Planejamento Familiar: Internato I Em Go 2019

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PLANEJAMENTO

FAMILIAR Internato I em GO 2019

Werner André Weissheimer

Aspectos éticos Lei nº 9.263, de 12 de janeiro de 1996 •

(Regula o parágrafo 7º do artigo 226 da Constituição Federal, que trata do planejamento familiar, estabelece penalidade e dá outras providências).

Capítulo I do planejamento Familiar •

Art. 1º . O planejamento familiar é direito de todo o cidadão, observado o disposto nesta Lei.



Art. 2º . Para fins desta Lei, entende-se planejamento familiar como o conjunto de ações de regulação da fecundidade que garanta direitos iguais de constituição, limitação ou aumento da prole pela mulher, pelo homem ou pelo casal.



Art. 3º . O planejamento familiar é parte integrante do conjunto de ações de atenção à mulher, ao homem ou ao casal, dentro de uma visão de atendimento global e integral à saúde.



Art. 4º . O planejamento familiar orienta-se por ações preventivas e educativas e pela garantia de acesso igualitário a informações, meios, métodos e técnicas disponíveis para a regulação da fertilidade.

Planejamento Familiar Justificativas • 134 mortes maternas /100.000 partos

• 90% poderiam ser evitadas • Vida sexual iniciada precocemente

• Aborto ilegal (40% seguros) • Economia

Planejamento Familiar

• Anticoncepção: abstenção temporária da fertilidade • Esterilização: profilaxia permanente da fertilidade

Planejamento Familiar Perfil da Anticoncepção no Brasil • Mulheres casadas ou em união

Dados do PNDS - 1996

Impacto do Planejamento Familiar na Saúde • Prevenção do abortamento clandestino • Prevenção da gravidez de alto risco – diabetes, AIDS, hipertensão arterial, cardiopatias, isoimunização materna ao fator Rh, alterações genéticas hereditárias, etc.

• Promoção do bem estar familiar • Redução das taxas de MORTALIDADE MATERNA

Eficácia dos métodos contraceptivos • Teórica - é a melhor eficácia que se pode esperar do método: – uso correto e consistente por parte do(a) usuário(a) – muitas vezes só é encontrado em pesquisas controladas

• Prática (típica) - expressa melhor a eficácia no dia-adia: – reflete os enganos, inconsistências e desacertos no uso de determinado método

Eficácia dos métodos contraceptivos Número de gravidez por cada 100 mulheres no primeiro ano de uso Método de Planejamento Familiar Vasectomia Esterilização feminina Injetáveis trimestrais (AMP-D) Injetáveis mensais Anticoncepcionais orais combinados Anticoncepcionais orais apenas de progestogênio, durante a amamentação DIU T-Cu380A SIU-LNG Implantes (Norplant)

Uso típico (rotineiro) 0,15 0,5 0,3 0,6 6-8

Em uso correto e consistente 0,1 0,5 0,3 0,1 0,1

1 0,8 0,2 0,1

0,5 0,6 0,1 0,1

Adaptado de: Essentials of Contraceptive Technology, Johns Hopkins Population Information Program (1997)

Eficácia dos métodos contraceptivos Número de gravidez por cada 100 mulheres no primeiro ano de uso METODO DE PLANEJAMENTO FAMILIAR Preservativo masculino Preservativo feminino Diafragma Espermicida Métodos comportamentais LAM (Método da lactação e amenorréia) por 6 meses Nenhum método

Uso Em uso Típico correto (rotineiro) e consistente 14 21 20 26 20 2 85

3 1,6 2,1 6 1-9 0,5 85

Adaptado de: Essentials of Contraceptive Technology, Johns Hopkins Population Information Program (1997)

Critérios Clínicos de Elegibilidade da OMS CATEGORIA DA OMS

AVALIAÇÃO CLÍNICA

1 2

O método pode ser usado sem restrições O método, em geral, pode ser usado com restrições. As vantagens geralmente superam os riscos. Deve ser feito um acompanhamento mais rigoroso O método, em geral, não deve ser usado. Os riscos possíveis e comprovados superam os benefícios O método não deve ser usado, pois apresenta um risco inaceitável

