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É pouco, mas é um pouco mais
N
Wilson Palhares Cobrindo eventos no exterior, cumprimos de forma mais abrangente o dever de informar e vamos formando um precioso banco de dados a serviço de nossos clientes, os anunciantes e os leitores
este mês, além de acompanhar os mais importantes eventos relacionados a embalagem no Brasil, a equipe de EMBALAGEMMARCA estará presente nas feiras Labelexpo Europe, em Bruxelas, na Bélgica, Pack Expo Las Vegas, nos Estados Unidos, e Envase/Alimentek, na vizinha Buenos Aires (nesta, com estande). Com essas viagens de trabalho, não só cumprimos de forma mais abrangente o dever de informar com acuidade, mas estamos formando um precioso banco de dados que, com o tempo, transformaremos em mais serviços aos leitores e
aos anunciantes. Paulatinamente, vamos implantando inovações e ficamos felizes ao ver que são bem recebidas. Gostaríamos de realizar de uma só vez o grande número de projetos que temos. Mas, assim como o próprio projeto da revista em si levou algum tempo para se consolidar, com detalhes introduzidos edição por edição, novidades de maior impacto virão a seu tempo (uma delas para breve). Temos a preocupação de fazer as coisas depois de bem testadas e com plena consciência de que nunca estão completas, podendo sempre ser corrigidas e aperfeiçoadas.
Na edição passada, por exemplo, no acato de sugestões, passamos a incluir no final da revista um Índice de Anunciantes. Para facilitar a aproximação entre eles e os possíveis interessados em entrar em contato, ou localizar rapidamente seus anúncios, não nos limitamos a informar nomes e números de páginas. Colocamos também seus telefones e endereços na internet (confira na pág. 64). Pode ser pouco, mas é um pouco mais. Entendemos que é bom para nossos clientes, isto é, os anunciantes, que querem vender, e em maior número os leitores, que podem decidir as compras.
nº 73 • setembro 2005
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Águas Minerais
Ao comemorar dez anos, marca Crystal aposta em embalagens ergonômicas para reforçar tributos e consolidar liderança
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Cervejas
AmBev lança nova versão de Bohemia explorando garrafas pintadas com processo decorativo inspirado na alta perfumaria
Reportagem de capa: Sabões em pó
Marcas emergentes e diversificação de apresentações afiam a competição num mercado historicamente regido por oligopólios – em produção e em embalagem
32 40
52
3
Cerâmica
[email protected]
Cerveja de prestígio americana, envelhecida onze anos e comercializada por 100 dólares, ganha mercado em garrafa de cerâmica made in Brazil
Reportagem Flávio Palhares
[email protected]
Guilherme Kamio
[email protected]
46
24
Diretor de Redação Wilson Palhares
Leandro Haberli Silva
Chás prontos
[email protected]
Leão Junior proporciona à Marca Brasil sua primeira utilização em rótulos de uma linha regular de produtos, a de chás para exportação
Departamento de Arte Carlos Gustavo Curado (Diretor de Arte)
[email protected]
José Hiroshi Taniguti (Assistente) Administração Marcos Palhares (Diretor de Marketing) Eunice Fruet (Diretora Financeira)
Prêmio Abre
Resultados da quinta edição do Prêmio Abre de Design & Embalagem revelam crescimento do esmero técnico dos projetos nacionais de embalagem
Departamento Comercial
[email protected]
Karin Trojan Wagner Ferreira Circulação e Assinaturas
Entrevista: Guido Pelizzari
Marcella de Freitas Monteiro
[email protected] Assinatura anual: R$ 90,00
Presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Acessórios para a Indústria do Plástico (CSMAIP), ligada à Abimaq, analisa invasão de equipamentos asiáticos no mercado brasileiro
Público-Alvo EMBALAGEMMARCA é dirigida a profissionais que ocupam cargos de direção, gerência e supervisão em empresas integrantes da cadeia de embalagem. São profissionais envolvidos com o desenvolvimento de embalagens e com poder de decisão colocados principalmente nas indústrias de bens de consumo, tais como alimentos, bebidas, cosméticos e medicamentos.
Plásticos
Xampu contra queda de cabelos inova com frasco e tampa de rápida degradação
Bebidas
Filiada ao
Aumento dos índices de consumo, fusões e nova onda de lançamentos colocam mercado de sucos no centro das atenções
Impressão – Miolo: Congraf Tel.: (11) 5563-3466 Capa: Ibratec Tel.: (11) 4789-4200
Editorial A essência da edição do mês, nas palavras do editor
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EMBALAGEMMARCA é uma publicação mensal da Bloco de Comunicação Ltda. Rua Arcílio Martins, 53 • Chácara Santo Antonio - CEP 04718-040 • São Paulo, SP Tel. (11) 5181-6533 • Fax (11) 5182-9463
Display Lançamentos e novidades – e seus sistemas de embalagens
14 Internacional Destaques e idéias de mercados estrangeiros Movimentação no mundo das embalagens e das marcas
54 Conversão e Impressão Produtos e processos da área gráfica para a produção de rótulos e embalagens
64 Índice de Anunciantes Relação das empresas que veicularam peças publicitárias nesta edição
66 Almanaque Fatos e curiosidades do mundo das marcas e das embalagens
Filiada à FOTO DE CAPA: STUDIO AG – ANDRÉ GODOY
36 Panorama
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Brasil renova para Singer no México Decidida a modernizar e dinamizar sua marca no mercado mexicano, que consome aproximadamente 180 000 máquinas de costura por ano, a Singer encomendou à PradoDesign, de São Paulo, a renovação das embalagens do produto. Há dois anos, a Prado foi responsável pelas mudanças nas embala-
gens das máquinas de costura no mercado brasileiro. A expectativa agora é transmitir a idéia de valorização da marca principalmente no ponto-de-venda, diz Valter Bezerra, diretor de marketing da Singer no México. As embalagens, de cartão microondulado, são produzidas pela Cartonagem Jauense.
Óleo em meio litro, agora em PET A Siol Alimentos está diversificando a linha de óleos vegetais Saúde com o lançamento de embalagens de PET de 500ml, para atender ao segmento de mercado composto pelo público single, de casais, famílias pequenas e consumidores moderados do produto, a exemplo do que fez recentemente a rede varejista Pão de Açúcar, só que em latas de aço expandidas (ver EMBALAGEMMARCA nº 71, julho de 2005). Pesquisa mostrou que aqueles consumidores deseja-
vam uma embalagem com volume menor de óleo do que a tradicional, de 900ml, para evitar desperdícios. Como a garrafa com esse volume demora para ser usada por aqueles consumidores, o óleo acaba ficando rançoso devido à oxidação. A linha vegetal Saúde é composta de óleos de soja, milho, canola e girassol. As garrafas são fabricadas pela Lorenpet, as tampas, pela Crown Cork, e os rótulos, pela gráfica Rami, com design da Pantani.
Upload em vidro
Fermento na arquibancada Além de mudar totalmente o layout da embalagem de seu fermento biológico, a Fleischmann está inovando nos formatos. Para melhor exposição do produto, a tira de Fermento Fresco com quatro tabletes de 15 gramas é agora apresentada em displays com vinte tiras ao invés das trinta anteriores. Além disso, o display tem formato de “arquibancada”, que dá mais visibilidade ao produto na gôndola. A embalagem de Fermento Instantâneo de 10 gramas também ganhou displays duplos, destacáveis, que podem ser colocados lado-a-lado nas prateleiras e que contêm 26 sachês. As embalagens flexíveis para o Fermento Instantâneo são fornecidas pela Santa Rosa, e as de BOPP do Fermento Fresco, pela Converplast. Os displays são produzidos em papelão pela Ápice. O design é da B+G.
Não é chá, nem refrigerante, nem suco. É natural, sem gás e sem conservantes. A Conbek Premium Products coloca no mercado a bebida funcional Upload, dirigida a quem busca um estilo de vida saudável e uma alimentação equilibrada, aliada à prática de esportes. O produto, à base de frutas, extratos vegetais e vitaminas, foi desenvolvido em parceria com a DSM (Roche), “após meses de estudos e testes laboratoriais de ingredientes e propriedades”, segundo a empresa. Para a embalagem, foi escolhida uma garrafa de vidro com design diferenciado, onde a marca Upload e os dizeres “Healthy Drink” (bebida saudável) são grafados em alto relevo. É produzida pela OwensIllinois, com layout criado em parceria pela Combek e pela Sister Studio. Os rótulos são do Grupo Impressor Savasa, da Espanha. A bebida tem três versões: Power, Sport e Relax.
Sorte lançada em SUP Dona das marcas Fofura e Torcida, a paulistana Lucky Salgadinhos acaba de lançar sua batata palha, a Fricky, em stand-up pouch (SUP) fornecido pela Tecnoval. O visual da embalagem foi desenvolvido internamente pelo departamento de marketing da empresa. Paralelamente ao lançamento, a Lucky inaugurou em agosto uma filial no Recife, a primeira fora de São Paulo, para expandir sua penetração na região Nordeste do país, onde se concentram 23% da população brasileira e são gerados 13% do PIB.
Premium, mas a preço competitivo
Três cores para Cores As embalagens da linha de maquiagem Cores, de O Boticário, dirigida ao público de 15 a 24 anos, classe AB, foram divididas em três cores para separar os segmentos: olhos (azul), rosto (laranja) e boca (rosa),
contrastando tons escuros e vibrantes. A marca Cores é impressa em hot stamping prata. Os cartuchos de papel cartão, da Suzano, são impressos pela Box Print, pela Magistral e pela Kingraf. O layout é da a10 design.
Na guerra por espaço na área de atomatados, que movimenta mais de 1 bilhão de reais por ano no Brasil, o vidro entra com o apelo de embalagem premium, porém com preço competitivo em relação ao principal material concorrente nesse campo, a lata de aço. É, pelo menos, o argumento utilizado pela Coniexpress, de Jundiaí (SP), para seu mais recente lançamento com a conhecida marca Quero, com a qual já ocupa um dos cinco primeiros lugares em vendas no segmento. Trata-se de uma linha de derivados de tomate, em potes de 300g (extrato) e 340g (molho), desenvolvidos pela Owens-Illinois com desenho exclusivo. A emba-
lagem de 300g foi utilizada para o lançamento simultâneo de milho em conserva, em que a Quero é líder, posto que detém também em ervilha. Os fornecedores das tampas metálicas, tipo twist-off, e dos rótulos de papel, de aplicação convencional, variam para cada produto e conforme os lotes encomendados. O visual desses complementos é de responsabilidade da agência de design Publionline, de São Paulo. Em menos de um mês de presença nos pontosde-venda, os produtos já tiveram desempenho “acima do esperado”, segundo o gerente de marketing da Coniexpress, Rogério Cenci. A distribuição é nacional.
Santa Clara com fechos resseláveis
Balzaquiana, Liza ganha selo A linha Liza de óleos e molhos para salada, da Cargill Foods, faz 30 anos. Para marcar a data, as embalagens ganharam um selo comemorativo, criado pela B+G Designers. O selo tem a forma de um coração, com os dizeres “Liza, 30 Anos”.
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Os fechos resseláveis da Novelprint estão em seis produtos da linha café Santa Clara acondicionados a vácuo. A empresa já tinha utilizado a solução abre e fecha na embalagem do amido de milho. Para a Santa Clara, marca disponível somente
nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, a Novelprint desenvolveu a máquina aplicadora NovelTech, que pode ser ajustada para atender diferentes produtos na mesma linha de produção. As embalagens de filmes laminados são fornecidas pela Diadema.
Technopack revitaliza rótulos da Phebo A Casa Granado adquiriu a marca Phebo da Sara Lee Cosméticos e relançou a linha de desodorantes squeezable da marca. Os consumidores podem escolher entre as fragâncias Amazonian, Brisa Tropical, Frescor da Manhã, Flores da Primavera, Naturalle, Toque de Lavanda e Odor de Rosas, diferenciadas pela cor dos rótulos, impressos em sistema heat transfer pela Technopack.
De cabeça para baixo A Perfumes Dana desenvolveu uma nova embalagem para a marca Herbíssimo Roll-on Compact. São frascos que trazem um modelo inovador de aplicador: a embalagem evita desperdícios porque fica posicionada “de cabeça para baixo”, possibilitando a utilização do produto até o final. Outro diferencial é o suporte, uma espécie
de anel que envolve a esfera para diminuir a possibilidade de vazamento do líquido. Os frascos, de polietileno de alta densidade (PEAD), têm design e produção da Compack, que também fabrica as esferas, o suporte e as tampas em polipropileno. O rótulos são produzidos em BOPP pela Ralprint, com design da Neo Tass.
