Revista Embalagemmarca 038 - Outubro 2002

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Ano IV • Nº 38 • Outubro 2002 • R$ 6,00

Materiais de embalagem fazem lances para ganhar espaço dos concorrentes e conquistar novos segmentos

www.embalagemmarca.com.br

PESQUISA: PERFIL DO CONSUMIDOR DE COSMÉTICOS

Conquistaremos nosso espaço

Q

Será ótimo se os compromissos assumidos não forem chavões que se pedirá para esquecer

uando esta edição de EMBALAGEMMARCA tiver chegado às mãos da totalidade de seus milhares de leitores, o Brasil já terá novo governo. Não importa quem tenha sido eleito, há bons motivos para pessimismo e também para sermos otimistas. Desnecessário descrever o enorme quadro de problemas que a nova equipe enfrentará. Mas, a justificar o otimismo, talvez não seja tão ingênuo, desta feita, acreditar que temos condições de conquistar o espaço que nos cabe no mundo. Tendo aprendido, na carne, que encolhe o campo para aventuras e erros, as forças empenhadas na construção de um país melhor induziram os candidatos a discutir programas. A rigor, todos se comprometeram a fazer o essencial, que é promover o crescimento da economia e simultaneamente resgatar a dívida social que coloca o Brasil no topo do ranking mundial das sociedades injustas. Estaremos bem se tais compromissos – assumidos na crista de uma onda de programas arquitetados por equipes competentes – não forem meros chavões que mais adiante se pedirá para esquecer. Do contrário, a cobrança virá não só com a multiplicação das mazelas atuais, mas, cedo ou tarde, com os juros impostos por quem sempre paga a conta, isto é, quem produz e trabalha.

Não bastará repetir que “o Brasil melhorou”, nem invocar direitos democráticos conceituais, que não se realizam em sua plenitude, quando diminui atrozmente, por exemplo, o espaço do cidadão para exercitar uma das mais elementares liberdades da vida em sociedade: caminhar pelas ruas sem preocupar-se. Quem paga quer saber que fará três refeições todos os dias, até o fim deles. E que seus filhos terão trabalho e escola. E que desfrutarão do progresso, sabendo que, não tendo hoje, disporão de condições para construir e ter. Claro que, no curto prazo,

o país não será inundado por uma chuva de benesses sociais e de crescimento de dois dígitos. Porém, há dados animadores. Para ficar no campo da embalagem, de onde não deveríamos ter saído, basta lembrar que, a despeito do panorama de tormentas cambiais, produção industrial quase estagnada e juros siderais, no ano passado o setor cresceu 11,75% sobre 2000 e a projeção para este ano é de que crescerá outro tanto. Na verdade, o setor não pára. Esta edição mostra um pouco disso. Até novembro.

Wilson Palhares

outubro 2002

Diretor de Redação Wilson Palhares [email protected]

6

12

ENTREVISTA: LUIZ ALBERTO MARINHO Publicitário e professor da USP diz que a embalagem se consolidará como uma das principais mídias na estratégia de divulgação de produtos

28

PRÊMIO Vencedores da 3ª edição do Prêmio Brasileiro de Embalagem de Papelcartão, promovido pela Bracelpa

Reportagem [email protected]

Flávio Palhares [email protected]

Guilherme Kamio [email protected] Leandro Haberli [email protected]

Thays Freitas [email protected] Colaboradores Josué Machado e Luiz Antonio Maciel Diretor de Arte Carlos Gustavo Curado

CAPA: MATERIAIS Cresce a batalha entre materiais pelo mercado de embalagem, e não há sinais de apaziguamento futuro no front

Administração Marcos Palhares (Diretor de Marketing) Eunice Fruet (Diretora Financeira) Departamento Comercial [email protected]

Wagner Ferreira

30 40

Público-Alvo EMBALAGEMMARCA é dirigida a profissionais que ocupam cargos técnicos, de direção, gerência e supervisão em empresas fornecedoras, convertedoras e usuárias de embalagens para alimentos, bebidas, cosméticos, medicamentos, materiais de limpeza e home service, bem como prestadores de serviços relacionados com a cadeia de embalagem.

MAKING OF Dupla sertaneja lança perfume popular que veste roupa de socialite

18 Pesquisa

40

Estudo revela perfil do mercado de cosméticos no Brasil

Novidades do setor, da criação ao acabamento de embalagens

32 Design

44

AmBev reformula visual de sua marca-xodó em refrigerantes

Movimentação na indústria de embalagens e seus lançamentos

37

46

Águas

Marcella de Freitas Monteiro [email protected] Assinatura anual (11 exemplares): R$ 60,00

Tiragem desta edição 7 500 exemplares Filiada ao

Impressa em papel Image Art 145 g/m2 (capa) e Image Mate 115 g/m2 (capa) da Ripasa

Painel gráfico

Impressão: Congraf

Panorama

Display

Ciente do crescimento do setor, Sadia lança água mineral

Lançamentos e novidades – e seus sistemas de embalagem

38 Vidro

50

Cisper investe para atender os fabricantes de medicamentos

Fatos e curiosidades do mundo das marcas e das embalagens

Almanaque

FOTO DE CAPA: STUDIO AG – ANDRÉ GODOY

22

FEIRA Novidades de embalagem apresentadas na Cosmoprof Cosmética 2002

Circulação e Assinaturas

CONGRESSO Cobertura dos temas mais importantes debatidos no 10º Congresso Brasileiro de Embalagem, organizado pela Abre

EMBALAGEMMARCA é uma publicação mensal da Bloco de Comunicação Ltda. Rua Arcílio Martins, 53 • Chácara Santo Antonio - CEP 04718-040 • São Paulo, SP Tel. (11) 5181-6533 • Fax (11) 5182-9463

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entrevista

“Embalagem é mídia” publicidade tradicional está enfrentando uma crise discursiva que confere ao ponto-devenda e à embalagem mais presença na distribuição das verbas de comunicação de um produto. Engana-se quem deduzir que este raciocínio brotou de uma mente excessivamente entusiasmada com o potencial da embalagem, ou que tenha meramente em vista centralizar todo o braseiro sob sua egoísta sardinha. Professor do respeitado Programa de Administração de Varejo (Provar), ligado à Fundação Instituto de Administração (FIA) da Universidade de São Paulo, Luiz Alberto Marinho, publicitário por formação, tem uma longa lista de argumentos para justificar a idéia em questão. Com passagens por agências como J.W. Thompson, DPZ e Almap/BBDO, Marinho sustenta que muitos de seus colegas de profissão não vêm conseguindo pôr em prática o discurso das marcas que divulgam. Tal lapso, em sua visão, pode, ainda que indiretamente, aumentar a força do ponto-de-venda no bolo publicitário, às vezes em desfavor até de campanhas de rádio, TV e outdoors. Também colunista do site de notícias BlueBus, ele diz que as empresas estão percebendo que a experiência interativa que o consumidor quer ter com a marca não vem se efetivando no campo da publicidade. “Por outro lado, a embalagem e o ponto-de-venda são mídias que permitem um contato único e indispensável entre marca e consumidor”, compara. Carioca já habituado com o tráfego lento que teima em se opor à pressa paulistana, este ex-diretor da Associação Brasileira de Anunciantes (ABA) emprega em sua argumentação pró-ponto-devenda muitos conceitos do chamado gerenciamento de marcas, ou branding. Segundo ele, trata-se de uma concepção que diverge de teorias do marketing tradicional em pontos fundamentais. Denominações à parte, Marinho discorre

DIVULGAÇÃO

A LUIZ ALBERTO MARINHO, publicitário e professor do Programa de Administração de Varejo (Provar) da Universidade de São Paulo, diz que a embalagem e o ponto-de-venda ganharão cada vez mais relevância nas verbas de comunicação de um produto e na partilha do bolo publicitário 6 – EMBALAGEMMARCA • out 2002

com fluência sobre os mais diversos aspectos da venda de produtos no varejo, e explica porque boas estratégias de gerenciamento de marcas podem dar muito mais resultado do que a simples pregação da necessidade de “atender aos desejos” do consumidor – máxima marqueteira tão em voga nestes tempos eleitorais.

mente, do ponto-de-venda e da embalagem. O design da embalagem, por exemplo, deve traduzir o discurso da marca. E o ponto-de-venda é cada vez mais importante porque as pessoas escolhem marcas como escolhem amigos: por afinidade. As características externas, como jeito de se vestir e de falar, são muito importantes nessa escolha. A embalagem é o jeito de a marca se vestir. Você pode usar uma roupa mais funcional, ou mais de vanguarda, ou mais sofisticada. Mas o que é visível é que a embalagem eficiente é aquela que fala sobre a marca. A boa embalagem tem que ter significado, traduzir para o consumidor os valores mais importantes do produto.

O que o senhor acha dos críticos da publicidade que dizem que as agências estão mais centradas em fazer arte do que em vender produtos? Pode-se dizer que muitos publicitários agem como aquele arquiteto que faz sempre o mesmo projeto, O branding pois não está preocupado com o gosto do dono da casa, mas sim difere do marketing com seu próprio gosto. Seja por Por que o senhor afirma que em pois não parte do falta de uma definição clara do muitos casos é mais eficaz aplicar pressuposto de criar conceitos de branding do que de anunciante, ou por um problema produtos para um interno, as agências de propaganmarketing? da estão deixando de veicular o determinado tipo de Há um excesso de produtos com discurso das marcas, para veicupreços e características semelhanconsumidor. O lar seus próprios discursos. Ou tes e o consumidor não percebe princípio é inverso: então usando a criatividade para diferença significativa entre eles. ganhar prêmios e reconhecimenEssa paridade em parte se deve à criar um discurso to. A propaganda e a publicidade utilização de conceitos tradiciopara a marca e conserão muito mais importantes se nais de marketing, como a conhequistar o consumidor conseguirem transmitir o discurcida idéia de atender às necessidaso da marca. Não é possível desdes e desejos do consumidor. O que se identifique crever uma pessoa da mesma branding é diferente, pois não se com ele maneira que outra já foi descrita. parte do pressuposto de criar proQuem fizer isso estará apenas dutos para o consumidor. O prinexercitando um recurso de oratória e cípio é o de conquistar o consumidor estilo. É preciso não apenas fugir da para o conceito da marca. No passado, mesmice, como mergulhar em profunas marcas eram avalistas de qualidade e didade para entender e resgatar o disprocedência. Essa noção se mantém, curso da marca. mas as marcas vêm se tornando também elementos de conexão entre pesDiante dessa dificuldade da publicidasoas com valores, crenças e estilos sede, o senhor diria que a embalagem melhantes. Nesse sentido, para ter pode ganhar mais importância na dissucesso, as marcas precisarão ter uma tribuição das verbas de comunicação proposta quase que filosófica. E é a de um produto? identificação com esse conceito que vai Sim, pois ainda que queira ouvir o disestabelecer a preferência do consumicurso da marca, o consumidor quer ir dor por determinada marca. além. Ele quer ter uma experiência com a marca. Essa experiência não se dá no Em seus artigos, o senhor comenta alâmbito da publicidade, e sim da interagumas ações de branding que se tornação com a marca, através, principalram casos de estudo sobre o que não

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deve ser feito numa estratégia de geconsumidores, contestando os que prerenciamento de marca. Por que alguns viram o fim das chamadas lojas de tijodeslizes específicos se tornam clássilos e cimentos. Daqui para a frente, as cos? pessoas vão querer ir cada vez mais às Citando um exemplo, acredito que o lojas, aos supermercados e aos shopfracassado lançamento da New Coke pings para interagir com seus produtos foi muito interessante para desmistifipreferidos. car o poder da pesquisa de mercado e questionar a transferência de toda a resMas permanecem as previsões sobre o ponsabilidade de uma decisão de marprogressivo enclausuramento a que nos keting para o consumidor, coisa que o submeteremos, favorecido também pela branding refuta. Baseada apenas em popularização da internet... pesquisas, a Coca-Cola desconsiderou As pessoas de fato tendem a se enclauo poder do intangível, da ligação emosurar, mas, como disse, nos próprios cional que tinha estabelecido ao longo shopping centers e hipermercados, não de tantos anos entre sua marca e apenas em suas casas. A interatiseus consumidores. Estes se senvidade proporcionada pelo contatiram traídos quando seu refrigeto direto entre consumidores e O maior rante preferido mudou para tentar patrimônio da Cocamarcas, através do ponto-de-venaproximar seu sabor ao do seu da dos produtos, da embalagem e Cola não é sua concorrente. Diante disso, a Pepde todo o universo de determinafórmula nem seu si-Cola, a concorrente em quesda marca continuarão sendo imtão, tratou de divulgar que a Coca sabor. O segredo da portantes. O ponto-de-venda conteve um gesto de fraqueza. Esse tinuará o templo das marcas por maior fabricante de muito tempo. exemplo mostra que a relação de refrigerantes do fidelidade entre marca e consumidores tem que ser recíproca, e mundo é a conexão Como o senhor avalia a perceppara isso as empresas precisam ção das empresas à já clássica emocional que, ao ser coerentes. A Coca-Cola perteoria do marketing de relacionalongo de décadas, cebeu ali que seu maior patrimômento? nio não estava ancorado no sabor, sua marca estabele- Muitas empresas nos dias de hoje e sim na conexão emocional que parecem não ter compreendido a ceu com a família ela tinha estabelecido com a famensagem do grande guru Regis americana mília americana. McKeena, que em 1991 lançou seu profético livro “Marketing de Por sua função comunicativa, a Relacionamento”. Lá ele chamaembalagem pode ser definida como va a atenção para a importância crespioneira no conceito de mídia interaticente dos fatores intangíveis no procesva, hoje na ordem do dia graças à revoso de diferenciação das marcas, e tamlução da tecnologia da informação? bém preconizava a transformação do É verdade, até porque o ponto-de-venmonólogo da comunicação em diálogo da é a tradução exata desse conceito. É com os consumidores. Por fim, defennas gôndolas que as marcas se comunidia a formação de uma rede de relações cam e interagem com seus consumidoestratégicas da marca. Mais de dez anos res. Essa idéia vem sendo reforçada depois, algumas empresas parecem não com o surgimento de tecnologias de saber que marketing nada mais é do que embalagem que permitem uma interatisinônimo de relacionamento. vidade tátil e olfativa entre produtos e consumidores, como preconiza a teoria A idéia da marca como grande diferendo marketing dos sentidos. Por isso, cial dos produtos é repetida com tal innão tenho dúvidas de que o ponto-detensidade que às vezes soa vazia. A venda continuará sendo o principal lomarca, sozinha, é mesmo tão valiosa, cal de interatividade entre marcas e ou existe um certo exagero nisso?