3

4

Métodos contraceptivos “modernos” HORMONAIS • Pílula combinada • Pílula progestínica • Injetáveis mensais • Injetáveis progestínicos • Implantes • Anel vaginal • Contraceptivo transdérmico • Contracepção de emergência

INTRA-UTERINOS • Dispositivos intra-uterinos

CIRÚRGICOS • Aspectos legais

Métodos Anticoncepcionais

Hormonais Anticoncepcionais hormonais orais:  Combinados (estrogênio + progestogênio)  Apenas de Progestogênio = “Minipílula” (POP)

Anticoncepcionais hormonais injetáveis:  Mensais (estrogênio + progestogênio)  Trimestrais (apenas de progestogênio)

Métodos Anticoncepcionais

Hormonais Implante sub-dérmico (progestogênio)

Anéis vaginais (estrogênio e progestogênio) Sistema Intra-uterino que libera progestágeno (levonorgestrel) Contraceptivo Transdérmico Contracepção de Emergência

Métodos Anticoncepcionais

Hormonais Ação principal

Hormonais  Pílula Combinada DOIS hormônios sintéticos (estrógeno e progestágeno) • Monofásicas - dois hormônios em doses fixas em todas as pílulas

– 21 pílulas ativas – 24 pílulas ativas – 28 pílulas (uso contínuo) • Bifásicas - duas séries de pílulas com dosagens diferentes – 22 pílulas • Trifásicas - três dosagens de hormônios – 21 pílulas

Hormonais  Pílula Combinada Modo de usar – Instruções Às Usuárias • 1º mês de uso, ingerir o 1º comprimido no 1º dia do ciclo menstrual ou no máximo até o 5º dia.

• Cartela de 21 pílulas: Ao final da cartela, fazer pausa

de 7 dias

e iniciar nova cartela no 8º dia.

• Cartela de 22 pílulas: Ao final da cartela, fazer pausa de 6 dias e iniciar nova cartela no 7º dia.

• Cartela de 24 pílulas: ao final da cartela, fazer pausa de 4 dias e reiniciar

nova

cartela

no



dia.

Hormonais  Pílula Combinada EFEITOS BENÉFICOS  ↓ quantidade e duração do fluxo menstrual



 Risco ↓ de anemia ferropriva



 Regularização do ciclo menstrual (90%)  Melhora da dismenorréia  Reduz sintomas da TPM

 

↓ sintomas da endometriose ↓ incidência de AFBM ↓ incidência da DIP gonocócica Prevenção do distúrbios do endométrio nas síndromes anovulatórias

Hormonais  Pílula Combinada EFEITOS BENÉFICOS Diminuição da incidência do câncer do ovário • Redução de 30 a 70% no risco de desenvolver câncer do ovário

Petiti& Portefield - 1992 Ness RB et al. Am J Epidemiol, 2000

Diminuição da incidência do câncer do endométrio • Diminuição do risco em mais de 50% • Pelo menos 1 ano de uso/Persiste proteção pelo menos por 15 anos Petitti & Porterfield, 1992

Diminuição da incidência de cistos ovarianos funcionais • Risco diminui entre 20% (até 5 anos de uso) a 60% (com mais de 5 anos de uso) Westhoff C et al. Am J Epidemiology, 2000

Hormonais  Pílula Combinada EFEITOS COLATERAIS

 Náuseas, vômitos, malestar gástrico  Cefaléia leve  Tonturas  Mastalgia  Aumento de peso  Aumento de varizes  Irritabilidade

 Cloasma  Diminuição do fluxo menstrual  Depressão  Sangramento intermenstrual  ↓ libido

Hormonais  Pílula Combinada CONTRA-INDICAÇÕES

Hormonais  INJETÁVEIS COMBINADOS    

Progestágeno sintético + estradiol Via parenteral evita a primeira passagem hepática dos hormônios. São práticos, alta eficácia e rápida recuperação da fertilidade. Inibem a ovulação/espessamento do muco cervical

