Patologias 0

  • Uploaded by: Ganderlan
  • 0
  • 0
  • May 2020
  • PDF

This document was uploaded by user and they confirmed that they have the permission to share it. If you are author or own the copyright of this book, please report to us by using this DMCA report form. Report DMCA


Overview

Download & View Patologias 0 as PDF for free.

More details

  • Words: 11,269
  • Pages: 29
EPUSP/PCC/CPqDCC GRUPO DE ENSINO PESQUISA E EXTENSÃO EM TECNOLOGIA E GESTÃO DA PRODUÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVL GEPE-TGP ³7HFQRORJLD&RQVWUXWLYD5DFLRQDOL]DGDSDUD3URGXomRGH 5HYHVWLPHQWRV9HUWLFDLV´

NOTAS DE AULA: patologias em revestimentos verticais Barros, Mercia Maria Bottura Taniguti, Eliana Kimie Ruiz, Luciana Beltrati Sabbatini, Fernando Henrique

SETEMBRO/97

1

,1752'8d­2 Um problema patológico pode ser entendido como uma situação em que o edifício ou uma sua parte, num determinado instante da sua vida útil, não apresenta o desempenho previsto. O problema é identificado de modo geral a partir das manifestações ou sintomas patológicos que se traduzem por modificações estruturais e ou funcionais no edifício ou na parte afetada, representando os sinais de aviso dos defeitos surgidos. As manifestações, uma vez conhecidas e corretamente interpretadas, podem conduzir ao entendimento do problema, possibilitando a sua resolução a partir de uma intervenção, cujo nível estará vinculado, principalmente, à relação entre o desempenho estabelecido para o produto e o desempenho constatado. Objetivando-se uma ação sistêmica frente aos problemas patológicos passíveis de ocorrerem com os revestimentos verticais, propõe-se, no presente trabalho, uma metodologia de abordagem dos mesmos, a partir da qual, os profissionais da área poderão organizar um conjunto de passos e etapas a serem seguidos a fim de identificarem as possíveis causas que levaram à sua ocorrência, buscando assim, evitar problemas em futuros empreendimentos. Além da proposição desta metodologia, serão apresentadas, também, as manifestações mais comuns nos revestimentos verticais e as principais causas que possam tê-las originado, buscando-se, com isso, fornecer os subsídios necessários para que os técnicos envolvidos com o assunto possam avaliar o projeto de revestimento, as especificações para sua execução, bem como, efetuar o acompanhamento em obra, de modo a evitar futuros problemas com esses revestimentos. 0(72'2/2*,$'($%25'$*(0'26352%/(0$63$72/Ï*,&26 Para uma melhor compreensão dos problemas patológicos ocorridos com os revestimentos e uniformidade de atuação frente às possíveis soluções, propõe-se empregar uma metodologia de ação, baseada no trabalho de LICHTENSTEIN [1985], que pode ser desenvolvida ou adaptada para cada situação específica, sendo as etapas propostas, discutidas a seguir e ilustradas na figura 2.1. /HYDQWDPHQWRGH6XEVtGLRV Esta etapa fundamenta-se na obtenção das informações necessárias para que se possa compreender o problema ocorrido. Sua estruturação ocorre a partir da elaboração de um quadro geral das manifestações presentes, onde devem ser devidamente relatadas as evidências que provocaram a queda no desempenho do revestimento. As informações podem ser obtidas por meio de quatro fontes básicas: vistoria do local; levantamento do histórico do problema e do edifício (anamnese do caso), exames complementares e pesquisa (bibliográfica, tecnológica e científica), discutidas a seguir.

2

352%/(0$3$72/Ï*,&2

Vistoria do local

1

epossível diagnosticar?

Exames Complementares

Anamnese epossível diagnosticar?

1

DIAGNÓSTICO

epossível diagnosticar?

Œ Œ Œ

Pesquisa

1

1

25,*(16 CAUSAS MECANISMOS

2

$/7(51$7,9$6,17(59(1d­2

PROGNÓSTICO

DEFINIÇÃO DA CONDUTA 1mRLQWHUYLU

3

intervir GHVFRQKHFLGD

TERAPIA

3(648,6$

SELEÇÃO DOS0$7(5,$,6 (;(&8d­2

,16$7,6)$7Ï5,$

$9$/,$d­2 5(*,6752'2&$62 )LJXUD Fluxograma para diagnóstico de patologias [LICHTENSTEIN, 1985].

3

9LVWRULDGRORFDO A vistoria do local pode se dar a partir da insatisfação do usuário com o desempenho do revestimento, acionando um profissional com o intuito de solucionar o problema ou pode decorrer de um programa rotineiro de manutenção, onde através de uma inspeção constatase a existência de um problema patológico. A vistoria, em um ou outro caso, deve seguir alguns passos específicos para que se possa chegar a uma conclusão objetiva. Neste sentido, propõe-se a seguir, um procedimento básico para a realização da vistoria do local. É evidente que se trata apenas de um direcionamento das atividades, sendo recomendada uma postura de contínua adaptação ao longo das experiências que forem sendo adquiridas. D 'HWHUPLQDomRGDH[LVWrQFLDHGDJUDYLGDGHGRSUREOHPDSDWROyJLFR A constatação de um problema patológico deve ser feita a partir da comparação, em geral qualitativa, entre o desempenho exigido para o revestimento e o efetivamente encontrado. Na maioria dos casos é possível uma verificação imediata da existência ou não do problema. Em determinadas situações, os sintomas a serem reconhecidos podem não provocar uma deterioração aparente dos materiais, como é o caso das fissuras em revestimentos de fachada, por exemplo, que, apesar de não apresentar uma questão de perigo iminente para o revestimento, ou seja, de ruína, devem ser corretamente constatadas e verificadas suas causas. Nos casos em que sejam constatados problemas significativos quanto à integridade do revestimento, devem ser tomadas as providências cabíveis para evitar riscos desnecessários. Tais providências podem ser, por exemplo, o isolamento do local ou da área do edifício, a fim de que a vistoria possa ser realizada sem colocar em risco a segurança humana. E 'HILQLomRGDH[WHQVmRHGRDOFDQFHGRSUREOHPD Uma vez determinada a existência e a gravidade do problema, é necessário observar se o mesmo é localizado ou generalizado. Caso seja localizado, será possível identificá-lo e resolvê-lo, limitando-se apenas a uma determinada parte da edificação. Por outro lado, se for generalizado, dever ser adotada uma postura de investigação no sentido de que seja vistoriado todo o edifício, sem que se incorra em possíveis esquecimentos ou repetição de atividades. Assim, propõe-se que seja estabelecido um roteiro de investigação, como por exemplo, o apresentado a seguir. • o exame deve começar pela parte superior do edifício, continuando em direção ao térreo e/ou subsolos; • cada ambiente de interesse, em todos os pavimentos, deve ser vistoriado obedecendo um caminhamento previamente estabelecido (sentido horário ou anti-horário); • deve-se realizar uma inspeção aos edifícios circunvizinhos, verificando-se as suas condições; • após a inspeção no interior do edifício, deve-se realizar o exame do exterior, se necessário, partindo-se de procedimentos análogos;

4

• buscar realizar um levantamento de dados gerais sobre a área em questão, como por exemplo, a identificação das características climáticas, a incidência de chuvas, a existência e nível do lençol freático e outros elementos que forem passíveis de serem registrados. Nesta fase, o profissional envolvido deve utilizar como instrumentos de trabalho a sua experiência profissional, os sentidos humanos e as ferramentas disponíveis como por exemplo nível de mangueira; fio de prumo; nível de mão; régua; metro; esquadro; termômetro de contato; lupa; sacos plásticos; espátulas; prancheta; papéis para desenho e anotações; máquina fotográfica, etc., que devem ser reunidos em uma maleta, por exemplo, de forma a ficarem organizados e a facilitar a sua movimentação. F 5HJLVWURGRVUHVXOWDGRV Deve ser realizado de modo a estruturar as observações feitas, permitindo formular o diagnóstico do problema. Assim, os resultados obtidos devem ser documentados a partir de uma ordem cronológica de acontecimentos utilizando para tal FURTXLV e ou indicações sem projetos (quando existirem) ou mesmo em simples desenhos somados às observações escritas e às fotografias realizadas. $QDPQHVHGRFDVR OHYDQWDPHQWRGRKLVWyULFR Essa fase somente será desenvolvida quando for constatada a escassez de subsídios para diagnosticar o problema na fase de vistoria do local. A anamnese, palavra de origem grega que significa recordar, deve ser entendida como uma ação capaz de levantar o histórico do edifício, envolvendo todas as atividades realizadas durante o seu processo de produção que, de alguma maneira, possam ter contribuído para o surgimento do problema. A obtenção das informações sobre as atividades desenvolvidas são provenientes basicamente de duas fontes: investigação com pessoas envolvidas com o empreendimento e análise de documentos fornecidos. D ,QYHVWLJDomRFRPSHVVRDVHQYROYLGDVFRPRHPSUHHQGLPHQWR Dependendo da fase em que se encontra o empreendimento, pode-se entrevistar um universo variável de profissionais envolvidos, entre os quais destacam-se: operários da obra; fabricantes e fornecedores de materiais; construtores; projetistas; promotor do empreendimento; vizinhos; usuários; entre outros. A entrevista pode variar em função de caso a caso; porém, algumas perguntas que geralmente se repetem são apresentadas a seguir: • quando foram constatados os sintomas pela primeira vez e de que forma?; • os problemas foram objeto de intervenção anterior? Se sim, quais as intervenções realizadas e quais os resultados obtidos?; • no decorrer da construção foram feitas modificações no projeto, nos procedimentos de execução ou na especificação de materiais?;

