ÍNDICE Página Aspectos Anatomofisiológicos do Sistema Cardiovascular I – Anatomofisiologia Cardíaca ........................................................................................1 1.0 – Anatomia do Coração ....................................................................................... 1 2.0 - Sistema de Condução Elétrica Cardíaca ............................................................2 3.0 - Musculatura Estriada Cardíaca ..........................................................................2 4.0 - Sistema Nervoso Autônomo ..............................................................................2 5.0 - Fisiologia Cardíaca ............................................................................................2
Semiologia Cardiovascular I – Exame Clínico do Sistema Cardiovascular .................................................................4 1.0 – História Clínica ..................................................................................................4 2.0 - Exame Físico .....................................................................................................7
Fisiopatologia Clínica da Insuficiência Cardíaca Congestiva I – Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC) ..................................................................13 1.0 – Definição ..........................................................................................................13 2.0 - Aspectos Gerais ...............................................................................................13 3.0 - Manifestações Clínicas ....................................................................................13 4.0 - Redução do Débito Cardíaco ............................................................................13 5.0 - Mecanismos Compensatórios de Frank-Starling .............................................14 6.0 - Hipertrofia Miocárdica ....................................................................................14 7.0 - Doenças Miocárdicas ......................................................................................15 8.0 - Anormalidades Bioquímicas ...........................................................................16 9.0 - Efeitos da Supressão da Contratilidade ...........................................................16 10.0 - Efeitos da Descompensação Cardíaca sobre a Circulação ..............................16 11.0 - Sistema Nervoso Simpático e Parassimpático .................................................17 12.0 - Sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona .....................................................18 13.0 - Mecanismos Vasodilatadores Endógenos .......................................................18 14.0 - Outros Efeitos da Ativação Crônica dos Mecanismos Compensatórios .........18 15.0 - Capacidade de Exercitar ..................................................................................19 16.0 - Fisiopatologia da Disfunção Diastólica ...........................................................19
Cardiopatias Primárias e Secundáris em Cães e Gatos I – Cardiopatis Congênitas em Cães ...............................................................................20 1.0 – Afecções Congênitas do Coração ....................................................................20 II – Cardiopatias Adquiridas em Cães ............................................................................27 1.0 – Afecções Adquiridas do Coração ......................................................................27 III – Cardiopatias Primárias e Secundárias em Gatos ....................................................43 1.0 – Problemas do Miocárdio ..................................................................................43 2.0 - Sinais Clínicos .................................................................................................43 3.0 - Miocardiopatia Hipertrófica.............................................................................43 4.0 - Miocardiopatia Dilatada ..................................................................................46 5.0 - Miocardiopatia Restritiva ................................................................................47 6.0 - Miocardiopatia Hipertrófica por Hipertireoidismo .........................................48 7.0 - Hipertensão Arterial.........................................................................................49 8.0 - Tromboembolismo...........................................................................................50
Terapia Cardiovascular I – Introdução .................................................................................................................51 1.0 – Definição ..........................................................................................................51 2.0 - Causas de ICC .................................................................................................51 3.0 - Causas Comuns de ICC em Cães e Gatos .......................................................52 4.0 - Sinais de ICC ...................................................................................................52 5.0 - Fisiopatologia da ICC ......................................................................................53 II – Terapia Cardiovascular ............................................................................................53 1.0 – Prioridades do Sistema Cardiovascular ...........................................................53 2.0 - Mecanismos Compensatórios .........................................................................53 3.0 - Patogenia do Edema e Efusões em Insuficiência Cardíaca .............................54 4.0 - Diminuição de Pré-carga .................................................................................55 5.0 - Diminuição da Pós-carga .................................................................................57 6.0 - Aumento do Inotropismo .................................................................................60 7.0 - Aumento do Cronotropismo ............................................................................62 8.0 - Broncodilatadores ............................................................................................63 9.0 - Antiarrítmicos ..................................................................................................63
10.0 - Orientação Terapêutica da ICC .......................................................................65 11.0 - Terapia a ser Utilizada .....................................................................................66 12.0 - Terapia Cardiovascular ....................................................................................67
Eletrocardiografia Veterinária I – Princípios Básicos .....................................................................................................69 1.0 – Indicações .........................................................................................................69 2.0 – Atividade Elétrica Cardíaca ..............................................................................69 3.0 - Propriedades do Músculo Cardíaco ...................................................................70 4.0 - Sistema de Condução Cardíaco .........................................................................70 5.0 - Inervação do Coração ........................................................................................70 6.0 - Registro da Atividade Elétrica Cardíaca e Sistema Dipolar ..............................71 7.0 - Padronização do ECG ........................................................................................71 8.0 – Critérios para análise eletrocardiográfica .........................................................72 9.0 - Sistema de Derivações .......................................................................................72 10.0 - Sistema de Eixos Cardíacos .............................................................................72 II – Valores Eletrocardiográficos Normais em Cães ......................................................73 III – Alterações Eletrocardiográficas em Cães ...............................................................73 1.0 – Alargamento Atrial Direito ..............................................................................73 2.0 - Alargamento Atrial Esquerdo ..........................................................................74 3.0 - Alargamento Biatrial .......................................................................................74 4.0 - Alargamento Ventricular Direito ....................................................................75 5.0 - Alargamento Ventricular Esquerdo .................................................................75 6.0 - Alargamento Biventricular ..............................................................................76 7.0 - Defeitos de Condução Intraventricular ............................................................77 8.0 - Outras Alterações Eletrocardiográficas ...........................................................79 IV – Valores Eletrocardiográficos Normais em Gatos ...................................................82 V – Alterações Eletrocardiográficas em Gatos ...............................................................83 1.0 – Alargamento Atrial Direito ..............................................................................83 2.0 - Alargamento Atrial Esquerdo ..........................................................................83 3.0 - Alargamento Biatrial .......................................................................................84 4.0 - Alargamento Ventricular Direito .....................................................................84 5.0 -Alargamento Ventricular Esquerdo ..................................................................84
6.0 - Defeitos de Condução Intraventricular ............................................................85 7.0 - Anormalidades do Segmento ST .....................................................................87 8.0 - Anormalidades da Onda T ...............................................................................88 V – Arritmias ..................................................................................................................88 1.0 – Definição ...........................................................................................................88 2.0 – Características do tecido cardíaco .....................................................................89 3.0 – Abordagem clínica das arritmias ......................................................................89 4.0 – Consequências hemodinâmicas das arritmias ...................................................90 5.0 – Diagnóstico .......................................................................................................91 6.0 – Ritmos ...............................................................................................................92
ASPECTOS ANATOMOFISIOLÓGICOS DO SISTEMA CARDIOVASCULAR
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I - ANATOMOFISIOLOGIA CARDÍACA
1.0 - ANATOMIA DO CORAÇÃO Câmaras, valvas, grandes vasos, coronárias, artérias, veias e vasos linfáticos
1.1 - Câmaras e Divisões -
Lado direito átrio direito e ventrículo direito
-
Lado esquerdo átrio esquerdo e ventrículo esquerdo
-
Diferenciação anatômica
1.2 - Valvas -
Definição e importância
-
Lado direito valva atrioventricular (tricúspide) e semilunar pulmonar
-
Lado esquerdo valva atrioventricular (mitral) e semilunar aórtica
1.4 - Grandes Vasos -
Átrio direito veia cava superior e veia cava inferior
-
Ventrículo direito artéria pulmonar
-
Átrio esquerdo veias pulmonares
-
Ventrículo esquerdo artéria aorta
1.5 - Coronárias -
Origem
-
Artéria circunflexa
-
Artéria descendente anterior ou ramo interventricular paraconal → Ramo oblíquo
-
Artéria descendente posterior ou ramo interventricular subsinuoso
1.6 - Circulação Periférica -
Artérias, arteríolas e capilares
-
Vênulas e veias
-
Vasos linfáticos e grandes vasos
2.0 - SISTEMA DE CONDUÇÃO ELÉTRICA CARDÍACA -
Marcapasso cardíaco (nodo sinoatrial ou sinusal - NSA) e ramos nodais
-
Nodo atrioventricular (NAV)
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-
Feixe de His e seus ramos: direito e esquerdo (fascicular anterior, posterior e septal)
-
Fibras de Purkinje
3.0 - MUSCULATURA ESTRIADA CARDÍACA -
Sincício
4.0 - SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO Inervação Cardíaca:
4.1 - Parassimpática Cardíaca ou Vagal -
Mediador químico acetilcolina
-
Neurotransmissores fibras colinérgicas pós-ganglionares
-
Gânglios nervosos parassimpáticos atriais
-
Nervo craniano X
-
NSA - átrios - NAV efeito cronotrópico negativo
-
4.2 - Simpática Cardíaca
-
Mediador químico noradrenalina
-
Neurotransmissores fibras adrenérgicas pós-ganglionares
-
Gânglios simpáticos
-
NSA – átrios – NAV – feixe de His – ventrículos efeitos cronotrópico e inotrópico positivos
5.0 - FISIOLOGIA CARDÍACA 5.1 - Coração -
Músculo cardíaco
-
Potencial de ação no músculo cardíaco
-
Contração do músculo cardíaco
-
O Ciclo cardíaco e sua relação com o eletrocardiograma
-
Função dos ventrículos como bombas
-
Função das valvas
-
Os conceitos de pré-carga e pós-carga
-
Energia química para a contração: utilização de oxigênio pelo coração
-
Regulação intrínseca do bombeamento cardíaco – o mecanismo de Frank-Starling
-
Efeito da freqüência cardíaca sobre a função do coração como bomba
-
Avaliação da contratilidade cardíaca
-
Efeito dos íons potássio e cálcio sobre a função cardíaca
-
Efeito da temperatura sobre o coração
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5.2 - O Sistema Especializado de Excitação e Condução -
Ritmicidade automática das fibras sinusais
-
Vias internodais e transmissão do impulso cardíaco pelos átrios
-
NAV e o retardo da condução de impulsos
-
Transmisão no sistema de Purkinje
-
Transmissão dos impulsos cardíacos no músculo ventricular
-
O NSA como marcapasso do coração
-
O sistema de Purkinje e a contração sincrônica do músculo ventricular
-
Controle da ritmicidade e condução cardíacas pelos nervos simpáticos e parassimpáticos
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SEMIOLOGIA CARDIOVASCULAR
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I - EXAME CLÍNICO DO SISTEMA CARDIOVASCULAR 1.0 - HISTÓRIA CLÍNICA
1.1 - Dados -
Idade, raça, sexo, peso e utilização do animal
1.2 - Questões -
Obter uma história completa
-
Estabelecer a presença do problema cardíaco
-
Diferenciar entre problemas cardíacos e pulmonares
-
Determinar o curso da doença e a resposta terapêutica
-
Evitar uma história confusa
1.3 - Questões Chaves -
Razão da consulta
-
Início e duração do problema
-
Progressão da doença
-
Problemas notados pelo proprietário
-
Exposição a doenças infecciosas e vacinação
-
Resposta a qualquer medicamento administrado
-
Medicação atual
-
Atitude e comportamento animal
1.4 - Informações Relevantes -
Apetite
-
Consumo de água
-
Hábitos urinários
-
Defecação
-
Vômitos ou regurgitação
-
Prurido, mordedura ou lambedura
-
Síncopes ou convulsões
-
Reprodução
-
Prostação ou paresia
-
Doenças anteriores ou trauma
-
Tosse, espirro ou dispnéia
-
Ambiente
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1.5 - Questões Específicas -
Características da tosse
-
Quando ocorre a tosse
1.6 - Sintomas Específicos -
Tosse: Muito comum nos cães; repentina; expiração forçada; mecanismo de defesa para limpeza de secreções na árvore traqueobronquial. Pode-se iniciar na faringe, traquéia, brônquios, pleura, pericárdio e diafragma.
-
Causas de tosse: Tosse aguda → tonsilite-faringite, traqueobronquite, bronquite aguda, pleurite ou pneumonia. Tosse crônica → doença cardíaca esquerda ou direita, dirofilariose e asma.
1.7 - Sintomas Associados com Doenças Cardíacas -
Tosse
-
Edema ou ascite
-
Canseira ao exercitar
-
Fraqueza ou síncopes
-
Dispnéia, ortopnéia
-
Cianose
-
Crescimento deficiente
1.8 - Efeitos da Tosse Crônica -
Disseminação da infecção para novas áreas pulmonares
-
Ruptura de abscessos
-
Enfisema localizado
-
Pneumomediastino
-
Pneumotórax
-
Aumento da fraqueza e exaustão do animal
1.9 - Outros Sintomas Associados a Doenças Cardíacas -
Mudanças nos hábitos urinários
-
Polidipsia e poliúria sob a ação de diuréticos ou doença renal concorrente
-
Oligúria em ICCE severa
-
Hemoglobinúria na síndrome pós-caval da dirofilariose
-
Vômito e/ou diarréia: Drogas cardíacas como digitálicos, quinidina, procainamida e aminofilina; Regurgitação em anomalias congênitas (PAA);
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Diarréia provocada por edema intestinal em quadros de ICCD. 1.10 - Hemoptise -
Eliminação de sangue durante a tosse
-
Incomum em animais
-
Sintoma de doença pulmonar grave
-
Causas → trauma pulmonar, neoplasia, corpo estranho, abscesso pulmonar, infecção micótica, torsão do lobo pulmonar, bronquite crônica ou aguda, pneumonia severa, granuloma crônico, embolia pulmonar devido à dirofilariose e edema pulmonar grave
1.11 - Espirro -
Não é um problema cardíaco. É sinal de doença nasal.
