Regina Maria Cordeiro Soares da Silva Pedagogia 2º ano - Noturno Profº Drº Gelson Yoshio Guibu Questões – texto Wallon. 1. Em que consiste a “psicologia da introspecção”? A reflexão do sujeito sobre suas sensações e imagens mentais, como único instrumento de acesso à vida psíquica. Reduzindo o psiquismo à vida interior, esta teoria coloca a consciência como ponto de partida da psicologia e como único meio de explicação para a realidade psíquica. Introspecção é a única forma de estudar a mente, "autorreflexão", sobre o que sinto; o que penso. (autoconhecimento); "Conhece-te a ti mesmo" (Sócrates). "Penso, logo existo!" (Descartes). 2. Por que a “psicologia da introspecção” seria baseada em uma concepção idealista? Uma concepção idealista vê o psiquismo como entidade incondicionada, completamente independente do mundo material. 3. Em que consiste a “psicologia materialista reducionista”? Psicologia materialista reducionista limita a compreensão do psiquismo humano a um ou a outro termo da dualidade espírito matéria.
4. Como Wallon se situa em relação a estas duas abordagens? Wallon propõe a introspecção, "reflexão do sujeito, sobre suas sensações e imagens mentais, como único instrumento de acesso à vida psíquica". "Reduzindo o psiquismo à vida interior, esta teoria coloca a consciência como ponto de partida da psicologia e como único meio de explicação para a realidade psíquica".
5. Supondo a “psicologia da introspecção” como tese, e a “psicologia materialista reducionista” como antítese, qual seria a síntese? Por que esta síntese não ocorreu? Wallon "admite o organismo como condição primeira do pensamento, afinal toda função psíquica supõe um equipamento orgânico". "Adverte, contudo, que não lhe constitui uma razão suficiente, já que o objeto de ação mental vem do exterior, isto é, do grupo ou ambiente no qual o indivíduo se insere". Entre os fatores de natureza orgânica e os de natureza social as fronteiras são tênues, é uma complexa relação de determinação recíproca. O homem é determinado fisiológica e socialmente, sujeito portanto, a uma dupla história, a de suas disposições internas e a das situações que encontra ao longo de sua existência. Wallon identifica, nessas abordagens psicológicas, a expressão das contradições do pensamento dualista ao que se opunha "Psicologia idealista, tese". Materialismo mecanicista, antítese. A síntese foi ainda atrasada por uma atitude neutralista, o positivismo que é ainda defendida por um grande número de cientistas. Wallon censura os adeptos desta concepção a intenção de reduzir as ciências do homem ao estudo de objetos exteriores passíveis de serem abordados conforme critérios de neutralidade e objetividade, tais como definidos nas ciências da natureza.
6. Como seria uma psicologia com base no materialismo dialético? Uma psicologia com base no materialismo dialético é entender a pessoa como um todo. (materialismo histórico concreto dialético). Os pilares da metodologia Walloniana são a perspectiva genética e análise comparativa. É basear no dialético - materialismo dialético tende justamente no trabalho com contradição. Sujeito - cognocente ↔ (objeto - realidade). O objeto da psicologia é a mente. (A mente não possui materialidade, concretude) - O cérebro cria a mente. A mente tem um construtor teórico que tem como substrato material o cérebro (o cérebro pode ver analisar, tocar, é material). A mente é invisível "abstrata", não pode ser estudado, então como estudar o método científico natural? - deixando de estudar a mente e passando a estudar o
comportamento. A causa do comportamento humano tem haver com variáveis ambientais,
chamados
de
estímulos.
