História Para Adolescentes 2009

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  • Words: 35,117
  • Pages: 57
Antonio Jaques de Matos

História para Adolescentes.

Prefácio A presente obra vem a completar nossa primeira obra – Filosofia para Adolescentes – cujas aulas eram em boa parte, teóricas e, acrescentar outras áreas do conhecimento humano – Sociologia, Religião e História, áreas que, normalmente, professores de filosofia são brindados, especialmente em escolas públicas, que têm carência de professores dessas áreas. Mas, do limão, fizemos uma limonada, pois é muito útil poder mostrar aos alunos a diferença e semelhança entre Filosofia, Sociologia (Ciência social), Religião e História, quatro das principais formas que os seres humanos encontraram para exteriorizar seu pensamento. A elas poder-se-ia acrescer Arte. Procuraremos ser fiel à ordem das aulas e ao conteúdo ministrado, bem como, reações dos alunos (participação, engajamento, ou afastamento e repulsa, sim, repulsa à metodologia, algo comum, natural, fisiológico, em adolescentes) e resultados obtidos (formais, provas, trabalhos, apresentações e informais, expressões, humor, conversas paralelas). Procuraremos apresentar primeiro as aulas de filosofia, depois de Sociologia e, então, religião e História, Contudo, o leitor deve estar advertido que elas ocorreram em paralelo: em uma mesma semana, dávamos as três disciplinas para as cinco turmas de primeiros anos do Ensino Médio, pela manhã, turmas 211,212,213,214 e 215 e História à turma de terceiro ano do ensino médio, turma 431, no horário noturno. Queremos lembrar que a disciplina de História não era por nós esperada, mas nos foi oferecida e como professor ganha pouco, representava um acréscimo financeiro a mais. Acontece, porém, que não temos formação em História e um filósofo apenas toma emprestado as descobertas arqueológicas para refletir sobre conceitos abstratos. Mas, tal empresa representou um desafio interessante – em dois ou três finais-de-semana relemos um livro de história e recuperamos conhecimentos guardados uns vinte anos na memória, quando éramos adolescentes e ainda estávamos no colégio. Ainda, devo lembrar que passei neste ano de 2009 a usar um microfone portátil com uma pequena caixa de som de 7 watts na cintura e os alunos gostavam do equipamento, aliás, eles gostam de tudo que e relaciona à tecnologia e como nesta época da vida, a educação tem um gosto intragável e se dependesse da maioria deles não iriam à escola, o uso do microfone prendia a atenção deles. Chego a ponto de concluir que a pior aula dada por um professor, com microfone é ainda superior à melhor aula dada sem microfone!!

Considerações metodológicas: Quando se lida com adolescentes, deve-se considerar algumas questões: 1- Adolescentes são crianças com corpos de adultos, e, por isso, mantém a infantilidade em um grau elevado. Uma boa maneira de conquistar sua atenção e respeito é: (a) mostrar-lhes um filme daqueles que não precisam pensar muito, de ação ou romance, de preferência dublado; (b) distribuir-lhes guloseimas; (c) praticar esportes com eles.

2- Eles não suportam rotina, aulas que parecem, para eles, repetitivas, embora sejam apenas continuações, com acréscimos importantes. Por isso, eles dão valor a mudanças de ambiente: ir à sala de informática em um dia, ir ao pátio tomar sol no inverno, ir à sala de vídeo, etc. Aliás, quem não gosta? Mas, há um detalhe a considerar: quando eu entrei na faculdade de filosofia (a primeira que fiz foi de Administração) me senti mentalmente esgotado e, mais para o final do curso, não tinha mais vontade de ler um livro inteiro. Será que os adolescentes, em função do excesso de informação mais o conflito que vivenciam em famílias, geralmente, desestruturadas, não estão exaustos mentalmente? Pensei em um trabalho para um eventual pós-graduação: medir os batimentos cardíacos de professores e alunos para saber o grau de stress que vivem em suas atividades! 3- eles estão sem limites, pois vem de casa sem limites, os pais ou avós os deixam fazer o que bem entendem e sobre para o professor disciplinar, só que o professor não tem instrumentos que uma mãe ou um pai teriam, como o de puxar a orelha ou dar um tapa na cara diante de desobediência. A psicologia moderna dirá que isto é ultrapassado, mas lhes dar tudo o que desejam (adolescentrismo) não os educará para o mundo, pois o mundo não lhes dará tudo o que desejarem! Na escola onde trabalho neste momento, 2009, nem suspensão ou expulsão os alunos podem sofrer, pois o governo não quer mais evasão escolar, mas isto não resolve o problema de termos alunos indisciplinados e a única coisa que o professor pode fazer é tirar para fora da sala os mais desordeiros. Nada os agrada, os levamos para a sala de vídeo, para o laboratório de informática, excursionamos ao museu de ciências, em dias frios tomamos sol na rua, quando eles aproveitam para escapar! Parecem que eles esperam por limites: às vezes respondo com grosseria à indisciplina deles: já mandei alunos calarem a boca, outra vez, disse a um deles que deveria deixar de ser criança e virar homem, outras vezes chamei seus pais, porque –lhes disse – com os alunos não era mais possível um acordo. E quando os pais vêm à escola se horrorizam com o que os filhos fazem ou será que fingem? Dizem que em casa não são assim! O mais curioso disto tudo é que temos a impressão de que deixaram ao professor a tarefa de dar limites, mas como? Em geral, quando o aluno incomoda, tiramo-lo da sala, mas muitas escolas são proibidas de suspender ou expulsar alunos. O que é certo é que eles foram acostumados (condicionados, mesmo) a um tipo de aula, em escola pública, em que o professor deixa uma tarefa no quadro e sai da sala e, mais tarde, verificará se eles anotaram no caderno e fizeram professor curioso e com algum conhecimento amplo da vida. E é isso que devemos cobrar dos alunos, um ser completo, não um especialista, pelo menos, nesta época de formação escolar. Lembro que fui um estudante que esperava ansioso por novos conteúdos, pois, assim, poderia aprender o conhecimento que a humanidade dispunha e tinha acumulado. Tinha esperança, também, de que tal conhecimento representasse uma oportunidade de me tornar bem sucedido, mas há muitos obstáculos e nossos sonhos morrem antes de ultrapassar todos: burocracia, para abrir empresas, gastos para registrar marcas que imaginamos, recursos para implementar ideias, etc. podemos, ainda assim, escrever nossas ideias e publicá-las na internet de graça! Um dos argumentos em defesa dos adolescentes é que a escola tecnologicamente está defasada com o restante dos equipamentos que os adolescentes estão habituados a trabalhar. Mas, experimente leva-los à sala de informática e pedir uma pesquisa a eles: lhe darão qualquer coisa que aparecer e apenas a copiarão, sem acrescentar opinião ou argumentos consistentes. Além disso, não estão habituados a uma comunicação de duas vias, mas apenas a receber informações prontas, pensadas por outras pessoas, cantores, especialmente. Solução? Os meus alunos de terceiro ano do ensino médio parecem arredios (uma aluna pediu que eu deixasse textos para que eles lessem e fizessem algum trabalho e eu respondi que não era ela que decidiria como eu daria aula, embora eu, nas aulas seguintes, tenha assimilado nas minhas aulas os trabalhos sem o constante monólogo do professor), desconfiados, agridem verbalmente (perguntam qual é a tarefa e não esperam a explicação ou se não a entendem dizem que a culpa é do professor, eximindo-se da mesma), expressam-se com receio e dificuldade de e têm pouca auto-estima, fruto de uma infância sem afeto? Mas quando há pontos ou notas envolvidos eles participam. Em parte, propus aulas que não os massacrassem com excesso de informação, questões difíceis de resolver ou provas que os fizessem estudar muito e memorizar a matéria - acho que conquistei algum respeito deles. Levei-os ao laboratório de informática, à sala de vídeo, ofereci-lhes pipoca para os motivar a assistir o DVD de Sócrates, só não fomos no museu de ciências, porque ele não abre à noite. Não é preciso mais rigor do que a exigência da presença e de alguma participação por parte deles para a escola cumprir atarefa primeira: ampliar a percepção (muitos a chamam de

pôr a razão no controle, como se existisse um órgão sede da racionalidade, como bem questionou Popper) acostumada a percepções limitadas a seus hábitos cotidianos; reparem como um adolescente percebe detalhes que passam despercebidos pelos adultos: reparam o tipo de sapato que usamos, se a roupa está suja de respingos de lama (pois mesmo com chuva forte, eu vou de bicicleta para o colégio), a tudo que é pequeno eles prestam atenção! Não é por acaso, também, que eles, em geral, têm dificuldade de pensar em um nível abstrato, pois neste nível o particular e o singular (este, esta e isto ou aquilo, aquela, aquele) se encontram desfocados e se dá lugar ao “existe”, “alguns”, “todos”, expressões que não falam de uma pessoa, que tem um nome, veste uma certa roupa, moro na rua tal, mas de grupos maiores de pessoas até se o universo tem limite, o que compreende o conjunto de todas as coisas que existem dentro dele ou mesmo, por especulação, fora dele. 4- um dia apareceu no colégio um mágico. Precisavam ver a reação dos alunos, adolescentes que transpareceram as crianças que ainda estão neles. Hipnotizados, saíam das aulas sem pedir e quando chamava a atenção deles, não estavam nem aí. Senti uma inveja do poder do mágico de prender a atenção dos alunos. Certamente falta isso na educação ou, então, deixar que eles façam a mágica... de criar algo que saia de dentro deles mesmos! Um professor não tem a obrigação de ser um mágico, mas pelo menos a humildade de querer ser um mágico, para ver olhos brilhando na sua frente.

Nota sobre Avaliação Há casos sobre a avaliação que valem a pensa serem relembrados para servirem de ajuda a outros professores: (1) uma aluna de uma turma de pós-médio queixou-se de que a nota (50%) foi abaixo daquela que ela merecia. Eu chamei a sua atenção para o fato de que ela tinha pesquisado na internet, algo que eu aceitava, se ela pesquisasse com suas palavras e não apenas copiar as informações, nuas e curas. Depois, senti que eu poderia estar sendo injusto e ao encontrá-la, avisei que a nota tinha sido alterada para 70%, pois eu acreditava que ela tinha ficado muitas horas fazendo aquela pesquisa e o que ela me respondeu? Que sua secretária tinha feito o trabalho. Eu não aceitei esta atitude e voltei atrás na nota, a reduzindo. Aliás, aquela aluna era advogada e, provavelmente, seguia o pensador do Direito, Hanz Kelsen, para quem a lei não tem nada a ver com justiça!; (2) outra vez um aluno disse que eu não tinha devolvido o trabalho dele, que eu devia ter perdido. Achei pouco provável isto. Então, ele escreveu outro, mas eu lhe disse que não consideraria. Mas, eu não poderia ter perdido ou guardado em outra pasta, poucos sabem o quanto um professor trabalha? De qualquer modo, segui minha intuição, ou seja, deixei que a parte do cérebro involuntária, recordasse e juntasse todas as memórias sobre aquele aluno e chegasse a um veredito: não aceitar o trabalho, pois o aluno está mentindo. (3) reconheci a dificuldade de fazer justiça quando avaliamos trabalhos dos nossos alunos, sugeri que se colocassem todos os trabalhos no quadro e que os avaliassem. Haveria, certamente, as panelinhas, grupos influentes que votariam uns nos outros; poderia o professor estabelecer critérios como pontualidade e assuntos que deveriam constar nos trabalhos, talvez esta seja a forma mais óbvia, mas não para mim. (4) quando estava no meu segundo ano de docência eu, diante de algum aluno que apresentava uma reflexão interessante, dava nota máxima do trimestre ou, ainda, quando eles apresentavam algum trabalho do interesse deles. Uma vez uma aluna disse, após eu falar sobre a teoria de Rousseau, de que os homens nascem bons e a sociedade os corrompe, que ela não concordava com isso, pois se a sociedade é feita de homens e estes nascem bons, como poderiam corromper outros homens que, também, nascem bons? Por isso, ela ganhou em uma argumentação a nota que outros levariam três meses para ganhar! Ainda acho interessante isso, mas vi que aquela aluna, depois, deixou de assistir às aulas e passou a participar muito pouco. (5) cometi muitos erros ao avaliar trabalhos: (a) uma vez disse que todos ganhariam a nota máxima em um trabalho, desde que o fizessem! Por que disse isso? O professor queria ser bem visto pela turma? É possível. Mas, depois, eu esqueci a promessa e dei notas abaixo daquela nota máxima e, aí, pelo menos uma aluna reclamou. Eu havia pedido que imaginassem o inferno à semelhança daquele imaginado por Dante Alighieri, mas ela disse que lá era um lugar nada tranqüilo e, depois, citou definições que eu tinha dado de purgatório e limbo. Eu não poderia dar nota máxima por algo que ela não tinha realizado bem. Seria o mesmo que dar nota a alguém que não tivesse feito nada ou tivesse escrito sobre outra coisa! De qualquer modo, procuro evitar uma prova e faço vários trabalhos para que se uma injustiça houver na avaliação na média dos trabalhos observaremos (a) o progresso do aluno e (b) o seu conhecimento adquirido.

Nunca vi parte mais desagradável e injusta que julgar o trabalho de alguém ainda mais quando não há espaço para que julguem nosso trabalho. Um dos meios de amenizar tal injustiça é reduzir ao mínimo os trabalhos e fazer as provas com perguntas com alternativas. Uma outra metodologia que pensamos ser a melhor é deixar que os alunos julguem os trabalhos feitos por eles através da avaliação dos trabalhos de seus colegas; mas há o problema do espírito de corpo, da amizade acima da verdade... De qualquer modo, vale a pena um teste, não? Podemos expor os trabalhos no quadro e deixar que eles mesmos julguem: quem merece nota máxima, quem está na média e quem precisa refazer o trabalho. Será que há pontos negativos, nisso? Pode haver formação de grupos que apóiem uns aos outros, mas, ainda assim, o professor pode supervisionar para evitar injustiças. (6) pelo fato dos alunos não anotarem as notas que tiravam nos trabalhos me surgiu a idéia de pôr na parede da sala a lista de alunos assinalando quais tinham feito o trabalho e quais não para que eles aprendessem a se organizar e realizassem os trabalhos pendentes sem que o professor precisasse relembrá-los repetidas vezes. (7) houve episódios desagradáveis: além de ter que fazer os alunos adquirirem o hábito de parar de falar quando o professor está falando, certa vez tivemos atritos causados por brincadeiras do professor mal entendidas pelos alunos: certa vez, porque o colégio proibiu o uso de celular em aula, disse que um aluno que usava o aparelho só podia ter merda na cabeça, o que provocou um alvoroço em toda a sala, especialmente em um aluno que resolveu defender a colega, que chorava. Outra vez, pedi (brincando) que duas alunas parassem de namorar em aula e uma delas não gostou, disse que eu a tinha chamado de lésbica e eu disse que ela precisava amadurecer, pois não entendeu que era uma brincadeira, especialmente porque na adolescência é comum brincadeiras relacionadas à sexualidade. Um outro fato consistiu em eu ter dito que iria atirar milho para algumas alunas que não paravam de conversar e elas entenderam que eu as estava chamando de promíscuas quando eu queria apenas dizer que elas estavam muito agitadas [fim].

Filosofia, Sociologia, Religião e História 1a aula introdutória: Na primeira aula, apresentamo-nos, nosso histórico, faculdade de origem, antes, dissemos que nos formamos em Administração, depois, arduamente, nos encontramos em Filosofia, depois de ter pensado em Arquitetura – formas e cores eram, para mim, um atrativo e mais do que isto, uma necessidade neurológica, porém perder tempo decidindo tipos de tecido ou embelezando a casa de “cabeças vazias”, nos afastou daquela idéia. Mostrei-lhes alguns livros que publiquei na internet, apresentei-lhes um livro específico que escrevi e que dele queria que eles imprimissem um texto que usaremos no segundo trimestre e, para motivá-los a se mover!, prometi 10 pontos (não queria realmente que fossem 10 pontos, mas saiu da boca!, oferecei como alternativa: dar 5 pontos para cada disciplina, filosofia, sociologia e religião, mas prefeririam os 10 pontos!): trata-se do texto, um resumo feito por mim na verdade, da obra “O povo brasileiro”, de Darcy Ribeiro, que sem igual, mostra a origem da sociedade brasileira, os povos que a formaram – índios, negros e europeus, a desigualdade presente desde o descobrimento, ou melhor, invasão! No restante da aula, apresentamos, então, as diferenças entre filosofia, ciências e religião e, depois, as semelhanças entre elas. Primeiramente, devemos observar que tendemos a ver as três áreas como separadas, tal como três propriedades, três terrenos que se limitam por cercas, muros, intransponíveis, mas isto não é verdade.

A melhor imagem seria a seguinte, onde as três áreas têm diferenças, mas, também, semelhanças. Embora o filósofo seja um solitário, que tenta entender o mundo, a partir de suas experiências e, também, das experiências que observa nos outros e a religião trás consigo verdades ditadas por líderes religiosos que dizem tê-las ouvido de um Deus e a Ciência (não esquecer: Sociologia representa aqui as ciências) parte da observação e testes realizados com uma quantidade de pessoas ou fatos significativos estatisticamente, isto é, um número que representa uma sociedade inteira, ainda assim, é sobre os mesmos fatos, é sobre a mesma vida, que filósofo, religioso e cientista se debruçam e sobre os quais fazem suas investigações, suas reflexões.

Diferenças:

Semelhanças:

Filosofia Ciências Religião Solitário, faz Pesquisador de Recebedor, pesquisas sobre suas grupamentos possuidor e próprias experiências humanos, a partir de divulgador de e observa as das fatos passados e verdades prontas pessoas que lhe são presentes. próximas Suas investigações tratam dos mesmos temas, como origem do universo, existência ou não de Deus e de uma alma imortal, sentido da vida, felicidade, infelicidade, conflito entre emoções e racionalidade, origem das sociedades, competição e concorrência, violência, contratos, estética, morte, condições de verificabilidade de suas teorias, bem, mal, costumes, leis, etc.

2a aula introdutória: Fizemos um exercício para observar se eles compreenderam a aula anterior: (A) Identifique nas sentenças abaixo quais são relacionadas à filosofia, às Ciências e à Religião: ( ) Dr. Zerbini, foi quem primeiro realizou um transplante de coração em humanos, no Brasil, após uma série de tentativas usando bezerros.

A resposta é “Ciência”, embora apareça um homem solitário, ele na verdade, é um médico (as pistas são “Dr.” e “transplante”) e médicos trabalham em grupo com enfermeiros, auxiliares de enfermagem, anestesistas e residentes. ( ) René Descartes defendia que devemos ser céticos em um primeiro momento até que se prove a verdade de alguma afirmação. Um homem, solitário e, só por isso, já é “filosofia”. Também, ele expõe sua maneira de pensar sobre fatos a sua volta, a necessidade de cautela, a partir de experiências que ele viveu ou algumas de outras pessoas que ele observou (não há um número de observações, por isso, não é “ciência”!), antes de julgar se algo que ele pensou ou que os outros disseram, é verdadeiro ou falso. Não se duvida, aqui, do caráter dos outros, apenas se sua percepção e seus sentidos lhe deram toda a informação necessária de que ele precisa para emitir sua opinião. ( ) Em Israel, encontraram um código secreto na Bíblia, a partir de versículos, onde palavras são localizadas em linhas verticais, horizontais ou em diagonais, como, por exemplo, “Bin”, “Laden”, “atacará”, “torres”, “Gêmeas”, “2001”, antes mesmo que os eventos ocorram.

É curioso, porque aqui os alunos disseram se tratar de religião; ocorre que embora se leia a palavra Bíblia, não se trata da leitura direta do livro, mas através do uso da matemática e embora se possa duvidar de seu caráter como ciência experimental, ainda assim, quem dela se utiliza, realiza, pelo menos, experiências mentais tomando, algumas vezes, conteúdos vindos do mundo material. Uma linha reta, perfeita, é uma idealização mental, mas pode se referir a um projeto de uma nova estrada em construção, por exemplo. Trata-se, então, de uma ciência. ( ) Os Maias faziam sacrifícios com crianças e escravos que eram oferecidos ao Deus-sol para que este nunca se apagasse. Aqui, aparecem as palavras “sacrifício” e “Deus”, por isso, se trata de “religião”. Aproveitamos o exemplo para perguntar aos alunos se algo assim poderia acontecer hoje: o professor poderia ir ao jardim de infância da escola e pedir à professor que lhe desse uma criança para oferece-la em sacrifício a um Deus? Embora a idéia seja grotesca, sua proposição visa a fazer o aluno pensar: o que mudou entre as maneiras de pensar, dos Maias até nós? Não eram eles também considerados humanos? De que modo evoluímos, se evoluímos? Houve alguma mudança dentro do cérebro? ( ) Platão acreditava que existiam dois mundos, este, físico, e um outro eterno. De onde mais tiraríamos a idéia de um círculo perfeito, por exemplo, se nada no mundo material, uma maçã, a lua, é uma esfera perfeita? Aqui, se trata de “Filosofia”, pois há um indivíduo, manifestando uma teoria a partir de sua própria reflexão, ainda que tendo observado o mundo, não testou todos os objetos para saber se são, por exemplo, esferas perfeitas. Uma vez um aluno, no ano anterior, perguntou se o olho humano não poderia ser um exemplo de esfera perfeita. Pedi que ele enviasse um e-mail a um oftalmologista, porque era a pessoa que mais próxima estava de olhos, mas o aluno nunca me respondeu esta questão. Em geral, no tempo de escola não nos sobra tempo, tal é a quantidade de aulas e informações recebidas, bem como, a importância exagerada a provas escritas.

História Primeira e segunda aulas: Apresentei o conceito do filósofo Karl Popper sobre a história que se ensina nas escolas e universidades: é a história dos generais, dos políticos e dos donos da riqueza, não a história de cada ser humano, de cada família.

Esperava que os alunos me perguntassem se haveria páginas suficientes para tanta gente, mas não o fizeram. Às vezes, sob o ponto de vista do professor, os alunos ficam tão quietos, que parecem que estão mortos. Depois, apresentei a definição de Santayna, para quem o conhecimento da história (do passado) implica a repetição dos seus (daqueles) erros. Apenas quando eu lhes disse que não iria começar as aulas pelos grandes fatos históricos é que percebi algum sinal de vida na sala. O aluno disse que as aulas deveriam incluir temas que caem no vestibular. O problema é que o mesmo aluno não se interessou pela aula e abriu em cima da mesa um expositor de jóias que ele logo mostrou às alunas esperando vender a elas. Diante disso, eu o fiz guardar. Perguntei a eles se me achavam idiota – é claro que achavam, mas não disseram. Adolescentes acham que sabem tudo e esta presente geração não foi educada com um mínimo de respeito pelos outros. E por onde eu intencionava começar as aulas? Ouvimos relatos de alunos que não conseguiam relacionar as aulas a seu próprio cotidiano e era justamente uma aula teórica e prática que eu queria fazer, mas, agora, eles objetavam minha proposta! Disse-lhes que a aula que eu propunha não iria prejudicar a preparação deles para o vestibular (prova preparatória para a entrada na universidade), mas que partiríamos de nossa experiência para entender a história humana e..., assim, não repetir os erros dos antepassados. Comecei, então, dando um exemplo, contando a história de uma empresa, uma rede de restaurantes, de comida rápida, Mc Donalds: disselhes que um vendedor de máquinas de fazer milk shake, Ray Croc encontrou com os irmãos mc Donalds, donos de um restaurante que vendia hamburgers e milk-shakes e propôs a eles a venda ou aluguel ou cessão da marca e começou a abrir lojas; no século XX, abria-se quase uma loja a cada 12 horas! Ocorreu, então, que um filme foi feito em que uma pessoa consumia apenas os alimentos daquela empresa e... por serem gordurosos e cheios de açúcar, isto lhe acarretou obesidade e, esta, problemas no fígado e coração, levando-o a uma situação de risco de morte. Depois, eu perguntei a alunos por que em Porto Alegre havia dois times de futebol, querendo forçá-los a relacionar algo que eles gostam, esportes, com história. Dois deles sabiam: o primeiro time, o Grêmio, não aceitou jogadores negros e, então, um grupo de pessoas criou o Internacional. Então, eu perguntei a data da fundação: respectivamente 1903 e 1909 e comparei com a data da abolição da escravatura no Brasil (1888): para minha surpresa não se encontravam muito longe, mas separados por apenas quinze anos, o que não é nada em termos históricos! Pronto, isto foi uma aula de história que se aproxima da vida dos alunos! De qualquer modo, escutei o desejo deles e depois de reler o livro de história que a escola pôs á minha disposição, resolvi contentar gregos e troianos: abrir espaço para esta história mais perto da vida de todos nós, mas, preparei uma série de linhas do tempo, com datas e os principais acontecimentos bem resumidos, para que se preparassem para o vestibular. Na medida em que só as datas e os resumos não fossem suficientes leríamos trechos do livro e, assim, acrescentaríamos mais informações ao estudo de História. Mas uma grande dúvida permaneceu: devo fazer, com os alunos, uma revisão de toda a história humana? Se eles querem se preparar para o vestibular, disto eu sei, pois passei três vezes, em uma universidade pública (UFGRS) que faz uma seleção muito difícil. Normalmente, os professores de terceiro ano do ensino médio iniciam os estudos a partir do descobrimento do Brasil (séc. XVI) e a revolução francesa (séc. XVIII). Ocorre que o aluno precisará rever todo o conteúdo e o auxílio do professor pode lhe ser útil para essa tarefa hercúlea. Evitar que eles tenham que copiar uma quantidade grande de informações, fornecendo-as prontas, copiadas, a eles, será de grande ajuda, também. É o que faremos. Uma das informações resumidas, um texto sobre a origem do povo brasileiro, escrito pelo antropólogo Darcy Ribeiro, desde o descobrimento (ou será invasão?) até o século XX, onde se desnuda as origens da desigualdade crônica de nosso país, lhes apresentei na primeira aula e deixei o endereço onde o encontrariam na internet.

Terceira e quarta aulas: Nesta aula, pedi que cada um contasse aos demais uma história. Os mais ousados contaram histórias mais variadas, desde ficção (um filme que um aluno assistiu) à Hello Kitt e sua (im)provável origem satânica, passando pela história da caneta BIC. Confesso que perdi a esperança de transformar aquilo em metodologia de todas as aulas. Não tinha, até então, como viabilizar uma metodologia de aula a partir da experiência dos alunos, tal qual, muitos pensadores da educação defenderam.

