Cipreste 4, Set 2009

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| Cipreste |15 de Setembro 2009 |

“Há um divórcio total entre os eleitos e os eleitores.” Vieira de Carvalho | opinião pág.13

1.00 € II série nº 4 Mensal 15 de Setenbro de 2009 Director: Rui Miranda Fundado em 1997

Cipreste

1997 Dia 11 de Outubro um destes homens vai ser o novo Presidente da Câmara

CERCIMAC vai ter um Lar A

Cercimac viu aprovada uma candidatura para a construção de um lar. Actualmente a CERCI de Macedo acompanha 20 jovens, mas ficará com capacidade para acolher 54: 30 no CAO (Centro

de Actividades Ocupacionais) e 24 em internato, no lar residencial. Na região foram aprovadas mais duas candidaturas identicas | Pág. 16

2009

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2 | 15 de Setembro 2009 | Cipreste |

Há sempre um pouco de macedense que se sobrepõe a qualquer política.

Da nossa obrigação era disponibilizar um heliporto, já está, disponibilizar um novo centro de saúde para fazer as obras no velho, já está, só falhámos um dia. Da parte do governo, o falhanço foi total.

Beraldino Pinto - PSD Cipreste - O candidato à Junta de Freguesia de Macedo de Cavaleiros é o António José Espírito Santo. Isto é a paga por lhe terem deixado construir uma casa num sítio onde que era proibido? Beraldino Pinto – É importante corrigir isso. Se esta é uma entrevista de candidatura, a pergunta não faria sentido neste caso, mas posso responder-lhe a isso. Não é verdade que tenha havido qualquer razão para um hipotético acordo, compensação, contributo, ou o que lhe quiséssemos chamar. O António Espírito Santo, cidadão de Macedo, com uma entrega grande em vários aspectos passados da comunidade, foi escolhido pela Comissão Política Concelhia do PSD como candidato, depois de se terem ponderado variadíssimos candidatos. Se houvesse alguma ligação entre a construção que está a fazer na sua terra, a empreender em Macedo de Cavaleiros, e a questão política, não íamos ser nós a não vetar o nome. Há aqui uma falácia total. É um empresário de Macedo, que decide fazer um investimento, com uma componente residencial, que meteu um projecto à Câmara, que os serviços técnicos apreciaram e que tem o parecer das entidades nacionais e que é um projecto que ainda não está fechado.

Esse processo [a vivenda que de António Espírito Santo construiu em Perimetro de Rega] está com a tramitação administrativa na Câmara. O departamento de obras e urbanismo está a acompanhá-lo. A Câmara está a cumprir com as suas obrigações. Trazer isto para a política é injustificável.

Mas considera que o processo é claro? O processo é claro. Os jornalistas não tiveram acesso ao processo? Então é porque é claro, caso contrário não teriam.

Então significa que está tudo bem, está tudo legal? Não é essa questão. Primeiro não há relação nenhuma entre as duas situações, nem poderia haver. Repare, o facto de me estar a colocar a questão é a prova de que não poderia haver. Ele é um cidadão que está a investir em Macedo.

Cumprindo a legislação pode fazer-se muita coisa.

Mas que tem uma licença de construção de um projecto que não tem nada de habitação, mas sim espaços para guardar animais, forragens… Mas esse processo está com a tramitação administrativa na Câmara. O departamento de obras e urbanismo está a acompanhálo. A Câmara está a cumprir com as suas obrigações. Trazer isto para a política é injustificável. Na qualidade de responsável de tudo o que se passa na autarquia eu estou a responder, mas não tem nada a ver com esta discussão. Este foi um problema que só se colocou quando se soube que o sr. António José Espírito Santo ia ser candidato à Junta de Freguesia. É um problema que é análogo a mais situações que existem no concelho.

Isso é uma questão das Finanças [sobre o facto de António Espírito Santo não Pagar IMI pela vivenda que construiu]

Mas a construção não corresponde em nada ao projecto que foi licenciado… Esta questão era do domínio público há anos e ganhou agora relevância política. O facto de haver edifícios públicos, habitações comerciais ou agrícolas, que têm alterações ou sofrem aditamentos é normal em urbanismo. Do que eu conheço deste caso é que é um projecto de Agroturismo, que tem os pareceres da área, a nível nacional e tem uma componente edificada, em que o uso não coincide com o licenciamento, mas isso é uma coisa que não é inédita. Não é o primeiro, nem mesmo o décimo em Macedo a fazê-lo. O que está aqui em causa é uma questão técnica do urbanismo. Entretanto essa pessoa não paga IMI ao contrário dos outros macedenses… Isso é uma questão das Finanças. Mas, já experimentaram se há outras pessoas iguais, na mesma situação, mas de outras áreas políticas. Agora e no passado. O que eu acho estranho é o lançamento deste caso agora. Se fos-

se uma coisa escondida não fazia sentido nenhum ele ter sido convidado politicamente. Ele não foi convidado por estar a investir na área do turismo e por estar a fazer uma casa nova. Ele foi convidado pela pessoa que é: um empresário de Macedo com provas dadas, e ainda com provas dadas que deu na vida civil, tanto no desporto, como na associação. Ele está a dar uma utilização diferente do que para aquilo que requereu. Antes destas situações tentou uma licença que lhe foi negada, mas ele conseguiu dar-lhe a volta. O candidato à Junta por Macedo é capaz disto… É capaz de lutar por aquilo que quer. Ele não contorna a legalidade. Imaginemos um empresário que quer apostar na área industrial, que tem processo morosos, entretanto vai fazendo o pavilhão e pede a construção do mesmo, e não do licenciamento de uma indústria. Nós sabemos que ele pretende instalar uma indústria. Trata do licenciamento e instalase. Alguma situação anómala? Há aqui uma similitude muito grande para quem quiser entender. O empresário fez o caminho que a lei permite fazer, não violou a lei, contornou a lei. O Cipreste conhece casos de pessoas que quiseram edificar na aldeia e que por ficar, as ve-

zes uma pequena parte, fora do perímetro urbano a autarquia não permitiu a construção… por exemplo, o lar de Carrapatas teve de ser alterado porque a projecção inicial ficava dentro do perímetro de rega… Não vejo a relação. Vamos falar a sério. Não há tratamentos diferentes para situações iguais. Por exemplo, a do lar de Carrapatas não é a mesma situação e essa andamos nós a ajudar a resolvêla. A do Tozé Espírito Santo tem todos os pareceres para a construção, a diferença está no uso. A construção podia fazer-se e nenhum dos seus exemplos são similares ou parecidos. Cumprindo a legislação pode fazer-se muita coisa. Então se não há problema em construir numa zona de regadio porque é que não se alteram estas mesmas zonas? Mas está pedido! Como estamos de perímetros de regra, de reservas agrícolas, de PDM? Essa é uma das razões porque alguns desses casos já permitiram a construção e não são incómodos. Qualquer pessoa que queira construir uma casa de habitação e que entregue um projecto de um edifício de apoio à agricultura e que tenha os devidos pareceres

| Cipreste |15 de Setembro 2009 | têm um tratamento igual? Obviamente. Eu coloco-lhe a pergunta ao contrário. Estes terrenos têm a edificabilidade que tinham antes. Quantas famílias já foram impedidas de utilizar construções existentes licenciadas ou de alterar o seu uso? Alguma foi desalojada ou impedida de utilizar o espaço? Não. Esta é notícia porque se trata da pessoa que é. É isso que lhe estou a tentar explicar. Quanto ao PDM, está em revisão há imenso tempo e só não está resolvido por questões burocráticas, porque os “Simplex” complicaram isto tudo. O Plano demora 10 anos a rever, o que é uma vergonha. O PSD volta a escolher o seu nome para avançar com uma candidatura à Câmara Municipal, a terceira. Fez promessas em 2005 que ficaram por cumprir. Não teme que a população o possa penalizar nas próximas autárquicas? Os momentos eleitorais são sempre momentos de balanço, entre o que foi feito e o que não foi feito e as razões que estiveram na base do que não foi feito e também daquilo que foi feito. Não são muitos os objectivos que não foram alcançados. Há algumas obras que não arrancaram a tempo durante o mandato, conforme prevíamos, e todos as conhecemos porque são emblemáticas: a central de camionagem que está agora em concurso; os parques de estacionamento da cidade, porque passámos a dar prioridade aos parques descobertos, em vez de avançarmos com a construção do parque coberto, na Avenida Nuno Álvares Pereira. Estão a ser concretizados os parques de estacionamento da zona verde, no Parque da Cidade, mais de 300 mil euros de obra e os do pólo escolar, com perto de 500 mil euros de obra. O coberto ficou por concretizar. A central de camionagem atrasou, mas estão hoje os problemas ultrapassados e estão já as candidaturas resolvidas e os concursos a arrancar agora. Em termos das grandes questões que movem o executivo, como criar dinâmicas geradoras de riqueza, para que o investimento privado tenha sucesso, criar bem-estar imediato, penso que o fizemos e com muita visibilidade, resolvendo problemas a nível primário para as pessoas. Ainda era preciso investir nas freguesias. Depois há a questão do Turismo, que tem anexado a si o ambiente, e todas as questões das despoluições, reciclagens, e estes espaços foram uma prioridade ganha, reconhecido externamente com o galardão do Eco XXI, tendo a melhor pontuação da região. Adoptámos uma política fiscal atractiva para o investimento e apoio directo aos empresários. Criámos um sistema de criação de dinâmicas sociais e empresariais. Neste âmbito apareceu a Cooperativa da Castanha, mas a ideia é que haja mais iniciativas colectivas também privadas. Na área social, conseguimos a cobertura do município através de instituições, de redes, de lares, etc. Na área da deficiência,

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partimos de uma situação de ausência de inventário, para chegar a uma situação onde hoje temos um projecto modelo quase em termos nacionais. Na área da cultura, sem comentários, porque não há concelhos que em tão pouco tempo tivesse criado uma dinâmica tão grande ao nível das colectividades, com pessoas a trabalhar e envolvidas. Viu-se naquele jardim, com o encontro que fizemos em Agosto. A dinâmica do Centro Cultural. E, depois tivemos o maior ciclo de investimentos na cidade, o maior desde há 20 anos, da década de 80: Centro Escolar, Complexo Desportivo, Quartel de Bombeiros, Centro Cultural, o Centro de Sáude. Em equipamentos que dão condições a uma cidade para ter pessoas nós demos cartas. Mas e os outros que não foram feitos, o que faltou? O dinheiro? Por excesso de endividamento da autarquia? Falhou o calendário, estão agora em concurso. Atrasou. Gostava que já estivessem. Não tem nada a ver. Esse problema poderia colocar-se no futuro e não nesta fase. Mas, não há falta de dinheiro para concretizar. Quando há um projecto que está aprovado, tem o parecer da Direcção Geral dos Transportes Terrestres e que temos a candidatura, surge uma mudança: a alteração das regras das centrais de camionagem, ao nível das distâncias dos eixos, etc, que atrasou um pouco o processo. E, depois houve da parte da Administração Central um empurrar da fonte de financiamento. A Central de Camionagem que nasceu para ser financiada pelo Orçamento do Estado, o Governo decidiu empurrar as candidaturas para o QREN que devia estar agora no auge e está ainda a ganhar balanço. Neste caso, e ainda no da nova biblioteca, que também era para ser financiada pela Administração Central, pelo Governo, e que eles também tiraram água do capote e mandaram para fundos comunitários, e as candidaturas foram agora. É falta de dinheiro, mas não da componente municipal. Isso nós asseguramos. Eu adorava já a ter a funcionar, até porque andamos a investir dinheiro em terrenos, em projectos, que queríamos a dar frutos. O Centro Escolar, por exemplo, o nosso foi dos primeiros a ser aprovado, porque as candidaturas foram as primeiras a abrir em termos de QREN. Sempre que podemos ir a fundos comunitários e avançar, temos ido a concurso e temos ganho tudo. Há muitos anos que Macedo de Cavaleiros não tem uma zona urbana nova. Ao contrário do que se passa em Mirandela e Bragança, que tem zonas urbanas novas e com dinamismo. Isso quer dizer que Macedo está estagnado? Nem uma coisa nem outra. As suas perguntas deixam-me confundido pelas suas relações não relacionáveis. Podemos falar de Bragança e de Mirandela, do percurso que tiveram ao nível da construção. Os problemas que as duas cidades têm neste cam-

Em termos das grandes questões que movem o executivo, como criar dinâmicas geradoras de riqueza, para que o investimento privado tenha sucesso, criar bemestar imediato, penso que o fizemos e com muita visibilidade.

Eu não sou de teatradas

Sempre que podemos ir a fundos comunitários e avançar, temos ido a concurso e temos ganho tudo.

Em equipamentos que dão condições a uma cidade para ter pessoas nós demos cartas.

po são gravíssimos, provocados pela conjuntura. Havia toda uma zona em expansão, em Bragança e Mirandela tem zonas recentes, mas paradas. Macedo tem toda a zona atrás dos Merouços, que é uma urbanização; a zona desde a estação ao Centro Escolar tem o licenciamento de um loteamento, uma zona de urbanização nova, onde a câmara vai fazer a ligação da rotunda do Intermarché até cá acima. Está licenciado, é um investimento privado, com apoio do município. Se hoje olhar para o mapa da cidade e o comparar com anos anteriores, nota-se a diferença. Aquela zona toda da Quinta do Casal está toda edificada. Estivemos sempre com um ritmo de construção que, atendendo à diminuição que houve, a nossa diminuição é inferior à média. Agora, se me disser que a Câmara devia promover urbanizações, aí falamos de divergências políticas eventualmente, porque se temos investidores privados, com vários loteamentos, o de Vale Prados, a zona da Estação à Lamela, Da Quinta do Casal, dos Merouços, o daqui da zona Verde, estamos a falar de centenas de alojamentos licenciados em termos de alojamentos, faria sentido a Câmara investir um cêntimo que fosse para promover concorrência de empreendimentos que estão à espera de serem concretizados. Mas há muito poucas obras em curso… Sim há poucas, mas felizmente não há muitas paradas. Se for a muitos sítios vai ver que há imensas obras paradas a meio. Macedo está a sofrer menos que a média, na quebra da construção e na demografia. Macedo tem licenciados umas largas centenas de lotes para habitações, vão devagarinho, vão aparecendo, mas não faz sentido gastar dinheiro municipal em novas frentes quando temos estas centenas de construções livres para o mercado. Não é uma estratégia municipal. O município só pode intervir onde o mercado não responda. Por exmeplo: Parque de Campismo. Há recorrentemente empresários que mostram interesse

em construí-lo. Mas, já são anos. Não se concretiza. O mercado não responde, então a Câmara deverá ter de fazê-lo. Isso foi uma promessa sua de há 8 anos. E tinha a convicção de que estaria feito. A profunda convicção. Dentro de 4 anos vamos ter construídas duas unidades hoteleiras boas, tenho essa convicção. Uma no Azibo e outra na cidade. No Azibo temos projectos sólidos de investimento, e não é por falta de apoio da autarquia que não se concretizam. Este ano, por exemplo, tivemos de intervir com aquelas tendinhas no centro da cidade com produtos locais, porque os visitantes se queixavam que vinham a Macedo e não tinham onde comprar artesanato e produtos locais. A Câmara reagiu e fez. Mas no mercado imobiliário não faz sentido a câmara substituí-lo porque ele não tem dificuldade em responder. É sempre difícil não falar na zona industrial, não acha que foi pouco o que a Câmara fez? Não. Posso achar que queria mais resultados. O trabalho que fizemos foi muito grande e centrado na procura de investidores, alguns proactivamente, tendo conseguido trazer alguns, sendo que cada investidor que vem é sempre acompanhado. Disponibilizamos os terrenos e ainda fizemos mais. Tivemos de comprar terrenos para disponibilizar aos empresários e tivemos de fazer muitos acordos de retoma de terrenos que tinham sido vendidos pela Câmara, em mandatos anteriores, e que não foram concretizados. Neste momento, desde a Feira de São Pedro até agora, começaram mais três a construir. As empresas que estão em construção neste momento representam mais de cem postos de trabalho. Agora, infra-estruturação desenfreada de terreno rústico para ficar rústico, isso não. Não acha que a ZI é pouco apelativa, por exemplo a nível de arruamentos, não acha que

4 | 15 de Setembro 2009 | Cipreste | a imagem não é a melhor para o empresário que ali chega? Isso não é a perspectiva de um empresário. Ele tem que ver mais longe. Um empresário tem outros olhos. Aquele que vem concretizar o investimento é diferente daquele que vem ver terrenos e nunca tivemos essa reacção. O grande salto em termos de urbanização da ZI vai dar-se com a concretização da nova rede de estradas. O trânsito do IP4 vai passar a fazerse por dentro da ZI para a construção da Auto-Estrada. Podíamos ter feito os passeios, mas depois na instalação dos lotes seria tudo destruído para construir os pavilhões e isso seria deitar dinheiro fora. Ainda que o empreiteiro repusesse, estava sempre aquilo esburacado. Colocar só à frente dos que já estão, depois a pessoa que circula não anda a saltar sempre da estrada para o passeio. A opção foi colocar as condições para as empresas laborarem e está a funcionar. Mas, todos os empresários sabem que dentro de muito pouco tempo vão ter todo o seu investimento muito valorizado. São duas fases distintas desta ZI. Temos espaços municipais para concessionar posteriormente. Estamos a falar, a dois anos, que estejam instaladas perto de 40 empresas, tudo depende também da economia, e aí já teremos um bom número para entrar na componente crítica da intervenção do espaço. A gestão privada não poderá ser uma solução? Essas questões são recorrentes, até já ouvi dizer que esteve para ser feita. Uma ZI pode ser montada enquanto um condomínio, onde cada um é proprietário dos seus lotes, há uma zona fechada onde ninguém anda sem ser condómino, onde não há direito de terceiros e há regras. Há situações, como a nossa, onde a autarquia começou a vender lotes e realizou a respectiva receita, mas o investimento não apareceu, mesmo com os investidores ficando donos dos lotes, podendo vende-los de acordo com o regulamento. Questões que não são pacíficas depois para reaver os terrenos, com reembolso, sem reembolso. Temos um conjunto de proprietários privados, que têm lotes ao longo de vias públicas, com electricidade, água, acessos, etc. E montar aqui um modelo de gestão privada… não é nada que possa ser imposto. Já foi pensado e analisado. E há o nascer torto porque já não nasceu com essa filosofia. Não é possível vedar a ZI, porque ela tem saídas públicas, por exemplo para Latães. Estamos a trabalhar com uma rede de cidades, um projecto para a gestão conjunta destes espaços industriais, mas onde será trabalhado, por exemplo, a captação de investimento para os diversos espaços. Envolve cidades como Bragança, Chaves e Mirandela. O que é que os macedenses podem esperar dos próximos 4 anos caso vença? Muita dedicação, muito trabalho e muita defesa pelos direitos de Macedo. Se me perguntassem o que marcou mais este mandato,

se calhar também foi isso, foi a luta pelos interesses de Macedo, aquilo que não é obra, mas que se calhar é o mais marcante. Só tem um lado bom, que foi o unir todos os macedenses em torno de um projecto que foi a manutenção da urgência. Mas, isto podem tê-lo sempre como certo: a defesa dos interesses macedenses, acima de quaisquer outros, políticos, governamentais, partidários. Mas, ao nível das concretizações das obras podem ter a certeza da Central de Camionagem, que já está em curso, dos parques de estacionamento, a urbanização do complexo desportivo, a Bela Vista que já está concessionada, a ligação ao Azibo pela via panorâmica que já está concessionada, uma obra no valor de 2 milhões e meio de euros de investimento, que já tem contratualização com o QREN. As requalificações das aldeias: Pinhovelo, Vale Prados e Castelãos, que já têm candidaturas. Da minha parte já estão. Os financiamentos estão assegurados e os projectos estão feitos, agora é com os técnicos. Há outra que eu gostava, mas que não posso dar a mesma garantia porque o modelo financeiro é diferente, que é toda a intervenção do Parque Municipal de Exposições e do Pavilhão Multiusos. Passados quatro anos, as obras não são visíveis… Importantes são sempre as que não estão por fazer. Mas, agora dizer-me que não é importante o centro de saúde, que não é importante o centro escolar ou o estádio municipal, cinco polidesportivos nas freguesias. Os últimos quatro anos tiveram o maior ciclo de investimento em Macedo dos últimos 20. Agora, temos aqui um pecado, que é o da expectativa, porque nós somos ambiciosos e queremos muita coisa e dissemos desde o princípio que íamos e queríamos chegar mais além. Há oito anos ninguém falava em património, em turismo, ninguém falava no que hoje consideramos vital e essencial, mas isto é trabalho desta câmara, deste grupo, deste executivo. E, hoje, é essa a nossa fasquia. Fico contente quando ouço num debate na rádio o deputado socialista elencar como as suas propostas aquilo que nós estávamos a fazer. Fico satisfeito, é evidente. A partir do momento em que temos as candidaturas aprovadas em termos de QREN, como temos já a ligação a Vale Prados e depois ao Azibo, como temos as requalificações urbanas, estão garantidas. Quero concretizar o campo de golfe, a unidade da CERCI, a unidade do Piaget, que é importantíssima, que pretende cuidados continuados e paliativos de média e longa duração, que além de ser geradora de emprego é uma necessidade grande da região. Orgulhamo-nos de ter apoiado a concretização. Numa intervenção de Acácio Espírito Santo na Assembleia Municipal extraordinária sobre a urgência, ele interpelou-o enquanto presidente de Câmara, dizendo que teve uma boa oportunidade para mostrar o seu lobbie por Macedo. Isso significa que nessa fase não conseguiu fazer

um lobbie por Macedo? Antes pelo contrário. Nesta história das urgências, Macedo foi a única localidade que viu o serviço passar a estar incluído na Rede Nacional de Urgências. Não percebo que interpretação está a dar ao caso. Eu trabalho e quando digo que estou a fazer tudo é porque estou a fazer, agora o que não vou é dizer o quê. Agora, essa do lobbie, era o mesmo lobbie para fazer o tal hospital no Azibo, etc. Eu trabalho direitinho, falo com as pessoas, com ministros, com directores de hospital, com ex-directores. Nessa altura estava a dar uma resposta a um deputado municipal, que pretendia um lobbie, que pretendia fazer disto uma teatrada, mas eu não sou de teatradas. O caminho a percorrer não era este.

sem maternidades e nós também ficámos sem serviços, mas para os quais não conseguimos acordo.

