Enem-2004.pdf

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ENEM – 2004 – QUESTÕES COMENTADAS – PROVA AMARELA QUESTÃO 5 (Geografia física, econômica – Programas/Planos do Estado Brasil) Em 2003, deu-se início às discussões do Plano Amazônia Sustentável, que rebatiza o Arco do Desmatamento, uma extensa faixa que vai de Rondônia ao Maranhão, como Arco do Povoamento Adensado, a fim de reconhecer as demandas da população que vive na região. A Amazônia Ocidental, em contraste, é considerada nesse plano como uma área ainda amplamente preservada, na qual se pretende encontrar alternativas para tirar mais renda da floresta em pé do que por meio do desmatamento. O quadro apresenta as três macrorregiões e três estratégias que constam do Plano.

Considerando as características geográficas da Amazônia, aplicam-se às macrorregiões Amazônia Ocidental, Amazônia Central e Arco do Povoamento Adensado, respectivamente, as estratégias

(A) I, II e III.

(B) I, III e II.

(D) II, I e III.

(E) III, II e I.

(C) III, I e II.

Comentários: A Amazônia, dada a sua extensão territorial, sempre necessitou do apoio governamental para o desenvolvimento de suas potencialidades. A intervenção mais intensa do planejamento estatal, na região, teve início nos governos militares, mas mantém-se até hoje como forma de incrementar a evolução regional. Na visão do governo atual, a Amazônia foi dividida em três regiões:

1 – Amazônia Ocidental – uma área de difícil acesso devido à precariedade das vias; nessa região, destaca-se a produção de fármacos, extratos e couros vegetais (item II). 2 – Amazônia Central – região intimamente relacionada ao Rio Amazonas, onde a pavimentação de rodovias, como, por exemplo, a Cuiabá-Santarém, poderá auxiliar o transporte da produção de soja da região Centro -Oeste até o Vale do rio Amazonas; há também para facilitar seu processo, a hidrovia Teles Pires -Tapajós (item I). 3 – O Arco de Povoamento Adensado, uma região de ocupação mais antiga, já alterada, onde se propõe a expansão da soja nas áreas desmatadas ou já abandonadas. Trata-se da periferia da Amazônia, limítrofe às áreas da Região Centro-Oeste (item III).

QUESTÃO 6 (Geografia econômica – Agropecuária – Brasil) A produção agrícola brasileira evoluiu, na última década, de forma diferenciada. No caso da cultura de grãos, por exemplo, verifica-se nos últimos anos um crescimento significativo da produção da soja e do milho, como mostra o gráfico.

Pelos dados do gráfico é possível verificar que, no período considerado, (A) a produção de alimentos básicos dos brasileiros cresceu muito pouco. (B) a produção de feijão foi a maior entre as diversas culturas de grãos. (C) a cultura do milho teve taxa de crescimento superior à da soja. (D) as culturas voltadas para o mercado mundial decresceram. (E) as culturas voltadas para a produção de ração animal não se alteraram. Comentários: A produção crescente da soja, apontada no gráfico, no período considerado, teve como destino o abastecimento nacional (agroindústria), mas , sobretudo, o mercado externo. Quanto ao segundo maior volume produzido, o milho, sua produção, no período considerado, visou atender, predominantemente, o mercado interno com alimentos, juntamente com a soja, para à produção de ração para consumo animal. A produção de alimentos básicos para o mercado consumidor brasileiro foi, efetivamente, a que menos evoluiu, como pode ser observado com as culturas do arroz e do feijão, respectivamente, as menores.

QUESTÃO 7 (Geografia econômica, física – agropecuária – Brasil) A grande produção brasileira de soja, com expressiva participação na economia do país, vem avançando nas regiões do Cerrado brasileiro. Esse tipo de produção demanda grandes extensões de terra, o que gera preocupação, sobretudo (A) econômica, porque desestimula a mecanização. (B) social, pois provoca o fluxo migratório para o campo. (C) climática, porque diminui a insolação na região. (D) política, pois deixa de atender ao mercado externo. (E) ambiental, porque reduz a biodiversidade regional. Comentários: Um dos aspectos mais significativos da economia brasileira atual está relacionado à expansão do agronegócio. Essa forma de expansão do capitalismo financeiro está ordenando a produção agrícola com investimentos de capital e tecnologia, gerando um ciclo virtuoso para a economia, com sucessivos recordes de produção. O agronegócio constitui-se como importante instrumento de crescimento nas

exportações,

como

forma

de

promover

superávit

comerciais.

