Publicacao As Noticias N 62 De 26 Junho 2009

  • May 2020
  • PDF

This document was uploaded by user and they confirmed that they have the permission to share it. If you are author or own the copyright of this book, please report to us by using this DMCA report form. Report DMCA


Overview

Download & View Publicacao As Noticias N 62 De 26 Junho 2009 as PDF for free.

More details

  • Words: 7,431
  • Pages: 9
REINO UNIDO

IVA pode aumentar em Janeiro de 2010 Os responsáveis pelas maiores cadeias de comércio avisaram o ministro das finanças para os perigos e problemas que podem advir com o aumento de 15 para 17,5% do IVA, a partir de Janeiro 2010. Isto porque o chanceler Alistair Darling (foto) afirmou que o corte daquele imposto acabaria no final deste ano. Pag. 4

Nº 62 < Ano 3 < 26 Junho 2009

Director: Daniel Santos

CINCO EX-ADMINISTRADORES DO BCP ACUSADOS PELO MINISTÉRIO PÚBLICO

Quinzenal< Gratuito

ENTREVISTA EXCLUSIVA

A MÃO NA MASSA “

Pags. 24/25

CARLOS GONÇALVES/PSD

Durante oito anos, entre 1999 e 2007, cinco membros do Conselho de Administração do BCP conseguiram esconder um esquema de manipulação de acções que, de acordo com a acusação do Ministério Público, provocou 600 milhões de euros de prejuízo ao banco.

Jorge Jardim Gonçalves (na foto), Cristopher Beck, Filipe Pinhal, Castro Henriques e António Rodrigues são acusados de manipulação de mercado, falsificação da contabilidade e burla qualificada. Andaram, está claro, a meter a mão na massa. Pag. 8

O PS não teve iniciativas para as comunidades.

Milhares de portugueses unidos numa grande festa Constituiu um êxito a festa do “Dia de Portugal” na capital britânica. Muita música, comida, bebida e alguma saudade. Pag. 17

As fotos da tragédia do voo 447. As duas fotos são dadas como tiradas, antes da queda, por um dos passageiros do voo 447 da Air France, e foram encontradas num cartão de memória de uma máquina fotográfica, entre os destroços do avião. Se bem que a câmara estivesse destruída, os peritos conseguiram recuperar as fotografias. De acordo com o número de série, o registo encontrava-se no nome de Paulo G. Muller, um actor brasileiro de teatro para crianças. Percebe-se que se encontrava de pé durante a turbulência e tirou as fotos segundos antes da cauda se partir e o avião cair. A primeira foto mostra a estrutura a partir-se, arrancando os motores da fuselagem, diminuindo a velocidade na queda, mas não o suficiente para evitar vítimas. Na segunda foto vê-se um passageiro a ser sugado, pela descompressão, para o exterior do avião, bem como o que parece ser um computador, descomandado, no ar. PUB.

17

26 Junho 2009

DIA DE PORTUGAL FOI UM ÊXITO

Afinal, estamos unidos! É o que se deduza da grande afluência de público que se deslocou ao Stretham Park, cerca de 40.000 espectadores, ou seja, portugueses e também doutras nacionalidades que puderam ver como todos somos unidos no Reino Unido. E fala-se por aí tanto em desunião. Qual quê! O pessoal não vai em políticas e, vai daí, tratou mas foi de curtir e divertir-se à fartazana, no dia da Pátria e de todos os que têm orgulho em ser “portugueses e de falar a língua portuguesa”. Felicito desde já a organização e toda a sua equipa de colaboradores que montaram todo este deslumbrante espectáculo, com uma variedade de artistas de cá e de lá. A salientar as actuações das Doce Mania, do padre Borga, do Herman José, (que soube a pouco) e dos nossos heróis olímpicos Carlos Lopes, Rosa Mota e António Leitão, este último referindo à nossa reportagem “que tem um orgulho enorme nos portugueses que vivem no estrangeiro dada a fama de ser um povo ordeiro, trabalhador e sobretudo bastante unido e muito reconhecido pelas as autoridades dos

países de acolhimento”. Saliento também a presença dos nossos representantes políticos e diplomáticos, que ali deslocaram, como o embaixador dr. António Santana Carlos, o deputado dr. Carlos Gonçalves e outros dignatários políticos, que elevaram bem alto o valor de Portugal e dos portugueses no mundo e, sobretudo, na Inglaterra. Nota máxima vai para os portugueses que participaram nesta festa maravilhosa que era, no fundo, de todos. Como sempre refiro-me aos que não puderam estar presentes, pois perderam um grande espectáculo, mas para o ano vai haver mais. Nota positiva para os meios de comunicação social pela responsabilidade da divulgação do evento, que fizeram com grande elevação. Por fim, um grande abraço para as “nossas” meninas, pela sua alegria e dedicação na distribuição e propagação da imagem do nosso jornal Força, portugueses, viva Portugal! E não parem! Todos unidos faremos uma comunidade mais vistosa e orgulhosamente nossa!!! Herlander Cunha

PUB.

18

26 Junho 2009

António Leitão correu que se fartou! Fazendo jus à classe que passeou por essas pistas fora, António Leitão não parou durante os breves dias em que esteve no Reino Unido. Convidado pela organização do Dia de Portugal, que se comemorou em Londres, o atleta olímpico português teve de desdobrar-se para ocorrer a todas as solicitações. Demonstrando que ainda está em forma, percorreu centenas de milhas para estar com amigos, afinal com muitos daqueles que o aplaudiram ao longo da sua carreira recheada de êxitos. Assim aconteceu em Thetford, no restaurante “Kátekero”, onde jantou na companhia de José Diogo, seu companheiro no atletismo, que lhe serviu de cicerone por estas bandas. Joaquim Bento, proprietário do restaurante, e o nosso director também cavaquearam um pouco com o medalhado atleta, pessoa simpática que gosta de conviver e recordar peripécias da sua vida dedicada ao desporto. No fim do excelente bacalhau com todos que lhe foi servido, António Leitão prometeu conceder uma entrevista ao nosso jornal, que em breve publicaremos.

