J. R. R

  • November 2019
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DÚVENDOR - UM TRIBUTO A TOLKIEN

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A Indefinível Terra Sombria

Um Estudo Sobre o Dualismo nas Obras de Tolkien A literatura Tolkineana é, para muitas pessoas, extremamente simples no que se refere a definir a diferença entre os bons e os maus personagens, mas eu não acredito que essa definição seja assim tão simples. Acredito piamente que a definição de "bom" e "mau" é bem mais complicada do que pode parecer a princípio... além disso acredito que exista uma outra categoria entre os bons e os maus, estou falando da categoria dos personagens neutros. Sim. Existem personagens neutros na trilogia dos Anéis e vamos falar sobre eles aqui. Este estudo tenta mostrar a dificuldade envolvia em julgar alguém, em dizer se ele é bom, mau ou se é neutro baseados em suas ações e nos resultados das mesmas. Por exemplo: a ação de um personagem pode ser má para o grupo, mas boa para ele próprio ou para outras pessoas distantes que não estão diretamente ligadas a este grupo... é uma decisão complexa. Aliás tento aqui provar mesmo que existe a possibilidade de alguém ser neutro, deixo isso ao próprio julgamento do leitor, bom divertimento.

Introdução... "Não gosto de alegoria (alegoria consciente e intencional) apesar de ser impossível qualquer tentativa de explicar o propósito dos mitos e dos contos de fada sem utilizar, direta ou indiretamente, a linguagem alegórica" (Letters 145). Estas são as palavras de John Ronald Reuel Tolkien. Depois da publicação da sua história fantástica O Senhor dos Anéis em três volumes em 1953 e 1954, muitas interpretações alegóricas forma criadas. Algumas delas eram bem inocentes, enquanto outras se apoiaram nas mais prepotentes teorias. Tolkien recusou todas as inclinações alegóricas. Ao invés disso, ele deu três razões para a criação da sua vasta e quase completa mitologia. Seu interesse filológico, que ele teve desde sua infância, foi uma delas. Desde cedo ele começou a criar línguas sozinho. O tempo passou e elas viraram linguagens complexas com regras gramaticais e um grande vocabulário. Ele tinha que dar à elas uma história na qual elas pudessem aparecer. Esta história foi o The Book Of The Lost Tales, que depois virou a versão final agora conhecido como O Silmarillion. Neste complexo trabalho, é contada a história do universo, o estabelecimento da Terra-Média (o mundo conhecido), e o progresso de seus habitantes: elfos, anões, homens, hobbits, orcs, dragões, etc.

Outra razão para sua mitologia foi a poesia. Ele necessitava de um meio onde poderia expressar seus sentimentos mais internos sem fazê-los parecerem fora de lugar. Ele começou a tecer sua poesia em seu mundo imaginário, já que fazia sentido, não só pra ele, mas pras pessoas que o liam. Terceiro, para ele, a Inglaterra precisava de uma mitologia própria. Não ria! Mas há muito tempo... Eu queria fazer o tronco de uma lenda mais ou menos conectada, começando do grande e cósmico ao nível do conto de fadas romântico - a maior encontrada no mais profundo contato com a terra, o maior esplendor dos vastos {backclothes} - que eu poderia dedicar simplesmente: para a Inglaterra, meu país. (Carpenter 1978: 97)

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A Inglaterra não tinha histórias próprias como os Gregos, os Escandinavos, os Celtas e os {Finns}. eles tinham documentação histórica, mas não uma documentação mitológica. Eles tinham boas idéias para mundos imaginários, mas elas nunca foram alegóricas. É importante saber isto para investigações a fundo e interpretações de seu trabalho. O tema de Senhor dos Anéis de Tolkien é conhecido e geralmente usada. A luta constante entre o Bem e o Mal. O ataque sem esperança entre os pequenos e fracos contra o poder se fim da Escuridão de seus comparsas inumanos. O hobbit, Frodo Bolseiro veio a ser o possuidor do Um Anel, forjado por Sauron nos primeiros anos da Segunda Era do mundo, a Terra-Média. Neste anel, Sauron colocou uma grande parte de seu poder para poder conquistar o mundo conhecido. Com ele, ele poderá controlar as mentes dos donos dos anéis menores: Elfos, Anões e os Homens. Durante a Última Aliança entre os homens e elfos, o dedo de Sauron foi cortado, e com ele o Anel, e os dois desaparecem no fundo do rio Anduin. Aí ele fica por muitos longos anos "e sai do conhecimento e da lenda" (SdA 66), até ser encontrado novamente, e vir a ser possuído por Sméagol, um ser de parentesco hobbit. Pouco a pouco, o Anel transforma Sméagol numa criatura má e infeliz, conhecida como Gollum. É de Gollum que Bilbo Bolseiro ganha este poderoso anel, como contado n'O Hobbit ou Lá e De Volta de Novo. Para ele é apenas um anel mágico inofensivo que te deixa invisível, e quando o passa para seu sobrinho Frodo, Bilbo ainda não estava a par do poder negro que o ocupava. Agora, consciente de sua reaparição, Sauron está procurando por ele novamente com o auxílio dos temidos Cavaleiros Negros, os Espectros do Anel. A única maneira de destruí-lo seria jogá-lo no fogo onde fora forjado: "Encontrar as Fendas da Perdição no interior de Orodruin, a Montanha de Fogo e jogar o Anel lá" (LR 74). Este é o fardo que Frodo Bolseiro, de um povo esquecido e obscuro, precisa carregar. Com a ajuda de seus grandes amigos, e do mago Gandalf, ele precisa salvar o mundo da eterna escuridão. Nesta perigosa jornada eles farão contatos com vários personagens, criaturas e pessoas, algumas boas, outras más. Superficialmente é tudo branco e preto. Dois poderes lutando entre si, um pra conquistar o mundo, outro para salvá-lo. Conseqüentemente, as pessoas e criaturas envolvidas nesta guerra são boas ou más. Escolhendo lados, como as pessoas geralmente são forçadas em tempos de guerra, o destino delas está selado. Lutando por Sauron significa que você é de má origem, e assim, lutando pela Cidade Branca de Minas Tirith significa que você é de boa origem. Felizmente, ou infelizmente. Isto não é verdade, dependendo do jeito que você olha. No mundo de Tolkien encontramos uma terceira categoria. Na minha opinião, a mais complexa e interessante das três. Na Literatura fantástica ela é chamada de "Os Neutros", "Aqueles que não tem certeza" ou "Aqueles que não se importam". Seria errado nomear assim a categoria que pretendo investigar porque ela consiste em sub-categorias onde alguns não podem ser considerados neutros. Como um nome geral, eu escolhi "Os Indefinidos", não implicando que seu alinhamento não possa ser definido. Na verdade, existem personagens/grupos que são difíceis de definir, os Neutros, mas também existem personagens/grupos que pertenciam a um lado e mudaram sua tendência. A maioria destes pertencem ao grupo dos que eram bons, e de uma maneira ou entra, foram tentados pelo lado negro. Existem personagens que são ruins no começo da história, mas no final podem ser considerados bons. Infelizmente isto só engloba personagens menores do livro, e assim, não são interessantes o bastante para o propósito deste estudo. Conseqüentemente, não vou olhar nesta categoria. Minha intenção é mostrar que o Senhor dos Anéis não é apenas um épico retratando o clássico confronto entre o bem e o mal, mas também uma história das pessoas em geral. Aquelas que não tem exatamente uma escolha, ou aquelas que fazem a escolha errada. Isto relaciona tanto as pessoas como os personagens. Vou mostrar que comentaristas como Edmund Wilson e Edwin Muir estão errados quando dizem que as distinções no Senhor dos Anéis são vistas apenas na luz do preto e branco. Wilson argumenta que não há tentações sérias, poucos problemas maiores e "[Senhor dos Anéis] é um simples confronto ... das forças do Mal contra as forças do Bem. De acordo com Muir, o tema do Senhor dos Anéis é um simples duelo Existem apenas pessoas A INDEFINÍVEL TERRA SOMBRIA

