Antonio Rocha Modulo 3

  • July 2020
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  • Words: 1,600
  • Pages: 5
Atendendo à falta de formação e de informação, inúmeras são as dificuldades sentidas pelos docentes quando confrontados com a necessidade de arrancar com actividades ligadas à Biblioteca Escolar (BE), no que diz respeito às escolas do 2º e 3º ciclos. Apesar de tudo, com muito trabalho, boa vontade e empenho do professor bibliotecário, coordenador da BE, as actividades vão surgindo e sendo levadas a cabo sem, todavia, que se saiba se a sua aplicação está a ser mais correcta uma vez que não existe, de uma maneira geral, feed-back por parte de alguns dos docentes que nelas tomam parte. Algumas

Bibliotecas

Escolares

encontram-se

subaproveitadas

atendendo à riqueza que comportam e à diversidade de materiais nelas existentes. Outras, contudo, encontram-se praticamente vazias e sem organização. Um plano de acção que sensibilize professores, alunos e outras entidades para a problemática ligada à utilização da BE como num espaço privilegiado

para

a

realização

de

actividades

interdisciplinares

e

extracurriculares poderá ser o caminho para alterar esta e outras situações que, por vezes, surgem. Através do plano de acção visa-se tornar o pessoal em geral (docentes, assistentes operacionais e outros) mais receptivo e mais convicto do seu papel como adjuvantes na socialização, na integração dos alunos e na sua formação integral. Assim, e uma vez que julgamos existirem poucas experiências deste tipo, a ideia é fazer uma espécie de momento zero. No ano em que procedemos à implementação do plano, vamos tentar testar as iniciativas, ver para que sentido é que este plano deve crescer e, sobretudo, avaliar o estado em que se encontra a leitura, a investigação e a literacia como fonte de prazer e de ocupação dos tempos livres das crianças e dos jovens. Só depois desta avaliação, se poderá pensar em crescer mais e melhor, no sentido de programar outras actividades, abertas à comunidade que, para além de promoverem a BE, a podem transformar num espaço de divulgação temática, de criação de ateliers, ou outras que nos pareçam mais oportunas e de maior interesse para a comunidade.

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Pretende-se que este plano venha a ser desenvolvido por todos os intervenientes no processo educativo, que se encontram a exercer funções no agrupamento. Tendo em conta que os saberes da Humanidade foram concentrados em livro para que a sabedoria se espalhasse pelo mundo e iluminasse a inteligência dos homens para poderem transmitir os seus conhecimentos, os acontecimentos mais importantes da vida em comunidade, o resultado das suas experiências e os costumes se mantivessem ao longo de gerações, parece-nos importante que os alunos tenham um conhecimento real do valor e utilidade do livro. Todavia, conscientes da importância que revestem as Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC) no século XXI, e dado que existem nas escolas computadores ligados à Internet, procuraremos, dar-lhes o sentido que hoje em dia devem ter. Contudo, para que este ponto posso ser implementado com sucesso, será necessário que os professores bibliotecários tenham competências avançadas nesta área, e não apenas ao nível do mero utilizador. Antes do livro ser criado já os homens liam. Há 5000 anos os Sumérios utilizavam pequenas placas de barro e nelas registavam factos históricos, acontecimentos do seu dia-a-dia... Na Mesopotâmia encontram-se placas de argila com textos assírios e babilónicos. Mais tarde, os Egípcios começaram a usar o papiro, uma planta abundante no delta do Nilo, da qual faziam folhas muito resistentes, algumas das quais chegaram aos nossos dias. Estas eram enroladas e o rolo mais antigo que se conhece data de 2400 antes de Cristo. Para lerem um texto, os Egípcios desenrolavam o seu “rolo” de papiro, tal como nós hoje abrimos um livro para tomarmos conhecimento do seu conteúdo. A população chinesa é das mais antigas do mundo, datando de 3000 anos antes de Cristo e, para escrever, os chineses começaram por utilizar carapaças de tartaruga e canas de bambu fendidas a que se seguiram, bastante mais tarde, placas de madeira e, mais tarde ainda, tecidos de seda. Para tal, começaram por aproveitar restos de seda, que eram reduzidos a pasta e esta, depois de seca, fornecia-lhes uma espécie de papel fino. Serviam-se, para escrever, de pincéis de pêlo de camelo e uma tinta grossa a 2

