O Dia Em Que Morri.docx

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O dia em que morri. Antes de mais nada, preciso esclarecer que eu sou um gato. Sim, um gato. O animal. E essa é a história de como eu perdi uma das minhas sete vidas. Mas antes preciso contar como eu nasci. Na verdade, eu não lembro ao certo como nasci, mas como quase morri antes de realmente morrer. Parece complicado, mas você já vai entender. Há uns dois anos, eu sofri um acidente. E graças a esse acidente eu acabei perdendo a minha memória. Toda! Eu não lembrava nem do meu nome ou como eles, os humanos, me chamavam. Quando acordei, me vi numa espécie de jaula. Era bem aconchegante, mas eu mal conseguia me mexer e estava sempre sedado. Ali conheci a Silvia. A Silvia foi a veterinária que me achou e cuidou dos meus ferimentos. Fez uma série de exames em mim, me deu comida e me contou a história de como havia me encontrado. Eu fui atropelado, aparentemente, e estava quase morto quando ela me achou. Por falar nisso, eu disse que havia esquecido do meu passado, não é? Porém, antes de acordar no consultório da Silvia, eu estava em um sonho. E nesse sonho eu conversei com Bastet, uma figura meio gata meio humano, que me contou que não era a hora da minha morte ainda e que eu teria que cumprir uma missão no mundo dos vivos. Nós gatos temos dessas. Bastet é esposa de Anubis e Quem decide quando o gato deve retornar ao plano dos humanos. Por isso dizem que temos várias vidas. Os egípcios antigos sabiam bem disso. Hoje ninguém mais acredita. Ainda bem, porque o que teria de humanos inconsequentes querendo se comunicar com o plano espiritual, seria um absurdo.

Bastet me contou que Anubis já havia traçado meu destino. Eu iria morrer de uma doença e não atropelado. Por isso Bastet tinha que me reviver. E que enquanto eu estivesse vivo, eu precisava reunir algumas pessoas. Segundo ela, eu teria dois anos para completar essa missão. Bastet não me explicou por que eu deveria reunir essas pessoas, só disse que eu precisava fazer isso. E, cara, na boa, você não pode contrariar uma Deusa. Mesmo a Deusa dos gatos. As únicas informações que ela me passou foram os nomes e os cheiros.

Anubis: chacal humano (masculino) Bastet: gato humano (feminino) Trocar Anubis por Bastet. Ou usar a mitologia que diz que eles são casados. _______________

Quando paro para pensar nos bons amigos que a vida me trouxe, vejo alguns rotos em minha mente e me encho de alegria e orgulho por ter o meu caminho cruzado com o deles. Uma dessas pessoas é o Luiz. O Tio Luiz. Que de Tio talvez tenha só o apelido e a paciência para ouvir e aconselhar. O Luiz é um amigo daqueles que dá gosto de dizer que é amigo. Coisa para se gabar! Amigaço! Quantos bons momentos tivemos juntos. Dos jogos que assistíamos depois das aulas, dos trabalhos da escola, dos rolês pelos bares, das risadas, do abraço. Amigo de longa data.

O Luiz é um amigo daqueles que você pode confiar. Que mesmo sem muito tempo, porque a vida é uma corrida só, para e te escuta lamentar ou comemorar as coisas boas da vida. Divide tristezas e alegrias. O Luiz é um amigo daqueles que dá vontade de visitar. A todo momento. Anfitrião melhor não há. Dá gosto de ter essa “dívida” de hospitalidade com ele. Pois me sinto grato pela acolhida que sempre tenho em seu lar. Mi casa es su casa. O Luiz é um amigo daqueles que você não tem medo de indicar. Cara, preciso de um encanador! Conheces o Luiz? Léo, tu poderias me indicar alguém para ser modelo? Cara, vou te passar o telefone do meu amigo Luiz. Mano, urgente, conheces alguém que faz uma boa massagem? Toma o whats dele aí, Luiz é o cara! Não há contraindicações. Sempre prestativo. O Luiz é um amigo daqueles que vira referência para todos a sua volta. Conheces o Léo? Quem? Aquele rapaz que é amigo do Luiz! Tá vendo aquele cara alí do lado do Luiz? Não conheço, mas o Luiz é baita gente fina então o cara deve ser também. Melhor referência não há. O Luiz é um amigo daqueles que pode passar anos sem que nos encontremos. E que depois desse tempo todo, ainda posso sentar com ele em uma mesa de bar, contar meus causos, dar boas risadas e falar dos outros como se fossemos vizinhos a vida toda. A conexão transcende o tempo. O Luiz é um amigo daqueles que faz falta tê-lo por perto. Que saudades eu sinto. Chega a doer o peito, enche os olhos de lágrimas. Mas ao mesmo tempo me sinto muito orgulhoso de ter um amigo que está correndo atrás de seus sonhos. Que está construindo uma vida digna e que encontrou uma parceira tão digna quanto para andar ao seu lado. Que casalsão da porra!

Que saudades e que orgulho que eu sinto do meu amigo Luiz.

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