COMUNIDADES
Portugueses de Thetford reconhecem dificuldades em arranjar emprego Isto já não é como era, é o que ouvimos dizer a muitos portugueses que vivem e trabalham nesta região. A crise e uma certa animosidade da parte dos indígenas justificam as dificuldades que se conhecem. Mas não é só por cá. Na Espanha e Alemanha a coisa não está melhor. Pag. 25
Nº 63 < Ano 3 < 10 Julho 2009
Director: Daniel Santos
JOVEM DE ALMADA CUMPRIU DOIS ANOS E MEIO DE PRISÃO
Quinzenal< Gratuito
IN FOCO
ILIBADO
DO HOMICÍDIO DA NAMORADA POLACA Amilton Bento, de 30 anos e natural de Almada, era acusado de homicídio da namorada, tendo sido considerado culpado e condenado a prisão perpétua num primeiro julgamento. Amilton manifesta-se hoje “chocado” e “revoltado” com o Ministério Público britânico, que ontem comunicou que vai abandonar a acusação de homicídio ao português depois deste ter passado dois anos e meio na prisão. Pag. 5
REPORTAGEM
Quem defende as nossas crianças?
S. João invadiu ruas de Londres A rua de Wandsworth, em Londres, foi literalmente invadida pelos martelos, arcos e balões do S. João, numa festa que, este ano, paralisou uma das mais movimentadas artérias de Pag. 13 Lambeth, a capital portuguesa em Londres.
Petardos e insultos contra Sócrates
Família portuguesa viu-se envolvida num “caso” que a levou à desintegração. Os filhos estão no cerne da questão, o Consulado diz nada poder fazer, a advogada promete luta até ao fim. Pag. 23
PÁGINAS 16, 17, 18
ATÉ À ETERNIDADE
Em plena época estival, duas centenas de estivadores de alguns portos de Portugal foram à Assembleia da República e, na sua linguagem muito peculiar, insultaram o primeiro ministro e respectiva família, para além de atordoarem os ares com alguns petardos. Em causa está a aprovação da proposta de lei dos portos. Pag. 8 PUB.
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REINO UNIDO Isabel II custa 61p a cada contribuinte A Rainha Isabel II foi obrigada a usar as suas economias para fazer face às despesas dos palácios. A monarca teve que investir cerca de £6,4 milhões para fazer face aos custos gerais e foi noticiado que as despesas de manutenção com os palácios podem chegar a £40 milhões, nos próximos dez anos. As provisões foram gastas em muitas viagens dos seus filhos e familiares, especialmente as do príncipe Carlos,. No ano passado as despesas da casa real ascenderam a £41,5 milhões, o equivalente a 61p de cada contribuinte no Reino Unido.
Pandemia
Novo benefício para os idosos
Os casos da gripe suína no Reino Unido subiram 100 por cento nas passadas semanas e a autoridade nacional de saúde prevê para breve uma epidemia em Londres. Até ao momento há 9718 casos confirmados, com 14 mortes já registadas, sendo o Reino Unido o terceiro país com mais contaminados.
Gordon Brown esteve, de novo, sob o olhar atento dos deputados por causa da sua pretensão de subir os impostos. O governo estuda um projecto-lei que criaria um novo benefício, a distribuir pelos idosos, para custear as despesas de saúde. Esta decisão seria tornada pública na apresentação da estratégia para os idosos. A ajuda aos pensionistas poderia atingir £12 mil por ano. Outra das soluções do governoseria subsidiar o tratamento e acompanhamento dos idosos e, depois da sua morte, actuar sobre os seus haveres para recuperar o capital investido.
Português ilibado pelo MP britânico Amilton Bento, de 30 anos e natural de Almada, era acusado de homicídio da namorada, tendo sido considerado culpado e condenado a prisão perpétua . milton Nicolas Bento manifesta-se hoje “chocado” e “revoltado” com o Ministério Público britânico, que ontem comunicou que vai abandonar a acusação de homicídio ao português depois deste ter passado dois anos e meio na prisão. “Estou contente por ter acabado, mas ainda estou em choque”, declarou Nicolas O advogado de defesa, Peter Hughman, recebeu ontem por escrito a confirmação de que o Ministério Público não irá avançar com o processo contra o português, cuja repetição do julgamento deveria começar a 20 de Julho, em Londres. Amilton Bento, de 30 anos e natural de Almada, era acusado de homicídio da namorada,
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a polaca Kamila Garsztka, tendo sido considerado culpado num primeiro julgamento em 2007. Um recurso apresentado junto do Supremo Tribunal de Justiça declarou inválida a sentença de prisão perpétua e decretou a realização de um segundo julgamento, do qual agora o Ministério Público anunciou desistir. Mas para Amilton Bento, ainda emocionado com a notícia, este resultado já vem tarde, pois entretanto passou dois anos e meio na prisão. “Roubaram-me a vida”, acusa Bento, que se encontra em liberdade condicional desde o final de Março. O emigrante português tenciona agora pedir uma indemnização às autoridades inglesas e perceber “como e porquê” foi vítima de um
erro de Justiça. Segundo o seu advogado de defesa, Peter Hughman, o fim do caso deverá ser formalizado em tribunal na próxima semana, numa data ainda por agendar. Logo que estiver definitivamente ilibado, Nicolas Bento pretende voltar para Portugal. “Quero ir para casa para estar com todos os que me ajudaram”, afirma. Para a família, que fez dezenas de viagens nestes últimos anos para acompanhar o caso, a expectativa acabou. “Já estávamos à espera de uma decisão, positiva ou negativa”, disse Marinela Bento, uma das irmãs. O regresso a Portugal, estima, “é uma questão de dias”. Registe-se que o nosso jornal foi o primeiro órgão de comunicação social a alertar para o assunto, pelo que nos sentimos congratulados com o desfecho do mesmo.
20p podem valer até meio milhão Uma moeda de 20p pode valer desde £5mil a meio milhão de libras. Isto porque a Casa da Moeda britânica cometeu um erro na sua impressão, o que a torna uma raridade e altamente valiosa para os milhões de coleccionadores por todo o mundo. Esta semana no eBay já se podiam encontrar muitas em leilão. Segundo fontes oficiais, poderão existir entre 50 a 200 mil moedas nessas condições. O erro tem a ver com a data que, ao ser mudada de um lado da moeda para o outro, simplesmente desapareceu. PUB.