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estritamente boas ou estritamente más. "As pessoas de Tolkien são consistentemente boas, seus personagens maus são imutavelmente maus, e ele não dá espaço em seu mundo para um Satã ao mesmo tempo mau e trágico" (Carpenter 1978: 222) Também vou fazer uma grande análise da criatura Gollum, que é o personagem mais interessante de todos eles, e uma das grandes contraevidências para o pensamento de Muir.

Os neutros... Os indivíduos neutros são difíceis de se classificar. Neutralidade não significa que eles ficam longe do conflito, porque não há personagens importantes no Senhor dos Anéis que façam isso. Nesta matéria, neutralidade significa interesse próprio, e uma perspectiva da vida. Os Neutros lutam por um lado ou outro, mas suas mentes estão direcionadas inteiramente pra si mesmos. As razões para escolherem lados são egoístas e auto-preservacionistas, e para o observador, algumas vezes é difícil detectar estas razões. Com pessoas é mais fácil. Sua escolha também é auto-preservacionista, mas é geralmente uma escolha política. É feita no interesse da sobrevivência. Nem mesmo os elfos imortais, o símbolo da bondade, são perfeitos, como Tolkien apontou em uma carta a um leitor. Mas os Elfos não são totalmente bons ou totalmente de direita... eles queriam puxar a brasa pra sua sardinha: Viver na histórica e mortal Terra-média porque ficaram afeiçoados a ela... e então tentaram parar a sua mudança e história, parar seu crescimento, cuidá-la para que permaneça como um playground... e foram oprimidos pela tristeza e regresso nostálgico (Letters 197) Eles com certeza tinham interesses próprios, mas não podem ser chamados de Neutros. Mesmo com toda sua difamação, eles ainda são um símbolo de bondade, e continuarão a ser. Agora podemos direcionar nossa atenção para o povo de Rohan, os Rohirrim, e o povo de Dunland, os Dunlendings; dois reinos vizinhos. Por séculos eles batalharam entre si por disputas de terreno. Na Guerra do Anel, todos os Dunlendings se aliaram ao traidor Saruman, não porque simpatizam com ele e sua causa, mas por conhecer sua influência nos Rohirrim. Agora eles têm modos de invadir Rohan e retomar áreas perdidas no passado, que eles consideram suas. Da mesma maneira Rohan alia-se ao outro lado, o lado Bom, para se proteger dos Dunlendings e o exército de Saruman. Até agora, eles perceberam que não estão no lado de ninguém, porque ninguém está totalmente a seu lado: "Nós não servimos ao poder da Terra Negra, mas também não estamos em guerra com ela".(SdA 453). Os Dunlendings são maus, os Rohirrim são bons. Qualquer um que ler o Senhor dos Anéis com certeza vai ter esta impressão, como deveríamos ter. Tolkien quer que estejamos ao lado de Rohan. Ele nos guia apresentando-os favoravelmente para que estejamos certos de estar no lado certo no final. Os Dunlendings estão perdidos desde o começo. Eles fizeram sua escolha, a errada, e então, eles caíram com seus aliados, mesmo escolhendo por autopreservação. Eles são apresentados como um povo corrupto e mau. Mesmo sua aparência é escura e ameaçadora, enquanto os Rohirrim são ruivos e bons. Em outras palavras, não deveríamos simpatizar com os Dunlendings. A razão disso é que a história é contada pelos vencedores, o lado Bom. Assim, as pessoas de Dunland sempre serão lembradas de pessoas más, como escrito nos anais históricos da Terra-Média. Se não houvesse nenhum ódio entre os dois povos, será que o texto seria o mesmo? Para ilustrar a neutralidade de personagens individuais, escolhi dois dos quais, falando tecnicamente, pertencem ao lado Bom. Um deles, Tom Bombadil, é de bom coração, mas se recusa a se envolver em questões materiais, mesmo se for parte crucial da ajuda. O outro, Boromir de Minas Tirith, tem intenções boas, mas é de uma natureza mais egoísta. Quer ajudar seu povo acima de tudo, mas falha no final. A tentação vence sua força de vontade, e o resultado de suas ações favorece a causa de Sauron. Um é obviamente bom, o outro é obviamente mau. Mas A INDEFINÍVEL TERRA SOMBRIA