1.12 - Dispnéia -
Características
-
Paroxística → vem e vai
-
Após exercício
-
Ortopneica
-
Ocorrência em condições de aumento de passagem de ar pelo trato respiratório
-
Diminuição de ar ambiente como nas altas altitudes
-
Exercício extremo
-
Cardiopatia primária ou secundária
-
Desordens do SNC
-
Causa cardíaca mais comum de dispnéia: ICCE com edema pulmonar
-
Difícil, laboriosa ou dolorosa
-
Acompanha pacientes cardíacos com os seguintes sinais: estertores, ronquidão no trato respiratório superior e presença de secreção
-
Tipos de dispnéia: Inspiratória → prolongada e forçada durante a inspiração, devido a obstrução do trato respiratório superior; Expiratória → prolongada e forçada durante a expiração, devido a obstrução do trato respiratório inferior; Mista → devido a edema pulmonar severo, causada por ICCE ou pneumonia; Dispnéia Simples ou Polipnéia → aumento da freqüência respiratória devido a febre, dor, excitamento ou anemia
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2.0 - EXAME FÍSICO 2.1 - Inspeção -
Atitude e comportamento
-
Postura
-
Tipo de respiração
-
Edemas
-
Temperatura elevada
2.1.1 - Cabeça: -
Assimetria ou edema, olhos, ouvidos, narinas, boca, mucosas e tempo de preenchimento capilar
2.1.2 - Pescoço: -
Pulso jugular acima de 1/3 do tamanho normal → insuficiência da valva tricúspide, bloqueio cardíaco ou batimento prematuro, estenose da valva pulmonar, dirofilariose, ICCD com cardiomiopatia
-
Veia jugular totalmente distendida → ICC, doenças do pericárdio, obstrução da veia cava cranial (tumor)
-
Pulso arterial pode confundir o pulso venoso
2.2 – Palpação 2.2.1 - Traquéia
2.2.2. Tórax: -
Ponto de máxima intensidade (PMI) → lado esquerdo entre 4o e 5o espaços intercostais
-
Desvio do PMI
-
Diminuição da intensidade do batimento
-
Frêmito
2.2.3 – Abdômen: -
Verificar ascite, hepatoesplenomegalia, palpar massas abdominais, pele (palpar para verificar edema)
2.3 - Percussão
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-
Determinação de massas ou fluidos no tórax
-
Esclarece som claro sobre os pulmões e som maciço sobre estruturas sólidas
2.4 - Pulso Femural -
Intensidade do pulso → normal, hipocinético, hipercinético, alternante e paroxístico
-
Os pulsos devem ser comparados
-
Em gatos, a ausência de pulso palpável não deve ser interpretada como obstrução arterial
-
A freqüência deve ser obtida: cães (70 a 180 bpm), filhotes (>220 bpm) e gatos (160 a 240 bpm)
-
O ritmo do pulso deve ser analisado: cada batimento cardíaco para um pulso
-
Déficit de impulso indica insuficiência ventricular
2.5 - Auscultação -
É a parte mais importante do exame cardíaco e deve ser feito cuidadosamente e sistematicamente. O animal deve estar em estação de forma que o coração esteja na posição normal
-
Interferências na auscultação
-
Auscultação cardíaca e pulmonar separadas
-
Ritmo e freqüência devem ser notados
-
Focos de auscultação → são as áreas de auscultação cardíaca onde os sons são mais audíveis: Foco Pulmonar –
2o a 4o EICE acima do esterno (cão)
–
2o a 3o EICE próximo ao esterno (gato)
Foco Aórtico –
4o EICE acima da articulação costocondral (cão)
–
2o a 3o EICE próximo ao foco pulmonar (gato)
Foco Mitral –
5o EICE na altura da articulação costocondral (cão)
–
5o a 6o EICE a ¼ da altura da metade do tórax (gato)
Foco Tricúspide –
3o a 5o EICD próximo da articulação costocondral (cão)
–
4o ou 5o EICD oposto ao foco mitral (gato)
2.5.1 - Sons Cardíacos Normais: -
Primeira Bulha (S1) → fechamento passivo das valvas mitral e tricúspide, turbilhonamento do sangue pelas artérias e contração das paredes ventriculares. É
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som grave, apagado, prolongado, mais audível que a segunda bulha e melhor auscultado no foco mitral.
aumenta de intensidade devido a febre, medo ou taquicardia
diminui de intensidade devido a obesidade, efusão pleural ou pericardial, massas torácicas, hérnias diafragmáticas, bradicardia e insuficiência ventricular
varia de intensidade nas arritmias
pode estar desdobrado em cães de grande porte, em bloqueio de ramo direito (BRD) ou extra-sístole ventricular (ESV)
–
Segunda Bulha (S2) → fechamento passivo das valvas aórtica e pulmonar. É som breve, alto e nítido, sendo melhor auscultado no foco aórtico. desdobramento é devido ao fechamento atrasado da valva pulmonar em casos de dirofilariose, BRD, ESVE, defeito de septo e estenose da valva pulmonar. Outras causas incluem: BRE, ESVD, estenose subaórtica, hipertensão arterial e insuficiência ventricular esquerda. ausente nas arritmias onde há incompleto preenchimento ventricular e pressão insuficiente para abrir as valvas semilunares.
2.5.2 - Sons Cardíacos Anormais: – Terceira Bulha (S3) → rápido enchimento ventricular. Tem som mais baixo que S2 e é melhor auscultada no foco mitral. Ocorre em ventrículos dilatados. – Quarta Bulha (S4) → contração atrial. Pode ser auscultada nos focos aórtico, pulmonar e às vezes mitral. Ocorre na dilatação atrial devido a hipertrofia ventricular. – Extra-sístoles Ventricular (ESV) e Atrial (ESA) → geração de sons extras que confundem com S3 e S4, sendo necessário ECG e fonocardiografia. ESV e ESA interrompem o ritmo normal e são seguidos por pausa. – Ritmo de Galope → presença de S3 e/ou S4. O som é de baixa freqüência e difícil de ser auscultado. Pode indicar sinal de insuficiência cardíaca (IC). – Clickes Sistólicos → ocorrem na sístole entre S1 e S2, aparecendo, desaparecendo e mudando de posição na sístole. Origem desconhecida, mas alguns animais desenvolvem insuficiência mitral posteriormente. Não associa-se a IC. – Sopros → turbulência do fluxo sangüíneo através do coração e vasos. Os sopros funcionais dividem-se em:
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Fisiológicos: devido a anemia, hipoproteinemia, febre e corações atletas. Inocentes: de origem desconhecida e não associam-se a patologias cardíacas. Patológicos: causados por doença cardíaca ou vascular → estenose valvar aórtica ou pulmonar, insuficiência valvar mitral ou tricúspide, shunts intra ou extracardíacos. •
Qualidade do sopro:
A análise da qualidade do sopro é subjetiva, mas pode ser avaliada no fonocardiograma: -
Sopro regurgitante;
-
Sopro de ejeção;
-
Sopro de maquinária;
-
Sopro decrescente.
•
Intensidade do sopro:
-
Grau 1/6 → pode ser auscultado após muitos minutos e o som é como prolongamento de S1;
-
Grau 2/6 → é muito leve e pode ser auscultado imediatamente;
-
Grau 3/6 → som baixo a moderado;
-
Grau 4/6 → som alto, mas sem frêmito;
-
Grau 5/6 → som alto e pode-se perceber o frêmito sobre o tórax;
-
Grau 6/6 → pode ser auscultado sem estetoscópio ou com o estetoscópio colocado superficialmente sobre o tórax.
2.5.3 - Arritmias Cardíacas Auscultáveis: –
Taquiarritmias → a fibrilação atrial possui ritmo rápido e irregular com sons variando de intensidade e de difícil confusão com outras arritmias. Déficit de pulso presente. Durante a auscultação poderão ser ouvidos os sons de contração atrial seqüencial.
–
Taquicardias Ventriculares → são intermitentes e tendem a ser mais regulares. Pulso deficiente presente.
–
Taquicardias Sinusal e Atrial → são rápidas e regulares, intensidade de som constante, exceção para alguns casos de taquicardia atrial. ECG é importante na identificação.
–
Bradiarritmias → arritmia sinusal tem periodicidade. A intensidade do pulso e os sons cardíacos podem variar.
–
Bradicardia Sinusal → ritmo muito lento, sons e freqüência cardíacos podem variar (50 a 100 bpm) dependendo do porte do animal.
–
Bloqueios atrioventriculares do 2o e 3o graus → ritmo lento, com sons cardíacos variáveis de intensidade, pulso lento e hipercinético, porém sem déficit. S4 pode ser
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auscultado no BAV 3o grau. Pulso jugular geralmente presente e sons extras podem aparecer devido a ESV. –
ESV e ESA → normalmente S1 é auscultado como batimento prematuro, entretanto, às vezes S1 e S2 são auscultados muito próximos. S2 usualmente é ausente. ES podem causar um desdobramento de S1 ou S2.
–
Pausas Inesperadas → a parada do sinoatrial ocorre quando o impulso não deixa o nodo sinoatrial (NSA). A pausa continua até o próximo batimento ou até que ocorra batimento de escape. O som do batimento cardíaco após uma pausa pode ser mais alto do que os usuais.
2.5.4 - Outros Sons Auscultáveis no Tórax: –
Sons Respiratórios Normais → sons vesiculares, bronquiais e broncovesiculares.
–
Sons Respiratórios Anormais → sons broncovesiculares diminuídos por massas torácicas, efusão pleural, pneumotórax, obesidade, pneumonia e consolidação do parênquima pulmonar; roncos; estertores e fricção pleural ou pericardial.
FISIOPATOLOGIA CLÍNICA DA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA
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I - INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA (ICC) 1.0 - DEFINIÇÃO -
Função cardíaca anormal causada pela distribuição inadequada de sangue
-
Condição em que as forças de reservas do músculo cardíaco exauriram
2.0 – ASPECTOS GERAIS -
Causas primária, secundária e extra cardíaca
-
Falência circulatória (miocárdica ou extra cardíaca)
-
Mudanças circulatórias em conseqüência da ativação do SRAA, acelerando a disfunção cardíaca
-
Fisiopatologia da IC é observada na disfunção dos processos bioquímicos celulares na hipertrofia excêntrica
3.0 – MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS -
Sinais clínicos relacionados ao retorno venoso e a distribuição
-
Sinais de ICC direita (ICCD):
-
hipertensão venosa sistêmica
distensão venosa (jugular)
congestão hepática
efusões (pleural, pericárdica e ascite)
edema de subcutâneo
Sinais de ICC esquerda (ICCE): Congestão venosa pulmonar e edema Tosse de baixo ruído (intensidade som) Taquipnéia, dispnéia, ortopnéia, estertores, Fraqueza, hemoptíase e cianose Casos crônicos leva a ICCD
4.0 - REDUÇÃO DO DÉBITO CARDÍACO (DC) -
Redução do DC esquerdo é semelhante ao direito
-
Canseira, fraqueza, síncope, azotemia pré renal, cianose periférica
-
Redução do DC: miocardiopatias e arritmias
5.0 - MECANISMOS COMPENSATÓRIOS DE FRANK-STARLING -
Sobrecarga de volume (pré carga)
-
Aumento da pressão diastólica
-
Aumento de volume diastólico final
-
Maior distensão da fibra muscular cardíaca
-
Maior contração da fibra muscular
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-
Maior débito cardíaco
-
Melhora a pressão arterial (PA)
-
Na IC o comprimento do sarcômero é de 2,2 mm, quando o mecanismo de Frank-Starling está estabelecido
6.0 – HIPERTROFIA MIOCÁRDICA -
Mecanismo Frank-Starling promove maior distensão da parede ventricular com maior consumo de O2
-
Eventos celulares e lei de Laplace Distensão da parede (“Stress”) =
pressão x raio interno 2 x espessura da parede
-
Hipertrofia ocorre com a finalidade de manter “stress” sistólico da parede dentro da normalidade
-
Hipertrofia e as causas
-
Adição de novos sarcômeros às miofibrilas
-
Diminuição da importância do mecanismo de Frank-Starling
6.1 – Estágios da Hipertrofia Cardíaca: 1º) Estágio de desenvolvimento (início da sobre-carga) 2º) Hipertrofia compensatória 3º) Hipertrofia descompensada ou IC 6.2 – Aspectos Fisiopatológicos da Hipertrofia: - Estímulos hemodinâmicos promovem a síntese protéica (sistema simpático e metabólico) ? -
Aumenta o número de unidades contráteis
-
Redução do “stress” das paredes ventriculares
-
Redução na demanda de oxigênio por unidade
-
Aumenta o número das mitocôndrias pela demanda energética
-
Tipo de “stress” / hipertrofia
-
Sobrecarga de pressão e de volume
-
Hipertrofia concêntrica: fibras adicionadas em paralelo
-
Hipertrofia excêntrica: fibras adicionadas em série
-
A ICC resulta das sobrecargas de volume e pressão
-
A descompensação aparece quando há insuficiência miocárdica (mecanismo desconhecido)
-
Lise
miofibrilar
/
aumento
dos
lisossomos
/
sarcoplasmático / fibrose -
Redução na densidade capilar e reserva coronariana
distorção
do
retículo
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-
Hipertrofia predispõe a isquemia do subendocárdio
-
Sobrecarga de volume (regurgitação mitral)
-
Hipertrofia excêntrica ou longitudinal (discreta) acompanha o aumento das câmaras
-
Sobrecarga de volume é melhor tolerada em relação a demanda de O2 do que a sobrecarga de pressão
-
Quando a dilatação supera a habilidade cardíaca para hipertrofia, é que ocorre a descompensação e a contratilidade diminui
7.0 – DOENÇAS MIOCÁRDICAS -
Primária: pressão e volume normais no início
-
Dilatada congestiva: disfunção sistólica com distribuição insuficiente e aumento de volume residual
-
Hipertrofia: excesso de hipertrofia de miócitos e alteração na distensibilidade miocárdica
-
Hipertrofia compensada: progressão para dilatação e insuficiência em relação ao volume e a pressão (?)
-
Hipótese: desbalanceamento entre a demanda de O2 e a hipertrofia
-
Número de capilares não aumenta em proporção a massa cardíaca e a distância intercapilar aumenta
-
Redução da reserva coronariana
-
Espasmos vasculares / hipóxia / lesão vascular secundária
-
Fibrose focal / hipertrofia / funções sistólicas e diastólicas impedidas
8.0 – ANORMALIDADES BIOQUÍMICAS -
Anormalidades: fosforilação oxidativa; metabolismo de ATP; movimento dos íons Ca++; proteínas contráteis; metabolismo de catecolaminas
-
Desproporção: aumento miofibrilar comparado com mitocôndrias e déficit energético
-
Necessidade energética diminuída de forma compensatória (função protetora)
-
Estado contrátil do miocárdio e atividade ATPase;
-
Isoenzinas musculares cardíacas anormais
-
Cálcio e os mecanismos de contração e relaxamento
-
Subunidades celulares envolvidas no controle da [Ca++] citoplasmática: sarcolema, retículo sarcoplasmático e mitocôndria; distribuição de Ca++ / desenvolvimento de ICC
-
Fatores da sobrecarga de Ca++ intracelular: sarcolema
alterado; aumento da
permeabilidade da membrana celular; isquemia focal; excesso de catecolaminas; espasmos microvasculares e terapia com digitálicos, agonistas beta adrenérgicos ou inibidores de fosfodiesterase -
Sobrecarga de [Ca++] impede o relaxamento e promove arritmias
9.0 – EFEITOS DA SUPRESSÃO DA CONTRATILIDADE
23
-
Redução do DC e da contratilidade
-
Aumento na pré-carga / aumento de PA / aumento pós-carga
-
Supressão miocárdica intensa / reserva de pré-carga insuficiente / aumento da pós-carga reduz atividade cardíaca
-
Redutores de pré-carga deprimem o débito cardíaco, apesar de melhorarem a congestão venosa
-
Redutores de pós-carga melhoram o DC
10.0 – EFEITOS DA DESCOMPENSAÇÃO CARDÍACA SOBRE A CIRCULAÇÃO -
Ativação dos mecanismos compensatórios na ICC ou na redução do DC para manter a PA
-
Aumento do tônus simpático
-
Ativação do SRAA
-
Secreção de vasopressina
-
Ajuste circulatório intra-renal
-
Aumento da volemia
-
Tônus vascular
-
Em casos agudos (hemorragia e desidratação)
-
Manutenção dos mecanismos precipita os estados congestivos
-
Sobrecarga de volume poderá exacerbar a regurgitação vascular
-
Mecanismos comuns a todos os tipos de IC
-
Relação ativação simpática e hormonal / mortalidade e morbidade da IC
-
Diversos estudos demonstram a correlação: concentrações plasmáticas de NE, AII, aldosterona e FNA com a mortalidade e a sobrevida com vasodilatadores (inibidores da ECA)
11.0 – SISTEMA NERVOSO SIMPÁTICO E PARASSIMPÁTICO -
Controle neural central e periférico na ICC estão anormais
-
Sistema nervoso simpático ativado
-
Sistema nervoso parassimpático atenuado
-
Ativação simpática no início da ICC
-
Aumento da ativação simpática na ICC
-
Demonstrado pelo aumento de catecolamina plasmática / urina
-
Efeitos benéficos da estimulação simpática
-
Efeitos adversos da estimulação simpática
-
Regulação simpática depende dos pressorreceptores atriais e arteriais
-
Casos crônicos: adaptação dos pressorreceptores
-
Efeitos vagais atenuados pelo aumento da PA
-
Disfunção dos pressos via aumento da PA
24
-
Disfunção dos pressos é marcante na ICC severa e melhora após a reversão da ICC
-
Os receptores de volume cardíaco ativados: inibem a secreção de vasopressiva e deprimem a ativação simpática e a estimulação renal
-
Na ICC os receptores de volume cardíacos estão dessensibilizados
-
A manutenção da estimulação simpática crônica contribui para mudanças hemodinâmicas e estruturais cardíacas
12.0 – SISTEMA RENINA-ANGIOTENSINA-ALDOSTERONA (SRAA) -
Desenvolvimento da ICC
-
Secreção de renina
-
Conversão do angiotensinogênio em angiotensina I
-
Enzima de conversão de AI para AII (vasoativo)
-
AII estimula secreção de aldosterona
-
Aldosterona promove absorção Na+ e Cl- e secreção de K+ e H+
-
Sal retém H2O e aumenta a volemia
-
Metabolização da aldosterona diminuída / maior atividade
-
Aumento de aldosterona e de renina plasmática em ICCD
-
Efeitos da AII
-
Inibição da ação da ECA
-
Inibição dos receptores de AII
13.0 – MECANISMOS VASODILATADORES ENDÓGENOS -
Mecanismos contra a vasoconstrição
-
Balanço entre os mecanismos
-
Na ICC, predomina a vasoconstrição
-
Fator natriurético atrial antagoniza os efeitos da AII, vasopressiva e aldosterona
-
Redução da secreção de renina
-
Aumento da concentração de FNA na ICC dos cães
-
Dúvidas sobre ação do FNA (?)