Por outro lado, a questão da expansão das áreas agrícolas tem pressionado os ecossistemas do interior do Brasil, ao longo da fronteira pioneira, notadamente nas áreas de Cerrado e Floresta Amazônica, com fortes impactos ambientais (desmatamento e queimadas, que provocam a redução da biodiversidade, o aumento da erosão, a contaminação das águas e dos solos pelo uso de agrotóxicos).

QUESTÃO 12 (Geografia física – cartografia) Um leitor encontra o seguinte anúncio entre os classificados de um jornal: Interessado no terreno, o leitor vai ao endereço indicado e, lá chegando, observa um painel com a planta a seguir, onde estavam destacados os terrenos ainda não vendidos, numerados de I a V:

Considerando as informações do jornal, é possível afirmar que o terreno anunciado é o (A) I.

(B) II.

(C) III.

(D) IV.

(E) V.

Comentários: De acordo com as informações do anúncio e do mapa, os únicos terrenos com 200 m2 são III e IV. Contudo, apenas o terreno IV recebe o Sol de frente no período da manhã, pois tem sua frente voltada para o leste (posição de nascente).

QUESTÃO 28 (Geografia humana – população – Brasil) Ao longo do século XX, as características da população brasileira mudaram muito. Os gráficos mostram as alterações na distribuição da população da cidade e do campo e na taxa de fecundidade (número de filhos por mulher) no período entre 1940 e 2000.

Comparando-se os dados dos gráficos, pode-se concluir que (A) o aumento relativo da população rural é acompanhado pela redução da taxa de fecundidade. (B) quando predominava a população rural, as mulheres tinham em média três vezes menos filhos do que hoje. (C) a diminuição relativa da população rural coincide com o aumento do número de filhos por mulher. (D) quanto mais aumenta o número de pessoas morando em cidades, maior passa a ser a taxa de fecundidade. (E) com a intensificação do processo de urbanização, o número de filhos por mulher tende a ser menor.

Comentários: Ao longo do período observado, da década de 1940 ao ano 2000, em termos comparativos com a evolução da população urbana e rural do Brasil, evidenciam-se o aumento da população urbana e a redução da população rural (inversamente proporcional). De forma análoga, o gráfico que apresenta a taxa de fecundidade no Brasil também denota a redução da taxa de fecundidade. Daí, pode-se afirmar que, entre outros fatores, o processo de urbanização reduz o número de filhos por mulher.

QUESTÃO 30 (Geografia humana – população – Brasil)

A distribuição da População Economicamente Ativa (PEA) no Brasil variou muito ao longo do século XX. O gráfico representa a distribuição por setores de atividades (em %) da PEA brasileira em diferentes décadas.

As transformações socioeconômicas ocorridas ao longo do século XX, no Brasil, mudaram a distribuição dos postos de trabalho do setor (A) agropecuário para o industrial, em virtude da queda acentuada na produção agrícola. (B) industrial para o agropecuário, como conseq uência do aumento do subemprego nos centros urbanos. (C) comercial e de serviços para o industrial, como consequência do desemprego estrutural. (D) agropecuário para o industrial e para o de comércio e serviços, por conta da urbanização e do avanço tecnológico. (E) comercial e de serviços para o agropecuário, em virtude do crescimento da produção destinada à exportação. Comentários:

Ao longo das décadas apresentadas no gráfico, o Brasil passou por um processo de modernização e automação da economia, fruto do desenvolvimento industrial (a partir da década de 1940), refletindo no setor agropecuário que se modernizou, liberando mão de obra para a cidade, ofertando mais trabalhadores para as atividades dos setores secundário e terciário.