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examinando de perto estes dois personagens, percebemos que o problema em nossas mãos é mais complicado que isso. Tom Bombadil é um cara misterioso e engraçado. "Tom Bombadil, Tom Bombadil, é um grande camarada/ Azul claro é sua jaqueta, sua bota amarelada" (SdA 139). Ele é uno com a natureza é não se importa com coisas materiais, vivendo pacificamente nos limites de floresta com sua mulher Fruta D'Ouro. Quando Frodo e seus amigos são resgatados do Velho Salgueiro-Homem por Tom e trazidos À sua casa, eles aprendem que ele é um personagem muito misterioso. O mais assombroso é que ele não é afetado pelo poder do anel. Não tem poder sobre ele como tem sobre os outros. Tom põe o anel até o fim de seu dedo mínimo e o leva à luz de velas. Por um momento os hobbits não perceberam nada de estranho sobre isto. Então eles perceberam: Não houve sinal do desaparecimento de Tom! (Senhor dos Anéis 148) Depois aprendemos que Tom Bombadil é mais velho que o próprio mundo. Isto levantou muitas questões sobre sua origem. Alguns críticos chegam a ponto de dizer que ele é a encarnação de Eru Ilúvatar, o Criador. Numa carta a Peter Hastings, um guarda-livros de uma biblioteca que fez a sugestão, Tolkien recusou esta interpretação (Letters 191-192). Ele nunca explicou a origem de Tom Bombadil, mas proveu uma razão para sua existência: "Mesmo uma época mística precisa ter alguns enigmas, como sempre houve. Tom Bombadil é um (intencional)". (174). Em outras palavras, Tom Bombadil é colocado no livro para que nem tudo na mitologia tenha uma resposta. Quaisquer que sejam as razões para sua existência, porém, o fato é que ele possui alguns poderes extraordinários. Ele tem os meios de ajuda o Bem em sua importante jornada, mas ele escolhe não ajudar. Depois, no Conselho de Elrond Meio-Elfo, quando é sugerido que o Anel seja entregue a Tom, Gandalf responde: "Se ele receber o anel, logo vai esquecê-lo, ou jogá-lo fora. Esse tipo de coisa não tem espaço em sua mente" (SdA 283). Isto sugere que Tom Bombadil não se importa com o destino do mundo, um mundo ao qual ele é muito ligado. Se Sauron capturar o Anel, a TerraMédia vai ficar na eterna escuridão, e seus habitantes vão virar escravos para sempre. Isto também se aplica a Tom Bombadil. Ele não vai mais poder viver sua vidinha pacífica com Fruta D'Ouro em seu casebre, como ele próprio quer. Mais importante ainda, se ele tem os meios de salvar o mundo, deveria ser sua obrigação moral fazê-lo, não por si mesmo, mas pelas criaturas livres da Terra-Média. Portanto, Tom Bombadil pertence à categoria Indefinida, os Neutros, porque ele não escolhe um partido. Boromir, capitão de Minas Tirith, é um dos oito membros da sociedade que devem escoltar Frodo na sua jornada à Montanha da Perdição. No Conselho de Elrond, ele é escolhido por sua grande força e sua perícia em armas, mas também como representante dos Homens. Neste conselho, o problema do Anel é discutido. O que eles vão fazer com ele? No fim, é decidido que Frodo, o Portador do Anel, deve carregá-lo até a Montanha da Perdição, na terra de Mordor. Boromir tem outra opinião. Ele quer usar sua grande arma, o Anel, contra o inimigo: "Por que você sempre fala de esconder e destruir? Por que não devemos acreditar que o Um Anel caiu em nossas mãos para nos servir em horas de necessidade?" (SdA 285) O que ele não entende é que o Anel não pode ser usado por bons propósitos. Aqueles que possuírem o poder do Anel vão ser corrompidos por ele, e talvez se transformar no próprio Senhor do Escuro. Boromir não entende isso, e deste momento em diante o Anel permanece em sua mente. Ele quer levá-lo para Minas Tirith com o propósito de salvar seu povo e derrotar Sauron. É um pensamento nobre, e não podemos culpar Boromir por isso. Não é sua intenção acabar com o poder sozinho. Ele quer salvar seu reino e seu povo, como os Rohirrim e os Dunlendings. Este desejo de trazer o Anel pra Minas Tirith vira sua falta. Num acesso de loucura, ele tenta tirar o Anel de Frodo, na montanha de Amon Hen. Ele é enfeitiçado pelo Anel, já que ele está sempre procurando uma maneira de chegar ao seu mestre, Sauron. Frodo tenta fugir, e daí em diante, a Sociedade do Anel se separa. Por um segundo, o Anel toma controle da mente de Boromir, mas, e A INDEFINÍVEL TERRA SOMBRIA

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isto é importante lembrar, ele imediatamente se redime de suas ações. Ele entende o seu erro, e diz: "Fui tomado por uma loucura repentina, mas já passou" (SdA 420). Mesmo que Boromir não entenda, ele faz uma boa ação, como Robert Foster aponta no The Complete's Guide to MiddleEarth "A loucura de Boromir leva Frodo a continuar sozinho na sua missão. É uma boa coisa, já que depois daquele dia Amon hen é invadida por Orcs" (51). Com certeza, Boromir não está a par disso, mas ao se arrepender, isto lhe dá algum crédito. Em Tolkien's World, Randel Helms também reforça as ações de Boromir e a sorte que eles causaram, mas sugere que é pela má vontade de Boromir (100). Neste ponto, tenho uma opinião própria. Como apontado anteriormente, Boromir não tinha más intenções, só egoístas. No ataque órquico, ele definitivamente se redime de seu erro. Ao defender Merry e Pippin, ele se sacrifica por eles, e morre, que é provavelmente o tipo de morte com a qual ele sonhou por toda sua vida. Uma morte heróica, e depois, um funeral para ser lembrado para sempre. Boromir nunca foi mau em pensamento. Ele é orgulhoso e só tenta fazer o que é melhor por seu reino, Gondor. Este orgulho é visto negativamente por alguns crítico. Em Master os Middle-Earth, Paul H. Kocher sugere que o desprezo que Boromir mostra por hobbits, elfos e magos é uma proclamação da superioridade humana sobre os outros seres (128-129). O que Kocher não considera é que hobbits, elfos e magos são seres irreais para o povo de Gondor. Para eles, eles são somente personagens de velhos contos da carochinha. Quando surpreendido por estas figuras, Boromir reage com uma forma de negação. Ele os trata de modo superior por causa da ignorância. Eles são uma ameaça para sua percepção do mundo, e para suas próprias crenças. Boromir é levado a acreditar que os Homens, particularmente os homens de Gondor, são os guardiões da Fé. Hobbits, elfos e magos são apenas fragmentos do passado - Lendas de Outras Eras. Então quem somos nós para julgar as ações de Tom Bombadil e Boromir? Tom, que se recusa a se envolver nos grandes assuntos do mundo, pôde continuar vivendo sua vidinha feliz com Fruta D'Ouro. Ele pode continuar cantando suas canções alegres, usando suas botas amarelas, e continuar a falar com árvores e animais, como sempre fez, tudo isso graças às ações e sofrimento dos outros. Ele mesmo levantou poucos dedos, mas ainda pode continuar vivendo, aproveitando os frutos da liberdade. Ele é considerado Bom, pelos elfos e hobbits. Boromir, por outro lado, é visto como um traidor. Ele tenta pegar o Anel para seus propósitos. Ele é mandado para proteger o Portador do Anel com sua vida. Ao invés disso, ele se entrega às tentações e falha. Ele é de uma natureza má. Mas quem aqui é o mau, realmente? Aquele que tenta fazer o bem e falha? Ou aquele que não atrapalha, e deixa o fardo nas mãos de outras pessoas enquanto ele pode continuar sua vida? Com certeza Tom Bombadil é de uma natureza boa, e Boromir é muito orgulhoso nesta maneira de agira, mas quando estamos julgando por suas ações, devemos considerar que Boromir tenta fazer o bem. Tom Bombadil é o que é. Seria errado forçá-lo a agir contra suas próprias crenças. Ele faz uma pequena parte de uma grande peça. Ele ajuda Frodo e seu grupo, e lhes dá abrigo por alguns momentos. Talvez seja isso que ele deva fazer. O resultado poderia não ter sido muito bom se pessoas com poder tentassem carregar o fardo. Como Elrond fala: "Às vezes, são o resultado das ações que movem as engrenagens do mundo: pequenas mãos o fazem porque o devem, enquanto os olhos dos grandes estão em todo lugar".(SdA 287). Boromir também é o que deveria ser. Ele faz o que acha que é certo com a melhor das intenções. Não podemos culpar as pessoas por falhar. Podemos culpá-las por não tentar, e fazendo isso nós claramente mostramos que achamos que é errado não tomar um partido. Mas se as pessoas que tomam um lado não são capazes de ir por todo o caminho, não temos direito de chamá-los de traidores.