Macedo está a sofrer menos que a média, na quebra da construção e na demografia. Macedo tem licenciados umas largas centenas de lotes para habitações

Mas um lobbie é uma forma de fazer pressão. Sim, mas quem está nos meus lobbies sou eu que sei. Leia o que ele diz. Ele diz “mostrar”, é aí que está a palavra. As pessoas estavam a querer mostrar-se. Por acaso até houve um deputado que até nos acusou do inverso. Eu fiz lobbie com quem consegui envolver, com quem aderiu a este movimento, agora há pessoas que, se calhar, não se enquadravam neste grupo. Passa pela cabeça de alguém que um presidente de Câmara, nem que fosse fraco, não fazia coisas? Não demos provas de ter levado a água ao moinho. Toda a gente sabe que em termos regionais houve uma oposição enorme em que conseguíssemos o que conseguimos. Ainda hoje a urgência está sob a administração do Centro de Saúde, porque lhes está atravessado o facto de termos feito o acordo com o ministro da Saúde. Há testemunhas de que disseram “vão pagar caro, porque falaram com o ministro nas nossas costas”. Quando saiu em Diário da República a decisão, pensámos em tratar de instalar a urgência no hospital, e depois os tais lobbies mantiveram aquilo como está. E está a urgência afecta ao Centro de Saúde, que paga renda ao Hospital, como se o Estado fosse uma guerra de capelinhas, como se o patrão não fosse o mesmo. Podíamos ter feito show-off e o povo ficava contente transitoriamente, mas o novo objectivo é que o povo fique contente com o resultado final, e nós conseguimos isso. E conseguimos também coisas a que não foi dado cumprimento. A unidade de convalescença continua por abrir, passado um tempo enorme. A equipa de socorro, que devia ter um helicóptero e que devia ter uma ambulância continua por instalar. O acordo não fala só em helicóptero, porque quando este não estiver operacional, a equipa anda de ambulância. E, da nossa obrigação era disponibilizar um heliporto, já está, disponibilizar um novo centro de saúde para fazer as obras no velho, já está, só falhámos um dia. Da parte do governo, o falhanço foi total. Eu tenho a minha maneira de trabalhar, e o que sei é que aqueles que muito se manifestaram ficaram sem urgências, ficaram

Dentro de 4 anos vamos ter construídas duas unidades hoteleiras boas, tenho essa convicção. Uma no Azibo e outra na cidade.

isto podem tê-lo sempre como certo: a defesa dos interesses macedenses, acima de quaisquer outros, políticos, governamentais, partidários

Há testemunhas de que disseram “vão pagar caro, porque falaram com o ministro nas nossas costas”. [Sobre o caso das urgências do hospital]

Há forças para que haja mais empenhamento para quando o governo pensar em voltar a encerrar a urgência, depois de concluída a auto-estrada? Já pensei nisso. A nossa disponibilidade é sempre para Macedo. Vamos lutar com a mesma garra. Podemos não ganhar, porque não ganhamos todas, mas vamos lutar com garra. Há imensas situações que nem sequer a população de Macedo chega a saber que lutámos por elas. Por exemplo, perdemos a instalação dos serviços da CCDRN, mas lutámos por eles. Vamos tentando. Evidente que já pensei nessa questão, como já pensei no helicóptero e já questionei a tutela sobre essa situação. Houve unidade política em Macedo de Cavaleiros neste processo do Hospital? Não. Foram caminhos diferentes, com alguns pontos de contacto. Tenho a certeza que qualquer macedense queria lutar pela sua urgência, mas havia divergências quanto à reorganização, nomeadamente na forma como a unidade de AVC estava a ser implementada, a saída da cirurgia, a traumatologia, aqui tínhamos uma divergência total. Sempre invocámos um hospital de Macedo com melhores condições, com melhor centralidade e a não perder valências, mas sim a ganhá-las. O próprio ministro quando veio inaugurar o Centro de Saúde disse que o Hospital tinha essas condições. Houve e há divergências. Ainda agora o PS dizia que a saúde em Macedo está muito melhor, coisa que eu não concordo. Quanto à urgência de Macedo seria grave que houvesse gente a trabalhar para que ela não ficasse. Há sempre um pouco de macedense que se sobrepõe a qualquer política. A empresa Santana & Companhia pagou um serviço que foi contratualizado pela autarquia, concretamente uma animação no Festival de Musica Tradicional, em 2005. O quê que leva uma empresa de construção a pagar contas da autarquia? O projecto do centro Escolar foi uma oferta de uma empresa, não foi pago pelo município. É uma forma da empresa participar na vida da sociedade. Mas é uma empresa com interesses no município. É comum? - É e devia ser mais. Se a empresa está a trabalhar cá, ganha dinheiro no concelho, é natural que queira intervir na vida do concelho. É até um gesto de civilidade. Qual é o orçamento da sua campanha? - Não sei não sou eu que trato dessas coisas. n

Rui Miranda Miguel Midões

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José Francisco Pedro lidera uma candidatura independente à Junta de Freguesia de Macedo de Cavaleiros. Segundo o candidato, “as candidaturas, nomeadamente às eleições autárquicas, não podem, nem devem esgotar-se nos partidos. Quando os cidadãos não se revêem nos programas e muito menos nos candidatos dos partidos, surgem as candidaturas independentes. Foi o que aconteceu.” Entre algumas propostas pretende: Atendimento permanente ao cidadão macedense; Continuar a melhorar os serviços administrativos; Melhorar o apoio às associações da freguesia. É acompanhado entre outros por: António Rui Silva; Maria de Fátima Pires dos Santos Rodrigues; Rosa Balsemão Meireles Silva;

Autarquicas 2009 - Macedo PS

PSD - CDS

CDU

Assembleia Municipal

Benjamin Rodrigues Armando Mendes Maria dos Santos Manuel António Carvalho Fernando Gomes Celina Sá Martins Acácio do Espírito Santo Pedro Mascarenhas Isabel Maria da Costa Manuel Luís Vaz

Adão Silva António Ruano Maria Escudeiro António Afonso José Madalena Maria Rosa António Lemos de Mendonça Paulo Dias Maria Gonçalves Manuel Queijo

Maria Idália Ferreira Adalberto Fernandes José Garcia Bernardo José Carlos Martins Maria Martinho António Valadar Rui Dias da Costa Madalena Teixeira Joaquim Teixeira

Câmara Municipal

Rui Vaz Gilberto Galhardo Maria Baptista Manuel Carvalho João Correia

Beraldino Pinto Manuel Duarte Moreno Sílvia Garcia Carlos Barroso Manuel Cardoso

Carlos Cunha Fernando Gonçalves Maria Pereira Marcolino Costa António Valadar

BE Rogério Esteves Martins Rafael dos Santos Patrícia Geraldes Alberto Monteiro Nuno de Oliveira Andreia Dias António Trovisco André Pinto Cláudia Morais Rui Manuel Trovisco

Freguesias Ala Manuel António Santos Luís Colmieira Rodrigues Amendoeira Humberto Trovisco Arcas Artur Parreira Bagueixe Jorge Humberto Fernandes Bornes António Romão Carrapatas Arménio Canalho Castelãos Carlos Justo Chacim António Manuel Gabriel José Génio Cortiços António Maria Rocha Manuel Vieira Corujas Dinis Rodrigues Eduardo Pereira Edroso José Manuel Veigas Espadanedo Óscar Morais Daniel Parente Reis Ferreira António Luís Gomes Manuel André Morais Grijó Bernardino Cordeiro Simão Ferreirinha Lagoa José António Cordeiro Lamalonga Camilo Morais João Marques Sá Lamas João Luís Morais Manuel Augusto Vilarinho Pinto Lombo Francisco Manuel Rosa Armindo Cepeda Macedo Cavaleiros* Joaquim Seabra António José Espírito Santo Morais Mário Teles Murçós Jaime Manuel Fernandes João Manuel Fernandes Olmos António Augusto Paulos Maria José Freitas Peredo António dos Santos Almendra José Libório Ramalho Podence Manuel Rodrigues Salselas Luís Filipe Escaleira Marco Amélio Ferreira Sezulfe Gualter Mesquita Talhas Benjamin Rodrigues João Batista Choupina Talhinhas Jorge Pires Asseiro José Augusto Fernandes Vale Benfeito Carlos Alberto Sousa António Botelho V. da Porca António João Trovisco V. de Prados Idílio João Alves Rui Manuel Santos Vilar do Monte Maria Margarida Pessegueiro Moisés Caseiro Vilarinho de Agrochão Manuel António Sá Nico Armindo Pintado Vaz Vinhas Maria Guiomar Sarmento * Candidatura Independente “os seis viver macedo” - José Francisco Pedro

João Morgado Moura

José Manuel Mendes

Adalberto Fernandes

Maria de Fátima Cordeiro Joaquim Gonçalves

Apresentação de listas com polémica

BE candidata-se à Assembleia e a Salselas O

Bloco de Esquerda vai participar no sufrágio do dia 11 de Outubro em Macedo de Cavaleiros. A equipa é liderada por Rogério Esteves Martins concorre à Assembleia Municipal do concelho. O partido tem também uma candidatura à

junta de freguesia de Salselas. A publicação das listas do partido estive envolta em alguma polémica. No processo de recolha de assinaturas, liderado por Rogério Esteves Martins, este não terá dito aos assinantes que o seu nome iria aparecer incluído nas lis-

tas publicadas pelo tribunal. Segundo o próprio houve falta de comunicação e de informação da sua parte, o que levou a que algumas pessoas pedissem a revogação do seu nome nas listas. Cenário que se cumpriu mas que não impediu o partido de apresentar

uma lista reestruturada à Assembleia Municipal. Rogério Esteves Martins de referiu nunca ter havido má fé em todo o processo,afirmou que a presença do partido em Macedo vem afirmar o espaço de esquerda alternativa

que não existe em Macedo. Consciente de que não é uma candidatura para ter o poder, afirma que o objectivo é estar atento, chamara atenção dos problemas e fazer com que o poder funcione. n

Rui Miranda

6 | 15 de Setembro 2009 | Cipreste |

Acham que este executivo não gostaria muito de ter a variante à cidade feita, que não gostaria muito de ter o Parque da cidade, que não gostaria muito de ter a Central de Camionagem, e a Biblioteca? Gostaria. Só que gastou mal o dinheiro.

Tenho noção que os próximos dois anos na autarquia vão ser muito difíceis, e que é preciso arrumar a casa em termos financeiros.

Rui Vaz - PS Cipreste - Se ganhar as próximas eleições vai retirar à Feira de São Pedro o apoio que ela agora tem? Rui Vaz - Obviamente que não. Acho é que a feira tem de ser revista, o seu modelo tem de ser objecto de uma análise profunda, tem de se ver o que é que se pode mudar e apostar do modelo actual e aquilo que pode ser alterado, tendo em conta que a Feira de São Pedro é o maior evento do concelho e que necessita de ser tratado como tal. Mas, há uma responsabilidade muito grande que é o equilíbrio financeiro. A Feira de São Pedro é um investimento para o concelho e para os empresários do concelho. Mas tem condenado o aval financeiro do município? No modelo corrente sim… Mas suponhamos que o PS ganha as eleições autárquicas, a direcção da ACIMC mantém-se, há uma nova feira com o mesmo modelo, o apoio mantém-se? As eleições são em Outubro. Em função do resultado das mesmas, há tempo mais do que suficiente para que a próxima Feira de São Pedro seja vista de uma forma diferente. Para quem está à frente da Feira está perfeitamente a tempo de apresentar um plano e orçamento para 2010 e em relação ao certame, está-se a tempo para que a próxima edição tenha alterações. Sempre na perspectiva de melhor o evento e nunca de o prejudicar. Aliás, quem esteve 14 anos na Associação Comercial, acompanhou 14 feiras e esteve à frente dos destinos da mesma durante 7, só posso estar do lado de quem apoia a Feira de São Pedro. Agora, tenho sido um crítico em relação aos resultados financeiros que a mesma apresenta, porque denotam alguma falta de cuidado no que diz respeito à gestão de dinheiros públicos. A Câmara Municipal deve ser a primeira parceira da Feira de São Pedro e a primeira a envolver-se em termos financeiros, só que as coisas devem ser feitas com cabeça, tronco e membros. Não se pode fazer a Feira de qualquer forma e, no final, seja qual for o saldo negativo, a câmara suporta. Com toda a frontalidade, a

Câmara Municipal e a ACIMC devem-se sentar à mesa e ponderar este modelo. Devem darlhe o melhor encaminhamento possível para que a Feira continue a ser a grande montra do concelho, dinamizadora da actividade do mesmo, mas sempre numa perspectiva de equilíbrio, porque estamos com uma dívida acumulada de 400 mil euros. Este ano tivemos uma entrada simbólica de 1 euro, mas mantivemos um nível de cartaz de 150 mil euros. Se baixamos de um lado, temos de baixar do outro. Mas também Macedo teve uma enchente de gente como nunca foi visto… Não concordo, nem é verdade. As pessoas não podem ter a memória curta e esqueceremse das grandes enchentes da Feira de São Pedro. Eu ainda me lembro, em que as pessoas não tinham corredores para circular e foram várias vezes, mas era normal que assim fosse, pois os grandes espectáculos que aconteciam no norte do país eram aqui feitos e precisamente na Feira de São Pedro e era onde vinham as figuras de cartaz. Hoje, estas figuras de cartaz estão em qualquer lado. Naquele tempo não. Fomos os primeiros a apresentar todos os grupos que estavam na moda: as enchentes dos Rio Grande, da Amália Rodrigues, ou por exemplo os Delfins. Tivemos anos em que tivemos grandes receios de problemas porque tínhamos os recintos cheios e com pessoas da parte de fora a quererem entrar. Houve mesmo um ano em que tivemos de abrir os portões. Agora, têm-se enchente porque o preço é a 1 euro. Antigamente pagava-se e enchia. A Feira está mal. Pode ser o reflexo do comércio macedense? Isso reflecte o que é a conjuntura não só local, como nacional e internacional. Este ano é crítico para as empresas, que fazem mais contas, têm contenção e acabaram por não ir a eventos que tinham por hábito ir. Hoje, ou se corta no pessoal, ou se corta naquelas despesas que podemos abdicar numa fase de transição. Para além destes pormenores que é preciso alinhavar, há questões de

ordem económica que influenciam. Em anos de crescimento económico, a feira será melhor do que em anos de recessão. Grandes empresas de referência este ano não estiveram presentes. Mas, há pormenores na Feira de São Pedro que deixaram de ser acautelados, ao nível da divulgação, da imagem e da organização, e tudo isto conta. A razão de ser da Feira de São Pedro é o expositor e não o visitante. Sem expositores não há feira. Quanto melhor qualidade a Feira tiver, mais gente vai ter. Quando baixamos os preços devemos começar por eles, para que possam vir. Mas nós estamos a baixar ao visitante.

essa colaboração?

A Câmara Municipal deve ser a primeira parceira da Feira de São Pedro e a primeira a envolver-se em termos financeiros, só que as coisas devem ser feitas com “cabeça, tronco e membros”.

A Câmara vai intervir mais neste processo, sendo mais activa? A Câmara não vai intervir mais, vai intervir o quanto baste e é necessário, tendo em conta que a entidade que organiza a feira é a ACIMC. A autarquia envolve-se porque tem um protocolo, mas mais do que isso não. O facto de ter atritos com o actual presidente da ACIMC não pode colocar em causa

O que leva a actual câmara à situação em que está é precisamente a falta de planificação.

De forma alguma. Há questões que não se misturam: as pessoais com as profissionais. Quando chegar à Câmara, o representante da ACIMC será tratado como qualquer representante de outra instituição. Sou um indivíduo crítico dentro da associação comercial, fora da mesma nunca ninguém me ouviu dizer mal acerca do presidente da instituição. Antes pelo contrário, é um investidor, um empreendedor da terra e como ele há poucos. Isso não me canso de o dizer e respeito, mas dentro da associação sou um crítico. Quando saí da ACIMC deixei obra feita e contas acertadas, e disse naquela hora que estaria sempre atento àquilo que se passa e sempre que há assembleias eu vou lá, porque é lá que se critica a acção da direcção e não no café. Agora não sou inimigo, nem tenho ódio, respeito do senhor António Cunha como empreendedor. Como homem, nunca tive com ele intimidades. Mas, é hoje com o António Cunha e será amanhã com quem vier. Como é que o PS pensa que vai conseguir votos nas freguesias onde não apresentou

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lista? Já foi tornado público que, mais do que uma razão, levou a que o PS não apresentasse lista em algumas freguesias. Primeiro porque há falta de gente, as nossas freguesias já não têm pessoas suficientes para se elaborarem listas, porque depois envolvem-se questões como as de ordem familiar, com pessoas que estão numa lista e não se querem envolver noutra. Há depois razões que se prendem com a qualidade que nós exigíamos para o PS poder disputar as eleições nessas freguesias. Não me canso de dizer que temos 21 listas de grande qualidade, qualquer uma delas para disputar eleições. Nesta filosofia, se tivéssemos conseguido nas outras 13 elementos com as mesmas características, tínhamos avançado. Podíamos ter avançado com candidatos que já o foram há quatro anos, mas achámos que não valia a pena estar a expor essas mesmas pessoas. Tendo em conta que o povo conhece as pessoas, quando chegamos a uma freguesia e dizemos esta é a nossa equipa, é porque é a melhor equipa. Se o povo não reconhecer qualidade na equipa, e nós acharmos que aquela é uma lista perdedora, sem capacidade de enfrentar o nosso rival, então perdemos o argumento não só para a Junta de Freguesia, como também para a Câmara Municipal. Não acha que a população vai pensar: não têm lista nesta terra, então não vamos votar neles? Não concordo por uma razão muito simples. Luís Vaz há oito anos perdeu a Câmara ganhando 25 Juntas de Freguesia. Isto quer dizer que as pessoas separam as eleições. Nessas freguesias, tal como nas outras, a mensagem que quero passar é que estamos aqui para gerir a Câmara de Macedo de outra forma. Acho que vamos conseguir fazê-lo porque nessas mesmas freguesias estão Juntas fortes e que têm feito trabalho e temos de dar o mérito ao adversário quando o tem, e eu não tenho qualquer problema nisso. Naquelas em que o mérito existe, mesmo sendo do PSD, eu quero-lhes dizer que eu vou ser câmara e vou estar com essas Juntas, vou estar com essas gentes. A população de uma freguesia não tem culpa das questões partidárias. Garanto-lhes que não vamos fazer divisões, nem distinção de freguesias. Temos um bolo para distribuir e isso é feito previamente, através de planificação. O que leva a actual câmara à situação em que está é precisamente a falta de planificação. Luís Vaz é um ícone do PS de Macedo. Não é estranho que apareça apenas em 10º lugar para a Assembleia Municipal?

