Ano V • Nº 50 • Outubro 2003 • R$ 6,00
www.embalagemmarca.com.br
STAND-UP POUCH LUTA POR ESPAÇO • ENVASE 2003
Uma forma de agregar valor
E
Esta edição tem mais páginas que o habitual, para manter o volume de informação e valorizar os anúncios
sta edição especial de EMBALAGEMMARCA difere das 49 edições anteriores, elas todas também especiais, em três aspectos: na numeração, no material da capa e na quantidade de páginas, maior do que o habitual. Não poderíamos deixar de valorizar o chamado “número mágico” 50, com mais uma ação em que a revista foi pioneira. Daí termos feito, como em oportunidades anteriores, a capa desta edição em papel metalizado (Lamicote LM 260g/m2, da Brasilcote). A idéia de usar a revista não só como veículo de informação escrita, mas tam-
bém de amostragem de materiais como filmes, papéis especiais e laminações, é uma forma de reforçar o conceito de que os materiais e sua utilização adequada nas embalagens agregam valor aos produtos e consolidam marcas. Quanto à numeração da revista, planejamos continuar a mudá-la, alcançando vários algarismos, numa demonstração de que estavam errados aqueles que, ao ser lançada a revista, diziam não haver espaço para ela, pois este já estava congestionado. Como prova de que há espaço para todos, contamos com o crescente apoio
dos leitores e dos anunciantes. É em retribuição a esse apoio – traduzido em mensagens estimulantes e em número cada vez maior de anúncios – que esta edição tem mais páginas. Assim, o volume de matéria jornalística é mantido, e os anúncios são valorizados, na medida em que não são veiculados um ao lado do outro nem aglomerados em verdadeiros engarrafamentos publicitários. Essa foi outra inovação que EMBALAGEMMARCA introduziu. Aguardem mais. Até novembro.
Wilson Palhares
outubro 2003
Diretor de Redação Wilson Palhares
[email protected]
14
CAPA: BRILHO Acabamentos e efeitos reluzentes consolidam-se como ferramentas de vendas e ganham espaço nas gôndolas
Reportagem
[email protected]
Flávio Palhares
[email protected]
Guilherme Kamio
[email protected]
Leandro Haberli
[email protected]
26 36 52
A capa desta edição foi impressa pela Sografe em papel Lamicote LM 260g/m2 da Brasilcote, em mais uma ação especial de EMBALAGEMMARCA mostrando concretamente que boas embalagens agregam valor ao produto
3
Editorial
48 58
Lançamentos e novidades – e seus sistemas de embalagens
24
62
Panorama
Nestlé chilena ganha frasco em forma de projétil para energético
Movimentação na indústria de embalagens e seus lançamentos
45
65
Painel Gráfico
Prada lança sistema de fechamento com lacre protetor
Novidades do setor, da criação ao acabamento de embalagens
46
66
Estratégia
Administração Marcos Palhares (Diretor de Marketing) Eunice Fruet (Diretora Financeira) Departamento Comercial
[email protected]
Karin Trojan Wagner Ferreira Circulação e Assinaturas Marcella de Freitas Monteiro
[email protected] Assinatura anual: R$ 60,00
Público-Alvo EMBALAGEMMARCA é dirigida a profissionais que ocupam cargos técnicos, de direção, gerência e supervisão em empresas fornecedoras, convertedoras e usuárias de embalagens para alimentos, bebidas, cosméticos, medicamentos, materiais de limpeza e home service, bem como prestadores de serviços relacionados com a cadeia de embalagem.
Filiada ao
Capa impressa em Lamicote LM 260g/m2 da Brasilcote pela Sografe Miolo impresso em Couché Mate 90g/m2 da Ripasa pela Congraf
Display
A opinião, as sugestões e as críticas dos leitores
Retornáveis são a arma da CocaCola para conter tubaínas
Assistente de Arte José Hiroshi Taniguti
Equipamentos
6
Tintas
[email protected]
CACHAÇAS Exposição mostra que boas embalagens ganham espaço no setor. Para ressaltar benefícios de apresentação nobre, EMBALAGEMMARCA coordenou o lançamento de marca promocional (pág. 55)
Na área de enchedoras, queda dos juros ainda não foi sentida
Making of
Diretor de Arte Carlos Gustavo Curado
INTERNACIONAL Realizadas em Buenos Aires, Envase 2003 e Alimentek 2003 sinalizaram início de recuperação argentina
Uma edição especial que mostra como agregar valor
Cartas
Colaboradores Josué Machado e Luiz Antonio Maciel
STAND-UP POUCH Cadeia de embalagens flexíveis vislumbra horizonte favorável aos “pacotes que ficam em pé” no mercado interno
Almanaque
Fatos e curiosidades do mundo das marcas e das embalagens
ILUSTRAÇÃO DE CAPA: EDITORIA DE ARTE
10
ENTREVISTA: PAULO SÉRGIO PERES presidente da ABPO (Associação Brasileira do Papelão Ondulado) comenta novas normas de acondicionamento de produtos hortícolas
EMBALAGEMMARCA é uma publicação mensal da Bloco de Comunicação Ltda. Rua Arcílio Martins, 53 • Chácara Santo Antonio - CEP 04718-040 • São Paulo, SP Tel. (11) 5181-6533 • Fax (11) 5182-9463 FILIADA À
www.embalagemmarca.com.br O conteúdo editorial de EMBALAGEMMARCA é resguardado por direitos autorais. Não é permitida a reprodução de matérias editoriais publicadas nesta revista sem autorização da Bloco de Comunicação Ltda. Opiniões expressas em matérias assinadas não refletem necessariamente a opinião da revista.
nhos Primavera. Idéia fantástica! Mais uma vez, toda a equipe merece elogios por um trabalho tão profissional e de altíssima qualidade, sempre inovador. Parabéns! Muito obrigado pela preciosa atenção a mim dispensada e por oferecer a todos um trabalho de tão alto nível. Oswaldo Camargo Assistente Comercial Coniexpress S/A - Quero Alphaville – Barueri, SP
Cada dia melhor
C
aro Palhares Como tenho feito algumas viagens para as unidades regionais da Câmara Americana, tenho tido tempo de colocar a leitura que mais gosto em dia, e sem dúvida, como você bem sabe, embalagem é meu hobby. No fundo, por força de minha vida passada, tenho acompanhado desde o início seu excelente trabalho na revista EMBALAGEMMARCA, o qual sempre me entusiasmou. É ótimo ver que a sua revista está se tornando cada dia melhor, principalmente na parte gráfica, pois no conteúdo sempre foi a melhor do mercado. Porém, para um leitor como eu, menos intelectual e mais folheador, as matérias ficavam longas demais, às vezes parecendo ter imagens de menos. Portanto não posso deixar de bisar parabéns e desejar que a revista continue sempre melhorando. Na minha opinião é hoje a melhor publicação brasileira de embalagem. Um grande abraço do amigo e admirador. Sergio Haberfeld Presidente da Câmara Americana de Comércio São Paulo, SP
Trabalho sempre inovador
E
screvo com o intuito de parabenizá-los pela revista EMBALAGEMMARCA de setembro. Ela acaba de chegar às minhas mãos e, com ela, a satisfação de ler boas matérias e me informar com qualidade. Ressalto a estratégia da revista ter sido colocada na embalagem dos Roli-
6 – EMBALAGEMMARCA • out 2003
Agradecemos os elogios. Ressaltamos porém que esse trabalho, como outras iniciativas de integração da cadeia de embalagem em cuja promoção a revista é pioneira, não são mérito só nosso, mas de todos os parceiros que delas participaram. No caso do Projeto Papelcartão Design, do qual as caixas de Rolinhos Primavera fazem parte, esses parceiros, que produziram as embalagens conceituais, foram: Antilhas Soluções Integradas para Embalagens (caixa de cosméticos), Box Print Grupograf (champagne de jabuticaba), Brasilgráfica S/A (executive kit), Embalagem Santa Inês (trenzinho), Jofer Embalagens (chocolate premium), Packing (design), Rigesa (rolinhos primavera) e Ripasa (papel cartão).
Colírio para os olhos
M
eus parabéns pela qualidade apresentada na edição Especial Luxo. A diagramação foi muito bem montada e muito criativa, um colírio paras os olhos de qualquer designer. Ficou de primeira. Lincoln Seiji Koga Designer Gráfico Forma Design São Bernardo do Campo, SP
F
ico muito contente de ver a edição Especial Luxo de EMBALAGEMMARCA, uma página mais bonita que a outra. Parabéns! Letania Menezes Menezes Comunicação São Paulo, SP
Flexografia
R
ecebi EMBALAGEMMARCA de setembro. Achei a matéria sobre flexografia muito boa. Eduardo Sousa Marketing Alphaprint São Paulo, SP
Correções • Na reportagem “Apelo Noturno”, publicada em EMBALAGEMMARCA nº 49 (setembro de 2003), foi informado que a fornecedora das tampas plásticas utilizadas nas ices da Flying Brasil seria a Tapon Corona. Na verdade, ela é a Alcoa, que também desenvolveu o projeto das garrafas de PET das bebidas. Em tempo: o telefone de contato da engarrafadora New Age Bebidas, não citado na reportagem, é (19) 3572-1313. • A SPP-Nemo, empresa pertencente à Suzano Bahia Sul, é uma das mais importantes distribuidoras de produtos gráficos do Brasil. Diferentemente do que foi publicado pela revista na edição 48 de EMBALAGEMMARCA, na nota “Nordeste na mira-2”, na página 48, a distribuidora não atua no segmento de plásticos.
MENSAGENS
PARA
EMBALAGEMMARCA
Redação: Rua Arcílio Martins, 53 CEP 04718-040 • São Paulo, SP Tel (11) 5181-6533 Fax (11) 5182-9463
[email protected] As mensagens recebidas por carta, email ou fax poderão ter trechos não essenciais eliminados, em função do espaço disponível, de modo a dar o maior número possível de oportunidades aos leitores. As mensagens poderão também ser inseridas no site da revista (www.embalagemmarca.com.br).
entrevista
“Seremos favorecidos” m novo empurrão em favor da diminuição das perdas de hortigranjeiros, que chegam a comprometer 30% da produção brasileira, foi dado no último mês de maio, quando entrou em vigor no país a Instrução Normativa Nº 009. Fruto de uma ação conjunta do Ministério da Agricultura, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Inmetro, a medida dispõe sobre a padronização das embalagens e dos métodos de transporte e armazenamento de frutas, legumes e verduras. Antiga interessada nesse mercado, que representa 4% de suas entregas, a cadeia brasileira do papelão ondulado viu na medida uma nova possibilidade de crescimento e afirmação das vantagens do material para o acondicionamento de produtos hortícolas. Presidente da Associação Brasileira do Papelão Ondulado (ABPO) desde 1995, Paulo Sérgio Peres comenta nesta entrevista as perspectivas que se abrem para o setor com a adoção da nova política de embalagens de hortigranjeiros no país. Embora não façam considerações específicas sobre materiais de embalagens, as normas deixam claro que todos os sistemas de acondicionamento terão de garantir higiene e proteção aos produtos hortícolas. “São dois pontos aos quais as caixas de papelão ondulado se adaptam perfeitamente”, defende Peres. Além das explanações sobre hortigranjeiros, o executivo da ABPO, que está no terceiro mandato à frente da entidade, fala sobre as conseqüências da onda de retração econômica que atingiu o país no setor. Mas também comenta boas notícias, como a notória tendência de utilização do material diretamente nas gôndolas, via embalagens primárias feitas de papelão microondulado e que oferecem acabamentos e impressões bem diferentes das vistas nas tradicionais caixas de despacho.
DIVULGAÇÃO
U PAULO SÉRGIO PERES, presidente da ABPO (Associação Brasileira do Papelão Ondulado), fala sobre as oportunidades que surgem para o setor diante das novas exigências de padronização das embalagens e dos processos de transporte e armazenamento de hortigranjeiros, e comenta o desempenho das vendas do material no primeiro semestre 10 – EMBALAGEMMARCA • out 2003
Diante das novas exigências de modernização das embalagens de produtos hortigranjeiros, como fica a importância do setor para os fabricantes de papelão ondulado? A partir de agora os produtos hortícolas terão de estar embalados corretamente. Entre outras coisas, isso significa que tanto os fabricantes das embalagens como os produtores terão de estar identificados. Na parte das embalagens, há basicamente dois pontos que não poderão deixar de ser atendidos. De um lado, elas terão de ser resistentes. De outro, no
caso das embalagens retornáveis, terão de ser higienizadas a cada novo uso. Além desses dois pontos, para minimizar o manuseio e o desperdício dos produtos, as embalagens terão de ser paletizáveis. Isso é muito importante, pois atualmente estima-se que a perda dos produtos hortícolas seja de 30%, basicamente em função das condições não adequadas de embalagem e transporte. Sobre a importância do setor para os produtores de papelão ondulado, vale dizer que atualmente os produtos hortícolas representam 4% de nossas entregas. Mas há paises em que esse percentual chega a 20%. Portanto, temos boas perspectivas pela frente. Com a adoção dessas normas, a briga do papelão ondulado com outros materiais não tende a se acentuar no setor de hortigranjeiros? Acredito que as embalagens de papelão ondulado são as que estão mais adequadas às disposições dessa Instrução Normativa. Elas são fabricadas sob encomenda e especificadas para atender aos requisitos de resistência e paletização. Além disso, são recicláveis e biodegradáveis, evitando contaminação não só dos produtos, mas também do meio ambiente. Como se esses diferenciais não bastassem, o papelão ondulado tem a seu favor as possibilidades de impressão de alta qualidade, o que agrega valor aos produtos acondicionados em embalagens feitas desse material. Em que lugar o Brasil se situa no ranking mundial de produtores de papelão ondulado? Como o setor tem reagido à estagnação econômica do país? O Brasil é o nono maior produtor de papelão ondulado no mundo. De 1995 a 2002, nosso setor apresentou crescimento constante, sendo que no ano passado atingimos a expedição de 2 144 milhões de toneladas. Entretanto, em 2003 nosso ciclo de crescimento está sendo quebrado. No primeiro semestre acumulamos uma queda de 14,4% em comparação ao mesmo período de 2002. Expedimos 906 000 toneladas nos primeiros seis meses de 2003, contra 1 058 milhão de toneladas no mesmo período do ano passado. O senhor pode falar um pouco sobre a crescente tendência de diminuição das ondas do papelão? É possível tornar o papelão ondulado uma nova alternativa celulósica para produção de embalagens primárias? Ultimamente, surgiram novos perfis para as microondas do papelão ondulado. Isso se deu através da inclusão das ondas F, G e N, com alturas pro-
gressivamente menores. A onda F, por exemplo, tem 0,75mm de altura. Já a onda G tem 0,50mm; e a onda N, 0,45mm. Com ondas cada vez mais baixas, impressões flexográficas sofisticadíssimas podem ser aplicadas no papelão ondulado. Isso amplia fortemente as aplicações do material para produção de embalagens primárias. Cosméticos, produtos farmacêuticos, eletroeletrônicos, itens de informática, perfumaria, higiene e limpeza, fruticultura, brinquedos, produtos alimentícios e muitos outros poderão ser vendidos em embalagens primárias feitas de papelão microondulado. Neste último campo, aliás, a última novidade é a onda O, com apenas 0,30mm de altura.
que não afetem o baixo impacto ambiental do papelão ondulado. Por outro lado, pode-se usar papéis já previamente tratados.