Preparações disponíveis no no Brasil



Hormonais  INJETÁVEL PROGESTÍNICO • APENAS um progestágeno (150mg de acetato de medroxiprogesterona depósito - AMPD) • Praticidade: requer apenas uma injeção a cada três meses • Intervalo:  Iniciar entre o 1o. e 7o. dia do ciclo  1 frasco de AMPD, 150 mg, IM profunda

• Pós-parto:  À partir da 6a. Semana  42 dias após o parto  Não é contra-indicado na lactação

Hormonais  INJETÁVEL PROGESTÍNICO  Ganho de peso*  Irregularidades menstruais**  Amenoréia**  Densidade óssea ***

 Depressão  Cefaléia  Retardo no retorno à fertilidade (em média seis meses)****

Hormonais IMPLANTES • Brasil: Implanon ® – Bastonete não-biodegradável de 4 cm de comprimento por 2 mm de espessura – 68 mg de etonogestrel disperso numa matriz de etileno-vinil-acetato (EVA) • Uso sub-dérmico, no braço, inserido com um aplicador especial, tendo uma duração de três anos • Eficácia chega a 100%

Hormonais IMPLANTES

Contra-indicações: similares aos outros anticoncepcionais progestínicos.

Efeito colateral mais comum consiste na alteração do padrão menstrual típico.

Hormonais ANEL VAGINAL • Anel vaginal (Nuvaring®): anel flexível de etileno vinil acetato que libera 15mg de etinil-estradiol e 120mg de etonogestrel por dia, para absorção intravaginal.

• O etonogestrel é o metabólito ativo do desogestrel, utilizado em anticoncepcionais orais. • Vantagens: – menores dosagens do que os anticoncepcionais orais – a ausência de efeitos gastro-intestinais e da primeira passagem hepática – não necessitar de ingestão diária

Hormonais ANEL VAGINAL

Cada anel é para ser usado em um ciclo; Cada ciclo compreende 3 semanas de uso de anel seguidas de 1semana livre

Hormonais  TRANSDÉRMICO • Contraceptivo transdérmico - Evra® • Sistema adesivo de liberação diária

– 150 mg de norelgestromina (progestágeno) + 20 mg de etinil-estradiol (estrógeno) – absorvidos pela pele • A absorção dos hormônios pela pele evita a primeira passagem hepática • Pode haver uma redução nos efeitos colaterais (p. ex. náuseas) e uma menor dosagem hormonal

Hormonais  TRANSDÉRMICO • Primeira aplicação do adesivo deve ser feita no primeiro dia da menstruação e utilizado por uma semana • No 8o. dia, ou seja, no mesmo dia da semana em que aplicou o primeiro adesivo, a mulher deve retirar o adesivo antigo e colocar um novo para a segunda semana

• No 15o. dia deverá repetir o procedimento • No 22o. dia o adesivo deverá ser retirado e se iniciará um período de sete dias sem o uso do mesmo • No mesmo dia da semana se iniciará um novo ciclo de adesivos

Hormonais  TRANSDÉRMICO

Contracepção de emergência métodos hormonais  prevenir uma gravidez indesejada

• • • • • •

FEBRASGO E MINISTÉRIO DA SAÚDE violência sexual (estupro), ruptura do preservativo, relação sexual em que nenhum dos parceiros usou um método contraceptivo uso inadequado de método anticoncepcional (tabela, coito interrompido) nos casos de possível falha de um método (deslocamento do diafragma), esquecimento da tomada da pílula por dois ou mais dias em um ciclo.

Contracepção de emergência

Contracepção cirúrgica Consiste na interrupção do conduto dos canais deferentes ou das trompas, por via cirúrgica (oclusão ou eletrocoagulação), impedindo o contato do espermatozóide com o óvulo. Deve ser considerada sempre como definitiva, não obstante a possibilidade de reversão.