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A marca, por definição, não é algo socomo o Wall-Mart vendem produtos zinho. Na verdade, ela é a soma dos com sua própria marca que têm vida, atributos físicos, emocionais e filosófium conceito, um discurso. No passado, cos agregados a um serviço, produto ou marca própria não tinha preocupação empresa. A marca nunca está sozinha, com embalagem, com logotipo. Hoje pois se trata de um conceito associado a mesmo as marcas B têm preocupação um produto, a um ponto-de-venda, a com conceito: o consumidor não comuma embalagem, a uma estratégia de pra apenas a commodity, ele quer saber comunicação, aos valores intangíveis e sobre aquela empresa e sobre a marca até à história do produto e da empresa. que está levando para sua casa. O que vem ocorrendo é uma evolução da importância do intangível sobre o Mas no Brasil isso não estaria um poutangível na consolidação do discurso co distante ainda? Parece que o que das marcas, pois os produtos são todos conta no lançamento de um produto muitos semelhantes, com tecnologias com marca própria ainda é o preço... que agregam qualidade parelha e Não, pois muitos setores do vareaceitável à maior parte deles. jo não pensam mais assim. Lojas Independente Existe muito a discussão sobre de departamento, por exemplo, já se o consumidor escolhe sua vêem as marcas próprias como de sua classe marca no ponto-de-venda, ou se elemento de diferenciação. Susocial, o consumijá vai para lá com essa marca na permercados como o Pão de Açúdor tem um cabeça. Defendo que o consumicar, também. A tendência é as dor possui um repertório de marmarcas próprias explorarem não repertório de cas, e no ponto-de-venda ele apenas elementos racionais, marcas. No pontoolha dentro deste repertório, em como qualidade e preço, mas de-venda, ele busca busca do produto que apresente conceitos. A marca própria como alguma vantagem atraente em dentro desse elenco um pacote de valores tangíveis é relação ao concorrente. bem menos valiosa do que se for os produtos que agregada a argumentos emocioapresentem alguma O que dizer da relação peso da nais. vantagem atraente marca x classe social na decisão de compra? Falando sobre promoções, o seem relação ao Por opção, não há dúvidas de nhor acha que ações do tipo concorrente que mesmo as classes mais bai“leve três e pague dois” podem xas vão escolher de acordo com fazer o consumidor esquecer o a marca. É claro que as pessoas prefevalor intangível da marca que ele habirem marcas conhecidas. E isso ocorre tualmente leva? por vários motivos, dentre eles porque Acredito que isso só irá ocorrer se a confiam mais em marcas conhecidas. marca que tiver lançado mão dessa esMas também porque se sentem melhor tratégia promocional constar no elenco comprando um produto que ostenta das marcas preferidas desse consumiuma marca forte em sua embalagem. É dor. Caso contrário, isso pode, eveninteressante notar que as marcas que tualmente, gerar uma experimentação. usamos expressam muito sobre quem Mas quando a promoção cessar, cessa nós somos. Obviamente, em alguns também esta compra experimental. Aí segmentos, não é possível que o consuentra a discussão da guerra de preços, midor escolha a marca que ele quer: por para mim é fruto da falta de diferenciaquestão de preço, ele vai para as marção entre as marcas. Para uma marca, cas B. Mas hoje, mesmo estas marcas não se diferenciar de suas concorrentes têm uma preocupação nítida em criar é um caminho muito perigoso, já que a uma imagem, um conceito. Aí entra a todo tempo será preciso reprisar proquestão das marcas próprias das redes moções para alcançar comportamentos varejistas. Lá fora, supermercados de compra satisfatórios.

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reportagem de capa

Disputas sem fim Guerras por espaço continuam com tudo, apesar das turbulências Por Guilherme Kamio despeito do atual cenário econômico turbulento, no qual tudo leva a crer que o empresariado esteja investindo com grande cautela – e apenas frente a oportunidades muito latentes ou a situações drásticas, como perda de participação de seus produtos, – a concorrência entre os elos da cadeia de embalagem não arrefece. Por mais que o ritmo industrial pareça claudicar e não apresente o mesmo viço dos últimos anos, disputas silenciosas por espaço continuam a pleno vapor por trás das gôndolas. “O mercado de embalagem vem crescendo em média 3,3% ao ano, em volume, nos últimos cinco exercícios,

A

um dado positivo se comparado às oscilações econômicas do Brasil”, analisa Graham Wallis, diretor da consultoria Datamark, especializada em acompanhar o movimento do setor. Na verdade, o panorama de apreensão tende a levar os pegas por espaço entre os materiais e sistemas de acondicionamento a ganharem maior relevância, no compasso em que minguam as injeções de capital em lançamentos de produtos, em atualização de chão industrial e, mais ainda, em migrações de sistema de embalagem. Dentro desse jogo de toma lá, dá cá, para conseguir aumentar a carteira de clientes ou, pelo menos em primeira instância, manter fiéis os já existentes, cada segmento de embalagem busca novas fronteiras e se movimenta para que candidatos de oposição não lhe passem rasteiras.

FOTOS: STUDIO AG

Plásticos crescem

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Na área dos plásticos, que têm ampliado sua participação no mercado de embalagens (ver quadro), Merheg Cachum, presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), vê com bons olhos a tomada crescente de mercados

DIVULGAÇÃO

como o de medicamentos e o de cosméticos, no qual os frascos de PET e os baseados em outras resinas, mormente de valor agregado, vêm abocanhando fatias antes restritas ao vidro. “Pelos investimentos em tecnologia, a tendência é vermos soluções mais e mais sofisticadas em embalagens plásticas”, ele diz. Já na seara das embalagens plásticas flexíveis, uma grande esperança se deposita numa maior participação dos standup pouches em mercados como os de alimentos e de limpeza doméstica. São nichos nos quais os saquinhos que ficam em pé teriam condições de tomar bons espaços de embalagens rígidas, segundo Sergio Haberfeld, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Embalagens Plásticas Flexíveis (ABIEF). Diz o executivo que, apesar de crescente, a presença dos stand-up pouches ainda é tímida em segmentos potenciais como maionese, detergentes líqüidos, snacks, doces, preparados para bolos ou refeições semiprontas. Uma recente pesquisa encomendada pela ABIEF ao instituto de pesquisas Datamark detectou um potencial de 2,8 bilhões de unidades para os SUPs no país, índice contrastante com as 70 milhões de unidades fabricadas em 2001, número aferido pelo mesmo instituto. “O stand-up pouch é o que tem crescido em flexíveis no mundo inteiro”, diz Haberfeld, “mas o processo tem sido vagaroso no Brasil pela instabilidade econômica, que reprime as trocas de maquinário, dispendiosas para atender um mer-

PET, alternativa crescente ao vidro para medicamentos e cosméticos

cado interno tão grande”. Para Haberfeld, a situação instável também pode frear a chegada de desenvolvimentos que estão contribuindo para elevar a percepção de qualidade das flexíveis plásticas em outros países, como filmes “inteligentes”, com propriedades ativas para aumentar a shelf life de produtos. Nichos que teriam bom potencial a ser explorado por essas soluções seriam o de frutas, legumes e verduras, que cada vez mais passam a se valer de outras soluções que não sacos de ráfia, como forma de ganhar valor, o de carnes e o de produtos que necessitam de barreiras sofisticadas.

Esperança das flexíveis plásticas é depositada nos stand-up pouches

Migrar complica A dificuldade em substituir bens de capital também vem sendo o gargalo para alastrar o papel cartão, material que concorre com as flexíveis em diversos segmentos, em novos mercados. Todavia, diz José Soares, coordenador da Campanha Papelcartão para Embalagens, da Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa), as empresas do setor não estão pessimistas e direcionam esforços para “vender mais uma questão de conceito do que propriamente de matéria-prima”. Nessa abordagem, são ressaltados, por exemplo, os apelos ambientalmente amigáveis do material. Soares diz que a campanha da Bracelpa tem identificado alguns nichos do

Snacks, biscoitos e massas, cada vez mais em cartuchos

mercado de alimentos com espaço para maior presença dos cartuchos, como massas, biscoitos, farináceos, snacks e açúcar e sal, entre outros, principalmente em variáveis com apelo premium – tendência que já começa a evoluir. “Uma necessidade premente é quebrar o estigma de que, por conferir uma percepção diferenciada, a embalagem de cartão significa obrigatoriamente maiores custos de produção e grande repasse ao preço de gôndola”, ele diz, pegando carona no caso do mercado de massas, em que itens similares embalados em cartuchos e em flexíveis têm praticamente o mesmo preço. Falando ainda em soluções em cartão, mas no caso das cartonadas assépticas, cuja composição ainda leva plástico e alumínio, merece destaque a entrada das embalagens da Tetra Pak na área de alimentos, fato já aguardado desde o ano passado. Snacks e confeitos da Dori Alimentos recentemente sucumbiram aos apelos das caixinhas. Registro de igual interesse é a presença das embalagens longa vida em polpas de fruta congeladas, numa concorrência com embalagens flexíveis de plástico.

Velhos e novos usos Por sua vez, o setor de embalagens de aço comemora o crescimento do uso de seus recipientes em itens de valor agregado, como no mercado de confecções e de bebidas finas (como embalagem secundária), no segmento promocional e no envase de bebidas iso-

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tônicas e energéticas – produtos que estão colocando em evidência as latas de aço slim, tanto que a Prada, uma das maiores fabricantes de embalagens de aço no país, abriu linhas de produção dessas latinhas, para confrontar as similares importadas e cujo preço varia ao sabor do dólar. “Também cremos numa retomada dos segmentos de cerveja e de refrigerantes, pois a lata de aço ainda pode demonstrar grandes evoluções tecnológicas no embate com o alumínio”, afirma Roberto Pinto, assessor do Programa de Valorização e Incentivo ao Uso da Embalagem Metá-

Cartonadas assépticas já marcam presença em alimentos

Latas de aço agregam valor às ações promocionais

lica (Prolata). Maiores aspirações do aço para a área de embalagem tendem a ser conhecidas após as consecuções das uniões entre Corus, CSN e Metalic – maior produtora de lata de aço de duas peças para bebidas no país e cuja compra, pela CSN, foi aprovada recentemente. No balcão rival do alumínio, que domina os mercados de bebidas em lata que o aço quer recuperar, espera-se um crescimento em cervejas, principalmente no vácuo do crescimento de canais de distribuição como bares, restaurantes e lojas de conveniência. “Ainda é possível crescer no confronto com os vasilhames de vidro, que ainda detêm 65% de share em cervejas”, aponta Rinaldo Lopes, presidente da Crown Cork Embalagens e coordenador do Grupo Setorial

Sem grandes oscilações na divisão do bolo Apesar do momento instável, a indústria de embalagem deve fechar 2002 retomando o crescimento de anos anteriores. É o que diz Graham Wallis, diretor da consultoria Datamark, baseado no recém-divulgado estudo anual Brazil Pack 2001, de sua empresa. O levantamento constata que, no ano passado, a indústria de embalagem obteve pequeno aumento de volume (0,2%) e elevação do faturamento em 11,4% em reais, porém com decréscimo de 15,2% se medido em dólar. O escrutínio abrange dezoito tipos de matérias-primas empregadas em embalagens, incluindo plásticos em geral (sete segmentos), papel, papelão, flexíveis, alumínio, folha de flandres, aço e vidro. Em 2001 as vendas totais do setor movimentaram 9,1 bilhões de dólares, contra 10,7 bilhões de dólares em 2000. No quesito volume, foram comercializadas 5,75 milhões de toneladas de insumos, ante 5,74 milhões de toneladas do período anterior. Para este ano, a Datamark estima elevação de 3,6% em volume e de 2,9% em faturamento. Segundo o Brazil Pack, o consumo de plásticos saltou

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4% em 2001, com destaque para o crescimento de 2,1% em volume de comercialização de polietileno de baixa densidade (montante de 589 milhões de dólares), seguindo uma tendência de alta verificada em análises anteriores. Já o mercado de polietileno de alta densidade, em crescimento nos últimos seis anos (66,7%), caiu 4% em 2001. Também cresceram os volumes de vendas de polipropileno, em 8,5%; PET, 9,7%; papel para saquinhos, 4,2%; papel cartão, 4,3%, papel multicamada, 9,2%; e, alumínio, 11,6%. Esses segmentos, somados, movimentaram em torno de 4,28 bilhões de dólares em 2001. Entre as quedas significativas entre os períodos 2001/2000, estão poliestireno (-9,7%), papel kraft para sacaria (-7,5%), e vidro (-7,3%). Caixas de papelão e folhas de flandres também oscilaram para baixo, com índices pouco representativos: -0,4% e -1,4%, respectivamente. O segmento de PVC mostrou-se estável, com volume comercializado na casa dos 32 milhões de toneladas.

para refrigerantes, movimento que atenderia a um desejo dos grandes fabricantes para combater o desabamento dos preços e a “tubainização” do segmento, que ocorreram nos últimos anos no rastro do crescimento das garrafas de PET.