Qual o principal mercado consumidor de caixas de papelão ondulado hoje no Brasil? Em um levantamento feito em 2001, constatamos que o setor alimentício é o maior consumidor de embalagens de papelão ondulado no país, com participação de 32,9%. Em segundo lugar vem a área de químicos e derivados, que inclui produtos de higiene e limpeza, com 8,4% de participação. Os setores de avicultura e fruticultura ocupam o terceiro lugar nesse ranking, consumindo 7,2% de todas as embalaQual a taxa de reciclagem do papelão ondugens de papelão ondulado produzidas no lado consumido no Brasil? Brasil. A seguir, vêm os mercados de As caixas de papelão ondulado desbebidas e fumos (5,6%), produtos tacam-se por sua eficiência como farmacêuticos e perfumaria (4,5%), Num setor embalagem e pelos elevados índices têxteis e vestuário (3,7%), metalurque mundialmente de reciclagem já alcançados. Mungia (3,6%) e eletro-eletrônicos tem o compromisso dialmente a indústria do papelão on(3,1%). A produção de chapa de padulado tem o compromisso de conspelão ondulado para cartonagens resde reduzir o tantemente reduzir o impacto total ponde por 16,3% do nosso setor, e os impacto ambiental causado por suas embalagens ao demais segmentos, juntos, consocausado por suas meio ambiente, ao mesmo tempo em mem 14,7% do papelão ondulado que mantém a funcionalidade e a produzido no Brasil. embalagens, a economia do produto por elas embaindústria brasileira lado. No Brasil, o papelão ondulado, Além da utilização de papelão ondude papelão ondulado confirmando sua condição de amigo lado para embalagens primárias, o fiel e eterno não agressor da naturematerial vem mostrando impressões atingiu uma das za, atingiu a taxa de reciclagem de cada vez mais sofisticadas para emmaiores taxas de 75%, umas das maiores do mundo. balagens de transporte. Em termos reciclagem do de custo, essa seria uma tendência mundo: 75% Voltando à área de hortigranjeiros, restrita a produtos de maior valor muito se fala sobre a necessidade de agregado? aumento das exportações brasileiDe maneira geral sim, porém, com a ras. Para isso, os alimentos precisam ser normalevolução dos processos, crescem as possibilidades mente submetidos a embarques em ambientes frios de impressões de qualidade bem diferenciada com e úmidos. Como anda a produção de papelão oncustos competitivos. Cada vez mais acessíveis, as dulado destinado a essas condições? tecnologias de impressão sem dúvida ajudam a auO Brasil é competitivo quanto a isso, pois no seu mentar o valor agregado dos produtos acondicioprocesso produtivo de papelão ondulado estão nados em papelão ondulado. contempladas tecnologias para ambientes úmidos, câmaras frias e produtos congelados. Tais tecnoloAfora as embalagens, o papelão ondulado apregias resumem-se a tratamentos à base de impersenta outros usos? meabilizantes, repelentes a água, colas e tintas esSão inúmeras as utilizações, com destaque para papeciais. Essas soluções são aplicadas nas capas e letes, colméias internas de divisórias e divisórias no miolo durante o processo de fabricação das emem si, painéis decorativos, biombos e displays de balagens de papelão ondulado. É importante sasupermercado, além de sistemas de proteção e lientar que todos os produtos destinados a aumenamortecimento para processos logísticos, urnas em tar a resistência do papelão ondulado à água degeral, protetores solares para automóveis, aplicavem ser recicláveis ou aplicados em proporções ções para construção civil, entre muitos outros.
12 – EMBALAGEMMARCA • out 2003
reportagem de capa
Sonho Embalagens metalizadas e brilhantes viram estrelas nas gôndolas Por Leandro Haberli
N
14 – EMBALAGEMMARCA • out 2003
presas vem se dando conta de que aplicar camadas reluzentes em cartuchos, rótulos, bisnagas e outros acessórios de acondicionamento pode ser uma maneira de conferir atratividade a custos acessíveis. A fim de mostrar que esses diferenciais efetivamente geram negócios, além de constituírem uma maneira de garantir proteção extra contra luz, umidade e até contrafações, as empresas que oferecem acabamentos brilhantes e metalizados vêm conseguindo pôr em prática um objetivo comum à cadeia de embalagem: deixar claro que vale a pena gastar um pouco mais para obter uma aparência nobre e chamativa.
STUDIO AG
o sentido figurado a palavra brilho normalmente significa beleza, prestígio e sofisticação. Trata-se de uma simbologia mais do que presente no mundo dos produtos de consumo, onde embalagens com efeitos resplandecentes se tornaram um eficiente instrumento de marketing. Afinal, soluções de acondicionamento recobertas ou guarnecidas por filmes metalizados, acabamentos perolizados, efeitos iridescentes e holográficos ou aplicações de hot stamping – dentre outras alternativas de decoração de embalagens que literalmente levam brilho às gôndolas – são hoje naturalmente associadas pelos consumidores à idéia de luxo e requinte. Mas, ao contrário do que leva a crer a atual pressão por redução de custos, o toque de Midas das embalagens brilhantes mostra-se cada vez menos restrito ao nicho dos itens de alto valor agregado. Sem deixar de comparecer nas embalagens de produtos refinados, o que se percebe é que, a despeito de quedas nos índices de consumo, um número crescente de em-
DIVULGAÇÃO STUDIO AG
Foco em promocionais e em nova linha iridescente Embora sejam apreciadas normalmente fora das gôndolas, embalagens promocionais usadas para distribuição de brindes institucionais também vêm recorrendo à diferenciação visual possibilitada pelo brilho metálico. A VSP Papéis Especiais, empresa que representa no Brasil marcas como a celebrada ArjoWiggins, informa que a procura vem crescendo a cada ano nesse nicho. Revestimentos da linha Curious
Metallics, uma das principais chancelas da empresa na área de papéis brilhantes, já foram usados para distribuição de presentes de marcas como Chivas Regal e Shiseido. Sem restrições quanto a fornecer revestimentos especiais para aplicações de ponto-de-venda, a empresa implantou recentemente um serviço de acoplamento de folhas, que permite ao cliente receber os papéis especiais já empastados em cartão, ou
“A barreira do custo ainda existe, mas mesmo fabricantes de produtos de preço final relativamente baixo se mostram cada vez mais dispostos a apostar no impacto visual de um acabamento metalizado”, diz Ana Paula Martins, profissional de marketing da Brasilcote, um dos principais fornecedores de papéis metalizados do país, com forte atuação no mercado de embalagens. Para conquistar definitivamente esse nicho, e assim fazer deslanchar o setor, as empresas que lidam com acabamentos e embalagens brilhantes também lutam para romper a idéia de que empobrecer a apresentação é uma forma de aumentar as vendas em tempos de vacas magras. “A procura por nossos serviços aumenta à medida que as empresas se dão conta de que até consumidores de baixo poder aquisitivo procuram aspectos visuais ligados à idéia de sofisticação”, fala Rod Abbamonte, diretor da FRM Brasil, em-
em qualquer outro tipo de papel. “Com isso buscamos facilitar o trabalho dos profissionais de embalagens, que geralmente necessitam gramaturas mais altas”, informa Alice Ohira, que atua na área de marketing da empresa. Além do novo serviço, a VSP está lançando a linha Geltex Reflejos, composta por papéis com brilho iridescente, que também podem ser usados para revestimento de embalagens.
presa que oferece filmes de hot stamping e outros acabamentos especiais para o mercado de embalagens.
“Privilégio” de muitos O ramo de higiene pessoal pode ser citado como uma amostra dessa espécie de anseio coletivo por um pouco de requinte. Mesmo que incomum entre marcas de combate, a utilização de efeitos brilhantes em produtos como xampus e condicionadores deixou de ser exclusividade de embalagens voltadas aos chamados happy few. Exemplo recém-chegado nas prateleiras é a nova linha de tratamento capilar Elsève Liss-Intense, da L’Oréal. Do tipo auto-adesivo e com aparência transparente (no label look), os rótulos do produto se destacam por amplas aplicações de hot-stamping, além de uma logotipia dourada da marca L’Oréal. O acabamento ficou a cargo da FRM, que na área de perfumes também acaba de participar out 2003 • EMBALAGEMMARCA – 15
do projeto de embalagem da Colônia Classic, de O Boticário. Além de efeitos prateados no cartucho de papel cartão, o produto conta com tampa plástica recoberta por um filme opaco, detalhe que confere charmosa aparência de madeira ao fechamento.
Na linha Elsève Liss-Intense, no label look abusa de hot stamping. Abaixo, brilho prateado nos cartuchos e tampa plástica recoberta por filme com aparência de madeira
Rótulos também aproveitam
STUDIO AG
Mas é o segmento de bebidas alcoólicas o que talvez dimensione com mais fidelidade a crescente democratização dos acabamentos brilhantes no mercado de embalagens. Produtos como catuabas, conhaques e outros drinques à base de aguardente e algumas marcas de vinhos de maior giro compartilham em número
Metalizados não são mais bicho-papão nas gráficas Sografe, gráfica que, segundo seus registros, foi a primeira a imprimir embalagens metalizadas no Brasil. “Começamos a trabalhar com esse tipo de material na década de 70, quando recebíamos laminados metalizados pouco resistentes e desprovidos de tratamentos”, relembra Meyer. Quanto à dificuldade de absorção da tinta na superfície metalizada, que acabou se transformando no
grande bicho-papão das impressões nesse tipo de material, ele explica que o surgimento de novas gerações de tintas UV, que podem ser expostas a lâmpadas especiais para acelerar a secagem, e de tintas oxidativas, que secam em contato com o ar, tem evitado grande parte dos problemas. “É claro que quem não tem experiência pode se complicar, mas de uma maneira geral a evolução dos processos facilitou nosso trabalho”, conclui o gerente da Sografe. Outro depoimento que corrobora a melhora de qualidade dos substratos metalizados no Brasil é dado por André Victor, da gráfica Congraf, que fornece cartuchos brilhantes para diversas empresas do ramo de cosméticos, como Sara Lee, Contém 1g e Impala. Ele lembra que atualmente o material já é fornecido com primes, de modo que as gráficas não precisam mais se preocupar com aplicação de vernizes, nem com outros tipos de tratamento pré-impressão. “Também temos notado que os cartões metalizados deixaram de apresentar problemas de delaminação, que antes eram freqüentes”, fala Victor. STUDIO AG
Os profissionais gráficos, cujas ressalvas quanto a projetos envolvendo laminados metalizados já foram vistas como um obstáculo ao crescimento desse tipo de material no mercado de embalagem, têm se mostrado receptivos à diversificação da oferta nacional de filmes e papéis no setor. “Antigamente, era preciso revisar o laminado antes mesmo dele ir para a máquina”, afirma Tobias Meyer, gerente de produção da
16 – EMBALAGEMMARCA • out 2003
crescente o sonho dourado das embalagens brilhantes. “A diferença de preço entre um rótulo em papel couché e um rótulo metalizado é irrisória quando comparada ao custo total do produto e aos resultados que pode gerar nas gôndolas”, defende Roberto Gasparini, diretor comercial da Novelprint, fornecedora de rótulos auto-adesivos que nos últimos anos tem ampliado a oferta de alternativas metalizadas.
Bebidas alcoólicas na frente
Nem todos percebem benefícios Mas os argumentos de venda desse tipo de auto-adesivos nem sempre chamejam como gostariam as empresas que oferecem o diferencial. O departamento de marketing da Prodesmaq, fornecedora dos rótulos do Johnnie Walker One e do Teacher’s com Guaraná, lembra que, em-
18 – EMBALAGEMMARCA • out 2003
Marcas como Chalise, com rótulos produzidos com papel Metalcote, da Brasicote, e Piagentini, que adotou auto-adesivos da Indexflex, demonstram força do brilho nas gôndolas de vinhos
Rótulos metalizados demarcaram território estratégico no mercado de ices, onde brigam com transparentes e termo-encolhíveis
FOTOS: DIVULGAÇÃO
Prova de que esse discurso já é acolhido pelos fabricantes de bebidas é o sistema de decoração da garrafa do vinho Chalise, que é fabricado pela Vinícola Salton e conta com rótulo metalizado impresso em papel Metalcote, uma das marcas da linha de papéis metalizados da Brasilcote. Outro caso interessante na área foi o lançamento, no final do ano passado, da nova linha de vinhos e espumantes da Piagentini. Para demarcar a entrada no segmento de bebidas finas, os produtos adotaram uma extensa linha de rótulos auto-adesivos metalizados da Indexflex. O esmero no acabamento é tal que as impressões douradas e prateadas dos logotipos “se assemelham a aplicações de hot-stamping”, nas palavras de Flávio Piagentini, diretor de marketing da vinícola. A explosão das marcas de bebidas ice também vem se revelando profícua para os rótulos metalizados. Produtos como Velho Barreiro Caipirinha Ice, produzido pela IRB (Grupo Tatuzinho – 3 Fazendas) e decorado com rótulos da Novelprint, Johnnie Walker One, da Diageo, e Teacher’s com Guaraná, da Allied Domecq, são alguns exemplos de que a estrela do acabamento metalizado está brilhando na categoria.
Alimentos também resplandecem Se em mercados como o de cosméticos e perfumes as aplicações brilhantes são normalmente empregadas sob o princípio da sedução visual, na área de alimentos o aspecto da proteção costuma falar mais alto. Isso não significa, porém, que a aparência das embalagens metalizadas não tenha função mercadológica nesse setor. "Além da excelência em temos de barreira, o uso de folhas de alumínio gera um sensível destaque na aparência dos produtos", diz Otávio Carvalheira, gerente-geral da divisão de flexíveis da Alcoa, empresa que fortaleceu sua estratégia brasileira nessa área no final de 2000, quando adquiriu a Itaipava, um dos principais fabricantes nacionais de embalagens flexíveis. Desde então, a Alcoa vem pondo em prática uma estratégia de follow sourcing, atendendo no Brasil fabricantes que já são fornecidos nos Estados Unidos. Exemplos podem ser vistos em alguns candies da americana Hersheys. Outros importantes clientes da divisão de flexíveis no Brasil são a Garoto, cujo chocolate Batom é vendido em folhas submetidas a processos de gofragem, além da linha de caldos Maggi, da Nestlé, que utiliza o material laminado a substratos celulósicos como embalagem primária.
bora as alternativas metalizadas possam ser mais baratas do que os rótulos feitos em filmes transparentes ou termo-encolhíveis, poucos usuários se mostram dispostos a investir no diferencial. “Muitas empresas ainda associam o recurso ao aumento de custo e acabam não explorando seus benefícios”, avalia a empresa. Apesar disso, gráficas e convertedores de embalagem vêm investindo cada vez mais em novas tecnologias produtivas voltadas a projetos e aplicações brilhantes, num movimento que tem ajudado a balizar o crescimento desse mercado. “Alternativas como o UV a frio e os processos de secagem química têm se mostrado eficientes para resolver os eventuais problemas de impressão das embalagens metalizadas”, diz Gilson Peixe, diretor de vendas da Igel, convertedora do Sul do país que atualmente imprime cartuchos laminados com papéis e filmes da Brasilcote para produtos como perfumes e cremes dentais branqueadores. Bernardo Senatro Neto, da paulista Bergraf, não só lembra que os acabamentos brilhantes e metalizados deixaram de ser uma dor-de-cabeça para os profissio-
20 – EMBALAGEMMARCA • out 2003
nais gráficos, como observa que quem não se adaptar às exigências pode perder irrecusáveis oportunidades. “Não é mais concebível evitar esse tipo de projeto em função da exigência de técnicas e processos produtivos mais complexos”, ele diz, com o know-how de quem já produziu cartuchos com aplicações de hot-stamping prateado na famosa linha de cosméticos anti-sinais Renew, da Avon.
Nova tecnologia de metalização Não por acaso, o movimento de convertedores e gráficas rumo ao mercado de embalagens brilhantes tem ocorrido em sintonia com a crescente oferta de papéis metalizados para o mercado de rótulos e cartuchos. Prova das novas alternativas de provimento irrompe na trajetória da Málaga Papéis Metalizados, um dos principais nomes do setor, ao lado da Brasilcote. Surgida em 1962 como fabricante de lantejoulas e outros artigos carnavalescos, a empresa entrou no ramo de embalagens em 1999. Numa demonstração de que a abertura de leque foi compensadora, a Málaga acaba de colocar em operação uma la-
Cartucho de anti-sinais da Avon tem aplicações prateadas feitas pela Bergraf
queadora que metaliza estruturas cartonadas em alto vácuo. Dessa maneira, dispensa-se a etapa de laminação do filme ou do papel metalizado. “Além de reduzir custos e prazos, essa tecnologia viabiliza a metalização de cartões com gramaturas mais baixas”, explica Simone Málaga, executiva da empresa, acrescentando que a intensidade do brilho pode ser trabalhada de acordo com o projeto que se pensa desenvolver. Somadas ao aumento de oferta, novidades como essa podem, segundo ela, injetar novo ânimo no setor. “Esperamos que o processo de substituição das importações de papéis e cartões metalizados por produtos nacionais seja acelerado”, diz Simone. Entre os exemplos que já demonstram essa migração, ela cita a embalagem de um dos telefones da linha Baby, da antiga Telesp Celular. Produzido com papel cartão metalizado da Málaga laminado sobre um cartucho de papelão microondulado da Lingraf, o produto foi agraciado no ano passado com o prêmio Fernando Pini de Excelência Gráfica.