Quinta e sexta aulas: O que antes envolvia uma sensação de fracasso, continuou na aula seguinte: só que, desta vez, eu agendei a sala de informática e, assim, eles poderiam, com base naquelas histórias orais, que eles tinham tirado de sua memória, buscar, agora, dados quantitativos, informações precisas sobre origem da história, testemunhas do acontecimento, números que considerassem relevantes, como datas, número de pessoas, valores financeiros envolvidos, etc. Um dos principais objetivos, aqui, foi o de mostrar que a história é vista sob mais de uma perspectiva e muitas vezes fontes de informação, o que inclui nossa memória, não são sempre confiáveis e os estudantes têm o hábito de pegar para si qualquer informação, apenas para fazer a tarefa que o professor lhes pediu! Mas, após esta aula, em casa, refleti sobre ela e cheguei à conclusão de que se os alunos dispusessem de computadores em todas as aulas, o professor poderia lhes dar uma tarefa como, por exemplo, procurar conteúdos sobre “Paleolítico” e os resultados seriam muito bons, porque na internet há muito mais informações e meios de comunicá-la (sons, imagens) que o professor, sozinho, possa oferecer, embora ele possa conhecer endereços eletrônicos interessantes e que precisam ser garimpados, diferente daquele que são acessados pelos alunos, apenas porque estão entre os mais acessados, o que não significa que eles tenham qualidade! Poderíamos, também, se a sala fosse só para os estudos de História, fazer colagens das descobertas nas paredes de um modo que pudéssemos ao longo do ano ter uma linha do tempo como os principais acontecimentos, bem como, suas relações de causa e efeito entre eles. O problema é que não temos disponíveis os computadores, nem temos uma sala de história ou de ciências humanas em cujas paredes poderíamos construir uma linha do tempo. Por isso, eu fiz uso da informática em uma aula e, futuramente, talvez em algumas outras, poucas. Como seria bom poder construir com os alunos uma linha do tempo, apenas auxiliando-os quando eles requererem nossa ajuda!

Sétima e oitava aulas: Levei aos alunos um texto extraído de um jornal local, onde mostrava divergências entre a história contada de um time de futebol da cidade de Porto Alegre, o Sport Club Internacional e novos fatos trazidos à tona. Fiz perguntas aos alunos pedindo-lhes que comparasse a história contada de memória e aquela escrita. Que semelhanças e que diferenças havia entre elas? Semelhanças Diferenças As cores da camiseta foram inspiradas em Apenas o Henrique Poppe fundou o time e um bloco carnavalesco. não os três irmãos, Henrique, José e Luíz. Henrique era jornalista o que é mostrado por recortes de jornais da época Apenas dois dos cinco irmãos Poppe, Luiz e José, já jogavam futebol. Não abriram um novo clube porque foram rejeitados pelo Grêmio, mas para popularizar o esporte Não se inspiraram no nome do time da Internazionale de Milão, pois esta havia sido fundada apenas 13 meses antes Muitos não leram o texto e supuseram que as duas versões completavam uma à outras estavam cansados depois de trabalhar o dia todo ou habituados a fingir que fazem os trabalhos de cujas aulas os professores das escolas públicas fingem lhes dar?

Outros, ainda, disseram que ambas as histórias eram verdadeiras e, então, lembrei-os de que somos naturalmente crentes quando crianças, mas que, aos poucos, vamos duvidando, infelizmente ou felizmente, das histórias que os outros nos contam. Perguntei, também, se havia uma ciência da História ou Histórias, pois há pessoas que contam uma história diferente do modo como outras pessoas contam, muitas vezes, alterando diametralmente os fatos. Não lhes disse, mas cheguei à conclusão de que a história é o resultado de visões emocionais que se impõe sobre registros racionais, pois é da natureza humana ser mais emocional que racional.

Nona e décima aulas: Tratei do exercício anterior e o fato de que eles sequer leram o texto. Isto ocupou metade da aula, depois, escrevi no quadro o que significava Método científico: uma maneira de fazer ciência. Expus do meu ponto de vista suas etapas: (1o) nunca tomar nada como verdade definitiva, exceto após investigação detalhada; (2o) dividir o problema em partes menores para que possa compreender melhor o problema estudado; (3o) organizar os elementos em uma seqüência de Causa e efeito. René Descartes não trata deste item assim: ele falou sobre dispor os elementos em ordem, ainda que não exista uma, mas, em resumo, é isso que um cientista faz: organiza os elementos ou os fatos em ordem temporal e espacial, identificando quais são as causas e quais os efeitos. (4o) expor a sua conclusão e as suas descobertas a que chegou após estudar o acontecimento. Este é um exercício que valeria a pena repetir, mas preferi entrar, finalmente, na revisão dos fatos históricos, mas não ainda. Um aluno sugeriu assistirmos o filme “10.000 aC”, que fará uma boa apresentação da primeira parte da matéria: a pré-história, como normalmente é chamada, embora se questione: a inexistência de escrita não deve subestimar este período da civilização chama de “humana”.

Décima primeira e segunda aulas: Era para ser uma aula sobre o filme “10.000 a.C”, que, aliás, mostra homens nômades, pré-históricos, caçadores de mamutes, mas o aluno não trouxe. Eles são incapazes de marcar na agenda compromissos!. Estão destinados a obedecerem, sem pensar? Terão mais ou melhor futuro do que os que pensam? Talvez. Pensar é, ainda hoje, um ato revolucionário!! Não se vai mais para a fogueira, mas, pior, as pessoas ouvem nossas idéias e não as compreendem!! Assim, iniciamos a revisão de toda a história. Dissemos que era algo ousado, que ninguém fez isso em uma escola. Chamaram-me de meio louco, para mim, um elogio! O louco é o que faz diferente da mesmice. A questão é que por ser eu um filósofo, tenho dificuldade de estudar qualquer assunto sem compreendê-lo como um conjunto. Além disso, há, na sala, alguns alunos interessados em fazer vestibular e, assim, rever os principais momentos históricos será, para eles, de grande utilidade. Comecei pelo questionamento da expressão “pré-história”, feita por muitos historiadores: porque separar em um antes e depois da invenção da escrita, um período anterior (pré) à história, especialmente porque ainda hoje muitos povos não têm uma escrita, como muitas tribos indígenas. E, ainda, embora não possuam uma escrita, eles têm e legam às gerações seguintes como as gerações anteriores lhes legaram, uma vívida lembrança oral de suas guerras, de suas migrações, de suas experiências, registradas, também, em suas cerâmicas, tatuagens e pinturas corporais, etc. Depois, fiz uma retrospectiva a partir de 150 milhões de anos, com a extinção dos dinossauros e a possibilidade de que mamíferos que viviam embaixo da terra pudessem vir à superfície sem serem comidos e, a partir deles, seus descendentes cresceram em tamanho, por mutações, desenvolveram pernas mais compridas que puderam sustentar a metade de cima do corpo, até começarem a andar sobre dois pés. É incrível quantos alunos se negaram a acreditar nesta teoria! Alguns deles preferiram acreditar que um Deus pôs as espécies no mundo. Eu sugeri-lhes extra-terrestres, como outra alternativa entre Darwin e os creacionistas.

Depois, listei com datas aproximadas os diferentes humanóides: o Toumai (sobre o qual há controvérsias, uns dizem se o crânio de um ancestral de chimpanzé, outros, o primeiro hominídeo, nosso ancestral, vamos dizer assim, pois filosoficamente tenho dúvidas se há ou não “espécie”, isto é, como temos uma forma comum, saímos de uma mesma fôrma? Não, dirão muitos. Continuando: depois veio o Australopitecus, o Homo habilis, o Homo Erectus, o Homo Sapiens e, depois, o Homo sapiens sapiens. Eis o resumo que fiz a partir da leitura de um livro de história para o Ensino Médio: 60 milhões de anos atrás – primeiros primatas. 7 milhões de anos atrás – primeiro hominídeo 2 milhões de anos atrás – Homo habilis – 1,57m, 50kg, sociável, dividia alimento com o grupo. 1,8 milhão de anos - Homo erectus – 1,80m, vivia em bando de 20-30 indivíduos, fabricava utensílios, construía cabanas, dominou o fogo, fazia caçadas. 1,7 milhão de anos – Homo erectus saiu da África para Ásia e depois Europa , através do rio Nilo. cerca de 200 mil anos atrás – Homo sapiens sapiens (sapiens moderno) – espécie da qual fazemos parte, com faringe longa e língua flexível, desenvolveu a fala. Conviveu com o Neanderthal, que desapareceu há 30 mil anos. 50 mil ou 15 mil anos - Homo sapiens sapiens – saíram da Ásia, pelo estreito de Bering (águas do mar baixaram com Era Glacial), chegaram ao Alasca (América) 12 mil anos atrás – Fim Era Glacial (do Gelo), Homo sapiens sapiens ocupou todos os continentes, exceto Antártica 11.500 anos atrás – primeiro fóssil humano das Américas em MG/ BR, crânio de Luzia e machados de pedra 10 mil anos atrás – Surge a prática da agricultura, na região de Jericó (hoje Oriente Médio) 10mil anos atrás – exploração do sal para consumo humano (na Roma antiga: os soldados eram pagos em parte com sal, daí salário. Usavam-no para conservar alimentos e curar feridas) 9.500 anos atrás – ocupação humana nas regiões do sul do Brasil (hoje: São Paulo e região Sul) 8 mil anos atrás – Idade da Pedra Lascada (Paleolítico), instrumentos rústicos, não polidos 8 mil a 5 mil anos atrás – Neolítico – pedra polida, agricultura, domesticação de animais (cabras, ovelhas, porcos, cães, cavalos e bois), fontes de leite, lã, esterco e ocorreu a sedentarização. Houve divisão de tarefas: obras, agricultura, fabrico de ferramentas, que levou à invenção da roda, arado, barco a vela e fundição de metais. Houve, também, estratificação social: líderes morais, guerreiros. 5 mil anos atrás - Idade dos Metais – domínio técnicas de fundição, criação de instrumentos agrícolas, derrubada de floretas e caça, primeiras guerras e o processo de dominação de uma comunidade sobre outra com armas de metal. Primeiro metal: cobre, depois, estanho.

Décima terceira e quarta aulas: Fiz uma retrospectiva dos ancestrais humanos, disse que o Neandertal tinha convivido com o Homo sapiens, mas se extinguiu 30 mil anos atrás. Apresentei-lhes revistas semanais sobre os 150 anos da teoria da evolução das espécies de Darwin e a árvore genealógicas das espécies que existem hoje, a partir de espécies anteriores e, também, uma revista em que lembrava a prisão de um professor norte-americano, John Scopes, em 1925, por lecionar a teoria de Darwin e seu julgamento.

Ver diálogo Voltei à questão de há espécies ou se cada pessoa é diferente, sua própria espécie? Somos homo sapiens sapiens porque temos o mesmo número de cromossomos no DNA e isso nos faz uma espécie? Disse-lhes que o rato branco, o macaco rhesus e a planta Aveia têm o mesmo número de cromossomos (40) e não são de uma mesma espécie. Porque somos parecidos? Parecido não é termo cientifico. Aluna defendeu que temos o mesmo

comportamento e eu lembrei dos psicopatas e das pessoas, entre as quais nos incluíamos. A aluna objetou, muito bem, por sinal, que a raiva está em todos nós, embora em graus diferentes. Depois, entre nos períodos Paleolítico e Neolítico que diferem basicamente pelo fato de que até 8 mil anos atrás os homens eram nômades e viviam do que caçavam e depois de 8 mil anos atrás, fixaram-se em um território e viviam da agricultura e dos animais que aprenderam a domesticar. Com os Homo Erectus (2 milhões de anos atrás até 300 mil anos atrás, quando se extinguiram), surgiram os instrumentos de pedra e descoberta do fogo. Nesta aula, houve muita conversa paralela e parei diversas vezes para pedir silêncio. É curioso que quando o professor age com rigor, ele é mal-educado, mas os alunos não se dão conta de que conversar a uma altura que atrapalha a aula, também, é grosseria. É porque eles estão acostumados àqueles professores que põe um texto no quadro e deixam eles conversarem a aula inteira, mas eu não sou assim e não acho que ensinar seja isso, antes, é dialogar, trocar idéias e argumentos, aprender junto! Uma outra aluna disse que não entendia nada das minhas aulas, que preferia outro professor; reconheço que quando escrevo no quadro fica fora de ordem e eles não estão acostumados a uma aula assim, mas pedi à aluna que ela parasse a minha aula e tirasse dúvidas; ela disse que ela estava em dúvida sobre tudo, ocorre que ela sequer tinha trazido para a aula o resumo que eu elaborei sobre História Antiga!! Sei que porque eles trabalham todo o dia e vem para a aula à noite, estão cansados, mas muitos deles não estão cansados para conversar em aula!! Esta geração não tem nenhuma curiosidade, só o gosto por ser do contra, só são capazes de críticas destrutivas, exceto por dois ou três alunos, os demais parecem zumbis! Dirão os pedagogos, especialistas que ficam 95% do tempo entre quatro paredes com ar-condicionado, que falta empatia entre professor e aluno ou aulas mais interessantes e próximas dos alunos. No meu tempo de aluno eu ansiava por aprender novas matérias, talvez tenha me tornado obediente demais à autoridade e, por conseqüência, um cidadão ausente, mas o que me diferencia dos atuais alunos de escolas públicas e, certamente, de escolas particulares é que eu recebi afeto quando criança e, mais do que isto, eu aprendi a devolver afeto e é isto que nos torna melhores e calorosos e não ignorantes e frios, como os atuais estudantes para quem leciono. Quando isto vai mudar? Quando pararem de produzir ser humano em série, em quantidade!! Bem, de volta à aula, depois, fizemos, um exercício de vestibular onde se distinguem as características do Paleolítico e Neolítico e, para complicar, apresenta o mesolítico, mas disse aos alunos que sabendo os dois períodos, resolvemos boa parte da questão e, geralmente, há a resposta certa é encontrada apenas com as informações que possuímos – ninguém saberá tudo em uma prova de vestibular, mas sabendo 70-80% é aprovação certa, mas não me refiro a cursos muito concorridos, como medicina, por exemplo. QUESTÕES DE VESTIBULAR UFRGS 2008 01 A Idade da Pedra costuma ser dividida em três períodos: Paleolítico, Mesolítico e Neolítico. Associe as cinco características da Idade da Pedra listadas abaixo, no bloco inferior, aos períodos citados no bloco superior. 1 - Paleolítico 2 - Mesolítico 3 - Neolítico ( ) domesticação de animais ( ) descoberta do fogo ( ) formas e motivos abstratos na arte ( ) artefatos de pedra lascada ( ) difusão da agricultura A seqüência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é (A) (B) (C) (D) (E)

3 1 2 1 3

– – – – –

1 3 1 2 2

– – – – –

2 1 3 3 1

– – – – –

1 2 3 2 3

– – – – –

3. 3. 1. 1. 2.

UFRGS 2003 01 - Principal governante do primeiro império babilônico, o rei Hamurábi (1792-1750 a.C.) destacou-se pelas conquistas territoriais e pela forma de administração dos territórios conquistados. Em seu legado, podemos incluir a

(A) (B) (C) (D) (E)

construção de um complexo conjunto arquitetônico em seu palácio suntuoso, conhecido como Os Jardins Suspensos da Babilônia. criação de um sistema coerente de escrita para ser utilizada nos cultos religiosos praticados no império, denominada acádica-cuneiforme. fixação, por escrito, dos costumes jurídicos num dos primeiros códigos de leis de que se tem notícia, o Código de Hamurábi. organização de um exército permanente, composto por guerreiros profissionais assalariados, armados com equipamento de ferro. realização da célebre Torre de Babel, construção de altura descomunal, mencionada no Antigo Testamento.

Para finalizar a aula, apresentei-lhes pedaços de caules, fibras naturais que poderiam ser usadas como cordas, pedras, capim seco e lhes pedi que fizesse fogo e construísse um instrumento de pedra. Com este exercício procurei mostrar que os homens das cavernas não tinham uma vida fácil, alguns alunos sugeriram um tipo de pedra específico que provocaria uma boa faísca, outros insistiram em atritar a madeira com outra e conseguiram até aquecer o material!

Décima quinta e sexta aulas: Nesta aula, apresentarei um conjunto de fotos que eu encontrei na internet e que eu copiei para um CD para ser lido em um aparelho de DVD. Poderia ter feito para serem apresentadas em um “data-show”, mas o colégio só tem um e é fácil quando as fotos são do formato “jpeg” que é lido pelo equipamento de DVD, o mesmo que usamos para ver filmes em disco digital. A mesma facilidade não ocorre com os vídeos que baixei do Youtube, pois embora eles tenham uma imagem razoável, não excelente, mas, o som gravado não é nítido. Entre os vídeos, de curta duração, está o de um desenho animado conhecido, os “simpsons”, que mostra o chefe da família, Homer, desde célula, evoluindo até chegar a “Homo sapiens”. Entre as imagens, copiamos aquelas que permitiriam que fizéssemos uma revisão da aula anterior mais um resumo dos principais pontos desta aula, ou seja, a matéria nova, estão: os dinossauros que convém destacar viveram entre 225 e 65 milhões de anos atrás, as esculturas ou reconstruções artísticas do que seriam os australopitecus, o Homo habilis, o Homo erectus até o Neanderthal e o Homo sapiens. Depois, mostramos o estreito de Bering entre a Ásia e a América do Norte, por onde os “Homo Sapiens” chegaram às Américas, apresentamos a imagem do santo sudário, na qual foi feito o teste do carbono 14, mas que pode estar contaminada por um tecido que foi adicionada na Idade Média, as pinturas rupestres (cavernas) pelos paleoíndios brasileiros, por volta de 11.500 anos aC. Então, finalmente, entramos no estudo da Mesopotâmia, das primeiras cidades-estado e concentrações humanas já fixadas em um território, o que inclui os Sumérios, depois os Assírios e Acádios, os Amoritas e os Hititas. A maioria dos alunos conversou durante a aula, não prestaram atenção, ironizavam o que viam, enfim, desprezaram a aula. Não sei se isto se deve à qualidade da minha aula, acho que se deve ao desejo deles de não querer ter aula, não estão ali para ter aula. Para terminar a aula, eu pedi que fizessem três exercícios de vestibular sobre mesopotâmia e Egito e aqueles alunos que estavam incomodando não ficaram para esta parte da aula. Aqueles que ficaram, perceberam o quanto o resumo que eu fiz foi suficiente para responder sem dificuldade os testes. UFRGS 2004 01 A chamada Revolução Urbana foi antecedida pelos avanços verificados no período neolítico, a saber, a sedentarização das comunidades humanas, a domesticação de animais e o surgimento da agricultura. Porém, há cerca de cinco mil anos ocorreram novos avanços, quase simultaneamente, em pelo menos duas regiões do Oriente Próximo: na Mesopotâmia e no Egito. Assinale a única alternativa que NÃO corresponde a transformações ocorridas nesse período. (A) Diversificação social: ocorreu o surgimento de uma elite social composta por sacerdotes, príncipes e escribas, diretamente ligada ao poder político e afastada da tarefa primária de produzir alimentos. (B) Expansão populacional: verificou-se o surgimento de grandes cidades, densamente povoadas, especialmente na região mesopotâmica. (C) Desenvolvimento econômico: a economia deixou de estar baseada somente na produção autosuficiente de alimentos para basear-se na manufatura especializada e no comércio externo de matériasprimas ou de manufaturados.

(D) Descentralização político-econômica: o controle econômico passou a ser feito pelos poderes locais, sediados nas comunidades aldeãs, que funcionavam como centros de redistribuição da produção. (E) Surgimento da escrita: foi uma decorrência do aumento da complexidade contábil. Serviu inicialmente para controlar as atividades econômicas dos templos e palácios, mas depois teve profundas implicações culturais, como o surgimento da literatura. UFRGS 2008 - 02 No último milênio a.C., o Egito foi sucessivamente conquistado por vários povos. A esse respeito, considere as seguintes afirmações. I Os romanos foram os primeiros a conquistar o Egito, pois contavam com um aparato militar de poder equivalente ao da civilização africana II Os macedônios, através de Alexandre, conquistaram o Egito e criaram uma nova dinastia, a Ptolomaica. III Os persas não conseguiram conquistar o Egito, embora seus domínios se estendessem da Índia até a Grécia Quais estão corretas? (A) Apenas I. (B) Apenas II. (C) Apenas III. (D) Apenas I e II. (E) I, II e III.

Décima sétima e oitava aulas:

Nesta aula, exibiremos uma cópia do filme “10.000aC.” e lhes pedirei que anotem as principais cenas do filme para, na aula seguinte, realizarmos o trabalho final do trimestre, quando cobrarei deles que façam uma relação entre o filme e o conteúdo que estudamos até aqui, desde os ancestrais dos humanos, passando pelo Paleolítico, neolítico até as primeiras cidades, especialmente as egípcias, que são as que aparecem no filme.

Décima nona e Vigésima aulas: Pedi que, em grupo, eles fizessem relações entre o filme assistido nas duas últimas aulas com a matéria vista até aqui, que compreende os ancestrais humanos, os períodos da idade da pedra, idade dos metais até as primeiras cidades da mesopotâmia e do Egito. Entre as relações possíveis estão: Filme pequenos grupos humanos de 20 a 30 pessoas vivem juntos em região onde boa parte do solo está coberto de gelo usam redes e lanças de madeira para a caça de mamutes Algemas de madeira e metal

Conteúdo estudado Período paleolítico, São nômades, caçadores e coletores Vivem no fim da era do gelo (12 mil aC) Usavam pedras lascadas na ponta das lanças Metal fundido só aparece no ano 5.000 aC

Migram de área gelada para uma região quente Fazem o movimento inverso do homo erectus (África) (África, Ásia e Europa), isto é, homo sapiens vem da Europa e retornam à África Rio Nilo Primeiras cidades se formam na mesopotâmia e no vale do Nilo (Egito) Há mamutes, que são caçados pelos homo sapiens Pesquisas mostram que eles foram extintos dois mil anos antes da época do filme Aparece cidade com milhares de pessoas Cidades só surgem no Egito em 3.200 aC características egípcias Tribos cultivam agricultura e doam sementes para Vestígio de agricultura só surge no ano de 8500 aC os que vieram do norte (frio)

Vigésima primeira e segunda aulas: Preparei uma maneira de ensinar noções da Grécia antiga em uma aula através de palavras cruzadas: (16) P  (6)↓

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(1) primeira civilização grega, habitava a ilha de Creta, origem da lenda do minotauro. (2) Civilização cretense é atacada pelos .... (micênicos) vindos do norte, dos Bálcãs (3) Guerra entre Aqueus (gregos), liderados por Aquiles, na região que é hoje a Turquia. Daí veio a expressão “cavalo de .....”, que foi uma armadilha dos gregos para invadir a fortaleza do inimigo.

(4) Aqueus são expulsos da Grécia pelos ________(povo nômade e guerreiro), que fundam a cidade de Esparta. (5) Aqueus expulsos da Grécia emigram para a ____ (continente a leste da Europa). As Classes sociais de Esparta eram compostas de: espartíates ou espartanos, dedicavam à política e ao exército; os (6) ____________ antigos povos conquistados na ocupação, viviam na periferia e (7) __________ povo que vivia na região que resistiu e foi escravizado. (8) Esparta havia uma assembléia de anciãos (homens com mais de 60 anos) chamados de ______ e uma assembléia do povo que elegia (9) cinco pessoas que chefiam o governo, os ____________. Os Jônios, povo que fundou Atenas, eram governados por um chefe militar (10)___________e, também, por um chefe civil (11)________ . (12) Aristocracia ateniense: ________________. (13) O Arconte ______proibiu escravidão por causa de dívidas, devolveu pequenas propriedades tomadas por grandes proprietários, instituiu tribunal popular com juízes escolhidos por sorteio entre o povo. (14) Ditador grego,________, confisca terras e promove reforma agrária, transformou Atenas em centro comercial e cultural. (15) A Batalha de Termópilas entre 300 homens mais o rei Leônidas de Esparta foi contra o exército_______. (16) Em 435 a.C, Esparta entrou em guerra contra Atenas, com ajuda dos persas: Guerra do _____________. (17) Em 359 a.C, Grécia é conquistada pela Macedônia, pelo rei Filipe II, pai de _______, o grande, que foi discípulo do filósofo Aristóteles. Em 334 aC, ele venceu os persas, conquistou o Egito, a Síria, a Fenícia, a Palestina. Em 331 aC, invade a Mesopotâmia, onde vence definitivamente o exército persa, de Dario III. Em 326 aC chega à Índia e em 323 aC morre de uma febre desconhecida, sem deixar herdeiros. Seus generais iniciam disputa sangrenta para ver quem o sucederá. O império é dividido em três: Egito, Macedônia/ Grécia e Síria. Obs.: Houve alguns erros na construção desta palavras-cruzadas: há dois números 15 e faltou um número 18 para “Clístenes”, governante grego que dividiu a Grécia em 100 demos, tribos, onde cada uma elegia seus representantes, através de eleições. Depois, acrescentei algumas questões de vestibular sobre a Grécia antiga, mas como não deu tempo de corrigir, apenas lhes dei o gabarito com as respostas: UFRGS 2005 – 01 Na Antigüidade clássica, a Grécia não existia enquanto entidade política. Antes, configurava uma comunidade lingüística (onde se falava o grego, com variantes e dialetos) que compartilhava santuários e crenças, costumes e hábitos, formando uma civilização. Em termos geográficos, porém, era dividida em um grande número de cidades, de tamanho e importância variados, independentes umas das outras e freqüentemente rivais. A propósito das características dessas cidades, consi;dere as seguintes afirmações I

Cada cidade, por constituir um verdadeiro pequeno Estado, possuía um regime político que lhe era próprio e instituições que variavam consideravelmente de uma localidade para outra. II Atenas foi, sobretudo na época clássica, a mais destacada das cidades. Seu modelo democrático baseava-se no princípio de isonomia, isto é, de igualdade de direitos extensiva ao conjunto de seus cidadãos. III Em nome da excelência militar e da ação bélica contínua, o regime monárquico espartano concedia a todos os seus habitantes o estatuto de cidadão, pelo qual os grupos sociais exerciam em igualdade de condições os direitos e deveres nos assuntos da cidade. Quais estão corretas? (A) Apenas I. (B) Apenas II.

(C) (D) (E)

Apenas III. Apenas I e II. I, II e III.

PUC RS 2009/1 21) No período Homérico, da história antiga da Grécia (séc XII aC – VIII aC), já existiam formas precoces de cidades, comunidades agrárias, coletivistas, como apontam as pesquisas arqueológicas. Mas foi no período Arcaico (séc. VIII aC – VI aC) que as cidades-estado gregas, definidas como polis ou urbes, desenvolveramse. Essas cidades-estado tinham como características políticas ________entre si e governos ___________, que representavam _______ (A) dependência – centralizados – os cidadãos livres e os monarcas hereditários. (B) Dependência - centralizados – os deuses e as figuras mitológicas. (C) Independência – descentralizados - os cidadãos livres (D) Independência –centralizados – os monarcas hereditários e a corte. (E) dependência – descentralizados – os nobres, os sacerdotes e os estrangeiros. PUC RS 2008/1 21) No séc V a.C, com o final das guerras médicas, estabeleceu-se um período de hegemonia de Atenas sobre o mundo grego, em contraposição a Esparta. Entre os fatores condicionantes dessa hegemonia NÃO se pode apontar (A) o incremento do poderio das forças navais atenienses. (B) a formação da Confederação de Delos. (C) a permanência das forças terrestres espartanas no Peloponeso. (D) a instituição, por Péricles, de uma tirania aristocrática imperialista em Atenas. (E) A concentração do comércio no mar Egeu em Atenas. PUC SP -2004 1) As conquistas realizadas por Alexandre da Macedônia (também chamado de Alexandre, o Grande) entre 334 e 323 a.estenderam-se da Grécia até as margens do rio Indo (Índia). Algumas das características dessa expansão macedônica e do imenso Império que dela derivou foram: A) a imposição de instituições políticas romanas sobre as áreas conquistadas por Alexandre e a repressão às formas monárquicas predominantes no Oriente próximo e distante. B) o apoio do exército macedônio a revoltas de povos subjugados por outros impérios e a recusa da incorporação de soldados que não fossem macedônios ou gregos às tropas de Alexandre. C) a restrição à circulação de mercadorias entre regiões distintas do Império e a gradativa mas profunda segmentação e diminuição do comércio interno e externo dos macedônios. D) o intercâmbio entre culturas ocidentais e orientais e o prevalecimento de uma perspectiva universalista e assimiladora sobre a mentalidade voltada às questões locais. E) a obrigatoriedade de uso de uma só língua, o persa, e a proibição sumária da transmissão de idéias e da movimentação de intelectuais entre as áreas dominadas pelo Império.