DIVULGAÇÃO

Retomada do one way?

de Latas da Associação Brasileira do Alumínio (ABAL). Segundo ele, um crescimento de 3% a 4% na participação da lata de alumínio nesse mercado nos próximos exercícios é plenamente factível. Se as oportunidades em refrigerantes não são tão sorridentes, pela agressividade do PET, Lopes aponta que uma menina dos olhos é o mercado de sucos prontos para beber, “um nicho que vem se desenvolvendo junto ao crescimento da preferência dos consumidores por produtos saudáveis e que estão cada vez mais presentes em canais onde o recipiente oneway tem força, como lojas de conveniência e postos de venda em locais de entretenimento, como parques”. Também merece lembrança a iminente estréia no mercado das latas de alumínio para alimentos, que certamente irão provocar rebuliço em mais um confronto com o aço. Sabe-se que a Alcan já está em fase final de testes das folhas adequadas a esse uso e prospectando a novidade junto a usuários. Pela expectativa da empresa, a novidade deve estrear no mercado no início de 2003. Para o vidro, causa expectativa uma possível retomada de garrafas retornáveis Ices, em crescimento, se identificam com o vidro

Chás e sucos abrem novas oportunidades para a lata de alumínio

ABAL www.abal.org.br ABIEF (11) 3032-4092 www.abief.com.br Abiplast (11) 3060-9688 www.abiplast.org.br Abividro (11) 3255-3033 www.abividro.org.br Alcan www.alcan.com.br Bracelpa (11) 3885-1845 www.bracelpa.org.br Datamark (11) 3038-1790 www.datamark.com.br Prolata (11) 289-2856 www.prolata.com.br Tetra Pak www.tetrapak.com.br

Além da questão ambiental, pelas alegadas vantagens das embalagens retornáveis e recicláveis, como no caso do vasilhame que vai e volta, outra questão a favor dessa tendência seria o custo, sobretudo em economias em crise. Na Argentina, o refrigerante havia ido todo para o PET, e agora está voltando ao vidro. “Para o consumidor a embalagem mais barata é o vidro retornável”, defende Alexandre Marchezini, diretor comercial da Cisper. Também anima o setor vidreiro o segmento de bebidas ice, categoria nova de produto, com menos de dois anos no país, mas já com mais de vinte marcas no mercado. “A imagem do produto é altamente vinculada ao vidro”, aponta Marchezini, lembrando que o mercado está em expansão, com a entrada de novas marcas e segmentação de sabores e composição alcoólica – depois da vodca, o uísque, o conhaque e outras destiladas. Vale observar que as ice têm a seu favor o preço de venda com boa margem, se comparado com as cervejas, que já enxergam no segmento uma concorrente emergente. Outra oportunidade que parece promissora para o vidro é em sucos prontos, segmento que vem crescendo a margens de dois dígitos ao ano e no qual, segundo Marchezini, o vidro traz uma vantagem sobre a lata e a cartonada asséptica: a possibilidade de desenvolvimento de embalagens com design próprio, com shapes diferenciados – algumas empresas já estão desenvolvendo suas garrafas single serve, como Tial, Maraú e Superbom. No meio desse intrincado mosaico de xadrez, cheio de xeques e contra-xeques, reina a sensação de que as jogadas estão cada vez mais ousadas e pensadas. Em contrapartida, o match do varejo exige lances cada vez mais rápidos. out 2002 • EMBALAGEMMARCA – 17

pesquisa

Raio X da beleza Pesquisa revela perfil do mercado brasileiro de cosméticos m dos mais célebres ditames da venda de bens de consumo no varejo relaciona o êxito comercial de um produto à recorrente necessidade de satisfazer os desejos do consumidor. Não é preciso ser um especialista em marketing para deduzir que o contentamento e o deleite em questão dependem do grau de conhecimento do público que se pretende atingir: quanto mais informações sobre o perfil dos consumidoresalvo, maiores as chances de “satisfazê-los”, ou melhor, de viabilizar boas vendas. Pensando nisso, e também em oferecer um complemento à cobertura da feira Cosmoprof Cosmética 2002 (ver página 22), EMBALAGEMMARCA publica nesta edição uma abrangente pesquisa sobre o perfil do consumidor e do mercado brasileiro de produtos de higiene pessoal, perfumaria e beleza. Parte do levantamento Consumer Check 2001 – Brasil Total, feito pela revista Supergiro a pesquisa foi originalmente apresentada na edição de setembro último daquela publicação voltada ao setor supermercadista, que autorizou o uso editorial dos resultados nestas páginas. Além de abranger em profundidade questões como sexo, faixa de renda e idade dos consumidores, o levantamento abarca outros temas de interesse para empresas envolvidas com o desenvolvimento e a venda de produtos de beleza e higiene pessoal. Entre eles, participação, taxas de lucratividade e perspectivas de crescimento das diversas categorias que compõem o setor de cosméticos no Brasil. Para tanto, a pesquisa Consumer Check contou com a participação de 5 391 consumidores.

U

Metodologia diferenciada Ainda que restrito às compras feitas em supermercados, o estudo tem a seu favor, além do amplo universo de consumidores ouvidos, uma metodologia diferenciada. A

18 – EMBALAGEMMARCA • out 2002

pesquisa não se valeu apenas de entrevistas com pequenos grupos representativos de potenciais compradores. Os resultados na verdade refletem hábitos reais de compra: todas as perguntas foram respondidas instantes depois da passagem do consumidor pelos caixas dos supermercados. Ademais, cada questionário é acompanhado do comprovante de compra, com a discriminação dos produtos adquiridos, feita por leitores ópticos.Trata-se, sem dúvida, de detalhe que provê acuidade ao perfil do consumidor e do mercado de cosméticos.

Supergiro (11) 3675-1311 [email protected]

Perfil dos consumidores A primeira constatação é sobre o gênero dos consumidores de produtos de beleza e higiene pessoal no Brasil. A grande maioria, 73,6%, é composta por mulheres, e o restante, 26,4%, por homens. Esmiuçando essa divisão, descobre-se que, entre as mulheres, 64,3% são mães. Neste grupo, 49,4% são donas de casa, enquanto as mães que trabalham fora somam 14,9% das mulheres entrevistadas. Já entre os homens consumidores de cosméticos, 87,1% são chefes de família (gráfico 1). O restante do público masculino é composto basicamente por adultos solteiros, mas também há adolescentes entre esses consumidores. De maneira geral, os resultados sobre gênero do público de cosméticos refletem em grande medida o perfil do consumidor de supermercados no Brasil: a maior parcela das compras é feita por donas de casa e chefes de família. Tal impressão é reforçada pelos resultados sobre a faixa etária dos consumidores. Mais da metade deles (53%) tem entre 30 e 49 anos. A seguir estão pessoas com idade entre 50 e 59 anos (15,6%), 25 e 29 anos (10,9%) e 18 e 24 anos (10,3%). Pessoas com 60 anos ou mais somam 9,1% dos consumidores de cosméticos, e os adolescentes, 1,2% (gráfico 2). Contabilizando a lista de compras de to-

Gráfico 1 Posição na família Mãe/dona de casa - 49,4% Pai/chefe - 23% Mãe/chefe - 14,9% Filho (a) - 10,8% Outros - 1,9%

Gráfico 2 Faixa etária 30-49 anos - 53% 50-59 anos - 15,6% 25-29 anos - 10,9% 18-24 anos - 10,3% 60 anos ou mais - 9,1% Adolescentes - 1,2%

Gráfico 5 Categoria produtos para cabelo Xampus - 49,69% Condicionadores - 27,48% Cremes para tratamento e pentear - 10,97% Outros - 11,86%

dos os consumidores pesquisados, chegase a 151 297 produtos. Deste total, 7,14% são itens de higiene pessoal e beleza, relação que dá idéia da participação do mercado de cosméticos no varejo brasileiro. De todos os consumidores entrevistados, 31,74% adquiriram pelo menos um produto do setor. A percepção de eqüidade entre o perfil de consumidores de cosméticos e o público geral dos supermercados perde um pouco de força quando se analisam categorias específicas do setor de beleza e higiene pessoal.

Divisão do mercado A categoria de banhos é a líder em vendas de produtos cosméticos, com 53,03% de participação (gráfico 3). Dentro dela, o produto mais vendido é o sabonete, com 83,60% de participação. Sabonetes em bar-

ras continuam líderes, com 84% do mercado. Mas produtos de maior valor agregado vêm puxando a rentabilidade do segmento. Basta dizer que na Europa o mercado de sabonetes é hoje dominado pelas versões líqüidas, que têm 90% de participação, para antever o que pode ocorrer em futuro próximo no Brasil. A segunda maior categoria do mercado de cosméticos é a de higiene oral, com 23,05% de participação. Sem surpreender, o produto líder aí é o creme dental, com 84,79% do segmento (gráfico 4). A terceira maior categoria é a de produtos para cabelos, que detém participação de 10,54% do mercado de cosméticos. Como não poderia deixar de ser, o líder dessa categoria é o xampu, com 49,69% de participação, seguido pelos condicionadores, que amealham 27,48% das vendas da categoria (gráfico 5).

Renda não é tudo

Gráfico 3 Categoria banho

De maneira geral, a análise dos números não determina com rigidez em qual setor estão as melhores oportunidades de negócio. O que fica claro é que existe mercado tanto para produtos sofisticados quanto para populares. Obviamente, há uma relação direta entre nível de renda e freqüência de consumo em muitas categorias. Mas é válido lembrar que, não importa a classe social a que pertencem, as pessoas precisam consumir itens de higiene pessoal quase como necessitam de alimento. Portanto, como na maioria dos mercados, o segredo do êxito comercial no setor de cosméticos parece ser adequar a estratégia de atuação aos resultados que se espera obter. Gráfico 4 Categoria higiene oral Cremes - 84,79% Escovas - 10,92% Fio ou fita dental - 2,25% Enxaguatórios - 2,05%

out 2002 • EMBALAGEMMARCA – 19

A qualidade Cong Cartuchos Finos para Cosméticos Hot Stamping

Facas Especiais

Corte e Vinco

Rótulos

Setor Farmacêutico

Setor Alimentício

raf ao seu alcance Revolução em busca da evolução... Esse é o jeito de ser da Congraf.

Impressão em Lamina do

udo começou quando, em 1972, o amor pela profissão gráfica tornou-se um empreendimento. Da busca, na Alemanha, por equipamentos gráficos de ponta à implantação da pré-impressão dentro da gráfica, inovar sempre foi a vocação da Congraf, que agora revoluciona mais uma vez, com o Computer To Plate (CTP), que elimina o fotolito, aumenta a velocidade e a qualidade final dos trabalhos. Não interessa quem chegou primeiro. Revolucionar para a Congraf é a busca constante pela evolução das artes gráficas, revelando uma inquietação criativa e a busca constante por mudanças. O resultado desta revolução está localizado na zona sul de São Paulo, num parque gráfico de 4 mil m2 de área contruída. São os últimos avanços em equipamentos de pré-impressão, impressão e acabamento tornando realidade os maiores desafios em projetos gráficos.

T

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Tecnologia, Criatividade, Qualidade, Atendimento Pers onalizado, s ço re P s n Bo

feira

Nova configuração Cosmoprof amplia espaço dos fornecedores da indústria cosmética m suas últimas cinco edições, marcadas pela parceria com a homônima feira italiana de produtos de higiene pessoal, perfumaria e beleza, pode-se dizer que a brasileira Cosmoprof Cosmética nunca havia passado por uma mudança tão relevante quanto a vista no evento deste ano, feito entre os dias 13 e 16 de setembro, no Pavilhão de Exposições do Parque Anhembi, em São Paulo. Com vistas a facilitar aos fornecedores da indústria cosmética a exposição de suas novidades a quem de fato interessava, a feira foi dividida em duas: Cosmoprof Cosmética Profissional e Cosmética Shop & Show. A medida não impediu o acesso do grande público aos lançamentos, e brindes, das empresas do mercado de beleza e higiene pessoal. No entanto, ficou claro que os organizadores da Cosmoprof tinham em mente eliminar a perda de foco que nas últimas edições inspirou críticas quanto ao perfil de visitação da feira. Para muitos, a abertura ao grande público e o forte apelo de visitação da Cosmoprof atraíam aos estandes visitantes “pára-quedistas” – aqueles com pouco ou nenhum potencial de compra de produtos como bens duráveis e insumos industriais. Para Jair Saponari, diretor da Cosmoprof, “a segmentação representou um avanço significativo, ao lo-

E

grar um espaço realmente propício ao fechamento de negócios entre os profissionais do setor”. Pelo que se ouviu de boa parte dos fornecedores de insumos e matérias-primas para a indústria cosmética, a perda de foco foi mesmo minimizada. Prova dessa percepção foi o bom número de expositores que ocuparam os 25 000 metros quadrados restritos aos profissionais do setor: 350, superando a marca da Cosmética Shop & Show, que contou com 250 empresas, distribuídas em 9 000 metros quadrados. No total, o número de visitantes saltou para 85 000, aumento de mais de 30% em relação à edição do ano passado. A nova configuração também foi avaliada de forma positiva pela Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), que viu na mudança um alento ao esforço de exportação da indústria cosmética brasileira. “Nesta Cosmoprof pudemos sentir de maneira mais acurada a valorização das matérias-primas nacionais no exterior, há muito o grande diferencial para a meta de exportação do setor no Brasil”, declarou João Carlos Basílio, presidente da entidade, que organizou um pavilhão exclusivo para estimular a produção nacional e a exportação de cosméticos. A seguir, EMBALAGEMMARCA destaca algumas das novidades apresentadas na feira.

Case de integração A Perfumaria Labate, empresa paulistana fundada em 1930, que hoje concentra boa parte de seus negócios no mercado nordestino de cosméticos, aproveitou a feira para expor sua nova linha de produtos infantis, a Halley Baby. Os rótulos dos produtos foram fornecidos pela Prakolar, que utilizou substratos auto-adesivos da Fasson Avery Denison. Eles substituíram os antigos rótulos de papel que a Perfumaria Labate utilizava em suas linhas de colônias, lavandas e xampus infantis. Além do material, o método de aplicação foi alterado: antes manual, a rotulagem passou a ser feita em equipamentos da Epacking. “Embalagens modernas e preços atraentes têm sido fundamentais para nos mantermos competitivos ao longo destes 70 anos”, resumiu Bruno Gasparotto, diretor executivo da Perfumaria Labate.