Novo bronzeador no mercado Na expectativa da chegada do verão, a Cosinter, de Curitiba, amplia o portfólio da linha Red Apple, com o lançamento de óleos bronzeadores. O frasco plástico, produzido pela Herplast, foi projetado pela Asa Design. Os rótulos são fornecidos pela Prakolar.
design >>> águas minerais
Cintura fina de cristal D esde que adquiriu a Panamco (Panamerican Beverages Company), em maio de 2003, a Coca-Cola Femsa, subsidiária do grupo mexicano Femsa, tornou-se um dos maiores engarrafadores de produtos Coca-Cola no mundo. Líder no Brasil, a empresa responde por estimados 21% do mercado nacional de produtos Coca-Cola, num negócio que não abrange apenas a linha de refrigerantes da multinacional de origem americana. A Coca-Cola Femsa também vem se consolidando no crescente mercado de águas minerais, onde atua com a marca Água Crystal, lançada no Brasil em 1995. Para comemorar o aniversário de uma década, período em que sua participação na receita líquida da categoria chegou a 34,3%, transformando-a em líder entre as águas minerais no mercado de São Paulo (o maior do Brasil), a linha passou por uma ampla reformulação visual. O projeto abarcou mudanças gráficas no layout dos rótulos e a estréia de um novo molde para as garrafas PET de 1,5 litro e 510ml. Produzidas pela Engepack, as embalagens da Água Crystal agora têm ombros FOTOS: DIVULGAÇÃO
Água Crystal faz dez anos e estréia garrafas projetadas com ícones da marca em relevo
cônicos e área de rotulagem mais alta. Outra inovação foi a base arredondada, projetada para aumentar o equilíbrio dimensional da garrafa. A maior novidade dos moldes, porém, diz respeito ao desenvolvimento de uma superfície especial na área de pega. A região conta com cristais em relevo cuja função primeira é servir de ícone da marca. No entanto, o detalhe também é apontado como favorecedor da ergonomia e facilitador do manuseio dos produtos. Nos rótulos, a imagem da montanha ganhou novos ares. Como se fosse uma cordilheira, ela passou a ocupar toda a volta do rótulo. O logotipo também estreou mudanças sutis, que visaram modernizá-lo preservando os elementos de identificação da marca. O design estrutural e gráfico levou cerca de um ano para ser concluído, e foi desenvolvido pela agência Müller Camacho. “Buscamos atender todos os requisitos industriais para a produção em larga escala e sem a necessidade de investimentos em equipamentos adicionais”, diz Manoel Müller, sócio-diretor da agência. As tampas das novas garrafas são fornecidas pela Alcoa. O rótulo é da Converplast. ERGONOMIA - Além de simbolizar a marca, superfície em relevo facilita a pega. Na foto menor, o novo molde nas versões de 1,5 litro e 510ml
Alcoa (11) 4195-3727 www.alcoa.com.br Converplast (11) 64621177 www.converplast.com.br Engepack (11) 3848-8800 www.engepack.com.br Müller Camacho (11) 3819-4417 www.mullercamacho.com.br
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cervejas >>> diferenciação
Visual de cerâmica Bohemia Confraria explora garrafas com pintura vitrificada
C
OPACAS – Pintadas, as garrafas contribuem para preservar a aura de mistério que envolve as cervejas inspiradas nas receitas dos mosteiros belgas
FOTO: DIVULGAÇÃO
arro-chefe do portfólio de cervejas premium da AmBev, a marca Bohemia é responsável por lances importantes na história recente da embalagem de luxo no Brasil. Ao evidenciar visualmente suas qualidades e conquistar consumidores dispostos a pagar mais por novos tipos da bebida, cervejas como Bohemia Weiss e Bohemia Escura, lançadas como edições especiais e hoje integrantes do portfólio da marca, provaram que há espaço para as grandes cervejarias investirem em garrafas e acessórios de acondicionamento de alto valor agregado. Mantendo a tática de enaltecer e diferenciar visualmente suas cervejas premium, a AmBev lançou em garrafa especial uma nova edição limitada de Bohemia. Batizada de Confraria, a cerveja é do tipo abadia, o que significa que sua fórmula é inspirada nas antigas receitas e registros históricos de mosteiros (ver quadro). O produto está sendo vendido em garrafas de 550ml fabricadas pela vidraria Saint-Gobain em Porto Ferreira (SP). Um dos destaques é o sistema de pintura das embalagens. Inspirado em cervejas estrangeiras distribuídas em garrafas artesanais, o processo proporciona ao vidro a aparência de cerâmica. O projeto foi desenvolvido numa ação conjunta que envolveu a AmBev, o fornecedor da garrafa e a Deda Decorações, empresa de Campo Largo (PR) responsável pelo revestimento das garrafas de Bohemia Confraria. “Houve muitas pesquisas
Uma aposta na tradição dos cervejeiros medievais Consta que na Europa medieval muitos religiosos dedicavam-se à produção de cerveja. Na Bélgica, considerada a terra da bebida, alguns criaram novas fórmulas e se especializaram a ponto de ganhar a fama de mestres cervejeiros. É creditada a monges belgas a adição de lúpulo à bebida. Por dominarem a escrita, eles
seriam responsáveis pelos primeiros registros históricos que padronizaram as receitas de cervejas. Conhecida como cerveja de abadia (local que abriga uma comunidade religiosa), a bebida produzida nos mosteiros ganhou fama pela qualidade superior e, com o passar dos anos, conquistou legiões de consumidores devido aos ingre-
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dientes especiais e aos métodos diferenciados de elaboração. A Bohemia Confraria recém-lançada pela AmBev é inspirada nessa tradição. Segundo a empresa, o produto apresenta alta fermentação e teor alcoólico de 6,2%. Outra característica peculiar é a adição de aveia à bebida, resultando numa cerveja mais encorpada.
e testes até chegarmos ao design ideal”, conta Márcio Dimas Vasconcellos, gerente de inovações super premium da AmBev.
Adaptação produtiva No decurso da escolha do sistema de pintura, a embalagem de uma cerveja belga pintada com tinta orgânica branca entusiasmou os profissionais da AmBev e da Saint-Gobain. “O aspecto era semelhante ao das embalagens de Malibu”, compara Carlos Alberto Ansolin, diretor-técnico da Deda Decorações, referindo-se ao rum misturado com coco e vendido na inconfundível garrafa branca com coqueiros ao pôr-do-sol. A tinta orgânica, porém, acabou não sendo adotada em virtude da alta velocidade das linhas produtivas da AmBev. “Esse material é indicado para linhas que não tenham atrito tão alto”, explica o diretor da Deda Decorações. Para evitar problemas, os profissionais passaram a considerar um sistema de acabamento baseado numa tinta esmalte especial que se funde no vidro. Empregado em embalagens de alta perfumaria e de destilados sofisticados, o material
Deda Decorações (41) 3399-3397
[email protected] Saint-Gobain Embalagens (11) 3874-7211 www.sgembalagens.com.br
revelou-se capaz de tornar as garrafas opacas. Ademais, imprimiu a aparência de cerâmica, que, integrada ao briefing de produto artesanal, foi imediatamente aprovada pela AmBev e pela Saint-Gobain. “Por não ser transparente, a garrafa da Bohemia Confraria contribui para preservar a aura de mistério que envolve as cervejas inspiradas nas receitas dos mosteiros belgas”, observa o gerente de inovações super premium da AmBev. Os rótulos são feitos pela Fahz, Fundação Antonio e Helena Zerrenner, uma das controladoras da AmBev. Responsável por 5% do mercado brasileiro de cervejas, o segmento premium tem crescido no Brasil. Cinco anos atrás a participação das marcas sofisticadas era estimada em apenas 2,5% das vendas nacionais. Nos Estados Unidos esse número chega a 25%, sendo ainda maior em diferentes países da Europa. Além de gigantes como a AmBev, micro e pequenas cervejarias com atuação regional têm ajudado a difundir o filão das cervejas especiais no Brasil.
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EmbalagemMarca <<< 13
Aposta alta na meia-garrafa de PET No fim de agosto a vinícola californiana Beringer lançou, sob a marca Stone Cellars, aqueles que são brandidos como os primeiros vinhos premium em garrafas de PET com distribuição em todo o território americano. A novidade quer pegar carona num dado apurado numa recente pesquisa conduzida pelo instituto Gallup: pela primeira vez o vinho ultrapassou a cerveja como a bebida alcoólica preferida dos americanos. “Nossos focus groups confirmaram que os consumidores de vinho desejam os benefícios de uma inovadora gar-
rafa inquebrável e a portabilidade de uma dose individual”, afirma Tom Slone, gerente de marca da Beringer. “Por isso a introdução da garrafa plástica, que não altera o sabor da bebida, no volume de 187ml”. Os vinhos Stone Cellars em PET serão encontrados nas varietais Chardonnay, Pinot Grigio, Cabernet e Merlot e vendidos em multipacks com quatro ou oito unidades. As garrafas de PET são fornecidas à vinícola pela Field Manufacturing Corporation, transformadora situada também na Califórnia.
fieldmfg.com
Resgate da apresentação pioneira Para marcar o 85º aniversário de BandAid, a matriz americana da Johnson & Johnson introduziu uma nova tecnologia no curativo – a Comfort-Flex, que previne o enrolamento e dá maior flexibilidade às bandagens – e lançou uma edição limitada, apresentada na tradicional embalagem metálica da marca. A latinha de aço foi o suporte comercial pioneiro de Band-Aid, na década de 20, logo após sua invenção por Earle Johnson, um comprador de algodão da J&J, e havia sido aposentada dez anos atrás. Resgatada, a latinha mantém um visual retrô. Agora, porém, acondiciona uma quantidade maior de bandagens: 85, contra 39
das antigas, como a de 1952, situada à esquerda na imagem (a da direita é a nova). Procurada, a J&J americana preferiu não informar o fornecedor da rediviva latinha de Band-Aid.
Com laser, anéis mensageiros A multinacional americana Ball Corporation lançou no início de julho argolas para latas de bebidas capazes de serem impressas com estampas personalizadas. Disponíveis em variadas cores, os anéis levam incisões a laser que podem formar logotipos e mensagens, transformando-se em suportes adicionais para identificação de marca, divulgação de campanhas
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e mensagens promocionais. “Os novos anéis são ideais sobretudo para energéticos, vinhos e bebidas funcionais, segmentos nos quais diferenciação de imagem é uma preocupação central das marcas”, entende Bob Tettero, diretor de marketing da Ball. A Ball possui exclusividade no fornecimento das argolas impressas a laser para o mercado americano, sob licença da CanDO International, detentora da patente da tecnologia.
www.ball.com
Um tchã nos pratos dos cães A Procter & Gamble inaugurou nos Estados Unidos uma nova categoria de alimento para cães com a linha IAMS Savory Sauce for Dogs de molhos de carne para rações secas. Os molhos funcionam como ketchup e mostarda para os totós, garantindo-lhes refeições mais saborosas e com textura mais úmida. A linha é acondicionada em frascos multicamadas de polipropileno (PP) de 14 onças líquidas e de 20 onças líquidas – cerca de 400ml e 560ml, respectivamente –, produzidos pela TricorBraun, com tampas flip-top, também de PP, da Seaquist Closures. Os frascos são decorados em toda a sua extensão por rótulos termoencolhíveis da American Fuji Seal. Além de gerar grande impacto visual, as luvas conjugam lacres de segurança e dispensam o estoque de garrafas prédecoradas para a linha, composta por diversos sabores, como Bacon (na imagem ao lado).
www.tricorbraun.com www.seaquistclosures.com www.afseal.com
reportagem de capa >>> sabões em pó
Bolha de variedade nas
Marcas alternativas e novas embalagens pulverizam – e prometem fazer crescer
GODOY AG – A NDRÉ STUDIO FOTO:
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Em 2000 as três principais marcas de sabão em pó detinham
65% do mercado
Hoje, elas detêm
54% do mercado
FONTE: ACNIELSEN
M
Por Guilherme Kamio
arcas líderes começam a perder espaço para vorazes emergentes – e até para produtos das bandeiras do varejo. Então, contra-atacam com novas estratégias em embalagem. O enredo é conhecido. Resume os últimos anos de uma série de mercados de itens de largo consumo no país. Agora, ele parece estar ganhando força no negócio de detergentes em pó, comandado com mão de ferro pelas multinacionais desde a década de 50, quando elas difundiram o consumo do produto entre os brasileiros. Vive-se uma inquietude nesse setor, responsável por 36% das vendas das seções de limpeza dos supermercados e que já fatura mais de 2 bilhões de reais anuais. Dos indícios dessa situação, talvez o mais eloqüente seja a recente escalada das embalagens plásticas flexíveis nas gôndolas do produto. Pegue-se o caso da Rhotoplás, de Barueri (SP), conhecida produtora de bolsas plásticas de polietileno laminado para sabões em pó, como o produto é popularmente chamado. Embora não divulgue
prateleiras
– o mercado de sabões em pó
números, a convertedora confirma que a produção dessas embalagens aumentou significativamente no primeiro semestre. Sucede que sua principal consumidora, a Procter & Gamble, decidiu encampar um ousado plano: migrar gradualmente dos cartuchos de papel cartão, as embalagens hegemônicas do mercado, para flexíveis em suas principais marcas de sabão em pó. “As bolsas plásticas têm melhor desempenho em ambientes úmidos e não deixam o sabão empedrar”, diz Herman Schwarz, presidente da operação brasileira da P&G, sublinhando que a mudança foi alavancada pelo retorno de uma pesquisa com donas de casa, que avaliaram positivamente os sabões em saquinho. Daí as reestréias das pontas-de-lança Ariel e Ace, cerca de três meses atrás, em bolsas tamanho-família, com volumes variados que chegam a até 5 quilos (veja quadro), e em sachês de 850g nas variantes com apelo premium. Para apoiar a sua guinada na apresentação dos produtos, a P&G colocou no ar um polêmico comercial televisivo, em que uma caixinha cartonada de sabão em pó se esfacela após molhada. Mais ou menos na mesma época, a Unilever, dona de cerca de 70% do mercado, reforçou a distribuição de uma versão em bolsa plástica, com 2 quilos, do líder Omo. O fato ganha desta-
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EmbalagemMarca <<< 17
FAMÍLIA – Nova linha Ariel apresenta pacotões de até 5 quilos da Rhotoplás
caixinha de surpresas”, avalia Fernando Silva, gerente de negócios da Rhotoplás. Ele descarta a possibilidade de as embalagens plásticas um dia dominarem as prateleiras de sabão em pó no Brasil, como ocorre na Argentina – a propósito, as embalagens da Rhotoplás chegam até lá, e também ao México, via marcas da P&G. A cautela também prevalece no balcão dos fabricantes. “Ocorre que a classe AB demonstra muita resistência em consumir sabões nessa apresentação”, diz Edison Nunes, gerente comercial do Grupo GR, fusão de três indústrias de itens de limpeza – as fluminenses Zimbra e Bio Brilho Química e a mineira Tecno Clean – que acaba de lançar lava-roupas das marcas Bio Brilho, Barra e Bica em sachês de 500g, supridos por uma carteira ampla de convertedoras, mirando o consumidor de baixa renda. “As flexíveis são ideais para esse público, pois garantem, em relação aos
Nos últimos dez anos o mercado nacional de sabões em pó cresceu
73%
FOTOS: DIVULGAÇÃO
Pioneira abre ala para edições limitadas Mãe da tática de se utilizar embalagens flexíveis para impulsionar vendas de sabão em pó entre o público de renda comprimida no país, Ala, comercializada somente no Norte e no Nordeste, já se transformou num case clássico de marketing. A marca regional da Unilever caiu no gosto dos consumidores daquelas praças, onde atualmente goza de um share de 19,9% em volume, segundo dados Ibope de junho. Ala surgiu de pesquisas que mostraram que o sachê seria a embalagem mais adequada aos hábitos nordestinos, como a lavagem de roupa em turnos coletivos. Aquilo que os gurus de marketing chamam de customer intimacy, ou proximidade com a base consumidora, continua a afiar a administração dessa marca. Em março, para marcar os aniversários das cidades de Olinda e Recife, Ala ganhou uma edição limitada, com os sachês da Canguru Embalagens
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estampando imagens e curiosidades da cultura popular nordestina. “Trouxemos um pouco da riqueza e da tradição nordestina para a embalagem de Ala como forma de homenagear e estreitar ainda mais o relacionamento com a dona de casa dessa região”, confirma Daniela Baronni, gerente de marketing de Ala na Unilever.