que mais tarde se chamou tinta-da-china. Pensa-se, contudo, que o mais provável é que o primeiro material utilizado para escrever tenha sido a casca das árvores o que teria dado origem à palavra grega biblos e à latina liber, que significa casca. Além da invenção do papel, os chineses foram os primeiros a reproduzir um texto com muitos exemplares através da impressão xilográfica, isto é, os caracteres eram gravados em madeira e, por meio de forte pressão, o texto era reproduzido. Depois do aparecimento da imprensa com Gutenberg, que em 1455 faz sair da sua oficina os primeiros exemplares de um Bíblia impressa pelo novo processo, realizado através de caracteres móveis, o livro passou a ser pago. Mas só no final do século XVIII e nos primeiros anos do século XIX, os livros passam a ter edições de milhares de exemplares. Deste modo, as bibliotecas particulares crescem e muitas pessoas já possuem, no mínimo, uma colecção de livros. Em 1810 foi inventada a prensa mecânica, que substituiu a antiga prensa manual, permitindo grandes tiragens e em 1850 aparece na América a primeira rotativa que marca um novo progresso técnico. Por tudo isto, no nosso tempo, o livro tende para o equilíbrio entre o texto e a imagem pois que a arte de reproduzir imagens alcançou um extraordinário progresso, não só quanto à nitidez mas principalmente quanto à perfeição das cores. Assim, o livro, de início reservado a um pequeno número de privilegiados ou de iniciados, tornou-se acessível a todos. E esta é, sem sombra de dúvidas, uma das grandes conquistas da Humanidade que, nos nossos dias, começa a ser ultrapassado pela publicação em CDROM. Todavia, ainda se não encontra ao alcance do comum dos portugueses em virtude de carecer, para poder ser lido, de um computador e do conhecimento de informática além de um leitor de CDROM e colunas de som. Depois desta breve história sobre a origem do livro, parece-nos importante referir as bibliotecas existentes e cuja importância não poderemos deixar de salientar. Assim, os Sumérios, que habitavam há mais de 4000 anos o vale do Tigre e do Eufrates, dispunham de bibliotecas onde existiam obras literárias, religiosas, pedagógicas e outras. Parece-nos, pois, de concluir que a 3

biblioteca aparece com a civilização uma vez que a civilização suméria é a mais antiga que se conhece. Também devemos salientar as bibliotecas dos Caldeus, dos Assírios e dos Egípcios, geralmente anexas aos templos e cujas obras se encontravam à guarda dos sacerdotes. Mas a mais importante biblioteca parece ter sido a do rei Assurbanipal, da Assíria, que chegou a possuir 22.000 placas de argila. No Egipto existiu a biblioteca de Ramsés II, o qual deu à sua colecção o nome de “Medicina da Alma”. Contudo, a mais conhecida e célebre de todas foi a biblioteca de Alexandria. Fundada por Ptolomeu I que chegou a ter 700.000 volumes, o que representava todo o conhecimento e saber daquela época. A biblioteca de Pérgamo também foi muito importante. Fundada pelo rei Átalo I, chegou a equiparar-se à de Alexandria. A primeira biblioteca organizada em Portugal foi a de D. João I, que seu filho D. Duarte enriqueceu comprando obras no estrangeiro. Mais tarde criaram-se grandes bibliotecas em Lisboa, Porto e Coimbra. Podemos, assim, concluir que a expansão das bibliotecas tem acompanhado o desenvolvimento da civilização e temos a certeza de que a sua acção cultural e educativa é um ponto de apoio imprescindível a todos quantos pretendem adquirir saber e conhecimento. Por tudo o que foi dito pensamos equacionar o problema de transformar a Biblioteca Escolar num espaço de lazer/convívio e numa fonte sempre renovada de aprendizagem uma vez que ao longo da nossa actividade docente temos vindo a sentir a necessidade de incentivar os alunos para a leitura e para a pesquisa como uma resposta mais criativa de cultivar o saber e os valores. É que, todo o indivíduo tem uma natural aspiração de potencializar as suas capacidades e de aproveitar as oportunidades que se lhe abrem para solidificar e aumentar os seus conhecimentos. Assim sendo, cabe à BE um papel de relevo nas nossas escolas procurando, de uma forma lúdica, atraente e prática motivar os alunos a actividades mais enriquecedoras, que vão para além da simples leitura de livros e que implicam um conhecimento e uma utilização das TIC e da Internet. Desta forma achamos que é necessário formular alguns objectivos para que este plano possa ter consistência pelo que mencionamos os seguintes: * Perspectivar diferentes formas de utilização da BE. 4

* Promover trabalhos de projecto, tendo como eixo a Biblioteca. * Compreender a BE como um espaço intercultural capaz de potencializar as capacidades individuais. * Levar o aluno a descobrir, quando for à Biblioteca, que há mais do que livros: existe o trabalho pessoal, o companheirismo, a alegria e a construção do futuro. * Utilizar, de forma correcta e adequada, as TIC e a Internet. Confrontados com a realidade das nossas escolas/agrupamentos, somos obrigados a concluir que as mesmas não apresentam uma imagem capaz de atrair os alunos que as frequentam. Assim, e tendo em vista alterar tal situação, este plano tem como finalidade mostrar que a Biblioteca não é feita só de livros mas que é também feita de uma intenção: emprestar o saber humano, as suas memórias, as suas emoções, entre muitas outras coisas. Por tal motivo, pretendemos que a BE esteja ao serviço dos alunos que frequentam a nossa escola/agrupamento.

António João Rocha

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