Portuguese Tribune Jan 15

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  • Pages: 32
QUINZENÁRIO INDEPENDENTE AO SERVIÇO DAS COMUNIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA

2 a Quinzena de Janeiro de 2009 Ano XXIX - No. 1055 Modesto, California $1.50 / $40.00 Anual

MUSICA

Pág. 15

Ramana Vieira no Gallo Ramana Vieira vem cantar ao Gallo Center for the Arts em Modesto, no dia 7 de Fevereiro. Esta cantora tem abrilhantado o Dia de Portugal e é muito conhecida na Área Ramana Vieira da Baía. Os amantes do fado e da boa musica portuguesa terão agora uma boa oportunidade para conhecerem melhor esta artista. O Gallo Center está a fazer todos os esforços para trazer grandes artistas portugueses a California. É preciso também que nós os apoiemos.

FRATERNALISMO

Pág 13

Maria Cabral Fraternalista do Ano A União Portuguesa do Estado da California UPEC, escolheu como Fraternalista do Ano de 2008, a muita conhecida industrial Maria D. Cabral. A homenagem terá lugar em Fremont Elk Lodge, em Fremont, no dia 7 de Fevereiro de 2009 durante um almoço a realizar as 11:30 am. Tribuna Portuguesa felicita Maria Cabral.

CULTURA

Pág. 14,23,25

Carnaval na Rua

Depois das Festas ao Divino Espírito Santo, o Carnaval é a tradição mais famosa entre a nossa comunidade. Já no fim de semana passado, a Banda de San José apresentou-se no seu Salão com uma Dança de Espada “O Amor em Caderno”, de Daniel Arruda; um Bailhinho das Senhoras “Conselhos de Cabelos Brancos” de Helio Costa; um Bailhinho dos Senhores “Ilha Terceira vem a California” de Daniel Arruda.

POLITICA

Alzira Silva

Alzira Silva, vai deixar de ser Directora Regional das Comunidades a partir do dia 30 de Janeiro corrente. Alzira Silva, tal como Diniz Borges explica nas suas Reflexões, fez um trabalho digno de louvor e queremos crer que a sua substituição só é devida a querer descansar depois de oito anos de vida política activa. Rita Dias, natural do Faial, 35 anos, licenciada em Ciencias Politicas, é a nova Directora Regional das Comunidades e visitará a California ainda este mes.

Presidente Obama Nunca na história da America houve tantas expectativas quanto ao trabalho que este jovem Presidente terá pela frente [email protected] • www.portuguesetribune.com • www.tribunaportuguesa.com

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SEGUNDA PÁGINA

15 de Janeiro de 2009

Padres Portugueses na California

EDITORIAL

Novo Ano Nova cara

C

omo já notaram, este vosso e nosso jornal está um pouco diferente. Vamos entrar em 2009 com uma nova cara, gráficamente falando. Aos poucos e poucos iremos fazer deste jornal uma peça de arte gráfica que ainda mais nos orgulhemos. A caminho dos 30 anos de existencia, é bom que nos modernizemos, que possamos mostrar as nossas tradições de diferentes maneiras, mostrar as actividades da nossa comunidade com outra “música” visual. Esta é a nossa promessa para 2009. Este ano vai ser um ano do Cabo das Tormentas, como muito bem disse José Sócrates em Portugal. Aqui, ali e em todo o mundo, estamos a sofrer as consequencias de más decisões, falta de honestidade, falta de liderança e de visão. Os homens continuam a ser “mauzinhos”, querendo enganar meio mundo por mais uns dolares ou euros. A justiça continua a dar-nos sinais preocupantes. Um homem em New York desfaz-se de 50 biliões que não são seus e em vez de estar na cadeia, está preso na sua casa de 7 milhões em pleno centro da cidade. Como é que querem que acreditemos nos juízes que decidem estas coisas. Estes tempos de grandes dificuldades são também tempos das grandes oportunidades, das grandes “limpezas” de metalidade, do aparecimento de novos líderes, mais inteligentes, mais conhecedores do mundo global em que vivemos hoje. Um agradecimento muito especial aos nossos patrocinadores e a todos vós que compram produtos dos nossos anunciantes. Temos recebido boas notícias deles. Obrigado pelos vossos cartões, telefonemas e emails de Boas Festas. jose avila

Por curiosidade, solicitámos ao nosso amigo Padre Joe Ferreira uma lista de todos os padres portugueses residentes na California. Foi com surpresa que verificámos a existencia de 30 padres, alguns já reformados. Aqui fica os nomes deles e lugar onde residem ou trabalham: Daniel Avila Los Banos Valente Azevedo Turlock Mario Borges Castro Valley Tony Chacko Tracy Myron Cota, Msgr Fresno David Dutra Turlock Joe Ferreira - reformado Oakland Harvey Fonseca Livingston Hugo França El Cerrito

John Lima - reformado Pleasanton

Manuel Sousa Turlock

Raul Marta Tulare

Leonard Trindade Gustine

Walter Minhoto, Msgr Fresno

Domingos Jaques - reformado Fremont

Antonio Neves Sun City

William Marshall - reformado Alameda

Alexandre Pacheco Linden

Charles Macedo - reformado Cupertino

Luis Proença, professor Los Angeles

Mark Amaral Pleasanton

Antonio Reis San Jose

Roberto Mendonça Livermore

Ivo Rocha, Msgr Tracy

Roberto Barcelos Los Angeles

Antonio Santos Sacramento Hilary Silva Hilmar

Quem diria que havia tantos padres portugueses na California.

Eduino Silveira Redding Manuel Simas, Msgr Fremont Manuel Soares - reformado San Juan Bautista

Year XXIX, Number 1055, January 15, 2009

COLABORAÇÃO

Tribuna da Saudade

Ferreira Moreno

E

m conformidade com a Encyclopedia Britannica (Volume 9), o fogo é um tópico tão familiar que não necessita de qualquer definição. A sua extraordinária utilidade e bem assim o seu inerente perigo, impressionam praticamente toda a gente desde a infância. De entre as descobertas e invenções feitas pelo homem, destacam-se a fala, a escrita e a agricultura, como sendo aquelas que têm produzido resultados comparáveis à descoberta em fazer e usar o tipo de combustão comumente conhecido com o nome de fogo, cujos vestígios remontam aos tempos paleolíticos. Embora não exista o verdadeiro conhecimento, quer do uso original do fogo, quer da descoberta em acender o lume, temos amostras desses factos através de lendas, usos e costumes dos povos

primitivos e ainda de tantas outras cerimónias religiosas. Uma das mais importantes conclusões centra-se no facto de que o fogo foi utilizado muito antes de ser produzido artificialmente. É certo que o culto do fogo há desaparecido largamente nos nossos dias, mas o seu simbolismo perdura ainda hoje. Apesar de todos os benefícios derivados do fogo, a simples menção da palavra FOGO constitui uma das mais pavorosas expressões em qualquer idioma, visto que o fogo é tão perigoso quão útil. A propósito, adverte um ditado muito antigo: O fogo e a água são maus amos e bons criados. Um dos primeiros resultados da descoberta original na arte do uso do fogo corresponde ao incremento na disponibilidade em arrecadar a comida através da culinária, cozinhando muitos produtos previamente incomes-

Fogo - Histórias & Quadras tíveis e indigestos, defumando ainda outros, preservando assim comida que, doutra forma, se perderia. Seria fastidioso enumerar aqui as referências bíblicas àcerca do fogo. Por ora, apontarei apenas os episódios narrados nos Livros do Génesis e do Êxodo, quando Javé fez chover fogo sobre Sodoma e Gomorra; quando o anjo de Javé apareceu a Moisés numa chama de fogo do meio duma sarça; e quando Javé à noite guiava os israelitas com uma coluna de fogo. No Segundo Livro dos Reis lê-se: “E enquanto Elias e Eliseu iam andando e conversando, apareceu um carro de fogo com cavalos de fogo, que os separou um do outro. E Elias subiu ao céu num redemoinho”. S. Lucas, nos Actos dos Apóstolos, descreveu a descida do Espírito Santo na forma de línguas de fogo. Na Liturgia, é sobremaneira

visível a presença do fogo nas cerimónias da vigília pascal, como símbolo de Cristo Ressuscitado. Antecedendo o Cristianismo, era já costume acender fogueiras nos cimos dos montes e montanhas, anunciando o fim do inverno e o começo da primavera. As tradicionais fogueiras de São João, de origem pré-cristã, servem hoje apenas como divertimento, mas antigamente eram organizadas com o intuito de aliviar, curar e imunizar o povo contra doenças, bruxedos e demais perigos. José Henrique Borges Martins (Crenças Populares da Ilha Terceira, Volume II), escreveu: “Cuspir no lume seca a pessoa, visto que o lume saiu da boca dum anjo. Quem dá lume a outro é mau agouro. Quando o leite levanta fervura e se entorna sobre o lume, seca o úbere da vaca que o deu. P’ra evitar o mal deve-se deitar sal no lume”. Igualmente, “não se deve ter o lume aceso quando se vela um defunto, porque aflige-lhe a alma. A cera que alumia um defunto devese deixar arder até ao fim, senão desgasta quem a acendeu. Quem queima o retrato duma pessoa, prejudica-lhe a saúde. Quando o lume da lenha crepita, anuncia vento. P’ra impedi-lo, cospe-selhe em cima e diz-se três vezes: Cala a boca mentiroso. Se o lume pega no fundo dum tacho ou na ferrugem duma panela, adivinha chuva”.

Dentro em meu peito sinto Um fogo abrasador; Se não é amor que sinto, Não sei o que seja, amor. Amei-te desde criança, Em mim um fogo acendeste, Inda te hei-de ir buscar Ao jardim onde nasceste. Dentro em meu peito tenho Uma vela com dois lumes; Quem namora às escondidas, Paga renda dos ciúmes. O cartão, que já foi brasa, Com pouco lume se acende; O amor, que já foi d’alma, Com poucas falas se prende. Pode o fogo regelar-se E as ondas do mar arder, Mas eu deixar de querer-te Lá isso não pode ser. Com o fogo não se brinca, É muito certo o ditado; Fui brincar c’os teus olhos, Senti-me logo queimado. O amor ateia o lume, Não assopreis mais a chama; Não há amor sem ciúme, Desgraçado de quem ama. A saudade é com certeza O final de quem amou, Pois apenas fica a cinza, Quando o fogo se apagou.

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COLABORAÇÃO

15 de Janeiro de 2009

Da Música e dos Sons

Traços do Quotidiano

Nelson Ponta-Garça

Margarida da Silva

[email protected]

[email protected]

Contacto California

O

Programa Magazine Contacto California habitualmente incorpora o segmento “Minuto do Tribuna Portuguesa”. No próximo programa, que será visto quando muitos de vós receberem este jornal no Sábado, dia 17 de Janeiro, poderá ainda conhecer a história do casal Maria e Natalino Nunes, floristas em Watsonville, o Festival de Folclore em Artesia, a primeira parte da Festa de Nossa Senhora de Fátima de Watsonville e o Boletim da Califórnia. Se por qualquer razão não vir o programa na televisão, pode velo no computador em www.tribunaportuguesa.com Aqui ficam fotos de alguns artistas da Califórnia.

A

cabei de ler um fascinante livro, “GOLDA”, da escritora Elinor Burkett,uma biografia de Golda Meir, fundadora do estado de Israel, Ministra dos Negócios Estrangeiros de 1956 a 1966 e a sua Primeira Ministra entre 17 de Março, 1969, e 3 de Junho, 1974. Golda Meir era conhecida como “Mulher de Ferro” ou, o que eu chamo, uma “Mulher d’Armas” na verdadeira acepção da palavra. Apesar de sempre ter admirado Golda Meir, enquanto ela esteve no governo, na altura, eu não ligava tanto à política como o tenho feito nos últimos anos. Admiro imenso as mulheres que, contra os maiores obstáculos especialmente, enfrentando o sexismo e o racismo , se dedicam de alma e coração ao serviço dos indefesos e desprotegidos e a defender os seus princípios políticos e morais. Golda Mabovitch nasceu no dia 3 de Maio de 1898, em Kiev, antigo Império Rússo, agora Ucrania. Devido a más condições económicas ela emigrou com a sua família para Milwaukee, Wisconsin, em 1906. No ano 1915, enquanto frequentava o Teachers Training College, em Milwaukee, de onde recebeu o diploma de professora, Golda ingressou no Partido Trabalhista Sionista cujo grande objectivo seria a formação do Estado de Israel na Palestina que, muitos julgavam, ser uma terra onde corria o leite e o mel. Tel Aviv seria a primeira cidade judaica a ser construída em dois mil anos. Golda contraiu matrimónio com Morris Meyerson em 1917. Mais tarde, ela passou a usar o sobrenome de Meir. O casal teve dois filhos, Sarah e Menachem. No dia 22 de Maio, 1921, Golda, Morris e mais 17 pioneiros embarcaram no SS Pocahontas em New York rumo a Nápoles, Itália. Devido ao motim da tripulação, e à avaria nos motores, o Pocahontas teve que parar em Boston durante nove dias para reparações. No entanto a viagem continuou com muitos problemas. No meio do Atlântico as caldeiras de vapor e o sistema frigorífico falharam e a casa das máquinas inundou. Quando o navio chegou a Ponta Delgada, Açores, já não era navegável. Após as devidas reparações, o Pocahontas fez-se ao mar e ao fim de uma semana chegou a Nápoles. Quando depois de 53 dias da partida de New York, Golda e os seus companheiros chegaram finalmente a Tel Aviv , estavam todos exaustos e desmoralizados. Tel Aviv que havia sido fundada em 1909 por um grupo de 60 famílias judaicas, infelizmente, não era a cidade mágica que muitos haviam sonhado. Era uma fronteira poeirenta com poucas ruas pavimentadas, sem central eléctrica e com pouco emprego.

Golda Meier Após algum tempo em Tel Aviv, Golda e Morris foram residir para o Kibbutz Merhavya no Vale de Jezreel. Em 1928 Golda foi eleita secretária do Concelho Trabalhista da Mulher e, como tal, foi emissária nos Estados Unidos entre 1932/1934. Quando regressou a Israel, Golda ingressou no Comité de Histadrut

como cabeça do Departamento Político. Em Junho de 1946 quando os ingleses impresionaram a maioria dos membros seniores do Movimento Sionista da Palestina, Golda foi a principal negociadora das conversações entre os judeus e as autoridades britânicas. Esta região do Médio Oriente, que incluía o território do presente Israel e o West Bank, estava na altura, sob a administração britânica e com uma grande população árabe. Infelizmente, os ingleses ao dividirem aquela região, foram directamente culpados pelas tristes consequências que ainda hoje continuam a vitimar árabes e judeus.

N

o dia 29 de Novembro, 1947, os árabes rejeitaram a Resolução 181 das Nações Unidas, cujo objectivo seria a criação de um Estado Árabe com 42% do território e um Estado Israelita com 56% . Volvidos que são mais de 60 anos, essa questão continua por resolver. Em Janeiro 1948, a Agência Judaica julgava que jamais seria possível angariar mais do que 7 a 8 milhões de dólares da comunidade judaica americana. Golda veio à América e conseguiu persuadir os seus conterrâneos a contribuir 50 milhões que foram usados para a compra de armas na Europa para a jovem nação. No dia que terminou o Mandato Britânico, 14 de Maio, 1948, foi oficialmente anunciado o novo estado judaico com o nome de Estado de Israel que foi estabelecido em território que antigamente era designado como os reinos de Israel, Judeia e Judá. Golda Meir foi um dos 24 signatários, incluindo outra mulher, da Declaração da Independência de Israel. Na altura, Golda afirmou: “Chorei após ter assinado a declaração, pois lembrei-me da

Declaração da Independência dos Estados Unidos que havia aprendido na escola.” É interessante notar que, 11 minutos logo após a assinatura da declaração, o Presidente Truman reconheceu oficialmente o Estado de Israel. Os outros primeiros países que o reconheceram foram: Irão, Guatemala, Islândia, Nicarágua, Romania e Uruguay. No dia seguinte, 15 de Maio, 1948, Egipto, Síria, Transjordândia e Iraque atacaram Israel, o que ficou a ser conhecida com a Guerra da Independência e que terminou no dia 24 de Julho do mesmo ano. Golda Meir teve sempre um grande papel no governo Israelita desde a sua fundação. Tanto na Guerra dos Seis Dias, em 1967, como na Guerra Yom Kippur, em 1973, ela foi muito arrojada nas suas decisões. Golda informou os seus colegas que estava preparada para morrer, não receava a morte, mas jamais se renderia se Israel saísse derrotado. Nas negociações com os vizinhos árabes em que os Estados Unidos tiveram preponderante papel, especialmente o Presidente Nixon e o Secretário de Estado Henry Kissinger. Golda detestava Nixon e desconfiava da sua neutralidade, pois ela sabia que o governo de Nixon queria manter boas relações com a Rússia e o outros paises do Médio Oriente, e isso poderia comprometer a estabilidade política de Israel. Desejo anotar que, durante a Guerra Yom Kippur, Portugal foi o único país europeu a deixar aterrar os aviões americanos nas bases portuguesas. Os aviões que transportavam armamento da América para Israel, precisavam de ser reabastecidos, devido à longa viagem. A Base das Lajes, Terceira, foi usada para esse fim. Segundo alguns peritos, se não fosse a cooperação do Governo Português, o desfecho dessa guerra teria sido mais pesado para Israel. Segundo a escritora Elinor Burkett, ao contrário do que muitos pensam, Moshe Dayan não foi o herói da Guerra Yom Kippur. Golda Meir é que foi a sua a sua grande heroína. Após uma longa e penosa vida política e devido ao seu débil estado de saúde, Golda Meir resignou em 1974 a favor de Yitzhak Rabin. Golda Meir faleceu em Jerusalém no dia 8 de Dezembro, 1978, e foi a enterrar no Mount Herzl daquela cidade. Talvez não erro ao afirmar que, muitas das mulheres que decidiram enveredar pelo caminho da política, tiveram como modelo uma grande “LÍDER”, GOLDA MEIR.