5

• foram tomados os cuidados necessários quanto à manutenção e limpeza ou aconteceram fatos não previstos?; • quando o usuário notou pela primeira vez o problema e quando resolveu intervir?; • haveria possibilidade de se recordar de algum fato que esteja ligado ao aparecimento do problema?; • ocorrem episódios de reaparecimento dos sintomas ou de agravamento dos mesmos?; • as alterações ocorridas com as condições climáticas, mudam as características dos problemas? As informações decorrentes dessa etapa são muito valiosas para a avaliação do problema; entretanto, devem ser consideradas com muito cuidado pois estas podem retratar uma realidade parcial, pois quase sempre existem interesses contraditórios em jogo ou ainda, o informante pode não ter percebido o problema, tão logo tenha ocorrido, dando uma idéia equivocada do período de ocorrência, além de que fatos importantes podem ter sido omitidos por falhas de memória. E $QiOLVHGHGRFXPHQWRVIRUQHFLGRV Como anteriormente colocado, as informações obtidas das entrevistas podem não fornecer um quadro suficientemente amplo e confiável para o estabelecimento da anamnese do caso. Se isto ocorrer, pode-se utilizar como fonte complementar os documentos produzidos durante a realização da obra e no período de utilização do edifício. Na prática, sabe-se que os documentos produzidos no decorrer da obra quase sempre se encontram desatualizados e incompletos, pois não se disseminou amplamente a sua necessidade e a sua importância. No entanto, podem ser encontrados, em algumas obras, documentos que devem ser investigados, como por exemplo: diário de obra; registro de ensaios para recebimento de materiais e componentes; notas fiscais de materiais e equipamentos; contratos para execução dos serviços; cronograma físico-financeiro previsto e executado; entre outros. Os documentos relativos à fase de uso do edifício são ainda mais escassos, exceto para os edifícios em que existe um programa de manutenção, os quais, no entanto, são poucos ainda, pois não há uma conscientização sobre essa necessidade. F 5HJLVWURGRVUHVXOWDGRV O levantamento histórico da edificação, de modo geral, tem documentação muito esporádica e ineficiente, uma vez que essa atividade não é sistematizada. As respostas obtidas verbalmente, por sua vez, não são diretamente conclusivas. Contudo, todas as informações aqui conseguidas devem ser cuidadosamente consideradas, compiladas, utilizadas para a formulação do diagnóstico e, posteriormente, arquivadas. Para que seja estabelecido o diagnóstico nessa fase, faz-se necessária uma reavaliação e confrontação dos registros cadastrados na fase de vistoria do local, com aqueles aqui obtidos.

6

([DPHVFRPSOHPHQWDUHV Considerável parte dos problemas patológicos que ocorrem nos revestimentos verticais apresenta sintomas bem característicos, possibilitando a formulação do diagnóstico com a realização das etapas anteriores. Entretanto, quando isto não for possível, poderão ser realizados exames complementares que devem ser direcionados e ou solicitados, a partir de uma avaliação real de suas necessidades e dos resultados obtidos até então. Estes exames podem ser de duas naturezas: ensaios em laboratório ou no local. D (QVDLRVODERUDWRULDLV Ensaiar e analisar o material significa determinar os valores de propriedades que sejam relevantes a seu uso. No caso dos revestimentos verticais para aplicação em vedações verticais, podem ser determinadas as características de porosidade, coeficiente de dilatação, resistência de aderência, resistência a ataques químicos, etc., em função de determinada aplicação ou ainda do problema detectado (descolamento, esfarelamento, etc.). Também podem ser ensaiadas as argamassas empregadas, principalmente no que se refere ao seu tempo de vida útil, trabalhabilidade, capacidade de absorver deformações, resistência à compressão, entre outras. Os ensaios laboratoriais, na maioria das vezes, servem para avaliar determinadas amostras, coletadas com o objetivo de quantificar e qualificar o comportamento físico-químico dos materiais, procurando reproduzir as condições de exposição a que estão submetidos quando do seu emprego no edifício. Cabe ressaltar que, nesta fase, o mais importante será o conhecimento que o profissional possui para prescrever os ensaios adequados para cada caso, sendo imprescindível a experiência adquirida frente a problemas já solucionados, pois os ensaios de forma geral, atingem um elevado custo e muitas vezes são demorados. E (QVDLRVQRORFDO Estes ensaios caracterizam-se por serem realizados na própria obra a partir de equipamentos específicos, podendo ser de natureza destrutiva ou não destrutiva em função das características a serem avaliadas. Em geral, seu campo de amostragem constitui-se de corpos de provas pertencentes a partes danificadas e outras que não apresentem os problemas. Os resultados obtidos de ambas devem ser devidamente avaliados e comparados entre si. Os ensaios mais prováveis de serem realizados nesta etapa são os de verificação da resistência de aderência e da permeabilidade, simulando a incidência de água de molhagem ou de chuva, sobre as superfícies revestidas. 3HVTXLVD Com os resultados dos ensaios devidamente avaliados e tendo-se chegado à conclusão de que não se consegue diagnosticar o problema, tem-se uma última fase que seria a pesquisa bibliográfica, tecnológica e científica. Nesta fase deve-se computar dados a partir do levantamento de informações em textos científicos e ou experimentos em nível de pesquisa tecnológica, buscando encontrar referências análogas à situação em que se encontra.

7

'LDJQyVWLFRGD6LWXDomR Uma vez equacionada a primeira etapa, os estudos devem ser conduzidos para a formulação do diagnóstico do problema, o qual pode ser entendido como o equacionamento do quadro geral da patologia existente. Cabe lembrar, porém, que as patologias constituem um processo dinâmico e assim sendo, as manifestações, numa determinada época, podem apresentar um aspecto completamente distinto que numa outra, estando em constante evolução. Assim, o diagnóstico pressupõe um processo dinâmico que, na realidade, não se inicia somente após a análise dos resultados obtidos no levantamento de subsídios, mas tem início com ele, sendo que todas as informações devem ser interpretadas no sentido de compor progressivamente o quadro de entendimento do problema patológico. De maneira simplificada pode-se dizer que o processo de diagnóstico de um problema patológico pode ser descrito como uma geração de hipóteses efetivas que visam a um esclarecimento das origens, causas e mecanismos de ocorrências que estejam promovendo uma queda no desempenho do revestimento. 'HILQLomRGD&RQGXWD Esta etapa está relacionada a uma avaliação da necessidade ou não de se intervir no problema patológico, referindo-se, portanto, às alternativas de intervenção e à definição da terapia a ser indicada. Para que se possa chegar a uma decisão, a partir do diagnóstico são levantadas as hipóteses de evolução futura do problema, ou seja, realiza-se um prognóstico, que deve ser baseado em dados fornecidos pelo tipo de problema; estágio de desenvolvimento; características gerais do edifício e condições de exposição a que está submetido. Diante da formulação do prognóstico, onde ficarão evidentes as possibilidades de solução do problema patológico, levantam-se as alternativas de intervenção que por sua vez, são feitas levando-se em conta três parâmetros básicos: grau de incerteza sobre os efeitos, relação custo benefício e disponibilidade de tecnologia para execução dos serviços. O grau de incerteza sobre os efeitos relaciona-se diretamente com a incerteza do diagnóstico formulado, pois este está fundamentado em informações e conhecimentos passíveis de erros. A relação custo/benefício, por sua vez, estabelece um confronto dos benefícios que possam ser auferidos na obtenção do desempenho requerido, em relação ao custo de sua recuperação no decorrer do restante da vida útil do edifício. Finalmente, a verificação da disponibilidade de tecnologia para execução dos serviços objetiva realizar um levantamento sobre as condições tecnológicas para a execução dos serviços de intervenção definidos. As condições tecnológicas envolvem a técnica de execução, propriamente dita, os materiais, os equipamentos e a mão-de-obra, necessários à execução dos serviços. Caso seja empregada uma tecnologia incompatível com o problema ou ainda, caso ocorram falhas na realização dos serviços de manutenção, o mesmo pode ser agravado podendo até mesmo tornar-se irreversível.

8

5HJLVWURGR&DVR Equacionado o problema patológico e adotada a conduta, passa-se a confrontação dos efeitos resultantes, com os esperados, gerando uma fonte de informações que retroalimenta o processo de produção do edifício. O registro do caso constitui-se numa fonte importante e segura para consulta, de modo que os problemas detectados, tais como os abordados no item 3, possam ser evitados nos novos empreendimentos. Além disso, servem de subsídios essenciais à eliminação do grau de incerteza do diagnóstico de casos semelhantes, no futuro, e para a definição da conduta de intervenção, possivelmente, mais rápida e mais eficiente.  35,1&,3$,6 2&255Ç1&,$6 ( 25,*(16 '$6 3$72/2*,$6 (0 5(9(67,0(17269(57,&$,6 Os problemas patológicos são manifestados nas edificações devidos a uma série de razões. Isto não é de se estranhar, pois diversos materiais, diferentes técnicas de execução e condições ambientais adversas estão sempre concorrendo para a realização dos empreendimentos. Considerando-se todas as etapas do processo de produção de edifícios, pode-se dizer que a maior parte dos problemas patológicos que ocorrem ao longo de sua vida útil, tem origem principal nas fases de elaboração do projeto e de execução dos serviços propriamente ditos. Os problemas originados na fase de projeto ocorrem, de modo geral, por dois motivos: ou pela inexistência de um projeto específico em que sejam definidas as características do revestimento como um todo, ou seja, da camada de regularização, de fixação e de acabamento ou ainda por erros de concepção durante a elaboração do projeto, pois quando este existe, está limitado aos efeitos arquitetônicos, em que muitas vezes suas diretrizes são dadas independentemente das condições reais de exposição e dos requisitos básicos à sua construção. A não elaboração de um projeto ou mesmo os erros decorrentes de sua concepção são fatos gerados, entre outros motivos, pela ausência de conhecimento tecnológico acerca do assunto; falta de orientação específica para elaboração de projeto e falta de informações acerca do comportamento de obras já construídas. Esses entraves, porém, devem ser vencidos buscando-se o domínio tecnológico desta área, a fim de que os problemas não sejam preconcebidos na fase de projeto. No que se refere à fase de execução dos serviços de revestimento é imprescindível que os técnicos envolvidos com a produção dos mesmos tenham o domínio das corretas técnicas, necessitando conhecerem ainda as possíveis patologias originadas por problemas decorrentes desta fase. Embora se reconheça a dificuldade em se dominar a tecnologia de projeto e de execução dos revestimentos, principalmente em função da falta de disponibilidade de profissionais com formação adequada para enfrentar tal situação, é extremamente necessário que se busque adotar uma metodologia de desenvolvimento do projeto que contemple todos os detalhes executivos; a especificação de materiais compatíveis com as condições de uso; a interação do revestimento com as demais partes do edifício tais como esquadrias, pisos, instalações e a própria vedação, fornecendo assim, os subsídios necessários para um