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Os caídos... Outro tema familiar que ocorre nas obras de Tolkien é a ruína do Bem. Em nossa própria história o mais famoso exemplo é Lúcifer, como contado na Bíblia. No mundo dos filmes, outro exemplo é encontrado na queda do Cavaleiro Jedi na trilogia Star Wars. Anakin Skywalker torna-se Darth Vader quando seduzido pelo lado negro da força. Nas crônicas da Terra-média nós vemos muitos outros exemplos disso. Existem alguns mortais que, tentados pelo lado Negro, escolhem mudar de lado. Cobiça e ambição são as principais razões por seus erros. Recebendo propostas de riqueza e posições poderosas, eles aceitam as tentações. Eles esquecem de suas crenças, e seguem um caminho livre em sua busca pela imoralidade, geralmente influenciada por um poder maior. Para um mortal (homens, anões, hobbits), errar é humano. É errado, mas os erros e confusões dos irresolutos humanos podem ser perdoados, eles são apenas uma pequena parte no grande esquema do mundo. O tempo dos homens na Terra é limitado, e em algum lugar deste curto caminho ele estará propenso a falhar de uma maneira ou de outra. Cair nas graças divinas é um assunto mais complexo. Como em outras, na mitologia de Tolkien existem seres divinos. O Criador, Eru Ilúvatar, existe fora do universo, mas colocou alguns de seus servos no comando do mundo. Estes semi-deuses, os Valar e os Maiar, geralmente não interferem com as pessoas e criaturas deste mundo. Eles não moram dentro dos limites psíquicos do mundo. Mas em tempos de necessidade, mandam um deles pra ajudar as pessoas da Terra-média. Eles geralmente aparecem em formas humanas, com poderes limitados, e sua verdadeira identidade escondida. Sua missão é guiar e ajudar, sem que eles mesmos mudem a ordem das coisas. Um deles, Saruman, o mago, falhou em sua missão, e se tornou servo do lado negro. Cuidando dos grandes poderes do universo, eles sucumbem à tentação do poder, e ao invés de servir seus superiores e a boa causa usam esses poderes pra fazê-los mestres e ditadores do mundo. Ao invés de ajudar as pessoas em necessidade, eles tentam escravizá-las. Querem sua vontade acima de todas. A falha do personagem divino é com certeza um desastre maior que a falha do homem comum. As conseqüências são mais severas e cataclísmicas, e o crime é mais difícil de esquecer. Eu pretendo estudar os personagens de Gríma Língua-De-Cobra, um Rohirrim, e Saruman o Mago, um dos Maiar menores mandado pra ajudar o povo da Terra-média em sua luta contra Sauron. Na Guerra do Anel, Grima é o conselheiro do Rei Théoden de Rohan. Théoden está velho e cansado, e isso está sendo usado por Gríma. Ao invés de dar avisos de maior interesse a Rohan, Gríma envenena a mente do rei para servir aos seus próprios propósitos. Pelo menos, isto é o que ele acha que está fazendo. No final, não são seus próprios propósitos que está servindo, mas os propósitos de uma mente maior, a de Saruman, o verdadeiro mestre de Gríma, e o cérebro atrás da corrupção de Rohan e de seu rei. Em seu livro "A struggle for life" (A luta pela vida), Hugh T. Keenan sugere que "o orgulho de Théoden e seu povo os faz se isolarem e se aliar à Saruman.(65), mas esta não é minha opinião, e isto também está errado. Não é Théoden que procura a aliança, mas sim Gríma, e no final, Saruman. Théoden não tem força de vontade para resistir à Gríma e seus conselhos negros, assim como Gríma não tem força de vontade o suficiente para resistir à Saruman. Gríma tem uma importante posição como conselheiro do Rei. Desde o começo, essa posição foi adquirida com a melhor das intenções para a glória de Rohan. "ele foi um homem que fez o melhor que podia para Théoden" (SdA 543). Ele é um bom homem no começo, e queria fazer o melhor pelo seu reino. Mesmo Gríma Língua-De-Cobra fez um serviço honesto para Théoden antes de se vender para Saruman" (Kocher 77). Depois de alcançar a posição de conselheiro, ele sente que isso é o máximo que ele pode alcançar por métodos legais. Mas não está satisfeito, ele quer se tornar rei. E quando a mente e o corpo de Théoden deterioram-se, ele vê sua chance quando interpolado por Saruman. Com a ajuda dos magos agora pode tornar-se rei de Rohan. É o desejo de poder que começa a corrupção de Gríma, não Saruman. À medida que a ambição A INDEFINÍVEL TERRA SOMBRIA

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de Gríma aumenta, assim o faz sua cobiça. Ele vê a chance de ser importante, de ser algo maior que o homem comum que ele era. Quando Gríma aceita a ajuda de Saruman, ele já tinha transpassado entre o Bem e o Mal. Seus planos de tomar o trono de Rohan já existiam antes da colaboração de Saruman para serem receptivos à sua má influência. Saruman não faz Gríma, apenas o deixa mais sofisticado (em outras palavras, pior) Com a ajuda de Saruman, Gríma vê as possibilidades de realizar seus planos corruptos. É o poder em si que o corrompe em primeiro lugar. O terceiro inimigo de Gríma, junto com o poder e Saruman, é a falta de resistência mental. Ele não tem força de vontade pra resistir às tentações aos quais ele é exposto. É um homem de origem simples, e um pouco irresoluto, mesmo sendo "bravo e astuto" (SdA 542). Em primeiro lugar, ele não devia ter se intrometido nos interesses dos Grandes. Se vendo lá, ele não foi forte o bastante pra separar os interesses de Rohan dos seus próprios. É necessário um homem de grande poder e linhagem nobre, como Aragorn, o tão esperado Rei de Gondor, para ficar contra a grande onda do Mal. Gríma não pensa grande, como você deve fazer num lugar de poder. O principal interesse de Gríma é como virar rei de um grande reino, e como ganhar a mão da princesa Éowyn pela decepção: "esperei muito tempo por você, Éowyn, olhando suas pálpebras e seguindo seus passos..." (SdA 542). E no fim, apesar de todas as coisas prometidas pra por Saruman, Gríma não tem o necessário pra se tornar Rei. Quando Gríma é removido do poder por Gandalf, é oferecido perdão à ele por Théoden: "cavalgue comigo para a guerra, e deixe-me ver na batalha se você é leal" (SdA 543). Como na maioria dos casos dos personagens caídos aos quais é oferecido perdão, ele recusa. Ele é muito orgulhoso pra aceitar esse gesto nobre, ao invés disso corre pra Isengard. Ele continua a seguir o caminho do Mal, e mesmo que pudesse se redimir de seus crimes e tomar de volta seu lugar na hierarquia de Rohan (como o cidadão que ele foi) se enfurnou demais nos assuntos do Mal. Kocher aponta a ironia que o Mal acaba servindo ao Bem. (46-47). Este é um fato que com certeza tem a ver com Gríma Língua-De-Cobra. Em seu ódio cego por seu mestre, Gríma tenta assassinar Saruman na torre de Orthanc: "Língua-De-Cobra ... ele se mostra como a melhor companhia na torre, não para Saruman, mas para os que estão fora dela, quando ele joga em fúria o palantir, o objeto mais valioso de todo o domínio de Saruman" (Helms 102-103) Mesmo seu último ato de maldade serve ao bem; o assassinato de Saruman. O assassinato é, de novo, conduzido por um estado de pura fúria. Ele odeia Saruman mais que tudo no mundo apesar de não poder se separar do mago... lhe falta força de vontade para enfrentar seu mestre. Somente quando seu ódio é muito grande para ser ignorado, então ele pode se livrar do fardo pelo assassinato. Ele encontra a paz, não no regresso ou na salvação, mas no puro ódio. O personagem Gríma Língua-De-Cobra definitivamente explana a tese deste estudo: ele é mau, mas deveria ser bom, ele passou por um longo e complexo caminho na escala do alinhamento. Ele não nasceu mau. Saruman é de uma raça divina. Por volta do ano 1000 da Terceira Era aparece nos portos da Terramédia. Ele é mandado pelos Valar, com o consentimento de Eru Ilúvatar, para ajudar os Elfos e Homens em sua luta iminente contra Sauron. Saruman é um Maia (um dos deuses menores, e seu nome original é Curunir). Ele é seguido por mais 4 Maiar, os 5 chamados de Istari, dos quais Gandalf, o último, se tornará o mais poderoso e sábio. Gandalf também é o único a completar sua missão original e por recompensa retorna ao Oeste. Estes Maiar são chamados de magos. Não significa que são magos e guardam grande poder. Eles são chamados de magos pela associação com a palavra sábio, e só possuem magia limitada. "Os Istari possuem o conhecimento da história e natureza do Mundo" (Contos Inacabados 388) eles aparecem nos disfarces humanos, e revelam sua identidade para poucos. São estritamente proibidos de se mostrar em sua forma majestosa. Além disso, são proibidos de controlar as mentes dos Elfos e Homens ao mostrar seus poderes divinos. Os magos são mandados para ajudar e auxiliar os limites psíquicos da Terra-média, assim como os limites físicos, na guerra contra outro Maia, chamado de Sauron, somente para ajustar o balanço entre o Bem e o Mal.