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Mais de quinze dias depois, o mundo não se cala sobre a morte (e a vida) de Michael Jackson. Os fãs secam as lágrimas, inicia-se a inevitável guerra de heranças, com a custódia dos filhos à mistura. Entretanto, a polícia vai investigando enquanto se aguardam os resultados dos últimos testes. Os álbuns ressuscitam, anunciam-se novos livros, sucedem-se homenagens. A morte do rei da pop está bem viva.
A SUA VIDA FOI UM THRILLER ichael Joseph Jackson nasceu a 29 de Agosto de 1958 em Gary, Indiana. Desde novo começou a revelar faculdades especiais para cantar e dançar. O pai, Joe Jackson, percebeu essas aptidões e incentivou-o, mas fê-lo de forma quase militar, privando-o de uma infância vulgar. Em 1962, o pai, lançou um grupo centrado nos três filhos mais velhos. Michael, juntas-se-lhes no ano seguinte, impondo-se logo como o centro das atenções. Não só pela sua idade, mas também pelas características vocais e passos de dança. Em 1968, os Jackson 5, assim se chamava o colectivo familiar, assinam pela editora Motown. O primeiro single, “I want you back”, lançado no ano seguinte, tinha Michael 11 anos, transforma-se de imediato num sucesso, o mesmo sucedendo com os seguintes, “ABC”, “The love you save” ou “I’ll be there”, todos eles conseguindo alcançar o primeiro lugar do top em 1970. Em 1971, a Motown lança-o, a solo, com o single “Got to be there”. No ano seguinte alcança, a solo, o seu primeiro lugar no top, com o single “Ben”, que viria a ser nomeado para os Óscares. O quarto e último álbum a solo que viria a lançar pela Motown foi em 1975. No ano seguinte, ele e os irmãos (sem Jermaine), assinaram pela Epic e mudaram o nome para Jacksons.
M
Encontro com Quincy Jones Em 1997, Michael conhece o produtor e compositor Quincy Jones, um encontro que lhe marcaria a vida para sempre. Encorajado pelo sucesso do seu álbum a solo “Destiny” (1978), resolve aliar-se a Quincy, apesar de algumas resistência do pai e “manager”. “Off The Wall”, produzido por Quincy Jones, o seu verdadeiro primeiro álbum – pelo menos na idade adulta – marca a sua definitiva afirmação. Através desse álbum e de canções como “Don’t stop’ til you get enough” e “Rock with you”, mistura de temas funk e baladas soul,
torna-se numa estrela planetária, vendendo cerca de sete milhões de cópias em todo o mundo. Apesar do êxito, poucos poderiam prever o que se seguiria. O álbum “Thriller”, mais uma vez produzido por Quincy Jones, continua o álbum mais vendido de sempre da história da música popular – 104 milhões de cópias vendidas até hoje. Paul McCartney ou o guitarrista Eddie Van Halen davam uma ajuda, mas o mérito ia para a dupla Michael & Quincy, criando canções e baladas marcadas por influências pop, soul, funk, R&B ou rock, como “Billie Jean”, “Beat it”, “Wanna be startin’ somethin’”, “Human nature”, “Thriller” ou “The girl is mine”. A cultura do vídeoclip Nessa altura, participa noutra revolução, concebendo vídeos como nunca antes houvera, em particular, o longo vídeoclip (mais de 15 minutos) para a canção “Thriller”. O álbum permaneceu nos tops durante dois anos e Michael arrecadou os mais diversos prémios. Numa só noite ganhou oito “Grammys”. Um recorde à época. Em 1983 estava outra vez no top dos singles com “Say Say”, segundo dueto com Paul McCartney. Em 1984 juntou-se aos irmãos, pela última vez, para o álbum “Victory”, cuja digressão haveria de ser uma das mais rentáveis desses anos. No ano seguinte, na companhia de Lionel Richie, compõe “We are the world”, para a campanha “USA For África”, que se viria a tornar num dos singles mais vendidos na semana de lançamento. Vida privada Da sua vida privada, à época, não se sabia muito. Era tímido. Não dava muitas entrevistas. O que talvez encorajasse a especulação. Compra uma propriedade na Califórnia, Neverland, e a sua pele começa a clarear, nunca sendo evidente se por opção ou doença. Os rumores à sua volta adensam-se. Um dos que se prova ser verdade, em 1985, é o que o transforma em proprietário dos direitos sobre o catálogo dos Beatles.
As “metamorfoses” de Jackson, desde o miúdo dos anos 60 até ao estranho visual da actualidade, que ele tenta esconder numa foto tirada à saída de uma clínica, em Junho passado
Lisa diz que Michael Jackson sabia que ia morrer como o seu pai Elvis Presley Num post publicado na rede social MySpace com o título “Ele sabia”, a filha única do falecido “Rei do Rock ‘n’ Roll” Elvis Presley, descreve uma conversa que teve com Jackson sobre a morte do seu pai, falecido no dia 16 de Agosto de 1977. “De repente, ele (Jackson) fez uma pausa, fixou-me muito intensamente e disse como se fosse certo: ‘Estou com medo de acabar como ele, da forma como ele fez”. Elvis morreu com 42 anos de um ataque cardíaco após ter tomado drogas durante anos. Lisa escreve que tentou dissuadir Jackson da ideia, mas ele terá abanado a cabeça negativamente “como se soubesse o que ele sabia” e que não seria dissuadido. A filha de Presley conta ainda que ela e a família do cantor tentaram salvá-lo do “inevitável, que é o que acabou de acontecer”. No entanto, Lisa diz que se tornou “doente e emocionalmente/espiritualmente esgotada” e desistiu de salvá-lo de determinados “comportamentos auto-destrutivos”, acabando com uma relação “invulgar”, mas de amor.
Mas numa entrevista recente, Lisa Marie Presley disse que “não tem orgulho” no seu casamento com Michael Jackson. Lisa Marie Presley disse em entrevista à revista americana “Rolling Stone” que foi atraída pelo estilo de vida misterioso de Michael Jackson e que, na época, queria protegê-lo das acusações de abuso infantil. “Eu não posso dizer quais eram as intenções dele, mas eu posso contar que estava totalmente apaixonada e acabei embarcando nessa coisa toda, da qual hoje não me orgulho”, disse Presley. Na entrevista à “Rolling Stone”, Presley contou que Jackson desaparecia durante semanas e irritou-a ao declarar numa entrevista que o seu pai, Elvis Presley, havia passado por uma cirurgia plástica ao nariz. “Eu não estou entre aqueles que estão a condenar Michael actualmente. Sei que as pessoas querem saber o que aconteceu e estou a tentar contar tudo sem transformar Michael num vilão. Isso é difícil, pois a situação era muito má”, disse Lisa.