9

adequado desenvolvimento dos serviços em obra, buscando minimizar ou mesmo eliminar as improvisações e as decisões no momento da execução, diminuindo sensivelmente a probabilidade de ocorrência de problemas futuros. Por serem inúmeros os problemas patológicos passíveis de ocorrerem nos revestimentos verticais de argamassa e cerâmicos, convém adotar uma classificação, para facilitar o estudo dos mesmos. Uma das formas de realizar a classificação é apresentada por SABBATINI [1986], onde as patologias em revestimentos de argamassa são classificadas de acordo com suas origens: • aderência insuficiente; • inadequada capacidade de acomodação plástica (quando endurecida); • deficiente resistência mecânica. Uma outra forma, também proposta por SABBATINI [1997], e que será adotada neste trabalho, classifica as patologias de revestimentos de argamassa de acordo com suas formas de manifestação: • perda de aderência ou desagregação; • fissuras; • manchas; e • outras, as quais pela sua incidência esparsa, não serão abordadas no presente trabalho. 3HUGDGH$GHUrQFLDRX'HVDJUHJDomR A perda de aderência pode ser entendida como um processo em que ocorrem falhas ou ruptura na interface das camadas que constituem o revestimento ou na interface com a base ou substrato, devido às tensões surgidas ultrapassarem a capacidade de aderência das ligações. Segundo BAUER [1997], os descolamentos podem apresentar extensão variável, sendo que a perda de aderência pode ocorrer de diversas maneiras: por empolamento, em placas, ou com pulverulência. No caso de descolamentos por empolamento, esse autor explica que o fenômeno ocorre devido às expansões na argamassa em função da hidratação posterior de óxidos; enquanto o descolamento em placas ocorre quando há deficiência de aderência entre camadas do revestimento ou das mesmas com a base. No caso do descolamento por pulverulência, observam-se desagregação e conseqüente esfarelamento da argamassa ao ser pressionada pelas mãos e a película de tinta destaca-se juntamente com a argamassa que se desagrega com facilidade. CINCOTTO [1986] descreve outros problemas que se desenvolvem na base ao longo do tempo e que também podem afetar o revestimento. É o caso da corrosão da armadura de concreto, a fissuração e expansão do concreto, o acúmulo do produto de corrosão na interface que podem provocar o descolamento do revestimento. As causas mais comuns para o descolamento por empolamento seriam: a cal parcialmente hidratada que, ao se extinguir depois de aplicada, aumenta de volume e pode produzir a

10

expansão, ou cal contendo óxido de magnésio, pois a hidratação desse óxido é muito lenta e caso não tenham sido tomados os devidos cuidados, poderá ocorrer meses após a execução do revestimento, produzindo expansão e empolando o mesmo [BAUER, 1997]. No caso de argamassas mistas (de cimento e cal), o fenômeno da expansão aumenta consideravelmente, sendo devido a causas mecânicas, pois as argamassas contendo cimento Portland são muito mais rígidas e nesse caso a expansão causa desagregação da argamassa; enquanto que em argamassas menos rígidas parte da expansão é passível de acomodação [BAUER, 1996]. No caso de descolamento em placas, as causas mais prováveis, segundo BAUER [1997], seriam: • preparação inadequada da base; • molhagem deficiente da base, comprometendo a hidratação do cimento da argamassa; • ausência de chapisco em certos casos; • chapisco preparado com areia fina; • argamassa com espessura excessiva; • argamassas ricas em cimento; • acabamento superficial inadequado de camada intermediária; • aplicação de camadas de argamassas com resistências inadequadas interpostas. BAUER [1996] afirma que as espessuras excessivas da argamassa, superiores a 2 cm, podem gerar, por retração natural, tensões elevadas de tração entre a base e o chapisco, podendo provocar o seu descolamento. Outro fator gerador de tensões corresponde às grandes variações de temperatura, que podem gerar tensões de cisalhamento na interface argamassa-base, capazes de provocar o descolamento do revestimento. De acordo com esse mesmo autor, nos descolamentos com pulverulência, os sinais mais observados são a desagregação e conseqüente esfarelamento da argamassa ao ser pressionada manualmente. A argamassa torna-se friável, ocorrendo descolamento com puverulência. BAUER [1997] identifica como causa das argamassas friáveis o “proporcionamento inadequado de aglomerante agregado e o excesso de materiais pulverulentos e ou torrões de argila na areia empregada no preparo da argamassa”. Outras causas para o descolamento com pulverulência seriam, segundo esse mesmo autor: • “pintura executada antes de ocorrer a carbonatação da cal da argamassa; • emprego de adições substitutas da cal hidratada, sem propriedades de aglomerante; • hidratação inadequada da fração cimento da argamassa; • argamassa mau proporcionada (pobre em aglomerantes); • argamassa utilizada após prazo de utilização (tempo de pega do cimento); • tempo de estocagem ou estocagem inadequada comprometendo a qualidade da argamassa;

11

• emprego de argamassa contendo cimento e adição de gesso, o que ocasiona uma reação expansiva pela formação de etringita. CINCOTTO [1986] identifica ainda outras causas para a desagregação do revestimento: camada muito espessa; excesso de cal; excesso de finos; aplicação da argamassa em períodos de temperatura elevada; umidade relativa baixa; pintura impermeável aplicada prematuramente. Para esses tipos de patologia, a proposta de tratamento de BAUER [1996] consiste na saturação da argamassa friável com produto líquido que irá penetrar por absorção e capilaridade na argamassa melhorando sua coesão e, conseqüentemente, sua resistência de aderência. Para haver eficiência no tratamento, devem ocorrer concomitantemente as condições: • o produto deve penetrar em toda a espessura da argamassa friável; • o produto deve melhorar a resistência de aderência da argamassa; e • a eficiência do tratamento deve ser avaliada através de ensaios normalizados. BAUER [1997] salienta que estão sendo avaliados para este tratamento adesivos à base de resinas acrílicas, diluídos em água. Para CINCOTTO [1983], no caso de descolamento devido a empolamento e também devido à pulverulência, a recomendação é de renovar a camada que apresenta problemas; enquanto que para o caso de descolamento em placas, essa autora recomenda a renovação do revestimento, através dos seguintes procedimentos: • apicoamento da base; • eliminação da base hidrófuga; • aplicação de chapisco ou outro artifício para melhoria de aderência. Tratando de argamassas exclusivamente à base de cal e no intuito de obter um revestimento com resistência mecânica e aderência satisfatórias, MOLINARI [1958] recomenda alguns cuidados. Segundo esse autor, para se evitar a carbonatação incompleta da cal extintas, é preciso que a superfície do emboço que receberá o reboco esteja plana. Esta operação é de extrema importância, pois as superfícies de emboço com zonas salientes e reentrantes dará espessuras variáveis para o reboco e, rebocos com espessuras maiores que 3 mm tem maior probabilidade de descolamento. BAUER [1996] salienta que o substrato deve fornecer condições para que ocorra a ligação mecânica com o revestimento, de maneira a se garantir adequada aderência, minimizando problemas de descolamento. Conseqüentemente, os aspectos relacionados à limpeza da base devem ser observados, como a eliminação de pó e resíduos e a presença de desmoldantes em substratos de concreto. No caso de revestimentos cerâmicos, especificamente, com relação aos sintomas, segundo SABBATINI; BARROS [1990], pode-se observar, inicialmente, a repercussão de um som "cavo” em alguns componentes, seguido do descolamento dos mesmos, podendo ocorrer, eventualmente, o descolamento imediato.

