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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA – UESB ESPECIALIZAÇÃO EM CIÊNCIAS AMBIENTAIS CAMPUS DE VITÓRIA DA CONQUISTA
A SERRA DO PERIPERI IMPACTADA PELA AÇÃO HUMANA.
IGUARACI SANTOS DA SILVA
VITÓRIA DA CONQUISTA - BA NOVEMBRO, 2007
2 UNIVERSIDADES ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA – UESB ESPECIALIZAÇÃO EM CIÊNCIAS AMBIENTAIS CAMPUS DE VITÓRIA DA CONQUISTA
A SERRA DO PERIPERI IMPACTADA PELA AÇÃO HUMANA.
IGUARACI SANTOS DA SILVA
ORIENTADOR(a): ANA MARIA DOS SANTOS ROCHA Co–orientador(a): AVALDO DE OLIVEIRA SOARES FILHO
Monografia apresentada à Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB, Campus de Vitória da Conquista – Ba, para obtenção do título de Especialista em Ciências Ambientais.
VITÓRIA DA CONQUISTA – BA NOVEMBRO, 2007
3 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA – UESB ESPECIALIZAÇÃO EM CIÊNCIAS AMBIENTAIS CAMPUS DE VITÓRIA DA CONQUISTA
A SERRA DO PERIPERI IMPACTADA PELA AÇÃO HUMANA. IGUARACI SANTOS DA SILVA
Aprovado por: _______________________________________ Profa. Dra. Ana Maria dos Santos Rocha DCN – UESB (Orientadora e Presidente)
_______________________________________ Prof. Dr. Valdemiro da Conceição Júnior DFZ – UESB
_______________________________________ Prof. M.Sc. Eugênio Borges de Jesus DCN – UESB
VITÓRIA DA CONQUISTA - BA NOVEMBRO – 2007
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AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus por ter iluminado os meus caminhos, dando-me forças e competência para concluir este trabalho. Aos mestres, amigos, colegas e familiares que me estimularam a levar adiante esta pesquisa, em meio a dificuldades de toda ordem. A Valdemiro da Conceição Junior, por todas as suas lições metodológicas e até mesmo de vida; a Avaldo de Oliveira Soares Filho, Ana Maria dos Santos Rocha e Eugênio Borges de Jesus, pelo apoio, estímulo constante e atenção dedicada; as colegas e amigas Fernanda Ramos Lacerda Michelle Pereira Souza e Pollyane Silva Sousa, pelos incentivos cotidianos e espiritualidade, aos amigos Jelton Avelar e Isaque Lopes de Carvalho, pela solidariedade, carinho e companheirismo. Agradeço também a todo o pessoal da Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Vitória da Conquista que me acolheram muito bem, em especial ao Gerente de Estudos, Viabilização de projetos e Promoção Iragildo Silva Pereira; ao Secretário da Coordenação Geral do Meio Ambiente Genival Lima da Silva; ao motorista Jaaziel Dias Torres e a Marcondes Sousa Barbosa; ao pessoal da SEMARH em nome do Coordenador Regional José Carlos Barreiros; e ao IBAMA em nome do Sr. José Reinaldo de Jesus Analista Ambiental e Chefe Substituto e, sobretudo aos moradores dos bairros da área em estudo, que, com toda simplicidade, muito me ajudaram através das entrevistas.
5 SUMÁRIO
LISTA DE ABREVIATURAS.................................................................................v LISTA DE FIGURAS.............................................................................................vi RESUMO.............................................................................................................vii 1.0 INTRODUÇÃO..............................................................................................01 2.0 REFERENCIAL TEÓRICO............................................................................03 2.1 A Serra do Periperi Impactada pela Ação Humana.......................................03 3.0 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS......................................................11 4.0 RESULTADOS E DISCUSSÕES..................................................................13 4.1 Aspectos Históricos.......................................................................................13 4.2 Clima, Litologia e Geomorfologia..................................................................15 4.3 Característica Pedológicas............................................................................18 5.0 A ACÃO ANTRÓPICA NA SERRA DO PERIPERI.......................................20 5.1 O Homem e o Usofruto da Serra do Periperi................................................20 5.2 A Visão dos Orgão Ambientais......................................................................31 6.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................37 7.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................40 8.0 ANEXOS........................................................................................................42
6 LISTA DE ABREVIATURAS
BA - Bahia CEFET/BA – Centro Federal de Educação Tecnológica da Bahia. CRA – Centro de Recursos Ambientais IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. MEA – Módulo de Educação Ambiental. MST – Movimento dos Sem Terras SEMARH - Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos. SEMMA – Secretaria Municipal do Meio Ambiente. SFC – Superintendência de Biodiversidade Florestais e Unidade de Conservação. SISNAMA – Sistema Nacional de Meio Ambiente UESB – Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. V/C – Vitória da Conquista
7 LISTA DE FIGURAS
Figura 01 – Perfil Esquemático da Vegetação da Serra do Periperi Figura 02 – Latossolo Vermelho-Amarelo Álico da Serra do Periperi – V/C Figura 03 – A Invasão da Expansão Urbana na Serra do Periperi – V/C Figura 04 – Tempo de moradia na Serra Figura 05 – Renda Salarial dos moradores da área em estudo. Figura 06 – Percentual de Moradores com fogão de lenha em casa. Figura 07 – Morador do bairro Pedrinhas em V/C Carregando lenha proveniente da Serra do Periperi Figura 08 – Criança transportando galho no Bairro N.S.ª Aparecida – Serra do Periperi – V/C Figura 09 – Moradores com fogão de lenha em casa Figura 10 – Uso do fogão à lenha no cotidiano periférico de V/C, Bairro N.S.ª Aparecida Figura 11 – Paisagem Urbano-Rural no alto do Periperi – V/C Figura 12 – Processo erosivo da extração de areia – V/C Figura 13 – Extração Mineral na Serra do Periperi – V/C Figura 14 – Corte Verticla da Serra do Periperi no anel viário – V/C Figura 15 – Usina de Asfalto na Serra do Periperi – V/C Figura 16 – Impacto Ambiental acelerado pela infra-estrutura V/C Figura 17 – Importância da preservação da Serra do Periperi – V/C
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RESUMO
Na contemporaneidade as questões sobre o meio ambiente se apresentam como um dos problemas mais urgentes a serem resolvidos sendo foco de discussão em todas as cúpulas mundiais de desenvolvimento humano, educação e saúde. Tal preocupação é fonte de trabalho de autores renomados como Drew (1994), Sacarrão (1991), Walter (1986) entre outros autores que influenciaram a desenvolver no município de Vitória da Conquista uma pesquisa acerca da Serra do Periperi Impactada pela Ação Humana. Assim este trabalho teve por objetivo detectar os tipos de impactos que estão ocorrendo com a Serra, bem como analisar os problemas que estes podem causar para a comunidade local e até mesmo para a população de Conquista como um todo. Foram realizadas entrevistas juntos aos órgãos ambientais que atuam no município, além de aplicação de questionários para os moradores dos bairros no entorno da área em estudo, cujas respostas foram tabuladas, e transformadas em gráficos com o recurso do programa excel. Também foram utilizadas fotografias que corroboram as informações do texto. Com auxilio dessas, os problemas ambientais detectados foram agrupados em dois tipos, os da ordem de sobrevivência: retirada de lenha para o abastecimento do fogão, retirada da vegetação para criação de gado, e os de ordem comercial: retirada de vegetação para dar lugar às pistas do anel viário e o uso do espaço físico onde encontra-se assentada a usina de asfalto da Prefeitura. Por sua vez, este desmatamento causa transtornos como deslizamento de terra, surgimento de voçorocas e inundação no centro da cidade no período de chuva. Diante deste quadro os órgãos competentes juntamente com a população conquistense vêem-se desafiados a buscarem caminhos alternativos para o desenvolvimento sócio-econômico da população da área em estudo, os quais respeitem o padrão de sustentabilidade da natureza. Palavras – chave: Vegetação – Impactos – Sustentabilidade.