Essa questão levou-nos a uma grande gargalhada dentro do partido. Foi o próprio que trouxe a questão. O Luís Vaz foi candidato à AM, mas transmitiu-me que não ia ser candidato mais uma vez e que fazia uma exigência, que o lugar dele era o nº10. Ele disse que seria o 10 do PS em Macedo de Cavaleiros. Até lhes digo mais. Com esta história da paridade, quando fizemos a lista ele surgia em 8º e eu pensei, bem mais coisa menos coisa. E quando viu exigiu que ficasse em décimo. Esta é a pura realidade. Foi feita uma grande especulação à volta disso. Como surge o nº2, Gilberto Galhardo? O Gilberto Galhardo reúne as condições que eu impus quando aceitei este desafio. Tinha que ter na minha equipa, e de preferência como braço direito, na segunda posição, uma pessoa da Economia, tendo em conta a situação financeira grave da autarquia, com dividas de mais de 20 milhões de euros, preciso de apoio nesta área. Esta pessoa é um quadro superior do concelho, que vai regressar. Uma atitude a que nos propomos: fazer regressar a nossa juventude e os nossos quadros que foram procurar trabalho fora. Também aqui estamos a participar nisso. Ele é de Talhas, mas vive em Coimbra. Não o conhecia bem, mas tentei colher informações e acho que estão reunidas todas as condições. Por não o conhecer bem, não teme que possa ser um tiro no escuro? Não. Há qualidades que devemos exigir às pessoas quando formamos uma equipa, como por exemplo a lealdade. Conheço bem a família. Quando digo que não conheço muito bem o Gilberto Galhardo é porque nunca fui colega dele de escola, nem de ensino superior, por isso é natural que possa dizer

que não o conheça bem e que conheça melhor a enfermeira Adelaide, a terceira da lista. Mas, em relação ao segundo, encontrei a pessoa certa para o lugar certo. É da área de Economia, que tem a humildade necessária para trabalhar em equipa, não coloca em causa a honestidade e a fidelidade. Mas não havia em Macedo e no partido quem reunisse essas condições? Não temos em Macedo, ao dobrar da esquina, economistas, na área do partido socialista, ou não. É uma aposta forte. Acho que formei a equipa certa, tendo em conta as vertentes importantes da autarquia. Para mim vou chamara a componente da área do urbanismo, porque sempre estive atento no município e gosto do assunto. Até porque, no passado, critiquei algumas atrocidades urbanísticas, e é uma marca que gostava de deixar. Não sou da área, nem Eng. Civil, nem arquitecto, mas não estou comprometido com assessores, por isso quero ter comigo os indivíduos certos. Quero que o Gilberto fique com a parte dos projectos e candidaturas, para além da parte financeira e há-de ser assessorado com alguém com qualificações adequadas. Não quero ninguém a assessorá-lo que seja formado em Análises Clínicas. Em terceiro lugar surge a enfermeira Adelaide. Quando olho no universo das mulheres macedenses, em que há imensas mulheres empreendedoras, a enfermeira Adelaide é de uma dinâmica; aquilo a que costumo chamar de “vulcão”. É uma pessoa exemplar para a área da acção social, cultura, turismo e desporto. Um pelouro que funcionou muito bem no tempo do Luís Vaz e que esta Câmara deu boa continuidade. A área social nesta autarquia é o único sector que funciona. Deu e dá ainda hoje o mote nestas áreas e temos de ser justos em dizêlo e eu não tenho qualquer problema em fazê-lo.

Temos de trazer o Azibo para Macedo.

Farei a ligação a Santa Combinha, por Vale Prados. (…) Assim, temos toda a gente que se dirige ao Azibo a passar directamente por Macedo de Cavaleiros. Eliminava-se o acesso a Santa Combinha pelo IP4. Todo o afluxo do Norte e do Sul teria de passar por Macedo de Cavaleiros Temos 21 listas de grande qualidade, qualquer uma delas para disputar eleições.

Formei a equipa certa, tendo em conta as vertentes importantes da autarquia, é a equipa certa, porque cada sector tem uma pessoa afecta da sua área de formação.

Agora, a enfermeira Adelaide, nesta componente, vai responder ao mais alto nível, e como não está comprometida com ninguém também será devidamente assessorada. No quarto lugar surge uma pessoa que já deu provas de empenhamento e me tem acompanhado nestas lides. Quando vejo empenhamento, acabo por escolher. O mesmo aconteceu com o mandatário político: Luís Baptista. O Manuel Carvalho, desde Março de 2008, até hoje, têm-me apoiado muito. Sendo um Eng. Florestal, atribuo-lhe o pelouro do Ambiente, da salubridade, dos jardins e também a componente de ligação às freguesias. Também tem estado ligado à caça e às associativas da mesma. É a equipa certa, porque cada sector tem uma pessoa afecta da sua área de formação. A sua câmara terá vereadores?

quatro

Gostava que a minha câmara tivesse cinco vereadores, isso quereria dizer que tinha ganho por 5-2, mas contento-me e estou seguro que ganho a câmara por 4-3. Não tenho a veleidade de pensar que a poderia ganhar a câmara com cinco. Mas ganhando a Câmara com cinco, manteria activo o quinto pelouro? Sim. Todos os pelouros devem ser aproveitados. Ganhando um 5º vereador, provavelmente manteria esta situação do vereador a meio tempo, porque isso permite que o pelouro que está destinado à enfermeira Adelaide poderia ser desdobrado e soltar-lhe a componente do turismo, que é necessário apoiar. No fundo, a situação actual, com a qual concordo. Com que é que os macedenses podem contar depois da sua vitória? Com várias coisas. Desde logo, uma nova atitude, uma

8 | 15 de Setembro 2009 | Cipreste | nova postura, uma nova forma de estar, porque estes últimos oito anos para Macedo têm sido sombrios. Ou seja, a imagem de Macedo de Cavaleiros não tem passado para o exterior. Não tem havido uma voz activa. Aparte da Barragem do Azibo, não temos sabido vender a nossa marca, o nosso produto. Já se aproveitou da melhor forma a divulgação da nossa terra, do nosso concelho, há 10 anos atrás. Macedo passou por um período de expansão, que deu mote em várias áreas na região transmontana: cultura e urbanismo, onde só Mirandela tinha alguma coisa e Macedo deu cartas mesmo antes de Bragança. O primeiro passo para uma zona industrial de grande dimensão, supramunicipal, foi dado em Macedo de Cavaleiros, devidamente localizada. E tudo isto que foi feito não foi aproveitado. Uma mudança de atitude nas diversas áreas do município é isso que queremos. Neste momento somos um concelho esquecido. Existe alguma coisa em concreto que seja “Cavalo de Batalha”? Existe. Há três áreas a que iremos dar especial destaque: zona industrial e desenvolvimento económico, turismo e agricultura. São estas o futuro da solução da questão de Macedo. Estas têm de ser de grande batalha. Se neste anos tivéssemos preenchido toda a área da nossa ZI estaríamos a falar de 300 a 400 postos de trabalho. Foi o nó que falhou? Quanto a mim não. O nó apenas tem servido de desculpa para a inacção em relação à ZI. Foram precisos seis anos e meio para se dar uma ligação condigna à zona industrial, com a pavimentação desde o Pontão de Lamas até à zona industrial. Todos aqueles empresários que devolveram os lotes, alegando que não tinham ligações condignas, tinham razão. Uma coisa é uma ligação com nó ao IP4 e outra uma estrada nacional com curvas, temos de referir isso. Mas, também as condições que as pessoas tinham na própria nacional 15 não eram condignas, eram bem diferentes das de hoje. Hoje o nó que vai ser feito terá características de auto-estrada, mas não serve desculpa para não termos uma zona industrial com o mínimo de condições. Na 1ª fase não se acabou a pavimentação, não se arranjaram os passeios, não se deu continuidade ao que estava. Enquanto presidente da ACIMC tive duas reuniões com a AEP (Porto), no sentido de se constituir um condomínio industrial para a nossa ZI. Para mim, passa por aí a gestão daquele espaço. Porque a autarquia não tem vocação para aquilo, tem de abrir mão da gestão. Há oito anos atrás já eu chamei

Há três áreas a que iremos dar especial destaque: zona industrial e desenvolvimento económico, turismo e agricultura. São estas o futuro da solução da questão de Macedo.

quem tem o know how da gestão dos condomínios industriais e juntámo-nos as três entidades à mesa. Alguma vez, como vereador da oposição, sugeriu isso à autarquia? Mais do que uma vez. A ZI foi motivo de várias observações e críticas. Aliás, julgo que apareceu em notícia, várias vezes, por coisas que eu fui dizendo, desde que ainda estava na ACIMC e depois como vereador da oposição. Como vê o Azibo daqui a 4 anos?

É preciso um parque de campismo!

Um Azibo diferente. Mas antes temos que dizer com justiça que aquilo que foi feito no Azibo, na altura do Luís Vaz, e agora com a actual executivo, foi bem feito. Mas, é preciso fazer muito mais. É preciso um parque de campismo?

Naquelas Juntas de Freguesia em que o mérito existe, mesmo sendo do PSD, eu quero-lhes dizer que eu vou ser câmara e vou estar com essas Juntas, vou estar com essas gentes. A população de uma freguesia não tem culpa das questões partidárias. Garanto-lhes que não vamos fazer divisões, nem distinção de freguesias.

Há questões que não se misturam: as pessoais com as profissionais.

O nó apenas tem servido de desculpa para a inacção em relação à ZI

É preciso um parque de campismo! Aliás, em relação ao Azibo há uma questão fundamental falar-se. Temos de trazer o Azibo para Macedo. Esta é a dura realidade. Temos que ligar o Azibo por Vale Prados. Há uma situação viável, que nem terá sido acautelada com a construção da A4. Pode parecer uma utopia, mas não é. Eu fazia a ligação a Santa Combinha, por Vale Prados, porque à população da aldeia tanto lhe faz para virem à sede de concelho que o façam pelo IP4 e depois Pontão de Lamas, como de forma directa. A minha ideia seria entrar na Praia da Ribeira, evitando o Plano de Protecção e ir a Vale Prados. Assim, temos toda a gente que se dirige ao Azibo a passar directamente por Macedo de Cavaleiros. Eliminava-se o acesso a Santa Combinha pelo IP4. Todo o afluxo do Norte e do Sul teria de passar por Macedo de Cavaleiros, com a saída para o Azibo no nó da zona industrial. Isto ia potenciar o que vemos em Mirandela, o negócio de fim-de-semana, o desenvolvimento de uma nova actividade que temos latente, mas que não está explorada. Acha isso exequível para o orçamento da autarquia? Acho exequível, mas uma coisa é o que temos de ideias e outras é daquilo que é possível fazer. Tenho noção que os próximos dois anos na autarquia vão ser muito difíceis, e que é preciso arrumar a casa em termos financeiros. Acham que este executivo não gostaria muito de ter a variante à cidade feita, que não gostaria muito de ter o Parque da cidade, que não gostaria muito de ter a Central de Camionagem, e a Biblioteca? Gostaria. Só que gastou mal o dinheiro. Tem que se planificar. Temos de saber o que temos disponível para gastar nas aldeias e quais os crité-

rios para gastar na cidade. As aldeias têm lá gente e por isso é preciso dar-lhes condições, mas a cidade é o primeiro salto que a população rural dá, porque mantém uma ligação à localidade. Só não tendo aqui é que dá o salto maior. Mas, temos que dar condições à cidade, para que o salto seja dado para aqui e não para mais longe. Estas obras não são feitas devido ao endividamento da Câmara, que não tem dinheiro para pagar a sua componente financeira destes projectos. Gostava de ao fim de 8 anos de Câmara apresentar estes projectos concluídos, mas sei que a situação financeira, pelo menos num primeiro mandato, não me permite fazer muito. E que ninguém tenha dúvidas que, se este executivo voltar a ganhar a Câmara, teremos quatro anos de mais do mesmo. Já deram provas que não arrepiam caminho nesta matéria e temos um presidente que daqui a quatro anos não se pode voltar a candidatar e, por isso não precisa de prestar contas ao eleitorado. De 2001 até hoje, a autarquia triplicou a dívida. Tinha uma empresa em Macedo, que cessou a actividade e os postos de trabalho foram extintos. Se aconteceu isso à sua empresa, como é que os macedenses vão ter confiança em si como gestor do municipio? Da minha vida privada, não preciso de prestar contas a ninguém. O Rui Vaz na sua vida pessoal pode ser mau gestor e isso não importa a ninguém, mas naquilo que eu sou gestor e que envolve a coisa pública, aí eu sou bom gestor. Será que o Rui Vaz foi mau gestor na ACIMC, quando terminou uma obra, equipou-a, montou-lhe um cinema, um jornal, uma clínica e entregou-a com contas saldadas, sem uma única dívida, foi mau gestor? Quando cheguei ao Nerba herdei um passivo de meio milhão de euros, uma casa com 16 pessoas a trabalhar, uma casa que passava grandes constrangimentos. Passados quatro anos e meio da minha chegada é uma casa reestruturada, pacificada, devolveu a sua dignidade. Então o Rui Vaz é mau gestor? O passivo neste momento é de 300 mil euros e, para além de se abater ao passivo, fizeram-se muitas outras coisas, as quais não fiz grande questão de as publicitar, porque para gerir o Nerba queria paz e sossego e assim tenho conseguido. As pessoas têm os vencimentos em dia e hoje batemnos à porta porque nos querem fornecer. Eu gosto que me façam como me fizeram na ACIMC: uma auditoria às contas, porque aí eu digo: posso ir descansado. E, quando sair do Nerba quero que me façam uma auditoria às contas e na Câmara, quando sair, quero que me façam uma auditoria às contas. Porque na minha vida privada… fechei

muitas vezes as portas da minha loja para tratar da ACIMC e do Nerba, porque o compromisso era de responsabilidade e honrava-me. Sou um humilde comerciante, mas corre-me na veia a minha terra. Em Outubro de 2007, sobre a realização de uma Feira de Stocks perto do Natal, disse que era contra essa feira porque ia contra os interesses do comércio local. Poucos dias depois, o Nerba anuncia uma idêntica para a 1ª semana de Dezembro. Tem uma opinião diferente para Macedo e para Bragança? Há muita coisa aí que não é verdade. Nunca me insurgi em Macedo de Cavaleiros contra uma Feira de Stocks organizada pela ACIMC. A questão foi que Macedo lançou duas ao mesmo tempo: uma organizada pela associação comercial e outra pela Câmara Municipal. O princípio destas feiras é acolher os empresários da cidade e do distrito, porque o objectivo é ajudar as empresas a escoar os seus excedentes. O Nerba tem uma feira de stocks dentro do seu espaço, o Nerba não organiza, sede as instalações que são pagas e eu tenho que gerir o orçamento do Núcleo. Quando há uma entidade que vai a Bragança organizar algo do género, somos os únicos que temos um espaço para isso. Todos os empresários do distrito têm preferência e condições especiais. Aqui em Macedo insurgi-me contra o facto de a Câmara se estar a envolver numa matéria que não lhe dizia respeito, não acautelando o interesse dos comerciantes de Macedo. Porque é que como vereador do PS nunca chamou à atenção da autarquia pela construção da vivenda de Tozé Espirito Santo? Por ser seu amigo? Não. Ao meu amigo eu disse muitas vezes que era um erro aquilo que ele ia fazer. Soube de todos os passos que ele deu ainda no tempo da Câmara do Luís Vaz. Quando tive conhecimento que ia avançar mesmo com o projecto voltei a avisálo. Não o fiz por ser um amigo, simplesmente não me queria ver envolvido nesse processo. Este é um processo grave, com uma dimensão forte. Em relação a este facto e enquanto presidente de Câmara serei um escrupuloso cumpridor da lei. É claro que quando chegar à Câmara herdo um processo, vou querer saber como está esse processo, qual o seu encaminhamento e vou querer cumprir a lei. O cidadão, proprietário daquele espaço, é um cidadão como qualquer outro e por isso vou ver a coisa pela legalidade, não a posso ver de outra maneira. n

Rui Miranda Miguel Midões

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Tem de existir um planeamento na construção e era preciso que a Câmara obrigasse a seguir certas regras

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Aqui os autarcas andam cada um para seu lado. Em vez de fazerem um programa para desenvolverem a região de Trás-os-Montes

Carlos Cunha - CDU mais ricos que em Lagoa em termos agrícolas?

O concelho de Macedo é um concelho conservador, de direita, talvez por isso é que estamos a pagar por esta situação…

Cipreste - Acha que tem hipótese de ser presidente da Câmara de Macedo de Cavaleiros?

anos pelo actual presidente para este mandato, e de maneira geral, faltam incentivos para atrair empresários.

Carlos Cunha - Tenho as mesmas hipóteses que outro candidato para estas eleições, o que decide é o voto do povo.

Mas nesse aspecto, a autarquia diz que foi feito algum trabalho.

Mas tendo em conta o resultado anterior, seria necessário um aumento muito grande para isso ser possível. Eu candidato-me pela CDU porque me identifico com a política de este partido. É a força dos trabalhadores, dos pobres que vivem da força do trabalho à qual eu pertenço. Sabemos que não é fácil. Mas também não será difícil, sabemos que esta câmara há 8 anos não contava ganhar e ganhou. O concelho de Macedo é um concelho conservador, de direita, talvez por isso é que estamos a pagar por esta situação… Se eventualmente for eleito, o que acha que mudaria? Passaria pelo desenvolvimento de várias vertentes: Indústria, Agricultura, Comércio e Turismo. Quanto à indústria temos a zona industrial, cujos novos acessos já deviam estar feitos há muito tempo, que foram prometidos há quatros

política comunitária como das opções de Lisboa.

Que empresários se conseguem instalar ali ao ver aquelas condições? Os arruamentos não estão terminados, a iluminação não está a 100%, segurança simplesmente não existe. Devia haver um gabinete de apoio para incentivar o empresário a se instalar lá, que deveria funcionar com a associação comercial. Porque é a indústria que faz falta para criar riqueza. Ao criar postos de trabalho as pessoas podem ganhar o seu dinheiro cá e gastá-lo cá. Em seguida a agricultura, porque é uma área que tem sido desfazada neste concelho, cuja, cerca de 55% da população se dedica. O que é que tem feito esta autarquia, ou outras, pela agricultura? Eu não vi nada... Antes de mais, deveria existir um gabinete de apoio ao agricultor.

O problema é que hoje em dia a agricultura não tem planeamento, ainda é o que se fazia há 50 ou 60 anos, a agricultura tradicional. Isto acontece porque não há um apoio ao agricultor para ele se desenvolver. Houve um apoio para aquela cooperativa da castanha, comercialização e produção da castanha, mas e quanto ao apoio ao castanheiro? Fez-se algum estudo sobre os castanheiros que estão a secar? Continuando sobre a agricultura, qual é a sua riqueza fundamental? É a água. A barragem de Macedo, foi feita para regadio e consumo do concelho. Fizeram um regadio para a zona poente de Salselas até ao Romeu... mas o resto? Existe em termos de consumo, mas em termos de agricultura, zero. Basta ver por exemplo algumas aldeias como Peredo, Chacim, Morais, com bons terrenos para regadio, e há agricultura em termos de animais, tanto bovinos como caprinos.

Então acha que as medidas adoptadas por uma autarquia podem mudar o cenário da agricultura?

Então acha que nos terrenos onde há regadio a agricultura está melhor que nos terrenos aonde não há?

Eu acho que sim! Mas a agricultura está muito dependente de condicionantes externas, tanto da

Está, as pessoas estão mais ricas, podem regar tudo o que quiserem! Então nos Cortiços são

Não interessa a Câmara andar pelas aldeias a melhorar as ruas se depois não oferecem mais nada para as pessoas se fixarem lá, e essas pessoas dedicam-se à agricultura.

Se eu for presidente, a primeira coisa que faço é criar um gabinete de apoio ao agricultor

Nesses termos são. Aliás, basta falar com os agricultores daquelas aldeias para saber como estão este ano a atravessar a seca, muito mal. Mas mesmo agora o regadio não tem estado muito desenvolvido, porque existe uma comissão para regantes que praticamente nunca funcionou. Se as aldeias tiverem água de regadio a agricultura ficará muito mais rica. Por exemplo, não interessa a Câmara andar pelas aldeias a melhorar as ruas se depois não oferecem mais nada para as pessoas se fixarem lá, e essas pessoas dedicam-se à agricultura. Se eu for presidente, a primeira coisa que faço é criar um gabinete de apoio ao agricultor. Faz-se uma festa com 1000 tractores, mas os agricultores saem daqui com o quê? Com o sorteio de uma ou duas alfaias, com o almoço? E ao logo do ano o quê que se faz? Tinha falado também no Turismo e no Comércio. Como é que funciona o Comércio? Com muita gente. Tanto na Indústria como na Agricultura, porque se a Indústria oferecer postos de trabalho, movimento no comércio. Havendo dinheiro e pessoas, oferta para comércio nós temos. O agricultor se tiver dinheiro, se vender os seus produtos, também o gasta, e faz movimentar o comércio, o que enriquece a cidade. Se não há poder de compra, as lojas têm de fechar portas porque não vendem os seus produtos. Então a solução passa por atrair mais gente, através da Indústria. Da Indústria e da Agricultura. Por exemplo, os jovens já não vêem nada que os cative, porque não têm apoios. Se houvesse mais apoios, porque é que os jovens não haveriam de ficar nas aldeias? Pegando no exemplo dos Cortiços, que tem regadio sensivelmente há 10 anos, tem mais jovens a trabalhar na agricultura hoje, ou há 10 anos atrás? Jovens provavelmente não,

10 | 15 de Setembro 2009 | Cipreste | mas as pessoas que se dedicavam à agricultura mativeram-se. Então e quanto ao Turismo? Em relação ao Turismo, e como mencionei antes, a barragem não foi feita a pensar no Turismo, embora seja aproveitada para tal. Fala-se agora de um acesso directo de Macedo à barragem, mas temos de pensar no impacto ambiental. Se for feito até à primeira praia, teria de atravessar uma zona protegida, ou seja, não é possível. Falou-se também que seria feita outra praia... e essa seria só para as pessoas de Macedo ou para que passam por lá? Que benefícios tira Macedo de um novo acesso para a barragem? Em que medida isso se reflecte no comércio? Muito pouco... Parque de campismo por exemplo. Já está projectado há 4 anos, inclusivé licenciado e escolhido o local... mas agora a prioridade passou a ser o campo de golf, quando antes era o contrário. Havendo um parque de campismo, quantas pessoas traria a Macedo? Não seria mais benéfico que um campo de golf? E a nível de hotelaria para apoiar essa medida? Já falámos da Agricultura, do Turismo, do Comércio, da Indústria, mas como vê o Urbanismo em Macedo? Na minha opinião, andou sempre pela vontade da especulação imobiliária. Macedo perdeu bastante a identidade das casas que sempre caracterizaram esta terra, devido à construção desmedida de edifícios de apartamentos com vários andares.

devia-se fazer [no cemitério antigo] um jardim com qualquer coisa alusiva às pessoas que ali estiveram sepultadas, ou um monumento, Temos de ter respeito pelo passado

Faz-se uma festa com 1000 tractores, mas os agricultores saem daqui com o quê? Com o sorteio de uma ou duas alfaias, com o almoço? E ao logo do ano o quê que se faz?