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Venda de discos bate recordes
Foto tirada 48 horas antes da sua morte, quando o cantor preparava a digressão “This Is It”, que nunca viria a concretizar
As vendas de discos de Michael Jackson, desde a inesperada morte do cantor superam as de Elvis Presley ou John Lennon e multiplicaram-se por oitenta, revelou a empresa HMV. Em vida, o rei da pop vendeu mais de 750 milhões de discos. O álbum mais popular entre os fãs é a compilação de Número Um, seguido de “Thriller”, de 1983, que muitos consideram o seu melhor disco e que foi o mais vendido em toda a história da música pop. O terceiro disco mais vendido nos últimos dias foi baptizado como “O rei da pop”, e saiu em Agosto passado por ocasião do 50.º aniversário do cantor. Em quarto lugar, surge “Off the wall”, o seu primeiro álbum a solo. “Man in the mirror”, um single de 1988 no qual o músico recomenda a alteração de comportamentos individuais para que se possa “mudar o mundo”, é o que está a ser alvo de maior número de descargas do site da empresa www.hmv.com.
15 Dois anos depois regressa, finalmente, aos álbuns com “Bad”. Como já acontecera com “Thriller”, uma série de singles retirados desse disco (“I just can’t stop loving you”, “Bad”, “The way you make me feel”, “Man in the mirror”) mantém-se nas tabelas ao longo dos anos seguintes. Depois de uma longa, espectacular e lucrativa digressão, regressa em 1991 com “Dangerous”, encerrando a sua colaboração com Quincy Jones, optando pelo produtor Terry Riley, na tentativa de refrescar a sua música. O álbum entra para o primeiro lugar do top, o mesmo acontecendo com o single “Black or White”. Em 1993 foi acusado de molestar um rapaz de 13 anos. As investigações revelaram-se inconclusivas, mas Michael resolveu pagar à família do rapaz uma verba entre os 18 e os 20 milhões de dólares. Quando casou com Lisa Marie Presley, em 1994, o gesto foi visto como
uma tentativa de reabilitar a imagem. Dezanove meses depois o casamento desfez-se. No final de 1996 volta a casar-se. Desta vez com a enfermeira Debbie Rowe. Nos dois anos seguintes, o casal tem dois filhos, mas divorcia-se em 1999. Em 2001 lança “Invincible”, o seu último álbum de originais. Não se pode considerar que seja um insucesso comercial, mas as divergências com a editora Sony acentuam o seu comportamento fora do comum. Em 2003 o seu rancho é revistado pela polícia, acabando acusado de assédio sexual a crianças. Em 2005, teve início o seu julgamento. No final, foi ilibado das acusações. Mas Michael Jackson nunca mais recuperou. Viajou para vários países, do Bahrain à Irlanda, e durante os últimos dois anos muito se especulou sobre um provável regresso. Um retorno aos palcos que estava previsto para o próximo mês, em Londres, que nunca se concretizará.
Os escândalos que comprometeram carreira e fortuna ntre as acusações contra o cantor, considerado o rei do pop, estão casos de abuso sexual e pedofilia. Parte da fortuna do astro delapidou-se com o pagamento milionário de advogados, acordos judiciais e salários de empregados do rancho “Neverland”, na Califórnia. Em Agosto de 1993, o primeiro escândalo sexual envolvendo o nome do cantor torna-se público. Um pai acusa Michael Jackson de abusar sexualmente do filho Jordie Chandler, de 13 anos. Depois de um acordo amigável, a família silenciou o caso e as investigações policiais foram arquivadas. Em Novembro de 2002, após o nascimento do seu terceiro filho, Michael Jackson aparece a segurar o recém-nascido, com o rosto coberto, para fora de uma janela num hotel em Berlim. Em Fevereiro de 2003, no documentário “Living with Michael Jackson”, produzido por um jornalista britânico que passou meses com o cantor, Michael Jackson diz que nunca abusou de crianças, mas conta já ter dividido a sua cama com elas. Em 2003, depois da exibição do documentário, denúncias de pedofilia levaram Michael Jackson a ser preso e libertado após pagar fiança. O cantor foi indiciado. Em 2005, Jackson é julgado e absolvido de todas as acusações. Depois do julgamento o cantor deixou de morar no rancho “Neverland”.
E
O cantor segura “Blanket” e Paris, enquanto Price olha de lado...
Com o miúdo Jordie Chandler, relação que viria a desencadear violenta polémica
CURIOSIDADES
1. Encomendou retratos seus como Mona Lisa, Einstein, George Washington, Abraham Lincoln e um ET. 2. Foi um dos pouquíssimos a conseguir colocar 5 álbuns de inéditos seguidos em primeiro lugar no Hot 200 da Billboard. 3. Recebeu 53 milhões de dólares de direitos de autor pelas vendas do LP “Thriller”. 4. Tinha 1,78m de altura e pesava 64Kg. 5. Ganhou 23 Grammys ao longo da sua carreira . 6. Foi apelidado de Wacko Jacko pelos tablóides britânicos”The Mirror” e “The Sun”. O termo significa “Jack, o louco”. 7. Possui a estatueta do Oscar do filme “E Tudo o Vento Levou”. 8. Segundo a revista “Rolling Stone”, Michael Jackson facturou durante a sua carreira 7 biliões de dólares. 9. A sua luva branca foi levada a leilão com um lance inicial de 6 mil dólares. 10. Jackson doou milhões de dólares durante toda a sua carreira a causas beneficentes através da Dangerous World Tour, compactos voltados à caridade e manutenção de 39 centros de caridades. 11. Resultado de uma pesquisa feita em Maio de 1996, entre 15.000 mulheres de 15 países europeus, revelou que Michael era o sétimo homem mais sexy do mundo. 12. No dia 13 de Junho de 1983, a música “State of Shock” foi tocada sem parar por 24 horas (288 vezes) numa rádio da Califórnia, KIQQ FM. 13. Em Novembro de 1993, no meio de todas aquelas acusações de abuso sexual infantil, a Pepsi anunciou que havia cortado relações com Michael Jackson, fazendo com que fãs leais parassem de beber o refrigerante. Muitos fã-clubes de Michael encorajaram membros a boicotar a Pepsi e escrever para a empresa, em protesto. Um fã norte-americano começou a distribuir adesivos onde se lia “Pepsi deitou Michael para o lixo. Agora nós estamos a deitar a Pepsi no lixo”. Depois de dois meses do anúncio da Pepsi, a Coca-Cola anunciou que as suas vendas haviam crescido 20%. 14. O Twitter ficou fora do ar por 10 minutos após a notícia sobre o internamento e morte de Michael Jackson. A página caiu por causa da quantidade de mensagens enviadas. 15. Michael Jackson começou a sua carreira com 5 anos de idade e iria finalizá-la este ano de 2009, aos 50, com 50 shows marcados para Londres.
