Microsoft Word - Trabalho Final Sociologia

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INSTITUTO SUPERIOR DE SANTARÉM ESCOLA SUPERIOR DE DESPORTO DE RIO MAIOR

GESTÃO DE ORGANIZAÇÕES DESPORTIVAS Unidade Curricular: Sociologia do Desporto Docente: Carla Borrego

Trabalho a realizar: Lazer e Desporto Trabalho realizado por: Hélder Pedro nº25125 David Amorim nº25050 Pedro Andrade nº25008 2º Ano

Turma 9

Data de Entrega: 5 de Janeiro de 2007

Introdução

O nosso trabalho centra-se no artigo realizado por Jacquelynne S. Eccles e por Bonnie L. Barber intitulado de Student Council, Voluntering, Basketball, or Marching band: What kind os extracurricular involvement matters?, tendo em conta este artigo e o seu conteudo escolhemos mais três artigos relacionados com a tematica das actividades extracurriculares e do lazer. O primeiro desses artigos foi realizado por Rute Simão e intitula-se de : A relação entre actividades extracurriculares e o desempenho academico, motivacão, autoconceito e auto-estima dos alunos, publicado em 2005.O segundo artigo é da autora Ana Isabel Marques e chama-se A Educação e o Lazer. O terceiro artigo é da autoria de Nelly Lopes e intitula-se Actividades extracurriculares em crianças são benéficas. Vamos tambem relacionar estes quatro artigos entre si e entre o tema do programa que axámos mais adequado ao artigo em causa, ou seja, o tema é Lazer e Desporto- Tempos livres, Lazer e Desporto. Após esta comparação iremos expôr o nosso parecer e as nossas conclusões esta temática. Por fim iremos comparar quatro realidades distintas entre Portugal, Reino Unido, Bélgica e Espanha, no âmbito das actividades extracurriculares e do Lazer.

Resumo Artigo: Relação entre as actividades extracurriculares e o desempenho académico, motivação, auto-conceito e auto-estima dos alunos, de Rute Simão Este estudo tem como objectivo descobrir a relação existente entre as actividades extracurriculares e o desempenho académico, auto-conceito, autoestima e motivação, sendo a amostra de estudo alunos do 7º e 10º ano de escolaridade. Através do estudo realizado chegou-se à conclusão que a participação em actividades extracurriculares melhoram vários aspectos, como por exemplo o aumento do desempenho académico, os seus níveis de auto-estima, determinadas dimensões de auto-conceito e criam ainda menores probabilidades dos jovens se envolverem em comportamentos desviantes assim como a diminuição de probabilidades dos mesmos consumirem substâncias. No mesmo estudo foram verificadas estatisticamente várias hipóteses onde se pôde concluir que a participação em actividades extracurriculares trazem benefícios relativamente aos desempenhos académicos e em algumas dimensões de auto-conceito. Mesmo assim as hipóteses não foram verificadas devido à motivação e à auto-estima, onde não foram descobertas quaisquer diferenças. Por ultimo, apenas foi estudado o grupo que participa em actividades extracurriculares. Esses jovens foram divididos em dois grupos: os alunos que participam em actividades dentro da própria escola e os jovens que têm actividades fora da escola. Chegou-se à conclusão que os jovens que participam em actividades dentro da escola são mais auto-defensivos e que têm uma percepção mais elevada de competência atlética, relativamente ao auto-conceito. Ainda se pôde concluir que relativamente ao desempenho académico e à auto-estima não existem diferenças entre os grupos.