FONTE: ACNIELSEN
que especial ante algumas informações. O poder das três principais marcas da área vem caindo progressivamente nos últimos anos. Segundo a ACNielsen, em 2000 elas detinham, em volume, 65% do mercado. Hoje, esse índice é de 54%. Ainda que não respalde com números, a Abipla – Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Limpeza e Afins informa que no primeiro semestre as marcas B de sabão em pó obtiveram melhores desempenhos que as notórias. Tal cenário põe em pauta uma delicada questão. Se as bolsas plásticas são armas para amainar o ímpeto das marcas alternativas, elas não poderiam surtir na seara de sabões em pó efeito similar ao causado pelas garrafas de PET ao negócio de refrigerantes – ou seja, o de tiro pela culatra para as líderes? “As flexíveis de fato permitem baratear custos e são totalmente adequadas a esse mercado, que ainda é uma
ESTUDO? – Comenta-se que o Omo em sachê visa medir o potencial da embalagem no mercado
cartuchos, um barateamento de quase 15% no nosso custo de embalagem.” Para Nunes, o xis da questão é outro. Flexíveis não serão sucessoras dos cartuchos, mas sim meios de fazer o mercado crescer aumentando a penetração nos lares do povão.
STUDIO AG – ANDRÉ GODOY
Para crescer, povão e sachê O consenso é o de que reside na base da pirâmide social a oportunidade de fermentar o consumo anual per capita de sabões em pó no país – hoje estimado em 2,8 quilos, contra, por exemplo, 4,3 quilos do México. “É um filão que, salvo exceções, nunca foi bem atendido pelos Golias da área”, entende o dirigente do Grupo GR (uma dessas exceções é o Ala, da Unilever, tema de um quadro na página anterior). Outros jogadores do mercado rubricam a tese. “Sachês fazem todo o sentido nos nichos de preço”, diz Letycia Maria Mantovani, do marketing da Química Amparo, a dona da marca de higiene e limpeza Ypê. “Mas cremos que o mercado dificilmente irá enveredar pela guerra nivelada nessa faixa.” A Amparo lançou em agosto uma versão de seu sabão em pó Tixan, a Maciez, em bolsas da
DE MASSA – Sachês do Grupo GR têm a missão de penetrar nos lares da classe CD
MIX – Assolan aposta em variações de embalagem
STUDIO AG – ANDRÉ GODOY
Para cada bandeira uma sentença
FOTOS: DIVULGAÇÃO
Rhotoplás. No entanto, atribui os recordes de venda de sua marca às variantes em cartuchos de papel cartão, supridos principalmente pela Rigesa. Uma delas é a Ação Máxima, de apelo premium, lançada em fevereiro. De acordo com pesquisas da seção de marketing da Amparo, as donas de casa, principalmente da classe AB, muitas vezes se descontentam em ter de usar tesouras para abrir e pregadores de roupa ou clipes para fechar as bolsas. Também se queixam de que elas não ficam em pé como os cartuchos. “É por isso que cremos no potencial dos stand-up pouches nesse mercado”, aponta Everton Nesi, assistente de marketing da catarinense Canguru Embalagens. Fornecedora de envoltórios de polietileno laminado para marcas de sabão em pó da Unilever, a Canguru vem investindo, nos últimos meses, na prospecção dessas flexíveis, que param em pé (em tempo: foi a Canguru a responsável, em 1998, pela bolsa plástica do Brilhante, da Unilever, primeiro sabão em pó nacional em flexível; naquela época, a embalagem trazia um conveniente acessório para seu fechamento: um selo abre-fecha auto-adesivo, inova-
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É possível dizer que para o lançamento dos novos sabões em pó Ariel em bolsas plásticas, feito cerca de três meses atrás, a Procter & Gamble inaugurou um modelo de distribuição fiel ao adágio do “cada macaco no seu galho”. Explica-se. Os novos produtos chegaram ao mercado em embalagens da Rhotoplás nos volumes de 2 quilos, 3 quilos, 4 quilos e 5 quilos, sendo que cada tamanho segue para um varejista diferente. O pacote de 2 quilos vai para as lojas da Companhia Brasileira de Distribuição (CBD), o de 3 quilos para o Carrefour e o de 4 quilos para o Wal-Mart. Por sua vez, a bolsa de 5 quilos é exclusiva do SAM’s Club, que vende grandes volumes. De acordo com a P&G, a estratégia baseia-se nos resultados de um estudo do
CARTÃO – Química Amparo lança sachês, mas credita boa fase de Tixan aos cartuchos da Rigesa
hábito de compra do consumidor de cada uma dessas bandeiras. Outra cria nova da P&G, o Ace Profissional – variante direcionada a estabelecimentos que lavam grandes quantidades de tecidos, como hotéis, restaurantes e clubes – acompanha tal política. Sua bolsa de 5 quilos só é encontrada no Makro, seguidor do modelo de atacadão.
ção da Novelprint). “Quanto à praticidade, vale dizer que o parque nacional de flexíveis também já possui condições para fornecer pouches com zíper, por exemplo”, lembra Roberto Inson, da área comercial da paulistana Allpac, responsável pelo abastecimento das flexíveis plásticas utilizadas por aquela que promete se tornar uma nova força em detergentes em pó: a Assolan. Em meio às movimentações de embalagem do mercado, a fabricante goiana de itens de limpeza, controlada pela holding Montecristalina, dos ex-donos da Arisco, acaba de entrar no jogo dos sabões em pó tanto com embalagens cartonadas quanto com flexíveis para sua marca Assim (aliás, as criações visuais dessas embalagens, assinadas pela M Design, foram detalhadas na edição anterior de EMBALAGEMMARCA). “As opções permitirão à consumidora escolher o tipo de embalagem mais adequado ao seu dia a dia”, diz Mônica Pasini, gerente de marketing da Assolan. Assim – abstraia-se o trocadilho –, a executiva acredita que a marca da Assolan “é
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a primeira a atender a todas as faixas de consumo”. A idéia é singela: os cartuchos irão satisfazer aos consumidores tradicionalistas, enquanto os sachês terão preços mais em conta. Segundo Mônica, Assim será uma marca versátil: irá brigar nas faixas de primeiro preço, mas também terá a missão de encarar as marcas notórias. Certos detalhes levam a crer que o desafio às líderes é pra valer.
Líderes desafiadas Os cartuchos de Assim são produzidos pela Dixie Toga, a mesma fornecedora dos cartuchos de Omo e de outras poderosas instituições de sabão em pó. A marca está sendo apresentada ao público a reboque de uma extensa campanha publicitária, protagonizada por bebês com lanosas perucas (criação da agência Africa, de Nizan Guanaes, também responsável pelo nome Assim, que busca remeter por assonância à Assolan). Ademais, a direção da Assolan lançou a expectativa de bater a capacidade produtiva da P&G em dois anos, por meio de incrementos em sua fábrica em Itajaí (SC), adquirida por 25 milhões de reais da Quimivale.
SINTONIA – Marcas próprias do varejo também inovam na apresentação de sabões em pó. Lata do Extra (à dir.) faturou série de prêmios
Antes da transação, a Quimivale disputava mercado com as marcas Rizzo e Maj, agora descontinuadas. Também era a maior abastecedora de marcas próprias do varejo, modelo de negócio que será preservado, Mônica informa. Lançados pela preocupação do setor de distribuição em não ficar à mercê dos poucos fabricantes do produto nas negociações de preço, os sabões em pó igualmente vêm abrindo espaço a chamativos projetos de embalagem. Veja-se o caso da Companhia
...e de Surf, para ganhar em logística e em visibilidade nos pontos-de-venda
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HORIZONTE – Apoiada pela Dixie Toga, Unilever mudou os cartuchos de Omo...
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Brasileira de Distribuição (CBD). Em meados do ano passado ela lançou o lava-roupas Extra, para sua cadeia homônima de hipermercados, numa apresentação inovadora: uma lata cilíndrica de aço – a Ploc Off, da Brasilata, com tampa plástica acoplada. O produto ganhou troféus no Prêmio da Associação Brasileira de Embalagem e no WorldStar 2004, organizado pela Associação Mundial de Embalagem e considerado o Oscar do setor. Também foi premiado na Alemanha, em abril, num congresso da APEAL – Associação Européia dos Fabricantes de Aço para Embalagens. Outro peso-pesado do varejo, o Carrefour, acaba de investir no relançamento de seu sabão em pó em bolsa plástica, fornecida pela Canguru e com visual projetado pela Pandesign.
Como não poderia deixar de ser, os provedores de cartuchos não assistem ao refestelo das embalagens diferentes para sabão em pó de braços cruzados. Referência da área, a Dixie Toga está capitaneando, através de Omo, freguês fiel, a difusão daquilo que o mercado está chamando de “cartucho horizontalizado”. Trata-se de uma caixinha mais bojuda: tem menor altura, maior comprimento lateral e maior profundidade que as tradicionais. Segundo a Unilever, estudos com consumidoras mostraram que o novo formato facilita o manuseio e o armazenamento nas estantes e prateleiras das áreas de serviço. “Além disso, com o novo formato garantimos maior exposição da marca nas gôndolas e redução dos estoques nos pontos-de-venda”, explica Adriana Yamamoto, gerente da marca Omo.
Allpac (11) 3901-8600 www.allpac.com.br Brasilata (11) 3871-8500 www.brasilata.com.br Canguru Embalagens (48) 461-9000 www.canguru.com.br
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Congraf (11) 5563-3466 www.congraf.com.br Design Absoluto (11) 3071-0474 www.designabsoluto.com.br Dixie Toga (11) 6982-9497 www.dixietoga.com.br M Design (11) 3833-0969 www.mdesign.art.br Novelprint (11) 3768-4111 www.novelprint.com.br Pandesign (11) 3849-9099 www.pande.com.br Rhotoplás (11) 4199-2555 www.rhotoplas.com.br
SIMULTÂNEO – Assim recorreu à Congraf para lançar novo cartucho ao mesmo tempo em que a Unilever
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Rigesa (19) 3707-4000 www.rigesa.com.br
Depois de Omo, a Unilever está adotando a caixinha horizontal da Dixie Toga no Surf, de apelo popular. O projeto acaba de sair da prancheta da agência Design Absoluto. Nem assim, porém, a Unilever ganha refresco da emergente concorrência. Quase simultaneamente ao lançamento do novo cartucho de Omo, a Assolan anunciava uma variante do Assim em cartucho de perfil similar, produzido pela Congraf. A gráfica paulistana valeu-se do expertise em cartuchos para cosméticos nessa embalagem. “Empregamos cores prata e vermelha especiais, aplicamos detalhes em alto relevo e laminamos a face interna do papel cartão com um verniz especial”, conta Paulo Sérgio Dutra, assessor comercial da Congraf. E o sossego das multinacionais promete ser ainda mais abalado. Comenta-se, nos bastidores, um retorno revigorado ao mercado da Bombril, que atuava com a marca Quanto até vender o negócio de sabões em pó para a Procter & Gamble em meados dos anos 90. É mais um indicativo de como o setor pode se pulverizar mais ainda daqui para frente em termos de jogadores – e, nessa medida, uma diversidade ainda maior de embalagens nas prateleiras não será surpresa.