E-packing: www.epackinggroup.com • (11) 3501-2852 Prakolar: www.prakolar.com.br • (11) 291-6033 Fasson: www.solution.fasson.com • 0800 701 7660

22 – EMBALAGEMMARCA • out 2002

Oportunidade vertical A partir de investimentos de mais de 1 milhão de dólares em seu parque fabril, a Yamá Cosméticos, que conta com cerca 150 itens em seu portfólio, adquiriu nos últimos dois anos novas linhas de sopradoras plásticas, visando tornar-se auto-suficiente em embalagens. “Verticalizar a produção tem sido uma medida estratégica para sermos mais competitivos”, disse Ricardo Yamamora, diretor industrial da empresa. Na Cosmética 2002, a Yamá apresentou a Linha Yamavit, cujas embalagens tiveram tampas, cores e design desenvolvidos internamente. Para isso, a empresa também investiu em injetoras para tampas aplicadoras e potes, além de máquinas de serigrafia e rotuladeiras, neste último caso, da Bauch & Campos. O investimento na verticalização das embalagens, acrescenta Yamamora, também tem em vista o fornecimento de embalagens para outras empresas de cosméticos.

Yamá Cosméticos (11) 3105-8004

Cartuchos finos Além de mostrar um pouco de seu portfólio de embalagens celulósicas para cosméticos, a Congraf aproveitou a Cosmoprof para divulgar a aquisição de seu mais novo equipamento, a impressora Speedmaster CD 74, da Heidelberg. Segundo Sidney Anversa Victor, presidente da empresa, esse investimento acelerou a implantação do sistema CtP (computer- to-plate) pela gráfica. Ele também lembrou que a Congraf recebeu um prêmio da Avon do Brasil pela produção dos cartuchos da linha Renew. “O reconhecimento de uma das maiores empresas de cosméticos do Brasil foi resultado deste e de outros investimentos que fizemos recentemente”, disse o presidente da Congraf, citando como exemplo novos equipamentos de corte, vinco e relevo seco automático para impressão e acabamento de cartuchos finos.

Congraf: www.congraf.com.br • (11) 5563-3466

Marca ampliada Como em outros anos, o lançamento de produtos com marcas licenciadas de celebridades foi uma das características marcantes da Cosmoprof 2002. Além da entrada da Anantha no mercado, com o perfume Amor Selvagem, da dupla Zezé di Camargo & Luciano (ver página 24), as atenções na área de licenciamento se voltaram para a colônia Dez by Xuxa, lançada pela Impala e produzida pelo Laboratório Avamiller. Na embalagem, um dos destaques é a tampa, feita pela Incom Packing (ex-TME). O item foi desenhado pelo designer Marcos Vega, que concebeu um sistema interessante para destacar a letra X, impressa em alto relevo na válvula do produto, fornecida pela Tech Sprayer: quem olha para a válvula através da tampa tem a impressão óptica de ampliação do logo impresso no atuador. O efeito visual se deve à utilização de uma resina especial, a Surlyn, da DuPont. Já o frasco da colônia foi fornecido pela vidraria Wheaton, a maior do mercado brasileiro de perfumes.

Incon Packing: www.incom.com.br • (11) 4174-3200 Tech Sprayer: www.techsprayer.com.br • (11) 6601-0888 Wheaton: www.wheatonbrasil.com.br • (11) 4355-1800

24 – EMBALAGEMMARCA • out 2002

prêmio

Criatividade em 1º lugar Boas idéias no 3º Prêmio Brasileiro de Embalagem de Papelcartão oucas iniciativas de incentivo a um determinado material ou mercado podem surtir tanto efeito quanto concursos recheados de atrativos e recompensas aos profissionais que labutam no setor que se tem em vista estimular. Essa parece ser uma das convicções dos criadores da Campanha Papelcartão, que, em parceria com o Centro de Design de Moda da Universidade Anhembi Morumbi, realizaram a terceira edição do Prêmio Brasileiro de Embalagem Papelcartão. Promovido pela Bracelpa – Associação Brasileira de Celulose e Papel, através exatamente das empresas que lideram a Campanha Papelcartão (Suzano, Ripasa, Papirus, Miguel Forte, Klabin, Ibema Nobrecel e Riverwood), o concurso teve sua solenidade de premiação feita no dia 1º de outubro, no Campus Morumbi da Universidade Anhembi Morumbi. Destinada a estudantes

P

1º Lugar – Categoria Graduação André Alves Zatti e Juscélia Maria Rodrigues Universidade Anhembi Morumbi

Embalagem para prato pronto congelado 1º Lugar – Categoria Pós-graduação Rosane Jasluk Busz e Thelma Goulart Souza PUC-PR e IMT-SP

3º PRÊMIO BRASILEIRO DE EMBALAGEM PAPELCARTÃO

de graduação e pós-graduação inscritos em cursos relacionados ao desenvolvimento de embalagens em todo o país, a premiação foi seguida pela abertura de uma exposição, com acesso aberto ao público, dos trabalhos selecionados.

Embalagem para temperos e condimentos

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Nesta terceira edição do Prêmio Brasileiro de Embalagem Papelcartão, os projetos concorrentes foram inscritos de acordo com seis segmentos de mercado: gêneros alimentícios, cosméticos, higiene e limpeza, vestuário e calçados, utilidades domésticas e multipack. Em relação às edições anteriores, foi possível notar este ano maior abertura no universo de inscritos, com a participação de estudantes de 31 cidades do país. Além do prestígio e das oportunidades, os concorrentes estavam de olho nos computadores iMac distribuídos aos ganhadores. A dupla André Alves Zatti e Juscélia Maria Rodrigues, da Universidade Anhembi Morumbi, de São Paulo, conquistou o pri-

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Leque amplo

meiro lugar na categoria Estudante de Graduação, com uma embalagem para temperos e condimentos. Pensado para estratégias promocionais, o projeto tem paredes vazadas recobertas com janelas de PVC, que chamam atenção pelo formato de gota d’água estilizada. O segundo lugar ficou para um agrupador multipack, especial para bandejas de iogurtes e outros lácteos, desenvolvido pelo estudante Leandro de Paula Alves, da Faculdade de Tecnologia de Birigui. Além do apelo da praticidade ligado à embalagem múltipla, o projeto encerra uma boa dose de conveniência: a estrutura celulósica foi projetada tendo ao centro uma alça, que facilita a tarefa do consumidor de transportar o produto da gôndola para o carrinho de supermercado.

Embalagem para bandeja de iogurte

2º Lugar – Categoria Graduação Leandro de Paula Alves Faculdade de Tecnologia de Birigui

Novos nichos Explorando a ainda tímida, mas crescente busca por alternativas às cases plásticas para produtos como CDs e DVDs, o estudante Ernesto Yiuki Doi, da Universidade Federal do Paraná, abocanhou a terceira colocação no Prêmio destinado a estimular a produção de embalagens de papel cartão no Brasil. A estrutura do envelope foi pensada de tal maneira que, quando aberto, a mídia nele acondicionada ganha destaque, graças a um mecanismo de ligação entre a base

Bracelpa www.bracelpa.org.br (11) 3885-1845

3º Lugar – Categoria Graduação Ernesto Yiuki Doi Universidade Federal do Paraná

Embalagem para CD

onde o disco está encaixado e a parede frontal da embalagem. Na Categoria Estudante de Pós-Graduação, Rosane Jasluk Busz, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, e Thelma Goulart Souza, do Instituto Mauá de Tecnologia, de São Paulo, se sagraram vencedoras apresentando uma prática embalagem para pratos prontos e comida congelada. Dotada de uma abertura lateral e de uma tampa que pode ser destacada, ela vira uma bandeja para ser levada ao forno ou diretamente à mesa. Ademais, a embalagem conta com alças que podem ser usadas para pendurar o produto na gôndola, e também para segura-la na hora de servir. O número progressivo de projetos que vem recebendo a cada ano tem ajudado o Prêmio Brasileiro de Embalagem de Papelcartão a reforçar as vantagens do material, reconhecido por ser biodegradável, reciclável e proveniente de um recurso natural renovável. A iniciativa também tem alcançado êxito na tarefa de estímulo e incremento ao mercado de embalagens de papel cartão, além de ampliação do campo de trabalho para profissionais do setor. Basta dizer que, nesta última edição, o Prêmio Brasileiro de Embalagens Papelcartão recebeu 222 inscrições, número 75% maior que no ano passado. out 2002 • EMBALAGEMMARCA – 29

evento

Ponto de encontro 10º Congresso Brasileiro de Embalagem aconteceu em setembro ovidades, tendências e muito networking foram as palavras-chave no 10º Congresso Brasileiro de Embalagem, realizado nos dias 18 e 19 de setembro último em São Paulo com o tema “A embalagem faz a diferença”. O evento, organizado pela Abre – Associação Brasileira de Embalagem, foi dividido em dez palestras de mercado e oito palestras técnicas (veja a relação das apresentações no quadro abaixo). Nas primeiras, o intuito era mostrar como algumas empresas utilizaram – e utilizam – a embalagem e a marca para melhorar o seu desempenho no mercado, enfatizando as oportunidades que a contínua sofisticação dos consumidores cria para o setor. Nas demais, os profissio-

nais puderam aprofundar seu conhecimento sobre as tecnologias que estão sendo disponibilizadas no mercado pelos supridores de diferentes materiais e complementos de embalagens, bem como de serviços direcionados tanto à indústria fornecedora quanto a usuários (end users).

N

Abre (11) 3082-9722 www.abre.org.br

A OPINIÃO DE QUEM FOI “O Congresso apresentou um excelente nível no conteúdo das palestras e na organização do evento. Foi uma agradável oportunidade para reencontrar o setor de embalagem todo reunido. Vários foram os temas, assuntos e questões debatidos que ecoarão ainda por algum tempo na consciência dos que estiveram presentes.” Assunta Camilo • Gerente de desenvolvimento de produto e mercado, div. gráfica – cél. embalagem – Ripasa “Os temas das palestras foram muito bem abordados. O Congresso trouxe informações diversas sobre a embalagem, um elemento importante de proteção do conteúdo e diferenciação do produto no ponto-de-venda e permitiu troca de experiências entre os muitos participantes” Cleusa Carvalho • Coordenadora de Comunicação – Tetra Pak “Foi uma ocasião única para receber tanta informação de qualidade. Tanto nos casos complexos quanto nos mais simples, vimos a força de embalagens apropriadas. Percebi que uma embalagem pode mudar um segmento de produtos por completo, e vi como mudanças na sociedade podem e são refletidas nas embalagens.” Francisco Lopes • Ciba Especialidades Químicas “O Congresso é sempre uma ótima oportunidade para saber mais sobre as mais recentes novidades e tendências do mercado. Um dos melhores aspectos é poder conhecer ou expor de forma mais detalhada ao setor importantes cases de desenvolvimento de embalagem.” Marcelo Marini • Marketing – Rigesa

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Temas variados Os temas discutidos variaram desde perspectivas para setores distintos como o de cosméticos e o de bebidas à importância da embalagem para a fruticultura, o que não faltou foi interesse dos mais de 400 participantes do evento: os auditórios mantiveram-se lotados, e o público contribuiu com perguntas para os debates que se seguiram às apresentações. Durante os in“O evento estava muito bem estruturado e as palestras foram muito interessantes, não somente no contexto de ‘profissionais de embalagem’, mas principalmente como um instrumento de divulgação junto aos end-users, que muitas vezes vêem a embalagem como um ‘mal necessário’. Iniciativas como esta ajudam o crescimento do setor como um todo.” Carlos Zardo • Riverwood “‘Liderança é antecipar tendências’. Congressos como o da Abre são ferramentas imprescindíveis para alcançar essa visão.” Eduardo Trevisan • Procurement Packaging – Cargill “Foi uma boa oportunidade para conhecermos novas embalagens, ações e procedimentos que são adotados pelas empresas, mas que fogem totalmente do trivial; ou seja, soluções criativas e inovadoras que realmente tornam a embalagem um diferencial competitivo.” Paulo E. Pereira • Pesquisa e desenvolvimento de embalagem – Johnson & Johnson “Achei o Congresso muito interessante, confirmando as expectativas de que o consumidor está cada vez mais exigente e que grande parte das decisões de compras são realizadas no PDV. Por isso, a comunicação feita através da embalagem é de suma importância” Walkiria Castro • Gerente de marketing – Novelprint “Este evento proporcionou disseminar tecnologias, posicionar marcas e prover informações aos usuários da cadeia de embalagens” Rosa Muniz • Marketing – Prodesmaq

tervalos, as pessoas presentes puderam estreitar seus vínculos com fornecedores, clientes, parceiros e colegas. Nestes dois últimos aspectos – o dos debates e o do estreitamento de vínculos – talvez esteja, se não o mais importante, sem dúvida um aspecto muito significativo do. De fato, para os profissionais do setor, os benefícios de um encontro do porte do 10º Congresso Brasileiro de Embalagem não estão latentes apenas no eventual aporte de conhecimentos técnicos ou mercadológicos que os palestrantes podem ofertar. Num mundo em que, paradoxalmente, a globalização da produção impõe crescentemente a individualização do relacionamento, encontrar as pessoas certas pode ser o maior dos benefícios para as empresas e para os profissionais. Nesse sentido, levando em conta a qualificação dos participantes e a oportunidade de dialogarem num espaço convidativo como o do Hotel Renaissance, em São Paulo, pode-se afirmar que o 10º Congresso Brasileiro de Embalagem foi um sucesso, como se pode comprovar pelos depoimentos dados a EMBALAGEMMARCA por alguns deles (veja quadro). “O Congresso é um dos eventos mais importantes do segmento de embalagens e por isso foi muito importante apresentar a tecnologia auto-adesiva como ferramenta de decoração e inovação de embalagens.” Isabela Monteiro • Avery Dennison “Tivemos a oportunidade de receber inputs da indústria sobre a importância da embalagem e algumas tendências, o que certamente será analisado e discutido na empresa.” Sergio Iunis • CSN “É um evento de expressão para os que trabalham e atuam no setor de embalagem, e uma de suas maiores vantagens é a qualidade e a quantidade de informações que são transmitidas de maneira dinâmica, agradável e descontraída em um curto espaço de tempo. É importante porque mostra o contínuo empenho das empresas e de seus profissionais.” Erik Cantinho • Sup. Des. de Mercado e Produto – Polo Industrial “É uma grande oportunidade para a indústria demonstrar aos seus clientes, usuários de embalagem, as novidades no mercado e as tendências no Brasil e no mundo, permitindo uma melhor avaliação da embalagem mais adequada, sob o ponto de vista mercadológico e industrial.” Alexandre Marchezini – Cisper “De modo geral eventos como este são bastante proveitosos. Especialmente as palestras que enfocam cases de mercado, como a da Unilever, são extremamente enriquecedoras. Como dica para os próximos, sugeriria que a triagem de palestras com enfoque comercial/promocional fosse mais rigorosa.” Petra Klöcker • Gerente de martketing – SIG Combibloc