Artigo: Educação e Lazer, de Ana Isabel Marques Este artigo encontra algumas lacunas relativamente ás escolas, ao afirmar que as escolas deviam aproveitar o tempo livre dos jovens como um meio de aprendizagem. Esse estudo baseou-se no facto de ser na escola onde as pessoas criam condições consideradas fundamentais para o normal desenvolvimento da criança apesar dos alunos só passarem apenas 170 dos 365 dias anuais na escola. Ou seja, os restantes 195 dias correspondem a tempo livre que não está a ser bem aproveitado pela maioria dos jovens, onde as escolas se esquecem por completo que o tempo livre deve ser aproveitado como processo de formação. Vários autores defendem que os tempos livres deviam ser considerados instrumentos auxiliares de educação, pois desenvolvem uma base fundamental para o seu bem-estar, tanto para o desenvolvimento individual como social. Beauregard e Ouellets referem-se a duas abordagens. A abordagem “académica” em que o objectivo consistia em ter sucesso na escola e onde as actividades extracurriculares tinham por objectivo ocupar os tempos livres dos estudantes, sem se preocupar com o prazer dos mesmos. Outra abordagem referida é a abordagem “desenvolvimentista” que consiste nas actividades extracurriculares como meio educativo complementar das actividades tradicionais de ensino. O artigo exemplifica vários estudos sobre actividades extracurriculares, como é o caso de um estudo realizado nos Estados Unidos de América (Schaffer e Armer, 1968) onde o tema de estudo foi encontrar a relação entre o rendimento escolar e participação dos alunos em actividades extracurriculares. Os resultados obtidos foram que os alunos do sexo masculino que participavam em actividades desportivas alcançavam melhores resultados escolares do que os outros e que a auto-estima varia consoante o sexo do participante, tipo de actividade, grau de implicação e a dimensão da escola. Outro estudo realizado relativamente ás actividades de tempo livre, por Marsch (1992), indica que as actividades extracurriculares levam a um aumento do interesse do aluno face à escola e aos valores da escola, conduzindo por sua vez a um melhor

rendimento escolar. Por fim, na Galiza foi realizado um estudo que pretendia analisar as necessidades e expectativas dos tempos livre para os jovens, comparando-as com a oferta das escolas bem como a relação existente entre tempo livre e o rendimento escolar. Pôde-se concluir que havia realmente diferenças entre o que os jovens faziam no seu tempo livre e as actividades que eram proporcionadas pelas escolas. Chegou-se igualmente à conclusão que existe uma relação positiva relativamente à relação entre o tempo livre e o rendimento escolar, ou seja, os jovens que participavam em actividades extracurriculares obtinham melhores notas, tinham um elevado nível de motivação pela escola assim como um baixo absentismo escolar.

Artigo: Student Council, volunteering, basketball, or marching band: What kind of Extracurricular Involvement matters?, de J.Eccles e B. Barber Este artigo apresenta cinco tipos de actividades que podem ser potenciais benefícios e riscos, sendo eles: actividades pró-sociais, desportos colectivos, envolvimento escolar, arte e clubes académicos. Na primeira parte do estudo foram procuradas eventuais ligações entre a participação dos jovens numa dessas actividades com o aumento quer dos resultados académicos quer no recorrer a um comportamento de risco O envolvimento em actividades sociais foi ligada ao trajecto escolar positivo e a uma baixa probabilidade de se envolver num comportamento de risco. Em contraste, a participação em desportos colectivos foi ligado ao trajecto escolar positivo mas com altas probabilidades de se envolver num comportamento de risco, nomeadamente, beber álcool. Além disso, foi desenvolvida uma teoria que a diferença de grupos, ou seja canais de grupos ou formação de grupos com identidades iguais, ajudam a explicar a actividade nos diferentes grupos. Existem ainda outros adolescentes, os chamados “crânios” e os grupos que têm muitas amizades, que são bons alunos onde poucos ou nenhuns amigos estão envolvidos em comportamentos de risco. O artigo também foca a importância de usar o seu tempo livre produtivamente ao afirmar que os adolescentes que sabem usar o seu tempo livre de forma