Uma última coisa que fiz nesta aula: Sugeri-lhes que usassem técnicas para memorizar nomes de pessoas ou de povos. Por exemplo: Como lembrar dos hilotas, povo que se recusou a se submeter aos espartanos? Idiotas. E os Periecos, povo que se submeteu aos espartanos, mas morava afastado das cidades? Periféricos ou moradores da periferia. Podemos continuar: como não esquecer dos “éforos”, de fórum, cinco pessoas que governavam Esparta ao lado dos Gerontes (de geriatria), assembléia de anciãos, com mais de 60 anos.

Vigésima terceira e quarta aulas: Tínhamos planejado ir à sala de vídeo onde eu lhes mostraria um DVD de Sócrates, dos seus momentos finais, desde o julgamento, defesa, condenação e execução, mas a direção da escola estava utilizando a sala, embora a tivéssemos agendado com antecedência. Falamos, então, sobre os pressocráticos, sobre Sócrates, Platão e Aristóteles, o que não deixa de ser útil, pois, soubemos que no vestibular há uma boa chance de incluírem questões de filosofia. Uma aluna (aquela que se opõe a tudo que o professor fala) perguntou se, agora, estávamos tendo aula de filosofia e eu respondi que a filosofia tinha sido um dos grandes legados da Grécia antiga!

Iniciamos pelos pressocráticos: eles tiveram como foco de interesse explicar a natureza, como as coisas surgem, de que são feitas e porque desaparecem: 1) para Tales, tudo é feito de água (ela é o elemento fundamental de tudo); 2) para Pitágoras tudo é uma combinação de números. Disse-lhes que havia feito medições em alguns alunos da manhã (altura total dividida pela distância da cintura ao chão) e que tinha chegado à proporção áurea 1: 1,618 e eles ficaram surpresos, mas procurei lhes mostrar que esta proporção pode não estar nos objetos, mas nas dimensões internas de nosso cérebro que crê se referir a coisas fora dele! 3) para Anaxímenes é o ar como elemento básico de tudo, o que inclui a alma, para ele, um ar sutil 4) para Empédocles, são os quatro elementos (ar, água, terra e fogo); 5) para Parmênides, tudo é ilusão, o que inclui todos os movimentos que observamos internos e externos a nós. Lembrei seu discípulo, Zenão, e os paradoxos que procuram provar que qualquer movimento é ilusão: 5.1) paradoxo de Aquiles e a tartaruga: Se entre o Aquiles, herói mitológico grego, e uma tartaruga há um espaço dividido em infinitas partes, então, Aquiles nunca alcançará o quilópode, porque ele precisará, antes, passar por cada uma destas infinitas partes ou partes sem fim. Uma solução que já Aristóteles anteviu: Aquiles não cabe em um espaço menor do que seu tamanho. 5.2) paradoxo da flecha (ou do arqueiro): um arqueiro ao atirar a flecha na direção de um alvo, a sua flecha terá que percorrer um certo tempo até atingi-lo. Mas, na medida em que o tempo é composto de partes, os instantes, a flecha estará parada em cada instante. Este paradoxo é mais difícil de explicar: eu digo aos alunos que “instante”, como nas fotos instantâneas, é um momento em que paramos o tempo, o registramos, como se o instante fosse parte real do tempo ou este último fosse contido (uma soma) de instantes. Uma forma de superar o paradoxo é pensar que o tempo não tem partes, nem instantes, nem horas, minutos e segundos ou frações destes, são partes do tempo! - para Heráclito, tudo está em constante mudança, “não entramos duas vezes no mesmo rio, pois já não é o mesmo rio e nós, também, não somos mais os mesmos”. Todos os alunos demonstram preferência por ele e não por Parmênides, porém, não o aceitam tão profundamente, isto é, eles não abrem mão de pensar que nem nós mesmos somos os mesmos e, portanto, somos muitos! Para terminar os pressocráticos, lembrei o ineditismo desses pensadores ao buscar explicar de que são feitas as coisas, teses que parecem, hoje, obsoletas, mas que se constituíram em degraus sem os quais ainda estaríamos nos primeiros estágios! Mas, nem a ciência chegou a uma resposta e creio nem chegará, porque ela toda a vez que abre uma partícula menor, encontra partículas componentes ainda menores, o que pode indicar que o que existe é uma única substância, como pensava Anaximandro, da qual os átomos, elétrons, quarks, neutrinos, são apenas cumes, montanhas que vemos no horizonte e que escondem de nossa visão os vales que as interligam!

Vigésima quinta e sexta aulas: Nesta aula, pudemos assistir ao filme “Sócrates” e temendo que eles achassem entediante demais eu levei pipoca para entretê-los. Mas, acredito que o filme revele muito do que foi Sócrates, do que ele fez, do que foi acusado e de como reagiu a isso, com resignação e reflexão.

Vigésima sétima e oitava aulas: Levei-os à sala de informática e pedi algumas tarefas: (1) escreva cinco palavras sobre o filme “Sócrates”. Alguns disseram sujo, outros filósofos, outros, ainda, ignorante. Então, perguntei-lhes se uma pessoa que viveu há dois mil e quatrocentos anos atrás continuaria a ser lembrada por causa de seus hábitos de higiene? E se em vez de usar a palavra filósofo não poderíamos dizer pensador, sábio? E m lugar de ignorante, “cético” ou “humilde”, pois ele dizia que era sábio da sua ignorância, “só sei que nada sei”. (2) Pesquisar o que é o mito da caverna. Muitos apenas copiaram o que encontraram na internet, o que é triste, não sei se isto é causado pela idade ou se é pela pressa de se livrar da tarefa. (3) pedi, também, que pesquisasse Aristóteles e a lógica. Descobriram palavras que precisaram de uma explicação maior o silogismo, mas o site permitia uma ligação (link) com uma outra página que mostrava um exemplo de silogismo aristotélico famoso: “todos os homens são mortais”, “Sócrates é homem”, conclui-se que “Sócrates é mortal”. Eu, finalmente, pedi exemplos de testes de lógica (ou de quociente de inteligência), o que era interessante especialmente para quem nunca havia tido contato com eles antes.

Vigésima nona e trigésima aulas: Nesta aula, pensei em apresentar imagens sobre a Grécia, a filosofia, um pouco da vida deles, como moravam, o que comiam, o que vestiam, o alfabeto, etc. Um empecilho: é que eles não param para prestar atenção a uma aula expositiva, embora eu pudesse usar meu microfone e caixa de som portáteis, preferi ir adiante: Roma antiga. Além do que, estamos em julho e acredito que há muita história para ser relembrada até o fim do século XX, pelo menos. Apresentei-lhes o seguinte caça-palavras sobre a Roma Antiga, bem curto e (historicamente) abrangente: S E N A D O Q W S X C F G G H J K J

E T Q S O A W N C Ô N S U L E S Z J

R R W D M S E J A T T R S W S D X G

T U E F U D R U S D W E D Í T E C G

Y S R G S F T I S E E G B N I R B L

I C T H G G Y I D R R C N S V T N A

U O Y P L E B E U S Y O M U E Y M D

T F U A G G Y M J J K N Y L A Q M I

R G I T G H M A G I S T R A T U R A

I E S R Q H U S W E K A S S B E X D

U T D Í W J I S Y E Q N Z S C S E O

N R F C E K O E U R S T X R D T T R

V Y G I R L P M I T H I C T E O Y E

I U L O B A Y B O P H N V T F R U S

R I F S A L C L P R T O B T G E I E

A O G H S Ç B É U E J E E D I S O R

T P H Q D M D I K T E E N J H I J E

O F J H F N D A O O W A M I U Y K T

L P Ú N I C A S P R E S G R A C O F

Ç G J H F B R W P E R D H P O B U A

L B C E N S O R E S T F J P P I C U

J N K L G V F W P R Y G K Ç H O C Z

M M L Ç G X R S E Y C L I E N T E S

(1) Povo que se fixou na península itálica. (2) _______ com ajuda dos plebeus expulsaram o rei e o povo etrusco da Itália (início da república romana). (3) Compunha a república romana (reunia o poder executivo, do governo, e do exército, uma dupla bienal) (4) Compunha a república romana (formada por patrícios, romanos livres, com cargo vitalício, faziam as leis e tomavam as decisões). (5) Compunha a república romana, eram divididas em tribal e centurial. (6) Magistrado, eleito pela assembléia tribal, geriam (administravam) as receitas e despesas públicas. (7) Magistrado, eleito pela assembléia tribal, cuidavam da segurança e fiscalizavam obras. (8) Magistrado, eleito pela assembléia centurial, comandavam o exército e decidiam sobre a paz ou a guerra (9) Magistrado, eleito pela assembléia centurial, calculavam a riqueza dos romanos. (10) Magistrado, eleito pela assembléia centurial, administravam a justiça. (11) Classe romana composta de ex-escravos e seus descendentes, dependentes dos patrícios.

(12) Na lenda (mitologia) romana, as crianças Rômulo e Remo, fundadores de Roma, foram criados por uma ...? (13) Em 493 aC, os _____ (comerciantes, artesãos, não ocupavam cargos públicos, mas serviam ao exército) garantiram a sua participação nas decisões da política de Roma. Em 451, elaboram as primeiras leis escritas de Roma (as Doze tábuas). (14) Em 150 aC, os plebeus, agora enriquecidos, são chamados de nobreza, patrocinam as lutas de _________ , visando obter apoio dos romanos mais pobres. (15) As guerras _________ foram travadas entre os romanos e os fenícios em 146 aC Roma anexa Cartago. (16) Residências dos ricos romanos, eram decoradas com mosaicos e pinturas (afrescos). (17) Residências dos pobres romanos, na cidade, não tinham nem cozinha, nem banheiro, sendo os dejetos lançados pela janela. (18) Sobrenome de dois tribunos (políticos), Tibério e Caio, representantes da Plebe que lutaram por reforma agrária em Roma e foram assassinados por senadores, donos de latifúndios (grandes extensões de terra). (19) Em 70 a.C. generais Crasso, Pompeu e Júlio César assumem o poder (chamados de três varões ou _____). Júlio César se torna ditador vitalício, não se compromete com nenhuma classe social e é assassinado em 44 a.C. Em 43 aC, forma-se o 2o Triunvirato: Marco Antonio, Caio Otávio e Lépido. Otávio invade o Egito, persegue Marco Antonio e Cleópatra, que se suicidam. (20) Em 284 dC, o imperador Dioclesiano divide o império romano em dois: ocidental e oriental, depois o imperador ________ centralizará o poder, com sede em Constantinopla (Hoje Turquia). Em 476 dC, o último imperador romano do ocidente é destronado, após sucessivas invasões bárbaras (povos do norte da Europa e Ásia, vikings, hunos, etc).

Para quem quiser, eis as respostas: S E N A D O

T T O

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G R A C O

E

C E N S O R E S C L I E N T E S

Sugiro que esta tarefa seja feita em grupo, pois requer um trabalho árduo de procurar pelas respostas em um Resumo de fatos históricos que lhes dei nas primeiras aulas, ainda localizar as palavras escondidas entre tantas letras. É curioso como me surgiu a idéia deste exercício: estava sem idéia nenhuma e vi um jogo de caçapalavras em um site na internet e como se assemelha muito aos testes de lógica, entendi que se adequava bem, também, como exercício mental! Há, ainda, testes de vestibular sobre a Roma antiga: UFRGS 2008- 03 A história da civilização romana foi pautada por seu caráter expansionista, um dos pilares de uma complexa economia baseada nas riquezas oriundas da exploração sistemática dos povos conquistados. Considere as afirmações abaixo, relacionadas com as estratégias de expansão e de submissão adotadas pelos romanos. I Os inimigos derrotados eram obrigados a pagar multas e resgates, e a arcar com pesados tributos após a anexação. II Os romanos criaram uma vasta rede de abastecimento alimentício entre as províncias e Roma, evitando as tensões sociais decorrentes do flagelo da fome.

III

Os negotiatores atuavam como elos comerciais entre Roma e as províncias, e enriqueceram às custas de empréstimos abusivos para os autóctones. Quais estão corretas? (A) Apenas I. (B) Apenas II. (C) Apenas I e III. (D) Apenas II e III. (E) I, II e III. PUC RS 2008/ 2 21) A lei das doze tábuas, código de normas escritas fundamental na história de Roma, teve sua criação condicionada no contexto sóciopolítico (A) das revoltas dos escravos no período monárquico (B) da vitória jurídica da aristocracia contra a realeza (C) das lutas entre patrícios e plebeus, durante a república (D) das invasões dos povos bárbaros, no princípio do alto Império (E) da institucionalização do colonato, devido à crise do sistema escravista PUC RS 2006/ 1 Instrução: para responder à questão 21, considere o texto abaixo “depois de meio século de lutas internas, Caio Júlio César, um general aristocrata que se dizia descendente de Vênus e Enéias, conquistou em poucos anos a Gália, uma enorme área que corresponde, mais ou menos, à atual França, Suíça, Bélgica e parte da Alemanha. Quando o Senado não lhe quis permitir que comandasse as tropas, César recusou-se a obedecer (...) e tornou-se ditador em seguida”. 21) Considerando a história política da Roma antiga, o contexto refere-se à culminância da crise (A) da Realeza (B) da República (C) do Principado (D) do Alto Império (E) do Baixo Império UFRGS 2003 02 Observe a ilustração abaixo.

O assunto tratado na revista em quadrinhos da qual foi extraída a tira acima diz respeito à relação entre romanos e ....? (A) (B) (C) (D) (E)

germanos, no século IV d.C gauleses, no século I a.C anglo-saxões, no século II d.C Etruscos, no século IV a.C gregos, no século I d.C

Trigésima primeira e segunda aulas: Repeti uma aula cuja metodologia me causara um desgaste e estresse, a de expor imagens que tirei da internet e as coloquei em um CD e apresentei em um aparelho de DVD. Imagens de Roma, seus aquedutos, o coliseu, cujo piso era feito de tábuas de madeira cobertas por terra, que escondia um subsolo, onde ficavam os gladiadores e as feras, depois, apresentei o mapa das invasões bárbaras, os líderes bárbaros Clóvis, Carlos Magno, Oto I, a formação do sacro império germano e cristão, passando por desenhos da peste bubônica e da inquisição. Mas, os alunos não dão valor a isso, embora tenha exigido aulas voltadas para o vestibular. A diferença desta vez residiu no uso que eu fiz de um microfone com uma caixa de som, que poupou minha voz, mas não impediu que eu tivesse que chamar atenção daqueles que não queriam aula, aliás, nenhum tipo de aula.

As imagens apresentadas foram as seguintes:

Dois aspectos curiosos que ressaltei a eles: (1o) o progresso do império romano estava relacionado a sua expansão militar e o período de declínio, aos momentos de paz, o que nos lembrou a presença, hoje, dos Estados Unidos e seu declínio acompanhado da diminuição da sua presença bélica pelo mundo e (2o) parece que os povos expandem seus territórios a um ponto em que acabam por fragmentar-se e, então, outros povos, surgem destes fragmentos e, novamente, se expandem, até uma nova fragmentação: com a fragmentação do império romano, veio o feudalismo, como seus pequenos territórios, sua estrutura que continha um castelo como uma aldeia ao redor, depois, surgiram países, França, Portugal, Espanha, Inglaterra, etc, e, hoje, vemos um novo “império”, pelo menos, um intercâmbio econômico e comercial, a Europa. O que vem depois? Nova fragmentação ou um império mundial?

Trigésima terceira e quarta aulas: Uma aluna se voluntariou a trazer o filme “Gladiador”, sobre a cultura romana, especialmente o período dos imperadores, o apogeu da plebe, seu patrocínio aos jogos de gladiadores, no Coliseu romano. É um belo filme, embora careça de fatos e extrapole em ficção.

Lemos na Wikipédia que o personagem do filme foi inspirado em um general e cônsul romano - Marcus Nonius Macrinus – que embora se pareça com o personagem fictício Maximus Decimus Meridius, que conheceram o imperador (e filósofo) Marco Aurélio, aquele general teve uma carreira de sucesso. Sobre os imperadores Marco Aurélio e Cômodo sabe-se que o primeiro reinou sob um período de progresso, enquanto o segundo, de declínio, envolvendo conspiração da própria irmã contra Cômodo.

Trigésima quinta e sexta aulas: Muitos alunos não assistiram ao filme, na verdade seis de um total de vinte e cinco permaneceram o tempo todo. Por isso, surpreenderei-os pedindo um resumo o mais completo do filme “Gladiador”. Vingança? Em parte, sim. Mas, há um ensinamento aqui: a necessidade deles serem responsáveis, assíduos às aulas, o que não acontece: eles perderam os limites, do respeito aos professores, à aula, ao conhecimento ou, o mais provável, nunca foram ensinados a amar a sabedoria, a gostar de aprender, salvo (os mesmos) alunos exceções!

Trigésima sétima e oitava aulas: Distribui-lhes um novo xerox, um novo resumo com datas e fatos, agora, que se iniciam a partir da fragmentação de Roma (império ocidental, 476 dC) até a revolução francesa (1789 dC): Resumo de História Idade Média à revolução francesa: 395 dC - Teodósio divide o império romano em Ocidental e Oriental ou Bizantino, ex-cidade grega de Bizâncio (agora, Constantinopla) entre seus dois filhos, Honório e Arcádio. Com a morte de Teodósio, o império ocidental se esfacela sob as invasões bárbaras (germânicos e suas tribos: visigodos, ostrogodos, anglos, saxões, francos, vândalos...) e o Bizantino, se consolida como potência. 476 dC – cai o Império romano do Ocidente. Início da Idade Média (Idade das trevas se comparada à Renascença). século VI (ano 500 dC) – peste bubônica, transmitida pela pulga de ratos a humanos, assola a Europa. Enfraquecimentos realeza, fortalecimento nobreza rural. Migração povo para campo. Igreja de Roma se fortalece, também. 496 dC - Rei dos francos, Clóvis, do povo Merovíngio, se converte à igreja romana. 511 dC – morre rei Clóvis, assumem os administradores do reino. 732 dC - Carlos Martel, um dos administrador do palácio real, líder dos Carolíngios, família a alta nobreza, impede invasão muçulmana e os carolíngios são vistos como defensores do mundo cristão. 527 dC – o imperador Justiniano, desejoso de reconstruir o império romano, se lança à conquista do norte da África, da península itálica e Ibérica (550 dC). Dedicou-se, também, a sistematizar as leis romanas em um código (553 dC), palestina, pérsia, Egito e Ibéria passam ao controle muçulmano. 565 d C – morre Justiniano e seus sucessores não conseguiram manter o império. 632 dC - após morte de Maomé, os islamitas se dividem entre um dos sogros de Maomé, seguidores dos seus costumes (sunitas) e seguidores do seu primo e genro, Ali, os xiitas ou partido de Ali. 761 dC – Carolíngios depuseram o último rei merovíngio. No lugar, Pepino III. Vence os lombardos na península Itálica e dá à Igreja as terras (Estados pontifícios vigoram até séc. XIX, unificação Itália, quando é limitado ao território do Vaticano). 771 d C – Carlos, filho do Pepino III, assume reino francos e amplia territórios. É coroado em 800 dC, Carlos Magno, imperador dos romanos pelo papa Leão III. Criou-se 300 condados, sob governo de condes, área de fronteira, sob governo marqueses e duques, que comandavam exércitos de vários condados. Época conhecida como Renascimento (cultural) carolíngio: criação de escolas, transcrição de textos antigos, elaboradas por monges copistas, já na Idade Média. século VIII (ano 700 dC) – O Feudalismo se estrutura no reino Franco e se propaga a Europa, inclui o costume germânico da Suserania (rei) e vassalagem, os senhores feudais (juramento de fidelidade ao rei daquele que recebeu terra e direito de cobrar impostos, administrar castelo, proteção das constantes guerras, e promover a justiça). A partir séc. X, rei tem papel secundário e terras não são concessões, mas passam a ser hereditárias (filhos dos srs. feudais têm casamento arranjado entre feudos). Sobre os

Camponeses (80% população): Eram analfabetos, não eram donos das terras em que trabalhavam (havia os servos, que migraram para o campo e arrendava terras dos srs, e os vilões, livres, que cederam terras aos srs feudais em troca proteção). Pagavam em produção agrícola, em trabalhos extras e no uso de moinhos/ fornos. Quando servo casava, alguns srs exigiam a noite de núpcias, exceto se servo pagasse tributo. Havia taxas por adultério e gravidez. 814 dC – morte de Carlos Magno. Unidade reino se desfaz. Seu filho divide reino em França Oriental, Ocidental e Central entre seus netos. Disputas internas e invasão dos normandos, vikings (da Escandinávia) enfraqueceram poder central. Entre 911 e 987 os carolíngios deixam o poder, que passa aos senhores da terra. 910 dC – Os Marózia, rica família romana, passaram a nomear e derrubar papas. Por isso, padres resolveram mudar isso, através da abertura de mosteiros, enfatizando o poder das orações. 955 dC – origem do Sacro império romano-germânico: o papa de 16 anos João XII, no meio de conflitos na Península itálica, foi auxiliado pelo rei germânico da França Oriental, Oto I, que passou a indicar bispos e papas. 987 dC – unificação dos feudos em um único estado na França. Expansão do comércio e segurança para os interesses da burguesia. 1000 dC – previsões de fim do mundo que não se realizaram. Diminuição invasões de vikings, diminuição mortes pela peste e epidemias, tudo isso gerou estabilidade e crescimento da população (entre ano 1000 e 1300, a Europa saltou de 42 para 73 milhões de habitantes). 1059 dC – Concílio de Latrão confirmou o celibato dos padres, proibiu que bispos fossem indicados por reis sem o papa e o papa seria eleito por um colégio e doze (12) cardeais. 1054 d.C – Cisma do Oriente, separação da Igreja Cristã em Ortodoxa (Bizantina) e Católica de Roma, pois esta última impunha a autoridade do papa, disputas que levavam à excomunhão de ambos os lados. 1075 dC – papa Gregório VII afirmou o direito e derrubar reis e a infalibilidade da Igreja. Henrique IV, imperador do Sacro- império romano-germânico, opôs-se e foi excomungado. 1095 dC – Igreja Católica inicia campanhas contra os muçulmanos para reconquistar Jerusalém, as Cruzadas. O papa dizia queres recuperar a terra santa, Jerusalém, mas queria, realmente, recuperar a unidade Igreja, os nobres, pilhar riquezas, os comerciantes, abrir rotas dominadas pelos muçulmanos e os camponeses, a conquista da liberdade. A primeira (1096) reuniu pobres e miseráveis, que, sem armas adequadas e treino, foram dizimados. Em 1212, levaram milhares de crianças, dizimadas ou escravizadas. Conseqüências: estimularam o comércio e riquezas para cidades, como Veneza e Gênova (Itália) e fortaleceram a figura do cavaleiro. séc. XI dC – surgem primeiras universidades, que ensinam Medicina, Direito, Artes e Teologia. séc. XII e XIII dC – invenção da charrua, arado de ferro e introdução dos moinhos na Ibéria, pelos árabes. 1066 dC – Inglaterra é invadida por cavaleiros sob comando de Guilherme, o conquistador, duque da Normandia, obrigou o juramento da vassalagem e menosprezou a nobreza feudal, que reagiu e a um cerco ao rei João sem terra (ano 1199) exigiu uma Constituição, que limitava o poder real de aumentar impostos e leis sem autorização de um Grande conselho (formado por nobres e clero). No séc. XIII, foi chamado de Parlamento, em 1350 foi divido em Câmara dos lordes (nobres e clero) e dos Comuns (burgueses e cavaleiros) 1088 dC – início expulsão dos árabes da península Ibérica e surgimento dos estados de Portugal e Espanha. 1100 dC –1300 dC – Na Europa surgem 140 cidades. No século XII, surgem as Corporações de Ofício, para defender atividades dos artesãos, sapateiros, marceneiros, tecelões, etc, evitar produção excessiva (queda preços) e de qualidade. 1184 dC – papa ordena excomunhão de hereges, incluindo governantes. 1204 dC- Cruzada em direção a Jerusalém muda rumo e invade Constantinopla, saqueando e roubando tesouros. 1233 dC – papa Gregório IX cria o tribunal do santo ofício, a Inquisição, perseguir hereges e queimá-los na fogueira. 1265- 1321 dC – Dante Alighieri escreveu a Divina Comédia 1252 dC – papa Inocêncio autoriza uso de tortura para obter confissões 1258 dC - Mongóis saqueiam Bagdá e o território muçulmano se fragmenta em diversos estados. 1285 dC – Na França, o rei Filipe, o belo, convocou os nobres,a burguesia e o clero (Os Estados Gerais) para decidirem cobrar impostos da Igreja. 1315- 1316 dC – secas e fome na Europa. Há relato de canibalismo. 1335 dC – Espanha (Castela) tentou anexar Portugal, ap´so morte do rei, mas o mestre da ordem militar da cidade de Avis, D. João I, foi posto no trono (revolução de Avis). 1337 - 1453 dC – Início da guerra dos 100 anos, entre Inglaterra e França, por causa de disputas entre famílias reais e território d e Flandres (hoje: na Bélgica). 1347 dC - Peste bubônica, que chegou de navio genovês vindo do Oriente, que matou entre 1340-1350, 1/3 dos europeus, 25 milhões. 1356 dC – criação da Grande Hansa Germânica ou Liga Hanseática, uma das associações para o comércio entre a Europa, o Oriente e a Ásia. Resurgem seguros contra roubo e perdas, letras de câmbio, empréstimos a juros, sob controle dos judeus, lombardos e Templários. 1412 dC - a jovem Joana D’arc colocou-se a frente do exército francês, dizia receber mensagens de Deus. 1453 dC – Turcos invadem Constantinopla, fim do império romano oriental (Bizantino) e fim da Idade Média. 1469 dC – Maquiavel escreve o livro “O príncipe”, sobre os modos de um governante manter-se no poder, incluindo fazer uso da violência. 1478 dC – papa Sixto IV subordina o tribunal da inquisição aos reis católicos Fernando de Aragão e Isabel de Castela, motivado pelo interesse de expulsar os muçulmanos e judeus daquele reino. 1517 dC – Martinho Lutero manifesta-se (95 teses) contra a venda de perdões dos pecados e lugar no céu pela Igreja de Roma“assim que a moeda cai no cofre, a alma do purgatório sai”. Em 1520, foi excomungado e perseguido. Em 1522, inspirados pelas idéias de Lutero (cuja violência ele rejeitava), cavaleiros tentaram criar um estado independente, em 1524 - 1535, camponeses se rebelaram liderados pelo monge franciscano Thomas Münzer, preso e executado, por defender uma sociedade sem ricos e pobres. Morreram 100 mil camponeses. 1523 - 1578dC – dissecações em cadáveres para estudo do corpo humano (no período da Renascença, o ser humano está acima, é a medida, de todas as coisas). Copérnico e a teoria do heliocentrismo, Newton teoria da gravidade e a arte de Leonardo Da Vinci , Rafael e Miguelângelo, patrocinados pelos Mecenas, famílias de banqueiros e comerciantes. Em 1503, Luís de Camões, Em 1547, Miguel de Cervantes escreveu Dom Quixote, em 1564, Shakespeare. 1574 dC – a “noite de São Bartolomeu”, católicos e huguenotes (calvinistas) se enfrentaram na França. A rainha católica queria casar as filha com um protestante para acabar com as guerras religiosas, mas obrigou a matar o noivo. No dia do casamento, católicos armados saíram às ruas e mataram os convidados protestantes. Mais de 870 mil deles morreram nos dias seguintes.