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1.0 INTRODUÇÃO
Os
impactos
ambientais
são
causados
por
modelos
de
desenvolvimento, tanto o capitalista como o socialista, que encaram a natureza apenas como inesgotáveis fontes de energia e de matérias-primas e como receptáculo dos dejetos produzidos por sua cidades, indústrias e atividades agrícolas. Todos esses impactos foram provocados porque a natureza era vista apenas como fonte de matérias-primas e de lucros. A partir da década de 1970, com a realização da conferência de Estocolmo, a humanidade passa a ter uma conscientização ecológica preocupando-se com os danos que os impactos ambientais podem causar a Terra. Tal preocupação não tange apenas a questão da preservação da natureza, por razões de civilidade e altruísmo planetário, mas, sobretudo, pela própria sustentabilidade do planeta e no seu bojo, da civilização humana a fim de que a vida do homem na face da Terra seja preservada saudável, digna e produtiva. A leitura destas questões realizada hoje em dia pela perspectiva da ciência revela e destaca o aspecto das avarias e danificações físico-químicas sobre a natureza por interferência inadvertidas e até impensadas do ser humano. Nota-se que a ação do homem sobre a natureza tem sido discutida por vários estudiosos entre eles: Drew (1994), Guerra (1996), Odum (1986) de diversas áreas do conhecimento, fazendo com que aguçasse a originalidade
10 para desenvolver uma pesquisa acerca da Serra do Peripeiri impactada pela ação humana no município de Vitória da Conquista – Ba. Neste trabalho foram coletados dados na área de estudo, por meio de observações realizadas em campo, imagens fotográficas da área, pesquisas bibliográficas e em documentos da Secretaria Municipal de Meio Ambiente – SEMMA, além das informações obtidas por meio da aplicação de questionário aos moradores dos bairros que circundam a região em estudo. A
constatação
de
certos
problemas
ambientais
tais
como:
crescimento desordenado do Município de Vitória da Conquista – Ba, devastação das matas, extração de areia, falta de saneamento báscio e outros, levaram à algumas indagações: Por que a Serra do Periperi é palco de tantos problemas ambientais? Quais são as principais conseqüências trazidas para esta região em função da ação antrópica realizada nesta localidade? De que maneira a destruição da cobertura vegetal tem influenciado na estrutura sócio-econômica da população da área em estudo? Quais medidas as autoridades locais vem tomando para sanar os problemas de impactos ambientais existentes na serra? Diante dessas questões, faz-se necessária que se cumpra os objetivos desta monografia, averiguando os tipos de impactos que a Serra do Periperi vem sofrendo em função da ação humana sobre a mesma, além de analisar os problemas que os impactos ambientais que ocorrem na Serra do Periperi podem causar para os moradores dos bairros que circundam a serra bem como à população conquistense. Mediante esta analise a população residente no entorno da área em estudo, bem como a sociedade conquistense juntamente com as autoridades locais, vêem-se desafiados a buscar caminhos alternativos para encontrar uma forma de desenvolvimento econômico e social para o entorno de Serra do Periperi, que diferentemente do padrão atual interfira de modo responsável na natureza.
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2.0 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 A Serra do Periperi Impactada pela Ação Humana. Na atualidade os estudos ambientais estão em evidência, pois há uma necessidade em saber lidar adequadamente com o meio ambiente. Sabe-se que as civilizações mais antigas viam a natureza como sinônimo de Deus, pois estes adoravam a mesma deixando-a praticamente inalterada, o que difere do homem atual que muitas vezes racionalmente, fazem o uso da natureza de forma inadequada. Estudiosos como Drew(1979), Guerra(1996), Rawitscher(1979), Rizzini(1976), Odum(1986), Walter(1986) dentre outros que se destacam por visões
analítica e bibliográfica consagradas enfocam aspectos do ambiente, como ecossistemas, vegetação, flora e modificações ambientais a nível mundial e do Brasil. Alguns destes estudiosos contribuíram para despertar o interesse no esclarecimento de questões sobre a dinâmica no espaço físico e do ecossistema, abordados por alguns ecológos, geógrafos e demais profissionais das ciências afins. Sendo assim, estes autores foram utilizados nos estudos referentes a Serra do Periperi impactada pela ação humana. Desta forma, fazse necessário tecer comentários a despeito das metamorfoses que o espaço habitado vem sofrendo em função da atuação humana. Espaço habitado e ecúmeno são sinônimos. Essas expressões fazem parte da linguagem da geografia e das outras disciplinas que estudam o território, mas já invadiram o vocabulário do homem comum.Como já dizia há
12 anos,o grande geográfico Maximilien Sorre , “o fato capital é a ubiqüidade do homem” capaz de habitar e explorar os mais recônditos lugares do planeta. Poder-se-á, sem dúvidas, lembrar as viagens interplanetárias e o passeio do homem sobre a Lua, como conquistas recentes do gênio da espécie. Mas a Terra segue sendo a morada do homem. A Questão do espaço habitado pode ser abordada segundo um ponto de vista biológico, pelo reconhecimento da adaptabilidade do homem como indivíduo, às mais diversas altitudes e latitudes, aos climas mais diversos, às condições naturais mais extremas. Uma outra abordagem é a que vê o ser humano não mais como indivíduo isolado, mas como um ser social por excelência. Pode-se assim, acompanhar a maneira como a raça humana se expande e se distribui, acarretando sucessivas mudanças demográfica, raciais e ambientais em cada continente (mas também em cada país, em cada região e em cada lugar). O fenômeno humano é dinâmico e uma das formas de revelação desse dinamismo está exatamente, na transformação qualitativa e quantitativa do espaço habitado. As cidades, por exemplo, refletem, expressam e reproduzem (ampliadamente) as contradições da sociedade de quem as constroem. Segundo Milton Santos(1997, p.42), o meio urbano é cada vez mais um meio artificial, fabricado com restos de natureza primitiva crescentemente encobertos pelas obras dos homens. Ele ainda diz que: pela produção o homem modifica a natureza primeira, a natureza bruta, a natureza natural, socializando, dessa forma, aquilo que
Telhard de Cliardim(1997, p.163), chamava de ecossistema
selvagem. É por essa forma que o espaço é criado como natureza segunda, natureza transformada. Essas transformações dão-se muitas vezes em condições ambientais ultrajantes que podem causar agravos á saúde física e mental das populações. Deixa-se de entreter a natureza e cria-se a natureza hostil. O exame do que significa, em nossos dias, o espaço habitado, deixa entrever, claramente, que atingiu-se uma situação limite, além da qual o processo destrutivo da espécie humana pode torna-se irreversível. O espaço habitado se tornou um meio geográfico completamente diverso do que fora na aurora dos tempos históricos. Não pode ser comparado, qualitativa ou estruturalmente, ao espaço do homem anterior à Revolução Industrial. Neste período o quadro orgânico natural, foi então substituído por
13 uma vasta anarquia mercantil. Agora o fenômeno se agrava, na medida em que o uso do solo se torna especulativo e a determinação do seu valor vem de uma luta sem trégua entre os diversos tipos de capital que ocupam a cidade e o campo. Segundo Sewell(1978, p.48), os habitantes urbanos têm testemunhado a marcha inexorável dos subúrbios para as outrora férteis fazendas, florestas e terras pantanosas. Estradas, “centros de compras”, fábricas e prédios de escritório tem proliferado juntamente com o desenvolvimento habitacional. Tais fatores podem contribuir para a alteração do solo e da vegetação de uma determinada região. O solo é um recurso natural básico e fundamental, este levou milhões de anos para se formar. Ele é o resultado do processo de desintegração e decomposição das rochas devido ao intemperismo - a ação de agentes físicos (calor/frio; gelo/degelo), químico (água) e biológicos ou orgânicos (animais e vegetais). As transformações nas rochas continuam até hoje, mas tão lentas que nem percebemos, pois são necessários séculos para que se forme um centímetro de solo. No dizer de Dukoutchaiev, solo é: ...um corpo natural completamente diferente do mundo mineral, vegetal e animal, sendo no entanto um mundo vivo, pois um solo pode ser jovem (incompleto na sua formação), adulto (bem formado), velho e morto (fóssil) (In Guerra 1980, p.398).
Dessa forma, entre os fatores responsáveis pela formação do solo incluem-se o clima, a rocha matriz, os elementos orgânicos, além da topografia, ou seja, a inclinação do terreno. Conforme o local, alguns desses fatores podem ter maior ou menor influência na formação dos solos. É justamente essa variação na influência dos fatores que ocasionam a diversidade dos tipos de solo. No lento processo de formação do solo vão surgindo camadas com características diferentes: são os horizontes do solo. O conjunto dos horizontes do solo, desde a superfície até a rocha matriz que lhe deu origem ou rocha não alterada é denominado perfil do solo. Os solos maduros ou bem desenvolvidos apresentam basicamente quatro horizontes, identificados por letras maiúsculas onde o horizonte O é representado pelas camadas de restos orgânicos; o horizonte A pelas perdas de argilas, ferro ou alumínio; o horizonte B é o de
14 acumulação; o horizonte C pela rocha matriz fragmentada e finalmente o R pela rocha mãe. Dado o seu caráter altamente genérico e às amplas variações existentes nos tipos de solos, estes necessariamente foram classificados em categorias distintas: ... zonais que compreendem aquele que o principal elemento responsável é o clima; ... intrazonais que correspondem àqueles cujas características indicam as influências preponderantes do relevo local ou da rocha de origem; e azonais que referem àquelas cujas características não apresentam bem desenvolvidas..." (COELHO, 1992 p.44).