Fim do temor ecológico Outro argumento em favor das aplicações metalizadas no mercado de embalagens reside no desligamento da pecha ambientalmente incorreta que já chegou a ser associada a esse tipo de acabamento. Além dos cartonados metalizados estarem aptos a receber o selo Papel Cartão para Embalagem, criado pela Bracelpa (Associação Brasileira de Celulose e Papel) para, en-
STUDIO AG
Cartuchos metalizados recobertos por filmes de acetato de celulose: matéria-prima renovável
22 – EMBALAGEMMARCA • out 2003
DIVULGAÇÃO
Embalagem de celular produzida pela Lingraf com papel metalizado da Málaga: microondulado também ganha com brilho
Alcoa (11) 3741-4939 www.alcoa.com.br
tre outros objetivos, identificar embalagens feitas de acordo com as legislações ambientais, verifica-se o surgimento de novas alternativas de material em harmonia com a preocupação ecológica. Merecedor de menção é o filme de acetato de celulose da UV Pack Acabamentos Especiais, empresa que oferece grande variedade de aplicações com brilho e metalização, incluindo hologramas de segurança e um diversificado portfólio de aplicações em relevo. Abaixo, o produto aparece recobrindo cartuchos demonstrativos produzidos sobre fundo metalizado e decorados com aplicações de hot-stamping preto com relevo seco e hot-stamping holográfico. “A principal matéria-prima do filme é a celulose, um recurso natural renovável, obtido de florestas plantadas”, destaca Andréa Prado, responsável pelo marketing da UV Pack. Além de inquestionável prova de que os efeitos metalizados e brilhantes se consolidam como uma maneira charmosa de atrair atenções na gôndola, a variedade de opções envolvendo esse tipo de acabamento dá razão a uma conhecida máxima. No mundo das embalagens, definitivamente, nem tudo o que reluz é ouro. Mas para quem é do ramo esse aforismo não precisa ser interpretado como alerta contra falsas aparências. É muito mais um lembrete: “Seja para aumentar a proteção ou gerar um novo fator de decisão de compra, os produtos e suas apresentações tendem a demandar um número cada vez maior de aplicações brilhantes”, arremata Bernardo Senatro Neto, da gráfica Bergraf.
Bergraf (11) 4241-6060
[email protected] Bracelpa - Associação Brasileira de Celulose e Papel (11) 3885-1845 www.bracelpa.org.br Brasilcote (11) 4360-6221 www.brasilcote.com.br Congraf (11) 5563-3466 www.congraf.com.br FRM Brasil Comercial (11) 6914-6336
[email protected] Igel (51) 3041-8300 www.igel.com.br Indexflex (11) 3611-7100
[email protected] Lingraf (11) 6525-9800 www.lingraf.com.br Málaga Papéis Metalizados (11) 3601-4360 www.malapm.com.br Novelprint (11) 3768-4111 www.novelprint.com.br Prodesmaq (19) 3876-9300 www.prodesmaq.com.br Sografe (11) 5522-4655
[email protected] UV Pack Acabamentos Especiais (11) 3641-1055 www.upackacabamentos.com.br VSP Papéis Especiais (11) 3611-9090
[email protected]
making of
Alvo externo Design internacional faz energético chileno ganhar “frasco-projétil” reqüentemente o design é apontado como uma das áreas em que o Brasil tem tudo para se destacar no motor da globalização econômica. Essa visão parece ser procedente não apenas ao se considerar o design de produtos, como roupas ou móveis, mas também – por que não? – os projetos de embalagens. Um bom exemplo é dado pela DIL Brands. Desde que se internacionalizou, em 1996, estendendo seus dotes a clientes chilenos e argentinos, a agência já amealhou mais de 3 000 serviços. Entre eles, um de recente impacto, que mostra o potencial para se trabalhar com criatividade em outros mercados, foi feito para a subsidiária chilena da Nestlé. A empresa decidiu entrar no nicho de bebidas energéticas naquele país através de sua marca Bliss. No entanto, como aqui, a chancela Bliss é familiar a iogurtes e outros produtos lácteos frescos, o que pesou para se afastar a hipótese inicial de se utilizar a mesma garrafa plástica dos iogurtes no projeto do energético. Ganhou força, assim, a idéia de criar uma embalagem exclusiva e diferenciada, e foi aí que a DIL Brands entrou no jogo.
F
Com formato de bala, embalagem consiste num frasco plástico decorado com um rótulo termo-encolhível. Abaixo, o frasco despido e sua planta técnica
24 – EMBALAGEMMARCA • out 2003
62.74 159.18 126.95
Partindo da premissa de que a embalagem deveria expressar o conceito de “energia” – afinal, o nome escolhido para o produto foi Bliss Energy –, a equipe da agência gerou diversas formas associadas à palavra utilizando modelagens através dos softwares de realidade virtual Maya e Alias Studio. Assim, o cliente poderia visualizar cada modelo com alto realismo. “No início, não sabíamos a qual tipo de embalagem recorrer, já que o segmento de bebidas energéticas se caracteriza por latas de 200ml ou 250ml de pequeno calibre”, conta Fernando Muniz Simas, gerente geral para Argentina e Chile da DIL Brands. Dos modelos criados foram pinçadas três opções, submetidas posteriormente a pesquisas em focus groups. Numa triagem, sobressaiu o conceito da bala de revólver. Escolha feita, a agência se debruçou sobre o desenvolvimento industrial da embalagem, em contatos constantes com convertedores, e sobre os deta-
8.15 7.74
FOTOS: DIVULGAÇÃO
Conceito expresso
54.00
lhes do design gráfico. Quanto ao primeiro quesito, a fornecedora chilena BurgoPlast fez o modelo escolhido tomar corpo em um frasco de polietileno de alta densidade, conjugado a uma tampa em polipropileno cuja cor remete ao chumbo das cápsulas dos projéteis. A decoração da peça plástica rendeu um episódio crucial. Ocorre que a equipe da DIL Brands considerou que um rótulo termo-encolhível geraria grande apelo à embalagem, mas não sabia se o filme retrátil iria se amoldar ao seu desenho singular. “Acreditávamos que haveria dificuldade em conseguir um encaixe perfeito do filme com a tampa, e precisávamos saber se o rótulo teria contração suficiente para o detalhe da base, um anel típico das balas”, lembra Simas. Testes feitos com rótulos de PVC da Edelpa, impressos em seis cores mais o branco, aprovaram a idéia. Nos detalhes gráficos gravados no rótulo, a marca Bliss ganhou um formato menor que o utilizado habitualmente, e na cor preta. Para casar com esse detalhe, o logotipo da Nestlé ganhou tonalidades similares. Na finalização do trabalho, a DIL Brands realizou diversas provas de cores, a fim de reproduzir com o máximo possível de fidelidade as cores associadas a uma bala de verdade.
Modelos alternativos para a embalagem do energético, criados digitalmente com o auxílio dos softwares Maya e Alias Studio, foram descartados após pesquisas
DIL Brands (11) 4191-9711 www.dilbrands.com
flexíveis
Agora o trem vai? Stand-up pouch ainda briga por maior aproveitamento no Brasil Por Guilherme Kamio m meados de 1968, um diretor de uma fábrica francesa de máquinas de envase, Louis Doyen, obteve a patente de um invento que, ele imaginava, tinha tudo para dar certo. Registrado como doypack, uma abreviação de Doyen Pack, o objeto consistia num envoltório flexível de baixo custo que, por ter uma base sanfonada, conseguia manterse em pé. O francês tinha razão. Sua em-
FOTOS: STUDIO AG
E
balagem, hoje sob o nome genérico de stand-up pouch, ou “bolsa que fica em pé”, em tradução livre do inglês, avança mundo afora como uma locomotiva nas gôndolas dos supermercados, ora vestindo novos produtos, ora substituindo outras apresentações. Para se ter idéia, a consultoria Packaging Strategies estima que, de 2001 a 2006, o consumo mundial dessas embalagens saltará de 11 bilhões para
mais de 24 bilhões de unidades. Além da estatística, o momentum favorável ao stand-up pouch, ou SUP, como também é conhecido no jargão industrial, fica evidente ao se observar que ele vem conseguindo sair de seus mercados cativos, os de alimentos e de bebidas, para conquistar novas searas – entre elas, as de limpeza doméstica, higiene pessoal, cosméticos, produtos automotivos e até do setor farmacêutico. Isso ocorre não apenas substituindo, com perceptível valor agregado, outros tipos de saquinhos plásticos. O stand-up pouch a cada dia angaria simpatizantes entre itens tradicionalmente identificados com recipientes como os cartuchos de papel-cartão, potes de vidro e latas. “Além de ser atraente em termos de cus-
to unitário se comparado a determinadas embalagens rígidas ou semi-rígidas, o stand-up pouch tem grande apelo pela visibilidade que propicia nas prateleiras com sua exposição vertical”, afirma Márcia Rodrigues, da área de desenvolvimento de mercado da Itap Bemis. Sérgio Angelucci, diretor comercial de outra grande convertedora, a Embalagens Flexíveis Diadema, adiciona que o SUP pode ser trabalhado sob diversos formatos e volumes e acoplar zíperes, válvulas ou um canudo interno, o que garante o consumo prático e fracionado de produtos. “É uma embalagem sintonizada com os novos hábitos de vida, conveniente e também segura, uma vez que pode atender aos mais variados requisitos de conservação”, ele ressalta. “Ademais, vale dizer que o SUP implica numa logística ‘amigável’, pois permite amplo aproveitamento de espaços no transporte e na estocagem”, lembra Maristela Simões de Miranda, diretora comercial da produtora de máquinas Maqplas.
Maionese em stand-up pouch encontra grande receptividade principalmente na região Sul do país. Apesar da apresentação um tanto curiosa, com furos para gancheiras, temperos também representam mercado de bom potencial para os SUPs
Benefícios em série “Costumamos dizer que o stand-up pouch não é barato, mas sim econômico, pois mesmo que se pague por ele um pouco mais do que por outra embalagem, ganha-se em custos industriais, em design, em percepção de valor pelo consumidor”, define Alan Baumgarten, diretor da Tradbor, empresa que vende o serviço de produção de SUPs a muitos convertedores, os quais podem, assim, concentrar-se em suas vocações, ou seja, out 2003 • EMBALAGEMMARCA – 27
Segmento
1995
1998
2000
2002
2005
Temperos e condimentos Alimentos secos/Arroz Maionese Molhos/Conservas Café Chocolate/Confeitaria Snacks Limpeza doméstica Higiene pessoal Pet food Retort pouch Bebidas Outros
12 000 12 040 21 670 – 24 100 13 240 – – 1 000 – – – 4 000
17 000 21 110 60 200 4 000 46 860 16 200 14 500 – 5 150 – – – 11 000
38 000 28 810 74 650 5 600 50 860 13 200 14 900 4 600 19 300 48 280 1 000 – 24 500
57 050 45 580 86 690 8 800 64 286 16 200 15 600 9 000 43 824 114 300 4 700 15 000 37 400
68 973 46 080 95 359 9 240 75 197 18 826 16 536 9 504 48 206 131 445 38 000 206 200 39 284
88 050
196 020
323 700
518 330
802 850
Total
a laminação e a impressão de filmes. É esse rol de benefícios que vem levando, há praticamente uma década, a explosão do stand-up pouch no país ser seguidamente alardeada como inevitável. Até agora, porém, trata-se de um ato que ainda não saiu dos ensaios. A bem da verdade, o número de SUPs nas lojas tem crescido nos últimos anos. “Mas essa presença já poderia ser bem maior”, atesta Mauro Kernkraut, diretor comercial da Terphane, produtora de filmes de poliéster, material importante na composição da estrutura dos stand-up pouches, lembrando que em outros países, mesmo em vizinhos sul-americanos, esse sistema de embalagem “já virou o padrão em certos segmentos de mercado”. Num uníssono, as empresas ligadas à conversão de flexíveis entendem que o principal motivo para essa difusão aquém da esperada é o cenário econômico desfavorável dos últimos anos, que tem freado os investimentos. “Por isso, as vantagens do stand-up pouch ficam mais claras para um produto novo, e não na substituição de uma outra apresentação, o que implica numa troca de linha de embalagem”, explica Márcia Rodrigues. Outros aspectos também são lembrados pela profissional da Itap Bemis. Um deles é o “histórico desfavorável do stand-up pouch por aqui”. Ocorre que os primeiros produtos comercializados em
28 – EMBALAGEMMARCA • out 2003
SUPs, na primeira metade dos anos 90, enfrentaram problemas estruturais e devoluções dos supermercados. “Houve muitos projetos descuidados no início”, conta Márcia Sato, da área de desenvolvimento de mercado do escritório local da Alusa, convertedora chilena que busca abrir o mercado nacional para a solução, uma coqueluche em seu país de origem.
Receio pesa Márcia rememora que muitos pouches delaminavam, foram usados sistemas de abertura falhos na área de sucos e houve até falta de oferta à época. “Outro problema é que em muitos casos os varejistas instituíram para os itens em SUPs preços similares ou até maiores que os das versões em outras embalagens, o que criou uma visão distorcida dos pouches no mercado.”
Previsões dão conta de que haverá crescimento do uso de stand-up pouches no país mesmo em segmentos nos quais já existe razoável aproveitamento dessas embalagens, como o de pet food
FONTE: ITAP BEMIS *EM UNIDADES (X 1 000)
Previsão: consumo de stand-up pouches no Brasil*
Na Europa, os stand-up pouches vêm progressivamente conquistando novos mercados, como os de cosméticos, higiene pessoal, bricolagem e o farmacêutico
sempre ótimos
Tais fatores ajudaram a criar certo receio em relação ao stand-up pouch no país. No entanto, a cadeia de produção e fornecimento dos SUPs não quer jogar a toalha. Segundo ela, agora, sem alarme falso, o stand-up pouch tem tudo para vivenciar uma curva ascendente. “Creio que é o típico caso em que a oferta vai multiplicar a demanda, ou seja, o consumidor fatalmente será seduzido a partir da disponibilidade de produtos nessa apresentação, que irá se avolumar no varejo”, diz Angelucci, da Diadema. Esse vaticínio, assinado embaixo pelos profissionais ouvidos, não está sendo feito ao acaso. Primeiramente, concorre para ele a expectativa de uma melhora econômica, já que o próprio presidente Lula sinalizou recentemente o “fim do tempo de vacas magras”. Outro ponto para sustentar esse otimismo relaciona-se aos bens de capital necessários à utilização dos SUPs. “Não há mais dependência exclusiva de equipamentos importados, antes acessíveis apenas às grandes companhias”, informa José Marcos de Souza, gerente de marketing da G.D do Brasil, uma das empresas que vêm se movimentando para facilitar o acesso do empresariado às máquinas para a produção e o envase do standup pouch (veja quadro). “Como o país já reúne todos os requisitos técnicos para produzir SUPs de alta qualidade e os fabricantes estão se organizando para facilitar o investimento das empresas que querem adotar o conceito, a expectativa é muito positiva”, resume Kernkraut.
negócios.
TAMPAS 38 MM A Alcoa tem sempre a solução que a sua empresa precisa para o lacre de embalagens plásticas (PET, PVC, PEAD e PP) e embalagens de vidro, em diversos segmentos, como alimentício, temperos, bebidas, alcoólicos, farmacêutico e químicos.