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Mas mesmo os divinos não são infalíveis. Pouco a pouco, Saruman é tentado pelo grande fardo designado a ele, e pelos grandes poderes investidos nele. Poucos lhe são iguais em poder e sabedoria. No Oeste, ele foi apenas um entre muitos, seus poderes não se igualam aos dos Valar. Na Terra-média, Saruman ele é confrontado com o fato de ser poderoso. Juntamente com Gandalf, ele tem os meios de influenciar e mudar, sem ser questionado ou impedido. Quando Sauron se levanta novamente, os Istari estão esperando. Saruman se mostra como líder do mundo livre. E ele que as pessoas chamam na hora da necessidade, ou simplesmente para pedir conselhos. Ele se instala na fortaleza de Isengard, e lá vira uma autoridade conhecida. Elfos e Homens da Terra-média sabem onde encontrá-lo, e sabem que dependem de sua ajuda. Lentamente, Saruman fica orgulhoso, egoísta e impaciente: "na verdade a espionagem e segredos de Saruman não tinham intenções más no começo, mas agora ele não é mais que um rebento imbecil do orgulho" (Inacabados 350) Ele fica seduzido e intoxicado por seu novo cargo como líder mundial. Ele falha em seu trabalho primordial: "suas funções ... pervertidas por Saruman, é encorajar e trazer os poderes nativos dos Inimigos de Sauron" (Letters 180). Novamente temos um caso de mudança gradual do bem para o mal, não uma mudança do dia pra noite como Muir e Wilson quer que acreditemos. Existem duas razões maiores para falha de Saruman. Uma é a cobiça de Saruman pelo poder. Na Guerra do Anel Saruman se aliou com as forças de Sauron, os dois estão procurando pelo Um Anel. Sauron se alia a Saruman, e vê nele uma de suas chances. Qualquer notícia que Saruman conseguir da localização do Anel Sauron espera conseguir dele imediatamente. Saruman não tem intenções de ajudar Sauron a achar o Anel. Ele o quer para si. Saruman se aliou a Sauron somente pra tomar seu lugar como Lorde Negro quando o Anel vier a ser dele. Saruman não é servo de Sauron, como Kocher aponta. Eles são parecidos na forma de pensar na total supremacia. Saruman também não é aliado de Sauron; É seu competidor (Kocher, 68). Auden também reforça esse fato, em seu livro "The Quest Hero": "Todas as alianças entre o Mal e o Mal são instáveis e inseguras já que o Mal ama apenas a si mesmo" (58). Auden mostra que alianças do Mal são baseadas no medo e esperanças lucrativas. Sauron seduziu Saruman, mas não totalmente "então Saruman tentar pegar o Anel para si". A outra razão para a queda de Saruman é de uma natureza mais mesquinha. Inveja é um dos defeitos humanos de Saruman. Em uma carta para Michael Straight, um editor da New Republic, Tolkien escreveu: "os magos também são mesquinhos... estão envolvidos nos perigos da encarnação: a possibilidade de "cair", ou pecar, se você preferir." (Letters 237). Os Istaris são de uma natureza divina, mas suas encarnações tem aspectos humanos de mente e corpo. Eles não estão a salvo dos defeitos humanos, como tentação, cobiça e morte. Então quando Saruman se rende à inveja, um dos Sete Pecados Capitais no nosso mundo, isto revela que a sua força de vontade não é tão grande quanto achamos. O objeto de inveja de Saruman é Gandalf: "Saruman logo fica enciumado em relação a Gandalf, e sua rivalidade vira uma traição" (Contos Inacabados 349). Logo no começo, Saruman percebe que Gandalf é mais poderoso que ele próprio: "Saruman sabe em seu coração que o peregrino cinzento tem uma força maior, e uma influência maior entre os povos da Terra-média". Saruman é o respeitado líder dos Istari, mas não é o maior deles. À medida que os pensamentos maus começam a invadir a mente de Saruman, ele começa a temer Gandalf, mas não é capaz de dizer o quanto Gandalf realmente sabe de seus planos e esquemas. Enquanto outros tratam Gandalf com respeito, Saruman não o faz. Ridicularizando-o Saruman espera diminuir o respeito por Gandalf. A inveja de Saruman se origina na popularidade de Gandalf, que é amado pelos habitantes da Terra-média por sua honestidade e bondade. Ele esconde seus poderes, e não quer que as pessoas o temam ou louvem. Ele faz coisas pelas pessoas sem ganhar nada em troca, somente para ajudar ou entreter. Raramente tem um motivo real atrás de suas ações. Saruman não compreende este pensamento de fazer o bem sem razão nenhuma. Para ele, as vidas e ações dos A INDEFINÍVEL TERRA SOMBRIA