E acha que a orientação da Câmara é influenciada por interesses imobiliários? Isso não sei, mas falo em especulação imobiliária, porque por exemplo, quando foi feito cá o Piaget, começou-se logo a construir para vender e alugar apartamentos... esses apartamentos estão agora vazios porque as pessoas foram embora. E porque não outro tipo de construção que não aqueles prédios?

O urbanismo andou sempre pela vontade da especulação imobiliária

Então, mas como alojavam essas pessoas nessa altura? Talvez com outro tipo de construção também fosse possível, e não estes prédios tão altos. Dou o exemplo de Valpaços, que tem tudo bem planeado, com avenidas onde está tudo uniforme, e nesse aspecto, está mais evoluído que Macedo. Tem de existir um planeamento na construção e era preciso que a Câmara obrigasse a seguir certas regras. Há também uma coisa que queria realçar, as pessoas têm ido embora... quantas empresas, quantos serviços públicos foram embora de Macedo? E a Autarquia o que fez para que eles ficassem?

Os jovens já não vêem nada que os cative, porque não têm apoios. Se houvesse mais apoios, porque é que os jovens não haveriam de ficar nas aldeias?

Eu não sei... A Lactogal foi embora, EDP, que entretanto foi privatizada, serviços florestais... A Câmara deveria ter um papel importante nesse aspecto. Eu não sei ao certo o que aconteceu, mas se eles se mudam de sítio, é porque provavelmente lhes oferecem melhores condições do que aqui, e isso não é garantir postos de trabalho. Um dos grandes problemas que origina isso, é que, não há regionalização.

E acha que em termos de saúde, a criação do centro hospitalar do nordeste beneficiou Macedo?

Defende então a regionalização?

E não acha que aconteceria o mesmo com uma regionalização o mesmo que aconteceu com este centro hospitalar? Ou seja, que tudo fosse absorvido por Bragança ou Vila Real?

Sim, defendo. A região aqui deveria ser a região de Trásos-Montes e Alto Douro, que já estava previsto aqui há uns anos, e nem seria preciso referendo, não percebo que medo têm dessa decisão. E os que há anos votaram contra, defendem-na agora porquê? Na minha opinião, se houvesse regionalização, os fundos comunitários teriam de ficar por cá, porque esses apoios comunitários servem para ajudar as regiões mais desfavorecidas a desenvolverem-se. Se houvesse mais desenvolvimento, as pessoas ficariam por cá, e os serviços também. Agora, não havendo pessoas, fecham-se os serviços, e sem esses, também não há pessoas, e entramos numa contradição. Por outro lado, aqui os autarcas andam cada um para seu lado. Em vez de fazerem um programa para desenvolverem a região de Trás-os-Montes, e vou falar mais propriamente do distrito de Bragança, independetemente dos partidos, exigindo verbas para isso, mas não, cada um prefere fazer à sua maneira.

Eu acho que não, porque se perderam muitos serviços que tinhamos cá. Tanto as pessoas de aqui de Macedo como de outras zonas, ficaram prejudicadas com isso... qual é o Hospital do distrito que tem melhores condições, mais modernas, que o hospital de Macedo? Não há.

Nós temos este hospital moderno onde poderiam estar concentrados vários serviços. Sim, podia e deveria, mas nós temos aqui as coisas e estão abandonadas. Não acha então que com a regionalização, deixariamos de estar dependentes de Lisboa para passar a ficar dependentes de Bragança e de outros interesses regionais? Eu acho que não. Por exemplo, aquilo que tivesse Macedo, não tinha Bragança e vice-versa, ou em Mirandela. Seria necessário dividir as especialidades. Exames de endoscopia, que eram realizados em Bragança, passaram para Chaves, quem quiser fazer um exame destes, tem de se deslocar até Chaves. Depois vem cá a Ministra da Saúde dizer que não se perderam serviços... Vou dar-lhe um exemplo, houve propostas que foram apresentadas para inclusão

no PIDDAC 2009 (Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central) na Assembleia de República pelo deputado do PCP do distrito de Braga, a construção do acesso à zona industrial, a construção do IP2 1ª fase Vale Bem Feito/Sabor, traçado da nacional 102 Vale Bem Feito/ Pocinho que está uma vergonha, nacional 102 que liga Carrapatas ao Vimieiro, mas muitas mais... e os deputados do PS e PSD que representam o concelho, votaram contra. Então se eles querem desenvolver o concelho, porque votaram contra? Acha que é por causa do deputado ser do PCP? Eu acho que tudo o que são propostas para desenvolver o concelho, são propostas para aproveitar. Quero também falar no antigo cemitério que agora está meio abandonado, porque nós temos uma ideia sobre isso. Quem é que fez a vila de Macedo? Foi gente que faleceu e foi sepultada lá, que tem história e um passado.

Então o que acha que deveria ser feito naquele local? Um jardim com qualquer coisa alusiva às pessoas que ali estiveram sepultadas, ou um monumento, mas nada do género de um parque de estacionamento. Até agora nem sabemos o que a Câmara vai fazer, mas pelos vistos, já existe um contrato para fazer ali um parque de estacionamento. Temos de ter respeito pelo passado. n

Rui Miranda

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Legislativas 2009 Legislativas 2009 - Dist. Bragança BE Luís Vale Liliana Fernandes Marco Paulo Mendonça

CDS-PP Nuno Pinto de Sousa António Ruano Maria da Piedade Menéres José Augusto Lima

CDU Maria Manuela Cunha Nuno Augusto Barreira Maria Inês Machado Araújo Manuel João Araújo Maria Eugénia Madureira Gouveia Pedro Miguel Félix Fonseca

MEP Sandra Maria Ferreira Pires Correia Miguel Henrique Bandeira Vieira Martins dos Santos Ana Carla Teixeira Mesquita Cunha Marco Paulo Maltez Caciones Fernando Ildefonso de Morais Carvalho

MMS Sérgio Alípio Domingues Deusdado Fernanda Monteiro Vicente Manuel Joaquim Sabença Feliciano Luís Joaquim Martins Júnior Sandra Isabel Teixeira Ribeiro Barbosa

PCTP/MRPP Alfredo Manuel Dinis Da Costa Gonçalves Ivone Manso Oliveira Nogueira Maria Do Céu Fernandes De Freitas Torres Jacinto Fernando Alves Martins Isabel Maria Fernandes Freitas Torres Isaura Da Graça Pires Pereira

PNR Carlos Marques

PS José Carlos Correia Mota de Andrade Manuel Luís Gomes Vaz Ana Margarida C. Duque Dias Carlos do Nascimento Ferreira Maria da Luz Martins Almeida António Augusto Guerra Nunes dos Reis

PSD José Ferreira Gomes Adão Silva Maria Helena Gonçalves Nuno Reis Pedro Santos Isabel Lopes

Esclatecimentos O ministro do Ensino Superior, Pedro Lynce, concedeu uma autorização especial à filha do ministro dos Negócios Estrangeiros, Martins da Cruz, para permitir a sua entrada no curso de Medicina da Faculdade de Ciências da Universidade Nova. Primeiro-Ministro - José Manuel Durão Barroso - PSD

O ex-ministro do Turismo do Governo liderado por Santana Lopes, Telmo Correia, assinou 300 despachos na madrugada do dia de tomada de posse do Executivo de José Sócrates. Um desses documentos era o que ditou a não reversão para o Estado do edifício do Casino de Lisboa. Telmo Correia CDS – Primeiro Ministro Santana Lopes PSD

Paulo Portas mandou copiar mais de 60 mil papéis do Ministério da Defesa, antes de sair do Governo. A empresa de digitalização refere que alguns documentos tinham escrita a palavra ‘confidencial’. O Ministério Público sabe, mas não investigou Paulo Portas CDS – Primeiro Ministro - Santana Lopes PSD

Xira à Lusoponte. Agora é presidente da Lusoponte, empresa com a qual se tem que renegociar o contrato da nova ponte sobre o Tejo.

A Advogada Vera Sampaio, filha do Ex-Presidente Jorge Sampaio-PS, foi contratada como assessora pelo membro do Governo, o Ministro da Presidência Manuel Pedro Cunha da Silva Pereira. É de salientar que não foi o seu Curriculum Vitae que lhe permitiu a contratação, pois tinha terminado de completar o curso, com uma média simples de 10.

O ministério da Educação contratou duas vezes o mesmo advogado para fazer o mesmo trabalho. No primeiro contrato, o advogado João Pedroso, PS, comprometia-se a fazer um levantamento das leis sobre a Educação e ainda a elaborar um Manual de direito da Educação. O prazo do contrato terminaria até Maio de 2006, mas tal não aconteceu, contudo o advogado recebeu a renumeração. Ainda assim, o ministério da Educação fez novo contrato com João Pedroso, com os mesmos objectivos que o primeiro, só que a renumeração passa de 1500 euros mensais para 20 mil euros mensais.

A Polícia Judiciária enviou ao Ministério Público uma proposta de acusação de corrupção e outras práticas ilícitas ocorridas na antiga administração dos CTT, liderada por Carlos Horta e Costa. Em causa estão os crimes de administração danosa, tráfico de influência, fraude fiscal, branqueamento de capitais e falsificação de documentos. Entre as diversas situações encontra-se a venda de dois imóveis, pertença dos CTT, em Lisboa e em Coimbra. Este último foi vendido por 15 milhões de euros, um valor várias vezes superior ao que valia. Nesse mesmo dia, o edifício acabou por ser revendido por 20 milhões de euros.

O Conselho de Administração do Banco de Portugal, composto por seis membros, que auferem sálarios anuais de 1,596 milhões de euros anuais A este valor médio de 266.000,00 euros por ano, acresce: cartão de crédito para despesas de representação, telemóveis, viagens, carro topo de gama com motorista e segurança privada a tempo integral, etc, etc, …………

Ferreira do Amaral –PSD, foi ministro das Obras Públicas e durante o seu mandato, entregou todas as pontes a jusante de Vila Franca de

O Estado Português gasta 300 milhões de euros por ano, em estudos e pareceres tecnicos a “ entidades privadas “ (escritórios de advogados ).

Como exemplo: Vitor Constâncio- PS Rendimentos em 2006 : 282.191,00 euros

Fonte: Correio da Manhã; TSF; Lusa; Expresso; RCP; www.realidadeoculta.com

E podiam ser muitos, muitos mais… Depois disto ainda há uma solução: votar em Branco!

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Última Fronteira

Amar Portugal. Construir Portugal com futuro. T

odos os democratas portugueses, sendo naturalmente democratas, amam o seu país Portugal e, como disse António Quadros, já sentem saudades do seu futuro. Porque sabem que o futuro de Portugal é o tempo de o seu povo se cumprir na sua alma grandiosa, no seu espírito universal de dádiva, na sua luz de farol de paz e harmonia para a humanidade. Todo o futuro se começou a construir ontem e hoje, pois todo o fruto se colhe muito tempo depois do lançamento das sementes à terra. D. Dinis mandou plantar o pinhal de Leiria para que D. João I e os seus filhos pudessem construir as caravelas que

o Infante D. Henrique lançou pelo mar desconhecido na sua grande empresa dos descobrimentos. D. Dinis criou assim uma empresa que foi a génese da construção de uma empresa maior criada pelo Infante D. Henrique, centenas de anos depois, e que lançou Portugal e os portugueses na realização do maior feito histórico à escala planetária: abriu a Portugal e ao mundo todos os caminhos do planeta Terra; fundou a primeira globalização; tornou conhecido o que era desconhecido; irmanou todos os povos da Terra. Fica visível que D. Dinis tinha saudades do futuro de Portugal. E que tinha a noção clara, até clarividente na sua razão

D. Dinis tinha saudades

do futuro de Portugal. E que tinha a noção clara, até clarividente na sua razão maior, do tempo histórico. Que sabia que o futuro, o amanhã de Portugal, ele o tinha que começar a construir hoje, no seu tempo.

maior, do tempo histórico. Que sabia que o futuro, o amanhã de Portugal, ele o tinha que começar a construir hoje, no seu tempo. E tinha orçamento para isso? A coroa era rica? Podia ao mesmo tempo distribuir pão e ouro aos pobres? Sim, podia. E o fez. E assim cumpriu Portugal no seu tempo. Porque a coroa portuguesa era muito rica em inteligência, em coragem, em determinação construtora. A empresa de D. Dinis foi o ouro com que o Infante D. Henrique construiu a sua grande empresa ao serviço de Portugal e de todos os portugueses. Não houve nenhuma família portuguesa que ficasse de fora da grande obra dos descobrimen-

Eleitos e Eleitores H

á um divórcio total entre os eleitos e os eleitores. Estes após os actos eleitorais nunca mais querem saber se as promessas anunciadas são ou não cumpridas e nem procuram saber porque foram olvidadas. Não são pedidas responsabilidades e talvez por isso seja fácil aos políticos fazerem promessas sabendo, de ante mão, que não são concretizadas e ninguém pergunta porquê. No caso dos deputados, são deputados da Nação, não representam os círculos por onde foram eleitos. Verifica-se ao longo da legislatura que são concordantes com a política do Gover-

no ou com a política partidária mesmo que essa seja contrária aos interesses da região pela qual foram eleitos. São inúmeros os casos que diariamente se constatam na comunicação social, tanto ao nível local como nacional. Para não irmos mais longe basta verificar-se o que se passou, ao nível local, e num passado recente. Quando do problema da Saúde, mais concretamente com o hospital de Macedo, basta ver as posições das diversas forças políticas. Os deputados do P.S. representantes do Distrito e um deles oriundo de Macedo fizeram como Pilatos. Os do P.S.D. pouca força fizeram. Um só quis

N

ão vou falar em intolerância, nem tampouco apelidála por tal substantivo. Não vou recair no lugar-comum da liberdade, constantemente reclamada (parece nem conquistada) desde há trinta e cinco anos. Não vou sequer insultar e/ou nomear figuras, responsáveis pelo atraso e bloqueio, e, oponentes do progresso. Nem vou também falar desse chavão que é o choque geracional, também ele semente e adubo da evolução. Vou só

sem cair, ninguém pode levantar-se e sem provar doce ou amargo, ninguém lhes pode conhecer o sabor.

António Duarte Bento

tos; pois todas tinham um filho seu como marinheiro nas caravelas. E os velhos do Restelo todos atemorizando Portugal e os portugueses anunciando desgraças atrás de desgraças; anunciando a ruína de Portugal se o Infante persistisse em seguir em frente com a sua empresa marítima construtora do futuro de Portugal. Para os velhos do Restelo o Infante D. Henrique «não tinha razão»; «estava desligado do país real»; «estava a levar o país à ruína»... Como todos sabemos, da inteligência, coragem, destemor e persistência do Infante veio Portugal a colher uma imensidão de riqueza. l

n

Começo a convencer me que a maioria dos meus patrícios são masoquistas. Perante isto não há nada a fazer.

“Taquetinho * ou lebas nu fucinho”

n

n

Koky

e apenas dizer que, sem cair, ninguém pode levantar-se e sem provar doce ou amargo, ninguém lhes pode conhecer o sabor. Impedir alguém de provar e conhecer algo novo, pelo receio de perder o seu reinado despótico, é atentar contra a liberdade e proibir a mesma a quem a detém por direito. É tão-somente agir em atitudes de intolerância e fascismo, quando se procura derrotar o outro, impedindo-o sequer de ser. Mas como já disse, não vou falar disso. l

foi ser eleito deputado e apesar de ser do distrito pouco se interessou pela região. Ao contrário deste “divorcio”, tem sido feitas, na Assembleia da República , algumas petições e perguntas feitas pelos deputados do P.C.P. relacionadas com a Região, apesar de o Partido Comunista Português não ter , infelizmente, nenhum deputado eleito pelo Nordeste. Ao nível da Assembleia Municipal os representantes do C.D.S. pouco ou nada se manifestaram. Foi preciso o representante da C.D.U. na Assembleia Municipal, “encostar “ as outras forças políticas, e propor uma manifestação reivindicativa para que alguma coisa

Vieira de Carvalho

acontecesse. Talvez tenha sido pouco mas a manifestação no dia 25 de Abril de 2006 marcou a vontade popular e provou quem está com o Povo ou quem se serve dele. Mas, na sua “ santa ignorância “, o Povo continua com a sua mente infestada de “ fantasmas “ e nas próximas eleições legislativas vai voltar a cometer os mesmos erros, e admirar-se, meses mais tarde, que nada mudou. Começo a convencer me que a maioria dos meus patrícios são masoquistas. Perante isto não há nada a fazer. Como alguém disse: “ Cada País tem a televisão que merece “. l

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Milhões de minas

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Há cerca de 10 milhões de minas enterradas no deserto, numa área de milhares de quilómetros quadrados, cujo principal alvo, agora, são populações civis nómadas. As equipas de desminagem conseguem “limpar” 50 m2 por dia.

Sahara: o deserto de minas terrestres

O

Sahara Ocidental é um dos dez territórios mais minados do mundo. O conflito entre Marrocos e a Frente Polisário deixou este território fortemente contaminado com milhares de minas antipessoais terrestres e restos de outros engenhos explosivos. A maioria destes engenhos foi semeada por Marrocos, aquando da construção de um muro defensivo de 2500 quilómetros - actualmente conhecido como a Berma - que divide o Sahara Ocidental em duas partes. No lado oeste, que inclui a parte costeira e os campos de exploração de fosfato, fica o território dominado por Marrocos. No leste, ficam o Sahara profundo, controlado pela Frente Polisário, onde vivem os refugiados e os guerrilheiros. Esta fortificação de areia foi ao longo dos últimos 20 anos reforçada por minas terrestres, criando uma barreira que constitui hoje em dia o maior campo de minas existente em todo o mundo. As Nações Unidas registaram neste território 35 tipos de minas antipessoal e 21 tipos de minas antitanque, todas elas produzidas em doze países diferentes, entre eles a Itália, Espanha, Rússia e Israel. De acordo com os dados obtidos, as minas existentes na região oscilam entre os 200 mil e os 10 milhões, sendo a maioria feitas de ferro ou de plástico, o que dificulta em muito a sua detecção. Ahmed Mohamed Sidi Aly, responsável pelo trabalho da Landmine Action, a única organização não-governamental (ONG) especializada em minas terrestres no Sahara Ocidental, afirma que o cenário de localização e limpeza destes engenhos é uma tarefa lenta e extremamente difícil, devido à extensa área e aos poucos recursos que têm disponíveis. A organização, que iniciou o trabalho nos territórios sobre o controlo

da Frente Polisário à cerca de 5 anos atrás, conta apenas com 10 elementos especializados no processo de desminagem. Um número totalmente insignificante, pelo facto da área afectada corresponder a cerca de 120 mil quilómetros quadrados, com 20 campos de minas. “Durante um dia de trabalho conseguimos garantir a monitorização de cerca de 50 metros quadrados”, explica Sidi Aly. “Como vê é um processo muito lento, especialmente quando temos unicamente duas equipas de cinco elementos cada no terreno”, acrescenta. O processo para além de lento é arriscado, e em muito dificultado pelo facto das autoridades marroquinas recusarem em divulgar o mapa com a localização exacta dos engenhos explosivos. O facto de a grande maioria das vítimas de rebentamentos de minas serem os refugiados e os nómadas Saharaui, faz com que a Frente Polisário colabore abertamente com a Landmine Action, e revele o local exacto onde as minas foram plantadas pelos guerrilheiros durante o conflito armado. No entanto o número de engenhos usados pelos guerrilheiros é totalmente insignificante quando comparado com os plantados pelas tropas marroquinas. “É sem dúvida positivo ter o apoio da Frente Polisario”, afirma o coordenador de operações no terreno, Karl Greenwood, acrescentando que “eles (a Frente Polisário) tem sempre demonstrado vontade em ajudar-nos a localizar as minas, mas a participação vai muito mais longe”. “É de lamentar que Marrocos nada faça para nos ajudar. Aliás, muito pelo contrário, Marrocos mantém um secretismo sobre a localização das minas, e no entanto são eles os responsáveis por mais de 95% dos engenhos existentes em todo o território do Sahara Ocidental”, explica. l

Mundo

Texto e fotografia de Paulo Nunes dos Santos

Legenda Em Cima Uma equipa de desminagem da Organização Não-governamental Landmine Action, na província de Tifariti, no território liberado do Sahara Ocidental. Em Baixo, da esquerda para a direita Um veterano da guerrilha da Frente Polisário e vítima de uma mina antipessoal junto ao campo de refugiados de Rabouni. Ao fundo, a sua mulher, numa cadeira de rodas, também ela vitima do mesmo acidente. Um sinal de alerta para o perigo de explosão de minas antipessoais, província de Tifarit. Uma maquete da constituição do muro de 2500 quilómetros, construído por Marrocos, que divide o território do Sahara Ocidental de norte a Sul, em exposição no museu da guerra perto do campo de refugiados de Rabouni. Um corredor com cerca de 7 milhões de minas antipessoais foi plantado pelas forças militares marroquinas como forma de protecção do muro.