O homem ainda não conseguiu alterar conjuntos completos de grupos de solos zonais, a ponto de ser impossível reconhecê-los, como fez com a vegetação. No entanto, alterar a vegetação para fins agrícolas ou florestais, com a conseqüente mudança no micro e macro clima, leva inevitavelmente à modificações nas propriedades do solo, em face da estreita relação causal dos três aspectos A ação do homem tem de ser acrescida à lista de fatores que determinam o caráter do solo, visto que ela assume, pelo menos a nível local, maior significado que todos os demais fatores em conjunto. A erosão parcial ou total é indubitavelmente o mais negativo dos efeitos do homem sobre o solo. Em ambiente de equilíbrio delicado é muito mais fácil ocorrer erosão catastrófica, pois o solo é facilmente erodível. Ao promover a erosão, o homem está efetivamente encurtando a duração geomorfológica e acelerando um processo natural. O uso de fertilizantes químicos, tem afetado a sua composição química embora sejam usados na tentativa de conservação ou melhora da fertilidade da terra. Logo, pode-se afirmar que: "se aplicarem fertilizantes por muito tempo, a química do solo fica muito simplificada" (DREW, 1994, p.51). Sendo assim, há de se contribuir para o desencadeamento de mudanças na estrutura do solo e conseqüentemente de sua paisagem vegetal. Cada região é caracterizada pelo aspecto e pela composição de sua vegetação onde podemos reconhecer traços que são comuns e outros que se distinguem em diferentes áreas. O conjunto das espécies que constituem as grandes formações de vegetação é distinta dos diferentes continentes. Existem certas espécies ou gêneros, ou mesmo famílias que são específicas para certas regiões, países ou continentes, faltando em outros. Tais especificidades
15 serviram de subsídio para que alguns botânicos e fitogeógrafos realizassem uma divisão em regiões fitogeográficas tais como: Holártica, corresponde às superfícies de continentes e ilhas das zonas temperadas e frias do hemisfério norte, aproximadamente do paralelo 30º N até o pólo. Estão presentes aí florestas de coníferas, caducifólias, pradaria, tundra e
semideserto,
onde
destacam-se
as
famílias:
betalácea,
salicácea,
ranunculácea, saxifragácea, apiácea, primulácia e campanulácia, dentre outros. Em função das estreitas relações existentes entre América do Norte, Europa e Norte da Ásia durante o Terciário, gêneros e espécies desta Região Holártica apresentam certa uniformidade sobre todo este extenso território. Paleotropical, refere-se às tropicais do velho mundo, onde se destacam as florestas tropicais, de monção (estacionais), bosques xerofíticos e savanas. Encontram-se aí famílias pantropicais como arecácea (palmeiras), arácea, zingiberácea, lourácea, mirtácea, melastomatácea, euforbiácea, piperácea, asclepediácea, e as endêmicas pandanácea e depterocarpácea. Neotropical,
possui
quanto
ao
clima
e
formação
vegetais,
características semelhantes à Paleotropical e a flora está representada pelas famílias pantropicais citadas anteriormente e pelas endêmicas cactácea, bromeliácea e canácea. Capense, é a menor de todas as regiões em extensão, restringe-se ao Cabo da Boa Esperança, costa africana, que apresenta vegetação arbustiva esclerófila, totalmente distinta do restante do continente e onde se destacam as famílias proteácea, aizoácea, mirtácea, e o gênero Erica com mais de 450 espécies. Australiana, é caracterizada por um grande deserto na porção central do continente, com estepes ao norte e formações lenhosas esclerófilas ao sul, ocorrendo ainda florestas tropicais ao norte e a leste. São freqüentes as famílias mirtácea, cujo gênero Eucalyptus apresenta mais de 500 espécies. Outras famílias também encontradas são proteácea e casuarinácea. Antártica, envolve terras do sudoeste da América do sul, com bosques montanos úmidos, ricos em musgos, fetos e turfeiras, ilhas subantárticas, Antártida e por alguns estudiosos também a Nova Zelândia. Sua flora apresenta disjunções interessantes, indicando que no passado foi muito mais rica e que estendia-se circumpolarmente até outras latitudes e tem nos gêneros Nothofagus (fagácea) e Azorella (umbelífera) seus principais representantes.
16 Oceânica, refere-se aos oceanos em geral dando ênfase à flora macroscópica (algas) e aos fitoplânctos. Vale ressaltar que o termo vegetação não deve ser confundido com flora, pois vegetação trata-se de agrupamento de vegetais reunidos em uma área como por exemplo: Floresta Ombrófila Densa, Savana - Estépica, etc. Enquanto flora refere-se aos indivíduos que compõem a vegetação, como sapucaia, mandacaru e outros. Os vegetais não vivem isolados, mas em comunidades, que podem ser agrupadas em arbóreas ou florestas, herbáceas ou campestres, de regiões alagadas ou palustres e a vegetação dos desertos com adaptações xerófitas. As formações vegetais que se desenvolvem nas diversas regiões do planeta recebe influências das condições climáticas (temperatura, umidade, luz solar), condições pedológicas (solo), da altitude e da forma do relevo. Portanto, diante da diversidade dos tipos climáticos, das formas de relevo e dos solos que a superfície terrestre apresenta, sua paisagem vegetal será também bastante variada. Cada espécie vegetal absorve elementos distintos do solo, suas raízes atingem profundidades diferentes, umas são ricas em amidos e proteínas, outras em celuloses e ligninas, pobres ou ricas em cálcio, acumulam ou não determinados minerais, são mais ou menos exigentes quanto as condições ambientais, desenvolvem-se com um mínimo de substâncias nutritivas ou não, ciclo de vida curto ou longo. A manutenção e perpetuação dos vegetais depende de alguns fatores e de agentes polinizadores (transportadores de grãos de pólen) como o vento e os animais, e entre estes, principalmente os pássaros, insetos e morcegos. As plantas podem mudar as condições locais de um ambiente, ou seja, após a derrubada, a vegetação primitiva é descaracterizada. Dessa forma o ambiente é logo modificado. O solo desnudado dará origem a uma sucessão vegetal que terá etapas diferentes de acordo com o tempo. A vegetação secundária que surge reflete sempre, e de maneira bastante uniforme, o parâmetro
ecológico
do
ambiente.
Dessa
forma,
nas
palavras
de
Rawitscher(1976, p.357) observa-se que: ... primeiramente crescem árvores de luz depois da derrubada de matas. Essas árvores de luz preparam a sombra e o húmus necessários para o crescimento das plantinhas mais exigentes que vão recompor a mata definitiva” (1976, p. 357).
17 Assim estabelecem-se primeiro as associações de plantas de luz que em seguida são substituídas por plantas de sombra. Tal substituição por outras, é denominada sucessão vegetal. Esta sucessão obedece a um ritmo de recuperação do solo degradado pela ação predatória do homem. A sucessão vegetal passa por quatro ou mais fases até chegar ao clímax, o que dificilmente ocorre, devido a ação antrópica, mas deve-se ressaltar que este estágio ocorre em algumas regiões. A vegetação e os solos fazem parte de conjuntos de elementos vivos e não vivos que se interrelacionam e dão origem ao que chamamos de ecossistema. Dentro do ecossistema os elementos vivem em uma simetria característica da própria natureza, onde cada ser possui sua função e a sua respectiva importância, de modo que a relação aí existente é fundamental para manter o equilíbrio. Sendo assim, considera-se o ecossistema como a unidade funcional básica na qual incluí-se tanto os organismos viventes como o ambiente não vivente, sendo que cada qual influenciando nas propriedades do outro, e ambos necessários para a manutenção da vida tal como a temos no mundo. Nas palavras de Sacarrão (1998, p.32/33), temos: ... ecossistema é uma comunidade de seres vivos em íntima interação entre si e com o ambiente em que vivem... o termo ecossistema radica-se num ponto de vista holístico, segundo o qual todos os seres vivos e o ambiente físico funcionam como um todo obedecendo as leis físicas e biológicas bem definidas (1998,p. 32/33).
Num ecossistema existe um relativo equilíbrio de fatores naturais entendidos como catástrofes; e outros entendidos como antrópicos, podendo estes acontecerem na perspectiva de conservação ou degradação. Para tanto considera-se que os ecossistemas menos ricos em espécies são mais fáceis de serem desequilibrados. Os desequilíbrios de elementos que compõem o ecossistema como o solo e a vegetação podem se dar por meio de lixiviação, erosões, movimentos de massa e cheias, que podem ocorrer com ou sem a intervenção humana. Dessa forma: ... ao se caracterizar processos físicos, como degradação ambiental, deve-se levar em consideração critérios sociais que relacionam a terra com seu uso, ou pelo menos, com o potencial de diversos tipos de uso" (GUERRA, 1996, p. 342).
O estudo da degradação ambiental não deve ser realizada apenas sob o ponto de vista físico. Na realidade, para que o problema possa ser entendido
18 de forma global, integrada, holística, deve-se levar em conta as relações existentes entre a degradação ambiental e a sociedade causadora dessa degradação que, ao mesmo tempo, sofre os efeitos e procura resolver, recuperar, reconstruir as áreas degradadas. Alterações prejudiciais ao ambiente resultantes das atividades humanas acabaram por redundar na atual concepção "ecológica", na qual o homem não passa de um mero componente do ecossistema geográfico. Hoje em dia a relação do homem com o meio está chegando a uma situação crítica na medida em que as mudanças por ele realizadas talvez se tornem irreversíveis. Quando o homem provoca uma alteração no seu ambiente, visa normalmente um fim imediato e obvio como é o caso da construção de uma casa. Mas a mudança não se resume a isso. A construção irá alterar parcialmente o clima circundante, e o clima modificado alterará o caráter do solo e da vegetação vizinha e por sua vez a mutação do solo e da vegetação redunda em alterações posteriores do clima local. No entanto, a natureza das mutações que o homem impõe à superfície da Terra está condicionada por vários fatores que operam em equilíbrio dinâmico.
À medida que a sofisticação política-econômica e tecnológica
aumenta, cada vez menos se torna previsível o comportamento do homem em relação ao ambiente em termos de fatores "naturais".