Palestras de Mercado (1) Novos paradigmas do mercado mundial de embalagens • Cristopher Nunes, managing director da Cornerstone Strategic Branding, Inc. (2) Entendendo o consumidor do futuro • Vera Marta Junqueira, diretora de estudos e pesquisa da Fundação Procon (3) A competitividade na linha de produtos de limpeza • Wilson Nunes, diretor comercial da Bombril S/A (4) Embalagens inteligentes: auto-resfriamento e auto-aquecimento • Dennis Brown, chief financial officer da International Thermal Packaging, Inc. (5) Exprotando o Brasil através da embalagem • Luiz Fernando Furlan, presidente do conselho da Sadia S/A (6) A indústria cosmética encantando o consumidor • Andréa Salgueiro, gerente de marketing personal care da Unilever Brasil (7) A embalagem alavancando o market share • Washington Dias, conselheiro do Instituto Brasileiro de Frutas (8) Lata expandida: uma grande novidade para o mercado de óleos comestíveis • Enrique Eiras Mayo, diretor industrial da Bertol S/A (9) A transformação do papel da embalagem no ponto-de-venda • Ricardo Gonçalves, presidente da Parmalat do Brasil (10) O potencial mercadológico das bebidas diferenciadas • Timothy Altaffer, presidente da Bacardi-Martini do Brasil

Palestras Técnicas (1) Como as regulamentações para embalagens de alimentos influenciam o desenvolvimento de adesivos para laminações • Eddy Taal, gerente de suporte técnico da Henkel KGaA (2) BACOS – sistema de formulação e correção instrumental • Ney Bordignon, gerente de negócios da Basf Ltda. (3) O vidro como solução de embalagem • Mauro Marquezano, diretor comercial da Nadif Figueiredo S/A, e Alexandre Marchezini, Diretor Comercial de Embalagem da Cisper S/A (4) Autoadesivo: tecnologia e inovação de embalagem • Isabella Monteiro Galli, gerente de desenvolvimento de mercado materiais Brasil da Avery Dennison (5) Adesivos com teores extremamente baixos e monômeros livres (ELM – Extremely Low Monomer) • Theo Verweerden, gerente global de desenvolvimento de mercado, embalagens e conversão da Rohm and Haas Ltda. (6) Embalagens cartonadas para alimentos • Marcelo Emílio Prado, gerente de desenvolvimento gráfico e préimpressão, e Katy Nagib Martins, coordenadora de design da Tetra Pak (7) Resinas PET – Voridian… Transformando sua visão em embalagens úteis • Juan Antonio Moncada Andres, gerente de mercado para a América Latina da Voridian Ltda. (8) Atributos e benefícios da embalagem de aço • Sergio Iunis, gerente de marketing da CSN

out 2002 • EMBALAGEMMARCA – 31

design

Velho, porém jovem Guaraná Antarctica quer unir tradição e irreverência com novo visual lustre exemplar das invenções tupiniquins para o varejo que vingam e se tornam emblemáticas, o já octogenário Guaraná Antarctica ganhou um budget expressivo para fortalecimento de marca neste ano. Essa injeção da AmBev em sua marca-xodó em refrigerantes está mostrando uma faceta, talvez a de maior impacto, agora. Trata-se do novo visual, “mais moderno e irreverente”, como prega o fabricante, cujos principais canais de comunicação, obviamente, serão os invólucros da bebida. Até a aprovação final, o processo de reformulação durou um ano, e envolveu intensas pesquisas junto a consumidores de todo o país. Mesmo com tais subsídios, o trabalho não foi nada fácil. “Transformar a cara de uma instituição nacional é algo delicado”, conta Mário Narita, diretor da Narita Design, agência que tocou o projeto. “A dificuldade é verificar até que ponto é possível mexer no que já está solidificado.” Segundo ele, a equipe de sua agência procurou dar maior movimento e visibilidade às embalagens. Exemplo: a textura de fundo das latas, que anteriormente remetia às cavidades de uma garrafa de vidro, foi substituída por uma espécie de turbilhão, “que remete ao líquido, ao

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Nova lata destaca textura “turbilhão” (acima); abaixo, evolução do visual do produto

Narita Design (11) 3167-0911 Latasa www.latasa.com.br

32 – EMBALAGEMMARCA • out 2002

concêntrico, e que transmite jovialidade”, argumenta o designer.

Mais limpo Destaque maior, porém, foi a reformulação do logotipo da bebida, que ficou mais limpo, com informações mais organizadas. Nesse ponto, as pesquisas foram importantes para cruzar as opiniões do público com aquilo que os designers e o cliente consideravam mais importante nesse elemento. Foi detectado, por exemplo, que a moldura do logotipo e o ‘g’ da palavra guaraná marcavam a percepção dos consumidores e, portanto, o bisturi teria de ser usado com cautela nesses elementos. Também foi assimilado o grande recall da frutinha de guaraná, presente no rótulo do produto desde o seu lançamento, em 1921. Por isso, ela se tornou definitivamente um ícone do produto, ganhando um novo desenho e destaque na composição do rótulo. O slogan “Original do Brasil” ganhou um artigo “o” no início, para reforçar a unicidade da marca. Nas laterais das latas e dos rótulos, fica agora estampada a frase “seja o que for, seja original”, conceito da atual campanha publicitária da bebida. A família de embalagens que ganhará a nova identidade compreende latas de 350 mililitros e garrafas de PET de 600 mililitros, 1 litro e 2 litros. Para transpor o novo visual para os variados tipos de substrato, houve colaboração intensa dos fornecedores. Foi o caso, entre outros, da Latasa. “Acredito que houve uma inovação em litografia, com a dimensionalidade proporcionada pelo turbilhão”, diz Narita. “No fim, tudo colaborou para que pudéssemos imprimir ao trabalho a idéia principal, que era desenhar um rótulo que dirigisse o olhar para os pontos que são realmente relevantes”, arremata.

INFORME PUBLICITÁRIO

ADESIVOS SEM SOLVENTES PARA LAMINAÇÃO O uso de adesivos sem solventes está causando uma verdadeira revolução na indústria de embalagens. Como vem acontecendo no mundo inteiro, cada vez mais esse tema estará presente no Brasil.

Média-alta performance

O assunto é tão importante que a Liofol, líder absoluta nesse mercado, sente-se na obrigação de compartilhar um pouco de seu conhecimento sobre ele com o as empresas e profissionais da cadeia brasileira de embalagem.

Alta performance

Por isso oferece, nas próximas páginas, a íntegra de recente palestra de seu Diretor Técnico de Desenvolvimento de Mercado e Serviços Técnicos, dr. Hans-Georg Kinzelmann, sobre o tema.

Performance standard

Ao cumprir o compromisso que assumiu consigo mesma de sempre informar seus clientes sobre o que existe de mais avançado na área de adesivos, a Liofol também descreve um pouco do que está por trás de sua liderança: inovação tecnológica, alta qualidade, experiência e versatilidade.

Média performance

Henkel Ltda. • Av. das Nações Unidas, 10 989 • 2º andar • 04578-000 • São Paulo, SP Tel.: (11) 3848-2442 • Fax: (11) 3848-2444 • www.henkel.com.br

INFORME PUBLICITÁRIO

ADESIVOS PARA LAMINAÇÃO DE EMBALAGENS DE ALIMENTOS SEGURAS Henkel KGaA Dr. Hans-Georg Kinzelmann Diretor Técnico Liofol Desenvolvimento de Mercado e Serviços Técnicos Consumidores, especialmente em todos os países industrializados, estão cada vez mais preocupados com a potencial contaminação química e microbiológica de alimentos. No que diz respeito a embalagens flexíveis, existem regulamentações para a Europa e os Estados Unidos com foco nos adesivos de laminação empregados. Em muitos países, regulamentações para embalagens para alimentos seguras têm em comum requisitos tais como os formulados no “Framework Directive 89/109/ECC”, que em seu Artigo 2 determina: “Materiais de embalagem têm que ser fabricados de tal forma que, sob as condições de uso, nenhum componente será transferido para o alimento, o qual... ...seja um risco potencial para a saúde humana, ...mude a composição do alimento, ...influencie as propriedades organolépticas.” Hoje, a 89/109/ECC está inserida nas regulamentações nacionais de todos os países da Comunidade Européia. Outras diretivas da ECC estão incorporando a estrutura de diretivas, como segue: 82/711/EEC e 97/48/EEC descrevem as regras básicas para a investigação da migração de produtos desde os materiais plásticos (da embalagem) até os alimentos. Dependendo das condições de uso, as condições de teste (quais simuladores de alimentos, tempo de contato e temperatura) são definidas. Testes de migração são efetuados com simuladores de alimentos dependendo do tipo de alimento, como descrito na 85/572/EEC. Em geral, são empregados os seguintes simuladores: • Alimentos ácidos " 3% de ácido acético • Alimentos aquosos " água • Alimentos com mais de 5% de etanol " 10% de etanol • alimentos gordurosos " azeite de oliva ou substitutos como isooctano (5-60ºC), etanol a 95% ou Polyphenylenoxid (Tenax, 100-175ºC). Antes do teste deve ser considerada a possibilidade de uma reação química do simulador de alimento com o produto potencialmente extraível, o que poderia desqualificar o simulador de alimento dependendo das condições de teste e do método de detecção. Definições similares podem ser encontradas no “Code of Federal Regulations of the Food and Drug Administration”, no parágrafo 176.170.

Assim como o §175.300 do FDA regulamenta materiais em contato direto com alimentos, a Diretiva Européia 90/128 e emendas definem monomeros e matérias-primas para a fabricação de plásticos para embalagens em contato direto com alimentos. Adesivos, assim como tintas de impressão, vernizes, filmes de alumínio e papel estão excluídos da 90/128, mas desde que não existe regulamentação alguma para adesivos de laminação tal como a FDA §175.105 para contato indireto com alimentos, ainda faz sentido considerar a lista de matérias primas da 90/128/EEC para formulações de adesivos. A lista de matérias primas inclui muitos diisocianatos, como os usados para adesivos de laminação poliuretânicos. O regulamento especifica para todos os diisocianatos um limite específico de 1mg NCO/Kg no plástico [QM(T)] e a Norma Européia 13130-8 descreve um método de teste para a determinação de NCO em plásticos. Quão apropriado é o QM(T) = 1mgNCO/Kg de plástico para prevenir a contaminação potencial do alimento? É bem conhecido que isocianatos reagem com água – oriunda de muitos alimentos - para formar aminas. Aminas devem ser consideradas como produtos da decomposição de isocianatos como regulamentado na 90/128/EEC. São especialmente interessantes as aminas aromáticas provenientes de isocianatos aromáticos com um limite de migração específica em alimentos definido como não detectável. O Comitê Científico Europeu para Alimentos (SCF) estabeleceu recentemente para aminas aromáticas um limite de detecção em alimentos de DL = 20 ppb (partes por bilhão), tolerância analítica incluída, o qual foi editado na 6a emenda para 90/128/EEC. Sem nenhum método de teste em especial em mente, a EEC considera uma tolerância analítica de 100%. Assim sendo, o limite prático real para aminas aromáticas é de 10 ppb. Vamos assumir que uma embalagem flexível de plástico contenha o limite máximo tolerável de 1mg NCO/Kg. Sob condições típicas de uso, uma bolsa de PET-12/PE-60 de 400 cm3 pesa 3g e é envasada com 100ml de alimento. Considerando o pior caso, todo isocianato seria transferido para o alimento, formando aminas. Para o MDI, isocianato comumente utilizado, 90 ppb de amina em forma de MDA seriam geradas. Tal quantidade fazer parte do alimento não é considerada segura e é questionável se o limite de 1mg