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A bandeira verde vai ser hasteadas nos jardins-de-infância de Bagueixe, Castelãos, Morais, Travanca, Vale da Porca, n.º 1 e n.º 2 de Macedo de Cavaleiros, na Escola Básica 1 n.º 1 de Macedo de Cavaleiros, na Escola Básica 1 de Morais e na Escola EB 2,3/S de Macedo de Cavaleiros. Um numero de eco escolas que tem vindo a crescer e faz de Macedo o concelho mais “Eco” do distrito.

Jovens vão poder ficar em regime de internato

Macedo

CERCIMAC vai ter Lar

Maquete obra trará emprego e serviço social

O

novo lar residencial da CERCIMAC (Cooperativa de Educação e Reabilitação dos Cidadãos Inadaptados de Macedo de Cavaleiros) e o CAO (Centro de Actividades Ocupacionais) vai ficar localizado junto ao novo pólo escolar num terreno cedido pela Câmara Municipal de Macedo. Actualmente a CERCI de Macedo acompanha 20 jovens, mas ficará com capacidade para acolher 54: 30 no CAO e 24 em internato, no lar residencial. A nível da região foram 3 as estruturas que viram ser aprovadas as suas candidaturas ao POPH (Programa

Operacional do Potencial Humano), estando a CERCI de Macedo incluída neste bolo. Luís Garcia, presidente da instituição, não escondia a alegria, aquando do conhecimento da notícia, mostrando que esta era a “concretização de um sonho”. Três anos depois de terem sido iniciadas funções enquanto cooperativa, este é mais um objectivo concretizado. Apesar de acarinhadas, as actuais instalações têm algumas lacunas, tais como o facto dos utentes “terem de se deslocar pela rua para o refeitório”. Como esta foi uma das melhores notícias que a CERCIMAC poderia ter recebido,

Luísa Garcia promete novidades para o novo espaço. A dirigente pretende que a instituição esteja sempre em crescimento e, por isso “o facto de ter novas instalações implica ter novas coisas”. Vão surgir mais oficinas, e provavelmente mais uma empresa de inserção social, a juntar à já existente CERCIVerde, que desenvolve trabalhos de jardinagem. Agora, os próximos passos a seguir são: concluir a segunda fase do projecto, que ainda deve ser aprovado e realizar a abertura do concurso público. Uma vez entregue ao empreiteiro, este terá um ano e meio para entregar a chave.

Manuela Cunha, da CDU, elogia trabalho realizado na CERCIMAC A deputada do Partido Ecologista “Os Verdes”, candidata pela CDU pelo círculo de Bragança, esteve reunida com a direcção da CERCI de Macedo e ficou surpreendida pelo trabalho desenvolvido por uma equipa, que apelidou de “jovem, dinâmica e voltada para a comunidade”. Manuela Cunha constatou ainda haver uma “grande força e vivacidade, para actuar em prol dos outros, com um projecto com pernas para andar e sólido”. A líder comunista considera que

a área da deficiência é uma lacuna a colmatar no distrito de Bragança, à semelhança do resto do país e teve tempo para demonstrar que, apesar de ser uma pessoa “pela inclusão de pessoas deficientes na comunidade escolar”, não concordava com este método forçado que o governo está “ a tentar implementar”. Manuela Cunha diz que “há casos e casos e há casos muito difíceis de integrar. Por exemplo, há jovens que até muito tarde usam fraldas. Há deficiências de diversos graus”. E é para exemplos destes que existem Cerci como as de Macedo de Cavaleiros. n

Miguel Midões

Notícias | Cipreste |15 de Setembro 2009 |

Encontro organizado pela Rádio Onda Livre

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Em Peredo. Assaltantes serão reincidentes

Ainda há pastores no Nordeste Transmontano

Mulher assaltada e espancada violentamente

T

Orgulho há quem não troque a pastoricia por qualquer outra profissão

A

ntónio Cordeiro reformouse da Guarda-fiscal há nove anos e desde então que se dedica à pastorícia. É mais um que luta todos os dias para que este ofício, que muitos até já apelidam de “arte” pela sua, cada vez maior, raridade. É de Mogadouro, mas juntou-se no Santo Ambrósio, em Macedo de Cavaleiros, a mais uma dúzia de colegas que, através da rádio local, marcaram ponto de encontro neste santuário para confraternizar e mostrar que afinal “os pastores ainda estão vivos”. Considera que levantar-se da cama às cinco da manhã e levar as cerca de 70 ovelhas que tem a pastar é pura “diversão”. Assiduamente que o faz há nove anos, mas já antes, pelo menos uma vez por semana, que passeava o seu rebanho e descontraía do seu dia-a-dia de Guarda Fiscal. Depois da reforma, pensou que a única ocupação possível na sua aldeia seria “passar o dia inteiro no café, ao balcão e a beber”. Sendo a pastorícia uma segunda opção, foi

a sua grande preferência. Conhece bem todos os montes do distrito de Bragança e chega a fazer quilómetros com as suas “meninas”, faça chuva ou faça sol. O horário de trabalho molda-se à época do ano. Bem mais curto no Inverno, com o recolher por volta das seis da tarde e bem mais comprido no verão, com os dias a terminar bem perto das dez da noite. Uma profissão saudável, que até já o fez “deixar de fumar”. “Levantar-me às cinco e meia, seis, todos os dias, não tanto no Inverno, comemos alguma coisa e vamos à vida!”, atalha. As cabeças já chegaram às 130, mas hoje não são mais que sete dezenas, governadas por duas “belas cadelinhas”. Era necessário realizar um convívio entre todos e muitos compareceram ao chamamento. “Nós somos muitos aqui no Nordeste”. António Carneiro não concorda que os pastores sejam uma profissão em vias de extinção, “o que não são é bem remunerados”. O pastor queixa-se da pouca saída que tem a criação

e dos baixos preços da carne. “Se houvesse saída era uma mina”. Também há nove anos pastor é Manuel, de Alfândega da Fé, mas actualmente a trabalhar em Travanca (Macedo de Cavaleiros). “Temos de nos sujeitar a isto”, sublinha. Levanta-se às quatro e meia e fica até às nove da noite com as ovelhas no monte. “Mas, a cria já não dá nada, antigamente era melhor, eu tinha umas poucas e tive que as vender”. Afirma que a pastorícia, neste momento, só dá despesas. Filho de pai pastor, hoje com um filho pequeno, o Daniel, garante que é difícil passar a arte. “Ele não quer, morrendo estes antigos perdese tudo”, diz com tristeza. Ao longo do dia, o rádio é a única companhia. “Para uma pessoa não se aborrecer”. Um convívio de pastores, no passado fim-de-semana, no Santo Ambrósio, em Vale da Porca, entre aqueles para quem uma profissão ainda conta mais que uma carteira recheada de euros ao final do mês. n

Miguel Midões

“Adoro a vida dedicada à pastorícia” Conhecido como “Toninho pastor”, veio de Roios, em Vila Flor, para o convívio no Santo Ambrósio. Uma profissão que lhe ocupa grande parte das horas do seu dia, um ritual que cumpre há 24 anos. Mais um que começa o dia, muitas vezes ainda sem ter cantado o galo, bem cedo, para ordenhar as ovelhas. Nunca vai para o mesmo local dois dias seguidos. “Depois de um dia a tratar da comidinha delas”, regressa a casa e volta a ordenhar. Agora sim, tem tempo para si. Sai até ao café para ver os amigos e colocar a conversa em dia, porque por lá por muito que converse, apenas ele se ouve a si próprio. As diferenças são imensas, “a vida da pastorícia antigamente era muito melhor”. Hoje, considera que são colocados muitos entraves. “Noutros tempos ainda colhíamos o leite e fazíamos uns queijitos para vendermos na feira, mas agora não podemos fazer nada disso, porque se nos denunciam estamos tramados”. Há 16 anos que tanto a carne como o leite está ao mesmo preço, o que complica muito a profissão. Hoje tem 108 ovelhas e para além delas, só mesmo também o rádio é a sua companhia. O filho de 18 anos também não quer nada da pastorícia. “Os velhos estão-se a acabar e os novos não querem esta vida, porque eles querem é emprego, não querem trabalho”, garante. Razão pela qual, diz, já não se vêem tantos rebanhos pelo monte. Mas, no seio deste conjunto de factores que dificultam a profissão, estão também as queixas ao Estado, “não nos apoiam”. Há uma “enorme falta de apoio”. Toninho Pastor diz que pode ficar sem uma refeição, mas nunca os seus animais. “Pode chegar a hora de sair com elas, se eu não tiver comido fico sem comer”, sublinha. Mesmo em dia de convívio, “quando chegar a horinha eu vou botá-las a comer”.

udo indicava que seria uma manhã normal de 18 de Agosto, na propriedade de José Rodrigues, em Peredo, Macedo de Cavaleiros. Por volta das sete da manhã, como já é hábito, o macedense saiu em direcção à Feira de Mogadouro, onde vende habitualmente. Mal sabia que nas suas costas, dois indivíduos planeavam um assalto à sua propriedade, que acabaria no espancamento da sua mulher. Com 64 anos, andava na horta, quando foi surpreendida por dois indivíduos, que “atacaram-na por trás e nunca a deixaram olhar para eles”, refere José com tristeza no rosto. Os indivíduos que, depois de espancarem a sexagenária, roubaram cerca de 3500 euros, entre o dinheiro que estava guardado, o valor que a vítima tinha consigo na carteira e ainda os brincos em ouro que lhe foram arrancados à força, já deviam ter o esquema preparado há muito, segundo o marido. “Estes gajos já me andavam a rodear por ali há muito tempo”, afirma José, acrescentando que já há cerca “de três meses alguém o tinha tentado assaltar, mas sem grande sucesso. “Aqui há uns tempos até fui à guarda, porque me roubaram a pasta dos documentos. Deixei o carro numa zona de castanheiros e fui para baixo, quando vim para cima já me tinham roubado a pasta dos documentos”. Mais não roubaram porque também não havia, e a dita pasta com os documentos nunca chegou a aparecer. Contudo, as pegadas no caminho e as marcas dos pneus de um carro deixadas a um quilómetro da propriedade coincidem, na opinião de José Rodrigues, com as mesmas deixadas neste recente assalto. “Deixaram o carro no cruzamento da Camba, perto da barragem e andaram quase 1km para fazer o assalto. Dei conta das sapatilhas para lá e para cá e vi onde viraram o carro e arrancaram. Ontem foi a mesma coisa e deixaram o carro no mesmo lugar.”, razões que o levem a pensar tratar-se dos mesmos criminosos.

Vítima deu entrada na urgência de Macedo Devidos aos maus tratos e depois de ter contactado a filha, a quem primeiramente pediu socorro, a mulher foi assistida no SUB (Serviço de Urgência Básica) do Hospital de Macedo de Cavaleiros. Bastante magoada física e psicologicamente, uma vez que lhe “deram um ensaio no caminho quando ela bateu com a cabeça, ficando logo com um hematoma e com sangue”. Brutalidade à qual, já em casa, se seguiram mais: “arrancaram-lhe os brincos e pisaram-na, torceram-lhe o pescoço, deitaram-na no quarto de bruços e puseram-lhe os pés em cima”. Maldades que ficarão para sempre na cabeça da vítima, que no dia seguinte já não quis dormir no seu quarto, o local das agressões, e mal dormiu devido às dores que lhe causaram os ferimentos. “Não sossegava com dores. Tem o pescoço negro, os olhos negros. Está toda moída. Veio à urgência por volta das oito horas”, narra o marido. No local, a recolher provas, esteve a GNR de Morais e de Bragança, apoiados pelo Núcleo de Investigação Criminal de Bragança. n

Miguel Midões

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Doctor Honoris Causa

Armando Queijo homenageado no Peru A

rmando Queijo, macedense que dirigiu, desde o inicio, o instituto Piaget de Macedo de Cavaleiros, a que actualmente ainda se encontra ligado através do pólo de Mirandela, foi distinguido, no passado dia 29 de Agosto, na cidade de Lima, capital do Perú, pelo “Conselho Ibero Americano em Honra à Qualidade e Excelência Educativa” e pela “Honorable Academia Mundial de Educação”. O título, honorífico, é concedido a uma personalidade que tenha contribuído com os preceitos de uma instituição de ensino, não pertencente a seu quadro funcional. No texto inscrito no diploma que levou o”Conselho IberoAmericano em Honra à Qualidade e Excelência Educativa” e a “Honorable Academia Mundial da Educação” a atribuir o título de “Doctor Honoris Causa” a Armando Martinho Cordeiro Queijo, lê-se: “Em reconhecimento à sua destacada liderança, integridade e gestão exemplar, ao serviço da Educação

Apartir da esquerda: Armando Queijo Ministro da Justiça do Peru, Cardeal do Peru e Bispo de

Lima, Membro de Direcção da Academia Mundial de Educação na América Latina”. Armando Queijo que desenvolve a sua actividade no Cam-

pus Universitário de Mirandela do Instituto Piaget, teve a sua deslocação ao Perú patrocinada pela autarquia de Mirandela. No

Prometido há ano e meio

A

que estão a atrasar a vinda do helicóptero. “Há leis e a necessidade de ser rigoroso que atrasam os processos”. Manuel Pizarro quer que o júri tenha “tranquilidade” para completar o trabalho, mas espera que o façam “o mais rápido possível”. O secretário de Estado não deixou a garantia de qualquer data para que se instale o meio aéreo de socorro em Macedo de Cavaleiros, mas adiantou que pode assegurar que “se mantém o compromisso de o fazer o mais rápido possível”. Recorde-se que anexado ao helicóptero estava ainda a implementação de uma ambulância SIV, com a respectiva equipa, que já está a funcionar, mas sediada no Hospital de Mirandela.

O helicóptero surgiu no protocolo assinado entre o Ministério da Saúde (ainda com Correia de Campos à frente do pelouro) e a Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros, aquando da reorganização da Rede Nacional de Urgências, que levou ao encerramento dos SAP (Serviços de Atendimento Permanente) durante a noite, estando neste momento apenas um médico à chamada no período nocturno. Um serviço que está ameaçado de encerrar quando estiverem concluídas as principais vias rodoviárias para a região, auto-estrada, IC5 e IP2, muito embora os líderes socialistas da região acreditar que tal não virá a acontecer. n

Miguel Midões

Projecto objectivos distrais

Macedo mais intercultural

M

acedo de Cavaleiros vai ficar um concelho mais intercultural e os imigrantes que chegam a estas terras transmontanas vão poder ser melhor acolhidos. Em 2008 foi o Ano Internacional do Diálogo Intercultural e a Câmara Municipal, através do CLAI (Centro Local de Apoio aos Imigrantes), apresentou duas candidaturas ao Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural (ACIDI), que viu agora aprovadas. Umas das candidaturas/projectos, denominado in.te.grar@ agora.mac, visa uma melhor in-

tegração das várias comunidades de imigrantes no concelho macedense, de forma a “reduzir as dificuldades que lhes são colocadas quando se deslocam para uma terra desconhecida”. Sílvia Garcia, vereadora da Educação e Cultura da autarquia de Macedo, adianta que o segundo projecto é de âmbito regional, uma vez que pretende realizar um estudo de diagnóstico e caracterização desta mesma população imigrante. “Vamos tentar ficar com uma ideia da população imigrante no distrito de Bragança”. Um objectivo que apenas será conseguido

Rui Miranda

Lamalonga e Fornos de Ledra

Helicóptero tarda em chegar gora já só em Outubro é que virá o helicóptero para Macedo de Cavaleiros, que estava prometido pelo Ministério da Saúde para o início do ano de 2008. A ministra da pasta da Saúde, Ana Jorge, garantiu há tempos que iria fazer todos os esforços para que o meio estivesse operacional em Julho, mas o prazo passou mais uma vez. Agora, aquando da inauguração da urgência do Hospital de Bragança (do CHNE), o secretário de Estado, Manuel Pizarro, afiançou que espera ainda que “em Setembro seja apresentado o relatório do concurso e que depois se inicie a adjudicação”. O membro do Governo garantiu que são “processos burocráticos intransponíveis”

discurso proferido aquando da laureação, designado por “Oração de Sapiência”,”considerou-a uma das mais belas cidades jar-

dins de Portugal e com grandes potencialidades no campo agroalimentar e turístico, com destaque para alguns dos seus mais famosos produtos: o azeite e a alheira.” O “Conselho IberoAmericano em Honra à Qualidade e Excelência Educativa” e a “Honorable Academia Mundial da Educação”, Organismos Internacionais não governamentais, reconhecidos, entre outras entidades, pela ONU, UNESCO e Governos dos Países Latino Americanos, englobam todos os Países da América Central, Caraíbas, América do Sul, Portugal e Espanha (tendo os Estados Unidos como País observador) e têm como missão fundamental contribuir para o desenvolvimento das Nações que agregam: Investigar, Promover e Incentivar o intercâmbio entre os diferentes sistemas educativos, Reconhecer e Distinguir Personalidades e Entidades que são relevantes na área Educativa de cada País, com vista a atingir uma Educação de Excelência. n

se também houver colaboração das demais câmara municipais da região. Este é mais um passo de Macedo para o melhor acolhimento dos imigrantes, expandindo o trabalho até aqui realizado pelo CLAI, abrangendo áreas como a educação e o mercado de trabalho. Os dois projectos poderiam começar a ter desenvolvimento desde já, mas são precisos técnicos ligados à área, o que adia o início dos trabalhos para meados de Outubro.n

M.M.

Torneiras secas mais uma vez

O

verão rigoroso tornou-se, mais uma vez, prejudicial às aldeias da parte noroeste do concelho de Macedo de Cavaleiros. Lamalonga e Fornos de Ledra viram a água a escassear nas torneias, e mesmo a pouca que corria chegou a ser abastecida por autotanques dos bombeiros. Mas, este ano, a mesma situação chegou a aldeias bem perto da cidade de Macedo, como Azibeiro, Vale Benfeito e Espadanedo. A situação foi justificada por Carlos Barroso. O vereador das Obras Públicas salientou que o aumento da população, nesta altura do ano, especialmente com a vinda dos emigrantes, favorece o aumento do consumo de água, o que leva à sua escassez. “Os consumos aumentam porque a população das aldeias duplica com e, em situações pontuais, é necessário o abastecimento de água”. A juntar a este argumento há ainda a considerar que o Inverno foi bastante seco, o que levou a que algumas localidades do concelho, que ainda são abastecidas por captações locais, começassem a ter problemas com o abastecimento. O problema, segundo o vereador, foi resolvido com o abastecimento através de autotanques dos bombeiros. Carlos Barroso adianta, no entanto, que “não existe uma periodização” na falta de água, e

que os casos são pontuais.

Aldeias de Macedo com apoio de bombeiros de Mirandela Apesar de resolvido o problema com autotanques dos bombeiros, a questão gerou alguma polémica numa das sessões do executivo camarário. Rui Vaz, vereador socialista da oposição, perguntou qual a razão de serem os bombeiros de Mirandela a prestar este apoio à população macedense. “Estranho se torna constatarmos que para ultrapassar o problema seja necessário recorrer a cisternas, mas que tenham que ser os bombeiros de Mirandela a fazê-lo, a abastecer as nossas populações.”, afirma. O vereador foi ainda mais longe e referiu que, no seu ponto de vista, houve falta de coordenação e entendimento entre a autarquia e os Voluntários de Macedo, aumentando também os custos de todo este processo. Beraldino Pinto, o presidente da Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros desvalorizou a situação, referindo que se trata da normal cooperação entre corporações vizinhas. O autarca frisou ainda que, no dado momento, os Bombeiros Voluntários de Macedo de Cavaleiros não tinham qualquer cisterna disponível para realizar este trabalho de abastecimento.n

Miguel Midões

| Cipreste |15 de Setembro 2009 |

arquivo cipreste

Feira das cebolas

Dia 10 cumpriu-se, mais uma vez, a Feira das Cebolas de Chacim. O ano veio fraco de água e parco de cebolas. Mesmo assim, transaccionaram-se cerca de 20 toneladas. Os preços que mais se ouviram foram 2.50 € e 3.00 € por cabo. A grande maioria estava vendida a meio da manhã.