ACESSE CONTEÚDO ADICIONAL EM WWW.EMBALAGEMMARCA.COM.BR
Novos cartuchos na área
mercado >>> sucos
Reação em cadeia Compra da Sucos Mais favorece onda de lançamentos entre fabricantes da bebida Por Leandro Haberli visão de peças de dominó enfileiradas e caindo sucessivamente simboliza uma conhecida teoria cujas aplicações parecem cada vez mais corriqueiras no mundo do varejo. No contexto do marketing e dos negócios, o chamado efeito dominó significaria que, ao se concretizar determinado movimento de mercado, outros similares podem ser desencadeados em série. Pelas novas estratégias e lançamentos observados durante as últimas semanas no mercado brasileiro de sucos, uma reação em cadeia sobreveio nas gôndolas da categoria após o fechamento de um negócio estratégico no segmento de sucos prontos para beber. Trata-se da aquisição da Mais Indústrias de Alimentos pela Coca-Cola do Brasil. Embora tenha sido fundada há menos de três anos e conte com uma única fábrica no país, localizada em Linhares (ES), a dona da marca Sucos Mais despertou o interesse da multinacional de refrigerantes ao se tornar a segunda maior fabricante de sucos prontos do país, atrás apenas da mexicana Dell Valle. Estimado em 110 milhões de reais, o negócio pode ter feito muito mais do que inserir a Coca-Cola, que já atuava com a linha Kapo de sucos infantis, no segmento adulto da categoria. Ao lado de perspectivas favoráveis de consumo, a compra da marca capixaba colocou o mercado de sucos em evidência, impulsionando uma forte onda de lançamentos e alimentando expectativas em torno de novas fusões. Profissionais do setor aguardam, por exemplo, a definição de estratégias da Pepsi. Comenta-se
A
MATTHEW BOWDEN
que no mercado de sucos a empresa poderá fazer novas aquisições ou trazer para o Brasil sua marca internacional Tropicana. Em meio às movimentações, a cadeia de embalagens tem motivos para enxergar na indústria brasileira de sucos um segmento com potencial ampliado. No primeiro semestre deste ano, o setor movimentou 472 milhões de reais, mais da metade das vendas de 2004, calculadas em 707,1 milhões de reais. Em volume, o primeiro semestre de 2005 representou a venda de 134,2 milhões de litros, contra 211,4 milhões em todo o ano passado. Os balanços animadores favoreceram mudanças de rumo no curso de importantes fornecedores do setor. Depois de iniciar as atividades na produção de polpa de frutas, a Agrofruit, empresa do pólo de fruticultura da zona da mata mineira que fornece para fabricantes como a Kraft, dona da marca Maguary, decidiu dedicarse à briga das gôndolas. A guinada se deu com o recente lançamento da marca Brisk, que chegou aos supermercados em sete sabores.
Design arrojado Entre junho de 2004 e maio deste ano, o consumo de sucos prontos para beber aumentou
9% EXPERIÊNCIA Termoencolhíveis da Propack decoram garrafas de vidro da Saint-Gobain na linha Brisk
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Os produtos de varejo da Agrofruit reforçam a tese de que o mercado de sucos reserva atraentes oportunidades à cadeia de embalagens. Vendida com rótulos termoencolhíveis de PVC fornecidos pela Propack e tampas plásticas de rosca com 38mm de diâmetro da Alcoa, a linha Brisk fez a empresa encomendar à Saint-Gobain Embalagens um modelo especial de garrafa de vidro. Com formato ergonômico e curvas suaves, projetadas para enaltecer e facilitar a rotulagem, a embalagem é oferecida nas capacidades de 1 litro e 300ml, e tem a missão de diferenciar a marca numa categoria cada vez mais concorrida. “Estamos levando aos consumidores mais exigentes um produto com design arrojado e funcional”, define Aléxia Mendonça Campos, diretora comercial e de marketing da Agrofruit. No lado da Saint-Gobain, o projeto trouxe a
perspectiva de ampliar as entregas para o mercado de sucos, atualmente estimadas em 6 milhões de embalagens por ano, ou em torno de 1% da produção anual de garrafas. “Temos notado aumento de demanda, e este ano já lançamos três modelos standard no mercado de sucos”, informa André Liberali, gerente comercial e de marketing da Saint-Gobain Vidros, Divisão Vidro Oco. No mercado de sucos, além da Agrofruit a empresa atende a Beta Mix e a fabricante de Sumol. Entre os aspectos que favorecem o vidro no setor está a crescente adoção das embalagens de consumo individual na categoria de sucos prontos para beber. De acordo com a LatinPanel, esse tipo de embalagem já representa 34% do volume da categoria nos domicílios brasileiros. Embora latas e cartonadas assépticas também se beneficiem de tal tendência, as garrafas de vidro são vistas por muitos fabricantes como um sistema
Unidade do Grupo SIG especializada em máquinas de enchimento e sistemas de embalagem cartonada asséptica, a Sig Combibloc está oferecendo seu novo formato combifitPremium no mercado brasileiro de produtos lácteos e bebidas. Um dos setores que têm despertado especial interesse da empresa é o de sucos prontos para beber. Para mostrar as possibilidades de diferenciação da linha combifitPremium, que tem topo chanfrado e dorso anatômico, a Sig Combibloc divulgou a adoção do sistema pela marca alemã Punica, líder no mercado de sucos daquele país. Segundo o departamento de marketing da empresa, “a forma incomum dessas embalagens contribui para a diferenciação do produto e sinaliza valor”.
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Sinalizando valor
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de acondicionamento que gera apelos de venda diferenciados em bares, cafés e restaurantes. A despeito dos bons ventos trazidos pelos produtos de consumo individual, o crescimento do vidro no mercado de sucos esbarra nas investidas de materiais concorrentes. Favorecido por custos competitivos e processos de enchimento asséptico, o PET disseminou-se na categoria de sucos concentrados, desbancando em muitos casos as garrafas de vidro. Contra as vidrarias também está a multiplicação das embalagens cartonadas assépticas entre os produtos prontos para beber. A Tetra Pak, por sinal, tornou-se praticamente onipresente no setor ao conquistar este ano a linha Izzy, da Pomar, fabricante que usava caixas longa-vida produzidas pela concorrente Sig Combibloc. Após ter feito uma experiência com embalagens assépticas importadas pela antiga fornecedora, que incluíam versões de 2 litros inéditas na categoria, a Pomar está relançando sua linha de sucos em embalagens cartonadas de 1 litro e 200ml da Tetra Pak. Outro lance importante no cenário nacional foi o lançamento, em julho, do primeiro suco de laranja em lata de alumínio do mercado bra-
MIGRAÇÃO – Após ser atendida pela Sig Combibloc, Pomar relançou linha de cartonados da marca Izzy em longavidas da Tetra Pak
sileiro. A idéia foi encampada pela Del Valle. Segundo a empresa, a fruta é a preferida entre os consumidores de suco. A liderança do Brasil no ranking dos principais produtores de laranja do mundo também influiu no lançamento. A nova versão usa latas de 335ml fornecidas pela Crown Cork com layout da Packing Design. No campo das marcas próprias o mercado de sucos também desfila lances interessantes do ponto de vista do marketing de embalagens. Após reformular visualmente sua linha de prontos para beber, num projeto desenvolvido pela agência Pandesign, o Carrefour contabilizou 190% de elevação nas vendas. Segundo a rede varejista, mais do que preços competitivos (em média 20% inferiores aos dos concorrentes), o design chamativo garantiu o ganho de participação.
O pulo dos pronto para beber Menos vistoso que o milionário negócio da Coca-Cola, a compra da Tropical Sucos, dona da marca Tial, pelo frigorífico mineiro Pif Paf também se enquadra na atual série de movimentações do setor. O negócio foi feito com o grupo
Predomínio de branco para comunicar leveza e saúde gráfico. “Buscando referências em embalagens de produtos europeus, elegemos o branco como a cor predominante no novo design para evidenciar que os produtos são leves e saudáveis”, afirma Walter Giglio Jr., diretor de planejamento da Estação Brasil. O
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Após quinze anos ostentando praticamente o mesmo visual, a linha de sucos prontos da pernambucana Dafruta passou por uma repaginação. O novo design foi desenvolvido pela agência Estação Brasil, que encontrou lá fora inspiração para o projeto
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novo layout decora as embalagens cartonadas assépticas de 1 litro, versões light e normal, fornecidas pela Tetra Pak. Em pesquisa encomendada antes da reformulação, o consumidor teria declarado rejeição à cor preta das antigas embalagens.
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INOVAÇÂO – Del Valle aposta no primeiro suco de laranja pronto para beber em lata do Brasil
Nutriwan, que havia adquirido o controle da Tropical Sucos há quatro anos. Estima-se que o Pif Paf vá investir 5 milhões de reais este ano em seu negócio de sucos. Um dos objetivos é estrear no segmento de produtos infantis, projeto que conta com a consultoria de uma agência de branding e design de embalagem. Outra meta é brigar com a marca Tampico na seara de refrescos. Integrantes de um cenário amplo e dinâmico, todos esses lances permitem supor que o mercado brasileiro de sucos prontos para beber, que praticamente não existia uma década atrás, está cada vez mais consolidado. Há, contudo, muitas oportunidades ainda inexploradas no setor. Estima-se que os sucos prontos para beber, cujo consumo per capita no país é inferior a 2 litros por ano, estão presentes em apenas 30% dos lares brasileiros. Por outro lado, entre junho de 2004 e maio deste ano, o consumo médio por família aumentou 9% numa comparação com o mesmo período anterior. Índices como esse mostram que, com a inegável ajuda de investimentos em marketing e embalagens, o apelo de bebidas saudáveis está funcionado como nunca para os fabricantes de sucos.
BOOM – Com redesign, linha Carrefour cresceu 190%
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De xaropes a orgânicos
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ontrolada pela Wessanen do Brasil, a marca Maraú de sucos orgânicos prontos para beber tem registrado sucessivos aumentos de venda. Produzida com frutas cujo cultivo e processamento industrial são livres de produtos químicos, a linha cresceu 15% entre 2003 e o ano passado. Em 2005, a expectativa é que o viés de alta seja ainda maior, expandindo as vendas em até 20%. Aproveitando o bom momento, a empresa está investindo em novas embalagens. Nos rótulos o papel deu lugar a filmes de BOPP fornecidos pela Vitopel e impressos pela Gráfica Rami. Ademais, a Wessanen lançou em embalagens de 1 litro produzidas pela vidraria Owens-Illinois do Brasil duas versões que até então comercializava apenas em garrafas de vidro de 300ml: laranja com acerola e manga. As novas apresentações têm a missão de responder à crescente demanda desses sabores. Metálicas, tipo twist-off, as tampas dos sucos Maraú são fornecidas pela Whitecap. A agência responsável pelo layout dos rótulos é a Packing. Igualmente gerida pela Wessanen, a marca Milani de sucos concentrados e xaropes de groselha também está apresentando novidades. A linha debutou no mercado de sucos prontos
Alcoa (11) 4195-3727 www.alcoa.com.br Cimplast Embalagens (11) 3601-2004 www.cimplast.com.br
BOM MOMENTO – Linha Maraú adotou rótulos de BOPP e ampliou a linha vendida em garrafas de 300ml
Crown Cork (11) 4529-1000 www.crowncork.com.br Estação Brasil (11) 3167-0905 www.estacaobrasil.com.br
INEDITISMO – Milani busca quinhão do segmento de prontos para beber com garrafas PET de 1,5 litro
para beber de forma alardeada como inédita na categoria: em garrafas PET de 1,5 litro. A nova família tem sete sabores, e será posicionada na mesma faixa de preço dos sucos prontos para beber vendidos em embalagens de 1 litro (cerca de R$ 3,80). “Queremos oferecer o produtos às classes C e D”, informa Maiume Takeuti, coordenadora de marketing da Milani. Produzidas pela Cimplast Embalagens, as garrafas dos recém-lançados produtos Milani são vendidas com tampas da Alcoa e rótulos impressos pela gráfica Rami, com layout da Live Design.
Live Design (11) 3845-1629 www.livedesign.com.br Owens-Illinois do Brasil (11) 6242-8000 www.oidobrasil.com.br Packing (11) 3074-6611 www.packing.com.br Pandesign (11) 3849-9099 www.pande.com.br Propack (11) 4785-3700 www.propack.com.br Rami (11) 4587-1100 www. ramiprint.com.br Saint-Gobain Embalagens (11) 3874-7211 www.sgembalagens.com.br Sig Combibloc (11) 2107-6744 www.sigcombibloc.biz Tetra Pak (11) 5501-3262 www.tetrapak.com.br Vitopel (11) 4977-7241 www.vitopel.com.br White Cap (11) 5585-0723 www.amcorwcb.com.br
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materiais >>> cerâmica
Iguaria com jóia daqui Cerveja de prestígio, a mais forte do mundo, é vendida nos Estados Unidos em garrafa de cerâmica lustrada com ouro – e produzida no Brasil
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ender com sucesso uma garrafa de cerveja a 100 dólares poderia soar a uma utopia das cervejarias. Mas não é. Isso acaba de ocorrer nos Estados Unidos. Colocada no mercado em meados de julho, a cerveja de prestígio Samuel Adams Utopias, da Boston Beer Company, que em moeda nacional custaria cerca de 250 reais, esgotou-se em poucos dias. Com teor alcoólico de 25º, mais que o quíntuplo dos graus das cervejas commodities – o que lhe vale o título de cerveja mais forte do mundo no Guinness Book, o livro dos recordes –, a Utopias é uma loira singular. Aliás, nem loira é. Tem cor escura, não faz espuma e recomenda-se bebê-la depois das refeições, como digestivo, à temperatura ambiente. Ela envelhece por onze anos em barris de carvalho usados para maturar uísques. Seu sabor revela notas de baunilha, canela e maple (a árvore cuja folha é o símbolo do Canadá e da qual se extrai um melado popular entre os americanos). A Utopias é praticamente um spirit, uma bebida alcoólica fina, e o marketing da Boston Beer não mede esforços para vendêla como uma pequena jóia. Tanto é que, para apresentar a bebida, escolheu uma seleta garrafa estrangeira de cerâmica, cujo acabamento de lustre leva 3% de ouro puro. A origem dessa embalagem? O Brasil. Quem a produz é a Ceramarte, de Rio Negrinho (SC). Conhecida entre os colecionadores de canecos de chope e com negócios em utensílios domésticos, a empresa coordena um trabalho de prospecção de produtos no mercado americano desde 1973. Mais recentemente, passou a apostar no potencial das embalagens por lá. Deu certo. A aproximação com a dona da marca Samuel Adams ocorreu há cerca de três anos. Fornecedora e cliente desenvolveram o formato da garrafa da 30 >>> EmbalagemMarca >>> setembro 2005
Utopias, que alude a antigos tonéis de cobre para a torrefação de cevada, em conjunto. Um lote inicial da cerveja foi vendido dois anos atrás, exigindo 8 000 garrafas da Ceramarte. Já para a edição de julho último, lançada para aproveitar a celebração do Mês da Cerveja Americana, o pedido subiu para 10 000 garrafas. “Nesse período há uma grande procura por cervejas exclusivas e de qualidade nos Estados Unidos”, explica Jim Koch, fundador e mestre cervejeiro da Boston Beer.