-
Sintetizado também pelo miocárdio ventricular (ICC)
-
Prostaglandinas opõem-se à ação de AII
-
Opióides endógenos diminuem os efeitos simpáticos
14.0
–
OUTROS
EFEITOS
DA
ATIVAÇÃO
CRÔNICA
DOS
MECANISMOS
COMPENSATÓRIOS -
Exposição crônica aos mecanismos compensatórios
-
Depressão do miocárdio e dos estoques de catecolaminas
-
Redução dos beta receptores adrenérgicos cardíacos
-
Os beta-bloqueadores adrenérgicos podem reverter a regulação dos receptores cardíacos
25
15.0 – CAPACIDADE DE EXERCITAR -
Redução da capacidade
-
Função pulmonar inadequada
-
Perfusão dos músculos (insuficiente)
-
Vasoconstrição muscular via simpática, AII e vasopressina
-
Inibidores da ECA
16.0 – FISIOPATOLOGIA DA DISFUNÇÃO DIASTÓLICA -
Distúrbios no relaxamento muscular
-
Distúrbio no enchimento ventricular
-
Relaxamento é mais sensitivo ao déficit energético
-
Espessamento da parede ventricular (hipertrofia concêntrica e fibrose)
-
Efusão pericárdica, tamponamento cardíaco e pericardite
-
O acompanhamento clínico da disfunção diastólica é difícil
26
CARDIOPATIAS PRIMÁRIAS E SECUNDÁRIAS EM CÃES E GATOS
27
I - CARDIOPATIAS CONGÊNITAS EM CÃES -
Comunicações anormais
-
Anormalidades valvulares
-
Malformações complexas
1.0 - AFECÇÕES CONGENITAS DO CORAÇÃO EM CÃES -
Persistência do ducto arterioso
-
Defeito do septo ventricular
-
Defeito do septo atrial
-
Estenose aórtica
-
Estenose pulmonar
-
Displasia de válvula tricúspide e mitral
-
Tetralogia de Fallot
1.2 - Sinais Clínicos -
Sopros
-
Retardo no crescimento
-
Policitemia
-
Cianose
-
Sinais clínicos de ICC
1.3 - Estenose Aórtica -
Anel subvalvar
-
Comum em cães
-
Apresentação supravalvar
1.3.1 - Raças Acometidas: - Terranova - Boxer - Pastor Alemão - Golden Retriever - Rottweiler - Pointer Alemão 1.3.2 - Fisiopatologia: - Aumento de pós-carga - Hipertrofia concêntrica - Insuficiência mitral
28
- Dilatação pós-estenótica - Dilatação atrial - Ruptura atrial - ICCE - Endocardites 1.3.3- Sinais Clínicos: - Sopro sistólico - Pulso arterial - Síncope - ICCE
1.3.4 - Exames Subsidiários: - ECG - RX - Ecocardiografia - Cateterização
1.3.5- Intercorrências: - Arritmias ventriculares - Supressão do segmenro ST - ICCE - Ruptura atrial - Morte súbita
1.3.6 - Tratamento Cirúrgico: - Valvuloplastia
1.3.7 - Tratamento Médico: - Beta-bloqueadores - Diuréticos - Dieta hipossódica - Repouso - Antibióticos
1.4 - Estenose Pulmonar -
Redução do fluxo de saída do ventrículo direito
-
Estenose valvar e subvalvar
29
1.4.1 - Raças Acometidas: - Bulldog inglês - Beagle - Salmoieda - Schnauzer - Chow Chow - Cocker - Terriers - Newfoundland
1.4.2 - Fisiopatologia: - Hipertrofia ventricular direita - Alteração coronariana - Arritmias atriais e ventriculares - ICCD - Morte súbita
1.4.3 - Sinais Clínicos: - Sopro sistólico - Pulso arterial - Síncope - ICCD
1.4.4 - Exames Subsidiários: - ECG - RX torácico - Ecocardiografia - Cateterismo
1.5 - Persistência do Ducto Arterioso -
Comunicação entre aorta descendente e artéria pulmonar
1.5.1 - Raças Acometidas: - Maltês - Lulu da Pomerânia - Shetland - Springer Spaniel - Poodle - Cocker
30
- Yorkshire - Collie - Chihuahua
1.5.2 - Sinais Clínicos: - Sopro - Pulso arterial - ICC
1.5.3 - Exames Subsidiários: - ECG - RX torácico - Ecocardiografia - Cateterismo
1.5.4 - Tratamento: - Cirurgia - Flebotomia 1.6 - Defeito do Septo Ventricular -
Comunicação anormal entre os ventrículos
1.6.1 - Raças Acometidas: - Keeshond - Bulldog - Springer Spaniel
1.6.2 - Sinais Clínicos: - Sopro - ICC
1.6.3 - Exames Subsidiários: - ECG - RX tórax - Ecocardiografia - Cateterização
1.6.4 - Tratamento: - Correção cirúrgica do defeito - Bandagem pulmonar
31
- Tratamento conservativo
1.7- Defeito de Septo Atrial
1.7.1 - Raças Acometidas: - Boxer
1.7.2 - Sinais Clínicos: - Sopro sistólico (pulmonar e tricúspide) - ICCD 1.7.3 - Fisiopatogenia: - Sobrecarga de volume lado direito - Hipertrofia dessas câmaras
1.7.4 - Exames Subsidiários: - RX tórax - Ecocardiografia / Doppler - Cateterização
1.7.5 - Tratamento: - Cirúrgico (desvio cardiopulmonar) - Bandagem de artéria pulmonar - Vasodilatadores
1.8- Tetralogia de Fallot Componentes: -
Defeito septo interventricular
-
Obstrução fluxo de saída ventrículo direito
-
Hipertrofia do ventrículo direito
-
Aorta dextroposicionada
1.8.1 - Raças Acometidas: - Keeshond - Buldog inglês
1.8.2 - Fisiopatogenia: - Intensa pressão no lado direito - Comunicação circulação pulmonar e sistêmica
32
1.8.3 - Sinais Clínicos: - Sopro sistólico - Cianose - Taquipnéia / depressão
1.8.4 - Exames Subsidiários: - ECG - RX tórax - Ecocardiografia - Angiografia contrastada - Cateterização
1.8.5 - Tratamento: - Correção cirúrgica - Beta-bloqueadores - Flebotomia
1.9 - Displasia de Mitral -
Malformação do aparato mitral
-
Doença freqüente em gatos
1.9.1- Raças Acometidas: - Bull terrier - Dinamarquês - Pastor Alemão
1.9.2- Sinais Clínicos: - Sopro - ICC - Sinais similares à endocardiose de mitral
1.9.3- Exames Subsidiários: - ECG - RX tórax - Ecocardiografia - Cateterização
33
II – CARDIOPATIAS ADQUIRIDAS EM CÃES 1.0 – AFECÇÕES ADQUIRIDAS DO CORAÇÃO EM CÃES -
Fibrose de valva mitral (endocardiose)
-
Cardiomiopatia Dilatada
-
Efusão Pericárdica e Tamponamento Cardíaco
-
Dirofilariose
1.1 - Fibrose de Valva Mitral (Endocardiose) -
Fibrose que leva a insuficiência da mitral
-
Processo degenerativo valvar (mitral e/ou tricúspide) de origem desconhecida que leva a insuficiência valvar e conseqüente processo de ICC, principalmente em cães velhos, em torno de 10 anos.
1.1.1 - Ocorrência: - 8 a 42% das cardiopatias - Machos são mais afetados - Raças pequenas - Incidência aumenta com a idade - Incomum em gatos
1.1.2 - Etiologia: - Desconhecida
1.1.3 - Fisiopatogenia: - Degeneração dos folhetos - Substituição por tecido fibroso - Evolução lenta a partir da meia idade - Evolução, muitas vezes, sem sinais clínicos - Desenvolvimento de insuficiência valvar - Ação de mecanismos compensatórios - Regurgitação mitral - Aumento de átrio e ventrículo esquerdos - Aumento da pressão capilar pulmonar - Átrio dilatado provoca taquiarritmias supraventriculares
34
1.1.4 - Fase da Fibrose de Mitral: FASE
SINAIS CLÍNICOS
RAIO X
ECG
I
ausência de sopro
Normal
Normal
presença de sopro, tosse
Alargamento atrial e
nomal ou aumento
após estresse
ventricular esquerdo
ventricular esquerdo
sopro, intolerância ao
Alargamento atrial e
aumento de átrio e
exercício, tosse noturna
ventricullar esquerdo,
ventrículo esquerdos
II
III
congestão pulmonar IV
idem fase III, dispnéia e
idem fase III, edema
idem fase III, arritmias
ortopnéia
pulmonar
intensas
1.1.5 - Sinais Clínicos da Endocardiose: Tosse
Efusão
Intolerência ao Exercício
Dispnéia
Ascite
Edema
Ortopnéia
Edema de Membros
Sonolência Síncope
Esquerda
Direita
1.1.6 - Evolução dos Sinais Clínicos: - Ausência de sinais clínicos - Tose noturna - Tosse constante - Intolerância ao exercício - Dispnéia - Taquipnéia - Distensão abdominal 1.1.7 - Eletrocardiografia: - Alargamento atrial esquerdo: P Mitral - Alargamento atrial direito: P Pulmonar - Alargamento ventricular: QRS > 0.05 ou 0.06 seg. - QRS altos em DII: R > 2,5 mV - QRS alargados com onda Q profunda - Arritmias: CPA; Taq. Atrial Paroxística; Fibrilação Atrial - ASR + MPM associado a P. Pulmonar = Afecção Respiratória
1.1.8 - Radiografia - Aumento generalizado de área cardíaca - Aumento do VE
Geral
35
- Aumento do AE - Compressão do bronquio principal esquerdo (LL) - Distensão venosa pulmonar - Edema pulmonar intersticial e alveolar - Efusão pleural e ascite: endocardiose da tricúspide
1.1.9 - Ecocardiografia: - Espessamento dos folhetos valvares - AE e VE aumentados - Fração de encurtamento normal ou aumentada - Fração de encurtamento diminuída: prognóstico desfavorável - Ruptura de cordas tendíneas (folheto valvar mitral anterior) - Derrame pericárdico por ruptura atrial
1.1.10 - Diagnóstico: - Baseia-se nas 4 fases das insuficiência - História clínica e exame físico - Sintomas - RX - ECG - Exames laboratoriais 1.1.11 - Tratamento: - Animais com sopro sistólico sem sinais clínicos: não tratar - Animais com sopro, tosse noturna e dispnéia: dieta hipossódica, diurético salurético, inibidores de ECA, repouso - Animais com sopro e piora dos sinais clínicos: adicionar repouso; digitálicos; outros diuréticos; inotrópicos positivos injetáveis; oxigênio
1.1.12 - Tratamento da Endocardiose Mitral: Medicações/Doses/Condutas Sinais Clínicos
Terapia
Sopro (assintomático)
Sem Terapia Dieta ( ? )
Sopro; Tosse Noturna;
Furosemida 1-2 mg/kg SID
Dispnéia Moderada
Enalapril 0,5 mg/kg SID Dieta hipossódica moderada Repouso
Sopro; Dispnéia; Tosse Frequente;
Furosemida 1-2 mg/kg BID
Intolerância ao Exercício
Enalapril 0,5 mg/kg SID ou BID Dieta ↓ Na
+
Repouso Hidralazina* 1-3 mg/kg BID
36
Digoxina* 0,007 mg/kg BID Sopro; Dispnéia Severa;
Furosemida 4-8 mg/kg IV a cada 2 horas
Sinais de Edema Pulmonar;
Nitroglicerina
Intolerância ao Exercício
Oxigênio Repouso Enalapril 0,5 mg/kg BID Dieta* Digoxina* Dobutamina 2,5 - 10 mg/KG minuto IV
1.2 - Cardiomiopatia Dilatada -
Doença miocárdica primária caracterizada pelo alargamento das câmaras cardíacas, arritmias, diminuição da contratilidade e sinais de insuficiência cardíaca congestiva (ICC).
-
Sinonímia: Miocardiopatia Dilatada Congestiva Idiopática.