Cantor não é o pai biológico Medicamentos e morte polémica
Debbie Rowe, a mãe de Michael Joseph Jackson Jr, conhecido como Prince Michael (12 anos), e Paris Michael Katherine Jackson (11 anos), revelou ao tablóide britânico “The News of The World” que Michael Jackson, afinal, não é o pai biológico das crianças. A ex-enfermeira de 50 anos, que esteve casada com o cantor norteamericano, entre 1996 e 1999, disse que engravidou através de inseminação artificial com o esperma de um dador anónimo. “Michael estava divorciado, sozinho, e queria ter filhos. Eu fui a única que lhe disse ‘eu terei os teus filhos’. Ofereci-lhe o meu útero, era um presente. Foi algo que fiz para o deixar feliz”, afirmou ao jornal. Debbie Rowe, que conheceu Jackson numa clínica dermatológica em Bevery Hills, onde o “rei da pop” ia fazer tratamentos de pele, assegurou ainda que não irá lutar pela custódia dos filhos, pois já havia chegado a acordo com o músico. Quanto ao terceiro filho de Michael Jackson, Prince Michael II, de 7 anos, mais conhecido como Blanket, nunca se chegou a saber quem era a mãe.
De acordo com o site TMZ.com - o primeiro a anunciar a morte do cantor - terá sido encontrado na casa onde Michael Jackson veio a morrer um medicamento usado em anestesias cirúrgicas. O fármaco só pode ser vendido a pessoal médico e um dos principais efeitos secundários do Propofol é a paragem cardíaca, se for tomada a par com analgésicos. Uma antiga enfermeira de Michael Jackson, Cherilyn Lee, anunciou, por seu lado - citada pela CNN -, que a estrela pop a pressionou, sem sucesso, para que esta lhe comprasse Diprivan, o nome genérico do Propofol. Entretanto, o advogado de Michael Jackson disse que ele ainda tinha pulso, embora fraco, e o seu corpo estava quente quando o seu médico o encontrou na cama sem respirar. Edward Chernoff disse disse também que o Dr. Conrad Murray nunca prescreveu ou ministrou a Jackson os medicamentos Demerol ou OxyContin. Chernoff disse que o médico de Jackson estava na mansão do artista na tarde de quinta-feira e foi descobri-lo na cama sem respirar, tendolhe ministrado de imediato os primeiros socorros.
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DEA ajuda na investigação A agência anti-droga americana, a Drug Enforcement Administration (DEA), está a ajudar o departamento de medicina legal de Los Angeles a apurar as causas da morte do cantor Michael Jackson, avança o “LA Times”. Apesar de ainda não se conhecerem os contornos da actuação da DEA neste caso, a notícia acontece poucas horas depois de o site TMZ ter indicado que foi encontrado em casa de Jackson um potente anestésico. As causas da morte do cantor continuam por apurar. A autópsia levada a cabo foi inconclusiva, aguardando-se agora os resultados toxicológicos de uma segunda autópsia, privada, pedida pela família.
Michael, we love you! Numa grande cerimónia pública no Staples Center, em Los Angeles, que foi ao mesmo tempo um serviço religioso, um espectáculo multimédia e um festival de canções, a memória de Jackson foi evocada, os seus contributos musicais reconhecidos, o seu impacto mundial festejado, o seu corpo velado, a sua morte chorada.
Pai fora do testamento O pai de Michael Jackson, Joseph Jackson, foi olimpicamente ignorado aquando da redacção do documento sucessório, que os advogados do cantor d i z e m d a ta r d e 2 0 0 2 . É o ú l t i m o testamento assinado por Michael Jackson e não deverá ser contestado. Os filhos, a quem ele desejava, claramente, uma vida mais estável, foram deixados aos cuidados da avó, mãe dele, o que não deixa de ser um gesto tranquilizante. Havendo falta dela por morte ou incapacidade, ficou estipulado que os garotos deveriam ser entregues à guarda da cantora Diana Ross, que tem 65 anos e sempre foi muito amiga de Michael Jackson. Os bens foram deixados à supervisão materna, com apenas 5% de controlo reservado aos advogados, que, bem avisados, foram imediatamente ao juiz pedir um congelamento de movimentos e decisões em tudo que estivesse relacionado com o imenso espólio cultural deixado pelo cantor.
O grande amigo Bubbles tevie Wonder, Brooke Shields, Magic Johnson, Smokey Robinson, todos os outros Jacksons e milhares de fãs em lágrimas prestaram a última homenagem ao génio de Michael Jackson, o Rei da Pop, que morreu aos 50 anos. Os milhares de fãs que acorreram à Baixa de Los Angeles levaram a peito o tema de showneral anunciado: vestidos de luto, os que privilegiavam um sóbrio tributo, ou, os que mais investiram na vertente do show, imitando o ídolo, com óculos espelhados e casacos de couro vermelho. Foram os irmãos de Michael, envergando gravatas amarelas, óculos escuros e todos com a mítica luva de brilhantes que ele celebrizou, que carregaram o caixão para a frente de palco, enquanto um coro gospel cantava “Aleluia, vamos ver o rei”. A assistência reagiu com contenção, mas mais tarde não resistiu a explodir, em aplausos e gritos... “Michael, we love you!”. No início do espectáculo, Mariah Carey interpretou
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I’ll be there; Queen Latifah leu um poema de Maya Angelou intitulado We had him; o fundador da Motown, Berry Gordy, recordou o “choque e magia” que todos sentiram quando Michael apresentou o seu Moonwalk. “Ele entrou em órbita e nunca mais voltou”, disse. “Chamar-lhe Rei da Pop não chega. Michael Jackson foi simplesmente o maior entertainer de todos os tempos”, considerou, levantando o pavilhão num emocionado aplauso. O basquetebolista Kobe Bryant, os dois filhos de Martin Luther King e a congressista Sheila Jackson Lee lembraram as portas que Michael abriu para a comunidade afro-americana - e é inegável que o momento da morte foi, também, o da reconciliação do público negro com o seu ídolo. A porta da Motown, em Detroit, encheu-se de flores, as ruas do bairro do Harlem, em Nova Iorque, pararam para assistir à transmissão do memorial - emitido em directo em centenas de salas de cinema nos EUA e por televisões de todo o mundo.