AlmaLusa promove produtos em Thetford Orquestra de Bandolins da Madeira em digressão no Reino Unido A empresa AlmaLusa, de Paulo Pereira, irá realizar, no próximo dia 12 de Julho, Domingo, no restaurante Kátekero, em Thetford, uma apresentação de produtos, na qual também vai estar presente um artífice de joalharia inglês, apresentando bijutaria feita à mão. A Alma Lusa, que representa a Companhia Nacional de Carnes, de Portugal, e a FlyBVA Portugal, irá levar a cabo uma prova de enchidos e degustação de vinhos, com os produtos disponíveis para compra a preços muito reduzidos. Durante a festa serão servidas sardinha assada e carne de porco à descrição e distribuídas várias ofertas e um vale de compras, no valor de £30, em loja a designar, a ser entregue no final da festa pelas 4 horas da tarde. Durante este evento, explicou ao nosso jornal Paulo Pereira , vai realizar-se um peditório para a pequena Joana, membro da nossa comunidade e vítima de uma doença terminal, para que possa, na sua viagem a Portugal, utilizar a verba para realizar um qualquer desejo. A festa terá lugar no dia 12 de Julho, Domingo, das 11 da manhã às 4 da tarde e tem o patrocínio do Kátekero, O Cabaz, a FlyBVA Portuga e a Companhia Nacional de Carnes. PUB.

De 16 a 25 de Julho, a famosa Orquestra de Bandolins da Madeira, que conta com 30 elementos e é regida pelo maestro Eurico Martins, irá empreender uma digressão ao Reino Unido, onde apresentará, em várias cidades e palcos, uma selecção do seu melhor repertório de “Light Classics”. Esta tournée contará ainda com a presença do tenor Carlos Guilherme que, acompanhado por esta brilhante orquestra, interpretará uma selecção de canções napolitanas. Esta é a segunda digressão desta orquestra neste país, visto que em 2002 já tinha actuado em vários locais do sul de Inglaterra, onde deu um concerto na St. Georges’ Chapel, em Windsor, integrado no jubileu da rainha Isabel II. Fundada em 1913, a Orquestra de Bandolins da Madeira é uma das mais antigas da Europa e a mais jovem no mundo, em termos etários, visto que o seu mais novo executante conta apenas sete anos de idade e irá participar igualmente nesta tournée artística. Revelando um dinamismo ímpar, e uma grande vontade de conquistar o futuro, guiada pela mão firme do seu maestro, até ao momento a Orquestra de Bandolins da Madeira já lançou cinco CDs e dois DVDs. No cartaz desta digressão, que apresentamos igualmente, encontra-se a lista dos locais e datas das actuações, que esperamos serem bastante concorridas, fruto da enorme popularidade que esta orquestra tem junto dos turistas britânicos que visitam regularmente a Madeira e assistem aos seus concertos semanais na Igreja Inglesa, no Funchal. Os bilhetes para os concertos encontram-se já à venda, e no site da orquestra (www.madeiramandolinorchestra.com) poderá encontrar a referência ao local onde os adquirir. A todos os portugueses residentes no Reino Unido, e especialmente aos madeirenses, lançamos o apelo de assistirem aos concertos da magnífica Orquestra de Bandolins da Madeira, na certeza de que passarão surpreendentes e agradáveis momentos na companhia de jovens e talentosos intérpretes da Pérola do Atlântico. Apoiem esta orquestra com a vossa presença e contribuam para o êxito desta digressão. Duarte Mendonça

26 Junho 2009

19

MADEIRA Árvore dá polémica

Governo apoia emprego próprio A partir de 1 de Julho, as pessoas desempregadas podem candidatar-se ao Programa de Apoio à Criação do Próprio Emprego (PACPE). É mais uma resposta do Governo Regional à conjuntura económica. O programa foi apresentado pelo secretário regional dos Recursos Humanos, Brazão de Castro, que explicou que o projecto não deverá ultrapassar os 150 mil euros. O Governo apoia até 60% do investimento, a fundo perdido. Os restantes 40% poderão ser apoiados com recurso a um empréstimo reembolsável, sem juros, até 4 anos.

O corte de um til, árvore centenária, na Rua do Pombal, no Funchal, está a provocar uma “onda” de censura na “Internet”. A Direcção Regional das Florestas está a desenvolver os procedimentos normais para averiguar a situação e actuar em conformidade com o estipulado com a lei em vigor.

INDÚSTRIA OCUPA NOVE EMPRESAS

Observação de cetáceos rendeu 11,5 milhões de euros

A indústria de observação de baleias no território português gerou em 2008 receitas de 11,5 milhões de euros (16,1 milhões de dólares), conclui um relatório sobre esta actividade a nível mundial divulgado ontem no Funchal.Este trabalho da IFAW (International Fund for Animal Welfare) foi apresentado no âmbito da 61/a reunião plenária da Comissão Baleeira Internacional, que reuniu na Madeira centenas de participantes de 85 países. A investigação, intitulada “Whale Watching Worldwide: Tourism numbers, expenditures and economic benefits”, conclui que este nicho de mercado do sector turístico tem vindo a crescer em todo o mundo na última década. Aponta que no território de Portugal, abrangendo o continente e as regiões autónomas dos Açores e Madeira, esta actividade movimentou um total de 158.318 observadores. No que diz respeito aos Açores, a IFAW possui dados

que remontam a 1998, ano em que registou 9.500 observadores, número que passou para 40.180, em 2008, significando um aumento de 15,5 por cento em 10 anos. Nesta região podem ser observadas 27 espécies de cetáceos (30 por cento das existentes em todo o mundo), numa actividade que envolve 19 operadores turísticos, efectuada entre Abril e Outubro. Esta actividade rendeu à região açoriana 7,6 milhões de dólares. Quanto à Madeira, a IFAW apenas possui dados relativos a 2007 e 2008, referindo que nesses anos o número de observadores passou de 58 mil para 59.731. No nosso arquipélago, este negócio gerou no ano passado 7,4 milhões de dólares, ocupando nove empresas, que trabalham sobretudo entre os meses de Fevereiro e Agosto, permitindo a observação de 21 espécies de cetáceos sobretudo nas áreas do Funchal, Porto Santo, Desertas e Selvagens.