produtiva e organizada conseguem desenvolver-se com um maior sucesso e apresentar resultados positivos na escola. Foi ainda discutida a diferença entre o tempo livre construtivo e o tempo livre relaxado, chegando à conclusão que o tempo livre organizado e construtivo é muito mais benéfico por abrirem muitas oportunidades, por exemplo: para adquirir e praticar habilidades sociais, físicas e intelectuais; para contribuir com o bem-estar de cada um; ou para pertencer a um grupo socialmente aceite e com valor. Abordam ainda o facto da participação nas actividades extracurriculares estar directamente ligada a uma menor probabilidade de abandono escolar ou a um aumento de desenvolvimento positivo de indicadores, principalmente se o adolescente estiver envolvido num papel de líder. O artigo refere que 31% da amostra estudada não está envolvida em nenhum tipo de actividade, enquanto que dos 69% que praticam, as raparigas estão envolvidas normalmente em mais do que uma actividade (1,79), enquanto que os rapazes têm uma média de pouco mais de uma actividade (1, 33).

Artigo: Actividades extracurriculares em crianças são benéficas, de Nelly Lopes

Este artigo tem como objectivo estudar as consequências que possam implicar quando as crianças são postas em actividades extracurriculares, mesmo sendo essas mesmas actividades em excesso não aumenta o stress nas crianças, melhora a sua organização do tempo e aumenta a sua auto-estima. Já fora da escola, as actividades melhoram a auto-estima e até podem em muitos dos casos melhorar os seus resultados académicos, assim como reduzir a probabilidade de se envolverem em comportamentos de risco que são entre outros fumar e beber. O estudo foi realizado nos Estados Unidos da América, sendo a sua amostra 695 jovens de diferentes estratos sociais. O estudo mostra que a maior parte dos jovens passam mais tempo à frente da televisão ou do computador do que a realizar as actividades organizadas. Além disso, são apresentadas informações importantes, como por exemplo que as crianças , 5 horas em média por semana participavam em actividades de desporto, de arte ou de

música e que essas mesmas crianças não participavam por pressão dos pais mas sim por gosto.

Reflecção Critica

Podemos considerar actividades extracurriculares como parte integrante de tempos livres e lazer. Tempos livres e lazer são “um conjunto de ocupações às quais o indivíduo pode entregar-se de livre vontade, seja para repousar, seja para divertir-se, recrear-se e entreter-se, ou ainda, para desenvolver sua informação ou formação desinteressada, sua participação social voluntária ou sua livre capacidade criadora após livrar-se ou desembaraçar-se das obrigações profissionais, familiares e sociais”.» (Dumazedier, 1976, apud Oleias) , devendo tambem ser considerados uma base fundamental para o bem estar, tanto para o desenvolvimento individual bem como social.O lazer preenche uma parte na vida quotidiana de um individuo.Com a diminuição do tempo de trabalho, o aumento da escolaridade e as reformas anticipadas, os individuos procuram ocupar esse tempo de uma forma util. Nessa prespectiva aparece o lazer , com um elevado grau de importancia, com um sentido objectivo e como uma forma simples de compensar as necessidades sociais dos individuos. Tendo isto em conta, pode-se dividir o tempo livre e lazer em duas areas distintas: O tempo livre “relaxado” e o tempo livre “construtivo”( actividades extracurriculares). Pode-se considerar o tempo livre “relaxado” como divertido e agradavel, mas ao mesmo tempo não exigente.A maior parte dos adolescentes tem como apanágio este tipo de actividades tais como: ver televisão, jogar video consolas e computador, ouvir musica ou simplesmente sair com o seu grupo de amigos amigos. Este tipo de actividades pode incorrer num potencial comportamento desviantes, ou seja, uma violação das normas formais ou informais, sendo um fenómeno de interacção humana num determinado local normativo. Estes tipos de comportamentos são utilizados no sentimento de ódio e como fonte de

motivação contrariando normas e regras que guiam a sociedade. Este tipo de comportamento é perigoso sendo baseado em dinâmicas sociais diferentes dos comportamentos normais dos jovens rejeitando normas e expectativas podendo levar ao consumo de álcool, drogas, bem como a inserção em grupos com um comportamento marginal e desviante.