1527 dC – rei da Inglaterra, Henrique VIII, pediu autorização do papa para se divorciar de Catarina de Aragão e lhe foi negada, pois o papa não queria entrar em conflito com o imperador do Sacro império, Carlos V, sobrinho da rainha inglesa. Mesmo assim, Henrique VIII separou-se e recebeu aprovação do Parlamento para confiscar bens da Igreja e fundar a Igreja anglicana. 1540 dC – criação pela Igreja Católica da Companhia do divino amor, da ordem dos capuchinhos e da Companhia de Jesus, os jesuítas para arrebanhar novos fiéis (Contra-reforma, ações contra os protestantes) 1545 dC – Concílio de Trento pela Igreja de Roma criou seminários, reforçou atuação da Inquisição e criou o Index Librorium Prohibitorim (de livros proibidos pela Igreja), defendeu o culto às imagens e o recurso às indulgências, proibindo sua venda. 1415 dC – Portugal toma Ceuta (norte África), importante centro de comércio, liderados por Infante Dom Henrique, filho do rei D.João I. Em seguida, é fundada a escola de Sagres, onde foram aperfeiçoados instrumentos de navegação, criada a caravela e desenhados mapas. Seu principal objetivo: descobrir novas rotas para a Índia, já que os turcos impediam a passagem por Constantinopla 1444 dC – Portugal chega a África e aprisiona os primeiros escravos, autorizados por uma bula papal (carta) que garante o monopólio comercial e o direito de capturar muçulmanos e africanos. 1485 dC – após guerra das Duas Rosas (lutas dinásticas pelo trono da Inglaterra), sobe ao poder o rei Henrique VII, concentrando os poderes em suas mãos. Sucederam-no, o filho, Henrique VIII (1509-1547), que rompeu com a Igreja de Roma e criou a Anglicana, depois, Elisabeth I (1558-1603), Jaime I (1603-1625), rei da Escócia,que perseguiu os puritanos (protestantes da Igreja Calvinista) e Carlos I (1625-1649), reis que tomaram decisões à revelia do Parlamento, o que provocou uma guerra civil. Em 1640, os “cabeças redondas” (devido ao corte de cabelo), liderados por Oliver Crowell, depuseram o rei e o decapitaram, instaurando uma república. 1487 dC – Bartolomeu Dias superou o cabo das Tormentas (sul da África), mais tarde Cabo da boa esperança. 1492 dC – Cristóvão Colombo, sem apoio de Portugal, pede à Espanha ajuda para uma viagem à Índia. Em 12 de outubro chega à América, acreditando ter chegado à Índia. Quando os espanhóis chegaram à América mataram 12 milhões de índios, com armas de fogo ou transmitindo doenças, como a varíola, dizimando o império Inca. 1494 dC – Portugal e Espanha assinam o tratado de Tordesilhas dividindo o mundo em dois blocos. A 370 léguas (aprox. 2.400 km) das ilhas de Cabo Verde, tudo pertenceria à Espanha. 1498 dC – Vasco da Gama, partindo de cabo da esperança, com ajuda de um marinheiro árabe, chega às Índias, podia, assim, chegar ao Oriente, passar pelo mar mediterrâneo. séc. XVI dC – com as Grandes Navegações aumentou o comércio e intercâmbios culturais. Batata, tomate, fumo, mamão, abacaxi das Américas foram para a Europa, cacau e milho das Américas foram para África, da Ásia veio a Cana-de-açúcar para as Américas, o café da Etiópia foi à Europa e à América, o cavalo foi levado da Europa para as Américas, as armas de fogo e o relógio da Europa para o Japão (Revolução comercial). As nações viviam sob princípios do Mercantilismo , praticados pelo Estado, pelos reis: Metalismo, a nação que possui mais ouro, é mais rica, Balança comercial favorável, mais exportações do que importações, entrava mais metais no país; políticas protecionistas (altas taxas para produtos de outros países. 1500 dC – Pedro Álvares Cabral descobre o Brasil, rezam duas missas junto aos índio Tupiniquins, erguem uma cruz de quase 7 metros,trocam presentes. Cabral segue para as Índias e uma caravela volta a Portugal para contar a notícia, levando papagaios, macacos, toras de pau-brasil, um índio e 20 cartas, nas quais o escrivão Pero Vaz de Caminha fala sobre o “Achamento” das novas terras. 1501-1503 dC – Sem interesse em explorar as terras do Brasil (que teve vários nomes: Pindorama (tupi-guarani, terras das palmeiras; Ilha de Vera Cruz; Terra Nova; Terra dos papagaios; Terra de Vera cruz; Terra da Santa Cruz do Brasil; Terra do Brasil; Brasil (1516)), o rei Dom Manuel manda 2 expedições para explorar terras. Em 1503, portugueses construíram uma feitoria em Cabo Frio, uma paliçada (estacas) em torno de uma cabana com uma pequena horta, que servia para armazenar o tronco da árvore do pau-brasil, com 20-30m, de onde extraíam uma tinta vermelha usada desde a Id. Média, que existia, também, na Ásia, mas por causa da queda de Constantinopla, só era acessível do Brasil. Por meio de Escambo, os índios trocavam a árvore por espelhos, pentes, tecidos, miçangas. (índios levavam 3h para derrubar; com machado, 15min). Cerca de 2 milhões de árvores cortadas. 1515 dC – rei Francisco I torna-se um rei com poderes absolutos (período do Absolutismo) 1526 e 1531 dC – expedições autorizadas por Portugal, as entradas, fracassam por doenças ou ataques indígenas. 1530 dC – diante expedições francesas atrás do pau-brasil, governo português decide enviar Martim Afonso de Souza para colonizar a terra, quando ele funda a vila de São Vicente, litoral sul de São Paulo, 400 pessoas, construíram casas, forte, uma capela, um tribunal com juiz e uma usina (engenho) de açúcar, com cana trazida da Ilha da Madeira (Portugal). Chegam da ilha de Cabo Verde as primeiras cabeças de gado. Para evitar que destruíssem cercas e plantações, a criação foi empurrada para o interior, ampliando as fronteiras da Colônia, ocupando terras indígenas, que eram mortos ou escravizados. Subprodutos do gado: a carne fresca, a carne seca e o couro. Também nesta época: cultivo de Tabaco. 1534- 1536 dC – D. João III organiza Brasil em capitanias hereditárias, 15 faixas de terra (leste-este), para serem exploradas economicamente, mas só 2 tiveram sucesso, a de São Vicente e a de Pernambuco, a maioria fracassou (contribuía com 3% de toda a receita de Portugal). 1545 dC – espanhóis descobrem o El Dorado, um lugar mítico onde haveria muito ouro e prata, na montanha de Potosi, na Bolívia, cuja extração da prata tornou a Espanha a nação mais rica da Europa (entre 1545 – 1600, 610 toneladas de prata) 1549 dC – Governo Geral de Tomé de Souza, representaria o rei no Brasil e extinguiria aos poucos as capitanias hereditárias. Com ele vieram mil pessoas, incluindo Jesuítas, liderados por Manoel da Nóbrega, para catequizar os índios. Instalaram-se na Baía de todos os santos, primeira capital do Brasil Colônia. Jesuítas se instalam junto a aldeias. Formam-se as missões jesuíticas, com a de São Miguel das Missões (RS). 1553 dC – Segundo governo-geral de Duarte da Costa. Com ele vieram mais 16 jesuítas, incluindo José de Anchieta. Crise entre portugueses e índios, pela violência em fazê-los trabalhar. 1554 dC – fundação de São Paulo, na capitania de São Vicente, de onde partiram expedições armadas, dos “paulistas” ou “bandeirantes”. 1555 dC – franceses fundam no Brasil, na Guanabara, a França Antártica até sua expulsão em 1567, pelos portugueses. A colônia francesa era constituída de 130 colonos enviado pelo rei Henrique II. Aqui, são apoiados pelos índios Tamoios com os quais já comercializavam. No que é hoje a praia do Flamengo, fundam o povoado de Henriville. O comandante francês Villegaignon (católico) enfrentou resistência com os colonos (protestantes), pois ele exigia trabalho máximo dos índios e proibia relações entre índios e colonos. Estes últimos, tramaram o assassinato de Villegaignon e foram punidos com a morte. 1558 dC- piratas apoiados pela Holanda, Inglaterra, assaltavam embarcações espanholas, cheias de metais preciosos. 1558 dC – Governador-geral Duarte da Costa não consegue expulsar os franceses do Brasil e é substituído por Mem de Sá, que expulsou os franceses, protegeu os índios cristianizados, dizimou aldeias rebeldes e estimulou tráfico de escravos da África, dividida em etnias, capturados e, mais tarde, trocados com os reis e chefes tribais por mercadorias, tabaco, aguardente, utensílios de cobre, cavalos, tecidos, etc, trazidos em navios cujas viagens duravam até 2 meses, em porões do navio, em condições que os levavam à morte ou à loucura, alimentados com água e mingau cru de milho, sentados sem poder se levantar entre vômito, fezes e urina. Eram compostos por sudaneses (viviam perto Saara, norte África)que iam para a Bahia e de Bantos (mais ao sul de onde viviam os

sudaneses) e iam para Pernambuco, Maranhão e sudeste do Brasil Colônia. Suas expectativas de vida: mal alimentados e exaustos, viviam mais 10 anos. 1560 dC – Mem de Sá, aproveitando que o comandante Villegaignon fora se explicar com o rei francês, reuniu 26 navios e 2 mil militares e destruíram Henriville. Os Tamoios fundam a Confederação dos Tamoios (reunindo os Tupinambás, os Goitacás e os Carijós). Em 1563, Manuel da Nóbrega e José de Anchieta acertam uma trégua com os Tamoios, que facilitou que o sobrinho de Mem de Sá, Estácio de Sá, desalojasse o restante dos franceses que ainda estavam na Guanabara. Em 1567, houve mil baixas entre os índios e apenas 30 entre europeus. Portugueses escravizam mil Tamoios. 1570 dC – coroa portuguesa estabeleceu que os índios só poderiam ser escravizados se fossem capturados nas “guerras justas”, que eles tivessem começado ou como punição àquelas tribos hostis aos portugueses. A lei serviu para os bandeirantes justificarem qualquer escravidão como resultante de guerras justas. 1580 dC –115 engenhos produzindo 300 mil arrobas de açúcar ou 4,5 mil toneladas. Sociedade patriarcal: senhor de engenho morava na Casa grande com toda a família, filhos, genros, etc, ao lado a casa da moenda, para moer a cana, as fornalhas, a caldeira e a destilaria. E, ainda, uma Capela e a Senzala, onde os escravos ficavam separados por sexo. 1580 – 1640 dC – Espanha e Portugal formam um único reino. 1594 dC – franceses Jacques Riffault e Charles dês Vaux chegam ao litoral nordestino (hoje Maranhão). Em 1612, chegam 500 homens. Fundam um povoado e um forte. A nova colônia chama-se França equinocial. Da capitania de Pernambuco, veio uma tropa que em 1615, expulsou os franceses. 1600- 1602 dC – Fundação de companhias inglesas e holandesas (Companhia das Índias Orientais e Ocidentais) para chegar às Índias e fazer comércio, pois elas tinham recursos financeiros para isso. Criam-se entrepostos e colônias, na América, a Nova Amsterdã (hoje Nova Iorque), na Guiana Holandesa (Hoje Suriname), Austrália e no nordeste do Brasil. Nota: a riqueza acumulada patrocinaria a Revolução Industrial. 1607 dC – início colonização da América do Norte. Formam-se as 13 colônias: as do norte, predominam os puritanos (protestantes) e pobres que fugiam das perseguições religiosas. As do sul, eram, no início, artesãos, agricultores e aventureiros. Depois, ricos vindos da Inglaterra após a deposição do rei Carlos I, deram origem a uma aristocracia rural conservadora, ostentava riqueza construindo imensos casarões. 1618 – 1648 dC – Guerra dos trinta anos: Primeiro conflito envolvendo diversas nações. Origens: disputas religiosas entre católicos e protestantes e na disputa por territórios: Espanha sai derrotada, mas Holanda, Inglaterra e França saem vitoriosas. 1624 dC – portos são fechados aos Holandeses, depois de sua independência da Espanha. Assim, eles tomam a cidade de Salvador (Bahia). Com ataques de guerrilha, portugueses impedem avanço holandês ao interior. Em 1625, holandeses são expulsos. 1630 – 1654 dC – Holandeses decidem invadir Pernambuco: ocupam Olinda e Recife, liderados por Maurício de Nassau. 1637 dC – Governo holandês (Nova Holanda, no nordeste do Brasil) de Maurício de Nassau. De 1630 a 1651, trouxeram 26 mil escravos. 1640 dC – Fim união Ibérica, destituição da autoridade espanhol em Lisboa. Restauração da monarquia com o rei D.João IV. Firmado acordo de paz com Holanda, que garantia as terras conquistadas em Pernambuco, mas foi violado pela Holanda quando invadiram o que é hoje o Maranhão e Sergipe. 1643 dC – rei Luís XIV, da França, conhecido como “o rei sol”, é dele a expressão “O Estado sou eu”, anunciou que acumularia as funções de rei e primeiro-ministro, esvaziando o Conselho Real, órgão que tomava decisões com o rei. Os reis eram a imagem de Deus na Terra. Pensadores Thomas Hobbes e Jacques Bossuet defenderam que só um governo centralizador poria fim às guerras religiosas, disputas territoriais e a fome que assolava a Europa. 1645 dC – Insurreição Pernambucana (ou guerra brasílica) dos senhores de engenho, endividados, queriam a expulsão dos holandeses. Em 1648 e 1649, houve duas batalhas contra holandeses. Em 1654, renderam-se e foram produzir açúcar no Caribe, competindo com o Brasil. Em 1648 dC, ocorreu a batalha dos Guararapes, que para os militares foi o início do Exército brasileiro. 1652 dC – Inglaterra restringe os portos a navios ingleses. Guerra com a Holanda. Inglaterra vence e se torna a maior potência naval da Europa. 1655 dC – Oliver Crowell implanta uma ditadura, dissolvendo o parlamento. 1658 dC – Seu filho, Richard Crowell assume o governo, mas um ano depois renuncia. Retorno da monarquia, com o rei Carlos II e, depois, Jaime II, deposto pelo Parlamento, pois tentou restabelecer o Absolutismo. Em 1659, o príncipe holandês, Guilherme II, aceita cumprir o Bill of Rights, direito do Parlamento aprovar leis que o rei deveria acatar. Absolutismo cede lugar para Monarquia Constitucional (período chamado de Revolução gloriosa, sem derramamento de sangue) 1630 -1678 dC – Perseguição a Quilombos, comunidades de ex-escravos fugidos. Em 1694, o líder Zumbi é derrotado pelos bandeirantes. 1660 - 1661 dC – revolta da Cachaça, no RJ, contra impostos sobre a carne a cachaça; Revolta da Maneta, Salvador, por causa do aumento do imposto sobre o sal e sobre escravos. 1680 dC – portugueses fundam a Colônia de Sacramento (atual Uruguai), além do tratado de Tordesilhas, que é atacada pela Espanha. Em 1750, pelo Tratado de Madri, sacramento ficaria com a Espanha e a Amazônia e os Sete povos da Missões,com Portugal. Os índios não aceitaram deixar o local e sob a liderança de Sepé Tiaraju, houve a “Guerra Guaranítica”, quando foram derrotados. 1683 - 1713 dC – guerra dos bárbaros, conflito entre luso-brasileiros e indígenas no nordeste. 1684 dC – Revolta de Beckman, senhores de engenho no Maranhão não aceitaram a substituição dos escravos indígenas por africanos; navios não chegavam com regularidade e os preços eram altos. Depuseram o governador, expulsaram os jesuítas da região (defensores da liberdade dos índios) e extinguiram Companhia Geral de comércio, que visava estimular o comércio e importar os escravos. 1693 dC – Início da procura do ouro pelos bandeirantes paulistas na região que veio a ser chamada de Minas Gerais, que se tornou uma corrida do ouro, esvaziando as cidades litorâneas do Brasil. Lá, um queijo custava 2g de ouro e um boi, 100g. Em 1707, Guerra dos Emboabas, como eram chamados pelos bandeirantes aqueles forasteiros que vinham de Portugal ou de outras regiões do Brasil. Em 1709, 300 paulistas trucidados, os demais deixam as Minas Gerais. Instituído o imposto Quinto (1719) : 20% do ouro era do rei de Portugal. Houve revoltas, entre as quais, a de Vila Rica, cujo líder, Filipe dos Santos foi morto. Havia, ainda, taxa de Capitação (1735), sobre cada escravo. Uma forma de sonegação consistia em esconder o ouro dentro de esculturas de santos, os “santos de pau oco”. Por causa de toda aquela riqueza, o governo português (1 o ministro Marquês de Pombal) transferiu capital de Salvador para o Rio de Janeiro. Em 1729, descobriram diamantes em Minas Gerais. A descoberta do ouro e a do diamante contribuíram para colonizar o interior do país e desenvolver as cidades, as atividades profissionais se diversificaram (profissionais liberais, arquitetos, médicos, músicos, etc) e formou-se uma classe média entre os mais ricos e os mais pobres. 1710-12 dC – Guerra dos mascates, em Pernambuco. Comerciantes de Recife, chamados pejorativamente de mascates, costumeiramente emprestavam dinheiro à elite portuguesa de Olinda. Com a queda do preço do açúcar, os mascates reivindicaram participação política, pedindo ao rei português que eleva-se Recife à Vila. Os senhores de engenho de Olinda atacaram primeiro. 1720 dC – Revolta de Vila Rica. Causa: Portugal determinou que todo metal de Minas fosse transformado em barras, contrariando mineradores e aqueles que tinham dívidas com o governo português.

1756 dC – Guerra dos 7 anos entre França e Inglaterra, esta última ficou em péssima situação financeira e resolveu interferir nas colônias americanas: novos impostos, taxas de importação e proibição de exportar produtos para outros países, o que provocou protesto nas 13 Colônias. Houve boicote às mercadorias inglesas e jogaram ao mar cargas de chás (1773). Inglaterra ocupou Boston. 1770 dC – Tratado de Ildefonso, Sete povos das missões volta a Espanha. Século XVIII dC – século do iluminismo, da era das luzes, da razão humana: pensadores como Thomas Hobbes, René Descartes, Voltaire, Montesquieu e Jean-Jacques Rousseau defendem a tolerância entre a religiões, a vontade do povo como origem do Estado, não mais originando-se de um poder divino dado aos reis. Surgem os déspotas esclarecidos, reis que colocaram idéias iluministas em prática e a defesa do liberalismo econômico, opondo-se ao mercantilismo, onde há intervenção do estado, os liberais pregavam a liberdade de mercado. Século XVIII dC – a classe burguesa enriquecida pelo comércio entre colônias e metrópoles, começa a fornecer matérias-primas aos artesãos para produzirem artigos, primeiro em suas próprias oficinas (corporações de ofício) e, depois, em lugares e com instrumentos que a burguesia definiria (surgem as indústrias e o trabalhador assalariado). 1764 dC – James Hargreaves cria a 1a máquina de Fiar, assim, uma pessoa apenas poderia substituir 8 trabalhadores. 1769 dC – invenção da máquina a vapor, por James Watt. Primeiros trens a vapor (1808). 1775 dC – Segundo congresso continental (Estados Unidos) é convocado, mas semanas antes, entram em choque os patriotas (do norte e centro dos EUA) contra soldados ingleses e os americanos do sul (legalistas). Congresso americano rompe com governo inglês e forma o Exército continental americano, sob a liderança de George Washington. Em 1776, uma comissão formada por John Adam, Benjamin Franklin e Thomas Jefferson declara independência das 13 colônias. 1785 dC – governo francês está em crise econômica, por causa dos conflitos externos. Houve uma grande seca que causou queda na produção de carne e vegetais, milhares vagaram em busca de comida, alguns pedintes, outros roubavam, houve assassinato e destruição de castelos. 21 abril de 1789 dC – Inconfidência mineira. Revolta emancipacionista, inspirada nos ideais do iluminismo. Uma das causas foram os impostos Quinto (1719) e a Derrama (caso não se atingisse a produção mínima, todo o povo arcaria com a diferença). Segundo Portugal, Minas devia 588 arrobas de ouro (8 toneladas). Se a dívida fosse cobrada, muitos perderiam suas fortunas, por isso muitos ricos começaram a conspirar contra Portugal, incluindo os poetas Tomás Antonio Gonzaga e Cláudio Manuel da Costa. No grupo havia um militar, Joaquim José da Silva Xavier, um dentista de origem humilde – Tiradentes. Para ser perdoado da dívida, um dos inconfidentes, Joaquim Silvério dos Reis, denunciou os demais rebeldes. Dos 11 condenados à morte, só Tiradentes, que pregava abertamente a revolta, foi enforcado e esquartejado; os demais foram banidos para a África. 1789 dC – Na França, 80% da população vivia no campo. A sociedade estava dividida em 3 estamentos ou estados: 1o estado, 120 mil membros da Igreja, isentos de impostos, tinham 10% das terras; 2o estado, nobreza, 400 mil pessoas, família real, aristocratas (cortesãos, viviam na Corte), burgueses com títulos de nobreza e descendnetes de antigas famílias feudais, também não pagavam impostos; e 3o estado, 98% dos franceses, únicos que pagavam impostos, alta burguesia (banqueiros, armadores, empresários), média burguesia (profissionais liberais e médios empresários e comerciantes), pequena burguesia (artesãos e comerciantes), depois, trabalhadores urbanos e camponeses. O ministro das finanças propôs que 1o e 2o estados pagassem impostos, mas proposta foi rejeitada. Então, o rei Luís XVI convocou os Estados Gerais, mas o clero e a nobreza eram maioria e rejeitaram. Em 5 de maio de 1789, o 3o estado quis que os votos fossem por cabeça e não por estamento. Diante do impasse, eles se reuniram em separado e autoproclamaram-se Assembléia Nacional, para elaborar uma nova Constituição. Incapaz de anular este ato, o rei ordenou que o 1o e o 2o estados se juntassem ao 3o na Assembléia Nacional Constituinte. O rei convocou o exército para dissolver a Assembléia, embora em público dissesse apoiá-la. Em 14 de julho, uma multidão de artesãos, operários e pequenos comerciantes (os sans-culottes, pois vestiam calças compridas, diferente dos nobres, que usavam culotes presos no joelho) se revoltou, roubou armas do governo e invadiu a bastilha, prisão onde o governo encarcerava os opositores, praticamente desativada, mas símbolo do poder real. Este movimento se espalhou por todo o país. A assembléia aboliu as leis feudais e suprimiu privilégios do clero e da nobreza. Em 26 de agosto, proclamaram os DIREITOS DO HOMEM E DO CIDADÃO, estabelecendo a liberdade e igualdade de todos perante a lei (influência dos pensadores iluministas). A primeira Constituição francesa previa a divisão do poder entre 3 poderes e estabelecia a monarquia constitucional como forma de governo, mas em junho de 1791, o rei Luís XVI tentou fugir para a Áustria com a família e foram presos. O governo passou então para o Conselho Executivo Provisório, liderado por Danton. No lugar da Assembléia geral foi eleita a Convenção Nacional, tendo os jacobinos (mais de esquerda) a maioria dos votos. Em 1792, a Convenção proclamou a república e sentenciou o rei Luís XVI à morte pela guilhotina. Foi aprovado o voto universal (masculino), novo calendário e o sistema métrico (metro e grama). Inglaterra, Áustria, Prússia, Holanda, Espanha, Rússia e Sardenha (monarquias) atacavam a França. Em 1793, a Convenção criou o comitê de Salvação Pública, que criou o tribunal Revolucionário para julgar suspeitos de ações contra-revolução francesa. Cerca de 35mil pessoas foram sentenciadas à guilhotina. O governo jacobino criou impostos para os ricos, regulamentou salários, abriu escolas públicas, repartiu bens dos nobres exilados, promoveram reforma agrária que beneficiou 3 milhões de pessoas (período chamado de “Terror”) . Instituiu o divórcio, a liberdade religiosa e aboliu a escravidão nas Colônias da França. Os jacobinos enquanto reprimiam a direita (os girondinos) e a nobreza, seu líder Robespierre e o Comitê de Salvação, voltaram-se para a esquerda mais radical, guilhotinando Danton. Assim, os jacobinos perderam apoio dos suns-culottes, sendo Robespierre derrubado pelos girondinos, em 1794 e anulando medidas anteriores: tabelamento de preços, fim da escravidão e desarme da população. Em 1795, aprovada uma nova Constituição, que acabou com o voto universal masculino e reintroduzindo o voto censitário (onde só os proprietários poderiam votar). O poder executivo ficou na mão do Diretório, formado por 5 pessoas, eleitas. Houve diversas tentativas de derrubar o poder, pelos monarquistas e pelos jacobinos e a França estava enfrentando dificuldades econômicas. Por isso, o Diretório chamou um jovem general, Napoleão para reprimir as revoltas. Com o seu sucesso, foi convidado a integrar o Diretório. Em 1799, Napoleão dissolve o parlamento (no dia 18 do brumário ou 9 de novembro) e substituiu o Diretório por 3 cônsules provisórios, sendo ele um deles. Em um mês, redigiu-se nova Constituição, nomeando-o 1 o Cônsul. Reaproximou-se da igreja, anistiou nobres exilados, apoiou indústrias, patrocinou obras públicas que geraram empregos, reorganizou impostos e educação, criou nova moeda. Em seu código Napoleônico, garantiu propriedade, proibiu organização de sindicatos, assegurou direito de todos perante a lei e restabeleceu escravidão nas colônias ( dos 2 mil artigos, 7 se referiam ao trabalho e 800, à propriedade privada). 1798 dC – Conjuração Baiana – jovens vindos da Europa (Os cavaleiros da luz) com ideais franceses mais a população pobre que saqueava depósitos de alimento, fizeram o governo da Bahia temer que se repetisse ali o que ocorreu na independência do Haiti, pelos escravos. A Conjuração diferiu da Inconfidência mineira, pela defesa do fim da escravidão. 1801 dC – Tratado de Badajós: devolveu a Portugal os Sete povos das missões.

