Peça teatral
Dom Quixote de La Mancha Primeira parte – “A saída” Narrador: Numa aldeia Da Mancha, cujo nome não nos lembramos vivia um fidalgo que nos momentos de ócio se dava a ler livros de cavalaria com tanto gosto, que do pouco dormir e muito ler lhe secaram os miolos de tal modo que perdeu o juízo. Ama: Alonso você não larga nunca esses livros, está na hora da comida! Dom Quixote: Atacar os Dragões nobres cavaleiros! Ama: Já nem come, nem dorme, por favor falem com ele! Dulcinéia: Alonso a cavalaria são águas passadas, você já está velho demais pra isso! Dom Quixote: Grandes feitos vem de grandes sonhos. Agora basta, preciso partir, são muitas as aventuras que me esperam. (vestindo uma armadura) Vou precisar de um corcel de confiança, seu nome será Rocinante! E eu não sou Alonso Quijada, sou Dom Quixote de La Mancha. Vamos Sancho você, será meu escudeiro. Sancho Pança: Mas senhor que loucura é essa!!! Dulcinéia: Mas Dom Quixote você vai sair assim sem jantar, pelo menos arrume essa bagunça desses livros que você espalha pela casa inteira! Narrador: ... E assim, Dom Quixote partiu de La Mancha. O ultimo dos grandes cavaleiros disparou rumo a uma longa caminhada de aventuras. Segunda parte – “OS MOINHOS” Este capítulo trata do bom sucesso que o valorosoD. Quixote teve na espantosa e jamais imaginada aventura dos moinhos de vento e mais outros sucessos dignos de feliz lembrança Narrador: Nisto, avistaram trinta ou quarenta moinhos de vento dos que há naqueles campos, e assim como D. Quixote os viu, disse ao seu escudeiro: Dom Quixote: Vê lá, amigo Sancho, aqueles trinta ou pouco mais desaforados gigantes, com os quais penso travar batalha e tirar de todos a vida, com cujos despojos começaremos a enriquecer, pois esta é boa guerra, e é grande serviço de Deus varrer tão má semente da face da terra. Sancho Pança: Que gigantes? Senhor... não vejo nada! Veja vossa mercê que aqueles que ali aparecem não são gigantes, e sim moinhos de vento, e o que neles parecem braços são pás, que, empurradas pelo vento, fazem rodar a pedra do moinho. Dom Quixtote: Aqueles que ali vês, de longos braços, que alguns chegam a tê-los de quase duas léguas. Dom Quixote: Ahh! Pobre Sancho, logo se vê que não és versado em coisas de aventuras: são gigantes, sim; e se tens medo aparta-te daqui, Não fujais!!! covardes e vis criaturas!!!
Narrador: (efeito de sonoplastia) E, isto dizendo investiu contra o primeiro moinho que tinha à frente; e ao lhe acertar uma lançada na asa, empurrou-a o vento com tanta fúria que fez a lança em pedaços, levando consigo cavalo e cavaleiro, que foi rodando pelo campo muito estropiado Sancho Pança: Valha-me Deus! Eu não disse que eram moinhos de vento? Dom Quixote: Cala-te, amigo Sancho, que as coisas da guerra mais que as outras estão sujeitas a contínua mudança: aquele feiticeiro que tornou esses gigantes em moinhos, para roubar a glória da vitória de um cavaleiro em batalha. (Se retiram do palco) Terceira parte – “O desaparecimento da biblioteca” Este capítulo trata do retorno do cavaleiro da triste figura e do julgamento dos livros Ama: Senhor padre nós precisamos de sua ajuda! Vamos regar esta casa toda com água benta, para que não sobre nenhum feitiço, desses que moram nos livros. Padre: Há, há, há, coitadinha tão inocente! Me passe esses livros, quero ver do que se tratam. Talvez haja algum que mereça escapar do castigo do fogo! Sancho, prepare uma grande fogueira e rápido! (examinando vários livros um a um) Ama: Senhor padre, por favor queime todos, imagine se meu tio depois de ler poesias resolvesse assim sair pelo bosque pastoreando ovelhas! Essa doença dos livros é incurável e muito contagiosa. Dom Quixote: Não!!! Afastai covardes infames!!! Sim os livros podem te enfeitiçar, posso ser um louco ou otário mas graças aos livros eu despertei para viver o meu sonho!!! Muito prazer, meu nome é otário Vindo de outros tempos, mas sempre no horário Peixe fora d'água, borboletas no aquário Muito prazer, meu nome é otário Na ponta dos cascos e fora do páreo Puro sangue, puxando carroça Um prazer cada vez mais raro Aerodinâmica num tanque de guerra Vaidades que a terra um dia há de comer "Ás" de Espadas fora do baralho Grandes negócios, pequeno empresário Muito prazer, me chamam de otário Por amor às causas perdidas Tudo bem, até pode ser Que os dragões sejam moinhos de vento Tudo bem, seja o que for Seja por amor às causas perdidas Por amor às causas perdidas Tudo bem, até pode ser Que os dragões sejam moinhos de vento
Muito prazer, ao seu dispor Se for por amor às causas perdidas Por amor às causas perdidas