Detidos dois traficantes de droga Dois homens foram detidos nestes últimos dias pela Polícia de Segurança Pública, através das Divisões Policiais do Funchal e de Câmara de Lobos, por crimes de tráfico de estupefacientes, confirmou a PSP em comunicado, em resultado do incremento de acções policiais de sinalização de consumos desviantes e de combate ao fenómeno da droga junto de áreas urbanas. Um dos suspeitos foi detido em flagrante delito junto ao Bairro da Nogueira, na Camacha, perto do cemitério, na companhia de outro indivíduo no interior de um carro.

DEPOIS DE ATERRAGEM DE EMERGÊNCIA

Passageiros ingleses ficam encantados com Porto Santo Os 230 passageiros do avião da companhia aérea inglesa First Choice que segunda-feira aterrou de emergência no Aeroporto do Porto Santo, partiram num outro aparelho, com destino a Manchester, Inglaterra, ficando encantados com o clima encontrado na “ilha dourada” no período em que ficaram alojados numa unidade hoteleira. Um Boeing 757-200 da Thomson Airways aterrou no Porto Santo, proveniente de Inglaterra, para transportar os passageiros de volta ao destino. Na hora da partida, alguns passageiros mostraram-se encantados com o clima do Porto Santo, com a praia e com a receptividade, a ponto de já terem garantido férias numa próxima oportunidade. Este avião transportou uma série de volumes com material para reparar a aeronave, juntamente com três mecânicos da companhia, que ficaram no Aeroporto do Porto Santo. Em declarações à Lusa, o administrador-delegado da Ground Force, Fernando Melo, empresa que assistiu o avião em terra, referiu que o aparelho “aterrou normalmente”. “Limitámo-nos a fazer uma assistência normal, como se de uma operação normal se tratasse”, disse. Os 222 passageiros, incluindo um bebé, e os oito tripulantes foram transportados em carrinhas para o aeroporto, onde já esperava o novo avião para os transportar para Manchester. Uma avaria no motor lateral direito com fuga de combustível originou o pedido de ajuda e a aterragem de emergência na segunda-feira.

Explosões danificam moradias As frequentes detonações de explosivos no interior do maciço rochoso para a abertura do túnel da via rápida São Vicente – Santana são uma das responsáveis pela derrocada em Juncos, Fajã da Areia, acusaram os moradores. Várias pedras de grandes dimensões desprenderam-se do alto da ribeira da Lapa, uma escarpa de cerca de 200 metros de altura, e abateram-se sobre terrenos agrícolas e habitações, fazendo com que seis agregados familiares, num total de 16 pessoas, tivessem optado por passar a noite em casa de familiares. Três casas foram atingidas pela “chuva” de pedras das derrocadas e uma ficou muito danificada . PUB.

22

26 Junho 2009

COMUNIDADES Consulado virtual inaugurado em Paris As comunidades portuguesas residentes nos arredores de Paris podem agora ver reforçada a rede consular com a instalação de mais um consulado virtual inaugurado pelo secretário de Estado António Braga. Na sequência do redimensionamento da rede consular, “a construção deste consulado virtual permite que as pessoas possam dirigir-se ao consulado através da Internet”, declarou o secretário de Estado das Comunidades, à margem da inauguração do consulado virtual na Associação Portuguesa Cultural e Social, em Pontault Combault, nos arredores de Paris.

“Cantinho do céu” Casas fechadas, “pouca gente” e muitos idosos. É este o panorama na Fajã da Ovelha, uma freguesiamuito procurada por turistas. Jovens há poucos, a maioria emigraou para ‘fugir’ ao desemprego e à agricultura. A segurança diminuiu mas, ainda assim, a população diz que vive “num cantinho do céu”.

“Governo deve revalorizar emigrantes” O secretário de Estado das Comunidades alertou para a necessidade do Governo se empenhar na “revalorização dos portugueses que vivem no estrangeiro”. “Estou a salientar que a realidade dos portugueses que vivem fora de Portugal não pode ser desconsiderada e, muito menos, esquecida e é também esse o papel que cabe ao membro do Governo que tutela esta área”. Salientou o reforçor “da componente de visibilidade e reconhecimento de programas e acções que contemplem essa parceria com os portugueses que vivem no estrangeiro”.

Lutar contra a abstenção é uma obrigação do Estado

E

Lutas políticas dividem aliança latino-americana Assim não “puede ser”, afirmava, um dos apoiantes portugueses à Aliança Ibero Latino-Americana, vítima de insultos políticos extremistas e que se preparava para pertencer aos órgãos sociais. Organização que se propunha a apoiar os latino-americanos, a lutarem por uma causa muito justa, e que num acto de solidariedade, unia todos os latinos na luta para a legalização de todos os imigrantes desta origem. Contudo pessoas, no seio da comunidades hispano-americana e brasileira, que demonstraram não aceitar, nem reconhecer quem lhes quer bem, acabaram por insultar o passado dos Portugueses e Espanhóis, sem razão, esquecendo que os trabalhadores da EU estavam ali, para apenas ajudá-los a resolver a situação ilegal no Reino Unido. Assim, tanto F. Gonçalves, como Luís Gonzaga, retiraram o seu apoio àquela organização, infiltrada de várias facções políticas, cujo interesse é legalizarem uma “Charity” e usufruir de fundos em proveito próprio. Mas como as pessoas têm o direito de escolherem os seus parceiros, ficam aqui os meus sinceros votos que todos vós se organizem e consigam atingir os frutos desejados, para o bem de muitos que merecem a cidadania neste grande país. A Isaac Biggio e a Amparo Beron fica a minha palavra de encorajamento, para se dedicarem a esta causa, com um interesse verdadeiramente humanitário, na sua essência mais profunda – e “Buena Suerte”, pois “vos quiero muito”. H. C.