Como uma garrafa de vidro
LUXO – Lustrada com ouro, garrafa de cerâmica da Samuel Adams Utopias vai de navio de Santa Catarina para os Estados Unidos
Ceramarte (47) 641-1111 www.ceramarte.com.br
“As embalagens são embarcadas vazias para a cliente americana em caixas máster de doze peças, que partem em navios dos portos catarinenses”, conta Klaus Schumacher Júnior, diretor geral da Ceramarte. “Somos os únicos no mundo a oferecer garrafas de cerâmica que suportam pressão de envase de até 120 libras e com fechamento de rosca com dimensional e desempenho iguais aos das garrafas de vidro.” Esse detalhe, no entanto, ainda não gerou entusiasmo nas cervejarias e outras indústrias nacionais de bebidas. “Gente de marketing adora os projetos, mas eles param quando chegam ao chão de fábrica”, afirma Schumacher. Para mostrar na prática ao empresariado nacional algumas possibilidades de trabalho com suas embalagens, a Ceramarte adquire licores e cachaças nobres e os comercializa, sob marcas próprias, em garrafas originárias de seus fornos. Há a aposta de que cachaças podem ser um canal para os recipientes de cerâmica. “Produtores de rótulos nobres vêm sinalizando interesse”, revela o dirigente da Ceramarte. “Também queremos mostrar que nossas garrafas têm em sua retaguarda capacidade industrial e tecnologia para atender bebidas de prestígio aqui no Brasil.”
exportações >>> chás prontos
Por conta dos chás Marca Brasil ganha primeiro uso em embalagens regulares
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riada a partir de um esforço conjunto entre governo e setor privado para padronizar a divulgação da imagem do Brasil no exterior, fomentar o turismo e identificar lá fora os produtos daqui, a Marca Brasil, lançada em meados de março (e abordada em EMBALAGEMMARCA nº 68, abril de 2005), acaba de ganhar sua primeira utilização em embalagens de uma linha regular de produtos. Quem sai na frente é a fabricante de bebidas Leão Junior. A versão for export do chá pronto para beber Matte Leão passa a carregar, no rótulo que decora sua garrafa plástica, a estampa da Marca Brasil. Vale esclarecer que, antes, a AmBev, a Penalty e a Abic – Associação Brasileira da Indústria do Café, entre outros nomes, já haviam adotado a Marca Brasil em embalagens, porém de edições limitadas. Desenhado pela agência paranaense Kommdesign, o rótulo é produzido pela Gráfica Serena, de Curitiba. Perto de completar 105 anos e na liderança do mercado brasileiro de chás, a Leão Junior também está adotando a logomarca patriótica, cujo visual foi desenvolvido pelo designer Kiko Farkas, no rótulo de outra bebida, a Iced Tea de 500ml destinada aos Estados Unidos (na imagem em destaque). “Investir na Marca Brasil significa aumentar a identificação de produtos genuinamente brasileiros com o nosso
CHANCELA – Bebidas para exportação da Leão Junior são os primeiros produtos regulares a ostentar em seus rótulos a logomarca-pátria Gráfica Serena (41) 3274-2424 www.graficaserena.com.br Kommdesign (41) 3029-2131 www.kommdesign.com.br Marca Brasil
[email protected]
país, agregando valor de procedência e criando sinergia entre a comunicação das organizações exportadoras”, entende Roger Rieger, consultor e gestor de marketing da Leão Junior. Novas utilizações da Marca Brasil em embalagens devem aparecer em breve. Segundo um balanço divulgado pela Embratur, só até meados de julho a logomarca já havia gerado quase 600 solicitações de uso por empresários.
Deu na Nation Brands Index, uma pesquisa conduzida por uma parceria entre a consultoria americana GMI e o especialista em branding Simon Anholt: caso transformássemos países em marcas comerciais, o Brasil seria dono da 15ª marca mais poderosa do mundo. Calculado a partir das opiniões de 10 000 consumidores de diversas nacionalidades acerca da imagem de 25 países em seis quesitos – turismo, força
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das exportações, confiabilidade do governo, vontade de investir ou morar no país, relevância da cultura e avaliação da população –, o ranking consagrou a Austrália como marca mais forte do planeta. Na seqüência, pela ordem, vêm Canadá, Suíça, Inglaterra, Suécia, Itália e Alemanha. Os Estados Unidos ficaram em 11º lugar. Num cotejo com outras economias emergentes, o Brasil ficou à frente de México (16º),
China (21º) e Rússia (24º). O motivo do levantamento? “A globalização cada vez mais faz as pessoas observarem países como produtos, na medida em que ela intensifica a competitividade entre as nações, que dia após dia lutam pela atenção, respeito e confiança de investidores, turistas e consumidores”, dizem os responsáveis pelo estudo. Maiores informações sobre ele podem ser obtidos em www.nationbrandindex.com.
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Se fosse marca, Brasil seria força intermediária
Sob nova direção A feira de alimentos e embalagens Fispal possui novo CEO. É o jornalista e publicitário Flávio Corrêa, ex-diretor da Ogilvy & Mather e ex-presidente da Associação Brasileira de Agências de Publicidade. Corrêa é apresentador do talk show Sala Vip, da Rede CNT de Televisão. De malas prontas? Segundo o jornal Financial Times, a multinacional de embalagens O-I (OwensIllinois) cogita transferir sua matriz dos Estados Unidos para Londres até 2010. O motivo, diz o FT, seria a localização da capital inglesa quanto aos fusos-horários mundiais, o que a tornaria um centro estratégico para negócios globais. Bye, bye tampas A Crown Holdings, controladora da Crown, Cork & Seal, anunciou a venda de seu negócio de tampas plásticas, com 29 fábricas em 15 países e cerca de 3 500 funcionários, para fundos administrados pelo grupo europeu PAI Partners. O negócio é de cerca de US$ 750 milhões.
Imaje oferece codificação in-house Em vez da aquisição de codificadoras, outsourcing, contratando-se a própria fabricante do equipamento para a administração dos processos de codificação no parque industrial. Essa modalidade do sistema in-house para a impressão de dados em embalagens faz sucesso nos países europeus. Agora, passa a ser oferecida ao empresariado nacional pela Imaje do Brasil, sob o nome Printing Service. O serviço engloba instalação de codificadoras, treinamento dos operadores na planta do cliente, peças de reposição e manutenções mediante o pagamento de uma mensalidade fixa, que independe de volumes de produção. Segundo a Imaje, a oferta do serviço mira as indústrias que necessitam modernizar seu parque, substituir máquinas com poucos recursos ou que já não atendem às suas cadências pro-
Câmbio na Klabin José Taragano é o novo diretor da unidade de Negócios de Embalagens de Papelão Ondulado da Klabin. Ex-diretor da Alcoa, Taragano também integra a diretoria executiva da Klabin. Qualidade auferida Dando continuidade ao seu processo de gestão da qualidade, a transformadora de embalagens plásticas Sincoplastic, de São Paulo, recebeu no fim de agosto a recertificação pela ISO 9001 versão 2000, conferida pela SGS. Sintonia com a cliente A Markem Brasil acaba de concluir a venda de sete impressoras/aplicadoras de rótulos modelo Cimjet 200 para a L’Oréal brasileira. Os equipamentos irão codificar as caixas de embarque da linha de xampus Garnier. “O negócio faz parte do projeto mundial de rastreabilidade da L’Oréal, do qual a Markem participa como parceira e fornecedora preferencial de soluções em marcação e codificação”, diz Paulo Afonso Ribeiro, gerente comercial da Markem Brasil.
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dutivas e que não dispõem de capital para investir em novas codificadoras. Linhas de embalagens primárias, secundárias e terciárias podem ser contempladas pelo serviço.
(11) 3305-9455 • www.imaje.com.br
Latinhas são ou não são vetores? Uma proposta de lei do deputado federal José Divino (PMDB-RJ), em tramitação na Câmara, quer obrigar os fabricantes de cervejas, refrigerantes e sucos a colocar selos de látex nos bocais das latinhas de aço e alumínio. Uma pesquisa conjunta das universidades fluminenses Gama Filho e Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) detectou bactérias e fungos em latinhas comercializadas na Baixada Fluminense – e lastreia o pedido do político por uma maior garantia de higiene ao consumidor. “Canudos já estão vindo embalados
com proteção. As coisas precisam mudar”, bradou Divino numa reportagem da Folha Online. A Abralatas – Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas contra-argumenta afirmando que o risco de contaminação pelas latinhas ainda não foi comprovado cientificamente. “Em lugar nenhum do mundo há a obrigatoriedade de qualquer tipo de invólucro”, rebateu Paulo Camilo Penna, diretor da entidade. O tema promete. Além do projeto de Divino, pelo menos outros dez sobre ampliação da proteção em latinhas com selos tramitam na Câmara.
KHS irá entrar em alimentos no Brasil Mais conhecida no mercado nacional por seus equipamentos de envase e embalagem para bebidas, a alemã KHS prepara, através de sua subsidiária KHS Brasil, o início do fornecimento local de máquinas de embalagens para alimentos. As primeiras delas, para o acondicionamento de balas e dropes, começarão a ser fabricadas já em 2006. Para debutar
no novo negócio, a KHS Brasil irá investir 500 000 dólares em sua planta industrial. O diretor-presidente da KHS Brasil, Luiz Fernando Gomes, também já anunciou planos de nacionalização de máquinas para embalagens flexíveis de snacks, bolachas e pet food e para cartuchos de pequeno porte, para alimentos em geral.
(11) 6951-8347 • www.khs.com.br
“Nem todas as embalagens de biscoito, por
exemplo, vêm com a mesma quantidade em quilogramas. O consumidor que compra pelo preço sem conferir o peso pode levar para casa um produto bem mais caro sem nem desconfiar” Da deputada distrital Arlete Sampaio (PT-DF), autora do projeto que originou a lei nº 3.638 de 2005, que obriga todos os supermercados de Brasília a acrescentar às etiquetas de preço das prateleiras o preço da unidade de medida do produto – metro, quilograma e litro – para facilitar a comparação de preços reais das mercadorias. A lei entrou em vigor no Distrito Federal em 28 de julho.
Omo e Coca-Cola, rainhas em recall Como acontece na maioria das pesquisas sobre lembrança de marcas no Brasil, Omo e Coca-Cola foram top of mind da segunda pesquisa sobre marcas mais prestigiadas pelo consumidor brasileiro promovida pela Associação Brasileira de Anunciantes (ABA) em parceria com a consultoria Top Brands. O anúncio foi feito em meados de agosto, durante o Fórum Internacional ABA Branding 2005. Omo, da Unilever, obteve 82% de menções na categoria de detergente em pó, enquanto CocaCola amealhou 57% das lembranças em refrigerantes. As duas marcas também foram campeãs da primeira edição da pesquisa, no ano passado. O levantamento, realizado pelo instituto de pesquisa de mercado Quest, baseou-se em entrevistas por telefone com 980 consumidores de São Paulo, Porto Alegre, Rio e Recife.
38 >>> EmbalagemMarca >>> setembro 2005
Abre divulga desempenho do 1º semestre A Abre – Associação Brasileira de Embalagem divulgou no dia 31 de agosto os dados do desempenho econômico do setor, em evento realizado em São Paulo. O estudo, conduzido pela Fundação Getúlio Vargas com exclusividade para a Abre, foi apresentado pelo economista Salomão Quadros, coordenador de análises econômicas da FGV. Os números mostram uma desaceleração em relação ao ano de 2004, mas o balanço foi positivo. A produção física de embalagens registrou crescimento de 1,81% no primeiro semestre de 2005, em comparação com o mesmo período de 2004, e a previsão da FGV é que ela termine o ano 2,9% maior do que no ano passado. Quando separado por materiais, o desempenho do setor mostra variações significativas. O vidro, que terminou 2004 com queda na produção da ordem de 11,2%, cresceu 4,6% no 1º trimestre deste ano, e 9,6% nos três meses seguintes. As embalagens metálicas, por sua vez, que tinham terminado o ano de 2004 com crescimento de 2,3% (o mesmo que a média do setor), apresentaram quedas de 6,4% e 7,5% nos dois primeiros trimestres de 2005, respectivamente. O melhor desempenho ficou por conta das embalagens de madeira, que após terminar 2004 com aumento de 10,4%, voltaram a crescer na casa dos dois dígitos nos dois primeiros trimestres deste ano (16,3% e 23,2%). As embalagens celulósicas, com crescimentos de 1,9% e 2,0%, ficaram aquém do desempenho de 2004, quando apresentaram expansão de 6,7%. No sentido oposto, as embalagens plásticas, que terminaram 2004 com crescimento pífio (0,8%), recuperaram-se nos dois primeiros semestres deste ano, e cresceram às taxas de 7,4% e 8,4%.
evento >>> prêmio abre de design & embalagem
Tudo em viés de alta Quinta edição do Prêmio da Associação Brasileira de Embalagem mostra crescimento em participação e maior apuro técnico dos projetos
L
ançado para ser o concurso oficial da cadeia nacional de embalagem, o Prêmio Abre de Design & Embalagem, organizado pela Associação Brasileira de Embalagem (Abre), reuniu mais de 300 pessoas na cerimônia de revelação dos laureados e de entrega de troféus da sua edição de 2005, a quinta de sua história. Ocorrida na noite de 24 de agosto numa casa de eventos em São Paulo, a premiação passou recibo de que a qualidade técnica e o apuro
visual das apresentações dos produtos nacionais mantêm-se na ascendente. “Os resultados obtidos confirmaram o aumento da qualidade das embalagens, o que, aliás, é visivelmente exposto no mercado”, comenta Luciana Pellegrino, diretora executiva da entidade de classe. De acordo com a Abre, a versão de 2005 de seu Prêmio movimentou 365 inscrições de embalagens, 54 a mais que na edição do ano passado. Os projetos concorreram em 27 categorias distintas, incluindo uma de escolha popular,
resultante dos votos colhidos no fim de maio na capital paulista, durante a feira de negócios Fispal Tecnologia, na qual havia uma exposição com todas as peças postulantes ao Prêmio. A seguir, EMBALAGEMMARCA mostra as embalagens consagradas no concurso deste ano. Vale lembrar que a citação como vencedor cabe à empresa que inscreve o projeto, e que os cases premiados ganham o direito de concorrer no WorldStar, prêmio da Associação Mundial de Embalagem (WPO).