38 MM EXTRA LOK • Bebidas sem gás envasadas a quente ou a frio. • Lacre Anti-violação. • Pode ser fornecida com ou sem vedante.
38 MM DOUBLE LOK • Duplo sistema
Salto em todas áreas De modo detalhado, um estudo realizado pela Itap Bemis prevê que no período de 2002 a 2005 haverá um crescimento de 55% no volume de stand-up pouches utilizados no Brasil, num salto de 518,330 milhões de unidades produzidas para
0800 12 3727
www.alcoa.com.br de travamento, Fone: 4195.3727 Ramais: com maior segurança. Luiz Mello: 2315 • Para bebidas com gás, Marijosy Silva: 2327 fornecida sempre com vedante. Fábio Spinola: 2336
TOTALITY
DIVULGAÇÃO
Fechamos
Oferta de máquinas cresce e se diversifica
802,850 milhões. Segundo estimativas desse trabalho, até mesmo os segmentos nos quais o stand-up pouch já encontra boa receptividade, como os de pet food, maioneses e cafés, irão escorar o aclive (veja o gráfico na página anterior). Interessante, contudo, é notar a previsão de um salto vigoroso para o mercado de bebidas, no qual o aproveitamento de SUPs é ainda ínfimo. Além disso, os fabricantes antevêem o crescimento dos pouches retort, termo que define um processo em ascensão no mundo todo. Voltado especialmente ao acondicionamento de produtos não-ácidos, esse processo consiste na combinação do enchi-
30 – EMBALAGEMMARCA • out 2003
Foligati, da área de marketing e comércio exterior da empresa. O modelo, que ocupa um espaço reduzido, produz até oitenta pacotes por minuto e possui um exclusivo sistema de aplicação de zíper e Eurolock, desenvolvido pela própria Masipack. “Desde o seu lançamento, no início do ano, já vendemos trinta unidades, sendo que dezesseis delas para exportação”, conta Patrícia. Já na área de equipamentos para corte e solda, a Hudson-Sharp lançou recentemente a SUP 750, máquina 100% nacional para a produção de 80 a 140 pouches por minuto, com ou sem zíper. “O equipamento, servo-acionado, é de fácil set-up, processa filme em plano único e possui desbobinador com eixo motorizado”, destaca Flávio Antiqueira, da área de vendas internacionais da empresa, que tem comemorado o faturamento com as exportações. Quem também tem vendido um bom número de máquinas para stand-up pouches para o exterior é a Maqplas, que afirma ser a pioneira em máquinas servo-motorizadas no Brasil e que tem na CSP UP 600 a vedete em sua carteira para a produção de SUPs. Conforme explica sua diretora comercial, Maristela Simões de Miranda, “é uma máquina de duas pistas, capaz de produzir até 140 unidades por minuto e aplicar zíper”. Para necessidades de produção menores, a Maqplas oferece uma versão de pista única, para fechar até 70 SUPs por minuto. “É um modelo bem acessível ao mercado nacional”, afirma Maristela.
mento dos SUPs a quente com a esterilização de produtos em processo de autoclave. “É uma tecnologia ainda crua no Brasil, que dá os primeiros passos em pouches de rações úmidas para gatos”, comenta Márcia Rodrigues. “No exterior, o retort vem se espraiando para a área de pescados em conserva, substituindo latas, um tipo de aplicação que tem tudo para dar frutos no Brasil”, revela Kernkraut. Menos intrincada, a utilização somente do enchimento a quente (hot fill), de especial apelo para produtos com acidez elevada, como frutas, geléias e atomatados, também possui campo aberto
FOTOS MÁQUINAS: DIVULGAÇÃO
Fabricantes e distribuidores de máquinas de embalagem também vêm sinalizando o potencial do stand-up pouch como negócio. Isso fica claro pelas novidades que têm invadido o mercado, sejam elas do tipo form-fill-seal (FFS), que formatam, enchem e fecham as embalagens, sejam de corte e solda, que produzem a embalagem e a deixam pronta para o envase posterior. No lado das marcas importadas, a G.D do Brasil iniciou recentemente a produção nacionalizada do modelo SP220, do tipo FFS, de uma de suas marcas representadas, a espanhola Volpak. Segundo o gerente de marketing José Marcos de Souza, já existem cinco unidades sendo fabricadas aqui para clientes locais, e já se planeja a produção de um modelo para o processamento de pouches retort. “Com a isenção de taxas de importação e as possibilidades de financiamento, nossa meta é vender no mínimo cinco unidades por ano”, ele diz. Flexibilização do pagamento também é brandida pela Carlos Wanderley & Filhos, que já instalou no país vinte unidades de outra grife espanhola de renome na área de FFS para SUPs, a Bossar. “Uma melhora dos juros deverá estimular o investimento nesse tipo de máquina, de alta sofisticação”, acredita Fausto Alberto, engenheiro de vendas da distribuidora. Por sua vez, as fábricas nacionais também estão investindo em máquinas para SUPs. Na área de FFS, uma novidade é a Ultra-Pouch, da Masipack. É a primeira máquina do tipo FFS para stand-up pouches com construção vertical de que se tem notícia, segundo Patrícia
por aqui, pois ainda se restringe ao envase de algumas bebidas. “Temos a convicção de que esse processo puxará um boom no mercado de atomatados, com SUPs substituindo latas e cartonadas assépticas”, destaca Márcia Sato, da Alusa, propondo um cotejo com que acontece no Chile: lá, perto de 70% dos atomatados são vendidos em stand-up pouches.
Desembarque high-tech
DIVULGAÇÃO
À frente, outra tecnologia em franco desenvolvimento mundial para SUPs, e que por enquanto ainda não deu as caras no Brasil, é o enchimento asséptico. Nela, produtos esterilizados são envasados em stand-up pouches em ambiente controlado, permitindo que se conservem por longo tempo em temperatura ambiente, à guisa das caixinhas longa vida. “É uma promessa para o acondicionamento de leites e demais produtos lácteos”, opina Kernkraut, da Terphane. Todos esses aportes tecnológicos têm um reflexo claro: a abertura de novos
horizontes para o stand-up pouch. Nos mercados estrangeiros, os SUPs vêm ganhando simpatia e confiança através de novas aplicações, como a capacidade de irem ao forno de microondas para aquecer molhos e alimentos, o acondicionamento de papinhas infantis, xampus, soluções intravenosas hospitalares e cremes para a pele, entre outras. São tendências que podem contemplar em breve os consumidores nacionais. “Imaginamos que, como o SUP está demorando mais para ganhar mercado aqui do que no exterior, talvez no Brasil consigamos queimar etapas”, sugere Angelucci. O que se descarta, definitivamente, é a noção de que os stand-up pouches não decolam no país porque o brasileiro não aprova a embalagem por questões culturais. “Existem barreiras mercadológicas, mas não de aceitação. O stand-up pouch também enfrentou certa resistência inicial nos Estados Unidos, onde hoje cresce a passos largos”, define Kernkraut. “Para haver crescimento aqui, é preciso ‘vender’ bem a solução, ou seja, utilizá-la adequadamente como ferramenta para agregar valor e alavancar um melhor posicionamento dos produtos”, entende Flávio Antiqueira, da área de vendas da produtora de máquinas Hudson Sharp.
Pequenas frações ao alcance Quem imagina que o stand-up pouch é uma solução disponível apenas às aquisições em quantidades que começam na casa das dezenas de milhares de unidades se engana. Especializada na produção dessa embalagem, a empresa paulistana Tradbor oferece, sob o nome TradPack, uma linha de pouches disponível para compras a partir de 500 unidades. Em tamanhos e cores padronizadas, os pouches não levam impressão, mas podem ser ornados com serigrafia e até mesmo com rótulos auto-adesivos. “Eles acabam ficando com a mesma qualidade de apresentação que os pouches tradicionalmente decorados”, argumenta Alan Baumgarten, diretor
32 – EMBALAGEMMARCA • out 2003
da Tradbor. Outros destaques da linha TradPack são as versões “tamanho família”, com alça para transporte incorporada, e as inovadoras de papel kraft, de aparência rústica e que também podem ter zíper.
Home care (acima) é mercado promissor para SUPs no país, assim como o de atomatados (no lado oposto da página)
Alusa (11) 5093-6511 www.alusa.cl Carlos Wanderley e Filhos (11) 3812-2577
[email protected] Embalagens Flexíveis Diadema (11) 4066-7833 www.embdiadema.com.br GD do Brasil (11) 6095-2000 www.gdbr.com.br Hudson Sharp (16) 3303-8500 www.hudsonsharp.com Itap Bemis (11) 5516-2000 www.dixietoga.com.br Masipack (11) 4178-8099 www.masipack.com.br Maqplas (11) 3686-6198 www.maqplas.com.br Terphane (11) 5503-3960 www.terphane.com.br Tradbor (11) 3739-4909 www.tradbor.com.br
internacional
O pior já passou Feiras argentinas renovam expectativa de recuperação econômica Por Leandro Haberli, especial de Buenos Aires e na edição de 2001, quando a Argentina estava em meio ao colapso econômico que culminaria meses mais tarde com panelaços e renúncia presidencial, as feiras conjuntas Envase e Alimentek fizeram jus ao posto de mais importante encontro sul-americano da cadeia de embalagem e de máquinas de processamento de alimentos e bebidas, atrás apenas da brasileira Fispal, não seria num momento de expectativa de recuperação que tais eventos desapontariam. E foi exatamente a esperança de um panorama econômico mais ameno a grande marca de Envase 2003 e Alimentek 2003, realizadas em Buenos Aires, entre 22 e 26 de setembro último. Organizadas bienalmente pelo Instituto Argentino del Envase, em conjunto com a União Latino-Americana de Embalagem (Ulade), as feiras transcenderam neste ano o saldo positivo representado pelo acréscimo do número de visitantes e expositores. Melhor: não se resumiram a uma descomunal desova de lançamentos – embora não se ouvissem queixas de uma atípica falta de novidades entre as mais de 40 000 pessoas que circularam pelos cinco pavilhões e 23 000 metros quadrados do Centro Costa Salguero, onde os eventos tiveram vez. Sobretudo para os expositores brasileiros – que, apoiados pela Abre (Associação Brasileira de Embalagem), compareceram em número maior do que se costuma notar nas feiras internacionais do setor –, os eventos argentinos acabaram valendo pela demonstração de que, apesar dos problemas conjunturais, o país vi-
S
Chefe do Setor de Promoção Comercial e Turismo da Embaixada do Brasil em Buenos Aires, Benoni Belli tem entre suas principais funções a coordenação do fornecimento de informações a empresários brasileiros interessados em exportar para a Argentina. Baseado em balanços recentes sobre o fluxo comercial entre os dois países, ele fala nessa entrevista a respeito do impacto da crise argentina nas vendas brasileiras para o país vizinho, além de comentar a importância do setor de embalagens no comércio bilateral entre as duas maiores economias do Mercosul. Como tem sido nos últimos anos a evolução do intercâmbio comercial entre o Brasil e a Argentina? O Brasil tem tido sucessivos déficits na balança
36 – EMBALAGEMMARCA • out 2003
DIVULGAÇÃO
Ajuda para chegar lá
zinho abriga diversas oportunidades para a cadeia de embalagens. Para muitos, mesmo que a retomada só ocorra em médio prazo, a Argentina é desde já um potencial mercado consumidor de embalagens brasileiras. Isso porque, menos por animadores índices de consumo e mais pela falta de crédito, o parque industrial do país opera muito próximo de sua capacidade máxima. “Isso pode representar a necessidade de importar produtos finais para suprir a demanda interna”, lembra Benoni Belli, chefe do Setor de Promoção Comercial e Turismo da Embaixada Brasileira na Argentina. Personagem da entrevista publicada no decorrer desta reportagem, o diplomata fornece indicadores de que o enfraquecimento do vizinho não é interessante à aliança comercial que se pretende consolidar entre os países formadores do Mercosul. No caso do comércio bilateral entre Brasil e Argentina, nem é preciso recorrer a dados da balança comercial para perceber isso. Como em tantas outras, sabe-se que na área de embalagens a crise disseminou por lá a utilização de materiais de menor qualidade, o que acabou postergando os planos de muitas empresas brasileiras de exportar para a Argentina. “Foi o nosso caso”, diz Maurício Groke, diretor comercial da Antilhas, um dos expositores brasileiros, que mostrou na feira sua linha de sacolas, caixas e cartuchos. Ele lembra que, antes do colapso, a idéia era estruturar no Uruguai e na Argentina um entreposto para distribuir sacolas diretamente em lojas de confecção e butiques. Frente às turbulências, o projeto acabou indo para a gaveta.
comercial com a Argentina desde 1995. No entanto, a corrente global de comércio, que é um bom indicador do dinamismo das transações econômico-comerciais, chegou em 1998 (considerado o melhor ano desde o início do Mercosul) a quase 15 bilhões de dólares. Naquele ano, exportamos 6,7 bilhões de dólares para a Argentina e importamos 8 bilhões de dólares. Desde então, houve uma queda sensível no comércio bilateral, mas o ano de 2002 foi claramente o pior. Não apenas tivemos o maior déficit registrado na balança com a Argentina, da ordem de astronômicos 2,4 bilhões de dólares, como a corrente global de comércio atingiu seu ponto mais baixo desde 1995. Em 2002, vendemos somente 2,3 bilhões de dólares para a Argentina. Esse número, comparado aos mais de 5 bilhões de dólares exportados para a Argentina em 2001, dá uma dimensão concreta do impacto da crise argentina sobre o comércio bilateral. Felizmente, esse quadro dá mostras de estar sendo revertido. No primeiro semestre de 2003, o Brasil exportou para a Argentina quase o dobro do que no mesmo período do ano passado. Há previsões de quando esses números podem crescer? As projeções indicam que em 2003, pela primeira vez em muitos anos, o Brasil pode ter um pequeno superávit na balança comercial com a Argentina. A principal razão é o fato de que nossas exportações estão crescendo em ritmo mais intenso do
DIVULGAÇÃO
Integrados, eventos atraíram 40 000 pessoas
“Queremos retomar isso agora”, adianta Groke, que inicialmente antevê a implantação de um sistema de abastecimento contínuo para redes brasileiras com lojas na Argentina. “Viemos para nos expor e para voltar a namorar esse mercado”, diz o diretor da Antilhas.