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pequenos seres e criaturas da Terra-média não tem importância, a menos que possam interferir nos grandes assuntos do mundo. A inveja de Saruman se torna pura fúria, e daí em diante, ele começa a impedir cada proposta que gandalf impõe, e cada ação que ele faz. Saruman apenas trabalho a favor de Gandalf quando tem algo grande a ganhar algo com isso, como receber novidades da localização do Anel, que ele deseja mais que tudo. O incidente que levou à inveja de Saruman, foi o presente ofertado a Gandalf. No dia que ele aportou na Terra-média, Gandalf ganha um anel de Círdan. Este anel é Narya, um dos três anéis élficos escondidos de Sauron. Este anel é uma importante arma contra Sauron. Nas mãos certas, ele pode ajudar a causa do lado Bom. Saruman não entende por que não é ele que recebe o anel. Ele é o primeiro dos magos a entrar na Terra-média. Por que não foi dado a ele? Mesmo sabendo que Gandalf é mais poderoso dos Istari o poder do anel deve ser dele, não do tolo Gandalf. A explicação para isso é que Círdan reconhece a verdadeira identidade de Gandalf na sua chegada. Ele vê o verdadeiro poder nele investido, e sabe que ele é o verdadeiro usuário do Anel. "Círdan viu em Gandalf o mais grandioso e sábio espírito" (Inacabados 389) A razão para não o dar para Saruman pode ser que Círdan também reconheceu a verdadeira natureza de Saruman, e sabe que ele não serve para receber tanto poder. Círdan, um Senhor Élfico, é um dos sábios da Terra-média viveu por muitos milhares de anos e é sábio e experiente nos grandes assuntos do mundo. Saruman é derrotado humilhantemente na Guerra do Anel. Depois da derrota, Gandalf remove todos os poderes investidos em Saruman. Para este traidor é oferecida a oportunidade de se arrepender e reparar seus erros ajudando na luta contra Sauron, mas Saruman recusa a oferta. Seu orgulho o previne de fazer isso. Ele não se adapta à idéia de ser menos poderoso, e virar seguidor de Gandalf, que um dia foi seu seguidor. Um dos maiores erros de Gandalf é deixar tudo como está. Saruman não é punido realmente e é apenas aprisionado. Ele tenta escapar de sua prisão para terminar um último ato de crueldade... a destruição do Condado. No fim, Saruman é morto por Gríma, e sua alma é rejeitado no Oeste, sendo jogada no vazio fora do universo. Porque Saruman se arrisca sendo abandonado para sempre? Quando o fardo dos Istaris na Terramédia está concluído, eles podem retornar ao Oeste. "a memória do Reino Sagrado é para eles uma visão distante, pelo qual aspiram excessivamente" (Inacabados 390). Eles sabem que podem voltar para o paraíso que conheceram um dia e amaram muito, já que permaneceram fiéis à sua missão, e aos Valar. Eles também sabem que caso se rendessem ao mal, serão banidos para sempre deste. Saruman parecia saber o que está em jogo aqui, mas na maldade de seu conhecimento continua com seus planos. Ele tem tanta fé em seu sucesso, que nem mesmo pensa na possibilidade da falha. Se ele conseguir encontrar o Anel e controlar a Terra-média, ele vai ter um paraíso próprio, um paraíso tão bom quanto o Oeste, na sua opinião. Saruman acredita em sua causa, assim como Boromir, Tom Bombadil e Gríma o fazem. Ele deve, ou não ia arriscar seus pertences. A grande diferença é que sua responsabilidade é muito maior. Se não podemos acreditar em nossos deuses, em quem poderemos? Saruman brinca com o destino de um mundo inteiro, um mundo que acredita e confia nele. Mesmo ele sendo de origem boa, não há circunstâncias atenuantes. Ele escolhe o caminho do Mal, e sua punição é, conseqüentemente, tão severa quanto à punição de Sauron, ou a do mestre de Sauron, Morgoth (Condenados a passar a eternidade no Vazio) Com certeza, o Mal nunca é designado a conquistar, a destruição está em sua natureza: "Do mal surgirá sua própria mácula" (Kocher 47).

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Sméagol / Gollum... Gollum certamente é o mais complexo e interessante personagem da Terra-Média. Tentar definir sua tendência é impossível. Ele não pertence a nenhuma categoria e você pode coloca-lo em todas elas. Estudando o personagem de Gollum, você vê coisas nele que são boas, ruins e neutras. Você pode colocá-lo no grupo dos Bons porque ele, como os outros personagens da Terra-Média, deveria ser bom. Gollun também possui algumas características que constroem uma relação de amor e ódio entre o personagem e o leitor. C.S. Lewis comentou: "Mesmo Sméagol, apesar de tarde, tem bons impulsos" (13). E também algumas de suas ações, apesar de feitas com a pior das intenções, servem ao Bem de maneiras misteriosas e até cômicas. Você pode posicioná-lo no grupo Neutro porque ele não serve a nenhum outro mestre a não ser ele. É correto dizer que o Anel é seu mestre, mas ele deseja o Anel para si mesmo de forma egoísta. Ele não quer o Anel para conquistar o mundo, ou seus habitantes. Tudo o que ele quer é encontrar seu "precioso" e voltar para sua caverna na Montanha Nebulosa. Gollum chama Frodo de mestre, mas ele vira seu mestre por ser o Portador do Anel, e não pelas suas virtudes. Você também pode coloca-lo na categoria má pelo mau em seu personagem. Ele é uma criatura vil, cheia de maldade, e não hesitará em matar, se for lhe dada uma chance. Ele matou muitas vezes durante sua vida, e seu maior desejo é matar quem roubou seu presente de aniversário. O único modo de doma-lo e deixa-lo "bonzinho" é pela força, e ameaçando-o. Nem mesmo Tolkien conseguiu compreender a verdadeira natureza de Gollum. Em uma carta para Sir Stanley Unwin, seu publicador, ele escreveu: "Eu não fiz Gollum para ser psicologicamente inteligível" (Letters 121). Assim como Tom Bombadil é um mistério no mundo de Tolkien, Gollum também o é. Para entender Gollum, você deve trata-lo em sua própria categoria. Sméagol é um ser aparentado dos hobbits. Vivia no limite da Floresta das Trevas, perto do Rio Anduin, com seu povo. É aqui que ele entra em contato pela primeira vez com o Um Anel. Quando saiu pra pescar, em seu seu primo, Déagol, encontra um anel no fundo do rio. Neste momento Déagol recusa-se a lhe entregar o anel, "Eu te dei um presente que era mais do que eu podia. Eu encontrei isto e vou continuar com ele", Sméagol assassina seu amigo e pega o anel pra si: "ele agarra Déagol pela garganta e o estrangula" (SdA 66). Com certeza, ele não sabe que este é o Um Anel de Sauron, e que já começou a tomar conta dele. Ele descobre que o anel o deixa invisível e começa a usá-lo para cometer pequenos furtos. Sméagol é expulso da vila, rejeitado e humilhado. O Anel começa a dominar sua mente, e lentamente o transforma numa criatura horrível. Ele começa a fazer sons guturais, e por isso recebe o nome de Gollum, já que os sons que faz soam como "gollum". Um dia ele alcança as Montanhas Nebulosas, e deixa o mundo da luz do sol, que começou a odiar. Gollun encontra uma caverna abaixo das Montanhas Nebulosas e passa a viver lá por centenas de anos acompanhado apenas de seu "presente de aniversário". É neste ponto que encontramos Gollum nas obras de Tolkien. O Hobbit é escrito como uma história infantil, e Gollum é um dos muitos personagens que Bilbo encontra em sua longa jornada. Bilbo encontra o Anel por acidente e tenta leva-lo consigo, escapando de Gollum, e de uma morte certa, com a ajuda da invisibilidade do Anel. Enquanto escrevia O Hobbit, Tolkien não tinha intenção de aprofundar a história de Gollum, ou mesmo do Anel. Foi quando lhe foi requisitado que escrevesse uma seqüência para O Hobbit, que o Anel virou o centro da história, e Gollum virou um dos personagens principais: "Sméagol não foi visado no começo, mas acredito que seu personagem já estava implícito e só precisava de um pouco de atenção" (Letters 201). No Senhor Dos Anéis, vemos o verdadeiro significado do encontro. O anel que Bilbo encontra não é apenas um anel engraçado, mas uma importante arma que deverá ser usada na iminente batalha entre o Bem e o Mal. Gollum não é apenas uma criatura patética escondendo-se abaixo das montanhas, mas um personagem que terá um importante papel nos grandes assuntos mundiais. Isto é um fato do qual Gandalf conhece bem. Frodo acha uma pena Bilbo não ter matado Gollum quando teve chance. Para isso Gandalf diz: "Gollum está preso ao destino do Anel. Meu coração me diz que ele ainda tem um papel a desempenhar" (SdA 73). Mesmo sabendo que Gollum é uma A INDEFINÍVEL TERRA SOMBRIA