m primeiro lugar seria necessário a criação de mesas de voto ou quiosques digitais, junto às cidades onde vivem grande número de portugueses recenseados nos países de acolhimento. Por outro lado, para os que quisessem manter o cartão de eleitor junto às suas freguesias em Portugal, deveria estar disponível meios digitais e de controlo (palavra passe ou outro), para que o emigrante pudesse votar por Internet. Desta forma os resultados seriam surpreendentes. Nos países de acolhimento sugeria que fossem nomeados pelos consulados ou embaixada elementos responsáveis e credíveis para a formação de várias comissões para execução do recenseamento e actualização dos cadernos eleitorais, não deixar o processo do recenseamento para os períodos próximos das eleições legislativas ou mesmo europeias. Outrossim, era muito aconselhável a cooperação com as Câmaras Locais junto às comunidades imigradas. Na década de oitenta nesta ilha fez-se o recenseamento e tivemos uma mesa para as eleições presidenciais da república, essa iniciativa foi criada pelo Senhor Cônsul Geral da época. Em Guernsey tive o privilégio de presidir a mesa eleitoral e executar o recenseamento eleitoral bem como a sua actualização fi-lo até ao ano de 1987; Lamentavelmente depois desse período houve uma grande falta de apoio e interesse no processo do recenseamento e actualização do mesmo, bem como outros assuntos, por conseguinte não temos uma forma mínima e eficaz de actualização e registo ou contagem de números certos de portugueses radicados nestas ilhas do canal bem como em todo o território nacional britânico isto é deplorável e totalmente inaceitável particularmente na época em que vivemos. Hoje vivemos um período em que os Consulados e Embaixadas escondem dos portugueses o seu direito em se recensearem, não promovem o recenseamento e parecem aliviados pela falta de adesão. Tudo parece mais fruto manobras políticas do que a função natural de um serviço publico. Tudo isto poderia e pode ser ultrapassado se os governos portugueses assim o quiserem, primeiramente deveria haver uma consulta própria e rigorosa pela Secretaria das Comunidades Portuguesas como havia na época da ex-secretaria das comunidades Portuguesas Dra. Manuela de Aguiar. Seria muito importante se alguém da Secretaria das

Comunidades Portuguesas ou dos Consulados-Gerais deste país visitassem as áreas de mais concentração de pessoas da nossa comunidade e conhecê-las através dos Clubes ou Associações Portuguesas que estejam verdadeiramente inscritos no Distrito Consular, assim como na Secretaria de Estado da Emigração e Comunidades Portuguesas, criando um diálogo e interesses de ambas partes como tudo isto sucedeu na década 1980. Creio que a introdução e aproximação deste trabalho tem que ser feito como os bancos portugueses procederam nestes país, os funcionários representantes ou agentes vão ao encontro dos clientes conhecer os seus problemas, bem como encaminhar novos clientes. E se o governo português tivesse interesse em receber as poupanças ou investimentos do seu povo não residente ou seja emigrante, creio que o governo português presente ou futuro deveria rigorosamente apresentar um novo produto financeiro mais atraente e remunerador em prol da Comunidade Portuguesa residente no estrangeiro. JCD Gomes

24

26 Junho 2009

COMUNIDADES PSD questiona sobre o “Escola Virtual”

Edição especial

O PSD questionou o Governo sobre o programa Escola Virtual para estrangeiros, afirmando que quatro anos depois “nada é conhecido” sobre quantas pessoas o utilizaram ou o seu financiamento. O programa, lançado 2005, pressupunha que as comunidades portuguesas pudessem usar a plataforma Porto Editora - Escola Virtual na Internet para aprender português, pagando um custo “simbólico” - entre 20 e 25 euros. O deputado social-democrata José Cesário - que subscreveu as perguntas ao MNE - disse que “nada é conhecido” sobre o Escola Virtual.

O jornal “as Notícias” esteve presente na grande festa do Dia de Portugal em Londres, oferecendo um Edição Especial para esta ocasião. Rapidamente as 7 colaboradoras e a aceitação do público fizeram desaparecer os exemplares, pelo que nos congratulamos pelo sucesso desta edição temática.

ENTREVISTA EXCLUSIVA

Manifestações culturais na Internet A secretária de Estado da Cultura, Maria Paula Fernandes, anunciou a possibilidade de as comunidades inscreverem as suas manifestações culturais para classificação como património imaterial, através da Internet. A governante falava no colóquio “Património Cultural Imaterial, a face intangível do património”, uma iniciativa do grupo de parlamentares conexo com a UNESCO. As comunidades poderão, através da net, propor a suas festas ou qualquer outra manifestação cultural de cariz imaterial a uma classificação, decidida por uma comissão.

CARLOS GONÇALVES

O

nosso jornal esteve com o deputado Carlos Gonçalves, na festa do Dia de Portugal, em Londres, onde nos concedeu uma entrevista em exclusivo. Sem papas na língua, abordou alguns temas quentes que nos afectam e acusou o PS de tratar diferenciadamente os emigrantes portugueses. Acha que a forma como os portugueses aqui são tratados pelas autoridades portugueses é inadmissível e faz graves acusações a António Braga, actual secretário de estado das comunidades, a quem chama de “insensível” perante o drama da emigração. Carlos Gonçalves admite ter sido também secretário de estado, mas por apenas 4 meses e meio, enquanto o actual mantém o cargo há mais de 4 anos e meio e pouco ou nada deixou de obra feita. O deputado pela emigração na Europa acredita que chegou o momento do PSD chegar ao governo e remediar os erros do PS.