Os filhos Paris (esquerda), Prince Michael Jackson I e Prince Michael Jackson II (escondido). Em cima, Lionel Ritchie e Stevie Wonder, dois amigos e admiradores
Bubbles, o chimpanzé que era companheiro inseparável de Michael Jackson nos anos oitenta, continua vivo e de boa saúde. Hoje, com 26 anos, o primata vive na Florida, num centro para macacos de grande porte, em Wauchula. O pessoal desse centro diz que o maior tributo que podem prestar a Jackson é tratar bem o seu querido amigo, pois sabem que o cantor adorava o chimpanzé, que, entre outras coisas, gosta de ouvir música calma nos seus phones.
Dependente de drogas legais É como uma mina em céu aberto: de repente, toda a gente quer falar dos abusos farmacêuticos de Michael Jackson. Assistentes que trabalharam para o ídolo confirmam que, por vezes, não o conseguiam sequer acordar, tal era a carga de sedativos ingeridos ou injectados. Se intervinham e diziam que começavam a estar preocupados, Jackson gritava com eles e acusava-os de interferência na vida privada. O Los Angeles Times confirma que Diprivan, a medicação usada nas anestesias, foi encontrada nos aposentos privados da residência onde o cantor faleceu. E, noutra frente, há inúmeros consultórios em Los Angeles onde toda a gente sabia que, mesmo quando Jackson só precisava de uma recarga botox ou outra qualquer intervenção médica menor, exigia sempre anestesia. E alguns antigos médicos vêm agora afirmar que o cantor os pressionava constantemente com pedidos pouco razoáveis de medicação indutora do sono profundo. Por todo o lado, o retrato que emerge é só um: Jackson já se tinha tornado dependente há pelo menos 10 anos, o espírito dele mantinha-se deprimido após ter sido acusado de abuso sexual de menores, devia dinheiro a muita gente, os compromissos comerciais estavam a tornar-se insuportáveis e ele passou a precisar de uma ajuda intravenosa com maior regularidade, ao ponto de já nem sequer se preocupar em manter o seu hábito em segredo.
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MADEIRA Simulacro policial
Aumentam queixas de burlas na net Há cada vez mais madeirenses a serem burlados através do sistema informático. As queixas têm vindo a aumentar na Polícia Judiciária. Só no primeiro semestre deste ano foram feitas 26 participações, mais 18 em relação a igual período do ano passado. De acordo com o inspector Ricardo Silva, na origem das queixas estão pagamentos que foram feitos para a aquisição de um produto que acabou por nunca chegar a casa dos compradores. No segundo semestre de 2008, o número de queixas aumentou, chegando a atingir as 20.
São Vicente viveu um cenário policial, com uma mala com explosivos abandonados e um sequestro. No final, tudo acabou em bem. Tratava-se de uma operação policial, em que os agentes interagiram com a comunidade, aproveitando para chamar a atenção para situações de segurança.
As comparações de Alberto João Jardim O presidente do Governo Regional comparou o ministro das Finanças ao ministro da Informação de Saddam Hussein. “O homem fez-me lembrar o ministro da Informação de Saddam, quando tinha os americanos dentro de Bagdad e dizia que o Iraque estava a ganhar a guerra”. Jardim comentava as declarações de Teixeira dos Santos que argumentou que a melhoria dos indicadores de confiança “são sinais francamente positivos”, afirmando que Portugal pode estar a chegar ao fim da crise, o que contraria as posições adoptadas a nível internacional.
Sistema político é uma “caricatura de democracia” No encerramento do “48 Horas a Bailar”, o presidente do Governo Regional disse que «chegou o momento do desafio do povo madeirense» de mostrar se quer ou não mais autonomia política para a região. Disse ainda que é contra o sistema político existente em Portugal, que não passa de uma «caricatura de democracia», já que não permite um governante falar de partidos, nem eleições, nos meses que antecedem os actos eleitorais. «Ao fim de 30 anos de autonomia, chegou o momento do desafio do povo madeirense» de manifestar se quer ou não mais autonomia. Este desafio foi lançado pelo presidente do Governo Regional da Madeira, durante o encerramento do XXV Festival Regional de Folclore, “48 Horas a Bailar”, que levou centenas de pessoas até ao concelho de Santana. Alberto João Jardim disse, no seu discurso, que é altura de «perguntar ao povo se quer ou não mais autonomia». É que para o dia 22 de Julho está marcado na Assembleia Legislativa da Madeira o debate e aprovação de um projecto de resolução da revisão constitucional, do PSD-M, no que respeita à autonomia política
regional. Este texto será levado para a Assembleia da República, em Outubro, pela mão dos deputados sociais-democratas eleitos pela Madeira, nas eleições legislativas, de 27 de Setembro. Contudo, no encerramento do certame em Santana, o líder do executivo madeirense afirmou que não podia falar nem de partidos, nem de eleições, porque a marcação dos actos eleitorais já foi publicada em Diário da República e «este Portugal de democracia deficiente tem leis e uma Justiça estranhas, que dizem que depois de marcadas as eleições os governantes não podem falar de questões políticas». No entender de Jardim, «isto é contra a democracia, é uma limitação de direitos, liberdades e garantias do cidadão que está na política». Deste modo, esclareceu que nos mais de 30 anos de vida política «nunca foi tanto contra um ou outro partido, eu fui contra o sistema político como o que temos em Portugal que é uma caricatura de democracia. Não é uma democracia a sério, onde a Justiça está politizada, onde a Educação põe as pessoas analfabetas, onde a comunicação social não é isenta e onde não temos segurança».
Alberto Joao Jardim acciona um moinho manual de moer trigo, num stand integrado nas “48 Horas a Bailar”, em Santana PUB.
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COMUNIDADES OCDE preocupada com os imigrantes A OCDE recomendou a manutenção de esforços de integração dos trabalhadores estrangeiros apesar da crise económica, que deverá causar a primeira grande quebra na chegada de imigrantes aos países membros desde os anos 1980. A OCDE recomenda aos governos dos países membros que mantenham os programas de integração, redobrem os esforços contra a discriminação e velem para que as medidas para redução do desemprego beneficiem os novos trabalhadores, incluindo os imigrantes.
Sem cônsul há 4 anos Apesar de não ter um cônsul há quase quatro anos, o consulado de Portugal em Durban, África do Sul, continua a servir satisfatoriamente a comunidade, embora a passagem a honorário seja encarada com alguma apreensão. É caso para dizer, como no futebol, que em equipa que ganha não se mexe...