Trigésima nona e quadragésima aulas:

Realizamos uma prova de recuperação e para evitar que alguns alunos que nunca vêem às aulas conseguissem obter nota pegando as respostas dos colegas, a partir de exercícios fáceis como “De que povo faziam parte os guerreiros gregos que enfrentaram os persas na batalha de Termópilas?” cuja resposta é “dos espartanos”, pedimos que respondessem questões que exigem reflexão: (1) identifique três semelhanças entre a Grécia e Roma antigas. (2) identifique três diferenças entre a Grécia e Roma antigas. (3) assinale “v” ou “f”: ( ) Sócrates respondia a todas as perguntas que lhe faziam ( ) Platão com seu Mito da caverna quis mostrar que existem dois mundos, um eterno, e o outro, físico. ( ) quando vemos a seqüência 2,4,6,8 e buscamos completá-la ainda que ninguém nos peça isso, este é um exemplo de que o cérebro humano busca ordem lógica no mundo a sua volta. (4) Diferencie o que foi real e o que foi ficção no filme Gladiador que assistimos em aula? (esta questão exigia que os alunos tivessem assistido a aula e tivessem ouvido quando o professor falou sobre a diferença questionada, mas ocorre que a maioria dos alunos, de ensino noturno, não tem o hábito de anotar as observações orais do professor).

Quadragésima primeira e segunda aulas: A seguir, apresentei-lhes um exercício pedindo que organizassem, em ordem cronológica, fatos ocorridos na idade média, valendo nota, para o terceiro e último trimestre do ano letivo. Para que os alunos não copiassem as respostas uns dos outros, fiz exercícios diferentes para cada um deles. Eis um dos modelos: Turma: 431 – 1o trabalho do 3o trimestre de 2008 Reordenar os fatos segundo sua ordem cronológica: ( ) Igreja Católica inicia campanhas contra os muçulmanos para reconquistar Jerusalém, as Cruzadas. A primeira reuniu pobres e miseráveis, que, sem armas adequadas e treino, foram dizimados. ( ) origem do Sacro império romano-germânico: o papa de 16 anos João XII, no meio de conflitos na Península itálica, foi auxiliado pelo rei germânico da França Oriental, Oto I, que passou a indicar bispos e papas. ( ) Teodósio divide o império romano em Ocidental e Oriental ou Bizantino, ex-cidade grega de Bizâncio (agora, Constantinopla) entre seus dois filhos, Honório e Arcádio. Com a morte de Teodósio, o império ocidental se esfacela sob as invasões bárbaras e o Bizantino, se consolida como potência. ( ) morte de Carlos Magno. Unidade reino se desfaz. Seu filho divide reino em França Oriental, Ocidental e Central entre seus netos. Disputas internas e invasão dos normandos, vikings (da Escandinávia) enfraqueceram poder central. Entre 911 e 987 os carolíngios deixam o poder, que passa aos senhores da terra. ( ) Após morte de Maomé, os islamitas se dividem entre um dos sogros de Maomé, seguidores dos seus costumes (sunitas) e seguidores do seu primo e genro, Ali, os xiitas ou partido de Ali. ( ) Peste bubônica, que chegou de navio genovês vindo do Oriente, que matou entre 1340-1350, 1/3 dos europeus, 25 milhões. ( ) surgem primeiras universidades, que ensinam Medicina, Direito, Artes e Teologia. ( ) Na Europa surgem 140 cidades. No século XII, surgem as Corporações de Ofício, para defender atividades dos artesãos, sapateiros, marceneiros, tecelões, etc, evitar produção excessiva (queda preços) e de qualidade. ( ) papa Gregório IX cria o tribunal do santo ofício, a Inquisição, perseguir hereges e queimá-los na fogueira. ( ) Martinho Lutero manifesta-se (95 teses) contra a venda de perdões dos pecados e lugar no céu pela Igreja de Roma- “assim que a moeda cai no cofre, a alma do purgatório sai”. Foi excomungado e perseguido. ( ) Início da guerra dos 100 anos, entre Inglaterra e França, por causa de disputas entre famílias reais e território d e Flandres (hoje: na Bélgica). ( ) Rei dos francos, Clóvis, do povo Merovíngio, se converte à igreja romana. ( ) É coroado Carlos Magno, imperador dos romanos pelo papa Leão III. Época conhecida como Renascimento (cultural) carolíngio: criação de escolas, transcrição de textos antigos, elaboradas por monges copistas, já na Idade Média. ( ) Carlos Martel, um dos administrador do palácio real, líder dos Carolíngios, família a alta nobreza, impede invasão muçulmana e os carolíngios são vistos como defensores do mundo cristão.

( ) O Feudalismo se estrutura no reino Franco e se propaga a Europa, inclui o costume germânico da Suserania (rei) e vassalagem, os senhores feudais (juramento de fidelidade ao rei daquele que recebeu terra e direito de cobrar impostos, administrar castelo, proteção das constantes guerras, e promover a justiça). ( ) Cisma do Oriente, separação da Igreja Cristã em Ortodoxa (Bizantina) e Católica de Roma, pois esta última impunha a autoridade do papa, disputas que levavam à excomunhão de ambos os lados. ( ) início expulsão dos árabes da península Ibérica e surgimento dos estados de Portugal e Espanha. ( ) Dante Alighieri escreveu a Divina Comédia ( ) Concílio de Latrão confirmou o celibato dos padres, proibiu que bispos fossem indicados por reis sem o papa e o papa seria eleito por um colégio e doze (12) cardeais. ( ) unificação dos feudos em um único estado na França. Expansão do comércio e segurança para os interesses da burguesia. ( ) previsões de fim do mundo que não se realizaram. Diminuição invasões de vikings, diminuição mortes pela peste e epidemias, tudo isso gerou estabilidade e crescimento da população (entre ano 1000 e 1300, a Europa saltou de 42 para 73 milhões de habitantes). ( ) Turcos invadem Constantinopla, fim do império romano oriental (Bizantino) e fim da Idade Média. ( ) papa Gregório VII afirmou o direito e derrubar reis e a infalibilidade da Igreja. Henrique IV, imperador do Sacro- império romano-germânico, opôs-se e foi excomungado.

A seqüência certa é a seguinte: (14) Igreja Católica inicia campanhas contra os muçulmanos para reconquistar Jerusalém, as Cruzadas. A primeira reuniu pobres e miseráveis, que, sem armas adequadas e treino, foram dizimados. (8 ) origem do Sacro império romano-germânico: o papa de 16 anos João XII, no meio de conflitos na Península itálica, foi auxiliado pelo rei germânico da França Oriental, Oto I, que passou a indicar bispos e papas. (1) Teodósio divide o império romano em Ocidental e Oriental ou Bizantino, ex-cidade grega de Bizâncio (agora, Constantinopla) entre seus dois filhos, Honório e Arcádio. Com a morte de Teodósio, o império ocidental se esfacela sob as invasões bárbaras e o Bizantino, se consolida como potência. ( 7) morte de Carlos Magno. Unidade reino se desfaz. Seu filho divide reino em França Oriental, Ocidental e Central entre seus netos. Disputas internas e invasão dos normandos, vikings (da Escandinávia) enfraqueceram poder central. Entre 911 e 987 os carolíngios deixam o poder, que passa aos senhores da terra. (4 ) Após morte de Maomé, os islamitas se dividem entre um dos sogros de Maomé, seguidores dos seus costumes (sunitas) e seguidores do seu primo e genro, Ali, os xiitas ou partido de Ali. (21 ) Peste bubônica, que chegou de navio genovês vindo do Oriente, que matou entre 1340-1350, 1/3 dos europeus, 25 milhões. (15) surgem primeiras universidades, que ensinam Medicina, Direito, Artes e Teologia. (17) Na Europa surgem 140 cidades. No século XII, surgem as Corporações de Ofício, para defender atividades dos artesãos, sapateiros, marceneiros, tecelões, etc, evitar produção excessiva (queda preços) e de qualidade. (18 ) papa Gregório IX cria o tribunal do santo ofício, a Inquisição, perseguir hereges e queimá-los na fogueira. (23 ) Martinho Lutero manifesta-se (95 teses) contra a venda de perdões dos pecados e lugar no céu pela Igreja de Roma- “assim que a moeda cai no cofre, a alma do purgatório sai”. Foi excomungado e perseguido. (20 ) Início da guerra dos 100 anos, entre Inglaterra e França, por causa de disputas entre famílias reais e território d e Flandres (hoje: na Bélgica). ( 2 ) Rei dos francos, Clóvis, do povo Merovíngio, se converte à igreja romana. (5 ) É coroado Carlos Magno, imperador dos romanos pelo papa Leão III. Época conhecida como Renascimento (cultural) carolíngio: criação de escolas, transcrição de textos antigos, elaboradas por monges copistas, já na Idade Média. ( 3) Carlos Martel, um dos administrador do palácio real, líder dos Carolíngios, família a alta nobreza, impede invasão muçulmana e os carolíngios são vistos como defensores do mundo cristão. (6 ) O Feudalismo se estrutura no reino Franco e se propaga a Europa, inclui o costume germânico da Suserania (rei) e vassalagem, os senhores feudais (juramento de fidelidade ao rei daquele que recebeu terra e direito de cobrar impostos, administrar castelo, proteção das constantes guerras, e promover a justiça). (12) Cisma do Oriente, separação da Igreja Cristã em Ortodoxa (Bizantina) e Católica de Roma, pois esta última impunha a autoridade do papa, disputas que levavam à excomunhão de ambos os lados. (16 ) início expulsão dos árabes da península Ibérica e surgimento dos estados de Portugal e Espanha. (19 ) Dante Alighieri escreveu a Divina Comédia

(11) Concílio de Latrão confirmou o celibato dos padres, proibiu que bispos fossem indicados por reis sem o papa e o papa seria eleito por um colégio e doze (12) cardeais. ( 9) unificação dos feudos em um único estado na França. Expansão do comércio e segurança para os interesses da burguesia. (10) previsões de fim do mundo que não se realizaram. Diminuição invasões de vikings, diminuição mortes pela peste e epidemias, tudo isso gerou estabilidade e crescimento da população (entre ano 1000 e 1300, a Europa saltou de 42 para 73 milhões de habitantes). (22 ) Turcos invadem Constantinopla, fim do império romano oriental (Bizantino) e fim da Idade Média. (13) papa Gregório VII afirmou o direito e derrubar reis e a infalibilidade da Igreja. Henrique IV, imperador do Sacro- império romano-germânico, opôs-se e foi excomungado.

Quadragésima terceira e quarta aulas:

Apresentei-lhes um vídeo para que os alunos pudessem descansar após o cansativo exercício da aula anterior: um documentário sobre o inferno segundo Dante Aliguieri, parte da sua obra “A divina Comédia”. Primeiro, situei o momento histórico: escrito na segunda metade final da Idade Média, século XIV, Dante reflete sobre o inferno, um lugar físico, descrito em detalhes, formado por círculos descendentes de pecados menores até o grau máximo, a traição. No último círculo estão Brutus, Judas e o demônio, congelado pela cintura, pois, para Dante, o inferno é um lugar frio, diferente da visão bíblica, de um lugar em chamas, simbolismo que teve origem, como explica o documentário, da comparação que Jesus fez com um lixão de Jerusalém, mal cheiroso e constantemente em chamas por causa dos gases da decomposição. No vídeo, aborda-se a liberdade de escolha que cada um de nós tem entre o certo e o errado, fala-se sobre o uso deste livro como leitura em penitenciárias, onde os presos tem dificuldade de reconhecerem-se como pessoas más; eles dizem que fizeram o que era preciso fazer (podemos refletir se há livre-arbítrio ou invenção de líderes religiosos ou ilusão? e se as pessoas presas, segundo as leis humanas, não estariam livres, segundo a lei – da natureza - do mais forte?). Em outro trecho, mostra um tatuador que se inspira nos desenhos das primeiras edições do livro de Dante em seus atuais trabalhos, para exorcizar os medos que a educação religiosa impôs a ele. Não sei se isto pode ser atribuído a Dante ou à época em que ele vivia, mas diz-se que o demônio depois de cair do céu foi lançado à Terra e caiu onde hoje é o Mar morto, um lugar sem vida, salgado e com cheiro de enxofre! De qualquer modo, o documentário termina com uma reflexão interessante: o papa João Paulo II, já falecido, apresentou uma nova interpretação para o inferno: um estado mental (emocional) que cada pessoa se coloca, questionando, assim, a outra tese, de que o inferno fosse um lugar! Outras duas questões curiosas: após sair do inferno, Dante se dirigirá ao purgatório e depois para o céu, indo na direção do hemisfério sul, orientando-se pela constelação do Cruzeiro do Sul que lhes aponta o paraíso; Deus é simbolizado, na obra de Dante, como uma rosa branca no centro dos círculos celestiais, rodeado por almas boas, santos e anjos.

Quadragésima quinta e sexta aulas: Realizei um trabalho de “verdadeiro” e “falso”, valendo nota, senão eles não mexeriam um dedo (trata-se de uma turma que o próprio professor titular não quis para lecionar, mas que me surpreendeu, pois eles disseram que vêem à escola e gastam dinheiro em transporte apenas para assistir a minha aula!). Eis o exercício: Assinale se as frases abaixo são verdadeiras (V) ou falsas (F): 1 2 3 4

(V) está escrito na entrada para o inferno: que abandonem a esperança quem entrar aqui. (F) Dante fez uma viagem astral e conheceu o inferno como ele é. (V) Dante viveu na Idade Média, no ano de 1307 depois de Cristo. (V) Dante foi poeta e político, expulso de sua cidade, por disputas políticas.

5 (F) O inferno de Dante tem nove esferas (na verdade, são círculos, um pequeno detalhe!) 6 (V) Dante é pesado demais para atravessar de navio o rio Aqueronte que leva ao inferno. 7 (V) São alguns dos círculos do inferno: dos amantes, dos gulosos, dos avarentos, dos irascíveis, dos traidores. 8 (V) O demônio encontra-se no último círculo do inferno, congelado na altura da cintura, dos traidores, mastigando traidores como Brutus e Cassius (assassinos de Júlio César) e Judas (traidor de cristo, segundo a tradição cristã, mas que escreveu um Evangelho e é figura sem a qual Cristo não se realizaria, segundo o mito, como filho de Deus ressuscitado) 9 (V) O falecido papa João Paulo II disse que o inferno mais do que um lugar, é um estado emocional que a própria pessoa se coloca, como a depressão e a tristeza. 10 (F) No documentário, os tatuadores são adoradores do demônio (na verdade, eles usam as imagens macabras como forma de exorcizar a educação rígida que receberam. 11 (F) Os presos condenados à prisão perpétua, vistos no documentário, reconhecem-se quando lêem a obra de Dante e acabam por reconhecer sua culpa (na verdade, eles não se vêem culpados e não são mesmo segundo a lei da natureza, do mais forte que se opõe à lei dos homens e à, suposta, lei divina, não matarás, embora na Bíblia, do antigo testamento, Deus mande matar homens, mulheres e até crianças, menos os bois, pois servirão de alimento! Bonito, hein?). Nota: ainda nesta aula falei sobre as interpretações diferentes da tradicional sobre o demônio: visto como um auxiliar de Deus para nos testar. Falei, também, das lendas do dilúvio, um mito mesopotâmico que foi importado e transformado em lenda cristã, a inexistência de prova de que tenha havido o êxodo dos hebreus do Egito e as 7 pragas como desequilíbrio ecológico e não intervenção divina.

Quadragésima sétima e oitava aulas: O próximo exercício destacaremos (com base no mesmo resumo anterior HISTÓRIA DA IDADE MÉDIA À REVOLUÇÃO FRANCESA) a formação dos grandes estados (França, Espanha, Portugal), as grandes navegações até passando pelas principais revoltas e invasões estrangeiras no Brasil:

Palavras cruzadas: Grandes navegações e descoberta do Brasil (1415-1801) 1➲ S

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(1) escola de navegação fundada pelo filho do rei de Portugal D.João I, Infante Dom Henrique (2) País que aprisionou os primeiros escravos com autorização do Papa. (3) Navegador que superou o cabo das tormentas (sul da África). (4) Navegador que chegou à América com ajuda da Espanha. (5) povo que os descobridores espanhóis dizimaram aos milhões (6) tratado assinado entre Portugal e Espanha dividindo o mundo em dois (7) Navegador que contornando a África chegou às Índias. (8) Um dos itens levados das Américas para a Europa (9) Prática comercial organizada pelos países visando acumular metais preciosos e ter uma balança comercial positiva. (10) Pedro Álvares Cabral após descobrir o Brasil, reza duas missas junto aos índio........ (11) árvore de cujo tronco se extraía uma tinta vermelha usada desde a Idade Média. (12) primeiras expedições autorizadas por Portugal no Brasil (13) colonizador do Brasil e fundador da vila de São Vicente: ______*______de Souza. (14) uma das duas capitanias hereditárias que tiveram sucesso no Brasil (15) montanha na Bolívia onde os espanhóis descobriram o El Dorado um lugar mítico onde haveria muito ouro e prata (16) vieram com o 1o governador geral, Tomé de Souza para catequizar os índios, em 1539 e em 1553, no 2o governo geral, de Duarte daCosta. (17) expedições armadas que ingressavam no interior do Braisl, pela capitania de São Vicente. (18) franceses fundam no Brasil, na Guanabara, a França ..............Antártica, apoiados pelos índios Tamoios. (19) ______ apoiados pela Holanda, Inglaterra, assaltavam embarcações espanholas, cheias de metais preciosos.

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(20) governador geral que substituiu Duarte da costa e expulsou os franceses do rio de janeiro: ____ de Sá. (21) trazidos em viagens de até 2 meses, em porões, que os levavam à morte ou à loucura, alimentados com água e mingau cru de milho, sentados sem poder se levantar entre vômito, fezes e urina. Expectativa de vida: mais 10 anos. (22) nome dado a casa onde morava o senhor do engenho (de cana de açúcar) com a família: casa________. (23) franceses chegam ao litoral nordestino (hoje Maranhão) e fundam a França ____. (24) Senhores de engenho, endividados, lideram insurreição pernambucana, pois queriam expulsão dos__________. (25) líder dos escravos fugidos, agrupados em comunidades livres (Quilombos). (26) Revolta da _____, no RJ, contra impostos sobre a carne e a cachaça. (27) Revolta da _______, Salvador, por causa do aumento do imposto sobre o sal e sobre escravos. (28) pelo Tratado de ____, Sacramento (Uruguai) ficaria com a Espanha e a Amazônia e os Sete povos da Missões, com Portugal, mas os índios guaranis, liderados por Sepé Tiaraju resistiram, mas acabaram derrotados. (29) Revolta de____: senhores de engenho no Maranhão não aceitaram a substituição dos escravos indígenas por africanos. (30) Revolta de Vila _____ (1720) Portugal determinou que ouro fosse transformado em barras, contra mineradores e quem tinha dívidas com o governo. Não foi a Inconfidência mineira (1789)! (31) Conjuração _____: jovens vindos da Europa mais a população pobre que saqueava depósitos de alimento, fizeram o governo temer que se repetisse ali uma independência de escravos como a do Haiti. (32) Tratado de _____: devolveu a Portugal os Sete povos das Missões.

Quadragésima nona e quinquagésima aulas: Nestas duas aulas, apresentamos vídeos que resumem as ideias contidas no livro “O povo brasileiro”, do antropólogo, educador (idealizador da escola de tempo integral) e senador Darcy Ribeiro. Utilizamos um projetor (datashow) acoplado a um computador portátil e por sugestão de um outro professor projetamos os vídeos na parede do fundo da aula, ocupando a imagem quase todo espaço, lembrando muito uma tela de salas de cinema! Houve dois problemas técnicos: (1) o projetor pedia que apertássemos a tecla FN e a tecla F7 ou F8, que demoramos muito para localizar, aliás, um outro professor foi quem a localizou. Depois, o som ficou aquém do que precisávamos. Tentamos usar um microfone e uma caixa de som que usamos em outras turmas, mas as pilhas estavam fracas. Abaixo resumimos vídeos que destacam a descoberta do Brasil e os tipos regionais formados a partir da miscigenação de europeus, africanos e indígenas:

A invasão do Brasil: A revolução mercantil em Portugal e Espanha estimularam à procura por novas terras, onde extraíssem matéria-prima e riquezas. Tal expansão recebeu o apoio da Igreja Católica (1454), que via aí a oportunidade de expandir o catolicismo, tarefa que Deus teria dado ao homem branco. Portugal e Espanha “gastaram gente aos milhões”, “acabaram com florestas, desmontam morros a procura de minerais (estima-se que foram levados para Europa 3 milhões de quilates de diamantes e mil toneladas de ouro), “só a classe dirigente permanece a mesma, predisposta a manter o povo gemendo e produzindo ”, não o que os povos colonizados querem ou precisam, mas o que eles impõem à massa trabalhadora, que nem mesmo participa da prosperidade. Para os índios aqueles homens brancos eram gente do Deus-Sol (o criador ou Maíra), mas esta visão se dissipa: “como o povo predileto sofre tantas privações?”, se referindo às doenças que os europeus lhe trouxeram –coqueluche, tuberculose e sarampo, para as quais não tinham anticorpos. Assim, muitos índios fogem para dentro da mata e outros passam a conviver com os seus novos senhores. Outros, deitavam em suas redes e se deixavam morrer ali. Aos olhos dos índios, por que aqueles oriundos do mar precisavam acumular todas as coisas? Temiam que as florestas fossem acabar? Em troca lhes davam machados, canivetes, espelhos, tesouras, etc. Se uma tribo tinha uma ferramenta, a tribo do lado fazia uma guerra pra tomá-la. No ventre das mulheres indígenas começavam a surgir seres que não eram indígenas, meninas prenhadas pelos homens brancos – e meninos que sabiam que não eram índios... que não eram europeus. O europeu não aceitava como igual. O que eram? Brasilíndios, rejeitados pelo pai, europeu, filhos impuros desta terra, e pela mãe, índia. São também chamados de “mamelucos”, nome que os jesuítas deram aos árabes que tomavam crianças dos pais e as cuidavam em casa. Esses filhos das índias aprendem o nome das árvores, o nome dos bichos, dão nome a cada rio... Eles aprenderam, dominaram parcialmente uma sabedoria que os índios tinham composto em dez mil anos. Estes mamelucos eram caçadores de índios, para vender ou para serem seus escravos. “A grande contribuição da cultura portuguesa aqui foi fazer o engenho de açúcar... movido por mão-deobra escrava. Por isso, começaram a trazer milhões de escravos da África. Metade morria na travessia, na brutalidade da chegada, de tristeza, mas milhões deles incorporaram-se ao Brasil”. O custo do tráfico de escravos nos 300 anos de escravidão foi de 160 milhões de libras-ouro, cerca de 50% do lucro obtido com a venda do ouro e do açúcar . Os escravos negros vinham para o Brasil e eram dispersados por esta terra, evitando que um mesmo povo (ou etnia) permanecesse unido. Embora, iguais na cor, falavam línguas diferentes, o que os força a aprender o português, o idioma do seu capataz. Em geral, aos 15 anos eram aprisionados como escravos, trocados por tabaco, aguardente e bugigangas, trabalhavam por 7 a 10 anos seguidos e morriam de cansaço físico. Sofria vigilância constante e punição atroz. Havia um castigo pedagógico preventivo, mas também mutilação de dedos, queimaduras, dentes quebrados, 300 chicotadas para matar ou 50 por dia, para sobreviver. Se fugia, era marcado a ferro em brasa, cortado um tendão, tinha uma bola de ferro amarrada ao pé ou então, era queimado vivo. Eles fizeram este país, construíram ele inteiro e sempre foram tratados como se fossem o carvão que você joga na fornalha e quando você precisa mais compra outro”. “Todos nós somos carne da carne daqueles pretos e índios (torturados) e a mão possessa que os supliciou”... “A doçura mais terna e a crueldade mais atroz aqui se conjugaram para fazer de nós a gente sentida/ sofrida ”... Estima-se que em 3 séculos, o Brasil importou entre 4 a 13 milhões de africanos. Um e cada quatro, eram mulheres – “eram o luxo que se davam os senhores e o capatazes, as mucamas, que até se incorporavam à família (ex : Chica da Silva), como ama de leite. Chegavam a provocar ciúme nas senhoras brancas, que mandavam arrancar seus dentes. Em 1823, em uma revolta em Pernambuco, organizada por barbeiros, boticários, alfaiates, artesãos, ferradores, etc, armados de trabucos, uma “multidão de gente livre e pobre” cantava assim: “marinheiros (portugueses) e caiados (brancos). Todos devem se acabar, porque os pardos e o pretos, o país hão de habitar”. As classes sociais no Brasil lembram um funil invertido e não uma pirâmide, como em outros países. O Patronato, o Patriciado e o Estamento gerencial são as classes dominantes. O Patronato, empresários que exploram economicamente empregados, O Patriciado, tem poder de mando devido a seu cargo, como generais, deputados, bispos, líderes sindicais, O Estamento gerencial de empresas estrangeiras, tecnocratas competentes que controlam a mídia, forma a opinião pública, elege políticos. Abaixo desta cúpula, estão as classes intermediárias ou os “setores mais dinâmicos”, são propensas a prestar homenagem às classes dominantes, mantém a ordem vigente e são constituídas de pequenos oficiais, profissionais liberais, policiais, professores, baixo-clero, etc. A seguir, vem as classes “subalternas” ou “núcleo mais combativo”, composta por operários de fábricas, trabalhadores especializados, assalariados rurais, pequenos proprietários, arrendatários, etc. Preocupam-se em proteger o que conquistaram. Depois, há uma grande massa de oprimidos, o “componente majoritário” (que predomina), enxadeiros, bóias-frias-, empregadas domésticas, serviços de limpeza, pequenas prostitutas, biscateiros, delinqüentes, mendigos, etc, em geral, analfabetos. Para Darcy Ribeiro, os escravos de hoje são essas pessoas “subassalariados”, que infundem, com sua presença, “pavor e pânico” pela ameaça de insurreição (revolução) social e só são capazes de “explosões” de

