Dos anos 1970 à atualidade
A obra de arte nos anos 70 • “Paradigmas antes aceitos (autenticidade, unicidade, originalidade, etc.) são profundamente questionados desde a década de 1950 (ou desde dadá e Duchamp, para irmos mais longe), mas é na década de 1970 que se tornam inaceitáveis. O que se faz relevante, então, é a predominância da idéia sobre o objeto, pois tal operação sublinha a dimensão conceitual da obra de arte” (Cristina Freire)
Anos 70 • Experimentalismo. • Virada do objeto para o evento. • Poéticas processuais (performances, situações, intervenções, proposições, etc.). • Propostas efêmeras. • Importância do registro, que se confunde com a obra. • Precariedade de materiais. • Novos meios: xerox, arte postal, jornal, vídeo, etc. • Corpo = corpo social
Letícia Parente, Made in Brasil, 1973
Proposta: gravar nas garrafas de refrigerantes (embalagens de retorno) informações e opiniões críticas, e devolvê-las à circulação. Utiliza-se o processo de decalque (silk-screen) com tinta branca vitrificada, que não aparece quando a garrafa está vazia e sim quando cheia, pois então fica visível a inscrição contra o fundo escuro do liquido Coca-Cola.
CILDO MEIRELES, Série Inserções em Circuitos Ideológicos”
Título: ZERO DOLLAR Técnica: offset litogravura sobre papel Medida: 6,5x15,5 cm Data: 1978/1984 Comentários:
Antônio Manuel, O corpo é a obra, 1970
Antonio Manuel: depoimento “Comecei a perceber a temática do corpo. Afinal era ele que estava na rua, sujeito a levar um tiro (...) então imaginei usar meu próprio corpo como obra. Na ficha de inscrição [do Salão Nacional de Arte – MAM-RJ] escrevi como título da obra meu nome, as dimensões eram as do meu corpo, etc. Fui cortado, soube que o Colares havia sido preso por quebrar um vidro do MAM com uma pedrada (...).Encontrei-o numa cela comum com vinte presos num cantinho, todo sujo. O delegado acabou libertando-o e ele foi para sua casa. Eu me dirigi ao Museu de Arte Moderna e lá cheguei uma hora antes da inauguração. Ai me veio a idéia de ficar nu. Nada foi programado, a idéia surgiu ali como fruto de um sentimento de asco e repulsa. (...) Tive de sumir uma semana. Fui proibido de participar durante dois anos de salões oficiais” (Antônio Manuel, 1986).
Cildo Meireles, Tiradentes: Tótem-monumento ao preso político, 1970
Artur Barrio, Situação T/T 1, Belo Horizonte, 1970
Artur Barrio, Situações
T.E.s • “Barrio impressionava os espectadores e fruidores “normais”, abolindo de vez a idéia de contemplação, jogando a arte às ruas, aos esgotos e ao lixo (...). Das artes plásticas, Barrio passava às artes “informes”, aos corpos sem conformação, antiescultura e antiobjeto por excelência (...). As T.E. eram coisas incongruentes e terríveis, ameaçadoras mesmo, e sua aparição inesperada e violenta podia desencadear estados anímicos ou psíquicos bastante perturbadores. E era essa a inquietação que o trabalho queria alcançar em profundidade: revolver o chão da mesmice dos hábitos; impregnar os homens do estado de perplexidade e espanto (...). Era o início do “terrorismo poético” de Barrio” (Lygia Canongia)
Artur Barrio, trouxas ensangüentadas
Artur Barrio, Livro de Carne, 1977-98
Livro de Carne • “Fazer um Livro de Carne é uma ironia suprema (...). O livro como lugar do organizado e do saber, da legitimação do conhecimento e da força do Logos; a carne como matéria bruta e viva, puramente sensória e pulsante(...) O Livro de Carne é puro paradoxo, ato de desprogramar a razão pelo absurdo, de se infiltrar nas páginas da ordem, deletando sua lei”. (Lygia Canongia)
Anos 80: a “volta da pintura” • Anos 60-70: é decretada a “morte” da pintura. • Nos 80, entretanto, o meio retorna com força total, dominando a cena artística no mundo todo. • Para diversos artistas e críticos – especialmente aqueles envolvidos nos esforços emancipatórios das décadas anteriores - tratava-se de uma rendição ao mercado, uma negação das conquistas do passado. • Centros importantes: Itália (Transvanguarda), Alemanha (Neo-expressionismo), EUA (bad painting, graffitti). • Pinturas da década de 80: em geral de grandes formatos (escala monumental), gestuais, de pinceladas expressivas.