NCO/Kg numa embalagem flexível provê em todos os casos a segurança para embalagens de alimentos requerida na estrutura diretiva 89/109/EEC. Em adição precisamos considerar que a limitação QM(T) para NCO foi dirigida a plásticos com uma distribuição homogênea de isocianatos e não para duas ou mais camadas de uma estrutura combinada de plásticos com uma fina camada de adesivo poliuretânico. Entrementes as autoridades da EEC identificaram o problema, e em futuras emendas da diretiva 90/128/EEC será definido um limite para isocianatos relacionado com a área da superfície de 6dm2. Em lugar da determinação de isocianatos em plásticos, a regulamentação alemã para alimentos já em 1984 fornecia um método de teste para a detecção específica de aminas aromáticas em simuladores de alimentos aquosos. Devido à reação de 95% etanol com isocianatos ou azeite de oliva com aminas, estes simuladores são inadequados para a detecção específica de aminas aromáticas. A recomendação 28a para poliuretanos da regulamentação alemã requer que a quantidade de amina aromática esteja abaixo do limite de detecção do melhor método disponível. A regulamentação faz referência a um método de teste com limite de detecção de 27,5ppb. Uma melhoria recente devido a uma etapa de concentração reduziu este limite para 2ppb. O código de regulamentação federal FDA §175.105 regulamenta especificamente adesivos em contato indireto com alimentos. É de responsabilidade do fabricante do adesivo formular adesivos a partir de matérias-primas mencionadas na lista positiva. Em adição a regulamentação requer que o adesivo esteja separado do alimento via uma barreira funcional, que é de responsabilidade do convertedor. Uma taxa de risco baseada na dose virtualmente segura para aminas aromáticas considerando um fator de consumo de 5% para alimento de uma embalagem flexível demonstra que o método de teste alemão com limite de detecção de 2ppb é uma ferramenta excelente para determinar as propriedades funcionais de barreira de um filme separando o adesivo e o alimento, com respeito a aminas aromáticas geradas desde isocianatos aromáticos livres provenientes do adesivo poliuretânico não totalmente reticulado. Se não considerarmos o fator de segurança de 1/10 na taxa de risco, teremos o DL Europeu = 20ppb. Muitas fontes potenciais para a contaminação química de alimentos em contato com embalagens flexíveis devem ser consideradas. Fontes óbvias no contato direto com alimento são filmes selantes e vernizes selantes a frio ou quente (“Heat Seal Coating” e “Cold Seal Coating”). Em adição, componentes da camada externa dos filmes, vernizes, tintas de impressão e adesivos de laminação em contato indireto com alimentos podem da mesma forma serem transferidos. No caso de adesivos de laminação, em geral pode acontecer migração através da camada selante até o alimento desde que estejam presentes componentes de baixo peso molecular na camada do adesivo. Para sistema reativos, o adesivo totalmente reticulado ou curado não mais representa uma fonte de produtos químicos perigosos e está em total concordância com as exigências da estrutura diretiva

89/109/EEC e as exigências de barreira funcional da FDA §175.105. Como determinar se um adesivo está totalmente curado? O controle de qualidade num convertedor típico checa as propriedades físicas de um laminado para provar sua funcionalidade para processamento seguinte. A performance de um laminado mesmo para os mais altos requisitos não é uma indicação de um adesivo curado e sem impurezas de baixo peso molecular, fonte potencial para contaminação do alimento. Somente um teste adicional de migração sob as condições de uso detectando contaminantes em potencial num simulador de alimento responderá à questão da cura total. Os adesivos para laminação de embalagens flexíveis de alimentos mais comuns no mundo todo estão baseados na química dos poliuretanos na forma de sistemas de um e dois componentes. A parte isocianato do adesivo sempre contém mais ou menos isocianato monomérico livre, o qual no caso de adesivos bi-componentes são combinados com um endurecedor terminado em hidroxila funcional previamente ao processo de conversão. A cura do adesivo combinando dois substratos flexíveis acontece no rolo. O poliuretano totalmente curado é inofensivo em contato Full-service: a Henkel oferece ampla variedade de adesivos para fins específicos indireto com alimento e o laminado está pronto para o uso. O que pode acontecer se adesivos poliuretânicos não totalmente curados ainda contêm isocianatos monoméricos livres e entram em contato direto com o alimento? Isocianatos monoméricos livres provenientes de um adesivo não totalmente curado podem migrar para o alimento, formar aminas a partir da reação com a água fornecida pelo alimento, as quais no caso de aminas aromáticas são consideradas um perigo potencial à saúde humana. Migração de aminas aromáticas de um adesivo PUR não totalmente curado é uma preocupação para embalagens envasadas com alimentos gordurosos ou úmidos tais como classificados na diretiva Européia 85/572/EEC e FDA §176.170. É opinião da FDA (alimento tipo VIII) e da EC que testes de migração não são exigidos para laminados envasados com alimentos secos assim como definidos nas regulamentações mencionadas acima. Isto significa que alimento seco está seguro em relação à migração? A resposta é não, devido a recentes achados mostrando que especialmente voláteis numa embalagem podem ser transferidos sobre o alimento seco. Portanto devem ser esperadas mudanças na futura emenda 85/572/EEC.

INFORME PUBLICITÁRIO Em geral temos que considerar que filmes selantes não fornecem uma barreira funcional para aminas migratórias, mesmo filmes não coextrudados contendo EVOH. Em adição a migração deve ser considerada em todas as temperaturas, até mesmo à temperatura ambiente e abaixo. No caso de adesivos para laminação poliuretânicos, quais são os fatores que influenciam o tempo de cura de um laminado até que ele esteja seguro para o contato indireto com alimentos? A concentração de isocianato monomérico livre parece ser um fator óbvio, mas o mecanismo de cura é realmente de maior influência. O mecanismo de cura somente trabalha adequadamente em combinação com a proporção de mistura recomendada. Outros fatores são, por exemplo, a umidade especialmente sob as condições de laminação, a temperatura sob a qual a bobina recém laminada é estocada, as propriedades de barreira do filme selante e até mesmo do tipo de camada externa do filme. Para a cura de um adesivo numa situação ideal a performance do laminado e a segurança para contato indireto com alimentos são alcançadas ao mesmo tempo. Existem diferenças entre adesivos para laminação poliuretânicos? Para estruturas de baixa e média performance filme/filme e filme/folha de alumínio laminados com adesivos isentos de solvente (“solventfree”) de primeira e segunda geração a resistência física do laminado é quase sempre atingida antes que o adesivo esteja livre de aminas migratórias potenciais. Já quinze anos atrás a Henkel introduziu a terceira geração de adesivos solventfree, o que reduziu dramaticamente o tempo de cura com relação a aminas migratórias potenciais. Melhoria de igual porte é representada nos anos recentes pelos adesivos da quarta geração, baseada na redução nas quantidades de isocianato monomérico livre em relação aos sistemas da terceira geração. Ambos sistemas são aplicados a 70-80ºC e requerem pré-aquecimento da porção-NCO prévio ao uso na operação de conversão. Se olharmos para as necessidades globais de mercado para adesivos solventfree para embalagens flexíveis, os convertedores estão principalmente interessados em sistemas de ampla gama de aplicação, fáceis de manusear, com bom desempenho em máquina e cura rápida com respeito à performance física e segurança para o alimento. Os esforços sustentáveis de pesquisa e desenvolvimento da Henkel resultaram na introdução no mercado de adesivos solventfree para laminação universais, que combinam a fácil manipulação da segunda geração de adesivos solvent-

free com tempos de cura mais curtos para segurança no contato indireto com alimentos. Já está com produção local na América do Sul o adesivo Henkel Liofol 9526/9727, um típico adesivo de baixa viscosidade com comportamento migratório de um adesivo solventfree universal superando em performance todos os sistemas de segunda geração concorrentes com respeito à segurança. Hoje, somente a Henkel pode oferecer uma linha completa de adesivos poliuretânicos solventfree para laminação de terceira geração, quarta geração e universal modificados base isocianato aromático para estruturas filme/filme e filme/folha de alumínio de baixa, média e até alta performance, os quais combinam tempos de cura comercialmente aceitáveis com relação à performance física e segurança ao alimento. A excelente performance dos poliuretanos em combinação com os métodos de teste estabelecidos são fatores importantes para a funcionalidade de uma embalagem flexível em conformidade com a estrutura diretiva 89/109/EEC, que exige que nenhum componente que possa trazer perigo para a saúde humana seja transferido para o alimento. Alternativas são os sistemas de adesivos mistos de isocianatos alifático/aromático ou puro isocianato alifático. Correntemente em desenvolvimento estão os sistemas de adesivos não baseados em isocianatos, assim como os sistemas com cura por feixe de elétrons (electron-beam) e por cura UV. Como mencionado anteriormente, também para sistemas alternativos componentes migratórios devem ser considerados e determinados previamente ao contato do laminado com alimento. Em adição à introdução destes sistemas no mercado, métodos de teste práticos e validados para impurezas de baixo peso molecular são Visão em microscópio infravermelho e aplicação sem solvente necessários. Não devemos esquecer de mencionar que as mesmas considerações com relação à cura e à segurança dos alimentos aplicam-se igualmente para sistemas de adesivos PUR contendo solventes (solventbased), mas sistemas baseados na mesma química como os adesivos solventfree de laminação de segunda geração não existem. Como descrito para adesivos solventfree, hoje existem disponíveis adesivos de dois componentes solventbased com mecanismos de cura padrão e modificado.

águas

S de sede (de lucro) Sadia, gigante em alimentos, entra no mercado de água mineral inônimo de agroindústria nacional bem-sucedida, que conseguiu criar uma marca com identidade sólida, a Sadia está entrando com apetite em um negócio que, num primeiro momento, poderá causar certo estranhamento aos consumidores. Isso porque a tacada em questão não acontece na seara dos alimentos, mas sim na de bebida – mais especificamente no segmento de água mineral. O investimento nesse campo atende pelo nome Acqua Sadia e também marca a estréia da chancela em recipientes nunca utilizados até então por ela: as garrafas de PET. Fruto de uma parceria entre a Sadia e a engarrafadora paranaense Ouro Fino, a Acqua Sadia debuta no mercado em outubro nas versões com e sem gás em garrafas de PET de 350 mililitros, sendo que a variável sem gás também será comercializada nas garrafas de 510 mililitros, 1,5 litro e 5 litros. No acordo firmado entre as empresas, cabe à Sadia o desenvolvimento e o licenciamento da marca em troca de royalties sobre as vendas, assim como a coordenação das estratégias de marketing, enquanto a Ouro Fino cuida das

S

Alcoa (11) 4195-3727 www.alcoa.com.br Bahia Pet (71) 392-0470 www.bahiapet.com.br Engepack (11) 4591-8000 www.engepack.com.br Tapon Corona (11) 3835-8662 www.tapon-corona.com.br Team Créatif +33 1 42 89 90 00

operações industriais e comerciais da bebida. A marca Ouro Fino não será descontinuada – a Acqua Sadia entrará em mercados em que a Ouro Fino não tem penetração, como o fluminense, o paulista e o gaúcho.

Previsão otimista A Ouro Fino investiu um milhão de reais no lançamento do produto. Essa conta abarca a construção dos moldes exclusivos das garrafas e a compra de uma nova sopradora, que se somará a outras instaladas na linha de embalagem da empresa, que consome preformas da Engepack e da Bahia Pet, entre outros. “Com isso”, diz Londry Turra, diretor de marketing da Ouro Fino, “deveremos dar conta do crescimento, pois esperamos dobrar nossa produção em dois anos.” Segundo Turra, não foi poupado esmero na criação da garrafa e do rótulo da marca, feita pela agência francesa Team Créatif – a mesma que redesenhou recentemente todas as embalagens da Sadia. Os rótulos, de BOPP, advêm de uma carteira ampla de fornecedores, assim como as tampas plásticas, oriundas de fabricantes tradicionais como Alcoa e Tapon Corona. E já foi anunciada a intenção de lançar versões em garrafa de vidro, garrafa fitness e galão de 20 litros. Maior engarrafadora individual (de uma fonte só) de água mineral do Brasil, a Ouro Fino vislumbra que a Acqua Sadia irá certamente alargar seu market share, atualmente em torno de 3%. Na Sadia, já há até planos para exportar o produto para a Arábia Saudida, África e Caribe a partir de 2003. Por enquanto, a expectativa é ver como a força de sua marca influenciará um mercado inóspito, e se a estratégia de entrar em novas categorias é realmente profícua. Se não for, pode ir por água abaixo. out 2002 • EMBALAGEMMARCA – 37

vidro

Drogas na mira Laboratórios farmacêuticos, novo mercado para a Cisper ara mercados exigentes, qualidade de ponta. É sob essa premissa que a Cisper, grande fabricante de embalagens de vidro no Brasil, está entrando de cabeça em um novo ramo. A empresa quer angariar bons negócios junto à indústria farmacêutica, com frascos produzidos em um ambiente novo, projetado para atender às minuciosas demandas dos fabricantes de medicamentos. De acordo com Alexandre Marchezini, diretor comercial da Cisper, foram investidos cerca de 1,5 milhão de dólares na adequação de uma linha de produção de frascos

P

Cisper (11) 6542-8000 www.cisper.com.br

para a chamada divisão D&C (Drugs & Chemicals), na planta fluminense da empresa. A parte fria, ou seja, etapa produtiva posterior à operação em forno, sofreu modificações, e uma moderna sala limpa – ambiente hermético e asséptico para manipulações livres de riscos de contaminação – foi construída. Ladeando esse investimento, a empresa também frisa como virtudes competitivas outras engenhocas tecnológicas, como máquinas triple-gob (gota tripla) e equipamentos automáticos de inspeção de qualidade. A nova divisão já está operando, dando vazão a uma variedade de frascos que vai de volumes de 100 mililitros a 1100 mililitros.

making of

Requinte de massa Perfume de dupla sertaneja investe em sofisticação de embalagem dos mercados de massa. Nas mais distintas categorias fica visível que, como seus similares sofisticados, produtos de menor valor não podem abrir mão de elementos de reforço de imagem como a embalagem, caso queiram sobreviver à inevitável peleja das gôndolas.

idéia de que produtos com algum tipo de apelo popular não precisam recorrer a diferenciação ou apuração visual no ponto-de-venda parece estar em curva cada vez mais descendente. Antes associada a lançamentos dirigidos a consumidores sem poder aquisitivo para levar para casa marcas mais assíduas em seu imaginário de consumo, a falta de zelo no acabamento é algo que se distancia no tempo. Essa prática vem dando lugar a aspectos como elegância, perfeição e requinte nas embalagens de um número cada vez maior de produtos destinados aos chama-