QUESTÃO 32 (Geografia humana – população – Brasil) O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) permite avaliar as condições de qualidade de vida e de desenvolvimento de um país, de uma região ou de uma cidade, a partir de seus indicadores de renda, longevidade e educação. Cada indicador varia de 0 (nenhum desenvolvimento) a 1 (desenvolvimento máximo). A tabela apresenta os valores de IDH de três municípios brasileiros, X, Y e Z, medidos nos anos de 1991 e 2000.

Mudanças desses indicadores de IDH podem ser obtidas com a implantação de políticas públicas tais como: I. Expansão dos empregos com melhoria de renda média. II. Ações de promoção de saúde e de prevenção de doenças. III. Ampliação de escolas de ensino básico e de educação de jovens e adultos. Os resultados apresentados em 2000 são compatíveis com a implementação bem sucedida em todos esses três municípios, ao longo da década de noventa, das políticas (A) I, II e III. (B) I e II, apenas. (C) I e III, apenas. (D) II e III, apenas. (E) II, apenas. Comentários: A implantação de políticas públicas, como: promoção de saúde e prevenção de doenças, investimentos em educação e ampliação do número de empregos, reflete positivamente nos valores (indicadores) que compõem o IDH, principalmente se tais políticas atingirem parcela da população que vivencia situações precárias. A tabela mostra a evolução dos três municípios em relação ao IDH-longevidade e IDH-educação, porém, em ritmos diferentes. Já os municípios X e Z tiveram o IDHrenda diminuído.

QUESTÃO 34 (Geografia física, econômica – hidrografia, sustentabilidade – Brasil) A necessidade de água tem tornado cada vez mais importante a reutilização planejada desse recurso. Entretanto, os processos de tratamento de águas para seu reaproveitamento nem sempre as tornam potáveis, o que leva a restrições em sua utilização. Assim, dentre os possíveis empregos para a denominada “água de reuso”, recomenda-se (A) o uso doméstico, para preparo de alimentos. (B) o uso em laboratórios, para a produção de fármacos. (C) o abastecimento de reservatórios e mananciais. (D) o uso individual, para banho e higiene pessoal. (E) o uso urbano, para lavagem de ruas e áreas públicas.

Comentários:

Considerando que os processos de tratamento da água não resultam necessariamente em potabilidade, a água de reúso não deve ser empregada diretamente em atividades ligadas à higiene, à produção de fármacos e alimentos, como também, ao consumo direto da população, e nem direcionada aos mananciais, pois pode comprometer as reservas hídricas. Portanto, considerando as alternativas apresentadas, o mais indicado se refere ao uso urbano, para lavagem de ruas e áreas públicas.

QUESTÃO 35 (Geografia física – hidrografia, sustentabilidade – Brasil) O Aquífero Guarani se estende por 1,2 milhão de km 2 e é um dos maiores reservatórios de águas subterrâneas do mundo. O aquífero é como uma “esponja gigante” de arenito, uma rocha porosa e absorvente, quase totalmente confinada sob centenas de metros de rochas impermeáveis. Ele recarregado nas áreas em que o arenito aflora à superfície, absorvendo água da chuva. Uma pesquisa realizada em 2002 pela Embrapa apontou cinco pontos de contaminação do aquífero por agrotóxico, conforme a figura:

Considerando as consequências socioambientais e respeitando as necessidades econômicas, pode-se afirmar que, diante do problema apresentado, políticas públicas adequadas deveriam (A) proibir o uso das águas do aq uífero para irrigação. (B) impedir a atividade agrícola em toda a região do aq uífero. (C) impermeabilizar as áreas onde o arenito aflora. (D) construir novos reservatórios para a captação da água na região. (E) controlar a atividade agrícola e agroindustrial nas áreas de recarga. Comentários: Apesar de nem toda a reserva de água do Aquífero Guarani ser potável, esta mesma reserva poderá, como já é de uso múltiplo, atender às necessidades de consumo urbano-industrial, agropecuário e aquecimento. No tocante ao uso agrícola - irrigação, o uso foi intensificado, principalmente no Centro-Sul do país nos últimos anos. Vale ressaltar que sua localização está próxima de áreas de intensa atividade agrícola (com plantios como soja, cana e algodão) que utilizam enormes quantidades de agrotóxicos, os quais, dispersos no solo, poderão penetrar na rocha, atingindo o aquífero nas áreas de recarga.

