Microsoft Word - Trabalho

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INSTITUTO POLITÉCNICO DE SANTARÉM ESCOLA SUPERIOR DE DESPORTO DE RIO MAIOR 2º ANO – CURSO DE GESTÃO DE ORGANIZAÇÕES DESPORTIVAS

MARKETING DO DESPORTO Comportamento do Consumidor do Desporto – A Motivação dos Praticantes Desportivos

Edgar Barros – N.º 24138 Hugo Henriques – N.º 24005 Liliana Fernandes -N.º24013 2005/2006

RESUMO Este trabalho pretende conhecer os principais factores motivacionais que levam os praticantes dos concelhos e freguesia da Amadora, Mação, Salvaterra de Magos e Samora Correia, respectivamente à prática desportiva. O trabalho foi feito através de um estudo de dentro de uma população de 116 atletas das modalidades de Futebol e Futsal, dos escalões de Juniores e Seniores, do sexo masculino (80 atletas) e do sexo feminino (10 atletas), onde foi retirada uma amostra de 90 atletas e por fim aplicados os inquéritos. Foi feito uma breve abordagem ao Desporto Federado em Portugal, e à Teoria das Hierarquias das Necessidades de Maslow com o objectivo de expor o tema “ A Motivação”. Os resultados obtidos indicam que o factor gosto e o factor promoção da saúde são os factores motivacionais mais importantes para os atletas que os leva a praticar desporto.Por outro lado os factores menos indicados foram a ocupação dos tempos livres e a formação de pessoas. Assim podemos concluir que existe uma homogeneidade na escolha dos motivos que levam os atletas a praticar desporto.

INTRODUÇÃO Com este trabalho pretendemos fazer um estudo que nos permite perceber se existe ou não diferenças significativas quanto ao nível de motivação para a prática desportiva por parte dos praticantes. A motivação leva-nos a saber não só porque motivos praticamos desporto, mas também a dar resposta mais eficazes aos nossos desejos e necessidades. Por si só a motivação é não um conceito simples de definir, mas sim um conceito complexo e difícil de estudar devido às múltiplas definições que podemos encontrar. È um dos conceitos mais referidos no desporto (Alves, J.;Brito, A. e Serpa, S. (1996), dado que explica o comportamento dos praticantes a nível do sucesso e do insucesso, assim permitindo adoptar estratégias que estimulem o empenho dos praticantes. Segundo alguns autores, quando existe uma adopção de comportamentos positivos face a actividade física facilita o desenvolvimento dos praticantes, não só no domínio desportivo como também no domínio cognitivo ( Biddle e Armostrong, 1992; Mortimor et. al. 1998; Trew et. al. , 1999). Estas questões rodeiam relações entre atitudes e motivações para a tão actividade física e os comportamentos daí adoptados. Em suma, Roberts (2001) resume a importância que a motivação tem na actividade humana em:” Compreender a motivação constitui-se como um dos principais problemas das relações humanas (…); ouvimos os políticos falarem da pouca vontade que a sociedade tem em mudar, os eleitores incrédulos com a falta de motivação demonstrada pelos políticos em tomar medidas justas, lideres financeiros preocupados com a sua influência na força de trabalho, pais discutindo sobre o seu papel no esforço dos filhos, professores implicando-a nos hábitos de estudo dos alunos, treinadores queixando-se do compremetimento dos praticantes ou dos dirigentes lamentando a falta de persistência na prática das actividade físicas”.