FOTOS: DIVULGAÇÃO

A

Fugindo da commoditização

Com formato de coração, tampa foi feita pela Incom. Cartucho é da Sografe, e tem textura aveludada

40 – EMBALAGEMMARCA • out 2002

Um novo caso a reforçar a necessidade de bem vestir os produtos, não importando o posicionamento deles nas prateleiras, é o do perfume da dupla Zezé di Camargo & Luciano, lançado no final do último mês de agosto pela Anantha, empresa de perfumes e cosméticos especializada em licenciamento de marcas. Batizado de Amor Selvagem, por ocasião de uma pesquisa de mercado que apontou o nome de uma das canções da dupla como o preferido das potenciais consumidoras do novo produto, o perfume lança mão de um conceito de embalagem radicalmente distante da commoditização que usualmente se observa nas prateleiras de colônias e fragrâncias populares. Perceptível em todo o conjunto visual, tal diferenciação inicialmente salta à vista no cartucho celulósico. Feito de papel cartão Triplex, da Suzano, com gramatura de 300g/m2, a caixa do novo perfume da dupla sertaneja parece ter sido pensada tendo em vista os preceitos da chamada teoria do marketing dos sentidos. Impresso em seis cores com offset, o substrato recebeu na etapa de acabamento uma laminação fosca, para explorar as possibilidades táteis na interação entre a embalagem e os consumidores. Explicando melhor, Tobias Meyer, gerente de produção da Sografe, gráfica encarregada da impressão do cartucho, diz que, com essa laminação, o papel adquiriu uma textura aveludada. “A idéia é fazer com que a

consumidora sinta a maciez do cartucho apenas tocando a embalagem no pontode-venda”, ele explica. Aberto o cartucho, irrompem outras características da embalagem que tiram a fragrância Amor Selvagem da vala comum onde às vezes repousam alguns perfumes populares que disputam o mercado brasileiro. No conjunto do frasco transparece de imediato uma característica extremamente chamativa e refinada: a tampa em formato de coração assimétrico estilizado. Fornecido pela Incom Packing (exTME), o fechamento é produzido a partir da resina Surlyn, fornecida pela DuPont. Segundo Silvia Fukuda, responsável pelo marketing da Incom, o formato da tampa foi desenvolvido visando a “simbolizar o sentimento e a essência dos potenciais consumidores do produto”. Os designers também se preocuparam em utilizar formas que facilitassem a colocação de uma gargaleira metálica no ombro da tampa, onde aparece a assinatura da dupla sertaneja.

Frascos de vidro são alemães, mas impressão é da Mega Plast

desta vez não só pelo material e pelo formato, mas principalmente pelo acabamento e pela procedência. Eles foram criados com exclusividade pela tradicional vidraria alemã Heinz Glas, empresa com forte presença no mercado europeu de embalagens finas para perfumaria e beleza.

Itens de alta perfumaria

Coloração terceirizada

Ainda no sistema de fechamento, outro item da embalagem sinaliza que o produto quer distância da briga de foice normalmente vista no mercado de perfumes de massa. Trata-se de uma válvula híbrida, feita de plástico e alumínio, fornecida pela Emsar. Chamada de 31MS, a válvula, segundo Ernani Guimarães Filho, gerente da empresa, está entre as mais sofisticadas do portfólio da Emsar, com cerca de 70% de seus itens importados. “É uma válvula de última geração, desenvolvida para atender à tendência de frascos cada vez mais compactos, vista especialmente na alta perfumaria”, descreve o gerente da Emsar. Na fase de desenvolvimento, Guimarães lembra que o atuador, peça da válvula que o consumidor pressiona para que o produto saia da embalagem, precisou ser trocado por um mais baixo, para se encaixar à tampa fornecida pela Incom Packing. Numa singela olhada no frasco do perfume Amor Selvagem, a sofisticação da embalagem vem novamente à tona,

Os frascos saíram da fábrica alemã ainda incolores, uma vez que apenas grandes tiragens justificam a coloração já na linha de produção. Nesse sentido, a pintura dos frascos, que segue o padrão cromático dos demais itens da embalagem (vermelho), ficou a cargo da Mega Plast. Como no caso do cartucho, a idéia foi imprimir ao frasco uma textura aveludada, chamada de efeito soft touch. O logotipo do perfume, por sua vez, foi impresso no vidro em tom dourado, utilizando tampografia. A nova marca de perfumes da Anantha teve sua concepção visual a cargo da agência a10 Design. Sobre a fragrância, a curiosidade é que ela foi criada com exclusividade por um especialista francês, Thierry Bessard, que afirma ter utilizado “flores raras, frutas vermelhas, madeiras nobres e bálsamos exóticos”. Mais uma prova de que, não obstante o público-alvo, uma boa embalagem e certa dose de requinte são essenciais para um perfume alcançar “selvagens” taxas de venda.

a10 design (11) 3845-3503 www.a10design.com.br Anantha (11) 3079-9795 www.anantha.com.br Emsar (11) 4195 5566 Gráfica Sografe (11) 5522-4655 www.sografe.com.br Heinz-glas www.heinzglas.com Incom Packing (11) 4174 3210 www.incom.com.br Lipson (XX) Mega Plast (11) 7840-2526

out 2002 • EMBALAGEMMARCA – 41

Velocidade em rótulos Atuando no mercado de impressoras de conversão flexográfica, a Mark Andy Comco apresentou seus mais recentes produtos durante a Labelexpo Américas, realizada entre 10 e 12 de setembro, em Chicago, Estados Unidos. Na área de embalagens, um dos destaques foi o modelo ProGlide MSP, próprio para filmes flexíveis e papel cartão. Já a linha LP Series, em que carro-chefe é o modelo 3000, foi apresentada com destaque para a rapidez de setups, especialmente para impressão de etiquetas. Outro diferencial brandido foi o poder de secagem, ampliado em cada estação de impressão. Na média, a performance da linha LP Series é de até 210 metros por minuto. Outras impressoras apresentadas pela Mark Andy Comco foram a

MA830 (para etiquetas de automação), a Scout (focada no mercado de pequenas gráficas), a MA2200 (para convertedores de médio porte, com impressão combinada) e a Comco Proglide MSP (para impressão de filmes laminados, incluindo rótulos sleeve). A Mark Andy também aproveitou o evento para divulgar a recente aquisição da UVTech-

nology, negócio que lhe valeu a inserção de um sistema de UV a frio, apto para impressão de filmes sem suporte em qualquer máquina modular, em seu portfólio. www.markandy.com

Conhecimento para empreendedores Dentro de seus programas de atualização para profissionais da área gráfica, a ABTG (Associação Brasileira de Tecnologia Gráfica) oferecerá, durante os meses de outubro e novembro, o curso Gestão da Micro e Pequena Empresa Gráfica. Segundo a entidade, o conteúdo abordado visa prover ao participante “uma visão global da administração mercadológica e financeira de uma gráfica”. Concomitantemente, a ABTG realizará o seminário Gestão da

Micro e Pequena Empresa Gráfica. Neste caso, além de fundamentos gerenciais, o foco será no cálculo do preço de venda de produtos gráficos. No total serão formadas turmas em dois períodos: 14 a 18 de outubro e 18 a 22 de novembro. As aulas são gratuitas e as inscrições podem ser feitas no site da ABTG. www.abtg.org.br (11) 6693-9535

Celulose de luxo A VSP Papéis Especiais anunciou dois lançamentos voltados ao mercado de design gráfico. Com gramatura de 300g/m2, a linha Touch, que conta com as marcas Milk e Whipped Cream, apresenta textura suave, desenvolvida para explorar o apelo tátil, inclusive de embalagens. Mais fina, a linha Translucent conta com os chamados pontos furtacor. Em duas de suas marcas (Papaya e Kiwi), o diferencial é um acabamento com revestimento metálico. A empresa oferece os produtos em folhas inteiras (70x100cm). Mas também avalia e atende necessidades em menores formatos.

VSP Papéis Especiais: (11) 3071-0005

42 – EMBALAGEMMARCA • out 2002

Impressão digital em alta A aquisição da fabricante de impressoras

turalmente com que a impressão digital se

digitais Indigo, concluída pela HP em mar-

alastre, mostrando suas vantagens em re-

ço, no valor de um bilhão de dólares, foi

lação ao offset”.

oficializada no mercado brasileiro em even-

A linha de impressoras digitais Indigo –

to feito na última semana de setembro,

composta pelos modelos Press 1000,

em São Paulo. Agora como parte do gru-

Press w3200, Press ws2000 (antes Indigo

po de imagem e impressão da HP (IPG), a

Omnius WebStream) e a nova ws 4000 –

divisão Indigo tem o objetivo de criar novas

atende às necessidades de três setores do

oportunidades de negócios por meio de

mercado de impressão: comercial, indus-

uma infra-estrutura digital colaborativa.

trial e fotográfico. As máquinas permitem

“Queremos ampliar a consciência dos consumidores da marca, que são as gráfi-

HP Indigo Press 1000

cas e os convertedores, e também dos

pla gama de materiais, desde papéis de

usuários finais, as empresas, das vanta-

baixa gramatura a folhas plásticas para

gens da impressão digital”,

confecção de produtos especializados.

resumiu Richard de Bois-

Lançamento mundial, a HP Indigo Press

sezon, diretor mundial

ws4000 imprime a sete cores, à velocida-

de marketing para ca-

FOTOS: DIVULGAÇÃO

impressão em até sete cores, com qualidade offset e compatibilidade com uma am-

de de até 16 metros por mi-

nais de distribuição HP,

nuto para etiquetas

divisão Indigo.

totalmente coloridas,

Pensando em benefícios

e 32 metros por mi-

como a possibilidade de pequenas tira-

nuto para etiquetas a

HP Indigo Press W3200

gens com custo amigável e de impressões

duas cores. A máquina é compatível com

sob demanda e com dados variáveis, a

vários processos de acabamento, desde

HP espera instalar trinta equipamentos da

corte a laser e verniz UV localizado, até

divisão Indigo no Brasil até o fim do exer-

cold foil stamping.

cício de 2003. Segundo levantamen-

A comercialização dos produtos HP Indigo

tos da empresa, apenas 4% das im-

no Brasil será feita pela Gutenberg,

pressões feitas nos Estados Unidos

que já atuava com os equipamentos

são originários de equipamentos di-

da marca antes de sua aquisição

gitais, que dispensam produção de

pela HP. Os equipamentos remode-

fotolitos e chapas.

lados, assim como os novos, pode-

Para Jack Strimber, diretor de vendas

rão ser vistos em funcionamento no

para América Latina e Caribe da divisão

show room da Gutenberg (rua Con-

Indigo da HP, “o menor desperdício e a rapidez para trabalhos personalizados, uma exigência crescente no mercado, farão na-

HP Indigo Press WS2000

selheiro Nébias, 1131 - São Paulo).

www.gutenberg.com.br (11) 3225-4372

Em expansão Comemorando 75 anos, a Frugis, forte atuante do setor de embalagens de papelão ondulado, obteve em agosto o certificado ISO 9001, versão 2000. Também recentemente, a empresa recebeu sua nova impressora de três cores (rotativa/sloter), que permitirá aumentar sua produção em 400 toneladas/mês. Informações: [email protected] Mais de 500 A parceria mundial entre a Tetra

Metalúrgica Prada tem novo controlador Tradicional fabricante de embalagens de aço e maior consumidora nacional de folhas de flandres, a Companhia Metalúrgica Prada tem novo proprietário. A empresa, que estava nas mãos da família Prada, passa a ser controlada pelo engenheiro metalurgista Jaime Schreier. Segundo comunicado oficial, o Grupo Prada resolveu, por estratégia de negócios, afastar-se da área industrial. O

valor do negócio não foi divulgado. Com mais de 2 000 funcionários e livre de dívidas, a metalúrgica tem faturamento anual de 330 milhões de reais. (11) 5682-1000 • www.prada.com.br

Pak e Domino, para o fornecimen-

TME agora é Incom Packing

to conjunto de soluções em codi-

Especializada em embalagens para cosméticos, a TME está mudando

ficação desta última aos siste-

sua marca. A empresa passa a se chamar Incom Packing. Silvia Fukuda,

mas de embalagem da companhia

do departamento de marketing da empresa, diz que a metodologia de

sueca, atingiu a marca de 500 im-

trabalho não muda, a despeito da estréia do novo nome. Tendo na resina

pressoras vendidas. No Brasil, a

Surlyn, da DuPont, uma de suas principais matérias-primas, a empresa

Domino é representada pela

continuará investindo no mercado de produtos sofisticados. “Continua-

Sunnyvale, que dá a assistência

remos a dar prioridade para materiais e acabamentos de alta qualidade”,

técnica aos seus equipamentos.

adianta Silvia. A Incom desenvolverá projetos exclusivos, além de manter a diversificada linha standard de tampas para perfumes, estojos de

Integração...

maquiagem e potes para creme da antiga TME.

A compra da Kisters, grande pro-

(11) 4174-3221 • www.incom.com.br

vedora de sistemas de embalagem wrap-around (shrinks), pela KHS, uma das maiores fabricantes mundiais de envasadoras e rotuladoras, prevê o início de operações conjuntas em janeiro de 2003. ...das grandes Com vendas anuais de ¤ 100 milhões, a Kisters conta com 600 funcionários. Já a KHS tem 2 600 funcionários e faturamento mundial de ¤ 550 milhões. Ambas as empresas possuem braços brasileiros. Sopa de letras A divisão Surface Technologies da Henkel, localizada em Diadema (SP), conquistou a certificação internacional BSI OHSAS 18001, que visa atingir um índice zero de acidentes e doenças ocupacionais.