A outra parte integrante do lazer e tempo livre é o “construtivo”, normalmente compreendido por actividades extracurriculares. Ao longo dos anos a compreensão das actividades extracurriculares sofreram alterações profundas. Antes de 1900 estas sofriam grande oposição por parte dos educadores pois consideravam que os objectivos da escola eram puramente académicos e a participação dos alunos nessas actividades não eram consideradas académicas. “São um motivo de distracção nos adolescentes, fazendo com que estes não aprendam os aspectos mais académicos da vida escolar” Essa visão mudou no início do século XX, tornando-se completamente contrária ganhando uma extrema importância no quotidiano da sociedade, passando a ser encorajadas em actividades organizadas e sociais. “Promovem as experiências para o desenvolvimento pessoal e social do aluno, onde também se inclui o aumento dos aspectos tais como a auto-estima, autoconceito académico, identificação com a escola, entre outros.” (Holland e André, 1987). “Levam a um aumento de interesse do aluno face à escola e aos valores da escola, o que conduz indirectamente a um aumento de rendimento académico” (Marsch, 1992) “Os alunos que participavam em AE tinham percepções mais positivas da escola. Apresentavam menores probabilidades de abandono.” (Davalos, 1999) Alguns autores que anteriormente se mostravam críticos em relação ás actividades extracurriculares cederam e reconsideraram a sua posição como por exemplo, Slater em 1988, que veio a reconhecer os benefícios das actividades extracurriculares.

Segundo Beauregard e Ouellets há duas abordagens distintas, a “académica” e a “desenvolvimentalista”. A primeira consiste em ter sucesso na escola sendo que as actividades extracurriculares tinham um papel meramente de preenchimento do tempo livre não se preocupando com a satisfação dos alunos. Por sua vez, a abordagem “desenvolvimentalista” defende que as actividades extracurriculares eram um meio educativo complementar das actividades tradicionais do ensino.

Os indivíduos que praticam as actividades extracurriculares melhoram a performance relativamente aos que não praticam nos seguintes parâmetros: - a aquisição e a prática de habilidades intelectuais, físicas e sociais - a contribuição para o bem-estar de cada individuo e o desenvolvimento do “eu-social” de cada individuo - a inserção num grupo socialmente aceite criando valor para si próprio - o aumento do desempenho académico e auto-estima. Esta última varia consoante o tipo de actividade, o sexo do participante, o grau de implicação e a dimensão da escola - a diminuição de probabilidade de se envolver em comportamentos desviantes - a diminuição de probabilidade de consumir substâncias - o aumento do interesse dos mesmos face à escola e aos valores da escola - a melhorar a organização e construção do tempo - a baixar o absentismo escolar - não provoca o aumento de stress

A escolha da actividade praticada pode influenciar a escolha do grupo de amigos privilegiando os objectivos em comum. Essa escolha influencia a

própria cultura, as normas, comportamento através de vários domínios e expectativas a longo termo. As actividades extracurriculares podem-se dividir como sendo actividades dentro e fora da escola. O grupo de alunos que pratica actividades escolares pró-sociais, ou seja actividades relacionadas com o “espírito escolar” são os que têm melhores resultados e os mais consistentes compreenda-se, altos resultados académicos e baixos níveis de envolvimento em comportamentos desviantes. Existem também dentro das actividades escolares os chamados “crânios” apresentando estes os mesmos resultados. Quanto ás actividades exteriores à escola, tais como clubes académicos, os alunos apresentam também bons resultados académicos podendo incorrer a comportamentos desviantes como por exemplo a tendência em faltar à escola. Outra diferença característica entre estes dois grupos consiste no facto dos alunos que participam em actividades dentro da escola serem mais auto-defensivos e terem uma percepção de competência atlética mais elevada. A auto-estima e o desempenho académico são factores que não são diferenciados entre os grupos. Os desportos de equipa caracterizam-se como uma actividade que pode ser feita quer dentro quer fora da escola estando associado a isto resultados académicos positivos e elevados níveis de consumo de álcool. O nível social e educacional da família pode influenciar tanto na participação em actividades extracurriculares como na escolha de uma determinada actividade extracurricular. A tendência é, com o aumento do nível social das famílias existe um leque mais abrangente de escolhas para a actividade.