“O QUE EM PARIS LEVA 7 MINUTOS EM LONDRES DEMORA 7 MESES” Quem o afirma é o deputado do PSD pela emigração, referindo-se à morosidade dos serviços consulares na capital britânica.

Portugal é o nosso país e, mesmo longe, preocupamo-nos com o que lá se passa, já que afecta alguns bens, a família e amigos. Como encara o futuro em Portugal? “Eu acho que temos de ser todos optimistas. Optimismo que tem a ver com a necessidade de Portugal encontrar um caminho, que o possa levar a desenvolver-se e a criar condições para que os portugueses vivam bem. E sendo eu deputado das comunidades portuguesas, desejo que sejam criadas as condições para que todos os portugueses possam viver e trabalhar em Portugal. É esse, quanto a mim, o grande objectivo”. Optimista, disse!? “Sim, tenho de ser optimista porque acho que a democracia, independentemente de alguns problemas inerentes, transformou Portugal e criou grande desenvolvimento nos últimos 30 anos. Depois, porque acredito na classe política portuguesa, de que faço parte, e penso que as próximas eleições legislativas e autárquicas serão um bom momento para, eventualmente, relançar o país, no sentido que todos desejamos - no progresso e desenvolvimento. Acredito, claramente que isso pode ser possível.” Mas acha que os portugueses no Reino Unido podem sentir qualquer optimismo? A comunidade tem crescido sem qualquer contrapartida ou apoio do Estado português. Será que estamos todos aqui a bradar aos céus? Acha que estamos perante uma missão impossível? “A questão do Reino Unido e a chegada aqui de tantos portugueses tem a ver com um problema mais global, que deveria preocupar o Estado português, e a que chamamos de novos fluxos migratórios. Desde 2005 o número de portugueses a emigrar tem vindo a aumentar.

Nós próprios – não só no Reino Unido, mas também na Holanda, no Luxemburgo, Suiça, Bélgica e França – temos sido testemunhas de alguns problemas de âmbito social, que deveriam ter o acompanhamento do Estado português. Em conjunto com outros deputados do PSD, apresentámos um projecto, na Assembleia da República, para resolução deste problema, que foi chumbado sem qualquer discussão na especialidade. O aumento dos portugueses para o estrangeiro tem sido escondido pelo governo. E nós percebemos porquê... O governo do eng. Sócrates não quer reconhecer que os portugueses estão a sair para o estrangeiro. Porque, se o fizer, os números que normalmente vêm a publico, em termos de desemprego, são muito mais elevados do que os que as estatísticas apresentam. Mas então tudo fica resumido a estatísticas? O governo PS não se capacita que estamos a falar de famílias, de crianças, do essencial sustento de portugueses, que



Este Governo está lá há 4 anos e meio e o que fez pelo Reino Unido? Nada! As pessoas já não acreditam em promessas. E essa é uma grande realidade.

sofrem até se enquadrarem nas redes de trabalho permanente, para poderem resolver muitos problemas financeiros, por vezes, deixados em Portugal? No fundo todos nós somos, segundo os interesses, apenas politicamente reduzidos a números? “Bem, na verdade o partido socialista está muito pouco sensibilizado para a questão das comunidades portuguesas. Repare, o grupo parlamentar do PS, em todos estes 4 anos e meio de legislatura não teve uma única iniciativa relativa às comunidades portuguesas. Com a exepção da proposta de lei do Conselho das Comunidades Portuguesas. Mas mais nada! Isto é lamentável! Nós apresentámos 8 projectos de lei, mas todos foram chumbados, pela maioria PS, sem sequer uma discussão. Enquanto isso, os portugueses continuaram a emigrar em números impensáveis. E o Reino Unido é a prova da falta de sensibilidade do governo PS. Este país tem-nos preocupado muito desde há uns anos a esta parte. Quando eu estava no governo decidi, em 4 meses, a abertura do Consulado de Manchester, para que houvesse um segundo posto de apoio à comunidade portuguesa. Decorridos que são quase 4 anos e meio de governação, o Consulado de Londres está sem recursos humanos, numa situação dramática e este ano perdeu mais 2 funcionários. O atendimento no

26 Junho 2009

25

COMUNIDADES “Cartão do Cidadão” nos consulados Oitenta por cento dos consulados portugueses deverão ter, em Setembro, “a cobertura da área consular com oferta do Cartão do Cidadão”, anunciou o secretário de Estado das Comunidades, António Braga, que referiu que “há já um conjunto de consulados com relevo para a Europa, mas também fora da Europa, que estão a receber o programa”. “A nossa meta é termos cerca de 80% de todo o trabalho consular com a oferta do Cartão do Cidadão até ao mês de Setembro e, nessa medida, estão agora a desenvolver-se um conjunto de acções”, afirmou o governante.