1.2.1 - Etiologia: - Desconhecida - Predisposição familiar - Fatores nutricionais - Hipotireoidismo - Lesão viral - Genética em cocker spaniel
1.2.2 - Fisiopatologia: - Contratilidade deficiente - Transporte de cálcio - Retículo sarcoplasmático insuficiente - Troponinia / cálcio - Acúmulo de cálcio / mitocôndria / atividade respiratória - Acúmulo de cálcio / distúrbio eletrolítico / arritmias - Degeneração das miofibrilas / infiltração fibrosa / dilatação ventricular - Dilatação ventricular / regurgitação valvar - Redução de débito cardíaco / queda da PA - Retenção de sódio e água / volemia / congestão
1.2.3 - Sintomatologia: - Fraqueza, letargia - Colapso - Perda de peso e anorexia - ICCD
37
- ICCE - Síncope, morte súbita - História clínica - Obnubilação - Arritmias - Assintomático / Cocker Spaniel
1.2.4 - Diagnóstico: - Exame físico - Auscultação - ECG / Holter - RX - Eco / Doppler - Achados laboratoriais Radiografia: - Alargamento das câmaras - Redução do ângulo entre a traquéia e a coluna - Aumento de contato do ventrículo direito com o esterno - Aumento do contato do ventrículo esquerdo com o diafragma - Arredondamento do ápice cardíaco - Átrio esquerdo pode estar mais projetado - As veias pulmonares aumentam em relação às artérias - Aumento de densidade do parênquima sugerindo edema pulmonar intersticial - Coalescência fluídica indica edema alveolar - Efusão pleural obscurescendo a silhueta cardíaca - Angiografia mostra aumento das câmaras
Monitorização de Pacientes: - FC - FR - Hidratação - Mucosas / TPC - Hemogasometria - Níveis de digoxina - Melhora nas condições físicas - RX torácico
Eletrocardiografia:
38
- Presença de ondas P aumentadas (> 0,05 seg e 0,4 mV) - Complexos QRS alargados (>0,06 seg.) com desnivelamento de segmento ST, às vezes com supressão de milivoltagem - Arritmias supravetriculares frequentes - Arritmias ventriculares em casos mais avançados
Ecocardiografia - Dilatação e aumento das 4 câmaras - Modo M: dilatação de AE e VE - Função sistólica insuficiente - Fração de encurtamento reduzida: < 28% - Insuficiência Valvular (Doppler)
1.2.5 - Diagnóstico Diferencial: - Regurgitação mitral e tricúspide - Miocardites - Tumores - Pericardites
1.2.6 - Tratamento: - Depende da insuficiência cardíaca - Repouso - Dieta hipossódica - Diuréticos - Inotrópicos - Vasodilatadores - Antiarrítmicos - Cardiomioplastia cirúrgica - Suprimento nutricional
1.2.7 - Terapia/MDC: Sinais Clínicos
Medicação
Procedimentos
Sem ICC
Digoxina
Dieta ↓ Na+
IECA ICCE Discreta /
Furosemida 1-2 mg/kg BID
Dieta
Edema Pulmonar
IECA
Repouso
Digoxina
39
ICCE Moderada/
Furosemida 1-4 mg/kg BID
Dieta
Edema Pulmonar
Digoxina
Repouso
IECA
Oxigênio
Nitroglicerina ICCE Severa/
Furosemida 4 mg/kg BID
Dieta
Edema Pulmonar
a cada 2 horas, IV
Repouso
Digoxina
Oxigênio
IECA Nitroglicerina Dobutamina (PA/ECG)* 1.3 – Efusão Pericárdica e Tamponamento Cardíaco - Distúrbio diastólico - Comum em cães geriátricos - Associado às neoplasias cardíacas, efusão pericárdica idiopática, ruptura atrial, endocardiose crônica, coagulopatias, anemia e ICC
1.3.1 - Sinais Clínicos: - Predisposição racial: Pastor Alemão e Golden Retrievers - Colapso agudo e fraqueza - Anorexia - Letargia - Intolerância ao exercício - Distensão abdominal - Taquipnéia - Abafamento de bulhas cardíacas
1.3.2 - Sinais Clínicos em Casos Crônicos: - Taquipnéia - Hepatomegalia - Pulso jugular - Dispnéia - Ascite - TPC diminuído
1.3.3 - ECG - QRS com baixa voltagem - Alterância elétrica
40
- Segmento ST (desnivelado)
1.3.4 - RX - Aumento exagerado de silhueta cardíaca - Sem definição das câmaras - Aspecto globóide
1.3.5 - ECO - Visualização do derrame entre pericárdio e epicárdio - Melhor visualização das câmaras - Modo bidimensional: pode-se visualizar possíveis causas.
1.3.6 - Tratamento - Pericardiocentese* / medida terapêutica e diagnóstico - ECG acoplado - Tórax. Lado direito, distúrbio external - 4º e 6º / abaixo da junção costocondral - Agulha calibre 14 a 18 / cateter* - Exame citológico* - Cultura e antibiograma - Hemogasometria: derrame inflamatório pH < 7.1
1.3.7 - Tratamento - Depende da causa - Casos como uremia, coagulapatia e intoxicação cumarínica devem ser tratados quanto a sua etiologia - Pericardiocentose pode fuminar nos casos idiopáticos - Corticóides intrapericárdico ou sistêmico ( ? ) - Pericardiectomia indica-se nos casos recorrentes ou neoplasias
1.4 - Dirofilariose Parasitose Cardíaca Zoonose Emergente Agente: Dirofilaria immitis (helminto) Habitat: vermes adultos - artéria pulmonar e VD
1.4.1 - Incidência:
• Doença Cosmopolita (Leão marinho e Urso polar)
41
• EUA > 45% em algumas regiões • Canadá: 5% Japão e Austrália: alta incidência, apesar do clima temperado
1.4.2 - Prevalência:
• Cães machos são mais afetados 4:1 em relação as fêmeas; • Animais mantidos no quintal: 4-5 vezes mais infectados; • Faixa etária: 3 a 8 anos; • Raças de grande porte; • Comprimento do pelame não interfere; • Pode acometer menos freqüentemente gatos. 1.4.3 - Ciclo Evolutivo:
• Microfilaria no sangue periférico (fase L1) > presença de vermes adultos machos e fêmeas na artéria pulmonar e VD;
• Mosquitos (Culex, Aedis, Anopheles); • L2 e L3 nos túbulos de Malpighi do hospedeiro intermediários (mosquitos); • Mosquito inocula L3 em outro animal susceptível; • L3, L4, L5, adulto jovem, adulto maturo chegam ao coração; • Liberação de L1, fechando o ciclo; • Duração do ciclo de 6 a 7 meses. •Microfilaremia X Severidade do Quadro Clínico; • Diagnóstico positivo: 6 - 7 meses (verme adulto); • Fase de prépatencia; • Microfilaremia: 6 meses; • Número de filarias aumenta nos primeiros 6 meses e depois declina; • Início e severidade X Número de parasitas adultos; • Animais com muitos vermes adultos > Hipertensão Pulmonar e Tromboembolismo;
• Até 50 vermes: artérias pulmonares caudais; • Mais de 50 vermes: átrio direito; vivem de 5 a 7 anos; filarias vivem de 2 a 3 anos. 1.4.4 - Fisiopatologia:
• Artérias Pulmonares: Endoarterites (inflamação do endotélio) • Formas Clínicas:
- Cardiopulmonar
42
- Síndrome da veia cava - Manifestação renal/Proteinúria - Dermatite parasitária (piogranulomatosa) - Forma oculta
1.4.5 - Sinais Clínicos:
• Assintomáticos; • Tosse e Dispnéia; • Cansaço Fácil; • Insuficiência Cardíaca Congestiva Direita; • Ascite e Hepatoesplenomegalia. 1.4.6 - Diagnóstico:
• Exame Clínico; • Radiografia torácica; • Diagnóstico Laboratorial: pesquisa de microfilarias circulantes, • Hemograma, bioquímica clínica e testes imunológicos (imunodifusão, IFD, IFI e Elisa teste);
1.4.7 - MCF Circulante:
• Gota espessa: sangue fresco > motilidade das MCF; • Técnicas de Knott modificada; • Métodos de Filtração (kits); • Fosfatase Ácida (+ segura): - Dirofilaria com 2 pontos vermelhos - Dipitalonema com 2/3 a 3/4 de cauda em vermelho
1.4.8 - Tëcnica de Knott Modificada:
• 1 a 2 ml de sangue com anticoagulante; • Tubo de centrífuga com água destilada (hemólise); • Centrifugar 2000 a 3000 rpm por 3 a 5 minutos; • Desprezar o sobrenadante hemolizado; • Examinar o sedimento; • MCF estáticas, servindo para morfologia. 1.4.9 - Diferenciação das MCF:
43
Características
D immitis
Comprimento
> 290 um
Diâmetro
> 6 um
Dipitalonema reconditum < 275 um < 6 um
Comprimento (esfregaço) > 310 um
< 290 um
Motilidade
rápida
lenta
Cabeça
afilada
Gancho
ausente
Fosfatase alcalina
2 pontos
rombuda crescente 2/3 do corpo
1.4.10 - Testes Imunológicos:
• São melhores, pois detectam formas ocultas; • Utilizam anticorpos monoclonais contra antígeno uterino do parasito; • Falso positivo: raro; • Falso negativo: poucas fêmeas ou fase de pré-patência. 1.4.11 - Testes:
• Imunodifusão > baixa sensibilidade; • Imunofluorescência direta: sensibilidade superior à ID, porém há possibilidade de reação cruzada;
• Imunofluorescência indireta: detectar anticorpos específicos; altamente específico e sensível; detecta anticorpos do tipo IgG em 80-95% dos casos.
1.4.12 - Elisa Teste para Detectação de Anticorpus:
• Infecções pré-patentes; • Reação cruzada com Dipitalonema e outros vermes GI; • Menor especificidade que IFI. 1.4.13 - Elisa Teste para Detectação de Antígenos:
• É melhor; • Detecta antígenos de formas adultas que precisam estar circulando; • Desvantagem é o preço; • Menor possibilidade de reação cruzada; • Alta especificidade > 94,7 a 99,8%; • Útil na monitoração de terapia adulticida. 1.4.14 - Tratamento:
44
• Adulticida; • Microfilaricida. 1.4.15 - Tratamento Adulticida:
• Tiacetarsamida sódico (Carpasolate > em desuso, hepatotóxico e nefrotóxico; • Dicloridrato de Melarsomina (Imixidine) > composto arseniacal, trivalente, temperatura ambiente;
• Dose de 2,5 mg/kg IM (2 aplicações); a cada 24 horas; • Músculo lombar entre L2 e L3; • Doses maiores que 3 ml deve-se dividir a dose para cada lado da musculatura; •Atua bem contra L5 e fêmeas adultas; • Efeito colateral: edema pulmonar; antídoto: Dimercaprol na dose de 3 mg/kg; • Vantagens: menos tóxico e mais eficaz que a tiacetarsamida; • Desvantagens: preço elevado e local de aplicação; animais pequenos > mialgia. 1.4.16 - Tratamento Microfilaricida:
• Deve ser realizado 4 a 6 semanas após o adulticida; • Ditiazanina: 7 a 11 mg/kg/dia 7 - 10 dias; após 7 dias fazer teste filaricida e aumentar a dose para 11 - 15 mg por mais 7 dias;
• Ivermectina: dose única oral de 50 microgramas/kg; atua sobre L3; misturar 1 ml de Ivomec com 9 ml de propilenoglicol > 1 ml/20 kg; fazer o teste microfilaricida.
1.4.17 - Tratamento Preventivo:
• Tratamento ideal para animais que vão à praia; fazer 1 mês antes e 1 depois; • Animais que vivem em regiões endêmicas: tratamento mensal; • Ivermectina (Cardomec): 6 microgramas/kg/mês; • Milbemicina oxina (Interceptor): 0,5 mg/kg/mês. 1.5. Neoplasias Cardíacas - Infreqüentes - Hemangiosarcoma; mesotelioma; quemodectoma; fibrossarcoma; carcinoma de tireóide: Primários - Tumores que metastizam o coração: hemangiossarcoma; linfossarcoma; adenocarcinoma mamário; melanoma
1.5.1 - Sinais Clínicos das Neoplasias Cardíacas:
45
- Perda de peso - Letargia
- Fraqueza - Síncope
- Anorexia
- Distensão abdominal
- Dispnéia
- Arritmias
- Taquipnéia
- Sopros
- Sinais clínicos do tumor primário
- Abafamento de bulhas
- Ascite
-Hepatoesplenomegalia
- Pulso jugular
1.5.2 - RX - Silhueta globosa - Veia cava caudal aumentada - Derrame pleural - Hepatoesplenomegalia - Ascite - Tumores de base cardíaca: deslocam a traquéia e o próprio coração - Angiografia não seletiva pode elucidar
1.5.3 - ECG - Arritmias supra ou ventriculares - Bloqueios de condução (Ramo ou AV) - Alargamento cardíaco - QRS de baixa voltagem - Alternância elétrica - Desnivelamento do segmento ST
1.5.4 - ECO - É o método diagnóstico mais indicado - Observação de aumentos de câmaras, efusão pericárdica e massas intracardíacas - Punção biópsia (exame citopatológico)
1.5.5 - Tratamento - Dependerão dos sinais clínicos apresentados - Tratamento específico dependerá do tipo de neoplasia - Quimioterapia ou cirurgia paliativa
1.6. Endocardites - Infreqüente nos cães - Prostatites, infecções do trato urinário e dentárias, piodermites e pneumonias
46
- Infecção original ? - Bacteremia necessária - Lesão cardíaca prévia (estenose subaórtica, endocardiose) - Imunossupressão, cateter, cirurgia, doenças sistêmicas intercorrentes - Válvulas mitral e aórtica: mais acometidas - Staphylococcus aurreus, Streptococcus, Corynebacterium, Pseudomonas e Escheriachia coli
1.6.1 - Sinais Clínicos - Cães idosos: cardíaco com sinais polissistêmicos - Febre - Sopro diastólico - Taquipnéia - Mialgia - Claudicação alternante ? - Infecção do trato urinário
1.6.2 - Achados dos Exames Subsidiários: - Achados inespecíficos - RX: cardiomegalia; ICC; Pneumonia - ECG: Arritmias supra ou ventriculares; P mitral; aumento de VE e Bloqueio de Ramo e BAV - Achados Laboratoriais: Hipoproteinemia; ↑ fosfatase alcalina sérica; ↑ enzimas hepáticas; azotemia; piúria; bacteriúria; hematúria; leucócitos (ás vezes) - Cultura sangüínea: 3 amostras (60 - 85% positivos) (aeróbica e anaeróbica) - Antibiograma
1.6.3 - Tratamento - Antibióticos de largo espectro (IV) - Ampicilina + Amicacina - Cefalotina + Gentamicina - Metromidazol (suspeita de anaeróbicos) - 6 - 8 semanas de tratamento - Tratamento convencional da ICCE - Doenças congênitas: prevenção com antibióticos - Procedimentos odontológicos, endoscopia, manipulação genitourinária e cirurgias gastroentestinais: prevenir com antibióticos
47
III - CARDIOPATIAS PRIMÁRIAS E SECUNDÁRIAS EM GATOS
1.0 - PROBLEMAS DO MIOCÁRDIO -
Miocardiopatia Hipertrófica
-
Miocardiopatia Dilatada
-
Miocardiopatia Restritiva
-
Hipertireoidismo
-
Hipertrofia Hipertensiva
2.0 - SINAIS CLÍNICOS -
Respiratórios: edema pulmonar e efusão pleural
-
Cardiovasculares: arritmias, murmúrios e pulso femural hipocinético
-
Locomotores: tromboembolismo aórtico
3.0 - MIOCARDIOPATIA HIPERTRÓFICA -
Doença cardíaca mais comum em gatos, ocorrendo mais em machos e usualmente afetando adultos jovens.
-
Componente genético em algumas linhagens.