12

Uma observação não sistemática parece indicar que, em geral, o descolamento acontece depois de passado o primeiro ano da ocupação do edifício, podendo se manifestar através de casos isolados ou em grandes painéis. Parece ocorrer, com maior freqüência, nos primeiros e últimos pavimentos, provavelmente em função do maior nível de solicitação a que estes estão sujeitos. As causas do descolamento dos componentes podem ser diversas sendo uma das mais importantes a instabilidade do suporte, isto é, do conjunto formado pela base (alvenaria e ou estrutura) e pelo substrato (emboço), devido à acomodação do conjunto da construção, à fluência da estrutura de concreto armado e às variações higroscópicas e de temperatura. O ritmo de construção atual tem levado a que a aplicação dos componentes cerâmicos ocorra num estágio da obra em que o suporte foi recentemente executado, apresentando-se ainda muito úmido e, em conseqüência disto, as modificações dimensionais devido à acomodação ou à retração do conjunto não foram desenvolvidas completamente. Além disso, pode-se citar ainda como possíveis causas: o grau de solicitação do revestimento; as características das juntas de assentamento e de movimentação; a ausência de detalhes construtivos (contravergas, juntas de canto de parede etc.) e de especificação dos serviços de execução; a imperícia ou negligência da mão-de-obra; a utilização do adesivo com prazo de validade vencido; a fixação dos componentes cerâmicos após o vencimento do tempo de abertura da argamassa colante e a presença de pulverulência ou de materiais deletérios nas superfícies de contato (base-regularização-componente cerâmico), fatores que nem sempre são observados quando da execução do revestimento. A combinação dos fatores anteriormente citados, com a variação de umidade a que o suporte está sujeito pode produzir a concentração de esforços locais de elevada intensidade de modo que se tenha a perda da aderência dos componentes, quando as tensões ultrapassarem o limite da resistência. É sabido que mesmo os suportes mais antigos ficam sujeitos a variações dimensionais causadas pela reumidificação, principalmente nos locais em que os revestimentos estão sujeitos à vapor d'água. Assim, mesmo para o caso de antigas construções é possível encontrar tais problemas. Ao se identificar o problema, deve-se buscar conhecer as causas que levaram à sua existência, traçando uma estratégia de ação para que se realize o levantamento e a verificação de todas. Pode-se buscar conhecer, inicialmente, o tipo de ruptura ocorrida, verificando-se o estado do verso dos componentes (tardoz) e o estado do substrato, identificando se a ruptura se deu entre a camada de fixação com o componente, desta com o substrato, ou mesmo do próprio substrato. Além destas informações deve-se buscar conhecer as condições em que os componentes foram executados, isto é, tentar levantar as características dos materiais e da mão-de-obra empregados, o período de execução do revestimento e ainda, as condições de exposição a que os componentes estiveram sujeitos ao longo da sua vida útil, as características do substrato (resistência mecânica, umidade, etc.), dentre outros. A partir das informações obtidas busca-se realizar um diagnóstico do problema, sendo que qualquer que seja ele, dever ser registrado através de documentos devidamente elaborados, obtendo-se, como resultado, parte do domínio tecnológico sobre o assunto, além de

13

promover uma possível retroalimentação das informações obtidas com relação ao projeto e execução de obras, a fim de prevenir ou detectar os principais agentes responsáveis pelos descolamentos, para aplicação em futuros empreendimentos. Vale observar que o problema do descolamento do componente cerâmico é mais acentuado nos casos em que os mesmos são assentados por argamassa convencional, que apresenta um elevado índice de umidade em sua constituição, além de apresentar elevada espessura, uma vez que é a própria argamassa de regularização. Nos casos de emprego da argamassa colante, quando o material é de garantida qualidade e tendo-se respeitado o seu tempo de abertura durante a execução, este problema é bastante reduzido, pois se trabalha com um substrato mais seco e uma argamassa de reduzida espessura. 7ULQFDV*UHWDPHQWRH)LVVXUDV Entre vários trabalhos realizados no período de 1983 a 1986 investigou-se na França os problemas patológicos com o objetivo de determinar as manifestações que ocorriam com maior freqüência em fachadas [LOGEAIS, 1989]. Analisou-se 5.832 casos, onde 2.486 casos relacionavam-se às fissuras “não-passantes”, ou seja, que não atravessam toda a espessura da parede e 3.346 casos corresponderam às fissuras “passantes”. A partir do trabalho de IOSHIMOTO [1988], a respeito de incidência de manifestações patológicas em edificações, tem-se que as causas prováveis de fissuras e trincas são: recalque (acomodação do solo, da fundação ou do aterro); retração (fissuração da argamassa de revestimento ou de piso cimentado); movimentação (da estrutura de concreto, do madeiramento do telhado ou da laje mista); amarração (falta de amarração nos cantos de paredes ou no encontro da laje com as paredes); diversos (concentração de esforças, impacto de portas, etc.).” De acordo com BAUER [1996], a incidência de fissuras em revestimentos sem que haja movimentação e ou fissuração do substrato ocorre devido a fatores relativos à execução do revestimento argamassado, solicitações higrotérmicas e também por retração hidráulica da argamassa. Observa-se, então, que vários fatores intrínsecos à argamassa podem ser responsáveis pela fissuração do revestimento, dentre os quais citam-se: consumo de cimento, teor de finos e quantidade de água da amassamento [BAUER, 1996]. No caso de argamassa composta por alto teor de finos, há um maior consumo de água de amassamento, o que ocasiona maior retração por secagem e, se o revestimento não for executado corretamente, podem aparecer fissuras na forma de “mapas” por todo o revestimento. Outro fator que influencia no surgimento de fissuras é a umidade relativa do ar. Segundo BAUER [1996], em regiões onde a umidade relativa do ar é baixa, a temperatura é alta e há a presença de ventos, deve-se dar preferência à utilização de SULPHU apropriado, aplicado à base, do que realizar molhagem abundantemente. As fissuras por retração hidráulica, de modo geral, não são visíveis, a não ser que sejam molhadas e que a água, penetrando por capilaridade, assinale sua trajetória. No caso de umedecimentos sucessivos, pode-se gerar mudanças na tonalidade, permitindo a visualização das fissuras, inclusive com o paramento seco. Tal fenômeno ocorre porque a

14

água contendo cal livre sai pelas microfissuras, formando carbonato de cálcio quando em contato com o ar, ficando com cor esbranquiçada, ou então, as fissuras podem ficar escurecidas devido à deposição de fuligem. Normalmente as fissuras induzidas por movimentações térmicas no revestimento são regularmente distribuídas e com aberturas reduzidas. Fissuras com aberturas maiores poderão aparecer nos encontros entre paredes ou outras junções [THOMAZ, 1989]. As fissuras macroscópicas ocorrem em argamassas ricas em aglomerantes, pois essa possui maior limite de resistência, as tensões se acumulam e a ruptura ocorre com aparecimento de fissuras macroscópicas. Assim, a incidência de fissuras será tanto maior quanto maiores forem a resistência à tração e o módulo de deformação da argamassa. Há vários problemas nas edificações que ocasionam o aparecimento de fissuras. SARETOK [1978] ressalta que, para a investigação dessa patologia, deve-se levar em conta como o revestimento está “relacionado” com os outros subsistemas. BAUER [1996] aponta como uma das causas comuns de fissuração nos revestimentos, por exemplo, o fato desse revestimento ser, muitas vezes, executado de maneira contínua sobre juntas de dilatação da estrutura, podendo ocasionar o desprendimento da argamassa nessa região. Além disso, esse autor aponta, ainda, algumas outras causas que podem ser responsáveis pelas fissuras nos revestimentos de argamassas, destacando entre elas: consumo elevado de cimento; teor de finos elevado; consumo elevado de água de amassamento; número e espessura das camadas; argamassa com baixa retenção de água e cura deficiente. Um outro problema destacado por BAUER [1996] refere-se à ocorrência de fissuras quando a deformação da laje de piso do subsolo é inferior à deformação da laje e viga superiores; nesse caso, as paredes existentes entre as mesmas poderão se comportar como uma viga, podendo ocorrer fissuras verticais e inclinadas nas extremidades superiores dos panos de alvenaria. Além desses problemas, em edifícios altos, os últimos pavimentos ficam sujeitos a uma maior movimentação por dilatação dos elementos de concreto, mais expostos ao raios solares. Nesse caso, é comum o aparecimento de fissuras no encontro alvenaria-estrutura. CINCOTTO [1983] descreve um caso particular de fissuras de revestimento, resultantes da expansão da argamassa de assentamento. A expansão ocorre predominantemente no sentido vertical e pode ser identificada por fissuras horizontais no revestimento. Tal expansão pode ser provocada por reações químicas entre os constituintes dessa argamassa ou entre compostos do cimento e dos tijolos ou blocos que compõem a alvenaria. Além desse tipo de manifestação, CINCOTTO [1986] registra, ainda, que no caso de não ocorrer tempo suficiente para a secagem, entre a aplicação de duas camadas de revestimento sucessivas, a retração na secagem da camada inferior poderá provocar fissuras com configuração de mapa na camada superior. THOMAZ [1989] descreve que as fissuras em argamassa de revestimento, provocadas por movimentações térmicas das paredes irão depender, sobretudo, do módulo de deformação da argamassa, sendo sempre desejável que a capacidade de deformação do revestimento supere com boa folga a capacidade de deformação da base.

15

Variações de temperatura também podem provocar o aparecimento de fissuras nos revestimentos, devidas às movimentações diferenciais que ocorrem entre esses e as bases [THOMAZ, 1989]. O emprego de técnica de execução incorreta também pode provocar o aparecimento de fissuras no revestimento. Essa situação é comum quando o desempeno é realizado antes do tempo adequado, ou seja, quando a maior parte da água presente na argamassa tenha sido consumida, seja pelo processo de hidratação do cimento, seja pela absorção da base ou ainda por evaporação para o meio ambiente. Não só o despreparo da mão-de-obra pode ocasionar esse problema, como também, um consumo excessivo de água na argamassa, em decorrência da presença elevada de finos. Quando o teor de finos é elevado, o tempo para o desempeno pode ser maior, pois há um maior consumo de água. Nesse caso, muitas vezes a mão-de-obra, em função das condições de trabalho, não têm como esperar o tempo correto para proceder o acabamento superficial. Por conseqüência, o revestimento endurecido apresentará um elevado volume de vazios, levando à ocorrência de fissuras na forma de mapas, decorrentes da retração da argamassa na secagem. O ato do desempeno com força suficiente e no tempo correto é importante, pois nessa fase é possível comprimir a pasta e aproximar os grãos, reduzindo o potencial de fissuração da argamassa. Segundo BAUER [1996], as microfissuras geradas por retração hidráulica podem ser cobertas pela película de tinta, ou seja, através de pintura. Essa alternativa também é proposta por THOMAZ [1989] que recomenda, para esses casos, utilizar pintura elástica encorpada com três ou quatro demãos de tinta à base de resina acrílica com reforço com telas de náilon nos locais mais danificados. CINCOTTO [1983], por sua vez, recomenda a substituição do reboco e ou emboço, no caso de grande incidência de fissuras de retração; enquanto para as paredes internas THOMAZ [1989] sugere a utilização de papel de parede sobre o revestimento fissurado em substituição à argamassa de revestimento. Para evitar a incidência de macrofissuras no revestimento devido ao acúmulo de tensões, BAUER [1996] recomenda a utilização de argamassas de revestimentos com alto teor de cal. Dessa forma, as ligações internas serão menos resistentes e as tensões podem ser dissipadas na forma de microfissuras. Esse mesmo procedimento é recomendado por THOMAZ [1989]. Para esse autor, as fissuras intrínsecas à argamassa de revestimento, sem fissuração da base, manifestam-se por retração da argamassa e em conseqüência de solicitações higrotérmicas. A incidência dessas fissuras será tanto maior, quanto maiores forem a resistência à tração e o módulo de deformação da argamassa. Assim, para que se evite o aparecimento de fissuras esse autor recomenda que as argamassas de revestimento contenham consideráveis teores de cal. CINCOTTO [1983] destaca que as argamassas de revestimento devem apresentar módulos de deformação inferiores àqueles apresentados pela base, permitindo a absorção de pequenas movimentações ocorridas na base onde o revestimento foi aplicado. Essa pesquisadora também alerta para a qualidade dos materiais como fator preponderante para