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criatura perversa, Gandalf sente que ele está conectado ao Anel, e pode ser útil no fim. Gandalf não sabe como, mas sabe que existe alguma força maior controlando o destino do mundo. As rodas do mundo podem levar a caminhos misteriosos. Gandalf também reforça a importância do fato que é a piedade e compaixão de Bilbo que evitam que ele mate Gollum (SdA 73). Esta é a razão que faz com que Bilbo não seja mais afetado pelo poder do Anel. Gollum obtém o Anel pelo assassinato e homicídio, e isto o transforma num monstro. Bilbo mostra piedade quando o obtêm, e por isso não é destruído pelo Anel. Ele está apenas "crescendo em sua mente" e se sente "fino e esticado" (SdA 60). O ato de tratar o Mau com a Bondade é com certeza um dos temas da mitologia de Tolkien, e foi observado por muitos críticos. Todos eles parecem ter a mesma opinião, e apontam a importância deste ato de piedade e que é feito de livre e espontânea vontade (Kocher 35-36, W.H.Auden 58, Helms 43-48). O mais importante, Tolkien também tinha essa opinião. A salvação de Frodo foi adquirida pela "sua piedade e perdão" (Letters 234). Um fato interessante sobre a questão da livre escolha é que Bilbo e frodo estão envolvidos, mas sempre perdoam Gollum. Gollum é capturado por Sam e Frodo. Com a ajuda do Anel, eles o forçam a encontrar um caminho para a Terra Negra. Durante a jornada, Gollum começa a criar alguns sentimentos por Frodo. Seu ódio por um Bolseiro (Bilbo), que roubou seu precioso, vira uma afeição por outro Bolseiro (Frodo). Enquanto sua relação vira uma amizade mutua, Gollum fica cada vez mais ambíguo. Em outras palavras, ele começa a ficar esquizofrênico. Os dois lados de Gollum, segundo Sam, são Fedegoso e Caviloso. Um lado, o Fedegoso, quer fazer o bem, e ajudar seu novo mestre. O outro lado, o Caviloso, só quer pegar o Anel e com a ajuda dele continuar seus roubos. Eu iria mais longe dizendo que o bom lado reflete Frodo, enquanto o mau reflete Sam. Os dois hobbits evocam sentimentos tão estranhos em Gollum que sua ambigüidade e parcialmente criada por eles. Pra ele Frodo é Fedegoso, Sam é Caviloso. A atitude de Gollum por Sam é o oposto de sua atitude por Frodo. Ele odeia Sam porque Sam o odeia. Ele trata Gollum com desprezo, e de um modo depreciativo. Sam não pode imaginar que Gollum possui qualquer boa qualidade. Pra proteger seu mestre da criatura horripilante, Sam está sempre em Guarda, nunca perdendo uma chance de reprimir ou castigar Gollum. Na verdade é culpa de Sam que Gollum decide finalmente ouvir sua voz interior má, Fedegoso. Ao chegar ao ponto em que ele se devota totalmente a Frodo, ouve palavras rudes de Sam e não conseguindo suportar mais, Gollum entrega-se a Fedegoso e tenta se livrar dos dois hobbits. Esta passagem é muito forte e emotiva. Momentaneamente, enquanto os dois hobbits estão dormindo, Gollum vira Sméagol novamente, e ele sente a idade e o pesado fardo de ser escravo do Anel. Por um momento, se um dos dormentes pudesse vê-lo, eles pensariam que acolheram um velho e cansado hobbit, encolhido pelos anos que o levaram há este tempo, sem amigos ou família, ou mesmo os campos e rios de sua juventude, uma coisa desamparada, velha, e faminta. Aqui nós vemos que Gollum não é mau por inteiro. Ele está farto de sua maldição e quer morrer pacificamente, como deveria faze-lo há muitos anos atrás. Ele ainda pode lembrar de um tempo no qual não tinha conhecimento da existência do Anel. Ele se lembra de sua vida feliz e simples, e sabe que não acabaria na miséria sem fim. Este Gollum é o que me faz imaginar como Wilson e Muir leram o Senhor dos Anéis, antes de escrever suas colunas. Uma questão que freqüentemente surge é se devemos culpar Sam por seu erro. Ele esteve apenas tentando proteger seu mestre, e pelo passado de Gollum, Sam percebe que não pode confiar nele. Mesmo Tolkien não se esquece tão fácil desta faceta de Sam sendo desnecessariamente duro com ele em algumas de suas cartas, e o culpa pela falha de Gollum (110, 221, 234n). Por outro lado, ele nos diz que foi melhor pra ele: "Contudo seu amor por Frodo foi fortalecido diariamente já que ele lutou contra o poder do Anel". Em outras palavras, ele nunca conseguiria confiar em Gollum completamente: "Gollum odiava e amava o Anel, assim como odiava e amava a si mesmo. Ele não pode controlar, não tinha força de vontade no final". No fim, Gollum salva o dia. No topo da Montanha da Perdição, Frodo decide não o jogar no fogo onde fora A INDEFINÍVEL TERRA SOMBRIA