Integração com exportadores argentinos- Outros casos também indicam que as feiras serviram como um proveitoso observatório de mercado. Para alguns, ficou confirmado que as oportunidades mais latentes residem no setor exportador argentino. “Atender esse nicho é nossa grande meta na Argentina hoje”, diz André Luís Gimenez Giglio, do marketing da Poly-Vac, outra empresa brasileira que marcou presença em Envase 2003. Ele explica que a estratégia passou a ser analisada devido à pouca utilização, naquele país, de embalagens plásticas termoformadas feitas de polipropileno (PP), justamente o carro-chefe da Poly-Vac. “Nos supermercados argentinos só se vêem embalagens de poliestireno (PS)”, afirma Giglio. “Como a migração ainda é dificultada por custos, centralizaremos esforços no mercado exportador deles”, completa o profissional da Poly-Vac. Embora a linha ascensional do varejo argentino não tenha sido senão esboçada, outros expositores brasileiros perceberam que a retomada dos índices de consumo é factível. Foi o caso da Védat, que atua com fechamentos e frascos plásticos para empresas farmacêuticas, de cosméticos e de bebidas. Paulo de Castro, gerente de comércio exterior da empresa, conta que há um ano participou de uma feira farmacêutica na Argentina cujos resultados foram bem diferentes dos agora obtidos. “O movimento agora foi muito maior, e as pessoas demonstravam real interesse em fechar negócios”, conta. Isso mostra, segundo ele, que os fabricantes argentinos de medicamentos estão mais abertos aos padrões de diâmetro de tampas e de bocais utilizados no Brasil. “As diferenças de medidas, que constituíam uma espécie de barreira protecionista, vêm desaparecendo aos poucos”, analisa Castro. Outro indicativo de que a cadeia de embalagem está contornando o arrefecimento da indústria argentina foi a pouca repercussão, nos corredores do Costa Salguero, dos problemas que o país enfrenta. “Não ouvi comentários sobre a proposta de descontar o valor da dívida externa argentina, feita no mesmo dia em que as feiras foram abertas ”, observa Sidnei Schilive, do departamento comercial da Masipack, em referência à oferta feita pelo governo argentino em encontro do Fundo Monetário Internacional (FMI) como forma de
38 – EMBALAGEMMARCA • out 2003
que as importações. Há sem dúvida espaço para vendermos ainda mais para a Argentina, de modo a recuperar o nível de exportações de anos mais felizes. O crescimento das exportações brasileiras no primeiro semestre de 2003 é expressivo se comparado ao primeiro semestre de 2002. Ocorre que essa base de comparação pode levar a equívocos, uma vez que a primeira metade de 2002 foi o pior momento da crise argentina, com a desorganização na economia, o “corralito”, a chamada pesificação assimétrica e a retração na atividade econômica. Comparado à série histórica dos primeiros semestres das exportações brasileiras para a Argentina, o resultado de 2003, excetuando o atípico ano de 2002, continua sendo o menor dos últimos 10 anos. Não obstante, os estatísticos e economistas dizem que o importante é analisar as tendências e, dessa perspectiva, a melhora é inegável. Em que áreas esse crescimento pode ser mais acentuado? A pauta exportadora do Brasil para a Argentina tem apresentado poucas mudanças em sua composição geral nos últimos anos. Os manufaturados são a principal categoria de exportação para a Argentina, cerca de 90% do que vendemos aqui. Tanto os manufaturados quanto os semimanufaturados apresentaram aumento nas exportações. O interessante a notar, contudo, é que o fim do sistema de conversibilidade do peso gerou um processo de substituição de importações na Argentina, já que os preços de muitos importados se tornaram proibitivos. Passada a fase mais aguda da crise, chegou-se a um equilíbrio nas taxas de câmbio entre Brasil e Argentina. Esse contexto talvez explique por que, em 2003, entre os cem principais produtos exportados para a Argentina, 55 corresponderam a insumos e bens intermediários, ou seja, utilizados no processo de substituição de importações e na produção argentina destinada à exportação. Exemplos nesse sentido seriam o algodão, o minério de ferro e produtos utilizados na indústria química. Além disso, se somamos os bens de capital aos insumos e bens intermediários, teríamos quase 70% do valor das exportações brasileiras no primeiro semestre de 2003. Se tivesse de arriscar um palpite, diria que ainda há margem para vender mais nesse campo. Mas isso não deve limitar ou inibir o empresário brasileiro, que é competitivo em muitos outros setores e poderá expandir seus negócios com a tendência de recuperação da economia argentina. Na sua opinião, dada a atual conjuntura econômica argentina, há mais possibilidades e oportunidades para a importação de produtos brasileiros de maior ou menor valor agregado? Creio que as oportunidades estão crescendo não apenas para a exportação brasileira para o mercado argentino, como também para a realização de negócios em sentido mais amplo. Ainda que a corrente de comércio bilateral seja um indicador central para medir o grau de integração entre países, o universo das relações empresariais entre o Brasil e a Argentina é muito mais abrangente:
retomar os pagamentos suspensos desde dezembro de 2001. “Isso mostra que, independente do que acontece, a economia argentina está caminhando”, diz Schilive, cuja empresa fabrica equipamentos de envase e possui um braço de distribuição e prestação de assistência técnica no país vizinho.
Interesses recíprocos- A estratégia de exportação argentina pode ser lida como um dos calçamentos que facilitam essa marcha. Isso fica claro em trajetórias como a da Celomat, fabricante argentino de equipamentos conhecido pelas aplicadoras de válvulas aromáticas para café acondicionado em embalagens do tipo almofada. “Estamos sentindo que a economia da Argentina está voltando a girar, mas a atuação em países como Colômbia, México e, mais recentemente, Brasil, ainda é o grande forte da Celomat”, descreve Airton Campos, representante da marca no país. Ex-sócio da fabricante de rotuladoras Bauch & Campos, ele aproveitou a feira para negociar o internamento de um novo equipamento da Celomat no Brasil, com o qual atuará na área de prestação de serviços. “A idéia é receber o filme e fazer a aplicação das válvulas internamente”, explica Campos. “Depois entregaremos tudo pronto para o cliente usar”, resume, lembrando que o mesmo equipamento pode ser empregado para aplicação de figurinhas. “Começaremos com as válvulas, e mais MAIS PRESENÇA VERDE E AMARELA Duas entidades de classe ligadas à cadeia de embalagem – a Abre (Associação Brasileira de Embalagens) e a Abeaço (Associação Brasileira de Embalagem de Aço) – garantiram, com estandes próprios, visibilidade extra para a indústria nacional no encontro argentino. No primeiro caso, Luciana Pellegrino, diretora executiva da Abre, reforça a idéia de que o mercado argentino é um bom campo de atuação para a indústria brasileira de embalagens. “Embora o volume não seja tão grande quanto o nosso, a demanda é bastante pulverizada”, coteja. “Isso permite alcançar um volume maior de vendas.” Já a ida da Abeaço, criada há menos de um ano, acabou entrando para os registros da entidade como sua primeira participação em um evento internacio-
40 – EMBALAGEMMARCA • out 2003
nal. Mas a suposta falta de experiência nem de longe foi um empecilho para contatos e verificação de oportunidades. “Chamaram muita atenção em nosso estande as latas expandidas, especialmente entre fabricantes de sucos, e os sistemas de fechamento para tintas e outros produtos químicos”, conta Sérgio Iunis, diretor administrativo da Abeaço. Sobre o último ponto destacado, vale lembrar que mais de 40% do mercado argentino de tintas é dominado por embalagens plásticas. “Isso ocorre principalmente devido à falta de praticidade das tampas oferecidas lá”, diz Iunis. Mas essa não foi a única oportunidade que ele identificou. “Novas leis ambientais estão reabrindo espaço para o aço em mercados como o de óleos comestíveis”, conclui.
inclui investimentos brasileiros na Argentina (segundo estimativas, o estoque de investimentos é hoje de 10 bilhões de dólares), investimentos argentinos no Brasil, formação de joint ventures, integração de cadeias de valor, realização de feiras onde os empresários podem se conhecer e encontrar soluções que aumentarão a produtividade de suas empresas. É necessário, portanto, refletir adequadamente sobre a complexidade da integração com a Argentina e as múltiplas oportunidades que se abrem com as associações produtivas e a integração de cadeias de valor entre empresas, tendo em vista o objetivo de realizar o sonho de transformação da região em uma plataforma de exportação para terceiros mercados. Trata-se de utilizar a integração bilateral para passar da exploração das vantagens comparativas individuais de cada país à criação conjunta de vantagens competitivas regionais. As chances de alcançar competitividade aumentam quando os tecidos produtivos se integram de forma dinâmica, conjugando o que há de melhor em cada país para ambos ganharem escala e qualidade em bens e serviços. Em seus contatos com a área de embalagem – especialmente após ter estado nas feiras conjuntas Envase e Alimentek – foi possível vislumbrar algumas tendências para o setor produtivo brasileiro de máquinas e embalagens prontas? É claro que cada setor tem sua especificidade, mas todo empresário, não importa a atividade a que se dedique, precisa levar em conta o comportamento geral da economia na hora de tomar decisões. Nesse sentido, o empresário brasileiro está bem informado sobre a conjuntura argentina e sabe que, apesar da crise, este é um país de enorme potencial, com recursos humanos extraordinários e com todas as condições de dar a volta por cima. Para falar de tendências novamente, desde o último trimestre do ano passado a economia argentina tem crescido de forma consistente, indiferente às incertezas nas negociações com o FMI e com os credores privados detentores de títulos da dívida argentina. Prevê-se um crescimento de cerca de 6% do PIB em 2003, e pelo menos 4% no próximo ano. Os empresários brasileiros também sabem que a taxa de utilização da capacidade instalada na Argentina é muito alta e está quase no limite, em um contexto de escassez de linhas de crédito para investimentos novos. Esse gargalo pode representar a necessidade de importar produtos para suprir a demanda interna. Isso vale para o setor de máquinas e embalagens prontas e para vários outros. O produto brasileiro na área de embalagens é geralmente muito competitivo e de alta qualidade. A crise na Argentina teve o efeito de disseminar a utilização de materiais mais baratos e menos resistentes, mas a recuperação econômica pode representar oportunidades novas para os fabricantes brasileiros, isso sem falar no setor exportador argentino que precisa de embalagens de padrão internacional para conquistar os mercados lá fora. O Senhor poderia citar exemplos de produtos
tarde atacaremos mercados como o de candies.” Outro exemplo de integração entre as cadeias brasileira e argentina de embalagens pôde ser visto na área de adesivos industriais. Envase 2003 foi a primeira feira de que a Química Madepa, uma das maiores empresas argentinas do setor, participou depois de ter sido comprada, em abril do ano passado, pela gaúcha Artecola. “Essa fusão faz parte de nossa estratégia de busca da liderança na América Latina”, diz Alexandre J. Astolfi, gerente de mercado da Artecola. “Além da compra da Madepa, acabamos de formalizar uma parceria com o grupo suíço Forbo, um dos líderes no segmento de adesivos industriais”, completa o executivo.
Importância dos saquinhos- Na área de embalagens flexíveis, a forte disseminação no mercado argentino de soluções como doypacks também gera expectativas nos provedores brasileiros de equipamentos e insumos. Basta dizer que, nos supermercados de lá, os saquinhos de exposição vertical acondicionam grande variedade de produtos, ocupando espaços que no Brasil são dominados pelo vidro, pelos cartonados e pelos frascos plásticos. Para Paulo Gilberto Corrêa de Lima, gerente de vendas da área de cilindros para impressão flexográfica da Plaxair, esse tipo de embalagem não só reverte boas oportunidades como confere expectativas peculiares no segmento. “Eu diria que a retomada do consumo tem se mostrado mais veloz nesse setor”, ele diz. Opinião semelhante tem José Eduardo Sampaio Pinto, engenheiro de vendas da Bosch, cuja subsidiária brasileira expôs no pavilhão destinado a soluções de processamento de alimentos. “Ainda existe capacidade ociosa, mas essa é uma área em que as empresas argentinas usuárias de embalagem se mostram mais abertas a produtos de valor agregado”, comenta Pinto. Tal impressão também era perceptível no estande da Argencel, representante da brasileira Votocel na Argentina. Atuando com filmes de polipropileno bi-orientado (BOPP), Julio Destin Rossi, presidente da empresa, afirma que mercados como o de bebidas já mostram boa recuperação. “Já conseguimos deixar de vender apenas commodities”, comemora. Apesar do otimismo generalizado, nada indica que as empresas brasileiras confiam num imediato restabelecimento do fluxo comercial com a Argentina. No entanto, a confortadora sensação de que o pior já passou acabou sendo a grande tônica de Envase 2003 e Alimentek 2003. Desse ponto de vista, e se for realmente verdadeira a idéia de que na economia a perspectiva de melhora é um dos mais importantes desencadeadores da melhora em si, não há dúvidas de que dias melhores virão.
brasileiros que sejam comercializados na Argentina e que tenham sido importados do jeito que vão para os pontos-de-venda? São muitos os produtos brasileiros importados pela Argentina. Marcas tradicionais no Brasil, como Garoto e Natura, fazem sucesso junto ao consumidor argentino. Vale notar que os empresários brasileiros não somente exportam o produto acabado de forma direta ou por meio de representantes para a Argentina. Muitos constituem empresas aqui para importar, montar rede de vendedores e distribuir a mercadoria. Outros começam assim para, em um segundo momento, produzirem localmente, no todo ou em parte, os seus produtos. Para se ter uma idéia, a Marcopolo, maior fabricante de carrocerias de ônibus do Brasil, possui uma planta na Província de Córdoba e anunciou planos para retomar as atividades que estavam paralisadas desde o auge da crise. A Randon, que fabrica reboques e semi-reboques utilizados em veículos de carga, está na Província de Santa Fe. Outras empresas de sucesso no Brasil, como a WEG, a Praxair, o Banco Itaú, entre muitas outras, têm presença na Argentina. A Ambev já tinha êxito com a cerveja Brahma, mas agora detém o controle da cervejaria que fabrica a Quilmes, cerveja preferida pelos argentinos e com boa aceitação em outros mercados sul-americanos. A Petrobras fez uma aposta no mercado argentino com a compra do pacote completo de ativos da tradicional empresa de energia Pecom. Tudo isso demonstra que as empresas brasileiras estão se internacionalizando como parte da estratégia de ganhar mercados e alavancar seus negócios. A Argentina, pela proximidade e pelas facilidades do Mercosul, tem sido o alvo principal das empresas brasileiras que pretendem ser grandes jogadores no mercado global. O senhor citou marcas e empresas que, por seu porte e sua cultura, têm maior desenvoltura para exportar. O que o setor de promoção comercial da Embaixada do Brasil na Argentina pode fazer por aquelas que não têm a mesma facilidade? Quais os caminhos a seguir para informar-se melhor e entrar em contato? Estamos preparados a oferecer apoio em diversas áreas. Na de comércio exterior, fornecemos ao empresário brasileiro interessado em exportar toda a informação disponível na BrazilTradeNet (www.braziltradenet.gov.br), rede governamental de comércio exterior de utilização gratuita. Dentre as diversas ferramentas de trabalho, disponibilizamos pela internet estudos específicos, de rápida elaboração, com informações sobre as condições de acesso de cada produto, conforme sua NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul), no mercado argentino. Também temos dados sobre tratamento tarifário, normas alfandegárias, estatísticas de importação, relação de importadores e de entidades de classe. A empresa pode solicitar esse tipo de apoio através de um simples e-mail, fax ou por via postal. Ademais, o Setor pode auxiliar o empresário brasileiro em viagem de negócios à Argentina através da preparação de agendas com importadores e da realização de work-shops ou show-rooms no auditório da Embaixada, que é cedido gratuitamente.
tintas
Integridade total m segmento industrial brasileiro que seguramente não pode reclamar da falta de pró-atividade de seus fornecedores de embalagens é o de tintas imobiliárias. Basta reparar no número de soluções que vêm sendo lançadas, nos últimos anos, para o acondicionamento desses produtos – ao que vale registrar serem inovações, na maioria dos casos, genuinamente nacionais. Essa carteira está ganhando uma nova integrante, que está sendo revelada por uma tradicional provedora desse setor, a Prada. A companhia metalúrgica aproveitou a congregação da cadeia da indústria de tintas, durante a Abrafati 2003 – 8a Exposição Internacional de Fornecedores para Tintas, ocorrida no início de setembro em São Paulo, para lançar a Safe Mix. Trata-se de uma tampa dedicada às tintas preparadas no balcão, ou seja, aquelas cujas tonalidades são definidas nas mix machines, no momento da compra.