16

a obtenção de uma boa argamassa de revestimento. Recomenda, ainda, que a argamassa deve ser aplicada sobre base rústica. THOMAZ [1989] afirma que a espessura da camada do revestimento de argamassa não deve ser muito fina, resultando na “impermeabilização” da superfície do revestimento pela grande concentração de finos, mas nem muito espessa o que dificultaria a penetração do anidrido carbônico através da argamassa, devendo estar compreendida entre 1 e 2 cm. No caso de revestimento com várias camadas, BAUER [1996] recomenda a utilização de diferentes traços para que o módulo de deformação da argamassa de cada camada diminua gradativamente de dentro para fora. Para as regiões altas dos edifícios, BAUER [1996] sugere para as junções entre a estrutura e a alvenaria, a utilização de uma tela em toda a extensão, inserida no revestimento dos últimos andares, visando minimizar a fissuração. Quanto aos revestimentos cerâmicos, segundo SABBATINI; BARROS [1990], os fenômenos de fissuração e trincas caracterizam-se por apresentarem uma perda de integridade da superfície do componente cerâmico, podendo levar ao seu descolamento. A trinca, pode ser entendida como a ruptura no corpo da peça, sob a ação de esforços, provocando a separação de suas partes e é manifestada através de linhas estreitas que configuram o grau de sua abertura, sendo que, em geral, apresenta-se com dimensões superiores a 1 mm. O gretamento e a fissuração, por sua vez, são aberturas liniformes que aparecem na superfície do componente, provenientes da ruptura parcial de sua massa, ou seja, a ruptura que não divide o seu corpo por completo. São caracterizadas por apresentarem, aberturas inferiores a 1 milímetro. As manifestações destes problemas podem surgir de maneira generalizada nos painéis revestidos, ou até mesmo, em um único componente cerâmico, em quaisquer direções, isto é, horizontal, vertical e ou diagonal, sendo as possíveis causas atribuídas a: • dilatação e retração do componente cerâmico: que podem ocorrer devido à variação térmica ou de umidade no corpo cerâmico, que geram um estado de tensões internas que propicia o aparecimento destas manifestações patológicas; • deformação estrutural excessiva: o aumento progressivo do carregamento da estrutura faz com que ela se deforme ao longo do tempo, mesmo após atingir seu equilíbrio de tensões internas. Estas deformações podem introduzir tensões na alvenaria que, eventualmente, ficam submetidas à diferentes esforços (tração axial, compressão axial, cisalhamento, etc.), que nem sempre são completamente absorvidos sendo, então, distribuídos, pelo menos em parte, para os revestimentos. Caso essas tensões tenham intensidade superior às suportáveis pelo revestimento, fatalmente poderão ocorrer falhas levando ao seu descolamento como abordado anteriormente, ou levando ao aparecimento de trincas ou fissuras na sua superfície; • ausência de detalhes construtivos: alguns importantes detalhes construtivos como as vergas e contravergas nas aberturas das janelas e portas; as pingadeiras nas janelas e platibandas e as juntas de movimentação dos revestimentos, podem auxiliar no bom desempenho dos revestimentos, evitando o aparecimento de tensões excessivas e conseqüentemente de trincas e de possíveis infiltrações.

17

• a retração da argamassa convencional: este fenômeno pode gerar no revestimento o denominado efeito "beliscão", que ocorre somente com o emprego de argamassa convencional para o assentamento dos componentes cerâmicos. Após a fixação do componente a argamassa adere firmemente ao seu corpo e, sob o efeito de retração da mesma, pela secagem, promove um aperto ou "beliscão" no corpo cerâmico, resultando em tensões que tendem a tornar a superfície da face, convexa e tracionada, favorecendo o aparecimento de fissuras e ou trincas. Este efeito é mais expressivo quando em presença de condições atmosféricas secas e retardado em condições úmidas. Este foi um dos principais motivos de se vir gradativamente deixando de lado o assentamento do componente cerâmico com argamassa convencional, sendo esta largamente substituída pela argamassa colante, que não provoca tal ocorrência em função de suas características de elevado poder de retenção de água. Os problemas de trincas e fissuras têm sido observados com maior freqüência nos primeiros e últimos pavimentos, o que possivelmente, é resultado da falta de especificação de juntas de movimentação e detalhes construtivos adequados para as solicitações sofridas por estes pavimentos. Tais técnicas são mecanismos indispensáveis para manter a integridade do revestimento, sendo amplamente utilizados em países tecnologicamente mais avançados. Nesse sentido, avalia-se que há muito para ser estudado, de modo a se buscar condições de produção específicas para os pavimentos mais críticos, bem como, para os casos de grandes panos de fachadas, que também sofrem sérios problemas patológicos por falta de conhecimento do seu comportamento específico. 0DQFKDV %RORU O termo ERORUou PRIR é entendido como a colonização por diversas populações de fungos filamentosos sobre vários tipos de substrato, citando-se inclusive as argamassas inorgânicas [SHIRAKAWA et al., 1995]. O termo emboloramento, de acordo com ALLUCCI et al. [1988] constitui-se numa “alteração observável macroscopicamente na superfície de diferentes materiais, sendo uma conseqüência do desenvolvimento de microorganismos pertencentes ao grupo dos fungos”. O desenvolvimento de fungos em revestimentos internos ou de fachadas causa alteração estética de tetos e paredes, formando manchas escuras indesejáveis em tonalidades preta, marrom e verde, ou ocasionalmente, manchas claras esbranquiçadas ou amareladas [SHIRAKAWA et al., 1995]. Para que se procedesse ao estudo da presença de umidade e crescimento de microrganismos em fachadas, segundo SATO [1997], vem se realizando a simulação de uma chuva típica intensa, sobre parede exposta, à temperatura constante e sem a ação do vento. Segundo essa autora, o resultado da análise qualitativa dos resultados dessa simulação aponta que a presença de vazios nos elementos de alvenaria resulta em maior acúmulo de água junto à face exposta à umidade. Neste caso, a dissipação de água deverá ser feita por evaporação, processo mais difícil e lento que a umidificação no interior do componente. Nas regiões onde a parede é maciça a continuidade de massa serve como canal de difusão, permitindo a remoção da água da superfície.

18

Além da questão estética, SHIRAKAWA et al. [1995] destacam também que a ocorrência de problemas respiratórios nos moradores de residências com bolor deve ser considerada, sendo assim, assunto de grande importância no que se refere à qualidade dos ambientes internos. De acordo com esses pesquisadores, a presença de umidade do ambiente pode favorecer a umidade do material, mas somente a água absorvida por esse pode ser utilizada para o desenvolvimento dos fungos. Observa-se então que a água absorvida é fator condicionante para o aparecimento e extensão do bolor no revestimento, sendo a temperatura, outro fator condicionante. SATO [1997], do mesmo modo, afirma que a absorção e incorporação de água é um fator inerente ao processo de construção durante a execução da obra. Se não eliminada convenientemente, pode provocar o aparecimento de fungos nas superfícies de fachada. CINCOTTO et al. [1986] apontam alguns fatores causadores de umidade, que favorecem o acúmulo de bolor na superfície dos revestimentos: a umidade de condensação; a ventilação insuficiente num ambiente e a permeabilidade da alvenaria à umidade exterior. SHIRAKAWA et al. [1995] também descrevem algumas causas extrínsecas ao material, que podem aumentar o teor de água disponível para o crescimento dos fungos, conforme as condições do substrato: • umidade ascendente por capilaridade; • umidade de infiltração por fachada ou telhado; • umidade acidental (vazamento de águas potáveis e servidas); • umidade relativa do ar em torno de 80%, ou superior a esse valor; • umidade de condensação de vapores em ambientes fechados. Deve-se considerar também as características do substrato, pois esse exerce grande influência para o desenvolvimento de fungos, conforme afirmam ALLUCI et al. [1988]: “a composição química do substrato sobre o qual o esporo se deposita é fundamental para o êxito da germinação e infecção da superfície”. Como exemplo dessa situação, cita-se um caso descrito por ALLUCI et al. [1988], onde foi observado o desenvolvimento de bolor sobre películas de tinta. Através de observações, os autores constataram que o crescimento do fungo sobre a película aumenta a retenção de poeira, que fica fortemente aderida entre as hifas, e as partículas podem representar uma fonte adicional de nutrientes. Os autores constataram também que o desenvolvimento de fungos é muito mais intenso quando existem trincas na película de pintura, o que pode ser explicado pelo fato de ocorrer um maior acúmulo de poeira na região trincada. BAUER [1991] apresenta um outro caso, em que houve ocorrência de bolor no interior de alguns apartamentos. Nesse empreendimento, o revestimento externo do edifício foi executado parcialmente por argamassa constituída por grãos de quartzo pigmentados e aglutinados por meio de resinas. Os locais onde ocorreram bolor no interior das alvenarias coincidiam com a fachada sul e com as paredes revestidas externamente com o