âmbito social é o mínimo possível. Resumese a algum apoio em Londres ainda, mas quem vive fora da capital, está entregue a si próprio. Ora, esta falta de sensibilidade tem custos, para além de dificultar a integração, por falta de acompanhamento. Quando se vê esta festa de 10 de Junho, para que fui convidado, é inadmissível que o Estado português dê tanta atenção à comunidade de Paris e se esqueça de Londres. Na semana passada o SE deu uma entrevista na rádio portuguesa de Paris a dizer que o atendimento demorava no Consulado 7 minutos, em Londres demora 7 meses. A pergunta que faço é esta: qual é a diferença entre portugueses de Londres e os de Paris? No Reino Unido há 3000 eleitores e, na França, 90 mil.” Pelas suas palavras tudo parece resumirse a um tratamento consoante o “valor” numa classificação política – o número de votos por cada comunidade. Mas, mesmo assim, isso justifica o abandono a que foi deixado o Consulado de Londres? “Não. A rede consular deve estar adaptada à realidade de cada comunidade que serve. Ora o PS mexeu na rede consular e nem tudo onde mexeu estava mal... Nós mesmos apoiámos algumas dessas medidas. Só que essa mudança deveria ter protegido os postos que tivessem mais necessidade. O que eu vejo no Reino Unido é precisamente o contrário.” Pelos vistos vamos ter de esperar até às eleições de Setembro. O que podemos esperar em política de emigração de um governo PSD? “Primeiro, uma política de maior atenção. Segundo, mais sensibilidade. Somos um partido coerente com as nossas ideias. Nós temos um Portugal repartido pelo Mundo e não um Portugal só para aqueles que vivem no país. Essa forma de estar na política altera completamente o estado das coisas.” Mas com isso quer dizer que com o PSD vai haver mais investimento consular no Reino Unido? “Quando nós pensamos Portugal pensamos num Portugal diferente. Num Portugal que integre todas as comunidades. Claro que o Reino Unido tem de ser um país em que se tem de investir claramente para evitar que a ligação a Portugal seja interrompida e lutar contra a falta de acompanhamento que tem merecido o nosso reparo e crítica. Este Governo está lá há 4 anos e meio e o que fez pelo Reino Unido? Nada! As pessoas já não acreditam em promessas. E essa é uma grande realidade. Contudo, cabe aos portugueses decidir em quem votar em Setembro. Não esquecer que nas próximas eleições, dada a pressão do PSD e do Presidente da República, o voto é ainda por correspondência, o que vai permitir que os portugueses possam votar. E nesse momento devem escolher aqueles que melhor servem os seus interesses e estou crente, em consciência, por tudo aquilo que temos feito,

Novo site de apoio Com o apoio da EEDA, agência para o desenvolvimento de East Anglia, e com fundos da União Europeia, foi desenvolvido outro site electrónico de referência, em várias línguas, para os trabalhadores imigrantes. Navegue www.myuklink.com e experimente este novo serviço.

Diáspora é mal reconhecida O secretário de Estado das Comunidades, António Braga, lamentou a falta de reconhecimento em Portugal da importância da diáspora, reflexo de “falta de cultura política”. “Provavelmente na nossa história recente, e mais longínqua, demos muito pouca importância a estes outros portugueses que lá fora tão boa conta dão de si e que podem constituir plataformas excelentes para ajudar a internacionalização da nossa economia”, disse. António Braga destacou ainda as remessas que os emigrantes enviam e que contribuem para o equilíbrio das contas públicas.

da sua política externa. Um estado perto das comunidades é legítimo e normal. A não ser que haja restrições orçamentais completamente impeditivas, claramente que essa vai ser a aposta, aproximar os portugueses que residem no estrangeiro, fora do seu país.” E o senhor deputado acha que estão criadas as condições para um governo PSD? Com a actual líder? “Eu acho que a vitória nas europeias é o claro sinal de que o PSD tem condições para ganhar as legislativas. Eu fui um dos deputados que apoiou a líder, Manuela Ferreira Leite, deste o primeiro momento.



que irão apoiar a candidatura do meu partido. Mas como convencer as pessoas a votar? Todos sabemos de centenas de crianças de tenra idade que não estão registadas, pela ineficácia dos consulados. Já para não falar do recenseamento inexistente. Como foi possível chegarmos a uma situação destas? Uma família portuguesa não consegue registar um filho, que permanece de 7 meses a um ano sem cidadania? E muitas vezes mais! Estão ali mas não existem... São apátridas. “Em Inglaterra existe uma emigração de há longa data e uma emigração jovem. Claro que a emigração jovem significa muitos casamentos, muito planeamento familiar, o nascimento de muitas crianças e um acréscimo de trabalho no registo civil. Esta era uma área a que o consulado deveria ter estado atento – e aí o governo até teve medidas positivas – lançou um sistema integrado informatizado de registo civil, que já vinha do tempo do PSD. Mesmo assim, o

Consulado de Londres está longe de responder às necessidades de que já falei. Só que esta situação não é só de Londres, há outros países na mesma. Perfeitamente lamentável! Só que o registo civil tem a ver com uma condição fundamental – o registo dos nacionais portugueses. E essa é uma das razões pelas quais o Consulado de Portugal, obrigatoriamente, tem de merecer um investimento, porque se não o fizerem, pode criar este tipo de situações e muitas outras de grande gravidade. O Estado português não pode servir as comunidades em Paris como serve e esquecer-se das pessoas que aqui residem.” Então num governo PSD vamos ter os consulados mais perto dos portugueses? “Eu não sei se vou ser deputado ou membro do próximo governo. Mas há uma garantia que eu lhe posso dar, é que o PSD encara sempre as comunidades de uma forma clara e com uma componente estratégica do Portugal espalhado pelo Mundo, como parte

Quando se vê esta festa de 10 de Junho, é inadmissível que o Estado português dê tanta atenção à comunidade de Paris e se esqueça de Londres.

