskem.

Química verde

Abiquim assina acordo de cooperação com Embrapa A Embrapa firmou um acordo de cooperação com a Abiquim que servirá de suporte principalmente para os trabalhos em conjunto entre a associação e a Embrapa Agroenergia – que tem inserido em sua carteira de projetos pesquisas para aproveitamento da biomassa na geração de produtos químicos de fontes renováveis. O presidente executivo da Abiquim, Fernando Figueiredo, afirma que um dos grandes desafios atualmente é transformar ciência em inovação. Um exemplo é a glicerina: cada dez toneladas produzidas de biodiesel gera uma de glicerina, que é subaproveitada, enquanto a indústria farmacêutica importa o produto. Uma linha de pesquisa da Embrapa Agroenergia está estudando o aproveitamento da glicerina para geração de produtos químicos por meio de microrganismos. Outra linha estuda o aproveitamento dos açúcares de cinco carbonos do bagaço da cana-de-açúcar (pentoses) para a geração de compostos químicos de alto valor agregado.

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Petro & Química

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Produtos & Serviços

Bombas

Transmissor de temperatura

A Vibropac fechou acordo de representação exclusiva no Brasil da linha de bombas magnéticas plásticas Greenpumps para complementar sua linha de bombas magnéticas. Greenpumps é uma empresa italiana especializada na fabricação de bombas de acoplamento magnético para aplicação em tratamento de água, indústrias farmacêuticas, químicas, petroquímicas e refinarias. Construídas em plástico injetado ou bloco plástico usinado de PP ou PVDF, apresentam alta resistência a intempéries, corrosão e abrasão e operam a temperatura de até 90ºC, com vazão máxima de 140 m³/h e altura manométrica máxima de 250 m. Por serem de acoplamento magnético – sealless – essas bombas são geralmente empregadas onde não se pode ter a possibilidade de vazamento, muito comum nos componentes de vedação dinâmica – selo mecânico. Além disso, são fabricadas no padrão Greenpumps ou conforme API 685.

Uma tecnologia desenvolvida nos laboratórios da ABB coleta o calor do próprio processo para alimentar o instrumento utilizado no monitoramento. Batizada de Energy Harvesting, a tecnologia é baseada no micro gerador termelétrico embarcado – micro-TEG – que gera a tensão em função da diferença de temperatura entre o processo e o ambiente. O dispositivo é uma alternativa aos instrumentos alimentados por bateria ou mesmo por cabeamento – em que os custos de instalação e fiação chegam a representar quase 50% do custo total. Para enviar dados para um gateway remoto, o transmissor combina a tecnologia WirelessHart com os micro-TEGs. O funcionamento se dá por meio da coleta de energia do ambiente, o qual converte-se em potencia para o dispositivo sem fio. O instrumento sem fio também tem uma bateria embutida, que é utilizada quando essa diferença cai abaixo de 30ºC.

Sistema de identificação A Weidmüller oferece um sistema de identificação com a possibilidade de impressão em identificadores em metal. Os identificadores são impressos usando a impressora “PrintJet PRO”, que também imprime os já tradicionais e variados identificadores MultiCard. Ao usar o sistema da Weidmüller garante-se que as funções em identificação dentro e ao entorno do armário elétrico sejam extremamente simples: uma impressora, um software, um tipo de tinta. O usuário não precisa de fornos ou equipamentos adicionais. As MetalliCards são impressas na impressora jato de tinta PrintJet PRO. A impressão na identificação metálica MetalliCard é possível através de um kit especial de atualização. É possível criar figuras coloridas, caracteres e logotipos para atender a cada necessidade. Os usuários têm a possibilidade de escolher entre rebitar ou adesivar ou então usar abraçadeiras de aço inox ou suportes para fixar os identificadores metálicos.

Monitoramento de máquinas A SKF lançou o kit SKF Marine Condition Monitoring, pacote de soluções que permite aos armadores monitorarem a condição das máquinas que estão a bordo das embarcações. O conjunto permite que um usuário possa interpretar os resultados das medições dos dados de vibração e localizar a falha no equipamento. Modelos de equipamentos tipicamente navais são carregados no SKF Microlog Advisor Pro – que é pré-configurado para converter os dados medidos em resultados com códigos coloridos fáceis de entender. O kit também inclui um manual de usuário que simplifica a implantação e o treinamento da tripulação. A solução da SKF tem capacidade de realizar análises adicionais de máquinas baseadas na análise de faixa de frequências FFT - Transformada Rápida de Fourier, para detectar a causa mais provável da falha, como desbalanceamento, falhas de rolamento e engrenagens, problemas elétricos em motores, problemas hidráulicos e aerodinâmicos.