Quatro realidades Analisamos quatro realidades diferentes de forma a observarmos como cada pais organiza a sua educação, e a forma como o ensino incentiva a participação em actividades extracurriculares. Os paises que analizamos foram: Portugal, Reino Unido, Bélgica e Espanha. Portugal De acordo com o despacho 16795/2005 o funcionamento dos estabelecimentos de ensino do primeiro ciclo, bem como os seus programas vão sofrer alterações. Tendo em consideração a importância das actividades extracurriculares para a aquisição de competências (ao nível do desporto, musica, língua estrangeira, informáticas), das crianças e consequentemente para o sucesso escolar futuro; o facto de os pais terem maior tempo de permanência nos seus empregos, necessitando deste modo que as crianças permaneçam também mais tempo nos seus estabelecimentos de ensino; bem como a necessidade de tirar maior rendimento das escolas, dos recursos humanos disponíveis, das infraestruturas, proporcionando melhores condições de ensino aos alunos. Assim os estabelecimentos de ensino terão obrigatoriamente de mudar o seu funcionamento. Estes estabelecimentos estarão obrigatoriamente abertos até ás 17.30, e no mínimo oito horas por dia. Esta alteração prende-se com a oferta de actividades de apoio ás famílias, actividades de animação, actividades extracurriculares (desportivas, artísticas, tecnológicas, cientifico, estudo acompanhado, língua estrangeira). Há algumas excepções, há alguns estabelecimentos que não serão capazes de oferecer tais actividades ás crianças para estas ocuparem os seus tempos livres com algo benéfico para os suas aptidões e conhecimentos. Estas excepções passam por escolas do primeiro ciclo de ensino básico que funcionem em regime duplo, que não disponham de instalações suficientes

nem adequadas, situadas em zonas isoladas ou que tenham carência de recursos humanos. Reino Unido O governos britânico tinha em 2005 intenção de manter as escolas primarias abertas por mais horas, nomeadamente das 8 horas à 18, as chamadas “extended school’s. Esta medida procura ajudar os pais, oferecendo aos alunos actividades extracurriculares programadas para depois das aulas. Durante 2005 foram muitas as escolas que estenderam estas actividades ao horário das ferias do verão, oferecendo os seus serviços ás crianças, sendo benéfico para elas bem como para os seus pais. Este governo marcou na sua agenda politica a data de 2010 para que todas as escolas, não apenas as do ensino primário, mas também as do secundário, disponibilizem um conjunto vasto de actividades adicionais educativas e de lazer. Estas não visarão só os alunos, mas também a comunidade em geral. As actividades serão definidas pela secretaria de Estado da Educação, e passam por: serviços de apoio à família, aconselhamento aos pais, cursos de primeiros socorros, visitas a museus, clube de trabalhos para casa, apoio aos estudos, desporto (no minimo duas horas por semana) musica, dança, etc. Estas actividades serão da competência de um grupo de pessoas indicadas para o desenvolvimento das mesmas. Estas serão directamente contratadas pelas escolas, sendo que deste modo os professores não verão as suas agendas sub carregadas com actividades extra. Bélgica No sistema educativo belga as escolas primarias publicas não são obrigadas a funcionar no regime de prolongamento de horario, contudo as actividades extracurricular são organizadas pela escola e realizadas com pessoas contratadas para tal. Normalmente as actividades são facultativas e podem ser pagas pela entidade patronal ou pelo encarregado de educação. Durante todas as férias escolares, as escolas encerram nao havendo aulas nem actividades extracurriculares. Os estabelecimentos têm controlo total sobre o processo de contratacão de recursos humanos para realizarem as respectivas actividades extracurriculares que oferecem aos alunos. Na bélgica a maioria das escolas encerram as 16H.

