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1 O Barracuda atracado na Base do Alfeite, em Almada.
2 A cozinha. Dois
bicos e um forno para cozinhar 54 refeições.
3 A refeição é tomada paredes-meias com os beliches. 4 Na sala de controlo são manobrados os lemes. 5 O comandante
Mamede Alves (à direita) na sala de comando.
pela estabilidade do Barracuda e reagir a avarias. “Quando se fecha a escotilha temos de nos isolar do mundo lá fora. Se alguém estiver aqui com a cabeça lá fora as coisas não correm bem”, assevera o sargento de 39 anos. Desde 1997 que está na esquadrilha. “Continuo o tempo que for preciso”, garante. “Desde pequeno que gosto de submarinos”. Também ele irá integrar uma das guarnições dos novos meios. “É um orgulho”. Onze anos e o posto que ocupa (“um bocado como um centurião”, compara), já o fizeram ver fracassos: “Há muitos que não se adaptam e não conseguem terminar sequer o curso de especialização”. Contrariamente ao sargento Cerqueira, o cabo Sebastião não irá fazer a transição. Há 14 anos que é submarinista e foi atirado para essa carreira por imposição. “Vou ter pena de sair, mas quando estamos muito tempo no mar há saturação, cansaço... e as novas mis-
sões vão ser mais prolongadas”, reconhece enquanto opera o sonar na sala de comando. Questionado sobre se a vida debaixo de mar torna mais difícil a vida em terra, o marinheiro de 40 anos responde: “Já me divorciei uma vez, não sei se foi por causa disso ou não. Casei novamente e ambos nos acostumámos”. Enquanto fala tenta-se detectar navios mercantes que sirvam de alvos virtuais. “Temos um mercante? Boa. Vamos a ele”, ordena entusiasmado Mamede Alves. Na sala das máquinas, onde o ruído chega a ser ensurdecedor e as temperaturas ultrapassam facilmente os quarenta graus, o cabo Amaral refere que por estar ali dentro houve muitas coisas que lhe passaram ao lado. Desde 1995 que trabalha nos submarinos e não se voluntariou. “Mas somos militares, temos que cumprir”, desabafa. “A idade vai pesando e já custa cá andar”. E recorda o momento mais CASUAL - 29.08.2008 | 7