Vale destacar também que a função das políticas públicas deve contribuir para a promoção de sustentabilidade sobre o aquífero em questão, buscando promover gestão capaz de controlar os impactos ambientais negativos das atividades agroindustriais, a fim de garantir um mínimo de proteção/sustentabilidade do aquífero às populações, às comunidades e às atividades econômicas que dele necessitam.

QUESTÃO 36 (Geografia física – hidrografia – Ciclo hidrológico)

Por que o nível dos mares não sobe, mesmo recebendo continuamente as águas dos rios?

Essa questão já foi formulada por sábios da Grécia antiga.

Hoje responderíamos que a) a evaporação da água dos oceanos e o deslocamento do vapor e das nuvens compensam as águas dos rios que deságuam no mar. b) a formação de geleiras com água dos oceanos, nos pólos, contrabalança as águas dos rios que deságuam no mar. c) as águas dos rios provocam as marés, que as transferem para outras regiões mais rasas, durante a vazante. d) o volume de água dos rios é insignificante para os oceanos e a água doce diminui de volume ao receber sal marinho. e) as águas dos rios afundam no mar devido a sua maior densidade, onde são comprimidas pela enorme pressão resultante da coluna de água. Comentários:

Considerando o ciclo hidrológico, parte das águas que chega aos continentes infiltrada consumida, além do que, a água dos mares está em permanente processo de evaporação, e a massa de água que passa para o estado gasoso é compensada pela massa de água dispensada pelos rios, contribuindo, assim, para a manutenção do nível dos mares.

Obs.: A manutenção das geleiras nos polos também é relevante para a manutenção do nível dos oceanos. Porém, com o derretimento de parte das geleiras nos polos, o que se observa é a elevação do nível dos oceanos.

QUESTÃO 39 (Geografia econômica – agropecuária (agronegócio), bioenergia – Brasil)

Os sistemas de cogeração representam uma prática de utilização racional de combustíveis e de produção de energia. Isto já se pratica em algumas indústrias de açúcar e de álcool, nas quais se aproveita o bagaço da cana, um de seus subprodutos, para produção de energia. Esse processo está ilustrado no esquema abaixo.

Entre os argumentos favoráveis a esse sistema de cogeração pode-se destacar que ele a) otimiza o aproveitamento energético, ao usar queima do bagaço nos processos térmicos da usina e na geração de eletricidade. b) aumenta a produção de álcool e de açúcar, ao usar o bagaço como insumo suplementar. c) economiza na compra da cana-de-açúcar, já que o bagaço também pode ser transformado em álcool. d) aumenta a produtividade, ao fazer uso do álcool para a geração de calor na própria usina. e) reduz o uso de máquinas e equipamentos na produção de açúcar e álcool, por não manipular o bagaço da cana. Comentários: De acordo com o fluxograma apresentado, percebe-se que, no processo industrial para produção de álcool e açúcar, o bagaço da cana é aproveitado para produção de calor e eletricidade, em que tal sistema de cogeração otimiza o aproveitamento energético.

QUESTÃO 40 (Geografia econômica – energia nuclear)

O debate em torno do uso da energia nuclear para produção de eletricidade permanece atual. Em um encontro internacional para a discussão desse tema, foram colocados os seguintes argumentos:

I. Uma grande vantagem das usinas nucleares é o fato de não contribuírem para o aumento do efeito estufa, uma vez que o urânio, utilizado como “combustível”, não é queimado mas sofre fissão. II. Ainda que sejam raros os acidentes com usinas nucleares, seus efeitos podem ser tão graves que essa alternativa de geração de eletricidade não nos permite ficar tranquilos.