Economia

Opinião

Aqui jaz, uma boa empresa

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que leva uma empresa a iniciar uma determinada actividade? Um desejo intenso de uma pessoa? A reunião de dois, três ou quatro amigos idealistas, empreendedores ou não, decididos a colocar ideias e criatividade em prática e assim resolvem iniciar a caminhada pelo “mundo empresarial”. Nos sonhos, no plano de negócios, os novos empresários acreditam não só na recuperação do capital investido em dois a três anos, ou menos, mas igualmente em “ganhar algum dinheiro”, e vislumbram um panorama optimista para os próximos 10 ou 15 anos, algo como tornarse uma empresa regional, nacional ou até vender “para fora” ou, então, a chegada de algum investidor nacional ou estrangeiro alinhado com os objectivos que deram vida àquela organização. Na prática, a realidade é outra. É claro que o esforço, a tenacidade e, principalmente, a paixão marcam o início de toda a organização ganhadora. Entretanto, o tempo de vida dela será determinado por factores como visão, missão, valores e, de forma pragmática, a sua gestão. Se estes quatro elementos estiverem (e se mantiverem) alinhados ao longo do tempo com a ideia central, esta organização estará apta a fazer parte do reduzido e cada vez menor rol das “empresas centenárias.” Os últimos sobressaltos do mercado, caracterizados como crise, mostraram o verdadeiro papel da gestão empresarial para a sobrevivência das empresas. E quando falo em “gestão”, quero dizer a combinação prática do binómio TI – Tecnologias de Informação e Pessoas. A organização só é sustentável a partir do momento em que consegue conciliar estes dois termos. Agora, já estou a sentir os mais apressados e incautos inquietos e ávidos a perguntar “mas o foco no cliente não é a razão de tudo?” Também sou partidário desta tese! Porém, se a gerência for ineficiente, a orientação para o cliente fica completamente à deriva. Metodologias mais ou menos conhecidas como o BSC (Balanced Scorecard), BPM (Modelagem de Processos de Negócios, na tradução da sigla, para português), Lean (sistema precursor do Toyotismo) e Seis Sigma são

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fundamentais para que as empresas possam conduzir pessoas e tecnologias de uma forma harmónica, com produtos e serviços orientados inteiramente para o cliente, afinal é ele (o cliente) quem decide se a empresa deve ou não continuar a existir (em Portugal, nem sempre). Porém, as metodologias não são mais que as ferramentas certas para a manutenção da empresa, em termos operacionais, mas

o tempo de vida dela [Empresa] será determinado por factores como visão, missão, valores e, de forma pragmática, a sua gestão. Se estes quatro elementos estiverem (e se mantiverem) alinhados ao longo do tempo com a ideia central, esta organização estará apta a fazer parte do reduzido e cada vez menor rol das “empresas centenárias “. para indicar o caminho/rumo, para poder continuar a sair-se bem no futuro, o empresário ou executivo torna-se essencial que reúna as características de líder e de gestor ao mesmo tempo. Afinal, à excepção de motivos porventura não éticos, as organizações tendem a caminhar para um estado terminal quando os seus dirigentes se afastam cada vez mais da figura e do comportamento do líder/gestor. As ambições do empresário podem ser sempre legítimas e, em princípio, são-no: uma em-

Consultório de Fundos Comunitários

n

Choupina Pires

presa sustentável e lucrativa é, sem dúvida uma riqueza para o país e uma fonte de bem-estar para muitas famílias. Simplesmente, a sua unidade habitualmente é fraca, e tantas vezes a vemos quebrar-se, inclusive nas empresas mais promissoras. O ideal seria que os empregados sentissem que a primeira e maior ambição dos chefes eram eles mesmos e os seus lares. Quando os subordinados se revêem no patrão, sentindo-se realmente representados por ele, este não precisa de especiais qualidades de chefia, porque a sua autoridade é natural e indiscutível: a autoridade de quem os serve lealmente. Não se trata de paternalismo, nem de uma simples união de interesses diversos, mas do mesmo interesse, comum a uns e outros, e assumido por todos. Segundo a literatura especializada, uma das características mais marcantes dos executivos/ gerentes das “empresas moribundas” é a soberba. Em geral, a gerência destas empresas demonstra um sentimento de altivez originado pelo sucesso de outrora e isso acaba por corroer os ambientes interno e externo. Os executivos com pouca ou falsa modéstia ignoram os preceitos da boa gestão e buscam o crescimento de forma por vezes míope e indisciplinada, ignorando os riscos decorrentes do desvio da linha central e orientadora e, quando os primeiros indicadores negativos começam a surgir, existe a tentação de colocar a culpa no mercado, na concorrência, na crise e até no azar. Muitas empresas, nesta fase ainda acreditam que com uma fusão estratégica ou a contratação de novos gestores poderá inverter a queda. Evidentemente, e se ainda houver alguma folga financeira, essas acções podem ter algum efeito. Mas, na maioria das vezes, é tarde demais. Quando o distanciamento entre liderança e gestão é muito grande, pouco pode ser feito no curto prazo. Não é possível uma empresa ter sucesso sem que haja uma disciplina no cumprimento das regras do negócio, inclusive num fluxo de caixa sólido, e, por que não dizer, muita alegria de trabalhar nessa empresa. Essas duas vertentes são as molas propulsoras para garantir a sustentabilidade e a vivência das organizações. l

Linha de crédito PME investe IV/QREN - micro e pequenas empresas Sou gerente de uma pequena fábrica situada no distrito de Bragança, que emprega 20 trabalhadores. Neste momento, a empresa debate-se com graves dificuldades financeiras, originadas pela falta de encomendas, dificuldade nas cobranças e escasso apoio bancário. Se não formos apoiados, seremos obrigados a encerrar após as férias. Como poderemos resolver o problema? RESPOSTA Precisamente para tentar minorar os problemas criados às empresas pela bancos e seguradoras, por sua vez altamente afectados pela crise financeira internacional, o Governo, a banca e as autoridades de gestão do QREN, têm lançado linhas de crédito bonificadas (em que a taxa de juro é suportada pelos fundos QREN), sendo a última denominada PME INVESTE IV/QREN e que poderá resolver alguns dos problemas que menciona. De seguida, iremos descrever a Linha de Crédito PME INVESTE IV/QREN – Linha Específica Micro e Pequenas Empresas, que se pode aplicar ao vosso caso: 1. Montante global: até 200 milhões de euros. 2. Empresas beneficiárias: micro e pequenas empresas com volume de negócios inferior a 10 milhões de euros, que desenvolvam actividade enquadrada na lista de CAE`s elegíveis e que: a) tenham uma situação líquida positiva no último exercício e resultados líquidos positivos em dois dos últimos quatro exercícios e b) assumam o compromisso de manter o volume de emprego observado à data da contratação do empréstimo durante a vigência do contrato de financiamento. 3. Outras condições: a) sem incidentes não justificados na banca; b) situação regularizada junto da Segurança Social e Administração Fiscal; c) sem dívidas perante o IAPMEI, a PME Investimentos, o Finova e as SGM; d) não se encontrar em situação de dificuldade, caracterizada nos seguintes termos: possuir capitais próprios inferiores a metade do capital social e ter perdido mais de ¼ do capital social nos últimos 12 meses (aplicável para empresas que tenham iniciado actividade há mais de 3 anos); reunir as condições para ser objecto de um processo de falência ou de insolvência. 4. Operações elegíveis: financiamento destinado ao reforço dos capitais permanentes, a ser aplicado em investimento em activos fixos ou fundo de maneio. 5. Operações não elegíveis: a) aquisição de activos financeiros, terrenos, imóveis ou viaturas e bens em estado de uso; b) reestruturação financeira e/ou consolidação de crédito vivo; c) operações destinadas a substituir de forma directa ou indirecta financiamentos anteriormente acordados com o banco; d) operações financeiras que se destinem a actividades relacionadas com a exportação para países terceiros e estados-membros, nomeadamente a criação e funcionamento de redes de distribuição. 6. Montante de financiamento: até 25.000€ no caso de micro-empresas e até 50.000€ no caso de pequenas empresas. 7. Prazo de financiamento: até 3 anos, com um período de carência até 12 meses. 8. Taxa de juro a cargo da empresa: euribor a 3 meses + 0,25%. 9. Garantias: garantia mútua até 75% do capital em dívida em cada momento. Praticamente toda a banca aderiu à PME INVESTE IV/QREN, pelo que deve contactar rapidamente o seu banco.

20 | 15 de Setembro 2009 | Cipreste |

Centro Cultural

Dia 19, reabre a actividade cultural no Centro Cultural com a inauguração da exposição colectiva de escultura de Eva Alves, Inês Marcelo Curto e Mariana Gillot, três jovens artistas plásticas, seguida da peça de teatro “Rapariga(s)!”, com os actores Ana Brandão, André Nunes, Jéssica Athayde, Marta Melro e Núria Madruga

Festival Internacional de Música Tradicional

Cultura

Animação, cor e alegria em dois dias de festival

Mundo Peruanos mostraram o seu folclore aos macedenses

V

ários grupos nacionais e internacionais, bem como do concelho de Macedo de Cavaleiros desfilaram pelas ruas de Macedo, no primeiro fim-de-semana de Setembro, em mais um Festival Internacional de Música Tradicional. Nesta décima edição participaram grupos conhecidos deste tipo de musicalidade e no palco da Praça das Eiras, que encheu os dois dias, em pleno centro de Macedo, passaram nomes como: Grupo da Casa do Povo de Macedo, Edu Miranda Trio, Dazkarieh, Cantarolar, Magali Trio e Zambaruja. Esta décima edição foi especial, segundo Sílvia Garcia, vereadora da educação e cultura, não só porque

foi a número dez, mas também porque a qualidade do evento subiu, bem como dos próprios grupos do concelho que nela participaram. Na animação de rua estiveram grupos como: Banda de Latos de Bagueixe, Caretos de Podence, Bombos de Ala, Fanfarra de Vale da Porca, Rancho Folclórico local, Grupo Mira Bornes e ainda o grupo Toca a Bombar, de Arcas, bem como os Pauliteiros de Salselas, destaque para os peruanos “Sikuris Katari” que o Cipreste foi conhecer.

Explique-me, quem são os “Sikuris Katari”? Somos um grupo de peruanos, emigrantes em Madrid, Espanha e somos verdadei-

ros filhos de um Perú de Andinos, de gente que vive a três, quatro mil metros do nível do mar, com uma cultura que não está morta mundialmente. Acima de tudo, depois de várias participações nossas no mundo ocidental e também na América do Norte, principalmente nos Estados Unidos e ainda graças aos meios de comunicação, a nossa cultura permanece. Tratamos de difundir e de reivindicar a nossa cultura com estas participações. Quantos são vocês? Somos cerca de 30 artistas, entre músicos, que fazemos “Sikuris”, um género musical próprio da nossa região no Perú, da zona sul dos Andes e ainda também com

influências da Bolívia, e dançarinos. Mas, somos muitos mais em Madrid, associados em diferentes grupos.

Esta é uma forma de ver o mundo andino e de a trazer até à Europa

Os fatos representam alguma coisa? Sim, as cores do traje, representam a identidade de uma Pátria que é o Perú: o vermelho e o branco. O Vermelho do sangue derramado pela necessidade de construção de uma Pátria e o branco da necessidade da paz. E é o mimetismo com a natureza porque estas são também as cores da plumagem de uma ave característica do arquipélago, que é a pariguana. Esta é uma forma de ver o mundo andino e de a trazer até à Europa. n

Miguel Midões

Cultura | Cipreste |15 de Setembro 2009 |

Mais 22 músicas

Hinos do concelho compilados em CD N

o dia 22 de Agosto, a Praça das Eiras ouviu cantar a história do concelho de Macedo de Cavaleiros, nos hinos das suas 38 freguesias. Às 16 que já haviam apresentado as suas canções no ano passado, juntaram-se agora as restantes 22. Esta é a segunda fase de um projecto que teve início há sete anos, e que pretende preservar o património imaterial do concelho de Macedo, “uma herança cultural, que deve ser transmitida às gerações vindouras”, este é pelo menos o objectivo de Sílvia Garcia, vereadora do pelouro responsável pela iniciativa. “Consideramos que os hinos acabam por contar um pouco das tradições e costumes das aldeias são peças importantíssimas no nosso património cultural e isso é uma forma de as preservarmos”, acrescenta. Para acompanhar o espectáculo de apresentação, todas as 22 músicas estão reunidas

Vale Prados já tem hino gravado num CD, uma vez que as outras 16 também já estavam, acompanhados por uma revista onde tem a letra dos 38 hinos e um pouco da história de cada freguesia, bem como a referência às pessoas que lhe deram voz. Segundo a vereadora, em alguns casos, foi como construir uma autêntica “manta de

retalhos”, porque ou já não se sabia a letra por completo, ou faltava quem ainda com vida se lembrasse da cantilena. “Em muitos casos, o hino tinha-se perdido completamente”, o que levou a um trabalho de campo redobrado, elaborado com a ajuda do fadista macedense Carlos Baptista. n

M.M

Noites do Prado

Animação no Prado de Cavaleiros

I

niciada com o encerramento da mostra de cinema documental promovida pela associação Potrica, o Prado de Cavaleiros viu as noites animadas em mais duas ocasiões, que contaram com o envolvimento da Santa Casa da Misericórdia de Macedo de Cavaleiros.

“Muito Riso, Muito Siso” foi um espectáculo da autoria de Luís Fernandes, que interpretou textos humorísticos de autores como: Mia Couto, António Lobo Antunes e ainda …da Internet, comprovando a capacidade de muitos textos lusófonos em dizer grandes coisas, nem sempre com as palavras mais sé-

rias e formais. O ultimo espectáculo foi uma sessão de fados que contou coma voz de Sara Vidal, vocalista dos Luar na Lubre, uma banda de folk galego actual, acompanhada à viola por Manuel e na guitarra Bernardino e com duas Ana Rita e D. Teresa, todos estes macedenses. n

Reguila

AJAM com nova sede “R

eguila”, assim se chama o novo espaço da AJAM (Associação dos Jovens Artistas Macedenses), destinados aos mais novos macedenses amantes do teatro e da animação. A inauguração contou com a presença do presidente da Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros, Beraldino Pinto, e ainda com Sílvia Garcia, vereadora da Cultura e António Pinto, director do Centro Cultural de Macedo de Cavaleiros, o principal palco da cidade, bem conhecido pelos elementos da AJAM, que quase sempre estreiam lá os seus trabalhos. Contudo, agora o cenário poderá ser diferente, a AJAM tem um espaço mais intimista e isso poderá levar a uma pequena mudança no cariz dos espectáculos. Depois de saltarem por vários locais emprestados, como

o salão da Junta de Freguesia, ou até uma sala do Instituto Piaget, os artistas macedenses reúnem-se agora num espaço próprio, junto ao Estádio Municipal de Macedo. O espaço chama-se “Reguila” pela quantidade de elementos jovens, que garantem o futuro da associação. “São eles o garante da associação, porque entram muito novos e depois contamos que gostem e que ao longo dos anos estejam connosco”, sublinha Casimiro Vilarinho, presidente do Grupo. O novo espaço foi cedido pela Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros, mas contou ainda com o apoio do IPJ (Instituto Português da Juventude), e consiste num novo palco, adaptado a todos os tipos de trabalhos artísticos, e um espaço amplo que poderá servir de atelier, ao qual foi ainda acrescentado um espaço de regi, que

permite fazer jogos de luz e de som. No espaço amplo cedido pela Câmara Municipal de Macedo, nas antigas instalações do Clube Atlético, surgiu um palco, um atelier de trabalho e uma régie, e ainda uma nova cara, bem mais colorida. A partir de agora a AJAM quer criar um dia destinado a uma criança em especial, que acontecerá mediante sorteio. Depois disso é essa criança que decidirá que espectáculo realizar, e que pessoas quer ter presentes como público. Para o dia da inauguração oficial das instalações, que a AJAM já ocupa há mais de um ano, foram convidados pais e amigos dos elementos do grupo, tendo os mais novos preparado um espectáculo de abertura, baseado em luzes e sombras. n

Miguel Midões

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22 | 15 de Setembro 2009 | Cipreste | Cultura

Linha Aérea do Pódio

“Enfarda vais” de Verão E

stamos metidos numa crise económica que a indústria musical atravessa há já mais tempo. A utilização em massa da Internet como meio de partilha de ficheiros, e também de gostos porque não dizê-lo, veio abrandar a pontos quase de estagnação a progressiva escalada multimilionária da indústria do entretenimento musical. Já não é de hoje mas tarda em arranjar soluções; um consenso geral para novas formas de expansão ao público, a reorganizar-se, a reduzir a tabela de preçário; preferindo manter um estado de guerrilha perante os mais famosos alojamentos online de conteúdos musicais para partilha do que resolver definitivamente o problema. Se por um lado e ao contrário do que se poderia esperar tendo em conta a crise geral, os preços de bilhetes para concertos não baixaram, como que numa “vendetta” pela quebra de vendas os cachets, por outro existe espaço para uma suspeição fundamentada: na ausência de sucesso comercial de bandas de menor aceitação à primeira audição, mas em que os seus patrões e alguma crítica depositem esperanças, haverá uma redução substancial de valores que as tornem alvos apetecíveis para integrarem as listas de festivais? Isso explicaria com certeza

alguns dos nomes enfaixados na listagem dos mesmos. Se a suspeição aqui levantada não explica completamente a chamada de certas bandas aos festivais, estamos perante um enorme buraco negro na caracterização de cada festival em que são sugadas aleatoriamente várias bandas antigas e recentes dos diversos quadrantes musicais sem que haja uma política concreta de captação das mesmas. Esta falta de caracterização faz com que os festivais de verão se recorram de outros trunfos que não só a música para atrair lá as pessoas e esperar que um ou dois nomes bons chamem a multidão que uma vez lá estando come e cala aquilo que se lhe puser no prato. “Oeiras Alive” dedica um dia ao “peso”, outro ao “dollar”, outro ao “dinar”, dedicando pelo meio e nos três dias um palco secundário ao “euro”, este de qualidade e interesse consideráveis, mas de horários de visita condicionados e sem bilhete de entrada próprio. O “Super Rock” foi um super flop como não há memória, pois na edição nortenha gastou-se todo o dinheiro para trazer uma banda que acabou por não vir, tendo como segunda banda uma que já deu mais concertos em Portugal que a saudosa Amália, inclusive gratuitos, e que está longe de encher o palco de um estádio, e em Lis-

boa colocou a estreia de uma boa banda comercial ao lado de duas neo divas do pop rock comerciais que decorrida tanta exposição mediática sobre si devem ter vindo em pacote leve 2 pague 1 do supermercado mais próximo. O Paredes de Coura, estranhamente perdeu o patrocinador principal, um handicap crucial para os fundos de maneio de contratações, conseguindo apesar de tudo um cartaz razoável, no entanto mais fraco que em edições anteriores. O Sudoeste resolveu ajudar ao enriquecimento de uma banda norte-americana que se reuniu precisamente para encaixar uns “trocos” de tal maneira que ficaram com um dos cartazes de recurso mais inventivamente absurdos que há memória, chamando ao palco principal bandas sul americanas, portuguesas e espanholas, para gáudio da pouco exigente geração morangos com açúcar, tendo ainda protagonizado o episódio da recusa de um músico de continuar o concerto depois de se aperceber ao fim de uma música que as condições para o concretizar eram nulas: “isto é uma pouca-vergonha” nas palavras do próprio. Não é só a heterogeneidade dúbia de qualidade com que os cartazes dos festivais portugueses têm sido feitos, mas também

Pequeno-almoço, a regra sem excepção Dá incontestavelmente saúde e faz crescer, mas não menos importante, o pequeno-almoço é imprescindível para um bom rendimento escolar e desempenho nas actividades físicas. Após oito a dez horas de sono, período recomendado para crianças em idade escolar e adolescentes, é fundamental fornecer ao organismo os nutrientes e energia necessários para as mais diversas actividades. Essencial em todas as faixas etárias, convém ter em atenção que nos mais novos e naqueles que agora (re)iniciam as aulas a privação desta refeição reflecte-se sobremaneira no sucesso escolar, uma vez que diminui a concentração e atenção, podendo ainda provocar atrasos cognitivos e desinteresse.

abc

Urge uma especialização nos festivais em favor da qualidade. Há mercado para haver festivais de música étnica, electrónica, heavy metal, alternativa, folk, erudita, jazz, etc, como já se comprovou pelo sucesso e crescimento de alguns festivais especializados em Portugal.

a execução dos mesmos no sentido de organização, planificação e condições gerais para público e as próprias bandas. Estamos a falar de festivais que acontecem, o mais recente há pelo menos doze anos, e parece que se desaprende ano após ano e se pretende concretizar em cima do joelho os fetiches organizacionais de quem se acha no direito de experimentar formatos de produção. É triste ser-se um fã de mú-

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João Paulo Silva

sica e nestes eventos ser onde mais se sente como um peixe na água, sentir-se uma cobaia de laboratório confrontado com os acontecimentos no local. Urge uma especialização nos festivais em favor da qualidade. Há mercado para haver festivais de música étnica, electrónica, heavy metal, alternativa, folk, erudita, jazz, etc, como já se comprovou pelo sucesso e crescimento de alguns festivais especializados em Portugal. A fatia de dinheiro que somos obrigados a gastar para ir a tais eventos não pode ser levada com ânimo leve e eu já não caio no engodo de ir por causa de uma ou duas bandas que me interessam. Ou será que os padrões altos decorrentes de um passado intenso de boas edições festivaleiras foram rapidamente esquecidos? O público-alvo ao ser demasiado globalista aumenta no aspecto concorrencial a rudeza e emaranhado das actuações, numa escala desfavorável a bandas e público. Até na disposição temporal o público é prejudicado, no espaço de um mês temos todas as edições dos principais festivais de verão decorridas sendo que a estação do verão tem pelo menos dois meses. À que haver seriedade e maior preparação para as edições futuras, afinal não perdemos a esperança. l

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José Pedrosa e Hugo Gaspar são campeões nacionais de Voleibol de Praia. A consagração surgiu na praia do Molhe no Porto. Já na semana antes, a dupla de voleibolistas deu grande réplica em Macedo de Cavaleiros na praia do Azibo. Foram os vencedores do Grand Slam de Macedo e assumiram-se como os grandes candidatos ao triunfo final. Em femininos o título pertenceu a Rosa Costa e Ana Freches. Juliana Antunes e Francisca Esteves haviam ganho todas as provas anteriores, inclusivie em Macedo, mas no Porto deixaram-se surpreender pelas suas adversárias. A prova de Macedo voltou a receber grandes elogios e deverá ver o futuro assegurado.