Aquilo que eu penso sobre o assunto é que os portugueses querem alguém que tenha a capacidade de lhes resolver os problemas. E está claro que o PS, e particularmente o eng. Sócrates, anuncia muito, promete muito, mas faz muito pouco. É forte com os fracos e é fraco com os fortes. Ora os portugueses já entenderam que precisam de alguém que possa ir realmente ao encontro das necessidades do país e resolver os problemas. A dra. Manuela Ferreira Leite, pela forma desinteressada, credível e pouco mediática como está na política, reúne um conjunto de condições que vai levá-la a merecer a confiança dos portugueses em Setembro. Por isso penso que a líder do partido é a mais valia do PSD para ganhar as próximas eleições.” Num país tão evoluído no sector da informática e serviços, pode entender-se os erros que se registaram nas sondagens? “Eu acho que, a partir de agora, as sondagens em Portugal deixaram de ter credibilidade. Segundo elas, nós perdíamos as eleições... Acha que foram usadas politicamente? “Eu não faço esse tipo de observações porque não tenho provas, mas agora todos os portugueses e os leitores de “As Notícias” devem tirar as suas ilações. Por vezes há uma tendência clara par nos prejudicar em termos de imagem e mediatização, mas o povo português é suficientemente inteligente para separar as coisas e isso permitiu-nos uma vitória confortável nas últimas eleições europeias. E é um sinal claro de que o seguidismo, o companheirismo, não serve m para Portugal. Nós temos de nos bater pelas nossa ideias, respeitar as ideias dos outros, e procurar com a maior das imparcialidades servir o país e os portugueses. Entrevista de JOÃO DE NORONHA

Saúde e Bem-estar

OPINIÃO

Dra. Valdeíza Costa - Psicóloga e Psicopedagoga Nesta secção procurarei esclarecer as vossas dúvidas em relação à saúde emocional, familiar e de relacionamentos interpessoais. Enviem as vossas perguntas para o e-mail [email protected] ou mob. 0796 1158 491.

Felizes os charlatães e os chocalheiros deste Mundo! Prezados compatriotas, Já alguém se apercebeu de que se zangaram as comadres e se descobriram as verdades? Na verdade, nenhum inquérito ainda se fez para averiguar qual o número de cidadãos que existem no Reino Unido, porquanto a classe dominante lhes interessa explorar e de que maneira a inscícia letárgica da maioria da Comunidade Portuguesa, radicada neste País com uma das mais antigas “Alianças” do mundo! A Aliança Luso-Britânica é somente para o inglês ver! Não tem interesse que se celebre esta efeméride histórica entre os dois Países, nem tampouco que se evoquem com eloquência a memória dos nossos antepassados e tantos outros que, da Ocidental praia lusitana, sulcaram oceanos enfrentando sempre com ousadia as intempéries dos tempos quando os Portugueses tinham o sangue azul, enquanto que esta nova geração já não tem essa fibra, pelo que muitas vezes têm que recorrer ao Viagra! Seja como for, Roma e Pavia não se fizeram num dia! Tudo requer o seu tempo, mas o diagnóstico que muitas pessoas apresentam de que para pôr uma mesa no Dia de Portugal eram necessárias 2.000. 00 libras, isto faz bradar aos mais altos céus, porque se fosse nos infernos já tinha havido pés de vento! Mesmo assim, é sempre gratificante trabalhar com pessoas que nos dão ânimo para levar avante este esmerado trabalho que foi definido na “Aliança IberoAmericana/Reino Unido”, tendo como exemplo as intervenções da Exma. Senhora Drª advogada Vitória Nabas, em que muitos de nós apreciámos o seu exímio trabalho a que se dedicou e em retribuição a presença portuguesa encontrou por bem dar-lhe o apoio de que necessitava a fim de desempenhar as funções

de que foi incumbida, não só na confecção dos “Estatutos”, como também a fazer parte dos Corpos Gerentes da Aliança Ibero-Americana, representando logo à partida a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, facultando-lhes para isso todo o nosso auxílio de que possa carecer, especialmente quando é necessário trabalhar em solidariedade e cooperação entre todos. Além disto, e a pedido de muitos dos nossos cidadãos, convinha questionar o tão pomposo Movimento Associativo que a partir dum certo período se distanciou demarcando-se do público, constituindo cada qual a sua própria paróquia do quero, mando e posso, marimbando-se para o que tinha sido consagrado ou estatuído pela Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas em 1980, embora que com andar dos anos vários Decretos-lei já tivessem sido revogados, como aconteceu com o Decreto-lei 49/96, sob a batuta do Partido Socialista, e que os outros partidos da o p o s i ç ã o , p o r f a l ta d e r e s i s t ê n c i a e d e alternativas disseram: seja feita a nossa vontade! Defendamos os nossos tachos e cantemos sempre de galo, enquanto estivermos no poleiro. No que diz respeito à imigração não nos inquietem, porque problemas já nós temos muitos em Portugal! Realmente, quando já ninguém esperava foram todos apanhados de surpresa nas eleições europeias, porque charlatães, chocalheiros, engraxadores, manhosos, caloteiros, camaleões, vira-casacas e samaritanos de fachada fazem parte todos da mesma pandilha e dos tais está o inferno cheio! Quem ousará defendê-los? É tempo de acção! Saudações Lusíadas, F. Gonçalves da Silva Portuguese Action Group

COLABORAÇÃO DOS LEITORES As páginas do nosso jornal estão abertas à colaboração dos leitores, que nos podem enviar artigos que achem que podem contribuir para informação ou esclarecimento de todos os que nos lêem, embora a direcção do jornal se reserve o direito de publicar, ou não, os artigos enviados. Escreva para [email protected] PUB.

O papel do pai na educação dos filhos Pergunta. Minha esposa está grávida e estou ansioso para ser pai. Gostava de ser um bom Pai, não daqueles tradicionais que delegam à mãe o papel da educação dos filhos, mas um papel actuante e ter uma relação próxima e íntima com meu primeiro filho. Como isso é possível?