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forjado. Ele clama pelo Anel, e fazendo assim, auxilia a causa de Sauron. Gollum pula em Frodo e mordendo e arrancando o dedo do Anel. Em seu último momento de alegria, Gollum dança na borda da montanha e lá cai. O Anel é destruído ao final das contas. Novamente, vemos que os atos maus auxiliaram a boa causa. Sem a ajuda de Gollum, o Anel nunca seria destruído. Sauron capturaria Frodo, e o mundo cairia na escuridão eterna. Então quem somos nós para julgar ? Podemos julgar o ato de Gollum como um ato de bondade ? A resposta é não! Se Gollum pudesse prevenir-se, nunca cairia nas chamas. Ele fugiria com o Anel, e no fim, Sauron o acharia. Mesmo se sentirmos simpatia por ele, ou mesmo gratidão, é um ato de maldade que salva o mundo, não um ato de bondade: "Gollum é um coitado, mas acaba na sua imoralidade".(Letters 234). Marion Zimmer Bradley sugere que é um ato inconsciente de amor que faz Gollum pular no fogo, e que "ele realmente salva Frodo, que ama tanto amo quanto odeia".(123). Neste ponto, acho que Bradley está errada. Gollum está além todos os sentimentos de amor quanto rouba o Anel de Frodo. Sugerir que ele comete suicídio pelo amor de Frodo é engano. É um ato de Maldade. Não é amor que ele sente, mas cobiça, uma cobiça desenfreada pelo seu precioso. No topo da Montanha da Perdição, ele não é mais bom. Ele já fez sua mente após ser reprimido por Sam, e desde aquele dia só teve pensamentos ruins. "Gollum é pra mim apenas um personagem - uma pessoa imaginária - que garantiu que a situação continuasse em linha, como provavelmente seria" (Letters 233). Gollum é o que é, e nada mais. Novamente temos um personagem que não se encaixa em nenhum dos estereótipos. Vemos um personagem que é misterioso pra nós, como Tom Bombadil. Quando se refere a Gollum, Tolkien não tem intenções de nos guiar a uma certa opinião, como "Gollum é totalmente mau". Ele deixa nas mãos dos leitores decidirem o que pensar desta criatura. Gollum é complexo porque não podemos defini-lo. Ele é Bom, Mau e Neutro, três em um, e é por isso que temos tantas impressões diferentes dele.

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Conclusão... "Nem tudo que é ouro fulgura Nem todo o vagante é vadio"

Estas duas linhas são parte de um longo verso dito por Aragorn no Pônei Saltitante em Bri. Coisas que parecem boas podem não ser boas e vice-versa, um tema familiar a Shakespeare e sua obra MacBeth. Acho que isso se aplica a muitos dos personagens principais no Senhor Dos Anéis. É fácil falar que um personagem é totalmente bom ou totalmente mau, mas se olhar além da superfície, verá que há mais que isto. O mundo de Tolkien não é maniqueísta, como os dois comentaristas, Edmund Wilson e Edwin Muir, sugerem. Ele conseguiu fazer personagens complexos e, em muitos casos, ambivalente. Tom Bombadil não é perfeito; as intenções de Boromir não são de todo más; o povo da Terra-Média é tão egoísta quanto o povo no nosso mundo; os passados de Saruman e Gríma não foram maus, e eles tiveram muitas oportunidades em suas vidas para continuar na Boa causa; e Gollum sozinho prova que Wilson e Muir pegaram seus argumentos ao acaso. A Terra-Média não é dividida em apenas duas categorias, Bem e Mal. Tem uma grande massa no meio. O que você deve lembrar sobre a mitologia de Tolkien é que você não pode pegar uma imagem correta de sua obra lendo-a apenas uma vez, e tentando analisar seus personagens assim. Não é a primeira impressão que conta. "Nem tudo que é ouro fulgura". Em seu livro sobre a crítica a Tolkien "Tolkien-bashing: The First Twenty-five Years" (Discutindo Tolkien: Os primeiros 25 anos) Jéssica Yates examinou a fraca crítica de Wilson a Tolkien. Ela faz uma descoberta crucial que nos dá uma idéia de como julgar Wilson como um crítico. Discutindo a autora Gertrude Stein, Wilson percebe que somente porque algo é misterioso e novo, e não nos interessa, não quer dizer que é lixo, ou "tolice". Essa palavra é usada por ele quando ataca Tolkien e o Senhor Dos Anéis em seu "Oo Those Awful Orcs" (Oo Aqueles Orcs Malditos), e o chama de "trash juvenil". Isto parece diminuir a credibilidade de Wilson, e talvez não devamos levar suas críticas a sério. Em seu livro "Tolkien and the Fairy Story" (Tolkien e o Conto de Fadas), R.J. Reilly sugere que Wilson se sentiu insultado em comentar o livro, e esta é a razão de suas críticas brutais. Infelizmente aquele comentário em particular afetou o sucesso do Senhor dos Anéis e alongo prazo, o status de Tolkien como autor. Mesmo Tolkien não tendo intenções alegóricas, ele usou componentes alegóricos. A luta entre o bem e o mal são elementos muito usados em alegorias. É inevitável dividir o roteiro em dois campos quando usando tal linguagem, porque é só isso: uma luta entre duas poderosas forças. E então é fácil falar que uma história é apenas sobre o bem e o mal, como Muir e Wilson fizeram, e dividir entre o preto e o branco. Mas o Senhor Dos Anéis é mais que isso, como tentei provar neste estudo. Entre o bem e o mal, existem muitos personagens e distinções, como na nossa sociedade. Só porque você acredita em Deus não quer dizer que não possa ser mau e cruel, e isso é o mundo de Tolkien: um mundo com vários tipos de pessoas e criaturas, passando do bem pro mal, e onde tudo pode acontecer sem estar pré-destinado. Em outras palavras, A SOMBRA INDEFINÍVEL.

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Fontes primárias • Tolkien J.R.R. The Book of Lost Tales. Ed. Christopher Tolkien. London: George Allen & Unwin, 1983. • The Hobbit or There and Back Again. London: George Allen & Unwin, 1966. • The Letters of J.R.R. Tolkien. Ed. Humphrey Carpenter. London: George Allen & Unwin,1981. • The Lord of the Rings. London: George Allen & Unwin, 1968. • The Silmarillion. Ed. Christopher Tolkien. London: George Allen & Unwin, 1977. • Unfinished Tales. Ed. Christopher Tolkien. London: George Allen & Unwin, 1980 Fontes Secundárias • Auden, W.H. "The Quest Hero". Tolkien and the Critics. Notre Dame, Indiana: University of Notre Dame Press, 1968. • Bradley, Marion Zimmer. "Men,Halflings, and Hero-worship". In Tolkien and the Critics. • Carpenter, Humphrey. J.R.R. Tolkien - A Biography. London: Unwin Paperbacks, 1978. • Foster, Robert. The Complete Guide to Middle-Earth. London: George Allen & Unwin, 1978. • Helms, Randel. Tolkien's World. London: Thames and Hudson, 1974. • Isaacs, Neil D., and Rose A. Zimbardo, eds. Tolkien and the Critics. Notre Dame, Indiana: University of Notre Dame Press, 1968. • Keenan, Hugh T. "The Appeal of The Lord of the Rings". In Tolkien and the Critics. • Kocher, Paul H. Master of Middle-Earth. The Fiction of J.R.R. Tolkien. Boston: Houghton Mifflin Company, 1972. • Lewis, C.S. "The Detronement of Power". In Tolkien and the Critics. • Reilly, Robert J. "Tolkien and the Fairy Story". In Tolkien and the Critics. • Spacks, Patricia Meyer. "Power and Meaning in The Lord of the Rings". In Tolkien and the Critics. • Yates, Jessica. "Tolkien-bashing: The First Twenty-five Years". Arda 10. Ed. Anders Stenström. • Stockholm: Forodrim, Stockholms Tolkiensällskap, 1983.

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