• Mercado abraça entusiasticamente a nova geração de pintores; grande especulação; obras atingem preços elevados. • 1982 – Achille Bonito Oliva, crítico de arte italiano, escreve o texto “Transvanguarda Internacional”, no qual define os postulados da nova pintura.
• Um dos principais teóricos ligados à nova pintura, Oliva admite o fim da “tradição do novo” ou da “evolução de estilos” em arte.
• Recusa das vanguardas, de sua pretensão à originalidade. Ao mesmo tempo, reconhecimento de que cada obra atual se apresenta como originada de uma tradição. • O crítico caracteriza o novo momento artístico como “mais amarrado às produções intensas do indivíduo”. A presença da subjetividade deve ser entendida como “harmonia da arte com motivos individuais”.
• Sensibilidade do artista se deslocando do eixo de um programa coletivo para voltar-se ao presente imediato. Interioridade como fonte de impulsos para a ação. • Espaço de atuação restrito ao espaço simbólico da tela: território da imagem. • Diálogo com imagens preexistentes. Imagens originando-se a partir de duas fontes principais: 1. Imagens preservadas pela tradição (história da arte, arte popular, “banco de dados”); 2. Imagens que compõem o meio urbano contemporâneo (indústria e mass media).
• Interesse em recolher elementos de origens diversas para a confecção de um produto novo. • Valor do ecletismo da Transvanguarda: junção de diferentes níveis culturais que haviam estado afastados há décadas (a alta cultura e a baixa-cultura). • Deslocamento das imagens do mass media para a “lentidão viscosa do tempo da produção da pintura”: capacita o artista a “restaurar para a imagem a profundidade que parece ter sido cancelada pela civilização de massa”.
• Volta do artesanal. • Presença maciça do suporte, do padrão decorativo. • Abstração e figuração narrativa. • Nova pintura entendida como um “organismo independente”, construído a partir de uma “visão que encontra dentro de si mesma o prazer de sua própria presença e as razões para sua persistência”. • Autoconsciência da nova pintura em relação aos seus limites enquanto objeto de arte, sendo capaz de questionar apenas a natureza da imagem e não da arte..
Mimmo Paladino, Ronda noturna, 1982 Óleo sobre tela. 300 x 400 cm.
Mimmo Paladino Il visitatore della sera (ritratto di G.F.), 1985 óleo sobre tela 200x155 cm
Mimmo Paladino Piccolo animale della notte, 1984 óleo sobre tela e madeira 178x120 cm
Ricardo Fabbrini sobre Paladino • Recuperação do passado recente (clássicos modernistas) e do passado anterior às vanguardas. • “Sua apreensão da história é em grande parte ficcional, uma espécie de metáfora da história da arte. Ele distribui pela tela signos arcaicos e vanguardistas: encontramos referências à pintura paleolítica, á iconografia oriental, à máscara africana, à efígie egípcia, ao símbolo paleocristão, ao mito greco-romano e à arte românica, bem como às formas geométricas e informais recolhidas das vanguardas internacionais” • “São formas geométricas que, independentemente de possíveis simbolismos, adquirem uma função ornamental” • “Dicionário de mundos mitológicos, bazar de culturas, européias e não européias” • Crise da narrativa
Georg Baselitz, Les Jeunes filles d'Olmo II, 1981, óleo sobre tela, 249 x 250 cm
Georg Baselitz, 1987 290 x290
Georg Baselitz, exposição realizada em 1996
Anselm Kiefer, Nigredo
Anselm Kiefer • Emprego de diversos materiais numa única obra. • Os materiais de sua predileção são a palha, a areia, a argila e o chumbo, sempre utilizados com uma finalidade estética e/ou simbólica. • Exploração extensiva de imagens míticas e históricas. • Referência aos maiores fantasmas da história alemã: o nazismo e o Holocausto. • Necessidade de transcender esses terrores.