Turbina A GE lançou no Brasil a tecnologia FlexEfficiency 60, uma solução a gás natural desenvolvida para atender às necessidades por eficiência em países que utilizam a rede elétrica de 60 hertz. O portfólio inclui quatro turbinas a gás. A mais recente é a 7F 7-series com recorde de flexibilidade e eficiência em ciclo combinado. A GE também está anunciando 7F 5-series com aprimoramentos e alta flexibilidade. Uma nova 7F 9-series, configurada para ser a maior e mais eficiente do portfólio, e uma 7F 3-series aprimorada também estarão disponíveis. Combinado, o portfólio oferece turbinas a gás de 185 megawatts até mais de 300 megawatts. O portfólio FlexEfficiency 60 também inclui uma turbina a vapor D-17 avançada, o gerador H26 refrigerado por hidrogênio e o Sistema de Controle Integrado Mark VIe, que pode ser configurado para a usina FlexEfficiency 60 de Ciclo Combinado.

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Petro & Química

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Produtos & Serviços

Válvulas

Segurança

A Ampo Service é um novo conceito de serviço ao cliente que começa antes mesmo da encomenda ser feita. São envolvidos todos os especialistas da fabricante de válvulas criogênicas Ampo Poyam Valves necessários para definir, com o cliente, cada válvula de acordo com exigências de serviço, mesmo para as condições mais extremas. A Ampo Foundry tem vasta experiência de trabalho com materiais especiais. Isso garante ao cliente a qualidade de produto e o cumprimento dos prazos combinados. Além de serem testados em instalações de teste, os produtos da Ampo também são objeto de análise em situações reais de uso intensivo. A gama de produtos oferecida ao mercado brasileiro inclui válvulas de esfera de sede com anel macio e metal-metal para instalações offshore e onshore de produtos, válvulas de gaveta com castelo selado a pressão, de globo e de retenção para refinarias, usinas de energia, válvulas criogênicas de gaveta, de globo e de esfera para plantas de GNL e válvulas de macho para unidades de coque. O fato de ter fundição própria para a fabricação de válvulas proporciona à Ampo uma vantagem competitiva: além do know-how do processo de produção, a fabricante tem a capacidade de oferecer produtos de qualidade máxima tanto na forja quanto na fundição

O sistema de Teste de Curso Parcial Faith, da Netherlocks agora é capaz de executar testes online de válvulas de fechamento de emergência - ESD e de sistema de proteção de pressão de alta integridade - Hipps. Os operadores podem reduzir a degradação e garantir a operação correta de válvulas de emergência a partir da sala de controle. O Faith usa um design simples para garantir a confiabilidade da operação. Ele se integra aos acoplamentos estáticos e dinâmicos da válvula. O sistema de pinos mecânicos de bloqueio de aço garante que as válvulas não possam ser operadas em um ângulo maior do que o ângulo de teste pré-definido para eliminar o risco de sobre passagem -overshoot ou interrupção de processo. Com o novo recurso de teste remoto, os operadores podem conduzir e monitorar testes de curso parcial de válvulas de emergência sem a necessidade de acessar o Faith manualmente.

Bombas Ampliando o portfólio de bombas destinadas ao setor industrial, a Grundfos coloca no mercado a versão em aço inoxidável dos modelos base-luva NK/NKG e monobloco NB/NBG. Como diferencial, os produtos trazem todas as partes em contato com o líquido bombeado em aço inoxidável. As linhas também são back-pull-out, característica que permite que todo o conjunto seja desmontado sem a necessidade da retirada da bomba das tubulações de sucção e recalque. As versões base-luva e monobloco em aço inoxidável seguem as normas EN733 e ISO 2858, mais adotadas no mercado de substituição e novas instalações.

Projetos Intergraph lançou uma versão atualizada do software para análise de stress de dutos Caesar II, que oferece integração avançada com os softwares SmartPlant 3D, SmartMarine Materiais 3D e SmartPlant 3D Materials Handling Edition, e a ferramenta de visualização 3D SmartPlant Review. Esta nova funcionalidade é um primeiro passo para alcançar uma melhor integração entre a modelagem, design e análise de dutos. Esta versão do Caesar II reduz o tempo e elimina manual de reentrada através da transferência de dados inteligente de design 3D. Essa interface também permite a exportação fácil dos resultados de análise de tensão de dutos entre Caesar II e o SmartPlant 3D, o que torna mais rápido a incorporação de mudanças de análise durante um projeto. 116

Petro & Química

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PIMS A AspenTech anunciou nova funcionalidade de gestão de ensaios no software Aspen PIMS que otimiza as decisões de compra de petróleo bruto e aumenta a lucratividade. Os aprimoramentos em gestão de ensaio para o aplicativo de planejamento de refinaria dinamizam o workflow de escolha de matéria-prima. A nova funcionalidade da AspenTech agora permite que os planejadores adicionem, modifiquem e refaçam ensaios diretamente no Aspen PIMS e, assim, avaliem rapidamente um número maior de cenários com mais precisão. Os recursos de gestão de ensaios do Aspen PIMS possibilitam que os usuários importem dados de ensaios de fontes externas e gerenciem suas matérias-primas brutas com mais eficiência. Workflows automatizados e guiados aumentam a produtividade e alertas notificam os planejadores sobre o passo seguinte no processo para encurtar sua curva de aprendido. O Aspen PIMS faz parte do pacote de software aspenONE Petroleum Supply Chain.

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