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3.0 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Para a realização desta pesquisa, foi utilizado o acervo bibliotecário da Uniervsidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB, além de consultas na internet, ao mesmo tempo em que foram aplicados em campo questionário a fim de coletar informações sobre a área em estudo. Buscando melhor embasar o trabalho, foi utilizado o Projeto RADAMBRASIL(1981),
onde
foram
retiradas
informações
pedológicas,
geológicas, geomorfologicas e fitogeográficas da Serra do Periperi. Nesta parte da pesquisa foram utilizados os mapas deste projeto na escala de 1:25.000 referentes aos temas citados, daí foram extraídas informações acerca da vegetação. Vale ressaltar que para analisar a ação antrópica nesta localidade foi necessária a observação e interpretação da paisagem da referida área. Neste momento da pesquisa foram aplicados 20(vinte) questionários para a população residente no local com o objetivo de conhecer que tipo de atividades estas pessoas desenvolvem na serra, renda familiar, o nível de conscientização ambiental dentre outros. Ainda foram realizadas, com os órgãos que trabalham com questões ambientais em Vitória da Conquista, entrevistas com o objetivo de obter informações sobre medidas coercitivas bem como preventivas que estão sendo aplicadas e até mesmo implantadas neste município. Assim foram entrevistados os seguintes órgãos: SEMMA, SEMARH e IBAMA.
20 Os dados coletados na pesquisa de campo e na entrevista com os órgãos
ambientais
foram
agrupados,
trabalhados
estatisticamente
e
transformados em gráficos e/ou tabelas, com auxilio do programa excel. Os dados foram cruzados e comparados, além disso, foram utilizadas fotografias para corroborar os fatos relatados nas entrevistas, questionários com as observações feitas in loco.
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4.0 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Aspectos Históricos “O Município de Vitória da Conquista está localizado na região Sudoeste da Bahia , tendo como coordenadas geográficas 14° 50’ 53” de latitude sul e 40° 50’ 53” de longitude oeste. Segundo IBGE – Censo 2000, possui uma extensão territorial de 3.204 km², destacando-se como a terceira maior cidade em extensão territorial da Bahia. No seu aspecto histórico, sua ocupação territorial iniciou-se no final do século XVIII, de acordo com os interesses dos colonizadores provenientes da Coroa Portuguesa. Serviu como elo de ligação entre o litoral e o sertão, e o crescimento da cidade aconteceu no sentido norte/sul, onde se observa, o processo de desflorestamento de vegetação nativa, para atender ao assentamento das primeiras famílias (Ferraz, in plano de manejo do Parque Municipal da Serra do Periperi – V/C), que no decorrer do tempo apropriaram dos recursos naturais existentes na encosta da Serra do Periperi; incluindo os recursos hídricos oriundos da nascente do rio Verruga, na utilização para o abastecimento da então Vila da Vitória. Ao longo do processo de desenvolvimento da cidade, os recursos naturais foram explorados de forma aleatória de acordo com os moldes do sistema capitalista, com intensa exploração, em nome do crescimento sócioeconômico.
22 Segundo Silva e Santos (1998, p.139), no que tange a Serra do Periperi, objeto de estudo desta pesquisa localiza-se no Planalto de Vitória da Conquista o qual em sua maior parte é coberto pela Floresta Estacional Decidual. As cotas altimétricas, de 300 a 1.000 m de altitude, variam consideravelmente desde residuais, correspondendo ao topo dos planaltos, até fundo de vales que se encontra quase no mesmo nível da depressão. Este planalto apresenta relevo muito movimentado, resultante da intensa dissecação que esculpiu a vertente do mesmo. As vertentes são íngremes, com inclinação de 30º a 45º. Toda a área da unidade apresenta expressa camada de alteração da rocha. A vegetação primitiva de mata foi retirada. Seus remanescentes só podem ser observadas nos topos, enquanto as encostas transformadas em pastos, são recobertas apenas por gramíneas. A região do Planalto de Vitória da Conquista apresenta clima variado, podendo destacar a presença de áreas com o clima sub-úmido à semi-árido. No que se refere a vegetação dessa região, existe uma variação onde áreas apresentam predominância da caatinga e outras de matas tropicais formando ecossistemas distintos. Pode-se observar que o Planalto apresenta solos diferentes, como: latossolo vermelho-amarelo distrófico, podzólico vermelho-amarelo eutrófico, fragmentos rochosos de areia quartzosa. "Estes solos acumulam grande quantidade de água durante a época das chuvas, razão pela qual não chegam a secar completamente durante o período de seca. É esta a condição essencial que possibilita o crescimento das floresta de folhas caducas..." (WALTER, 1986:74).
Estes tipo de florestas é predominante no Planalto de Vitória da Conquista,
cujas
características
são
semelhantes
aos
da
Floresta
Semidecidual, variando o período seco que é maior e, consequentemente, a percentagem da decidualidade foliar dos seus indivíduos dominantes passa a ser de 50% ou mais na época desfavorável. A submata é também decidual, e o número de formas biológicas terófitas, geófitas e hemicriptófitas é grande, principalmente a quantidade de plantas graminóides. Essa formação é caracterizada principalmente pela Cavanillesia Sp e Goniorrhachis marginata que possuem ampla dispersão.
23 4.2 Clima, Litologia e Geomorfologia Na região do Planalto de Vitória da Conquista, atuam três sistemas de circulação atmosférica: sistema de circulação de onda de leste, sistema de circulação da frente polar e sistema de circulação oeste. De acordo com Silva e Santos (1998, p.139), o sistema de leste é representado por correntes de perturbação que caminha de leste para oeste. São típicas de zonas tropicais atingidas pelos alísios. Embora esse fenômeno não seja suficientemente estudado para dele ter um conhecimento mais exato, sabe-se no entanto, que eles ocorrem no seio dos anticiclones tropicais sob a forma de pseudo frentes, ou seja, pequenas depressões frontais causadas por chuvas mais ou menos abundantes. O sistema de sul é representado por invasões de frentes. Tais descontinuidades barométricas, oriundas da oposição entre os ventos anticiclones de massa polar e da massa tropical, poucas vezes consegue ultrapassar o Trópico de Capricórnio durante a primavera e o verão, quando consegue, o fazem ao longo do litoral, raramente ultrapassando o paralelo de 15º de latitude sul, (id). Ainda de acordo com estes autores o sistema de oeste é representado por "linhas" de Instabilidade Tropicais (IT), formadas por alongadas depressões barométricas induzidas em dorsais de altas tropicais. No seio de uma linha de IT o ar em convergência acarreta geralmente, chuvas e trovoadas, por vezes granizo e ventos moderados a fortes, com rajadas que atingem 60 a 90 km/hora. Sua origem parece estar ligada ao movimento ondulatório que se verifica na frente polar ao contato com ar quente da zona tropical. Conforme estudo realizado nesta cidade: A Relação Solo/Vegetação no Planalto e nas Encostas de Vitória da Conquista, no que diz respeito às condições climáticas nas áreas em estudo, estas apresentam variações. A temperatura média anual na Serra do Periperi está em torno de 20ºC. A temperatura máxima absoluta em todas as áreas oscilam de 36º à 38ºC, enquanto que a temperatura mínima absoluta variam de 4º a 8ºC. No que tange à precipitação anual, oscila entre 750 e 1.000 mm. Devido as características apresentadas infere-se que o clima da Serra do Periperi é classificado como clima tropical subquente semi-úmido, cuja duração do período seco é de 4 a 5 meses.
24 Através de levantamentos bibliográficos na UESB pode-se observar que a formação geológica da área em estudo é basicamente composta por coberturas detríticas. A unidade de coberturas detríticas é constituída por terrenos tabulares, com textura lisa dispostas discordantemente sobre unidades litoestratigráficas pré-cambrianas, mesozóicas e cenozóica (formação barreiras). O material terrígeno que forma os platôs elevados, como por exemplo, de Vitória da Conquista, não pode ser designado com precisão como sedimentos pois não apresenta quaisquer evidências dos mecanismos formadores, sejam hidro ou pneumodinâmicos. (RADAMBRASIL, 1981:122). As coberturas existentes no Planalto de Vitória da Conquista, segundo Ghignome in PROJETO RADAMBRASIL (1981, p.122), que apresentou estudos dos sedimentos fanerozóicos do Estado da Bahia menciona que: "as coberturas que ocupam grandes áreas do interior do estado, notadamente os extensos planaltos terrígenos de Vitória da Conquista, Poções e outros, necessitam de um melhor estudo para se conhecer sua idade exata".
As coberturas representativas desta unidade, encontram-se bem expostas nos Planaltos de Vitória da Conquista e Maracás, bem como associados à Chapada Diamantina, notadamente a que se desenvolve no centro da Anticlinal de Seabra. A unidade TQd, litologicamente, e variável, dependendo do local onde esteja situada. Na região da Chapada Diamantina, estes depósitos são essencialmente arenosos de granulação média e em geral subarredondadas. As coberturas sobre os calcários formam às vezes espessas camadas sílticas argilosas, amarelas ou vermelhas com freqüentes termiteiros. Nas demais áreas encontra-se representada por uma capa de material amarelado conglomerático, detrítico mal consolidado, contendo lentes finas de arenitos e conglomerados quartzosos, horizontalmente estratificados. Depósitos residuais e coluvionares sílico-ferruginosos, também ocorrem associados, com espessura variável. Localmente, na parte basal, são observados seixos angulosos e subangulosos de quartzo e feldspatos com dimensões em torno de 2cm, em uma camada de 10 a 20cm de espessura, aumentando para o topo as dimensões dos seixos e a uniformidade no tamanho (op. cit). No que se refere à geomorfologia da área de estudo, nos Planaltos Inumados integram-se relevos tabuliformes desenvolvidos sobre áreas de depósitos
continentais
detrítico-sedimentares
do
Cenozóico,
os
quais
25 sotopõem-se e mascaram feições estruturais típicas de outros domínios correspondendo neste estudo a áreas da Serra do Periperi. A vegetação da Serra do Periperi faz parte da Floresta Estacional Decidual Montana, predomina uma vegetação secundária bastante alterada pela ação antrópica, sendo ocupada por construções. É importante frisar que grande parte da Serra do Periperi constitui um ecótono entre a floresta estacional decidual e a savana (cerrado) (RADAMBRASIL 1981, p.122).