Kiefer: temas problemáticos • Uso de temas, ícones e motivos da tradição cultural e política alemã: • Andreas Huysen: “Kiefer reencena provocadoramente a saudação de Hitler em um de seus primeiros trabalhos de fotografia; (remete à) propaganda cultural do militarismo germânico; reverencia Richard Wagner, o herói cultural de Hiltler; sugere um panteão de luminares alemães em filosofia, arte, literatura e na área militar, a maioria dos quais foram corrompidos pelo nacionalismo alemão. Ele também (...) pinta as estruturas arquitetônicas megalomaníacas de Albert Speer como ruínas e alegorias do poder; invoca espaços históricos carregados de história do nacionalismo, como Nuremberg...” • Fascismo fascinante.
Occupations 1969 "Besetzungen 1969
Kiefer, Anselm To the Unknown Painter Watercolor & graphite on paper, three sheets 25 x 52 1/4 inches
Kiefer, Anselm March Heath 1974
Kiefer, “Os caminhos da sabedoria”, 1978
"dein goldenes Haar Margarete / dein aschenes Haar Sulamith" ("teus cabelos dourados Margarete / teus cabelos de cinza Sulamita")
Anselm Kiefer, Margarethe, 1981, óleo e palha sobre tela, 280 x 380 cm
Anselm Kiefer, Shulamite, 1983
Huysen • “(Diante das obras de Kiefer, me senti) iludido por aquele fascismo fascinante, de ter caído na estetização do fascismo (que visava) tornar a política um espetáculo estético” • “recriação da atração estética do fascismo no presente, que nos força à confrontação daquilo que racionalmente condenamos e rejeitamos”
David Salle, We’ll Shake the Bag, 1980, Acrylic on canvas, 48” x 72”
David Salle, Mingus in Mexico, 1990, Acrylic and oil on canvas, 244 x 312 cm
Julian Schnabel: Self-Portrait in Andy's Shadow, 1987 oil, plates and Bondo on two wood panels 103 x 72 x 10 inches overall
Julian Schnabel left: The Raft, 1982 oil, plates and bondo on wood with bronze branch 9x19 ft. right: The Patients and the Doctors, 1978 oil, plates and bondo on wood 8x9 ft.
Jean-Michel Basquiat
Jean-Michel Basquiat, auto-retrato
Jean-Michel Basquiat, Sem Título, 1981
Jean-Michel Basquiat, Catharsis, 1983
Jean-Michel Basquiat, Sem Título (Caveira), 1981 Acrílico e óleo sobre tela, 207 x 175,9 cm
Jean-Michel Basquiat, Man from Naples, 1982
Keith Haring
Keith Haring
A nova pintura no Brasil • Legitimação crítica menos precisa e menos contundente, centrando sua discussão em aspectos comportamentais de uma geração cuja presença no circuito consagra-se com a exposição Como vai você, geração 80? • Ao contrário do que ocorreu na Europa, não houve, no Brasil, um corpo teórico sistematizado que legitimasse a nova pintura. • Ainda hoje é difícil não falar da Geração 80 como apenas um rótulo, já que inexiste uma reflexão diretamente direcionada a essa produção.