A respeito desses argumentos, pode-se afirmar que (A) o primeiro é válido e o segundo não é, já que nunca ocorreram acidentes com usinas nucleares. (B) o segundo é válido e o primeiro não é, pois de fato há queima de combustível na geração nuclear de eletricidade. (C) o segundo é valido e o primeiro é irrelevante, pois nenhuma forma de gerar eletricidade produz gases do efeito estufa. (D) ambos são válidos para se compararem vantagens e riscos na opção por essa forma de geração de energia. (E) ambos são irrelevantes, pois a opção pela energia nuclear está-se tornando uma necessidade inquestionável. Comentários: Considerando os argumentos apresentados, pode-se afirmar que ambos são válidos para comparação das vantagens e desvantagens/riscos da geração/uso da energia nuclear. O urânio utilizado na usina nuclear, através do processo de fissão, ocorre através da quebra de um núcleo grande (urânio), em núcleos menores, processo esse que não gera queima de combustível na geração nuclear de eletricidade, ou seja, o processo não contribuiu para a emissão de poluentes na atmosfera.

QUESTÃO 41 (Geografia Econômica, física – energia – horário de verão – Brasil)

Entre outubro e fevereiro, a cada ano, em alguns estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, os relógios permanecem adiantados em uma hora, passando a vigorar o chamado horário de verão. Essa medida, que se repete todos os anos, visa (A) promover a economia de energia, permitindo um melhor aproveitamento do período de iluminação natural do dia, que é maior nessa época do ano. (B) diminuir o consumo de energia em todas as horas do dia, propiciando uma melhor distribuição da demanda entre o período da manhã e da tarde. (C) adequar o sistema de abastecimento das barragens hidrelétricas ao regime de chuvas, abundantes nessa época do ano nas regiões que adotam esse horário. (D) incentivar o turismo, permitindo um melhor aproveitamento do período da tarde, horário em que os bares e restaurantes são mais freq uentados. (E) responder a uma exigência das indústrias, possibilitando que elas realizem um melhor escalonamento das férias de seus funcionários. Comentários: O movimento astronômico de translação da Terra consiste numa órbita ligeiramente elíptica em torno do Sol. A composição deste movimento (inclinação natural do eixo de rotação da Terra em relação ao plano de órbita) resulta nas estações climáticas do ano. Estas causam variações de duração dos dias e das noites proporcionais à latitude. No Brasil, ao longo do período de outubro a fevereiro, as Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste apresentam maior incidência de radiação solar, podendo chegar a 58 minutos a mais de luminosidade; sendo assim, com dias mais iluminados, se faz necessária a adoção do artifício do horário de verão, adiantando em uma hora os relógios. Tal iniciativa visa à economia de energia.

QUESTÃO

42

(Geografia

econômica



mineração,

recursos

naturais,

hidrocarbonetos)

Há estudos que apontam razões econômicas e ambientais para que o gás natural possa vir a tornar-se, ao longo deste século, a principal fonte de energia em lugar do petróleo. Justifica-se essa previsão, entre outros motivos, porque o gás natural (A) além de muito abundante na natureza é um combustível renovável. (B) tem novas jazidas sendo exploradas e é menos poluente que o petróleo. (C) vem sendo produzido com sucesso a partir do carvão mineral. (D) pode ser renovado em escala de tempo muito inferior à do petróleo. (E) não produz CO2 em sua queima, impedindo o efeito estufa.

Comentários: Considerando os combustíveis fósseis (que não são renováveis em tempo hábil de percepção humana), o gás natural é menos poluente que o petróleo, sendo também de uso múltiplo (consumo: doméstico, industrial e produção de energia). No Brasil, novas bacias estão sendo exploradas (Santos, Campos, ...), como também outras foram descobertas. Os combustíveis fósseis são produtores de CO2 no processo de queima. Apesar de o carvão mineral produzir gás natural, o processo para obtenção é maior comparado com a exploração a partir de uma jazida.