1.000 600 100 10 0 1- Aluvial 2-Terra 3-Submontanhas 4- Montanha Ilustração de Regina Julianele
Figura 01 – Perfil Esquemático da Vegetação da Serra do Periperi
A floresta estacional decidual é caracterizada por árvores que guardam maior distância entre si. Os troncos, de menor altura, tem cascas geralmente mais grossa que a floresta ombrófila densa e sustentam ramos robustos e mais ou menos retorcidos; as copas revelam-se amplas, ralas e esgalhadas, ramificando-se no tronco, muitas vezes, desde baixo. Ocorre também duas estações climáticas bem demarcadas, uma chuvosa seguida de longo período biologicamente seco. Apresenta na forma de disjunções florestais um estrato dominante macro ou mesofanerofítico predominantemente caducifólio, com mais de 50% dos indivíduos despidos de folhagem no período desfavorável. A estratificação da comunidade não costuma ir além de três camadas. Abaixo do andar superior, descontinuo, há uma submata arbóreo-arbustiva bastante densa e, sob esta, um estrato herbáceo pobre. Na região, esta floresta é conhecida como “mata de cipó”. É composta de mesofanerófitas parcialmente caducifólias e dominadas por ecótipos da família leguminosae, destacando-se o genero parapiptadenia. A maior parte dos ecótipos formadores desta disjunção, regularmente, são envolvidos por linhas lenhosas com folhagem sempre verde
26 que
conferem
a
esta
formação
uma
falsa
aparência
na
época
desfavorável(ibid).
4.3 Características Pedológicas A partir de pesquisas e análises cartográficas realizadas pôde-se constatar que na Serra do Periperi há o predomínio de solos do tipo latossolo vermelho-amarelo álico (figura 02), bem como em todo planalto cujo relevo é predominantemente plano com suaves ondulações.
Figura 02. Latossolo vermelho-amarelo álico da Serra do Periperi - V/C
Morfologicamente
apresenta
cor
amarelada
homogênea
em
profundidade e pode apresentar textura média ou argilosa ou muito argilosa (Silva 1998, p.139). Onde ocorre relevo plano ou suavemente ondulado permite facilmente a mecanização agrícola, embora há limitações de ordem química em profundidade que restringem o desenvolvimento do sistema radicular. Em geral apresenta baixa quantidade de água disponível às plantas e além do mais, em condições naturais constata-se baixos teores de fósforo. Outra limitação, refere-se à compactação, não só se a textura for
27 média e especialmente se o teor de areia fina for alto. Ocorre também nesta área a presença subdominante do solo Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico, com horizonte A moderado de textura argilosa em relevo suavemente ondulado.
28
5.0 A AÇÃO ANTRÓPICA SOBRE A SERRA DO PERIPERI.
5.1 O Homem e o Usufruto na Serra do Periperi É reconhecido que o crescimento e o desenvolvimento econômico alteram os sistemas naturais, embora não se deva por em risco tais sistemas, como a atmosfera, a água, os solos e os seres vivos. Na Serra do Periperi localizada no município de Vitória da Conquista, a ação antrópica pode ser vista de forma bem diversificada e muito acentuada ao longo de toda a extensão territorial que compõe a mesma. Nesta parte da cidade, o homem não poupou esforços para agir sobre a natureza, quer seja por uma questão de sobrevivência ou pela ganância comercial. As marcas do usufruto neste espaço ainda estão impregnadas. No que tange o aspecto sobrevivência pode-se começar citando que é justamente no entorno da Serra do Periperi que se localizam bairros periféricos que abarcam uma grande concentração de pessoas de baixa renda. Assim como nas grandes capitais e nos grandes centros do Brasil as condições de moradias da periferia estão atreladas ao crescimento urbano desordenado o qual consequentemente provoca muitos danos. A expansão urbana em Vitória da Conquista vem “engolindo” a Serra do Periperi de forma avassaladora como pode-se observar na Figura 03.
29
Figura 03: A invasão da expansão urbana na Serra do Periperi – V/C
Fica claro na figura 03 que a paisagem nesta localidade esta sendo modificada cada vez mais em função de construções de casas em direção ao topo da serra, Vale lembrar que muitas destas são construções recentes, mas há aquelas que datam de décadas atrás como pode ser comprovado a seguir na Figra 04, de tempo de moradia dos habitantes dos bairros em torno da Serra do Periperi.
31% 50% 19%
Figura 04 – Tempo de moradia na Serra.
Menos de 10 anos 10 à 20 anos 30 à 40 anos
30 Independente do tempo de moradia destes habitantes da serra, podese perceber que a população desta área exerce atividades profissionais as quais se encaixam no grupo denominado de subemprego. Como pode ser visto no quadro 01. Quadro 01: Atividades profissionais desenvolvidas pelos moradores do entorno da Serra do Periperi. ATIVIDADES PROFISSIONAIS Pedreiro Doméstica Reciclador Dono de Boteco Desempregado Carroceiro Aposentado Extrator de areia
VALORES (%) 18,75% 6,25% 6,25% 6,25% 12,5% 18,75% 18,75% 12,5%
Estas atividades, geram rendas baixíssimas não dando condições da pessoa viver com o mínimo de dignidade com as atividades profissionais por eles desenvolvidas. Repare na figura 5 que muitos profissionais não conseguem obter mensalmente valores que possam suprir se quer suas necessidades básicas como alimentação.
6%
6%
19%
19%
25% 25%
Menos de R$ 50,00
Entre R$50,00 e R$100,00
Entre R$ 100,00 e R$ 200,00
Entre R$300,00 e R$400,00
Entre R$400,00 e R$ 500,00
Entre R$ 500,00 e R$ 600,00
Figura 05 - Renda salarial dos moradores da área em estudo.
Estes dados corroboram a situação econômica dessa população que vive a margem da miserabilidade, tais fatos fazem com que os moradores desta região busquem meios alternativos para sobreviver. Justifica-se daí o fato da
31 maioria destes habitantes possuírem em casa fogão a lenha como pode ser vislumbrado na figura 06.
19% Possue fogão a lenha Não possue fogão a lenha 81%
Figura 06- Percentual de moradores com fogão de lenha em casa.
Os usuários de fogão a lenha usufruem de lenha proveniente da vegetação da serra como pode ser observado na Figura 07.
Figura 07 – Morador do Bairro Pedrinhas em V/C carregando lenha proveniente da Serra do Periperi.
Os feixes de lenha geralmente são conduzidos pelos adultos, mas as crianças não são poupadas desta atividade (Figura 08), sempre que possível,
32 ou quando acham galhos no chão às crianças levam para casa com o objetivo de ser queimado a posteriori no fogão.
Figura 08 – Criança transportando galho no Bairro N.S.ª Aparecida – V/C.
Segundo os entrevistados, eles não fazem uso da vegetação da serra, porém no período da pesquisa realizada na área em estudo, por diversas vezes foram flagrados pessoas com feixes de lenhas nas costas, carrinhos de mão e até em carroças. O uso desta lenha é utilizada por boa parte da população da área em estudo durante o cotidiano, como pode ser analisado na figura 09.
60,00% 50,00%
50,00% Diariamente
40,00% 30,00% 20,00%
Fim de semana mensalmente
25%
Não uso lenha
18,75%
só quando falta gá 6,25%
10,00% 0,00%
0,00% 1
Figura 09 – Moradores com fogão de lenha em casa.
Embora o consumo de lenha seja diário, este não é feito de forma exorbitante, pois a população usufrui desta matéria-prima não com fins
33 lucrativos, mas como forma de conter despesas uma vez que o botijão de gás torna-se caro pelo seu padrão de vida. Assim, a lenha é usada para cozimento de alimentos (Figura 10) como o feijão que é duro e demora em cozinhar, enquanto que nas casas que possuem o fogão a gás, este é utilizado para fazer o café, cozimento de arroz e etc. De qualquer forma, o fogão a lenha nunca é descartado, exceto pela pequena população que possui um padrão de vida melhor do que a maioria dos entrevistados.
Figura 10 – Uso do fogão à lenha no cotidiano periférico de V/C, Bairro N.S.ª Aparecida.
A depender do ângulo em que se observa a Serra do Periperi pode-se surpreender com uma paisagem urbano-rural, pois a luta por uma vida melhor fez com que um dos moradores construísse em frente ao seu casebre um curral (Figura 11). Além de ter devastado a área para construir o curral, o pisoteio do gado sobre o solo pode vir a impactar o mesmo, sem contar que o referido rebanho alimenta-se da vegetação ali existente.
34
Figura 11 - Paisagem Urbano-Rural no alto do Periperi – V/C.
Saindo da questão sobrevivência e adentrando nos aspectos de âmbito econômico, pode-se começar citando a questão da extração mineral sobre a serra que deixou danos irreparáveis como pode ser analisado na Figura 12.
Figura 12 - Processo erosivo fruto da extração de areia.