(estímulos
eliciadores,
e
estímulos
reforçadores). 7. O que seria a “psicologia genética” para Wallon? Para Wallon a observação é a ferramenta escolhida para os procedimentos metodológicos da "Psicologia Genética", o qual através da observação Wallon buscou investigar e compreender a criança de uma perspectiva abrangente, considerando os vários campos (âmbitos) de sua atividade, o qual ele denominou de campos funcionais: a afetividade, a motricidade e a inteligência; e os estágios do seu desenvolvimento, que são as evoluções psíquicas pelas quais a criança passa ao longo da vida. Num contexto possibilitando que se perceba a maneira como ela se comunica com o mundo, bem antes de desenvolver a linguagem social. Segundo, Galvão, p.39, para Wallon "a determinação recíproca que se estabelece entre as condutas da criança e os recursos de seu meio, imprime um caráter de extrema relatividade ao processo de desenvolvimento". Ainda que, a impermeabilidade a influência do ambiente e da cultura, o desenvolvimento tenha uma dinâmica e um ritmo próprios, resultante da atuação de princípios funcionais que agem como uma espécie de leis constantes. 8. Em que consistiria a “psicogênese da pessoa completa”? Para Wallon o estudo da criança "contextualizada", ou seja, nas suas relações com o meio, definindo seu projeto como a elaboração de uma psicogênese da pessoa completa. Psicologia genética ↔ Gênese dos processos psíquicos. Gênese e psiquismo estão relacionados no desenvolvimento do sistema nervoso, mas especificamente o cérebro. O termo metodológico da teoria Walloniana tem seus pilares na probabilidade genética e na análise comparativa. Não bastando a compreensão do desenvolvimento infantil somente pela psicologia genética, mas recorrendo a outros campos de conhecimento, como Neurologia,
psicopatologia,
antropologia
e
a
psicologia
animal
(concreto
multidimensional). Contrário à visão localizacionista, Wallon defendia a ideia da plasticidade do sistema nervoso. (vide questão 11 definição)
9. De acordo com Galvão, “a psicologia walloniana tem seus pilares na perspectiva genética e na análise comparativa”. Explique. Para a compreensão do desenvolvimento infantil não bastam os dados fornecidos pela psicologia genética, é preciso recorrer a dados provenientes de outros campos de conhecimento. Os campos de comparação escolhido por Wallon foram neurologia, psicopatologia, antropologia e a psicologia animal. Em outras áreas do conhecimento Wallon utilizou-se largamente do recurso de pesquisa no campo da psicologia da criança, onde aproveitou o material descritivo, composto, na maior parte de minuciosas observações longitudinais (uma mesma criança acompanhada em várias idades), proporcionada por outros autores como Stem, Preyer, C. Buhler e Guillaume.
10. Como a psicopatologia auxilia na compreensão do psiquismo?
11. Segundo Galvão, Wallon era contrário à visão localizacionista e defendia a ideia da plasticidade do sistema nervoso. Explique. Segundo Galvão, para Wallon "é a cultura e a linguagem que fornecem ao pensamento os instrumentos para sua evolução", p. 40. O desenvolvimento de habilidades
intelectuais
mais
complexas,
não
é
garantido
pelo
simples
amadurecimento do sistema nervoso. É necessário interagir com "alimento cultural", isto é, linguagem e conhecimento, para que se desenvolvam.
Os neurônios são células características do sistema nervoso central que possuem a capacidade de estabelecer conexões entre si quando recebem estímulos advindos do ambiente externo ou do próprio organismo. Essas conexões são responsáveis, por tudo o que somos. Por nossa personalidade, modo de agir, pela forma que nosso corpo vai adquirindo no transcorrer da vida. Em linhas gerais, o processo se resume no seguinte. Uma vez estimulados, os neurônios geram impulsos de natureza elétrica e liberam íons e substâncias químicas que lançadas nas sinapses (espaços vazios entre um neurônio e outro) estabelecem ligações entre eles. A cada novo estímulo, a rede de neurônios se recompõe e reorganiza o que possibilita uma diversidade enorme de respostas. Plasticidade neuronal é o nome dado a essa capacidade que os neurônios têm de formar novas conexões a cada momento. Por isso, crianças que sofreram acidentes, às vezes gravíssimos, com perda de massa encefálica, déficits motores, visuais, de fala e audição, vão se recuperando gradativamente e podem chegar à idade adulta sem sequelas,
iguais
às
crianças
que
nenhum
dano
sofreram.
http://www.natalneuro.org.br/imprensa/pdf/2011-09-mente.pdf
12. Como Wallon avalia a relação entre a criança e as sociedades primitivas?
13. Para Wallon, a observação seria o instrumento privilegiado da psicologia genética. Explique. Para Wallon a observação é a ferramenta escolhida para os procedimentos metodológicos da "Psicologia Genética", o qual através da observação Wallon buscou investigar e compreender a criança de uma perspectiva abrangente, considerando os vários campos (âmbitos) de sua atividade, o qual ele denominou de campos funcionais: a afetividade, a motricidade e a inteligência; e os estágios do seu desenvolvimento, que são as evoluções psíquicas pelas quais a criança passa ao longo da vida. Num contexto possibilitando que se perceba a maneira como ela se comunica com o mundo, bem antes de desenvolver a linguagem social.