MÓDULO DESIGN
FOTOS: DIVULGAÇÃO
Design Bebidas Não-Alcoólicas OURO FINO BLUE Vencedor: Empresa de Águas Ouro Fino Design: Empresa de Águas Ouro Fino Convertedor: Plasticase Usuário: Empresa de Águas Ouro Fino
Design Marcas Próprias LINHA DE PRODUTOS PÃO DE AÇÚCAR Vencedor: Grupo Pão de Açúcar Usuário: Grupo Pão de Açúcar
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Design Família de Produtos LINHA METALATEX PREMIUM Vencedor: Ph2 Full Creativity Design: Ph2 Full Creativity Convertedor: Cerviflan Usuário: Sherwin-Willians
Design Higiene e Limpeza NOVA MARCA VEJA – PERFUMES DA NATUREZA Vencedor: Matriz Escritório de Desenho Design: Matriz Escritório de Desenho Usuário: Reckitt Benckiser
Design Alimentos Doces MISS DAISY TORTA MOUSSE CHOCOTTONE Vencedor: Klabin Design: Team Creatif Convertedor: Klabin Brasilgráfica Usuário: Sadia
Design Alimentos Salgados LINHA GRANO D´ORO DA ADRIA Vencedor: B+G Designers Design: B+G Designers Convertedor: Converplast Meister Usuário: Adria Alimentos
Design Bebidas Alcoólicas SAGATIBA CACHAÇA INOVAÇÃO Vencedor: Owens-Illinois Design: Owens-Illinois / F/Nazca Convertedor: Owens-Illinois/ Prodesmaq Usuário: Sagatiba
Design Bricolagem EMBALAGEM VISUAL PARA DUCHAS MANUAIS DECA Vencedor: Deca Design: Deca Convertedor: Gráfica São Januário/ LGE Embalagens Usuário: Deca
setembro 2005 <<<
EmbalagemMarca <<< 41
FOTOS: DIVULGAÇÃO
Design Cosméticos e Cuidados Pessoais DESODORANTE COLÔNIA LINDA Vencedor: a10 Design Design: a10 Design Convertedor: Gráfica Greco Prete/Pochet/Megaplast/ Emsar/Alcan TPI Usuário: O Boticário
Redesign Produtos em Geral BAYMEC PROLONG Vencedor: ZGRAPH Design Design: ZGRAPH Design Convertedor: Frascomar/ Gráfica Rosset/Polaris Usuário: Bayer
Design Saúde e Farmacêuticos FLÚOR CARE Vencedor: Design Inverso Design: Design Inverso Convertedor: Caeté Embalagens/Propack Usuário: FGM Produtos Odontológicos
Design Miscelânea SOFT BENEFITS – SET DE CAFÉ Vencedor: Abille WOW Design: Abille WOW Convertedor: Associação de Famílias Carentes de Palmital Usuário: Santander Banespa
MÓDULO EMBALAGEM Embalagem Destaque Miscelânea EMBALAGEM PARA MUDAS DE HEMEROCALLIS Vencedor: Design Inverso Design: Design Inverso Convertedor: Box Print Usuário: Agrícola da Ilha
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Redesign Alimentos e Bebidas ESPUMANTE DE GRÊVILLE Vencedor: Saint-Gobain Design: Saint-Gobain Convertedor: Saint-Gobain Usuário: Bacardi-Martini
Embalagem Destaque Promocional 30 ANOS NEVE Vencedor: Metalgráfica Palmira Design: Metalgráfica Palmira Convertedor: Metalgráfica Palmira Usuário: Kimberly-Clark
Embalagem Destaque Higiene e Limpeza FAMÍLIA SAPÓLIO RADIUM Vencedor: MN Design Design: MN Design Convertedor: Propack Usuário: Bombril
Embalagem Destaque Bebidas RÓTULO CACHAÇA SAGATIBA Vencedor: Prodesmaq Design: F/Nazca / Owens-Illinois Convertedor: Prodesmaq/ Owens-Illinois Usuário: Sagatiba
Embalagem Destaque Alimentos SERV-OPEN Vencedor: Metalgráfica Palmira Design: Metalgráfica Palmira Convertedor: Metalgráfica Palmira Usuário: Polenghi
Embalagem Destaque Inovação Tecnológica EMBALAGEM PARA HOT POCKET SADIA Vencedor: Brasilgráfica S.A. Design: Team Creatif Convertedor: Brasilgráfica S.A. Usuário: Sadia
Embalagem Destaque Exportação SLEEVE PARA CAFÉ TURMALIN Vencedor: Sleever International Design: Nakazawa Convertedor: Nissei ASB/ Embalagem Sleever/Sonoco For-Plas Destaque Design Usuário: Fatec Industrial LATA EXPANDIDA NESCAU CAPPUCCINO Vencedor: Nestlé Design: FutureBrand Convertedor: CBL – Cia. Brasileira de Latas Usuário: Nestlé
MÓDULO ESPECIAL
Especial - Estudante EMBALAGEM PARA PRESERVATIVO MASCULINO Vencedor: Eduardo Egydio/ Loize Dalco/Paula Kimpara
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Especial Embalagem do Futuro LIFE XTENSION Vencedor: Raquel Carpigiani Teixeira
Especial – Voto Popular LINHA DE PANETONES OFNER Vencedor: Ibratec Artes Gráficas Design: Art Graphics Convertedor: Ibratec Artes Gráficas Usuário: Ofner
Embalagem Destaque Cosmética, Cuidados Pessoais, Saúde e Farmacêuticos PRATICIDADE COM ESTILO Vencedor: Kimberly-Clark Design: Oz Design Convertedor: Rhotoplás Embalagens Flexíveis/Grupo Orsa
Especial – Ecodesign CREMES DE LINHAS EKOS INTERNACIONAL Vencedor: Natura Cosméticos Design: Natura Cosméticos Convertedor: TPI Molplastic Usuário: Natura Cosméticos
44 >>> EmbalagemMarca >>> setembro 2005
Empresa do Ano NATURA COSMÉTICOS
entrevista >>> Guido Pelizzari
“Os chineses são uma lição para o mundo”
P
oucas semanas atrás, a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) cobrou publicamente mudanças na política econômica do governo. Entre as reclamações endereçadas ao presidente Lula em plena crise política, a entidade ressaltou “queda expressiva” na produção de bens industriais. O quadro de estagnação nos investimentos estaria afetando diversos setores, entre eles o de máquinas para a indústria do plástico, um dos mais importantes elos da cadeia de embalagens. O italiano Guido Pelizzari é possivelmente um dos profissionais mais indicados para comentar o atual cenário do mercado brasileiro de equipamentos como extrusoras, sopradoras e injetoras. Presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Acessórios para a Indústria do Plástico (CSMAIP), ligada à própria Abimaq, ele é também diretor-geral da Sandretto do Brasil, considerada a única fabricante multinacional de injetoras plásticas com unidade produtiva no Brasil. Em seu segundo mandato à frente da CSMAIP, Pelizzari está no comando da fábrica brasileira da Sandretto desde sua inauguração, em 1999. Muitos antes disso, porém, o executivo vive o dia-a-dia do mercado brasileiro de transformação de plásticos. No país desde 1976, ele começou a fabricar sob licença máquinas com a marca Sandretto no início da década de 90. Nos anos 80 também esteve intensamente envolvido com o segmento de injetoras. Em meio a sucessivos compromissos no exterior, Pelizzari conversou por telefone com EMBALAGEMMARCA, aproveitando a oportunidade para reiterar e aprofundar as críticas que a diretoria da Abimaq fez ao governo Lula, além de alertar sobre a invasão de obsoletas máquinas asiáticas no mercado brasileiro.
Recentemente a Abimaq queixou-se de queda na produção de bens de capital para cobrar mudanças na política econômica do governo. Como tem sido o desempenho da área de equipamentos para a indústria do plástico? Numa análise superficial, as coisas vão bem, porque o setor cresceu 56% entre 2003 e 2004. Porém, a base de dados de crescimento foi obtida sobre um ano muito fraco. Em 2003, o mercado de bens industriais, como toda a economia brasileira, diminuiu ou ficou estagnado. Se analisarmos, por exemplo, a média de investimentos em equipamentos para a indústria do plástico entre 1975 e 1978, notamos que ela é maior do que a média constatada entre 1999 e 2004. Ou seja, de lá para cá houve retração. O setor de transformação de plástico é muito ligado ao PIB. Quando o PIB cresce, o volume de investimentos cresce a taxas superiores. Quando o PIB cai, o setor de plásticos sofre queda maior, influenciando toda a cadeia. O senhor saberia precisar a atual taxa de ociosidade do setor representado pela CSMAIP? No primeiro semestre deste ano trabalhamos com capacidade de aproximadamente 90%. Em 1983, esse índice era de 70%. Essa evolução abre a perspectiva de novas fábricas de máquinas para a indústria do plástico serem construídas no país? A capacidade produtiva instalada no país hoje é mais do que suficiente para acompanhar o desenvolvimento da necessidade do mercado brasileiro. Quando falamos que as fábricas trabalham com 90% de capacidade produtiva, esse cálculo é feito sobre um só turno de trabalho. Hoje, se o
Guido Pelizzari, presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Acessórios para a Indústria do Plástico (CSMAIP), da Abimaq, comenta os problemas macro-
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DIVULGAÇÃO
econômicos que afligem o setor de bens duráveis
entrevista >>> Guido Pelizzari mercado fosse realmente ativo, poderíamos triplicar nossa capacidade produtiva trabalhando em três turnos. Ocorre que quase todos os fabricantes de máquinas trabalham em um só turno. Não é verdade que o país precisa importar bens de capital no setor de plástico porque os fornecedores não estão atendendo à demanda.
da economia em 2004. A maioria das empresas do setor de transformação de plástico passou de 2004 para 2005 com uma importante carteira de pedidos. Agora essa carteira está diminuindo, sendo lentamente comida. Se o governo não baixar os juros, e não incentivar os investimentos, o setor de bens de capital pode ser fortemente afetado.
Um dos termômetros do crescimento do setor representado pela CSMAIP é o consumo de plásticos per capita. Como tem sido a evolução desse índice, e quais suas perspectivas de crescimento no Brasil? Segundo a Abiplast, em 2004 o consumo per capita brasileiro de plásticos foi menor do que em 2000, caindo de 24,4 quilos para 23,6 quilos. A média européia corresponde a 99 quilos por habitante. No México o consumo está em 43 quilos por habitante. É claro que, se o poder aquisitivo da população brasileira crescer, haverá uma vinculação com o consumo per capita de plástico. A participação do setor de transformação de plásticos, o que não inclui os equipamentos, foi de 2,26% no PIB nacional em 2004. Uma das esperanças é a indústria automobilística. Hoje os carros têm alta percentagem de plástico, aproximadamente 100 quilos de plástico por unidade produzida. O Brasil é um grande exportador de carros. Mas com o real tão valorizado, as exportações estão sendo inibidas. Isso inclui também a exportação de produtos plásticos acabados.
Então as projeções pessimistas sobre o futuro desempenho da economia brasileira fazem sentido? Absolutamente, sim. O desempenho da economia brasileira é ruim, se considerarmos que a economia do mundo está crescendo. Os Estados Unidos têm um crescimento fortíssimo. A Europa está voltando a crescer. Da Ásia nem se fala. Quando percebemos que o crescimento de países desenvolvidos é maior do que o brasileiro, torna-se claro que alguma coisa está errada. Ou seja, por estar em desenvolvimento, o Brasil deveria crescer muito mais do que países já desenvolvidos. A China, por exemplo, está crescendo muito mais do que a economia americana. O Brasil está perdendo o trem. Considerando o crescimento em nível mundial, nós deveríamos crescer no mínimo 7% este ano. Mas a previsão, se tudo der certo, é crescer 3,5%, o que é uma vergonha, considerando que somos um país em desenvolvimento. Para a Índia é previsto um crescimento de 8%. Nós estamos muito abaixo do nível de crescimento da economia mundial.
E quanto à cadeia de embalagens? Qual a importância desse setor para os fabricantes de equipamentos para a indústria plástica? A importância da cadeia de embalagens também é crescente. Basta dizer que, no universo de transformação de plástico no Brasil, atualmente 40% da matéria-prima vai para o segmento de embalagens. Desse total, os filmes representam 31%, seguidos pelo setor de sopro, com participação de 17%, injeção, com 16%, e termoformagem, com 6%.