U
Sem violações Estruturalmente, o sistema de fechamento consiste numa tampa metálica com um batoque plástico agregado em seu centro, que facilita a inserção dos pigmentos na hora da mistura da tinta. Até aí, parece não haver novidade, visto que esse tipo de tampa conjugada
já é conhecido há algum tempo pelo mercado. Há, contudo, um grande diferencial brandido pela fabricante: trata-se da única tampa do gênero a possuir um lacre antiviolações. “A Safe Mix garante a integridade do produto até o ponto-de-venda, impedindo violações, o que dá segurança para o fabricante e sua marca e também para o consumidor”, resume Marcelo Dinhi, da área de marketing da Prada. Segundo ele, o lacre é de fácil remoção, permitindo a abertura e o fechamento da lata sem que a tinta espirre. Ademais, por ser transparente, o batoque possibilita conferir a tonalidade da tinta sem a necessidade de remoção da tampa. Todo o mix de embalagens da Prada para tintas é capaz de incorporar a Safe Mix. Na prática, isso corresponde a dizer que a tampa pode ser acoplada a latas nos volumes quarto de galão (900ml), galão e 18 litros. Para familiarizar consumidores e lojistas com o uso correto do sistema, instruções de uso estão litografadas na parte metálica do conjunto (como mostra a foto). Esse passo a passo e maiores detalhes sobre o novo produto podem ser conferidos no novo portal da Prada na internet (veja maiores detalhes na seção Panorama desta edição). Brasilata (11) 3781-8500 www.brasilata.com.br
Prada (11) 5682-1000 www.prada.com.br
Menos material, maior resistência Outra fornecedora de peso de embalagens para o setor de tintas, a Brasilata, aproveitou o evento da Abrafati para demonstrar em seu estande a linha de fechamento Plus e a lata Biplus, soluções premiadas e que já se encontram patenteadas em diversos
países. No entanto, a novidade ficou por conta da lata de 5 litros Plus UN, homologada para o envase de produtos perigosos. Com frisos horizontais, ela é resistente a quedas e consome menos matéria-prima, pois dispensa o processo de tripla recrava-
ção, que tradicionalmente é utilizado na fabricação desse tipo de embalagem. A linha Plus UN atende as recomendações para o transporte de produtos perigosos, estabelecidas pela Organização das Nações Unidas (normas UN).
out 2003 • EMBALAGEMMARCA – 45
FOTO: DIVULGAÇÃO
Nova tampa reforça a segurança de tintas para mix machines
estratégia
Retorno (re)forçado Coca-Cola aumenta aposta em retornáveis e lança versão de 200ml
O
Série de Cocas retornáveis, com a “caçulinha” (última à direita) já incorporada
da. O plano é estender a distribuição a 7 000 lojas até o fim do ano. Agora, para reforçar o leque de opções em retornáveis, a companhia está lançando uma versão “caçula”, em garrafinha de vidro de 200ml.
Mix popular Com a novidade, a série de embalagens retornáveis da Coca-Cola agora é composta por versões de 200ml, 290ml, 600ml (vendida só no Paraná), 1 litro e 1,25 litro. Todas as medidas têm versões light e com limão, seguindo a última novidade da companhia. Além delas, também continua em vidro a versão descartável de 237ml. O alvo primário das versões retornáveis é o público de baixa renda, justamente o mais suscetível ao apelo do preço baixo dos refrigerantes regionais. Para a Coca-Cola, a ligeira queda de vendas registrada nos últimos dois anos – período no qual sua participação de mercado desceu da média histórica de 50% – é conseqüência direta da queda do poder aquisitivo das classes menos abastadas, que não têm comprado CocaCola unicamente devido ao preço inatingível para seus orçamentos. “O objetivo é fazer com que a marca seja acessível a todos os consumidores”, afirma Cláudia Colaferro, diretora de marketing da Coca-Cola
FOTOS: STUDIO AG
s apreciadores de Coca-Cola podem começar a reservar espaço em suas despensas e a procurar os velhos porta-vasilhames, encostados desde que as embalagens descartáveis tomaram, quase por inteiro, o mercado de refrigerantes. Acontece que a gigante americana decidiu que, diante do crescimento das tubaínas, ou “refrigerantes regionais”, as embalagens retornáveis são a solução para recuperar mercado e rentabilidade. Essa guinada de marketing já mostra reflexos no mercado fluminense. Desde maio, a Coca-Cola vem abastecendo bares, padarias e lanchonetes dos subúrbios da região metropolitana do Rio com garrafas retornáveis de vidro de 1 litro e de 1,25 litro, o popular “litrão”. Essas novas velhas embalagens, que estão de visual renovado e incorporam anel de segurança para facilitar o transporte, já marcam presença em 4 000 pontos-de-ven-
Brasil. “As embalagens retornáveis beneficiam diretamente a classe C, pois exigem um menor desembolso, uma vez que o consumidor, ao longo do tempo, vai pagar apenas pelo líquido”. Na ponta do lápis, o preço menor conseguido com as retornáveis é explicado de maneira simples. Ao possibilitarem vários ciclos de uso, as garrafas de vidro saem bem mais em conta que as one-way de plástico, mesmo incluídos os custos com logística e rinsagem dos recipientes, inerentes ao sistema. Ademais, conforme explicitado pelo presidente da Coca-Cola Brasil, o americano Brian Smith, numa reportagem na edição de setembro da revista Exame, da Editora Abril, também pesou a favor do incremento em retornáveis o fato de o vidro não sofrer, como acontece com as resinas plásticas e o alumínio das latinhas, alterações de preço com os humores do câmbio e da cotação do petróleo. A instabilidade dessas variáveis, principalmente em 2002, abalou bastante as margens da Coca-Cola.
Retornável de 200ml será “pocket money”
Prós e contras Pelo menos por ora essa conta vem fechando. O mix de “cocas populares” está chegando ao mercado a um custo atraente: a retornável de 1 litro é vendida a um preço médio de 99 centavos, e a versão de 1,25 litro, a 1,29 real. Já a caçulinha de 200ml será o que se costuma chamar no jargão industrial de “pocket money”, ou moeda de troco: irá custar 50 centavos. Olhando à frente, é sabido que a CocaCola aposta que, com preços menores e
Cisper (11) 6542-8000 www.cisper.com.br
consumidores “repatriados”, o complicado nó da sua operação brasileira poderá ser desatado. Apesar de ela ser a terceira em volume de vendas no mundo, perdendo apenas para Estados Unidos e México, ocupa apenas a 20a posição em lucratividade global. Por isso, a decisão pelas retornáveis se fia no exemplo do México, segunda operação mundial em volume de vendas e também a segunda em retorno. Naquele país, 80% das embalagens são retornáveis. “Cremos que esse retorno da Coca-Cola ao vidro levará outras empresas do setor de refrigerantes a seguirem os passos da líder de mercado, migrando também para as embalagens do material”, afirma Júlio Barbedo, gerente comercial da Cisper, a fabricante dos novos vasilhames da multinacional. O profissional adianta que o setor vidreiro “tem capacidade e tecnologia para atender a um possível boom na demanda”. Além das vidrarias, quem provavelmente também abrirá os braços para a volta em peso das retornáveis serão os distribuidores. Os cascos poderão funcionar como uma ferramenta para reconquistar a fidelidade de bares e lanchonetes, abalada pelas ofertas do varejo. Esses pequenos estabelecimentos parecem não ser obstáculo para o avanço das retornáveis, pois eles geralmente possuem uma área de estoque para movimentar os vasilhames. Mas, e o auto-serviço? Dele, um sinal da cruz é bem provável. Procurada pela reportagem, a Associação Brasileira dos Supermercadistas (Abras) alegou que “não se pronuncia sobre decisões de fornecedores”. Resta esperar para ver o desenrolar dessa história.
Lançamentos premium sorriem ao vidro Além do crescimento bancado pela Coca-Cola, o vidro vem se movimentando e ganhando espaços em outros nichos de bebidas. A AmBev, por exemplo, vem se escorando em garrafas do material para pôr em prática sua estratégia de segmentação de produtos, lançando itens especialmente focados nas faixas A e B de consumidores. Como lembra Júlio Barbedo, gerente comercial da vidraria Cisper, “o primeiro passo nessa direção foi o lançamento da Bohemia em garrafa de vidro long neck de 355ml”. Nessa apresentação, essa cerveja é hoje vendida a um preço cerca de 20% maior que o da líder de mercado Skol. Logo depois, a companhia lançou a Bohemia escura de 500ml, em garrafa ornada à guisa de um champanhe. Em seguida, veio a Skol Beats e sua inovadora garrafa long neck “retorcida”, cerca de 20% mais cara do que a Bohemia e que já é um sucesso. Agora, a AmBev está novamente inovando ao relançar a cerveja Brahma Light em uma long neck âmbar, em substituição à incolor, na qual a bebida era anteriormente comercializada. Trata-se de uma garrafa long neck modelo AmBev, com a palavra “Light” gravada em relevo.
equipamentos
Ainda à espera Setor de enchedoras vislumbra retomada só no médio prazo diminuição dos juros no Brasil já repercutiu positivamente em diferentes índices de consumo, mas a perspectiva de retomada de fôlego da economia em curto prazo continua disseminando ceticismo na indústria de embalagens. Como outros setores que lidam com bens de capital, a área de equipamentos de enchimento para produtos líquidos e viscosos, que tem boa parte de seus negócios atrelada a linhas de crédito, é um exemplo de cautela quanto a previsões cor-de-rosa. Apesar disso, são registrados lançamentos, numa aposta dos fabricantes em um processo gradual de cresimento econômico. “A despeito de uma melhora que já se faz perceptível, os índices de consumo ainda não foram recuperados efetivamente”, diz Rogério Baldauf, diretor-comercial da Krones, uma das grandes empresas da área de equipamentos para linhas de bebidas. “Também não se pode dizer que surgiram, para o setor de máquinas industriais, novas linhas de financiamento que estimulem a renovação do parque instalado”, ele completa. Sidnei Schilive, diretor-comercial da Masipack, outro nome importante da área de equipamentos para envase, reforça a tese de que os bons ventos não virão sem o respaldo da melhora das vendas de seus clientes finais. “A queda dos juros só acrescentará resultados para o setor de enchedoras quando o varejo como um todo reagir”, analisa. Mas a aversão a endividamentos em tempos de juros altos, ou mesmo ao risco
Liquimatic, da JHM. Abaixo, detalhe da bomba peristáltica
A
JHM (11) 4723-3744 www.jhm.com.br Krones (11) 4075-9504 www.krones.com.br Masipack (11) 4178-8099 www.masipack.com.br PKB (11) 3063-3816
[email protected] Promáquina (11) 3686-6722 www.promaquina.com.br
cambial inerente a empréstimos no exterior, não tem impedido o surgimento de novidades no setor de máquinas para envase de líquidos e bebidas. Sinalizando uma aposta na abertura de perspectivas macroeconômicas mais amenas, os fabricantes desse tipo de equipamento não deixaram de lado o cronograma de lançamentos. “Ainda estamos longe do ideal, mas precisamos nos preparar para quando a queda dos juros for sentida pelo setor”, conta Júlio César Moleti, diretor da JHM Máquinas.
Longe da máquina Recentemente a empresa lançou a Liquimatic, equipamento anunciado como a primeira envasadora nacional de líquidos que opera sob o princípio de bomba peristáltica. “Trata-se de um processo de envase que permite que o líquido saia do tanque de armazenagem e chegue até a embalagem sem passar pela máquina”, define Moleti. Segundo ele, isso é possível
Alternativas européias ensaiam crescimento no Brasil Para o mercado de perfumes e cosméticos, a Francesa PKB acaba de lançar no Brasil um novo equipamento de envase, que atua com frascos com capacidade entre 30ml a 50ml, e também pode fazer o fechamento dos produtos. Batizada de
48 – EMBALAGEMMARCA • out 2003
Cosmo, a máquina trabalha com uma grande variedade de produtos, incluindo óleos e produtos espumantes como cremes de barbear para aerossóis e sprays. Para gerar assepsia aos processos, o equipamento é dotado de bombas cerâmi-
cas associadas a comportas de membranas, que dispensam articulações e oferecem uma configuração sem zona de retenção. A empresa afirma ainda que essas características resultam em diminuição dos custos do equipamento.
graças à utilização de um sistema de roletes que gira sobre uma mangueira, empurrando o líquido que está à sua frente e sugando o que está atrás. Além de maior higiene, tal característica facilitaria a substituição do produto a ser envasado. “O uso de mangueiras diferentes dispensa a lavagem do equipamento na hora de trocar o produto a ser envasado”, justifica Moleti. Na Krones, além de impulsionadas pela crença de que as políticas de financiamento serão mais atraentes no ano que vem, diversas novidades têm surgido para atender clientes com capital próprio. Dentro de sua linha de enchedoras volumétricas para frascos de PET, a empresa recentemente ampliou no mercado brasileiro a oferta de alternativas para envase de refrigerantes. Um dos destaques é o modelo VODMPET, cujo enchimento se dá por medidores de fluxo indutivos. Uma versão mais simples é a enchedora VODM-OR, que não é dotada de tanque de armazenamento. “O que une as duas soluções é a grande precisão no enchimento”, conta Rogério Baldauf, diretor-comercial da Krones.
VODM-PET, da Krones: precisão nos níveis de enchimento
Tolerância zero Em tempos de luta contra desperdícios e de crescentes preocupações quanto a vender os volumes prometidos, e assim não se sujeitar a reclamações dos consumidores, envases precisos parecem ter se tornado um diferencial competitivo importante no mercado de enchedoras. Para produtos líquidos e pastosos acondicionados em embalagens fei-
50 – EMBALAGEMMARCA • out 2003
MX 400 LI, da Masipack: de olho nos sticks Modelo monobloco da Promáquina: nova aquisição da Castelo
tas de filmes termo-seláveis, laminados ou aluminizados, a Masipack vem oferecendo uma embaladora automática vertical cujo sistema de leitura de passo através de fotocélulas também promete erradicação de erros. Batizado de MX 400 LI, o equipamento foi lançado na expectativa de que se consolide o conceito de stick para produtos como iogurtes, geléias, leites condensados e até mesmo cosméticos. No mercado de enchedoras por nível, a busca por soluções mais confiáveis e precisas também tem resultado na oferta de novos equipamentos, e, apesar dos juros ainda altos, no fechamento de importantes negócios. A Promáquina recentemente instalou um modelo monobloco de sua nova enchedora-tampadora rotativa por nível na fábrica de vinagres Castelo. Indicado para outros produtos não-carbonatados, como sucos e água sem gás, o novo equipamento da empresa opera com embalagens plásticas, metálicas e de vidro, além de contar com bicos de enchimento específicos para cada tipo de produto. Se a situação econômica do país ainda inspira prudência frente a fechamento de financiamentos, os lançamentos do mercado de equipamentos de envase para bebidas e outros produtos líquidos servem para lembrar que o setor produtivo, como sempre, precisa encontrar caminhos para driblar os revezes nas vendas e os sucessivos períodos de instabilidade. Como declarou um dos entrevistados, que prefere abrir mão da autoria do trocadilho, é preciso encher o cliente de argumentos de venda, para não correr o risco de envasar prejuízos.
cachaças
Nas exceções, uma Embora ainda sejam poucos, produtores percebem importância da embal ais de 10 mil visitantes, mais de 400 marcas apresentadas por 61 produtores e fornecedores. Com esses resultados, a I Expocachaça – Exposição Internacional da Cachaça, realizada em São Paulo, de 18 a 21 de setembro, foi considerada um sucesso pelos expositores e pela empresa organizadora, a PR Eventos. Do ponto de vista da perspectiva de negócios a curto prazo, estimada em aproximadamente 18 milhões de reais, o evento sem dúvida teve êxito. Sob o ângulo da inovação em embalagens e adição de valor aos produtos expostos, o que se viu foi pouco. Na verdade, no âmbito da feira, foi feito um único anúncio de lançamento em garrafa diferenciada, mesmo assim de um protótipo, não estando ainda pronta para comercialização. Porém, aproveitando o clima da Expo Cachaça, ocorreram na época lançamentos “por fora”, inclusive o da anunciada garrafa padrão criada especialmente pela Saint-Gobain Embalagens para a bebida. Por representarem um bom volume em período
pouco superior a trinta dias, essas iniciativas podem indicar uma tendência entre os produtores de cachaça de investir em embalagens mais adequadas à imagem que afirmam querer consolidar para a bebida. Esses destaques são apresentados a seguir.