14. De que modo o meio ambiente físico e social contribui para o desenvolvimento da criança?
15. De que modo os fatores orgânicos contribuem para o desenvolvimento da criança? Fatores Orgânicos são responsáveis pela sequência fixa que se verifica entre os estágios do desenvolvimento. Porém não garantem uma homogeneidade no seu tempo de duração. Podem ter seus efeitos transformados pelas circunstâncias sociais, durante todo o percurso do desenvolvimento humano. Sendo assim, não é possível definir um limite terminal para o desenvolvimento da inteligência, nem tão pouco da pessoa,
sendo, que esta dependerá das condições proporcionadas pelo meio e o grau de assimilação que o sujeito fez delas. As influências afetivas que envolvem a criança desde o início de sua vida, principalmente por meio das relações que mantém com os outros, serão determinantes na sua evolução psíquica. Porque o desenvolvimento da afetividade e da inteligência tem uma base orgânica e ao mesmo tempo social, mesmo que a condições biológica de desenvolvimento são possuídas.
16. Para Wallon, o desenvolvimento infantil é marcado por conflitos. Explique. Segundo Galvão, p.42, a perspectiva Walloniana "o desenvolvimento infantil é um processo pontuado por conflitos, de origem exogêna, quando resultantes dos desencontros entre as ações da criança e o ambiente exterior, estruturados pelos adultos e pela cultura. Para Wallon quando gerados pelos efetos da maturação nervosa, os conflitos é de natureza endógena. Até que se integrem aos centros responsáveis por seu controle, as funções recentes ficam sujeitas a aparecimentos interminentes e entregues a exercícios de si mesmas, em atiividades desajustadas das circuntâncias exteriores, desorganizando, conturbando, as formas de condutas que já havia sido atingida certa estabilidade na relação com o meio. Wallon vê os conflitos como propulssores do desenvolvimento; como fatores dinamogênicos; Quanto ao significado dos conflitos, esta concepção repercurte para Wallon diante do estudo do desenvolvimento infantil, dirigir-se aos momentos de crise maior atenção. A descrição que Wallon faz dos estágios é descontinua e assistemática. Em Origens do caráter da criança Wallon privilegia a análise do comportamento; p. 42 Em Origens do pensamento na criança enfoca o desenvolvimento da inteligência discursiva;p. 42 Em Do ato ao pensamento centra-se na passagem da motricidade para a representação. p. 42 A evolução psicológica da criança, obra de síntese que oferece uma abordagem mais sistemática do desenvolvimento nos vários campos funcionais, do nascimento até os sete anos.
17. Explique e exemplifique o estágio impulsivo-emocional. Estágio
Impulsivo-emocional
envolve
desde
o
nascimento
até
aproximadamente o primeiro ano de vida. A afetividade conduz as primeiras reações do bebê com as pessoas às quais intermediam sua relação com o mundo físico. As emoções são o principal instrumento de interação com o meio. Consiste na preparação das condições sensório-motoras. As manifestações afetivas é completamente proporcional à sua inabilidade para agir diretamente sobre a realidade exterior
18. Explique e exemplifique o estágio sensório-motor e projetivo. Estágio Sensório-motor e Projetivo vai até os três (3anos) de idade aproximadamente. Ao contrário do estágio anterior, neste predominam as relações cognitivas com o meio (inteligência prática-simbólica). Os pensamentos, neste estágio,
muito
comumente
se
projetam
em
atos
motores.
Maior autonomia na manipulação de objetos e na exploração de espaços,
e
desenvolvimento da função simbólica e da linguagem, como o termo "projetivo" empregado caracteriza-se no funcionamento mental, ainda nascente, precisando do auxilio dos gestos para exteriorizar o ato mental, o qual "projeta-se" em atos motores.
19. Explique e exemplifique o estágio do personalismo. Estágio do Personalismo compreende a faixa etária dos três (3 anos) aos seis (6 anos). A tarefa essencial é o processo de formação da personalidade, a construção da consciência de si, por meio das interações sociais, reorientando o interesse da criança para as pessoas, definindo e predominando o retorno da das relações afetivas.