COLABORAÇÃO

Muito Bons Somos Nós

Joel Neto [email protected]



Fazer.” Penso que é esse o verbo que me desliga em definitivo o cérebro sempre que me sento a uma mesa e dou por mim no meio de um colóquio sobre esse novo mecanismo de distinção social a que se chama “as viagens”. Diz um: “Ficámos uns dias em Porto de Galinhas, só para desestressar, e depois fizemos a costa toda até Salvador.” Diz outro: “Ah, mas o que eu gostava era de fazer o Sudeste Asiático: ir de Bali a Kuala Lumpur e depois dar um salto a Singapura para fazer as ruas de arranha-céus.” E volta o primeiro: “Já fiz. Agora estou a pensar fazer Vietname, Laos e Cambodja, onde as pessoas nunca viram um branco.” Resposta inevitável: “Nã… Eu gosto é de cidades. Desde que fiz Nova Iorque que nunca mais me interessei nem por florestas nem por praia.” Contraataque infalível: “Nova Iorque? Isso já eu fiz há muito tempo…” É uma nova conotação para o verbo “fazer”: a de “visitar”, “percorrer”, ou mesmo “calcorrear”. E, no entanto, é ainda a sua conotação original também. Para muitos destes jovens urbanos amantes “das viagens”, na verdade, muitos lugares só existem depois da sua visita. Eles visitam um lugar e é verdadeiramente como se enfim o “fizessem”, o concretizassem – e isto independentemente dos séculos e dos milénios, das pessoas e das gerações, das tradições e das revoluções e das novas

tradições que naquele lugar se sucederam ao longo da História. A ideia de que os locais “nunca viram um branco”, naturalmente, é uma espécie de cereja no topo do bolo. É por isso que os mais requintados preferem às vezes o verbo “explorar”, como se efectivamente fossem exploradores à maneira de Livingstone ou navegadores que, como Colombo ou Vasco da Gama, tivessem descoberto um Novo Mundo (ou, vá lá, o caminho aéreo para ele). Mesmo assim, não é comum: o mais normal é ouvir falar de “fazer”. E é sempre aí que eu desligo. Neste pé anda a urbanidade e a sua ideia de evasão. Lemos uma revista de viagens e aqui vai disto: tenho de fazer a Patagónia – tirando este jornalista, nunca deve ter passado por ali um branco. Conheço uma rapariga que foi a Marraquexe, à Praia de Pipa e a Nova Iorque (sempre Nova Iorque) e que, quando me descreve uma tarde bem passada, acaba sempre com a frase: “E depois ficámos ali, a falar das minhas viagens...” Outra, que comprou um time-sharing rotativo e passa a vida de Bali para Cancún e de Cancún para Punta Cana a tirar ao marido fotografias em que raramente aparecem os pés deste mas nunca falham as paisagens e os pobrezinhos atrás, ouve-me protestar contra o excesso de trabalho e a depressão de Lisboa no Inverno e ataca de imediato: “Claro, tu não viajas…” Já pensei

Eu gosto é do Verão «Para estes jovens urbanos amantes “das viagens”, os lugares só existem depois da sua visita. Eles visitam um lugar e é verdadeiramente como se enfim o “fizessem”, o concretizassem – e isto independentemente das tradições e das revoluções e das novas tradições que naquele lugar se sucederam. propor-lhe que comparássemos passaportes, mas o facto é que eu perdia: ela faz colecção de carimbos – e, aliás, faz colecção de passaportes também (vai renovar documentos e finge que perde os antigos só para poder guardá-los, cheios de carimbos, na gaveta da cómoda). Além do que ela tem razão: eu hoje em dia já não gosto de viajar – gosto de voltar aos lugares onde fui feliz (Mindelo, Parati, Saint Louis, Bergen, Prainha do Pico) e de ir-me embora prometendo voltar outra vez. Ou talvez goste de viajar – mas seguramente não de “fazer”. Por isso me encantou, no outro dia, falar “de viagens” com a Cláudia. A Cláudia é directora financeira de uma empresa, portanto uma yuppie pura e dura – e normalmente, como se sabe, não há pior viajante do que um yuppie, insaciável e violento, libertando o stress num estertor de fúria até partir uma perna a fazer esqui numa pista preta, ser internado em Banguecoque com uma overdose de ópio ou voltar para casa numa caixa de alumínio após um acidente de alpinismo nos Himalaias. Mas a Cláudia é especial. Nasceu numa terra pequena, que nunca renegou – e, aliás, percebe que há mais muito mais mundo do aquele que alguma vez conseguirá sequer saber que existe. Nunca à minha frente, e em tratando-se “de viagens”,

Pergunte a Judite

Judite Teixeira [email protected]

V

ocê sabe que a Estimativa de Reforma (Retirement Estimator) que está na internet do Seguro Social (www. socialsecurity.gov) foi avaliada como a melhor do Governo? Porque não visitar, www.socialsecurity.gov, Retirement Estimator, para ver quanto vai receber ou quando quer reformar-se. Pode ver a diferença entre as idades da reforma e a quantia da sua reforma. Entre os dias 15 de Novembro e 31 de Dezembro 2008, pode aplicar para o Medicare Parte D que ajuda a pagar os seus medicamentos. Para mais informação, contacte o Medicare: 1-800-Medicare ou pela internet, www.medicare.gov. Em 2009, todos vão receber um aumento de 5.8 % na sua pensão do seguro social. O aumento vai afectar mais de 50 milhões de beneficiarios do seguro social e 7 milhões de beneficiários do Seguro Suplemental (SSI) em Janeiro 2009. É o maior aumento do seguro social desde 1982. A

méxima conta de taxas para 2009 é $106,800. Você vai continuar a pagar 6.2 % para empregados ou 12.4 % para quem trabalha por conta propria. Em 2009, ganha-se um “quarter” por cada $1,090.00 que se ganha no salário. Cada empregado pode ganhar até 4 quarters por ano. A estimativa para a reforma em 2009 é $1,153.00 por mês. Quem recebe os beneficios de Medicare deve visitar, www.medicare. gov para nova informação sobre o Medicare. Entre os dias 1 de Janeiro e 31 de Março, 2009, pode aplicar para o Medicare Parte B sem ser penalizado. Se esperar para depois do dia 31 de Março, vai ter que esperar para 2010 para aplicar por o Medicare Parte B. Medicare tem 4 partes: Parte A ajuda pagar o hospital, Parte B ajuda a pagar os serviços do médico, Parte C Advantage é um serviço em certas áreas (quem tem Parte A e Parte B pode receber todos os seus serviços do Medicare por meio duma organização debaixo da parte C - como o Kaiser), e Parte D ajuda pagar os seus medicamentos.

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Pode aprender mais sobre o Medicare em www.socialsecurity. gov/pubs/10043.html ou www. medicare.gov ou telefonando para 1-800-633-4227. É possíivel receber o Seguro Suplemental (SSI) e ter uma casa própia? Sim, um pessoa que é dono duma casa em que vive pode qualificar para o SSI. Vamos contar o valor do segundo carro, o valor dos seguros de vida, a quantia de contas bancárias, dinheiro em casa, porque um individuo não pode ter mais de $2,000.00 em valor ou um casal $3000.00.

utilizou o verbo “fazer”. Diz ela que, sempre que visita um novo lugar, a sua maior preocupação é aprender uma receita local. O pai é cozinheiro de restaurante – e, quando Cláudia regressa a casa, esforça-se por reconstituir o prato escolhido, de forma a que o pai possa viajar com ela. É isso: o que eu quero da minha próxima viagem é que o meu pai

viaje comigo. Não dá para meter estilo durante um gin tónico em frente ao Tejo, mas ao menos não vou com a obrigação de “fazer” nada. Sinceramente: a última coisa que eu quero, em férias, é fazer o que quer que seja.

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COMUNIDADE

Falecimento Fernando Bernardo Silva 22 de Janeiro de 1925-14 de Dezembro de 2008 Faleceu no dia 14 de Dezembro pelas 17 horas e vinte cinco minutos da tarde, o Sr. Fernando Bernardo Silva com a idade de 83 anos. Era natural da freguesia do Norte Grande, Ilha de São Jorge, Açores, e residente na área de Oakdale desde 1966. Ele foi precedido na sua morte pelos seus pais, o Sr. António Bernardo da Silva e a Sra. Maria Ascenção Custodia, e pelo seu único irmão, o Sr. Vicente Bernardo Silva. Deixa lamentando a sua falta, a sua esposa, de há quase 58 anos, a Sra. Teresinha das Neves Silva e quatro filhos: o Professor Doutor Duarte Silva, de Menlo Park; a Bancária Sra. Germana Silva Suderman e o seu marido Craig de Wilton; o Advogado Dr. Fred Silva e sua esposa Anne de Modesto; e a Professora Albertina Silva Costa e o seu marido, Professor Doutor, Elmano Costa de Turlock. Também deixa eterna saudade a três netos: Os jovens, Paulo e Daniel Costa de Turlock, a menina Clara Silva de Modesto, dois sobrinhos e uma cunhada nos Açores, a Sra. Rosa dos Santos Silva. Ainda na Califórnia deixa quatro cunhadas: a Sra. Isabel Azevedo de Oakdale, a Sra. Mary Silveira e o seu marido Joe, a Sr. Germana Rocha, a Sra. Albertina Rocha e o seu marido, John, todos de Fresno, e vários afilhados, sobrinhos e sobrinhas tanto na Califórnia como em outras partes do Estados Unidos. Todos os serviços religiosos em sufrágio da alma do Senhor Fernando Bernardo Silva tomaram lugar na igreja católica de Saint Mary’s, em Oakdale nos dias 19 e 20 de Dezembro e o seu corpo foi sepultado no Oakdale Citizens Cemetery. O Sr. Fernando Bernado Silva dedicou quase toda a sua vida à agropecuária, especialmente à industria de lactícinios, no Vale Central da Califórnia. Transmitiu a sua experiência e a sua afinidade por este tipo de negocio aos seus quatro filhos, mas ao memo tempo apoiou-os e inspirou-os para que eles atingissem cursos superiores e completassem as suas carreira profissionais. Nos anos da sua reforma visitava a sua terra natal todos os verãos e dedicava a maioria do seu tempo disponível a leitura. Era um grande admirador dos poetas populares e das oportunidades que a literatura oferece ao leitor para abordar novas ideias e conhecer mundos distantes. Lembranças em honra da memória do Sr. Fernando B. Silva podem ser feitas as seguintes organizações: Aldeia da Paz Orfanato, Caixa Postal 25, Pirenópolis, Goiás, Brasil; Gallo Center for the Arts, 1000 I Street, Modesto, 95354; Portuguese Education Foundation of Central California, P.O. 2839, Turlock, CA 95381; ou Paróquia de Nossa Senhora das Neves, Norte Grande 9800, Velas, São Jorge, Açores.

15 de Janeiro de 2009

Coisas & Loisas www.hulu.com

- quem gosta de ver séries americanas recentes, filmes antigos, comedia, futebol americano e tantas outras coisas pode agora ver tudo isto no conforto do seu computador, gratuitamente e em alta definição. Vale a pena uma visita.

Cristovão de Aguiar publicou novo livro

- quem aprecia este grande escritor açoriano não pode perder a oportunidade de comprar o seu novo livro “Cães letrados”. Cristovão de Aguiar recebeu já vários prémios - Ricardo Malheiros da Academia de Ciencias de Lisboa pela “Raiz Comovida”; Grande Premio da Literatura Biografica APE pela “Relação de Bordo”; Premio Nacional Miguel Torga pelo livro “Transfega”. Foi agraciado em 2001 pelo Presidente da Republica com a Ordem do Infante D. Henrique. A não perder.

Cristovão Colombo é portugues - o investigador portugues

Manuel Rosa, autor de “O Misterio de Colombo revelado”, num colóquio realizado em Cuba, no Alentejo, defendeu que Cristovão Colombo era portugues de alta estirpe, por isso teve acesso aos Reis Católicos de Espanha.

Pedir é facil - precisa-se de uma cozinha nova numa sociedade das nossas

Ilhas - solução: um telefonema para a California e já está. Uma mão cheia de gente reune-se, fazem um bailarico, arrematações e mandam 30 ou 40 mil dólares para as Ilhas. Entretanto, a mesma freguesia dá 3 touradas a corda, contrata cantores pimbas a bom preço e a vida continua, como se nada fosse. Não será altura de dizer: ALTO lá e pára o Baile. Porque é que os nossos amigos das Ilhas não inventam maneiras de fazer dinheiro como nós fazemos aqui. Na California temos também necessidades sociais, que precisam de ajuda.

Os Açores no bom caminho

- Renováveis garantiram 27 por cento da electricidade produzida nos Açores até Setembro “Cerca de 27 por centro da electricidade produzida nos primeiros nove meses deste ano pela eléctrica açoriana, EDA, resultou do aproveitamento de fontes renováveis. Entre Janeiro e Setembro, a geotermia assegurou 21,5 por cento da produção eléctrica regional, preenchendo as mini-hídricas e os parques eólicos quotas de 3,2 e dois por cento, respectivamente. O Governo dos Açores encara como prioridade no domínio energético a intensificação da exploração dos recursos endógenos, apostado, nomeadamente, na exploração da geotermia na ilha Terceira e na implantação de parques eólicos em várias ilhas”. Boas notícias das Ilhas.

Portugueses em maus lençois - quando se le na imprensa nacional americana a história de quatro portugueses envolvidos em falcatruas de distribuição de leite nas fábricas, sentimos um desconforto total na nossa comunidade, muito em especial na comunidade do Vale Central, muita dela envolvida em lacticínios. Como é possível estas coisas acontecerem?

COLABORAÇÃO

Rasgos d’Alma

Luciano Cardoso

7

Dias Melhores

[email protected]

N

ada como um refrescante cheirinho a Ano Novo para nos reaguçar a reciclada ilusão de que, efectivamente, tudo poderá vir a ser melhor. Dias melhores, em todo o mundo, fazem inquestionàvelmente parte dos votos felizes que se trocam universalmente no arranque de cada Janeiro. “Antes de melhorar, porem, a situação ainda vai ter que piorar.” Perspectivou-o prudentemente Barrack Obama em toada politicamente correcta com os olhos postos num futuro proximo que, tal como o presente, para já, se adivinha algo turbulento. Para milhões de habitantes deste nosso esplêndido planeta, o novo presidente destes vibrantes Estados Unidos personifica presentemente a renovada esperança que o mundo tem em dias melhores que dissipem duma vez por todas esta medonha e deprimente nuvem negra – esta enorme depressão que se avoluma e já não é apenas económica. Essa esperança, porem, anualmente reciclada com o simbólico rasgar do velho calendário, este ano parece andar despassarada demais pelas velhas ruas da nova amargura. Infelizmente, há p’r’áí gente a

Catarina Freitas

900 H Street, Suite G Modesto, CA 95354 Phone: 209.338.5500 Cell: 209.985.6476 Fax: 209.338.5507 [email protected]

mais a amargurá-las como nunca dantes. Conheço pessoas desempregadas há muitos meses que já não tinham falta de trabalho assim há muitissimos anos. Sem trabalho – claro está – na força do Inverno – a fome e o frio apertam ainda mais. Os numeros não enganam. Os indicadores falam por si. O drama está à vista. A crise é mundial. E é complexa demais para ser expremida aqui em dois ou três abreviados parágrafos de paleio de xaxa politica que não nos leva a lado nenhum. Culpar invariàvelmente uns para elogiar sistematicamente outros à laia de conversa fiada em demagogia fútil é perder tempo e já cheira a mofo. Há quem esteja cegamente à espera dum qualquer milagrezinho proveniente da Casa Branca. Não seria nada mau. Porque – cinismo à parte – de facto, por lá e por cá, a coisa não podia estar mais preta. Mas, basta de lamúrias. É um momento histórico, eu sei. Na verdade, quando emigrei há trinta anos para estes fantabulosos States nunca pensei ser para os meus dias ver esta nossa adorável Kalifornia governada por

um imigrante (de peito austriaco) e a toda poderosa Amerika presidida por um negro (de sangue queniano). É claro que tambem não fazia então a minima ideia de que nesta grandiosa América – para aonde todos um dia imigrámos em busca duma vida melhor – tudo é possivel. Sobretudo em materia politica, onde me considero um franco zero à esquerda. Mas se o fosse à direita – não tenho quaisquer ilusões – ganharia o mesmo. Arnold Schwarzeneger – o tal famoso imigrante que embarcou da Austria há quatro décadas com músculos dilatados em ambicões milionárias e ilusões governamentais – embora campeão halterofilista e casado com uma Kennedy – já há muito deve ter chegado à conclusão de que na politica real que afeta diretamente a vida das pessoas (ao contrário da fantasia hollywoodesca que a distorce) não não há milagres. E muito raramente há verdadeiros heróis. Os tais – que nos grandes filmes normalmente resolvem os problemas todos para delirio geral das audiências – aquando no poder – depressa se apercebem que não há decisões fáceis de satisfazerem em pleno o todo das multidões. Promessas

eleitorais só servem para ganhar votos. Depois, fechadas as contas e apalpadas as dificuldades, é o “desenrasca-te”. Tem-se visto à rasca o popular “Terminator” para conseguir que democratas e republicanos consigam a tempo e horas pôr as contas em dia e fechar o orçamento para o qual contribuimos ritualmente com o suor das nossas taxas neste opulento estado onde mourejamos há muitos anos sempre com mira em melhores dias. Em tempo de crise financeira, sem trabalho em abundância e com a esperança em risco, custa imenso ao Zé Povinho engolir as mesmas bocas da mesma demagogia dos mesmos politicos – algo irresponsáveis e sem grandes escrúpulos mas de ordenado sempre garantido – ridiculamente incapazes de darem conta do recado. E o recado é simples quando vem do fundo da alma do povo. Obama sabe disso e – àparte o extravagante cerimonial duma eufórica Inauguração cara demais para estes dificeis dias de constante apelo ao impopular aperto do cinto – trabalha já afincadamente em corresponder no máximo aos anseios mais profundos do seu vasto eleitorado legitimamente esperançoso em dias

que se esperam melhores quanto antes. A paciência desgastada do laborioso povo que vota, estrabucha e paga sempre taxas muito descontravontade tem os seus limites bem conhecidos. Embora, dadas as actuais circunstâncias do austero momento que a nação e o globo atravessam, a grande maioria do bom povo americano esteja disposta a conceder ao seu novo presidente uma Lua de Mel um pouco mais extensiva do que é habitual. Extensiva mas não excessiva – nem muito menos Minguante – tem defenitivamente que ser uma Lua em Quarto Crescente. Senão – apesar de George W. Bush ter tido a sorte linda de não levar embaraçosamente aos olhos do mundo com os sapatos na cabeça – não creio que Barrack Obama (não venham as coisas e os dias a melhorarem com a prontidão que o povo anseia) se possa vir a vangloriar dessa mesma sorte.

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15 de Janeiro de 2009

Crónica de Montreal

Ao Cabo e ao Resto

Antonio Vallacorda

Victor Rui Dores

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O dia em que o Nixon falou comigo

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hovia torrencialrnente quando o Concorde tocou a pista do aeroporto das Lajes. Era uma tarde fria de 13 de Dezembro de 1971 e Marcello Caetano (“cortês anfitriäo”, no dizer de um jornalista angrense), com a água a escorrer-lhe da cara e a pingar do sobretudo, dirigiu-se ao avião, acompanhado do embaixador Mendonça e Cunha, para receber Georges Pompidou. Um exército de jornalistas, fotografos, operadores de cinema e televisão precipitaram-e para registar o momento. Eu sei porque estava lá, encharcadissimo, junto da guarda de honra, não para ver o presidente francêes, mas para poder contemplar o Concorde — o avião que batia duas vezes a velocidade do som e que era, na altura, o “dernier cri” da indústria aeronáutica europeia! Na noite desse mesmo dia, assisti à aterragem do Air Force One que trazia a bordo o Presidente Richard Nixon. Estou a vê-lo: gestos ligeiros, bem penteado, com um impecável fato azul escuro e um sorriso radioso que brilhava à luz de dezenas de projectores. Durante três dias, a ilha Terceira haveria de a merecer atençôes nacionais e internacionais: a Cimeira que, em clima de aparente cordialidade, reuniu os Presidentes Georges Pompidou e Richard Nixon. O encontro visava, entre outros motivos de agenda, a resolucão da crise monetária internacional. Duas manhãs e uma tarde passararn os dois estadistas, em frente um do outro, no edificio da então Junta Geral de Angra, rodeados cada qual por colaboradores próximos: Henry Kissinger, John Connally, Maurice Schumann, David Kennedy, William Rogers e outros chefes da diplomacia. Marcello Caetano, sempre cordato e sorridente, limitou-se a fazer as honras da casa, ficando de fora das reuniöes. Porém, eram-me indiferentes os

esforços diplomáticos, a situação internacional e os sorrisos rasgados dos Chefes de Estado. O que eu queria era ver o Concorde - a grande sensação da Cimeira. Infelizmente, e apesar das muitas diligências feitas por meu pai, não fui autorizado, no dia seguinte, a visitar as entranhas do avião, “por razöes de segurança”... Seguiram-se dias de festa, regozijo e curiosidade. A população da ilha veio para a rua saudar presidentes, ministros e conseihei-

ros - gente de quem dependia os destinos do mundo. Em poucos dias multiplicou-se a capacidade de telecomunicações da Terceira, desdobraram-se as carreiras aéreas civis e a hospitalidade dos terceirenses operou prodígios de alojamento. A cidade antecipou as iluminações natalícias e em cada montra havia um ar de festa. Pompidou ficou hospedado na Estalagem da Serreta e movimentava-se, pela ilha em vistoso Citroen preto. Nixon instalara-se, em seguranca maxima, na Base das Lajes (em casa do general comandante do destacamento americano) e viajava de helicóptero, para Angra do Heroismo, pousando no relvão, e seguindo depois para o centro da cidade em espaçoso Cadillac de luxo, de seis toneladas e com seis lugares num amplo compartimento e isolado da cabine do condutor. Eu sei porque nesse tempo eu ia para o Relvão jogar à bola e fintei a segurança para vigiar a limousine de Nixon. De qualquer das seis vezes que

Sinais dos Tempos

Nixon e Pompidou cruzaram de carro as ruas de Angra, fizeramno por entre filas compactas de gente, curiosa de ao menos entrever os Chefes de Estado. E tal foi, por vezes, o entusiasmo manifestado pela multidão que os saudava que ambos, dispensando os carros oficiais, resolveram romper a muralha de segurança erguida à sua volta para ir ao encontro das mãos que os aplaudiam. Eu sei porque estava lá e vi o Nixon a assomar pelo tejadilho do carro presidencial, correspondendo aos cumprimentos da multidão. E foi nesse dia que ele se baixou para mim e, com um sorriso do tamanho da America, me disse com um breve afago no meu cabelo: - Hi, Kid! O homem mais poderoso do mundo falou comigo!… Só não estive presente no banquete de gala, oferecido pelo Presidente do Conselho de Ministros aos ilustrs visitantes, no Palácio dos Capitães Generais, onde foram servidos suculentos manjares: lagostas da Terceira, trutas de S. Miguel e perdizes do Alentejo… Parece que, durante os brindes, Marcello Caetano deixou atónitos os convidados, já que o seu domínio das línguas inglesa e francesa deixava muito a desejar... Terminada a Cimeira, os americanos da Base das Lajes venderam aos bocadinhos os lençóis em que Nixon dormiu. Este viajou para Pequim e, pouco depois, para Moscovo. Os terceirenses retomaram a pacata vidinha. E as teias e os enredos do caso Watergate vinham a caminho… In O Dever