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Desporto Federado Sendo atribuição da administração pública desportiva, fixada pelo artigo 40.º da Lei n.º 1/90, de 13 de Janeiro (Lei de Bases do Sistema Desportivo), a organização do registo das Federações Desportivas com Utilidade Pública Desportiva (U.P.D.), bem como de Clubes e demais entidades com intervenção na área do desporto, atribuição está cometida à Divisão do Desporto Federado pela alínea c) do n.º 4, do artigo 14.º dos Estatutos do Instituto do Desporto de Portugal (IDP), aprovados pelo Decreto-Lei n.º 96/2003 de 7 de Maio, para organizar e manter actualizado o registo nacional de clubes, federações desportivas e demais entidades com intervenção na área do desporto. O desporto federado é hoje reconhecido como importante factor de desenvolvimento desportivo. Para além de gozar de um invulgar impacto no plano social, gera interesse e entusiasmo pelo desporto que acaba por contribuir para a generalização da prática desportiva. Estes praticantes são inscritos no registo organizado pelo Instituto do Desporto de Portugal, mediante homologação de proposta apresentada pela respectiva federação desportiva. Número total de praticantes federados Ao comparar valores de números de praticantes verificou-se que as federações que mais cresceram no desporto federado foram as federações de futebol, voleibol, andebol e ginástica. Os valores são mostrados no quadro.

Nome

Número

Futebol

19.616

Voleibol

17.190

Andebol

8.962

Ginástica

6.273

É importante disser que o numero total de participantes federados que em cima foram referidos, nem sempre corresponde à soma total exacta de homens e mulheres.

Diferenciação por escalão etário O estudo foi realizado através do número de participantes de desporto nas diferentes modalidades onde foi feita uma distinção em relação ao sexo, e em relação aos escalões etários. Para este trabalho foram estudados apenas os escalões de júniores e seniores, desta forma vamos apresentar alguns dos valores que correspondem ao número de praticantes nos escalões etários acima descritos. O escalão de juniores onde foram consideradas as idades dos 17 aos 19 anos. Verificou-se um aumento deste número de praticantes ao longo dos anos como se verifica no quadro em baixo. Anos

Masculino

Feminino

2000

32.190

7.638

2001

29.369

5.726

2002

30.100

8.654

2003

30.962

9.052

2004

31.758

10.489

A prática desportiva no escalão júnior em Portugal subiu cerca de 6,7%. Esse aumento deve-se a um crescimento no número de praticantes do sexo feminino em cerca de 40,5%. Está registado que 31 das 55 federações desportivas com prática júnior, corresponde a 56% do universo das federações desportivas. Evolução do número de praticantes seniores Neste escalão enquadra-se as idades dos 20 aos 35 anos. Também nos seniores houve um aumento mais frisado no sexo feminino de 31,5% enquanto que no sexo masculino o aumento foi só de 26,8%. A evolução do número de praticantes seniores entre os anos 2000 e 2004 é mostrada na tabela seguinte.

Anos

Masculino

Feminino

2000

88.513

13.203

2001

91.650

11.671

2002

101.146

16.722

2003

112.701

16.614

2004

112.243

17.368

Neste período o índice de praticantes seniores corresponde em média a 32,2% do total dos praticantes federados. Evolução do número de praticantes federados por distritos e regiões autónomas A prática desportiva federada é mais acentuada nos distritos do litoral do País do que nos distritos do interior, na medida de 72% para 19% respectivamente, as regiões autónomas ficaram pelos 9%. Os dados são apresentados na tabela a seguir mostrada. Litoral Distritos

Percentagem

Aveiro

7,4%

Coimbra

4,7%

Faro

6,1%

Leiria

5,3%

Lisboa

19,5%

Braga

6,2%

Porto

16,5%

Setúbal

6,1%

Interior Distritos

Percentagem

Beja

1,7%

Bragança

0,9%

Castelo Branco

1,7%

Évora

2,0%

Guarda

1,1%

Portalegre

1,2%

Viana do Castelo

4,3%

Santarém

2,4%

Vila Real

1,7%

Viseu

2,4% Regiões Autónomas

Regiões

Percentagem

Madeira

4,9%

Açores

3,9% Evolução do número de clubes desportivos De 2000 a 2004 houve um aumento de 8896 para 11.025 clubes

desportivos, ou seja, 21,9%. Lisboa e Porto foram os distritos com o maior número de clubes desportivos dados que se verificam nos quadros a seguir.