QUESTÃO

43

(Geografia

econômica



mineração,

recursos

naturais,

hidrocarbonetos) As previsões de que, em poucas décadas, a produção mundial de petróleo possa vir a cair têm gerado preocupação, dado seu caráter estratégico. Por essa razão, em especial no setor de transportes, intensificou-se a busca por alternativas para a substituição do petróleo por combustíveis renováveis. Nesse sentido, além da utilização de álcool, vem se propondo, no Brasil, ainda que de forma experimental,

(A) a mistura de percentuais de gasolina cada vez maiores no álcool. (B) a extração de óleos de madeira para sua conversão em gás natural. (C) o desenvolvimento de tecnologias para a produção de biodiesel. (D) a utilização de veículos com motores movidos a gás do carvão mineral. (E) a substituição da gasolina e do diesel pelo gás natural.

Comentários: A busca de novas alternativas para a geração de energia, com a utilização de combustíveis

renováveis,

leva

ao

desenvolvimento

de

novas

tecnologias,

principalmente a produção do biodiesel, a partir de óleos vegetais oriundos do girassol, da mamona, da soja, do dendê, do babaçu, do a lgodão, entres outras fontes.

QUESTÃO 45 (Geografia urbana – problemas urbanos, congestionamentos, meios de transportes, sustentabilidade)

O excesso de veículos e os congestionamentos em grandes cidades são temas de frequentes reportagens. Os meios de transportes utilizados e a forma como são ocupados têm reflexos nesses congestionamentos, além de problemas ambientais e econômicos. No gráfico a seguir, podem-se observar valores médios do consumo de energia por passageiro e por q uilômetro rodado, em diferentes meios de transporte, para veículos em duas condições de ocupação (número de passageiros): ocupação típica e ocupação máxima.

Esses dados indicam que políticas de transporte urbano devem também levar em conta que a maior eficiência no uso de energia ocorre para os (A) ônibus, com ocupação típica. (B) automóveis, com poucos passageiros. (C) transportes coletivos, com ocupação máxima. (D) automóveis, com ocupação máxima. (E) trens, com poucos passageiros. Comentários:

A maior eficiência no uso de energia corresponde à menor energia consumida por passageiro por km. De acordo com o gráfico, os menores valores desta energia (combustível) consumida por passageiro e por km correspondem ao ônibus, ao metrô e ao trem nesta ordem, com ocupação máxima.

QUESTÃO 48 (Geografia urbana – problemas ambientais, poluição, lixo, sustentabilidade - Brasil) No verão de 2000 foram realizadas, para análise, duas coletas do lixo deixado pelos frequentadores em uma praia no litoral brasileiro. O lixo foi pesado, separado e classificado. Os resultados das coletas feitas estão na tabela a seguir.

Embora fosse grande a venda de bebidas em latas nessa praia, não se encontrou a quantidade esperada dessas embalagens no lixo coletado, o que foi atribuído à existência de um bom mercado para a reciclagem de alumínio. Considerada essa hipótese, para reduzir o lixo nessa praia, a iniciativa que mais diretamente atende à variedade de interesses envolvidos, respeitando a preservação ambiental, seria (A) proibir o consumo de bebidas e de outros alimentos nas praias. (B) realizar a coleta de lixo somente no período noturno. (C) proibir a comercialização apenas de produtos com embalagem. (D) substituir embalagens plásticas por embalagens de vidro. (E) incentivar a reciclagem de plásticos, estimulando seu recolhimento.

Comentários: Para reduzir o lixo nessa praia, a iniciativa que mais diretamente atende à variedade de interesses envolvidos, respeitando a preservação ambiental, seria incentivar a reciclagem de plásticos, estimulando seu recolhimento. Medidas proibitivas de comercialização e consumo de bebidas não seria alternativa correta.

QUESTÃO 51 (Geografia política – conflitos, Estado-Nação, Organismos Internacionais)

Em conflitos regionais e na guerra entre nações tem sido observada a ocorrência de sequestros, execuções sumárias, torturas e outras violações de direitos. Em 10 de dezembro de 1948, a Assembleia Geral das Nações Unidas adotou a Declaração Universal dos Direitos do Homem, que, em seu artigo 5°, afirma: Ninguém será submetido a tortura nem a penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes.