O

s governantes e os homens e mulheres da informação, ainda não estabeleceram com precisão, as causas desta crise que parece ameaçar o mundo da economia e da finança. E não só a economia e a finança, mas a própria civilização de todos nós. Não quero ser alarmista, mas anda no ar um qualquer coisa de mau augúrio que parece ameaçar os fundamentos desta nossa democracia imperial. Este nosso pedestal de nação-líder parece ameaçado por um vento obscuro e tenebroso. Apenas erro percepcional do meu bestunto ? Não sei. Barack Obama acaba de nos assustar com a promulgação de um défice astral de um trilião e 200 biliões de dólares, neste ano agora iniciado. Uma quantia nunca na história projectada pelos economistas deste país que já é nosso também. E as gentes assustadas, perguntam se será possível jamais sair deste buraco. Os historiadores, os místicos e os Bandarras há muito que andam profetizando o fim do mundo, a batalha final do Armagedon e outras calamidades . E às vezes dá vontade acreditar em algumas dessa profecias, em face do furor sangrento que neste momento se vive nas terras bíblicas do Oriente Médio. E precisamente entre dois irmãos saídos do ventre místico do Velho Testamento. E os místicos e profetas da nova vaga, apregoam a Segunda vinda do Prégador da Galileia e o fim inevitável do mundo terráqueo. Neste momento, não se sabe se a “religião” laica, conhecida como democracia, poderá controlar a vaga de ódio pre cipit a d a pelas hordas fanatizadas dos três credos irmãos e rivais. Não nos parece que Democracia e fanatismo, possam coexistir no mesmo plano terráqueo. Uma democracia liberal é, por princípio e sistema, uma forma de governo humanitário, preocupado com a sorte do “semelhante”, seja qual for a sua cor ou filosofia. É um sistema de viver e deixar viver, cada um à sua maneira, sem procurar roubar o espaço ou a crença do vizinho. É, em suma, o cerne daquilo que prégou o “Homem de Belém”: a filosofia do “amor do próximo”, sem tirar nem pôr. Mas, a luta selvática que neste momento se trava no Médio Oriente, é uma luta rácico-religiosa que só aceita o sangue como água de lavar. E parecenos que nem Obama, nem Hilary Clinton, nem todos os santos do céu serão capazes de fazer a paz entre aqueles povos raivosos

e sedentos de violência e fanatismo. Se o nosso futuro Presidente for capaz de produzir um modus vivendi entre israelitas e palestinianos, ficará na história, como um santo digno de ser venerado nos altares. Porque será um autêntico milagre. E assim entramos num novo ano, cheio de mil desejos de paz,concórdia e amor,num estendal de choro e ranger de dentes,no dizer dos escribas biblicos.Choro dos fracos e infelizes, e ranger de dentes dos que preferem morrer a viver e deixar viver O nosso Obama está entrando no seu “reinado”, como um governante fóra do comum. O seu intento parece ser o de unir à sua volta, amigos e inimigos. Aquela reunião que teve em Washington, com os quatro presidentes vivos, entre eles dois republicanos, pai e filho, parece provar a filosofia humanística, liberal e compreensiva de que é dotado. O seu intento parece ser o de viver e conviver com aqueles que não perfilham os seus pontos de vista politicos e sociais, e pelo exemplo, procurar convencê-los da sua verdade. O tremendo orçamento de mais de um trilião, que acaba de anunciar, fundamenta-se em principios de compaixão humana pelos desempregados, os que perderam as casas, criando empregos, protegendo a ecologia,conservando escolas e infraestruturas e ao mesmo tempo fortalecendo o espirito de iniciativa e o reinado de um “capitalismo com face humana”, após o descalabro provocado por um capitalismo selvagem e ladrão, que está no génese da crise mundial que precipitou. Quando se é grande, rico e poderoso, mesmo em democracia, os dirigentes são por vezes tentados a apregoar o seu poder, a sua força e a sua riqueza. E devemos dizer que nos ultimos oito anos, a America foi vitima dessa tentação de mostrar ao mundo o peso da nossa força e riqueza. Infelizmente, parece-nos que o resultado, aliado ao descalabro provocado pelos homens do dinheiro, mostrou que o gigante, como toda a gente, possui, também, um “calcanhar de Aquiles”. E, antes que a “Segunda vinda” de Cristo se materialize, vamos rezar para que Deus proteja e inspire Obama e a sua gente, e ponha cobro no ódio e fanatismo daqueles que dizem adorá-lo, e estão dispostos a colocar uma bomba na barriga, para sua honra e glória. Amen

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Sabor Tropical

Elen de Moraes

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Se Conselho fosse bom...

[email protected]

É

muito fácil, para quem está de fora, distribuir conselhos e dar sugestões para alguém que atravessa momentos difíceis e enfrenta problemas que parecem insolúveis, quer sejam de ordem financeira, sentimental ou de saúde. Alguém que está atravessando um deserto, como costumamos dizer por aqui. Cada pessoa é única no seu jeito de receber impactos desastrosos e com eles conseguir conviver - ou não - até encontrar uma solução, uma saída que possa deixá-la confortável, para seguir a vida, tirar lições importantes e se sentir apta para digerir melhor suas novas dores e perdas, se for o caso. Vivendo e errando é que se aprende. O importante é não nos culparmos pelas coisas que deram erradas e muito menos responsabilizarmos quem, pelos nossos fracassos e decepções, nada tem a ver com o caso. Se estamos passando por “aquele momento”, de algum modo nós o buscamos. Se o problema for sentimental, nossa tendência é repetir os mesmos erros, ou seja, mulher ciumenta será ciumenta toda vez que se apaixonar, com a agravante de,

a cada relacionamento, o ciúme se exacerbar, por causa das experiências dolorosas que vai adquirindo pelo caminho e se alguém pensa que pode mudar o outro, o seu comportamento, que o amor tem esse dom, está fadado a novos fracassos e desilusões. Se a questão for a saúde, temos que encará-la com destemor e não adianta lamentarmos “por que só comigo acontece essas coisas ruins? Oh, meu Deus, o Senhor me abandonou!”. A solução é iniciar logo um tratamento e se colocar positivamente diante da vida, aceitar que não viemos aqui para semente, mas que é nosso dever cuidarmos do corpo material, para que ele dure por mais tempo e em bom estado. Alguém que fuma a vida toda sabe que terá um final doloroso, se antes não acontecer um infarto. Do mesmo modo quem bebe, come ou se estressa em demasia, sabe que também passará por grandes dificuldades no futuro. Se o problema é financeiro, muda o enfoque dependendo do lugar do planeta onde vivemos e até do presidente da República. Explico: nosso presidente Lula, no seu discurso de final do ano, aconselhou o povo a gastar muito, para não

permitir que a crise mundial, que se avizinha, nos afete demasiadamente e impeça nosso crescimento. Para tanto, diminuiu os juros do crédito pessoal, baixou os impostos sobre os automóveis, etc. Creio que o conselho não serve para todos: o momento requer que se economize, mas alguns economistas dão razão ao presidente: hora de comprar. Certo, então hora de comprar e depois, na hora de pagar, temos que dar o tal “jeitinho brasileiro”. Enfim, se conselho fosse bom... E depende do conselho. À medida que amadurecemos, que os anos avançam, não nos controlamos diante da oportunidade de passarmos nossa experiência para alguém que enfrenta situações idênticas às que enfrentamos e que cometem os mesmos erros que cometemos. Aqui precisamos pesar os prós e os contras. O que foi bom para um, pode ser péssimo para o outro. É comum ouvirmos se referirem a alguém que está descontrolado diante de algum acontecimento ruim: “fulano faz tempestade em copo d’água”. Não é bem assim, porque as pessoas são como são e cada uma reage aos

Deus guarde Vossa Excelencia

E

u, normalmente, tenho sempre assunto para escrever. No entanto, fiquei sem saber o que dizer desta vez. Não sei se foi pelo ano velho ter acabado mal e o novo ter entrado pior, pois que apanhei uma dor nas costas que mal pude andar por uns dias. E como não queria falar sobre mim, resolvi pedir a uma pessoa um assunto sobre o qual gostaria que eu abordasse no jornal. A resposta foi: - “Porque não escreves sobre as expectativas que todos temos no Obama?” Eu esperava tudo, menos isso. Lembrei-me da história da velhinha que dizia a um rei do qual ninguém gostava: “Deus guarde Vossa Excelência”. O rei ficava intrigado com tal procedimento da velhinha, pois que sabia que ninguém gostava dele. Um belo dia, Sua Real Majestade resolveu perguntar à velhinha por que razão ela dizia aquilo, ao que ela respondeu: -“Eu conheci o seu avô que era pior que o seu pai e o seu pai pior do que Vossa Real Majestade, portanto, Deus guarde Vossa Excelência.” Por todos os Santos, vocês nem por sombras pensem

que eu quero dizer com isso que o Bush fique mais quatro anos na Casa Branca. Por mim o diabo já deveria ter pegado nele há muito tempo. Creio que ficará na história como o pior presidente que esta nação já teve. Claro que ele deve ter tido muitos acólitos que o ajudaram a pôr o país na miséria que está. Mas, vamos ao Obama que, digase de passagem, tem um nome um tanto ou quanto estranho: Barack Hussein Obama, o que para mim

tanto faz. Alguns dizem que é muçulmano, coisa que para mim também não interessa, nem tampouco a cor da sua pele. Votei por ele por achar que é uma pessoa inteligente, capaz de governar este país. Vai ser dificíl e árduo o caminho e o que ele tem a fazer é prencher as posições governativas com pessoas de competência. Se eu estivesse em seu lugar, a primeira coisa que faria era entrar em negociações com os paises do médio oriente e tentar, uma vez por todas, resolver esse conflicto. Claro que isso seria um trabalho no qual teria de entrar o parecer das Nações Unidas. A América tem que deixar de se meter em certos assuntos nos quais conta, unicamente, com a Inglaterra e um ou outro país que a medo, se associa e manda umas tropas para Inglês ver. Passamos

medos, traições, raivas, decepções, angustias e inquietações, de formas diferentes. É normal. Anormal seria passar por tudo isso passivamente, olhando para o problema como se assistisse a um filme, como se não fosse com ela. A pessoa que aconselha, sem ser solicitada, aquela que vive dizendo “se eu fosse você, faria assim...”, torna-se uma “chatinha” e só se dá conta quando lhe dizem. Porém, se ao contrário, quando instada a ajudar, a opinar, ela se recusa e diz que o problema não é dela, é desumana. Meio termo é uma ótima medida! Fora de questão estão os conselhos dos pais para os filhos. Eles não só devem aconselhar como

têm obrigação, pois é uma forma de educar os seus rebentos. É claro que nem tudo que recebemos de orientação conseguimos assimilar. No entanto, não custa nada ouvir, filtrar, experimentar e adaptar alguns dados que podem ser úteis, inclusive os que aqui exponho, porque ninguém é o dono absoluto da verdade e a expressão da mesma, em cada caso, está sujeita a muitas variáveis. O paradoxo foi fazer o que eu não queria: aconselhar.

Ao Sabor do Vento

José Raposo [email protected]

a vergonha do Vietnam, estamos passando a vergonha no Iraque, no Afganistão e se entrarmos no Irã, passaremos da mesma maneira. A história repete-se. Portugal sustentou uma guerra de guerrilha durante treze anos e perdeu. A América, na minha opinião, nunca ganhará esse tipo de guerra. Quando uma pessoa está disposta a amarrar bombas à cintura, explodindo-se e levando consigo uns quantos, é totalmente impossivel parar isso. Enquanto a América continuar a proteger Israel e a pagar a alguns países árabes para que não entrem no conflicto, os nossos cofres continuarão a esvaziarem-se e as taxas a subir. Eu não estou a dizer isto para dar conselhos ao Sr. Obama e vocês sabem bem que há muitos anos que eu escrevo para o jornal e penso eu que nunca falei em política. Eu, francamente, espero que o Sr. Obama tenha a calma suficiente para que faça uma cimeira de todos os paises interessados no conflicto do médio oriente, para que a situação se resolva de uma vez por todas. Ou então, saímos de lá e deixamos os árabes e os Judeus resolveram os seus problemas. Vamos de novo usar carroças de

boi, de cavalo e até de mão. Vamos fazer o que o Brasil fez, que não precisa importar uma gota de petróleo, se for o caso e vamos despedir todo o pessoal da gerência das companhias que fabricam os automóvies, fazer uma sociedade anónima de representações limitada com os empregados das fábricas. São os empregados que trabalham e, por vezes mal pagos, e Suas Excelências, os Srs. CEOs, passeiam e comem à grande e à francesa e enquanto o governo dá dinheiro aos bancos para comprarem outros bancos, muita gente perde as suas casas. Espero que a Senhora Obama não deite fora os pratos que Laura Bush comprou e que custaram 475 mil dolares. Espero, realmete, que o povo americano compreenda a situação que este país está metido, que dêm ao Sr. Obama a oportunidade de tentar resolver estes problemas todos. E embora eu não acredite muito na intervenção Divina nestas coisas, e mesmo sabendo ser remota a possibilidade do Sr. Obama ler o meu artigo, desejo-lhe o maior sucesso e só lhe posso dizer -Deus guarde Vossa Excelència.

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15 de Janeiro de 2009

Alzira Silva - uma grande paixão pelas Comunidades

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aramente reflicto aqui neste espaço sobre a política nos Açores. Embora com as novas tecnologias e o contacto constante com alguns bons amigos que vivem no arquipélago, não vivo a política açoriana na sua plenitude. Prefiro, e até porque o tempo não dá para tudo, embebedar-me no mundo político americano, onde vivo, e o qual tenho estudado e tentado aprender alguma coisa. Mas não há regra sem excepção, lá dizem os provérbios populares, e daí que motivado por duas notícias, mergulho rapidamente, na política açoriana. Primeiro, a notícia de que a Directora Regional das Comunidades, que conheço desde que tomou posse em 1996, Alzira Silva, teria pedido a sua demissão do cargo. A notícia abalou o mundo das nossa comunidades. A Alzira Silva era sobejamente conhecida na nossa comunidade, em todas as comunidades. Era uma Directora Regional que levava as comunidades a peito e desempenhava as suas funções com grande paixão. Apesar de discordarmos, pontualmente, com alguns aspectos da política dos Açores para as comunidades, admirava,

e admirarei sempre, o seu espírito de serviço, a sua dedicação ímpar, as horas sem conta que dedicava às comunidades açorianas espalhadas pelo mundo. Foi fidelíssima ao seu cargo e à causa das comunidades. Recentemente, o excelente blogue comunidades da RTP-Açores, coordenado pela Professora Doutora Irene Blayer do Canadá e pela Dra. Lélia Pereira Nunes do Brasil, coordenou uma homenagem virtual à Directora Regional cessante. Convido os leitores do Tribuna a consultarem a página na NET. Aí, como muitos homens e mulheres das nossas comunidades, coloquei um pequeno, singelo mas sincero depoimento. A Alzira Silva merece o reconhecimento das nossas comunidades. Também dos Açores a escolha do jornal Diário Insular de Angra (com o qual colaboro) em gesto de balanço de 2008, das personalidades em ALTA e em BAIXA. Comecemos pelos que o jornal colocou com nota negativa. No topo dessa escolha está o antigo Presidente do Parlamento Açoriano, Dr. Fernando Meneses. Não vejo, nunca verei, o Fernando Meneses numa lista de descaídos. Ele foi um excelente Pre-

Memorandum João-Luís de Medeiros [email protected] “… all democracies live in fear of the influence of the ignorant.” J.K.Galbraith 1 – introspecção após as badaladas da meia-noite

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om dia! Bendita seja a claridade que nos tolera a teimosia de viver. O tempo permanece jovem na ligeireza da sua passada ciumenta rumo ao futuro. Entretanto, a geração de que faço parte está cada vez mais afeita ao conflito com o fanatismo das certezas mirradas do passado. Sou amiúde levado a pensar que o tempo é aquele sopro desconhecido que passa veloz a escarnecer da provisoriedade humana... O essencial é que continuemos a pensar bem, sem o recurso a muletas mentais! Somos herdeiros de gerações que, nos últimos dez mil anos, têm sido os criadores irrequietos do ferramental da sobrevivência. A mais temível dessas ferramentas de recurso, chama-se instituição governamental – ardilosa invenção resultante da ditadura da necessidade. Felizmente, houve um cavalheiro chamado John Locke que nos alertou para o pormenor importante de que “o indivíduo tem direitos e não apenas obrigações”. Uma das abençoadas claridades

politicas que mais tem dissipado a escuridade cívica dos últimos séculos é aquela que nos alerta para o facto de que não devemos acreditar cegamente na benignidade humana, mesmo quando escudada nas muralhas piedosas das teocracias de recurso. De resto, a instituição governamental é uma ferramenta moldada à custa da fraqueza individual do cidadão. Ironicamente, quem receia ser tragado pela imprevisibilidade demoníaca da natureza humana, vota! Mas afinal que raio de discurso é este, na alvorada do Ano Novo...? Vamos mudar de partitura para suavizar a conversa. Há dias, a hierarquia da República Portuguesa reconheceu in extremis que a mais recente versão do diploma autonómico emanado pela ALRA reflectia sinais de maturidade institucional que dignificam a ainda púbere democracia portuguesa. A democracia não é sinónino de unanimidade. Exemplo: o eleitor não deve esperar que a actual presidência da República funcione como museu tecnocrático da exCâmara Corporativa do defunto Estado Novo. O recente sucesso legislativo com ‘sotaque açoriano’, não foi inspirado por veleidades comicieiras de teor federalista; cada região autónoma cultiva

sidente do Parlamento Açoriano. Um homem de consensos e duma grande perspicácia política, mas sobretudo, um homem duma grande dignidade política. O jornal diz que “talvez por ser avesso a protagonismos políticos cumpriu o seu mandato de oito anos como Presidente da Assembleia Legislativa.” Então agora a dignidade política é interpretada como “avesso a protagonismos”? Bem o diário de Angra talvez tenha razão: Fernando Meneses preferia que o processo democrático, a liberdade, a responsabilidade, fossem os grandes protagonistas e não a soberba, a presunção e água benta, os negócios sujos feitos às escondidas e às tantas da madrugada. O jornal também diz que o seu afastamento continua a ser “um segredo bem guardado pelos socialistas.” Não é assim grande segredo! Está patente que a sede do poder é grande nas hostes de alguns socialistas terceirenses. Seria muito bom não esquecer o que ainda há dias comentou um amigo meu: Não são os grandes cargos que fazem os homens, mas sim os grandes homens que fazem os cargos. No meio de tanta pequenez, como é a política, particularmente nos Açores, Fernan-

Reflexos do Dia–a–Dia

Diniz Borges [email protected]

do Meneses soube ser um grande homem, um acérrimo defensor da pluralidade democrática. Na mesma lista de Baixas estava o Dr. Vasco Pereira da Costa. Convém aqui dizer que conheço o Vasco há 20 anos. Conheço o poeta, o escritor e o político. Se o Vasco nunca foi “entendido” nos Açores, como nos dá a entender o breve parágrafo do DI, a culpa, certamente, foi dos Açores. Vi e testemunhei o trabalho que fez à frente do pelouro da cultura na Câmara Municipal de Coimbra, uma das câmaras com grandes responsabilidades culturais, como facilmente se entende. O Vasco, deixou uma grande marca nos Açores. Em sete anos, veio, primeiro, acabar com o que Marcolino Candeias já vinha fazendo, ou seja: modificar a desastrosa governação dos primeiros anos da Direcção Regional da Cultura sob a égide do PS. Depois trouxe uma nova dinâmica, abalou com preconceitos de anos, estremeceu com o status-quo, sacudiu com a mediocridade. E isso é sempre difícil, particularmente numa região pequena como as ilhas dos Açores onde toda a gente se diz culta e onde o que vale são as demonstrações triviais. Onde se diz

que a cultura deve ser uma gigantesca matança do porco na praça velha de Angra ou uma grande noite de marchas e fogueiras. Daí que não me surpreendeu que o meu amigo, e o grande homem da cultura, Vasco Pereira da Costa, não fosse compreendido nos Açores onde prevalece a cultura do subsídio. Há que conquistar votos! E sobretudo, não se pode fazer ondas, nem aperfeiçoar a cultura. Por último uma das escolhas do jornal no segmento em ALTA. Lá estava a Dra. Berta Cabral, como a salva-vidas do PSD. O jornal diz-nos que é a “líder desejada do PSD desde que Mota Amaral saiu da presidência do governo.” Assim, seja! Logo de entrada disse que não tinha medo de Carlos César. Curiosa esta afirmação. É caso para perguntar, então porque deixou queimar uns líderes do seu partido e só entra na corrida a presidente do governo no último mandato de César? Não tem medo de César, mas nunca quis concorrer contra ele. E está “absolutamente convencida” que vai ganhar. Pois, também os seus antecessores estavam.