Litoral Distritos

Percentagem

Aveiro

6,9%

Coimbra

5,0%

Faro

5,5%

Leiria

5,1%

Lisboa

18,6%

Braga

6,1%

Porto

16,0%

Setúbal

6,6% Interior

Distritos

Percentagem

Beja

2,2%

Bragança

1,1%

Castelo Branco

1,8%

Évora

2,3%

Guarda

1,3%

Portalegre

1,8%

Viana do Castelo

5,7%

Santarém

2,6%

Vila Real

1,9%

Viseu

2,4% Regiões Autónomas

Regiões

Percentagem

Madeira

4,1%

Açores

2,9%

Motivação “Uma necessidade é activada e sentida quando há discrepância suficiente entre o estado desejado ou preferido de ser e o estado real.” Engel, Blackwell e Miniard (2000, p. 267)

“ O motivo (impulso) é uma necessidade com tal grau de intensidade que leva a pessoa a tentar satisfazer-se.” Kotler e Armostrong (1999, p.103) O motivo nasce quando uma necessidade se torna suficientemente importante e permanente, o que leva uma pessoa a procurar a sua satisfação com a aquisição de um produto ou serviço. Existem vários motivos que levam o consumidor a comprar ou a consumir um determinado serviço. Como por exemplo: Motivos Primários e Selectivos Motivos Racionais e Emocionais Motivos de Fidelidade Motivos Conscientes A compreensão da motivação constitui uma das preocupações centrais de qualquer actividade humana (Roberts, 2001). Desta forma, os investigadores tem desenvolvido várias teorias ao longo dos anos, sendo que de acordo com Roberts (2001) actualmente existem pelo menos 32 teorias motivacionais claramente definidas.

Definição de motivação Não existe acordo sobre a definição de motivação, apesar de ser de conhecimento geral a importância sobre este tema. “ A origem etimológica da palavra motivação parece ser o vocabulário latino mover, transmitindo a ideia de movimento.” (Alves, Brito & Serpa, 1996:38)

A natureza da motivação A origem e a natureza da motivação não são fáceis de explicar. A este respeito Weinberg & Gould (2001) dizem que a maioria das explicações são centradas no indivíduo, na situação ou na interacção do individuo com a situação (quadro I). Perspectivas

Definição

Centradas no individuo

O comportamento motivado dá-se em função das características do indivíduo

Centrada na situação

A motivação é determinada primeiramente pela situação

Interacçionista

A melhor forma de entender a motivação é considerar tanto a pessoa como a situação e o modo como interagem entre si

Fontes de motivação Outro aspecto importante é a distinção entre motivação intrínseca e motivação extrínseca (Ryan, Frederick , Deborah, Rubio, & Sheldon, 1997), conforme se pode ver no quadro II Fontes

Definições

Motivação intrínseca

Voltada para o prazer, satisfação ou sentimentos de competência que se obtêm pela prática de uma actividade em si mesma

Motivação extrínseca

Realização de uma actividade de uma forma instrumentalista, focalizada nos resultados dessa mesma actividade e/ou por pressões externas