Dia da Madeira festejado em Caracas Mais de quinhentas pessoas assistiram ao concerto “Brilhante no oceano, é assim a Madeira”, evento que assinalou o início das celebrações do Dia da Região Autónoma da Madeira na Venezuela. Sob a direcção de Miguel Angel Monroy, o concerto da Orquestra Sinfónica de Venezuela reuniu o tenor venezuelano Robert Girón e a cantora luso-descendente Sandra Rodrigues, que interpretaram tema alusivos a Portugal. O concerto contou com a presença de Francisco Jardim Ramos, secretário dos Assuntos Sociais da Madeira, que se encontrava em Caracas.
CRIANÇAS PORTUGUESAS EM PERIGO? Hoje vamos contar a história de uma família portuguesa que, por um triz, não ficou sem os filhos, fruto dos poderes investidos nos serviços sociais ingleses, que, segundo os intervenientes, se têm negado a responder e justificar os seus actos, junto a advogados de defesa, à imprensa, aos pais e familiares das crianças, no final as únicas vítimas destes procedimentos – altamente contestados por outros profissionais, inclusive, pela própria polícia.
udo começou há dois meses. A família portuguesa, de que ocultamos o nome, por razões de segurança, detém um negócio em Londres, na área de Lambeth. O pai, que nos conta a evolução dos acontecimentos, é um quadro médio, técnico especializado em frio, a trabalhar para uma das maiores empresas inglesas do sector, foi educado num país de língua inglesa, pelo que não se registou, durante toda a história, qualquer problema de comunicação entre os intervenientes. J..., assim vamos identificar o pai, numa tarde de Domingo encontrava-se em casa com a família, na sala. Os seus dois filhos, um rapaz de 10 e uma menina de 7 anos, estavam a brincar com amigos e primos num quarto, a poucos metros. A certa altura, o barulho natural da brincadeira infantil parou e fez-se silêncio por algum tempo. Tempo suficiente para que levasse este pai atento a “indagar os que eles andavam a fazer”. E assim foi. Quando entrou no quarto da criançada “fui dar com o meu filho a tocar na
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DOUTORA SUSANA GARCIA
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O QUE FAZER EM CASOS SEMELHANTES Depois de bem identificada, deixar entrar a autoridade em questão. Contactar, de imediato, com um advogado – mesmo que ache não ter cometido qualquer delito. Não falar, nem prestar declarações, sem a presença do seu advogado. Proteja-se da melhor forma, mesmo quando as autoridades o tratarem com deferência. Todo o cidadão, no espaço da união europeia, tem direito a advocacia preventiva. Tudo o que disser, sem a presença e coordenação de um advogado, pode ser utilizado contra si para o incriminar. Informe o seu Consulado e ponha-o ao corrente da situação.
‘coisinha’ da prima. Fiquei surpreendido, pois não estava à espera daquilo.” Resolveu, então, chamar a criança e falar-lhe sobre o assunto e dizer-lhe que “aquilo não se fazia”. O rapaz concordou, pediu desculpa e prometeu que não voltaria a acontecer. Com a mulher falou mais tarde, responsabilizando tudo aquilo à educação sexual introduzida, há pouco tempo, na escola” e à natural curiosidade que despertou nas crianças. A seu ver, não havia razão para se preocupar. A mãe, em conversa com uma amiga que trabalha no sector da educação, confidencioulhe o sucedido e esta aconselhou-a a aproximar-se da professora e alertá-la para o facto. Dizia a amiga que as escolas têm como dever ajudar os pais a resolver os problemas das crianças. Foi à escola e contou à professora. Esta passou o assunto à directora, que se mostrou muito compreensíval, solícita e pronta a ajudar. Inclusive, a tratar com a câmara a cedência de outro apartamento onde os pais pudessem alojar os filhos em quartos separados. Da,í à entrada em cena dos
serviços sociais de protecção de menores, foi um ápice. Confrontada com um livro, algo arisco, distribuído às crianças, a directora negou que tivesse origem na escola. Mas testemunhas garantem que assim foi e que mostram algumas imagens impróprias para serem visualizadas por crianças. Mais tarde, contactada pela nossa reportagem, recusou-se a prestar declarações. Foram então visitados por uma assistente social, que dizem ser oriunda das Caraíbas, de trato muito difícil e pouco profissional. Explicou que a casa não tinha condições para albergar as duas crianças que, a seu ver, deveriam ter quartos independentes. Por outro lado “acusou-me de ser um pai antiquado e de não entender os tempos modernos”, argumentando que “eu não tinha condições para perceber e educar os meus filhos.” Segundo J..., a forma como esta assistente social conduziu o caso foi tão óbvia, com grande dose de “antipatia, a forma como mencionava ‘os portugueses’, a má criação, o Continua na página seguinte
“O estado psicológico das crianças é alarmante”
usana Garcia é a advogada que tomou conta do caso que envolve a família de que contamos a história nesta edição, em que a mãe teve de fugir com os dois filhos para Portugal, e evitar a perseguição de uma assistente social, de nome Gerstrouds, a saber, de origem das Caraíbas. O que mais confunde a advogada portuguesa é que, sendo Inglaterra um estado de direito, como é possível que uma família, sobre quem não recai qualquer acusação específica, da qual não é conhecido qualquer inquérito entregue a um procurador, ou qualquer mandado especial de um Juiz, pode ser perseguida da forma como foi. Não percebe quais as intenções por detrás deste caso. A advogada considera mesmo de muito grave a revista e a sonegação de bens pertencentes à mãe das crianças, efectuada por Gerstrouds, durante uma visita à Segurança Social, e mais grave ter-lhe sido negada a presença de um advogado. Um direito elementar que só não é concedido em países de regimes totalitários, ou normalmente no chamado terceiro mundo. Depois, a permanente recusa de todos os intervenientes em facilitarem aos advogados de defesa uma cópia da pretensa acusação, ou mesmo as bases do inquérito ou o mandado assinado por um Juiz. Na opinião da advogada, este caso foi conduzido pela segurança social inglesa de uma forma precipitada e infeliz, com resultados catastróficos. O facto da mãe, para fugir à permanente coacção e pela segurança das crianças, ter abandonado Inglaterra, criou um estado psicológico nas crianças, alarmante e devastador – sendo impossível de prever as consequências, a curto de a longo prazo. Susana Garcia diz que o caso vai ser levado até às últimas consequências.