Segundo a Secretaria municipal do Meio Ambiente de Vitória da Conquista – SEMMA, há atualmente 113 trabalhadores com licença provisória para exercerem atividade de extração mineral sobre a Serra do Periperi, tal
35 atividade é exercida fora do perímetro do Parque Municipal da Serra do Periperi. Deve-se lembrar que além dos trabalhadores que são cadastrados, há aqueles que fazem à extração mineral de forma ilegal. Quanto a estes, não há como saber a quantidade de areia que os mesmo extraem, já quanto aqueles estima-se que cada trabalhador extraia 2 (duas) caçambas de areia por semana (Figura 13), que por sua vez dará uma média mensal em torno de 964 (Novecentos e Sessenta e Quatro) caçambas para todos aqueles que são cadastrados.
Figura13: Extração Mineral na Serra do Periperi – V/C.
Se forem mantidos os atuais níveis de exploração mineral (areia), em pouco tempo poderá faltar esta matéria-prima ou até mesmo a serra poderá desaparecer. Além do mais para este tipo de atividade é necessário a devastação da vegetação local, comprometendo a sobrevivência da fauna que faz parte do seu ecossistema. Um outro problema é o não reflorestamento da área degradada, a qual ficou exposta aos agentes erosivos (Figura 12 e 13) aumentando os danos ambientais. Um outro ponto a ser abordado refere-se à infra-estrutura urbana de Vitória da Conquista que em parceria com o Governo Federal, trabalharam juntos com o intuito de melhorar o sistema de escoamento de mercadorias na região, para isto foi inevitável fazer um grande corte na Serra do Periperi por onde passa o anel viário municipal. Para a efetivação desta obra fez-se necessário
a
impermeabilização
do
solo
na
referida
área
o
que
36 consequentemente acabou por abalar a estrutura do funcionamento deste ecossistema, como pode ser observado na Figura 14.
Figura 14 – Corte Vertical da Serra do Periperi no anel viário –V/C.
Pode-se ver ainda na foto que o local por onde passa a rede viária do anel não foi reflorestado, deixando o solo exposto ao intemperismo. Todavia, é bom lembrar que o reflorestamento por si só não recupera o habitat natural, mas ameniza os danos ambientais que ali podem ser causados. Averigou-se nesta área ao menos um ponto positivo, como o homem não tem retirado a vegetação que faz margem com a pista do anel, esta vem se recompondo naturalmente como pode ser reparado na Figura anterior. Por outro lado, a falta de senso ecológico dos motoristas faz com que estes joguem detritos e restos de alimentos na mata, que margeiam a pista. Além disso, há os ruídos dos veículos que ali circulam, todos estes fatores agregados certamente comprometem o metabolismo da fauna, bem como o desenvolvimento da flora desta região. Constata-se também na Serra do Periperi o funcionamento de uma usina de asfalto a qual é de propriedade da Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista. A usina está assentada em uma área que foi devastada para o seu funcionamento, como pode ser corroborado pelo vislumbramento da Figura 15.
37
Figura15: Usina de Asfalto na Serra do Periperi. V/C.
Nesta área há ainda o uso de máquinas pesadas impactando o solo desta região e para finalizar as atrocidades cometidas, a usina expele diariamente na atmosfera conquistense fumaça que contribui para a poluição do ar. Este é o “belo” exemplo ambiental que a Prefeitura Municipal vem dando aos moradores de Conquista em uma localidade que ao invés de ser degradada deveria sim, ser preservada. Deve-se frisar também, que é papel da infra-estrutura urbana fornecer os seguintes serviços: água encanada, saneamento e esgoto, coleta e destinação do lixo e etc. Caso estes serviços sejam oferecidos de forma inadequada pode causar transtornos para a população de uma cidade ou de bairros específicos como é o caso daqueles que se localizam nas proximidades da Serra do Periperi. Se por um lado os moradores destes bairros sentem-se satisfeitos com o serviço de coleta de lixo o qual é diário, por outro estão insatisfeitos com as voçorocas provocadas com a instalação da rede fornecedora de água. O fato desta área ter sido desmatada com o crescimento desordenado da cidade, bem como a falta de assistência adequada nesta região, faz com que os impactos sejam sentidos não só nesta localidade mas, também por outros moradores de Vitória da Conquista, conforme mostra o quadro a seguir. Quadro 02: Conseqüências da retirada da vegetação na Serra do Periperi.
38 TIPO DE PROBLEMA CAUSADO Deslizamento de terra na serra Surgimento de barrocas Falta de chuvas em Conquista Desabamento de casas no alto da serra. Aumento da temperatura em Conquista Aumento do volume da enxurrada no centro da cidade A retirada da vegetação não provoca danos
PORCENTAGEM (%) 25% 18,75% 12,5% 6,25% 12,5% 18,75% 6,25%
Com a retirada da vegetação o solo fica muito mais exposto ao impacto da chuva, formando ravinas, processo erosivo inicial das voçorocas, que por sua vez tem acelerado o seu processo de formação (Figura 16) com a abertura de valetas para encanação do fornecimento de água e para tubulações da rede de esgoto, estas valetas não foram fechadas após o serviço feito. Estes fatos, aliados à falta de absorção do solo, faz com que a velocidade do escoamento da água da chuva seja mais rápida, por isto o tamanho da voçoroca cresce, o deslizamento de terra aumenta e o volume da enxurrada que desce da serra acaba alagando o centro da cidade causando outros transtornos.
Figura 16 - Impacto Ambiental acelerado pela infra-estrutura – V/C.
E por fim, coloca-se em cheque o abandono do objeto em estudo, pois detecta-se entulhos de construções proveniente de diversos bairros de Vitória
39 da Conquista. O entulho é jogado ao meio da devastação da Serra do Periperi, misturando-se aos pés de mamona que estão crescendo nesta área. Diante deste quadro, os moradores deste perímetro acreditam que a vegetação da serra deva ser preservada pelos aspectos mostrados no gráfico da figura 17.
35,00% 30,00% 25,00% 20,00% 15,00% 10,00% 5,00% 0,00%
31,25% 18,75% 12,50%
12,50% 6,25%
6,25%
1 A natureza fica mais bonita; Desmatar prejudica a natureza; Acha importante mas não soube responder; A serra deve ser cuidada, pois assim o Cristo não fica abandonado; A natureza fica bonita, mas tem o problema da bandidagem; A serra não deve ser preservada, pois aumenta o matagal e a bandidagem. Figura 17 – Importância da preservação da Serra.
Estas expressões foram transcritas na integra, mostrando os sentimentos dos moradores desta região. Há aqueles que têm medo dos bandidos que muitas vezes escondem-se dentro da capoeira, mas apenas 6,25% foram incisivos a responder que a Serra não deve ser preservada por causa da criminalidade (Figura 17).
5.2 A VISÃO DOS ÓRGÃOS AMBIENTAIS Foram realizadas com os órgãos públicos ambientais que atuam no município de Vitória da Conquista, entrevistas com o intuito de saber quais medidas vem sendo tomadas por estes em relação aos problemas ambientais que ocorrem na Serra do Periperi. O primeiro deles a ser entrevistado foi a SEMMA, órgão municipal que atua tanto de forma preventiva como também de modo coercitivo, neste caso em parceria com a Policia Militar e o Ministério Público.
40 Uma das medidas preventivas tomada pela SEMMA foi a criação do Parque da Serra do Periperi com uma estrutura que contempla a própria Secretaria do Meio Ambiente, onde funciona o Módulo de Educação Ambiental – MEA, cuja finalidade é desenvolver um programa de educação ambiental visando a sensibilização, mobilização e conscientização da comunidade local, estabelecendo como prioridade o contingente de professores e alunos da rede municipal de ensino, principalmente das escolas localizadas nas vizinhanças do Parque. Deve-se ressaltar que o MEA desenvolve atividades teóricas e práticas não só com as escolas municipais, mas também com os colégios das redes estadual e privada, além de entidades civis locais e regionais. Na sede da SEMMA funciona também o projeto Sala Verde e o projeto Coletivos Educadores. Ainda sob a tutela desta entidade funciona o Herbário Sertão da Ressaca, o qual abriga um Viveiro Experimental, onde são realizados testes de germinação e produção de mudas de essências nativas para uso de reflorestamento de áreas degradadas. No Herbário estão depositadas cerca de 400 exsicatas de material botânico da Serra em processo de identificação. Segundo o Senhor Iragildo Silva Pereira, Gerente de Estudos, Viabilização de Projetos e Promoção da SEMMA, esta realiza a defesa e fiscalização ambiental do município, desempenha um trabalho em defesa da fauna e da flora nativas, principalmente no Parque Municipal da Serra do Periperi coibindo a caça e captura de animais, a retirada de madeira nativa, a extração de pedra, cascalho e areia, o descarte de lixo e entulho e as tentativas de
invasão
e
ocupação
da
Serra.