Teoria da Hierarquia das Necessidades (Maslow) Nos anos 40, Abraham Maslow desenvolveu a Teoria da Hierarquia das Necessidades, definindo uma pirâmide de necessidades (Fig. 1), que segundo o autor só se poderá satisfazer uma necessidade de um nível de um patamar seguinte quando a necessidade de um patamar inferior está plenamente satisfeita. Os patamares definidos por Maslow, ordenados da base para o topo da pirâmide são: 1) Necessidades Fisiológicas, referem-se as necessidades biológicas do indivíduo, como a fome, a sede e o sono “Se todas as necessidades estão insatisfeitas e o organismo é influenciado pelas necessidades fisiológicas, quaisquer outras puderam tornar-se inexistentes ou latentes. Podemos então caracterizar o organismo como simplesmente faminto, pois a consciência fica quase inteiramente dominada pela fome. Todas as capacidades do organismo servirão para satisfazer a fome…” (Maslow, 1975:342) 2) Necessidades de Segurança, que se reflecte em questões como a busca de protecção contra a ameaça ou privação. 3) Necessidades Sociais, a necessidade de aceitação por parte dos companheiros, a autoconfiança, prestigio e consideração. 4) Necessidades de Estima, aparecem no tomo desta pirâmide. São satisfeitas através do reconhecimento do mérito dos que connosco trabalham, da excelência do seu trabalho, como também a criação de desafios aos nossos atletas. 5) Por último as Necessidades de Auto-Realização (AR). Necessidades relacionadas com um maior controlo do trabalho, e do assumir riscos e aceitação de novos desafios na realização de tarefas.

Pirâmide da Teoria da Hierarquia das Necessidades.( Fig. 1) . AR

Estima

Sociais

Segurança

Fisiológicas

Apesar de hierarquizar as necessidades e de servir de base a muitos estudos sobre motivação, esta teoria pode não ser aplicável por dois factores específicos. Um primeiro relacionado com o facto de as necessidades referidas por Maslow, poderem serem preenchidas em contexto externo da organização (clube). Um segundo aspecto está relacionado com o facto dos atletas poderem não desejar atingir níveis superiores de satisfação de necessidades por inércia. Maslow (1975) destaca que existem certas condições para que as necessidades possam ser satisfeitas: a liberdade de falar e agir desde que não se “ofenda “ ninguém, a liberdade de auto-expressar-se , de procurar informação, de se defender, de procurar justiça dentro do seu grupo, são condições para que este possa satisfazer as suas necessidades fundamentais. Motivação é o resultado dos estímulos que agem como força sobre o individuo, levando-os à acção. Para que haja acção é necessário um estímulo, seja de forma interna ou do próprio organismo. Esta teoria leva-nos ao Ciclo Motivacional e se este não se realizar o indivíduo pode ficar frustrado e assume atitudes como: : Comportamento ilógico ou sem normalidades : Agressividade por não poder dar vazão à insatisfação contida : Nervosismo, insónias, distúrbios circulatórios/digestivos

: Falta de interesse pelas tarefas, passividade, moral baixa, má vontade, pessimismo, resistência às modificações, insegurança e não colaboração.

METODOLOGIA - Procedimento Para a realização deste trabalho, inicialmente foi-nos fornecido um tema e mediante este verificamos os objectivos a atingir. Seguidamente partimos para a elaboração de questões que fossem de encontro aos objectivos traçados anteriormente, ou seja, partimos para uma proposta de construção de investigação. Dispusemos da ajuda de alguns inquéritos já feitos para daí tirar ideias para a elaboração do nosso próprio inquérito. O passo seguinte foi determinar e fazer a selecção da nossa amostra em estudo, uma vez seleccionada a amostra deslocamo-nos para os concelhos da Amadora, Mação, Salvaterra de magos e a Freguesia de Samora Correia respectivamente e entregamos aos praticantes os inquéritos para que o respondessem. Após as respostas dos inquiridos, recolhemos os inquéritos e inserimos os dados no programa informático SPSS. - Amostra A composição da amostra para o nosso trabalho era de 116 indivíduos, através da fórmula n=S*Z^2 +N/S*Z^2+e^2*(N-1). Amostra quanto ao género

10; 11% Masculino Feminino 80; 89%

Concluímos então que a amostra final era de 90 indivíduos. Destes 90 indivíduos, 80 são masculinos e 10 femininos com idades compreendidas entre os 17 e os 40 anos - Instrumento O instrumento utilizado para a realização do trabalho foi o inquérito, que é composto por questões relacionadas com o próprio indivíduo e dividido em três partes. A primeira parte diz respeito a caracterização do inquirido, uma segunda referente à prática desportiva e por último sobre o seu grau de satisfação quanto à prática desportiva.