A base instalada de máquinas para a indústria brasileira do plástico se nivela ao resto do mundo? Ou o senhor diria que o cenário nacional está defasado? Nos equipamentos em geral, e especificamente na área de extrusoras, injetoras, sopradoras e máquinas de corte e solda, é no mínimo igual ao resto do mundo. Porém, os fabricantes de máquinas ficam estarrecidos, perplexos e atônitos ao ver que o transformador brasileiro está comprando equipamentos da Ásia, da China e em especial modo de Taiwan, que têm características tecnológicas de máquinas que se produziam no Brasil há vinte anos. Apresentam consumos energéticos altíssimos, a maioria não opera com sistema de controle a anel fechado. Portanto, parte do setor brasileiro de transformação de plásticos está se colocando num patamar tecnológico
“O transformador
brasileiro está comprando equipamentos da Ásia com características
tecnológicas de vinte anos atrás. (...) Deveríamos
crescer no mínimo 7% este ano. Se tudo der certo, cresceremos 3,5%.
É uma vergonha para um
país em desenvolvimento”
Apesar da crise política, a economia continua a operar num ritmo apreciável. Nesse sentido, o senhor diria que é equivocada a percepção, de parte do empresariado, de um quadro de estagnação nos investimentos industriais? Nós ainda estamos colhendo os benefícios do crescimento 48 >>> EmbalagemMarca >>> setembro 2005
entrevista >>> Guido Pelizzari de vinte anos atrás. O preço explica esse fenômeno. As máquinas asiáticas estão entrando no país com o custo da matéria-prima aqui no Brasil. Porém, quando consideramos a incidência do custo de amortização sobre o produto final, é absurdo que se compre uma máquina só porque ela é barata. Junto com o baixo preço vem a improdutividade, a imprecisão. Enfim, o que você poupa na máquina perde na produção. Existe falta de informações e de consciência tecnológica por parte de quem compra esse tipo de equipamento. Por outro lado, a China é um dos maiores importadores de máquinas injetoras do mundo. Importam máquinas de alto nível tecnológico, como as que são produzidas no Brasil.
dinheiro para investir em equipamentos mais sofisticados. Essa é uma das razões da invasão de equipamentos asiáticos. Por outro lado, temos que defender um pouco a segunda geração, porque a resina é vinculada ao petróleo. Se o petróleo está a 70 dólares o barril, e a resina é um derivado do petróleo, é óbvio que ela aumenta. É um processo mundial. Provavelmente aqui no Brasil o aumento é maior devido à carga tributária na cadeia produtiva, ao alto custo do dinheiro. Porém, já que as resinas estão subindo, o transformador deveria investir em equipamentos muito mais produtivos, que permitam diminuir o custo por peça, em função da eficiência do equipamento.
“Um dos fatores de competitividade da
economia chinesa é
que a moeda deles é
subvalorizada em 35%,
Ou seja, eles compram produtos bons e exportam equipamentos atrasados? Exatamente. Daqui a pouco, se o fabricante nacional não abrir os olhos, serão exportados os produtos plásticos acabados que eles fazem, e não somente os equipamentos. Enfim, o parque industrial brasileiro está se tornando obsoleto em função da dificuldade que o transformador enfrenta ao tentar ter acesso a linhas de crédito de baixo custo. Se considerarmos que muitas máquinas são compradas por preço, e não por tecnologia, a tendência é que esse parque industrial fique ainda mais obsoleto. O fato de o transformador ser esmagado por alta carga tributária também força essa situação. A médio prazo isso vai enfraquecer ainda mais a atualização tecnológica do setor.
40% em relação ao dólar. Enquanto isso, o real no último ano e meio se
Esse ganho de escala não vem ocorrendo? Não, porque muitos transformadores compram máquinas de vinte anos atrás. O país tem um juro tão alto, uma taxa de câmbio tão desfavorável, que realmente parece que se quer combater o desenvolvimento da indústria nacional.
valorizou em 30%. Só aí
Que tipo de ações a CSMAIP tem desenvolvido para criar o que o senhor chamou de consciência tecnológica? Estamos fazendo um trabalho muito forte para ajudar os empresários a entender que eles estão tomando um caminho que os prejudica. É um tiro no pé. Daqui a pouco, também os produtos plásticos chineses acabados vão chegar ao Brasil com as mesmas características, ou seja, custando o mesmo que a matéria-prima usada pelo transformador brasileiro.
existe uma diferença por efeito cambial de 70%”
Qual a participação dos países asiáticos na importação brasileira de máquinas plásticas? Em número de máquinas, só a China já representa 60% de todos os equipamentos importados pelo Brasil. Hoje, as máquinas completas chinesas estão chegando a um custo médio de 2,30 dólares o quilo. O custo da matéria-prima, do fundido, aqui no Brasil também é 2,30 dólares o quilo. Em virtude da pressão de preços exercida pelos fabricantes de resinas, os transformadores têm reclamado de um processo de achatamento de suas margens de ganho. Em que medida esse problema tem afetado os fabricantes de máquinas para a indústria do plástico? Que o setor está empobrecendo, não há dúvidas. Não há 50 >>> EmbalagemMarca >>> setembro 2005
Embora atendam importantes clientes por aqui, poucos fabricantes multinacionais de injetoras plásticas têm fábricas no Brasil. Por que esse número é reduzido? Porque a política de custo fiscal, a política de custo do trabalho e a política do custo do dinheiro afugentam os investimentos produtivos, premiando os investimentos especulativos. Se o Brasil continuar com essas políticas, vai perder um momento histórico em que poderia tornarse uma das maiores potências do mundo. Estamos nos reduzindo a exportadores de commodities, principalmente minério e outras matérias-primas não-renováveis, e continuamos importando um bocado de produtos acabados com alto agregado de mão-de-obra. O Brasil precisa de investimentos na indústria.
plásticos >>> degradação rápida
Apelo verde na cabeça Laboratório lança primeiro xampu com frasco e tampa oxi-biodegradáveis
52 >>> EmbalagemMarca >>> setembro 2005
sócia-diretora da NYX. As tampas são injetadas com a mesma resina termoplástica e, como os frascos, decompõem-se dois anos após o descarte. Todo o processo de desenvolvimento do novo recipiente ambientalmente mais correto levou quase três meses. Agora, a Medicatriz procura soluções mais ecológicas para o rótulo do frasco, atualmente um autoadesivo comum de papel. “Nossa idéia inicial era utilizar etiquetas de papel reciclado com adesivo degradável, porém não encontramos uma resposta no mercado para nossa escala, que é modesta”, diz Gonçalves. Fica dado o recado aos fornecedores. DIVULGAÇÃO
Q
uase dois anos atrás, os plásticos de rápida degradação, obtidos pela adição de uma especiaria às suas fórmulas, deram alô ao cenário nacional de embalagens na forma de sacolas e outros envoltórios flexíveis. Desde então se aguarda com certa expectativa o espraiar desses materiais aos recipientes rígidos. Afinal, são essas as embalagens de maior visibilidade no ambiente – são as que mais geram volume nos lixões, que bóiam nos cursos d’água. Ainda não é uma difusão, mas acaba de chegar ao mercado o primeiro xampu com frasco e tampa oxi-biodegradáveis – adjetivo cunhado para definir a decomposição acelerada que esses plásticos especiais sofrem no contato prolongado com oxigênio, microorganismos, água e raios solares. Integrante de uma linha de produtos para combate da calvície, o Fortesse NC Bioseiva Xampu Ecológico é produzido pela paulistana Medicatriz sob grandes cuidados ambientais. “Até onde sabemos, ele é o primeiro xampu do mundo sem sulfatos como tensoativos”, afirma Marcos Moisés Gonçalves, diretor científico da Medicatriz. Os sulfatos são grandes responsáveis pelas espumas químicas que se formam nos rios. Segundo Gonçalves, a fórmula do produto utiliza contratipos importados da Alemanha, que se degradam uma semana depois de descartados na natureza. Daí a idéia de utilizar uma embalagem sintonizada com esse diferencial. O laboratório procurou a RES Brasil, empresa que licencia no mercado nacional o aditivo com a tecnologia de rápida degradação D2W, da inglesa Symphony, e a colocou em contato com a sua fornecedora de embalagens, a NYX. Especializada no sopro de frascos para indústrias de cosméticos e farmacêuticos, a NYX realizou alguns testes e rapidamente teve êxito no trabalho com o aditivo. “A única preocupação foi utilizar polipropileno random no sopro, pois polipropileno comum poderia implicar em problemas de solda do fundo do frasco”, comenta Flávia Fogaça Ashcar,
Ebulição rende visita No início de agosto a inglesa Symphony, detentora da tecnologia de degradação rápida de polímeros que está se difundindo no país, a D2W, esteve em São Paulo para participar de um encontro com entidades de classe nacionais da indústria de plásticos, como a Plastivida e a Abief – Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis. Foi uma oportunidade para Michael Laurier, CEO da Symphony, e Michael Stephens, diretor técnico, esclarecerem dúvidas sobre a tecnologia. O Brasil é um mercado em ebulição para a companhia. Já passam de 200 os produtos oxibiodegradáveis desenvolvidos no país, entre itens regulares e spot. “Temos registrado uma média de quatro lançamentos por semana”, informa Eduardo Van Roost, diretor superintendente da RES Brasil, a responsável pelo licenciamento da tecnologia da Symphony no Brasil e no Mercosul. Segundo ele, outros frascos de degradação acelerada estão na iminência de serem oficialmente lançados.
PRIMEIRO – Frasco e tampa do xampu Fortesse NC Bio Seiva se decompõem dois anos após descartados
NYX (11) 4787-5584 www.nyx.ind.br RES Brasil (19) 3871-5185 www.resbrasil.com.br
Mais do que só máquinas Heidelberg explora Open House 2005 para divulgar reestruturação operacional
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FOTOS: DIVULGAÇÃO
lém de marcar a chegada de novos equipamentos gráficos ao mercado brasileiro, o Open House 2005 promovido em agosto último pela Heidelberg consolidou a reestruturação operacional pela qual a empresa passou recentemente, quando foram criados novos serviços e divisões. A fabricante aproveitou seu evento anual, que contou com a presença de parte do corpo de diretores da matriz alemã, para divulgar o lançamento de ferramentas de assistência pós-venda e de uma linha própria de produtos de consumo, além de sua entrada no mercado de máquinas gráficas usadas. Na parte de equipamentos sem uso, embora o evento tenha sido pródigo em novidades destinadas ao mercado editorial – como alceadeiras, dobradeiras e grampeadeiras, a gran-
54 >>> EmbalagemMarca >>> setembro 2005
de vedete do Open House 2005, realizado em São Paulo, na Print Media Academy (PMA), foi a Speedmaster XL 105. Apresentado inicialmente na drupa 2004, onde já havia sido uma das grandes sensações no estande da Heidelberg, o equipamento é considerado a última palavra na produção de embalagens, rótulos e materiais promocionais.
Duas que valem por três
PULO DO GATO – Speedmaster XL 105 com visão panorâmica no pé da página: robustez e ganho de produtividade de 75%
Destinada a gráficas com grandes volumes de impressão, a XL 105 é capaz de imprimir 18 000 folhas por hora no formato 75 x 105 centímetros. De acordo com Diego Hellmuthhäuser, gerente da divisão de soluções planas da Heidelberg no Brasil, o ganho de produtividade atinge 75%. “Duas XL 105 fazem o trabalho de três máquinas convencionais”, ele coteja. Antes desse esperado lançamento, a subsidiária brasileira da Heidelberg se estruturou para oferecer toda a consultoria necessária sobre a Speedmaster XL 105. Uma unidade da máquina foi instalada na PMA, localizada no âmbito da Escola Senai Theobaldo De Nigris, no bairro paulistano da Mooca, onde técnicos e operadores de gráficas compradoras receberão o treinamento relativo ao equipamento. Outro destaque em máquinas para acabamento de cartuchos e embalagens foi o modelo Kama TS 74, de corte e vinco e relevo. Entre seus diferenciais está a aplicação de hot stamping inclusive nas superfícies com relevo. Com design compacto e velocidade
máxima de 4 500 folhas por hora, a máquina é oferecida pela Heidelberg para trabalhos de alta qualidade de acabamento executados em tiragens pequenas e médias. Na área de serviços, a Heidelberg apresentou o systemservice, ferramenta de gerenciamento de relações com consumidores que, segundo a empresa, garante assistência até a revenda do equipamento. Entre as curiosidades do sistema há o Remote Service, solução via internet que permite acesso remoto pelos técnicos da Heidelberg às máquinas instaladas em qualquer ponto do Brasil. Fechando o ciclo de soluções gráficas oferecidas, a Heidelberg anunciou a intenção de aumentar sua participação no mercado de produtos de consumo, onde atua há mais de
Heidelberg (11) 5525-4500 www.br.heidelberg.com
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PORTFÓLIO AMPLIADO – Marcos Roque, gerente da linha de produtos consumíveis: novos fornecedores e homologações
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CORTE E VINCO – Modelo Kama TS 74: hot stamping sobre relevo
cinco anos. Para isso a empresa está apostando no chamado Projeto Saphira. Trata-se da introdução no mercado brasileiro da marca Saphira de produtos consumíveis, cujo conceito foi criado pelo Conselho Mundial de Consumíveis da Heidelberg. No Brasil, o objetivo inicial é aumentar o portfólio de fornecedores de produtos como blanquetas, tintas, chapas digitais e convencionais e filmes. Marcos Roque, gerente de produtos de consumo da empresa, explica que, uma vez homologados, os itens serão oferecidos com a marca Heidelberg Saphira, a “custos competitivos”.
Um “classificado” com mais de 3 700 metros quadrados A inauguração oficial das instalações da unidade de equipamentos semi-novos, que contou com a presença, entre outros, de Jürgen Rautert, diretor técnico da Heidelberg, e Marcel Kiessling, presidente da Heidelberg para as Américas, foi um dos pontos altos do Open House 2005. Responsáveis por algo entre 20% e 25% das vendas da empresa, os equipamentos usados passaram a ser dispostos num galpão de 3 700 metros quadrados localizado na zona sul de São Paulo. No local há desde máquinas de pré-impressão a soluções de acabamento. Segundo Dieter Brandt, presidente da Heidelberg para a América do Sul, a comercialização de semi-novos começou há cinco anos, experimentalmente. Com o crescimento do negócio, a empresa decidiu estruturar uma unidade. “É um sonho realizado”, define Brandt. Roberto Reinheimer, responsável pela unidade, lembra que o mercado de semi-novos é peculiar no Brasil. Ele argumenta que muitos dos equipamentos usados acabam ficando no próprio país.