O tempo

desconhecido companheiro de viagem

e defende o seu próprio ritmo democrático de emancipação política. Em termos comparativos de sofisticação reinvidicativa, não seria correcto equiparar o estilo cesarista ao berreiro jardinista. Diria até que entre o Açoriano e o Minhoto há porventura afinidades psico-políticas que não seriam facilmente detectáveis entre o Algarvio e o Madeirense... Reparo que o professor Jorge Miranda, reconhecida autoridade constitucionalista, deixou há dias no ar uma observação geral bastante curiosa, que me atrevo a reproduzir à minha maneira: as sucursais insulares do PS e do PPD/PSD estão agora a ocupar o espaço e o discurso outrora proibidos aos partidos de vocação regionalista...ambos comportam-se como partidos regionais. Na modéstia do meu verbo de antigo parlamentar, diria que as autonomias regionais não são “noviças” da República; são parceiras constitucionais do projecto nacional. 2 – A paz aceite pelo mais fraco é submissão... Daqui a dias, esperamos ter o privilégio de testemunhar pela televisão ao lançamento da “primeira pedra” da administração presidida por Barack Obama. Sabemos que o jovem presidente tem consciência plena da tarefa ciclópica que o aguarda. As mudanças no

micro-clima da partidocracia norte-americana, provocadas pelo recente vendaval económico-financeiro, estão a favorecer a formação de um governo do tipo “salvação-nacional”. Claro que a expectativa do sucesso presidencial é geradora de eventuais perigos internos e externos. Ainda há poucas semanas, o cardeal D. José Policarpo exortava “todos os que falam ou escrevem, na Igreja ou fora dela, nos palcos da política, da cultura, da comunicação social”, a que “salvem a Palavra”. Segundo aquele brilhante prelado,“os textos mais apaixonantes são aqueles em que o autor deixa um vasto espaço para o leitor...” Isto para dizer que os especialistas da “guerrilha” palavrosa e os demonógrafos do carácter alheio permanecerão em ‘fulltime’ contra a mudança tão esperada nos EUA. Sabemos que a extrema-direita evangélica está preparada para considerar o novel presidente, entre outros anátemas, agente internacional do socialismo. (Lembraria, a propósito, que há meio século, o fundador da John Birch Society, um tal Robert Welch, escreveu cerca de 100 páginas para provar que o general Eisenhower tinha sido comunista...) Gostaria de acreditar que os Estados Unidos vão deixar de suspeitar das instituições super-nacionais, tais como Nações Unidas

e Comunidade Europeia. Como povo livre (embora aflito) não vamos dar crédito às macabras previsões do académico russo Igor Panarin, que antevê, para 2010, o calapso económico e moral dos Estados Unidos; a previsão de Igor Panarin vai ao ponto de sustentar que a California será uma república “mexiforniana” que facilmente cairá sob alçada da China; Nova York e Washington D.C. serão meros parceiros refugiados no pálio da União Europeia... Haja calma! Sempre houve casos isolados de “terrorismo intelectual” praticado pelos armazenistas do saber. As mudanças climáticas e o fanatismo terrorista não são batalhas nacionais – são ameaças planetárias. A sede das Nações Unidas, por exemplo, deveria emigrar do seu ninho norte-atlântico para se adaptar à pressão centrífuga do globalismo transcontinental. O dilema institucional do futuro será entre manter as Nações Unidas no seu “banho-maria” ocidental, ou apostar numa federação étnica global capaz de permitir que a bondosa luz solar penetre as sombras esquecidas da miséria pós-colonial. Com inteligente serenidade, vamos enfrentar a incerteza do Novo Ano. Não aceitamos o silêncio do calendário como ameaça: vamos encará-lo como desafio a vencer. Concordam?

COLABORAÇÃO

Temas de Agropecuária

Sabores da vida

Egídio Almeida

Quinzenalmente convidaremos uma pessoa a darnos a receita do seu prato favorito, com uma condição - que saibam cozinhálo.

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A crise nos lacticínios A industria de lacticínios atravessa dias difíceis, quando todos os indicadores estão em posição negativa Os mercados de lacticinios tornaram-se muitissimo mais complexos nos ultimos tempos. Provávelmente a mais simples época de prever o futuro dos preços do leite foram as décadas dos 1970’s e 80’s quando o “Dairy Support Program” estava muito activo. Os mercados tornaram-se muito voláteis e complicados na década dos 90’s, depois dos preços do mercado crescerem acima dos preços do “Dairy Support Program“. E tornaram-se muito mais complexos em 2007, quando a industria participou activamente no comércio mundial dos produtos do leite a um nível significante, e enquanto custos altíssimos de produção foram influenciados pelas subidas de energia, rações e forragens. Este ano todos os indicadores apontam para mais baixos preços no leite. A procura pelos produtos do leite a nível global durante 2007-08 foi tremenda. Uma explosão económica principalmente nos Paises Asiaticos, repentinamente criaram demanda pelos produtos do leite. Nestes mercados tradicionalmente servidos pelos paí-

ses da Oceania (Nova Zelandia e Australia) e União Europeia, houve períodos de seca, e mudanças na política agrícola que reduziu a sua capacidade de exportação. Durante esse período, os Estados Unidos exportaram cerca de 10% da sua produção, um numero recorde nunca antes conseguido, grangeando um balanço positivo em valores monetários nos produtos de lacticinios. O valor da moeda é um importante aspecto do comércio global. Desde 2000 até meados do ano 2008, o dolar americano baixou considerávelmente contra outras das mais importante moedas, perdendo metade do seu valor contra o Euro durante esse período. Na perspectiva do comércio, quer dizer que os produtos do leite dos E.U. custavam apenas metade do que era normal, aos Europeus. Isto causou um enorme crescimento nas exportações destes produtos, no entanto na ultima metade de 2008 o dolar começou a ganhar valor em referência a outras moedas, o que quer dizer que 2009 se está preparando para ser um ano completamente diferente para a industria de lacticinios. A economia global sofreu um choque severo na segunda parte de 2008 e quando isso acontesse, a demanda pelos produtos do leite diminui, ao mesmo tempo a Oceania começou recentemente a

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sua estação produtiva anual com numeros recordes em produção. Tendo em conta mais altos valores do dolar, que tornam os nossos produtos mais caros para os nossos parceiros comerciais, as exportações estão presentemente muito mais reduzidas. A produção de leite nos Estados Unidos tem crescido a passos lentos e espera-se um pequeno declínio. O custo de produção em relação aos preços correntes do leite são assustadores e que podem levar negocios de familia, fruto de uma vida inteira à ruina. Tal como o corrente estado da economia nacional, estamos atravessando dias difíceis para uma industria que por muitas décadas tem provado ser uma importante fonte económica e cultural para as nossas, comunidades emigrantes, e não só. Olhando o futuro, não é necessário ser-se economista, para concluir que, com os presente modelos de preços, e o corrente inventário de produtos do leite, os próximos meses não parecem brilhantes. As previsões incluem uma série de aproximações diferentes, mas todas indicam preços baixos pelo leite e altos custos para produzi-lo. A unica luz brilhante no horizonte é que quase sempre, “depois da tempestade vem a bonanca”.

A nossa primeira convidada chama-se Fátima Parreira, nascida na Ribeirinha, Ilha Terceira e residente em Riverdale, California. Casada com Joe Parreira, tem 1 filho, Michael.

Fátima Parreira

Caldo Azedo ou Sopa da Matança No terceiro dia da matança e como restavam muitos temperos, coziam-se dois copos de feijão vermelho, passava-se meio copo de feijão num passvite e o outro ia inteiro. Levantava fervura, e noutra panela ao lado coziam os condutos que já estavam salgados da matança. Quando o caldo do feijão levantava fervura punha-se dentro uma cebola, alguns dentes de alho, abóbora e batata doce aos bocadinhos, batata da terra ia inteira, metade do focinho do porco, uma folhinha de louro, e quando a batata e a abóbora estavam quase cozidas, então é que se punham os temperos - uma pitada de colorau, de cravinho fino, temperos moídos, pau de cravo moído e uma colher de sopa de canela. Depois de levantar fervura e quando está tudo bem cheiroso, deita-se uma colher de vinagre na sopa. Prepara-se uma tigela com pão migado e o caldo põe-se sobre o pão. Na mesa punha-se a tigela da sopa e a travessa dos condutos da matança - orelha, pé de porco, ossos de suan e outros condutos. Até daqui a quinze dias e bom apetite!

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COLABORAÇÃO

Perspectivas Fernando M. Soares Silva [email protected]

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esde a aurora do seu aparecimento neste complexo mundo, a Humanidade tem sido afligida por estados depressivos de vários modos e de diversa intensidade. O primeiro incidente depressivo histórico, segundo a narração bíblica em Génesis, foi o resultado da ingestão da paradisíaca maçã em violação da expressa proibição do Criador. E o segundo, baseado na mesma fonte, foi a tragédia do assassinato de Abel por seu irmão Caím, evento que mergulhou os seus atónitos progenitores em profunda e longa dor que, muito provavelmente, os fez duvidar do futuro da emergente Humanidade... Vicissitudes, contratempos e indesejáveis ocorrências na vida ocasionam tristezas, amarguras e desapontamentos que lançam a grande maioria dos seres humanos em manifestos estados depressivos. Mas, de uma maneira geral, estes estados são temporários, atenuados, e por vezes até eventualmente esquecidos, pela passagem do tempo; estes estados não entram na categoria de “depressões clínicas”, ou “transtornos depressivos maiores”, problemas médicos que se caracterizam por sinais e sintomas específicos, e pelo seu prolongado efeito nos respectivos pacientes. Este estudo versará sobre a depressão clínica.

COMO SE PODE DEFINIR DEPRESSÃO CLÍNICA?

Depressão clínica pode definirse como doença que, afectando o sistema nervoso central de uma pessoa, perturba os seus processos mentais, perceptivos e emotivos, ocasionando significativas alterações no seu modo de pensar e agir, bem como no seu comportamento pessoal e social. Essas alterações são acompanhadas de considerável sofrimento e originam, muitas vezes, graves danos na vida pessoal, familiar, social e profissional do paciente. Ao contrário das situações de ocasional tristeza, pesar, melancolia, incidentais amarguras ou outros desapontamentos, os estados depressivos clínicos são condições duradouras de origem neurológica. com específicos sintomas. Por outras palavras, estas condições são doenças fundamentalmente mentais que requerem cuidados e tratamentos médicos especializados. Note-se que os problemas de depressão clínica continuam a aumentar, sobretudo, nos chamados países industrializados. Calculase que 16 a 20% da população mundial sofra de depressão clínica pelo menos uma vez durante a vida. As estatísticas oficiais apontam ser a depressão mais frequente em indivíduos com idade entre 24 e 44 anos, aparentemente os períodos mais exigentes e difíceis da sua existência. Note-se, também, que a ocorrência de depressão em mulheres é duplamente mais comum do que a depressão entre pessoas do sexo masculino, embora essa diferença tenha baixado na última década. É curioso que essa diferença desaparece entre as idades de 50 a 60.

QUAIS SÃO OS SINTOMAS DA DEPRESSÃO CLÍNICA?

Numerosos e diversos são os sintomas associados a condições

depressivas clínicas. As manifestações e a intensidade desses sintomas são variáveis consoante o paciente. São necessários vários sintomas para se efectuar um conclusivo diagnóstico da depressão. Segundo o excelente manancial informativo WILKIPEDIA, disponível na Internet, os sintomas mais comuns são os seguintes: O sintoma basilar dos estados depressivos de categoria clínica é a persistente atitude de auto-rebaixamento acompanhada de sentimentos e expressões de angústia, de tristeza, e de sensação de vazio ou inutilidade, bem como de crescente diminuição de interesse e prazer em actividades anteriormente preferidas e muito agradáveis.. Outros relevantes e comuns sintomas de depressão incluem: • Ansiedade • Afastamento de amigos ou de outras pessoas. • Cansaço e perda de energia. • Falta de vontade de realizar uma determinada tarefa a qual progressivamente se alastra ou pode alastrar-se a muitas outras actividades. • Vontade de chorar, ou chorar às escondidas. • Maus resultados nos seus estudos, devido à incapacidade em que o paciente se concentra. • Vontade de ficar só. Afastamento de tudo e de todos. • Não querer ouvir barulhos, ou não querer ouvir musica em altos berros (pois é uma forma de se alhear e afastar do que se passa à sua volta). • Sentimento de tristeza persistente. • Problemas de auto-confiança e auto-estima. • Sentir-se triste e abatido sem conseguir encontrar algo que o anime ou que lhe consiga despertar interesse. • Dificuldade de concentração e de tomar decisões. • Sentimentos de culpa, desesperança, desamparo, solidão, ansiedade ou inutilidade • Alterações no sono; dificuldades em adormecer, acordar muito mais cedo do que o habitual, dormir em excesso ou com pesadelos. • Medo de executar determinada tarefa; ou medo do que possa acontecer se falhar. Vive obcecado com a sua incapacidade ou com o que possa acontecer a outros se ele falhar. • Isolamento: evitar outras pessoas. • Perda de apetite com diminuição do peso ou compulsão alimentar. • Perda do desejo sexual. • Pensamentos de suicídio e morte. • Inquietação e irritabilidade. • Auto-agressão. • Mudanças na percepção do tempo. • Desatenção à própria higiene. • Possíveis mudanças em comportamento tais como agressão ou irritabilidade. • Medo ou sensação de ser ou estar a ser abandonado. • Desleixa-se com o vestir ou com a sua apresentação. Isso deixou de lhe interessar.

CAUSAS DA DEPRESSÃO CLÍNICA

No meio de muita discussão, divergência e controvérsia, nume-

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Depressão rosas são as causas da depressão clínica apontadas por especialistas e cientistas. Mas há concordância num ponto básico: a depressão é associada a um desequilíbrio em substâncias químicas no cérebro, nomeadamente na serotonina. Acredita-se, também, que, entre outros ainda imprecisos, factores genéticos, biológicos alimentares, stressantes, qualidade ou estilos de vida, e ainda situações ou problemas de toxicodependência estejam relacionados com o aparecimento ou com o agravamento da doença depressiva. Entre os factores genéticos ou biológicos relacionados com a susceptibilidade para os estados ou doenças depressivas salientam-se alterações nos níveis de neurotransmissores, tais como mudanças ou anomalias em serotonina, aceticolina, dopamina, epinefrina e em norepinefrina. Atrofias em áreas cerebrais, como, por exemplo, no lobo pré-frontal, (responsáveis pela produção de serotonina e pelo controlo das emoções), são apontadas como agentes de transtornos e graves distúrbios depressivos. Entre os factores de âmbito psicosocial realce-se o seguinte: Praticamente todos os pacientes de depressão apontam situações ou períodos de grande “stress” como principais factores da indução dos seus respectivos estados depressivos. Embora o factor mais frequentemente citado seja a perda de uma pessoa amada ou muito estimada, outras perdas ou acontecimentos traumáticos similarmente chocantes – como enormes desgraças, destruição bélica, terramotos, inundações, etc.– podem causar marcante consternação e pesar arrasantes para muitas pessoas. Os resultantes estados depressivos requerem imediata atenção médica, muitas vezes por longos períodos. Felizmente, a maioria dos pacientes ultrapassam este estado depressivo sem ficar cronicamente deprimida. Saliente-se que a vulnerabilidade varia em cada pessoa e depende da existência ou da predominância dos respectivos factores biológicos ou genéticos. A recuperação do paciente é influenciada, positiva ou negativamente, pelo ambiente familiar, e pelos relacionamentos no trabalho e comunitários, bem como na produção de serotonina, frisam os especialistas. Relativamente a causas ou factores físicos é importante apontar que certas doenças depressivas são causadas por anomalias físicas, resultantes de prévios traumatismos ou acidentes de profundo impacto não só corporal como também emocional. Muitas vezes, esse impacto repercute-se na mente do paciente, reactivando o sofrimento passado, e ocasionando, assim, novos estados depressivos que requerem imediatos cuidados clínicos.

TIPOS DE DEPRESSÃO

Os principais modos ou tipos de depressão clínica podem compendiar-se em seis: 1 – Depressão Maior: Neste tipo de depressão, mantêm os especialistas, os pacientes manifestam pelo menos 5 dos seguintes sintomas, durante um período de tempo não inferior a 15 dias: 1– Desânimo na maioria dos dias e na maior parte do dia. Em crianças e jovens adolescentes, nota-se grande irritabilidade durante este período; 2– Falta de prazer nas actividades diárias;

3– Perda de apetite com consequente diminuição de peso; 4 – Profundas alterações nos hábitos do sono. Estas alterações oscilam entre insónias e excessivas horas de sono, muitas vezes durante quase o dia inteiro. 5– Sensação constante de profunda canseira ou de languidez; 6 – Persistentes sentimentos de auto-culpa; 7 – Inabilidade ou dificuldade de concentração; 8 – Ideias recorrentes de suicídio ou morte. Vários especialistas advertem que os sintomas acima descritos são diferenciados de normais situações de tristeza. Os sintomas não deverão estar relacionados com episódios maníacos como os verificados em desordens ou transtornos bipolares, nem ser originados ou causados por drogas ou substâncias narcóticas, ou consumo abusivo de álcool. Deverá haver cuidado especial em diferenciar os comuns sentimentos de persistente tristeza em crianças ou adolescentes; esses sentimentos poderão ser ocasionados por anomalias físicas como frequentes dores de cabeça, cólicas abdominais, deficiências alimentares, grande irregularidade nos hábitos de sono, ou por inabilidade de concentração mental e resultantes problemas escolares, consequente desânimo, crescente irritabilidade, e, ainda, por problemas afectivos, entre outros. 2 – Depressão Crónica, também chamada distimia, tem sintomas semelhantes aos da depressão maior, mas mais leves e menos intensos, embora sejam de muito mais longa duração, isto é, de pelo menos 2 anos. O factor predominante desta depressão é a tristeza entremeada em todas ou quase todas as actividades do paciente. Nesta depressão não se verificam significativas alterações no humor ou nas actividades usuais do paciente, embota ele (ou ela) possa sentir-se marcadmente pessimista e desanimado. A sua sexualidade e o seu apetite não são afectados, nem se notam sintomas ou episódios de agitação, mania, ou de afastamento social. Os pacientes deste tipo de depressão, ou distímicos, poderão sofrer episódios de depressão maior em casos especiais de depressão denominada dupla. Adverte-se que a percentagem de suicídio entre esses pacientes é idêntica à proporção dos deprimidos graves ou maiores. 3. Depressão Atípica: Tipicamente nestes casos, os pacientes comem em excesso e dormem em demasia, sentem-se rejeitados, e, irritados, agastam-se com muita frequência. 4. Tensão Pré-menstrual . Entre 3 e 5% das mulheres são afectadas por este tipo de depressão que se caracteriza por frequentes momentos ou fases de alta tensão nervosa acompanhada de grande irritabilidade antes dos respectivos períodos de menstruação. Nesta depressão verifica-se a presença de pelo menos 5 ou 6 dos sintomas típicos da depressão maior ma maioria dos ciclos menstruais da respectiva mulher. Os sintomas agravam-se, às vezes seriamente, cerca de umas semana antes do início do fluxo menstrual (ou período), mas atenuam-se e desaparecem logo após a cessação da menstruação. 4. Depressão Pós-parto: é um ocasional, mas não infrequente, corolário do parto, o evento que culmina o longo e complexo processo de gerar

e finalmente introduzir no convívio humano mais um novo ser. Atribui-se este tipo de depressão a perturbações ou alterações hormonais e emotivas. Desde o momento da concepção do bebé, e durante as diversas fases da sua gestação, a mulher grávida sofre várias e profundas alterações psico-físicas. Estes efeitos são sentidos pela parturiente, e por vezes magnificados, não só durante o parto, como também após o nascimento do seu bebé. Entre os problemas psicofísicos mais comuns salientam-se desconforto geral e sensação de dores de costas que, por sua vez, tendem a agravar sobremaneira o estado emocional da mulher e a sua situação hormonal de tal modo que ela passa a necessitar cuidados médicos especializados. As alterações sofridas pela bacia da parturiente durante o parto podem originar sérios problemas que afectam não só a bacia como também a coluna da parturiente após o parto. 5 – Depressão Afectiva Sazonal. Esta desordem caracteriza-se por eclosão anual de episódios sazonais de depressão afectiva que, por exemplo, surgem durante o outono ou no inverno, e normalmente desaparecem na primavera ou no verão; Nesta segunda fase, os episódios depressivos tendem a tornar-se maníacos. Esta doença é acompanhada de sensação de fadiga, tendência a comer em excesso, abusar de doces, e dormir em demasia no inverno; no entanto, vários pacientes tendem a comer muito menos e a sofrer de episódica insónia. 6 – Tristeza. A profunda e prolongada tristeza pela perda, sobretudo por morte ou definitiva separação, de uma pessoa muito querida, pode ser, e é muito frequentemente, um potente factor no desenvolvimento de um grave ou crónico estado depressivo, como já foi aqui apontado.