19

revestimento acrílico. Através da realização de testes de estanqueidade, diagnosticou-se a passagem de água através do revestimento, gerada pela deficiência na aplicação da resina empregada como aglomerante da massa. Na fase de uso, SATO [1997] descreve que a umidade nas fachadas é proveniente principalmente das chuvas incidentes. O acúmulo ou escoamento de água na superfície pode ocorrer em função dos seguintes fatores: • SURMHWRGRHGLItFLR: detalhes para o escoamento das águas, orientação cardeal e altura do edifício definindo o grau de exposição à chuva, ao vento e à radiação solar; • FRQGLo}HVFOLPiWLFDVGRORFDOGHLPSODQWDomRGDREUD: influem na quantidade de água incidente nas fachadas e no seu grau de secagem; • SUHVHQoDGHGHIHLWRVVXSHUILFLDLV: facilitando a penetração de água; • FRQVWLWXLomRHSURSULHGDGHVGRVPDWHULDLVTXHFRPS}HPDIDFKDGD; • IRUPDJHRPpWULFDGRVFRPSRQHQWHVGDSDUHGH: presença de vazios (furos) nos componentes dificultam a difusão de umidade no interior da parede. Apesar dos fungos serem os principais agentes no processo de deterioração dos revestimentos em edificações, as bactérias e algas também têm sido freqüentemente encontradas em ambientes interiores e exteriores. Para a recuperação das regiões afetadas, inicialmente, é importante identificar o agente deteriorador do revestimento. Ainda que as ações das bactérias e das algas sejam bastante distintas às ações dos fungos, a deterioração provocada é semelhante na aparência. Dessa forma, a identificação correta do agente deteriorador pode, muitas vezes, representar a diferença entre o sucesso ou o fracasso das medidas curativas [ALLUCI et al., 1988]. No caso de remover as áreas afetadas por fungos, ALLUCI et al. [1988] recomendam uma limpeza com escova de piaçaba, aplicando-se uma solução de fosfato trissódico, detergente, hipoclorito de sódio e água nas partes afetadas. Em seguida, a superfície deve ser enxaguada com água limpa e seca com pano limpo. Para ALLUCI et al. [1988], uma das formas para prevenir e combater o bolor nas edificações consiste em adicionar fungicidas à argamassa. A utilização de fungicida, em concentração adequada, inibe o desenvolvimento dos fungos e, mesmo em concentrações menores, provoca um desenvolvimento mais lento e desuniforme dos fungos. Porém, SATO et al. [1997] ressaltam que, apesar da adição de fungicida no revestimento ser a forma tradicionalmente utilizada no controle e prevenção do problema, o fato de serem solúveis em água permite a sua migração para a superfície do revestimento. Dessa forma, esse fato contribui para a limitação da vida útil do fungicida, pois podem ser lixiviados pela água da chuva. Medidas preventivas podem ser tomadas na fase de projeto da edificação, para evitar, por exemplo, problemas relativos à falta de ventilação e à condensação do vapor de água, sendo essa última situação freqüente em ambientes como o banheiro e a cozinha. No

20

projeto, além do dimensionamento para que o ambiente seja devidamente ventilado, o deve-se considerar o tipo de janela mais adequado para cada caso. Porém, ALLUCI et al. [1988] ressaltam que há casos em que, a edificação, apesar de devidamente dimensionada quanto à ventilação, pode apresentar problema devido a um desempenho térmico inadequado do componente - principalmente paredes - quando em presença de água no interior dos mesmos, pois, conforme observa-se na tabela 3.1, a resistência térmica de alguns componentes reduz-se em função da presença de água em seu interior. Essa água pode ser decorrente de infiltração e ou umidade remanescente da fase de construção da obra. 7$%(/$Resistência térmica do tijolo maciço em presença de umidade [ALLUCI et al., 1988] Quantidade de umidade (em % de peso seco do componente) 0 9 10 11 12 13 14 16

Resistência térmica (mk/w) 0.35 0.22 0.21 0.21 0.20 0.20 0.19 0.18

Dessa forma, a realização de manutenção periódica pode evitar o aparecimento de umidade na edificação. Além disso, o planejamento da obras também deve ser realizado de modo a favorecer a evaporação de parte significativa da água usada na construção [ALLUCI et al. 1988]. No caso dos revestimentos cerâmicos, o bolor é comum apenas no rejunte, sendo que as suas causas são praticamente as mesmas que ocorrem nos revestimentos argamassados. (IORUHVFrQFLDV Segundo UEMOTO [1988], nas edificações, o termo eflorescência significa “a formação de depósito salino na superfície de alvenarias, como resultado da exposição à intempéries”. Quimicamente, a eflorescência é composta principalmente por sais de metais-alcalinos e alcalinos-terrosos, que podem ser solúveis ou parcialmente solúveis em água [UEMOTO, 1988]. FIORITO [1994] descreve que, para ocorrer a eflorescência, é determinante haver a presença e a ação dissolvente da água. O fenômeno ocorre porque a argamassa apresenta vazios e canais em seu interior, devidos, principalmente, à presença da água destinada a promover a trabalhabilidade desejada ao material e necessária às reações de hidratação do cimento. Em função desses vazios no interior da argamassa, pode ocorrer o fluxo da água por capilaridade ou por pressão, podendo introduzir substâncias agressivas, presentes no substrato, na rede capilar ou

21

dissolver e transportar sais solúveis presentes no material. O fluxo descrito está intimamente relacionado às propriedades DEVRUomRe SHUPHDELOLGDGH das argamassas. Segundo UEMOTO [1988], a eflorescência é causada por três fatores: o teor de sais solúveis presentes nos materiais ou componentes; a presença de água e a pressão hidrostática para propiciar a migração da solução para a superfície. Todas essas três condições devem existir e, se uma delas for eliminada, não haverá a ocorrência de eflorescência. BEICHEL [1997] ressalta ainda que, quando os sais estão dissolvidos não há problemas. Somente quando a água evapora e os sais se cristalizam, ocorre a eflorescência. Para BAUER [1996], as eflorescências podem alterar a aparência da superfície sobre a qual se depositam, e em determinados casos seus sais constituintes podem ser agressivos, causando desagregação profunda, como no caso de compostos expansivos. UEMOTO [1988] distingue três tipos de eflorescência, as quais serão denominadas neste trabalho de Tipo I, II e III. O Tipo I é o mais comum e caracteriza-se por um depósito de sal branco, pulverulento, muito solúvel em água. Pode ocorrer em superfícies de alvenaria aparente, revestimentos de argamassa, juntas de assentamentos, regiões próximas a esquadrias mal vedadas, ladrilhos cerâmicos, juntas de ladrilhos cerâmicos e azulejos. Esse tipo de patologia somente modifica o aspecto estético, não sendo prejudicial ao substrato. A patologia Tipo II caracteriza-se pela aparição de um depósito de cor branca com aspecto de escorrimento, muito aderente e pouco solúvel em água. Esse depósito, quando em contato com o ácido clorídrico, apresenta efervescência. Esses sais formam-se em regiões próximas a elementos de concreto ou sobre sua superfície e, às vezes, sobre superfícies de alvenaria. A eflorescência do Tipo III manifesta-se como um depósito de sal branco entre juntas de alvenaria aparente, que se apresentam fissuradas devido à expansão decorrente da hidratação do sulfato de cálcio existente no tijolo ou da reação tijolo-cimento. Como essa patologia não é de interesse deste trabalho, não serão descritos maiores detalhes. Segundo UEMOTO [1988], na eflorescência denominada como sendo de Tipo I, os sais podem ser provenientes de tijolos, de cimentos, da reação química entre os compostos do tijolo com o cimento, da água utilizada no amassamento, dos agregados, e de substâncias contidas em solos adensados ou contaminados por produtos químicos e da poluição atmosférica. Na eflorescência do Tipo II, o sal formado é basicamente o carbonato de cálcio, formado com a reação da cal livre, que pode ser liberada na hidratação do cimento, com a água proveniente da chuva ou de infiltração. A cal dissolve-se e deposita-se na superfície. Na evaporação da água, esta cal se transforma em carbonato de cálcio, reagindo com o anidrido carbônico do ar. Nas eflorescências do Tipo I, UEMOTO [1988] recomenda, para alvenaria externa de um edifício recém-terminado, deixar que desapareça por si mesmo, pois as reações ainda não terminaram, além do que, como os sais são solúveis em água, a eflorescência desaparece após um período prolongado, pela ação da chuva.