RESULTADOS Motivos para praticar

Frequências

80 70

67

Promover a saúde Aliviar o stress

60 50 40 30

Formar pessoas Ocupar os tempos livres 26

23

20 10 0

16

12

Divertimento

9

4

Ganhar dinheiro Gosto

1 Motivos

Quadro 1 Como podemos observar no quadro 1, os motivos que levam os praticantes desportivos a praticar desporto são a promoção da saúde, aliviar o stress, formar pessoas, ocupar os tempos livres, ganhar dinheiro, divertimento e gosto. Destes motivos, destaca-se o gosto pela modalidade praticada. Menos destacado está o motivo formar pessoas, porque o estudo abrange praticantes desportivos federados, e assim, têm como objectivo os resultados e não, directamente, a formação cívica das pessoas. Motivos para praticar de acordo com o género

Frequências

80 70 60 50 40 30 20 10 0

67

Promover a saúde Aliviar o stress Formar pessoas Ocupar os tempos livres

26

23

Ganhar dinheiro

16

12 4

9

6 2 2 0 1 0 3

Masculino

Divertimento Gosto

Feminino Género

Quadro 2 Visto os motivos que levam os praticantes desportivos a praticar as suas modalidades, no quadro 2, observamos na mesma esses motivos só que tendo em conta o género dos praticantes. Assim, nos praticantes desportivos masculinos surge como motivo

preferencial o gosto pela modalidade praticada, bem como, nos praticantes femininos mas com menos diferença de valores em relação aos outros motivos. Promover a saúde

Motivo para a prática em relação à idade 14

12 10

10

8

7

8 6

Aliviar o stress

10

5

4

5

Formar pessoas

7 5 44 4

4

35

28

26

24

22

Id a

de

0

20

2

30

3 3 3 22 22 2 22 2 222 22 2 2 2 2 1 11 1111 1 1 1111 1 11 11 11111 11 1 111 111 11 1111 1 0 0 0 0 00 0000 000 0000 000 00000 00000 00000 000 00 000000

4

18

Frequências

12

Idade

Ocupar os tempos livres Ganhar dinheiro Divertimen to Gosto

Quadro 3 Os motivos pelos os praticantes desportivos praticam as suas modalidades são influenciados pela idade dos praticantes. Como podemos observar no quadro 3, mais se evidencia claramente em todas as idades o gosto pela modalidade. No entanto, outros motivos variam, no que diz respeito à preferência, de acordo com as várias idades. Neste sentido, observamos no quadro 4, que por exemplo, o motivo promover a saúde é o segundo mais escolhido nos seniores e é o terceiro mais escolhido nos juniores. Como já vimos anteriormente, o motivo gosto é o mais escolhido em ambos os escalões. Motivos para praticar de acordo com os escalão 60

51

Frequências

50

Aliviar o stress

40

Formar pessoas

30

22

20 10

Ocupar os tempos livres 19

12 6

4

1

2

15 17

10

8 3

1

Júnior

Sénior Escalão

Ganhar dinheiro Divertimento Gosto

0

Quadro 4

Promover a saúde

Frequências

Modalidades para praticar as diferentes modalidades 80 70 60 50 40 30 20 10 0

67 Promover a saúde Aliviar o stress Formar pessoas

26

23 12 4

9

Ocupar os tempos livres

16 6 2 2 0 1 0 3

Futebol

Ganhar dinheiro Divertimento Gosto

Futsal Modalidades

Quadro 5 Visto os escalões, vamos agora observar os motivos da prática desportiva em particular nas modalidades estudadas. Dado que a nossa amostra tem uma percentagem maior de praticantes de futebol em relação aos praticantes de futsal, mesmo assim concluímos através do quadro 5 que os motivos são os mesmos em termos de preferência. Promover a