Realiza
também
a
vistoria
de
empreendimentos e atividades potencialmente poluidoras a concessão e licenciamento de alvarás e licenciamento ambiental. No que tange à penalidade atribuída para aqueles que são flagrados praticando atividades ambientais ilegais no âmbito do Parque, são tomadas as seguintes medidas: Notificação da gravidade do problema, a qual é enviada para os órgãos competentes quando necessário e, de acordo com a sentença atribui-se a penalidade. Ressaltando que esta funcionalidade ainda não é executada pelo SEMMA, pois o Código Municipal do Meio Ambiente encontrase em trâmite. Uma das problemáticas encontradas por este órgão em nível de fiscalização é o seu contingente de fiscais, o qual é insuficiente para o tamanho do parque, uma vez que a demanda da fiscalização é constante e não uniforme,
41 envolvendo problemas diversos os quais devem ser abarcados pelos 5 (cinco) fiscais existentes no parque entretanto torna-se difícil tomar conta de toda esta região, pois 3(três) fiscais são fixos no Poço Escuro e 2(dois) são itinerantes. A falta de um número maior de fiscais atuando em órgãos ambientais não é um caso isolado no município de Vitória da Conquista, é uma realidade brasileira, o que acaba por gerar uma atuação insatisfatória por parte destas entidades. Mas, na visão do Senhor Iragildo Pereira, a eficácia primeiramente não advem apenas do Poder Público dos órgãos ambientais, perpassa pelo coletivo e pela educação ambiental. Em campo e corroborado pela entrevista, pôde-se vislumbrar que muitas medidas foram tomadas não só no perímetro do Parque, mas até mesmo em áreas que pertencem a particulares na serra, além dos bairros que circundam a mesma, contudo muitos problemas ainda são gerados inclusive pelos próprios moradores da região do objeto em estudo, podendo ser citado o acúmulo de lixo, bem como a sua queima a céu aberto entre outros. Segundo o Senhor Iragildo Pereira são aplicados medidas coercitivas e, sobretudo preventivas, mas infelizmente estas vão se mesclando aos costumes e perfil da comunidade, que por sua vez tem grande procedência da zona rural e ainda soma-se a miserabilidade em que vivem e acabam por não introjetaram os princípios da educação ambiental. Este ainda frisa que nem sempre os recursos disponíveis são satisfatórios para tomar as medidas de prevenção. O segundo órgão a ser entrevistado foi a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SEMARH, o qual possue em sua estrutura dois órgãos em funcionamento o Centro de Recursos Ambientais – CRA, e a Superintendência de Biodiversidade Florestais e Unidade de Conservação – SFC. O primeiro tem como função fiscalizar e conceder licenciamento ambiental de empreendimento de potencial poluidor como por ex. mineração, postos de combustível, indústria de transformação e etc. já o segundo tem como incumbência autorizar a supressão de vegetação, desenvolvimento florestal e também o monitoramento das áreas em que está sendo cultivado o eucalipto. De acordo com o Sr. José Carlos Barreiros, o Coordenador Regional da SEMARH, a atuação do CRA e da SFC se dá em toda a região Sudoeste, para isto estes órgãos contam com apenas 7(sete) profissionais dos quais 3 (três) são fiscais, este numero é insuficiente para atuar com eficácia, mas segundo o Sr. Barreiros, a SEMARH ainda esta sendo estruturada, pois com a
42 transferência da gestão florestal do IBAMA para o governo do estado houve um aumento de demanda, de modo que esta secretaria está se organizando para melhor atender. E para isto, este órgão está fazendo um resgate do serviço público estadual em Vitória da Conquista, pois este município ficou muito tempo sem estes serviços, de modo que houve um descaso ao atendimento público. Barreiros citou que: A SEMARH de Jequié conta com prédio próprio com a sede na Casa de Recursos Naturais, enquanto em Conquista atua precariamente em um subsolo de um prédio cedido pela UESB – Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, com o resgate do serviço público estadual a tendência é melhorar, não só esta secretaria como também outros órgãos públicos do estado. Ainda, segundo o Coordenador Regional desta instituição o Sistema Nacional de Meio Ambiente – SISNAMA prevê uma repartição entre os entes; União, Estado, Distrito Federal e Município, a questão da responsabilidade da gestão ambiental de modo a descentralizar a mesma. Daí justifica-se a atuação deste órgão em nível do Sudoeste, pois em Vitória da Conquista já foi implantada a SeMMA, que atua a nível municipal. No momento a SEMARH, vem desenvolvendo alguns projetos, sobretudo no sentido de prevenção ambiental, podendo ser citado o projeto Jovens Ativistas, o qual é direcionado para alunos na faixa etária entre 14 e 16 anos das escolas públicas do Município e do Estado. Estes jovens serão capacitados e posteriormente atuarão como multiplicadores nas suas respectivas comunidades. Os facilitadores do projeto já foram aprimorados e, neste momento o mesmo já esta em andamento. Este é um Projeto Piloto, que tem início em Vitória da Conquista e a posteriori será desenvolvido em toda a Bahia. Aqui no município foram selecionadas 18 escolas, sendo que 16, são colégios localizados em áreas onde há conflito sócio-ambiental, salve a exceção do CEFET – Centro Federal de Educação Tecnológica, as outras 2(duas) escolas foram incluídas no projeto por serem uma voltada para a cultura afro localizada no Simão, e a outra por atender filhos de família de assentados do MST – Movimento dos Sem Terras, localizada em Cagussú. O ápice do projeto será culminado com o lançamento de um Atlas Sócio-ambiental do Município de Vitória da Conquista.
43 Ainda dentro do aspecto preventivo, esta entidade atua fazendo palestras para colégios da rede pública e privada, para universidades e municípios da região Sudoeste. Já no que tange a questão da Serra do Periperi, Barreiros diz que: a própria população conquistense é quem sofre com o problema da Serra, pois quando chove, a areia é carreada do alto do Periperi para o centro da cidade, onde os bueiros são entupidos e deixam a mesma toda suja, além do mais, por falta da vegetação nativa a água da chuva não é infiltrada na serra, de modo que acaba inundando o centro de Vitória da Conquista, fato que foi dito anteriormente pelo autor do projeto. O ultimo órgão entrevistado foi o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA, o qual atua na Região Sudoeste atendendo 64 municípios baianos, este órgão conta com 8 agente fiscais, os quais atuam também quando necessário em outros estados. Segundo o Analista Ambiental do IBAMA, o Sr. José Reinaldo, o qual no momento está atuando como chefe substituto, o número de agentes fiscais não é o suficiente. Em sua opinião este contingente deveria ser ampliado para 20, mas apenas isto não bastaria, seria necessário também aumentar os recursos financeiros bem como os recursos humanos que servem de suporte para realizar a fiscalização. Ainda, de acordo com o Sr. José Reinaldo, não há nenhum trabalho específico voltado para a Serra do Periperi, pois esta é de jurisdição municipal, o que implica em dizer que a SeMMA é responsável pela mesma. Um outro fator, refere-se a transferência da gestão florestal para o Estado, de modo que restou para o IBAMA, apenas a função de fiscalizador. Desta forma, este órgão não desenvolve nenhum trabalho específico na Serra, mas tem realizado campanhas preventivas no Sudoeste Baiano em duas épocas do ano. Uma no São João – Junho – para evitar soltar balões, bem como a queima de madeira com fogueiras juninas. A outra campanha é realizada no período de seca prolongada, nos meses de agosto, setembro e outubro, período em que os fazendeiros fazem queimadas nos pastos, assim o IBAMA faz o alerta para que não haja esta prática neste período para não haver maiores transtornos. Este trabalho preventivo é feito via rede de comunicação e folder’s, mas segundo o Sr. José Reinaldo esta campanha é muito pouco para o IBAMA. Este
44 também vislumbra como solução para os problemas ambientais, não só da serra mas em todo o Sudoeste Baiano, a educação ambiental.
45
6.0 Considerações Finais
No estudo “A Serra do Periperi Impactada pela Ação do Homem” pôde-se constatar que está ocorrendo transformações tanto a nível mundial quanto local e estas se devem aos fatores naturais e antrópicos. Na área estudada em Vitória da Conquista - Ba, as transformações provocadas pelo homem foram profundas, de tal modo que se tornaram irreversíveis em alguns pontos. Estas transformações ocorrem, sobretudo em função de dois aspectos: sobrevivência e fins comerciais. Percebe-se que a paisagem na Serra do Periperi está sendo modificada cada vez mais por uma questão de sobrevivência, podendo ser citado o crescimento urbano desordenado, o qual está invadindo a base da serra em direção ao seu topo com casebres geralmente sem o mínimo de infraestrutura. O fato dos moradores da área em estudo possuírem renda baixa fez com que 93,75% dos entrevistados optassem por ter em casa fogão a lenha. Justifica-se daí um dos motivos pelos quais os moradores retiram madeira da Serra. A luta pela sobrevivência, ainda fez com que o homem urbano desse a Serra do Periperi um ar de zona rural, pois pode-se encontrar nesta região um curral. O gado deste curral, juntamente com os jegues e burros, em suas pastagens diárias, pisoteiam o solo desta localidade, impactando o mesmo e impedindo o ressurgimento vegetal.