Desporto

III divisão nacional de futebol

Atlético de Macedo superior ao Morais

O

Atlético de Macedo venceu o derby do concelho que marcou o início deste campeonato. O equilíbrio que se prognosticava não passou de uma falhada previsão. Os locais evidenciaram-se em grande plano e “eliminaram” um Morais demasiado verde. A dupla Eduardo-Branco demonstrou-se endiabrada e Nuno Meia, um reforço de luxo. O Macedo foi para intervalo a vencer por 2-0, e no reatamento “arrumou” a questão com um golo madrugador. Na fase inicial do jogo a equipa do Morais mostrava-se muito expectante, a defender atrás do seu meio campo, cabendo a despesas do jogo ao seu adversário. Ao minuto 6 a primeira contrariedade para a equipa da casa, com Toninho lesionado a sair. O Morais, que se vinha preocupando mais em acertar nas marcações aos seus adversários, apenas através de livre directo (13’), fez o primeiro remate. Depois, Nuno Meia apareceu no jogo e revelou-se o elemento mais desiquilibrador. O 9 macedense apareceu na direita a cruzar e, na marca de grande penalidade Eduardo rematou ao poste. Na jogada imediatamente seguinte, Tó Mané (19’) inaugurou o marcador. Na esquerda, Branco cruzou e o avançado, apenas com Gamito pela frente, não desperdiçou. O golo por momentos despertou os forasteiros. A perder, viramse obrigados a ter mais a bola, acabando por a melhor situação surgir de uma desconcentração dos centrais do Macedo. A trocarem a bola à saída da sua área, permitem a Reis que a “roube”, este entra na área e, antes de poder rematar, é Didácio quem vem

que á entrada da área amorteceu de “peitaça”, e Branco, de pronto, rematou forte sem hipótese de defesa. Foi o golo mais bonito do fim de tarde, e a partir deste, a partida “acabou”.

Reacções

Derby aqui, Gamito melhor que Eduardo compensar o erro. O jogo entra Aos 36’, Branco brinca na numa fase em que as equipas área contrária com Inácio pela abrem mais, e é o Macedo quem frente, encosta um pouco mais tem nova oportunidade de chegar atrás, onde aparece Nuno Meia ao golo (24’), através de Eduardo. que remata ao poste, a bola soValeu na altura Gamito. brou para Tó Mané que voltou a

3ª Divisão Série A - 1ª Jornada Estádio Municipal de Macedo de Cavaleiros Árbitro:Fernando Lhano auxiliado por Carlos Sá Carneiro e Rui Dias (Bragança) Macedo: 1.Hugo, 2.Bernardino, 3.Didácio, 4.Corunha, 5.Eurico, 6.Tó Mané (15.Jaló, 66’), 7.Branco, 8.Luís Carlos (16.Areias, 82’), 9.Nuno Meia, 10.Toninho (13.Hugo Ribeiro, 6’) e 11.Eduardo Treinador: Rui Vilarinho Amarelos: 5.Eurico (49’), 8.Luís Carlos (72’), 13.Hugo Ribeiro (80’) Morais: 1.Gamito, 3.Inácio, 4.Ismael, 7.Karaté, 8.Filipe II, 10.Reis, 16.Renato (11.Paci, int.), 18.Pires, 21.Gené (14.Filipe I, 67’), 24.Arrábidas (13.Stigas, 54’) e 25.Rui Treinador: Fernandinho Amarelos: 7.Karaté (29’)

1º Jornada - Tabela Classificativa Classificação

1ª Jornada 6/09/2009 Marinhas  Mirandela  Macedo  Amares  Maria da Fonte  Montalegre 

0-0 3-0 4-0 3-2 1-0 2-1

 Valenciano  Limianos  Morais FC  Bragança  Santa Maria FC  Fão

2ª Jornada 20/09/2009 Valenciano  Limianos  Morais FC  Bragança  Santa Maria FC  Fão 

-

 Montalegre  Marinhas  Mirandela  Macedo  Amares  Maria da Fonte

Pos. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Equipa Macedo Mirandela Amares Montalegre Maria da Fonte Marinhas Valenciano Bragança Fão Santa Maria FC Limianos Morais FC

P 3 3 3 3 3 1 1 0 0 0 0 0

introduzir na baliza contrária, mas a bandeirola já estava levantada. Adivinhava-se o golo, (41’), boa jogada no lado esquerdo do ataque do Macedo, com Nuno Meia bem a abrir para Tó Mané, este cruzou para a pequena área, onde Eduardo, aproveitando o adormecimento dos defesas, à segunda tentativa, conseguiu o golo. No reatamento, ainda o público retomava seus lugares, já o Macedo aumentava a vantagem (47’). A bola chegou à entrada da área do Morais, Rui, tenta proteger a bola até à chegada de Gamito, Eduardo não desistiu, rouba a bola, com um pequeno toque encosta em Branco que vem de trás e à vontade só teve que encostar. A dupla Eduardo-Branco voltou a mostrar-se. Aos 61’, um cruzamento da direita para Eduardo,

Rui Vilarinho (treinador Macedo): “Começamos o jogo logo com uma contrariedade, com a lesão do Toninho, um jogador fundamental na nossa estratégia. Não houve facilidades, houve felicidade da nossa parte (…). As oportunidades de golo que tivemos, à excepção de uma ou duas, em que a bola foi ao poste, fizemos golo e sentenciamos o jogo. Fomos mais felizes e esperamos continuar assim. Temos muito que trabalhar ainda, ainda há muitas limitações no plantel, há muita coisa a corrigir, portanto vamos continuar a trabalhar e pensar que queremos vencer os jogos que disputamos.” Fernandinho (treinador Morais): “É importante não esquecer este jogo, olhar para o conjunto de erros que foram demasiados. A nossa equipa acusou, e de que maneira, o primeiro jogo do campeonato, acabou por cometer erros que não se devem cometer e, se há jogos em que se perde por 1 ou por 2, hoje perdemos por 4 e, com um bocadinho de jeito, talvez até estivéssemos à beira de perder por mais. Talvez se tenha notado uma diferença para com o adversário, que já vem de trás neste sistema e com mecanismos criados, acabando por hoje ser superior em partes decisivas do jogo.” n

Nélio Pimentel

24 | 15 de Setembro 2009 | Cipreste | Desporto

O outro lado

Mundo da Bola

Histórias do Derby O

jogo que opôs o Macedo ao Morais a abrir o campeonato, apesar da proximidade entre os clubes, foi apenas a quinta vez que as duas equipas se encontraram em jogos oficiais. Em todos eles, a vitória sorriu à equipa da sede de concelho. Por serem equipas do mesmo concelho e, ainda para mais contando para a 3ª Divisão, este jogo suscitou muito interesse pelos seguidores do futebol distrital. A bancada do Estádio Municipal de Macedo de Cavaleiros encontrou-se muito bem composta, com mais de 500 espectadores a assistirem aos 90 minutos de jogo. O clima pacífico vivido entre adeptos é de salutar. Sadio foi também o fair-play com as equipas se enfrentaram, afinal, quase todos os envolvidos são conhecidos neste desporto tão fértil em criar amizades. A ligação entre Atlético de Macedo e Morais FC, apesar de adversários – e não inimigos como alguns tolos quererão acreditar – são alguns os jogadores que já vestiram as camisolas de uma e outra equipa, contribuindo em muito para o ambiente saudável que se viveu antes, durante e após o jogo. Antigos colegas no Atlético, Rui Vilarinho e Fernandinho, agora técnicos de Macedo e Morais, respectivamente, mantêm uma relação de amizade de há já muitos anos. Relativamente a jogadores, do lado do Atlético de Macedo encontra-mos Hugo Ribeiro, Tó Mané e Nuno Maravilha, recentemente confirmado como reforço e que, apesar de não ter feito parte dos eleitos para este jogo, também já vestiu a camisola do Morais. Nuno Maravilha, saído do Mace-

do, ajudou o Morais na conquista do primeiro título de campeão distrital em 06/07. No ano seguinte, saiu por questões pessoais ao fim de 4 jornadas e manteve-se ausente da competição até esta época. Hugo Ribeiro chegou ao Morais em 07/08 já o campeonato se encontrava a decorrer, cedido pelo Macedo até final de época. Nesse mesmo ano, Tó Mané chegou à equipa do sul do concelho, onde se manteve até ao final da última temporada. Este ano transferiu-se para Macedo, onde, curiosamente já havia jogado na época 03/04. Na primeira oportunidade, não deixou de marcar à antiga equipa. No Morais são 7 os jogadores que já vestiram a camisola do Macedo. Silva, que lesionado não foi opção para o jogo, foi campeão distrital no Macedo em 05/06. Reis, formado no clube, foi durante algumas épocas sénior no Macedo, já Karaté, esteve apenas um ano (06/07) na equipa da sede de concelho. Bruno e Fanã, que não saíram neste jogo do banco, são também eles produtos da formação Macedense. O guardaredes fez alguns anos de 3ª Divisão antes e depois de ali ser campeão da AF Bragança em 00/01.Chegou a temporada passada a Morais. Já Fanã, a cumprir a 4ª época em Morais, saiu do Macedo depois do título distrital em 05/06. Este ano chegaram a Morais Pires e Paulo Arrábidas, dois jogadores com muitos anos de casa em Macedo e muito acarinhados pelos adeptos. Disso exemplo é a ovação de que foi alvo Arrábidas quando substituído aos 54’ de jogo. Já com 33 anos, Arrábidas averbou diversos títulos, entre campeonatos distritais e

Haitianos em fuga

Amizade Rui Vilarinho e Fernandinho

Taças, assim como foram muitos os anos em que defendeu as cores do Macedo na 3ª Divisão, onde foi lançado por Baltemar Brito aos 17 anos na longínqua época de 93/94, registando pelo meio passagens por Mirandela, Rebordelo e Mogadouro. Pires, hoje com 29 anos, estreou-se no Macedo também aos 17 anos, na época de 96/97. Pelo meio ainda alinhou no Bragança e Rio Ave, já antes, como sénior, esteve em Lamas – onde, por curiosidade, foi lançado por Carlos Neto, director desportivo do Atlético de Macedo até à última época - e Mirandela. n

Nélio Pimentel

GDM solidário

Macedense ao trabalho

S

ão 16 os jogadores que compõem o plantel do Macedense para a nova época. A equipa vem trabalhando há já duas semanas, preparando o campeonato da 3ª Divisão que aí vem. O inicio está agendado para 10 de Outubro, mas na semana anterior, haverá o compromisso da Taça de Portugal. Ambas as competições não têm ainda o sorteio agendado. A equipa é composta por jogadores com uma média de idades bastante baixa dado que “decidimos fazer uma clara aposta nos jovens formados no clube, colocando-o nos seniores”, diz-nos o técnico Rui Costa. Paulo Santos, Paxa, Leonardo, Nélson Pica, Play, Patrick, Lino, Ricardinho e Diogo renovaram contracto. A estes juntam-se Nisga, que, por motivos pessoais, se encontrava sem clube, Camané (Araucária) e Estrela, ainda júnior, que estava em Andora. Todos estes fizeram camadas jovens no Macedense. Capulho, júnior de 1º ano, é também opção para os seniores. Cláudio, do Futsal Mirandela, Pipoca e Ruben, ambos ex. Carrazeda, são

contratações confirmadas. Segundo o treinador, “era este o plantel que queria-mos. Só falamos com estes jogadores. Estes atletas dão-nos garantias a longo prazo”, garante. O objectivo da equipa “é claramente a manutenção. Queremos praticar um bom futsal, divertirmo-nos a cada jogo e, quem sabe, sermos uma agradável surpresa.” O técnico será coadjuvado por Nataly Rodrigues, professora de Educação Física, recentemente colocada em Macedo, e na época passada orientou o Tabuaço no Distrital de Viseu. Rui Costa adianta-nos que o Macedense contará para a próxima época com um orçamento global de 50.000 Euros. “Todos

os nossos jogadores são amadores, nenhum depende do futsal para viver, é um complemento. Não comparticiparemos em despesas com eles, receberão prémios por presença em treinos e jogos, assim como em caso de vitórias”, garante. Relativamente à taxa de utilização do Pavilhão Municipal, “estamos expectantes em ficar isentos no pagamento dos treinos de seniores masculinos e femininos”. Esta temporada, o Macedense continuará a organizar o Torneio de Freguesias e apresenta as novidades da I Maratona de Futsal de S. Pedro e o I Torneio de Futebol de Rua do Azibo. n

Nélio Pimentel

5-2 é o resultado do primeiro amigável realizado pelo Macedense. Decorreu no último dia 11, frente à Seita do Pé Descalço, um grupo de amigos de Macedo. Este jogo teve um carácter de solidariedade, já que a receita de bilheteira e bar, revertiam a favor da família de Catarina Teixeira, uma menina de 10 anos a quem foi diagnosticado um tumor na perna. Desde de Maio último que recebe tratamentos frequentes no IPO no Porto. As receitas de todos os jogos de prétemporada reverterão a seu favor.

Plantel

GD Macedense Equipa Técnica Rui Costa (Treinador) Nataly Rodrigues (Adjunta) Equipa Médica Alípio Marcos (Enfermeiro) Rui Linhares (Enfermeiro)

Rui Costa

Guarda-redes Paulo Santos Paxa Luís Sá - Nisga Jogadores Campo Leonardo Play Patrick Lino Ricardinho Diogo Nélson Pica Camané (Araucária) Pipoca (Carrazeda) Ruben (Carrazeda) Cláudio (Júnior – Mirandela) Estrela (Júnior – Andorra) Capulho (Juvenil)

Campeonato Início a 10 de Outubro. Sorteio ainda não agendado.

Dois haitianos “puseram-se a correr” que nunca mais ninguém os viu. Aconteceu aqui bem perto, em Mirandela. Os dois jogadores de 19 anos, Mechak e Guensly, defesa central e médio ofensivo, foram emprestados pelo Grupo Desportivo de Chaves ao Mirandela. Ali chegados, rapidamente se puseram em fuga e encontram-se agora em parte incerta. Os responsáveis dos dois clubes e até o próprio empresário, foram apanhados de surpresa. Segundo alguma imprensa, os dois jogadores poderão estar agora nos Estados Unidos, iludidos por alguns empresários. No entanto, já é um dado adquirido, que os jogadores não poderão jogar em clube algum, dado que as suas inscrições já tinham dado entrada na Federação Portuguesa de Futebol. n

Marijuana “prende” árbitro O árbitro peruano Georges Buckley foi preso no Chile, acusado do consumo de Marijuana. Georges Buckley ia arbitrar um jogo entre os chilenos Unión Española e os colombianos do La Equidad, referente à Taça Sul America, a segunda maior competição internacional de clubes da América do Sul. Ao aterrar no aeroporto de Santiago do Chile, foi imediatamente detido pela polícia. Na base da actuação da polícia está um caso que remonta a 1997, ainda não arquivado pela justiça chilena. Georges Buckley viveu no Chile como estudante de Engenharia Comercial, altura em que remontam os casos. Foi substituído no jogo por um seu compatriota e já chegou ao seu país, depois de ouvido pela justiça chilena. Dados os erros que os nossos árbitros cometem nos jogos, dos quais só nos poderemos rir, no Mundo da Bola sabemos que a breve prazo a justiça portuguesa abrirá um processo de averiguação. A designação até já está escolhida: “Cannabis dourada” n

Violência O Mundo da Bola não gostamos de violência, pelo contrário, repudiamo-la. Assim, consideramos que certos actos não deverão cair no esquecimento do público. Deveremos lembrarmo-nos deles e esperar que coisas destas não voltem a acontecer. Este último mês teve muitos casos que deve entristecer quem gosta de desporto. Para além dos confrontos entre adeptos num jogo do West ham em Inglaterra, registamos actos entre colegas da mesma profissão. Na Bélgica, na Bolívia e nos Estados Unidos. Não pensávamos que isto era possível entre colegas… Aleija só de ver, acreditem. Deixamos os links: http://www.youtube.com/ watch?v=zAs1Toslto8 http://www.youtube.com/ watch?v=cffrVbeScU8 http://www.youtube.com/ watch?v=oSSH6VwwQXI n

Desporto | Cipreste |15 de Setembro 2009 |

25

Taça de Portugal – 2ª eliminatória

Atlético cai de cabeça… O

Macedo caiu em Barcelos frente ao Gil Vicente e não conseguiu alcançar a III eliminatória da Taça de Portugal. Frente a este clube de 2ª Liga, o Atlético deu boa réplica e, não fosse uma desatenção defensiva que ditou o primeiro golo, a equipa poderia ter obtido um resultado positivo. A primeira parte não teve grande história pelo que o nulo ao intervalo fosse justo. A segunda metade já foi muito diferente, um futebol rápido, as equipas foram dispondo de oportunidades. Aos 56’, um mau atraso de Corunha para o seu guarda-redes, resulta no golo de Rui Pedro, numa altura em que até eram os transmontanos que controlavam o jogo. O Atlético ainda dispôs de duas oportunidades, mas acabariam por ser os minhotos a marcar e fixar o resultado já perto do fim. Apesar da derrota, em declarações à Rádio Onda Livre, Rui Vilarinho mostrou-se satisfeito com a prestação dos seus jogadores: “Só podia estar mais satisfeito se tivéssemos ganho. O resultado talvez até seja exagerado para as oportunidades que o Gil Vicente teve. O resultado acabou por penalizar a nossa equipa quando conse-

guimos controlar o jogo, embora não o dominássemos até porque não nos competia a nós dominar a partida. Sofremos o primeiro golo numa infelicidade da nossa defesa. O segundo foi a terminar o jogo onde a equipa manifestou um cansaço físico enorme pelo desgaste do jogo. Mas mesmo apesar da derrota gostei da prestação da minha equipa. Não vou dizer que a vitória do Gil Vicente não foi justa porque foi”.

Plantel reforçado Luisinho é o último reforço do Atlético para esta época. À procura de um ponta de lança

desde o inicio dos trabalhos, Rui Vilarinho elegeu este guineense para a frente de ataque da sua equipa. O jogador de 28 anos teve como ponto alto da carreira uma passagem pela segunda liga, no Covilhã, e no ano passado alinhou no Vizela. Ao que tudo indica, o plantel fica encerrado. Entretanto, e na semana anterior ao inicio do campeonato, o Atlético já confirmara duas contratações. Jaló, de 28 anos, é reforço para o lado direito do ataque. Com formação no FC Porto, passou os últimos anos nos Açores, representando temporada anterior o Madalena.