revolta, mas, em geral, aceitam seu destino de miséria, pois são incapazes de se organizarem politicamente, como em sindicatos. Houve um conflito entre os jesuítas e os mercadores que escravizavam os índios, como “gado humano”, quase um bicho: e da ameaça de extinção dos índios, jesuítas construíram missões onde poderiam ensinar o catolicismo. Para Darcy Ribeiro, as missões foram uma primeira experiência socialista. Com o desemprego na Europa, no século 19, vêm para cá 7 milhões de pessoas. Quando da chegada de outros povos imigrantes como italianos, alemães, japoneses, etc, a população brasileira já era numericamente maciça (quatorze milhões de brasileiros) e definida etnicamente quando absorveu a cultura e a raça dos imigrantes, diferente dos europeus que foram para a Argentina caíram em cima do povo argentino, paraguaio e uruguaio que haviam feito seus países, que eram oitocentos mil, e disso saiu um povo europeizado. Só não ocorreu secessão (fragmentação, independência dos estados) do Brasil, porque “em cada unidade regional, havia representações locais da mesma camada dirigente (classe social)”... “Tal é o Brasil de hoje, na etapa que atravessamos na luta pela existência. Já não há índios ameaçando seu destino. Também negros desafricanizados se integraram nela com um contingente diferenciado, mas que não aspira a nenhuma autonomia étnica. O próprio branco vai ficando cada vez mais moreno e até se orgulha disso” Pergunta Darcy Ribeiro: “Por que alguns povos, mesmo pobres na etapa Colonial, progrediram aceleradamente, integrando-se à revolução industrial, enquanto outros se atrasam?”. Sua explicação: os povos transplantados, como os norte americanos que vieram da Inglaterra, já se encontram prontos, mas, os povos novos, que vão se construindo mais lentamente, como o Brasil, com a mistura de índios, negros e brancos. ... Um aglomerado de índios e africanos, reunidos contra a vontade e a administração local, sob controle dos neo-brasileiros, filhos de europeus e índias ou negras, dependentes da metrópole (Portugal). Os três séculos de economia agrária no Brasil “moeram e fundiram as matrizes indígena, negra e européia em uma nova etnia” (p.261). O povo brasileiro tem “erupções de criatividade”: no culto a Iemanjá, que se cultuava no dia 2 de fevereiro na Bahia e 8 de março em São Paulo, no RJ, foi alterado para 31/dezembro. Temos a primeira santa que tem relações sexuais. Isso é uma coisa fantástica! Um povo que é capaz de inventar uma coisa destas! Nunca houve depois da Grécia! À Iemanjá não se pede a cura da Aids, mas um amante carinhoso ou que o marido não bata tanto. O negro guardou sobretudo sua espiritualidade, sua religiosidade, seu sentido musical. (O brasileiro é) um povo singular, capaz de fazer coisas, por exemplo, a beleza do Carnaval carioca, que é uma criação negra, a maior festa da Terra!. O antropólogo identificou nas regiões do Brasil 5 tipos de mestiços ainda existentes hoje: 1. O Brasil Crioulo: representado pelos negros e mulatos na região dos engenhos de açúcar no nordeste brasileiro, nas terras de Massapé e no recôncavo baiano. Depois da abolição, o ex-escravo ganhava um pedaço de terra (fica como um agregado da fazenda, em terra dos outros) para produzir comida e comprar sal, panos e satisfazer necessidades mais elementares. No século 19, a roda d´água e a tração animal são substituídas pela máquina a vapor e os senhores de engenho são substituídos por empresas bancárias. Em 1963, com a ditadura militar, houve o retorno ao antigo poder dos senhores das fazendas (patronato), que reagiram ao projeto de pagamento de salário mínimo, através da elevação do preço do açúcar. 2. O Brasil Caboclo: no século 19 e últimas décadas do séc. 20, foram para a Amazônia 500 mil nordestinos (fugindo da seca) para trabalhar com extração de látex (borracha) das seringueiras e, por isso, mais da metade dos caboclos que já viviam deste trabalho, foram desalojados para as cidades de Belém e Manaus, perdendo-se a sabedoria milenar de viver nas florestas que eles herdaram dos índios. Em cada seringal, os mestres ensinam a sangrar a árvore sem matá-la, colher o látex e depois defumá-lo em bolas de borracha. Em cada 10-15 km raramente se encontra 200 seringueiras. Percorre-se, ainda hoje, duas vezes por dia uma mesma estrada: de madrugada para sangrar as árvores e ajustar as tigelas ao tronco e na segunda vez, para vertê-las num galão que levará para o rancho. Depois, trabalha na tarefa de coagulação do látex. Além de coletor, dedicava-se à caça e à pesca e protegia-se das flechas dos índios. Nos primeiros anos da presença dos portugueses na Amazônia, índios são escravizados para buscarem na mata as “drogas da mata”, as especiarias, os produtos que a floresta oferece, como cacau, cravo, canela, urucu, baunilha, açafrão, salsa parrilha, sementes, casacas, tubérculos, óleos e resinas - eles “foram o saber, o nervo e o músculo dessa sociedade parasitária”. E isto porque nenhum colonizador sobreviveria na mata sem esses índios que eram “seus olhos, mãos e pés”. Há também a extração de minérios como manganês, no Amapá, e Cassiterita, em Rondônia e na Amazônia, exploradas por uma multinacional americana – a Bethlehem Steel, cujo custo pago por ela é apenas aquele que ela gasta para extrair e transportar o minério. Militares alemães sugeriram a Hitler que a conquistasse, como importante ponto para a expansão germânica. Os Estados Unidos propuseram à ditadura militar brasileira o uso da Amazônia por 99 anos para estudos. 3. O Brasil Sertanejo: No sertão encontra-se uma vegetação rara confinada de um lado pela floresta da costa do atlântico, pela Amazônia e ao sul pela zona da mata. Nas faixas de florestas, há palmeiras de buriti, carnaúba, babaçu, pastos raros e arbustos com troncos tortuosos devido a irregularidade das chuvas. A criação de gado nesta região fornece carne, couro e bois para serviço e transporte, animais trazidos de Cabo Verde, pelos portugueses, pertencendo inicialmente aos engenhos e depois a criadores especializados. Os vaqueiros naquela época davam conta do rebanho e como pagamento separavam 1 cabeça de gado para ele e três para o dono.

O trabalho de pastoreio moldou o homem e o gado da região: ambos diminuíram de tamanho, tornando-se ossudos e secos de carne. Hoje, enquanto o gado cresce, alcançando ossatura mais ampla e recebe tratamento, o vaqueiro e sua família, não. Apesar das enormes somas de dinheiro que vem do governo federal, para ajudar os flagelados pela seca, são os “coronéis” (fazendeiros que monopolizam a terra) que se apropriam dos recursos, “mais comovido pela perda dos eu gado... do que pelo trabalhador sertanejo”. Estas somas de dinheiro vão para a construção de estradas e para açudes para o gado passar e beber água. Os sertanejos permanecem itinerantes, pois vivendo por dez anos em uma propriedade, eles teriam direito a ela, mas dependeriam de um registro no cartório, que fica distante e caro. Em contraste, políticos estaduais concedem facilmente milhões de terras a donos que nunca as viram e que um dia desalojam sertanejos que viviam nelas (isto chama-se “grilhagem”). Diante de tanta miséria, o sertanejo que vive isolado no interior (diferente do que vive no litoral), tem uma visão fatalista e conservadora sobre sua vidaPeriodicamente, anunciavam a vinda do messias –diziam “o sertão vai virar mar e o mar vai virar sertão”. Um dos acontecimentos mais trágicos ocorreu em Canudos, sob a liderança de Antônio Conselheiro, um profeta e reformador social, era visto pelos fazendeiros como subversivo, que poderia estimular a mão-de-obra a abandonar as fazendas e reivindicar a divisão das terras. Lá chegaram a 1000 casas. Outro fenômeno que surge no sertão é o cangaço: uma forma de banditismo, formado por jagunços, que surgiu nas fazendas. 4. O Brasil Caipira: São os homens que dirigiam as bandeiras (exploração que adentrava ao interior do Brasil), e a população paulista (mamelucos). Cada um deles possuía uma indiada cativa para o cultivo da mandioca, feijão, milho, abóbora, tubérculos, tabaco, urucu, pimenta, caçadas e pesca. Lá só se falava a língua tupi. Dormiam em redes, usavam gamelas, porongos, peneiras como as que os índios usavam, além de armas, candeias de óleo. Consumiam rapadura e pinga. Cada família fiava e tecia algodão para as roupas de uso diário e para os camisolões e ceroulas, para os homens e blusas largas e saias compridas, para as mulheres. Andavam descalços, de chinelas ou de alpargatas. Não queriam apenas existir, como os índios, mas estabelecer vínculos mercantis externos e aspirar a se tornar uma camada dominante, adquirindo artigos de luxo e poder de influência e mando. Por um século e meio venderam mais de 300 mil índios para os engenhos de açúcar. As bandeiras serviam, também, mas para explorar ouro e diamantes. O padre Calógeras avalia que 1400 toneladas de ouro e 3 milhões de quilates de diamantes foram levados do Brasil-Colônia. Do ouro extraído por Portugal quase todo foi para a Inglaterra, para pagar as suas importações, ouro que financiou a indústria inglesa. Um novo tipo social surgia: o garimpeiro, que explorava clandestinamente o diamante, monopólio de Portugal. Quando Monteiro Lobato (além do sítio do pica-pau amarelo) criou o personagem Jeca Tatu , o fez como um “piolho da terra”, uma praga incendiária que atiçava fogo à mata, destruindo as riquezas florestais para plantar roçados, uma caricatura do caipira, destacando a preguiça, a verminose e o desalento que o faz responder sempre: “não paga a pena” a qualquer proposta de trabalho que lhe faziam (ou entregava 50% da produção ao patrão ou trabalhava por conta própria, pagando pelo uso da terra, com 1/3 da colheita. Outra saída: ir para as cidades, marginalizando-se lá). O que Lobato fez foi descrever o caipira sob o ponto de vista de um intelectual e fazendeiro, diante da experiência amarga de encaixar os caipiras no seu “sistema”. O que Monteiro Lobato não viu foi o traumatismo cultural, o caipira marginalizado pelo despojo de suas terras, como um produto residual natural do latifúndio agro-exportador. Somente mais tarde é que o escritor compreendeu e defendeu a reforma agrária. Outro tipo humano surgido foi o dos bóias-frias que vivem em condições piores do que as que vivem os caipiras, cerca de 5 milhões de pessoas à espera da posse de terras em que possam trabalhar. Eles estão presentes mais nos canaviais do que nas fazendas de café, isto porque os cafezais precisam de muita gente apenas na derrubada da mata e nos 4 primeiros anos. Depois, só nas colheitas. 5. O Brasil Sulino: Foi a expansão dos paulistas ocupando a região sul do Brasil, antes dominada pelos espanhóis, a causa que anexou esta região ao Brasil. No começo do século 18, paulistas e curitibanos vêm para cá, instalarem-se como criadores de cavalos e muares e recrutam os gaúchos para o trato do gado. Sobre os gaúchos (população de mestiços), estes surgem, segundo Darcy Ribeiro, dos filhos e filhas entre espanhóis e portugueses com as índias guaranis. Havia um dito popular: “esta indiada é toda gaúcha”. Dedicavam-se ao gado que se multiplicava naturalmente nas duas margens do rio da prata e que foram trazidos pelos jesuítas. Com o esgotamento das minas de ouro e diamante e a pouca procura por gado do Sul, foi introduzida aqui a técnica do charque, trazida pelos cearenses. Já a imagem do gaúcho montado em cavalo brioso, com bombacha, botas, sombreiro, pala vistosa, revolver, adaga, dinheiro na guaiaca, boleadeiras, lenço no pescoço, faixa na cintura e esporas chilenas, diz Darcy Ribeiro, ou é a imagem do patrão, fantasiado de homem do campo, ou é de alguém que integra algum clube urbano (centro nativista) e não passa de folclore. Já o “gaúcho novo”, será o peão empregado que cuida do gado, agora, mal pago, come menos e vive maltrapilho. Apesar disso, o peão de estância é um privilegiado em comparação com os biscateiros, os que vivem em terrenos baldios, os subocupados, que arranjam trabalhos esporadicamente, em tosquias ou esticar os arames, todos eles chamados de “gaúchos-a-pé”. Já os que vivem como autônomos rurais, lavram o terreno dos outros, pelo regime de “parceria”. Mas, não se pode dizer que o povo do Sul tivesse origem apenas paulista. Havia, também lavradores vindos das ilhas dos Açores em Portugal, que ocuparam a região litorânea, com lavoura: milho, mandioca, feijões, abóboras, etc, enquanto outros fugiram desta “caipirização” cultivando trigo, os gaúchos, nos campos da fronteira, com o pastoreio e os gringos, descendentes dos imigrantes europeus, viviam isolados do resto da sociedade, o que fez com que o governo brasileiro exigisse o ensino do idioma e os recrutasse os gringos para

o exército. Com a distribuição legal de terras (sesmarias), em Rio grande, Pelotas, Viamão e missões, as invernadas se tornam estâncias e o estancieiro se faz “caudilho”, contra ataque dos castelhanos, acrescentando gado de outras bandas. Mais tarde, o estancieiro se tornará patrão, dono de matadouros e frigoríficos. Os imensos campos livres do passado, agora, são retângulos, todos com donos. Entre as instâncias há imensos corredores de aramados divisórios. As dores do parto: Nosso destino é nos unificarmos com todos os latino-americanos por nossa oposição comum ao mesmo antagonista, a América anglo-saxônica, para fundarmos, tal como ocorre na comunidade européia, a nação latino-americana sonhada por Bolívar. Hoje somos quinhentos milhões, amanhã seremos um bilhão, contingente suficiente para encarar a latinidade em face dos blocos chineses, eslavos, árabes e neobritânicos. Somos povos novos ainda na luta para fazermos a nós mesmos como um gênero humano novo que nunca existiu antes. O Brasil é já a maior das nações neolatinas, com magnitude populacional e começa a sê-lo também por sua criatividade artística e cultural. Precisa agora sê-lo no domínio da tecnologia da futura civilização, para se fazer potência econômica, de progresso auto-sustentado. Estamos nos construindo na luta para florescer amanhã como uma nova civilização, mestiça e tropical, orgulhosa de si mesma, mais alegre, porque mais sofrida. Melhor, porque incorpora em si mais humanidade, mais generosa, porque aberta à convivência com todas as nações e todas as culturas e porque está assentada na mais bela e luminosa província da terra. Tabelas extraídas da obra “O povo brasileiro”, escrita por Darcy Ribeiro (1996) Tabela 1 Brancos, neobrasileiros ou pardos escravos Índios integrados Índios isolados totais

1500

1600

1700

1800

-

50 mil

150 mil

2 milhões

5 milhões 5 milhões

30 mil 120 mil 4 milhões 4,2 milhões

150 mil 200 mil 2 milhões 2,5 milhões

1,5 milhões 500 mil 1 milhão 5 milhões

Tabela 4 (crescimento população segundo a cor) 1872 % 1890 % 1940 Branco 3.854 38 6.302 44 26.206 Preto 1.976 20 2.098 15 6.644 Pardos 4.262 42 5.934 41 8.760 Totais 9.930 100 14.333 100 41.236 Ano 1940 1980 1995

% 63 15 21 100

População Urbana 12,8 milhões 80,5 milhões 110,9 milhões

1950 32.027 5.692 13.786 51.922

% 62 11 26 100

População Rural 28,3 milhões 38,6 milhões 35,8 milhões

Quinquagésima primeira e segunda aulas: Nas aulas seguintes, apresentaremos um DVD sobre a Revolução Francesa.

1990 81.407 7.264 57.822 147.306

% 55 5 39 100

A seguir, apresentamos um pequeno extrato de um conjunto de folhas que entregamos aos alunos nas aulas trigésima sétima e oitava onde destacam-se os eventos que causaram a revolução do povo francês. 1785 dC – governo francês está em crise econômica, por causa dos conflitos externos. Houve uma grande seca que causou queda na produção de carne e vegetais, milhares vagaram em busca de comida, alguns pedintes, outros roubavam, houve assassinato e destruição de castelos. 21 abril de 1789 dC – Inconfidência mineira. Revolta emancipacionista, inspirada nos ideais do iluminismo. Uma das causas foram os impostos Quinto (1719) e a Derrama (caso não se atingisse a produção mínima, todo o povo arcaria com a diferença). Segundo Portugal, Minas devia 588 arrobas de ouro (8 toneladas). Se a dívida fosse cobrada, muitos perderiam suas fortunas, por isso muitos ricos começaram a conspirar contra Portugal, incluindo os poetas Tomás Antonio Gonzaga e Cláudio Manuel da Costa. No grupo havia um militar, Joaquim José da Silva Xavier, um dentista de origem humilde – Tiradentes. Para ser perdoado da dívida, um dos inconfidentes, Joaquim Silvério dos Reis, denunciou os demais rebeldes. Dos 11 condenados à morte, só Tiradentes, que pregava abertamente a revolta, foi enforcado e esquartejado; os demais foram banidos para a África. 1789 dC – Na França, 80% da população vivia no campo. A sociedade estava dividida em 3 estamentos ou estados: 1o estado, 120 mil membros da Igreja, isentos de impostos, tinham 10% das terras; 2o estado, nobreza, 400 mil pessoas, família real, aristocratas (cortesãos, viviam na Corte), burgueses com títulos de nobreza e descendnetes de antigas famílias feudais, também não pagavam impostos; e 3o estado, 98% dos franceses, únicos que pagavam impostos, alta burguesia (banqueiros, armadores, empresários), média burguesia (profissionais liberais e médios empresários e comerciantes), pequena burguesia (artesãos e comerciantes), depois, trabalhadores urbanos e camponeses. O ministro das finanças propôs que 1o e 2o estados pagassem impostos, mas proposta foi rejeitada. Então, o rei Luís XVI convocou os Estados Gerais, mas o clero e a nobreza eram maioria e rejeitaram. Em 5 de maio de 1789, o 3o estado quis que os votos fossem por cabeça e não por estamento. Diante do impasse, eles se reuniram em separado e autoproclamaram-se Assembléia Nacional, para elaborar uma nova Constituição. Incapaz de anular este ato, o rei ordenou que o 1o e o 2o estados se juntassem ao 3o na Assembléia Nacional Constituinte. O rei convocou o exército para dissolver a Assembléia, embora em público dissesse apoiála. Em 14 de julho, uma multidão de artesãos, operários e pequenos comerciantes (os sans-culottes, pois vestiam calças compridas, diferente dos nobres, que usavam culotes presos no joelho) se revoltou, roubou armas do governo e invadiu a bastilha, prisão onde o governo encarcerava os opositores, praticamente desativada, mas símbolo do poder real. Este movimento se espalhou por todo o país. A assembléia aboliu as leis feudais e suprimiu privilégios do clero e da nobreza. Em 26 de agosto, proclamaram os DIREITOS DO HOMEM E DO CIDADÃO, estabelecendo a liberdade e igualdade de todos perante a lei (influência dos pensadores iluministas). A primeira Constituição francesa previa a divisão do poder entre 3 poderes e estabelecia a monarquia constitucional como forma de governo, mas em junho de 1791, o rei Luís XVI tentou fugir para a Áustria com a família e foram presos. O governo passou então para o Conselho Executivo Provisório, liderado por Danton. No lugar da Assembléia geral foi eleita a Convenção Nacional, tendo os jacobinos (mais de esquerda) a maioria dos votos. Em 1792, a Convenção proclamou a república e sentenciou o rei Luís XVI à morte pela guilhotina. Foi aprovado o voto universal (masculino), novo calendário e o sistema métrico (metro e grama). Inglaterra, Áustria, Prússia, Holanda, Espanha, Rússia e Sardenha (monarquias) atacavam a França. Em 1793, a Convenção criou o comitê de Salvação Pública, que criou o tribunal Revolucionário para julgar suspeitos de ações contra-revolução francesa. Cerca de 35mil pessoas foram sentenciadas à guilhotina. O governo jacobino criou impostos para os ricos, regulamentou salários, abriu escolas públicas, repartiu bens dos nobres exilados, promoveram reforma agrária que beneficiou 3 milhões de pessoas (período chamado de “Terror”) . Instituiu o divórcio, a liberdade religiosa e aboliu a escravidão nas Colônias da França. Os jacobinos enquanto reprimiam a direita (os girondinos) e a nobreza, seu líder Robespierre e o Comitê de Salvação, voltaram-se para a esquerda mais radical, guilhotinando Danton. Assim, os jacobinos perderam apoio dos suns-culottes, sendo Robespierre derrubado pelos girondinos, em 1794 e anulando medidas anteriores: tabelamento de preços, fim da escravidão e desarme da população. Em 1795, aprovada uma nova Constituição, que acabou com o voto universal masculino e reintroduzindo o voto censitário (onde só os proprietários poderiam votar). O poder executivo ficou na mão do Diretório, formado por 5 pessoas, eleitas. Houve diversas tentativas de derrubar o poder, pelos monarquistas e pelos jacobinos e a França estava enfrentando dificuldades econômicas. Por isso, o Diretório chamou um jovem general, Napoleão para reprimir as revoltas. Com o seu sucesso, foi convidado a integrar o Diretório. Em 1799, Napoleão dissolve o parlamento (no dia 18 do brumário ou 9 de novembro) e substituiu o Diretório por 3 cônsules provisórios, sendo ele um deles. Em um mês, redigiu-se nova Constituição, nomeando-o 1o Cônsul. Reaproximou-se da igreja, anistiou nobres exilados, apoiou indústrias, patrocinou obras públicas que geraram empregos, reorganizou impostos e educação, criou nova moeda. Em seu código Napoleônico, garantiu propriedade, proibiu organização de sindicatos, assegurou direito de todos perante a lei e restabeleceu escravidão nas colônias ( dos 2 mil artigos, 7 se referiam ao trabalho e 800, à propriedade privada).

A partir desta informações, sugerimos dois exercícios diferentes:

 EXERCÍCIO DE “V” OU “F” SOBRE O DOCUMENTÁRIO: ( ) o preço do pão alcançou em 1792, na França, o valor de um mês de salário. ( ) o rei Luís XVI chegou ao trono ainda adolescente. ( ) a esposa do rei, Maria Antonieta, veio da Áustria para selar acordo político com a França. ( ) seu antecessor, Luis XV, apoiou a independência dos Estados Unidos da Inglaterra, contraindo dívidas por isso. ( ) os 3 estados que formavam a França eram o clero, os nobres e o restante (98%) do povo, pequenos comerciantes, artesãos, intelectuais, trabalhadores. ( ) o restante do povo se reuniu em uma assembléia, mas o rei a dissolveu. ( ) o povo revoltado com as decisões do rei, invadiu e destruiu a prisão da Bastilha ( ) o 3o estado escreveu a Declaração dos Direitos dos homens e dos cidadãos, proclamando que somos todos iguais. ( ) os iluministas eram pensadores que influenciaram a revolução francesa, que defendiam a igualdade entre os homens e o uso da razão e da ciência e não da religião e da descendência divina dos reis.

( ) Robespierre, autor da Declaração dos direitos do homem e do cidadão, discursou ao rei, quando adolescente.

 EXERCÍCIO DE COMPARAÇÃO ENTRE REVOLUÇÃO FRANCESA E O BRASIL DE HOJE: 2.1) O QUE SERIA, HOJE, UMA CAUSA OU CAUSAS PARA UMA REVOLUÇÃO POPULAR? 2.2) QUEM SERIAM OS LÍDERES DESTE MOVIMENTO? 2.3) QUAL SERIA A BASTILHA A SER TOMADA E DESTRUÍDA? 2.4) QUE DIREITOS SERIAM ESCRITOS? 2.5) HAVERIA PUNIÇÃO AOS GOVERNATES? 2.6) QUE CLASSES CONSTITUEM A SOCIEDADE BRASILEIRA? AS MESMAS DA FRANÇA, DO SÉCULO XVIII? 2.7) QUE CAUSAS INFLUENCIAM PARA QUE, HOJE, NÃO SE TENHA REVOLTA EM TODO O PAÍS?

Quinquagésima terceira e quarta aulas: Apresentamos um último resumo aos alunos, que inclui desde o fim da revolução francesa, passando pelas 1a e 2a guerras mundiais, fim da monarquia no Brasil e proclamação da república, ditadura Vargas e militar até a redemocratização e o fim da União das repúblicas comunistas.

Idade Contemporânea francesa aos dias de hoje)

(do

fim

da

Revolução

1802 dC –Napoleão ganha o título de cônsul vitalício. Dois anos depois, outra consulta popular muda a França de consulado para Império. Em 1805, Napoleão anexa Gênova à França e outras regiões (Nápoles, Holanda) que, apesar da resistência não impediram seu avanço. Em 1806, declara extinto o Sacro Império Romano-Germânico e o substitui pela Confederação do Reno. Estabelece o Bloqueio Continental à Inglaterra, nenhum país poderia comercializar com ela. Como Portugal e Espanha não aceitaram, Napoleão invadiu a Península Ibérica. O bloqueio afetou indústrias inglesas e os exportadores russos (1808). Como o Czar rompeu o boicote, Napoleão declarou guerra à Rússia, com um 600 mil homens encontrou a Rússia desabitada e plantações queimadas (tática da terra arrasada) , o que levou a morte de parte do exército francês. 1807 dC – Espanha ocupada por Napoleão. Eclodem revoltas nas colônias espanholas. 1811, independência do Paraguai, 1816, independência Argentina, 1825, líderes general argentino San Martim e Simon Bolívar (que já libertara a Colômbia e a Venezuela) ajuda na independência do Alto Peru, que depois se dividiu em Peru e Bolívia, 1828, independência do Uruguai (ex-cisplatina, antes anexada ao Brasil). Sociedades: compostas de criollos (brancos, espanhóis, proprietários de minas, de fazendas, latifúndios, as “haciendas” e de escravos), camponeses, militares, índios e mestiços. Após independência sobe ao poder os libertadores e se transformam em CAUDILHOS, criollos que não fazem a reforma agrária, mantém a população pobre marginalizados, massa de manobra. 1808 dC –família real portuguesa vem ao Brasil, fugindo das tropas francesas de Napoleão. Vieram 15 mil pessoas. Decisões do rei: Abertura dos Portos às Nações Amigas (lê-se Inglaterra, que o ajudou a fugir), criação do Banco do Brasil, Imprensa Oficial, fim mercantilismo (vir explorar matérias-primas e metais), Academia Militar, Biblioteca Nacional, Observatório Astronômico. 1811 dC – trabalhadores ingleses quebram máquinas à noite. Trabalhavam de 12 a 18 horas/ dia, 2/3 eram crianças. Governo inglês construiu casas para mendigos, nelas eles tinham que trabalhar. Além disso, apoiou a expulsão de camponeses de terras comunais (coletivas), beneficiando latifundiários. 1812 dC –Napoleão decidiu retornar e teve que enfrentar o inverno rigoroso. Apenas 100 mil sobreviveram. Em 1814, uma coalizão da Inglaterra, Prússia, Rússia e Áustria invadem Paris, Napoleão abdicou do trono e foi enviado prisioneiro à Ilha de Elba. Retornava a monarquia na França, agora com o irmão do rei decapitado, Luís XVIII. Em Viena países europeus se reúnem no CONGRESSO DE VIENA, para redefinir fronteiras: Inglaterra fica com Ilha de Malta, o Ceilão e a Colônia do Cabo, a Rússia com a Finlândia e parte da Polônia, a Confederação do Reno deu lugar à Confederação Germânica, com 39 estados, incluindo Prússia e Áustria. 1815 dC – criação do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. Brasil deixa de ser colônia e se equipara a Portugal. Inconformados, os portugueses queriam o rei de volta, pois Napoleão havia deixado Portugal.