-
Diferenciar de outras afecções*
3.1 - Fisiopatogenia: - Disfunção Diastólica - Hipertrofia ventricular esquerda grave - Alargamento de átrio esquerdo - Redução da distensibilidade do ventrículo esquerdo
3.2 - Sinais Clínicos: - Dispnéia de início repentino - Anorexia - Sinais de tromboembolismo - Choque precordial forte - Pulso normal ou fraco - Sopro* - Pode desencadear ICCE: - Taquipnéia - Boca aberta - Estertores pulmonares
48
- Abafamento de bulhas - Arritmia (galope)
3.3 - Diagnóstico: -
Radiografia Torácica: Cardiomegalia generalizada Coração de São Valentino Aumento biatrial Congestão pulmonar venosa Edema pulmonar nos casos crônicos Efusão pleural
-
Eletrocardiograma: P Pulmonar: > 0,2 mV Alargamento de ventrículo esquerdo: P mitral > 0,04 seg. Onda R elevada Bloqueio de Ramo Esquerdo Arritmias supra ou ventriculares Desvio de Eixo para esquerda*
-
Ecocardiograma: Ventrículo esquerdo: . Hipertrofia concêntrica do VE e septo ventricular . Diminuição do lúmen . Hipercinese . Hipertrofia do septo ventricular: estreitamento subáortico discreto → obstrução dinâmica Dilatação de átrio esquerdo Regurgitação mitral Modo M: define a hipertrofia do ventrículo
3.4 - Diagnóstico Diferencial: - Hipertireoidismo - Hipertensão - Acromegalia - Estenose subaórtica
3.5 - Tratamento: - Tratar a disfunção diastólica / taquicardia / ICCE - Prevenir o tromboembolismo - Beta Bloqueadores: Propranolol 2,5 mg/gato VO TID
49
Atenolol 5 - 6 mg/gato VO TID - Diltiazem: 3,5 - 7 mg/gato VO TID 6 -7 mg/gato VO TID (casos graves) - Furosemida: 4 mg/kg IV, a cada 1 - 2 horas até melhorar a dispnéia e ocorrer diurese (edema pulmonar) - Nitroglicerina: 0,3 a 0,6 ou (4 - 6 horas) / 2 - 3 dias - Casos de congestão persistente: Enalapril 2,5 mg/gato VO SID - Antitrombóticos: aspirina 80 mg/gato/VO / dias alternados oua a cada 3 dias
- Sem insuficiência cardíaca prévia:
Hipertensão severa sem obstrução: - Diltiazem
Hipertensão severa com obstrução: - Diltazem (pode agravar a obstrução)
- Com insuficiência cardíaca prévia:
Diltiazem
Pode necessitar diuréticos par o resto da vida (dose mínima efetiva)
Se FC > 200 bpm ou obstrução persistir: Beta-bloqueador
4.0 - MIOCARDIOPATIA DILATADA -
Cardiopatia caracterizada por disfunção sistólica com diminuição da contratilidade e dilatação das quatro câmaras
4.1 - Etiogenia: - Deficiência de taurina
4.2 - Raças Susceptíveis: - Abissínio - Siamês - Birmanês
4.3 - Sinais Clínicos: - Abafamento de bulhas - Bradicardia - Atrofia de retina
4.4 - Diagnóstico: - Radiografia:
Cardiomegalia
Congestão pulmonar venosa
50
Edema pumonar
Efusão pleural
- Eletrocardiograma:
Alargamento de ventrícuo esquerdo
Bloqueio de ramos
Arritmias ventriculares
- Ecocardiograma:
Dilatação de ventrículo esquerdo
Hipocinese de ventrículo esquerdo
Regurgitação mitral
4.5 - Tratamento: -
Taurina - 250 mg / TID
-
Digoxina - ¼ de tablete 0,125 mg / cada 48 horas ou 0,03 mg/gato/VO
-
Enalapril - 0,25 a 0,5 mg/Kg / cada 24 horas ou 2,5 mg/gato > ou = 5 kg
-
Furosemida - 2 mg/Kg / VO, SC / SID ou TID
5.0 - MIOCARDIOPATIA RESTRITIVA -
Disfunção sistólica e diastólica com hipertrofia ventricular moderada, alargamento severo do átrio esquerdo e fibrose do ventrículo esquerdo
5.1 - Etiogenia: - Desconhecida - Acometendo gatos de meia idade a velhos
5.2 - Diagnóstico: -
Radiografia : Cardiomegalia Aumento atrial esquerdo Congestão pulmonar venosa Edema pumonar Efusão pleural
-
Eletrocardiograma: Alargamento de QRS Distúrbio de condução intraventricular Arritmias atriais e ventriculares
-
Ecocardiograma: Aumento importante de átrio esquerdo Hipocinesia de ventrículo esquerdo
51
Anormalidades regionais na parede livre do ventrículo esquerdo Regurgitação de mitral e tricúspide 5.3 - Tratamento: -
Enalapril - 0,25 a 0,5 mg/Kg / cada 24 horas
-
Furosemida - 1 a 2 mg/Kg / VO ou SC / SID ou TID
6.0 - MIOCARDIOPATIA HIPERTRÓFICA POR HIPERTIREOIDISMO -
Doença comum devido a ação dos hormônios da tireóide que elevam a pressão arterial, frequencia cardíaca e demanda de oxigênio pelo miocárdio
6.1 - Sinais Clínicos: - Sopro sistólico - ICC freqüente - Ritmo de galope - Pulso femoral hipercinético - Polifagia com emaciação - Poliúria e polidipsia - Presença de nódulos na tireóide - Emese
6.2 - Diagnóstico: -
Radiografia : Cardiomegalia Sinais de ICC ocasionalmente
-
Eletrocardiograma: Taquicardia sinusal e arritmias Alargamento de ventrículo esquerdo Distúrbios de condução intraventricular
-
Ecocardiograma: Semelhante a miocardiopatia hipertrófica Hipertrofia de parede livre de ventrículo esquerdo
-
Outros testes: T4 Teste de supressão de T3 Iodo radioativo
52
6.3 - Tratamento: -
Corrigir o hipertireoidismo Cirurgia Terapia com iodo radioativo Drogas antitireoidéias
-
Gatos com insuficiência cardíaca: Enalapril e diuréticos
-
Gatos com disfunção sistólica: Digoxina
7 - HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA - Causa comum de hipertrofia cardíaca - Arteriosclerose dos vasos em todo corpo - Etiologia a esclarecer - Insuficiência renal* - Hipertensão essencial ? - Manifestações cardíaca, renal e neurológica
7.1 - Sinais Clínicos - Azotemia discreta (creatinina 2 a 3 mg/dL) - Sopro sistólico - Ritmo de galope - Hemorragia retiniana / descolamento / vasos tortuosos - ICCE infrequente - Convulsões / hemorragias intracranianas - ECG normal / Desvio de Eixo Cardíaco (ás vezes) - ECO: hipertrofia ventricular VE sem dilatação de AE - PA normal: 135 - 170 mmHg
7.2 - Tratamento - Acompanhamento da PA - Diltiazem, beta bloquadores, IECA, Alfa bloqueadores
53
8. TROMBOEMBOLISMO 8.1 - Tratamento Conservativo - Tratar a ICC, se estiverr presente - Diltiazem ou Hidralazina - Butorfanol ou oximorfina ou acepromazina - Heparina, 200 UI / kg, IV; seguida por 1000 UI/kg, SC a cada 6 horas - Fisioterapia
8.2 - Tratamento Agressivo - Idem ao tratamento conservativo (mais) - Varfarim, 0,5 mg, VO, a cada 24-48 horas - Ativador de plasminogênio tecidual, 1 a 10 mg/kg, IV ou 0,25-1mg/kg/hora - Estreptoquinase, 90.000 UI por 20 minutos e depois 45.000 UI/hora, durante 3 horas
TERAPIA CARDIOVASCULAR
51
I - INTRODUÇÃO
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA (ICC)
1.0 - DEFINIÇÃO: Síndrome clínica que aparece em corações cronicamente enfermos, quando o miocárdio é incapaz de manter o débito cardíaco e os mecanismos compensatórios como a hipertrofia e a dilatação são suplantados por um evento precipitante.
2.0 - CAUSAS DE ICC: - Infecções sistêmicas - Alterações súbitas na freqüência e ritmo cardíacos - Calor e umidade ambiental - Esforço, exercício - Afecções em outros órgãos - Utilização inadequada de medicamentos - Excesso na fluidoterapia - Traumatismo - Anestesia - Rompimento de cordas tendíneas - Infarto do miocárdio - Hipertensão arterial sistêmica
2.1 - Causas de Insuficiência do Coração Esquerdo: - Afecções da valva mitral - Afecções da valva aórtica - Afecções coronarianas - Hipertensão arterial - Cardiomiopatia - Miocardite bacteriana ou viral - Rompimento de cordas tendíneas - Ducto arterioso - Estenose subaórtica - Defeito do septo ventricular
52
2.2 - Causas de Insuficiência do Coração Direito: - Insuficiência cardíaca do coração esquerdo - Afecções da valva pulmonar - Afecções da valva tricúspide - Doença pulmonar obstrutiva crônica - Embolia pulmonar - Dirofilariose - Tetralogia de Fallot - Ducto arterioso - Tumores no coração direito - Efusão pericárdica - Tamponamento cardíaco
3.0 - CAUSAS COMUNS DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA EM CÃES E GATOS: - Cardiopatia congênita - Cardiopatia valvar - Miocardiopatia - Periocardiopatia - Arritmias cardícas - Parasitose cardíaca
4.0 - SINAIS DE ICC:
4.1 - Insuficiência Cardíaca Esquerda: Dispnéia de esforço, dispnéia paroxística, ortopnéia, tosse, cianose, edema pulmonar e fraqueza
4.2 - Insuficiência Cardíaca Direita: Ganho de peso, distensão venosa, edema subcutâneo, hidrotórax, ascite, hepatoesplenomegalia e caquexia cardíaca.
53
5.0 - FISIOPATOLOGIA DA ICC: DÉBITO CARDÍACO
CORAÇÃO
FORÇA DE CONTRAÇÀO
VOLUME SANGÜÍNEO CIRCULANTE
FLUXO SANGÜÍNEO RENAL
PRESSÃO VENOSA
MEDULAR RENAL
FRAÇÃO DE FILTRAÇÃO LIBERAÇÃO DE RENINA-ANGIO-
RETENÇÃO RENAL
TENSINA
DE Na+ E H2O
EDEMA E EFUSÃO
LIBERAÇÃO DE ALDOSTERONA
II - TERAPIA CARDIOVASCULAR 1.0 - PRIORIDADES DO SISTEMA CARDIOVASCULAR Pressão arterial, débito cardíaco e pressão venosa
2.0 - MECANISMOS COMPENSATÓRIOS - Débito cardíaco → dilatação e hipertrofia - Pressão arterial → vasoconstricção neural e humoral - Efeitos sistêmicos → estimulação simpática, retenção de sódio e água
2.1 - Débito cardíaco - Função sistólica → pré-carga, pós-carga, contratilidade, freqüência cardíaca - Função diastólica → distensibilidade (lucitropismo), tempo de enchimento (dependente da freqüência cardíaca) DC = Freqüência Cardíaca (FC) x Contratilidade x Pré-carga
54
Pós-carga
2.1.1 - Pré-carga: Grau de distensibilidade da fibra miocárdica no final da diástole; volemia; volume diastólico final
2.1.2 - Pós-carga: Estresse sistólico na parede miocárdica; pressão arterial; trabalho do miocárdio Pressão Intraventricular
x
Raio da câmara Espessura da parede
3.0 - PATOGENIA DO EDEMA E EFUSÕES EM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA: DÉBITO CARDÍACO
CORAÇÃO
INSUFICIÊNCIA VENTRICULAR
VOLUME PLASMÁTICO
HAD
EFETIVO PRESSÃO
RIM - GLÂND. ADRENAL
TONO SIMPÁTICO
PRESSÃO VENOSA
FRAÇÃO DE FILTRAÇÃO
RETENÇÃO DE
RENINA-ANGIOTENSINA
Na+ e H2O
ALDOSTERONA
4.0 - DIMINUIÇÃO DE PRÉ-CARGA Diuréticos, venodilatadores e dieta hipossódica
EDEMA e EFUSÕES
55
4.1 - Venodilatadores 4.1.1 - Nitroglicerina: -
Tratamento emergencial do edema pulmonar, relaxa a musculatura lisa venosa
(pomada a 2%) -
cães → 0.5 a 2.5 cm, 4 a 6 horas gatos → 0.1 a 0.2 cm, 4 a 6 horas
Dose
(discos de 5 e 10 mg) → 5 mg / 10-15 Kg
-
Usar luvas
-
Complicações da terapia com nitroglicerina → hipotensão e sonolência
-
Evitar associação com: vasodilatadores, inibidores da ECA (enzima conversora de angiotensina) e bloqueadores alfa-1.
4.1.2 - Nitroprussiato: -
Tratamento de crises hipertensivas graves
-
Titulação da pressão arterial
4.2. Diuréticos -
Diuréticos de alça: furosemida e bumetamide
-
Poupadores de potássio: espironolactona e triantereno
-
Tiazidas
4.2.1. Furosemida: -
Tratamento inicial da congestão e edema na insuficiência cardíaca
-
Ação
I.V. → início em 5 min., com pico após 60 min. Oral → início em 30 min., com pico após 2 horas
-
Doses:
cães
edema pulmonar → 2 a 4 mg/Kg; 2-6 h; IV, IM ou SC manutenção → 1 a 2 mg/Kg; SID a BID; VO
gatos
edema pulmonar → 2 a 4 mg/Kg; 2-6 h; IV, IM ou SC manutenção → 1 a 2 mg/Kg; SID a BID; VO
56
4.2.2 - Poupadores de potássio: -
Prevenção da hipocalemia
-
Não deve ser usado isoladamente
4.2.3 - Espironolactona: -
Inibidor competitivo da aldosterona
-
Início de ação: 2 a 4 horas
-
Indicado em animais com ascite ou edema pulmonar crônico
-
Dose: 2 a 4 mg/Kg; SID
-
Nomes comerciais: Aldactone® (Biolab–Searle), Diurana® (Sanofi Winthrop)
4.2.4 - Tiazidas: -
Menos potentes que a furosemida
-
Efeito não é dose dependente
-
Não pode ser usado em pacientes com taxa glomerular baixa
-
Dose: 2 a 4 mg/Kg; BID; VO (cão)
-
Nome comercial: Hidroclorotiazida® (Windson; Vital Brasil)
4.2.5 - Complicações do uso de diuréticos: DESIDRATAÇÃO
DOSE
CONTRAÇÃO DO LÍQUIDO DIMINUIÇÃO DO
EXTRACELULAR
DÉBITO CARDÍACO
DIMINUIÇÃO NA EXCREÇÃO DE OUTRAS DROGAS
HIPOCLOREMIA HIPOCALEMIA
ALCALOSE
57
5.0 - DIMINUIÇÃO DA PÓS-CARGA Restrição de exercícios e vasodilatadores.