22

Pode-se também eliminar mais rapidamente tal patologia removendo os sais depositados na superfície com escova de aço, seguida de lavagem com água abundante. A eflorescência do Tipo II, além de apresentar um efeito estético negativo, é difícil de ser eliminada. UEMOTO [1988] recomenda que, em casos de depósito abundante, o problema pode ser solucionado removendo os sais com escovação mecânica. Em seguida, realiza-se uma lavagem com solução de ácido muriático, devendo-se saturar anteriormente a parede, para preencher os vazios existentes com água e evitar a impregnação do ácido através dos poros. Porém, há casos em que a eliminação dos sais é muito difícil e a aplicação freqüente de solução ácida pode comprometer a durabilidade do componente. Além das recomendações acima, UEMOTO [1988] destaca alguns cuidados a serem tomados para evitar a ocorrência de eflorescência, destacados a seguir: • não utilizar materiais com elevado teor de sais solúveis. A presença de sais pode ser detectada através de ensaios realizados em laboratório; • não utilizar componentes cerâmicos com elevado teor de sulfatos; • em caso de alvenaria aparente, a redução da absorção da água da chuva pode ser obtida utilizando-se pintura impermeável, resistente à exposição em solução salina; • proteger da chuva a alvenaria recém terminada; • reduzir ao máximo a penetração de água na alvenaria; • reduzir a lixiviação da cal através da utilização de cimento que libere menor teor de cal na sua hidratação, como é o caso do cimento pozolânico ou de alto forno. UEMOTO [1988] ressalta ainda que apesar da eflorescência, de uma maneira geral, constituir-se num fenômeno onde os danos são apenas estéticos, ela é o efeito de um problema mais grave e freqüente da edificações, que é a umidade. Para o caso dos revestimentos cerâmicos, segundo SABBATINI; BARROS [1990], as possíveis fontes de sais solúveis durante a fabricação de componentes cerâmicos são: matérias primas cerâmicas; água usada na fabricação; reação de componentes da massa com óxidos de enxofre do combustível, durante a secagem e início da queima; defloculantes, além de outras substâncias solúveis adicionadas à massa. Existem tratamentos especiais que podem ser empregados para a eliminação desses sais na fase de produção do componente cerâmico, como por exemplo o tratamento com carbonato ou hidróxido de bório que é introduzido na massa de fabricação do biscoito. Porém, seu alto custo o inviabiliza, sendo raramente empregado. Outra solução é a queima dos componentes a temperaturas sempre superiores a 1100oC que permite a dissociação dos sais fazendo com que sua parte leve seja queimada e a pesada seja incorporada à malha cristalina, estabilizando-se. Tendo em vista que os atuais processos de produção dos componentes cerâmicos envolvem sempre temperaturas superiores a esta, a probabilidade da presença de sais solúveis nos componentes fica reduzida. Entretanto, uma vez aplicados, existem outras fontes de sais tais como: os componentes de alvenaria; a argamassa da camada de regularização e de

23

fixação; a pasta ou argamassa empregadas no rejuntamento; a água (utilizada na construção, proveniente dos vários tipos de umidade, ou empregada na limpeza) e os produtos de limpeza em geral. Deve-se ressaltar que a ação dos sais solúveis do cimento Portland, principal aglomerante das argamassas, é importante fonte de eflorescência nos revestimentos, devendo-se buscar minimizar o seu emprego. Para que seja constatada a eflorescência, é necessário que a água evapore e deixe um depósito salino. Há, contudo, casos em que a solução não chega a cristalizar-se como em ambientes constantemente úmidos, ou no caso de sais de difícil secagem, como o cloreto de cálcio, carbonato de potássio e silicatos alcalinos. Portanto, esse tipo de eflorescência aparecerá como uma exudação na superfície, mais ou menos viscosa dependendo da sua composição e concentração. Frente à complexidade que envolve o problema é quase impossível garantir a eliminação da eflorescência manifestada nos revestimentos, entretanto pode-se restringir o seu aparecimento tomando-se algumas providências, cujas principais são destacadas a seguir: • redução do consumo de cimento Portland na argamassa de regularização o que é possível a partir de uma dosagem racional, à exemplo do que vem ocorrendo com a produção dos contrapisos; ou ainda especificando cimento com baixo teor de álcalis para a produção destas argamassas; • utilização de componentes cerâmicos para revestimento de qualidade garantida e isentos de umidade residual; • garantir o tempo necessário para completa secagem de cada camada constituinte do subsistema revestimento; • evitar o uso de ácido clorídrico (impropriamente chamado de "ácido muriático") durante a limpeza do revestimento logo após a execução do rejunte. E, caso se faça indispensável o seu emprego, empregá-lo em fracas concentrações e sem abundância. Estes cuidados devem ser observados principalmente quando do uso de rejuntamento colorido pois a eflorescência, por apresentar-se com a coloração branca, destaca-se nas juntas entre componentes marcando-as. A simples lavagem da superfície do revestimento, na maioria dos casos, é capaz de removê-la, podendo porém, voltar a surgir, em função das condições ambientais serem ou não propícias. Ao longo do tempo, os sais vão sendo eliminados, tendendo ao desaparecimento do fenômeno. ³)DQWDVPDV´ RXHVSHFWURV GHMXQWDV Denominam-se “fantasmas” ou espectros de juntas o desenho de linhas de juntas horizontais e verticais no revestimento [LOGEAIS, 1989]. De acordo com LOGEAIS [1989], a causa mais freqüente para esta aparição é o fenômeno físico conhecido como WHUPRIRUHVH. Trata-se simplesmente de depósitos diferenciais de poeiras na superfície: as poeiras da atmosfera depositam-se sobre as paredes com uma

24

intensidade que é função da temperatura superficial dessas paredes, sendo o depósito tão mais intenso à medida em que a temperatura é mais baixa. Os “fantasmas” interiores têm a sua origem nas pontes térmicas constituídas pelas juntas; enquanto os “fantasmas” exteriores ocorrem devido às diferenças de temperatura que existem sobre a face do revestimento no decorrer do período de secagem, uma vez que a base de aplicação do revestimento é heterogênea, ou seja, é constituída pelas juntas de argamassa e pelos componentes de alvenaria, os quais apresentam diferentes coeficientes de absorção de água, secando, desta forma, com velocidades diferentes [LOGEAIS, 1989]. Segundo LOGEAIS [1989], não haveria o fenômeno de aparição dos “fantasmas” caso não existisse diferenças de espessura no revestimento ou as juntas e a alvenaria apresentassem o mesmo coeficiente de absorção. O primeiro dos fatores é realizável; porém, o segundo é mais aleatório. O aumento da espessura da camada do revestimento constitui um fator favorável ao não aparecimento dos “fantasmas”. 'HWHULRUDomRGR5HMXQWDPHQWR Além das patologias anteriormente citadas, para o caso dos revestimentos cerâmicos, devese considerar, ainda, as patologias que comumente ocorrem nos rejunte. Os rejuntes, segundo SABBATINI; BARROS [1990], não vêm sendo considerados como um serviço técnico de importância para o desempenho do conjunto do revestimento. Na realidade, desconhecem-se as suas verdadeiras funções, atribuindo-lhes somente aquelas referentes à estética do conjunto. Não se considera que este componente é o principal responsável tanto pela estanqueidade da camada de acabamento como pela possibilidade de absorver as deformações a que o conjunto estiver sujeito, em função das solicitações de uso. Tal postura, assumida pelo meio técnico, tem sido em grande parte a responsável pelos principais problemas originados pela deterioração deste componente, que pode ocorrer através de dois mecanismos: perda de estanqueidade ou envelhecimento. A perda de estanqueidade das juntas, tanto entre componentes como de movimentação, muitas vezes, inicia-se logo após sua execução, pois procedimentos inadequados de limpeza, promovem a deterioração de parte de seu material constituinte que, somada aos ataques agressivos do meio ambiente, ou de solicitações devidas a movimentos diferenciais, desencadeiam um estado de vulnerabilidade de sua integridade, podendo originar fissuras ou mesmo trincas ocorrendo, assim, o processo de desenvolvimento de problemas patológicos como o descolamento e a eflorescência, por exemplo, pela possibilidade de infiltração de água. Quanto ao desgaste do rejuntamento por envelhecimento, dois tipos de juntas devem ser abordadas: as juntas entre componentes executadas quase que generalizadamente em pasta de cimento e as juntas de movimentação em que, preferencialmente, devem ser utilizados materiais com maior poder de absorver deformações. No que se refere às juntas entre componentes, como são à base de cimento apresentam uma excelente durabilidade, desde que bem executadas, caindo seu desempenho somente quando há uma associação de agentes agressivos, tais como ataque de fungos e aparecimento de fissuras.

25

Quanto às juntas de trabalho ou de movimentação, no Brasil, a prática de sua execução ainda é pequena. Assim, sua avaliação só poderá ser realizada no momento em que as mesmas forem devidamente projetadas e executadas com selantes especiais tais como os à base poliuretano, polissulfeto, silicone, etc. Em média, sabe-se que os materiais empregados para esses tipos de juntas têm uma vida útil por volta de cinco anos, devendo ser revisados após este período. &21&/86­2 Atualmente, não é difícil encontrar problemas patológicos nos revestimentos verticais. E, segundo LICHTENSTEIN [1985], a grande maioria dos problemas patológicos tem origem relacionada com alguma falha na realização de uma ou mais das atividades no processo da construção de edifícios e os maiores problemas patológicos ocorrem em edifícios com menor quantidade e qualidade de documentos que possam ser a fonte para o estudo das anomalias que surgem. BAUER [1997] também converge com a opinião de LICHTENSTEIN [1985], ao afirmar que as causas mais comuns para as patologias de revestimento “são a inexistência de projeto, desconhecimento das características dos materiais empregados e utilização de materiais inadequados, erros de execução (tanto no preparo da base, como por deficiência de mão-de-obra], desconhecimento ou não observância de Normas Técnicas e por falhas de manutenção”. É necessário, pois, a existência de projetos de revestimento, onde informações como detalhes construtivos e executivos devem estar presentes no projeto. Para a realização do projeto, é importante também considerar as condições de exposição do edifício, orientação cardeal e os critérios de desempenho. Observa-se que as características dos materiais constituintes da argamassa influem diretamente no comportamento do revestimento. Portanto, é importante definir e realizar o controle para a aquisição e estocagem desses materiais. 'HDFRUGRFRP6$%%$7,1,>@SDUDHYLWDUDRFRUUrQFLDGRSUREOHPDSDWROyJLFR HPUHYHVWLPHQWRVGHDUJDPDVVDQmREDVWDHQWHQGHUFRPRGHYHVHUUHDOL]DGRGHYHQGR RFRQKHFLPHQWRVHUH[SDQGLGRSURFXUDQGRVHVDEHURVSRUTXrVSRLVFRQIRUPHR DXWRU³VyDVVLPpSRVVtYHODYDOLDURVULVFRVHQYROYLGRVTXHUHVWHMDPHOHVUHODFLRQDGRV FRPDVHJXUDQoDFRQWUDDUXSWXUDFDWDVWUyILFDGRHGLItFLRRXFRPDVHJXUDQoDFRQWUD DRFRUUrQFLDGHSUREOHPDVSDWROyJLFRVQRUHYHVWLPHQWRDUJDPDVVDGR´ 2XWURDVSHFWRTXHGHYHVHUOHYDGRHPFRQVLGHUDomRSDUDHYLWDUDRFRUUrQFLDGH SUREOHPDVSDWROyJLFRVpDUHDOL]DomRGDPDQXWHQomR Pode-se pensar em limpeza de fachadas como uma forma de manutenção corretiva, visando impedir o prosseguimento da deterioração e pode ser necessária para remover causas externas, material particulado depositado e corrigir manifestações patológicas que possam por em risco a população [BOLORINO et al., 1995]. (QWUHWDQWRGHYHVHSULRUL]DUDPDQXWHQomRSUHYHQWLYDDRLQYpVGDPDQXWHQomR FRUUHWLYDSRLVGHVVDIRUPDSRGHVHSUHYHUGHWHFWDURXFRUULJLUGHIHLWRVYLVDQGR HYLWDURDSDUHFLPHQWRGHIDOKDV