1815 dC – Napoleão foge da Ilha de Elba, rei Luis XVIII foge e Napoleão reassume o poder, por menos de 100 dias. Enfrentou nova guerra com países europeus e perdeu (batalha de Waterloo, Bélgica). 1817 dC – Revolução Pernambucana. Movimento emancipacionista, republicano, circulavam idéias em quartéis e lojas maçônicas, entre o clero e os proprietários rurais. Inspirados na Revolução Francesa, redigiram um esboço de uma Constituição, substituíram o vinho e o trigo nas missas por cachaça e mandioca. Tropas baianas e cariocas cercaram Recife e os líderes foram executados. 1820 dC – ocorreu a Revolução do Porto, para expulsar de Portugal os ingleses. Uma junta provisória assume o poder e exige volta de D.João VI, que, em 26 de abril de 1821, retorna a Portugal. No Brasil, foram feitas eleições para a escolha de representantes nas Cortes de Lisboa, que enfrentaram forte oposição dos lusos, impedidos de falar e houve aprovação de leis que exigiam retorno de D.Pedro I a Portugal e à condição do Brasil a antiga Colônia. Em 29 de dezembro de 1821, D.Pedro I recebe abaixo-assinado de 8mil pessoas e decide ficar no Brasil. D. Pedro I nomeia um brasileiro para chefe das Armas da Bahia contrariando Portugal, o que provocou conflito armado que durou até 1823. Toda ordem de Portugal, antes, passada pela análise de D.Pedro I. 1822 dC – Independência do Brasil, pelo príncipe regente português D.Pedro I, filho de D.João VI. Montado em uma mula, com desenteria, pegou as cartas de Portugal e as jogou no chão dizendo: “nada mais quero do governo português e proclamo o Brasil para sempre separado de Portugal”. Arrancou do chapéu o laço azule branco, símbolo lusitano e disse: “pelo meu sangue, pela minha honra, pelo meu Deus, juro fazer a liberdade do Brasil”. Tal emancipação, contudo, não alterou a vida de grande parte da população. Neste período houve revoltas de portugueses no Maranhão, Pará e na Cisplatina. Em 1825, assinado tratado entre Brasil e Portugal, o primeiro pagaria 2milhões de libras ao segundo, empréstimo contraído junto à Inglaterra, início da dívida externa. População Brasil: 5 milhões, sendo 1,5 milhão de escravos. Houve resistências portuguesas no Brasil: no Maranhão, no Pará e na Bahia e na província Cisplatina (hoje Uruguai): D. Pedro I enviou um mercenário inglês, lorde Cochrane, para sufocar os revoltosos. Em junho de 1822, Assembléia Constituinte no Brasil: só votavam proprietários, homens, com mais de 25 anos. Havia dois grupos, os Coimbrões (partido português, altos funcionários do governo, militares e comerciantes portugueses, queriam Monarquia) e os Brasilienses (partido brasileiro, liberais, conservadores, representavam os grandes proprietários rurais, defendiam Monarquia Constitucional, onde o Imperador se submete às decisões parlamentares). Um dos artigos, proibia o Imperador de ser rei de outra nação. D.Pedro I dissolveu a Assembléia, alguns deputados foram presos, outros exilados. A maioria voltou a sua região. Um conselho, então,elaborou a 1a constituição, que incluía o poder moderador (mediar conflitos entre Legislativo, Executivo e Judiciário), exercido pelo Imperador. Ainda, podia nomear governadores, senadores, dissolver Câmara de deputados, aprovar ou rejeitar leis e interferir nos estados. 1823 dC – Nasce a doutrina Monroe – presidente dos Estados Unidos redige mensagem ao congresso: qualquer invasão a qualquer região das Américas visando estabelecer colônias, será vista com inimizade pelos norte-americanos. 1824 dC – Confederação do Equador – habitantes de Recife pegaram em armas contra a dissolução da Assembléia Constituinte, proclamando um república independente. D. Pedro I mandou tropas sob comando brigadeiro Lima e Silva e navios, sob o comando de um almirante inglês, Cochrane. O líder Frei Caneca foi, entre outros, fuzilado. Em 1826, reaberta a Assembléia constituinte, tornou-se espaço para criticar D.Pedro I. um dos motivos eram os preços altos dos alimentos e a dificuldade econômica gerada pela guerra entre Brasil e Argentina pela Cisplatina, quando ambos concordaram com independência do que se chamou depois de Uruguai. 1830 dC – a partir de 1820 eclodem revoluções (esta onda revolucionária recebeu o nome de Primavera dos Povos) na Europa, descontentes com as monarquias e inspiradas nas idéias Iluministas (delas surgiram o liberalismo, o Nacionalismo e o Socialismo). Em 1830, causou abalos profundos: na França, após queda da dinastia Bourbon e a morte de Luís XVIII, em 1824, assume Carlos X, ultraconservador, que tentou restabelecer o absolutismo, mas a população parisiense não permitiu. Acabou deposto e substituído por Luís Filipe, Duque de Orleans. Na Bélgica, o povo libertou-se dos holandeses, houve levantes na Polônia contra a Rússia e na Itália contra a Áustria. Em 1848, más colheitas tornaram difícil a vida, houve muita fome e desemprego. Na França, em uma só noite, 1.000 aristocratas foram mortos pelo povo enfurecido. Exigiram a renúncia de Luís Filipe e proclamaram a Segunda República. Nova Constituição. O sobrinho de Napoleão, Luís Bonaparte, candidatou-se à presidência, deu um golpe e se proclamou Imperador, Napoleão III, pondo fim à república. Na Prússia, operários exigiram que Frederico Guilherme IV convocasse uma

Assembléia Constituinte. Na Hungria, proclamada a República e na Boêmia (atual república Tcheca) é convocado o parlamento autônomo. 1830 dC – assassinato do jornalista Líbero Badaró. Oposição responsabilizou D.Pedro I, que em visita a MG é recebido com frieza. Choques entre brasileiros e portugueses (episódio: noite das garrafadas). Em 6 de abril de 1831, imperador destitui ministério composto por brasileiros. População do RJ e exército concentram-se no Campo de Santana exigindo volta dos ministros. Então, D.Pedro I, renuncia e deixa em seu lugar o filho (que tinha 5 anos). Em Portugal, entra em guerra contra o irmão, D.Miguel, vence, mas 1 ano depois, morre de Tuberculose. De acordo com a Constituição, forma-se a Regência trina provisória (três representantes entre o senadores e os deputados) para governar o Brasil (de abril a junho de 1831). Pela 1a vez a elite nacional (conservadores, latifundiários, liberais moderados) assume o poder. Restauraram o ministério deposto, afastaram estrangeiros do exército e governantes onde eclodiram motins. Havia 3 grupos de políticos originados dos coimbrões (portugueses) e dos brasilienses: liberais moderados (Chimangos, grandes proprietários de terras, paulistas e mineiros), liberais exaltados (farroupilhas, proprietários rurais do RS de classe média) e restauradores (caramurus vindos dos coimbrões). 1831 dC – Regência trina Permanente – Havia um clima de tensão, houve proibição de ajuntamentos noturnos. O ministro da justiça Diogo Antonio Feijó extingue as guardas municipais e cria a Guarda Nacional, composta por guardas civis, para proteger a Constituição e a ordem interna. Tais milícias fortaleceram o poder dos proprietários rurais, indicados para comandar a guarda, indicados pelos políticos da região (surgia o “coronelismo”, forte poder local nas mãos de um indivíduo). Além disso, cada cidade passou a eleger seu juiz de paz (medida descentralizadora), com papel de polícia e juiz, podiam prender, julgar, convocar a Guarda Nacional. Aprovação do ato adicional que extinguia o Conselho de Estado, criado por D.Pedro e criadas as Assembléias Legislativas. Mantiveram o poder Moderador e o cargo vitalício de senador. Em 1831, no Recife, houve a Setembrada e a Novembrada, revolta de populares e soldados contra comerciantes portugueses que sofreram saques e foram executados. Em1833, rebelião de escravos, em Carrancas (MG), liderados pelo escravo Ventura, houve execuções de fazendeiros. Cinco anos depois, o cativo Manuel Congo liderou escravos contra a Guarda Nacional. 1833 dC – Parlamento inglês aprova lei da jornada de 8h para crianças. (1845: jornada dos adultos: 10h/dia). Tais conquistas resultam da organização dos trabalhadores (documento: Carta do Povo, cartismo). Exploração fez surgir movimento dos trabalhadores, mas, também, teorias socialistas, propondo reforma do capitalismo pelo Estado ou através de cooperativas. 1834 dC – Ato Adicional cria a Regência Una – cuja eleição do regente seria por voto popular para um mandato de 4 anos. O primeiro regente: o ministro da justiça Diogo Antonio Feijó ( 6mil eleitores, 0,1% da população). Assume em meio a guerras civis: - Cabanagem, pois, grande parte população pobre revoltosa morava em cabanas de palha (1835-1840, no Pará) – em 1822, a Junta governativa do Pará não quis reconhecer a Independência, em 1833, o presidente nomeado para o estado nem assumiu dada a oposição de fazendeiros, em 1834, o regente Lobo de Souza mandou prender fazendeiros, sendo um deles, assassinado; em 1835, um grupo libertou fazendeiros presos e matou Lobo de Souza. Em 1835, declararam-se independentes do Brasil, como uma República e, - Guerra dos Farrapos ou revolução farroupilha (1835-1845, no RS), altos impostos sobre o charque (carne seca e salgada, usada na alimentação dos escravos) tornavam-no mais caro que aquele vindo da Argentina e do Uruguai. Situação piorou com indicação de um conservador, Antonio Rodrigues Fernandes Braga, pelo Regente, que criou impostos inclusive sobre as propriedades rurais e organizou força militar para enfrentar as milícias dos chefes locais. Em 19 de setembro de 1835, Bento Gonçalves (ligado aos liberais exaltados), chefe da Guarda nacional, invadiu Porto Alegre, depôs o presidente da província (estado) e deu posse ao Vice. Apoiados por camadas médias urbanas e setores do Exército, o movimento se estendeu para o interior: na vila de Piratini, proclamaram a República Rio-grandense e em 1839, conquistam Laguna (SC), onde proclamaram a República Catarinense. Em 1842, união nomeou Luís Alves de Lima e Silva, mais tarde Duque de Caxias, para a presidência do Rio grande do sul, que, com armas e acordos, chegou, em 1845, a um acordo com os rebeldes, inferiores em armamentos e recursos. Interessado no apoio das elites gaúchas ao império, Caxias atendeu boa parte das reivindicações: tributou em 25% o charque estrangeiro, houve anistias e os oficiais republicanos reincorporados ao exército imperial e, ainda, puderam eleger o presidente da província, que foi o próprio Duque de Caxias.

- Revolta dos Malês (escravos seguidores do Islamismo) – 90% dos habitantes de Salvador (Ba) viviam na pobreza, assolados por fortes secas, a maioria negros, pardos livres e escravos (revoltosos), vítimas do preconceito e opressão social. - Revolta da Sabinada – Salvador (Ba) não havia esquecido a revolta dos Malês, quando em 1837, novas agitações ocorreram: Regente Feijó foi acusado de despotismo pelo jornal Novo diário da Bahia (cujo diretor era Francisco Sabino); Feijó vem a renunciar e as críticas continuam,agora, sobre o sucessor, Pedro de Araújo Lima, especialmente quando ele recrutou tropas baianas para lutar contra os farrapos. Em novembro do mesmo ano, tropas se revoltaram contra o presidente da província da Bahia, o presidente fugiu e se estabeleceu um governo autônomo, proclamando a independência da Bahia até a maioridade de D.Pedro II. Aprox. 2mil mortes e 3mil prisões. 1837 dC – Após renúncia de Feijó, Pedro de Araújo Lima assume e é depois eleito regente. Devolvem ao poder central (União, federal) o aparelho administrativo e judiciário, restabeleceu o Conselho de Estado e os juízes municipais em vez dos de paz. 1838 dC – Revolta dos Balaiada – No Maranhão, a maior parte da população era de escravos, vaqueiros e pequenos agricultores, vivendo em extrema pobreza. Em 1838, o presidente da província, conservador, distribuiu cargos entre seus aliados, que passaram a perseguir os liberais. Além disso, vaqueiros que trabalhavam para um fazendeiro liberal, foram recrutados para o Exército e encarcerados, o que levou seus companheiros a irem libertá-los. Vaqueiros como Raimundo Gomes e Manuel Francisco dos Anjos Ferreira, o balaio (apelido e nome das cestas artesanais que ele fazia) se revoltaram contra o recrutamento obrigatório: invadiam fazendas e libertavam os escravos. Em 1840, sob liderança do escravo Cosme Bento das Chagas, o Preto Cosme, mais de 3mil negros se rebelaram, apoiados pelos liberais que lhes deram armas e munições. O governo enviou Duque de Caxias que cercou o lugar e, em um dos confrontos, matou Balaio, iniciando perseguição aos escravos. Houve 6 mil mortes, Preto Cosme foi enforcado. 1840 dC –Os progressistas exigem antecipar a maioridade de D.Pedro II, para que o país voltasse à normalidade. Fez até campanha nas ruas. Então, o Legislativo aprova a maioridade aos 14 anos, declarando D.Pedro II, imperador do Brasil (O Golpe da Maioridade), chamado de Segundo Reinado que duraria 49 anos, onde liberais e conservadores se revezavam no poder. (deslocamento da economia do nordeste, da cana-de-açúcar, para o sudeste, com o café). 1842 dC – Revolução Praieira: o partido liberal de Recife, composto por intelectuais, que fundaram um jornal na rua da praia, daí “praieiros”, ao elegerem muitos deputados, o imperador nomeou um liberal para presidente de Pernambuco, mas ao chegar ao poder substituiu funcionários conservadores, abriu inquéritos contra antigos políticos, defendeu a nacionalização do comércio que estava na mão de portugueses; foi substituído e a população pegar em armas. 1845 dC – em represália ao aumento dos impostos de produtos importados, a Inglaterra aprovou a lei que autorizava seus navios a apreender navios que trouxessem escravos da África, pois interessava aos ingleses que só existissem trabalhadores (e consumidores) assalariados e não mais escravos. 1846 dC – Barão de Mauá, estimulado por impostos taxados sobre produtos que o Brasil importava, lidera a industrialização do país, com estaleiros, estradas de ferro, companhias de água, luz e bondes,reabriu o Banco do Brasil e instalou cabos subterrâneos ligando por telégrafo o Brasil à Europa. 1848 dC – Unificação da Itália e da Alemanha, com conquista de territórios, respectivamente, da Áustria (Veneza) e da Dinamarca. Forma-se o 2o Reich (reino) alemão depois do 1o reich (antigo império romano-germânico), proclamado na França após a derrota de Napoleão III. Reação dos operários franceses: estabeleceram a Comuna de Paris, com a função de governar Paris; porém, houve resistência das classes dominantes e 20mil revolucionários mortos. 1861 dC – Guerra de Secessão nos Estados Unidos: vende os estados do Norte, industrializados contra os do Sul, os “Confederados”, agrícola com uso de escravos. 1850 dC – proibição no Brasil do Tráfico de escravos. Mil colonos alemães e suíços chegam para trabalhar no Brasil. 1864 dC – Guerra do Paraguai: Represália da “Tríplice aliança” dos governos da Argentina, do Brasil e do Uruguai contra os planos expansionistas do ditador paraguaio Solano Lopes ou manipulação da Inglaterra para proteger seus interesses comerciais ameaçados pelo desenvolvimento econômico paraguaio? 1871 dC – Lei do ventre livre – filhos de escravos nasceriam livres (um abolição de escravos de forma lenta)

1882 dC – Alemanha, Áustria-Hungria e Itália formam a Tríplice Aliança, enquanto a França, a Inglaterra e a Rússia formam a Tríplice Entente, ainda que não entrassem em guerra, por forte nacionalismo e antigos ressentimentos: a França por perder a Alsácia e Lorena na guerra contra a Prússia e os alemães por quererem ampliar o território uma vez que estavam insatisfeitos com a sua fatia da África e da Ásia. 1884 dC – Lei dos sexagenários – escravos a partir desta idade estão livres. 1888 dC – A lei áurea liberta os últimos 723 mil escravos do Brasil, os cafeicultores passam a fazer oposição a D.Pedro II. entre 1876 e 1915 dC – Inglaterra, Estados Unidos, Alemanha, Bélgica, Itália, Espanha, Portugal, França e Japão aumentam seus territórios tornando-se impérios coloniais: um exemplo: a guerra do Ópio, causada pela proibição da China do comércio de ópio através de suas fronteiras pela Inglaterra e cujo efeito foi a perda da Ilha de Hong Kong, a abertura de portos chineses e pagamento de indenização à Inglaterra. Em 1894, guerra entre a China e o Japão, quando a China perdeu territórios da Coréia e a ilha de Formosa. 1889 dC – Proclamação da república do Brasil, até então o único país da América do Sul que era uma Monarquia. Causas: mobilização da opinião pública e intelectuais contra a opressão da monarquia, descontentamento dos fazendeiros do Café pela libertação dos escravos, soldos baixos dos militares vindos da Guerra do Paraguai e crise econômica. Assim, o moderado (ligado a grandes ruralistas) Quintino Bocaiúva, o militar Benjamin Constant e o jurista Rui Barbosa procuraram Marechal Deodoro da Fonseca que era positivista (do pensador Augusto Comte) e defendia uma ditadura republicana, além de líderes civis paulistas, como Campos Sales e Prudente de Morais. Deodoro foi, então, ao prédio onde estavam os ministros e anunciou sua deposição e foi para casa, um movimento em que a população brasileira não participou. Atos do governo: Deodoro dissolve o Senado e a Câmara e prende os suspeitos de defender a monarquia. Antigos símbolos do império são substituídos por outros, como a frase “ordem e progresso”, na bandeira. Na assembléia constituinte de 1890, o cargo de senador deixa de ser vitalício, define o presidencialismo como sistema de governo e Estado e religiões são separados e os registros de nascimento e morte passam da Igreja Católica para o governo, é estabelecido o voto universal masculino (maiores de 21 e alfabetizados, 20% da população). Observação: (Este período ficou conhecido como a República velha ou 1a República, na mão das oligarquias, fazendeiros, cafeicultores paulistas e mineiros até 1930, coma ditadura de Getúlio Vargas) . 1891 dC – houve falências no Brasil devido ao fato de o ministro da Fazenda Rui Barbosa (Política do Encilhamento) bancos particulares a emitir dinheiro a pessoas que abriram empresas fictícias. Deodoro tendo seus poderes limitados fechou o congresso, mas devido as reações, renunciou. 1893 dC – Assume a presidência do Brasil Floriano Peixoto: apoiou Júlio de Castilhos contra os maragatos ou federalistas de Gaspar Martins, defensor do parlamentarismo e encontrou resistência em oficiais da Marinha (Revolta da Armada), porque dever-se-ia convocar nova eleição para o lugar de Deodoro. 1893 dC – Antonio, Conselheiro, rebela-se contra os impostos cobrados na Bahia e funda um povoado atraindo milhares de sertanejos que passaram a viver da agricultura de subsistência (para o seu consumo próprio). Em 1896, o governo envia uma expedição militar a Canudos de 100 soldados, sem êxito, e só em 1897, com mil homens, consegue vender. - Na divisa do Paraná com Santa Catarina, chamada de “Contestado”, o monge José Maria, também, atribui pessoas que tinham perdido suas terras e estavam desempregadas após governo ceder as propriedades a empresas norte-americanas para construção de estrada de ferro e serrarias. 1894 dC – Assume a presidência do Brasil o fazendeiro Prudente de Morais em lugar de militares no poder. Seguido por Campos Sales, estabelecendo a política dos governadores, buscando administrar conflitos dentro das elites, o “clientelismo”, o “coronelismo”, troca de favores e influências ao “curral eleitoral”, quando o povo era vigiado em quem votava, coronéis que contavam com seus próprios exércitos, os jagunços. (já os cangaceiros eram ex-jagunços que desafiavam a polícia, roubavam dos ricos, estimados pelo povo) 1896 dC – Sigmund Freud publica artigo sobre a Psicanálise, método de tratar neuroses, problemas emocionais, através da conversa com o paciente sobre a sua vida, interpretação de seus sonhos e desejos inconscientes.

1902 dC – presidente do Brasil Rodrigues Alves decide modernizar a capital (RJ) com ampliação do cais, alargamento das avendidas. Lampiões a gás substituídos por eletricidade, centenas de casebres postos abaixo. 1904 dC – Revolta da vacina no Brasil. Para acabar com a peste bubônica, o médico Oswaldo Cruz sugeriu a aplicação de vacina na população, mesmo que à força, o que provocou resistência da população. - Anexação do Acre ao Brasil, após guerra com a Bolívia, indenizada em 110 mil libras (empresa americana que arrendava a região) e de 2milhões de libras ao governo boliviano (Tratado de Petrópolis). 1910 dC – Revolta da Chibata, rebelião de marinheiros, um dos sinais de que a política oligarquia paulista e mineira estava perdendo força no Brasil. Pregavam a moralização dos costumes, o fim das oligarquias, a centralização do poder, voto secreto, uma política nacionalista e fortalecimento das forças armadas. 1914 dC – 1a guerra mundial: teve início quando o herdeiro do trono Austro-Húngaro, Francisco Ferdinando, visitando Saravejo, na Bósnia, território anexado, é assassinado. É declarada a guerra com apoio da Alemanha (Tríplice Aliança), declarando guerra à Tríplice Entente. Japão e Turquia entraram na guerra visando territórios. Estados Unidos, também, entraram na guerra. (19 milhões de mortos, sendo 10 milhões de civis, durou 4 anos). Países derrotados: governos turco-otomano, austro-Húngaro (originou: Áustria, Hungria e Tchecoslováquia) e alemães (com economia arrasada, devolveram a Alsácia e Lorena à França). Em 1920, foi criada a Liga das Nações, em Genebra visando a paz mundial. 1917 dC – enfraquecido pela 1a guerra mundial e pela derrota contra o Japão, com inflação, desemprego e fome, o czar russo diante de pressões populares renunciou e foi substituído por um governo provisório, de liberais e mencheviques (facção moderada) do partido social-democrata russo (POSDR). No mesmo ano, o bolchevique (outra facção do POSDR) Lênin ataca e derruba o governo, propondo “Paz, pão e terra” e “todo poder aos sovietes” (conselhos de trabalhadores) surgindo a República Soviética Russa. Sucedeu-se uma guerra civil sangrenta contra classes (antes) dominantes, ganha pelo exército vermelho, de Lênin, cujo governo se mostrou centralizador e burocrático, uma “ditadura não do proletariado, mas de um punhado de políticos”, como escreveu a líder socialista russa Rosa de Luxemburgo. 1922 dC – Rio Grande do Sul, Bahia, Pernambuco e Rio de Janeiro se unem para defender o candidato Nilo Peçanha contra Artur Bernardes, representante dos partidos republicanos paulista e mineiro, o PRP e o PRM. Eclodiu no Recife luta armada entre os dois grupos e a disputa foi levada até para dentro de quartéis. Em 5 de julho, 302 tenentes do Forte de Copacabana se sublevaram por causa da prisão do Marechal Hermes da Fonseca, apoiador do candidato Nilo Peçanha (movimento: Os 18 do forte, número dos que saíram a rua de armas em punho). 1922 dC – Diante de uma Itália insatisfeita com o resultado da 1 a guerra, Mussolini, um excombatente funda o partido nacional fascista que com 30 mil “camisas negras” toma prédios públicos e é convidado a fazer parte do governo como primeiro-ministro. Progressivamente, tornase ditador e extingue outros partidos. Em 1927, o estado controlava a economia e instituía a “Carta do trabalho”, onde dá concessões e mantém controle sobre operários. Em 1935, invade a Etiópia e interfere na guerra civil espanhola (que vivia crise econômica e estava dividida entre esquerdas, comunistas, anarquistas e socialistas contra grupos fascistas, militares, grandes proprietários de terra. Estes dois grupos se sucediam e anulavam as leis promulgadas pelo outro grupo, até que um general, Franco, se rebelou e apoiou o grupo fascista, permanecendo ditador até 1975). Em 1937, Pablo Picasso pinta o quadro “Guernica”, onde retrata a guerra espanhola. 1925 dC – Coluna Prestes: 1500 rebeldes se uniram ao major Miguel Costa e ao capitão Luis Carlos Prestes e durante 2 anos e 25 mil km percorreram o interior do Brasil combatendo forças do governo (através de guerrilha, ações surpresa e camuflada), defendendo seus ideais. 1925 dC – Stalin assume o poder na Rússia, centralizando o poder, priorizando a produção de máquinas e não de bens de consumo, estatizou propriedades rurais, supressão dos direitos, como greves. 1930 dC – Revolução de 1930: o presidente Washington Luís se negou a apoiar um mineiro para sua sucessão e ajudar aos cafeicultores diante de problemas econômicos gerados pela quebra de bancos e bolsa de valores nos Estados Unidos. Os inconformados (Os partidos republicanos de minas, RS e da Paraíba e o partido libertador gaúcho e o partido democrático de SP), a Aliança Liberal, passaram a apoiar à presidência Getúlio Vargas (ex-ministro fazenda de Wash. Luís) e João Pessoa, governador paraibano, cujo programa visava a classe média e, um pouco, à classe

operária. Na eleição, ganhou o candidato Júlio Prestes (governador de SP) apoiado por Wash. Luís. Com o assassinato do vice de Getúlio (por motivos passionais, não políticos), irrompeu a revolução de 1930, que depôs Washington Luís, substituído por uma junta provisória que cedeu o poder a Getúlio Vargas, que aboliu a Constituição de 1891, centralizou o poder na União e não nos estados, depondo governadores e indicando interventores. Apesar disto, em São Paulo ocorreu a Revolução Constitucionalista, liderada pela elite paulista, afastada do poder, e por oficiais do exército que se recusaram a aderir a Getúlio e foram rebaixados. Em relação aos produtores de café, principal produto exportador, passou a queimar estoques (no total: cerca de 3 anos de consumo) para manter um preço lucrativo aos cafeicultores. Entre as reformas sociais de Getúlio Vargas, destacam-se: a criação do Ministério da Educação e Saúde, o aumento de 6 para 7 anos no ensino secundário, dividido em ginásio, 5 anos, uma formação humanista e o científico, de dois anos, para preparar o aluno para a faculdade, a Legislação trabalhista (a CLT), dando regras ao trabalho para mulheres e crianças, jornada de 8 horas,, descanso semanal remunerado, direito a férias e à aposentadoria, mas, também, controlando a organização sindical, que só funcionariam com autorização do governo. Getúlio era apresentado como o “pai dos pobres”, cujos direitos tinham sido dados por ele, não conquistados pelo povo. Houve a aprovação do Código Eleitoral: com a criação da Justiça Eleitoral, o voto secreto, redução de 21 para 18 a idade mínima do eleitor, direito de voto feminino e convocação para maio de 1933 de uma Assembléia Constituinte. Em 1934, os constituintes elegeram Getúlio Vargas presidente do Brasil. Neste período havia dois grandes grupos políticos: Ação Integradora Brasileira (AIB) de direita (conservadora, fascista, cujo lema era “Deus, Pátria e Família”) e a Aliança Nacional Libertadora (ANL), de esquerda, cujo presidente de honra era Luís Carlos Prestes (líder da Coluna Prestes), que propunha não pagamento da dívida externa, nacionalização de empresas estrangeiras e reforma agrária, que Getúlio, mais tarde, declarou ilegal, o que provocou insurreições militares para tomar o poder e instalar o comunismo (chamadas de Intentona Comunista). Em 1937, Vargas recebeu um documento (Plano Cohen) que planejava tomar o poder e aproveitou para permanecer na presidência (iniciava-se a Ditadura Vargas), com fechamento do Congresso, cancelou as eleições (surgia o Estado Novo, que duraria de 1937 a 1945), promulgou uma nova Constituição (a Polaca) inspirada no Fascismo, criou-se o Departamento de imprensa e propaganda (DIP), que fazia censura a jornais, revistas, livros, rádios, criação da Hora do Brasil para que o presidente dirigisse mensagens ao maior número de pessoas, o Instituto do Açúcar e do Álcool, o Departamento Nacional do Café, iniciou a construção da Siderúrgica Nacional, da mineradora Vale do Rio Doce, fábrica de motores e hidrelétrica de São Francisco. Apesar do movimento “Queremos Getúlio” (o queremismo) generais exigem renúncia de Vargas (outubro de 1945). 1930 dC – Alemanha e Itália assinam acordo para combater o comunismo. Em 1931, Japão invade a China e abandona a Liga das Nações. Hitler invadiu a Renânia (entre a França e a Alemanha), anexou a Áustria e em 1938, os Sudetos, na Tchecoslováquia. Mesmo após a Conferência de Monique, Hitler invade a Polônia, contrariando o acordo com a Rússia. 1933 dC – Presidente dos Estados Unidos Franklin Roosevelt pôs em prática um plano para recuperar a economia após queda da bolsa de valores, através da criação de segurosdesempregos, obras públicas. Resultado: 8 mil empregos, 8 mil parques, 1600 escolas, 800 aeroportos, 3300 barragens, 78mil pontes e 1milhão de estradas. 1933 dC – Alemanha tinha uma economia destruída, o partido nazista ampliava seu número de deputados e Hitler é convidado para ser primeiro-ministro. Com a morte, do presidente, ele assume com o título de Führer (chefe), suspende direitos, anula constituição, defende a superioridade dos povos germânicos (arianos) e sua polícia persegue minorias: ciganos, homossexuais, judeus, comunistas. Alcoólatras, doentes mentais e deficientes físicos são internados e esterilizados. 1940 dC – Alemanha invade a França e ataca a Inglaterra (países que haviam lhe declarado guerra), depois, Grécia, Iugoslávia, Albânia, Bulgária, Hungria e Rússia, mas foram impedidos pelo frio (de até 21o C graus negativos) e pela resistência russa. Hitler entrega a Indochina ao Japão. Estados Unidos impôs sanções comerciais (restrições) ao Japão, que atacam a base militar de Pearl Harbor, em dezembro de 1941. 1942 dC – tropas alemãs são derrotadas no norte da África, pelos norte-americanos. Em 1943, russos expulsam alemães de sua Stalingrado e avançaram sobre a capital alemã, Berlim, libertando outros países (Polônia, Romênia, Bulgária, Noruega, Hungria e parte da Tchecoslováquia). No mesmo ano, os EUA ocupam a Sicília e Mussolini é deposto.