TRATAMENTO

Todos os estados depressivos, e sobretudo os denominados graves ou crónicos, requerem atenção especializada e imediata, porque ignorar ou minimizar a depressão pode resultar em verdadeiras tragédias. Apontam os especialistas e as estatísticas oficiais de vários países que as taxas de suicídio entre depressivos é aproximadamente 30 vezes superior à média verificada na população em geral. Vários são os tratamentos actualmente disponíveis. Os tratamentos mais comuns geralmente envolvem medicamentos Antidepressivos e Psicoterapia Comportamental. Há ainda Electroconvulsoterapia e Estimulação Magnética Transcraniana, para casos renitentes e mais graves. Exercícios e actividades físicas regulares são consideradas benéficas para minorar e reduzir os sintomas de depressão ligeira ou moderada. Suplementos alimentares podem ser recomendados no tratamento da depressão. Em síntese, felizmente há vários tratamentos eficazes para ultrapassar e vencer estados depressivos que tanto abalam e podem até mesmo destruir a vida se não houver a prudência e o bom senso de os diagnosticar e confrontar prontamente.

COLABORAÇÃO

Agua Viva

Filomena Rocha

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Happy Birthday’s

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Ano Nove, Vida Nova!

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erá assim? Pelo menos é o que todos dizem. E todos os anos fazem-se planos, sonha-se em cumprir com cada um deles, e se é verdade que o sonho comanda a vida, então que ninguém deixe de sonhar e que a vida se prolongue em tempo e qualidade para termos oportunidade de contar aos nossos filhos, se possível a netos e bisnetos, histórias reais de encantar que passem às gerações seguintes. E quem não gostará um dia de saber quem foram os seus antepassados, de saber onde começaram as suas raízes, difícil tarefa para muitos, e com a globalidade mais difícil se tornará daqui a alguns anos. Se o Mundo ainda o for, pois da maneira que está vivendo, com as guerras ao planeta, o atentado ao ser humano, aos animais, à moralidade, à dignidade, não sei mesmo se os netos viverão para contar alguma coisa. O pior de tudo é que o mesmo ser humano é quem determina o seu próprio futuro, desde as mais pequenas reuniões às mais altas cimeiras, nos mais diversos países, em grandes salões ou nos palcos dos grandes teatros, e sem ensaios passa a ser o grande actor das mais curiosas cenas que tanto podem ser de amor ou desamor. De amor, diante da família, dos filhos e dos amigos. De desamor, quando finge a dor que deveras sente. E passa a viver com os outros o cinismo das grandezas, da vaidade e da mentira, do vencer não importando o preço da razão, Para tràs ficaram os apertos de mão com as promessas de cumpromisso de construir um mundo melhor. Por mais apelos que sejam feitos no sentido de se parar as guerras, ninguém parece escutar, mesmo que todas as crianças venham para a rua pedir a Paz, cada vez se mata mais adultos e crianças. Os Media dão-nos conta de tudo, na mesma hora, no lugar dos acontecimentos, das correrias de um lado para o outro e parece que nos entram pela porta todos os árabes, com ou sem turbante, e o pior de tudo é que nunca se sabe quando levam uma bomba atada ao corpo para fazerem explodir em qualquer lugar, fanàticamente destinada, em nome de um Deus, que deduso, sanguinário. Que tristeza, que angústia me causa esta gente que na altura da raiva esquece que tem filhos, netos e bisnetos, mortos pela inconsciência. Nunca poderão contar histórias de encantar do País das Mil e Uma Noites. Longe de tudo isto, o melhor foi neste início do ano ter escutado a música da nova banda que se extreou na Banda Portuguesa de São José com o nome de Lira Portuguesa da Baía, na passada Sexta-feira dia 9. Formada por elementos com nível musical mais elevado das cinco Bandas da Área da Baía: Filarmónica de Santa Clara, Artista Amadora de San Leandro, Nova Aliança, União Popular e Banda Portuguesa de São José, foi um excelente concerto que nos transportou a um momento de outros tempos, escutando a boa música. Em boa hora o fizeram e espero que tenhamos cada vez mais espaços disponíveis para este género de manifestação cultural. Três mestres, David Rodrigues, Nicole e Júlio de Mattos conduziram as diversas peças musicais e tornou-se agradável observar tanto talento, respeitado pelo silêncio dos espectadores, apenas quebrado pelos aplausos, no fim de cada peça. Lindo! José Amaral, mestre da Banda de São José é um grande entusiasta que fez a apresentação deste serão, e dirigiu palavras de incentivo e agradecimento a todos os presentes que em vasto número acudiram ao salão da Banda. No final, a Direcção ofereceu um beberete que decerto serviu ainda para dois dedos de conversa depois do concerto. Se todos os politicos e governantes fossem músicos, talvez a Paz do Mundo se transformasse em contínua melodia e os Povos, sim, viveriam harmoniosamente.

Velma Vasconcelos, de Escalon, foi surpreendida com uma festa de anos no Salão da Azores Band of Escalon. Mais de uma centena de pessoas quiseram-lhe cantar o Happy Birthday no dia dos seus 70 anos. Na foto pode-se ver Velma Vanconcelos (sentada) rodeada de toda a família - 3 filhas, 1 filho, 9 netos e 3 bisnetos.

Todos os anos, no dia 3 de Dezembro, e no Sousa’s Liquor Store, Manuel Castro é recebido com um bolo de aniversário. Este ano comemorou o seu nonagésimo. Manuel Castro é uma frequente visita da Sousa’s Liquor.

Maria D. Cabral - fraternalista do ano A UPEC seleccionou Maria D. Cabral como a Fraternalista do Ano do California Fraternal Congress - Branch # 1. A homenagem ocorrerá no dia 7 de Fevereiro de 2009, no Fremont Elks Lodge, a 38991 Farwell Drive, Fremont, pelas 11:30 am. Quem quiser assistir a esta homenagem deve comunicar com a UPEC - 510-483-7676 até ao dia 26 de Janeiro. Maria Cabral é uma das pioneiras das agencias de viagens. Sabemos que ela anunciará durante a homenagem uma dádiva especial que tem para oferecer a comunidade. Tribuna Portuguesa mais uma vez sauda e felicita esta grande Senhora da nossa Comunidade.

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COMUNIDADE

15 de Janeiro de 2009

Notícias dos Açores Filme “As Ilhas Desconhecidas” com ante-estreia em Ponta Delgada A viagem que escritor Raul Brandão realizou aos Açores e à Madeira há 75 anos constitui o ponto de partida para o filme “As Ilhas Desconhecidas” dirigido pelo jornalista, argumentista e cineasta Vicente Jorge Silva, cuja ante-estreia está agendada para dia 21, em Ponta Delgada. O presidente do Governo dos Açores, Carlos César, participa na sessão de apresentação do filme, que resultou de um projecto desenvolvido pela Contracosta Produções. Abrangendo as nove ilhas açorianas e as duas do arquipélago da Madeira a produção, com uma versão de quatro episódios a transmitir pela RTP, pretende confrontar as impressões de Raul Brandão com a actualidade, procurando a essência da vivência insular. Tendo por base a importância da iniciativa nos planos cultural e da divulgação externa da Região, das suas tradições, vigência e imagem, o Governo financiou o projecto em 80 mil euros.

Compra da conserveira de S. Jorge As escrituras de aquisição pelo Governo dos Açores, através da empresa de lotas, Lotaçor, do capital social das empresas “Stª Catarina – Indústria Conserveira, SA” e “Companha – Sociedade Pesqueira, Lda”, ambas sediadas no concelho de Calheta, têm assinatura agenda para dia 20. Segundo o vice-presidente do Governo, a aquisição das duas empresas terá um valor financeiro “simbólico, fruto da assumpção por parte da Região de todo o activo e passivo” respectivos. Na sequência do processo de compra, foi convocada para dia 30, a Assembleia-Geral da empresa que vai eleger os novos órgãos sociais e definir a nova estratégia de recuperação, prevendo-se o reinício pleno da actividade da fábrica de Santa Catarina na primeira quinzena de Fevereiro, indicou Sérgio Ávila. Garantiu, também, que vai ser “regularizada a situação laboral dos trabalhadores mantendo todos os postos de trabalho”. Segundo acrescentou, “já decorrem negociações com entidades financiadoras por forma a podermos, o mais cedo possível, reestruturar o passivo da empresa e dotá-la de uma nova estratégia que, a breve trecho, vai permitir a sua viabilidade económicofinanceira”. (parcial)- GaCS/AP

COMUNIDADE

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O Natal no Sousa’s é sempre animado Até a juventude participou

Todos os anos a meados de Dezembro, o Abilio Sousa faz a sua Festa de Natal com espetadas a moda da Madeira e outras iguarias próprias da época. É já uma tradição que atrai muita gente, desde a malta mais nova até aqueles que por estas bandas já andam há mais de sessenta anos. Vale bem a pena uma visita ao Abilio nesse e noutros dias.

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ENTREVISTA

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David Sousa Viver a família e a vida de Real Estate com dedicação e amor Se o David e o Daniel fossem pianistas, diríamos que esta conversa com eles tinha sido feita a quatro mãos. Como não o são, este bate papo foi feito em sintonia cerebral conjunta. Numa altura em que a economia está sofrendo com as incertezas do futuro, era importante ouvir dois especialistas em Real Estate e tentar compreender em palavras simples e directas o que está acontecendo e o que se pode esperar do futuro. David e Daniel são duas estrelas da nossa comunidade. E ainda há tantas por descobrir. Atravessando a America uma crise económica nunca imaginada, quais são as oportunidades para quem quer comprar casa? Não haja dúvida que estamos atravessando uma época dificil em termos da economia. Quem nos últimos 3-5 anos poupou dinheiro, agora têm a vantagem de comprar casas que desceram 60% em preço quando comparando com os preços das casas em Agosto de 2005. E também têm a vantagem de poder aproveitar alguns dos juros mais baixos. Estas duas coisas combinadas (preços e juros baixos) fazem com que seja mais barato comprar uma casa do que arrendar. Por causa desta crise é possível que os juros e o sistema de prestações de casas sejam avaliadas em baixa. Será assim?

David Sousa Nasceu na Serreta, Ilha Terceira e a sua grande paixão foi envolver-se na venda e compra de casas depois de tirar a sua licença aos 24 anos. Casado com Marla, tem dois filhos, Manuel, 8 e Alexandra, 6. Vive em Turlock e já recebeu vários prémios por excelencia profissional. Com 13 anos de experiencia, David Sousa é um agente imobiliário por amor e dedicação aos seus clientes. tação. Isto facilitou a grande maioria das pessoas a pedirem mais dinheiro emprestado do que podiam pagar. Na industria imobiliária dizia-se “liar, liar, loans”. E nem é preciso dizer que estes empréstimos davam muito lucro e eram vendidos com grande lucro no mercado secundário.

4) Ter reserva de dinheiro no banco em caso de emergência. Os bancos gostam de ver isso. Falando simplesmente, as regras voltaram as ser as mesmas de há 20 anos, quando os empréstimos eram escritos por pessoas e não por computadores.

Na nossa opinião, achamos que os juros não vão descer mais, porque o dólar está fraco em comparação com as moedas estrangeiras. Isto faz com que haja menos investimento estrangeiro dentro dos Estados Unidos.

“O nosso objectivo tem sido sempre produzir qualidade e não quantidade”

Para que os nossos assinantes possam comprender bem o que se passou, podem-nos dar a sua explicação em termos simples, desta crise imobiliária?

Hoje em dia os bancos estão a dificultar o credito as pessoas. O que é que se pode fazer?

Um factor grande que contribuiu para esta crise foi a facilidade de acesso a crédito para qualquer pessoa. Tivemos uma situação onde tinhamos que documentar empréstimos com muito detalhe, para uma situação onde não era preciso documen-

A melhor maneira para as pessoas poderem obter empréstimos é: 1) Terem bom crédito (720 ou mais). 2) Manterem pouca dívida nos seus cartões de crédio, empréstimos de carros, etc... 3) Mostrar que têm emprego

Para evitar a execução de hipoteca “foreclosure” , há várias tentativas governamentais para judar as pessoas em dificuldades. Quais são as mais viáveis? O que é que as pessoas tem de fazer? Existem várias agências e programas que tomaram efeito no dia 1 de Janeiro, e têm como função ajudar pessoas a modificarem os empréstimos das suas casas. Alguns exemplos de modificações: redução

do empréstimo principal ou redução dos juros. Devem contactar o seu banco para falar sobre as suas opções, ou então com o seu agente imobiliário que têm conhecimento destas modificações. Qual é o vosso objectivo como empresa para o ano de 2009? O nosso objectivo para o ano 2009 é continuar a crescer positivamente pouco a pouco e também continuar a educar nem só os nossos loan officers como também os nossos agentes para servirem os nossos clientes bem. O nosso objectivo tem sempre sido produzir qualidade e não quantidade.

ENTREVISTA

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Daniel Maciel Empenhado em oferecer um serviço de excelência aos clientes O Atlantic Mortgage foi criado há cinco anos pelo David Sousa e Daniel Maciel, com o propósito de melhor servir os seus clientes com empréstimos, facilitando a compra de casas. Ao mesmo tempo criaram a Atlantic Realty para complementarem essa oferta e assim poderem ajudar a comunidade, oferecendo os seus serviços e o seu conhecimento do mercado imobiliario, na compra e venda de casas. A experiencia de ambos em Real Estate, tem ajudado a solidificar o sucesso da Atlantic Mortgage e Atlantic Realty, com dezenas de empregados prontos para servirem a comunidade, quer em língua portuguesa, Inglesa ou espanhola. O nome escolhido Atlantic, tem a ver com a origem açoriana destes dois jovens e as ondas do mar azuis lembram as maresias dos Açores. Esta empresa tem escritórios em Modesto e Turlock. 3507 Tully Road, Suite 50 e 60 Modesto, CA 95356 Telefone 209-575-0501

Daniel Maciel Nasceu em Hilmar, California, é casado com Denise e tem um filho Darin, nascido na Noite de Natal de 2007. Trabalha em Real Estate desde os 21 anos de idade. A obtenção da sua licença de Broker foi um passo importante na sua vida profissional. É um dos mais reputados vendedores do Vale Central e já tem sido reconhecido e premiado pela excelencia do seu trabalho.

777 E. Hawkeye, Suite 2 Turlock, CA 95382 Telefone 209-668-0501 Façam-lhe uma visita e não se arrependerão.

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PATROCINADORES

15 de Janeiro de 2009

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COLABORAÇÃO

Minha Língua Minha Pátria Eduardo Mayone Dias [email protected]

A PORTUGUESA

E OUTROS CANTOS PATRIÓTICOS

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ecorde-se que a 11 de Janeiro de 1899 o Governo Britânico havia enviado um ultimato a Portugal exigindo que se ordenasse imediatamente por telégrafo ao Governador de Moçambique a retirada de forças militares portuguesas da região de Chire e outras nas proximidades e insinuando uma intenvenção por parte da Royal Navy caso a exigência não fosse atentida. Esta atitude, contrariando as disposições da aliança anglo-inglesa de 1386, levou a ondas de indignação que varreram todo o país. É pois no contexto deste movimento que Henrique Lopes de Mendonça e Alfredo Keil compõem respectivamente a letra e a música (1) de A Portuguesa, que obteve extraordinário êxito, (2) em especial dentro dos círculos republicanos que iam surgindo. Considerando-a um canto revolucionário, o Governo proibiu-a nos últimos anos da Monarquia. O cântico foi adoptada como hino nacional no ano seguinte ao da implantação da República, que teve lugar a 5 de Outubro de 1910. Veio substituir o Hino da Carta (ou seja da Carta Constitucional), promulgado como hino oficial em Maio de 1834. Era óbvio que os liberalíssimos e anticlericais fundadores da República não poderiam aceitar uma letra que dava vivas ao Rei e aconselhava “Ama a tua Religião / Observa e guarda sempre a Divinal Constituição”. Das três estâncias do texto de A Portuguesa apenas a primeira, a mais vigorosa, e o refrão são cantados. O poema sofreu várias alterações até à presente versão oficial, de 16 de Julho de 1957. Por exemplo, uma vez atenuada em 1910 a hostilidade aos ingleses, o brado de “contra os bretões (ou seja os britânicos) marchar marchar” foi substituído pelo mais inócuo “contra os canhões marchar marchar”. A letra deste canto acusa influências do hino nacional francês, já que La Marseillaise havia obtido grande repercussão em Portugal como voz de protesto contra governos conservadores. Para além da semelhança de títulos, (3) existe certo paralelismo entre “Às armas, às armas” e “Aux armes, citoyens”, assim como entre “marchar marchar” e “marchons, marchons”. Em ambos os hinos há um apelo bélico, “pela pátria lutar” e “formez vos bataillons”. A faceta de denigração do inimigo em La Marseillaise, existente na referência aos ferozes soldados que vêm estrangular os nossos filhos e companheiros e embeber as nossas lavras de sangue impuro, encontra-se sem embargo de todo ausente do hino português. Alargando o confronto com outros cantos épicos estrangeiros, embora excluindo a possibilidade de inspirações, inviáveis devido a disparidades cronológicas, notese a exaltação dos valores pátrios

Ao vento solta o pendão Do combate ao anarquismo E o hino remata com dois versos quase panfletários: Gritando sempr Avante! Por Salazar! Salazar!

