Cintilografia Das Paratireoides

  • Uploaded by: Joao Bruno Oliveira
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Cintilografia das paratireóides Etiologia do hiperparatiroidismo O hiperparatiroidismo é uma desordem generalizada do metabolismo cálcio e fosfato, com repercussão no esqueleto, como resultado da secreção aumentada do hormônio paratiroideano. Existem dois tipos de hiperparatiroidismo: primário e secundário. O hiperparatiroidismo primário é a causa mais comum de hipercalcemia em doentes ambulatoriais, sendo mais encontrado em mulheres pós-menopausadas. Ele é causado, geralmente, por adenoma e raramente por neoplasia (81% adenoma, 4% carcinoma) e compromete, na maioria das vezes, apenas uma glândula (85%) e com menos frequência múltiplas glândulas (15%). O hiperparatiroidismo secundário é encontrado geralmente em doentes renais crônicos e na deficiência de vitamina D. Avaliação cintilográfica do hiperparatiroidismo Diferentes técnicas cintilográficas têm sido utilizadas para a detecção de paratireóides anormais, usando uma combinação de traçadores, entre eles o Tálio-201 e o sestamibi-Tc 99m, para localização das paratireóides anormais; e pertecnetato-Tc 99m e iôdo-123 ou iôdo-131 para localização da tireóide. Nesta técnica as imagens com os diferentes traçadores são adquiridas separadamente e depois processadas (correção da radiação de fundo [background] e subtração da imagem da tireóide da imagem composta (tireóide + paratireóides). As imagens da tireóide são adquiridas com o pertecnetato-Tc 99m ou iôdo e as imagens da paratireóide são adquiridas com tálio ou sestamibi. Esta técnica é muito demorada, pois requer diferentes tomadas de imagens com diferentes traçadores e requer alguma habilidade no manuseio das imagens para a devida subração eletrônica. Em 1992, Taillefer descreveu uma nova técnica de cintilografia paratiroideana utilizando uma única dose de sestamibi-Tc 99m. O princípio básico desta técnica é o seguinte: 3-4 horas após a injeção do traçador, pouca ou nenhuma atividade permanece na tireóide e paratireóide normais, sendo que a lavagem do sestamibi é mais lenta nas paratireóides, e nos casos de adenoma ou hiperplasia destas glândulas esta lavagem se torna ainda mais lenta. Assim sendo, a presença de atividade remanescente após 2 horas representa tecido paratiroideano hiper-funcionante. Neste método, injeta-se 20-25 mCi de sestamibi-Tc 99m IV. As imagens são adquiridas com colimador de furo paralelos e de baixa energia. Estas imagens são tomadas precocemente (10-15 minutos) e tardiamente (2-3 horas). Nas imagens iniciais temos um somatório das paratireóides e tireóide e na imagem tardia veremos apenas a atividade paratiroideana anormal. Quando as paratireóides estão normais, não vemos atividade nestas glândulas nas imagens tardias. Em um trabalho científico feito pelo autor acima mencionado, com um grupo de 23 pacientes, foram detectados 21 adenomas (sensibilidade de 90%) e apenas um falsopositivo (adenoma da tireóide). Este método apresenta várias vantagens: é necessário apenas uma injeção do radiofármaco, o paciente não precisa ficar imóvel durante muito tempo e não há necessidade de processamento sofisticado das imagens. Comparação da cintilografia das paratireóides com outras modalidades de imagem: Um trabalho prospectivo comparando a cintilografia das paratireóides com a tomografia computadorizada, ultra-som, ressonância magnética de 100 pacientes mostrou o seguinte

resultado: Cintilografia das paratireóides Tomografia computadorizada Ultra-som Ressonância magnética

Sensibilidade 73% 68% 55% 50%

Especificidade 94% 92% 95% 87%

Impacto da localização pré-operatória no tratamento de tumores paratiroideanos: A literatura sobre o valor da localização pré-operatória de tumores paratiroideanos mostra falta de consenso. Um grupo de trabalhos recomends o uso da técnica em todos os pacientes, enquanto outro grupo não o recomenda para os pacientes que estão sendo submetidos à cirurgia pela primeira vez. Contudo, existe um acordo universal no uso pré-operatório da cintilografia nos pacientes que estão sendo submetidos a uma nova cirurgia devido a hiperparatiroidismo recorrente após uma cirurgia inicial. Os exames de imagem ajudam a aboradagem cirúrgica, porque eles mostram onde o tecido paratiroideano está localizado, se na região cervical ou no mediastino. Os pacientes com hiperparatiroidismo primário, quando operados por um cirurgião experiente sem usar um exame de imagem para localizar as paratireóides, mostraram índice de cura que variava de 90 a 96%. Vários pesquisadores analisaram os motivos de falha em pacientes que tiveram de ser submetidos a nova cirurgia. Em aproximadamente 1/3 dos casos a doença estava presente em várias glândulas, em outro 1/3 a paratireóide tinha localização ectópica, e finalmente, no 1/3 restante a falha devia-se à inexperiência do cirurgião. Na realidade, muitas destas falhas poderiam ser evitadas com o uso da cintilografia préoperatória. Em um grupo de 64 pacientes com hiperparatiroidismo primário que foram submetidos a este tipo de exploração pré-operatória, houve um aumento percentual de cirurgias bem sucedidas. Além disso, houve uma diminuição do tempo cirúrgico de 1-1,5 hora para 25-40 minutos. Cintilografia normal das paratireóides

Referências: 1. Taillefer R, Boucher Y, Potvin C, Lambert R. Detection and localization of parathyroid adenomas in patients with hyperparathyroidism using a single radionuclide imaging procedure with technetium-99m-sestamibi (Double-phase study). J Nucl Med 1992; 33:1801-1807. 2. Krubsack AJ, Wilson SD, Lawson TL et al. Prospective comparison of radionuclide computed tomographic, sonographic, and magnetic resonance localization of parathyroid tumors. Surgery 1989; 106:639-646. 3. Attie JN, Khan A, Rumancik WM, Moskowitz GW, Hirsh MA, Herman PG. Preoperative

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