M
O único caminho
STUDIO AG
Muzambinho: adição de valor pela embalagem
52 – EMBALAGEMMARCA • out 2003
Decidido a adicionar valor à cachaça produzida desde 1924 para presentear amigos (e para consumo próprio) por seu avô, um imigrante italiano que fundou a Fazenda Muzambinho, no município mineiro de mesmo nome, Eduardo Galante seguiu o único caminho viável: modernizou as instalações da fábrica, estabeleceu rígidos padrões de qualidade para o produto e caprichou na embalagem. Primeiro, transformou o antigo alambique de cobre da fazenda, aquecido com fogo de lenha, tipo “ rabo quente” num equipamento moderno, dotado de serpentina de aquecimento. Em seguida comprou mais três, de mesmo padrão, e instalou uma caldeira para suprir calor a todos. “Com isso, o aquecimento tornou-se estável e o produto obtido, regular”, ele conta. Complementou essas providências utilizando canas colhidas em épocas corretas e dotando o laboratório de controle de qualidade de equipamentos de ponta. Galante importou da Escócia 100 tonéis de carvalho de 200 litros (“cartolas”), onde envelhece por quatro anos o produto, que leva a marca Empório Muzambinho, variedade Ouro. “Consegui uma bebida que se inclui entre as de melhor qualidade e adequada para comercializar como top de linha”, ele diz. Para completar, Galante encomendou à Cristaleria Guanabara uma garrafa de formato exclusivo, de 700ml, com tampa de rosca metálica da Altec. A garrafa é acondicionada numa caixa de papelão micro-ondulado revestido com papel cou-
tendência a gem para valorizar a marca ché brilhante, produzida pela Congraf, que fez também os rótulos. Além da Ouro, cujo volume anual de produção é de 20 mil litros, a empresa produz a Muzambinho Prata, num total de 200 mil litros, acondicionados em garrafas standard, de 700ml, da Vidroporto. As tampas são da Altec, e os rótulos, da Congraf.
Para valorizar a marca Velho Barreiro, o Grupo Tatuzinho levou ao pé da letra seu antigo slogan: “Até a garrafa é coisa fina”. Lançou a Velho Barreiro Ouro Edição Especial, envelhecida 10 anos e limitada a 30 mil unidades. A fim de marcar a chegada do
DIVULGAÇÃO
Coisa fina mesmo
Velho Barreiro Gold: garrafa de vidro com banho de ouro, como se usa em cosméticos
produto ao mercado, o Grupo utilizou uma embalagem de vidro com banho de ouro, processo de tratamento utilizado pela indústria cosmética em frascos e potes. A criação da embalagem, uma garrafa de vidro no tradicional formato da Velho Barreiro fornecida pela Cisper, foi desenvolvida internamente, cabendo o processo de metalização à Mega Plast. O dourado da garrafa vaza nas áreas transparentes do rótulo da Novelprint, dando a impressão de que também é metalizado. A garrafa tem um atraente estojo de PET, produzido pela IVEP – Indústria de Vanguarda de Embalagens Promocionais, de Penápolis (SP). O C.E.O. do Grupo Tatuzinho, Cesar Rosa, conta que a empresa adotou em relação à Ouro 10 anos o mesmo procedimento dos fabricantes escoceses de uísque: paciência para esperar a maturação de um bom produto. “Manter aguardente estocada exige tempo e muito capital, mas o resultado final é um produto refinado que vale a pena”, diz. Segundo Rosa, a preocupação em desenvolver produtos de qualidade visa não só agregar valor às marcas do Grupo Tatuzinho, mas também abrir novos espaços no mercado externo, que hoje responde por 4% de suas vendas.
FOTOS: STUDIO AG
Caipirinha para estrangeiro Conscientes de que, no fundo, o hoje tão decantado interesse de consumidores estrangeiros pela cachaça reside sobretudo no gosto pela caipirinha, os diretores da BBL – Brazilian Beverages & Liquor, criaram uma marca que procura associar a indicação da bebida para o preparo desse e de outros drinques com a região de origem, Piracicaba, no interior de São Paulo. Assim nasceu a Caipipira, produzida na Fazenda Capuava, onde os proprietários, também diretores da BBL, plantam cana e produzem cachaça desde 1887. O lançamento do
54 – EMBALAGEMMARCA • out 2003
produto foi programado para a Anuga, maior feira mundial de alimentos e bebidas, realizada na Alemanha a partir do dia 8 de outubro. Acondicionada numa garrafa de vidro da Saint-Gobain Embalagens, com tampa metálica de rosca da Altec, a embalagem tem rótu los de polipropileno transparente, tipo nolabel look, fornecido pela Prodesmaq. A criação do rótulo é do designer Luís Bujan. A marca da bebida Caipipira: para aparece em destaque na drinques, rótulo no-label look posição vertical, e a transparência do rótulo permite a visualização, com “efeito lupa”, de outras frutas brasileiras e estrangeiras, além de limão, com as quais podem ser preparados drinques utilizando a Caipipira: caju, carambola, maracujá, cereja, morango e pêssego. Segundo Caio Gudmon, diretor da BBL, sondagens de mercado feitas por parceiros da empresa em países europeus indicaram boas possibilidades de aceitação para um produto com as indiscutíveis características de polivalência no preparo de drinques com frutas, como a cachaça. “Nesse aspecto, a bebida típica nacional é imbatível, e o nosso produto tem tudo para dar certo lá fora e aqui dentro também”, ele aposta.
Altec (11) 5548-2896
[email protected] Congraf (11) 5563-3466 www.congraf.com.br Cristaleria Guanabara (21) 3351-7394 IVEP (11) 6463-3368 (18) 652-2875 www.ivep.com.br Luís Bujan (11) 5614-7234 Mega Plast (11) 3621-4599 www.megaplast.com.br Novelprint (11) 3768-4111 www.novelprint.com.br Saint-Gobain (11) 3874-7211 www.sgembalagens.com.br Saverglass + 35 1 21 924 80 60
[email protected] www.saverglass.com Vidroporto (19) 3581-1999 www.vidroporto.com.br
De 600ml, só para cachaça Estão prontos para fornecimento os dois modelos standard de garrafas de vidro destinados a substituir os recipientes retornáveis de cerveja de 600ml atualmente utilizados por grande número de pequenos produtores de cachaça. Como observa André Liberali, gerente comercial da Saint-Gobain Embalagens, empresa criadora da garrafa, que poderá ser produzida também pelas vidrarias brasileiras, o novo recipiente mantém o formato tradicional quanto à altura e ao diâmetro da atual garrafa de cerveja, mas inova nas opções de cores (branca, verde e âmbar) e de fechamento (rosca e coroa).
promoção
A cachaça que une Ação integrada de nove empresas reforça conceito de valor agregado m resposta àqueles que afirmam ser a cachaça um “elemento desagregador”, EMBALAGEMMARCA decidiu demonstrar na prática que a bebida pode ser, justamente, um instrumento de integração – no caso, de diferentes elos da cadeia de embalagem. Para isso, ao ser convidada a participar de uma iniciativa promocional da Prodesmaq, uma das maiores convertedoras de rótulos auto-adesivos, a revista propôs que a ação – o lançamento de uma ca-
E
chaça como instrumento de reforço do conceito da importância da adição de valor a essa categoria de produto – se transformasse em oportunidade para a participação do vários parceiros. Assim nasceu, em tempo recorde, e foi apresentada no estande da revista na Expo Cachaça, realizada de 18 a 21 de setembro no ITM Expo, em São Paulo, uma bebida com a marca conceitual, fictícia, “Brasil Cachaça”, como umbrella brand de nada menos que oito empresas, além de EMBALAGEMMARCA. (ver a Ficha Técnica).
STUDIO AG
Seis sentidos
56 – EMBALAGEMMARCA • out 2003
Como está explicado no estojo em que vai a garrafa, o objetivo da iniciativa foi promover a cachaça brasileira de qualidade e, ao mesmo tempo, demonstrar que a embalagem e seus complementos adicionam valor aos produtos, tornando-se um fator de atração de potenciais consumidores no ponto-de-venda e de fortalecimento da imagem de marca. O que se pretendeu foi explorar da melhor forma os sentidos do consumidor, a começar pela visão, com os apelos do formato e das cores do estojo, do perfil da garrafa, do visual dos rótulos, da tampa metálica e do tom dourado e atraente da bebida. O sentido do tato é estimulado pelo acabamento do estojo, pela pega da garrafa e pela textura acetinada do rótulo. Ao retirar a tampa da garrafa, o consumidor pode sentir o aroma especial e suave de uma cachaça de pura cana-de-açúcar, destilada pela BBL – Brazilian Beverages & Liquor e envelhecida por dois anos nas adegas de sua centenária Fazenda Capuava, de Piracicaba, no Estado de São Paulo. O texto do estojo, que procura a sintonia com o tom institucional utilizado nas embalagens de bebidas, finaliza com uma referência aos demais sentidos: “Nessa viagem de prazer, você vai poder ouvir o
som único da bebida ‘cantando’ ao sair do gargalo e se acomodando no cálice. E, ao bebê-la, além de pôr em campo o paladar, você satisfará um sexto sentido, que nenhum animal além do ser humano possui: a consciência do que está desfrutando.” Pela reação do público que degustou a bebida no estande da revista na Expo Cachaça, o produto e seu sistema de embalagem teriam tudo para ser um hit de vendas, não tivessem sido feitos em “edição limi-
tada”, puramente promocional. Ao coordenar a ação promocional, EMBALAGEMMARCA procurou, mais uma vez, ir além de sua Missão Editorial, que é suprir os profissionais da cadeia de embalagem com informações úteis. Como tem feito em outras oportunidades, a revista se colocou, nesta ação, como instrumento também material de integração dos diferentes elos da cadeia de embalagem. É por essa e outras razões que seu slogan é “Mais que uma revista”.
FICHA TÉCNICA Adesivos ..................................................................................... Avery Dennison
(19) 3876-7424
Cachaça....................................................................................... BBL – Brazilian Beverages & Liquor
(19) 3421-4268
Garrafa de vidro 750ml .............................................................. Saint-Gobain Embalagens
(11) 3874-7482
Impressão dos estojos .............................................................. Embalagem Carton Pack
(51) 559-3900
Projeto visual dos rótulos e do estojo..................................... Packing Design
(11) 3168-9195
Papel couché Image Label (rótulo) e papel cartão Acácia Art Royal textura Skin 350g/m2 (estojo) ..................... Ripasa S/A Celulose e Papel
(11) 3491-5212
Rótulos auto-adesivos e rotuladora......................................... Prodesmaq
(19) 3876-9300
Tampas e máquina recravadora ............................................... Altec Tampas
(11) 6422-0143
Coordenação .............................................................................. EMBALAGEMMARCA
(11) 5181-6533
Cisne lança sal líquido A Refinaria Nacional de Sal, proprietária da marca de sal Cisne, lançou o Cisne Líquido, único sal em spray do País. O produto é distribuído em embalagem de 250ml, o equivalente a 2500 porções. A embalagem foi desenvolvida pela Oficina d’ Design, o molde é da Formolde, o frasco de PP é da Vidraço e o sleever de BOPP da Propack.
Lançamentos da Mocinha Já estão nos supermercados os dois novos lançamentos da Nestlé: Moça Fiesta, nos sabores framboesa e torta de limão, e Mocinha Mini. As latas de Moça Fiesta, produzidas pela Rojek, trazem estampas com cores vibrantes. Para a caixa de papel cartão de Mocinha Fiesta, produzidas pela Ibratec, foram criados dois personagens: o ícone da mocinha em versão infantil e seu amiguinho. Os flow packs de alumínio de 15g são produzidos pela Alcan Packaging. O design das embalagens é da Pandesign.
Gatorade agora em lata
A AmBev acaba de lançar o isotônico Gatorade em lata de alumínio, produzida pela Latasa. A nova embalagem da bebida tem 340ml e está disponível no sabor tangerina. Rio de Janeiro, Recife e Curitiba serão as primeiras cidades a receber a nova opção de embalagem. O layout da lata foi desenvolvido no Brasil pela Usina do Desenho em parceria com a equipe de marketing de Gatorade e será utilizada em toda a América Latina. Com a aparência de suada, a embalagem traz, abaixo da logomarca, as palavras “reidrata, repõe e reabastece”. Gatorade também está disponível no mercado nas embalagens de vidro (473ml) e Sport Bottle (591ml).
58 – EMBALAGEMMARCA • out 2003
Borboletas e flores ilustram lata de Omo Cores Referencial de qualidade e único detergente em pó desenvolvido para roupas coloridas, Omo Cores lança, a partir de outubro, em todo o Brasil, uma edição especial e limitada de latas e embalagem ilustradas com obras de Romero Britto, o mais bem-sucedido pintor brasileiro no exterior. A edição limitada de Omo Cores by Romero Britto contará com dois modelos colecionáveis de latas redondas e uma embalagem
decorada, disponíveis nas versões 1 kg e 500g. Além de estampar suas obras nas embalagens, Romero Britto estilizou o logotipo de Omo. A edição limitada do produto traz ilustrações de animais, flores e corações com cores vivas, uma característica do artista, que tem sinergia com o produto, desenvolvido para a lavagem de roupas coloridas. As embalagens de aço são fabricadas pela Metalgráfica Itaquá.
Del Valle em embalagem numerada A Sucos Del Valle coloca no mercado sua primeira “Safra Especial”, no sabor mix laranja com mel. A grande novidade fica por conta das embalagens: pela primeira vez as caixas de um litro da Tetra Pak são numeradas.
A tiragem é limitada: 294 mil embalagens. É a primeira vez no mundo que a Tetra Pak numera suas embalagens. O produto também está disponível em latas de 335ml da Crown Cork. O design é da Packing.
MELHORAMENTOS TEM NOVAS EMBALAGENS A Melhoramentos Papéis modificou as embalagens de toda sua linha de produtos (papel higiênico Fofura e Sublime, toalhas de papel Kitchen, guardanapos Lips e Kitchen e lenços de papel Softy`s), visando facilitar para o consumidor a associação entre produto e fabricante. Nas novas embalagens o nome da empresa é impresso em tamanho maior, o que dá mais visibilidade à marca. Outra novidade é a inserção de um selo que confere ao produto
a característica de ecologicamente correto. As embalagens são pioneiras também na adoção do sistema de abertura Abre-Fácil (fitilho vermelho que envolve a embalagem). A agência que coordenou toda a criação e produção das novas embalagens da linha de produtos da Melhoramentos é a SPOK Design. Os fornecedores das embalagens flexíveis são a Zaraplast, a Regmar e a Mazda e dos cartuchos a Boxprint e a Emibra.
Rígidos e flexíveis ao mesmo tempo Para reforçar o apelo em gôndola e dar maior praticidade aos consumidores, a Nutrimental está mudando a apresentação de sua Farinha Láctea e de seu mingau infantil Nutrilon. Os produtos, apresentados em potes plásticos da catarinense Forza, estão ganhando embalagens-refil, na forma de
flow packs, convertidas pela Zaraplast. Segundo Adriana Sutile, gerente de produto da Nutrimental, os potes são bem aceitos pelos consumidores, que os consideram higiênicos, seguros e possíveis de serem reaproveitados. “Mas por serem produtos de consumo diário, a rotatividade é muito grande,
e alguns consumidores, principalmente as mães, acham mais prática a versão refil”, ela diz. Os rótulos dos produtos, fornecidos pela paranaense Ingra, também mudaram. Eles agora estão mais lúdicos e coloridos. O projeto de redesenho visual ficou a cargo da Komatsu Design.
TRADIÇÃO EM SACHÊS E FLOW PACKS O tradicional fermento biológico
ção da marca, além de variadas re-
Fleischmann tem novidades para
ceitas culinárias em seu verso. O
ampliar sua visibilidade nos pon-
produto é encontrado em duas
tos-de-venda. São novas embala-
versões: a seca instantânea, ven-
gens, assina-
dida em sachês embalados a vá-
das pela
cuo, e a fresca, em tabletes, co-
Haus Design,
mercializada em flow packs. As
que desta-
embalagens são convertidas pela
cam a tradi-
Santa Rosa.
Novas embalagens Assolan A M Design criou as novas embalagens da linha Assolan. A comunicação visual feita pela agência atingiu a lã de aço, as esponjas e os panos. Os códigos de cor tradicionais – amarelo e vermelho – foram mantidos, e novos traços propiciaram renovação
60 – EMBALAGEMMARCA • out 2003
para a assinatura da marca. Juntamente com o slogan “Casa Limpa”, aparece na nova embalagem um ícone de uma casa vermelha acompanhada de uma seta, que indica movimento. A logomarca foi redesenhado e ganhou nova tipologia e inclinação.