(“Heróis do mar, nobre povo, nação valente e imortal”) presente em a Giovinezza, hino da juventude fascista italiana (“Salve o popolo di eroi, / salve o Patria immortale”). O antigo hino alemão ia mais longe: “Deutschland, Deustschland über alles, / über alles in der Welt”. Este conceito de uma Alemanha superior a todos os países do mundo coaduna-se evidentemente com a postrior teoria nazista do Herrenvolk, o povo de senhores, escolhido e de raça pura. Mais moderada é a estância de uma antiga versão da Marcha Real, hino nacional espanhol: “Viva España, / que es madre de Naciones, / con Dios, Patria, Rey / con que supo imperar”. A insurreição popular contra o Governo de Costa Cabral, conhecida como a Revolta da Maria da Fonte, eclodiu no Minho em Maio de 1846 e em breve se estendeu a todo o Norte. O seu nome deve-se ao facto de que a camponesa que a encabeçou, chamada Maria, era natural da freguesia da Fonte da Arcada. Com base neste movimento o Maestro Ângelo Frondoni criou o Hino da Maria da Fonte, de carácter belicoso, que passou a constituir o canto de guerra do Partido Progressista. Durante o Estado Novo este hino executou-se em cerimónias oficiais. A prática de um uso popular não foi contudo enfatizada. Era relativamente inócua a sua primeira estrofe: Viva a Maria da Fonte Com as pistolas nas mãos Para matar os Cabrais (4) Que são falsos à Nação! (5) A segunda oferecia contudo uma tonalidade revolucionária que não se poderia compatibilizar com o espírito o monolitista da ditadura:

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Eia avante,Portugueses! Eia avante! Não temer! Pela Santa Liberdade, Triunfar ou perecer! Em 1936 é criado em Portugal a organização juvenil Mocidade Portuguesa, de certo modo paralela à Hitlerjugend nazista, aos balilas italianos, aos flechas da Falange Espanhola e até mesmo, apesar de antipódicas ideologias, aos Jovens Pioneiros da USRR. O Hino da Mocidade Portuguesa, de agradável melodia, revela na sua letra, composta por Mário Beirão, expressivos toques poéticos como “tronco em flor, estende os ramos / à mocidade que passa”. Por outro lado, todavia, desta letra emerge uma altissonante terminologia, decerto não muito assimilável pela grande maioria dos filiados, em especial os “lusitos”, de idade entre os sete e os onze anos: “tubas”, “clangor”, “alva”(no sentido de “alvorada”), “turbada”, “insânia” ou “transcende”. (6) A mensagem ideológica é tenuíssima, apenas vislumbrada na estrofe “Alva de luz imortal / Roxas névoas despedaça / Doira o céu de Portugal”, sugerindo um renascer político após um tenebroso passado. (7) Também em 1936 é criada a Legião Portuguesa, braço armado do salazarismo, que acabou de se tornar num serviço quase civil de vigilância política. O hino da LP, escrito por José Gonçalves Lobo, esse sim, é abertamente politizante na sua mensagem, como o exemplificam as duas primeiras estrofes, no seu linearismo de expressão: Nós temos que vencer Nada temos a temer Da invasão comunista Já existe a Legião

Uma das estrofes, “Garbosos e aprumados / ‘são verdadeiros soldados / da ordem e do progresso”, revela-se curiosmente irónica. O garbo e o aprumo nunca foram apanágio da Legião. De facto a sua falta de marcialidade era notória. Passados os arroubos da década de 30, muitos filiados faziam o possível para não ter de envergar o uniferme verde ou não ostentar o emblema com a cruz de Avis na lapela do casaco. Ao contrário do hino da MP, ainda hoje recordado por muitos dos jovens de então, este passou quase despercebido. O Hino da Restauração, cujo texto primitivo verberava os espanhóis pelo seu domínio sobre os portugueses, deixou de ser politicamente correcto em 1940, o ano dos grandiosos festejos do Duplo Centenário. Celebrava-se então a fundação do reino, ainda que fosse arbitrária a data de 1140 atribuída a esse evento, e a restauração da independência no 1º de Dezembro de 1640. Mostravam-se por esses anos muito harmoniosas as relações políticas com a Espanha e uma nova letra para este hino surgiu. Nele exaltam-se o feito dos conspiradores de 1640 e os valores nacionais em geral, sem todavia aludir a algo que pudesse ferir a susceptibilidade dos novos parceiros ideológicos: Portugueses, celebremos O dia da Redenção. Em que valentes guerreiros Nos deram, livre, a Nação. A fé dos Campos d’Ourique, Coragem deu, e valor, Aos famosos de Quarenta, Que lutaram com ardor. O hino encaminha-se em seguida para um remate apoteótico: P’rá frente! P’rá frente! Repetir saberemos As proezas portuguesas.

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m 1961, cerca de um mês após os primeiros embarques de tropas portuguesas para Angola, o Coro e Orquetra da Federação Nacional para a Alegria no Trabalho (FNAT) lançou a marcha Angola é Nossa. Em consonância com a vaga de indignação e revolta que sacudiu Portugal ante os massacres perpetrados pela UPA em Março desse ano, o texto deste cântico oferece logo de início um carácter quase panfletário: Angola é nossa Angola é nossa. Angola é nossa Angola é nossa

Ó povo heróico Português num esforço estóico outra vez tens de lutar, vence, esmagar a vil traição. P’ra triunfar valor te dá teres razão Era a época em que Salazar proclamara “Para Angola rapidamente e em força” e a marcha teve enorme aceitação. Evidentemente dela quase não restou memória após 1974. O último cântico de vasta reverberação por todo o país foi Grândola, Vila Morena, por Zeca Afonso. Integrada na onda de canções de protesto que o leve abrandamento marcelista à rígida política anterior havia permitido, a canção conseguiu uma gigantesca popularidade após o 25 de Abril, tornando-se na realidade quase o hino da Revolução dos Cravos. Estranhamente estão dela ausentes os tons épicos. Pelo contrário soa num ritmo de balada, talvez induzida pela canção popular alentejana. NOTAS (1) A música foi composta na noite seguinte à data do ultimato. (2) A 29 de Março de 1890 A Portuguesa foi executada no teatro de ópera São Carlos e em muitas outras salas de espectáculo de Lisboa. (3) Note-se também a semelhança com o hino socialista A Internacional , de 1871 com versões em 47 idiomas, e o belga La Brabançonne, este de 1830. (4) Os irmãos António Bernardo Costa Cabral, Marquês de Tomar, e José Bernardo da Silva Cabral, Conde de Cabral, destacadas figuras políticas da época. (5) Outra versão dizia: A Maria da Fonte É uma mulher como as mais. Traz à cinta uma pistola Que é para matar os Cabrais. Com o correr dos anos, na voz do povo, talvez pela pouca familiaridade com o termo “Cabrais”, este havia sido substituído por “pardais”. (6) Talvez subconscientemente reagindo `grandiosidade estilística, alguns irreverentes filiados preferiam substituir parte da primeira estrofe do hino, “Levados, levados sim / pela voz de som tremendos ‘das tubas, clangor sem fim” por uma subreptícia e prosaica “Lavados, lavados sim / com sabão azul e branco / da loja do Serafim”. (7) A imagem da alvorada política está também presente no hino da Falange Espanhola: “Arriba, escuadras a vencer / que en España empieza a amanecer”.

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COLABORAÇÃO

15 de Janeiro de 2009

Lufada de Ar Fresco

Paul Mello

Mudança de Planos

[email protected]

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omo introdução do meu primeiro artigo de 2009, gostaria de partilhar convosco um pouco de uma conversa que tive com uma pessoa enquanto o meu automóvel estava no mecânico. Eu estava sentado na sala de espera quando vejo um homem entrar à procura do mecânico. Minutos depois, o homem regressou à sala, procurou uma revista e sentou-se na cadeira que se encontrava à minha frente. Era um homem visivelmente frustrado, como seria normal para quem tem uma avaria no automóvel, mas a verdade é que o problema do automóvel representava apenas uma pequena gota da enorme trompa de água que caiu sobre as sua família. Eu comecei por lhe perguntar qual o problema que o seu automóvel tinha e ele respondeu: “problema?... tem vários problemas: precisa de pneus novos, alinhamento, o radiador derrama, e os travões já deram o que tinham pr’a dar, mas eu apenas vim aqui para arranjar os travões”. Após vários minutos de conversa, foi fácil entender a razão pela qual o John só vinha para arranjar os travões. O John é empregado de construção, natural do Texas, é casado e pai de três filhos. Há três anos o John mudou-se para a Califórnia quando lhe ofereceram uma proposta de trabalho irrecusável. Hoje, o John diz não saber se amanhã ainda estará empregado. A sua firma já demitiu oito colegas seus e ele receia o pior. Sexta-feira recebeu o equivalente a 6 dias de trabalho

quando realmente trabalhou 10. A esposa do John estudava enfermagem, mas teve que pausar os estudos e arranjar um emprego para ajudar com as despesas. Para além disto, o John está em risco de perder a casa que comprou à três anos e que agora vale pouco mais de metade do que valia naquele tempo. O John diz que vai ter que mudar os seus planos de vida e não sabe o que vai fazer se perder o emprego. Entretanto, o mecânico trouxe-me as chaves do meu automóvel. Despedi-me do tal John com um aperto de mão e um “good luck my friend”. A história do John já não é novidade para ninguém, pois casos semelhantes, e até piores, ouvem-se todos os dias nesta altura de crise. São histórias como esta que dominam a actualidade e nós, estudantes, estamos mais atentos do que nunca. A actual crise tem levado a que vários jovens estudantes sejam forçados a alterarem os seus planos. Lá vai o tempo em que o jovem seguia para a universidade para se formar na profissão do seu gosto. Vários jovens que planeiam perseguir o estudo universitário estão a fazer uma análise cautelosa do mercado de trabalho para escolherem uma área de estudo que tenha saída, ou seja, uma profissão “à prova de recessão”. A estação televisiva CNN, há poucos dias revelou as dez melhores profissões para se ter numa altura de recessão. A avaliação das profissões foi baseada na combinação da procura, salário, e poten-

cial de crescimento da respectiva profissão. Assim sendo, as profissões avançadas foram: 1-Conselheiro financeiro de contabilidade, 2- Gerente de programas de software, 3- Administrador de base de dados, 4- Fisioterapeuta, 5-Assistente de médico, 6- Especialista do ambiente, 7-Hidrólogo, 8- Professor Universitário, 9Contabilista público, 10- Professor. Para além deste “top 10” também foram mencionadas outras profissões que oferecem garantias em alturas de recessão: carreiras nas áreas de segurança (polícia), na área da saúde( Medicina, Farmácia, e sobretudo Enfermagem) assim como na área dos computadores e também alguns trabalhos do governo. Ao analisar estas profissões, é difícil encontrar uma que se possa exercer sem ter um curso superior. Isto já não é novidade. A verdade é que , ainda antes da actual crise, já era difícil arranjar um bom emprego sem ter estudo superior e daí ser fácil entender o crescimento na percentagem de jovens que vinham prosseguindo o estudo para além do “high school” nos últimos anos. Este ano concorreram 126,000 estudantes às universidades da Califórnia ( 5% acima do ano passado).O problema é que, devido à crise, as universidades da Califórnia do UC System viram-se obrigadas a cortar 10,000 vagas em comparação com o ano anterior. Como consequência, o processo de selecção de alunos vai ser ainda mais

rigoroso. Isto só para falar dos jovens que estão a concorrer ao ensino superior. Para os que actualmente frequentam a universidade, como eu, já nos está reservado um aumento nas propinas que temos para pagar no próximo ano lectivo e como consequência, vários estudantes estão a ser obrigados a uma alteração de planos assim como uma maior ginástica financeira. Enquanto uns se preparam para escolher uma área de estudo, outros que já a tinham escolhido estão agora a repensar as suas decisões. Nos dias de hoje, ter um curso superior é algo de precioso, mas nem todos os cursos oferecem garantias pois existem imensas pessoas formadas que actualmente se encontram no desemprego. Muitas dessas pessoas estão a alterar os seus planos de vida e alguns até estão a regressar à escola para tirarem um dos tais cursos “à prova de recessão”. Se as pessoas com cursos superiores estão a reparar que “acabou-se o que era doce”, pessoas sem qualquer formação como o nosso amigo John (do início do artigo), começam a reparar que a coisa já está salgada demais.

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LUSO AMERICAN LIFE FRATERNAL ACTIVITIES OF THE SOCIETY Luso American Fraternal Federation Sociedade Portuguesa Rainha Santa Isabel February

2009

Date

Time

Friday 6th

6:00 pm Cocktails 7:00 Dinner

Saturday 7th

6:30 pm Cocktails 7:00 Dinner

29-50

Saturday 7th

5:00 pm NoHost Cockt. 6:00 Dinner

YC # 11

Santa Clara Fundraising Annual Youth Council Fundraising Activity

Sunday 8th

12:30 NoHost Cocktails 1:00 Lunch 2:00 pm Cocktails 3:00 Lunch

42B-43C

Martinez President Visits

Sunday 15th

Council City 19b

Newark Annual Chicharro Dinner

Location Newark Pavillion 6430 Thornton Ave Newark, CA

Hilmar CommuniTurlock Presidents Vi- ty Hall Falke Ave, Hilmar, sits CA

58B

SES Hall 1372 Lafayette St Santa Clara, CA More info: call Lidia Resendes 408-368-9499 Arnold Rodrigues 408-202-2728 Joseph Resendes 408-438-6740

M a r t i n e z Sportmen’s Club 304 Embarcadero, Martinez Salinas Waffle RerstauP r e s id e n t e s rant Visits 1465 N Main St Salinas

20-30’s Associate President Liz Alves, State President Liz Rodrigues, State Youth President Gary Resendes Para mais informações, contacte LAFF 925-828-4884

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DESPORTO

15 de Janeiro de 2009

P r e m i o FIFA

Cristiano Ronaldo

O melhor jogador do Mundo

O

internacional português Cristiano Ronaldo venceu o prémio de Jogador do Ano de 2008 para a FIFA e sucede assim a Kaká, do AC Milan, um dos cinco nomeados para o galardão em disputa no sector masculino, juntamente com Lionel Messi (Argentina, FC Barcelona), segundo classificado, Fernando Torres (Espanha, Liverpool FC), terceiro, e Xavi Hernández (Espanha, FC Barcelona).

Época em cheio

Na senda de Figo

Ronaldo, de 23 anos, viu assim recompensada uma época em cheio na qual foi elemento preponderante nas vitórias do Manchester United FC na Premier League e na UEFA Champions League de 2007/08. O prémio, atribuído pelo organismo que tutela o futebol mundial esta

Internacional em 66 ocasiões, Ronaldo ajudou ainda o conjunto orientado por Alex Ferguson a sagrar-se campeão mundial de clubes no mês passado, ao derrotar o Liga Deportiva Universitaria de Quito, por 1-0, em Yokohama (Japão) e depois de ter ficado na terceira posição em 2007, o reconhecimento máximo do extremo de Portugal, goleadormor da UEFA Champions League (oito golos) e do campeonato inglês (31) – 42 no total de todas ass competições –, sucede-se ao de Luís Figo em 2001, o primeiro lusitano a ser distinguido.

Momento especial

Após a entrega do galardão, pelas mãos de Pelé, “Hat-trick” o atleta lusitano de Marta dedicou o prémio à família, amigos A internacional brae companheiros sileira Marta, que de profissão, terminou há pouco tendo realçado tempo a ligação ao a vontade de Umeå IK, foi eleita voltar a vencer Jogadora do Ano esta distinção:”É Cristiano Ronaldo - a Escola do Sporting já deu dois melhores jogadores do munpela terceira vez um momento es- do - Figo e Cristiano. Bom investimento tem bons resultados consecutiva, numa pecial na minha votação cujas finavida. Quero agradecer à minha mãe, ao meu [falecido] segunda-feira, em Zurique, que resulta da listas, além da dianteira de 22 anos, eram pai, às minhas irmãs, à minha família votação realizada pelos capitães e selec- a sua compatriota Cristiane, as alemãs toda, amigos e colegas de equipa, pois cionadores de todo o planeta, segue-se à Birgit Prinz, Nadine Angerer e a inglesa sem eles não conseguia ganhar. Espe- conquista Bota de Ouro relativa ao melhor Kelly Smith. marcador da Europa e da Bola de Ouro ro cá voltar outra vez”. uefa.com para o melhor jogador do Velho Continente, atribuído no início de Dezembro.

Liga Sagres

Análise da jornada 14 Porto perdeu liderança

S

inais de desconforto no topo do classificação. Mais uma jornada volvida, mais uma troca de líder. O F.C. Porto, que assumira a primeira posição na ronda de abertura de 2008, cedeu um inesperado empate caseiro frente ao abespinhado Trofense e caiu para o terceiro posto. Benfica e Sporting agradeceram a gentileza. Os dois de Lisboa cumpriram a respectiva obrigação e triunfaram em casa diante do Sp. Braga e do Marítimo. Na Luz, polémica instalada depois de uma arbitragem terrível de Paulo Batista, com claro prejuízo para a formação minhota. Em Alvalade, triunfo seguro

Leo rescindiu contrato com o Benfica (Getty Images)

dos comandados de Paulo Bento. Contas feitas, 14 jornadas volvidas o

triunvirato do costume preenche os lugares do pódio. Benfica e Sporting com 29 pontos e o F.C. Porto com 28. Mas a análise desta ronda não se esgota nos encontros dos «grandes». O Belenenses, por exemplo, merece algumas linhas em tom elogioso. Pela primeira vez, os homens do Restelo conseguiram vencer fora de casa. A vítima foi o Rio Ave, «lanterna vermelha» da prova. Com o triunfo em Vila do Conde, a formação de Jaime Pacheco pulou até ao 12º lugar. No pólo oposto, a confirmação da inépcia do V. Guimarães nos encontros disputados no Estádio D. Afonso Henriques. O nulo na recepção ao E. Amadora é apenas mais um dado preocupante a juntar-se a um registo caseiro miserável: sete jogos, uma vitória e três magros golos marcados apenas. Em mais uma jornada paupérrima no número de golos apontados, apenas 12, o encontro entre o P. Ferreira e o Nacional justifica algum relevo. Na Mata Real marcaram-se cinco, quase metade dos tentos desta ronda, na vitória insular por 2-3. Nené continua a espalhar inspiração na hora do remate e os alvi-negros ocupam o quinto lugar na tabela. No derby da zona centro entre a Naval e a Académica, louros para a formação fi-

Lisandro Lopez é a imagem do desalento do Porto (Getty Images)

gueirense. 2-1, centésimo golo apontado no escalão maior e um pulo até ao décimo posto. Nesta partida, um sublinhado especial para o desentendimento entre Ulisses Morais e Domingos Paciência no final. Nota derradeira para o quinto encontro consecutivo sem vencer do Leixões. José Mota e os seus pupilos ainda são quartos na tabela, mas o sinal de alarme começa a tocar para o Estádio do Mar. Desta feita, os homens de Matosinhos empataram a zero com o V. Setúbal, outra formação que também já não vence desde finais de Novembro. In Maisfutebol

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TAUROMAQUIA

15 de Janeiro de 2009

Morreu o Ganadero Manuel Lopes Machado Foi o triunfador da Corrida de Toiros da Festa de Nossa Senhora dos Milagres de Gustine de 2008

Quarto Tércio

José Ávila [email protected]

T

iro o m e u chapéu

r e s p eit o samente pela morte do ganadero Manuel Machado, que este ano foi o triunfador da Corrida de Nossa Senhora dos Milagres de Gustine.

Tiro o meu chapéu

aos aficionados da Graciosa e Terceira, que irão ter a oportunidade de verem o Mestre João Moura, na Feira da Graciosa e na Corrida do Emigrante a 27 de Julho na Monumental de Angra. Ver cavaleiros desta categoria só ajuda os aficionados a aprofundarem a simpatia que tem pela Festa Brava.

Tiro o meu chapeu

aos aficionados da tourada a corda que no dia 1 de Janeiro se juntaram mais uma vez na primeira tourada do ano. Mesmo com muito frio, eles aguentaram a pé firme, até que depois do quarto e ultimo toiro, foram-se aquecer a comer iguarias feitas pelas mãos das boas cozinheiras das nossas ilhas que abundam nestas terras da California. God bless them.

Estou com o meu chapéu no ar

, esperando a todo o momento os nomes dos artistas do Cartel das Sanjoaninas 2009. Temos a certeza que José Couto e colegas irão fazer todos os possíveios para trazerem os melhores toureiros, dentro das possibildades económicas da Terceira.

Estou com o meu chapéu debaixo do braço para o poder atirá-lo ao ar quando souber

que o grupo de Forcados do Ramo Grande, Praia da Vitória, nos vem visitar a California.

No dia 27 de Dezembro de 2008 faleceu Manuel Lopes Machado, com 54 anos de idade no U.C.S.F. Medical Center em San Francisco. Nasceu em Sacramento a 28 de Outubro de 1954. Deixa de luto sua mãe Angela Machado, filho Manuel Steven Machado, filhas Rebecca e Amanda Machado, irmãs Angela M.

Estacio e marido John Estacio, de Turlock; Anna M. Cabral e marido Arthur Cabral de Hilmar, madrinha Rosa Dinis, de Turlock. Ele foi precedido na sua morte pela esposa Crystal D. Machado em 2003, seu pai Manuel S. Machado em 2006 e padrinho John Machado em 1993. O Rosário e Missa realizaram-se no

dia 3 de Janeiro na Igreja Católica do Sagrado Coração em Turlock. Tribuna Portuguesa envia a toda a familia Machado as suas condolencias.

Primeira Tourada do Ano em Merced fotos de Jorge Avila “Yauca”

Atirei o meu chapéu contra a parede, quando ouvi dizer que o Grupo de Forcados

do Aposento de Turlock não iria participar na Corrida do Trigéssimo Quarto Aniversário do Grupo de Forcados de Turlock. E eu que esperava esta ocasião para poder ver dois valentes grupos a competirem juntos na arena. Why?

