Diabetes Gestacional
Especialização em Enfermagem Obstétrica Prof. Rene 1
Definição: Qualquer grau de intolerância a glicose diagnosticado pela primeira vez durante a gestação. Idade gestacional. Dieta ou Insulina. Persistência ou não após o parto. Intolerância prévia não diagnosticada. Prevalência: Brasil 7,2% Schmidt MI,Diabetes care,24(7)2001 2
Classificação (NDDG 1979) 1) Grupo de risco para desenvolver diabetes 2) Diabetes com tolerância diminuída à glicose 3) Diabetes mellitus
Tipo 1 ou insulino dependente Tipo 2 ou não insulino dependente Obesa Não obesa Diabetes gestacional Diabetes mellitus associado a outras doenças (Cushing, feocromocitoma, pancreatites, carcinoma, fibrose cística, pancreatectomia) ou drogas como glicocorticóides, betabloqueadores, tiazídicos, digoxina. 3
Classificação (WHO 1998) Diabetes tipo 1 (15 – 20 %) Diabetes tipo 2 (75 – 80 %) Diabetes tipo 3 (causas
específicas) Diabetes melito gestacional
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Diabetes tipo I Auto-imune ou idiopática / destruição das células
beta pancreáticas Herança: pouca relevância (menos de 10 % com história familiar) Vírus da caxumba e coxsackie A incidência é 70% maior nas gestantes que nas mulheres da mesma faixa etária Fase pré-clínica : anticorpos relacionados às ilhotas (ICA, IAA, GAD) 5
Diabetes tipo II Indivíduos mais velhos Resistência à insulina / relativa deficiência de
secreção Obesidade Herança é importante (relacionada a defeito do metabolismo dos hidratos de carbono) Etiologia ?
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Diabetes gestacional 7 % das gestantes Intolerância de graus variáveis aos carboidratos,
com início ou primeiro reconhecimento durante a gestação Insulino dependente ou não Pode ou não persistir após a gestação Não exclui a possibilidade de ser condição não diagnosticada previamente à gestação 7
Fisiopatologia Normalmente : aumento da
resistência periférica à insulina (40 a 70 %) todas as gestantes aumento da secreção de insulina pelas células B pancreáticas (130 a 200 %)
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Fisiopatologia Gravidez normal dividida em 2 fases:
Até 20 semanas : FASE ANABÓLICA aumento da sensibilidade à insulina, acúmulo de gordura materna, envio de glicose ao feto, glicemia diminuída, aumento glicogênio hepático Após 20 semanas : FASE CATABÓLICA aumento dos hormônios contra-insulínicos (hPL, cortisol e estrogênio), aumentando a resistência periférica à insulina,aumento da secreção de insulina, lipólise 9
Fisiopatologia Toda gestante : aumento de resistência
à insulina Se houver uma incapacidade em
aumentar a oferta de insulina: DIABETES
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Potencial de desenvolver diabetes Obesas (principalmente central) > 35 anos Antecedente de 1 episódio de hiperglicemia de jejum Diabetes tipo 2 em familiares de 1º grau Antecedentes de Macrossomia fetal, Polidrâmnio, Óbito
fetal, Malformação fetal Complicações neonatais anteriores (Hipoglicemia) Hipertensão arterial Drogas hiperglicemiantes (corticóides) 11
Influência na gestação Para a mãe: ITU DHEG Maior
ganho ponderal Vulvovaginites Infecção puerperal Mortalidade materna 12
Para o concepto Abortamento Anomalias
congênitas Polidrâmnio Macrossomia (assimétrica) Prematuridade Síndrome do desconforto respiratório Hipoglicemia, hipocalcemia, hiperbilirrubinemia, policitemia Mortalidade perinatal 13
Policitemia Hiperglicemia + hiperinsulinemia fetal Aumento da necessidade de O2 tecidual Hipoxemia crônica Diminuição oxigênio arterial Estímulo eritropoiese Policitemia Aumento viscosidade sangue Falência cardíaca, função renal, danos SNC,
enterocolite necrotizante 14
Hipocalcemia Gestação: aporte de cálcio p/ feto (proporcional
ao grau de diabetes) Estimulo paratireóide PTH, Calcitonina, vit D Após parto corte no suprimento de Ca Hipocalcemia
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Síndrome do desconforto respiratório do RN Hiperinsulinemia Inibe Cortisol Inibe Pneumócito tipo II Diminui produção de Lecitina (presente no
surfactante) Diminui estabilidade alveolar na expiração 16
Rastreamento Fatores de risco Glicemia de jejum : acima de 90 mg/dl
recomendado pela SBD: investigar todas as pacientes com valores acima de 85 mg/dl) GTT-S 50 g, com medida após 1 hora (130 mg/dl)
(o
No pré-natal os exames acima devem ser realizados na primeira consulta e com 28 semanas.
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Diagnóstico GTT 3h -100g
sangue total
plasma
Jejum 90 105 1 hora 165 195 2 horas 145 165 3 horas 125 145 2 ou mais valores iguais ou ultrapassados
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Diagnóstico GTT 75 g (plasma) entre 24 – 28 sem. Jejum 1 hora 2 horas 3 horas
95 180 155 140
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Diagnóstico 2 ou + glicemias em jejum > 105 Glicemia ocasional > 200
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Quando internar a paciente ? Momento do diagnóstico Introdução de Insulinoterapia Complicações Infecções Cetoacidose
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Conduta médica Dieta (1800 a 2200 Kcal/dia), sendo 50%
carboidratos, 30% lipídios, 20% proteínas. Insulina : geralmente NPH (intermediária), 2/3 pela manhã e 1/3 à tarde
Iniciar : 0,2 a 0,5 UI /Kg/dia
Cálculo DI = JEJUM - 90 / 4 ( nunca menos que
5 e mais que 25)
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Insulinas Tipo
início
pico
Lispro
15 min 0,5-1 h 2-4 h 3-4 h
1-2 h 2-3 h 4-10 h 4-12 h
Regular (r) NPH Lenta (L)
duração 2-3 h 3-6 h 10-16 h 12-18 h
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Controle Perfil glicêmico : jejum (95), 2 horas após
refeições (120), ou média glicêmica menor que 110 Hemoglobina glicosilada (HbA1c):valores acima de 8 mg% indicam controle insatisfatório e, quando no início da gestação, maior risco de malformações.
A Hb glicosilada avalia aproximadamente a média dos últimos 3 meses de glicemia 24
Momento do parto Aguardar 40 semanas > 38,5 sem: SDR = não diabética Fosfatidilglicerol no LA Relação L/E > 2 Cesárea > 4000 g Diminuição da necessidade de insulina
no final da gestação: deterioração da função placentária 25
No trabalho de parto S.G. 5 % 40 gotas/ minuto Dextro a cada hora (manter a glicemia
entre 70 -140 mg/dl) 1/3 da dose habitual de insulina NPH pela manhã, jejum e soro glicosado Pequenas doses de insulina regular se necessário 26
Puerpério Perfil glicêmico para avaliar se a
intolerância à glicose persiste Diabéticas tipo 1 retornam aos esquemas pré-gravídicos
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