Hikari tem embalagens metalizadas A Hikari está ampliando sua linha de Misturas para Bolo com o lançamento de três novos sabores: Cenoura, Limão e Baunilha. As novas embalagens metalizadas apresentam formato retangular e um novo layout que destaca o produto na gôndola. Cada sabor é identificado mais facilmente, com as matérias-primas aplicadas ao fundo. Em primeiro plano, o destaque é a foto de uma fatia de bolo, seguida do logo da Hikari e de um splash sobre as características do produto. No verso, o modo de preparo tem o passo tem o passo a passo ilustrado e receitas de coberturas. As embalagens são fabricadas em BOPP e PE metalizado pela Shellmar Embalagens, com layout da Pilon Comunicações.
DOIS TIPOS DE EMBALAGENS PARA CEREAIS Três anos após sua chegada ao Bra-
de 400g e os cereais de Arroz e Ar-
sil, a Gerber amplia sua oferta de
roz com Banana, em latas de 225g.
produtos com o lançamento de linha
Os bags serão de 200g, nos sabo-
de cereais infantis: os preparados
res de Arroz e Arroz com Banana, e
instantâneos Farinha Láctea, Arroz e
de 300g para a Farinha Láctea.
Arroz com Banana.
As latas são fabricadas pela Sono-
Fabricados pela All Brands, no Pa-
co, os bags pela Shellmar, e os rótu-
raná, os cereais chegam aos pontos-
los pela Gráfica 43.
de-venda em duas versões de embalagem: lata e bag. Enquanto as latas estarão disponíveis para todos os mercados e canais, o bag terá distribuição concentrada no pequeno varejo e um preço mais baixo. A Farinha Láctea Gerber poderá ser encontrada em lata
Revitalizada e estendida A tradicional marca Leite de Rosas, que irá completar 75 anos em 2004, está pondo em prática um projeto de revitalização de sua identidade visual, num trabalho assinado pela DIA Comunicação de Marketing. Foram desenvolvidas embalagens seguindo várias linhas criativas, testadas em pesquisas qualitativas. As escolhidas trazem uma modernização significativa em relação às antigas, com traços mais femininos e sofisticados. Paralelamente, a renovação é também o mote para o lançamento de três versões de desodorante com a chancela Leite de Rosas: Aerossol, Roll-On e Creme. O Aeros-
sol, de 165ml, é vendido em tubo metálico da Tubocap, com tampa da Mecaplastic e válvula da Válvula de Precisão. Já o Roll-On, de 50ml, tem frasco, tampa e esfera da Globalpack. Por sua vez, o Creme tem pote de 55g e tampa da Tecmax. Itens mais conhecidos da linha, o Hidratante Corporal e o Hidratante Facial para pele mista e oleosa têm frascos e tampas da Oxyplas, enquanto o Hidratante Facial para pele normal e seca tem pote com tampa da Megaplast. Os rótulos e contra-rótulos de todos os produtos, excetuando a versão aerossol, são da fluminense Makton.
Com cartão... A Novelprint acaba de entrar para o grupo de empresas cadastradas no programa do Cartão BNDES, que amplia as possibilidades para micro, pequenas e médias empresas terem acesso a crédito rápido e barato com recursos do BNDES. ...máquinas à mão Com isso, a empresa quer reforçar as vendas de suas aplicadoras de rótulos auto-adesivos NovelTech. As compras realizadas com o Cartão podem ser parceladas em 12 vezes iguais, com atraente taxa de juros (em setembro, era de 1,64% ao mês). Maiores detalhes: (11) 3768-4111 ou em www.novelprint.com.br. Seguimento 1 Em continuidade ao que já acontecera com sua fábrica de Vinhedo (SP), a Coim Brasil recebeu ofi-
Aço em portal reformulado Tradicional provedora de embalagens de aço, a Prada acaba de reformular o seu web site. Agora, o portal corporativo da internet da empresa oferece ao visitante dois caminhos: produtos químicos ou alimentos. Desse modo, as embalagens específicas para cada aplicação são apresentadas separadamente. O portal também ganhou conteúdo: histórias da empresa e da própria lata de aço, uma área institucional que expõe as políticas de qualidade e de distribuição e até uma brincadeira interativa, para o internauta desenhar um esboço de embalagem. Uma newsletter com notícias do setor e de empresas clientes está prevista para ser inaugurada em breve. Mais adiante, a Prada pretende instalar um sistema de e-commerce dentro do site. www.prada.com.br
cialmente o certificado ISO 9001:2000 para sua unidade de Novo Hamburgo (RS). A empresa já se prepara para obter a ISO 14000 no início de 2004. Seguimento 2 Quem também conquistou o certificado é a Mecalor, indústria de Sistemas de Água Gelada e Proje-
Com um conceito econômico, o Minichiller Acqualine é a novidade da York para o resfriamento contínuo de moldes usados na fabricação de embalagens por sopro ou extrusão. O equipamento, que opera sozinho através de resfriamento ultra-rápido com água gelada, é acoplado diretamente às linhas de produção de embalagens e, segundo a York, garante economia com energia elétrica por trabalhar com compressor Scroll. Ele possui, ainda, controle microprocessado com alarme de falhas diversas, controle de pressão de condensação e indicação digital das funções, entre outras características. O Minichiller está disponível nas capacidades de 7,5TR e 10TR. (11) 3837-6700 www.yorkbrasil.com.br
Forte apelo para pequenas produções Aproveitando a ocasião da 1a edição
tos para Ensaios Climáticos. A
da Expo Cachaça, realizada de 18 a 21
empresa recebeu o ISO
de setembro em São Paulo, a E-Pa-
9000:2000. Em 1997, a Mecalor
cking/ Bauch & Campos apresentou
obtivera a ISO 9001.
seu mais novo lançamento, a Rottec Semi-Automática. Trata-se de uma
Recém-nascida
aplicadora de rótulos e contra-rótulos
Flex Label é o nome da mais nova
auto-adesivos para garrafas de 8mm a
fornecedora de soluções auto-
80mm de diâmetro. Compacto, o equi-
adesivas. A empresa informa tra-
pamento tem forte apelo para peque-
balhar com diversos materiais,
nas produções. Sua capacidade máxi-
entre eles BOPP e papéis couché,
ma de aplicação é de até 800 unida-
e baseia suas impressões em let-
des por hora. O estande da empresa
terpress 6 cores e 4 cores plana.
ainda destacou o sistema de envase
Maiores informações podem ser
Milli M-20, do Grupo Realiza, ideal
conseguidas pelo telefone
para o envase de pequenos volumes
(11) 6606-2399 ou pelo
com precisão e limpeza na operação.
e-mail
[email protected].
(11) 4781-2359 www.epackinggroup.com
62 – EMBALAGEMMARCA • out 2003
Na temperatura certa
Destaque com efeitos perolados Em consonância com a tendência de uso de cores fortes em embalagens dos mais variados produtos no Brasil e na Europa, a Cebal Brasil está lançando novas opções de cores peroladas para suas bisnagas plásticas. A empresa desenvolveu pigmentos que, quando aplicados ao processo de extrusão das embalagens, resultam em cores peroladas, de vigoroso impacto visual. Conforme explica Valdivo Begalli Jr., gerente de marketing da Cebal Brasil, as novas cores podem ser aplicadas em todos os tubos plásticos
produzidos pela empresa, sejam mono ou multicamadas. (11) 4723-4700 www.cebalbrasil.com.br
Aplicadora com perfil versátil Lampo é o nome do novo sistema de impressão e aplicação de etiquetas auto-adesivas da italiana Cicrespi que a Comprint está trazendo ao Brasil. De acordo com a representa-
ção, trata-se de um equipamento que oferece alta qualidade de impressão e velocidade de aplicação para marcar, codificar e rotular embalagens, com um baixo custo de investimento. É especialmente indicado para linhas de produção de pequenas e médias velocidades. Há duas versões de operação: a estática, que aplica etiquetas através de um sopro de ar, com o objeto parado, e a dinâmica, que pode realizar aplicações em velocidades mais rápidas, com o produto em movimento, através de um braço aplicador. (11) 3371-3371 • www.comprint.com.br
Para sacolas não virarem malas A Brademaq está apresentando ao
americanos. O acessório pode ser
mercado o acessório Parch, para a
adaptado a qualquer máquina de
produção de sacolas plásticas com
corte e solda, nacional ou importa-
alças reforçadas em máquinas de
da, com fácil instalação.
corte e solda. Além de fortalecer as
(11) 4427-4823 www.brademaq.com.br
sacolas, através de um reforço interno nas alças, o acessório permite economizar matériaprima. O consumidor, por sua vez, ganha sacolas mais práticas e resistentes. Segundo a Brademaq, o Parch é uma tecnologia difundida na Europa e nos Estados Unidos, e já vem sendo implementada em países sul-
Movimentações no mercado de ribbons Convertedora e fabricante de fitas
Mendes, afirma que a aquisição con-
para impressão por transferência tér-
solida a posição da empresa como lí-
mica, também conhecidas como rib-
der do mercado de ribbons na Améri-
bons, a IImak Brasil oficializou a com-
ca do Sul. “Aumentaremos nossa ca-
pra da Seal Eletrônica. Sediada em
pacidade de produção e nossa flexibi-
Manaus (AM), a nova empresa do
lidade nas negociações”, diz Mendes.
grupo IImak passará a dedicar-se ao
“O produto Seal será oferecido agora
segmento de integração de soluções,
com o padrão de atendimento e a efi-
deixando de atuar como convertedora
ciência logística da IIMAK”, completa.
e distribuidora de ribbons. O diretor
www.iimak.com.br
comercial da IImak Brasil, Marcos
(21) 2493-3060
Tudo (ou quase) sobre cores Para resolver problemas de incom-
presa, o produto segue as normas
patibilidade da cor impressa com a
internacionais ISO 12647 e ISO
cor previamente aprovada no moni-
2846, que dispõem sobre a diferen-
tor do computador, a Editora J.J.
ça entre as cores da tela e as co-
Carol acaba de lançar uma coleção
res impressas em processos como
de livros acompanhada de um CD
flexografia, rotogravura e off-set
com mais de 300 000 combinações
plana e rotativa. Seis volumes de-
e tabelas de cores. Segundo a em-
verão compor a coleção, mas, por enquanto, só dois foram lançados: Offset Plana 1 (em papel couché) e Offset Plana 2 (em papel cartão). Além das tradicionais escalas de cores, o material apresenta dezesseis cores especiais, diversos tons pastéis, tons de cabelo, tons de pele, entre outros tópicos freqüentes no dia-a-dia das agências e gráficas. www.truecolorsytem.com.br (11) 3871-1888
Nacionalização em vista A Windmoeller & Hoelscher do Bra-
tos e à ampliação de programas de
sil aproveitou o Seminário de Flexo-
financiamento entre seus clientes.
grafia, realizado pela Abflexo entre
Uma das impressoras que serão
os últimos dias 11 e 13 de setem-
fabricadas no Brasil é a Primaflex
bro, para divulgar o início da fabri-
CM, máquina que opera em oito
cação no Brasil de alguns modelos
cores, possui troca rápida de
de impressoras que atualmente são
camisas e é destinada a bandas
importados e distribuídos pela em-
média e estreita.
presa. Segundo comunicado, a na-
www.wuhdobrasil.com.br
cionalização visa à redução de cus-
(11) 4066-7800
Almanaque Masculina e feminina Ao contrário do que muitos podem pensar, a globalizada marca LU de biscoitos, trazida ao Brasil há pouco tempo pela Danone, não é o nome ou o apelido de uma mulher. Na verdade, faz menção a um casal, os franceses Jean-Romain Lefévre e Isabelle Utile, cujos biscoitos, vendidos numa confeitaria aberta em 1846 na cidade de Nantes, ganharam fama de finas iguarias. LU é a junção das iniciais de seus sobrenomes.
Histórico tônico barriga-verde Os xaropes fortificantes merecem uma página especial nos percalços da indústria farmacêutica brasileira. Um deles, o Sadol, lançado em 1924 pelo Laboratório Boettger e depois repassado ao Laboratório Catarinense, que o comercializa com sucesso até hoje, possui uma história das mais ricas. Com a ajuda do fabricante, contamos aqui alguns dos episódios da vida do produto.
Postulante misterioso Há cerca de 40 anos, em época de campanha eleitoral, a população de um município do interior do Paraná começou a se preocupar com um misterioso candidato, surgido do nada. Na verdade, tudo não passou de uma confusão. Com a profusão de santinhos dos candidatos e partidos políticos e de inscrições em muros, porteiras e pedras, o povo pensou que o slogan publicitário “Tome Sadol”, inscrito em rochas, aludisse a um certo postulante de nome “Tomé Sadol”. Até descobrirem a verdade, os candidatos de verdade chegaram até a discutir estratégias para competir com o tal “Tomé”...
Curioso conselho amigo Por muito tempo o Sadol foi comercializado em frasco de vidro. E não à toa, já que o Laboratório Catarinense possuía uma vidraria própria. Todavia, Ney Osvaldo Silva Filho, presidente da farmacêutica, recebeu uma notícia ruim no fim dos anos 70. Ao visitar a subsidiária de uma grande vidraria estrangeira para propor uma parceria tecnológica, descobriu que sua vidraria estava bem ultrapassada. Não valeria a pena mantê-la funcionando. Curiosamente, o diretor da vidraria multinacional lhe sugeriu que, em vez de injetar capital na atualização das linhas de vidro, comprasse máquinas injetoras para fabricar embalagens plásticas. Assim nasceu, em 1982, a AB Plast, braço do Laboratório Catarinense que produz os frascos plásticos com o mesmo desenho dos originais de vidro que, desde então, acondicionam o Sadol.
66 – EMBALAGEMMARCA • out 2003
Futebol e merchandising Futebolistas e outros atletas brasileiros que hoje ganham fortunas posando como garotos-propaganda têm uma espécie de patrono no craque que imortalizou uma das mais belas jogadas do futebol: a bicicleta. A “pedalada” no ar se tornou a marca registrada do centroavante Leônidas da Silva, considerado o primeiro grande ídolo do futebol brasileiro. Costumava-se dizer que, nos anos quarenta, somente três pessoas eram capazes de reunir multidões no país: Getúlio Vargas, o cantor Orlando Silva e o próprio Leônidas. O apelido “Diamante Negro”, ganho pelo atacante, virou marca de cigarros, de balas, de um relógio e do chocolate que até hoje tem forte apelo de vendas. Pelo contrato com a Lacta, o craque recebeu a então polpuda soma de 3 contos de réis. Foi um dos primeiros futebolistas a ter automóvel no país. No último dia 6 de setembro, internado com Mal de Alzheimer numa clínica geriátrica próxima à capital paulista (custeada por um de seus ex-clubes, o São Paulo, registre-se, dada a raridade do gesto), Leônidas completou 90 anos de idade.
SIG Combibloc – Eras siderais na tecnologia de embalagem 2003 SIG Combibloc é a primeira a dar forma exclusiva às embalagens cartonadas (combishape) 1930 SIG Combibloc é a primeira fornecedora européia de embalagens cartonadas para bebidas (Perga)
1962 SIG Combibloc introduz a primeira embalagem cartonada pré-formada (Blocpak)
1978 SIG Combibloc introduz a primeira máquina de envase asséptica, de alta produção, com capacidade para 10.000 embalagens/hora
1993 SIG Combibloc introduz a primeira tampa para embalagens cartonadas assépticas (combiTop)
1985 SIG Combibloc envasa os primeiros produtos alimentícios com pedaços em embalagens cartonadas assépticas
Como uma das líderes mundiais na fabricação de embalagens cartonadas assépticas, há décadas estabelecemos, continuamente, padrões através das nossas soluções em embalagem. Uma nova era sideral se inicia com a inovadora embalagem cartonada combishape, que oferece uma diversidade de formas exclusivas e quase ilimitadas. Com ela nasce uma nova estrela no universo das embalagens, criando possibilidades e oportunidades de mercado totalmente novas. Confira você mesmo: www.sigcombibloc.com
SIG Combibloc
SIG Combibloc do Brasil Ltda Rua Iguatemi, 192 - cj. 14 01451-010 – São Paulo – SP Tel. +55 (11) 31 68 40 29 Fax +55 (11) 31 68 40 18 www.sigcombibloc.com