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VISITAS OFICIAIS PARA O MÊS DE FEVEREIRO February 13: February 15: February 21: February 22: February 28:

6:30PM – Fremont, Council #5 Tel: (510) 489-4804 1:00PM – Merced, Council #29 Tel: (209) 358-6175 5:00PM – Hayward, Council #3 Tel: (510) 483-7788 1:00PM – Tracy, Council #137 Tel: (209) 835-4341 6:00PM – Redlands, Council #100 Tel: (909) 794-6556

Para mais informação telefone para os números indicados

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ARTES & LETRAS

15 de Janeiro de 2009

Apenas Duas Palavras

João Felix

Diniz Borges UM SONHO

Na treva densa jaz, oculta, Envolta numa estringe tenebrosa.

Esta noite, o céu está azul como uma safira. A lua de jaspe vermelho sobe lentamente Por trás dos cedros. As portas abertas Da minha casa dão para um fogo aprazível.

De súbito, rompante, o céu alveja. Assola os ares um clarão ingente E o estrépito feroz, grave e algente, Retumba pelos céus. O mar braveja...!

E, lânguidos como as estrelas, os meus olhos sossegados Observam o agradável jardim onde te sentas, Ornado de flores radiantes e iluminado pela lua Sob o teu olhar encantador e os céus brilhantes. Tomo suavemente as tuas mãos e levo-te Para o meu quarto perfumado, onde o odor Do ópio sobe, sonolento, doce e ofuscante... Amo-te pelo teu brilho langoroso e suave, Porque és onírica e iridescente, Bela e silenciosa como o gato de um poeta…

SONETOS I

Perdi a luz, e o cálamo pousado Tenho na mão sinistra, adormecido. Nos dedos, um torpor elanguescido, No peito um lago lôbrego e gelado. No fundo de minh’alma procurado Tenho, incessante, o fogo já perdido, Mas olho e, entre névoas escondido, Vejo um deserto intérmino e nevado. Perdi a luz, fugiu-me naquel’dia Em que eu adormeci, torpe e indolente, Na chuva plúmbea e negra do verão... E eu, que em vasto ardor enrubescia, Inclino a fronte lânguida e dormente E espero a luz perdida... Mas em vão. II Quando Morfeu desdobra as longas asas Pela noite calada e de veludo, E, sobre o mato umbroso e quase mudo, O vento, entre os urzais e as moitas rasas, Impele a névoa triste e alvacenta, Aqui, nestes negrumes nemorosos, Circunvagando em passos dolorosos, Eu olho só a escuridão que aumenta. Aqui, por te cantar o nome amado, Eu vim, que odeio os negros horizontes, Estriges e ciprestes assombrosos, E amo o sol solene sobre o prado, O Zéfiro suave sobre os montes, O agreste som dos rios melodiosos... III É noite, a chuva cai silenciosa... A terra, em negro féretro sepulta,

Assim irrompe a luz na noite escura. Assim ‘stremece a treva adormecida, E não há sombra que o meu medo acoite. Quedou-se o mar... O vento, com brandura, Vai agitando a selva enegrecida. E a seguir à noite, fez-se noite.

VARIATIONS At times, my heart is frail as crystal glass. A rush of wind may break it into flakes, That, sprinkled on the ripe, leaf-covered grass, Will soon be cruelly drawn by reckless rakes. At times, my heart tolls like the morning bronze, That fills the dewy air, those mystic bells! Or, taken by the beauty of the swans, It falls into bright dreams, deeper than wells... But if I saw you, love, among the crowd, Your silent feline steps down the cold lane I’d see, between wild crows, a gentle dove, And then, my heart would rave, and cry out loud Wild songs of desperation, chimes insane: Such are the variations of my love.

THE VESSEL The vessel of my love is young and pallid And knows not the profoundness of the seas. It gently floats, blown by a mournful breeze, Beside the sleeping shore. A doleful ballad, Brought by a lone and faint nostalgic tide, Fondles the yearnful sails, silken and sweet, Who long to meet the grand, voluptuous fleet. The mouldy ancient forest sleeps beside. One day, a radiant goddess, dressed in foam, Will rise above the ripples and deplore Such wretched solitude. Freed by her hands, The sails will meet the whirlpools and the lone Vastness of seas, abysms wild and sore, And cry for sweet nocturnal moonlit sands…

O ÚLTIMO ENTERRO Onde o sangue foi derramado cresce agora uma doce flor,

O fumo negro desvaneceu-se, sopra uma brisa de Verão, E agora, tudo o que se ouve é a canção dum pássaro E a voz dum rio que corre. Voam borboletas onde as crianças foram massacradas, Ressoaram tambores de Guerra, e homens gritaram de dor. A terra que foi roubada agora prospera, Mas custou as doces vidas daqueles que se ergueram em vão. O Sol escondeu a sua face, as gotas de chuva voltaram para o céu, A Águia-de Cabeça-Branca cessou o seu voo e começou a chorar. Ela chorou e derramou rios de lágrimas quando viu o Seu amor morrer, E bradou: “Oh, oh, para onde foram eles? Oh, oh, para onde foram eles? Ooh, ooh, que grande massacre!” Considero-vos indignos das minhas palavras. Quebrastes os rumores dos pássaros meridionais. Suspiro pelos suspiros dos homens que foram arrebatados no seu amor Pelas garras de uma pomba de asas sombrias. Segue a Estrada onde o cipreste se ergue, E não te deixes assustar pelo som dos sinos. Segue a Estrada até que a lua seja uma faísca morrente E encontrar-me-ás sozinho, no escuro. Verás que estou de pé, versa que estou livre, Verás que danço numa alegria destroçada. Esgotado e angustiado, visto as roupas de um homem, De um homem que ninguém pode compreender. E a sombra é feia, e horrenda, e insalubre, Mas eu amo estas sombras em redor de mim. A beleza da felicidade está nas mentiras que ela diz - Na própria tristeza eu vejo algo de belo. As brisas arrefeceram e sopraram com uma ferocidade nunca vista, Os rios da loucura espalharam as suas águas impuras, Ela chorou e chorou e o Sol escondeu o seu brilho omnipotente. E Ela chorou: “Oh, oh, para onde foram eles? Oh, oh, para onde foram eles? Ooh, ooh, que grande massacre!” E eu choro: Oh, oh, para onde fostes? Oh, oh, para onde fostes? Oh, ooh... Eles enterraram-vos todos.

[email protected]

C

omeçamos a Maré Cheia em 2009 com a poesia dum jovem. Chama-se João Félix. Nasceu em Angra do Heroísmo em 1990. Tem 18 anos e frequenta o 12º ano de escolaridade na ilha Terceira. É neto do falecido poeta (e um grande amigo meu, de quem tenho muitas saudades) Emanuel Félix. Conheci o João há anos, através do seu avô, o nosso Emanuel. Durante algumas das minhas visitas à Terceira passei uns bons bocados com o Emanuel, com quem aprendi muito acerca da literatura, da arte, da justiça social, da vida. Por vezes lá passava o João. O Emanuel tinha uma grande paixão por este neto. Falava muito com ele e não perdia, justamente, nem um momento para falar do neto aos amigos. Hoje, o João está homem feito e, tal como o avô, é poeta. Através do poeta Álamo Oliveira, um dos nomes mais reconhecidos da poesia dos Açores, e um dos intelectuais mais respeitados nas nossas comunidades, acabo de receber, com autorização para publicar nesta humilde página, alguns poemas do João Félix. Aqui fica a poesia de João Félix. Como estamos numa comunidade de duas línguas, duas pátrias e duas culturas — são estas as nossas vivências no continente norte-americano – apresentamos a poesia do João Félix em português e inglês. É que este jovem poeta, como verificarão, escreve muito bem, sente-se à vontade, nestas duas línguas. A minha gratidão ao João Félix por permitir a publicação destes seus poemas. Para os leitores, e colaboradores desta página, os meus votos sinceros que todos tenham um magnífico 2009. Abraços diniz

SABEDORIA O jovem Hípaso era sábio para a sua idade, E sábio para a idade de qualquer homem. Num fim de tarde, a sua amada, Liliana, Disse: “ Amor, enquanto o ultimo raio de sol desaparece, E, envolta num manto de nevoeiro crepuscular, A lua desliza suave e sem graça acima de nós, Eu hesito. Como podemos não desistir De agarrar a luz da vida e fazer a nossa cama De flores, para nos deitarmos em silêncio e abençoados, Quando a própria luz é tão tímida e inconstante? Deploro realmente esta escuridão húmida. Disse Hípaso: “O Sol encontra paz e sossego. Num oceano de líquido obscuro ele encontra a sua cura. Por isso, bebe o teu rúbido vinho, e não lamentes mais!”

serving the portuguese – american communities since 1 9 7 9

portuguese

Ideiafix

Miguel Valle Ávila [email protected]

The Best of 2008 PERSON OF THE YEAR

“CALL TO ACTION” OF THE YEAR

Nelson Ponta-Garça is a music tea-

cher, a promoter of young talent, a host of an Azorean worldwide young professionals’ community, and an editor and occasional host of Contacto California on RTPi. He represents the promise of our Portuguese-American youth in the United States. We hope that he continues to host Contacto California to show the vitality of our California Portuguese-American entrepreneurs, artists, scientists, engineers, educators, athletes, and other professionals. Nelson conducted an interview with The Portuguese Tribune in the February 15, 2008 edition.

Lady. The Church of Our Lady of Miracles was established in 1919 and was elevated to Shrine in 2008. Its pastor is Rev. Leonard Trindade. 950 families are currently registered at the parish. The original parish was established by then San Francisco Archbishop William Patrick Riordan as the Parish of The Holy Ghost. In 1986, Fresno Bishop Joseph Madera renamed and consecrated the church as Our Lady of Miracles. On June 11, 2008, Fresno Bishop John Steinbock elevated it to a diocesan shrine and renamed it as the Shrine of Our

Lady of Miracles.

envelope the spirit, and Germano Silva’s ingenuity marvels those who admire how gold can be made even more perfect through the hands of a clock or an intricate lapel pin. The Portuguese Tribune published an interview with John Mattos on our February 15, 2008 edition.

When the publisher of this newspaper, José Ávila, had the courage to run “BASTA!” on red bold letters across the front page of the February 15, 2008 edition, it showed courage. While some may have taken offense at the directness of the front page editorial, few remained untouched by it. From other Portuguese-American newspapers to those papers in the motherland, BASTA! touched a sensitive nerve. Portuguese-Americans are not to be treated as second-class citizens especially when they love a nation that may not love them back in the same way. This is true self-less love on the part of all immigrants who reserve a special place in their heart for “their” Portugal.

INSPIRATIONS OF THE ORGANIZATION OF THE BUSINESS OF THE YEAR YEAR YEAR The Catholic Association for Seminarian Education (CASE) is one

of those unsung organizations in our Portuguese-American community. Created by California-based Portuguese priests Carlos (Charles) Macedo, Albano Oliveira and Monsignors Valdemiro Fagundes and Manuel Alvernaz, CASE is a non-profit organization that financially supports seminarians in their last four years at the Seminary of Angra do Heroismo in the Azores. During the 2008-2009 school year, $3,000 scholarships were awarded by CASE to 12 seminarians along with a $14,000 donation to the Seminary of Angra. CASE also provides scholarships for Portuguese-Californian seminarians. Last year, four of the scholarship recipients were ordained and two additional seminarians were awarded $3,000 CASE scholarships this school year. Retired Rev. Macedo is the last surviving member of this group of benefactors.

BOOK OF THE YEAR Capelinhos: A Volcano of Synergies is a masterfully prepared book on the

wave of emigrants who left the Azores for almost three decades following the volcano eruption at Capelinhos on Faial Island. The hardcover English edition was translated into Portuguese and a DVD of color footage of the volcano accompany the edition. The color film was shot by António Furtado. This project was coordinated by Tony Goulart who had also coordinated Portuguese Heritage Publications of California’s first major publication, Holy Ghost Festas.

EVENT OF THE YEAR For decades, the celebrations of Our Lady of Miracles in Gustine have always been well attended by devout Catholics of Our

Young painter Amanda Borges and Luis Bettencourt of Bettencourt’s musician Roberto Lino are an inspiration to Dairy in Idaho is the largest individual young artists in dairy farmer the Portuguesein the United American comStates. Having munity of Calibegan with fornia. Amanda only 16 cows possesses a 25 years ago, sensitive way to Luis Bettenportrait emotions court now owns in her paintings. 67,000 cows and Definitely an ar48,000 calves. tist to watch out for in the near future. This immigrant from São Jorge moved Roberto Lino is a composer, musician, with his family to California, but then saw and vocalist a great business opportunity in Idaho whewho has marre he moved 25 years ago. veled our com-

munity halls with modern Por t ug uese pop and rock music from Champion Acethe best comvilla is the unsung posers. Less “Pimba” and more Lino will hero of the Five definitely improve the quality of music lisWounds Portugue- tening and dancing around us. se National Church in San José. He serves the Portuguese and English masses with equal devotion as the church’s sacristan and Knight of the Louise Fernandes Silva, 1931-2008 Altar. Maria Celeste Lemos, 1931-2008 Champion shows that non-Portuguese- Olímpia Garcia Tomás, 1919-2008 Americans can love that church as much Nildo Angelo Rocha Alves, 1943-2008 as our immigrants and their descendants. José “Chincinho” Silveira Jr., 1929-2008 The Portuguese Tribune conducted an in- Mimi Dias, 1918-2008 terview with Champion to be published in Jack Peter Gonsalves, 1918-2008 our next edition. Beatriz Augusta Correia Souza, 1919-2008 Manuel Cristiano da Silva, 1937-2008 ARTISTS OF THE YEAR Lino Vieira, 1941-2008 Illustrator John Mattos, painter Brian Zorra, 1983-2008 António P. Neves, 1921-2008 Mel Ramos, painter João de Bri- Maria Albertina da Rosa Fagundes, to, and jeweler Germano Silva 1910-2008 are examples of masterful artistry in the Rev. Dr. Vital Cordeiro Dias Pereira, Portuguese-American community of Ca- 1922-2008 lifornia. Emanuel Pimentel de Almeida, 1937-2008 John Mattos’ art crosses styles and boun- Manuel Duarte, 1935-2008 daries, Mel Ramos’ audacity pushes the Joe Gonçalves Bettencourt, 1964-2008 envelope, João de Brito’s reflective themes Josefina Canto e Castro, 1907-2008

RELIGIOUS OF THE YEAR

2008 – In Memoriam… Guilherme Ilídio Ferreira Brasil, 1931-2008 Maria de Jesus Soares Higashi, 1944-2008 Maria da Conceição Catoia, 1920-2008 Bento Lemos, 1925-2008 John Perry Rose, 1917-2008 Carlos M. Peixoto, 1945-2008 Fernando Bernardo Silva, 1925-2008 Manuel Lopes Machado, 1954-2008 Mary Amaral Cardoza, 1928-2008 And many others who left the PortugueseAmerican community poorer. May their souls rest in peace!

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ENGLISH SECTION

Palavras A poem by Lisabeth Castro-Smyth [email protected] My ancestor once made a boat of words to see if their power could carry him from one island to the next He began, folding newspapers, building a canoe of paper Perhaps there was no wood Perhaps it was a game of chance, played with destiny Or a challenge to the ocean: A measure of how much power palavras possess If their beauty could carry his weight – and for how far They say he travelled until the Sea devoured letters hungry for bodies, lágrimas, language and ideas because the ocean is ravenous, eternal.. resting place of gritos, sonhos and every word he folded with hopeful hands.

15 de Janeiro de 2009

PALCUS hosted holiday event at Brown PALCUS, the Portuguese-American Leadership Council of the United States, sponsored a “Holiday Shopping and Networking Event” on Friday, December 5th at Brown University in Providence. The elegant “Crystal Room” of Alumni Hall was the setting for a festive social gathering of Portuguese-American professionals in the areas of business, finance, government, education, law and art while holiday shopping for books and Portuguese made crafts. Books of Portuguese literature and topics were donated for sale by Gavea-Brown Publications, Dept. of Portuguese and Brazilian Studies at Brown University, the Center for Portuguese Studies and Culture at UMass-Dartmouth and Casa dos Açores da Nova Inglaterra. Miniature presépios in handwoven baskets and handmade ornaments crafted by the artisans of Lagoa, São Miguel were available for sale. Portuguese wines were sampled by guests compliments of Grapemoments of New Bedford. A selection of Portuguese cheeses and pastries was provided by Manny Lopes, host and creator of the new TV cooking program “Cooking with Dad”. Arthur Moniz, artist and owner of Arthur Moniz Galleries of New Bedord, displayed his work and donated pieces for the door prizes. The event provided an opportunity for Portuguese-

American professionals in the New England area to meet and network in a social and festive atmosphere while learning more about the mission of PALCUS. Similar events have taken place in California and are planned for other Portuguese-American communities across the country. It is the intention of PALCUS to reach out to all members of the community to learn their concerns and to enlist their support regarding issues of importance. PALCUS is a non-profit 501(c)3, non-partisan national organization incorporated in Washington, D.C. that acts as a voice of the community regarding issues that affect Portuguese-Americans in the United States and fosters connections between the US and Portugal. PALCUS participates in discussions on Capitol Hill and at the Portuguese Embassy about such matters as deportation, the visa waiver program and dual taxation. Members of the PALCUS Board of Directors representing New England who hosted the event include: Onesimo Almeida (RI), Marie Fraley (RI), Odete Amarelo (MA), Alda Petitti (MA) and Fernando Rosa (CT). For more information about PALCUS, please visit the website at www.palcus.org. New members are welcomed to join online.

David Leite publishes book on Portuguese culinary delights The New Portuguese Table: Exciting Flavors from Europe’s Western Coast is David Leite’s book

on Portuguese cooking. The book is scheduled to be release on August 18, 2009, but is already available for pre-ordering on Amazon.com for only $21.45, a 34% discount from the

list price of $32.50. The recipes are beautifully photographed by Nuno Correia. The hardcover edition of The New Portuguese Table contains 256 pages and is published by Clarkson Potter. David Leite is the publisher and editor-in-chief of Leite’s Culinaria (www.leitesculinaria.com), the leading publication of Portuguese cuisine in the United States. Its mission is “to educate and to entertain cooks and readers of all levels who are interested in the diverse world of food.” In an interview with The Portuguese Tribune, David Leite said that he helps Portuguese-Americans connect with the food of their heritage

CONVERSA COM JESUS Converse com Jesus todos os dias, durante nove dias orar: Meu Jesus em Vós depositei toda a minha confiança. Vós sabeis de tudo, Pai e Senhor do Universo, sois o Rei. Vós que fizestes o paralítico andar, o morto voltar a viver, o leproso sarar, Vós que vedes minhas angústias, minhas lágrimas, bem sabes, Divino Amigo, como preciso alcançar do Vós esta grande graça: (pede-se a graça com fé). A minha conversa conVosco, Mestre, dáme ânimo e alegria de viver. Só de Vós espero com fé e confiança (pede-se a graça com fé). Fazei, Divino Jesus, que antes de terminar esta conversa que terei conVosco durante nove dias, eu alcance esta graça que peço com fé. Com gratidão publicarei esta oração para que outros que precisem de Vós aprendam a ter fé e confiança na tua misericórdia. Ilumine meus passos, assim como o Sol ilumina todos os dias o amanhecer e testemunha a nossa conversa. Jesus, tenho confiança em Vós, cada vez mais aumenta a minha fé, por graças alcançadas. Isabel Rocha

Above left:(L to T) Alda Oetitti (MA), Maria Fraley (RI), Fernando Rosa (CT), Odete Amarelo (MA), Onesimo Almeida (RI); above right: Cheryl and Arthur Moniz, artist, Atrhur Moniz Galleries; below left: Debbie Grenon with Manny Lopes, host/creator of “Cookong with Dad TV; below right: Odete Amarelo (MA) and Ana Costa displaying presepios from Lagoa

Mercearia’s Rosa’s John Perry Rose passes way at 91 John Perry Rose was the owner of Little Portugal’s Trade Rite Market, better known as Mercearia Rosa, for over 40 years. Mr. Rose passed away at the age of 91 in San José on December 3, 2008. He was preceded by his late wife Lucille Rose. He leaves his sister Emma Gregorio, his children Leroy Rose and wife Elaine, Alvin Rose and wife Cory, Nadine Cori and husband Bob, and Elaine Vierra along with 12 grandchildren and 10 great-grandchildren. Mr. Rose’s remains were laid to rest at San José’s Calvary Cemetery. The Portuguese Tribune extends its condolences to the family of John Perry Rose who for over 70 years supported the Portuguese community of San José. May his soul rest in peace.