Mercado ávido • Viver profissionalmente de arte no Brasil sempre havia sido para poucos e estes estavam cientes de que tardariam muito para “chegarem lá”. Entretanto, no início dos anos 1980, principalmente no eixo Rio-São Paulo, um grupo de jovens artistas começa a ter uma vertiginosa ascensão de carreira, alavancada por exposições coletivas que marcam a reintrodução da discussão da pintura no circuito de arte brasileiro. • Os artistas da Geração 80 não foram fazer arte buscando sucesso e fama; em um dado momento, “vieram pessoas de fora e se lançaram em cima deles, vendo-os como mercadoria” (Dora Longo Bahia) • Celebração em torno da nova pintura. Contexto social: abertura política, globalização, derrocada da esquerda.
Exposições • Exposições coletivas marcantes: Entre a mancha e a figura (MAM/RJ, set. 1982); À flor da pele (Centro Empresarial Rio, maio de 83); 3x4 grandes formatos (Centro Empresarial Rio, set. de 83); Brasil pintura (Palácio das Artes/BH, nov. 83); Como vai você geração 80? (Parque Lage/RJ, julho 84); Arte no espaço (Galeria Espaço/RJ, out. 84). • “Como vai você…” – megaexposição que faz um balanço da arte da década • Os textos publicados em alguns desses catálogos ou sobre tais exposicões promovem alguns conceitos acerca da nova produção. Críticos mais entusiastas a respeito da nova pintura: Frederico Morais, Roberto Pontual, Marcus Lontra).
O prazer da pintura •
“As idéias que acabam consagrando-se como representativas do trabalho desses artistas desempenham um papel altamente eficiente como slogans, frases de efeito, chamarizes sugestivos, a um só tempo sedutores e transgressores(...): prazer, rebeldia, alegria, espírito libertário (...) arte não-cerebral, etc.” (Ricardo Basbaum)
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Marcus Lontra, 1984: “Arte na cabeça, nos olhos e no coração, geração oitenta mil braços, oitenta mil planos e desejos (...) o momento presente (...) pede expansão, crescimento. É hora de se romperem os limites (...) A arte se faz também nos muros, nas ruas, nas festas(...) conquistam novos cenários de ação (...) nova geração de artistas reafirma, com suas obras, sua importância e seu valor”.
• Frederico Morais, 1983 (catálogo da mostra Pintura/Brasil): “À pintura, pois. Para o que der e vier. De preferência sem dor. Com prazer e paixão. A pintura está aí, entrando pelos poros, pelo nariz, pelos ouvidos, indo direto ao coração antes mesmo de passar pelo cérebro. A pintura voltou a ser um vale-tudo. Ótimo. Dizem que é bad painting, eu a vejo linda. Dizem que é feia, ultrajante, eu a sinto sensualíssima. Tem seis dedos, um olho só e manca de uma perna. I love her.”
• Frederico Morais, 1984 (texto de para o catálogo de Como vai você, geração 80?): Pintura é só emoção, ela tem de nascer dentro das pessoas, no estômago, no coração, só na cabeça não dá. O jovem artista dos anos 80 não se sente absolutamente comprometido com temas, estilos, suportes ou tendências. A nova pintura (…) é uma reação à arte hermética, purista e excessivamente intelectual predominante nos anos 1970.
A “Geração 80” • • • • • • •
Jorge Guinle Leonilson Leda Catunda Nuno Ramos Victor Arruda José Roberto Aguilar E outros...
Jorge Guinle, Diurno,1983 Óleo sobre tela 220,5 x 169,4 cm
Jorge Guinle, Florescer,1981 Óleo sobre tela 190 x 190 cm
Jorge Guinle, Copacabana me engana,1983, Óleo sobre tela , 190 x 340 cm
Jorge Guinle, O estandarte,1984 Óleo sobre tela 250,4 x 160 cm
Jorge Guinle, IL grido giallo,1986 Acrílica e colagem sobre tela 200 x 300,5
Jorge Guinle, A colher azul, 1986 Óleo sobre tela 100 x 200 cm
Jorge Guinle, Nos confins da cidade muda ( homenagem a Man Ray),1984 óleo sobre tela 190,5 x 260 cm
Leonilson, Aéreo, 1982, aquarela e lápis sobre papel, 71,5 x 102,5 cm
Leonilson, O que seus olhos me dizem, 1983.
