A Web 2.0 é feita de opiniões. Você já tem a sua?
Comunicação de Muitos para Muitos “Na era do conhecimento, deixar de reconhecer o outro em sua inteligência é recusar-lhe sua verdadeira identidade social, é alimentar seu ressentimento e sua hostilidade, sua humilhação, a frustração de onde surge a violência.” Inteligência Coletiva: "É uma inteligência distribuída por toda parte, incessantemente valorizada, coordenada em tempo real, que resulta em uma mobilização efetiva das competências". Características da Inteligência Coletiva: Uso da interatividade, das comunidades virtuais, dos fóruns, dos weblogs e wikis para construir e disseminar os saberes globais, baseados no acesso à informação democratizada e sua constante atualização. Assim as produções intelectuais não seriam apenas exclusivas de uma pessoa, país ou classe social isolada, mas dos crescentes coletivos que têm acesso à Internet. A inteligência coletiva tende a desconcentrar os poderes e valorizar a participação de cada indivíduo, resultando daí o reconhecimento e o enriquecimento cultural de todos. Ação coletiva "O campo da ação coletiva em rede ou ação coletiva vêm comprovando que a sinergia entre as pessoas via web, dependendo do projeto em que estejam envolvidas, pode ser multiplicada com enorme sucesso.As redes digitais, por sua vez, são hoje um fator chave para a compreensão da lógica da ação coletiva e de sua evolução As diversas formas de comunidades virtuais, a estratégia P2P, as comunidades móveis, a explosão dos blogs e wikis, a recente febre do Orkut são provas de que o ciberespaço constitui um fator crucial no incremento do capital social e cultural disponível”. (Rogério da Costa em Razão e Palavra, novembro 2004). Podemos então definir - Collective intelligence como: Trata-se das tecnologias que permitirão aos usuários trabalharem juntos ao mesmo tempo num mesmo arquivo, sem a necessidade de um único indivíduo centralizando as informações. Um exemplo desse tipo de serviço é a planilha online do Google.
Bem-vinda Web 2.0! Surge para suprir a necessidade do ser humano de conviver em um planeta cada vez menor, globalizado, mutante, inovador, produtor e consumidor voraz de informação e gerador do bem mais precioso dos tempos modernos: o conhecimento. O usuário passivo não vai a lugar nenhum, pois a rede quer rede, bebe rede, come rede. Na nova sociedade, não há poder naquele que não conhece. Naquele que não sabe digerir o relevante. Naquele que não sabe agir rapidamente. As comunidades em rede sempre serão mais eficazes do que mil especialistas isolados. Começa a aposentaria - já tardia e também prematura do gestor de conteúdo. E entra na campina virtual o apicultor de comunidades, que tem como missão criar, manter e estimular colméias. Sua missão é animá-las para que produzam o mel do conhecimento em rede e, gerem, assim, inovação e riqueza. O objetivo da Web 2.0, enfim, é gerar inteligência coletiva. Quem dominar esta técnica, irá longe.
Afinal, o que provocou a Web 2.0? A Web 2.0 surge como um conceito para explicar a mudança ocorrida no perfil dos usuários, que passaram, depois da banda larga, por volta de 2004, há ficar mais tempo on-line e exercer o potencial interativo da Internet, que sempre existiu e ficava restrito aos que tinham uma conexão melhor. Ou seja, a massa agora está interagindo o internauta ganhou mais participação. Agora, além de leitor, é também criador e divulgador de informações para os sites.
Existem muitas opiniões do que é afinal a Web 2.0, qual é a sua? Comunicação de muitos para muitos. Trata-se de um novo paradigma da comunicação humana, uma quebra que só havia ocorrido no mundo nessa magnitude com a invenção da prensa por Gutemberg, na Alemanha, por volta de 1500. Mudanças de paradigma como aquela, provocaram grandes revoluções e quebras de hierarquias e monopólios. A revolução industrial, francesa, americana e russa foram filhas dos livros e dos jornais, sem os quais não aconteceriam.
A Internet entra agora no ciclo das massas. As quebras de monopólio na indústria da música, do software, cinema, publicações, comércio, telecomunicações é apenas o começo. Veremos que por trás destas mudanças sempre estiveram grandes comunidades em rede em escala planetária, conspirando, se articulando e produzindo mudanças, como foi o caso da própria Internet, que não é fruto de nenhuma grande empresa, ou do Linux, do Kazaa, MP3, Amazon, Google, Skype. Contar a história destas pequenas Tsunamis sem levar em conta o papel das comunidades em rede para que atingissem a escala global é tapar o sol com a peneira.
Quais são as conseqüências da Web 2.0 para o futuro? A Adoção das empresas destes novos conceitos, internalizando os Orkuts para as Intranets e nos seus portais, pois será o único caminho para ser competitivo em um mundo de rápidas mudanças. A Criação de comunidades internas e externas, envolvendo os consumidores, será a chave do sucesso. O Estado, por sua vez, muda também, pois será gerido por comunidades em rede, nas quais o cidadão terá sua identidade visual, através de blogs e comunidades e poderá opinar, aprender coletivamente e decidir os rumos da sua vida, em temos locais e planetários.
Explorar esta área é uma vantagem competitiva? Imagine hoje a quantidade de profissionais qualificados que existem no mercado. Todo mundo quer ter a chance de mostrar o seu potencial. E temos de explorar isso. Quantos pesquisadores estão em comunidade, trocando informações e conhecimento? A comunidade médica, por exemplo, está em rede? Pois deveria. Precisamos aproveitar este potencial. Estamos oferecendo aos leitores um prato farto e encorpado de oportunidades a serem exploradas. Basta não ignorar as mudanças e dedicar-se a este novo cenário, que tudo indica ser muito próspero.
“O país que tiver a sabedoria de colocar esta máxima na sua estratégia de longo prazo, dará saltos. Os que não, levarão tombos!” Fonte: Carlos Nepomuceno , conteúdo do livro e da palestra "O Conhecimento em Rede".