Portaria 048 do Ministério da Saúde (fev. 99) - Permitida nos casos: 1 - Em homens e mulheres com capacidade civil plena e maiores de 25 anos de idade ou, pelo menos com dois filhos vivos, observado o prazo mínimo de 60 dias entre a manifestação da vontade e o ato cirúrgico. II - Em caso de risco à vida ou à saúde da mulher ou do futuro concepto (relatório escrito e assinado por 2 médicos)

Portaria 048 do Ministério da Saúde (fev. 99) - Parágrafo único - É vedada: A esterilização cirúrgica em mulher durante períodos de parto, aborto ou até o 42º dia do pós-parto, exceto nos casos de comprovada necessidade, por cesarianas sucessivas anteriores, ou quando a mulher for portadora de doença de base e a exposição a segundo ato cirúrgico ou anestésico representar maior risco para sua saúde. Neste caso é necessário relatório escrito e assinado por dois médicos.

Contracepção cirúrgica na mulher • É um método contraceptivo cirúrgico definitivo:

LIGADURA TUBÁRIA PELA

TÉCNICA DE POMEROY

Contracepção cirúrgica no homem • CANAL DEFERENTE LIGADO NA VASECTOMIA

Contracepção intrauterina

• São dispositivos que, inseridos dentro da cavidade uterina, impedem a gravidez Medicados • São aqueles que eliminam gradualmente substâncias tais como íons metálicos (cobre) ou hormônios. O tempo de uso é variável de acordo com cada modelo.

Contracepção intrauterina Modelos de cobre • T de cobre 380A • Multiload 375 ® • Safe Cu 300 ®  Alterações no ciclo menstrual (muito comuns nos 3 primeiros meses)  Sangramento menstrual prolongado e volumoso  Sangramento e manchas (spotting) no intervalo entre as menstruações  Cólicas de maior intensidade ou dor durante a menstruação

Contracepção intrauterina

Contracepção intrauterina Mirena ® Modelo com hormônios (endoceptivo) • endoceptivo (dispositivo de levonorgestrel) libera cerca de 20 mcg deste hormônio/dia diretamente no endométrio. • ação direta, tornando-o atrófico, inativo e alterado bioquimicamente. • conjunto de modificações resultam numa ação espermaticida. • o muco cervical fica muito espesso, dificultando a passagem dos espermatozóides.

Métodos de barreira

• Evitam a gravidez através do impedimento da ascensão dos espermatozóides ao útero.

TIPOS Físicos ou mecânicos: • Condom masculino • Condom feminino • Diafragma • Químicos ou espermaticidas: • Geléias • Cremes • Espumas • Óvulos • Comprimidos

Métodos de barreira

• Diafragma

Métodos de barreira CONDOM VANTAGENS Disponível sem prescrição médica Oferece proteção contra as Doenças Sexualmente Transmissíveis  Fácil de ser usado Recomendado em casos de ejaculação precoce Permite a participação do homem na contracepção

DESVANTAGENS  Custo moderado/elevado, em caso de uso freqüente  Necessita de manipulação durante o ato sexual  Pode diminuir a sensibilidade do pênis

Métodos de barreira Preservativo feminino • Sob o controle da mulher • Previne tanto a gravidez, quanto DST/ HIV • É mais resistente do que o látex • Pode ser inserido antes da relação sexual • Não depende do pênis ereto para ser inserido

Métodos Comportamentais • Métodos comportamentais são aqueles que, para conseguirem o seu objetivo, implicam em modificações do comportamento sexual do casal Tabela Billings Coito interrompido

Métodos Comportamentais •Método de Billings (muco cervical)

•Temperatura Corporal

•Calendário

Contracepção Natural • Vantagens – Métodos naturais, sem administração de hormônios – Baixo Custo – Ausência de efeitos colaterais • Desvantagens – Eficácia relativa baixa – Exigem melhor nível cultural – Alteram o comportamento sexual do casal

Anticoncepção • O método deve ser escolhido de acordo com o aspecto cultural do casal, devidamente informado da sua eficácia

• A escolha e utilização do método sempre é responsabilidade conjunta do casal, nunca da mulher exclusivamente.

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