Leonilson, Sem título, c.1983, acrílica sobre lona, 130,0 x 100,0 cm
Leonilson, Dois amigos, 1987, acrílica sobre tela, 87,0 x 48,0 cm
Leonilson, Rios de palavras, 1987
Leonilson, Pensamentos do coração, 1988, acrílico s/ lona, 48 x 68 cm
Leonilson, O criador de casos, 1988, acrílica sobre tela , 24,0 x 16,0 cm
Leonilson, Ninguém tinha visto, c.1988 acrílica sobre madeira 146,0 x 85,0 cm
Leonilson, Sem título, 1988 acrílica sobre lona 50,0 x 43,0 cm
Leonilson, O vinho roubado, 1988 acrílica sobre lona 50,0 x 36,0 cm
Leonilson, Os cuspidores de fogo, 1989 acrílica, placa de cobre sobre tela 41,0 x 27,0 cm
Leda Catunda Onça Pintada nº 1, 1984 Acrílica sobre cobertor 192,5 x 157,5 cm
Leda Catunda Titulo: Jardim das vacas Ano: 1988 146 x 158 cm Técnica: acrilico sobre tela
Leda Catunda Camisetas, 1989 acrílica sobre camisetas 220 x 190 cm
Leda Catunda, Dez camadas, 2000
XVIII Bienal, “A Grande Tela”
“A Grande Tela” • Sheila Leirner, curadora, apresentou os maiores representantes internacionais da transvanguarda e do Neoexpressionismo ao lado de um grande número de jovens artistas brasileiros. • Telas grandes eram afixadas lado a lado, com poucos centímetros de distância entre si. Nomes consagrados ao lado de novatos. • Segundo Agnaldo Farias, “a tese central de Sheila Leirner era a de que artistas de todos os quadrantes compartilhavam de uma mesma cultura imagética, o que estaria gerando resultados discutíveis” • Ainda segundo Farias, “a enorme cacofonia visual e o nivelamento arbitrário de obras muito diversas no que tange ao seu acabamento e maturidade provocaram protestos por parte dos artistas convidados”
XVIII Bienal • A exposição “merece ser tomada como marco simbólico do arrefecimento e da falência da pintura como algo espontaneísta. A partir dela pode-se notar um “esfriamento” e uma consequente busca pelo refinamento técnico, pelo controle e transposição mais depurada das questões estéticas”
Algumas imagens de artistas participantes da exposição Onde Está Você, Geração 80? – CCBB/ RJ. Curadoria Marcus Lontra
Beatriz Milhazes Sem título, 1985 óleo sobre tela, 180x170cm
Luiz Zerbini - "Botafogo", 1988 acrílica s/ tela, 270x460cm
Luiz Zerbini
Ana Horta
Ciro Cozzolino
Jadir Freire
Luiz Ernesto
Sérgio Romagnolo
Victor Arruda
José Roberto Aguilar
Anos 90: a emergência do tema do corpo • “A derrubada dos conformismos morais e sociais [presente na arte dos anos 60-70] muda de foco [nos anos 80-90] em função de dois fatores: aos poucos, as conquistas políticas, como a aprovação da Lei da Anistia (1979), amenizam a urgência de uma arte coletiva, ao passo que uma nova subjetividade eclode a partir dos primeiros sinais da aids” (Lisette Lagnado)
Keila Alaver, Despelamento Tronco-mulher, 1997
Rosana Paulino, Sem Título, 1997
Leonilson, El Puerto, 1991
Leonilson
Nazareth Pacheco, Sem Título, 1997
Tunga, Eixo Exógeno, 1985-97
Edgard de Souza
Edgard de Souza
Ernesto Neto, Nave Deusa, 1998
Marta Strambi
Adriana Varejão
Laura Lima