N

a sociedade ocidental industrializada, com a entrada da mulher no mundo do trabalho e sua consequente emancipação alteraram a composição e funcionamento das famílias bem como o papel do PAI que até então centrava-se no modelo patriarcal que se manifestava no controlo e na autoridade no interior da família e reservava à mãe a gestão e o trabalho doméstico bem como o tratamento e educação das crianças, actividades consideradas “inferiores”. Actualmente, com as mudanças sociais e consequente reconfiguração familiar, os novos pais, além de começarem a partilhar as tarefas domésticas também assumiram um outro papel em relação aos filhos: dão o biberão, mudam as fraldas, dão-lhes banho, passeiam e brincam com os filhos, etc., Mais tarde tornam-se amigos dos filhos e muitas vezes, seus confidentes. Estudos confirmam que a forma como o pai pega no bebé, o modo como brinca e interage com eles, distinguem-se dos da mãe e isso contribui para o desenvolvimento psicológico da criança. Estes estudos também revelam que dentre as inúmeras necessidades humanas, as de afecto e segurança têm prioridade. Quando elas são satisfeitas, temos garantias eficazes para o crescimento do ser humano. Se, pelo contrário, houver frustrações, haverá desajustes mais ou menos graves. A criança necessita de amor e os Pais estão preparados para dar isso a elas. O papel do Pai nos primeiros três meses é indirecto, porém muito importante para que a mãe proporcione segurança ao bebé. Durante as primeiras semanas, quando a mãe e o bebé estão lutando para se conhecer, para se adaptarem um ao outro, a atitude do pai pode ser de grande ajuda. Como? Participando de algumas das ansiedades da mãe, ele poderá lhe dar o apoio de que ela talvez esteja precisando para enfrentar uma situação difícil que é adaptar-se ao seu novo papel, o de Mãe, ajudando-a a ver as coisas com mais clareza e participar dos cuidados do bebé que, ao princípio são constantes e desgastantes para a mãe. Este envolvimento garantirá o estabelecimento de uma relação mais próxima entre Pai e filho. Voltando à questão da importância da expressão de afecto, pode-se dizer que o pai que ama os filhos não é somente aquele que manda, mas aquele de quem a criança tem orgulho e com quem quer se parecer. Essa admiração é o elemento de masculinidade que o pai transmite. Estar com o pai significará não somente poder separar-se da mãe, mas também encontrar uma fonte de identificação masculina, imprescindível tanto para a rapariga quanto para o rapaz. E lembre-se, ser Pai não é duplicar a figura da mãe, é acrescentar uma nova dimensão à vida da criança já que os filhos que desfrutam da presença de um pai activo demonstram um melhor desenvolvimento emocional e cognitivo (inteligência).

Esta quinzena foi fértil em eventos e notícias e, por isso, falarei um pouco sobre o que me pareceu mais importante registar. Em primeiro lugar falo do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, realizado em Londres e que se revestiu de vários factores positivos e alguns, apesar de poucos, negativos. Na globalidade foi uma festa muito bem organizada, com a assinatura bem vincada do Domingos Cabeças. O segundo factor a registar foram as mais de 40 mil pessoas (eu arriscaria mesmo cerca de 50 mil), que às 4 da tarde enchiam quase por completo o recinto da festa. Aquela massa de gente interpreta bem a mobilização dos portugueses, quando lhes é dado aquilo que procuram. Não vou falar na defesa da cultura, da língua e das tradições portuguesas, já que elas estiveram bem vincadas na presença de todos ali presentes. Vou sim falar na generosidade do povo português em continuar a dar a esta festa o destaque, que a torna, há muitos anos, a única que consegue juntar uma multidão maioritariamente portuguesa, vindas um pouco de toda a parte, em autocarros, viaturas, a pé, de comboio, eu sei lá. Depois a forma ordeira e cívica como tudo decorreu, independente dos muitos que

“com o grão na asa” se passeavam e extravasavam a sua boa disposição. Tenho contudo pena que, apesar da grande união daquele “povão” à volta da bandeira nacional, não encontrámos todos os líderes e intervenientes presentes e passados de festas e eventos que vão marcando, ano após ano, as actividades da comunidade portuguesa no Reino Unido. Há pessoas e instituições que, durante o ano, lutam com mesma alma por um ideal português e não estavam lá. Apenas porque pensam diferente. Porque apenas se opõem à presente liderança. Porque apenas não comem do mesmo “prato”. A sua falta foi notada e não foi bonita. Por outro lado, notámos o tratamento com a imprensa. Esta foi importante para divulgar o evento e chamar muita daquela gente anónima, que enfeitou e compôs o êxito total da festa, mas rápido perdeu o estatuto e importância, assim que se atingiu o fim proposto – o tal êxito. Houve com a imprensa, falsas promessas e compromissos falhados. Houve com a imprensa falta de coro e incapacidade de lhe agradecer, como parte integrante do espectáculo. Fomos chamados à zona VIP e levados pela mão de um dos organizadores, para logo outro nos dizer que não somos bem vindos. Mau

demais para ser verdade. Quanto a mim, os organizadores do espectáculo e da festa em si, estiveram muito bem e merecem o nosso louvor e destaque. Os dos bastidores, pelos argumentos apresentados, terão de rever os pressupostos e as atitudes. O Dia de Portugal, tem de ser o Dia de todos os portugueses e quem o organiza tem de estar acima de qualquer querela, rivalidade ou ideologia. È tempo que o nome de Portugal não seja utilizado para promover interesses, mas sim para congregar os portugueses, sejam eles quem forem, em volta do mesmo ideal – o respeito à Bandeira. Esteve cá o Presidente da República de Portugal, dr. Cavaco Silva. Mas soube a pouco. Esteve com os jornalistas, exactamente 9 minutos e 47 segundos. Quando deveria ter estado 15 minutos. Mas nós temos de nos habituar que os políticos portugueses vêm ao Reino Unido, apenas interessados em falar de assuntos de Portugal. A emigração continua a ser uma avenida periférica. Teria sido uma oportunidade única para ouvir um amigo da emigração. No entanto no Reino Unido, os portugueses tardam em encontrar “amigos” importantes, que possam ajudar a mudar o nosso destino. Fica, então, para a próxima. PUB.

Related Documents