Espanha Desde 1990 figura no sistema educativo espanhol as actividades complementares e as actividades extracurriculares, sendo estas actividaes distintas mas com um abjectivo comum.Tanto as complementares como as extracurriculares contribuem de uma forma decisiva para o desenvolvimento do processo educativo, quer ao nivel academico, quer ao nivel da socialização e da integração do alunos. As actividades complementares são de caracter didatico e obrigatorio para os alunos, por isso gratuitos e dentro do horario lectivo. As actividades extracurriculares, são consideradas actividades desenvolvidas para o horario lectivo. A participaçao é voluntaria podendo ser pagas, sendo organizadas por equipas contituindas pelos profissionais. Comparações: Ao analisar estes quatro paises vimos que a educação e a validação das actividades extracurriculares varia muito. Em Portugal desde 2005, as escolas têm que permanecer abertas ate as 17:30, num minimo de 8 horas por dia, excepto as escolas que por um ou outro motivo não têm capacidade para proporcionar actividades extracurriculares. No Reino Unido, também desde 2005 as escolas têm que permanecer 10 horas abertas (mais duas que Portugal), funcionando ainda em hórario de verão. As actividades extracurriculares não são só para os alunos, mas também para a comunidade em geral. Na Bélgica, ao contrario de Portugal e do Reino Unido, não têm prelogamento de horario, sendo o horario de fecho as 16Horas.As actividades são tambem organizadas pela escola. Em Espanha as actividades estão diferenciadas entre extracurriculares, sendo estas actividades voluntarias e pagas, e entre complementares, sendo estas obrigatorias e gratuitas.

Conclusão Após o estudo realizado sobre as actividades extracurriculares podemos concluir que a sua aceitação na sociedade sofreu algumas alterações ao longo dos anos, passando de distracção no antigamente a essencial nos dias de hoje. Considera-se essencial uma vez que reflecte muitas atitudes e comportamentos da vida social. Estas divergem e podem ser realizadas dentro ou fora do âmbito escolar por todo o tipo de “grupos”. Sendo estas actividades consideradas essenciais a realidade demonstra que as escolas não estão preparadas para dar resposta aos tempos livres dos jovens. De realçar o facto de que, em 365 dias anuais, apenas 170 são passados na escola e 195 dias correspondem aos seus “tempos livres” estando estes esquecidos por completo sem qualquer tipo de aproveitamento ao nível da formação pessoal. Podemos também concluir que o estudo de uma amostra demonstra que em média 31% não está envolvida em qualquer actividade extracurricular enquanto que 69% praticam. As raparigas em média praticam mais do que uma actividade enquanto que os rapazes praticam no máximo duas. (J.Eccles e B. Barber, 1999). O governo português apenas no ano de 2005 decidiu reestruturar o funcionamento das escolas do primeiro ciclo de modo a que estas escolas consigam oferecer aos seus alunos diversas actividades extracurriculares bastante benéficas para a formação da sua educação. Esta medida vem dar resposta não só ás necessidades dos pais, uma vez que estes passam mais tempo nos seus empregos, tendo deste modo menos tempo disponível para estar com as crianças, bem como à necessidade de uma educação mais forte e de melhor qualidade. Espera-se com isto que as crianças portuguesas tenham um tempo livre mais organizado e educativo de modo a serem mais cultas e com cada vez mais rendimento escolar e melhores comportamentos sociais. Outra conclusão fundamental é a relevância do estatuto socio-económico das famílias poder influenciar a decisão da prática das actividades extracurriculares e da escolha da actividade em si.

Bibliografia

- “Relação entre as actividades extracurriculares e o desempenho académico, motivação, auto-conceito e auto-estima dos alunos”, de Rute Simão - Educação e Lazer, de Ana Isabel Marques - Student Council, volunteering, basketball, or marching band: What kind of Extracurricular Involvement matters?, de J.Eccles e B. Barber - Actividades extracurriculares em crianças são benéficas, de Nelly Lopes - Actividade Física e Lazer – contextos actuais e ideias futuras, de Jorge Mota

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