Motivos para a prática de acordo com o tempo de prática saúde

Formar pessoas Ocupar os tempos livres Ganhar dinheiro Divertimento

an

os

os

Aliviar o stress

25

an 21

an

os

os

Tempo de prática

19

an 17

an

os

os 15

an 13

an

os

os 11

an 9

an

os

os 7

an 5

an 3

1

an

o

os

Frequências

14 12 12 9 9 10 7 8 55 5 6 44 4 4 3 3 3 3 33 33 3 3 4 2 2 22 222 22 2 2 2 22 2 1 1 1 11 111 1 1 111111 1 1 2 11 111 1 1 11 11 111 1 11 1111 1111 00000 000 00000000000000000 000 0000 000 00000 00 00 0 0 0 0000 00 0000 000000000000000000 00 000000000000 0

Gosto

Quadro 6 Os anos de prática desportiva do praticantes também pode ser um objecto de estudo, na medida em que ao longo dos anos de carreira, o praticante pode alterar ou não os motivos por jogar. No entanto, não acontece muitas alterações porque segundo o quadro 6 ao dos vários anos de carreira desortiva o gosto continua a ser a variável mais escolhida e todas as outras escolhidas pela mesma ordem que vimos anteriormente.

Frequências

Prática desportiva de acordo com as habilitações literárias 70 60 50 40 30 20 10 0

58

25

Ensino Preparatório

Ensino Secundário

3

4

Bacharelato

Licenciatura

Habilitações literárias

Quadro 7 Um outro factor interessante de ser observado é as habilitações literárias dos praticantes desportivos. Mais de metade dos praticantes tem só o ensino secundário (quadro 7), podendo ou não estar a frequentar o ensino superior, na medida em que as idades dos 18 aos 24 anos é a que tem mais praticantes. Com tudo o número de praticantes desportivos só com o ensino preparatório é algum, o que nos leva a querer que ocorreu um abandono escolar prematuro. Associado ao facto de os praticantes não terem salários, no entanto existem prémios de jogo e outros, o que pode ajudar os praticantes desportivos (quadro 6). Mas como vimos anteriormente, no quadro 5, o ganhar dinheiro não é um dos motivos mais escolhidos pelos praticantes desportivos. Apoios financeiros

41% Prémios de jogo Outro. Qual? 59%

Quadro 6 Sendo o gosto pela modalidade o motivo maior pela prática desportiva, relacionado com este factor está assciado a satisfação da prática, a satisfação da organização da prática e

a satisfação em relação ao profissional que os acompanha. Em geral, os praticantes estão satisfeitos com a prática e a sua organização, segundo o quadro 7. Também em relação ao profissional que os acompanha, a sua satisfação é boa (quadro 8). Estes resultados podem esclarecer, para além do factor gosto pela modalidade, o facto de os praticantes continuarem a praticar as modalidades mesmo sem receber salários. Grau de satisfação quanto á prática