Jaló estreou-se frente ao Morais, mas um pequeno toque sofrido, impossibilitou que fosse opção para o jogo com o Gil Vicente. O outro reforço, já é mais conhecido dos adeptos mace-

denses. Nuno Maravilha, extremo, que durante muitos anos alinhou no Macedo, volta agora a fazer parte do plantel de Rui Vilarinho.n

Nélio Pimentel

Taça de Portugal – 2ª Eliminatória Estádio Cidade de Barcelos Árbitro: Rui Costa (Porto) Gil Vicente: Hugo Marques, Paulo Arantes, Sandro, Kiko, João Cardoso, Bruno Madeira, Rodrigo Galo, Alexandre Camargo (Alhandra, 84’), João Martins, Rui Pedro (Duarte, 90’) e Alexandre Matão (Hugo Vieira, 71’) Treinador: Rui Quinta Golos: Rui Pedro (56’) e Sandro (88’) Macedo: Hugo Magalhães, Bernardino, Didácio, Corunha, Eurico, Gancho, Tó Mané (Hugo Ribeiro, 64’), Luís Carlos (Wivisson, 80’), Nuno Meia (Edra, 92’), Branco e Eduardo Treiandor: Rui Vilarinho

Clube Atlético Macedo Equipa Técnica Rui Vilarinho (Treinador) Quintino Angélico (Adjunto) Miro Valadar (Adjunto) Beto (guarda-redes) Equipa Médica Mário Mesquita (Médico) Jorge Pinto (Fisioterapeuta) Alípio Marcos (Enfermeiro) Rui Linhares (Enfermeiro) Norberto Carvalho (Enfermeiro)

Rui Vilarinho

Jaló aqui felicitado por Branco, é o recente reforço

Plantel

Campeonato

Guarda-redes Hugo (Rebordosa) Tiago (Chaves) Diogo (Juvenil) Defesas Corunha Bernardino Didácio Eurico Eduardo Areias (Júnior) Edra (Júnior) Médios Luís Gancho Hugo Ribeiro Ibson (Lixa) Toninho (Arouca) Luís Carlos (Vila Real) Nuno Meia (Vila Real) Nuno Maravilha (Sem clube) Rafael (Juvenil) Zé Rafael (Juvenil) Avançados Jaló (Madalena) Branquinho Bertinho (Joane) Tó Mané (Morais)

Jorn/Data

Adversario

Campo Result

1ª 06/09/09

Morais

C

2ª 20/09/09

Bragança

F

3ª 27/09/09

Santa Maria C

4ª 11/10/09

Fão

5ª 25/10/09

Maria Fonte C

6ª 01/11/09

Amares

F

7ª 08/11/09

Montalegre

F

8ª 15/11/09

Mirandela

C

9ª 06/12/09

Marinhas

F

4-0

F

10ª 13/12/09 Valenciano

C

11ª 20/12/09 Limianos

F

12ª 03/01/10 Morais

F

13ª 10/01/10 Bragança

C

Classificação



Golos Marcados

Golos Sofridos

4

0

14ª 17/01/10 Santa Maria F 15ª 24/01/10 Fão

C

16ª 31/01/10 Maria Fonte F 17ª 07/02/10 Amares

C

18ª 14/02/10 Montalegre C 19ª 21/02/10 Mirandela

F

20ª 28/02/10 Marinhas

C

21ª 07/03/10 Valenciano F 22ª 14/03/10 Limianos

C

Breves Concurso de Pesca das Vindimas A 7 último, decorreu na Barragem do Pocinho o Concurso de Pesca das Vindimas, organizado pelo Clube de Caça e Pesca de Macedo (CCPMC) com a colaboração do INATEL. Estiveram presentes 58 concorrentes de várias localidades do norte do país, e o nº de participantes só não foi maior porque nesse mesmo dia abriu a época de caça. Mesmo assim, a organização mostrou-se satisfeita com os concorrentes presentes. Com 3,300 kg, Zé Oliveira

do (CCPMC) saiu vencedor em termos individuais e, por equipas, a Trovisport, também de Macedo, foi a vencedora. O melhor sócio do Inatel foi A. Coelho dos Feroviários de Campanhã. O jovem Henrique de Mirandela foi o melhor na sua classe. De salientar o excelente número de espectadores e o muito peixe que saiu das águas do Rio Douro. Achigãs, Barbos e Percas foram as espécies que mais morderam o anzol. Pedro Rego, Delegado da Fundação Inatel, não deixou de marcar presença no evento organizado por um dos clu-

bes mais activos da região.

Talhas com presidente

novo

O Talhas tem nova direcção. Eleita com maioria, com 30 votos a favor e 13 contra, a nova direcção cumprirá um mandato de 2 anos. Paulo Pires, Presidente, será o novo rosto do clube. O clube continuará a alinhar no Campeonato Distrital da AF Bragança, para o qual já vai trabalhando. Para já conta com 14 jogadores no plantel, devendo no total ser constituído por 19

jogadores. A equipa já realizou um jogo de preparação em Murça, da AF Vila Real, onde perdeu por 4-2. Ao longo da época será realizado um treino semanal, repartido entre Macedo e Talhas. Para Paulo Pires, “o objectivo é fazer um campeonato bom, procurando estar nos lugares cimeiros.” Entre os projectos, a direcção irá continuar a posta no atletismo e, espera lançar até Outubro uma página de Internet “para os nossos sócios emigrantes, que são muitos, estarem mais perto do clube.” É também esperada uma remodelação “de

fundo” no bar do clube e “melhorias nos balneários, darmoslhes uma cara lavada.” Órgãos Sociais: Assembleia Geral: Presidente - Paulo Valente; Vice-Presidente - Manuel Rodrigues; Secretário - João Martins. Conselho Fiscal: Presidente Gilberto Galhardo; Secretário Carlos Afosnso; Relator - Francisco Coelho. Direcção: Presidente - Paulo Pires; Vice-Presidente - António Lopes; Secretário - Vítor Serapicos; 2º Secretário - Narciso Pires; 1º Vogal - Hélder Canedo; 2º Vogal – Francisco Padrão. n

26 | 15 de Setembro 2009 | Cipreste | Desporto

Taça de Portugal – 2ª eliminatória

Morais não conseguiu futebol de 2ª Liga

N

a primeira vez que o Morais chegou à 2ª Eliminatória da Taça de Portugal, saiu sem prestígio depois de implacavelmente derrotado pelo Sporting de Covilhã. Foi a segunda goleada sofrida pela equipa no espaço de uma semana, no mesmo estádio, com os mesmos erros defensivos. A qualidade superior da equipa beirã, do segundo escalão nacional, nunca esteve em causa, mas os erros infantis da equipa de Fernandinho não deixam de ser condenáveis. Em determinadas fases do jogo, a equipa tanto está bem, a criar oportunidades de golo, como depressa comete erros comprometedores na sua defensiva que sentenciam o jogo.

Assim foi como o Macedo, assim foi com o Covilhã. Naquela zona do terreno, nem Gamito, o guardião, nem os dois centrais, Rui e Ismael, se ouvem em campo, nenhum fala a acertar as posições dos companheiros e, assim, os disparates são sucessivos. O Morais entrou da mesma forma que frente ao Macedo, expectante, a entregar as despesas de jogo ao adversário e a defender atrás do meio campo. Mas a muralha desmoronou-se bem mais cedo que o previsto. Num passe para as costas da defesa, Béré foge rápido e à entrada da área aproveita a saída em falso de Gamito, para fazer o tento inaugural. O Morais esboçou atitude, demonstrou vontade

Morais Futebol Clube Equipa Técnica Fernandinho (Treinador) Zézé (Adjunto) Equipa Médica Luis Pires (Enfermeiro)

Fernandinho

em chegar ao empate, e Reis, por 3 vezes, teve nos pés e na cabeça a igualdade. Como quem não marca, sofre, o Covilhã, em dois minutos chega ao 0-3, com Beré em destaque ao fazer o hat-trick. No segundo tempo o Covilhã geriu o jogo a seu belo prazer, fez descansar os jogadores mais importantes e, mesmo assim, ainda consegue mais 2 golos… para não variar, em mais dois erros lá atrás. Um deles foi através da marcação de um penalty, cometido pelo lentíssimo Rui. Parece-me ficar a certeza que o técnico terá que apostar noutras soluções para tentar inverter os sucessivos erros lá atrás, quer nos centrais, como

Novela Manu O defeso do Morais fica marcado pela “novela Manu”. O guardião de 20 anos, formado no Sport Clu-

Covilhã: Igor Araújo (Luís Miguel, int.), Marcio, Steven, Machado, Pizzi, Josué, Beré (Bruno Nogueira, 60’), Auri (Diego Navarro, 69’), Edgar, Dani, Basílio Treinador: João Salcedas Golos: Beré (5’, 35’ e 37’), Josué (62’) e Dani (66’)

Jorn/Data

Denilson é reforço para o ataque be Mirandela, entrou nos planos da equipa Macedense, que depois de chegar a acordo com o jogador, o decidiu inscrever na Federação Portuguesa de Futebol na última semana da pré-época. O pior estaria para vir, quando é conhecido que Manu já se encontrava inscrito pelo Sport Clube. O presidente do Mirandela, Vergílio Gomes, apressou-se a vir a público mostrar indignação com o sucedido. Em declarações à Rádio Onda Livre, revelou-se “estupefac-

Morais: Gamito, Inácio, Ismael, Filipe II, Reis (Filipe I, 77’), Stigas, Renato (Paci, 55’), Pires, Gené, Arrábidas e Rui (Fanã, 71’) Treinador: Fernandinho

Guarda-redes Bruno Gamito (Vila Real) Defesas Rudi (Chaves) Ismael (Bragança) Stigas Fanã Inácio Karaté (Bragança) P. Arrábidas (Macedo) Rui (Vizela) Médios Filipe Renato Silva Feija Gene (Mãe D’Água) Passi (Mucifalense) Filipe II (Vizela) Lixa (Bragança) Alex (1ª inscrição) Avançados Denilson (1ª inscrição) Reis Pires (Macedo)

D

to, não estava a contar com isto. Sei que apareceu uma tentativa de inscrição do Morais, não sei o que se passou. Já ouvi várias versões, uma de que foi o Manú que se ofereceu, outra de que o foram buscar. Eu soube pelo presidente da Associação de Futebol de Bragança que havia uma inscrição para o atleta pelo Morais”, disse. Segundo o próprio Vergílio Gomes, o jogador quis abandonar o Mirandela porque “alguém lhe andou a dizer que ia jogar, que ia ser titular. Quando o

Nélio Pimentel

Estádio Municipal de Macedo de Cavaleiros Árbitro: Cosme Machado (Braga)

Campeonato

Contratações dão que falar

para se manter na equipa. No meio terreno, Arrábidas é o que mais se tem esforçado, mas parece desacompanhado a acertar nas coberturas. n

Taça de Portugal – 2ª Eliminatória

Plantel

Morais F C

enilson é o mais recente reforço do Morais. O Brasileiro, chegou à equipa na semana seguinte ao derby com o Macedo e o seu processo de inscrição deverá estar resolvido a tempo do confronto com o Mirandela do próximo Domingo. Denilson é um ponta de lança móvel, aparentemente com as características exigidas pelo técnico. O jogador foi júnior no Vizela e, na época passada alinhou num clube do segundo escalão austríaco. O também brasileiro Alex continua a ver a estreia adiada, devido a um atraso relativo ao certificado internacional. Nas cogitações dos responsáveis do Morais continua a estar a contratação de um guarda-redes, visto ser intenção do treinador, contar com 3 homens para a baliza. A vinda de um guarda-redes, deverá ser a última contratação do clube.

no lado esquerdo de Inácio, que não se tem imposto. O lado direito já ocupado por Karaté e Stigas, parece estar remediado. Gamito, apesar do erro inicial, ainda tem margem de manobra

Adversario

Campo Result

1ª 06/09/09

Macedo

F

2ª 20/09/09

Mirandela

C

3ª 27/09/09

Marinhas

F

4ª 11/10/09

Valenciano

C

5ª 25/10/09

Limianos

F

6ª 01/11/09

Montalegre

C

7ª 08/11/09

Bragança

C

8ª 15/11/09

Santa Maria F

9ª 06/12/09

Fão

0-4

Classificação

12º

C

10ª 13/12/09 Maria Fonte F 11ª 20/12/09 Amares

C

12ª 03/01/10 Macedo

C

13ª 10/01/10 Mirandela

F

14ª 17/01/10 Marinhas

C

Golos Marcados

Golos Sofridos

0

4

15ª 24/01/10 Valenciano F 16ª 31/01/10 Limianos

C

17ª 07/02/10 Montalegre F 18ª 14/02/10 Bragança

F

19ª 21/02/10 Santa Maria C 20ª 28/02/10 Fão

F

21ª 07/03/10 Maria Fonte C 22ª 14/03/10 Amares

F

miúdo me disse que ia deixar de jogar futebol para se dedicar aos estudos eu disse-lhe que já me contaram essa história várias vezes. O que me disse o pai dele é que quer que o filho jogue, que seja titular. Eu não posso garantir a titularidade a jogar nenhum”. O Presidente dos alvi negros acrescentou que, após este episódio, o seu clube não iria facultar a carta de desvinculação para que o guarda-redes alinhasse no Morais. Da parte da direcção do clube, o presidente Rodrigo Cepeda, diz que “o Morais é um clube muito humilde e não quer entrar em guerras com ninguém” e conta ao Cipreste a história da “novela Manu”: “Soubemos por alguém de Mirandela que o Manu tinha saído do clube e, como nós sabíamos o seu valor e estávamos interessados em mais um guarda-redes, decidimos chamá-lo para vir treinar com a equipa. Assim acontece e a primeira coisa que eu lhe pergunto é se ele saiu a bem do Mirandela. Responde-me que sim, que teria sido por causa dos estudos e que não haveria problema algum.” Feito o primeiro contacto, o Morais decide fazer a inscrição e, “no momento em que fazemos a inscrição dele, a Associação de Futebol diznos que o Manu já estava inscrito por um outro clube, o Mirandela.”

Posto isto, é feito um contacto por Jorge Nogueira, presidente da Associação de Futebol de Bragança, a Vergílio Gomes e “qual não é o meus espanto quando o presidente do Mirandela diz que não dá a carta de desvinculação do jogador. Depois de conseguir o número dele, contacto-o explicando o que tinha ocorrido – portanto, quando o presidente do Mirandela veio para a rádio dizer que ninguém do Morais o contactou, é mentira. Ele simplesmente me diz que não dá a desvinculação.” Rodrigo Cepeda afirma que “imediatamente” informou o jogador da decisão de Vergílio Gomes, esperando que ele resolvesse a situação. “No treino seguinte, o Manu informa-nos que tudo estava já resolvido, assim volto a ligar ao presidente do Mirandela e, de novo, nos diz que não dava a carta a ninguém. A partir desse momento, o Manu deixou de fazer parte dos nossos planos”, revela o líder do Morais. Contactado pelo Cipreste, Manu recusou-se a fazer qualquer comentário sobre este episódio. Apenas nos revelou que irá defender as cores do Rebordelo no próximo campeonato distrital. “Já está tudo acertado para na próxima época eu jogar no Rebordelo”, adiantou-nos Manu. n

Nélio Pimentel

Cavaleirada

Suaves | Cipreste |15 de Setembro 2009 | Onde vais Maria?

!?!

À fonte.

!?

27

É que a câmara deitou abaixo os tanques do jardim por escoarem a água, mas o que lá deixaram está na mesma…

Juliano Silva

Suaves Sabia que...

Macedo no seu melhor

Bragança já foi dos distritos mais alfabetizados do país. Há 150 anos! Robert Mugabe já não é o presidente do Zimbabué… estamos a brincar! Mas não perdemos a esperança. O Centro Cultural tinha uns candeeiros exteriores que, uma semana depois de colocados, foram roubados e vandalizados. Até a Luz incomoda muita gente… O PS, por estratégia, não apresentou lista a 13 freguesias? A lista do PSD à junta de freguesia de Vinhas tem mais de 40 elementos!!!?! E há mais casos semelhantes. Afinal há mesmo concorrência desleal…

Sudoku Há gente que ainda não sabe, mas Macedo tem um ECOCENTRO, onde se faz RECOLHA DE CARTÃO

Regras sudoku O objectivo do Sudoku e preencher os quadrados vazios com números entre 1 e 9: 1. um número só pode aparecer apenas uma vez em cada linha; 2. um número só pode aparecer apenas uma vez em cada coluna; 3. um número só pode aparecer apenas uma vez em cada quadro de 3x3.

Não é yorn mas é insólito, em pela cidade sem condutor. Macedo perde gente mas parece ganhar outras coisas

Solução mês anterior

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28 | 15 de Setembro 2009 | Cipreste | Última

40 jovens no Azibo

Diabéticos quebram estigma O

grande objectivo do Primeiro Encontro de Jovens Diabéticos foi o quebrar do estigma a que os diabéticos, principalmente as crianças, estão sujeitos. Aos olhos da sociedade, os diabéticos são vistos como incapazes de realizar várias actividades ditas normais, no dia-a-dia. Ora, é precisamente o contrário e, por isso mesmo, Margarida Pires, presidente da ADDB (Associação dos Diabéticos do Distrito de Bragança) decidiu criar este evento, e nele incluir várias actividades lúdicas e desportivas, numa parceria com a Nordeste Aventura. Aos jovens foram proporcionados vários jogos tradicionais, e ainda canoagem, tiro ao alvo, entre outros. Como a alimentação é capítulo fundamental em toda esta história, este primeiro encontro ofereceu um lanche ao meio da manhã e ainda um almoço, no Parque de Merendas, da Albufeira do Azibo, que aliás serviu de palco às várias actividades da iniciativa. “Um sonho”, assim apelidou a presidente da ADDB este primeiro encontro, que juntou cerca de 40 jovens, vindos dos vários cantos da região transmontana (distritos de Bragança e Vila Real). “É necessário provar às pessoas, diabéticas e não diabéticas, que se pode quebrar o estigma de que as pessoas diabéticas são coitadinhas”, advoga. Margarida Pires considera que este encontro é uma viragem na forma de encarar os diabéticos. Mas, não contou apenas com actividades desportivas. Pela manhã, na Casa do Ca-

Desporto não é interdito a diabéticos reto, Ana Oliveira, médica de endocrinologia do Hospital de São João, no Porto, mostrou numa palestra como as crianças diabéticas podem ter uma vida normal, embora regrada, e fazerem actividades físicas, ressalvando os devidos cuidados a terem. “Planeamento do exercício físico para poder antecipar aquilo que irá acontecer e que tipo de alimentos terá de ter disponíveis; noção de quanto tempo irá decorrer o exercício e fazer uma pesquisa de glicemia capilar antes

de começar o exercício, e mediante os valores é que se vê se será necessário aumentar ou diminuir a insulina e começar ou não o exercício no momento”, são estes os cuidados básicos a ter em conta por cada jovem antes do exercício.

ABBD quer campo de férias no Azibo Este ano chegaram de toda a região transmontana, mas para o ano de 2010 podem vir de todo o país. Se-

Discurso Directo Cristiano Xavier Macedo de Cavaleiros “Não sabia o que era a doença. Tinha apenas sete anos e foi uma coisa completamente nova. Reagi muito mal. Comecei a aprender o que era a diabetes e fui-me informando no Centro de Saúde. Depois, comecei a ir ao médico ao Porto, deram-me livros para ler sobre o que era a diabetes e agora já sei mais coisas. Os meus colegas não sabiam o que era a diabetes e, por isso perguntavamme sempre se precisava de alguma coisa. Quando pratico exercício físico, lancho sempre antes e só depois começo o exercício. Faço insulina três vezes obrigatoriamente. Quando não cumpro as regras acabo no Hospital, mas isso é raramente.”

Assucena Palhas Peredo (Macedo de Cavaleiros) “Sou diabética desde os cinco anos, por isso há nove. Ao início foi mais fácil, agora de há dois anos para cá tem sido muito complicado. É sistema nervoso, não consigo aceitar bem a minha doença e também descompassei um pouco depois da separação dos meus pais. Tem sido muito difícil, tenho tido muitos internamentos, sempre com os valores bastante altos. Eu penso no que devo fazer, mas é fácil falar, é mais difícil fazer. Sei os riscos e sei os perigos que tenho. Mete-me nervos porque se como bem, tenho os valores altos, se como mal, também os tenho altos, então como como quero. O meu problema é mesmo a alimentação.”

gundo avançou Margarida Pires ao jornal Cipreste, o 1º Encontro de Jovens Diabéticos serviu de base para sondar a possibilidade da associação criar um campo de férias para crianças diabéticas, em Macedo de Cavaleiros, aproveitando toda a mais valia da Albufeira do Azibo. “As pessoas aderiram muito bem e só tinham conhecimento deste tipo de actividades mais para o sul”. Um primeiro passo que permitirá inclusive alargar a abrangência da ADDB, que

Manuela Fernandes Chaves (Mãe de criança diabética) “É complicado, muito complicado. O Hugo é uma criança que tem consciência daquilo que tem, mas eu penso que tanto para ele, como para qualquer diabético, é muito difícil cumprir regras. Soube que ele tinha diabetes porque ele tinha muita sede, e fui eu que insisti muito com a minha médica de família, que não acreditava que ele tivesse diabetes, porque ele nunca desmaiou. Ela então decidiu fazer um teste de despistagem e este acusou a glicemia muito alta, já a 517. Foi um choque, foi horrível. O mundo desabou em cima da minha cabeça. Gosto que o Hugo participe nestas actividades porque é um menino muito tímido. As crianças da escola dele não têm diabetes, mas compreendem muito bem. A pouco e pouco, e com a ajuda da psicóloga, temos conseguido enfrentar.”

até ao momento estava mais voltada para os diabéticos tipo 2, com uma maior prevalência nas pessoas adultas, uma vez que surgem devido ao estilo de vida e também alimentar. A associação volta-se agora para os mais pequenos, quase sempre portadores de diabetes tipo 1, causada pela ausência de produção de insulina pelo pâncreas, muito embora, e devido à alimentação, haja cada vez mais jovens com diabetes do segundo tipo. n

Miguel Midões

Carla Salomé Mirandela

“Ia fazer 12 anos quando soube que era diabética. Só me apeteceu fugir do hospital, não lidei bem com a situação e não fazia bem as coisas. Mas, depois comecei a conhecer pessoas diabéticas e vi que aquilo não era nada de especial. Apesar de poder ter uma vida normal, há sempre cuidados que devemos ter. Por exemplo, quando fazemos exercício físico precisamos de ter cuidado com as hiper e hipo glicemias. A maior dificuldade que tive ao início foi controlar a insulina e também o facto de os meus colegas não terem reagido muito bem, porque achavam-me uma pessoa diferente, porque não conhecem a diabetes. Passo a maior parte do tempo fora de casa, faço a minha vida normal. Pratico hóquei no CAMIR, em Mirandela, e passo muitos fins-de-semana fora de casa. Ao início os meus pais tinham medo, mas agora não”.

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