Music Lover Bento Lemos dead at age 82 San José’s Portuguese community member and music lover Bento Lemos passed away at age 82 a few days shy from his 83rd birthday on Christmas Eve 2008. Mr. Lemos was born on January 3, 1925 in the small town of Terra do Pão on Pico Island, Azores. He is survived by his devoted wife Cesaltina Lemos, his brother David, his sister Maria de Jesus, and his children Maria, Manuel, and Lucy, along with 8 grandchildren and 5 great-grandchildren. Mr. Lemos’ remains were interred at Oak Hill Memorial Park in San José. The Portuguese Tribune extends its condolences to the Lemos family for the passing of their loved one.

ENGLISH SECTION

California Chronicles

Ferreira Moreno

J

ose Maria Echeandia, a lieutenant— colonel of engineers in Mexico, was appointed governor of California in 1825. After his arrival in San Diego, he decided to remain there, instead of moving to Monterey, the capital. As an excuse, he claimed that he could not tolerate Monterey’s damp climate. Soon thereafter the truth was discovered: The governor had fallen in love with a pretty senorita! Her name was Josefa Carrillo, a vivacious teenager at the time. Leo Carrillo described her as the “Marilyn Monroe of her day without the calendar.” He also added that the lovesick governor “had ants in his pantalones.” (The California I Love, 1961 Edition). Actually, Josefa was Maria Antonia Natalia Elijia Carrillo, born in San Diego in 1810. However, it seems that her godmother found the name too long and too difficult to remember, so she nicknamed her Josefa. (Saddleback Ancestors Orange County California Genealogical Society, 1969 Edition). Josefa’s parents, Joaquin and Maria Ignacia Carrillo, favored the idea of their daughter becoming the “Senora Gobernadora.” Josefa, however, refused to take the governor seriously, and she considered him to be “a thin little squirt and an ugly Bantam rooster.” In the meantime, the ship “Maria Ester” had anchored at San Diego Bay to trade with the townspeople. When Josefa went

aboard ship, she was met by its dashing captain, Henry Delano Fitch (1799—1849), a native of New Bedford, Massachusetts. They fell in love immediately. Apparently, the aftermath was quite explosive. It aroused the governor’s jealousy and sent the Carrillo family into a state of shock. At that time, it was against the law for a California girl to marry a foreigner or a non-Catholic.In this, case, Captain Fitch was both a Yankee and a Protestant. Eventually, he was baptized at the San Diego Presidio Chapel and given the name of Enrique Domingo Fitch. It was also agreed to have the marriage ceremony performed at the Carrillo house. As the wedding was about to take place, the governor’s adjutant and bride’s uncle, Domingo Carrillo, entered the room. He annouhced that the governor had forbidden the priest to perform the ceremony and that he would prosecute anyone in attendance. The governor also threatened to have Fitch extradited for lack of California citizenship. Under the cover of dawn, the young couple slipped away to South America aboard the ship ”Vulture”, and were finally married at Valparaiso, Chile. A year lapsed with no word of the lovers. Then, one bright day, the ship “Leonor” appeared at San Diego, carrying aboard Captain Fitch, his wife Josefa and their tiny infant son. Intent on revenge, the governor had Fitch arrested and placed in a cell at San Gabriel Mission. Josefa and the baby were left

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A Pretty Senorita & two Pretenders stranded in Monterey for several months, until permission was granted her to attend the on—going trial at San Gabriel. Josefa and Captain Fitch were questioned at length before an ecclesiastical court. Finally a decision was reached: The Valparaiso marriage, while not legitimate by Church standards, was valid under civil law. The couple was therefore set free, to be united once again. Another marriage ceremony took place, after the reception of the sacraments of Reconciliation and the Eucharist. However, to erase the scandal, they were ordered to donate a bell to the Plaza Curch in Los Angeles, to recite the Rosary for thirty days, and attend Mass on three successive Sundays, carrying lighted candles in their hands. The couple returned to San Diego, where Fitch became a successful merchant and a leading figure in local politics. Later he acquired the Rancho Sotoyomo near Healdsburg, in Sonoma County, where a mountain was named for him. He entrusted the upkeep of the ranch to the care of Cyrus Alexander, for whom the Alexander Valley, northeast of Healdsburg, is named. Henry and Josefa Fitch had many children; Henry (1830), Fred (1932), William (1834), Joseph (1836), Josefa (1837), John (1839), Isabella (1840), Charles (1842), Michael (1844), Maria (1845), who died at age five, and Anita (1845), who died at age nine. Captain Fitch died in 1849 at age 50, and

Josefa died in 1893 at age 83. During my research for this chronicle, I discovered that Josefa wrote her life’s story in “Narracion de la Viuda Fitch” (Narration of the Widow Fitch). Unfortunately, I found no copies of the original

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COMUNIDADE

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Univ. of Massachusetts Dartmouth offers 16th Annual Portuguese Summer Program The University of Massachusetts Dartmouth Center for Portuguese Studies and Culture announces its 16th Annual Summer Program in Portuguese (XVI Programa de Verão de Português) from July 6-August 5, 2009. The theme is “Remapping the Lusophone Atlantic” and the program is directed by Prof. Christopher Larkosh and sponsored by the Luso-American Foundation and the College of Arts and Sciences. Can oceans speak languages? As academics continue to study the centuries of interaction between the cultures of the Atlantic Basin, a number of models have emerged in the last few years that either downplay or privilege the role of Portuguese-speaking countries in this ongoing exchange. With these different approaches in mind, how might it be possible to re-imagine a Lusophone Atlantic, one that includes not only Portugal (including the autonomous Atlantic island communities of the Azores and Madeira), Brazil, Cape Verde and the other nations of Portuguese-speaking Africa, but also the diverse Portuguesespeaking diaspora and creole communities in the U.S., Canada, the Caribbean, Southern Africa and Western Europe? How will questions of ‘race’, ethnicity, gender, bilingualism, migration and transnational identity reshape this expanded picture? And how will the teaching of both the Portuguese language and related subjects, both in the U.S. and beyond, respond to this renewed transatlantic challenge? Portuguese in the World Portuguese is spoken by more than 230 million people, and is the official language of eight countries on four continents. After Chinese, Spanish, Hindi, English, and Bengali, it is the sixth-most spoken language in the world. Although Portuguese has its beginnings in the northwest corner of the Iberian peninsula during the medieval period, the Age of Exploration in the 16th century carried it far beyond its European origins. Portugal’s membership in the European Union has made Portuguese one of its 23 official languages. Portuguese is also the official language of Brazil, the fifth most populous country in the world, the largest country in Latin American, and an emerging global economic power as part of the Mercosur trading bloc. Five African countries are former Portuguese colonies, and as independent nations, all of them continue to use Portuguese as their official language: from the Atlantic archipelago of Cape Verde, its continental neighbor Guinea-Bissau and the equatorial islands of São Tomé and Príncipe, to the larger southern African republics of Angola and Mozambique. As one of the five working languages of the African Union, Portuguese is positioned to remain one of Africa’s main languages of intercultural communication well into the 21st century. Even in communities across Asia, the Portuguese language continues to be an important element of a complex cultural mosaic, sharing official status with Chinese in Macau, and with Tetum in newly independent East Timor. Moreover, Portuguese is also widely spoken outside of its officially recognized borders, most notably by over two million people across the U.S., Canada, and in other corners of the Lusophone diaspora. These communities

The University of Masschusetts Dartmouth Campus

further extend the language’s impressive global reach, ensuring its cross-cultural importance for scholars in literary and cultural studies, social sciences, business, and other academic disciplines with an international focus. Summer on the SouthCoast The University of Massachusetts Dartmouth has one of the largest departments of Portuguese in North America , with six full-time professors, seven faculty members in affiliated departments in the humanities and social sciences, and a full PhD program in Luso-Afro-Brazilian Studies and Theory. The university is located on a spacious and modern 700-acre campus in the heart of the SouthCoast region, home to one of North America’s largest Portuguese-speaking communities. Immigrants from the Azores, Madeira, mainland Portugal and Cape Verde have lived in the region for over 150 years, and Brazilian communities have contributed greatly to the cultural landscape over the last two decades to create a truly broadbased cultural scene in Portuguese, reflected most visibly in the traditional festivals held throughout the summer, as well as in the local cuisine, art, and music. UMass Dartmouth thus provides an excellent cultural environment in which to learn Portuguese in an immersion setting, complete with Portuguese-language television, radio, local newspapers and day-to-day communication, each reflecting the important role of the Portuguese language in the region’s cultural identity. Among the resources available on campus are an extensive collection of books, videos and archival materials held in its library, the Center for Portuguese Studies and Culture, and the university language laboratory. The Ferreira-Mendes Portuguese-American Archives is one of the main centers for advanced research on the Portuguese immigrant experience. New Bedford’s Casa da Saudade and Whaling Museum libraries also provide additional research opportunities on the Portuguese language as it is passed from generation to generation in a southern New England cultural context. The campus is only a few minutes by bike

from the center of Dartmouth and a few miles from the historic cities of Fall River and New Bedford . The summer climate is pleasantly warm, with days and nights that enjoy a sea breeze; the beaches of Dartmouth and neighboring Westport are only a short drive away. Larger cities such as Boston or Providence are about an hour from campus, as are the popular summer resort areas of Cape Cod and Newport . One-hour fast ferries from downtown New Bedford also provide connections to the island of Martha’s Vineyard . In all of these areas, you will find Portuguese spoken in local markets, bakeries, restaurants, clubs, and businesses. Course Offerings POR 103 Intensive Elementary Portuguese / 6 credits POR 203 Intensive Intermediate Portuguese / 6 credits CVC 103 Intensive Elementary Cape Verdean Language and Culture / 6 credits POR 308 Advanced Grammar and Syntax / 3 credits Advanced Seminar: POR 481/581/681/781 Transatlantic Passages in Lusophone Literatures and Cultures / 3 credits Cultural Activities The 2009 Summer Program will provide a full schedule of cultural events showcasing the diversity of the Portuguesespeaking world as reflected in the South Coast region, including: sightseeing tours to museums, ethnic festivals, and other regional events; dinner at ethnic restaurants and cookouts at nearby state parks and beaches; a Portuguese-language film series; a concert series with local professional artists performing the music of Brazil, Cape Verde and Portugal; conversation sessions and other extracurricular activities; and lectures from noted scholars in the field of Luso-Afro-Brazilian studies and theory. Admissions and Enrollment As the Summer Program offers courses for students at all levels of linguistic and academic proficiency, anyone interested is encouraged to apply for admission. Participants range from graduate students who

wish to complement the offerings at their home institution with a seminar from our master’s and doctoral programs, to high school juniors and seniors interested in beginning language courses, conversation, and cultural programs. Placement levels in language courses may be determined by a short interview and/or written exam before classes begin. Students can register either by mail or by phone by contacting the University Enrollment Center at 508.999.9129. Housing The university provides on-campus housing for the Summer Program in its Woodland Commons residence halls. All students who opt for summer housing receive single rooms clustered in suites. Students are encouraged to speak only Portuguese in the shared areas as part of a thorough immersion experience. Tuition, Fees and Scholarships The cost for the Summer Program is set by the Office of Professional and Continuing Education; updated information on tuition and fees can be obtained on the website. The Summer Program offers a limited number of scholarships based on academic merit and financial need. Some of the scholarships are reserved for teachers of Portuguese. Application forms are available online. The deadline is April 30, 2009, but some applicants may be considered after this date in exceptional cases. Contact Information Gina Reis, assistant director Center for Portuguese Studies and Culture 285 Old Westport Rd. N. Dartmouth, MA 02747-2300 USA Tel.: +1 508.999.8255 Fax: +1 508.999.9272 E-mail: [email protected] For more information, please visit website: http://www.portstudies.umassd.edu/summer/summer.htm

COMUNIDADE

Donalda de Melo e Manuel Minhoto reformaram-se No Sábado, dia 10 do corrente realizou-se, no Hotel Hilton Fremont-Newwark, um jantar de homenagem ao Vice-Presidente Executivo-CEO da LALIS, Manuel Minhoto, e à Vice-Presidente-Tesoureira, Donalda de Melo, que acabam de ser reformar após um total de mais de 70 anos de serviço, para com esta Sociedade Fraternal. Manuel Avelar Minhoto, nasceu em Salinas, Califórnia em 1944. Frequentou a secundária, Bellarmine College Preparatory em San Jose, e depois formou-se pela Universidade de São Francisco, onde também havia participado no programa de oficial miliciano do exército. Após receber o bachalerato, serviu 3 anos no exército Americano na Alemanha. Após regressar continuou o serviço militar como reservista progredindo até chegar a Tenente-Coronel e Comandante de Batalhão. Entretanto ingressava novamente na Universidade Estadual de San José onde obteve um segundo bachalerato e um Mestrado. Em 1976 entrou para o serviço da Sociedade como agente de vendas em San José, sendo mais tarde, em 1982, nomeado gerente de vendas. Em 1985 ingressou no quadro de pessoal da sede, em Oakland, como Vice-Presidente. Em 1988 é nomeado Secretário-Tesoureiro, e mais tarde Vice-Presidente e Secretário e Vice Presidente-Senior e Tesoureiro até que, em 1999, com a aposentação do então chefe executivo, Rodrigo Alvernaz, é nomeado para o substituir. Cargo que exerceu com distinção até 31 de Dezembro de 2008. Manuel Minhoto foi o grande impulsionador da fusão da União Portuguesa Conti-

Texto: Rodrigo Alvernaz

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Fotos - Jose Resendes

nental dos EUA, em Janeiro de 1992, e da Sociedade Portuguesa Raínha Santa Isabel, em Janeiro de 2008, como divisões da Luso-American Life Insurance Society. Donalda Maria Pimentel de Melo, nasceu na freguesia da Povoação, São Miguel, Açores, onde frequentou a instrução primária e a Escola Industrial e Comercial de Ponta Delgada, onde terminou o curso em 1959. Em 1960 emigrou com sua Mãe e irmão Dinis, que vieram juntar-se a seu pai, Dinis Pimentel, que já se encontrava em São Francisco. Aqui continuou a sua educação, até que, em Julho de 1961 ingressou no quadro de pessoal na sede da sociedade, então em San Francisco. Em 1966 Donalda regressou a São Miguel onde casou com João Carlos de Melo e deste matrimónio conta com três filhos e seis netos. Em Setembro de 1972 saíu do serviço para criar os filhos, no entanto regressou ao emprego em Fevereiro de 1974. Donalda de Melo progrediu de “Data Processing Operator” a Supervisora do Departamento e, em 1988, é nomeada Tesoureira Adjunta e Gerente do Escritório geral. Em 1999 é nomeda Tesoureira a que adicionou o título de Vice-Presidente. Assim celebramos e reconhecemos dois grandes obreiros desta sociedade fraternal, sendo o orador principal Rodrigo Alvernaz, CEO Emérito, que com eles trabalhou e labutou durante muitos anos.

Donalda de Melo, rodeado pelo marido João Carlos de Melo e Edite Furtado

João Manuel Dias, Chairman of the Board, Manuel Minho e esposa Connie

Lions de Santa Clara festejaram a Festa de Natal No dia 13 de Dezembro realizou-se o Jantar de Natal do Santa Clara Lions Club. Compareceram mais de 130 pessoas, que receberam à entrada uma pequena lembrança do seu Presidente, Tony Avelar. O jantar foi servido pelas 7 horas da tarde e constava de Aperitivos, Salada, Galinha Piccata, London Broil ou Salmão. Entre os que honraram com a sua presença, contava-se a Mayor de Santa Clara, Patricia Mahan, assim como o chefe da polícia Steve Lodge. O Presidente Tony Avelar deu as boas vindas a todos os amigos, familiares e conhecidos que, vindo de perto e de longe, quiseram mais uma vez, passar uma noite num ambiente agradável, em alegre e franco convívio e, quem sabe, fazer novas amizades e até, com certeza, nalguns casos, reencontrar alguém, e por a conversa em

dia por falta de tempo ou oportunidade para o fazer durante o ano. Foi mais uma festa maravilhosa que decorreu numa atmosfera alegre e para o ano, esperamos ver as mesmas caras e mais algumas que entretanto durante o ano tenham decidido que em 2009 nos possam fazer companhia. O Presidente do Santa Clara Lions Club em seu nome pessoal e da sua esposa Mimi Machado aproveitaram a oportunidade mais uma vez para agradecer a todos os presentes a honra da sua participação no jantar e desejaram um Bom Natal e um Feliz Ano Novo. AC Fotos de Steve Silva

Lions de Santa Clara - Tony Avelar, Presidente do Lions com o Chefe da Policia de Santa Clara, Steve Lodge. Embaixo/direita - aspecto parcial do jantar natalício

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15 de Janeiro de 2009

New Bethany agradeceu a generosidade da Sociedade de Santo Antão de Gustine Não temos palavras que expressam adequadamente o nosso profundo agradecimento à Sociedade de Santo Antão pela grande ajuda que nos vem oferecendo desde o dia 16 de Novembro do ano 2003 quando a comissão organizadora da Festa deste grande Santo se deslocou à New Bethany em Los Banos, para se encontrarem com a Ir. Júlia Dias Fonseca, Directora da parte residencial deste Lar. Depois de uma reunião juntos e tendo conhecimento do custo elevado e da grande necessidade de apoio financeiro para uma causa tão digna, a comissão decidiu apresentar a New Bethany parte dos seus fundos da festa de St. Antão, Padroeiro dos Animais, realizada todos os anos no dia 17 de Janeiro. A assinalar este grande jesto de generosidade e de caridade, uma placa memorial foi integrada na àrvore da vida de New Bethany cujos benfeitores são lembrados diàriamente nas orações de todos os beneficiados. Este é o sexto ano que esta Sociedade vem contribuindo para New Bethany. Esta ajuda financeira é como uma resposta à oração diária feita durante a Missa pelas necessidades espirituais e temporais de New Bethany. Esta Sociedade benemérita, à semelhança do seu Santo Padroeiro que ainda bastante jovem, distribuiu a sua riqueza pelos mais necessitados, tem vindo anualmente contribuindo para a New Bethany, ajudando a manter, e a melhorar a qualidade de vida para os seus residentes. Por esta grande ajuda, o nosso sincero agradecimento e profunda gratidão.

Lar Residencial New Bethany é um Lar Residencial com Enfermaria, localizado em Los Banos que foi inaugurado e dedicado no dia 15 de Janeiro de 1999. Este recebeu os primeiros residents no dia 1 de Março de 1999; mais tarde em Julho do mesmo ano, a parte de enfermaria ficou a funcionar para doentes a longo e curto prazo. New Bethany, com um total de 111 quartos para confortávelmennte accomodar pessoas de terceira idade, tem sido uma bênção para a Comunidade do Vale Central. Aqui os residentes tem assistência e supervisão 24 horas por dia e sete dias na semana, vivendo num ambiente atractivo, confortável, alegre e pacífico. As Irmãs e empregados cuja dedicação excede em qualidade, procuram dar resposta às necessidades fisicas, espirituais, emocionais, sociais e intelectuais dos residentes num ambiente de respeito e dignidade. As Obras de Misericórdia são practicadas dia e noite na New Bethany. Pessoas que apoiam a Sociedade de St. Antão de Gustine, contribuindo com os seus donativos para a sua festa anual de January 17, estão a praticar a caridade, ajudando New Bethany na sua missão de bem-fazer em favor dos nossos irmãos já de idade avançada e com necessidade de assistência.

Agradecimento As Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição agradecem profundamente à Comissão da Festa de St. Antão de Gustine, tanto dos anos anteriores como a do ano presente, bem como a todos o que vêm contribuindo anualmente para a sua festa. Ao mesmo tempo que expressamos sincera gratidão por todo o bem feito a favor de New Bethany, encorajamos outros a fazerem o mesmo, considerando que O Senhor abençoa os que dão com alegria. Que

Deus abençoe cada membro da presente e passadas comissões e todos os que de boa vontade os apoiam na prática da caridade. Aproveito em nome das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição a todos convidar à celebração de louvor e acção de graças pelos dez anos de vida de New Bethany. Haverá Missa de Acção de

Graças presidida por Sua Excelência. D. John T. Steinbock, Bispo de Fresno, que terá lugar na New Bethany no dia 22 de Janeiro de 2009 pelas 11 horas da manhã. Todos são convidados.

Irmã Julia Dias da Fonseca

Mission Statement We are committed to do good where good needs to be done, and we provide a safe, healthy, and nurturing environment, which supports the spiritual, physical, emotional, and social well being of our residents and employees on a nondiscriminatory basis regardless of race, color, religion, sex, sexual orientation, national origin or ancestry.

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