Frequências

50 40

satisfação com as instalações

30

satisfação da organização da prática

20 10

á M

Bo a

Ra zo áv el

M

ui to

bo a

0

Grau

Quadro 7 Grau de satisfação com o desempenho do profissional

15

1

5 29

Muito mau Mau Médio Bom

40

Quadro 8

Muito bom

Conclusão O objectivo deste trabalho constou em avaliar algumas das motivações que levam muitos dos atletas federados a praticar desporto. Este trabalho tinha uma importante ênfase na motivação, onde estudamos a Teoria da Hierarquia das Necessidades de Maslow. Esta teoria é exposta numa pirâmide dividida em cinco níveis ou patamares, cada patamar está relacionado com as necessidades do indivíduo, em que ele para se sentir satisfeito e para passar ao patamar a cima tem que satisfazer completamente o patamar em que ele se encontra, o individuo só sobe de patamar tento o patamar de baixo completamente satisfeito. Quando se chega ao último nível da pirâmide que é o nível da Auto-Realização isso quer dizer que o indivíduo conseguiu preencher ou satisfazer todos os outros níveis, desta forma chegou ao cume e conseguiu concretizar todos os seus objectivos e necessidades, sente-se então completamente satisfeito. Fizemos também uma pequena abordagem sobre o Desporto Federado em Portugal, e apesar de o índice de prática desportiva do nosso país ser bastante reduzido constatamos que os índices relacionados com a prática desportiva federada têm aumentado nos últimos cinco anos. Este aumento de praticantes deve-se ao facto de o nível de praticantes do sexo feminino ter aumentado, verificámos também que subsiste um maior número de clubes e praticantes no Litoral do País. O trabalho baseou-se nas motivações de apenas dois escalões, o escalão de júnior que vai desde os 17 aos 19 anos e o escalão de seniores que é a partir dos 20 anos. Aplicámos o nosso inquérito a uma amostra de 90 atletas que praticam as modalidades de Futebol e de Futsal, com uma maior incidência em atletas de futebol e do sexo masculino. Com a aplicação destes inquéritos verificamos que o factor motivacional mais escolhido pelos atletas foi o gosto. Desta forma podemos concluir que a condição ganhar dinheiro não é um factor que motivo muito os atletas para a prática desportiva pois foi uma das opções menos seleccionadas por estes. Chegámos também à conclusão que factores como a satisfação com o profissional que os acompanha, satisfação com as instalações e com a organização da prática podem também influenciar a motivação dos atletas, ou seja, quanto mais satisfeitos eles tiverem com todos estes factores mais motivados se vão sentir. Em suma podemos concluir que a motivação é um factor muito importante para a prática desportiva e muito difícil de caracterizar pois existem muitos factores externos

e internos ao atleta que podem condicionar a sua motivação, e como a motivação condiciona a prática desportiva, logo, se o nível motivacional for baixo o nível da prática também vai ser baixo, e se este nível foi baixo pode conduzir até mesmo ao abandono da pratica pelo atleta. Se os índices de motivação nos atletas andarem altos a sua vontade de praticar desporto, o seu empenhamento vão ser muito superiores, desta forma podemos concluir que a motivação pode influenciar os resultados, pois os jogadores motivados jogam melhor e conseguem ter melhores resultados.

Bibliografia Prof. Msc. Ricardo Vernieri de Alencar (….) “Comportamento do Consumidor”. Retirado de: http://www.ceut.com.br/ArquivosProf/Apostila%20Comportamentodo%20Consumidor 1.doc (pp.15-16) Magali Costa Guimarães (06/07/2001) “Maslow e Marketing – Para Além da Hierarquia das Necessidades “. Retirado de: http://www.portaldomarketing.com.br/Artigos/Maslow%20e%20Marketing.htm retirado em: (11/06/2004) Daniel Portilho Serrano (04/02/2003) “ Comportamento do Consumidor”. Retirado de: http: www.portaldomarketing.com.br/Artigos/Comportamento%20do%20Consumidor.htm Acesso em: (24/05/2003) Humberto Ricardo (Julho/Setembro 2005). “ Desporto Federado no Ciclo Olímpico 2000-2004” (pp.4-11). Revista do Desporto. Instituto de Desporto de Portugal. João Miguel Raimundo Peres Moutão (Janeiro de 2005). “Motivação para a Prática de Exercício Físico “. Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Joana da Silva Tavares Macedo de Oliveira (2004). “ Motivação para a Prática das Actividades Físicas no Concelho de Rio Maior “. Instituto Politécnico de Santarém -Escola Superior de Desporto de Rio Maior. Lussier, Robert N.: Kimball, Davi C. (2004). Sports Management: Principles, Applications, Skill Development (pp. 329-346). Thomsom.south-Western