20. Explique e exemplifique o estágio categorial. Estágio Categorial inicia-se aos seis anos e vai até aproximadamente até os onze anos de idade. Traz importantes avanços no plano da inteligência, graças à
consolidação da função simbólica e à diferenciação da personalidade realizada no estágio anterior. Fixando às relações com o meio, predomínio do aspecto cognitivo, e os progressos intelectuais dirigem o interesse da criança para as coisas, para o conhecimento e conquista do mundo exterior.
21. Explique e exemplifique o estágio da adolescência. Estágio da Adolescência aproximadamente aos 11\ 12 anos, jeito começa a crise pubertária a qual rompe a "tranquilidade" afetiva caracterizada no estágio categorial. Impõe-se a necessidade de uma nova definição dos contornos da personalidade, a qual foi desestruturada devido às alterações corporais resultantes da ação hormonal. Numa retomada da predominância da afetividade, este processo traz a tona questões pessoais, Morais e existenciais. Este momento de afetividade que é subjetivo e de acúmulo de energia sucedem outros que são predominantemente cognitivos, e objetivo onde a dispêndio de energia, o qual Wallon Chama de predominância funcional. O predomínio do caráter intelectual corresponde às etapas em que a evidência está na elaboração do real e no conhecimento do mundo físico. A dominância do caráter afetivo e, logo, das relações com o mundo humano, corresponde às etapas que se proporcionam à construção do eu.
22. Como Wallon entende a relação entre afetividade e cognição? Wallon vê o desenvolvimento da pessoa como uma construção prograssiva, em que se sucedem fases com predominancia alternadamente afetivo e cognitiva. As atividades predominantes correspondem aos recursos que a criança dispõem, no momento de interagir com o ambiente, tendo cada fase um colorido próprio, uma unidade solidária, dada pelo predominio de um tipo de atividade.
23. Para Wallon, o desenvolvimento psíquico ocorre por meio do princípio de alternância funcional e do princípio de integração funcional. Explique e exemplifique. Na sucessão dos estágio há uma alternância entre as formas de atividade que assumem a preponderância em cada fase. Princípio da Alternância Funcional cada nova fase inverte a orientação da atividade e do interesse da criança do EU para o MUNDO, das PESSOAS para as COISAS. Apesar de alterarem a dominância, afetividade e cognição não se mantêm como funções exteriores uma a outra. Cada uma, ao reaparecer como atividade predominante num dado estágio, incorpora as conquistas realizadas pela outra, no estagio anterior construindo-se reciprocamente, num permanente processo de integração e diferenciação.
Princípio da Integração Funcional: É o princípio que explica a construção recíproca entre a afetividade e a cognição. Este princípio e extraído do processo de maturação do sistema nervoso, no qual as funções mais evoluídas, de amadurecimento mais recente, não suprimem as mais arcaicas/antigas, mas exercem sobre estas o controle. As funções elementares vão perdendo a autonomia conforme são integradas pelas mais aptas para adequar as reações às necessidades da situação. No caso das funções psíquicas, o processo é semelhante ao das funções nervosas: as novas possibilidades que surgem num dado estágio não suprimem as capacidades anteriores. Dá-se uma integração das condutas mais antigas pelas mais recentes. Enquanto não se consolidam essa integração, as funções ficam sujeitas a aparições intermitentes, submetendo-se a longos períodos de eclipse depois de ter se manifestado uma, ou mesmo várias vezes durante um curto período.
- Os estágios de desenvolvimento não se encerram com a adolescência. O processo da aprendizagem sempre implica na passagem para um novo estágio. O processo dialético de desenvolvimento jamais se encerra, pois a emoção sobrepõe-se à razão quando o sujeito se depara com o desconhecido. Desta forma, afetividade e emoção não são estanques e se revelam na dominância dos estágios. - Princípio da Alternância Funcional: Cada nova fase inverte a orientação da atividade e do interesse do sujeito: do EU para o MUNDO, das PESSOAS para as COISAS. Apenas por alterarem a dominância, efetividade e cognição não se mantêm como funções exteriores uma a outra. Cada uma, ao aparecer como atividade predominante em um estágio, incorpora as conquistas realizadas pela outra.