56 >>> EmbalagemMarca >>> setembro 2005
Por enquanto, a divisão só está trabalhando com máquinas de clientes locais, mas há a possibilidade de trazer produtos de outros países, principalmente da Europa.
Rumo ao dobro do que é Avery Dennison investe para duplicar sua capacidade produtiva no Brasil
A
história de algumas empresas e a aposta que fazem no futuro servem muitas vezes de indicador das possibilidades de certos segmentos de mercado. É o caso da Avery Dennison, uma das maiores fabricantes mundiais de produtos auto-adesivos para impressão. Mais de trinta anos atrás, quando o uso e o próprio conceito desse sistema de decoração ainda eram escassamente difundidos no país, a empresa de origem americana já os fornecia no Brasil. Eram laminados, em papel e em filme, importados desde 1969 dos Estados Unidos e da Europa por sua subsidiária local, a Fasson Mercantil, instalada em São Paulo. A Avery Dennison foi o primeiro fabricante de auto-adesivos a chegar na América do Sul. Esse e os passos seguintes da empresa demonstraram mais uma vez que grandes corporações multinacionais não fazem apostas, mas sim investimentos com retorno garantido. Passaram-se menos de três anos para que, estimulada pelo êxito do sistema no mercado local,
Fábrica em Vinhedo (SP): 25 000 m2, em área total quatro vezes maior
a matriz decidisse iniciar em Vinhedo, a 100 quilômetros da capital de São Paulo, a construção de sua fábrica em solo brasileiro. Desde então, a empresa não parou de crescer no país e se prepara para chegar ao final de 2005 com o dobro da atual capacidade produtiva. A dimensão desse potencial pode ser imaginada ante o tamanho das instalações: 25 000 m2 de área construída, numa área total quatro vezes maior, onde, em meio a jardins bem cuidados,
modernas edificações abrigam a fábrica, escritórios, laboratório, restaurante e área de lazer para os atuais 400 funcionários. Nesse espaço, rodam hoje três laminadoras, 24 horas por dia, sete dias por semana – e estão em fase de acabamento os preparativos para, em breve, receber a quarta máquina, de origem européia. Segundo a gerente de marketing da Divisão de Materiais Brasil, Isabela Monteiro Galli, “essa intensa imple-
O crescimento por horizontes Expandir ao máximo os negócios atuais e, ao mesmo tempo, criar e estimular negócios para o futuro são os objetivos que sintetizam os esforços em que estão permanentemente envolvidos os 400 funcionários da unidade da Avery Dennison do Brasil. Por tratar-se de “um processo de crescimento a curto, médio e longo prazos”, como explica a gerente de marketing da Divisão de Materiais Brasil da empresa, Isabela Monteiro Galli, o programa tem o nome de Horizontes. Operando em três níveis, uma de
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suas poucas regras fixas consiste nos prazos dados para alcançar cada uma das metas almejadas. No Horizonte 1, que em geral visa a atender necessidades específicas e urgentes de clientes, a meta deve ser atingida em até 100 dias, utilizando recursos já existentes. No Horizonte 2, em que se trabalha em médio prazo (dois a três anos), procura-se expandir os negócios dos clientes. O Horizonte 3, onde se identificam e cultivam oportunidades de crescimento a longo prazo, normalmente inclui investimentos expressivos e que podem
implicar aumentos estruturais. Isabela tem uma longa lista de resultados já obtidos, sobretudo no primeiro patamar, nos quais sobressaem lançamentos de produtos específicos e serviços, como bases de auto-adesivos para impressão digital, para baixas temperaturas e o Fasson Global Co-Ex, ou “3 em 1”, por oferecer transparência, facilidade de conversão e flexibilidade. Ela afirma que o processo “tem êxito total”. Os motivos? “Não existem regras, todos se envolvem e o sucesso estimula a continuidade do programa.”
A competitividade tem evidenciado cada vez mais a necessidade de diferenciação dos produtos e, na Kimberly-Clark Brasil, acreditamos que a embalagem pode contribuir intensamente nesse contexto, atuando como uma poderosa ferramenta de comunicação com o consumidor. É primordial que o profissional de embalagens esteja em sintonia com as tendências e com as novas tecnologias que surgem quase que diariamente no mercado. Entendemos que a revista EmbalagemMarca, com sua abordagem clara, objetiva e atualizada do setor, tem dado a sua contribuição aos profissionais que não querem ficar ‘para trás’. Além de uma leitura prazerosa, temos o hábito de guardar as revistas para serem utilizadas como fonte de pesquisa de dados de mercado e tendências.
mentação de recursos faz parte da política da empresa de investir seguidamente em sua presença na América do Sul, com vistas à contínua melhora do atendimento aos clientes”. Um passo significativo foi dado em 2003, com a ampliação da área fabril para receber um coater vindo do Canadá, em conseqüência da aquisição internacional da alemã JACStädt, em maio de 2002. Com a fusão, a Avery Dennison não só incorporou a reconhecida tecnologia da JAC como também passou a combinar o que ambas tinham de melhor em termos de portfólio de produtos. Hoje, disponibiliza no mercado mundial um leque de aproximadamente 2 000 itens. Sobre a fusão das duas gigantes, cujas marcas – Fasson e JAC – agora formam uma só, Isabela lembra ter havido a preocupação de manter a produção de itens não sobrepostos. “Dada a forte presença da JAC na América do Sul e na Europa, foi fundamental não deixar de atender nenhum cliente da marca.” Ela fala com entusiasmo da abrangência de produtos e da força de produção da empresa no Brasil: “Quando a nova laminadora entrar em atividade, a fábrica de Vinhedo passará a ser uma das maiores do mundo em tecnologia e produtividade.” E destaca o suporte online dos dois centros mundiais de desenvolvimento de produtos e de novas tecnologias, instalados nos EUA e na Holanda. “Qualquer produto da Avery Dennison no mundo está disponível para nossos clientes sob encomenda”, destaca Isabela. Um exemplo, entre muitos outros, é o do recém-desenvolvido Adesivo Fasson CO196, para aplicações em processos criogênicos, em baixíssimas temperaturas.
Uma relação de interesses recíprocos Consciente de que somente continuará crescendo se o mercado inteiro se desenvolver continuamente, a Avery Dennison do Brasil tem entre os serviços que oferece a seus clientes uma área de Consultoria de Negócios. Trata-se de um programa de relacionamento e treinamento que faz parte da estratégia mundial da empresa de apoiar os usuários de seus produtos, com vistas à implementação do consumo de rótulos auto-adesivos, procurando identificar novas oportunidades de uso do sistema. Uma das principais formas de atuação para atingir essa meta é o trabalho de habilitação do pessoal técnico e de vendas dos clientes convertedores. “Fazemos isso dividindo com eles e, na medida do possível, com usuários finais o expertise mundial da empresa, que conta com mais de 275 fábricas em 47 países”, explica
A preocupação central da corporação, nas palavras da executiva, é “oferecer a melhora contínua de serviços, no atendimento, nos prazos de entrega, na diversificação de materiais ofertados e na constância de performance”. Para isso, mantém uma ferramenta de trabalho denominada Horizonte, direcionada a acelerar o crescimento, que envolve
A empresa em números US$ 5,3 bilhões em vendas em 2004 nos dois setores em que atua Presença em 47 países 275 fábricas e centros de distribuição Mais de 20 000 funcionários (400 no Brasil) 60 >>> EmbalagemMarca >>> setembro 2005
Isabela Monteiro Galli, gerente de Marketing da Divisão de Materiais Brasil da empresa. A Consultoria, que opera tanto em salas dedicadas na fábrica de Vinhedo (SP) quanto inhouse nas empresas clientes, já treinou mais de 400 pessoas somente de janeiro a setembro deste ano. Todos receberam literatura técnica, apostilas e mostruário do que Isabela classifica como “verdadeiro curso de pós-graduação em auto-adesivos”.
toda a corporação e na qual a palavra agilidade é o eixo central (veja quadro na página ao lado). Dentre outros exemplos de frutos desse programa, ela destaca a expansão do serviço Fasson Exact de seis produtos em 2002 para dezenove atualmente. Nesse programa as bobinas são fornecidas nas exatas medidas solicitadas pelos clientes. Outro exemplo de Horizonte é o Splice Free, em que os rolos são entregues sem emendas ao convertedor. “Tudo isso tem um só objetivo”, conclui Isabela Monteiro Galli: “atender o cliente a cada dia melhor, para continuar tendo o privilégio de ser seu parceiro de negócios”. Nessa tarefa, desempenha papel essencial a Consultoria de Negócios (ver quadro acima).
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13 65 15 43 7 33 19 51 2ª capa 31 62-63 21 61 37 25 4ª capa 47 11 41 9 55 9 29 27 9 6 7 9 49 53 6 5 6 39 7 7 6 7 9 23 34-35 17 45 17 57 3 3ª capa
(19) 3838-7225 (11) 3082-9722 (+41) 24 4820 110 (11) 4195-3727 (41) 3382-9546 (19) 3876-7600 (47) 321-6666 (19) 3897-5077 (11) 3443-9999 (44) 3518-3500 (11) 5563-3466 (11) 3277-5658 (11) 5184-1515 (11) 4166-2400 (21) 2450-9707 (11) 4789-4200 (11) 3305-9455 (19) 3879-9500 (11) 4075-9500 (35) 3722-4545 (11) 5641-8949 (41) 2109-7000 (11) 4441-7831 (11) 3078-8499 (51) 489-9700 (11) 5523-4011 (11) 5588-1061 (11) 4072-1808 (52 55) 5545-4254 (11) 5541-9988 (11) 3873-2666 (19) 3876-9300 (11) 4781-1700 (21) 2157-7777 (11) 2133-0007 (11) 5687-1781 (11) 5097-2750 (11) 5685-8555 (11) 9976-6068 (11) 3816-9851 (21) 3221-5700 (51) 470-6889 (11) 5501-3262 (11) 3686-1311 (19) 3741-3300 (11) 4977-7241 (11) 4355-1800
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Almanaque
A conquista do Ocidente, via Moscou Esse deu Às vezes o inimigo dá uma mãozi- era punível com a pena capital. tratos à bola nha na conquista de mercados. Em Mas Moscou era um dos mais 1805, a francesa Nicole Clicquot, então com 27 anos, herdou do marido uma vinícola em Reims, ao norte de Paris, a qual logo transformou num dos maiores centros franceses de produção de espumante. O dourado champanhe seco da casa logo arregimentou um exército de fãs, estre eles Napoleão, que fez questão de conhecer pessoalmente a empreendedora Veuve Clicquot-Ponsardin. Mas, apesar da amizade, ele começou a atrapalhar os negócios, ao impor um bloqueio comercial à Rússia, em 1814. Desrespeitá-lo
importantes centros da vida boêmia na Europa, e conquistar os russos significava abrir as portas do mundo para a marca. A viúva resolveu desafiá-lo. Por ordem sua, Louis Bohne, grande estrategista comercial e gerente da Maison que ainda hoje leva o nome da viúva, enviou secretamente uma carga da bebida até a Holanda. De lá, foi embarcada num navio para a costa do Báltico e transportada por terra à capital do império russo. Moscou acabou servindo de trampolim do famoso champanhe para todo o Ocidente.
O chicle de bola foi inventado pelo cientista especializado em alimentação William A. Mitchell, que nos 35 anos em que trabalhou na gigante americana General Foods conseguiu registrar mais de setenta patentes de produtos. Entre eles estavam o refrigerante em pó instantâneo Tang e a gelatina Jell-o.
O nome dele é Filo. Filoxera Na guerra de mercado a desgraça alheia também ajuda. Até meados do século XIX, o conhaque francês era o xodó dos banquetes, jantares, almoços e saraus da Europa. Mas, na segunda metade do século, uma
praga oriunda dos Estados Unidos vitimou a viticultura mundial. Era a Filoxera, um pulgão sugador que ataca a raiz da videira e que os franceses passaram a ver como “agente britânico”. É que, entrando pela
Um início despretensioso
Inglaterra, o inseto dizimou os vinhedos da Europa e se espalhou pelo mundo. Até hoje a praga não foi extinta, mas apenas controlada, por sistema de enxerto com cepas não contaminadas. Transplantadas da Europa
para o Chile séculos antes, elas retornaram salvadoras. Mas até os franceses obterem vinho, e dele conhaque, os ingleses, que dominavam o comércio de uísque, já haviam disseminado a bebida pelo mundo.
Algumas das primeiras indústrias brasileiras cializado com a marca Biotônico Fontoura, de remédios surgiram no início do século sugerida pelo escritor Monteiro Lobato, que passado sem grandes pretensões, a partir da foi amigo do farmacêutico. O livreto Jeca dedicação de farmacêuticos à produção de Tatuzinho, escrito por Lobato, foi a prinmedicamentos em pequena escala. Um cipal alavanca de vendas do produto deles foi Cândido Fontoura. Formado (ver EMBALAGEMMARCA nº 15, seção em 1905, ele criou no início de carreira Almanaque). Hoje acondicionado em um estimulante de apetite e antianêfrascos plásticos, o fortificante, vendido mico para a própria esposa, que tinha pela DM Indústria Farmacêutica, ainda saúde frágil. Começou a ser comeré um dos líderes de sua categoria. 66 >>> EmbalagemMarca >>> setembro 2005