46 Fruto do Capital, detecta-se os dois maiores vilões da degradação ambiental no objeto em estudo: as empreiteiras de cascalho e a Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista com a usina de asfalto, ambas causaram danos irreversíveis para a Serra, quer seja no passado e/ou no presente e, as poucas áreas que podem ser reflorestadas, caso isto aconteça, demorarão décadas para se recomporem. O Alto índice de retirada de cascalho no Periperi, coloca em risco a existência da mesma em anos vindouros. Pode-se mencionar também, que a infra-estrutura urbana é a grande causadora de voçorocas nos bairros que circundam a Serra, pois com o fornecimento de água, bem como, da rede de esgoto às vezes, são abertas valetas as quais não são fechadas com o termino do serviço, ainda que fossem tapadas estas valetas, a falta da vegetação carreia a terra no período de chuva. Um outro problema detectado refere-se a construção do anel viário, o qual provocou distúrbios ecológicos para a fauna e flora da região, além do mais, até hoje não foi cumprida a promessa de reflorestamento da área desmatada. A falta da vegetação nativa no Periperi, não é um problema ambiental que afeta apenas os moradores do entorno desta localidade e, sim a toda população conquistense, sobretudo no período chuvoso, alagando o centro da cidade. No que tange aos órgãos ambientais que atuam em Vitória da Conquista, a eficácia em nível de fiscalização deixa a desejar, por falta de um número mais expressivo no contingente de agentes fiscais. A pouca severidade na aplicação das Leis Ambientais para quem é pego cometendo alguma infração, contribui para que os problemas ambientais aumentem cada vez mais. Todos os órgãos ambientais que atuam em Vitória da Conquista, vislumbram o mesmo caminho para sanar os problemas que foram detectados, esta trilha é o investimento na educação ambiental, que ao conscientizar os jovens, proporcionará a estes oportunidades de multiplicar o conhecimento adquirido, alertando a sociedade para a importância de viver em um mundo coerentemente sustentável. É lamentável encontrar áreas verdes com efeitos oriundos da ação antrópica. O que ameniza um pouco mais esta situação, é saber que o homem
47 começa a ter um despertar ecológico e que a natureza tem o poder de regeneração, ou seja, em alguns anos, se não houver a intervenção do homem, parte desta vegetação e do ecossistema se recuperará. Em outras palavras, o solo será reconstituído através de uma sucessão vegetal que ali surgirá, assumindo caracteres similares ao da vegetação nativa, existente ali outrora. Assim, se o homem não interferir sobre esta sucessão, a própria natureza se incumbirá de dar condições para que tal vegetação atinja o clímax. Desta forma, o ambiente que fora degradado será inserido num ciclo inerente da própria natureza, onde à vegetação terá a função de proteger o solo dos agentes intempéricos e as folhas, galhos e frutos caídos dos vegetais irão humificar a terra dando condições para que as plantas sejam viçosas, encerrando assim, um ciclo natural. Faz-se necessário que outras pesquisas em áreas afins sejam feitas para complementar os estudos realizados, fazendo parte de um todo. Tais estudos servirão de suporte para realização de projetos, com o intuito de sanar os problemas detectados, bem como poderão auxiliar na elaboração de projetos que visem a preservação e conservação da área em estudo, ou ao menos a ampliação da área do Parque da Serra do Periperi.
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7.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL,
Ministério
das
Minas
e
Energia.
Secretaria-geral.
Projeto
RADAMBRASIL, folha SD. 24, Salvador; Geologia, Geomorfologia, Pedologia, Vegetação e Uso Potencial da Terra; RJ, 1981. COELHO, Marcos Amorim. Geografia Geral: o espaço natural e sócioeconômico. 3ed. São Paulo: Moderna, 1992. DREW, David. Processos interativos homem-meio ambiente. 3ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1994. GUERRA, Antonio José Teixeira. Geomorfologia e meio-ambiente. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1996. ODUM, Eugene P. Ecologia. São Paulo: Pioneira, 1986. RAWITSCHER, Félix. Elementos básicos de botânica: introdução ao estudo de botânica. 8ed. São Paulo: Nacional, 1979. RIZZINI, Carlos Toledo. Tratado de fitogeografia do Brasil: aspectos ecológicos. São Paulo: Hucitec, 1976.
49 SACARRÃO, Germano F. Ecologia e biologia do ambiente. V.I. A vida e o ambiente. Men Martins: Europa-América, 1991. SANTOS, Milton. Por uma geografia nova. São Paulo: Hucitec, 1996. _______. Milton. Metamorfose do espaço habitado. São Paulo: Hucitec, 1997. SEWELL, Granville Hardwick. Administração e controle da qualidade ambiental; Tradução e Adaptação Gildo Magalhães dos Santos Filho – São Paulo: EPU: Ed. Da Universidade de São Paulo: CETESB, 1978. SILVA,
Iguaraci
Santos
da
&
SANTOS,
Tayse
Morais.
A
Relação
Solo/Vegetação nas Encostas e no Planalto de Vitória da Conquista, XI Encontro Nacional de geógrafos, Comunicações Livres e Pôsteres, Volume I, Ed. UESB, 1998. WALTER, H. Vegetação e zonas climáticas. São Paulo: EPU, 1986.
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8.0 ANEXOS
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Questionário para Entrevista Órgão Público – Secretaria Municipal de Meio ambiente – SEMA 1 – Há na Serra do Periperi trabalhadores que exercem atividades extrativistas de forma legal? Sim ( ) Não ( ) 1.1 – Quantos são cadastrados? 2- Há na Serra do Periperi pessoas trabalhando com atividades extrativas de forma ilegal? Sim ( ) Não ( ) 2.1- Que tipo de extração? 3 – Há fiscalização sobre a Serra? Sim ( ) Não ( ) 4
- A SEMA conta com quantas pessoas para exercer a fiscalização na Serra?
5 – Esse número é o suficiente? Sim ( ) Não ( ) 5.1 – por quê?
6 – Que tipo de medidas este órgão vem tomando para combater a ação antrópica na Serra do Periperi?
7 – Legalmente falando, que penalidade é dada para quem é encontrado praticando a retirada da vegetação nativa no município de Vitória da Conquista-Ba?
8 – Muitas vezes, a eficácia dos órgãos ambientais não atuam de modo a satisfazer a população. O que você sugere para que a eficácia seja satisfatória?
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9 – Percebe-se que nos bairros entorno da Serra do Periperi há aqueles que tem parte da Serra conservada, enquanto outros encontra-se degradado com vestígios de lixos misturados com a vegetação, currais no alto da Serra, entre outras atrocidades que são detectadas. Por que não são tomadas medidas cabíveis para a conservação destas áreas?
10 – A SEMA tem desenvolvido alguma atividade e/ou projeto de reflorestamento das áreas degradadas da Serra do Periperi?
11 – A SEMA vem desenvolvendo algum tipo de atividade de conscientização ambiental junto à comunidade conquistense?
12 – A Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista tomou diversas medidas para coibir a ação antrópica sobre a Serra do Periperi, como se justifica encontrar cravada na serra uma usina de asfalto em pleno funcionamento a serviço da própria prefeitura?
Questionário para entrevista
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Moradores do entorno da área (e/ou trabalhadores da Serra) 1 – Há quanto tempo você mora nesta localidade? ( ) menos de 10 anos ( ) de 10 a 20 anos ( ) de 30 a 40 anos ( ) de 40 a 50 anos ( ) de 60 a 70 anos ( ) de 80 a 90 anos
( ( (
) de 20 a 30 anos ) de 50 a 60 anos ) de 90 a 100 anos
2 - Quais atividades profissionais são desenvolvidas pela família? ______________________________________________________________________ 3 - Qual a média da renda obtida com estas atividades? ( ) menos de R$ 50,00 ( ) entre R$ 50,00 e R$100,00 ( ) entre R$ 100,00 e R$ 200,00 ( ) R$ 200 a R$ 300 ( ) R$ 300,00 a R$ 400,00 ( ) R$ 400,00 a R$ 500,00 ( ) R$ 500,00 a R$ 600,00 ( ) R$ 600,00 a R$ 700,00 ( )R$ 700,00 a 800,00 ( )R$ 800,00 a R$ 900,00 ( ) R$ 900,00 a 1 000,00 4 - Possui em casa algum desses aparelhos? ( ) geladeira ( ) ferro elétrico ( ) fogão a gás ( ) fogão a lenha
( (
) ferro a carvão ) liquidificador
5 – Com qual freqüência usa o ferro a carvão e / ou fogão a lenha: ( ) diariamente ( ) fim de semana ( ) mensalmente ( ) para festejos como: São João, Natal etc. 6 – Possui hortaliças no quintal? ( ) sim
(
) não
7 – Com qual finalidade? ( ) subsistência
(
) comercial
8 - Os moradores deste bairro tem feito algo para trazer benefícios para a comunidade local ou para Serra? Como por exemplo: ( ) Saneamento básico ( ) Pavimentação das ruas ( ) Projeto de área de lazer no parque ( ) Projeto de preservação da Serra ( ) Outros 9 – A retirada da vegetação da Serra causa algum tipo de problema para os moradores do bairro ou para Vitória da Conquista? Tais como: ( ) Deslizamento de terra na Serra ( ) Desabamento de casas aqui no bairro ( ) Surgimento de barrocas ( ) Aumento de temperatura ( ) Falta de chuva em Conquista ( ) Aumento do volume da água da enxurrada no ( ) Outros centro de Conquista 10 – Em sua opinião é importante a preservação da Serra? ( ) sim ( ) não 11 – Por que? ______________________________________________________________________ ANEXO 03
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MAPA DE VEGETAÇÃO 41º
40º
14º
15º 41º
40º LEGENDA
Região de Estepe (caatinga) cobertura vegetal natural Região de Estepe (caatinga) cobertura vegetal antrópica Contato Estepe Floresta Estacional Contato Savana - Floresta Ombrófila Região da Floresta Estacional Decidual Região da Floresta Estacional Semidecidual Região de Floresta Ombrófila Densa Serra do Periperi
55 Escala 1: 1.000.000 Fonte: RADAMBRASIL, 1980 ANEXO 04
MAPA GEOMORFOLÓGICO 41º 40º 14º
15º 41º 40º
LEGENDA Domínio dos Planaltos Inumados
Domínio dos Planaltos cristalinos
Domínio das Depressões Interplanálticas
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Serra do Periperi ESCAL A 1: 1.000.000
Fonte: RADAMBRASIL, 1981