Assim, entre nações que assinaram essa Declaração, é coerente esperar que a) a Constituição de cada país deva se sobrepor aos Direitos Universais do Homem, apenas enquanto houver conflito. b) a soberania dos Estados esteja em conformidade com os Direitos Universais do Homem, até mesmo em situações de conflito. c) a violação dos direitos humanos por uma nação autorize a mesma violação pela nação adversária. d) sejam estabelecidos limites de tolerância, para além dos quais a violação aos direitos humanos seria permitida. e) a autodefesa nacional legitime a supressão dos Direitos Universais do Homem. Comentários: Vale ressaltar que a Assembleia Geral da ONU de 1948 aprovou a Declaração Universal dos Direitos Humanos (e não “do Homem”). Sendo assim, a escolha da alternativa poderá ser feita por exclusão, pois as demais, de uma forma ou de outra, admitem algum tipo de violação dos direitos humanos. Entretanto, não cabe considerar que a soberania dos Estados deva estar em conformidade com os direitos universais do homem, pois “soberania” significa simplesmente “independência” de um Estado, qualquer que seja sua posição ideológica.

QUESTÃO

52

(Geografia

econômica,

política



produção

industrial,

globalização) Um certo carro esporte é desenhado na Califórnia, financiado por Tóquio, o protótipo criado em Worthing (Inglaterra) e a montagem é feita nos EUA e México, com componentes eletrônicos inventados em Nova Jérsei (EUA), fabricados no Japão. (…). Já a indústria de confecção norte-americana, quando inscreve em seus produtos ‘made in USA’, esquece de mencionar que eles foram produzidos no México,

Caribe

ou

Filipinas.

(Renato Ortiz, Mundializ ação e Cultura)

O texto ilustra como em certos países produz-se tanto um carro esporte caro e sofisticado, quanto roupas que nem sequer levam uma etiqueta identificando o país produtor. De fato, tais roupas costumam ser feitas em fábricas – chamadas “maquiladoras” – situadas em zonas-francas, onde os trabalhadores nem sempre têm direitos trabalhistas garantidos. A produção nessas condições indicaria um processo de globalização que (A) fortalece os Estados Nacionais e diminui as disparidades econômicas entre eles pela aproximação entre um centro rico e uma periferia pobre. (B) garante a soberania dos Estados Nacionais por meio da identificação da origem de produção dos bens e mercadorias. (C) fortalece igualmente os Estados Nacionais por meio da circulação de bens e capitais e do intercâmbio de tecnologia. (D) compensa as disparidades econômicas pela socialização de novas tecnologias e pela circulação globalizada da mão de obra. (E) reafirma as diferenças entre um centro rico e uma periferia pobre, tanto dentro como fora das fronteiras dos Estados Nacionais. Comentários: A descentralização do processo de produção é uma tendência do processo de globalização. Há uma concentração nos países centrais de capitais ($), como também poder de criação/desenvolvimento de tecnologia, e de produção de itens de alto valor agregado. Já nos países periféricos predomina a produção de gêneros de menor valor agregado (com raras exceções – pontuais). Tal relação reafirma as diferenças entre um centro rico e uma periferia pobre.

QUESTÃO 54 (Geografia humana – população, composição étnica – Brasil)

A questão étnica no Brasil tem provocado difere ntes atitudes: I. Instituiu-se o “Dia Nacional da Consciência Negra” em 20 de novembro, ao invés da tradicional celebração do 13 de maio. Essa nova data é o aniversário da morte de Zumbi, que hoje simboliza a crítica à segregação e à exclusão social. II. Um turista estrangeiro que veio ao Brasil, no carnaval, afirmou que nunca viu tanta convivência harmoniosa entre as diversas etnias. Também sobre essa questão, estudiosos fazem diferentes reflexões:

Entre nós [brasileiros], (...) a separação imposta pelo sistema de produção foi a mais fluida possível. Permitiu constante mobilidade de classe para classe e até de uma raça para outra. Esse amor, acima de preconceitos de raça e de convenções de classe, do branco pela cabocla, pela cunhã, pela índia (...) agiu poderosamente na formação do Brasil, adoçando-o. (Gilberto Freire. O mundo que o português criou.)