1943 dC – Em 6 de junho de 1944, ocorre o dia D, quando 3 milhões de soldados angloamericanos, 5 mil aviões, 6400 navios, desembarcam na Normandia, litoral francês. Em julho de 1944, o Brasil envia a Força Expedicionária Brasileira (FEB) à Itália, que teve papel importante na tomada do Monte Castelo, além de pilotos da FAB. Em 26 de agosto, entram em Paris. Em abril de 1945, Berlim é tomada pelos soviéticos e Hitler, sua esposa, generais e familiares se suicidam. EUA lançam bombas atômicas sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, matando instantaneamente 200 mil pessoas. Estados Unidos e Rússia consolidam-se como as duas maiores potências do planeta, influenciando os países vizinhos, dando origem à “Guerra Fria” (Total de mortes na 2a guerra mundial: 50 milhões). 1945 dC – com a renúncia de Getúlio em outubro, são convocadas eleições para dezembro. São candidatos: o brigadeiro Eduardo Gomes (sobrevivente do 18 de forte) pelo partido da UDN (união democrática nacional) e o general Eurico Gaspar Dutra (ex-ministro da guerra de Getúlio), pelo PSD, partido social democrático, este último eleito com apoio de Getúlio. Nova Constituição, a 5a do Brasil, ficou pronta em 1946, que manteve a proibição do voto aos analfabetos. Eurico Dutra, favorável à entrada de capital estrangeiro, entregou à iniciativa privada a tarefa de desenvolver o país (liberalismo), estimulando a importação mesmo de produtos já produzidos aqui, esgotando nossas reservas de dinheiro. Efeitos: aumento da inflação e do desemprego. 1947 dC – descobertos no Mar morto (Palestina) manuscritos com evangelhos apócrifos, ausentes da Bíblia, entre os quais dos apóstolos Maria Madalena, Judas Escariotes. 1947 dC – A ONU, organização das nações unidas dividiu a Palestina em dois Estados: um para os judeus e outro para os árabes-palestinos. Em 1948, Egito, Iraque, Líbano, Síria e Jordânia entram em guerra contra Israel que, vitorioso, anexa terras palestinas, cujo povo reage com guerrilha e atos terroristas. 1950 dC – Guerra das Coréias divididas em comunista e capitalista após a 2a guerra mundial. Antes, em 1945, comunistas declaram independência do Vietnã (parte da antiga Indochina), controlada pelos franceses, derrotados. Como os EUA não concordaram com eleições que unificariam o Vietnã do Norte ao do Sul, os vietcongues comunistas do norte invadiram o sul, vencendo a guerra. 1950 dC – com 48% dos votos, é eleito Getúlio Vargas, retornando à economia o intervencionismo governamental. Em 1952, Getúlio criou o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE), a Petrobrás, diante de greves (ele e seu ministro do trabalho João Goulart) aumentaram em 100% salário mínimo, o que gerou reações de empresários e militares, incluindo Carlos Lacerda, deputado e jornalista, que acusou Getúlio de corrupção. Em 1954, Lacerda sofre um atentado e a investigação leva até o guarda-costas de Getúlio. Parlamentares da UDN exigem renúncia e Vargas se suicida; em sua carta escreveu “Mais uma vez as forças... contra o povo coordenam-se ... e se desencadeiam sobre mim. Não me acusam, insultam... Cada gota de meu sangue será uma chama imortal de vossa consciência... Dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar para na história”. Em 1955, o vice de Getúlio, Café Filho, assume e convoca eleições, vencidas por Juscelino Kubitschek. Houve rumores que Carlos Lacerda daria um golpe e tomaria o poder, o que fez o general Henrique Lott ocupar a capital, Rio de Janeiro, com tanques de guerra. JK, no poder, propôs seu Plano de Metas, fazer em 5 anos o que não se fez em 50 anos, nas áreas de energia (usinas hidrelétricas), transporte (20mil km de estradas, apoio à indústria automobilística) e indústrias de base (siderúrgicas e naval), além da construção e transferência da capital para Brasília. O PIB (riqueza interna) crescia a 7% ao ano, período (chamado de anos dourados) que favoreceu a classe média a consumir. Porém, a dívida externa e o déficit nas contas públicas cresceram, o governo emitiu moeda e gerou inflação de 40% ao ano. Investimentos baixos em educação e alimentação, acentuaram desigualdade social e migração do nordeste para o sudeste do Brasil. Surgem as Ligas Camponesas, que defendiam a reforma agrária. Insatisfeitos com JK, Henrique Lott perde as eleições para Jânio Quadros (UDN), tendo como vice, João Goulart (vice da chapa de Lott).Jânio prometia “varrer a corrupção para longe do Brasil”. No poder, Jânio governou de forma independente, proibiu brigas de galo, Maiôs cavados, desvalorizou a moeda, congelou os salários, condecorou Che Guevara. Com ampla oposição do Congresso a seus projetos, sete meses depois da posse Jânio renuncia, esperando, segundo historiadores, que os deputados e militares conservadores não aceitassem sua renúncia para que o vice João Goulart não assumisse, voltando, assim, mais forte. Mas, o congresso aceitou sua renúncia. O alto comando das forças armadas tentaram impedir a posse e o governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, apoiado pelo general do 3o Exército, convocou uma campanha para resistir ao golpe. Para evitar uma guerra civil, o congresso instituiu o parlamentarismo, enquanto o

país vivia insatisfação social e política. Em 1963, um plebiscito restaurou o presidencialismo e João Goulart propôs Reformas de Base, como a agrária, o direito de voto aos analfabetos, a nacionalização de empresas de serviços públicos e o imposto progressivo (maior renda, maior o imposto). Com temor de que Goulart instituísse o comunismo no Brasil, militares, religiosos, empresários. Enquanto 150 mil foram ao comício de Goulart, 500mil foram à marcha da “Família com Deus pela liberdade”, apoio que levou à derrubada do presidente. 1956 dC – o advogado Fidel Castro lidera um grupo de pessoas e toma, na segunda tentativa, Havana (capital da ilha cubana), exportadora de açúcar e dependente dos Estados Unidos, instituindo o socialismo. 1964 dC – Assumia o poder apoiados pelos EUA, pelos governadores da Guanabara, Carlos Lacerda, de MG e de São Paulo (Início da ditadura militar), uma Junta Militar que instituiria o Ato Institucional número 1 (AI-1), estabelecendo eleições indiretas, direito de instituir Estado de Sítio sem aprovação prévia do Congresso, suspendeu estabilidade dos funcionários públicos, autorizou governo a cassar mandatos parlamentares (entre eles: Brizola, João Goulart, Jânio Quadros, Carlos Lacerda). Dois dias depois, o general Castelo Branco é eleito por votação indireta. Para conter a taxa de 100% de inflação, há corte de gastos públicos, aumento de impostos e taxas de serviços públicos, promovendo um arrocho salarial sobre os menores salários e aumentou concentração de renda entre os mais ricos, o que provocou insatisfação e a eleição de 5 de 11 governadores de oposição. Em resposta a militares que exigiam medidas repressivas, assina-se o Ato Institucionalnúmero 2 que extinguiu os partidos e em lugar apenas 2: Arena (aliança renovadora nacional) e MDB (movimento democrático brasileiro). Em 1966, promulgado o Ato Institucional- número 3, que estabeleceu eleições indiretas para governadores e prefeitos, indicados pelo presidente, cerceamento da imprensa e fechamento do Congresso nacional. Em 1967, o Ato Institucionalnúmero 4, reabriu o Congresso e aprovou nova Constituição, ampliando os poderes do governo. Foi eleito o general Costa e Silva, linha dura. Setores como a igreja, estudantes, artistas e políticos como Lacerda que antes apoiaram a ditadura, formaram com João Goulart a Frente Ampla para protestar, sendo sufocada meses depois. Protestos se intensificaram como o que reuniu 50 mil pessoas no enterro de um estudante que protestava pela qualidade da comida em uma Universidade; outras 100mil saíram às ruas contra a ditadura. Efeito: Ato Institucional- número 5: fechou Congresso, suspendeu Hábeas Corpus para crimes políticos e aumentou a censura. Um “golpe dentro do golpe”, com milhares de pessoas perseguidas que foram exiladas em países e outras foram presas, torturadas (amarrados homens e mulheres em paus-de-arara recebiam choques-elétricos nos órgãos sexuais e nos dedos do pé) e mortas. Surgiram grupos de guerrilheiros, que assaltavam bancos para arrecadar fundos para suas ações, seqüestravam diplomatas estrangeiros em troca de presos políticos, como o capitão Carlos Lamarca que desertou, levando 63 fuzis e 3 submetralhadoras, aderindo à luta da resistência à ditadura. 1968 dC – general Médici assume o poder, período chamado de “anos de chumbo”, que desarticulou as guerrilhas de esquerda, além do Serviço Nacional de informações (SNI) para intimidar a esquerda, mas toda a sociedade, criou o DOPS, (departamento de ordem política e social) e o DOI-CODI (Departamento de operações internas e centro de operações de defesa interna), sucessor da “Operação Bandeirante”, para reprimir a guerrilha de esquerda, financiada por empresários, como o banco Mercantil de São Paulo, seguidas da Ford e Volkswagen e da Supergel, fornecedoras de carros e refeições. Período também chamado de “milagre econômico”, com o PIB crescendo 11% ao ano, a partir dos investimentos públicos em obras de infra-estrutura (mais de 70 estatais criadas atuando em telecomunicações, geração de energia, como a hidrelétrica de Itaipu, ponte Rio-Niterói e a rodovia transamazônica, tentativa fracassada de ligar Piauí, Maranhão, Pará e Amazonas ao Peru e Equador), expansão do mercado interno e das exportações, através de empréstimos internacionais, vinda de multinacionais , com créditos fáceis para a classe média, mas que multiplicaram por 3 a divida externa. 1974 dC – Assume a presidência Geisel, representante da linha moderada, prometia uma “abertura lenta, gradual e segura” e devolução do poder aos civis, quando o milagre econômico dava sinais de esgotamento, 80% do petróleo era importado pelo Brasil, que preferiu manter o crescimento industrial e a necessidade daquele óleo, além do aumento das taxas dos empréstimos externos que o país contraiu, resultando crescimento da inflação e da dívida externa. Em 1975, o jornalista Herzog é preso, torturado, embora dissessem ter sido suicídio, depois foi um metalúrgico durante um interrogatório, que levou Geisel a demitir o comandante do II exército, local das torturas e mortes. Em 1977, temendo novas mortes, criou-se o senador biônico, nomeado pelo governo e ocuparia 1/3 do senado, aumentou para 6 anos o mandato presidencial e a representação dos parlamentares do Norte e do Nordeste do Brasil, regiões dominadas pelo partido

do governo, ARENA. No mesmo ano, Geisel impediu a candidatura de Sylvio Frota, da linha dura, e indicou João Batista Figueiredo, eleito indiretamente em 1978 e antes da posse foi revogado o Ato Institucional – 5 e restabelecido o “habeas corpus”. Em 1978, operários, desafiando a proibição de greve, paralisaram, sob a liderança de Luís Inácio Lula da Silva. Uma campanha para anistiar presos e perseguidos políticos ganhou força e em 1979, a lei da Anistia foi aprovada. Houve fim do bipartidarismo (Arena e MDB) e surgiram o PMDB, o PTB, o PDT, o PT e o PTB. A reação dos militares de linha dura foi planejar atentados para abortar a redemocratização: um deles matou o secretário da ordem dos advogados (OAB); houve seqüestro e uma bomba no centro de convenções Riocentro, que explodiram antes do previsto. Em meio a uma crise econômica (aumento da inflação, do petróleo e dos juros internacionais e redução do PIB), cresceu a insatisfação contra o regime militar. Em 1983, organizou-se um comício pelas Diretas Já pela volta das eleições diretas (lei Dante de Oliveira), mas o Congresso a rejeitou. Partidos inconformados lançaram a candidatura de Tancredo Neves contra a de Paulo Maluf (PDS), sendo Tancredo eleito,mas morreu antes da posse. Assumiu o vice José Sarney (ex-Arena, ligado ao regime militar) e para conter a inflação cria uma nova moeda, congelando preços e salários, mas diante do aumento do consumo, o plano cruzado fracassa pois há pouca oferta, os produtos escasseiam e cobra-se preços por fora. 1985 dC – Assume na União soviética, Mikhail Gorbachev, propondo reformas políticas e econômicas, redução dos gastos com a guerra fria, privatizou e fechou empresas públicas. Em 1989, a Iugoslávia executa o ditador e se fragmenta em 6 países: Bósnia, Sérvia, Croácia, Eslovênia, Macedônia e Montenegro. Em 1991, diante da crise econômica na Rússia, um golpe militar contra Gorbachev é frustrada, liderada por Ieltsin, que queria mais reformas e o fim do partido comunista. 1990 dC – é eleito o primeiro presidente do Brasil Collor de Mello, depois de 29 anos de ditadura. Ao assumir, bloqueia parte da poupança dos brasileiros, abriu o mercado aos importados para aumentar a competição e modernizar os produtos nacionais. Houve recessão e, depois, a inflação voltou. Acusado de corrupção passeatas pressionam e ele renuncia para não sofrer “Impeachment”. Assumiu o vice, Itamar Franco, que com seu ministro da Fazenda, o senador Fernando Henrique, criam a URV, uma unidade real de valor, visando converter a moeda antiga, desvalorizada e inflacionada em uma nova, o Real. 1995 dC – Fernado Henrique é eleito presidente, permanecendo por 2 mandatos. 2001 dC – Em setembro, dois aviões pilotados por terroristas sauditas, liderados pelo Osama Bin Laden, são jogados sobre as duas torres Worl Trade Center, em Nova Iorque (EUA). A reação norte americana é enviar tropas para o Afeganistão e o Iraque para combater os guerrilheiros e líderes do Talibã, grupo religioso radical islâmico. 2002 dC – é eleito pela primeira vez presidente um operário, Luís Inácio Lula da Silva.

A partir deste resumo, elaboramos um exercício: Turma: 4313o trimestre Aluno: _______________________________________________________ Ligue com uma reta da primeira à segunda colunas os eventos históricos relacionados: Sigmund Freud

Abertura dos Portos às Nações Amigas (Inglaterra), criação do Banco do Brasil, Imprensa Oficial,

1a guerra mundial

Congresso a rejeitou. Tancredo eleito,mas morreu antes da posse. Assumiu o vice José Sarney 3 milhões de soldados anglo-americanos desembarcam na Normandia, litoral francês, ocupado por Hitler. o governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, apoiado pelo general do 3o Exército, convocou uma campanha para resistir ao golpe. propondo reformas políticas e econômicas, redução dos gastos com a guerra fria, privatizou e fechou empresas públicas.

Revolução de 1930 Dia D Hiroshima e Nagasaki

“Guerra Fria”. Palestina e Israel

Criação da Petrobrás Suicídio de Getúlio Plano de Metas, 50 anos em 5, transferência da capital para Brasília Jânio Quadros Jânio renuncia, o alto comando das forças armadas tentaram impedir a posse do vice João Goulart.... Ato Institucional número 1

general Médici

presidente Geisel comício pelas Diretas Já Mikhail Gorbachev Família real portuguesa vem ao Brasil. trabalhadores ingleses Independência do Brasil Guerras civis ocorridas durante o período regencial no Brasil Guerra do Paraguai Lei do ventre livre Proclamação da república do Brasil. Confederação do Equador, Revolução Pernambucana e

"saio da vida para entrar para na história D.Pedro I, montado em uma mula, com desenteria, pegou as cartas de Portugal e as jogou no chão dizendo: “nada mais quero do governo português e proclamo o Brasil para sempre separado de Portugal”. Arrancou do chapéu o laço azule branco, símbolo lusitano e disse: “pelo meu sangue, pela minha honra, pelo meu Deus, juro fazer a liberdade do Brasil”. Cabanagem, Guerra dos Farrapos, Revolta dos Malês, Revolta da Sabinada, Revolta dos Balaiada Governo de Juscelino Kubitschek, o PIB (riqueza interna) crescia a 7% ao ano (anos dourados) Cria a Psicanálise, método de tratar neuroses, problemas emocionais, através da conversa com o paciente sobre a sua vida, interpretação de seus sonhos e desejos inconscientes. Filhos de escravos nasceriam livres Movimentos emancipacionistas, lutavam pela Proclamação da República, circulavam idéias em quartéis e lojas maçônicas, entre o clero e os proprietários rurais. Inspirados na Revolução Francesa. Causas: opressão da monarquia, descontentamento dos fazendeiros do Café pela libertação dos escravos, soldos baixos dos militares vindos da Guerra do Paraguai e crise econômica. Argentina, o Brasil e o Uruguai contra os planos militares do ditador Solano Lopes ou manipulação da Inglaterra ameaçada pelo desenvolvimento econômico paraguaio? eleito Getúlio Vargas, retorna à economia o intervencionismo governamental linha moderada, prometia uma “abertura lenta, gradual e segura. o jornalista Herzog é preso, torturado e morto. Trabalhavam de 12 a 18 horas/ dia, 2/3 eram crianças. A ONU, organização das nações unidas dividiu a Palestina em dois Estados: um para os judeus e outro para os árabes-palestinos. Estados Unidos e Rússia consolidam-se como as duas maiores potências do planeta Junta Militar estabelece eleições indiretas, direito de instituir Estado de Sítio, autorizou governo a cassar mandatos. parlamentares Com o assassinato do vice de Getúlio, revolução depôs Washington Luís. Destaca-se a Legislação trabalhista (CLT). Nova Constituição (a Polaca) inspirada no Fascismo EUA lançam bombas atômicas sobre as cidades japonesas matando 200 mil milagre econômico, PIB crescendo 11% ao ano, a partir dos investimentos públicos em obras de infraestrutura “varrer a corrupção para longe do Brasil” herdeiro do trono Austro-Húngaro é assassinado.

Inconfidência Mineira

EIS AS RESPOSTAS: Sigmund Freud

1a guerra mundial Revolução de 1930

Dia D Hiroshima e Nagasaki “Guerra Fria”. Palestina e Israel Criação da Petrobrás Suicídio de Getúlio Plano de Metas, 50 anos em 5, transferência da capital para Brasília Jânio Quadros Jânio renuncia, o alto comando das forças armadas tentaram impedir a posse do vice João Goulart.... Ato Institucional número 1 general Médici presidente Geisel comício pelas Diretas Já Mikhail Gorbachev Família real portuguesa vem ao Brasil. trabalhadores ingleses Independência do Brasil

Cria a Psicanálise, método de tratar neuroses, problemas emocionais, através da conversa com o paciente sobre a sua vida, interpretação de seus sonhos e desejos inconscientes. herdeiro do trono Austro-Húngaro é assassinado. Com o assassinato do vice de Getúlio, revolução depôs Washington Luís. Destaca-se a Legislação trabalhista (CLT). Nova Constituição (a Polaca) inspirada no Fascismo 3 milhões de soldados anglo-americanos desembarcam na Normandia, litoral francês, ocupado por Hitler. EUA lançam bombas atômicas sobre as cidades japonesas matando 200 mil Estados Unidos e Rússia consolidam-se como as duas maiores potências do planeta A ONU, organização das nações unidas dividiu a Palestina em dois Estados: um para os judeus e outro para os árabes-palestinos. eleito Getúlio Vargas, retorna à economia o intervencionismo governamental "saio da vida para entrar para na história Governo de Juscelino Kubitschek, o PIB (riqueza interna) crescia a 7% ao ano (anos dourados) “varrer a corrupção para longe do Brasil” o governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, apoiado pelo general do 3o Exército, convocou uma campanha para resistir ao golpe. Junta Militar estabelece eleições indiretas, direito de instituir Estado de Sítio, autorizou governo a cassar mandatos. parlamentares milagre econômico, PIB crescendo 11% ao ano, a partir dos investimentos públicos em obras de infraestrutura linha moderada, prometia uma “abertura lenta, gradual e segura. o jornalista Herzog é preso, torturado e morto. Congresso a rejeitou. Tancredo eleito,mas morreu antes da posse. Assumiu o vice José Sarney propondo reformas políticas e econômicas, redução dos gastos com a guerra fria, privatizou e fechou empresas públicas. Abertura dos Portos às Nações Amigas (Inglaterra), criação do Banco do Brasil, Imprensa Oficial, Trabalhavam de 12 a 18 horas/ dia, 2/3 eram crianças. D.Pedro I, montado em uma mula, com desenteria, pegou as cartas de Portugal e as jogou no chão dizendo: “nada mais quero do governo português e proclamo o Brasil para sempre separado de Portugal”. Arrancou do chapéu o laço azule branco, símbolo lusitano e disse: “pelo meu sangue, pela minha honra, pelo meu Deus, juro fazer a liberdade

Guerras civis ocorridas durante o período regencial no Brasil Guerra do Paraguai

Lei do ventre livre

do Brasil”. Cabanagem, Guerra dos Farrapos, Revolta dos Malês, Revolta da Sabinada, Revolta dos Balaiada Argentina, o Brasil e o Uruguai contra os planos militares do ditador Solano Lopes ou manipulação da Inglaterra ameaçada pelo desenvolvimento econômico paraguaio? Filhos de escravos nasceriam livres

Proclamação da república do Brasil.

Causas: opressão da monarquia, descontentamento dos fazendeiros do Café pela libertação dos escravos, soldos baixos dos militares vindos da Guerra do Paraguai e crise econômica.

Confederação do Equador, Revolução Pernambucana e Inconfidência Mineira

Movimentos emancipacionistas, lutavam pela Proclamação da República, circulavam idéias em quartéis e lojas maçônicas, entre o clero e os proprietários rurais. Inspirados na Revolução Francesa.

NOTA: Alguns conselhos a professores que como eu tem dificuldades de dar aulas expositivas e que em lugar delas, apresenta um resumo dos fatos históricos acompanhado de um exercício valendo nota: em geral, os alunos copiam as respostas de uns poucos colegas deles que leram o texto. Nosso conselho é que peçam que os alunos façam a leitura, cobre deles, por exemplo, através de perguntas sobre o texto e, só depois, apresente-lhes um exercício escrito.

Quinquagésima quinta e sexta aulas: Apresentamos um vídeo – “Prelúdio de uma guerra” – para representar o século XX. Decepcionamo-nos um pouco pelas imagens em preto e branco (originais da época, evidente, reunidos pelo departamento de comunicação do exército norte-americano), mas os próprios gráficos também estavam sem cores, o que é ruim para manter alunos atentos. Levantei algumas questões: - de um lado, o mundo livre, a democracia, a pluralidade de opiniões e, de outro, a ditadura, a opressão, a voz única. Ok, mas se lembrarmos Will Durant, que disse que a democracia é ilusória e que na verdade ela é um pano de fundo de empresas e empresários que manipulam as eleições quando investem milhões em candidatos a presidente da república, como fica este dualismo bem versus mal? - gostei muito quando no início foram apresentados líderes daquele mundo livre, cujos exemplos não se limitaram a líderes ianques, mas, também, Garibaldi (líder da revolução farroupilha no sul do Brasil e da unificação italiana) e Simon Bolívar, que pregava a unificação dos países latinos, embora não seja propriamente defensor da liberdade, mas sim, da independência das colônias espanholas. - quando o vídeo critica que os governos fascistas e nazistas perseguiam seus opositores, matandoos, fiz questão de lembrar que a agência CIA, também, faz isso, embora se trate de pessoas de outras nações, até onde se sabe. - lembrei, ainda, que Hitler e sua teoria do mais forte e da raça pura não é uma manifestação isolada. Charles Darwin, o pai da teoria da seleção das espécies, questionava por que a humanidade auxilia os mais fracos e aceita que se reproduzam, pois, isto, escreveu ele, enfraqueceria toda a espécie! - destaquei que o argumento da falta de território e de matérias-primas não faz sentido, pois, os governos alemão, por exemplo, estimulava a procriação de seu povo antevendo a necessidade de pessoas para ocuparem os novos territórios conquistados e gastaram US$80 bilhões, segundo o documentário em armas para a guerra, dinheiro que poderia ser investido nas necessidades do povo. - por fim, observamos uma informação do vídeo: de que objetivo final dos ditadores era a conquista do mundo todo, alcançando os Estados Unidos e o Brasil.

Um outro vídeo que simboliza o século XXI é o Tempos modernos, de Charles Chaplin. Nele vemos as fábricas, a rotina enlouquecedora ou, pelo menos, condicionadora do comportamento repetitivo. Há a vida marginalizada dos que nem empregos tem, há a aparição do movimento sindical até o momento em que, no final do filme, os personagens principais, resolvem deixar a cidade, questão interessante pois as cidades são o lugar para onde migram milhões de pessoas, expulsas pela mecanização das lavouras ou desiludidas com a vida miserável que levam no campo.

Quinquagésima sétima a Sexagéssima aulas: Nestas quatro e, últimas, aulas faremos conjuntamente testes preparatórios para o exame chamado de ENEM, que dá pontos a alunos que desejam ser selecionados em universidades. Para esta aula, pegaremos emprestado o “datashow”, um computador e um projetor de imagens para projetar as questões na parede e se tornar um meio mais agradável para trabalhar questão por questão tal como são apresentadas nas provas anteriores e nas próximas. Aliás, houve um adiamento das provas do ENEM porque a prova que o ministério da educação ia aplicar acabou tendo uma cópia roubada, mas isto foi bom, porque pudemos disponibilizar quatro aulas para preparar os alunos, pelo menos em relação às questões de história, filosofia, sociologia [FIM].

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