44 – EMBALAGEMMARCA • out 2002

Adesivo camaleão Uma nova solução auto-adesiva promete ajudar os consumidores saber se produtos estão na temperatura ideal para consumo. São as etiquetas termocromáticas da Novelprint, baseadas em tintas reativas importadas, que mudam de cor quando submetidas a determinadas temperaturas – que podem variar entre -15O e +45O C. “A solução, que funciona como um

indicador, pode ser aplicada em produtos que precisam ser refrigerados ou aquecidos”, explica Osvaldo Luis Belintani, superintendente de tecnologia da Novelprint. Outra possibilidade é usar o sistema em ações promocionais, nas quais a etiqueta mudaria de cor para avisar uma premiação. (11) 3768-4111 www.novelprint.com.br

Para o engarrafador moderno A Krones destacou durante a Tecnobebida 2002 os equipamentos Linaroll e Linatronic 712. A Linaroll é uma rotuladora linear para aplicação de rótulos de BOPP a partir de bobina e adesão por cola quente. Totalmente automática, ela possui a grande vantagem de poder trabalhar com grande variedade de velocidades – de 3 500 garrafas/hora até 28 000 garrafas/hora – e também oferece controle automático de temperatura para unidade de cola quente, evitando que a cola se esfrie ou aqueça demais. Por sua vez, o Linatronic 712 é um inspetor eletrônico linear de garrafas vazias, de dimensões compactas, que incorpora a última geração de sistemas de inspeção, chamada IRIS, com câmeras de alta definição. É apropriado para produções de até 60 000 garrafas/hora. (11) 4075-9500 www.krones.com.br

Enchimento à francesa

Parte da divisão de Saú-

total controle da dosa-

de e Beleza da francesa

gem, otimizando os co-

Sidel, a Kalix está apre-

mandos de aspiração e

sentando ao mercado a

enchimento e a distribui-

enchedora/fechadora de

ção dos opérculos injeta-

embalagens KJ 60. Com

dos. A máquina é indica-

estrutura robusta, a má-

da para embalagens de

quina tem console geral

produtos cosméticos e

de comandos em painel

farmacêuticos em tubos,

tátil, reduzida necessida-

potes, frascos e

de de regulagens e traba-

dosadores.

lha num ritmo de 60 em-

+33 1 69 19 81

balagens por minuto. Há

[email protected]

opcionais que garantem o

(Sr. Jean Mainçon)

Racionalização de estoques A Central de Impressão ou Etiquetagem para Caixas de Papelão CIE 1200 Manual, da Maddza Máquinas

Linatronic 712

Especiais, visa atender as empresas que desejam minimizar os estoques de caixas, personalizando-as momentos antes de seu uso por intermédio de impressoras ink jet, carimbadores rotativos ou etiquetadoras. Construída em alumínio e aço inox e com motorização de 1/2 CV, ela pode trabalhar em velocidades variáveis pelo inversor de freqüência. Tem dimensões reduzidas, com 1,6m de comprimento, 0,5m de largura e

Linaroll

1,35m de altura.

out 2002 • EMBALAGEMMARCA – 45

Seda lança kit para coloração A Seda colocou nos mercados do Norte e Nordeste a linha de tinturas permanentes Seda Pro-Color, com 14 cores diferentes. O kit Seda Pro-Color vem num cartucho oval de cartolina, com tampa de poliestireno termoformado, com duas etiquetas de polietileno transparente. A bisnaga do creme Limin-E, para tratamento intensivo, é de polietileno, com tam-

pa de polipropileno. O frasco do creme revelador é de polietileno, também com tampa de polipropileno. A solução colorante vem em frasco de PVC com duas etiquetas de papel e tampa de polipropileno com proteção de polexan na área interna. Um par de luvas de PVC acompanha o kit. A Unilever não informou os fornecedores das embalagens.

Embalagens para crianças

Kraft Foods padroniza embalagens A Kraft Foods, detentora das marcas de bebidas em pó Tang e Clight, padronizou o layout das embalagens de Tang nos 90 países em que a marca é vendida. Clight também fica igual em toda a América Latina. A mudança, iniciada em janeiro na República Tcheca, é gradativa e a conclusão está prevista para o fim do ano. Desenvolvida pela agência inglesa Siebert Head, a nova cara de Tang facilita a visualização dos sabores com a fruta em destaque e evidencia a presença de vitamina C. Colocadas lado a lado, as embalagens promovem o efeito de uma onda nas prateleiras dos supermercados. Já Clight traz a imagem da fruta estampada no canto superior direito do produto, tornando a identificação do sabor mais fácil para o consumidor e a imagem de um copo com o suco pronto em

Para comemorar o Dia da Criança, o óleo de soja Soya, da Bunge Alimentos, lançou embalagens especiais, criadas pela M Design. Os rótulos das garrafas de PET do produ-

to ganharam desenhos inspirados no clássico “Pequeno Príncipe”. Com cores alegres, o layout destaca a figura de um menino ajoelhado regando uma flor sorridente.

KELLOGG´S TEM NOVA MARCA A linha de cereais matinais da Kellogg´s, composta por Müslix Tradicional, Müslix Chocolate, Müslix Banana, Granola Tradicional e Granola Amêndoas & Canela, ganhou uma nova marca: Kellness. Como muitas empresas utilizam nomes criados pela Kellogg´s, como Granola e Müslix, para definir os tipos de cereais, a companhia norte-americana resolveu criar a nova marca para evitar confusões. Nas embalagens, aparecem com destaque a marca Kellness e a assinatura Kellogg´s.

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movimento, reforçando a idéia de refrescância de Clight.

INFORME PUBLICITÁRIO

Está chegando a hora Tudo pronto para o Emballage 2002, que acontece em novembro, em Paris

T

erceira maior feira de negócios da França – atrás apenas da SIAL! gigante da área alimentí" cia; e da Maison & Objet! tradi" cional exposição de móveis e decora" ção –! o salão Emballage! que também acumula o título de segundo evento mais importante no mundo das embalagens! só perdendo para a alemã Interpack! está com tudo pronto para sua #$a edição! que acontecerá na capital francesa entre os dias %& e '' de novembro( O palco do evento! o parque de expo" sições de Paris"Nord Villepinte! já está com ' )&* vagas para expositores negociadas! e a expectativa de público supera a casa de %)* *** visitantes! num universo em que mais de +*, serão não"franceses( Grandes para os padrões brasileiros! estas são! na verdade! cifras com" preensíveis! considerando que o mercado de embalagem representa hoje o oitavo maior setor industrial da Fran" ça! com uma movimentação anual estimada em '* bi" lhões de dólares( As empresas fornecedoras de embalagens deverão ocupar metade do espaço destinado a expositores! segui" das pelos fabricantes de máquinas e equipamentos de embalagem (ver gráfico)( Preocupado em oferecer uma visão ampla do mercado francês! o salão Emballage des" te ano consagrará a parceria iniciada dois anos atrás com a conhecida feira de processamento alimentício IPA(

Outra atração será o “Club Espace De" luxe”! área específica para o mercado de produtos finos e sofisticados! que acolhe" rá mais de %+* expositores( A expectativa em torno da Label Village! espaço desti" nado ao setor de rotulagem! que estará localizado bem no meio da enorme área em que se concentrarão as empresas de marcação! codificação e impressão! tam" bém é grande( A “aldeia” espera a presen" ça de cinqüenta empresas expositoras( Como se tudo isso não bastasse! o evento manterá a intenção de permitir que seus participantes conheçam a fundo mercados re" gionais específicos( Depois de realizar exposições sobre a cena da embalagem no Brasil e na Índia! em %--& e '***! respectivamente! Emballage '**' contará com um am" plo espaço de exposição próprio para o mercado cana" dense de embalagem( Mais um motivo para visitar o evento! sem mencionar a sempre estimulante oportuni" dade de curtir um pouco do clima da eterna cidade"luz(

Serviço: Para receber seu crachá de entrada e consultar a lista de expositores! conecte"se ao site www(emballage'**'(com! ou entre em contato com a agência Promosalons! no Brasil (tel(:%%"#*&%"%'$$; e"mail:brazil@promosalons(com)

PERFIL DOS EXPOSITORES 9%

Embalagens 41%

35º Salão Internacional da Embalagem

Máquinas

Paris-Nord Villepinte (França)

Outros

18 a 22 de novembro de 2002

50%

EMBALAGEM INOVADORA PARA DANONE A originalidade marca o mais

que envolve o conjunto de

novo produto da Danone para o

seis garrafinhas.

mercado de produtos lácteos.

Segundo a MN Design, agência

Trata-se do leite fermentado

responsável pela criação da

Paulista em garrafinhas de 65g.

embalagem, o fato de o persona-

O conceito da campanha gira em

gem estar presente em todo ciclo

torno de um personagem, um

de comunicação – frascos,

“tourinho”, e dos adjetivos de for-

rótulos, embalagem de papel

ça e saúde a ele atribuídos.

cartão e cartazes – fortalece

A face do tourinho em terceira

a identificação do produto junto

dimensão impressa no frasco é

ao consumidor.

reforçada com os rótulos e com

As embalagens são de polietile-

sua ilustração no papel cartão

no, fabricadas pela Logoplast.

Lipton Ice Tea sabor manga A AmBev e a Unilever lançaram no início de outubro no Brasil o sabor manga de Lipton Ice Tea – líder no mercado brasileiro no segmento de chá gelado, com 43,3% de participação (ACNielsen junho/julho 2002). O sabor manga já é comercializado em Portugal, Bélgica e França. Lipton Ice Tea manga será comercializado, inicialmente, na versão lata 340ml, com exclusividade no Rio de Janeiro, o maior mercado de chás gelados do Brasil. O Lipton Ice Tea manga será distribuído pela rede AmBev, empresa que é parceira da Unilever desde 1997.

Johnson´s Baby de cara nova A Johnson & Johnson prepara

tração de carneirinhos

novidades na sua linha de

pulando cerca, elementos

produtos Johnson´s Baby que

que fazem parte do

vão agradar as mamães e

imaginário infantil.

deixar os bebês cheirosos por

A Lavanda Johnson´s Baby

mais tempo.

também está de cara nova,

A Colônia Johnson´s Baby

com embalagem ainda mais

chegará ao mercado com

transparente, que ressalta a

uma nova fórmula, que irá

pureza do produto.

garantir uma ação mais pro-

As embalagens foram desen-

longada. A embalagem está

volvidas pela Degoes. Os

mais divertida e agora, além

frascos são da Globalpack e

de ser lilás, conta com a ilus-

os rótulos da Prodesmaq.

48 – EMBALAGEMMARCA • out 2002

Visão em profundidade Informação atualizada sobre os principais acontecimentos, tendências e novidades na cadeia de embalagem – do fornecedor ao usuário final. Enfoque do ponto-de-vista das empresas e dos profissionais do ramo.

Uma publicação da B LOCO DE C OMUNICAÇÃO Rua Arcílio Martins, 53 • Chácara Sto. Antonio São Paulo, SP • CEP 04718-040 Telefone: (11) 5181-6533 • Fax: (11) 5182-9463

www.embalagemmarca.com.br Para anunciar, entre em contato com o nosso departamento comercial por telefone ou pelo e-mail: [email protected]

Almanaque Vitória dos saquinhos O primeiro saquinho de chá, feito de musselina, foi criado em San Francisco, EUA, em 1919, por Joseph Kreiger, com fins de amostragem para confeitarias e casas de chá. Em meados dos anos 30 do século passado, a novidade começou a ser difundida para consumo doméstico e a ser exportada para a Inglaterra. Mas os ingleses, extremamente conservadores quanto à forma de fazer chá (uma colher por xícara e “uma para a chaleira”, em água fervente por 5 minutos), resistiram muito a adotar os sachés. Estes só começaram a entrar em quantidades expressivas no país pouco antes da II Guerra Mundial. Em 1952, uma empresa britânica passou a produzilos localmente. Nos anos 90 os saquinhos já respondiam por 75% do total comercializado na Inglaterra.

História de Jimmi Tudo começou em 1945, quando a marca Jimmi foi lançada pela empresa McCormick do Brasil. A marca ficou conhecida principalmente pelo tradicional “Molho Inglês”, primeiro sabor lançado no mercado brasileiro, há 57 anos, que se tornou sinônimo da categoria. O molho inglês é a versão brasileira do molho worcestershire, que, por sua vez, foi reproduzido de um molho típico da Índia, colônia inglesa até 1947. O chamado Molho Inglês foi levado da Índia para a Inglaterra por Marcus Sandys, que encarregou uma firma britânica de reprodu-

zir o molho indiano. A receita criada pelos ingleses, com variados condimentos e temperos aromatizantes, ficou conhecida em todo o mundo como Worcestershire Sauce. O molho ganhou o nome da cidade de origem – Worcester – de Sandys (Shire significa condado/distrito). No início do século XX, várias marcas surgiram naquela região (tais como a Stretton’s, cujo rótulo é reproduzido aqui) empenhadas em produzir o famoso ‘sauce’. Não demorou muito e o molho se tornou popular nas cozinhas do mundo inteiro.

100% amigas da natureza Pouca gente atenta para o fato de que as cápsulas de medicamento, acondicionadas em frascos, latas ou blisters, e depois disso colocadas em estojos de papel cartão, são elas próprias embalagens. Rígidas ou gelatinosas, permitem

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obter precisão absoluta nas dosagens e, do ponto de vista ambiental, pode-se dizer que são 100% da natureza e do consumidor: além de serem absorvidas pelo organismo têm a função de proporcionar-lhe saúde e bem-estar.

Seria verdade? Como ocorre com produtos de consumo, a roupa, considerada a “embalagem” das pessoas, pode enganar. Veja-se o caso da palavra candidato. Ela surgiu na Roma antiga, onde assim eram chamados os homens públicos que pleiteavam cargos eletivos e vestiam branco para apresentar-se ao povo no Campo de Marte, área de manifestações políticas na cidade. O branco era sinal de pureza, de modo que quem o vestisse era “cândido”, isto é, alvo, imaculado. Talvez os candidatos o fossem, naqueles tempos.

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