5.1 - Vasodilatadores -
Alfa bloqueadores: prasosin
-
Inibidores da ECA: captopril, enalapril e benazepril
-
Hidralazina
PÓS-CARGA
FALHA CARDÍACA
CONSUMO DE O2
DÉBITO CARDÍACO
VOLUME CIRCULANTE
MVO2
PRESSÃO
PRESSÃO ARTERIAL FADIGA MIOCÁRDICA
RETENÇÃO RENAL DE Na+ e H2O VASOCONSTRICÇÃO
RINS
AUMENTO DA RIGIDEZ VASCULAR TÔNUS SIMPÁTICO
ANGIOT. II
ANGIOT. I
RENINA
58
5.1.1 - Mecanismo de ação dos vasodilatadores: RESISTÊNCIA
VASODILATADORES
DÉBITO
PERIFÉRICA CARDÍACO
VOLUME EJETADO
PERFUSÃO PERIFÉRICA
VOLUME DIASTÓLICO FINAL
PRESSÃO ARTERIAL PRESSÃO DIASTÓLICA
PÓS-CARGA
CONSUMO DE O2
FLUXO CORONARIANO
CONGESTÃO
PULMONAR
5.1.1 - Hidralazina: -
Aumenta volume ejetado, débito cardíaco e freqüência cardíaca
-
Diminui anel valvar, regurgitação mitral, volume diastólico final, tamanho do átrio e ventrículo esquerdos, pressão diastólica final e MV02
-
Complicações: hipotensão, retenção de sódio, taquicardia reflexa e vômitos
-
Vasodilatador arteriolar usado em insuficiência mitral
-
Ação: início em 1 h, pico após 3-5 h, duração de 12 h
-
Indicações: insuficiência mitral e cardiomiopatia dilatada
-
Dose:
deve ser ajustada ao paciente 0.5 a 3 mg/Kg; BID dose ideal: PA = 70-80 mmHg; PVO2 > 30 mmHg
59
5.1.2 - Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina (ECA): ANGIOTENSINA II
ANGIOTENSINA I
VASOCONSTRICÇÃO
ECA
LIBERAÇÃO DE ALDOSTERONA
RENINA
RETENÇÃO DE Na+ e H2O
5.1.3 - Captopril, Enalapril e Benazepril: -
Vasodilatadores mistos e arteriolares
-
Aumentam: volume ejetado, débito cardíaco, excreção de sódio e água, retenção de potássio e fluxo coronariano
-
Diminui: pré-carga, pós-carga, pessão diastólica final e MVO2
-
Efeitos colaterais: hipotensão, vômito, diarréia, anorexia, hipercalemia e insuficiência renal
-
Evitar associação com: beta bloqueadores, cloreto de potássio, espironolactona e triantereno
5.1.3.1 - Captopril: -
Indicado na IC classe III ou IV causada por insuficiência mitral ou cardiomiopatia dilatada
-
Dose: 0.5 a 2 mg/Kg; BID-TID
5.1.3.2 - Enalapril: -
Efeito mais prolongado que o captopril
-
Menor incidência de efeitos colaterais gastrointestinais
-
Dose: 0.25 a 0.5 mg/Kg; SID a BID
5.1.3.3 - Benazepril (medicação veterinária): -
Idem a enalapril
-
Eliminado via hepática* (bile) e renal
-
Dose: 0.25 a 0.5 mg/Kg; SID
60
5.1.4 - Avaliação da Terapia com Vasodilatadores:
RESPOSTA
HIPOTENSÃO
↑ 30 bpm
TAQUICARDIA
⇑
⇑
ATITUDE
ALERTA
DEPRESSÃO
PVO2
30 mmHg
-
TRC
⇑
⇑
FREQÜÊNCIA CARDÍACA PULSO
6.0 - AUMENTO DO INOTROPISMO -
Digitálicos: digoxina e digitoxina
-
Catecolaminas: dobutamina e dopamina
-
Derivados da bipiridina: amrinona e milrinona
-
Outros: taurina e carnitina
6.1 - Digitálicos -
Agentes inotrópicos fracos
-
Agem inibindo ATPase Na+ e K+
-
Aumentam Ca++ intracelular
-
Efeito parassimpaticomimético
-
Efeito antiarrítmico
-
Contra-indicado em insuficiência miocárdica severa
-
Indicações: taquiarritmias supraventriculares,insuficiência do miocárdio primária ou secundária
-
Não usar em miocardiopatia hipertrófica
-
Doses: Digoxina (Lanitop®, Labo-Pharma; Lanoxin®, Coopers): cão
0.007 a 0.01 mg/Kg; BID; VO 0.002 a 0.01 mg/Kg; IV
gato → 0.0015 a 0.07 mg/Kg; SID; VO
Digitoxina (Digitoxina®, Squibb; Cedilanide®, Sandoz): cão
0.003 a 0.01 mg/Kg; BID-TID 0.02 a 0.06 mg/Kg; BID-TID*
61
gato → não é usado rotineiramente
-
Avaliação da terapia: Aumento do intervalo PR Melhora clínica Diminuição da freqüência cardíaca Níveis séricos
digoxina → 1 a 2 ng/ml digitoxina → 15 a 35 ng/ml
-
Toxicidade: Anorexia, vômito e diarréia: interromper por 24 horas e reiniciar com 50% da dose inicial Em casos de arritmia: checar níveis de K+:
-
-
Arritmias ventriculares: lidocaína
-
Supraventriculares: propranolol
-
Bradiarritmias: atropina
Fatores que alteram a dose:
Taxa de filtração glomerular
Gordura/obesidade
Hipocalemia
Massa muscular
Hipo e hipertireoidismo
Drogas que afetam o metabolismo e excreção
Insuficiência miocárdica grave
Bloqueadores de cálcio
Hipoxemia
6.2 - Catecolaminas: -
Agentes inotrópicos para a insuficiência cardíaca aguda
-
Meia vida: 1 a 2 min.
-
Inapropriado por via oral
6.2.1 - Dopamina: -
Precursor da noradrenalina
-
Efeito inotrópico com aumento do débito cardíaco
-
Dose: 1 a 10 µg/Kg/min.
62
6.3 - Derivados da Bipiridina (não estão sendo usados na med. veterinária)
6.4 - Aumento de Débito Cardíaco RETENÇÃO DE
VASOCONSTRICÇÃO
Na+ e H2O
AUMENTO DE VOLUME
AUMENTO DE VOLUME
INTRAVASCULAR
DIASTÓLICO FINAL
SEDE
7.0 - AUMENTO DO CRONOTROPISMO
7.1 - Atropina -
Agente parassimpatolítico, diminui o tônus vagal do NSA e do NAV
-
Indicado na bradicardia sinusal, bloqueio sinusal, sinus arrest, bloqueio atrioventricular incompleto e síndrome do nodo sinoatrial
-
Dose
cão
0.01 a 0.02 mg/Kg; IV 0.02 a 0.04 mg/Kg; SC
gato → 0.02 a 0.04 mg/Kg; QID; SC, IM ou IV -
Efeitos
colaterais
e
toxicidade:
taquicardia
sinusal,
VPCs,
alterações
oculares,
gastrointestinais e pulmonares. Resposta inicial parassimpatomimética nas doses IV.
8.0 - BRONCODILATADORES
8.1 - Derivados das Xantinas (Aminofilina e Teofilina) -
Agentes broncodilatadores, cardiotônicos e fracos diuréticos
-
Indicação: edema pulmonar, ICCE, bronquite asmática em humanos e enfisema pulmonar
-
Dose
cão → 6 a 11 mg/Kg; BID-TID; IV ou VO gato → 4 a 6 mg/Kg; BID; IV ou VO
-
Efeitos colaterais e toxicidade: cautela em pacientes com arritmia cardíaca, IC, hipertireoidismo, infarto do miocárdio recente, pacientes com doença renal ou hepática
63
-
Nomes comerciais: Aminofilina® (Sandoz) e Talofilina® (Sandoz)
9.0 - ANTIARRÍTMICOS
9.1 - Agentes Antiarrítmicos do Grupo I
9.1.1 - Lidocaína: -
Indicação: VPCs freqüentes, taquiarritmias ventriculares e atriais (WPW)
-
Dose
cão
2 a 4 mg/Kg; IV lento (repetir após 10 min.) 25 a 75 µg/Kg/min. infusão
gato → 0.05 mg/Kg; IV lento -
Efeitos colaterais e toxicidade: vômitos, tremores, convulsões, excitação, hipotensão, flutter atrial ou fibrilação.
-
Nome comercial: Xilocaína® (Merrell Lepetit)
9.1.2 - Quinidina: -
Indicação: VPCs, taquicardia ventricular, fibrilação atrial aguda, taquicardias supraventriculares refratárias e WPW
-
Dose
cão → 6 a 16 mg/Kg; TID (sulfato) gatos → não é usado rotineiramente
-
Efeitos colaterais e toxicidade: anorexia, vômito, diarréia, fraqueza, hipotensão, diminuição da contratilidade, QRS e QT alargados, BAV, síncope e aumenta os níveis séricos de digoxina.
-
Nome comercial: Quinicardine® (Barrene)
9.1.3 - Procainamida: -
Indicação: VPCs, taquicardia ventricular, taquicardia supraventricular (WPW)
-
Dose
8 a 20 mg/Kg; 6 a 8 h 6 a 12 mg/Kg; 6 a 8 h (podendo dobrar) cães
6 a 12 mg/Kg; IV; durante 5 min. 25 a 40 mg/Kg/min.
gato → não é usado rotineiramente -
-
Efeitos colaterais e toxicidade:
anorexia, vômitos, diarréia;
fraqueza, hipotensão, diminui a contratilidade;
QRS e QT alargados e taquicardia ventricular multiforme;
febre e leucopenia
Nome comercial: Procamide® (Zambon)
64
9.2 - Agentes do Grupo II (beta-bloqueadores) 9.2.1 – Propranolol: -
Reduz velocidade de condução, automacidade e atividade do NSA (simpatolíticos)
-
Indicação: taquicardia supraventricular, síndrome da pré-excitação, flutter atrial e fibrilação atrial
-
Contra-indicação: pacientes com asma e bloqueio cardíaco
-
Efeitos colaterais: letargia, depressão, vômito, diarréia e hipotensão
-
Dose
cão
0.4 a 1 mg/Kg; TID; VO 0.05 a 0.15 mg/Kg; IV lento
gato → 2.5 mg/5 Kg; SID-BID; VO -
Nome comercial: Propranolol® (Wyeth)
-
Outros beta-bloqueadores: atenolol e nodolol
9.3 - Agentes do Grupo III 9.3.1 - Amiodarona: -
Prolonga a duração do potencial de ação e período refratário
-
Indicação: arritmias cardíacas refratárias e fibrilação ventricular recidivante
-
Efeitos colaterais: fibrose pulmonar, lesões hepáticas, indução do bloqueio cardíaco, fotossensibilização
-
Dose: 10 a 15 mg/Kg; BID; VO
-
Nome comercial: Ancoron® (Libbs)
9.4 - Agentes do Grupo IV (bloqueadores de canais de Ca++): -
Vasodilatador coronariano e inotrópico negativo
-
Indicação: taquicardias supraventriculares
-
Reduz freqüência sinusal, prolonga condução do impulso pelo NAV
-
Doses: Verapamil (Dilacoron®, Knoll) cão → 0.05 mg/Kg; IV (VO → dose não estabelecida) gato → 1.1 a 2.9 mg/Kg; TID; VO Diltiazem (Balcor®, Baldacci) cão → 0.5 a 1.5 mg/Kg; TID; VO gato → 1.75 a 2.4 mg/Kg; BID-TID; VO Nifedipina (Adalat®, Bayer) → não estabelecida
65
10.0 - ORIENTAÇÃO TERAPÊUTICA NA ICC 10.1 - Insuficiência Mitral -
Educação do cliente → fase I
-
Diuréticos + dieta hipossódica + retrição a exercícios → fase II
-
Idem a fase II + vasodilatadores → fase III
-
Idem a fase III + inotrópicos positivos via oral
10.2 - Miocardiopatia Dilatada -
Educação do cliente → fase I
-
Diuréticos + dieta hipossódica + restrição a exercícios + inotrópicos positivos via oral → fase II
-
Idem fase II + vasodilatadores + inotrópicos positivos via oral → fase III
-
Idem fase III + inotrópicos positivos via intravenosa (casos mais graves) → fase IV
Quando e como tratar com vasodilatadores? Quando iniciar a terapia com digitálicos? Como e quando usar diuréticos? Quando iniciar repouso e dieta hipossódica? 11.0 - TERAPIA A SER UTILIZADA -
Educação do cliente: fase I
-
Diuréticos e exercícios: fase II
-
Diuréticos, descanso e dieta hipossódica: fase III
-
Fase IV: Edema pulmonar
11.1 - Compressão do brônquio principal esquerdo -
Insuficiência da mitral: Furosemida: 2 a 7 dias / Hidralazina e furosemida
-
Cardiomiopatia Dilatada: Digitálico / Digitálico e enalapril
11.2 - Edema Pulmonar -
Oxigênio
-
Redução da pré-carga (nitroglicerina e furosemida)
-
Redução da ansiedade (acepromazina ou benzodiazepínicos)
-
Redução da broncoconstricção (aminofilina ou teofilina)
-
Insuficiência mitral (hidralazina)
66
-
Cardiomiopatia dilatada (inotrópicos)
11.3 - Miocardiopatia Hipertrófica -
Distensibilidade insuficiente
-
Fase III → indica-se beta-bloqueadores
-
↓ FC, ↓ MVO2 e ↑ distensibilidade
-
Observar o inotropismo negativo
11.4 - Estenose Subaórtica -
Sobrecarga de pressão
-
Síncope e arritmias ventriculares
-
Indica-se beta-bloqueador
12.0 - TERAPIA CARDIOVASCULAR
12.1 - Edema Pulmonar - Redutores da pré-carga → furosemida, espironolactona e nitroglicerina - Redutores da pós-carga → inibidores da ECA - Outros → Hidralazina / Prasosin
12.2 - Arritmias - Ritmos supraventriculares / fibrilação atrial → digitálicos, diltiazem e propranolol / atenolol - Ritmos ventriculares → lidocaína, quinidina, propranolol / atenolol
12.3 - Oxigenação sangüínea insuficiente -
Broncodilatadores → aminofilina / teofilina
-
Oxigenoterapia
-
Ajuste da PVC
12.4 - Dirofilariose -
Tiacetarsamida / ivermectin
12.5 - Insuficiência Circulatória / Regurgitação -
Agentes inotrópico → digitálicos, dopamina / dobutamina, milrinona
-
Redutores da pós-carga
-
Reposição de volume
ELETROCARDIOGRAFIA VETERINÁRIA
69
I - PRINCÍPIOS BÁSICOS 1.0 - INDICAÇÕES -
Alterações na freqüência e ritmo cardíacos detectados na auscultação;
-
Murmúrios cardíacos;
-
Início agudo de dispnéia;
-
Choque;
-
Síncopes e convulsões;
-
Congestão e cianose;
-
Cardiomegalia presente no RX torácico;
-
Monitoramento cardíaco durante e após procedimentos cirúrgicos e anestésicos;
-
Avaliação pré-operatória em pacientes geriátricos;
-
Avaliação do efeito de drogas cardíacas (digitálicos, antiarrítmicos) e outras drogas (diuréticos, esteróides);
-
Desordens eletrolíticas e endocrinopatia;
-
Monitoramento durante pericardiocentese;
-
Doenças sistêmicas que acarretam miocardite tóxica e arritmias (piometra, pancreatite, uremia, neoplasias);
-
Eletrocardiogramas seriados para auxílio diagnóstico e prognóstico de doença cardíaca.