Mesmo numa situação de “pro bono” (sem remuneração) e, se necessário, recorrendo ao Tribunal Europeu. A seu ver, as autoridades inglesas actuaram sem medir as consequências e, por isso, terão de responder pelos seus actos. Destruíram uma família, a sanidade mental das crianças e a situação económica familiar que garantia a educação presente e futura dos menores. Explicou-nos que as crianças já passaram, em Portugal, por todos os exames médicos necessários para substanciar o seu caso. A seu ver, e conhecendo bem o sistema jurídico inglês, estes casos devem ser executados sustentados em fortes indícios de risco para as crianças, através de rigorosos exames médicos e interrogatórios psicológicos, normalmente efectuados por especialistas ligados a um instituto de medicina legal. No que lhe diz respeito, não basta só acusar é preciso ter provas concisas, antes de actuar. Quanto à actuação da Embaixada de Portugal em Londres e respectivo Consulado, Susana Garcia, admite que, normalmente, estes não têm meios, nem técnicos qualificados, para tratarem deste tipo de problemas. Mas logo o saberá, quando instar a mesma a colaborar no caso. No que diz respeito às declarações do Cônsul Geral de Portugal em Londres, Macedo Leão, a advogada diz não perceber a razão porque diz que Portugal não tem capacidade para lidar com estes casos e receber as crianças em risco. A seu ver, os serviços de protecção às crianças e a segurança social em Portugal são muito superiores aos serviços britânicos, que têm muito que aprender com Portugal. Admite que os serviços locais têm mais e melhores meios, mas põe em dúvida a sua eficácia. De que este caso é um bom (mau) exemplo.
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10 Julho 2009
COMUNIDADES Campanha rodoviária para emigrantes
Cooperação cambial
COP quer Timor nos Jogos da Lusofonia
A associação de jovens luso-descendentes Cap Magellan, sedeada em França, volta a promover este ano uma campanha de segurança rodoviária dirigida aos emigrantes portugueses que viajam de carro para Portugal nas férias de Verão. A campanha vai ser lançada no próximo dia 08 e termina a 02 de Agosto. A campanha, em que participam 150 voluntários, será feita em duas fases, com a distribuição de 250 mil guias e panfletos, à partida para Portugal e junto de discotecas e locais de concentração de jovens luso-descendentes.
Portugal e São Tomé e Príncipe vão assinar um acordo de cooperação cambial, disse a ministra do Plano e Finanças são-tomense. “O acordo visa sustentar a paridade cambial entre a dobra e o euro”e será “sustentado por uma linha de crédito” que Portugal vai conceder ao arquipélago.
O presidente do Comité Olímpico de Portugal, Vicente Moura, considerou “indispensável a presença de Timor-Leste” nos II Jogos da Lusofonia, depois de serem conhecidas dificuldades financeiras para a vinda a Portugal da delegação desportiva timorense. “É indispensável que Timor-Leste esteja presente nos II Jogos da Lusofonia”, disse, adiantando que “estão a ser desenvolvidas diligências por entidades e personalidades, a nível nacional e internacional, para viabilizar a vinda da delegação timorense”. Os jogos decorrem em Lisboa de 11 a 19 de Julho.
CRIANÇAS PORTUGUESAS EM PERIGO? Continuação da página anterior
modo insistente de coacção, as ameaças e, sobretudo, o ódio e o sarcasmo como nos tratava, foram indícios mais que evidentes de má fé. E eu decidi imediatamente mandar a minha mulher e os dois filhos para Portugal”. “Uma das coisas de que me lembro”, continuou J..., “que repetia e tornava a repetir era: ‘vocês estão aqui em Inglaterra e têm de cumprir as leis inglesas. Mas nunca explicou que leis estávamos nós a infringir!” Explicou também que, durante todo o processo, nunca teve acesso às bases da acusação e nunca prestou ou assinou quaisquer declarações. Tudo foi na base do que a assistente social apresentou, sem lugar para contestação - “nu e cru! Eu posso, eu quero e eu mando!” A nossa reportagem falou com a assistente social que disse não ter nada a declarar sobre o assunto. Mais tarde insistimos e prometeram-nos que falaríamos com alguém. Após os serviços sociais foi a polícia. Em primeiro lugar, foram visitados
por um “casal” de agentes, que se mostraram surpreendidos pela alegada falta de condições da casa e que consideraram o ambiente “de harmonia”, pelo que nem acharam necessário visitar o resto da casa. Três semanas se passaram sem qualquer contacto. Após o que a polícia se tem apresentado várias vezes com um mandado de recolha das crianças, para serem entregues a pais de acolhimento. Sem explicações. Sem aviso. Sem sequer lhes ser dito porquê. J... tinha uma vida normal, feliz, bom retorno e um pequeno negócio. Hoje vive sozinho, sem os filhos e mulher. Sente-se ameaçado e encurralado, num país que sempre admirou e ainda admite como acolhedor e com boas condições para criar a sua família. Sente que lhe destruíram a felicidade familiar. A falta de instituições de defesa ao imigrante português e de um “lobby” político, que temos vindo a falar como essencial para todos nós portugueses,
CÒNSUL GERAL DE PORTUGAL EM LONDRES
“Não temos capacidade para lidar com estes casos” O Cônsul Geral de Portugal em Londres, José Macedo Leão, admite que os Consulados não têm capacidade para tratar devidamente estes casos. Contudo, diz que os serviços de protecção a menores britânicos têm instrumentos suficientes para actuarem contra situações que julguem pôr em risco o bem-estar de uma criança. Acrescenta que qualquer caso que envolva um cidadão português e as autoridades do país de acolhimento ou de visita, é um incidente diplomático, e que as autoridades locais tomam as providências necessárias para notificar o estado português. Diz ter conhecimento de alguns casos em que os menores foram tirados aos pais e acrescenta que nem sempre é fácil repatriar as crianças para Portugal, ora porque as entidades oficiais não têm onde as alojar, ou porque a família, em Portugal, se recusa receber os menores. Aconselha a que os portugueses se registem no Consulado, por estas e outras razões, até para sua melhor protecção e admite que, num caso com a justiça, a melhor decisão é consultar, de imediato, um advogado. Depois disso, as autoridades portuguesas trabalham com o jurista para tratar, da melhor forma, cada caso em particular. Por fim, avisa que os emigrantes portugueses devem viver de acordo com a legislação britânica e aceitar as regras pelas quais a conduta social, trabalho e outra são determinadas neste país.