26

8PFRQFHLWRPDLVUHFHQWHpRGHHQJHQKDULDGHPDQXWHQomRTXHEXVFDDOpPGR FRQWUROHRSHUDFLRQDORJHUHQFLDPHQWRGDDWLYLGDGHGHPDQXWHQomRGDQGRXPD DERUGDJHPPXOWLGLVFLSOLQDUHREMHWLYDQGRDUHGXomRGRVFXVWRVGHPDQXWHQomR DWUDYpVGRHVWXGRGRFLFORGHYLGDGDVHGLILFDo}HV>3(5(=E@ $DSOLFDomRGHVVHFRQFHLWRDWXDOPHQWHHVWiORQJHGHVHWRUQDUXPDUHDOLGDGHQD LQG~VWULDGDFRQVWUXomRFLYLOSRUpPSRGHVHYLVOXPEUDUFRPRXPDPHWDDVHU DWLQJLGD Diante da reflexão realizada neste trabalho é indispensável que as pesquisas sobre as patologias dos revestimentos para vedações verticais, especialmente os de argamassas e os cerâmicos, sejam direcionadas ao desenvolvimento de ensaios para avaliação de desempenho do conjunto, buscando-se identificar as principais fontes de ocorrências patológicas, além de buscar uma solução para que as mesmas não mais ocorram ou pelo menos sejam minimizadas. Para o momento, acredita-se que seja necessária uma revisão nas fases de elaboração de projetos e de especificação dos procedimentos executivos, a fim de serem atingidos níveis tecnológicos compatíveis com a complexidade dos empreendimentos que estão sendo desenvolvidos. E, para que se evolua na tecnologia de produção destes revestimentos fazse necessário que exista um projeto específico, que integre as exigências arquitetônicas com as possibilidades técnicas; um projeto que venha a compatibilizar os materiais a serem empregados com as reais condições de solicitação dos revestimentos. É pois na fase de concepção do projeto que se encontra o caminho para a melhoria de qualidade das construções e a conseqüente diminuição dos problemas patológicos.

%LEOLRJUDILDVGH5HIHUrQFLD ALLUCI, Marcia Peinado et al. Bolor em edifícios: Causas e recomendações. 7HFQRORJLD GH(GLILFDo}HV São Paulo. Pini, IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo, Coletânea de trabalhos da Div. de Edificações do IPT. 1988. p. 565-70. BAUER, Roberto José Falcão. Casos Bauer, Patologia de revestimento. 5HYLVWD &RQVWUXomR n.2274, p. 35-6, setembro, 1991. BAUER, Roberto José Falcão. )DOKDVHP5HYHVWLPHQWRVVXDVFDXVDVHVXDSUHYHQomR Centro Tecnológico Falcão Bauer, 1996 BAUER, Roberto José Falcão. Patologia em revestimentos de argamassa inorgânica. In: II SIMPÓSIO BRASILEIRO DE TECNOLOGIA DAS ARGAMASSAS, Salvador, 1997. $QDLV p.321-33. BEICHEL, ADOLF. 5HVWDXUDomRGHDOYHQDULD~PLGDFRPVDOLQLGDGH. In: II SIMPÓSIO BRASILEIRO DE TECNOLOGIA DAS ARGAMASSAS, Salvador, 1997. $QDLV p. 357-62. BOLORINO, Heloísa et al. Limpeza de Fachadas de Argamassa. In: I SIMPÓSIO BRASILEIRO DE TECNOLOGIA DAS ARGAMASSAS, Goiânia, 1995. $QDLV. p.411-19.

27

CINCOTTO, Maria Alba; UEMOTO, Kai Loh. Patologia das Argamassas de Revestimento – Aspectos Químicos. In: III SIMPÓSIO NACIONAL DE TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO, São Paulo, 1986. 3DWRORJLDGDV(GLILFDo}HV DQDLVSão Paulo, EPUSP, 1986, p.77-85. CINCOTTO, Maria Alba. 3DWRORJLDGDVDUJDPDVVDVGHUHYHVWLPHQWR análise e recomendações. São Paulo, IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo, 1983. (Série Monografias 8). FIORITO, Antonio J. S. I. 0DQXDOGHDUJDPDVVDVHUHYHVWLPHQWRV estudos e procedimentos de execução. São Paulo, Pini, 1994. GOMES, Adailton de Oliveira et al. Reparo em Revestimento de Argamassa – Técnicas e Parâmetros. In: I SIMPÓSIO BRASILEIRO DE TECNOLOGIA DAS ARGAMASSAS, Goiânia, 1995. $QDLV p.420-28. IOSHIMOTO, Eduardo. Incidência de manifestações patológicas em edificações habitacionais. 7HFQRORJLDGH(GLILFDo}HV, São Paulo. Pini, IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo, Coletânea de trabalhos da Div. de Edificações do IPT. 1988. p. 545-48. LICHTENSTEIN, Norberto B. 3DWRORJLDGDVFRQVWUXo}HVprocedimento para formulação do diagnósticos de falhas e definição de conduta adequada à recuperação de edificações. São Paulo, 1985. 191p. Dissertação (Mestrado) - Escola Politécnica, Universidade de São Paulo. LOGEAIS, Louis. L’Étanchéité a l’eau des Façades Lourdes. 4XDOLWp&RQVWUXFWLRQ Statistiques et Pathologie (Deuxième partie). v.2. 1ère edition. E. G. éditeur, 1989. MOLINARI, Gilberto. Algumas recomendações para evitar descolamentos da argamassa de cal das alvenarias de tijolos. (QJHQKDULDoutubro, 1958. p. 99-102. PEREZ, Ary Rodrigo. Umidade nas Edificações: recomendações para a prevenção da penetração de água pelas fachadas. 7HFQRORJLDGH(GLILFDo}HV São Paulo. Pini, IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo, Coletânea de trabalhos da Div. de Edificações do IPT. 1988. p. 571-78. PEREZ, Ary Rodrigo. Manutenção dos Edifícios. 7HFQRORJLDGH(GLILFDo}HVSão Paulo. Pini, IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo, Coletânea de trabalhos da Div. de Edificações do IPT. 1988b. p. 611-14. SABBATINI, Fernando H. Patologia das Argamassas de Revestimento – Aspectos Físicos. In: III SIMPÓSIO NACIONAL DE TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO, São Paulo, 1986. 3DWRORJLDGDV(GLILFDo}HVDQDLV São Paulo, EPUSP, 1986, p.69-76. SABBATINI, Fernando H. 7HFQRORJLDGH3URGXomRGH5HYHVWLPHQWRV. São Paulo, 1997. Notas de aula da disciplina PCC 816. Escola Politécnica. Universidade de São Paulo. Não impresso. SABBATINI, Fernando H; BARROS, Mercia M.S. B. Recomendações para produção de revestimentos cerâmicos para paredes de vedação em alvenaria. São Paulo, EPUSPPCC, 1990 (Documento Rt - R6/06, Projeto EP-EN-6).

28

SARETOK, V. ,QYHVWLJDWLRQRIGDPDJHVLQH[WHUQDOUHQGHULQJV 32nd Meeting of RILEM Permanent Committee. outubro, 1978. p.143-46. SATO, Neide et al. Umidade e crescimento de microrganismos em fachadas. In: III SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE DURABILIDADE DE MATERIAIS, COMPONENTES E ESTRUTURAS. São Paulo, 1995. $QDLV São Paulo, EPUSP, 1997, p.63-8. SHIRAKAWA, Márcia Aiko et al. Identificação de fungos em revestimentos de argamassa com bolor evidente. In: I SIMPÓSIO BRASILEIRO DE TECNOLOGIA DAS ARGAMASSAS, Goiânia, 1995. $QDLV p.402-10. THOMAZ, Ercio. 7ULQFDVHPHGLItFLRVcausas, prevenção e recuperação. São Paulo. Pini, Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo, 1989. UEMOTO, Kay L. Patologia: Danos causados por eflorescência. 7HFQRORJLDGH (GLILFDo}HV São Paulo. Pini, IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo, Coletânea de trabalhos da Div. de Edificações do IPT. 1988. p. 561-64.

Related Documents

Patologias 0
May 2020 11
Patologias
June 2020 20
Patologias Danny
May 2020 21
Patologias Cardiacas
July 2020 15
Patologias Digestivas
November 2019 24

More Documents from ""

May 2020 10
May 2020 18
May 2020 4
May 2020 5