2.0 - ATIVIDADE ELÉTRICA CARDÍACA - Potencial de Membrana em Repouso: - 90 mV - Alterado por correntes elétricas e mediadores sobre a célula - Potencial de ação gerado por afluxo de íons sódio revertendo a polaridade → despolarização - Disseminação da despolarização p/ células adjacentes - Cálcio difunde-se juntamente com o sódio (excitação/contração) - Fases da atividade elétrica celular:
Fase zero: fase de rápida despolarização
Fase 1: rápido retorno inicial no sentido do potencial de repouso
Fase 2: lento período de repolarização (ingresso lento de cálcio)
Fase 3: estágio mais rápido de repolarização
Fase 4: retorno ao potencial de repouso
3.0 - PROPRIEDADES DO MÚSCULO CARDÍACO - Automaticidade - Excitabilidade - Refratariedade - Condutividade - Contratilidade
70
4.0 - SISTEMA DE CONDUÇÃO CARDÍACO - Nodo Sinoatrial ou Sinusal - Nodo Atrioventricular - Feixe de His - Ramo de feixe esquerdo (fascículos anterior e posterior) - Ramo de feixe direito - Sistema de Purkinje
5.0 - INERVAÇÃO DO CORAÇÃO - Sistema nervoso autonômico: simpático e parassimpático - Regulação:
Freqüência de formação do impulso
Condução do impulso
Contratilidade átrios e ventrículos
- Sistema nervoso simpático:
-
Origem na medula espinhal torácica
Estimulação mediada pela norepinefrina
Estímulo predominante nos ventrículos
Sistema nervoso parassimpático:
Origem na medula oblonga (nervo vago)
Estimulação mediada pela acetilcolina
Estímulo predominante no nodo SA, átrios e nodo AV
6.0 - REGISTRO DA ATIVIDADE ELÉTRICA CARDÍACA E SISTEMA DIPOLAR - Onda de despolarização e de repolarização - Ocorre o registro de deflexão positiva (acima da linha de base) quando a onda flui em direção ao eletrodo positivo e vice-versa - A atividade elétrica total pode ser determinada em um ponto externo - Cada potencial elétrico age como um dipolo (+/-) → Teoria dipolar - A atividade elétrica do coração surge de múltiplos dipolos - A força elétrica pode ser representada na forma de vetores () - Trajetória do impulso elétrico:
Onda P- despolarização átrial
Complexo QRS- despolarização ventricular
Onda T- repolarização ventricular
71
7.0 - PADRONIZAÇÃO DO ECG - Velocidade do registro: 50 mm/seg. - Calibração da milivoltagem: 1cm = 1 mV (N)
0,01 seg 0,5 mV 1 mm = 0,1 mV
0,1 seg 8.0 - CRITÉRIOS PARA ANÁLISE ELETROCARDIOGRÁFICA -
Calcular a freqüência cardíaca;
-
Determinar o ritmo;
-
Medir os complexos e intervalos: onda P, intervalo PR, complexo QRS, segmento ST, onda T e intervalo QT;
-
Examinar as derivações de membros;
-
Determinar o eixo elétrico médio;
9.0 - SISTEMA DE DERIVAÇÕES - O ECG pode ser usado para “visualizar” a atividade elétrica cardíaca por diferentes ângulos - Cada ângulo ou par de eletrodos é chamado de derivação - Derivações bipolares: DI- membro torácico direito (MTD) (-) comparado com membro torácico esquerdo (MTE) (+) DII- MTD (-) comparado com membro pélvico esquerdo (MPE) (+) DIII- MP direito (-) comparado com MPE (+) - Derivações unipolares aumentadas: aVR- MTD (+) comparado com MTE e MPE (-) aVL- MTE (+) comparado com MTD e MPE (-) aVF- MPE (+) comparado com MTD e MTE (-) - Derivações pré-cordiais: rV2- quinto espaço intercostal direito próximo ao esterno V2- sexto espaço intercostal esquerdo próximo ao esterno V4- sexto espaço intercostal esquerdo próximo à junção costocondral V10- sobre o processo espinhoso da sétima vértebra torácica
72
10.0 - SISTEMA DE EIXOS CARDÍACOS - A atividade elétrica cardíaca produz simultaneamente muitos potenciais com múltiplas direções - O eixo elétrico refere-se a uma direçào média do processo de ativação durante o ciclo cardíaco - Usando as diferentes derivações (I, II, III, aVF, aVL e aVR) é possível estimar o eixo elétrico médio no plano frontal - O eixo elétrico médio para cães está entre +40 e +100 graus, e para gatos: 0 e ±160 graus
II - VALORES ELETROCARDIOGRÁFICOS NORMAIS EM CÃES -
Freqüência Cardíaca: adulto (160 – 170 bpm), raças gigantes (60 –140 bpm), raças toy (70 – 180 bpm) e filhotes (70 – 220 bpm)
-
Onda P: 0,04 seg x 0,4 mV
-
Complexo QRS: 0,05 seg x 2,5 mV (raças pequeno porte), 0,06 seg x 3 mV (raças grande porte)
-
Onda T: positiva, negativa ou bifásica, e < 25% da onda R
-
Intervalo PR: 0,06 – 0,13 seg
-
Segmento ST: < + 0,15 mV ou < -0,2 mV
-
Intervalo QT: 0,15 – 0,25 seg
-
Eixo: + 40o a +100o
-
Derivação rV2: T positiva e R < 3 mV
-
Derivação V2: S < 0,8 mV e R < 3 mV
-
Derivação V4: S < 0,7 mV e R < 3 mV
-
Derivação V10: QRS negativo e T negativa (exceto em Chihuahua)
III - ALTERAÇÕES ELETROCARDIOGRÁFICAS EM CÃES
1.0 - ALARGAMENTO ATRIAL DIREITO No alargamento AD, a onda P está com amplitude aumentada em DII, DIII e aVF. 1.1 - Achados Eletrocardiográficos -
Onda P > 0,4 mV e ≤ 0,04 seg
-
Onda P alta, delgada e espiculada (P pulmonar)
-
Presença de ondas Ta*
1.2 - Condições Associadas -
Freqüências cardíacas elevadas podem simular P pulmonar
-
Cardiopatias congênitas
-
Taquicardias
73
2.0 - ALARGAMENTO ATRIAL ESQUERDO A onda P está com duração aumentada, sendo melhor observada em DII.
2.1 - Achados Eletrocardiográficos -
Onda P > 0,04 seg (P mitral)
-
Onda P chanfrada*
2.2 - Condições Associadas -
Distúrbios na via de condução do NSA para o NAV - presença de onda P larga e chanfrada
-
Insuficiência valvar mitral adquirida
-
Cardiopatias Congênitas
3.0 - ALARGAMENTO BIATRIAL Onda P com amplitude e duração aumentadas. 3.1 - Achados Eletrocardiográficos -
Onda P > 0,4 mV e > 0,04 seg
-
Onda P chanfrada ou selada
3.2 - Condições Associadas -
Insuficiência das valvas mitral e tricúspide crônica ou insuficiência da valva mitral crônica associada a hipertensão pulmonar
-
Cardiopatia congênita
4.0 - ALARGAMENTO VENTRICULAR DIREITO Complexo QRS com duração normal e presença de ondas Q, S ou QS proeminentes 4.1 - Achados Eletrocardiográficos (quando três das citações abaixo estão presentes) -
Onda S > 0,8 mV em V4
-
Desvio do eixo elétrico para direita (> + 103o)
-
Onda S > 0,7 mV em V2, > 0,05 mV em DI e > 0,35 mV em DII
-
Relação R/S < 0,87 em V2
-
Onda T positiva em V10 (exceto em chihuahuas)
-
Complexo QRS em forma de "W" em V10
-
Ondas Q profundas (> 0,5 mV) e presença de onda S em DI, DII, DIII e aVF
-
Alargamento atrial direito
-
Diferenciar de BRD
-
Taquicardia sinusal com mudanças na repolarização ventricular (segmento ST e onda T)
74
4.2 - Condições Associadas -
Cardiopatias congênitas
-
Dirofilariose
-
Insuficiência valvar mitral e tricúspide
-
Cor pulmonale agudo
-
Doença pulmonar difusa crônica
-
Embolia pulmonar secundária à quimioterapia
5.0 - ALARGAMENTO VENTRICULAR ESQUERDO Altura da onda R aumentada, QRS prolongado, segmento ST infradesnivelado e onda T alterada.
5.1 - Achados Eletrocardiográficos -
QRS > 0,05 seg em raças pequenas e médias, e > 0,06 seg em raças grandes e gigantes
-
Infradesnivelamento de ST
-
T > 25% da onda R
-
Cães com menos de 2 anos de idade com tórax estreito: R > 3,0 mV em DII e aVF e >1,5 mV em DI A soma das amplitudes das ondas R em DI e aVF > 4,0 mV
-
Cães idosos: R > 3,0 mV em V2 e V4
-
Eixo elétrico < +40o
-
Ondas R altas em DI, DII e DIII
-
R > em DI em relação a DIII e aVF
-
Alargamento de AE
5.2 - Condições Associadas -
Hipertrofia excêntrica - sobrecarga de volume
-
Hipertrofia concêntrica - sobrecarga de pressão
-
Miocardiopatia primária
6.0 - ALARGAMENTO BIVENTRICULAR Complexo QRS largo com presença de onda Q, S ou QS e aumento de milivoltagem de onda R.
6.1 - Achados Eletrocardiográficos -
S profunda e R alta em V2 e V4
-
Eixo elétrico > +l03o
75
-
Q profundas em DI, DII, DIII e aVF
-
Alargamento atrial direito e esquerdo
-
ECG normal na cardiomegalia severa (Rx)
6.2 - Condições Associadas -
Insuficência valvar mitral e tricúspide
-
Cardiopatias congênitas
-
Miocardiopatia primária
7.0 - DEFEITOS DE CONDUÇÃO INTRAVENTRICULAR Mudança na configuração e prolongamento da duração de QRS
7.1 - Bloqueio de Ramo Esquerdo Retardo ou bloqueio da condução no ramo esquerdo com ativação tardia do VE e produção de QRS largo e bizarro. 7.1.1 - Achados Eletrocardiográficos: -
QRS ≥ 0,07 seg em raças toy e ≥ 0,08 seg em raças de grande porte
-
QRS largo e positivo em DI, DII, DIII , aVF, V2 e V4
-
QRS invertido em aVR, aVL e rV2
-
Q pequenas em DI, V2 e V4
-
Diferenciar de alargamento de VE
-
Bloqueio de ramo intermitente (taqui/ bradicardia-dependentes) ou alternante
7.1.2 - Condições Associadas: -
Doença grave do ramo esquerdo
-
Cardiomiopatia isquêmica
-
Cardiomiopatia primária
-
Estenose subvalvular aórtica
-
Punção cardíaca
7.2 - Bloqueio de Ramo Direito Retardo ou bloqueio da condução com ativação tardia do VD e produção de complexo QRS largo e bizarro. 7.2.1 - Achados Eletrocardiográficos: -
Bloqueio de Ramo Incompleto (quando uma das citações abaixo estao presentes, porem com QRS de duração normal):
Ondas S largas em DI, DII, DIII, aVF, V2 e V4
Devio do eixo para direita
QRS positivo em aVR, aVL e rV2
Padrão RSR' ou rsR largo (formato "M") em rV2
76
-
Bloqueio de Ramo Completo:
-
Presença de onda S ou padrão "W" em V10
QRS ≥ 0,08 seg (raças de grande porte) ou ≥ 0,07 seg (raças toy)
Outras alterações:
Bloqueio de ramo intermitente (taqui/ bradicardia-dependente) ou alternante
Diferenciar de alargamento VD
7.2.2 - Condições Associadas: -
Cães normais saudáveis
-
Cardiopatias congênitas
-
Fibrose valvar crônica
-
Após correção cirúrgica de defeito cardíaco
-
Punção cardíaca
-
Após parada cardíaca
-
Neoplasia cardíaca
-
Trauma
-
Achados eletrocardiográficos ligados a condições não-cardíacas
-
Infecção crônica por Trypanosoma cruzi
7.3 - Bloqueio Fascicular Bloqueio do fascículo anterior ou posterior do ramo esquerdo associado ou não a BRD com despolarização ventricular tardia. 7.3.1 - Achados Eletrocardiográficos: -
Bloqueio Fascicular Anterior Esquerdo: QRS de duração normal Desvio acentuado do eixo para esquerda Onda q pequena e onda R alta em DI e aVL S profunda em DII, DIII e aVF
-
Bloqueio Fascicular Anterior Esquerdo e BRD: Complexo QRS > 0,07 seg Desvio acentuado do eixo para esquerda S largas e profundas em DI, DII, DIII, aVF e V4 Onda R alta e q pequena em DI e aVL Padrões rsR' e RSR' largos em rV2 e geralmente em forma "M"
77
7.3.2 - Condições Associadas: -
Cardiomiopatia
-
Causas de hipertrofia ventricular esquerda
-
Causas de hipercalemia
-
Cardiomiopatia isquêmica
-
Reparação cirúrgica de defeito cardíaco
8.0 - OUTRAS ALTERAÇÕES ELETROCARDIOGRÁFICAS
8.1 - Complexos QRS de Baixa Voltagem Complexos QRS com amplitude reduzidas
8.1.1 - Achados Eletrocardiográficos: -
Ondas R < 0,5 mV em DI, DII, DIII e aVF
-
Onda P normal ou deprimida
-
Supradesnivelamento do segmento ST em DI, DII, DIII e aVF
-
Depressão do segmento PR em I, II, III e aVF
-
Alternância elétrica dos complexos QRS
8.1.2 - Condições Associadas: -
Variação normal
-
Padronização incorreta
-
Efusão pericárdica
-
Cardiomiopatia severa
-
Doenças pulmonares
-
Obesidade
-
Pneumotórax
-
Efusão pleural
-
Cardiomiopatia após quimioterapia com adriamicina (Doxorubicina)
8.2 - Anormalidades do Segmento ST Desvio do segmento S-T em relação à linha isoelétrica, com produção de infra ou supradesnivelamento.
8.2.1 - Achados Eletrocardiográficos: -
S-T > -0,2mV ou > +0,l5 mV em DI, DII, DIII, aVR, aVL e aVF
-
S-T > -0,3 mV em V2 ou > +0,3 mV em V2 e V4
-
S-T ligeiramente curvo antes da onda T
78
8.2.2 - Condições Associadas: -
Variação normal
-
Infradesnivelamento do segmento S-T (em DII, DIII, aVF, V4 ou derivações com R dominante): Isquemia do miocárdio Infarto agudo do miocárdio Hipercalemia, hipocalemia Digitálicos Trauma cardíaco
-
Supradesnivelamento do segmento S-T Infarto do miocárdio Pericardite Hipóxia do miocárdio Secundário a anormalidades no complexo QRS Artefato Pseudo-infradesnivelamento devido a onda Ta proeminente
8.3 - Anormalidades do Intervalo QT Prolongamento ou encurtamento do intervalo QT
8.3.1 - Achados Eletrocardiográficos: -
Q-T < 0,l5 seg ou > 0,25 seg
-
Q-T < metade do intervalo R-R precedente (ritmo sinusal normal)
8.3.2 - Condições Associadas: -
-
Prolongamento do intervalo Q-T:
Hipocalcemia, hipocalemia
Quinidina
Defeitos de condução intraventricular
Intoxicação por etilenoglicol
Exercícios extremos
Hipotermia
Hipercalemia + hipocalcemia
Desordens do SNC
Encurtamento do intervalo Q-T:
Hipercalcemia
Digitálicos
Hipercalcemia
79
8.4 - Infarto do Miocárdio É infreqüente e de pouca significância clínica em cães. Por outro lado, o microinfarto do miocárdio intramural (MIMI) é comum em cães com doenças valvares adquiridas.
8.4.1 - Achados Eletrocardiográficos: -
Auxilia a localização da lesão
-
Ondas T altas e espiculadas
-
Desenvolvimento súbito de ondas Q ou de mudança na direção da onda T
-
Desvio de eixo elétrico
-
QRS de baixa voltagem
-
Desenvolvimento súbito de bloqueio de ramo ou de bloqueio cardíaco
-
Início repentino de arritmias ventriculares
-
Arritmias ventriculares após 12-24 horas
-
R denteada ou chanfrada
8.4.2 - Condições Associadas: -
Embolia (de endocardite bacteriana, neoplasia ou septicemia generalizada)
-
Arteriosclerose intramural coronariana em cães idosos, estenose subvalvular aórtica
8.5 - Anormalidades da Onda T Alterações na amplitude, configuração ou direção da onda T.