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encontramo-nos fragilizados, perante uma legislação que não compreendemos e que muitas vezes sentimos ser utilizada contra os nossos mais fundamentais direitos. Hoje falamos nas nossas crianças. Que direitso têm? O que podem esperar das
autoridades portuguesas? Que fazer neste caso? Ou noutro similar? Perguntas das quaisdeixamos respostas nos contactos que fizemos com advogados e com o cônsul geral de Portugal em Londres. Reportagem de JOÃO DE NORONHA
Saúde e Bem-estar
OPINIÃO
Dra. Valdeíza Costa - Psicóloga e Psicopedagoga
Nesta secção procurarei esclarecer as vossas dúvidas em relação à saúde emocional, familiar e de relacionamentos interpessoais. Enviem as vossas perguntas para o e-mail
[email protected] ou mob. 0796 1158 491.
Virou-se o feitiço contra o feiticeiro! Prezados concidadãos, Logo após o resultado das eleições europeias, muitas minorias étnicas ficaram deveras frustradas uma vez que foram apanhadas de surpresa devido a certos partidos políticos que ganharam, e outros que perderam, como era de esperar em conformidade com os escândalos e fraudes que foram descobertos no parlamento britânico! Ora, nestas condições, convém ir sempre à génese das causas e dos efeitos perguntando porque é que houve tantos abstencionismos, tanto no Reino Unido como dentro da União Europeia? Na verdade, estas coisas acontecem devido à presunção de que a maioria das Comunidades Imigradas quase nunca se preocupam com o futuro no que diz respeito à sua organização, nem tampouco com coisa alguma! Preocupam-se somente com amealhar dinheiro e quanto ao resto… deixa andar, isto não é comigo! Salve-se quem puder! Eu cá estou bem e os outros que se forniquem! Há sempre tempo para festas, folias, cortar na casaca deste e daquele, bem como andar de déu em déu! Com efeito, numa das recentes reuniões que tivemos com os latino-americanos, por casualidade apareceram uns brasileiros e, quando um deles tomou a palavra, saudou todos os presentes, e, logo em seguida, começou a disparar fogo de rajada em todas as direcções, acusando os portugueses e espanhóis de colonizadores e de exploradores, até que alguém da equipa portuguesa lhe respondeu imediatamente à letra, tirando-lhe o pio, metendo logo a viola no saco, porquanto já ninguém pode consentir besteiras deste jaez!
Entretanto, como se tratava da aprovação dos estatutos, bem como da votação de uma proposta para a chefia dos corpos gerentes, em que apareciam alguns nomes de portugueses e latino-americanos, mas por conveniência não tocaram no assunto, porque estavam já todos com a panelinha feita e foi assim que se virou o feitiço contra o feiticeiro, porquanto o grupo de portugueses já não podia aturar por mais tempo esta vergonhosa palhaçada, pelo que fomos obrigados a abandonar definitivamente aquela sala, uma vez que algumas pessoas já tinham saído por motivos de humilhações e difamações, assim como outras cheiravam, de tal maneira, a bebidas alcoólicas, que não se podiam suportar! Quanto à questão, o que está em causa é a grande ilegalidade de imigrantes latino-americanos e como tal foram buscar um guarda-chuva para os abrigar, como foi a palavra ibérica devido a que os dois países estão abrangidos pela União Europeia e neste caso usufruem de algumas regalias e privilégios, mas são os latino- americanos que continuam a usar-nos como muletas ou caciques em seu proveito e tudo isso acabou, porque nem os espanhóis, nem os portugueses, passaram por cobardes, colonizadores ou exploradores, como eles nos apelidam, porquanto isto não é nada mais nada menos do que o um evangelho de mercenários marxistas/leninistas que, ao longo da sua história, não passaram de oportunistas e de serpentes venenosas, bem como de lobos vestidos de pele de cordeiro! Saudações lusíadas, F. Gonçalves da Silva Portuguese Action Group
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Solidão Pergunta. Até que ponto pode ser prejudicial para a saúde de uma pessoa viver em solidão? Há alguma prova científica de que é melhor viver na companhia de outras pessoas? (A.R.T, Bury St. Edmunds) o vocabulário da língua portuguesa, a palavra solidão significa “estado de quem se sente ou está só” onde a pessoa é dominada por uma profunda sensação de vazio e isolamento, uma forte sensação de que está faltando algo ou alguém. A solidão é mais do que o sentimento de querer uma companhia ou querer realizar alguma actividade com outra pessoa. Alguém que se sente solitário pode sentir dificuldades em estabelecer contacto com outras pessoas. Muitos estudos científicos realizados nos últimos anos têm mostrado que viver isolado e sozinho pode predispor os indivíduos aos mais variados tipos de doenças, basicamente por aumentar a reacção do corpo ao stress e diminuir os processos orgânicos necessários para lutar contra as doenças, isto é, a solidão enfraquece o sistema imunológico da pessoa. Muitas pessoas que vivem em solidão apresentam distúrbios do sono (insónia, dificuldade para adormecer, de atingir o sono profundo, etc.), estão mais sujeitas a processos inflamatórios diversos e ficam mais expostas a alguns factores de risco clássicos, tais como colesterol elevado, uso de tabaco e hipertensão arterial. A pessoa pode viver estes momentos e fases da vida de uma forma profundamente sofrida, manifestando sentimentos de abandono, rejeição, depressão, insegurança, ansiedade, falta de esperança, inutilidade, insignificância e ressentimento. Se esta sensação persistir pode debilitar a pessoa e bloquear sua capacidade de ter um estilo de vida saudável e estabelecer relacionamentos duradouros provocando, muitas vezes um rebaixamento da auto-estima e, consequentemente provocar um distanciamento do contacto social. Entretanto, muitas pessoas decidem, pelos mais diversos motivos, morar sozinhas e viver uma vida bastante independente. Não se pode dizer que são pessoas solitárias se elas se sentem em paz com essa situação. Em seu crescimento como indivíduo, o ser humano começa um processo de separação ainda no nascimento a partir do qual continua a ter uma independência crescente até a idade adulta. Desta forma sentir-se sozinho pode ser uma emoção saudável e, de facto, a escolha de ficar sozinho durante um período da vida pode ser uma experiência enriquecedora e contribuir para o desenvolvimento da pessoa. Se você vive em solidão e isto o incomoda, utilize este sentimento para o seu crescimento pessoal, como uma alavanca para assumir plenamente a sua vida, fortalecer suas bases pessoais e seguir em direcção aos seus objectivos. Desfrute da sua própria companhia, dê atenção aos seus desejos, procure viver momentos agradáveis fazendo coisas que gosta em seus momentos livres, enfim, seja o seu melhor amigo e perceberá que a solidão deixará de existir naturalmente além de que estará aumentando sua capacidade de fazer amigos. Boa Sorte!
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