[Porém] o fato é que ainda hoje a miscigenação não faz parte de um processo de integração das “raças” em condições de igualdade social. O resultado foi que (...) ainda são pouco numerosos os segmentos da “população de cor” que conseguiram se integrar, efetivamente, na sociedade competitiva. (Florestan Fernandes. O negro no mundo dos brancos.)

Considerando as atitudes expostas acima e os pontos de vista dos estudiosos, é correto aproximar (A) a posição de Gilberto Freire e a de Florestan Fernandes igualmente às duas atitudes. (B) a posição de Gilberto Freire à atitude I e a de Florestan Fernandes à atitude II. (C) a posição de Florestan Fernandes à atitude I e a de Gilberto Freire à atitude II. (D) somente a posição de Gilberto Freire a ambas as atitudes. (E) somente a posição de Florestan Fernandes a ambas as atitudes.

Comentários: A atitude I se refere à atual posição dos afrodescendentes na luta pela igualdade social. Já a atitude II reflete uma posição de integração étnica e racial. Doravante, as observações

de

Florestan

Fernandes

respectivamente, com as atitudes I e II.

e

de

Gilberto

Freyre

concordam,

QUESTÃO 58 (Geografia física – astronomia) Nas recentes expedições espaciais que chegaram ao solo de Marte, e através dos sinais fornecidos por diferentes sondas e formas de análise, vem sendo investigada a possibilidade da existência de água naquele planeta. A motivação principal dessas investigações, que ocupam frequentemente o noticiário sobre Marte, deve-se ao fato de que a presença de água indicaria, naquele planeta, a) a existência de um solo rico em nutrientes e co m potencial para a agricultura. b) a existência de ventos, com possibilidade de erosão e formação de canais. c) a possibilidade de existir ou ter existido alguma forma de vida semelhante à da Terra. d) a possibilidade de extração de água visando ao seu aproveitamento futuro na Terra. e) a viabilidade, em futuro próximo, do estabelecimento de colônias humanas em Marte. Comentários: A água é um elemento fundamental para a manutenção da vida das espécies. Através dos sinais fornecidos por diferentes sondas e formas de análise, vem sendo investigada a possibilidade da existência de água naquele planeta em algum momento da sua história geológica. Tais dados obtidos poderiam evidenciar a possibilidade de existir ou ter existido alguma forma de vida semelhante naquele planeta. Foi cogitada a viabilidade do estabelecimento de colônias humanas em Marte (hipótese), mas não para um futuro próximo.

QUESTÃO 63 (Geografia econômica – Consumo de energia) O consumo diário de energia pelo ser humano vem crescendo e se diversificando ao longo da História, de acordo com as formas de organização da vida social. O esquema apresenta o consumo típico de energia de um habitante de diferentes lugares e em diferentes épocas.

Segundo esse esquema, do estágio primitivo ao tecnológico, o consumo de energia per capita no mundo cresceu mais de 100 vezes, variando muito as taxas de crescimento, ou seja, a razão entre o aumento do consumo e o intervalo de tempo em que esse aumento ocorreu. O período em que essa taxa de crescimento foi mais acentuada está associado à passagem a) do habitante das cavernas ao homem caçador. b) do homem caçador à utilização do transporte por tração animal. c) da introdução da agricultura ao crescimento das cidades. d) da Idade Média à máquina a vapor. e) da Segunda Revolução Industrial aos dias atuais.

Comentários: Considerando o gráfico, pode-se afirmar que entre aproximadamente 1860/início da II Revolução Industrial e 1960, o consumo de energia cresceu cerca de 200%; por outro lado, para efeito de comparação, num período de 400.000 anos (entre 500.000 a.C./utilização do fogo e 100.000 a.C./aparecimento do Homem de Neanderthal), o consumo de energia cresceu aproximadamente 100%.

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