8.5.1 - Achados Eletrocardiográficos: -
T > 25% da onda R
-
T espiculadas ou chanfradas
-
T negativa em rV2 em cães acima de 2 meses, e positiva em V10 (exceto Chihuahua)
-
T alternantes
8.5.2 - Condições Associadas: -
Hipóxia e infarto do miocárdicos
-
Defeitos de condução intraventricular
-
Distúrbios eletrolíticos - T grande e espiculada na hipercalemia, T pequena e bifásica na hipocalemia
-
Doenças metabólicas
-
Intoxicação medicamentosa (digitálicos, quinidina ou propranolol)
-
Certos fatores fisiológicos (anormalidade respiratória e controle neural autonômico)
80
-
Oclusão de artéria coronária, aumento das catecolaminas circulantes, hipocalcemia e aumento agudo das descargas simpáticas (Síndrome do "Q-T longo") → T alternante.
IV - VALORES ELETROCARDIOGRÁFICOS NORMAIS EM GATOS -
Freqüência Cardíaca: l20 a 240 (l97)
-
Onda P: ≤ 0,04 seg e ≤ 0,2 mV
-
Intervalo P-R: 0,05-0,09 seg
-
Complexo QRS: ≤ 0,04 seg e ≤ 0,9 mV
-
Segmento ST: sem depressão e sem elevação
-
Onda T: positiva, negativa ou bifásica, ≤ 0,3 mV
-
Intervalo QT: 0,12-0,18 seg (FC normal)
-
Eixo: 0o a ±160o
-
Derivação V2 e V4: onda R < 1 mV
-
Derivação V10: onda T negativa, R/Q < 1.0
V - ALTERAÇÕES ELETROCARDIOGRÁFICAS EM GATOS 1.0 - ALARGAMENTO ATRIAL DIREITO Onda P com amplitude aumentada em DII, DIII e aVF
1.1 - Achados Eletrocardiográficos - P > 0,12 mV em DII, DIII e aVF - Espiculada e alargada - Presença de Ta
1.2 - Condições Associadas - Doença respiratória crônica severa - Displasia de tricúspide - Cardiomiopatia hipertrófica - Hipertireoidismo
2.0 - ALARGAMENTO ATRIAL ESQUERDO Onda P com duração aumentada
81
2.1 - Achados Eletrocardiográficos - Onda P > 0,04 seg - Onda P chanfrada
2.2 - Condições Associadas -
Cardiomiopatia (hipertrófica, restritiva, dilatada)
-
Cardiopatias congênitas
-
Insuficiência valvar mitral adquirida
3.0 - ALARGAMENTO BIATRIAL Onda P com duração e amplitudes aumentadas
3.1 - Achados Eletrocardiográficos -
P > 0,04 Seg e 0,2 mV
3.2 - Condições Associadas - Cardiomiopatia hipertrófica crônica - Cardiomiopatia dilatada - Defeito septal ventricular
4.0 - ALARGAMENTO VENTRICULAR DIREITO QRS com duração normal e presença de onda S proeminente (Rx*)
4.1 - Achados Eletrocardiográficos - Presença de onda S em DI, DII , DII e aVF (geralmente ≥ 0,5mV) - Eixo > +160o - Onda S proeminente em V2 e V4 - Onda T positiva em Vl0 - Alargamento de AD - Diferenciar de BRD
4.2 - Condições Associadas - Cardiopatias Congênitas - Dirofilariose - Hipertiroidismo
5.0 - ALARGAMENTO VENTRICULAR ESQUERDO Onda R com altura aumentada, QRS prolongado, ST infradesnivelado e onda T com amplitude aumentada.
82
5.1 - Achados Eletrocardiográficos - Onda R > 0,9 mV em DII, >1,0 mV em V2 e V4 - R/Q > 1,0 mV em V10 - QRS > 0,04 seg - ST em direção oposta à principal deflexão do QRS (ST escavado) - T > 0,3 mV em DII - Eixo > 0o* - Alargamento atrial esquerdo e/ou atrial direito - Defeitos de condução intraventricular (diferenciar) - Onda Q profundas em DI e aVL (>0,5 mV)
5.2 - Condições Associadas - Cardiopatias congênitas - Cardiomiopatia primária - Anemia crônica, doença renal crônica - Hipertiroidismo
6.0 - DEFEITOS DE CONDUÇÃO INTRAVENTRICULAR
6.1 - Bloqueio de Ramo Esquerdo Retardo ou bloqueio da condução no ramo esquerdo c/ ativação tardia do VE e QRS largo e bizarro.
6.1.1 - Achados Eletrocardiográficos: - QRS ≥ 0,06 seg* - QRS largo e bizarro em DI, DII, DII e aVF, V2 e V4 - QRS invertido em aVR e rV2 - Ausência de onda Q em DI e V4 - Alargamento de VE (diferenciar) - BRE intermitente (taqui/bradicardia dependentes) ou alternante
6.1.2 - Condições Associadas: - Cardiopatia severa - Cardiopatia primária
6.2 - Bloqueio de Ramo Direito Retardo ou bloqueio da condução no ramo direito com ativação tardia do VD e QRS largo e bizarro
83
6.2.1 - Achados Eletrocardiográficos: - QRS ≥ 0,06 seg - Desvio do eixo para direita - QRS positivo em aVR e rV2 - Padrao rsR' ou RSR' largo em rV2 (geralmente em formato "M") - Diferenciar de alargamento VD - Bloqueio de ramo intermitente (taqui/bradicardia-dependente) ou alternante*
6.2.2 - Condições Associadas: - Gatos normais e saudáveis (ocasionalmente) - Cardiopatia congênita - Neoplasia cardíaca - Cardiomiopatia primária - Hipercalemia
6.3 - Bloqueio Fascicular: Bloqueio do fascículo anterior ou posterior do ramo esquerdo associado ou não a bloqueio de ramo direito, com despolarização ventricular tardia.
6.3.1 - Achados Eletrocardiográficos: -
-
Bloqueio Fascicular Anterior Esquerdo:
QRS > 0,04 seg
Desvio acentuado do eixo para esquerda (- 60o)
Onda q pequena e R alta em DI e aVL
Onda S profunda em DII, DII e aVF, ultrapassando a onda R
Bloqueio de Ramo Direito e Bloqueio Fascicular Anterior Esquerdo:
QRS ≥ 0,06 seg
Desvio acentuado do eixo para esquerda (> - 60o)
S larga e profunda em DI, DII, aVF e V4
R alta e q pequena em DI e aVL
Padrao rsR' ou RSR' largo em rV2 (formato "M")
6.3.2 - Condições Associadas: - Cardiomiopatia hipertrófica - Cardiomiopatia restritiva - Causas de hipertrofia ventricular esquerda - Causas de hipercalemia
84
7.0 - ANORMALIDADES DO SEGMENTO ST Desvio do segmento ST em relação à linha isoelétrica, com produção de infra ou supradesnivelamento.
7.1 - Achados Eletrocardiográficos - Desvio ST ≥ ±0,1 mV - ST levemente escavado em direção à onda T - Comparar mudanças do segmento ST com o de outros traçados do animal
7.2 - Condições Associadas -
Variação normal
-
Infradesnivelamento
do segmento ST (em DII, DIII, aVF e V4
ou derivações com R
dominante): Isquemia miocárdica Hipercalemia Digitálicos: segmento ST escavado -
Supradesnivelamento ST (DII, DII, aVF e V4 ou derivações com R dominante): Infarto miocárdico Pericardite Hipóxia miocárdica Intoxicação digitálica Secundários à mudanças no complexo QRS Artefato (linha base oscilante) Pseudo-depressão de ST devido a Ta proeminente na taquicardia ou alterações atriais
8.0 - ANORMALIDADES DA ONDA T Alterações na amplitude, configuração ou direção da onda T
8.1 - Achados Eletrocardiográficos -
T > 0,3 mV (raramente)
-
T espiculada ou chanfrada
-
Polaridade Reversa de T em relação a QRS
-
T isoladas alternantes*
-
T ≥ 1/3 da onda R
8.2 - Condições Associadas -
Hipóxia miocárdica
85
-
Defeitos de condução intraventricular
-
Distúrbios eletrolíticos - hipercalemia (T grande e espiculada), hipoparatireoidismo (QT prolongado)
-
Doenças metabólicas
-
Intoxicação medicamentosa (digitálicos e propranolol)
-
Certos fatores fisiológicos (respiração e controle neural autonômico)
-
T alternante - catecolaminas circulantes, hipocalcemia e aumento agudo das descargas simpáticas
VI – ARRITMIAS
1.0 - DEFINIÇÃO Distúrbios no ritmo e na freqüência cardíaca que aparecem nas cardiopatias primárias e secundárias causando uma emergência cardíaca devido a redução do débito cardíaco devido a redução do débito cardíaco e eficiência do miocárdio.
2.0 - CARACTERÍSTICAS DO TECIDO CARDÍACO Automaticidade Exitibilidade Refratariedade Condutividade Contratilidade
3.0 - ABORDAGEM CLÍNICA DAS ARRITMIAS
3.1 - Afecções Cardíacas Arritmogênicas Miocardites (Bacterianas e Virais) Afecções Congênitas (Estenose Aórtica Subvalvular) Afecções Degenerativas do Miocárdio (MIMI, CMD) Afecções da Válvula Mitral Insuficiência Cardíaca Congestiva Insuficiência Coronariana
3.2 - Afecções de Outros Órgãos Síndrome de Cushing e Doenças de Addison Distúrbios Gastrointestinais (Vômito e Diarréia) Fraturas e Pancreatite Aguda (Dor) Hipertensão de Origem Renal Infecções Sistêmicas e Toxemia
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Afecções com sintomas de febre e/ou anemia Drogas Estimulação Psicogênica do SNC Traumatismos Afecções cerebrais Afecções pulmonares (Hipoxemia) ICCD Hipertireoidismo e Hipotireoiddismo
3.3 - Fatores que alteram as condições hemodinâmicas Irregulariedades na duração do ciclo Terapia medicamentosa Outras doenças Preservação do estado funcional do sistema motor Ansiedade associada à irregulariedade Velocidade ventricular Duração da velocidade anormal Relação temporal entre átrios e ventrículos Seqüência da ativação ventricular Estado físico cardíaco
4.0 - CONSEQUÊNCIAS HEMODINÂMICAS DAS ARRITMIAS
4.1 - Redução do Débito Cardíaco Bradicardias Taquicardias (Fibrilação Atrial e Taquicardia Ventricular)
4.2 - Redução do Fluxo Sangüíneo -
Circulação Coronariana
-
Batimentos prematuros supraventriculares → 5 a 25%
-
Taquicardia atrial paroxística → 35%
-
Fibrilação atrial → 40%
-
Taquicardia ventricular → 60%
ECG acusa alterações com redução de fluxo caronariano de 25% ou mais. Fluxo Cerebral - Batimentos prematuros → 8 a 12% - Taquicardia supraventricular → 14% - Fibrilação Atrial → 23%
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- Taquicardia ventricular → 40 a 75% Fluxo renal e esplânico - Taquiarritmias → 20 a 40%
5.0 - DIAGNÓSTICO Deve ser realizado rapidamente através dos sinais clínicos e ECG para que ocorra o tratamento sem atraso. Baseia-se: História clínica / Exame físico / Perfil bioquímico / RX / Teste de atropina / ECG
5.1 - Exame Físico Auscultação cardíaca Retorno venoso Mucosas Pulso Arterial Encaminhamento para o ECG
5.2 - Sintomas Clínicos Sugestivos Fraqueza Intolerância ao exercício Desmaios Falta de ar ICC
5.3 - Alterações Observadas Freqüência cardíaca irregular Freqüência de pulso arterial irregular Intensidade variável dos sons cardíacos Desdobramentos de Bulhas Presença de murmúrios cardíacos
5.4 - Tratamento das arritmias -
Compensação a patogenia das arritmias
-
Tratar a doença básica e a arritmia
6.0 – RITMOS
6.1 - Ritmo Sinusal Ritmo sinusal normal Arritmia sinusal
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Marcapasso migratório Bradicardia sinusal Taquicardia sinusal
6.2 - Ritmo Sinusal Normal Presença de onda P Identificação dos complexos QRS Relação entre ondas P e complexos QRS FC: 70 a 160 BPM Até 180 BPM (raças Toy) Até 220 BPM (recém-nascidos) 160 – 240 BPM (gatos)
6.3 - Anormalidades na Formação e na Condução Síndrome de Wolff – Parkinson – White (re-entrada)
6.4 - Anormalidades na Formação do Impulso Supra Ventricular: “Sinus Arrest” Contrações atriais prematuras Taquicardia atrial “Flutter” atrial Fibrilação atrial 6.5 - Taquicardia Sinusal Ritmo sinusal regular: F.C. > 180 BPM no cão e 240 BPM no gato Compressão ocular → identificação da arritmia Condições associadas: Exercício, dor, excitação Febre, hipertireoidismo, anemia, infecção Choque, ICC, hipoxia Drogas: atropina, epinefria Intoxicação hexaclorofeno e choque elétrico Tramento: identificar a causa
6.6 - Taquicardia Atrial Ritmo rápido, regular, originário de foco atrial Mecanismos: Aumento automaticidade de um foco ectópico (re-entrada) F.C. > 160 BPM no cão e > 240 BPM no gato
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Ritmo regular, mas pode ser ligeiramente irregular Pode ser intermitente ou contínuo Ondas P geralmente positivas em DII
6.7 - Causas do Aumento Atrial Pré-excitação ventricular (W P W) Taquicardia atrial associado a BAV → Intoxicação Digitálica Importante diferenciação TA de TS; a TA responde imediatamente compressão ocular Tratamento: Digoxina Oxigênio, diuréticos e repouso nos casos de insuficiência congestiva Manobra vagal (pressão ocular)
6.8 - Anormalidades na Formação do Impulso
Ventricular
Complexos ventriculares prematuros Taquicardia ventricular “Flutter” e fibrilação ventricular Assistolia ventricular Ritmo de escape ventricular
6.9 - ARRITMIA SINUSAL Ritmo sinusal irregular com origem no nódulo AS Períodos de velocidade lenta e de velocidade rápida alternadamente (relacionada com movimentos respiratórios) Ondas P, complexos QRS, intervalo PR normais Marcapasso migratório Condições associadas: -
ritmo normal em cães (cães braquiocefáliccos)
-
arritmia sinusal associa-se processos vagotônicos
Tratamento
6.10 - Marcapasso Migratório Variante da arritmia sinusal Migração do marcapasso dentro do nódulo SA ou do nódulo SA ao nódulo AV Morfologia variável da onda P
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6.11 - Bradiarritmias Bradicardia Sinusal Ritmo sinusal regular mais lento < 70 bpm cão < 140 bpm gato Causas Estimulação vagal / Lesão SNC / Hipotermia / Hipercalemia / Hipocalemia / Hipocalcemia / Agentes anestésicos
6.12 - Bradicardia Sinusal Ritmo regular: FC < 70 BPM Condições Associadas: aumento do tonus vagal Toxomia (IR) Drogas: tranquilizantes, digitálico, quinidina, morfina, anestésicos Lesões S.N.C. Tratamento: se houver sinais clínicos → atropina / isoproterenol 6.13 - Anormalidades na Condução do Impulso Bloqueio sinu-atrial Silêncio atrial Bloqueio AV 1º grau 2º grau 3º grau
6.14 - Anormalidades na Formação do Impulso
Juncional
Contrações juncionais prematuras Taquicardia juncional Ritmo de escape juncional