Anexo Instituto Politécnico de Santarém Escola Superior de Desporto de Rio Maior

Nº Entrevista

Nome do Entrevistador

1 – Caracterização do Inquirido 1.1 – Qual é a sua idade: ______________________ 1.2 – Género

1.3 – Estado civil

∋Masculino ∋Feminino

∋Solteiro ∋Casado ∋Divorciado

1.4 – Habilitações Literárias

1.5 – Ocupação Principal

∋Ensino preparatório ∋Ensino secundário ∋Bacharelato ∋Licenciatura ∋Pós-graduação

∋Estudante ∋Desempregado ∋Profissional. Qual? ________________________

1.6 – Nacionalidade: _____________________________________ 1.7 – Local da residência: ________________________________

2 –Quanto à prática Desportiva 2.1 – Qual é o seu escalão: __________________________________________ 2.2 – Qual é o clube na qual pratica desporto: __________________________________________

2.3 – Há quanto tempo está neste clube: __________________________________________ 2.4 – Há quanto tempo pratica desporto: __________________________________________ 2.5 – Quantas vezes treina por semana?

2.6 – Qual o período do dia que treina:

∋1 a 2 ∋2 a 3 ∋3 a 4 ∋Mais de 4

∋Manhã ∋Tarde ∋Noite

2.7 – Qual a duração de cada treino? ∋1Horas ∋1H e 30m ∋2Horas ∋Mais de 2 Horas 2.8 – Qual é a modalidade que pratica neste clube: ____________________________________________ 2.8.1. – E pratica outra? ∋Não ∋ Sim. Qual? ___________________________________ 2.9– Qual a sua posição na equipa? ________________________________________________ 2.10– Qual o campeonato que disputa? ________________________________________________ 2.11 – Quem o incentivou para praticar desporto?

∋Pais ∋Amigos ∋Treinador ∋Professor de Educação Física ∋Outro. Qual? _________________________________

2.12 – Qual o meio de transporte que utiliza para a prática desportiva? ∋Carro ∋A pé ∋Mota ∋Autocarro ∋Autocarro do clube ∋Outro. Qual? __________________________________ 2.13- Quais são as razões porque as pessoas praticam desporto:

2.14-Porque é que pratica desporto?

∋Promover a Saúde ∋Aliviar o Stress ∋Formar Pessoas ∋Ocupar os Tempos Livres ∋Ganhar Dinheiro ∋Convívio com os Outros ∋Divertimento ∋Gosto ∋Outro(a). Qual? ________________________

∋Promover a saúde ∋Aliviar o stress ∋Formar pessoas ∋Ocupar os tempos livres ∋Ganhar dinheiro ∋Divertimento ∋Gosto ∋Outro. Qual? ______________________

2.15– Considera que o dinheiro que gasta com a prática desportiva tem peso no seu orçamento familiar: ∋Nada significativo ∋Pouco significativo ∋Nem muito nem pouco significativo ∋Muito significativo ∋Extremamente significativo

3-Qual a sua satisfação quanto à prática desportiva? 3.1-Qual é o seu grau de satisfação com o desempenho do profissional que o acompanha ∋Muito Mau ∋Mau ∋Médio ∋Bom

∋Muito Bom 3.2-No que diz respeito à qualidades das 3.3-Ao nível da Organização da instalações? prática? ∋Muito Boa ∋Boa ∋Razoável ∋Má

∋Muito Boa ∋Boa ∋Razoável ∋Má

3.4 – Tem ou já teve alguma referência desportiva que o marca ou marcou? ______________________________________________________ 3.4.1 – O que é que lhe leva a gostar tanto dessa referência? ______________________________________________________ 3.5 – Recebe algum tipo de ajuda/abono/apoio durante o mês? ∋Prémios de jogo ∋Combustível ∋Passe de transporte ∋Outro? Qual? ____________________________________________________

Obrigado pela sua colaboração!

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